bortolozzi - diagnóstico da educação ambiental

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  • 145Cadernos de Pesquisa, n 109, p. 145-171, maro/2000

    DIAGNSTICO DA EDUCAO AMBIENTALNO ENSINO DE GEOGRAFIA

    ARLUDE BORTOLOZZIGegrafa, Mestre em Educao pela PUC/So Paulo, Doutora em Educao pela FE/Unicamp e

    Pesquisadora do Ncleo de Estudos e Pesquisas Ambientais Nepam/Unicamp

    ARCHIMEDES PEREZ FILHOProfessor Titular do Instituto de Geocincias da Unicamp

    RESUMO

    Este estudo objetivou buscar a integrao entre a questo ambiental e o sistema educacional, detectando aspotencialidades disponveis nas escolas pblicas de 1 grau, localizadas nas bacias hidrogrficas dos riosPiracicaba, Capivari e Jundia no Estado de So Paulo, para o desenvolvimento de um processo educativo queinclua a temtica ambiental. Analisando qualitativamente as atividades da chamada Educao Ambiental, fazo seu diagnstico na rede oficial de ensino, levantando, registrando e analisando, atravs de questionrios eentrevistas, as atividades desenvolvidas pelos professores que ensinam Geografia para detectar suas vises decrise ambiental e da prpria Educao Ambiental. Procurando contribuir com a capacitao dos professores ea melhoria da qualidade de ensino, oferece sugestes para o desenvolvimento de programas interdisciplinaresque permitam maior compreenso dos problemas ambientais da regio, uma vez que esses envolvem tanto osaspectos do meio fsico como tambm os socioeconmicos, polticos e culturais. Visa contribuir, sobretudo, paraa construo da cidadania e a promoo de aes educativas mais adequadas busca de solues dos proble-mas ambientais das comunidades onde as escolas esto inseridas.EDUCAO AMBIENTAL GEOGRAFIA INTERDISCIPLINARIDADE CIDADANIA

    ABSTRACT

    ENVIRONMENTAL EDUCATION DIAGNOSIS FROM GEOGRAPHY TEACHING ON PUBLIC SCHOOLS: PIRACICABA,CAPIVARI AND JUNDIA HIDROGRAPHIC BASINS. The goals of this study are to identify the potencialities avaiablein elementary public schools for the development of an educational process wich includes environmental issueshelpping to find its integration with university in order to contribuite raises teaching levels for a bettercomprehension of regional environmental problems. Research data were collected through questionnaires andinterviews with geography teachers analyising theirs activities and perspectives on the environmental crisis andenvironmental education. The study also offers sugestions for the devellopment of interdisciplinaires programstrying to contibute for the construction of citizenship showing the importance of better comprehension fromenvironmental problems which includes physical, economics, social, political and cultural aspects.

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    A questo ambiental apresenta-se hoje revigorada no pensamento contempor-neo. Caracterizando-se por novas e diferentes abordagens, tem uma preocupao funda-mental que se refere ao papel da cincia e das tcnicas na construo de novos conceitos ementalidades, que possam contribuir para uma mudana paradigmtica do saber. No setrata aqui, como alertado por Wallerstein apud Becker e Gomes, 1993, de rejeitar a cin-cia como reveladora da realidade, mas sim de fazer restries quanto ao mtodo de redu-zir a complexidade dessa mesma realidade. Trata-se de direcionar seu uso, procurandonegar a dicotomia entre as cincias tecnolgicas e humanistas e de resgatar a cultura, quedeve propiciar novos insights conceituais, capazes de mostrar a importncia do ambientenatural como elemento de realizao social e de impulsionar aes mais justas dos homensentre si e com a natureza.

    Dentre as crises sociais tais como as da sade, da educao, energtica, de seguran-a, ambiental que comprometem a vida do planeta pela contaminao e destruio domeio ambiente a crise da cincia, como apontada por Becker e Gomes (op. cit.), estassociada prpria crise do sistema capitalista mundial em que os grandes paradigmasuniversais so desafiados por novos modelos explicativos.

