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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL DAS OBRAS DE DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-290/RS TRECHO: ENTR. BR-101 (OSÓRIO) – ENTR. BR-293(B) (FRONTEIRA BRASIL/ARGENTINA) (PONTE INTERNACIONAL), SUBTRECHO: ENTR. BR-116(B) (P/ GUAÍBA) – ENTR. BR-153(A) (CACHOEIRA DO SUL), SEGMENTO: KM 112,3 – KM 228,0, COM 115,70 KM DE EXTENSÃO. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Brasília – DF Maio/2009

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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL DAS OBRAS DE DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR-290/RS

TRECHO: ENTR. BR-101 (OSÓRIO) – ENTR. BR-293(B) (FRONTEIRA BRASIL/ARGENTINA) (PONTE

INTERNACIONAL), SUBTRECHO: ENTR. BR-116(B) (P/ GUAÍBA) – ENTR. BR-153(A) (CACHOEIRA DO SUL),

SEGMENTO: KM 112,3 – KM 228,0, COM 115,70 KM DE EXTENSÃO.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Brasília – DF

Maio/2009

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

APRESENTAÇÃO

MRS Estudos Ambientais Ltda.

apresenta ao DEPARTAMENTO

NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE

TRANSPORTES - DNIT

o documento intitulado:

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

RIMA

REFERENTE ÀS OBRAS DE

DUPLICAÇÃO DA RODOVIA BR

290/RS, SUBTRECHO: ENTR. BR-

116(B) (P/ GUAÍBA) ATÉ O ENTR. BR-

153(A) (CACHOEIRA DO SUL),

SEGMENTO: KM 112,3 – KM 228,0,

COM 115,7 KM DE EXTENSÃO.

Maio de 2009

Alexandre Nunes da Rosa

MRS Estudos Ambientais Ltda

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 1

1. POR QUE O RIMA? ........................................................................................................................ 1

2. COMO LER O RIMA? ...................................................................................................................... 3

CAPÍTULO 1 ...................................................................................................................................... 4

3. O QUE É O EMPREENDIMENTO? ....................................................................................................... 4

4. QUEM É O RESPONSÁVEL PELO EMPREENDIMENTO?............................................................................. 5

5. QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS PELO PROJETO DE DUPLICAÇÃO E PELA ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA DA RODOVIA

BR 290/RS? ........................................................................................................................................ 6

6. ONDE SERÁ LOCALIZADO O EMPREENDIMENTO?.................................................................................. 7

7. QUAL A ÁREA ESTUDADA (ÁREA DE INFLUÊNCIA)?................................................................................ 9

8. POR QUE TAL TRECHO DA RODOVIA SERÁ DUPLICADA?........................................................................ 13

9. QUAL A SITUAÇÃO ATUAL DA RODOVIA? .......................................................................................... 14

10. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO PROJETO DE DUPLICAÇÃO?.................................................................. 15

CAPÍTULO 2 .................................................................................................................................... 18

11. COMO A RODOVIA AFETARÁ O NÍVEL DE RUÍDO DA REGIÃO? ................................................................ 18

12. COMO SE CARACTERIZAM AS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS?..................................................................... 18

13. COMO É O CLIMA DA REGIÃO?....................................................................................................... 20

14. COMO SÃO O RELEVO, AS ROCHAS E OS SOLOS? ................................................................................ 25

15. QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS RIOS INTERCEPTADOS PELO SEGMENTO DA RODOVIA A SER

DUPLICADO?........................................................................................................................................ 27

16. QUAIS OS SISTEMAS AQUÍFEROS PRESENTES NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO?.................... 33

CAPÍTULO 3 .................................................................................................................................... 36

17. COMO SE CARACTERIZA A VEGETAÇÃO HOJE?.................................................................................... 36

18. COMO SE CARACTERIZA A FAUNA HOJE? .......................................................................................... 46

19. QUAL A INTERFERÊNCIA DA RODOVIA SOBRE OS ANIMAIS SILVESTRES? ................................................... 54

20. QUAIS AS ESPÉCIES BIOINDICADORAS ENCONTRADAS? ........................................................................ 57

21. QUE ESPÉCIES SE ENCONTRAM NA LISTA DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO? .................................... 60

22. QUAIS AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NAS PROXIMIDADES DO TRECHO DA RODOVIA A SER DUPLICADO?.... 61

CAPÍTULO 4 .................................................................................................................................... 64

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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23. QUAL A POPULAÇÃO ATUAL DA ÁREA, COMO ELA SE CARACTERIZA E QUAL A SUA CONDIÇÃO DE VIDA? ......... 64

24. COMO É A ECONOMIA DA REGIÃO?................................................................................................. 67

25. QUAL A OPINIÃO DA POPULAÇÃO SOBRE A DUPLICAÇÃO DO TRECHO DA RODOVIA? .................................. 68

26. EXISTEM SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NA ÁREA?..................................................................................... 69

27. EXISTE ALGUM ACAMPAMENTO DO MOVIMENTO DOS SEM TERRA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DA

DUPLICAÇÃO? ...................................................................................................................................... 69

28. COMO FORAM ANALISADOS OS IMPACTOS AMBIENTAIS?..................................................................... 74

29. QUAIS OS IMPACTOS NA FASE DE INSTALAÇÃO DA DUPLICAÇÃO (DURANTE AS OBRAS)?.............................. 77

30. QUAIS OS IMPACTOS NA FASE DE OPERAÇÃO DA DUPLICAÇÃO (APÓS AS OBRAS)? ..................................... 85

31. COMO SERÁ O FUTURO DA REGIÃO SE O EMPREENDIMENTO NÃO FOR IMPLANTADO? ............................... 93

32. E SE O EMPREENDIMENTO FOR IMPLANTADO, COMO SERÁ O FUTURO DA REGIÃO?................................... 95

CAPÍTULO 6 .................................................................................................................................... 98

33. COMO SERÃO EXECUTADAS AS AÇÕES DE PREVENÇÃO E ATENUAÇÃO DOS PROBLEMAS E DE OTIMIZAÇÃO DOS

BENEFÍCIOS DECORRENTES DA DUPLICAÇÃO DA RODOVIA? ............................................................................ 98

34. QUAIS AS CONCLUSÕES DO EIA/RIMA? .......................................................................................... 104

35. QUAL A EQUIPE TÉCNICA QUE TRABALHOU NO EIA/RIMA?................................................................. 107

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da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 - DIREÇÃO E INTENSIDADE (M/S) DO VENTO SAZONAL. ........................................................................ 23

FIGURA 2 – ARROIO DA DIVISA (LADO DIREITO DA RODOVIA) ............................................................................. 28

FIGURA 3 – GALERIA POR ONDE PASSA O ARROIO PORTEIRA (LADO DIREITO DA RODOVIA) ....................................... 28

FIGURA 4 – ARROIO PORTEIRA, VISTA DO LADO ESQUERDO DA RODOVIA.............................................................. 28

FIGURA 5 – ARROIO COLOMBO B................................................................................................................. 28

FIGURA 6 – ARROIO COLOMBO A ................................................................................................................ 29

FIGURA 7 – MONTANTE DA PONTE B DO ARROIO DOS RATOS ............................................................................ 29

FIGURA 8 – ARROIO DOS RATOS A ............................................................................................................... 29

FIGURA 9 – ARROIO DOS RATOS B ............................................................................................................... 29

FIGURA 10 – ARROIO DOS RATOS C.............................................................................................................. 29

FIGURA 11 – ARROIO DOS RATOS D ............................................................................................................. 29

FIGURA 12 – ARROIO TAQUARA .................................................................................................................. 30

FIGURA 13 – SANGA DA CASCATA ................................................................................................................ 30

FIGURA 14 – ARROIO FRANCISQUINHO ......................................................................................................... 31

FIGURA 15 - VISTA DO ARROIO CAPIVARI ....................................................................................................... 31

FIGURA 16 – DETALHE DO ASSOREAMENTO NO ARROIO CAPIVARI ...................................................................... 31

FIGURA 17 – ARROIO TABATINGAÍ ............................................................................................................... 32

FIGURA 18 – PORÇÃO DO MAPA HIDROGEOLÓGICO DO ESTADO NO TRECHO ONDE SERÁ DUPLICADA A BR 290. ......... 33

FIGURA 19 – SISTEMA HIDROGRÁFICO .......................................................................................................... 35

FIGURA 20 – CAPIM-CANINHA (ANDROPOGON LATERALIS) ............................................................................... 37

FIGURA 21 –SORGHASTRUM SETOSUM ESPÉCIE DE GRAMÍNEA ........................................................................... 37

FIGURA 22 – CAPIM-GUAÇU (SACCHARUM ANGUSTIFOLIUS).............................................................................. 37

FIGURA 23 – CAMPO GROSSO, COM PREDOMÍNIO DE CAPIM-RABO-DE-BOI (SCHIZACHYRIUM MICROSTACHYUM), NA

PARTE MAIS ELEVADA E IMPRÓPRIA AO CULTIVO DO ARROZ....................................................................... 38

FIGURA 24 – DETALHE DO MESMO TIPO DE CAMPO MAIS ALTO, COM CAPIM-PERNAMBUCO (HYMENACHNE

PERNAMBUCENSE) NO PRIMEIRO PLANO E CAPIM-RABO-DE-BURRO (ANDROPOGON BICORNIS) AO FUNDO ........ 38

FIGURA 25 – BUTIAZEIRO (BUTIA CAPITATA) .................................................................................................. 38

FIGURA 26 – CAMPO LIMPO, TÍPICO DA PROXIMIDADE COM A SERRA DO SUDESTE, DOMINADO POR GRAMA-FORQUILHA

(PASPALUM NOTATUM) RESPONSÁVEL PELO ASPECTO GRAMADO E CAPIM-CANINHA (ANDROPOGON LATERALIS) NA

FIGURA COM ASPECTO SECO. AO FUNDO, EXTENSAS PLANTAÇÕES DE EUCALIPTO .......................................... 39

FIGURA 27 – ASPECTO DO CAMPO LIMPO (GRAMADO), REPRESENTANTE DA ESTEPE PARQUE, COM OCORRÊNCIA DE

ESPINILHO (ACACIA CAVEN) ............................................................................................................... 39

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da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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FIGURA 28 – BANHADO: MARGARIDINHA-DO-BREJO (SENECIO ICOGLOSSUS) ........................................................ 39

FIGURA 29 – CARAGUATÁ (ERYNGIUM PANDANIFOLIUM), ESPÉCIE COMUM NOS CAMPOS ÚMIDOS E BANHADOS ......... 40

FIGURA 30 – VEGETAÇÃO ARBUSTIVO-ARBORESCENTE DA BEIRA DA RODOVIA....................................................... 40

FIGURA 31 – O IPÊ-AMARELO (TABEBUIA CHRYSOTRYCHA), APESAR DE NATIVA DO RIO GRANDE DO SUL, NA BR-290

PODE SER CONSIDERADA UMA ESPÉCIE INTRODUZIDA .............................................................................. 41

FIGURA 32 – ASPECTO GERAL DE UM TÍPICO MARICAZAL, OCUPANDO OS TERRENOS ÚMIDOS DAS BAIXADAS ............... 41

FIGURA 33 – DETALHE DA BORDA DE UM MARICAZAL, EVIDENCIANDO A ESTRUTURA UNIESTRATIFICADA .................... 41

FIGURA 34 – EXEMPLAR DE CORTICEIRA-DO-BANHADO (ERYTHRINA CRISTAGALLI) EM BORDA DE MARICAZAL; ESPÉCIE

IMUNE AO CORTE............................................................................................................................. 42

FIGURA 35 – ASPECTO GERAL DA FLORESTA DE GALERIA NO ARROIO DOS RATOS; DOSSEL UNIFORME COM PRESENÇA DE

ESPÉCIMES EMERGENTES ................................................................................................................... 43

FIGURA 36 – ASPECTO DO INTERIOR DA FLORESTA DE GALERIA........................................................................... 43

FIGURA 37 – COMUNIDADE AQUÁTICA ASSOCIADA À FLORESTA DE GALERIA, NA CALHA DO CURSO D’ÁGUA................. 44

FIGURA 38 – INTERIOR DE FLORESTA DE ENCOSTA DE COXILHA EM ÓTIMO ESTADO DE CONSERVAÇÃO ........................ 44

FIGURA 39 – OUTRA VISTA DA MESMA FLORESTA, SÍTIO DA ESPÉCIE AGONANDRA EXCELSA (AMARELÃO).................... 44

FIGURA 40 – FLORESTA DE ENCOSTA DE COXILHA, CONFINADA ENTRE PLANTIO DE EUCALIPTO, NO INÍCIO DO TRECHO, SÃO

JERÔNIMO...................................................................................................................................... 45

FIGURA 41 – FLORESTA DE ENCOSTA DE COXILHA NO FINAL DO TRECHO, PANTANO GRANDE.................................... 45

FIGURA 42 – EXEMPLAR DE LAMBARI (A. JACUHIENSIS) .................................................................................... 46

FIGURA 43 - EXEMPLAR DE LAMBARI (C. INTERRUPTUS).................................................................................... 46

FIGURA 44 – EXEMPLAR DE BIRÚ (C. VOGA) ................................................................................................... 47

FIGURA 45 – DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS DE TRAÍRA (H. MALABARICUS) ............................................................. 47

FIGURA 46 – CHARUTINHO (P. AUSTRALIS) COLETADO NA ÁREA DO ESTUDO......................................................... 47

FIGURA 47 – EXEMPLAR DE VIOLA (RINELORICARIA SP)..................................................................................... 48

FIGURA 48 – EXEMPLAR DE CASCUDO (H. COMMERSONI) ................................................................................. 48

FIGURA 49 – EXEMPLAR MACHO DE LIMPA-FUNDO (C. PALEATUS) ..................................................................... 48

FIGURA 50 – EXEMPLARES DE C. MELANOTAENIA............................................................................................ 49

FIGURA 51 – UM EXEMPLAR DE CARÁ A. FACETUM E OUTROS DOIS DE CHARACIDIUM PTEROSTICTUM ....................... 49

FIGURA 52 – O CARÁ G. BRASILIENSIS........................................................................................................... 49

FIGURA 53 – INDIVÍDUO JOVEM DE C. LEPIDOTA, CONHECIDA POPULARMENTE COMO JOANA .................................. 49

FIGURA 54 – EXEMPLAR DE PERERECA-TREPADORA (HYPSIBOAS PULCHELLUS) ...................................................... 51

FIGURA 55 – EXEMPLAR DE MUÇURANA (BOIRUNA MACULATA)......................................................................... 51

FIGURA 56 – INDIVÍDUO DE POLÍCIA-INGLESA-DO-SUL (STURNELLA SUPERCILIARIS). UMA DAS ESPÉCIES MAIS COMUNS NA

ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................................................. 51

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da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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FIGURA 57 – MAGUARI (CICONIA MAGUARI) ................................................................................................. 52

FIGURA 58 - CONCENTRAÇÃO DE COLHEREIROS (PLATALEA AJAJA) EM LAVOURAS DE ARROZ .................................... 52

FIGURA 59 – GRANDE CONCENTRAÇÃO DE AVES, PRÓXIMAS À PLANTAÇÃO DE ARROZ............................................. 52

FIGURA 60 – BUGIO-RUIVO REGISTRADO EM MATA CILIAR ................................................................................ 53

FIGURA 61 – NINHO DE RATÃO-DO-BANHADO................................................................................................ 53

FIGURA 62 – RATO-DO-BANHADO SCAPTEROMYS TUMIDUS .............................................................................. 53

FIGURA 63 – RATO-DO-MATO CALOMYS LAUCHA............................................................................................ 53

FIGURA 64 – ANU-PRETO (CROTOPHAGA ANI) RECÉM ATROPELADO ................................................................... 55

FIGURA 65 – BEM-TE-VI (PITANGUS SULPHURATUS) ATROPELADO...................................................................... 55

FIGURA 66 – CANÁRIO-DA-TERRA-VERDADEIRO (SICALIS FLAVEOLA) ................................................................... 55

FIGURA 67 – CANÁRIO-DO-CAMPO .............................................................................................................. 55

FIGURA 68 – LONTRA (LONTRA LONGICAUDIS) ATROPELADA ............................................................................. 56

FIGURA 69 – RATÃO-DO-BANHADO (MYOCASTOR COYPUS) ATROPELADO............................................................ 56

FIGURA 70 – TATU-GALINHA (DASYPUS NOVEMCINCTUS) ATROPELADO............................................................... 56

FIGURA 71 – ZORRILHO (CONEPATUS CHINGA) ATROPELADO............................................................................. 56

FIGURA 72 – GRAXAIM-DO-CAMPO (LYCALOPEX GYMNOCERCUS) ATROPELADO .................................................... 57

FIGURA 73 – PREÁ (CAVIA MAGNA) ATROPELADA ........................................................................................... 57

FIGURA 74 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO.................................................................................................... 63

FIGURA 75 – ATERRO SANITÁRIO EM MINAS DO LEÃO. .................................................................................... 66

FIGURA 76 – LOCALIZAÇÃO DO ACAMPAMENTO DO MST 1º DE ABRIL – KM 130,6, NO TREVO ENTRE A BR-290 E RS-

401 (SENTIDO CHARQUEADAS) .......................................................................................................... 70

FIGURA 77 – ACAMPAMENTO 1º DE ABRIL: MORADIA DOS SEM TERRA................................................................ 70

FIGURA 78 – GALINHEIRO .......................................................................................................................... 71

FIGURA 79 – POCILGA ............................................................................................................................... 71

FIGURA 80 – SALA DE AULA DO ACAMPAMENTO ............................................................................................. 72

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

vi

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 – DADOS DO EMPREENDEDOR ......................................................................................................... 5

TABELA 2 – DADOS DA EMPRESA CONSULTORA ................................................................................................ 6

TABELA 3 – DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA ........................................................................................ 9

TABELA 4 – NÚMERO DE HABITANTES NA AII ................................................................................................. 64

TABELA 5 – MATRIZ DE IMPACTOS AMBIENTAIS.............................................................................................. 88

ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – TEMPERATURAS MÉDIAS REGISTRADAS NAS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS DE CACHOEIRA DO SUL E

ELDORADO DO SUL. ......................................................................................................................... 21

GRÁFICO 2 – VALORES DE UMIDADE RELATIVA DO AR PARA ELDORADO DO SUL E CACHOEIRA DO SUL. ..................... 22

GRÁFICO 3 – NÚMERO DE HORAS DE INSOLAÇÃO MENSAL EM ELDORADO DO SUL. ................................................ 24

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da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

1

INTRODUÇÃO

O presente documento consiste no

Relatório de Impacto Ambiental

(RIMA) referente à duplicação de

trecho da rodovia BR 290/RS

(subtrecho entre o entr. BR-116(B)

(p/ Guaíba) até o entr. BR-153(A)

(Cachoeira do Sul), atendendo à

legislação brasileira e ao Termo de

Referência emitido pelo Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis

(IBAMA) para o empreendimento.

1. POR QUE O RIMA?

As obras de duplicação de

rodovias, de acordo com a

Legislação Brasileira, exigem a

elaboração de um Estudo de

Impacto Ambiental e do seu

respectivo Relatório de Impacto

Ambiental (EIA/RIMA). Esta

exigência é feita pela Resolução

CONAMA nº 01/86 e pelo artigo 2º

da Resolução CONAMA nº 237/97.

Tais estudos são necessários para

auxiliar a avaliação da viabilidade

ambiental do projeto, de modo que

o órgão ambiental (no caso, o

IBAMA) possa emitir a Licença

Prévia (LP). É importante ressaltar

que a LP não autoriza o início da

construção, ela apenas sinaliza

sua viabilidade.

O Estudo de Impacto Ambiental

(EIA) é o estudo técnico minucioso

que envolve, principalmente, as

seguintes questões:

Caracterização do empreen-

dimento – descreve o empreen-

dimento que se deseja licenciar,

considerando sua instalação e

operação, e reúne informações

sobre como, na visão do

empreendedor, irá funcionar;

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

2

Diagnóstico Ambiental – descreve

a região onde o empreendimento

pretende ser instalado e suas

áreas adjacentes, reunindo dados

ambientais e socioeconômicos da

área antes da construção;

Avaliação dos Impactos

Ambientais – faz o cruzamento

entre as características socio-

ambientais da área e as

características do empreendimento

proposto, avaliando os efeitos da

construção e operação do

empreendimento;

Prognóstico Ambiental – considera

os efeitos negativos ou positivos

sobre os meios físico, biótico e

antrópico associados à instalação

ou não do futuro empreendimento.

Programas de Acompanhamento e

Monitoramento dos Impactos

Ambientais – sugerem medidas

para evitar, mitigar e/ou

compensar os impactos negativos

do projeto e potencializar os

positivos (obrigações do empreen-

dedor quando ele recebe a

Licença Prévia);

Todas essas informações e as

principais conclusões do EIA estão

sintetizadas no Relatório de

Impacto Ambiental (RIMA), em

linguagem clara, direta e acessível

para consulta pública. A fim de

elaborar o EIA/RIMA das obras de

duplicação deste trecho da rodovia

BR 290/RS, o Departamento

Nacional de Infraestrutura de

Transportes (DNIT) contratou a

MRS Estudos Ambientais Ltda.,

empresa de consultoria ambiental

que tem escritórios em Porto

Alegre, Brasília e Rio de Janeiro.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

3

2. COMO LER O RIMA?

De modo a facilitar a localização

de assuntos de interesse do leitor,

este relatório foi feito no estilo

“perguntas e respostas”. Assim,

quem se interessa por deter-

minado tema, como a fauna ou

clima da região, por exemplo, pode

ir direto às questões que tratam

desses assuntos. Foram elabora-

das perguntas sobre todos os

aspectos abrangidos pelo EIA,

desde a identificação do

empreendedor até os programas

ambientais propostos.

Essas questões foram organizadas

em capítulos. No Capítulo 1 são

abordadas as questões sobre as

características gerais do empreen-

dimento.

Os Capítulos 2, 3 e 4 apresentam

o diagnóstico ambiental dos meios

físico, biótico e socioeconômico da

região.

O Capítulo 5 trata dos possíveis

impactos ambientais decorrentes

do empreendimento.

E finalmente, no Capítulo 6 são

abordadas as ações de prevenção

e minimização dos impactos nega-

tivos e maximização dos bene-

fícios resultantes da duplicação

deste trecho da rodovia BR-

290/RS.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

4

CAPÍTULO 1

3. O QUE É O EMPREENDIMENTO?

O objeto do licenciamento é a obra

de duplicação do trecho da rodovia

federal BR-290/RS, com 115,7 km

de extensão, localizada entre os

municípios de Eldorado do Sul e

Pantano Grande, no estado do Rio

Grande do Sul.

Entre os municípios de Osório,

Porto Alegre e Eldorado do Sul, a

rodovia já está duplicada. O

segmento sem duplicação

ocasiona um afunilamento na

circulação, que combinado ao

intenso fluxo, aumenta o tempo de

viagem e potencializa o risco de

acidentes.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

5

4. QUEM É O RESPONSÁVEL PELO EMPREENDIMENTO?

O Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transportes – DNIT, entidade autárquica

federal, vinculado ao Ministério dos

Transportes.

Tabela 1 – Dados do Empreendedor

Empreendedor Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes

CNPJ-MF 04.892.707/0001-00

CTF-IBAMA 671.360

EndereçoSetor de Autarquias Norte, Edifício Núcleo dos Transportes, Quadra

3, Bloco A, CEP: 70040-902

Cidade Brasília – DF

Telefone/Fax (61)3315-4198 / (61) 3315-4083

Representante Legal

Luiz Antônio Pagot (CPF nº 435.102.567-00)

Contato Jair Sarmento

Fone/fax (61) 3315-4198 / (61) 3315-4083

E-mail [email protected]

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

6

5. QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS PELO PROJETO DE DUPLICAÇÃO E PELA ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA DARODOVIA BR 290/RS?

As empresas responsáveis pela elaboração do projeto de duplicação do

trecho (km 112,3 – km 228,0) da BR 290/RS, objeto deste EIA, são: Etel

Estudo Técnicos Ltda. (km 112,3 – km 143,0), Magna Engenharia (km 143,0

– km 172,0), Ecoplan Engenharia (km 172,0 – km 199,5) e SD Consultoria e

Engenharia (km 199,5 – km 228,0), sendo o EIA/RIMA elaborado pela

empresa MRS Estudos Ambientais Ltda., cuja identificação é apresentada

a seguir.

Tabela 2 – Dados da Empresa Consultora

Empresa Consultora MRS – Estudos Ambientais Ltda.

CNPJ-MF 94.526.480/0001-72

CREA/RS 82.171

CTF IBAMA 196.572

EndereçoCompleto:

Matriz: Av. Praia de Belas nº 2.174, Ed. Centro Profissional Praia de Belas 4º andar, sala 403. Bairro Menino Deus, Porto Alegre-

RS. CEP 90.110-001

Filial: SRTVS Quadra 701, Bloco O, Ed. Centro Multiempresarial, entrada A, Sala 504. CEP: 70340-000 – Brasília, DF

Telefone / FAX:Matriz: (51) 3029-0068

Filial: (61) 3201-1800

E-mail: [email protected]

Diretores:

Alexandre Nunes da Rosa – Geólogo

Luciano Cezar Marca – GeólogoYone Melo de Figueiredo Fonseca – Bióloga

Representante Legal Alexandre Nunes da Rosa (CPF nº 339.761.041-91)

Contato Alexandre Nunes da Rosa – Sócio-Diretor

Fone/fax (61) 3201-1800

E-mail [email protected]

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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6. ONDE SERÁ LOCALIZADO O EMPREENDIMENTO?

O segmento da rodovia BR-

290/RS a ser duplicado

desenvolve-se de Eldorado do Sul

a Pantano Grande, tendo como

ponto inicial a sua interseção com

a BR-116, no km 112,3 e ponto

final no km 228.

A rodovia corta o estado do Rio

Grande do Sul no sentido geral

leste-oeste, atravessando os

municípios de Eldorado do Sul,

Arroio dos Ratos, São Jerônimo,

Butiá, Minas do Leão, Rio Pardo e

Pantano Grande.

Page 16: BR-290_RS .pdf

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!.PORTO ALEGRE

300.000

300.000

400.000

400.000

500.000

500.000

600.000

600.000

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6.700

.000

6.700

.000

6.800

.000

6.800

.000

Legendao Aeroporto - Internacionalp Aeroporto - Campo de pouso

CidadeTrecho a ser duplicado BR - 290/RSFerroviaRodovia FederalRodovia EstadualLimite municipalHidrografiaMassa d'águaMunicípios que contemplam a BR - 290/RS

Identificação do Projeto

Título do MapaLocalização e Situação do Empreendimento

Fonte: Maio/2009

EmpreendedorDNITResponsável Técnico

MRS Estudos Ambientais

EIA/RIMA BR-290/RS SEGMENTO: KM 112,3 - KM 228,0, COM115,70 KM DE EXTENSÃO

IBGE, 2005; ANA, 2008.Mapa Rodoviário/RS, (DNIT; 2002).

AM PA

MTBA

MG

PI

MS

GO

RS

MA

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SP

RO

PR

RR

AC

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AP

SC

PE

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RJ

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45°0'0"W

45°0'0"W

60°0'0"W

60°0'0"W

75°0'0"W

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15°0

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15°0

'0"S

30°0

'0"S

30°0

'0"S

­Projeção Universal Transversa de Mercator - UTMDatum: SAD 69

Sistema de Coordenadas GeográficasDatum: SAD 69

­

Escala numérica em impressão A3Projeção: UTM

Datum: SAD69 / Zona: 22 J

51:700.000

Data:

SANTA CATARINA/SC

OCEANO ATLÂNTICOOCEANO ATLÂNTICO

Arro

io Ta

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Rio Pardo

Butiá

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Pantano Grande

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PORTO ALEGRE

Canoas

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Butiá

Rio Pardo

Distrito Parque Eldorado

Chaqueadas

Arroio dos Ratos

Triunfo

Santa Cruz do Sul

Sapucaia do Sul

Nova Santa Rita

São Jerônimo

São Leopoldo

Minas do Leão

Pantano Grande

Barreto

General Câmara Passo Raso

Sertão Santana

Barão do Triunfo

Barra do Ribeiro

Barra do Ribeiro

Vale Verde

Mariana Pimentel

Pesqueiro

290

116

471

386

470

290

471

290290

116

471

470

116

470

244

401

130

471

470

124

711

713

709

454244

470

Rio C aí

Rio Pard o

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Arroio do Petim

Arro

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350.000

350.000

375.000

375.000

400.000

400.000

425.000

425.000

450.000

450.000

475.000

475.000

6.650

.000

6.650

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6.675

.000

6.675

.000

6.700

.000

6.700

.000

1.000 0 1.000500Km 70 0 7035

Km

10 0 105Km

Página: 8

OCEANO PACÍFICO

Legenda!. Capital!. Cidade

Trecho a ser duplicado BR - 290/RSFerroviaRodovia FederalRodovia EstadualLimite municipalHidrografiaMassa d'águaEstado de Santa CatarinaEstado do Rio Grande do Sul

Page 17: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

9

7. QUAL A ÁREA ESTUDADA (ÁREA DE INFLUÊNCIA)?

A Área de Influência é aquela que

de alguma forma sofrerá influência

decorrente da implantação do

empreendimento, seja nos aspec-

tos físico, biótico (fauna e flora) ou

socioeconômico. Dessa forma,

optou-se pela identificação e

definição de áreas de influência

específicas para as análises

ambientais, de acordo com as

interferências que ocorrem. A Área

de Influência é dividida em Área

Diretamente Afetada (ADA), Área

de Influência Direta (AID) e Área

de Influência Indireta (AII), as

quais foram delimitadas conforme

a Tabela 3, a seguir:

Tabela 3 – Delimitação das Áreas de Influência

Área de Influência Meio Físico Meio BióticoMeio Socioeconômico

Socioeconomia Arqueologia

Área Diretamente Afetada

Distância de 100 m para o lado direito da rodovia, sentido Eldorado do Sul-Pantano Grande, a partir do eixo da

rodovia

Distância de 200 m a partir

do eixo da rodovia para

ambos oslados, a partir do seu eixo

Área de Influência DIreta

Faixa de 1 km para cada um dos lados da

rodovia, a partir do seu eixo

Faixa de 2,5 km para cada um dos lados da rodovia, a partir do seu

eixo

Faixa de 1 km para cada um dos lados da

rodovia, a partir do seu eixo

Faixa de 300 km para cada um dos lados da rodovia, a partir do seu

eixo

Área de Influência Indireta

Bacias hidrográficas delimitadas pelos

arroios do Conde, dos Ratos, da Porteira,

Taquara, Francisquinho,

Capivari e Tabatingaí

Área delimitada por uma faixa de 25 km para

cada um dos lados da

rodovia, a partir do seu

eixo

Municípios de Eldorado do Sul, Arroio dos Ratos, São Jerônimo, Butiá, Minas do Leão, Rio Pardo

e Pantano Grande

Page 18: BR-290_RS .pdf

Identificação do Projeto

Título do MapaÁreas de Influência do Meio Físico

Fonte:

EmpreendedorDNITResponsável Técnico

EIA/RIMA BR-290/RS SEGMENTO: KM 112,3 - KM 228,0, COM115,70 KM DE EXTENSÃO

Arro

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Arroio Pantano GrandePantano Grande

Arroio Sanga da Cascata

Arroi

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km 112+300

Km 138+000

Km 168+000

Km 198+000

Km 228+000

PORTO ALEGRE

Canoas

Guaíba

Esteio

Santa Cruz do Sul

Novo Hamburgo

São Leopoldo

Sapucaia do Sul

Montenegro

Taquari

Portão

Butiá

Estância Velha

São Leopoldo

Rio Pardo

Tabaí

Distrito Parque Eldorado

Chaqueadas

Vera Cruz

Arroio dos Ratos

Triunfo

Venâncio Aires

Nova Santa Rita

São Jerônimo

Encruzilhada do Sul

Minas do Leão

Barreto

Pareci Novo

Capela de Santana

General Câmara

Ivoti

Cachoeirinha

Passo Raso

Sertão Santana

Barão do Triunfo

Barra do Ribeiro

Barra do Ribeiro

Passo do Sobrado

Vale Verde

Mariana Pimentel

Pesqueiro

Viamão

287

350

471

244

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287

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471

244

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116

471

287

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47 1

Arroio Iruí

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Arroio Colombo

Arroio Abranjo

Arroio do Ribeiro

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Arroio Santa Maria

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Arroio Ibicuara

Arroio do Petim

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Arroio Carvalhada

Sanga das Capivaras

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Lagoa dos Patos

Rio Guaíba

Saco de Tapes

Rio Jacuí

Rio Taquari

Lagoa do Cerro

Lagoa Comprida

340.000

340.000

370.000

370.000

400.000

400.000

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6.690

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6.720

.000

6.720

.000

Data:

200 0 200100m

IBGE, 2005; ANA, 2008; Imagem ALOS (2008);Mapa Rodoviário/RS, (DNIT; 2002).

Maio/2009MRS

Estudos Ambientais

Municípios

Rio Pardo

Pantano Grande Butiá

São J

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o

Minas do Leão

Arroio

dos

Ratos Eldorado

do Sul

51°15'0"W

51°15'0"W

51°40'0"W

51°40'0"W

52°5'0"W

52°5'0"W

52°30'0"W

52°30'0"W

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30°0

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5'0"S

30°2

5'0"S

Brasil

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50°0'0"W

50°0'0"W

55°0'0"W

55°0'0"W

25°0

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30°0

'0"S

30°0

'0"S

35°0

'0"S

35°0

'0"S

OCEANO ATLÂNTICO

Escala numérica em impressão A3Projeção: UTM

Datum: SAD69 / Zona: 22 J

10.000 0 10.0005.000m

1:500.000

5

Página: 10

Trecho a ser duplicado BR - 290/RSFerrovia

o Aeroporto - Internacionalp Aeroporto - Campo de pousoli Marco kilométrico

CidadeLimite municipalHidrografiaMassa d'água

LegendaRodovias Estaduais Transitórias

ConcedidaConcedida/DuplicadaDuplicadaEm implantaçãoEm pavimentaçãoImplantadaPavimentadaPlanejada

Rodovias FederaisConcedidaConcedida/DuplicadaDuplicadaEm pavimentaçãoImplantadaPavimentadaPlanejada

EST( )/BR BR( )

Área de Influência Direta (1km para cada sentido da BR)Área de Influência Indireta (microbacias hidrográficas)Área Diretamente Afetada (100m para o lado direito da BR)

Page 19: BR-290_RS .pdf

Identificação do Projeto

Título do MapaÁreas de Influência do Meio Biótico

Fonte:

EmpreendedorDNITResponsável Técnico

EIA/RIMA BR-290/RS SEGMENTO: KM 112,3 - KM 228,0, COM115,70 KM DE EXTENSÃO

Arro

io Ta

batin

gaí

Arroio Pantano Grande

Pantano Grande

Arroio Sanga da Cascata Arroio Porteira

Arroio da Div isa

Arro

io Fran

cis

quinho

km 112+300

Km 138+000

Km 168+000

Km 198+000

Km 228+000

PORTO ALEGRE

CanoasGravataí

Alvorada

Viamão

Novo Hamburgo

Guaíba

Esteio

Santa Cruz do Sul

Ivoti

Lajeado

São Leopoldo

Cachoeirinha

TeutôniaEstrela

Campo Bom

Sapucaia do Sul

Montenegro

Taquari

Portão

Venâncio Aires

Butiá

Estância Velha

São Leopoldo

Rio Pardo

Tabaí

Distrito Parque Eldorado

Chaqueadas

Vera Cruz

Feliz

Arroio dos Ratos

Dois Irmãos

Triunfo

Sapiranga

Nova Santa Rita

São Jerônimo

Encruzilhada do Sul

Cruzeiro do Sul

HamoniaSão Sebastião do Caí

Minas do Leão

Barreto

Pareci NovoBom Retiro do Sul

Fazenda VilanovaPaverama

Capela de Santana

Tupandi

BrochierMorro Reuter

General Câmara

Picado Café

Bom Princípio

Mato Leitão

Passo Raso

Santa Clara do Sul

Lindolfo Collor

São José do HortêncioPres. Lucena

MaratáSinimbu

Salvador do Sul

Sertão Santana

Barão do Triunfo

Barra do Ribeiro

Barra do Ribeiro

Linha Nova

Passo do Sobrado

Vale Verde

Mariana Pimentel

Pesqueiro

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287

350

471

130

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118

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116

471

287

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38 6

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453

153

386

290

4 53

153

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470

287

1 16

470

470

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Arroio Carvalhada

Sanga das Capivaras

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Data:200 0 200100m

Municípios

Rio Pardo

Pantano Grande Butiá

São J

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Minas do Leão

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Ratos Eldorado

do Sul

51°15'0"W

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52°30'0"W

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Brasil

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55°0'0"W

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30°0

'0"S

30°0

'0"S

35°0

'0"S

35°0

'0"S

OCEANO ATLÂNTICO

IBGE, 2005; ANA, 2008; Imagem ALOS (2008);Mapa Rodoviário/RS, (DNIT; 2002).

Maio/2009MRS

Estudos Ambientais

Escala numérica em impressão A3Projeção: UTM

Datum: SAD69 / Zona: 22 J1:550.000

10.000 0 10.0005.000m

5

Página: 11

EST( )/BR BR( )

LegendaRodovias Estaduais Transitórias

ConcedidaConcedida/DuplicadaDuplicadaEm implantaçãoEm pavimentaçãoImplantadaPavimentadaPlanejada

Rodovias FederaisConcedidaConcedida/DuplicadaDuplicadaEm pavimentaçãoImplantadaPavimentadaPlanejada

Trecho a ser duplicado BR - 290/RSFerrovia

o Aeroporto Internacionalp Aeroporto/Campo de pousoli Marco kilométrico

CidadeHidrografiaLimite municipalMassa d'água

Área de Influência Direta (2,5km para cada sentido da BR)Área de Influência Indireta (25km para cada sentido da BR)Área Diretamente Afetada (100m para o lado direito da BR)

Page 20: BR-290_RS .pdf

Identificação do Projeto

Título do MapaÁreas de Influência do Meio Socioeconômico

Fonte:

EmpreendedorDNITResponsável Técnico

EIA/RIMA BR-290/RS SEGMENTO: KM 112,3 - KM 228,0, COM115,70 KM DE EXTENSÃO

Arro

io Ta

batin

gaí

Arroio Pantano GrandePantano Grande

Arroio Sanga da Cascata Arroi

o da P

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a

Arroio PorteiraArroio da Divis a

km 112+300

Km 138+000

Km 168+000

Km 198+000

Km 228+000

PORTO ALEGRE

Canoas

Guaíba

Santa Cruz do Sul

Montenegro

Taquari

Portão

Venâncio Aires

Butiá

Rio Pardo

Tabaí

Distrito Parque Eldorado

Chaqueadas

Vera Cruz

Arroio dos Ratos

Triunfo

Nova Santa Rita

São Jerônimo

Encruzilhada do Sul

Minas do Leão

Estância Velha

Barreto

Pareci NovoBom Retiro do Sul

Capela de Santana

General Câmara Passo Raso

Sertão Santana

Lindolfo Collor

Barão do Triunfo

Barra do Ribeiro

Barra do Ribeiro

Passo do Sobrado

Vale Verde

Mariana Pimentel

São Sebastião do Caí

Pesqueiro

Esteio

287

350

471

244

130

410

401

124

122

239

470

715

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717

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713

411

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418

436

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470

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287

116

470

386

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290

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470

Arroio Iruí

Rio Caí

R io Pardo

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Arroio Santa Maria

Arroio Abranjo

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Lagoa dos Patos

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Saco de Tapes

Rio Jacuí

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Data:200 0 200100m

Municípios

Rio Pardo

Pantano Grande Butiá

São J

erônim

o

Minas do Leão

Arroio

dos

Ratos Eldorado

do Sul

51°15'0"W

51°15'0"W

51°40'0"W

51°40'0"W

52°5'0"W

52°5'0"W

52°30'0"W

52°30'0"W

30°0

'0"S

30°0

'0"S

30°2

5'0"S

30°2

5'0"S

Brasil

RS

PR

SC

SPMS MG

50°0'0"W

50°0'0"W

55°0'0"W

55°0'0"W

25°0

'0"S

25°0

'0"S

30°0

'0"S

30°0

'0"S

35°0

'0"S

35°0

'0"S

OCEANO ATLÂNTICO

IBGE, 2005; ANA, 2008; Imagem ALOS (2008);Mapa Rodoviário/RS, (DNIT; 2002).

Maio/2009MRS

Estudos Ambientais

Escala numérica em impressão A3Projeção: UTM

Datum: SAD69 / Zona: 22 J1:500.000

510.000 0 10.0005.000

m

Página: 12

EST( )/BR BR( )

LegendaRodovias Estaduais Transitórias

ConcedidaConcedida/DuplicadaDuplicadaEm duplicaçãoEm implantaçãoEm pavimentaçãoImplantadaLeito naturalPavimentadaPlanejada

Rodovias FederaisConcedidaConcedida/DuplicadaDuplicadaEm duplicaçãoEm pavimentaçãoImplantadaPavimentadaPlanejada

Trecho a ser duplicado BR - 290/RSFerrovia

o Aeroporto - Internacionalp Aeroporto - Campo de pousoli Marco kilométrico

CidadeHidrografiaLimite municipalMassa d'água

Área de Influência Direta (1km para cada sentido da BR)Área de Influência Indireta (limites dos municípios)Área Diretamente Afetada - Arqueologia (200m )Área Diretamente Afetada (100m para o lado direito da BR)

Arro

io Fra

ncis

quinh

o

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

13

8. POR QUE TAL TRECHO DA RODOVIA SERÁ DUPLICADA?

Os principais motivos para a

duplicação do trecho da rodovia

são a redução do número de

acidentes, redução dos custos

com transporte e consequente

promoção de um vetor de

desenvolvimento econômico para

a região, além da adequação do

volume do tráfego à capacidade da

rodovia. Atualmente, o volume

existente, associado às caracterís-

ticas geométricas da seção

transversal, prejudica a circulação,

principalmente durante as

ultrapassagens.

Entre os anos 2000 e 2008

ocorreu um crescimento de 55%

no número de acidentes do trecho

compreendido entre os km 112,3 e

143,0 da rodovia 290/RS, que

passaram de 77, em 2000, para

120 acidentes, em 2008. As

aglomerações urbanas às mar-

gens da rodovia ou ligadas a ela

por meio de acessos, geram

grande circulação de veículos,

pedestres e ciclistas, com deslo-

camentos transversais e longitudi-

nais em relação ao fluxo principal,

interferindo, assim, na segurança

da via. Dentre os 115,7 quilôme-

tros que receberão as melhorias,

21,2 quilômetros são trechos

urbanos, distribuídos ao longo de

cinco núcleos: Eldorado do Sul

(distrito Parque Eldorado/Bairro

Rincão), Arroio dos Ratos, Minas

do Leão, Butiá e Pantano Grande.

O segmento a ser duplicado

apresenta uma localização

estratégica, tanto a nível regional,

como nacional, ligando Porto

Alegre ao oeste do Rio Grande do

Sul e integrando o Corredor do

MERCOSUL. Com a duplicação

deste trecho, a rodovia passará a

absorver o carregamento atual e

futuro do tráfego, o qual possui

uma estimativa de crescimento de

3,5% ao ano entre 2009 e 2028.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

14

9. QUAL A SITUAÇÃO ATUAL DA RODOVIA?

A rodovia BR-290 é a principal

rodovia transversal pertencente à

malha federal do Rio Grande do

Sul, atravessando o estado na

direção leste-oeste.

Na área de inserção do

empreendimento, a rodovia é de

classe I-B, com velocidade de

operação limitada em 80 km/h.

Nessa área, a rodovia é provida

de manutenção constante por

estar concedida à iniciativa

privada desde 1998. O pavimento

deste trecho recebeu as ações de

conservação estabelecidas no

contrato de concessão, que

conferem ao trecho características

excelentes.

A faixa de domínio possui 60 m de

largura, com a pista existente

localizada assimetricamente para

a esquerda, no sentido Eldorado

do Sul-Pantano Grande. Por essa

razão a nova pista será

implantada à direita da pista

existente.

Por tratar-se de um importante

corredor rodoviário, o segmento

em questão apresenta elevada

concentração de ocupação resi-

dencial, além de empreendimen-

tos comerciais, industriais e de

serviços ao longo de sua diretriz.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

15

10. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO PROJETO DE DUPLICAÇÃO?