    Nesse sentido, h uma crise que deve ser salientada como fundamental para acompreenso dos objetivos dessa pesquisa: a crise da viso de mundoa crise da viso de mundoa crise da viso de mundoa crise da viso de mundoa crise da viso de mundo. Esta, conseqn-cia do chamado processo civilizador, e de um modelo de crescimento econmico voltadopara a industrializao, tem levado a maioria dos pases ocidentais a ter uma viso demundo que se apresenta obsoleta, porque, ao conseguir separar o trabalho manual dointelectual, separou tambm o homem da natureza.

    A forma dicotmica e fragmentada em que se encontra organizado o conhecimentoem nossa sociedade torna possvel distinguir duas tendncias bem marcantes: uma, ofere-cida pelas Cincias Humanas, aborda os fatores histricos e sociais da questo ambiental; aoutra trata exclusivamente das suas dimenses naturais e tcnicas. O desenvolvimento deum imaginrio da cultura antropocntrica, de dominao da natureza pelo homem, igno-rou que o homem tambm parte integrante da natureza. O homem tido como cultura,portanto superior natureza, passou a domin-la.

    Dessa forma, Gamboa (1992, p. 87-91) ressalta que a crise da modernidade nascincias e na educao parece caracterizar-se pelas dificuldades, perturbaes, distancia-mentos, ceticismos, perante a explicao da realidade no seu todo. Destaca ainda que aeducao submetida a moldes, estruturas, sistemas, etc., e as cincias estritamentenomotticas entram em crise ante a impossibilidade de alcanar e compreender a unidadeda experincia. Assim, como alguns indicadores dessa crise encontram-se na atomizaodo real, nos campos cognitivos hiperespecializados, no surgimento de sistematizaes res-tritas e na presena de quadros ou paradigmas reducionistas, preciso, para compreend-la, buscar explicaes nas vises de mundo que sustentam propostas, mtodos e tcnicas.

    Atualmente, com uma urbanizao mundial cada vez mais intensa, a capacidade dos

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    pases considerados em desenvolvimento, inclusive o Brasil, de oferecer servios bsicos(habitao, saneamento e transportes, dentre outros) no acompanha o ritmo do seu cres-cimento populacional, bem como, apresenta limites na sua atuao para a resoluo dosproblemas sociais. Com isso, a educao passa a constituir-se num grande investimentosocial. Torna-se urgente, portanto, a busca de alternativas educacionais que propiciem aoseducandos o desenvolvimento de uma percepo abrangente da questo ambiental, pro-porcionando-lhes a compreenso das inter-relaes entre os diferentes aspectos que en-volvem a realidade, tais como fsicos, humanos, econmicos, sociais, polticos e culturais.Isto, para assegurar-lhes a cidadania e melhorar sua qualidade de vida.

    Dessa forma, se por um lado a cincia que nos sculos XVIII e XIX, com a chamadaRevoluo Industrial, foi tida como forma de conhecimento que traria progresso, prospe-ridade e bem-estar aos homens, por outro, hoje se v convocada a repensar o seu papelpara contribuir na resoluo dos problemas de degradao das condies de vida, queesse mesmo modelo de progresso criou. E se no da competncia da cincia decidirsobre o uso das tecnologias que impactam o meio ambiente, porque a deciso, como sesabe, poltica, acredito que lhe caiba, sim, rever o seu papel na busca de um novoparadigma, capaz de imprimir nos homens novos valores, pensamentos e aes que pos-sam contribuir para a formao de novas mentalidades formao de novas mentalidades formao de novas mentalidades formao de novas mentalidades formao de novas mentalidades, mais aptas a participar de umapoltica ambiental mais justa. Uma viso de mundo global, na qual o homem no se separeda natureza e que, portanto, a questo ambiental no esteja separada das questes sociaismais amplas, que compreenda a questo ambiental como a interligao e interdependnciaentre os fenmenos sociais, fsicos, econmicos, biolgicos, culturais e polticos.