As principais características do

projeto de duplicação do trecho

são as seguintes:

A classe de projeto da pista passará de I-B (pista simples) para I-A (pista dupla);

Largura da nova pista: 7,20 m(duas faixas de rolamento de 3,60 m);

Largura do acostamento exter-no: 2,50 m;

Largura do acostamento inter-no: 1,00 m;

Declividade transversal da pista e do acostamento interno: 2% (caimento para um único lado);

Declividade transversal do acostamento externo: 2%;

Largura do canteiro central: 13,20 m;

Obras de arte especiais: 11pontes e 10 viadutos;

Estruturas de drenagem;

Interseções, acessos e passa-relas;

A nova pista terá a base somada à sub-base com 30

cm de espessura de brita graduada, enquanto que o revestimento do pavimento terá 14 cm de espessura e será confeccionado utilizando-se Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ).

A seguir serão apresentadas as

diversas etapas a serem executa-

das para as obras de duplicação

da rodovia.

Contratação da mão de obra

Recrutamento do pessoal

especializado e não-especializado,

dando-se prioridade à contratação

de mão de obra local.

Mobilização

Deslocamento do maquinário

necessário à execução dos

serviços para os locais de

intervenção.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

16

Instalação de canteiros de obras

Os canteiros de obra nada mais

são do que a infraestrutura básica

que dá subsídio às obras de

engenharia previstas para a cons-

trução ou ampliação de uma rodo-

via. Os canteiros de obra abrigam

as instalações administrativas

(escritórios, oficinas, almoxarifa-

dos, ambulatórios, etc.), instala-

ções de produção (carpintaria,

laboratórios, etc.), instalações

comunitárias (alojamentos, vestiá-

rios, refeitórios, sanitários, etc.) e

instalações industriais (central de

britagem, usinas, depósitos, etc.).

A implantação de canteiros de

obra deve, prioritariamente, ser

realizada conforme as exigências

do órgão licenciador.

Abertura de acessos

Os acessos são utilizados para o

tráfego de máquinas e veículos no

período em que esse tráfego não

possa ser feito nem pela

plataforma sobre a qual se

implantará a nova pista duplicada,

nem pela rodovia já existente. Os

acessos devem ser feitos dentro

da faixa de domínio da rodovia.

Tráfego e operação de máquinas e equipamentos

Haverá considerável aumento do

tráfego de máquinas pesadas e

veículos durante a instalação do

empreendimento.

Desmatamentos e limpezas de terreno

Consistem na remoção da vege-

tação da faixa de domínio da

rodovia, das vias de acesso, das

áreas de jazidas, bota foras e

canteiros de obra, bem como toda

área destinada a unidades de

infraestrutura.

Remoção e movimentação de material proveniente da terra-planagem

Durante as obras de terra-

planagem ocorrem atividades de

escavação, carga, transporte,

descarga, compactação e acaba-

mento, ou seja, os serviços de

remoção de terra. Os principais

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

17

impactos das obras de

terraplanagem são a aceleração

do processo erosivo e assore-

amento, a contaminação das

águas, a perda de espécies

animais e vegetais, aumento da

poluição sonora e atmosférica, a

alteração na circulação e a

descaracterização da paisagem

local.

Utilização de áreas de emprés-timo e bota fora

As operações de corte e aterro ao

longo da rodovia pressupõem a

necessidade de movimentação de

terra. Essa atividade deve ser

planejada considerando a identi-

ficação de trechos e a escolha de

ações que minimizem ao máximo

os impactos.

Execução de drenagem superficial

Os elevados e as trincheiras são

previstos com calhas de

escoamento e canais laterais para

coleta e escoamento das águas

das chuvas.

Manutenção e operação do mo-dal rodoviário

Esta etapa deverá envolver, além

das ações de inspeção preventiva

e corretiva, o monitoramento

ambiental da faixa de domínio,

cujas diretrizes serão estabele-

cidas no Programa de Monito-

ramento Ambiental.

Todas essas atividades descritas,

conforme sua natureza, poderão

provocar impactos positivos ou

negativos sobre o meio ambiente.

Os impactos serão classificados

de acordo com as fases de

instalação ou operação do

empreendimento e avaliados no

próximo item, no qual consta,

ainda, a previsão das medidas

mitigadoras sugeridas para cada

caso, correlacionando-as, sempre

que possível, aos programas

ambientais.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

18

CAPÍTULO 2

11. COMO A RODOVIA AFETARÁ O NÍVEL DE RUÍDO DA REGIÃO?

O aumento da emissão de ruídos é

decorrente do trânsito de veículos,

máquinas e equipamentos utiliza-

dos na obra. Os níveis de ruídos

serão monitorados durante todo o

processo construtivo, principal-

mente nas áreas destinadas às

estruturas de apoio, como

canteiros de obras, áreas de

empréstimo e bota fora, e áreas de

armazenamento de equipamentos.

O nível estimado de pressão

sonora, durante a construção, é da

ordem de 85 dB(A), podendo

alcançar até 96 dB(A), de acordo

com as operações desenvolvidas.

12. COMO SE CARACTERIZAM AS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS?

A qualidade

do ar na

área de

influência do trecho da BR-290 é

influenciada por dois fatores:

emissões de contaminantes

constantes no decorrer do ano e

aspectos climáticos e meteoro-

lógicos que influenciam as

condições de dispersão destes

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

19

contaminantes na atmosfera. Os

principais parâmetros meteoro-

lógicos locais que favorecem os

elevados índices de poluição do ar

são:

Alta porcentagem de calmaria;

Direção predominante dos ventos;

Ventos fracos;

Baixa frequência de precipi-tação pluviométrica em alguns períodos do ano.

De maneira geral, pode-se afirmar

que a circulação do ar em

superfície, na área de estudo, é

controlada pelas massas de ar que

atuam na região. Durante todo o

ano, sobre os continentes, a

atmosfera experimenta vários tipos

de distúrbios transientes, tanto de

origem tropical como extratropical.

A análise das emissões

atmosféricas baseou-se nos dados

do modelo atmosférico CATT-

BRAMS. As simulações foram

realizadas para os dias 29 de

setembro, 04 e 09 de outubro, e

19, 20 e 29 de novembro de 2008,

para o material particulado. Os

resultados indicaram um pequeno

aumento da taxa de emissão do

material particulado no dia 4 de

outubro de 2008, enquanto para as

demais datas os valores perma-

neceram constantes.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

20

13. COMO É O CLIMA DA REGIÃO?

Para a caracterização do clima,

foram utilizadas as normais

climatológicas do Instituto de

Pesquisas Agronômicas e dados

pertencentes à Fundação Estadual

de Pesquisa Agropecuária

(FEPAGRO), para os períodos de

1931 a 1960 e 1970 a 1990,

respectivamente. Também foram

utilizados dados da climatologia de

10 anos do modelo BRAMS

(Brazilian Regional Atmospheric

Modeling System), com suas

coordenadas centradas no

município de São Leopoldo.

Precipitação (chuvas)

O Rio Grande do Sul possui um

comportamento com estações do

ano bem definidas, com invernos

rigorosos, verões quentes e

chuvas bem distribuídas durante o

ano.

A precipitação total anual é da

ordem de 1.406 mm e 1.438 mm

para Eldorado do Sul e Cachoeira

do Sul, respectivamente. A

precipitação é bem distribuída ao

longo do ano, sendo novembro o

mês menos chuvoso para

Cachoeira do Sul e outubro, para

Eldorado do Sul, e junho o mês

mais chuvoso para os dois

municípios.

Balanço Hídrico

O balanço hídrico é o resultado da

quantidade de água que entra e

sai de uma certa porção do solo

em um determinado intervalo de

tempo.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

21

Os resultados do balanço hídrico

demonstram a ocorrência de

deficiência hídrica de dezembro a

março em Cachoeira do Sul e de

novembro a março em Eldorado

do Sul. O valor máximo de

deficiência hídrica (15,5 mm)

ocorreu em Eldorado do Sul, no

mês de janeiro.

De maio a outubro, as reservas do

solo atingem sua capacidade

máxima, ocorrendo excedente

hídrico, com valor máximo em

junho, de 130,0 mm, em Eldorado

do Sul.

Temperatura

Devido a sua localização, a região

apresenta elevada amplitude

térmica sazonal, o que determina

quatro estações bem definidas ao

longo do ano. De acordo com as

estações meteorológicas de

Cachoeira do Sul e de Eldorado do

Sul, as menores temperaturas

ocorrem nos meses de julho e as

maiores no mês de janeiro. O

verão é a estação onde são

registradas as maiores

temperaturas: em torno de 26° C.

Na primavera e no outono, as

temperaturas variam em torno de

20 e 21° C e no inverno, em torno

de 12° C.

Gráfico 1 – Temperaturas médias registradas nas estações meteorológicas de Cachoeira do Sul e Eldorado do Sul.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

22

Umidade

Umidade relativa é a relação entre

a quantidade de vapor d’água

existente no ar e a quantidade

necessária para a saturação do ar,

em condições constantes de

temperatura e pressão. A umidade

relativa do ar para a região é bem

homogênea durante o ano, com

valores menores no mês de

dezembro e os maiores no mês de

junho.

Gráfico 2 – Valores de Umidade Relativa do Ar para Eldorado do Sul e Cachoeira do Sul.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Meses

Umidade Relativa para Eldorado do Sul Umidade Relativa para Cachoeira do Sul

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

23

Velocidade e direção do vento

A velocidade e a direção do vento

determinam, em grande parte, o

tamanho e a localização da área

afetada por emissões de gases e

material particulado ocorrentes no

empreendimento, por condicionar

a dispersão de poluentes.

Observa-se que em praticamente

todas as estações do ano a

direção do vento predominante

sobre a região de estudo é de

leste-sudeste, exceto no inverno,

com ventos soprando do sul

devido à passagem dos sistemas

frontais.

Primavera Verão

Outono InvernoFigura 1 - Direção e intensidade (m/s) do vento sazonal.

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da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

24

Insolação

Insolação é o número total de

horas de energia solar que atinge

uma unidade de área da Terra.

Devido à cobertura de nuvens, a

insolação é sempre menor que a

duração efetiva do brilho solar.

Para a região, os maiores valores

de insolação foram observados

nos meses de dezembro e janeiro

e os menores valores nos meses

de junho e julho. O número de

horas de insolação mensal para o

município de Eldorado do Sul é

apresentado no Gráfico 3, a

seguir.

Gráfico 3 – Número de horas de insolação mensal em Eldorado do Sul.

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da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

25

14. COMO SÃO O RELEVO, AS ROCHAS E OS SOLOS?

O segmento da rodovia a ser

duplicado pode ser dividido em

três trechos:

Primeiro trecho, que se inicia

no km 112+300 até o km 129;

Segundo trecho, que se

estende do km 129 até o km

175;

Terceiro trecho compreendido

entre o km 175 e km 228.

O primeiro trecho tem como

principais características o relevo

plano e contínuo e a linearidade do

traçado da rodovia. Neste trecho, o

plano funcional contempla

alternativas de duplicação para

ambos os lados da rodovia.

Este trecho é constituído

exclusivamente pelas litologias

e/ou sedimentos característicos de

planície lagunar representativo das

Coberturas Cenozóicas que ocor-

rem na área.

Os solos deste trecho são extre-

mamente argilosos e hidromór-

ficos.

O segundo trecho é o mais

sinuoso dentre os três. Nele

também encontram-se as maiores

altitudes de todo o traçado, que

chegam à 180 metros de altitude

no município de Butiá.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

26

Este trecho está situado

principalmente sobre as rochas do

Complexo Metamórfico Porongos

e é constituído por solos

podzólicos relacionados direta-

mente às rochas graníticas e

gnáissicas e por planossolos

associados aos depósitos aluviais

e de planície lagunar.

O trecho 3 possui uma

sinuosidade menos pronunciada

em relação ao trecho 2. Aqui, a

altitude também é menos elevada,

estando na faixa de 100 m em

Minas do Leão.

A maior parte deste trecho

abrange as rochas vulcano-

sedimentares da Bacia do Paraná,

que por sua vez, compõe a

Unidade Geomorfológica Depres-

são do Rio Jacuí. Além disso,

condicionado pelos vales dos

arroios e drenagens existentes

ocorrem depósitos sedimentares

aluviais da Unidade Geomor-

fológica Planície Alúvio-Coluvi-

onar. Os solos que compõem o

trecho 3 são os solos podzólicos e

os planossolos. Cabe ressaltar,

ainda, que neste trecho ocorrem

as jazidas de carvão mineral,

exploradas pela Copelmi e CRM,

no município de Minas do Leão.

Estas jazidas são exploradas por

minas a céu aberto e também por

uma mina subterrânea.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

27

15. QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS RIOS INTERCEPTADOS PELO SEGMENTO DA RODOVIA A SER DUPLICADO?

O trecho da BR-290 a ser

duplicado cruza 11 cursos d’água

permanentes, sendo eles:

Arroio da Divisa;

Arroio Porteira;

Arroio Colombo;

Arroio dos Ratos;

Arroio da Porteira;

Sanga da Cascata;

Arroio Taquara;

Arroio Francisquinho;

Arroio Capivari;

Arroio Pantano Grande;

Arroio Tabatingaí.

Além desses, a rodovia cruza 3

corpos d’água intermitentes:

Sanga da Lavagem;

Sanga da Areia

Sanga do Salso

Os arroios da Divisa, Porteira, da

Porteira, Pantano Grande e

sangas da Cascata, da Lavagem,

da Areia e do Salso cruzam a

rodovia por meio de estruturas de

drenagem. Os demais arroios são

atravessados pela rodovia por

meio de pontes (sendo 2 pontes

do arroio Colombo – A e B, e 4

pontes do arroio dos Ratos – A, B,

C e D).

A área em estudo está inserida na

margem direita da bacia do baixo

Jacuí, onde a característica

principal das sub-bacias que

compõem esta margem é o relevo

ondulado a suavemente ondulado,

com pouca diferença topográfica,

áreas extensas de planície,

várzeas e banhados de grande

extensão.

De modo geral, os recursos

hídricos deste trecho caracterizam-

se pela baixa declividade dos

cursos d’água e por apresentarem

margens preservadas com

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

28

vegetação abundante. Processos

erosivos não foram identificados,

entretanto, constatou-se, em

alguns arroios, processos de

deposição sedimentar.

O arroio da Divisa cruza a BR-290

no km 133,4 por meio de 3

tubulações. Suas margens mos-

tram-se vegetadas e sem proces-

sos erosivos.

Figura 2 – Arroio da Divisa (lado direito da rodovia)

O arroio Porteira atravessa a

rodovia por meio de quatro

galerias, na região do distrito de

Parque Eldorado (Eldorado do

Sul). Suas margens encontram-se

bem vegetadas, não sendo

observados processos erosivos ou

de assoreamento.

Figura 3 – Galeria por onde passa o arroio Porteira (lado direito da rodovia)

Figura 4 – Arroio Porteira, vista do lado esquerdo da rodovia

O arroio Colombo apresenta

margens rasas e intensa

vegetação, sem evidências de

erosão ou assoreamento.

Figura 5 – Arroio Colombo B

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

29

Figura 6 – Arroio Colombo A

O arroio dos Ratos, no seu curso

principal (ponte B), apresenta, à

montante, margens rasas que em

épocas de estiagem, podem ser

visualizadas. Em todos os cursos

deste arroio, a mata ciliar é intensa

nas duas margens, não sendo

identificados processos de assore-

amento ou erosão.

Figura 7 – Montante da ponte B do arroio dos Ratos

Figura 8 – Arroio dos Ratos A

Figura 9 – Arroio dos Ratos B

Figura 10 – Arroio dos Ratos C

Figura 11 – Arroio dos Ratos D

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

30

O Arroio Taquara possui largura

com cerca de um metro e pequena

espessura do espelho d’água.

Apesar da intensa antropização da

área de entorno do arroio, não

foram identificados processos

erosivos, nem assoreamentos, em

virtude da vegetação que cobre

suas margens.

Figura 12 – Arroio Taquara

A sanga da Cascata, que deságua

no arroio Taquara, também não

apre-senta assoreamento ou

erosão. Como mostra a Figura 13,

há um pequeno represamento e

captação de água nesse corpo

d’água.

Figura 13 – Sanga da Cascata

O arroio Francisquinho possui

margens com intensa vegetação,

baixa declividade e sem evidên-

cias de processos erosivos. Entre-

tanto, processos de assoreamento

podem ser observados à mon-

tante.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

31

Figura 14 – Arroio Francisquinho

O arroio Capivari possui grande

largura com margens bem vege-

tadas e sem evidências de erosão.

Todavia, foram identificados gran-

des bancos de areia no interior do

canal, indicando processos signifi-

cativos de assoreamento, causa-

dos principalmente pelo manejo

inadequado do solo. A área de

entorno do arroio Capivari caracte-

riza-se pela presença de banha-

dos.

Figura 15 - Vista do arroio Capivari

Figura 16 – Detalhe do assoreamento no arroio Capivari

O arroio Tabatingaí não apresenta

evidências de assoreamento e

erosão. O que se observa é a

grande quantidade de aguapés e

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

32

vegetação no interior do canal. À

jusante da ponte ele acompanha

extensa área de banhado

.

Figura 17 – Arroio Tabatingaí

Para avaliar a qualidade nesses

cursos d’água, foram coletadas

amostras de água em nove

arroios: da Divisa, Porteira,

Colombo, dos Ratos, sanga da

Cascata, Taquara, Francisquinho,

Capivari, Pantano Grande e

Tabatingaí. O arroio da Porteira

não foi amostrado devido à alta

declividade do talude entre a

rodovia e o arroio, o que dificultou

o seu acesso. As amostras de

água foram analisadas pelo

Laboratório IQA (São

Leopoldo/RS). Os parâmetros

analisados foram: temperatura,

cor, turbidez, sólidos totais

dissolvidos, oxigênio dissolvido,

demanda bioquímica de oxigênio,

óleos e graxas, clorofila a, nitrato,

nitrito, nitrogênio amoniacal,

fósforo total, pH e coliformes

termotolerantes. De modo geral,

as análises indicam que esses

arroios apresentam qualidade da

água regular, com exceção dos

arroios Francisquinho e

Tabatingaí, para os quais os

resultados das análises indicaram

águas com boa qualidade. Já o

arroio Pantano Grande obteve a

pior classificação da qualidade de

suas águas (qualidade ruim).

Page 41: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

33

16. QUAIS OS SISTEMAS AQUÍFEROS PRESENTES NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO?

O trajeto da rodovia atravessa quatro sistemas aquíferos:

Sistema Aquífero Quaternário Costeiro II (qc2)

Sistema Aquífero Palermo/Rio Bonito (pr)

Aquitardos Permianos (ap)

Sistema Aquífero Embasamento Cristalino II (ec2)

Figura 18 – Porção do Mapa Hidrogeológico do estado no trecho onde será duplicada a BR 290.

Entre os aquíferos existentes ao

longo do trecho, o que poderá ser

afetado pela duplicação da

rodovia, é o sistema aqüífero

Quaternário Costeiro II. A cons-

trução da nova pista poderá

influenciar na área de recarga do

aquífero, em decorrência da

diminuição da área permeável. Os

demais sistemas aquíferos não

serão afetados pelo empre-

endimento.

Page 42: BR-290_RS .pdf

Identificação do Projeto

Título do MapaSistema hidrográfico com detalhamento da Área deInfluência Direta - Articulação 1

Fonte:

EmpreendedorDNITResponsável Técnico

EIA/RIMA BR-290/RS SEGMENTO: KM 112,3 - KM 228,0, COM115,70 KM DE EXTENSÃO

Arro

io Ta

batin

gaí

Arro

io Fr

ancis

quinh

o

Arroio S

anga d

a C

ascata

Km 198+000

Km 228+000

471 350

244

405

130

410

244

471

290

Arroio Iruí

Rio Pardo

Arroio Cap ivari

Arroio dos R

atos

Arroio Dom Marcos

Arro

io Lajeado

Arroio Ibicuara

Arroio Suti

l

Arroio T

aquara

Rio P

ardinh

o

Arroio Carvalhada

Arroio

das P

almas

Arroio do Ladrão

Arroio Pequiri

Arroio do Pinheiros

Arroio Pantano Grande

Arroio Santa Maria

Butiá

Santa Cruz do Sul

Rio Pardo

Encruzilhada do Sul

Minas do Leão

Pantano Grande

Vale Verde

Passo do Sobrado

Rio Jacuí

Rio Taquari

340.000

340.000

360.000

360.000

380.000

380.000

400.000

400.000

6.620

.000

6.620

.000

6.640

.000

6.640

.000

6.660

.000

6.660

.000

6.680

.000

6.680

.000

6.700

.000

6.700

.000

Data:

Articulação 1

IBGE, 2005; ANA, 2008; Imagens ALOS e Google, 2008; Mapa Rodoviário/RS, (DNIT; 2002).