    Uma viso que no lugar do progresso e do desenvolvimento a qualquer custo,busque a realizao social da maioria, visando a melhor qualidade de vida para todos. E,como apontado por Milton Santos, que no lugar do consumismo exacerbado, leve cida-dania, e, ao invs de desenvolver o individualismo, estimule a vida solidria e coletiva entreos homens. Nesse sentido o papel da educao educao educao educao educao de fundamental importncia. Por issosurge a necessidade de se buscar entender como a questo ambiental se relaciona com aeducao. E, em nvel formal, qual o entendimento que se tem da chamada Educao Educao Educao Educao EducaoAmbiental. Ambiental. Ambiental. Ambiental. Ambiental. Qual tem sido a sua contribuio para a formao de novas mentalidades nombito do ensino escolar? Se a nossa sociedade toda no ambiental, como alertado porBrgger (1994), possvel se falar de Educao Ambiental?

    O consenso de que a conjuntura atual da educao brasileira e sua poltica no tmcorrespondido aos anseios de uma escola pblica de qualidade aponta tambm para a faltade percepo das relaes que existem entre os objetivos da educao e os do ensino daGeografia, aqueles vinculados questo ambiental, fundamentalmente. Isto porque, tantoa educao como um todo, como o ensino da Geografia em particular deveriam proporci-onar o desenvolvimento da cidadania de seus educandos, para uma participao mais efe-tiva na busca de polticas ambientais mais justas, como j salientado por Gonalves:

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    A questo ambiental traz uma contribuio importante para o repensar da prpria universidade.(...) A questo ambiental no o que se convencionou chamar natural, nem social ou cultural.Ela exige um outro paradigma que seja capaz de dar conta da sua complexidade histrico-natural. (...) Se a realidade dissecada em partes pela departamentalizao cartesiana da univer-sidade, o que a prtica da extenso universitria coloca exatamente o professor/pesquisadorem contato com a realidade tal como ela , isto , um todo complexamente estruturado ondeo natural e o social no esto dissociados. (1990, p. 192-4)

    O problema da qualidade do ensino da escola pblica no Brasil no deve ser trata-do isoladamente do conjunto dos demais problemas sociais. Uma boa qualidade de vidadeve estar tambm relacionada com um bom ensino, porque esse estaria permitindo de-senvolver, atravs das prticas escolares, atitudes democrticas e de respeito ao meio am-biente, tornando os indivduos conscientes da sua cidadania, da sua insero no tempo e noespao e de sua capacidade de lutar por uma sociedade mais justa, socialmente. Nessesentido, a questo ambiental clama por mudana de valores e percepes, que na escolareformulariam conceitos dicotmicos da realidade, contrapondo-se a uma viso de mundoutilitarista, que separa o homem da natureza, em prol de outra mais integradora dos aspec-tos da natureza e da sociedade.

    Como bem ressalta Brgger (1994), existe na sociedade um carter tcnico dopensamento industrial, que se reflete na educao. Com uma abordagem tcnica da ques-to ambiental, decorrente de uma base cientfica e tecnolgica para a utilizao racional econservao dos recursos naturais, as atividades da chamada Educao Ambiental reve-lam-se fragmentadas e, na sua grande maioria, sem maior preocupao com os aspectossociais da realidade. Pactuando com o pensamento de Brgger (op. cit.), embora a dimen-so tcnica seja legtima, esta no pode ser tomada como a questo ambiental no seu todo.Dessa forma a abordagem tcnica que privilegia os ecossistemas e os recursos no huma-nos implica uma viso utilitarista do prprio ser humano, que passa a significar apenas umagente monitorizador dos recursos naturais. A falta do entendimento das relaes so-ciais subjacentes ao conceito de natureza, como bastante discutido por Gonalves (1992),mostra a ausncia do conhecimento epistemolgico da chamada Educao Ambiental, poisaqueles que no as entendem ignoram os aspectos ticos da questo ambiental e da edu-cao. Marcuse (apud Brgger op. cit., p. 45) ilustra bem isso, quando afirma que episte-mologia , em si, tica, e tica epistemologia. A epistemologia ambiental de acordo comRohde importante para enfocar essa questo, pois:

    ...a abordagem cientfico-emprica ignora (ou finge ignorar) que o Homo sapiens sapiens nassuas relaes [grifos meus] a causa dessa incerteza e, assim, tenta aplicar a antiga empiria [grifosdo original] a uma situao que s uma nova teoria pode dar conta. J uma abordagem tcnica-prtica pretende um consenso ainda no existente sobre esta causa, dando uma resposta tecnicistaa um fenmeno cuja origem realizada socialmente. (1995, p.106)