01

0203

04

05

01

02

03

04

05

Maio/2009MRS

Estudos Ambientais

Municípios - Articulação 1

Rio Pardo

Pantano Grande Butiá

São J

erônim

o

Minas do Leão

Arroio

dos

Ratos Eldorado

do Sul

51°15'0"W

51°15'0"W

51°40'0"W

51°40'0"W

52°5'0"W

52°5'0"W

52°30'0"W

52°30'0"W

29°3

5'0"S

30°0

'0"S

30°0

'0"S

30°2

5'0"S

30°2

5'0"S

Brasil

RS

PR

SC

SPMS MG

50°0'0"W

50°0'0"W

55°0'0"W

55°0'0"W

25°0

'0"S

25°0

'0"S

30°0

'0"S

30°0

'0"S

35°0

'0"S

35°0

'0"S

OCEANO ATLÂNTICO

LegendaRodovias Estaduais Transitórias

Em implantaçãoEm pavimentaçãoImplantadaPavimentada

Rodovias Federais

ConcedidaPavimentada

EST( )/BR BR( )

p Aeroporto Campo de Pousoli Marco kilométrico

Trecho a ser duplicado BR - 290/RSFerroviaHidrografiaCidadeLimite municipalMassa d'águaAID - Área de Influência Direta do Meio Físico (1km)AII - Area de Influência Indireta do Meio Físico

Escala numérica em impressão A3Projeção: UTM

Datum: SAD69 / Zona: 22 J1:350.000

57.000 0 7.0003.500

m

Página: 34

Arro

io Ta

batin

gaí

Arroio Pantano GrandeArroio Capivari

Arroio FrancisquinhoArroio Taquara

Page 43: BR-290_RS .pdf

Identificação do Projeto

Título do Mapa

Fonte:

EmpreendedorDNITResponsável Técnico

EIA/RIMA BR-290/RS SEGMENTO: KM 112,3 - KM 228,0, COM115,70 KM DE EXTENSÃO

Arroio S

anga d

a C

ascata

Arroio

da Di

visa

km 112+300

Km 138+000

Km 168+000

401

244

13 0

470

715

7 11

713

124

709

454

717

2444 70

116

470

386

290

470

470

Arroio

Araç

á

Rio C

Arro

io Colo

mbo

Arroio do Ribeiro

Arroio dos Ratos

Arroio Gil

Arroio Suti

l

Arroio do Petim

Arroi

o dos Cachorros

Arroi

o da P

orteir

a

Arroi do Conde

Arroio Taquara

Arroio Porteira

Arroio Velhaco

Arroio

Duro

Arroio Pesqueiro

GuaíbaButiá

Taquari

Distrito Parque Eldorado

Chaqueadas

PORTO ALEGREArroio dos Ratos

Triunfo

Nova Santa Rita

São Jerônimo

Barreto

General Câmara Passo RasoCanoas

Sertão Santana

Barão do Triunfo

Barra do Ribeiro

Barra do Ribeiro

Mariana Pimentel

Pesqueiro

Rio Guaíba

Rio Jacuí

Lagoa dos Patos

Rio Taquari

Saco de Tapes

Lagoa do Cerro

Lagoa Comprida

420.000

420.000

440.000

440.000

460.000

460.000

6.620

.000

6.620

.000

6.640

.000

6.640

.000

6.660

.000

6.660

.000

6.680

.000

6.680

.000

6.700

.000

6.700

.000

Data:

Articulação 2

06

07

08

09

10

06

07

08

09

10

IBGE, 2005; ANA, 2008; Imagens ALOS e Google, 2008; Mapa Rodoviário/RS, (DNIT; 2002).

Sistema hidrográfico com detalhamento da Área deInfluência Direta - Articulação 2

LegendaRodovias Federais

ConcedidaConcedida/DuplicadaEm pavimentaçãoPavimentadaPlanejada

Rodovias Estaduais Transitórias

Em pavimentaçãoImplantadaPavimentadaPlanejada

EST( )/BRBR( )

p Aeroporto Campo de Pousoli Marco kilométrico

Trecho a ser duplicado BR - 290/RSFerroviaCidadeHidrografiaLimite municipalMassa d'águaAID - Área de Influência Direta do Meio Físico (1km)AII - Area de Influência Indireta do Meio Físico

Maio/2009MRS

Estudos Ambientais

Municípios - Articulação 2

Rio Pardo

Pantano Grande Butiá

São J

erônim

o

Minas do Leão

Arroio

dos

Ratos Eldorado

do Sul

51°15'0"W

51°15'0"W

51°40'0"W

51°40'0"W

52°5'0"W

52°5'0"W

52°30'0"W

52°30'0"W

29°3

5'0"S

30°0

'0"S

30°0

'0"S

30°2

5'0"S

30°2

5'0"S

Brasil

RS

PR

SC

SPMS MG

50°0'0"W

50°0'0"W

55°0'0"W

55°0'0"W

25°0

'0"S

25°0

'0"S

30°0

'0"S

30°0

'0"S

35°0

'0"S

35°0

'0"S

OCEANO ATLÂNTICO

Escala numérica em impressão A3Projeção: UTM

Datum: SAD69 / Zona: 22 J1:350.000

57.000 0 7.0003.500

m

Página: 35

Arroio Sanga da CascataAr

roio d

a Por

teira

Arroio

dos R

atos

Arro

io Co

lombo

Arroio Porteira

Arroio da Divisa

Page 44: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

36

CAPÍTULO 3

17. COMO SE CARACTERIZA A VEGETAÇÃO HOJE?

De acordo com o estudo do meio

biótico, a vegetação da AII

enquadra-se como pertencente a

cinco regiões fitoecológicas: Área

das Formações Pioneiras, Área de

Tensão Ecológica, Região da

Estepe, Região da Floresta

Estacional Semidecidual e Região

da Floresta Estacional Decidual.

Já a vegetação da AID foi reunida

em três categorias: Formações

Pioneiras, Formações Arbores-

centes e Formações Arbóreas.

Nas formações pioneiras são

incluídas as formações com pouca

ou nenhuma participação de

espécies arborescentes, compre-

endendo os campos e banhados.

A formação herbácea com maior

representação na AID é o campo,

que apresenta diferentes compo-

sições, dependendo do tipo de

relevo e condições do solo.

No início do trecho, onde o terreno

é perfeitamente plano, predo-

minam as lavouras de arroz.

Nessa área as gramíneas nativas

têm pouca chance de se instalar,

já que são utilizadas plantas

forrageiras cultivadas ou rege-

neram-se plantas arvenses. Nas

partes mais altas do terreno, onde

as condições não favorecem o

cultivo de arroz, predominam

espécies cespitosas (em touceira),

que atingem, em média, 1,5 metro

de altura. A espécie com maior

impacto na fisionomia destes

campos é o capim-rabo-de-boi

(Schizachyrium microstachyum).

Na medida em que avança, a

rodovia entra em uma zona de

coxilhas suaves, na altura do

município de São Jerônimo. A

atividade que concorre por espaço

passa a ser o florestamento de

eucalipto e acácia-negra.

Page 45: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

37

O campo, nestas coxilhas baixas,

é mantido baixo por ação do

pastoreio. A matriz graminácea é

formada por espécies estoloníferas

como a grama-forquilha (Paspalum

notatum), sobre o qual se distribui

uma malha mais ou menos

uniforme e espaçada de capim

barba-de-bode (Aristida spp.).

Considerando a intensa atividade

agrícola e pastoril que ocorre na

faixa da AID, o estado de

conservação dos campos

encontra-se bastante prejudicado.

As observações mais frutíferas

ocorreram justamente na faixa de

domínio da rodovia, onde o

manejo de corte, queimada e/ou

pastoreio não atinge o campo. As

espécies dominantes ao longo da

maior parte do trecho avaliado

foram o capim-caninha (Andro-

pogon lateralis), gramínea

(Sorghastrum setosum), capim-

guaçu (Saccharum angustifolius) e

capim-rabo-de-boi (Schizachyrium

microstachyum). São gramíneas

cespitosas, altas, com grande

importância fisionômica.

Figura 20 – Capim-caninha (Andropogon lateralis)

Figura 21 –Sorghastrum setosum espécie de gramínea

Figura 22 – capim-guaçu (Saccharumangustifolius)

Page 46: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

38

Figura 23 – Campo grosso, com predomínio de capim-rabo-de-boi

(Schizachyrium microstachyum), na parte mais elevada e imprópria ao cultivo do

arroz

Figura 24 – Detalhe do mesmo tipo de campo mais alto, com capim-pernambuco

(Hymenachne pernambucense) no primeiro plano e capim-rabo-de-burro (Andropogon

bicornis) ao fundo

Em meio às touceiras desenvolve-

se uma diversidade considerável

de compostas, solanáceas,

leguminosas e outras espécies.

Merecem destaque pela abun-

dância com que ocorrem:

vassoura-branca (Baccharis dracu-

nculifolia), vassoura-do-campo

(Eupatorium bupleurifolium), cam-

barazinho (E. laevigatum), vas-

sourão (E. polys-tachium), alecrim-

do-campo (Ver-nonia nudiflora),

pega-pega (Desmodium adscen-

dens), vassourinha (Verbena

litoralis), gravatá (Eryn-gium

horridum). Outras chamam a

atenção pelo aspecto ornamental,

tal como turnera (Turnera

sidoides), douradinha-do-campo

(Waltheria douradinha), kelissa

(Kelissa sp), e butiazeiro (Butia

capitata).

Figura 25 – Butiazeiro (Butia capitata)

No trecho final, entre Pantano

Grande e Cachoeira do Sul, as

espécies mais importantes são o

grama-forquilha (Paspalum nota-

tum) e o capim-caninha (Andro-

pogon lateralis). Já o espinilho

(Acacia caven) ocorre de forma

dispersa na área de Estepe

parque.

Page 47: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

39

Figura 26 – Campo limpo, típico da proximidade com a Serra do Sudeste,

dominado por grama-forquilha (Paspalum notatum) responsável pelo aspecto

gramado e capim-caninha (Andropogon lateralis) na figura com aspecto seco. Ao fundo, extensas plantações de eucalipto

Figura 27 – Aspecto do campo limpo (gramado), representante da Estepe parque, com ocorrência de espinilho

(Acacia caven)

Os banhados, assim entendidos

como ambientes formados

predominantemente por espécies

higrófitas e anfíbias, ocorrem com

certa frequência, mas atualmente

estão confinados a pequenas

manchas. A maior extensão do

ambiente palustre foi modificada

para permitir o cultivo de arroz.

Em meio às coxilhas, onde o

terreno é mais úmido e por vezes

acumula água, formam-se

ambientes úmidos totalmente

vegetados por uma capa alta de

gramíneas, compostas e cara-

guatás. Os banhados são

contínuos com os campos

adjacentes, formando uma faixa

marginal de transição suave.

Algumas espécies dos banhados

encontraram habitat favorável nos

canais de drenagem das lavouras

e nas caixas de empréstimo da

rodovia.

Figura 28 – Banhado: margaridinha-do-brejo (Senecio icoglossus)

Page 48: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

40

Figura 29 – Caraguatá (Eryngium pandanifolium), espécie comum nos

campos úmidos e banhados

As Formações arborescentes

compreendem a capoeira e o

maricazal. A capoeira é composta

pelas formações lenhosas de porte

arbustivo até arborescente.

Figura 30 – Vegetação arbustivo-arborescente da beira da rodovia

A principal representante deste

grupo ocupa os taludes da rodovia,

principalmente nos trechos em que

esta foi elevada.

Um efeito relevante desta

vegetação da beira da rodovia é

sua função de corredor ecológico.

Numa região fitoecológica em que

o campo é a matriz, esta

vegetação marginal à rodovia tem

função muito semelhante às

florestas de galeria.

As espécies mais frequentes nesta

comunidade são: vassoura-branca

(Baccharis Dracunculifolia), vas-

soura-do-campo (Eupatorium bu-

pleurifolium), aroeira-vermelha

(Schinus terebinthifolius), aroeira-

brava (Lithraea brasiliensis),

vassoura-vermelha (Dodonaea

viscosa), sete-sangrias (Sym-

plocos uniflora), leiteiro (Sapium

glandulosum), assa-peixe (Trixis

praestans), chá-de-bugre (Case-

aria silvestris), capororoca

(Myrsine laetevirens), caporo-

roquinha (Myrsine coriacea),

mamica-de-cadela (Zanthoxylum

rhoifolium). É também o sítio onde

espécies exóticas encontram

condições para se propagar, entre

as quais são importantes o ligustro

(Ligustrum japonicum), cinamomo

(Melia azedarach), ipê-mirim

(Tecoma stans), paineira (Ceiba

speciosa) e a uva-do-japão

Page 49: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

41

(Hovenia dulcis). O ipê-amarelo

(Tabebuia chrysotrycha), apesar

de ser uma espécie nativa do Rio

Grande do Sul, nesta região

fisiográfica é considerada uma

espécia introduzida com fins

ornamentais.

Figura 31 – O ipê-amarelo (Tabebuia chrysotrycha), apesar de nativa do Rio

Grande do Sul, na BR-290 pode ser considerada uma espécie introduzida

Os maricazais, formação arbus-

tivo-arborescente muito importante

na região, são comunidades em

que o maricá (Mimosa bimucro-

nata) - espécie lenhosa dominante,

para não dizer única - estabelece-

se em terrenos úmidos.

Depois de atingir a altura média

(cerca de 5 m), os espécimes

adultos provêem as condições de

proteção necessárias ao estabele-

cimento de espécies arbóreas

nativas. Têm baixa longevidade

(cerca de 15 anos), de modo que

ao final do ciclo as arvoretas

nativas e diversas do sub-bosque

dão continuidade ao processo de

sucessão.

Figura 32 – Aspecto geral de um típico maricazal, ocupando os terrenos úmidos

das baixadas

Figura 33 – Detalhe da borda de um maricazal, evidenciando a estrutura

uniestratificada

A ocorrência de maricás é um

indicativo de locais com potencial

para o estabelecimento de flores-

tas palustres.

Page 50: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

42

As principais espécies compa-

nheiras no maricazal são

margarida-das-dunas (Senecio

crassiflorus), cruz-de-malta (Lud-

wigia spp.), capim-pernambuco

(Hymenachne pernambucense),

junco (Juncus spp), pimenta-

d’agua (Polygonum hydro-

piperoides) e caraguatá (Eryngium

pandanifolium) no estrato her-

báceo-arbustivo; fumo-bravo (So-

lanum maurithianum) e capororoca

(Myrsine laetevirens) no estrato

das arvoretas; cambará-de-cipó

(Baccharis anomala) e cipó-

cabeludo (Mikania spp.) entre as

lianas; alface-d’agua (Salvinia

herzogii) e aguapé (Eichhornia

azurea) nos trechos com lâmina

d’água. Eventualmente podem ser

encontradas corticeiras-do-banha-

do (Erythrina cristagalli) e figueira-

mata-pau (Ficus luschnathiana)

junto aos maricazais.

Figura 34 – Exemplar de corticeira-do-banhado (Erythrina cristagalli) em borda de

maricazal; espécie imune ao corte

As Formações arbóreas são

formadas pela Floresta de galeria

e Floresta de encosta de

coxilha.

As florestas de galeria, na Área de

Influência Direta, pertencem à

Bacia do Jacuí, que corre paralela

à BR-290, a cerca de 20 km ao

norte.

As mais importantes são as

florestas que acompanham o

arroio dos Ratos, no município de

mesmo nome, e o arroio

Tabatingaí, no município de

Pantano Grande.

Page 51: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

43

Figura 35 – Aspecto geral da floresta de galeria no arroio dos Ratos; dossel

uniforme com presença de espécimes emergentes

As galerias de mato (Figura 36)

que margeiam esses arroios se

apresentam largas e bem

conservadas ao longo de todo o

seu curso, constituindo

importantíssimos corredores ecoló-

gicos. O arroio Tabatingaí

apresenta uma direção geral

perpendicular à rodovia (sul-norte),

enquanto o arroio dos Ratos se

desenvolve obliquamente, no

sentido sudoeste-nordeste.

A estrutura dessas matas é

bastante homogênea. Apresentam

um dossel contínuo e uniforme,

com altura média inferior a 10 m,

formado por várias espécies

arbóreas e um estrato emergente,

descontínuo, composto por uma

meia dúzia de espécies arbóreas.

Figura 36 – Aspecto do interior da floresta de galeria

As espécies arbóreas mais

comuns nessas florestas são o

chal-chal (Allophylus edulis), chá-

de-bugre (Casearia silvestris), o

branquilho (Sebastiania commer-

soniana), os guamirins (Eugenia

hyemalis, E. uruguayensis), a

pitangueira (Eugenia uniflora), o

ferrinho (Myrrhinium atropur-

pureum), o camboatá (Cupania

vernalis) e o sarandi-mata-olho

(Pouteria salicifolia). No sub-

bosque são importantes a

laranjeira-do-mato (Gymnanthes

concolor), as juruvaranas (Psy-

chotria carthagenensis, Faramea

spp.) e o quebra-foice (Calliandra

tweediei).

As espécies emergentes são o

açoita-cavalo (Luehea divaricata),

salseiro (Salix humboldtiana),

Page 52: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

44

angico (Parapiptadenia rigida),

ingá (Inga vera), jerivá (Syagrus

romanzoffiana) e as canelas

(Nectandra megapotamica, Ocotea

spp.).

Junto da calha do arroio forma-se

uma comunidade de espécies

anfíbias e aquáticas, com grande

importância ecológica, como o

marmeleiro-do-mato (Ruprechtia

laxiflora), os sarandis (Phyllanthus

sellowianus e Cephalanthus gla-

bratus), o veludo (Guettarda uru-

guensis) e, dentro da água, os

aguapés (Eichhornia azurea e E.

crassipes).

Figura 37 – Comunidade aquática associada à floresta de galeria, na calha do

curso d’água

As outras comunidades florestais

ocorrentes na AID foram

denominadas de Florestas de

Encosta de Coxilhas. São

florestas com grande diversidade

fisionômica e florística, depen-

dendo do local de ocorrência, que

ocupam os terrenos mais secos,

desde o sopé até a meia encosta

das coxilhas.

Figura 38 – Interior de floresta de encosta de coxilha em ótimo estado de

conservação

Figura 39 – Outra vista da mesma floresta, sítio da espécie Agonandra excelsa

(amarelão).

Page 53: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

45

Figura 40 – Floresta de encosta de coxilha, confinada entre plantio de eucalipto, no

início do trecho, São Jerônimo

Figura 41 – Floresta de encosta de coxilha no final do trecho, Pantano Grande

No município de Arroio dos Ratos

foi localizado um importante

remanescente deste tipo, cuja

estrutura e composição sugerem

se tratar de floresta com trechos

ainda primitivos, evidentemente

desfalcados das espécies de

madeira nobre.

No estrato arbóreo participam

espécies como guabijú (Myrci-

anthes pungens), catiguá (Trichilia

claussenii), figueiras (Ficus ces-

trifolia), cincho (Sorocea bonplan-

dii), guamirim (Myrcia glabra),

mataíba (Matayba elaeagnoides),

sucará (Dasyphylum spinescens),

aguaí-da-serra (Chrysophyllum

gonocarpum) e louro (Cordia

trichotoma), entre outras. O sub-

bosque é aberto, devido ao grande

sombreamento exercido pelo

dossel fechado. Neste sítio foi

constatada a presença de

Agonandra excelsa (amarelão),

espécie incluída na lista vermelha

da flora do Rio Grande do Sul, sob

o status de “em perigo”.

Page 54: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

46

18. COMO SE CARACTERIZA A FAUNA HOJE?

Peixes

A campanha registrou a presença

de quatro ordens, 12 famílias e 27

espécies, totalizando 267 indi-

víduos capturados. Observou-se

na amostragem, três ambientes

bem singulares: canais antrópicos

para a cultura de arroz, açudes e

rios. Ressalta-se, que a maior

diversidade foi encontrada nos

ambientes aquáticos naturais e

nestes, o impacto da duplicação

deverá ser mais intenso.

Dentre os táxons amostrados, os

lambaris A. jacuhiensis e C.

interruptus foram as espécies com

maior número de exemplares

capturados. Os lambaris desem-

penham uma importante função na

manutenção do equilíbrio da

produtividade forrageira para as

espécies de maior porte e de valor

econômico.

Figura 42 – Exemplar de lambari (A. jacuhiensis)

Figura 43 - Exemplar de lambari (C. interruptus)

A família Curimatidae foi

representada por C. voga, peixe

com nome popular de birú, em

quantidade expressiva na

amostragem.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

47

Figura 44 – Exemplar de birú (C. voga)

Outro representante da ordem

Characiformes capturado foi

Hoplias malabaricus, conhecida

como traíra. Esse peixe piscívoro

constrói ninhos junto à vegetação

marginal onde cuida da sua prole.

Chama atenção a estrutura etária

dos exemplares de traíra – exem-

plares jovens com diversos

comprimentos, sub-adultos e adul-

tos.

Figura 45 – Diferentes faixas etárias de traíra (H. malabaricus)

A espécie charutinho (Pyrrhulina

australis) caracteriza-se por

sobreviver em ambientes pouco

oxigenados, apresenta pequeno

porte, alcançando na vida adulta

até 60 mm. (Nakatani et al., 2001).

Figura 46 – Charutinho (P. australis)coletado na área do estudo

Os Siluriformes, peixes de couro

ou placas ósseas, foram

representados nas amostragens

por 11 espécies, tendo como

espécie mais abundante o mandi

(Parapimelodus nigribarbis). O

Rineloricaria sp. é popularmente

conhecida como viola, habita os

fundos dos cursos d’água

buscando abrigo entre rochas e

pedaços de madeira submersos.

Representantes deste grupo

muitas vezes podem ser

encontrados no mercado aquário-

filístico em Porto Alegre.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

48

Figura 47 – Exemplar de viola (Rineloricariasp)

O cascudo (Hypostomus commer-

soni) foi outro representante cole-

tado do grupo dos Siluriformes. A

sua captura foi com rede de

espera. Esta espécie, com ampla

distribuição no Rio Grande do Sul,

pode alcançar tamanhos consi-

deráveis e que em determinadas

áreas do estado são apontadas

como recurso pesqueiro (Milani,

2005).

Figura 48 – Exemplar de cascudo (H.commersoni)

A espécie Corydoras paleatus é o

gênero mais comum dentro da

família Callichthyidae, sendo

conhecidos como limpa-fundo no

mercado aquariofilístico.

Figura 49 – Exemplar macho de limpa-fundo (C. paleatus)

Uma espécie de Cyprinidon-

tiformes foi capturada na área da

futura duplicação. A espécie

Cynopoecilus melanotaenia são

peixes que possuem um ciclo de

vida anual e vivem em ambientes

alagadiços. Seu ciclo constitui

basicamente de reprodução nas

estações chuvosas e morte no

período de estiagem, sendo que

seus ovos permanecem enter-

rados, vindo a eclodir com o

retorno das chuvas (Koch et al.,

2000).

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

49

Figura 50 – Exemplares de C. melanotaenia

A ordem Perciformes teve três

espécies capturadas na área do

estudo, Australoheros facetus

(cará), Geophagus brasiliensis

(cará) e Crenicichla lepidota

(joana), sendo a primeira espécie

a mais abundante, com 10

indivíduos. Os carás e joanas,

como são conhecidos os gêneros

Australoheros, Geophagus e

Crenicichla sp. pertencem à família

Cichlidae e são comuns em

ambientes de água parada, como

lagoas marginais e remansos nas

margens dos rios.