    Por isso, as implicaes ticas e sociais da questo ambiental no se encontram

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    incorporadas nas atuaes da maioria dos cientistas. Brgger (op. cit.) mostra que muitocomum nos cursos de formao, capacitao e atualizao sobre a questo ambiental, aexistncia dos temas ecolgicos naturais sustentados pelos nomes de: gesto, manejo,administrao, e monitoramento dos recursos naturais. A autora diz, sobretudo:

    Assim como se ignora o papel da epistemologia na educao ambiental, ignora-se o papel po-tencial dos banqueiros, empresrios, industriais e de muitas categorias profissionais na degrada-o do meio ambiente, cuja totalidade inclui a sociedade e portanto a educao no sentido maisamplo. (p. 45)

    Outro aspecto importante que deve ser considerado, como apontam Jacobsen ePrice apud Rodhe (op. cit.), o da incorporao da dimenso humana na abordagem damudana global, e conseqentemente o aprendizado dessa nova viso via compreensoda dinmica social. Entre tantas, essa uma das importantes tarefas a serem cumpridas pelaeducao ambiental.

    Dessa forma, a nfase em analisar as atividades da chamada Educao Ambiental,no mbito da educao formal, d-se, sobretudo, pela necessidade de compreender comoos problemas ambientais do espao urbano/rural esto sendo trabalhados nas escolas,procurando revelar se as atividades desenvolvidas esto permitindo a realizao de prticasintegradoras do ensino, necessrias ao desenvolvimento de um mundo mais habitvel,uma vez que para tanto torna-se urgente a ao de cidados conscientes.

    A rea na qual se desenvolve a pesquisa (as bacias dos rios Piracicaba, Capivari eJundia) apresenta hoje um quadro complexo tambm em nvel educacional. E, apesar daspesquisas realizadas sob diferentes aspectos, no se encontra ainda um diagnstico doensino pblico que apresente dinmica capaz de produzir efetivamente a melhoria doensino e inovaes educacionais relacionadas temtica ambiental. Este estudo pretendepreencher essa lacuna apresentando um diagnstico da Educao Ambiental na regio.

    Essa rea das bacias hidrogrficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundia que abrigamimportantes cidades como Campinas, Jundia, Piracicaba, Americana e Limeira, tanto noque concerne ao seu contingente populacional, cerca de 3.882.000 milhes de habitantes(1995), quanto pela sua expressividade econmica (por concentrao de plos industriais epetroqumicos, alimentcio e tecnolgico), de servios e transportes (aero-rodo-ferrovi-rio), cultural e educacional, com vrias universidades (Universidade de Campinas UNICAMP, Pontifcia Universidade Catlica de Campinas PUC-Campinas, UniversidadeMetodista de Piracicaba UNIMEP, dentre outras), permite afirmar tratar-se de uma reaque apresenta alto nvel de atividades. Esse nvel tende a elevar-se com a implantao doMERCOSUL e da Hidrovia TietParan, representando desdobramentos importantessobre a dinmica regional dos recursos naturais, hdricos, principalmente.

    Uma contextualizao histrica da regio mostra que foi a partir de 1970, comoressalta Negri (1991), que ocorreu o incio do processo de interiorizao do desenvolvi-

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    mento industrial, com um intenso crescimento das cidades. Segundo Monticelli e Martins(1993, p. 34-6), esse crescimento urbano fez surgirem reas de conurbao envolvendoCampinas, Monte Mor, Indaiatuba, Valinhos, Louveira, Vinhedo, Nova Odessa, Hortolndia,Sumar, Paulnia, Americana e Santa Brbara do Oeste. Com isso, cresceram tambm,no geral, os problemas ambientais. Assim, problemticas urbanas, que surgiram com oprprio crescimento urbano e conseqentemente o loteamento desordenado nas perife-rias das cidades, mais o arruamento (canais para escoamento), alm de diferentes tipos deconstruo civil (casas, prdios e asfaltamento das ruas etc.), no s provocaram o au-mento da impermeabilidade dos solos, contribuindo para a ocorrncia das enchentes,pela impossibilidade da infiltrao das guas das chuvas, mas, principalmente, causaram osprocessos erosivos que so intensos nessas reas. Alm disso, projetos agrcolas eloteamentos urbanos no tm respeitado a preservao das matas ciliares (matas nasmargens e nascentes dos rios); os agrotxicos chegam rapidamente ao curso dos rios e aeroso provoca o assoreamento dos leitos, aumentando os riscos de enchentes, cujoquadro se agrava com a deposio irregular dos resduos slidos (lixo).