Figura 51 – Um exemplar de cará A. facetum e outros dois de Characidium

pterostictum

Figura 52 – O cará G. brasiliensis

Figura 53 – Indivíduo jovem de C. lepidota, conhecida popularmente como Joana

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

50

Anfíbios

Nos levantamentos de campo

realizados foram identificadas 23

espécies de anuros pertencentes a

seis famílias. Ao longo de todo o

estudo, observou-se que as

propriedades limítrofes à estrada

possuem áreas úmidas artificiais

(em grande parte arrozais) ou

naturais (várzeas de arroios ou

rios). Nas áreas de arrozais foram

encontradas cinco espécies em

atividade e vocalizando: perereca-

ampulheta (Dendropsophus mi-

nutus), perereca-trepadora (Hyps-

iboas pulchellus), perereca-ronca-

dora (Scinax granulatus), pere-

reca-focinhuda (Scinax squali-

rostris) e rã-gato (Physalae-mus

gracilis). Nas áreas de várzea

próxima aos rios Tabatingaí e

Capivari foram encontradas

espécies típicas de áreas

palustres, como rã-saltadora

(Leptodactylus gracilis), rã

(Leptodactylus latinasus), rã-

manteiga (Leptodactylus ocella-

tus), rã-boiadeira (Pseudis minuta)

e rãzinha (Pseudopaludicola

falcipes). A rã-cachorro (Physa-

laemus cuvieri) e a rã (Physa-

laemus riograndensis) foram

identificadas pela vocalização em

áreas alagadas próximos aos

trevos de acesso dos municípios

de Butiá e Minas do Leão. As

espécies das famílias Bufonidae,

Hylidae, Leptodactylidae e Leiu-

peridae, exceto rã-manteiga (Lep-

todactylus ocellatus) foram encon-

tradas vocalizando ao longo de

toda a extensão da estrada.

As espécies encontradas nesse

levantamento são típicas de áreas

abertas de pequena altitude

abundantes em formações

pioneiras. Estas espécies são

generalistas ecologicamente, po-

dendo fazer uso e capazes de se

estabelecerem em fragmentos de

pequeno porte ou em campos

alterados.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

51

Figura 54 – Exemplar de perereca-trepadora (Hypsiboas pulchellus)

Répteis

Nos levantamentos de campo

realizados foram identificadas 16

espécies de répteis, das quais

duas são serpentes pertencentes à

família (Colubridae) e dois lagartos

representantes de Teiidae e

Anguidae. Entre as serpentes, um

juvenil de muçurana (Boiruna

maculata) foi encontrado durante

os transectos noturnos às margens

da rodovia próxima ao rio

Tabatingaí. Foram avistados

também três indivíduos da papa-

pinto (Philodryas patagoniensis),

dois indivíduos de teiú

(Tupinambis teguixim), em áreas

de campo próximas à cidade de

Pantano Grande. A cobra-de-vidro

(Ophiodes striatus) foi identificada

com base em restos do torso de

um indivíduo adulto no

acostamento a cinco metros da

ponte sobre o Rio Capivari.

Figura 55 – Exemplar de muçurana (Boiruna maculata)

Aves

Durante o estudo, foram regis-

tradas 129 espécies distribuídas

em 44 famílias.

Figura 56 – Indivíduo de polícia-inglesa-do-sul (Sturnella superciliaris). Uma das

espécies mais comuns na área de estudo

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

52

Figura 57 – Maguari (Ciconia maguari)

Figura 58 - Concentração de colhereiros (Platalea ajaja) em lavouras de arroz

Figura 59 – Grande concentração de aves, próximas à plantação de arroz

A maioria das espécies registradas

é insetívora (51 espécies), as

demais são onívoras (18

espécies). Muitas espécies

registradas na área destacam-se

principalmente por estarem

associadas à áreas de plantação

de arroz com áreas alagadas,

como a polícia-inglesa-do-sul

(Sturnella superciliaris), o garibaldi

(Chrysomus ruficapillus), a

caraúna-de-cara-branca (Plegadis

chihi), tapicuru-de-cara-pelada

(Phimosus infuscatus) e anatídeos.

Em todo o percurso da BR-290

encontram-se também colum-

bídeos como a rolinha-roxa (Co-

lumbina talpacoti) e rolhinha-picuí

(C. picui).

Mamíferos

Foram registradas na área de

estudo um total de 26 espécies de

mamíferos pertencentes à sete

ordens, sendo a ordem mais

abundante a Rodentia, com 12

espécies, seguida da ordem

Carnívora, com 9 espécies. As

ordens Primates, Didelphimorphia,

Xenarthra, Artiodactyla e Lago-

morpha apresentaram uma espé-

cie cada.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

53

Figura 60 – Bugio-ruivo registrado em mata ciliar

Figura 61 – Ninho de ratão-do-banhado

Figura 62 – Rato-do-banhado Scapteromys tumidus

Figura 63 – Rato-do-mato Calomys laucha

Foram capturadas seis espécies

de pequenos mamíferos perten-

centes à família Cricetidae: rato-

do-focinho-longo (Oxymycterus

nasutus), rato-do-mato (Oligo-

ryzomys nigripes), rato-do-chão

(Akodon montensis), rato-do-mato

(Oligoryzomys flavescens), rato-

do-mato (Calomys laucha) e rato-

do-banhado (Scapteromys tumi-

dus). O rato-do-focinho-longo

(Oxymycterus nasutus) foi à

espécie mais abundante (14

indivíduos) seguida do rato-do-

mato (Oligoryzomys nigripes) (13

indivíduos) e do rato-do-chão

(Akodon montensis) (8 indivíduos).

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

54

19. QUAL A INTERFERÊNCIA DA RODOVIA SOBRE OS ANIMAIS SILVESTRES?

A principal interferência das

rodovias sobre os animais

silvestres são os atropelamentos.

Segundo o DNIT/IME, 2004, os

atropelamentos ocorrem em

função de dois aspectos principais:

A rodovia corta o habitat de

determinadas populações

de animais interferindo no

deslocamento das espécies;

Os grãos que caem dos

caminhões se tornam

atrativos para a fauna, que

se aproxima da rodovia. O

atropelamento do animal e,

consequentemente, sua

decomposição terminam por

atrair presença de animais

carnívoros, criando-se um

ciclo de atropelamento.

Especificamente sobre as aves,

elas se movimentam ao longo das

rodovias forrageando grãos. A

maioria das mortes nas rodovias

ocorre com espécies que

convivem bem com perturbações

humanas (Bennett, 1991). Estas

espécies compensam as taxas de

mortalidade pela alta taxa

reprodutiva que elas possuem

(Hodson e Snow, 1965). Dessa

forma, tem-se uma situação na

qual o impacto negativo, embora

presente possui baixa magnitude e

importância.

Com exceção da aracuã, que é

menos abundante, as outras

espécies de aves possuem caráter

gene-ralista e ampla distribuição

no estado do Rio Grande do Sul

(Belton, 1994). Durante o estudo

do meio biótico foram registradas

dez espécies de aves atropeladas:

canário do campo (Emberizoides

herbicola), bem-te-vi (Pitangus

sulphuratus), anu-branco (Guira

guira), aracuã (Ortalis guttata), anu

preto (Crotophaga anu), (Sicalis

flaveola), juriti-pupu (Leptotila

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

55

verreauxi), canário-de-terra-verda-

deiro (Sicalis flaveola) e sabiá-

laranjeira (Turdus rufiventris).

Figura 64 – Anu-preto (Crotophaga ani) recém atropelado

Figura 65 – Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) atropelado

Figura 66 – Canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola)

Figura 67 – Canário-do-campo

Dos mamíferos, dentre as

espécies atropeladas, somente

uma, a lontra (Lontra longicaudis),

consta no Livro da Fauna

Ameaçada de Extinção do Rio

Grande do Sul e do Brasil, de

acordo com Fontana et al. (2003) e

Machado et al. (2005). Do total de

indivíduos atropelados, o gambá-

de-orelha-branca (Didelphis albi-

ventris) foi a espécie com maior

número de indivíduos atropelados

(42,4%) seguida do zorrilho

(Conepatus chinga) (24,2%).

O maior número de atrope-

lamentos (24,2%) ocorreu no

percurso entre os quilômetros 199

e 213,5. O segundo maior número

de atropelamentos (18,1%)

ocorreu no percurso 112 – 126,5

km. O menor número de atropela-

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

56

mentos (3%) ocorreu no percurso

dos quilômetros 213,5 – 228.

Foram registrados atropelamentos

tanto em áreas de campo como

em áreas florestais e urbanas, de

Didelphis albiventris (gambá-de-

orelha-branca), Lontra longicaudis

(lontra), Dasypus novemcinctus,

Myocastor coypus, Lycalopex

gymnocercus, Cavia magna,

Conepatus chinga (zorrilho), entre

outros.

Figura 68 – Lontra (Lontra longicaudis)atropelada

Figura 69 – Ratão-do-banhado (Myocastor coypus) atropelado

Figura 70 – Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) atropelado

Figura 71 – Zorrilho (Conepatus chinga)atropelado

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

57

Figura 72 – Graxaim-do-campo (Lycalopex gymnocercus) atropelado

Figura 73 – Preá (Cavia magna) atropelada

20. QUAIS AS ESPÉCIES BIOINDICADORAS ENCONTRADAS?

Espécies indicadoras têm sido

utilizadas há décadas como

‘termômetros’ de condições ambie-

ntais, como sinalizadores da quali-

dade do ar, de água ou ainda, da

qualidade do solo para a

agricultura. O uso de indicadores

biológicos gradualmente vem se

tornando uma ferramenta essen-

cial em medidas de conservação,

pois quando bem realizado fornece

informações fiéis à realidade,

tornando os processos de moni-

toramento mais ágeis, econô-

micos e eficazes. Muitos grupos de

plantas e invertebrados têm sido

sugeridos como indicadores de

monitoramento de integridade e

diversidade de habitats.

A definição mais geral de espécie

indicadora é um organismo cujas

características (presença ou

ausência, densidade populacional,

dispersão, sucesso reprodutivo,

entre outras) são usadas como um

índice de outros atributos que são

muito difíceis, inconvenientes ou

onerosos de se medir.

O estudo do meio biótico da região

de entorno da BR-290 revelou que

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

58

as aves e os mamíferos foram os

que mais sofreram com os

impactos decorrentes da

existência da rodovia, até o

momento. Esse impacto

aumentará com a duplicação do

trecho da rodovia. Desse modo,

pesquisas realizadas a longo

prazo nesses grupos são

necessárias para avaliação das

variações sazonais de suas

populações, relacionando-as com

o efeito específico da rodovia,

possibilitando a seleção de grupos

ou até mesmo de uma espécie de

ave ou mamífero que sirva como

bioindicadora da qualidade ambi-

ental.

Entre os anfíbios, os anuros, de

forma geral, são tidos como bons

indicadores, devido ao seu ciclo de

vida duplo (com a fase larval em

ambiente aquático e fase juvenil e

adulta em ambiente terrestre) e

por suas características fisio-

lógicas, como pele permeável, os

tornam sensíveis a alterações

ambientais (Semlitsch, 2003).

Porém algumas espécies de

hábitos generalistas podem se

favorecer com a alteração de

ambientes, principalmente espé-

cies campestres. As espécies cita-

das para a área do empreen-

dimento apresentam hábitos gene-

ralistas e populações relativamen-

te grandes. Além disso, os

ambientes que circundam a BR-

290 apresentam alterações

significativas das vegetações

originais, estando amplamente

modificadas em campos e açudes

artificiais. Logo, as espécies

ocorrentes nas áreas se mostram

adaptadas aos impactos já

causados pela criação da BR-290

e pelas propriedades que a

circundam. Desta forma, os

estudos de monitoramento devem

ser focados nas populações de

hylideos (pererecas), uma vez que

suas populações são mais

dependentes de substratos

arbustivo-arbóreos para seus

eventos reprodutivos que as

demais famílias. Devido o encontro

de répteis ser eventual (Franco et

al., 2002), seu uso como

bioindicador é pouco indicado.

Page 67: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

59

Em relação aos bioindicadores da

flora, para o monitoramento da

qualidade ambiental após a

realização da obra de duplicação

do trecho da rodovia, é possível se

basear em indicadores muito mais

simples. Neste caso, a presença

de espécies características das

comunidades originais é um bom

balizador, assim como a presença

de espécies invasoras atestam

problemas na regeneração.

A cobertura vegetal original, na

área de influência direta da BR-

290, era composta por campos,

áreas úmidas e florestas de

galeria. No Quadro 1 são

apresentadas as espécies que

podem servir de indicadoras da

manutenção e melhoramento da

qualidade destas comunidades.

Quadro 1 - Espécies sugeridas para monitorar a recomposição e melhoramento das comunidades naturais, na área diretamente afetada e entorno de trecho da BR-290

Grupo Espécies Tipo de efeito que as plantas indicam

Espécies Florestais

Citharexylum montevidensisParapiptadenia rigida

Syagrus romanzoffianaMyrcia glabra

Myrcianthes giganteaMyrcianthes pungens

Indicam a presença de remanescentes bem conservados nas proximidades, e/ou presença de fauna silvestre capaz de

dispersar as sementes.

Espécies Campestres

Gramíneas cespitosas(Andropogon, Aristida,

Schizachyrium, Saccharum, Elionurus, Panicum)

Indicam a recuperação dos campos nativos, criando condições para o estabelecimento de

várias outras espécies mais exigentes.

Espécies de Áreas Úmidas

Hymenachne pernambucensis

Panicum grumosumEryngium pandanifolium

Senecio bonariensis

Indicam a manutenção das áreas úmidas, em condições para o estabelecimento de várias

outras espécies mais exigentes.

Espécies Exóticas

Ligustrum sppCeiba speciosaEragrostis plana

Typha dominguensis

Indicam má qualidade do ambiente, uma vez que estas espécies tendem a dificultar o

estabelecimento de espécies nativas menos competitivas, e/ou alteram a fisionomia

natural.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

60

21. QUE ESPÉCIES SE ENCONTRAM NA LISTA DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO?

Do total de espécies de mamíferos

registradas, sete estão presentes

na Lista de Espécies Ameaçadas

de Extinção para o Rio Grande do

Sul (Fontana et al., 2003): a lontra

(Lontra longicaudis), o veado-

catingueiro(Mazama gouazoupira),

o bugio-ruivo (Alouatta guariba

clamitans), a cutia (Dasyprocta

azarae), o gato-mourisco (Herpa-

ilurus yaguarondi), o gato-do-mato-

pequeno (Leopardo tigrinus) e o

quati (Nasua nasua), todas

inseridas na categoria vulnerável e

protegidas no estado do Rio

Grande do Sul pelo Decreto

Estadual n°41.672 de 4 de junho

de 2002.

A única espécie de mamífero

presente na Lista de Espécies

Ameaçadas de Extinção para o

Brasil (Machado et al., 2005) foi o

gato-do-mato-pequeno (Leopardo

tigrinus), inserida na categoria

vulnerável e protegidas no Brasil

pelas Instruções Normativas n° 3,

de 27 de maio de 2003 e n° 5, de

21 de maio de 2004.

Dentre as espécies de aves,

peixes e anfíbios registradas, ne-

nhuma está presente nas Listas de

Espécies Ameaçadas de Extinção

do Rio Grande do Sul e/ou do

Brasil.

Dentre os répteis, apenas a Cala-

modontophis paucidens, uma

espécie de serpente, se encontra

na categoria de ameaçada

vulnerável, compondo a Lista de

Espécies Ameaçadas de Extinção

do Rio Grande do Sul (Di-Bernardo

et al., 2003).

Page 69: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

61

22. QUAIS AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NAS PROXIMIDADES DO TRECHO DA RODOVIA A SER DUPLICADO?

No trecho da BR-290 a ser

duplicado, as únicas UC’s

inseridas na Área de Influência

Indireta do empreendimento é o

Parque Estadual do Delta do Jacuí

e a APA Estadual do Delta do

Jacuí, com limite sul distando

cerca de 6 km ao norte do

segmento rodoviário e com limite

oeste situado a cerca de 3 km do

início do segmento. Segundo a

Secretaria de Meio Ambiente do

Estado do Rio Grande do Sul

(SEMA/RS), o Plano de Manejo

dessas UC’s está em fase de

elaboração.

Unidades de Conservação (UC) são espaços ambientais que têm

importantes características naturais e são legalmente instituídos pelo

poder público com objetivos de conservação. Possuem limites definidos e

existem sob um regime especial de administração, ao qual se aplicam

garantias adequadas de proteção.

Page 70: BR-290_RS .pdf

Identificação do Projeto

Título do MapaUnidades de Conservação

Fonte:

EmpreendedorDNITResponsável Técnico

EIA/RIMA BR-290/RS SEGMENTO: KM 112,3 - KM 228,0, COM115,70 KM DE EXTENSÃO

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128 km116 km

44 km

57 km

75 km

25 km 40 km

108 km110 km

126 km128 km

111 km121 km

135 km

95 km

95 km

6 km

Parque Estadual do Podocarpus

Parque Estadual do Podocarpus

Parque Estadualdo Camaquã

Parque Nacional da Lagoa do Peixe

Parque Estadualdo Itapuã

Parque EstadualDelta do Jacuí APA do Banhado Grande

Ref. de Vida Silv. Ban. dos Pachecos

Reserva Biológicada Serra Geral

Parque do Caracol Floresta Nacional de Canela

Parque Estadualdo Tainhas

Floresta Nacional de São francisco de Paula

Reserva Biológica Est. Mata Paludosa

APA Rota do Sol

Estação Ecológica Estadual Aratinga

Parque Nacional da Serra Geral

Parque Nacional Aparados da Serra

Parque Nacionalda Serra Geral

141 km

APA Delta do Jacuí Imbé

Tunas

Muçum

BarãoSério

Feliz

Ivoti

Tabaí

Butiá

Tapes

Lagoão

Canela

Maratá

Parobé

Portão

EsteioOsório

CANOAS

Guaíba

Putinga

Relvado

Capitão

Segredo GramadoColinas

IbaramaLajeado TupandiEstrela

Sinimbu

Araricá

RolanteTaquaraMaquiné

Taquari

Triunfo

Camaquã

Cristal

Tavares

Canguçu

IlópolisCotiporã

Teutônia

HarmoniaPaveramaBrochier

Riozinho

Glorinha

GRAVATAÍ

ALVORADA

Cidreira

Chuvisca

Arambaré

EncantadoProgresso Garibaldi

ImigranteVale Real

Herveiras

Igrejinha

SapirangaCampo Bom

Vera Cruz

Xangri-lá

TramandaíRio Pardo

Mostardas

São MarcosAnta Gorda

Nova Pádua

Pouso Novo

Roca Sales

Alto Feliz

SobradinhoPassa Sete Linha Nova

Nova Hartz

Candelária Montenegro

Vale Verde

Veranópolis

FARROUPILHA

Travesseiro

Três CoroasMato Leitão

Vale do SolPareci Novo

Charqueadas

Santa Tereza

Praia GrandeNova Bréscia

Pres. LucenaMorro Reuter

Cerro Branco

Novo Cabrais São Leopoldo

CachoeirinhaSão Jerônimo

Dois Lajeados

Barros Cassal

CAXIAS DO SULEstrela Velha

São Vendelino

Bom Princípio

NOVO HAMBURGO

Minas do Leão

Dom Feliciano

Cambará do SulDoutor Ricardo

Gramado XavierCarlos Barbosa

Arroio do Meio

Poço das Antas

Venâncio AiresEstância Velha

Paraíso do Sul

Capão da Canoa

General Câmara

Pantano Grande

Sertão Santana

Fontoura XavierFlores da Cunha

Bento Gonçalves

Arroio do TigreNova Petrópolis

Salvador do Sul

Cruzeiro do Sul Três Forquilhas

Lindolfo Collor

Arroio Teixeira

Nova Santa Rita

Eldorado do Sul

Capivari do Sul

Palmares do Sul

Amaral Ferrador

Nova Roma do Sul

Marques de SouzaBoa Vista do Sul

Fazenda Vilanova

Passo do Sobrado

Cachoeira do Sul

Arroio dos Ratos

Balneário Pinhal

Barra do Ribeiro

Mariana PimentelBarão do Triunfo

Sentinela do Sul

Monte Belo do Sul

Boqueirão do Leão

Bom Retiro do Sul

Capela de SantanaSanta Cruz do Sul

São José do Herval

São Pedro da Serra

Santa Clara do Sul

São Valentim do Sul

Encruzilhada do SulCerro Grande do Sul

São Lourenço do Sul

São Sebastião do Caí

Santana da Boa Vista

Santo Antônio da Patrulha

PORTO ALEGRE

116

471

101

290

287

453

153

470

481

392

386

386

453

453

470

116

153

287

471

290

453

116

101

470

470

116

471

101

290

287

453

153

470

481

392

386

386

470

287

470

290

453

153

471

101

453

470

116

116

300.000

300.000

340.000

340.000

380.000

380.000

420.000

420.000

460.000

460.000

500.000

500.000

540.000

540.000

580.000

580.000

6.560

.000

6.560

.000

6.600

.000

6.600

.000

6.640

.000

6.640

.000

6.680

.000

6.680

.000

6.720

.000

6.720

.000

6.760

.000

6.760

.000

Data:

IBGE, 2005; ANA, 2008; GEOFEPAM, 2005;Mapa Rodoviário/RS, (DNIT; 2002).