    Com todos esses problemas, evidente que a cada dia agravam-se as condiesambientais para uma boa qualidade de vida para a regio, podendo-se concluir que aindstria no interior, crescendo a taxas superiores s da metrpole, transformou essa reano segundo centro industrial mais importante do pas1 e, portanto, a rea dessas baciashidrogrficas mais degradada do Estado de So Paulo.

    Abrindo ento o debate sobre a chamada Educao Ambiental e buscando umacompreenso mais abrangente da problemtica ambiental, este estudo objetiva contribuirpara melhorar a qualidade de ensino nas escolas pblicas de 1 grau, procurando relacion-lo com o aperfeioamento de um projeto pedaggico que seja capaz de superar formastradicionais de ensino/aprendizagem e encontrar novos paradigmas curriculares, eliminan-do a profunda dicotomia que existe entre sociedade e natureza, e que tem levado frag-mentao do conhecimento.

    A metodologia da pesquisa procurou buscar a integrao entre o sistema educacio-nal e a questo ambiental. Num primeiro momento foram levantados dados quantitativos(ver Tabela 1) devido prpria dimenso da rea em estudo. Tais dados foram depoistransformados em um corpus qualitativo de informaes com vistas a elucidar acontextualizao geral do problema. As atividades de Educao Ambiental foram colhidaspor meio de questionrios e entrevistas com os professores.

    A anlise das experincias relatadas pelos professores deu-se a partir de categoriaspreestabelecidas consideradas importantes tais como: a viso fragmentria viso fragmentria viso fragmentria viso fragmentria viso fragmentria e a viso viso viso viso visointegradora integradora integradora integradora integradora da realidade por parte dos professores. Isto foi possvel pela interpretao dosseus relatos, luz dos temas geradorestemas geradorestemas geradorestemas geradorestemas geradores apontados no Quadro 1.

    1. Contextualizando-se historicamente a regio, pode-se compreender que, com o processo de interiorizao dasindstrias, houve um intenso crescimento das cidades.

  • 151Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    TTTTTABELA 1ABELA 1ABELA 1ABELA 1ABELA 1

    BANCO DE DADOS GERALBANCO DE DADOS GERALBANCO DE DADOS GERALBANCO DE DADOS GERALBANCO DE DADOS GERAL

    DEDEDEDEDEsssss MUNICPIOSMUNICPIOSMUNICPIOSMUNICPIOSMUNICPIOS ESCOLASESCOLASESCOLASESCOLASESCOLAS ESCOLASESCOLASESCOLASESCOLASESCOLAS EXPERINCIA EAEXPERINCIA EAEXPERINCIA EAEXPERINCIA EAEXPERINCIA EA JUSTIFICAJUSTIFICAJUSTIFICAJUSTIFICAJUSTIFICATIVTIVTIVTIVTIVAS AS AS AS AS QUESTIONRIOSQUESTIONRIOSQUESTIONRIOSQUESTIONRIOSQUESTIONRIOS

    TOTTOTTOTTOTTOTALALALALAL 55555asasasasas-8-8-8-8-8asasasasas SRIES SRIES SRIES SRIES SRIES TOTTOTTOTTOTTOTAL RESPAL RESPAL RESPAL RESPAL RESP..... SIMSIMSIMSIMSIM NONONONONO SIMSIMSIMSIMSIM NONONONONO RESPRESPRESPRESPRESP. SIM. SIM. SIM. SIM. SIM