Legenda!. Cidade!. Capital

C Portoso Aeroporto Internacionalp Aeroporto Campo de Pouso

Estado de Santa Catarina/SCTrecho a ser duplicado BR - 290/RS

FerroviaRodovia FederalRodovia EstadualLimite municipalHidrografiaMassa d'água

Unidades de ConservaçãoÁrea de Proteção AmbientalEstação Ecológica Floresta Nacional Parque EcológicoRefúgio de Vida Silvestre Reserva Biológica

Municípios

Rio Pardo

Pantano Grande Butiá

São J

erônim

o

Minas do Leão

Arroio

dos

Ratos Eldorado

do Sul

51°15'0"W

51°15'0"W

51°40'0"W

51°40'0"W

52°5'0"W

52°5'0"W

52°30'0"W

52°30'0"W

30°0

'0"S

30°0

'0"S

30°2

5'0"S

30°2

5'0"S

Brasil

RS

PR

SC

SPMS MG

50°0'0"W

50°0'0"W

55°0'0"W

55°0'0"W

25°0

'0"S

25°0

'0"S

30°0

'0"S

30°0

'0"S

35°0

'0"S

35°0

'0"S

OCEANO ATLÂNTICO

Escala numérica em impressão A3Projeção: UTM

Datum: SAD69 / Zona: 22 J1:1.000.000

520 0 2010

km

MRS Estudos Ambientais

Maio/2009

Página: 62

Page 71: BR-290_RS .pdf

Identificação do Projeto

Título do MapaUnidades de Conservação - Articulação A

Fonte:

EmpreendedorDNITResponsável Técnico

EIA/RIMA BR-290/RS SEGMENTO: KM 112,3 - KM 228,0, COM115,70 KM DE EXTENSÃO

Municípios - Articulação A

Rio Pardo

Pantano Grande Butiá

São J

erônim

o

Minas do Leão

Arroio

dos

Ratos Eldorado

do Sul

50°50'0"W

50°50'0"W

51°15'0"W

51°15'0"W

51°40'0"W

51°40'0"W

52°5'0"W

52°5'0"W

29°3

5'0"S

30°0

'0"S

30°0

'0"S

30°2

5'0"S

30°2

5'0"S

Parque Estadual Delta do Jacuí

APA Delta do Jacuí

km 112+300

118

040

020

030

124

244

454

010

401

709

116

290

386

Rio Guaíba

Rio Jacuí

APA do Banhado Grande

Ref. de Vida Silv. Ban. dos Pachecos

Rio C

Arroio do Petim

Rio dos Sinos

Arroi do Conde

PORTO ALEGRE

CanoasGravataí

Alvorada

Viamão

Guaíba

Esteio

Cachoeirinha

Sapucaia do Sul

Nova Santa Rita

São LeopoldoSão Leopoldo

Passo Raso

Pesqueiro

Barra do Ribeiro

Barra do Ribeiro

452.000

452.000

460.000

460.000

468.000

468.000

476.000

476.000

484.000

484.000

492.000

492.000

500.000

500.000

508.000

508.000

6.656

.000

6.656

.000

6.664

.000

6.664

.000

6.672

.000

6.672

.000

6.680

.000

6.680

.000

6.688

.000

6.688

.000

6.696

.000

6.696

.000

6.704

.000

6.704

.000

Data:

IBGE, 2005; ANA, 2008; GEOFEPAM, 2005;Mapa Rodoviário/RS, (DNIT; 2002).

Escala numérica em impressão A3Projeção: UTM

Datum: SAD69 / Zona: 22 J1:200.000

54.000 0 4.0002.000

m

Brasil

RS

PR

SC

SPMS MG

50°0'0"W

50°0'0"W

55°0'0"W

55°0'0"W

25°0

'0"S

25°0

'0"S

30°0

'0"S

30°0

'0"S

35°0

'0"S

35°0

'0"S

OCEANO ATLÂNTICO

MRS Estudos Ambientais

Maio/2009

Página: 63

EST( )/BR BR( )

LegendaRodovias Estaduais Transitórias

ConcedidaDuplicadaEm pavimentaçãoPavimentadaPlanejada

Rodovias FederaisConcedidaConcedida/DuplicadaDuplicadaPavimentada

o Aeroporto Internacionalp Aeroporto Campo de Pousoli Marco kilométrico

Trecho a ser duplicado BR - 290/RSFerrovia

CidadeHidrografiaLimite municipalMassa d'água

AID - Área de Influência Direta do Meio Biótico (2,5km)AII - Área de Influência Indireta do Meio Biótico (25km)

Unidades de ConservaçãoParque Estadual Delta do JacuíRef. de Vida Silv. Ban. dos PachecosAPA do Banhado GrandeAPA Delta do Jacuí

Page 72: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

64

CAPÍTULO 4

23. QUAL A POPULAÇÃO ATUAL DA ÁREA, COMO ELA SE CARACTERIZA E QUAL A SUA CONDIÇÃO DE VIDA?

Dentre os municípios do

empreendimento, Rio Pardo tem a

maior população absoluta (37.701

habitantes). Todos os municípios

da Área de Influência Indireta são

classificados como pequenos, mas

formam uma rede urbana

integrada. Eldorado do Sul, pela

origem da região metropolitana,

tem relação direta com Porto

Alegre, e muitos de seus

moradores se deslocam diária-

mente para estudar e/ou para

trabalhar na capital do estado. O

mesmo não ocorre com os demais

municípios que, pela distância da

capital e pela origem de eman-

cipação, têm maior proximidade

hierárquica com São Jerônimo (no

caso de Butiá, Arroio dos Ratos e

Minas do Leão) e Rio Pardo (no

caso do município de Pantano

Grande).

Dentre os municípios com áreas

urbanas na Área Diretamente

Afetada, a maior população é a de

Eldorado do Sul, com 30.766

habitantes, e a menor é a de

Minas do Leão, com 7.673 habi-

tantes. A Tabela 4, a seguir, apre-

senta a população absoluta dos

municípios da Área de Influência

Indireta.

Tabela 4 – Número de Habitantes na AII

Municípios População absoluta

Eldorado do Sul 31.316

Arroio dos Ratos 13.619

São Jerônimo 20.506

Butiá 19.717

Minas do Leão 7.728

Rio Pardo 37.704

Pantano Grande 9.816

Page 73: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

65

Quanto à distribuição da

população rural e urbana, Butiá,

Minas do Leão e Arroio dos Ratos

apresentam população urbana

acima dos 90%. Já os municípios

de Pantano Grande e Eldorado do

Sul apresentam taxa de

urbanização próxima de 70%.

A distribuição da população por

sexo apresenta equilíbrio de

gênero, com pequena diferença

que não compromete a demografia

dos municípios. A distribuição por

faixa etária fica mais

desequilibrada na idade acima de

50 anos, seguindo a tendência

nacional, com predominância de

mulheres em relação aos homens.

Observa-se que há redução

populacional na maioria dos

municípios, na faixa etária entre os

20 a 39 anos, decorrente da

migração dos jovens para áreas

com economias mais dinâmicas.

Embora a taxa de analfabetismo

na região sul do Brasil tenha um

dos menores indicadores do país,

para a realidade regional esses

valores são elevados. A taxa de

analfabetismo em São Jerônimo é

de 10,84%, enquanto que em Rio

Pardo é de 11,24%. Minas do

Leão tem um dos maiores índices,

14,78%, seguido por Pantano

Grande, com 13,75%, e Butiá, com

12,6%. Eldorado do Sul tem

índices semelhantes à região

metropolitana de Porto Alegre,

7,42%.

Em relação à infraestrutura de

saúde, São Jerônimo e Rio Pardo

são os municípios com maior

número de unidades de saúde da

Área de Influência Indireta (33 e 23

unidades, respectivamente). Eldo-

rado do Sul possui 15 unidades de

atendimento, enquanto que Butiá e

Arroio dos Ratos possuem 12 e 11

unidades, respectivamente. Já os

municípios de Pantano Grande e

Minas do Leão contam com

apenas 9 e 4 unidades de saúde,

respectivamente.

A taxa de mortalidade infantil em

São Jerônimo é a menor taxa

registradas entre todos os muni-

cípios (5,54 mortes a cada 1000

Page 74: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

66

nascimentos). Minas do Leão,

Arroio dos Ratos e Eldorado do

Sul têm taxas de mortalidade

infantil de 10,4‰, 11,02‰ e

11,83‰, respectivamente. Esses

dados, neste grupamento, são

considerados como intermediários,

e estão acima do aceitável pela

Organização Mundial de Saúde,

que é de 7‰. Pantano Grande,

Butiá e Rio Pardo têm os maiores

índices, 16,81‰, 14,44‰ e

13,95‰, respectivamente. Estes

dados demonstram condições

socioeconômicas baixas, reme-

tendo à necessidade de preven-

ção, alimentação adequada, edu-

cação e renda.

Quanto aos resíduos sólidos (lixo),

o recolhimento está sob respon-

sabilidade das prefeituras. Em

Minas do Leão, entre as cavas de

mineração a céu aberto que foram

extenuadas e recuperadas, existe

o depósito de resíduos sólidos da

mina do recreio, pertencente à SIL

- Soluções Ambientais Ltda. O

aterro sanitário possui uma área

total de 500 hectares dos quais

cerca de 40 estão sendo utilizados

na operação. Com uma capa-

cidade total para receber 13 mi-

lhões de m³ de resíduos, o aterro

tem uma vida útil estimada em 17

anos.

Em relação à coleta de lixo, Rio

Pardo recolhe 69,3% de seu lixo,

São Jerônimo, 76,1%, Eldorado do

Sul, 90,9%, Arroio dos Ratos,

89,3%, Butiá, 91,7%, Minas do

Leão, 91,5%, e Pantano Grande,

84%.

Figura 75 – Aterro sanitário em Minas do Leão.

Page 75: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

67

24. COMO É A ECONOMIA DA REGIÃO?

Nos municípios de Rio Pardo e

São Jerônimo a economia está

predominantemente ligada à

agropecuária. A indústria, o setor

de serviços e o comércio são

atividades que integram a cadeia

produtiva da agropecuária. Na

atividade industrial, predominam o

beneficiamento de produtos agrí-

colas e pecuários (carne, massas,

cereais, biscoitos, salgadinhos),

metalurgia, vestuário, esquadrias

de ferro e de madeira, móveis e

utensílios de aço. Na agricultura,

destacam-se o arroz, fumo, soja,

milho, mandioca e hortigranjeiros.

Na atividade pecuária predominam

o bovino de corte, gado leiteiro,

ovinos e peixe.

Em Eldorado do Sul, destaca-se a

orizicultura, juntamente com a

pecuária com gado de corte e a

silvicultura (devido à força da

indústria de celulose na região).

No setor industrial, a empresa

Oderich de alimentos e enlatados

é uma das mais importantes do

município. Em Eldorado do Sul,

Arroio dos Ratos, Butiá, Minas do

Leão e Pantano Grande, o setor

agropecuário representa de 24% a

36% da economia desses muni-

cípios. O setor industrial apresenta

valores mais expressivos do que

Rio Pardo e São Jerônimo, vari-

ando de 8% a 19%. O comércio

tem maior destaque, com números

variando entre 41% e 57%.

Page 76: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

68

25. QUAL A OPINIÃO DA POPULAÇÃO SOBRE A DUPLICAÇÃO DO TRECHO DA RODOVIA?

Quando questionada sobre a

duplicação do trecho da BR-290, a

população da Área Diretamente

Afetada considerou o empre-

endimento muito importante para a

região, sendo que 95% das pes-

soas entrevistadas afirmaram que

a duplicação é importante para a

comunidade.

Os fatores indicados pelos

entrevistados como positivos para

a duplicação do trecho da rodovia

foram:

Para 60% dos entrevistados, apossibilidade de redução no número de acidentes;

Para 20 %, a melhoria no fluxo de veículos;

Para 10%, a travessia de pedestres;

Os demais 10% indicaram a melhoria da sinalização do trecho.

Quanto ao questionamento sobre

as desvantagens da duplicação,

67% dos entrevistados apontaram

as desapropriações das terras no

entorno da rodovia como uma das

principais causas para se

considerar a duplicação negativa.

Já a distância até os acessos para

retorno foi a outra desvantagem

apontada pelos outros 33% dos

entrevistados.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

69

26. EXISTEM SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NA ÁREA?

De acordo com o banco de dados

do IPHAN foram identificados 1

sítio em Pantano Grande e 7 sítios

em Rio Pardo. As prospecções

realizadas na Área Diretamente

Afetada e Área de Influência

Indireta do empreendimento não

identificaram vestígios arqueo-

lógicos ao longo do trecho a ser

duplicado da BR-290.

27. EXISTE ALGUM ACAMPAMENTO DO MOVIMENTO DOS SEM TERRA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DA DUPLICAÇÃO?

Sim. O acampamento do

Movimento dos Trabalhadores

Rurais Sem Terra (MST),

denominado 1º de Abril, localiza-

se no km 130+600 da BR-290, no

município de Eldorado do Sul,

próximo ao posto de pedágio. O

acampamento está instalado

próximo à faixa de domínio da BR-

290, dentro da área não edificante

da rodovia e segue em direção à

RS-401, sentido Charqueadas,

ocupando a faixa de domínio desta

rodovia estadual.

O acampamento 1º de Abril é

caracterizado por uma população

flutuante, em média 180 pessoas e

cerca de 70 famílias, cuja

oscilação depende da estratégia

pedagógica implantada pelo

próprio MST. Observa-se que mais

de uma família divide a mesma

moradia, já que o número de

barracos não é suficiente para

todas elas.

Page 78: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

70

Figura 76 – Localização do acampamento do MST 1º de abril – km 130,6, no trevo entre a BR-290 e RS-401 (sentido Charqueadas)

As famílias do acampamento 1º de

Abril se preparam para um

assentamento definitivo, no

entanto, pretendem manter esse

local estratégico como espaço de

formação, educação e preparação

para que as pessoas possam

assumir a vivência numa terra

definitiva de assentamento.

As casas onde habitam as famílias

são estruturalmente feitas de

eucalipto retirado da fazenda

vizinha e cobertas por lona de

plástico preta, doadas por outros

assentamentos ou pelo INCRA.

Figura 77 – Acampamento 1º de Abril: moradia dos sem terra

A relação dos moradores do

acampamento 1º de Abril com os

proprietários vizinhos é harmo-

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

71

niosa. A água que o acampamento

usa pra tomar banho e lavar roupa

é do açude vizinho.

O acampamento possui atividades

intrínsecas, onde todos têm uma

obrigação a cumprir. As atividades

coletivas relacionadas à infra-

estrutura básica ou qualquer outro

tipo de frente de trabalho que se

faz necessário, é decidido em

conjunto, cabendo a todos os

moradores do acampamento a

execução das atividades.

As atividades remuneradas, em

geral, são nas frentes de trabalho

fora do acampamento. Os

acampados que saem para

trabalhar são organizados pelos

NB’s (núcleos de base) do

acampa-mento, que dividem e

separam as atividades remu-

neradas entre todos os moradores,

para que não haja uma predileção

do serviço para uma pessoa

apenas. Em geral, são atividades

agrícolas desqualificadas e itine-

rantes, e também serviço de

pedreiro, relacionados com a

população circundante. O resul-

tado financeiro desta relação de

trabalho segue a ordem de uma

economia de reciprocidade e de

solidariedade, ou seja, parte do

dinheiro recebido é entregue ao

acampamento.

Para subsistência, devido à

situação fundiária, há criação de

porcos e galinhas e uma cabeça

de gado.

Figura 78 – Galinheiro

Figura 79 – Pocilga

A escola do acampamento

também é feita de lona e não

existe instalação elétrica. É

Page 80: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

72

formada por duas salas de

aproximadamente 4x5 m cada.

Uma das salas é utilizada para

alojar os livros didáticos elabo-

rados pelo próprio MST, enquanto

a outra abriga algumas carteiras e

um quadro-negro.

Figura 80 – Sala de aula do acampamento

De acordo com a caracterização

realizada do acampamento 1º de

Abril e tendo como subsídio a

entrevista etnográfica com a

coordenação do acampamento,

constatou-se que o mesmo não

está sendo assistido pelas

políticas públicas locais ou

regionais.

Em contato com a Sra. Maria de

Lourdes da Rosa, Chefe de

Gabinete da Superintendência

Regional do Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária –

INCRA no Rio Grande do Sul, este

não possui nenhum tipo de

gerência em relação aos

acampamentos dos sem terra no

estado. As ações dirigidas aos

acampamentos limitam-se ao

cadastramento dos acampados,

como candidatos a serem

assentados e para recebimento

mensal de cestas básicas, além de

distribuição de lonas para os

barracos, nos casos em que

vendavais e temporais deixaram

as famílias desabrigadas.

Conforme o Departamento de

Obtenção do INCRA, existem

atualmente no estado 21

acampamentos cadastrados e

somente cinco áreas destinadas a

assentamento. A política do

INCRA para o assentamento se

processa por sistema de seleção

de famílias, que inclui todos os

acampamentos e todas as famílias

habilitadas, segundo os requisitos

legais. Portanto, o fato de haver

um acampamento em uma

determinada região e área

disponível para assentamento, não

significa que todas as famílias

Page 81: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

73

deste acampamento sejam

assentadas de uma só vez.

Quanto ao indicativo de

remanejamento do acampamento

1º de Abril, para áreas de

assentamento, o INCRA informou

que no ano de 2008 foram

assentadas 12 famílias na

Estância do Céu e há previsão de

que mais 5 famílias sejam

assentadas ainda em 2009, no

assentamento Fazenda 33, áreas

localizadas no município de São

Gabriel, situado no sudoeste

riograndense.

Fora isto, não há possibilidades do

INCRA intervir, visto que existe um

processo de seleção para

assentamento a ser respeitado e,

como se trata de um

acampamento, o INCRA não pode

determinar sua retirada ou

permanência em uma área,

mesmo que provisória. A

necessidade de desocupação da

área deve ser tratada diretamente

com a coordenadoria do

acampamento 1º de Abril, sendo

que todas as negociações devem

ser tratadas entre a coordenação

do acampamento e o órgão

empreendedor.

Os principais impactos do

empreendimento sobre o acam-

pamento 1º de Abril ocorrerão du-

rante a execução das obras de

duplicação do trecho da BR-290.

Poderá ocorrer desestruturação da

ordem social interna do

acampamento causada pelo

contato dos acampados com os

trabalhadores da obra. É preciso

levar em consideração que se

tratam de ambientes onde o

consumo de bebidas alcoólicas

geralmente é significativo, tendo

como consequências o aumento

da violência, roubo e prostituição.

Outro fator está relacionado à

saúde (emissão de ruídos e

poeiras); a segurança (movi-

mentação de crianças acampadas

e novos fluxos de pessoas

motivadas pela curiosidade) e

interferências na mobilidade dos

acampados.

Devido à relevância destes

impactos, este estudo indica a

Page 82: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

74

negociação com a coordenação do

acampamento, para a sua remo-

ção da área não edificante da

rodovia BR-290.

28. COMO FORAM ANALISADOS OS IMPACTOS AMBIENTAIS?

Os impactos ambientais foram

identificados considerando o meio

ambiente antes, durante e após a

duplicação do trecho da rodovia.

A partir do diagnóstico realizado,

foram identificadas as variáveis

ambientais que efetivamente e

potencialmente poderiam ser afe-

tadas pela atividade de duplicação

do trecho da rodovia.

Após a definição dos impactos,

estes foram caracterizados segun-

do critérios que auxiliaram na

análise. Estes critérios estão

explicados no quadro a seguir.

Page 83: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

75

Meio: Indica sobre qual meio – físico (F), biótico (B) ou socioeconômico (S) – o impacto irá surtir seus

efeitos. Em alguns casos o impacto poderá afetar mais de um meio simultaneamente.

Natureza: Indica quando o impacto tem efeitos benéficos/positivos (POS) ou adversos/negativos (NEG)

sobre o meio ambiente.

Forma: Como se manifesta o impacto, ou seja, se é um impacto direto (DIR), decorrente de uma ação

do Empreendimento, ou se é um impacto indireto (IND), decorrente de outro(s) impacto(s) gerado(s)

diretamente ou indiretamente por ele.

Duração: Divide os impactos em permanentes (PER) e temporários (TEM), ou seja, aqueles cujos

efeitos manifestam-se indefinidamente ou durante um período de tempo determinado.

Probabilidade: Os impactos ambientais potenciais associados às situações de risco devem ser

avaliados segundo sua probabilidade de ocorrência, conforme critérios a seguir: - Certo (C) – aquele cuja

possibilidade de ocorrência seja muito grande ou quando existam evidências de muitas ocorrências no

passado (no mínimo 1 caso em 1 ou 2 anos, por exemplo); - Provável (P) – aquele cuja possibilidade de

ocorrência seja razoável ou quando existam evidências de algumas ocorrências no passado (no mínimo

1 caso em 3 ou 4 anos, por exemplo).

Temporalidade: Diferencia os impactos segundo os que se manifestam imediatamente após a ação

impactante, caracterizando-se como de curto prazo (CP), e aqueles cujos efeitos só se fazem sentir após

decorrer um período de tempo em relação à sua causa, caracterizando-se como de médio prazo (MP) ou

longo prazo (LP).

Reversibilidade: Classifica os impactos segundo aqueles que, depois de manifestados seus efeitos, são

reversíveis (REV) ou irreversíveis (IRR). Permite identificar quais impactos poderão ser integralmente

reversíveis a partir da implementação de uma ação de reversibilidade ou poderão apenas ser mitigados

ou compensados.

Abrangência: Indica os impactos cujos efeitos se fazem sentir no local (LOC) ou que podem afetar

áreas geográficas mais abrangentes, caracterizando-se como impactos regionais (REG). Considerou-se

como efeito local àquele que se restringe às Áreas Diretamente Afetadas e de Influência Direta do

Empreendimento e, regional, aquele que se reflete na Área de Influência Indireta.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

76

Magnitude: Refere-se ao grau de incidência de um impacto sobre o fator ambiental, em relação ao

universo desse fator ambiental. Ela pode ser de grande (GRA), média (MED) ou pequena (PEQ)

magnitude, segundo a intensidade de transformação da situação pré-existente do fator ambiental

impactado. A magnitude de um impacto é, portanto, tratada exclusivamente em relação ao fator

ambiental em questão, independentemente da sua importância por afetar outros fatores ambientais.

Importância: Refere-se ao grau de interferência do impacto ambiental sobre diferentes fatores

ambientais, estando relacionada estritamente com a relevância da perda ambiental, por exemplo, se

houver extinção de uma espécie ou perda de um solo raro, embora de pouca extensão. Ela é grande

(GRA), média (MED) ou pequena (PEQ), na medida em que tenha maior ou menor influência sobre o

conjunto da qualidade ambiental local.

Significância: Foi classificada em três graus, de acordo com a combinação dos níveis de magnitude,

importância, ou seja, pouco significativo (PS), significativo (S) e muito significativo (MS). Quando a

magnitude ou a importância apresentar níveis elevados, o impacto é muito significativo; quando

apresentar níveis médios, é significativo e, finalmente, quando a magnitude e/ou a importância são

pequenas, o impacto poderá ter pouca significância.

Avaliação da Significância dos Impactos Potenciais.

Importância

Magnitude

Grande Média Pequena

Grande MS MS S

Média MS S PS

Pequena S PS PS

Convenções: MS - Muito Significativo; S - Significativo e PS - Pouco

Significativo

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

77

29. QUAIS OS IMPACTOS NA FASE DE INSTALAÇÃO DA DUPLICAÇÃO (DURANTE AS OBRAS)?

Dúvidas e Ansiedade em

Relação às Implicações do

Empreendimento

É comum que a construção de um

empreendimento de grande porte

atraia a atenção das populações

afetadas, criando um clima de

inquietação e ansiedade nas

comunidades locais. Geralmente

são dúvidas sobre os impactos

que o empreendimento acarretará

na região e quais implicações

trarão para a vida dos habitantes.

Desapropriação e reassenta-

mento

Mesmo sendo poucas as

desapropriações, os impactos são

intensos e modificam a vida das

famílias. Este impacto, se não

minimizado, pode gerar conflitos

com a comunidade.

Interferência sobre o acampa-

mento do MST 1º de Abril

Com a duplicação, haverá a

necessidade de remoção de

barracos do acampamento do

MST.

Conflitos relativos à indenização

referente à faixa de domínio

A duplicação do trecho da BR

290/RS gera a necessidade de

realocação de alguns proprietários

localizados dentro dos limites

estipulados para a faixa de

domínio, com consequente

indenização por prejuízos. Em

muitos casos o proprietário

indenizado não concorda com a

avaliação de sua propriedade, o

que gera conflitos entre este e o

empreendedor.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

78

Remoção do gasoduto entre os

quilômetros 112,3 e 130,5

A duplicação do trecho da BR-290

será realizada do lado direito da

rodovia, em virtude do maior

aproveitamento da faixa de

domínio, já que a pista existente

está localizada assimetricamente à

esquerda. Com isso, o gasoduto

localizado entre os quilômetros

112,3 e 130,5, dentro da faixa de

domínio da rodovia será removido,

afetando o fornecimento de gás

temporariamente.

Alteração no cotidiano da

população

O início das obras gera na

população mudanças no seu

cotidiano. O número de máquinas

e tratores nas pistas exige mais

atenção de quem se desloca

diariamente nessa área ou mora

no entorno da rodovia. Por isso, a

sinalização deverá ser adequada

para evitar acidentes e

atropelamentos. Outro aspecto

que tende a alterar o cotidiano

surge na expectativa dessas

populações com relação à maior

oferta de trabalho, podendo gerar

demandas e conflitos.

Interferências no tráfego devido

às obras

Durante a execução das obras de

duplicação haverá movimentação

de máquinas e execução de

serviços de terraplenagem e

pavimentação, que afetarão a

circulação de veículos e pedestres,

principalmente nas travessias

urbanas. Haverá, também, um

aumento no fluxo de veículos

pesados que abastecerão as

obras, bem como de veículos de

pequeno porte do pessoal

administrativo.

Melhoria dos Acessos Vicinais

A instalação do empreendimento

exigirá melhorias nas vias de

acesso vicinais, dada a

necessidade de transporte para os

canteiros, locais de empréstimo,

botas-fora, etc. Essa melhoria

contribuirá para a segurança do

transporte e a movimentação em

Page 87: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

79

geral das rodovias principais e das

estradas secundárias.

Aumento de Oferta de Postos de

Trabalho

A fase de instalação do

empreendimento melhorará o

mercado de trabalho local e

regional. Os empregos gerados

pela pelas obras irão beneficiar

principalmente a mão de obra não

qualificada. Esse fator gera duas

consequências para a população

local: em um primeiro momento a

redução das taxas de desem-

prego, geralmente elevadas; e em

um segundo momento, provo-

cando um efeito contrário, com

aumento nas taxas de desempre-

go pela finalização da obra.

Aumento da Renda Local

A instalação do empreendimento

irá demandar maior quantidade de

mão de obra, principalmente não-

qualificada, o que possibilita a

contratação da população local

(sedes urbanas e comunidades

imediatamente próximas à área

prevista para a instalação). Dessa

forma, possibilitará um aumento na

renda local.

Geração de Resíduos Sólidos

A instalação do empreendimento

produzirá uma quantidade signifi-

cativa de resíduos sólidos. Por

isso é importante a identificação

do tipo de resíduo gerado,

possibilitando adequações ao seu

acondicionamento e disposição

final.

Alteração na Paisagem Natural

Com relação à cobertura vegetal e

à travessia de corpos hídricos, as

alterações na paisagem referem-

se à abertura da faixa de domínio,

relacionando-se basicamente à

perda e fragmentação de áreas de

vegetação nativa (incluindo matas

ciliares).

Pressão sobre Áreas de

Preservação Permanente

Embora o projeto de duplicação

tenha sido elaborado de forma a

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

80

interferir o mínimo possível nos

remanescentes de vegetação (já

escassos), o traçado interceptará

áreas de preservação permanente

(APP).

Supressão da vegetação/ Redu-

ção da biomassa vegetal

Este impacto deverá ocorrer onde

houver a abertura da faixa de

domínio e a melhoria e abertura de

novos acessos. A remoção de

biomassa vegetal, que inclui o

corte de árvores de várias

espécies, é um impacto que

provocará alterações locais na

composição, estrutura e dinâmica

da comunidade e caracteriza-se

como um impacto permanente.

A faixa de domínio da rodovia a

ser duplicada apresenta-se, em

grande parte, coberta por florestas

em diferentes estágios de

regeneração. A paisagem da

região apresenta-se bastante

fragmentada principalmente pela

silvicultura, pecuária e agricultura

em geral. A faixa de domínio

constitui, em vários trechos, um

refúgio para o desenvolvimento da

vegetação florestal, tornando-se

importante para a manutenção de

árvores matrizes. Assim sendo, a

supressão dos remanescentes

florestais pode significar desde a

perda de diversidade genética das

espécies até extinção local de

algumas espécies. A supressão

também pode acarretar alterações

no microclima do entorno da

rodovia, além de uma maior

descaracterização da paisagem.

Alteração das Condições Natu-

rais dos Solos e Desvalorização

de suas Funções

Estes impactos ocorrerão por

causa dos desmatamentos,

destocamentos, retirada da

camada superficial, limpeza e

compactação dos solos, causando

a exposição dos solos diretamente

às ações do clima, escoamento

superficial e dos nutrientes.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

81

Criação de Ambientes Favorá-

veis à Proliferação de Vetores

Indesejáveis

Dependendo das condições em

que se encontrarem as áreas de

bota-fora de material inservível

e/ou do canteiro de obras, estas

poderão favorecer a proliferação

de vetores de doenças devido à

formação de poças d’água, por

exemplo.

As condições que favorecem a

proliferação de tais vetores são a

falta de água potável ou de

qualidade, sistema de coleta de

efluentes sanitários deficiente, falta

de controle na disposição do lixo,

canteiro de obra localizado em

área insalubre e superpopulação

do acampamento.

Carreamento de Resíduos

Provenientes da Obra para os

Corpos Hídricos

As obras poderão ter como efeito o

carreamento de resíduos para os

corpos d’água localizados nas

proximidades. Este efeito dá-se

em função dos movimentos de

terra, drenagem de areia, preparo

de asfalto, dentre outros.

Os reflexos decorrentes deste

efeito compreendem mudanças no

aspecto da água, devido ao

aumento de teor de sólidos e

turbidez, podendo trazer como

consequências, alterações na

qualidade da água e no seu uso.

Entretanto, estas ocorrências são

de baixa intensidade e deverão ter

acompanhamento de operadores

durante o processo, evitando que

assumam maiores proporções.

Instalação de Processos Ero-

sivos

A fase de construção da

duplicação demanda a movimen-

tação de terras, a abertura de

acessos internos da obra e

regularização daqueles já exis-

tentes.

Todas estas atividades, ao

removerem a cobertura vegetal e

ao subtraírem solo em diferentes

níveis, expõem horizontes mais

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

82

suscetíveis à erosão, a qual se

manifesta, inicialmente, sob a

forma de erosão laminar, podendo,

eventualmente, evoluir para

formas mais graves, represen-

tadas por sulcos, ravinas e

voçorocas.

Atropelamento e/ou colisão com

animais

Um impacto potencial consiste no

trânsito de operários e máquinas

durante a fase de implantação da

duplicação, causando o atrope-

lamento de espécies. O atropela-

mento em rodovias é causa de

mortalidade para vários animais

silvestres em todo mundo. As aves

são as principais vítimas de

colisões, principalmente em

ambientes antropizados.

Alteração da qualidade da água

O principal impacto sobre o meio

aquático a ser considerado para a

fase de implantação é a alteração

da qualidade d’água dos arroios

que cruzam a rodovia. A

movimentação de terra e a

alteração das margens destes

corpos hídricos poderão ocasionar

um incremento de sedimento,

modificando as características

físico-químicas da água como

turbidez, pH, temperatura, condu-

tividade, concentração de nutri-

entes, entre outros.

Estas alterações nas caracte-

rísticas da água interferem nos

processos de produtividade

primária, devido a alterações de

incidência luminosa, e em orga-

nismos especialmente sensíveis

às alterações da qualidade da

água.

Nos arroios amostrados, contudo,

foi identificada uma fauna

considerada tolerante a esses

tipos de alterações atenuando,

assim, a gravidade desse impacto.

Outro fator a ser considerado é a

constante lixiviação dos solos

coberto por lavouras da área de

influência direta e indireta, o que já

provoca maior acúmulo de

sedimentos nos arroios indepen-

dente das interferências das obras

de implantação da rodovia.

Page 91: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

83

As fontes de contaminação dos

corpos hídricos decorrentes das

operações de implantação da obra

podem advir de possíveis

vazamentos de produtos químicos

como combustíveis e outros

produtos utilizados na pavimen-

tação da rodovia. Apesar de serem

facilmente evitáveis, vazamentos

deste tipo poderão impactar mais

severamente a ictiofauna e outros

organismos aquáticos.

Assoreamento de corpos d’água

O nível da água em uma área

úmida é controlado por uma série

de fatores como precipitação,

inundação de rios próximos e perfil

do terreno. A retirada de

vegetação ciliar está entre as

principais causas do assorea-

mento de cursos d’água. A

instalação do empreendimento

poderá contribuir para o processo

de assoreamento dos rios devido à

supressão da vegetação da faixa

ripária, alterando assim o regime

de alagamentos em áreas

próximas.

Supressão de espécies vegetais

imunes ao corte e ameaçadas de

extinção

A duplicação do trecho da rodovia

será executada sobre a faixa de

domínio, em grande parte coberta

por florestas em diferentes

estágios de regeneração. Nestas

áreas foram identificadas espécies

vegetais imunes ao corte e

também espécies constantes da

lista da flora ameaçada de

extinção (conforme legislação

estadual), as quais serão supri-

midas.

Fragmentação de habitat

Os impactos sobre a comunidade

de anfíbios, répteis, aves e

mamíferos que serão gerados pela

construção da rodovia, através da

fragmentação e supressão de

habitats, potencializarão os

impactos que a região já vem

sofrendo ao longo dos anos

através da crescente urbanização.

Observa-se na área de estudo

alterações do habitat florestal

original pelas monoculturas

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

84

florestais como o eucalipto

(Eucalyptus sp.), o pinus (Pinus

sp.) e a acácia (Acacia sp.), pelos

cultivos de gramíneas exóticas

como a braqueária (Brachiaria sp.)

para a pecuária de subsistência,

pela utilização do solo para

agricultura e pelo crescimento da

urbanização. As áreas restritas de

florestas nativas encontram-se,

portanto, degradadas e isoladas

em pequenos fragmentos de mata

e ao longo dos cursos d’água.

Aumento da emissão de ruídos

e poeiras

Este impacto será causado pela

intensificação do tráfego de

veículos, máquinas e equipamen-

tos e pelas próprias atividades da

obra, em especial durante os

serviços de terraplanagem.

Destruição total ou parcial do

Patrimônio Arqueológico

O desenvolvimento das obras de

duplicação do trecho da BR

386/RS, ao provocar intervenções

no terreno, poderá resultar em

alterações nos sítios arqueológicos

ali presentes. Isto se fará sentir em

todos os locais onde houver

intervenções de terreno, tanto no

trajeto da rodovia em si, como em

todas as áreas de apoio previstas,

como acessos, canteiros, em-

préstimos e bota-fora, áreas de

remanejamento de população,

entre outros. A alteração e/ou

destruição do patrimônio

arqueológico presente na área do

empreendimento provocará a

perda de informações importantes

para o conhecimento da Memória

Nacional.

Page 93: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

85

30. QUAIS OS IMPACTOS NA FASE DE OPERAÇÃO DA DUPLICAÇÃO (APÓS AS OBRAS)?

Acidentes com materiais conta-

minantes

Para os organismos aquáticos

como anfíbios e peixes, o principal

impacto, que pode ocorrer durante

a fase de operação da rodovia

duplicada é a contaminação dos

corpos d’água, devido acidentes

envolvendo veículos com carga

perigosa. Caso acidentes desse

tipo ocorram nas proximidades dos

corpos d’água, os vazamentos de

substâncias químicas irão

contaminar os ambientes aquáti-

cos podendo ter sérias conse-

quências dependendo das

substâncias presentes.

Aumento do risco de queimadas

acidentais

Nos períodos de estiagem, a

vegetação das margens da rodovia

fica sujeita à um alto risco de

incêndio, desencadeado principal-

mente por pontas de cigarro

jogadas pelos motoristas. A

duplicação do trecho da rodovia

possibilitará o aumento do volume

de tráfego, aumentando o risco de

queimadas.

Aumento da dispersão de espé-

cies exóticas

Algumas espécies exóticas com

forte potencial invasivo, bene-

ficiam-se da perturbação ambiental

criada pela supressão de

vegetação e movimentação de

terra.

Em virtude disso, a duplicação

deste trecho da rodovia tende a

incrementar a disseminação de

espécies exóticas, como por

exemplo, capim-anoni (Eragrostis

plana) e o tojo (Ulex europaeus),

causando prejuízos à economia.

Page 94: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

86

Aumento da incidência de

animais atropelados da fauna

silvestre

Os atropelamentos ocorrem

principalmente em função de dois

aspectos: a rodovia corta o habitat

das espécies e a disponibilidade

de alimentos ao longo da rodovia

serve de atrativo para a fauna.

Devido ao aumento na largura da

rodovia, espécies da herpetofauna,

avifauna e mastofauna que

necessitam de grandes áreas

florestais para sobreviver e,

portanto, atravessam a rodovia

com maior frequência ou espécies

que utilizam as áreas paralelas à

rodovia, terão maior dificuldade em

transpô-la, aumentando assim, as

possibilidades de atropelamentos.

Isso desencadeará um retrocesso

das populações naturais e o

declínio demográfico de espécies

que já possuem baixa densidade,

devido à destruição de habitats

observada na região.

Valorização do solo

Com a implantação das melhorias,

as áreas rurais com acesso a partir

da BR-290 e as áreas às margens

da rodovia poderão ser

valorizadas, com maior demanda

para a instalação de indústrias e

comércio.

Redução nos custos de

transporte

A duplicação contribuirá para

reduzir o tempo de viagem,

facilitando a circulação e reduzindo

custos. Além disso, a diminuição

no número de acidentes também

implicará em redução nos custos

de transporte.

Alterações na qualidade do ar

O aumento no tráfego acarretará

em aumento na emissão de

poluentes como dióxido de enxofre

(SO2) e monóxido de carbono

(CO).

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

87

Geração de ruídos

A geração de ruídos na fase de

operação será menos significativa

do que na fase de implantação.

Aumento da renda local

O empreendimento irá demandar

mão de obra para seu funcio-

namento e manutenção, o que

possibilitará a contratação da

população local.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

88

PRINCIPAIS IMPACTOS E RESPECTIVAS MEDIDAS MITIGADORAS E

COMPENSATÓRIAS

Tabela 5 – Matriz de Impactos Ambientais

IMPACTOS AMBIENTAIS IM

PO

RT

ÂN

CIA

AÇÃO GERADORA

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS E

PROGRAMAS AMBIENTAIS

Pequena, Média e Grande

Descrição

Grau de Resolução

(Alto, Médio e Baixo)

FASE DE IMPLANTAÇÃOMEIO FÍSICO

Geração de resíduos sólidos

Média

Instalação de canteiros de obra, utilização de áreas de empréstimo e

bota-fora

Plano de Controle de Resíduos Sólidos

Alto

Alteração das condições naturais dos solos e desvalorização

de suas funções

MédiaDesmatamentos e

limpezas de terreno

Programa de Recuperação de

Áreas Degradadas, Programa de Controle dos

Processos Erosivos e Plano Ambiental para a Construção

Alto

Carreamento de resíduos provenientes da obra para os corpos

hídricos

Média

Desmatamentos e limpezas de terreno,

remoção e movimentação de

material proveniente da terraplanagem

Plano Ambiental para a Construção

Alto

Instalação de processos erosivos

Média

Desmatamentos e limpezas de terreno;

remoção e movimentação de

material proveniente da terraplanagem.

Programa de Recuperação de

Áreas Degradadas e de Controle dos

Processos Erosivos, e o Plano Ambiental para a Construção.

Alto

Alteração da qualidade da água

Grande

Instalação de canteiros de obra, utilização de áreas de empréstimo e

bota-fora, abertura de acessos,

desmatamentos e limpezas de terreno,

remoção e movimentação de

material proveniente da terraplanagem.

Plano Ambiental para a Construção

Médio

Page 97: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

89

IMPACTOS AMBIENTAIS IM

PO

RT

ÂN

CIA

AÇÃO GERADORA

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS E

PROGRAMAS AMBIENTAIS

Pequena, Média e Grande

Descrição

Grau de Resolução

(Alto, Médio e Baixo)

Assoreamento dos corpos d’água

GrandeDesmatamentos e

limpezas de terreno

Programa de Supressão de

Vegetação, Programa de

Recuperação de Áreas Degradadas

Médio

Aumento na emissão de ruídos e poeiras

Média

Instalação de canteiros de obra, utilização de áreas de empréstimo e

bota-fora, abertura de acessos,

desmatamentos e limpezas de terreno,

remoção e movimentação de

material proveniente da terraplanagem

Plano Ambiental para a Construção

Alto

MEIO BIÓTICO

Alteração na paisagem natural

Grande

Instalação de canteiros de obra, utilização de áreas de empréstimo e

bota-fora, abertura de acessos.

Plano Ambiental para a Construção

Médio

Pressão sobre Áreas de Preservação Permanente

GrandeDesmatamentos e

limpezas de terreno

Programa de Supressão de

Vegetação, Programa de

Recuperação de Áreas Degradadas

Médio

Supressão da vegetação/Redução da

biomassa vegetalGrande

Desmatamentos e limpezas de terreno

Programa de Supressão de

Vegetação, Programa de

Recuperação de Áreas Degradadas

Médio

Criação de ambientes favoráveis à

proliferação de vetores indesejáveis

Média

Instalação de canteiros de obra, utilização de áreas de empréstimo e

bota-fora

Programa de Controle de

Resíduos Sólidos, Programa de

Recuperação de Áreas Degradadas e

Plano Ambiental para a Construção

Alto

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

90

IMPACTOS AMBIENTAIS IM

PO

RT

ÂN

CIA

AÇÃO GERADORA

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS E

PROGRAMAS AMBIENTAIS

Pequena, Média e Grande

Descrição

Grau de Resolução

(Alto, Médio e Baixo)

Atropelamento e/ou colisão com animais

Grande

Instalação de canteiros de obra, utilização de áreas de empréstimo e

bota-fora, abertura de acessos.

Programa de Monitoramento de

Fauna e Flora, Programa de

Comunicação Social

Alto

Supressão de espécies vegetais imunes ao

corte e ameaçadas de extinção

GrandeDesmatamentos e

limpezas de terreno

Programa de Supressão de

VegetaçãoMédio

Fragmentação de habitat

GrandeDesmatamentos e

limpezas de terreno

Programa de Supressão de

Vegetação, Programa de

Recuperação de Áreas Degradadas

Médio

MEIO SOCIOECONÔMICODúvidas e Ansiedade

em Relação às Implicações do

Empreendimento

MédiaDivulgação do

empreendimentoPrograma de

Comunicação SocialAlto

Desapropriação e reassentamento

GrandeProcedimentos legais para a

liberação da área

Programa de Comunicação

Social, Programa de Apoio e Realocação

da população da área diretamente

afetada pelo empreendimento

Alto

Interferências sobre o acampamento MST 1º

de abrilGrande

Implantação das obras de duplicação

Programa de Comunicação Social

Alto

Conflitos relativos com à indenização referente

à faixa de domínioMédia

Procedimentos legais para a

liberação da área

Programa de Comunicação

Social, Programa deApoio e Realocação

da população da área diretamente

afetada pelo empreendimento

Alto

Remoção do gasoduto entre os quilômetros

112,3 e 130,5Grande

Implantação das obras de duplicação

- Alto

Alteração no cotidiano da população

Grande

Contratação de mão de obra,

mobilização e instalação de

canteiros de obra

Programa de Comunicação

Social,Médio

Page 99: BR-290_RS .pdf

Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

91

IMPACTOS AMBIENTAIS IM

PO

RT

ÂN

CIA

AÇÃO GERADORA

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS E

PROGRAMAS AMBIENTAIS

Pequena, Média e Grande

Descrição

Grau de Resolução

(Alto, Médio e Baixo)

Interferências no tráfego devido às obras

Média

Instalação de canteiros de obra,

abertura de acessos e tráfego e

operação de máquinas e

equipamentos

Plano Ambiental para a Construção

Alto

Melhoria dos acessos vicinais

Pequena

Instalação de canteiros de obra,

abertura de acessos e tráfego

--- ---

Aumento da oferta de postos de trabalho

Pequena

Instalação de canteiros de obra,

abertura de acessos e tráfego e

operação de máquinas e

equipamentos

--- ---

Aumento da renda local Pequena

Instalação de canteiros de obra,

abertura de acessos e tráfego e

operação de máquinas e

equipamentos

--- ---

FASE DE OPERAÇÃOMEIO FÍSICO

Alterações na qualidade do ar

MédiaOperação da

rodovia duplicada

Controle de emissão de gases tóxicos

pelos automóveis e caminhões, por parte de órgãos fiscalizadores do Governo Federal

Médio

MEIO BIÓTICO

Acidentes com materiais

contaminantesGrande

Operação da nova faixa de rolamento

Implantação de sinalização, de

modo a prevenir acidentes.