    AmericanaAmericanaAmericanaAmericanaAmericana Americana 35 30 35 21 14 21 11 8

    Nova Odessa 11 9 7 3 4 4

    Sta.Brbara do Oeste 32 25 16 10 6 9 4 6

    AmparoAmparoAmparoAmparoAmparo Amparo 16 12 5 3 2 3 2 2

    Monte Alegre do Sul 2 2 2 1 1 1 1 1

    BraganaBraganaBraganaBraganaBragana Atibaia 31 19 6 6 6 5

    PPPPPaulistaaulistaaulistaaulistaaulista Bom Jesus dos Perdes 3 3

    Bragana Paulista 28 24 11 2 9 3 5

    Joanpolis 2 2 3 3 3 1 1

    Nazar Paulista 5 3

    Pedra Bela 1 1

    Pinhalzinho 4 4

    Piracaia 7 5 2 1 1 1 1

    CampinasCampinasCampinasCampinasCampinas Campinas 145 123 55 27 28 23 17 5

    (1)(1)(1)(1)(1) Valinhos 20 13 4 2 2 3 1 2

    Vinhedo 11 8 3 2 1 2 1

    (2)(2)(2)(2)(2) Cosmpolis 10 7 2 2 2

    Paulnia 12 11 3 3 3 2

    (3)(3)(3)(3)(3) Indaiatuba 23 20 2 2

    (4)(4)(4)(4)(4) Jaguarina 11 10 5 4 1 4 1 2

    Monte Mor 14 7 2 2

    Pedreira 9 7

    Holambra 2 1 3 3 1

    JundiaJundiaJundiaJundiaJundia Jundia 68 30 30 12 18 12 8 4

    (1)(1)(1)(1)(1) Campo Limpo Paulista 15 10 5 4 1 5 4

    Itupeva 12 5

    Vrzea Paulista 15 14 6 4 2 4 2 3

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    (2)(2)(2)(2)(2) Itatiba 22 21 21 15 6 15 6

    Jarinu 6 2 2 2 2 3

    Louveira 6 4 2 2

    Morungaba 2 2 2 2 2 1

    LimeiraLimeiraLimeiraLimeiraLimeira Limeira 44 37 33 14 19 14 7 6

    Cordeirpolis 3 3 2 2 2 1

    Iracempolis 3 3 2 2 2 2

    Mogi MirimMogi MirimMogi MirimMogi MirimMogi Mirim Artur Nogueira 7 5 5 2 3 2 1

    Sto. Antnio de Posse 7 4 2 2 2

    PPPPPiracicabairacicabairacicabairacicabairacicaba Piracicaba 62 51 16 9 7 10 1 5

    guas de So Pedro 1 1 1 1

    So Pedro 5 4

    Sta. Margarida da Serra 1 1 1 1

    Charqueada 5 4 1 1 1

    Rio ClaroRio ClaroRio ClaroRio ClaroRio Claro Rio Claro 28 27 5 4 1 3 1 2

    Analndia 1 1

    Corumbata 1 1 5 5 5

    Ipena 1 1

    Sta.Gertrudes 2 2

    SumarSumarSumarSumarSumar Sumar 27 26 14 6 8 6 4 3

    Hortolndia 29 29 2 2

    CapivariCapivariCapivariCapivariCapivari Rafard 4 3

    Mombuca 1 1 2 2 2 1

    Capivari 14 9 9 6 3 6 2 2

    Elias Fausto 4 3 2 2 2 2

    Rio das Pedras 7 6 4 2 2 2

    TOTTOTTOTTOTTOTALALALALAL 833 656 340 189 151 185 73 80

    Nota: Experincia EA: Experincia em Educao Ambiental.

    DEDEDEDEDEsssss MUNICPIOSMUNICPIOSMUNICPIOSMUNICPIOSMUNICPIOS ESCOLASESCOLASESCOLASESCOLASESCOLAS ESCOLASESCOLASESCOLASESCOLASESCOLAS EXPERINCIA EAEXPERINCIA EAEXPERINCIA EAEXPERINCIA EAEXPERINCIA EA JUSTIFICAJUSTIFICAJUSTIFICAJUSTIFICAJUSTIFICATIVTIVTIVTIVTIVAS AS AS AS AS QUESTIONRIOSQUESTIONRIOSQUESTIONRIOSQUESTIONRIOSQUESTIONRIOS

    TOTTOTTOTTOTTOTALALALALAL 55555asasasasas-8-8-8-8-8asasasasas SRIES SRIES SRIES SRIES SRIES TOTTOTTOTTOTTOTAL RESPAL RESPAL RESPAL RESPAL RESP..... SIMSIMSIMSIMSIM NONONONONO SIMSIMSIMSIMSIM NONONONONO RESPRESPRESPRESPRESP. SIM. SIM. SIM. SIM. SIM

    (cont.)(cont.)(cont.)(cont.)(cont.)