Implantação de redutores de

velocidade nos locais próximos aos

corpos d’água, principalmente

daqueles relevantes para a fauna

aquática

Médio

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

92

IMPACTOS AMBIENTAIS IM

PO

RT

ÂN

CIA

AÇÃO GERADORA

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS E

PROGRAMAS AMBIENTAIS

Pequena, Média e Grande

Descrição

Grau de Resolução

(Alto, Médio e Baixo)

Aumento do risco de queimadas acidentais

PequenaOperação da nova faixa de rolamento

Implantação de sinalização

instrutiva sobre o risco de queimadas

acidentais e monitoramento da

flora

Médio

Aumento da dispersão de espécies exóticas

PequenaOperação da nova faixa de rolamento

Programa de Monitoramento de

Fauna e FloraMédio

Aumento da incidência de animais atropelados

da fauna silvestreGrande

Operação da nova faixa de rolamento

Programa de Monitoramento de

Fauna e FloraMédio

MEIO SOCIOECONÔMICO

Valorização do solo MédioOperação da

rodovia duplicada--- ---

Redução nos custos de transporte

GrandeOperação da

rodovia duplicada--- ---

Aumento da renda local MédioManutenção da

rodovia duplicada--- ---

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

93

31. COMO SERÁ O FUTURO DA REGIÃO SE O EMPREENDIMENTO NÃO FOR IMPLANTADO?

Uma avaliação satisfatória do

cenário futuro sem a duplicação

deste trecho da rodovia BR

290/RS é baseada nas condições

atuais de ocupação do terreno e

em projeções de crescimento

populacional e de demanda. Na

hipótese da não instalação do

empreendimento, o cenário am-

biental da área de influência

prosseguiria em suas atuais

tendências evolutivas, de acordo

com a realidade regional.

O crescimento populacional

desencadearia o aumento dos

volumes de resíduos sólidos e

efluentes líquidos gerados. Uma

vez que obras de infraestrutura de

tratamento de resíduos dificilmente

acompanham o crescimento ur-

bano, o lançamento de matéria

orgânica e outros contaminantes

às águas superficiais e subter-

râneas é cada vez maior, impac-

tando igualmente as comunidades

aquáticas e os solos.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

94

As rodovias e estradas de acesso

já instaladas seccionaram frag-

mentos vegetais e ecossistemas

diversos, reduzindo as relações

tróficas e facilitando os atrope-

lamentos de animais. Em adição,

promoveram impermeabilização de

grandes áreas, aumentando o

escoamento superficial das águas

e favorecendo a propagação de

fenômenos erosivos. Esse tipo de

empreendimento gera concen-

tração populacional no seu entorno

em função do tráfego e parada de

veículos.

As cidades intermediárias, compo-

nentes da AID e AII do empreen-

dimento, tendem a manter seus

usos atuais, não variando suas

bases econômicas. Assim, a

perspectiva é de que os quadros

referentes às práticas comercial,

industrial e agropastoril perma-

neçam.

Em resumo, a tendência avaliada

para as questões ambientais sem

a instalação do empreendimento é

de continuidade e intensificação na

ocorrência e magnitude dos

impactos atualmente existentes.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

95

32. E SE O EMPREENDIMENTO FOR IMPLANTADO, COMO SERÁ O FUTURO DA REGIÃO?

Anteriormente e concomitante à

execução das obras haverá um

impacto direto no meio natural

decorrente da instalação dos

canteiros de obras, uma vez que

são áreas que objetivam abrigar

grande contingente de pessoas

(ainda que temporariamente) e

grande número de máquinas e

volume de materiais. Haverá

necessidade de remoção de

vegetação e movimentação de

solos.

Em adição, o tráfego de veículos

pesados promoverá maior impacto

na qualidade do ar em escala

local. Haverá, também, incremento

na geração de resíduos sólidos e

efluentes líquidos, tendendo a

aumentar/ocasionar impactos nos

solos e mananciais hídricos

superficiais e subterrâneos, se não

forem cumpridos à risca as

medidas mitigadoras e os

programas ambientais.

Durante as obras de implantação

da nova pista da rodovia os

impactos ambientais serão

diversos. Uma das principais

causas consistirá na remoção da

cobertura vegetal, a qual poderá

causar:

Diminuição da proteção e coesão do solo, aumentando as perdas por processos erosivos;

Perda de umidade e menor retenção de águas pluviais devido à ausência de cobertura florestal;

Diminuição da umidade atmosférica decorrente da ausência da evapotranspira-ção das árvores e da perda das condições microclimáticas encontradas nos sub-bosques;

Possível perda de biodiver-sidade em decorrência do aumento da fragmentação da floresta e da diminuição da diversidade de habitats, das áreas de deslocamento, refú-gio e nidificação e das fontes de alimentação para a fauna silvestre.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

96

A movimentação de solos durante

a instalação das obras pode

ocasionar impactos diversos nos

cursos hídricos superficiais, uma

vez que há a potencialidade de

carreamento de sedimentos

(especialmente quando da oco-

rência de chuvas intensas). Po-

derá ocorrer, ainda, a instabi-

lização de margens, especial-

mente quando houver predomínio

de sedimentos arenosos menos

coesos. Além disso, haverá

redução da fertilidade natural dos

solos ao longo do traçado em

função da remoção do horizonte

orgânico superficial, havendo, para

todos esses impactos, indiscutível

necessidade da implementação

das medidas mitigadoras propos-

tas no EIA.

Em adição, é facilitada a

contaminação dos cursos hídricos

a partir da geração de resíduos

sólidos, efluentes sanitários e

eventuais vazamentos de óleo dos

maquinários empregados quando

da execução das travessias de

cursos hídricos. Para evitar tais

impactos, o Programa Ambiental

para a Construção (PAC) deve ser

rigorosamente observado.

Durante todo o período de

instalação do empreendimento

haverá também geração de ruídos,

cujas magnitudes e espacialidade

dependerão fundamentalmente

das etapas da obra (corte, aterro,

instalação das demais obras de

arte, entre outras).

Ruídos e vibrações tendem, ainda,

a alterar a dinâmica dos

ecossistemas locais, potencializan-

do o afugentamento de espécies

existentes no entorno.

Durante a execução da do trecho

da rodovia, nos locais de obras

nos centros urbanos ou onde

houver alterações nas vias de

acesso, ocorrerá um impacto

negativo temporário, devido à

maior dificuldade de trânsito nos

locais.

No que concerne aos aspectos

sociais, a fácil integração entre

locais distantes consiste em um

dos principais objetivos das obras

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

97

de infraestrutura dos modais de

transporte em geral, sendo,

portanto, o foco do empreendi-

mento em questão.

É também esperado que os

setores de prestação de serviços e

comércio sejam intensificados

desde a época de instalação do

empreendimento.

Além dos inúmeros empregos

gerados diretamente pelo

empreendimento, os comércios

locais possivelmente irão experi-

mentar forte incremento em suas

atividades, reforçando a geração

de empregos diretos e indiretos às

comunidades.

Ainda sob esse aspecto, a

intensificação do comércio local

possibilitará um aumento na

receita das prefeituras municipais,

podendo ser revertido para obras

de infraestrutura básica para

melhoria das condições sociais da

região.

Em contrapartida, os serviços

essenciais poderão sofrer

impactos, em geral de forma

negativa. O empreendimento

atrairá mão de obra, principal-

mente a não qualificada, o que

aumentará a demanda pelos servi-

ços essenciais, como educação,

saúde, segurança, entre outros. É

imprescindível que se planeje

cuidadosamente as contratações

durante as obras, para que o

máximo possível de trabalhadores

sejam moradores locais.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

98

CAPÍTULO 6

33. COMO SERÃO EXECUTADAS AS AÇÕES DE PREVENÇÃO E ATENUAÇÃO DOS PROBLEMAS E DEOTIMIZAÇÃO DOS BENEFÍCIOS DECORRENTES DADUPLICAÇÃO DA RODOVIA?

PROGRAMAS DE CONTROLE E MONITORAMENTO:

Programa de Gestão e Supervisão Ambiental

O objetivo geral do Programa de

Gestão e Supervisão Ambiental é

acompanhar e registrar sistemati-

camente todas as ações referentes

à obra e às interferências ambien-

tais decorrentes, além de objetivos

específicos, relacionados à aplica-

ção dos programas ambientais e

medidas de proteção ambiental.

Plano Ambiental de Construção – PAC

O Plano Ambiental para a

Construção – PAC – tem por

objetivo apresentar as diretrizes e

orientações a serem seguidas,

pelo Empreendedor e seus contra-

tados, durante as fases das obras

que compõem o Empreendimento.

Apresenta os cuidados a tomar,

com vistas à preservação da

qualidade ambiental dos meios

físicos e biótico das áreas que vão

sofrer intervenção antrópica e à

minimização dos impactos sobre

as comunidades vizinhas e os

trabalhadores.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

99

Programa de Comunicação Social

O principal objetivo desse

programa é informar a população

sobre o que vai ocorrer a partir da

instalação do empreendimento,

antecipando o esclarecimento de

dúvidas que possam vir a surgir.

Programa de Prevenção e Controle de Processos Erosivos

O objetivo deste programa é o de

localizar as áreas com maior

suscetibilidade à erosão dentro do

polígono do projeto, sugerindo

alterações e/ou implementando o

controle através de técnicas

específicas nos locais propensos,

caso sejam necessárias, e a

proposição de medidas de

prevenção/monitoramento para as

obras e/ou para a fase de

operação.

Programa de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos e Efluentes

Líquidos

Os canteiros projetados para o

empreendimento deverão prever

detalhadamente a disposição de

resíduos líquidos e sólidos. Por

isso esse programa objetiva traçar

o direcionamento mínimo exigido

para o controle efetivo dos

resíduos sólidos e efluentes

líquidos a serem gerados. Essas

medidas contribuem, consequente-

mente, para prevenir a contamina-

ção do solo.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos, na fase de

construção

A qualidade sonora do ambiente

deverá ser mantida com o

monitoramento da evolução da

emissão de ruídos pelo maquinário

durante a construção da nova pista

e a implementação de medidas de

controle dessas emissões.

Programa de Monitoramento e Controle da Poluição Atmosférica, na

fase de construção

O objetivo deste programa é

minimizar o lançamento de pó e

poeira decorrente das atividades

típicas desta etapa, como a

terraplanagem, a movimentação

de máquina e equipamentos, as

quais poderão ser mitigadas por

meio da umidificação do solo e

obrigatoriedade do uso de

máscaras por parte dos operários.

Programas de Recuperação de Áreas Degradadas e Passivos

Ambientais

As obras de apoio para a

construção de uma rodovia,

apesar de apresentarem uma

abrangência espacial relativa-

mente restrita, via de regra

determinam impactos significativos

sobre o solo e a cobertura vegetal

da área dos canteiros de obras e

adjacências, jazidas e áreas de

bota fora. Por essa razão tais

obras requerem a elaboração de

um programa de intervenção

específico, no qual deverão ser

empregadas práticas de

recuperação das áreas degrada-

das. Os passivos do meio físico,

biótico e socioeconômico encon-

trados na área de influência do

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

101

empreendimento serão mitigados

por meio das ações de programas

específicos.

Programa de Monitoramento da Qualidade da Água

Este programa tem como objetivo

o acompanhamento das modi-

ficações ambientais que possam

vir a ocorrer nos cursos d’água

interceptados pelas obras do

empreendimento, permitindo a

tomada de medidas que assegu-

rem a manutenção de sua

qualidade e quantidade e sua

adequação aos usos da água

existentes e previstos.

Programa de Monitoramento da Fauna e Bioindicadores

Este programa deverá avaliar as

comunidades de animais nas

áreas influenciadas pelo empreen-

dimento ao longo do tempo, com a

finalidade de extrair inferências

sobre possíveis mudanças

temporais acarretadas pelos

impactos da duplicação do trecho

da rodovia.

O programa também deverá

indicar as espécies bioindicadoras

que serão utilizadas para a

avaliação da integridade do habitat

ou de diversidade biológica.

Programa de Monitoramento e Controle do Atropelamento da Fauna

Esta ação tem por objetivo,

aprofundar o diagnóstico de

atropelamentos da fauna local,

indicar os locais e os tipos de

mecanismos de mitigação a serem

implantados na fase de construção

e o monitoramento da efetividade

destas medidas na fase de

operação.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

102

Programa de Controle de Supressão da Vegetação

Este programa visa realizar o

levantamento das áreas de

vegetação passíveis de supressão

em função das atividades de

duplicação do trecho da rodovia e

minimizar essa atividade pelo

estabelecimento de especificações

e procedimentos ambientais, a

serem adotados durante o período

de instalação, e por meio da

adoção de medidas de controle e

monitoramento eficientes, de modo

a atender à legislação ambiental.

Programa de Monitoramento e Conservação da Flora

Deverá ser efetuado o

monitoramento da pega das

mudas e do desenvolvimento da

vegetação nas áreas recuperadas

e da vegetação afetada por

queimadas, identificando possíveis

invasões de espécies exóticas.

Programa de Educação Ambiental – PEA

Programa de educação ambi-

ental voltado para a população

lindeira ao empreendimento: o

qual visará conscientizar as

comunidades locais a respeito da

proteção ao meio ambiente,

repassando às populações

informações sobre o valor da

biodiversidade e medidas de

conservação. Este programa

também visará a conscientização

dos motoristas e população do

entorno, quanto aos riscos e

prejuízos ambientais ocasionados

pelas queimadas da vegetação

nativa. Entre os recursos a serem

utilizados para essa finalidade

estão a colocação de placas de

sinalização rodoviária, outdoors,

programas de rádios locais,

distribuição de folhetos nos

pedágios, entre outros.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

103

Programa de educação ambi-

ental voltado aos trabalhadores

diretos e tercerizados do empre-

endedor: terá como objetivo o

treinamento dos trabalhadores,

envolvidos com as obras, em

questões ambientais, informando-

os sobre o comportamento a ser

adotado no trato com as

comunidades locais e sobre as

medidas de proteção ambiental,

além de apresentar medidas que

minimizem os impactos do

empreendimento sobre o meio

ambiente;

Programa de Apoio à Realocação da População Diretamente Afetada

pela Implantação do Empreendimento

Este Programa visa a execução

das ações necessárias à aquisição

das áreas para instalação do

empreendimento, privilegiando

mecanismos de negociação. A

estratégia do programa é o

estabelecimento de contatos

permanentes com as populações

afetadas, que deverão

acompanhar as diversas fases do

processo: o levantamento topo-

gráfico da área a ser desapro-

priada, o cadastramento, a avalia-

ção do imóvel e o registro em

cartório.

Plano de Ação de Emergência, direcionado ao transporte de produtos

perigosos

O objetivo deste Plano é o

atendimento imediato em casos

de emergência envolvendo o

transporte de produtos perigosos.

Engloba ações como o

estabelecimento de ações

preventivas essenciais (como

treinamento de equipes para

atuarem em possíveis acidentes),

manutenção de veículos,

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

104

equipamentos de segurança e

sinalização, definição dos proce-

dimentos e ações específicas

para situações de emergência

envolvendo o manuseio e o

transporte de produtos nocivos e

perigosos, entre outros.

34. QUAIS AS CONCLUSÕES DO EIA/RIMA?

É evidente que a duplicação de

uma rodovia causará uma série de

impactos negativos e positivos,

principalmente no meio socio-

econômico.

No entanto, comparando-se os

impactos negativos nas fases de

instalação e operação, observa-se

significativa redução destes

impactos na fase de operação.

Isso decorre do fato de que os

impactos negativos mais

significativos serão temporários e

cessarão após a fase de

instalação.

Durante a fase de instalação do

empreendimento, a não ser pela

melhoria dos acessos e principal-

mente, pela questão emprego e

renda, que são impactos positivos

importantes, há o predomínio dos

impactos negativos, principalmente

sobre os meios físico e biótico e

quase todos são de pequena ou

média magnitude.

Os impactos negativos muito

significativos na fase de instalação

são: a pressão sobre as Áreas de

Preservação Permanente (APP’s),

a supressão da vegetação, a

possível contaminação dos cursos

d’água.

Há de se lembrar, entretanto, que

os impactos negativos poderão ser

mitigados se houver uma gestão

correta das obras, além da

implementação dos programas

ambientais propostos.

Sobre as populações, na fase de

instalação, os impactos mais

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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significativos são a realocação de

benfeitorias, a alteração na

dinâmica territorial, a intensificação

do trânsito, um possível

comprometimento na saúde dos

trabalhadores, a geração de

resíduos sólidos, ruídos e

vibrações, alterações na qualidade

do ar e os que concernem aos

patrimônios arqueológicos e

espeleológicos.

Em comparação, na fase de

operação predominam os impactos

positivos sobre o meio socioe-

conômico e esses são muito mais

significativos que os impactos

negativos previstos para a mesma

fase.

A operação do empreendimento,

comprovada a facilitação no

deslocamento, promoverá maior

desenvolvimento regional, caracte-

rizando um impacto positivo de

grande magnitude e permanente.

A realidade socioeconômica atual

da região em estudo exige maior

esforço na construção de políticas

e estratégias de desenvolvimento

e investimentos locais que

maximizem o aproveitamento de

suas oportunidades na espaci-

alidade regional.

Nesta época em que todos os

esforços do governo estão

voltados para o desenvolvimento

econômico, esta é uma obra que

vem ao encontro desse objetivo,

pois, por si só é um grande

investimento, além do que

possibilitará novas vertentes de

desenvolvimento.

Concluindo, após o diagnóstico

denotando a ocupação da área,

somado à análise dos impactos

potenciais da duplicação do trecho

da rodovia, tende-se a inferir que o

empreendimento proposto pouco

influenciará na paisagem natural

da área estudada, já que não

haverá modificação do atual

traçado da rodovia e também

porque tais questões ambientais

estão associadas à história e à

realidade da região.

A não realização do empre-

endimento implicará em não

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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aproveitamento da oportunidade

que o mesmo representa como

catalisador de desenvolvimento

econômico e social para a região e

para o país.

Contudo, mesmo com todos os

cuidados tomados durante a

implantação de um empre-

endimento dessa natureza, impac-

tos são inevitáveis. Assim, a imple-

mentação efetiva das medidas

mitigadoras e dos planos e

programas de controle e proteção

ambiental e social apresentados

neste EIA permitirão que o

empreendimento se desenvolva da

forma menos impactante ao meio,

garantindo a sua viabilidade

ambiental.

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

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107

35. QUAL A EQUIPE TÉCNICA QUE TRABALHOU NO EIA/RIMA?

Nome FunçãoRegistro

ProfissionalCTF/IBAMA Assinatura

Coordenador Geral

Alexandre Nunes da Rosa

Geólogo66.876/DCREA-RS

225.743

Coordenação Técnica

Coordenador do Meio Físico

Luciano Cezar Marca

Geólogo21158/D

CREA-PR306.766

Coordenadora do Meio Biótico

Yone Melo de Figueiredo Fonseca

Bióloga408785/90-D

CRBio1.509.550

Coordenadora do Meio Socioeconômico

Rosiclér Theodoro da

SilvaArqueóloga - 458.421

Equipe Meio Físico

Adriano Coutinho de Lima

Engo Civil15.972/DCREA-DF

3.168.196

André Almeida Bastos

Geólogo93626/D

CREA-RS40.024

Heider Damas Vieira

Engo

Ambiental e de

Segurança do Trabalho

14.132/DCREA-DF

2.449.176

Luis Fernando Roxo Medeiros

Geógrafo8273/D

CREA-MT2.318.542

Maria Angélica Gonçalves Cardoso

Engª Civil146946

CREA-RS2.876.057

Michele Mitie Arake Fragoso

Engª Civil78673/D

CREA-PR3.236.045

Paulo Deni de Farias

Engº Mecâ-nico e de

Segurança do Trabalho

11635CREA-RS

127.951

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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Nome FunçãoRegistro

ProfissionalCTF/IBAMA Assinatura

Zelaine de Souza Caixeta

Química121005/37CRQ-12

2.468.328

Equipe Meio Biótico

Gabriela Paise Bióloga34485/03-D

CRBio586.192

Helena Maia de A. Figueiredo

EngªFlorestal

15.189/DCREA-DF

2.235.332

Iberê Farina Machado

Biólogo45083/03-D

CRBio1.907.672

Janderson Brito Pereira

Biólogo37854/04-D

CRBio469.096

Julian Mahus Biólogo 25012/03-D 238.725

Leonardo Felipe Bairos Moreira

Biólogo45938/03-D

CRBio3.539.409

Lízia do Lago Murbach

Enga

Agrônoma3729/D

CREA-RO2.223.461

Luciana Arutim Adamo

Bióloga57278/04-D

CRBio1.725.328

Paulo César Carvalho Milani

Biólogo25591-03

CRBio256883

Rafael Gustavo Becker

Biólogo53449/03-D

CRBio586.216

Roger Borges da Silva

Biólogo28893/03-D

CRBio1.920.851

Samanta Balsini Peixoto

Bióloga25680/03-D

CRBio681.570

Equipe Meio Antrópico

Deisi Scunderlick Eloy de Farias

Arqueóloga - 463.338

Jaci Rocha Gonçalves

Antropólogo - 3.812.579

Luciana Arutim Adamo

Bióloga57278/04-D

CRBio1.725.328

Luciana Gonçalves Leite

Cintra

Enga

Ambiental12931/D

CREA-DF705.763

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Relatório de Impacto Ambiental das obras de duplicação

da rodovia BR 290/RS, segmento km 112,3 – km 228,0

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Nome FunçãoRegistro

ProfissionalCTF/IBAMA Assinatura

Márcia Fernandes da

Rosa NeuGeógrafa

062152/088CREA

3.812.898

Jana Alexandra Oliveira da Silva

Socióloga - 2.934.379

Geoprocessamento e SIG

Juliane Chaves da Silva

Enga

Ambiental15.376/DCREA-DF

1.783.367

Wellington Mesquita de

Carvalho

Engo

Ambiental15.310/DCREA-DF

2.207.194

Equipe de Apoio

Daniela Cappellesso

MangoniEstagiária - 2665210

Raquel Alves Medeiros

Estagiária - 3.974.519

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Porto Alegre – RS Brasília – DFAv. Praia de Belas n° 2174, Sala 403 SRTVS Quadra 701 Bloco O, Sala 504Bairro Menino Deus Ed. Multiempresarial(51) 3029-0068 (61) 3201-1800

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