  • 153Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    QUQUQUQUQUADRO 1ADRO 1ADRO 1ADRO 1ADRO 1

    CACACACACATEGORIAS DE ANLISE E TEMAS GERADORESTEGORIAS DE ANLISE E TEMAS GERADORESTEGORIAS DE ANLISE E TEMAS GERADORESTEGORIAS DE ANLISE E TEMAS GERADORESTEGORIAS DE ANLISE E TEMAS GERADORES

    CATEGORIAS DE ANLISE: verificao da VISO FRAGMENTRIA ou INTEGRADORA da realidade pelosprofessores de 1 grau, no ensino da Geografia, detectadas pelos TEMAS GERADORES tais como:

    1. CONHECIMENTO DO ESPAO FSICO E SOCIAL DO ENTORNO ESCOLARConhecimento da dinmica da natureza e da dinmica social do entorno escolar (aspectos fsicos e sociais)e compreenso da organizao espao/territorial da rea em estudo vinculado temtica ambiental noensino da Geografia

    FFFFFinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorVerificar se o professor:

    reconhece a importncia de se conhecer a base fsica do espao que socialmente construdo,como forma de solucionar problemas ambientais e preservar a qualidade de vida

    tem a compreenso da totalidade da problemtica ambiental. Se percebe a integrao dos aspectosfsicos, sociais, polticos e culturais que envolvem a realidade compreendida na relao natureza/sociedade

    sabe para que serve o ensino da Geografia relacionado questo ambiental acompanha a questo ambiental de forma abrangente apenas transmite conhecimentos ou procura produzir novos conhecimentos

    2. INTERDISCIPLINARIDADEA articulao com as diferentes disciplinas no trato dos contedos geogrficos vinculados temtica ambientalpor aes educacionais inovadoras

    FFFFFinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorVerificar se o professor:

    dialoga com outros professores de Geografia e de outras disciplinas compreende a limitao que uma disciplina particular apresenta para dar conta de explicar a realida-

    de e principalmente os problemas ambientais acredita que a Educao Ambiental deve ser uma nova disciplina curricular ou no tem sugestes de como a Educao Ambiental deveria ser desenvolvida no contexto escolar por

    meio de um trabalho interdisciplinar tem conscincia ecolgica/ambiental globalizanteprocura impulsionar aes que possam levar os alunos a descobrir a interdisciplinaridade no trato da

    questo ambiental no ensino de Geografia

    3. RELAO ESCOLA/COMUNIDADEUnio entre teoria e prtica no ensino da Geografia como forma de dar respostas e buscar solues para osproblemas ambientais da comunidade em que a escola est inserida

    FFFFFinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorinalidades do tema geradorVerificar se o professor:

    conhece os problemas ambientais da escola, do bairro, da cidade e da comunidade em que a escolase insere, do pas e do mundo

    conhece a realidade dos seus alunos conhece a realidade escolar, princpios e organizao est exercendo sua cidadania (se participativo) tem uma prtica docente relacionada aos movimentos sociais mais amplos

    busca unir teoria e prtica em sua atividade pedaggica, resultando numa prtica social

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    A razo de se ter como suporte um conjunto de indagaes sobre um dos agentesenvolvidos no processo educativo o professor se deu tambm com vistas compreen-so das mltiplas inter-relaes que se estabelecem entre o professor com a sociedade eparticularmente com as instituies educacionais. Dentre as indagaes destacam-se asseguintes:

    Qual o perfil dos professores de Geografia nas escolas pblicas de 1 grau dabacia dos rios Piracicaba, Capivari, Jundia, no Estado de So Paulo?

    Quais embasamentos tericos e pressupostos filosficos esto permeando asprticas docentes dos professores de Geografia, voltadas para a chamada Edu-cao Ambiental?

    Quais as caractersticas dessas instituies escolares, na viso de seus professoresde Geografia, e quais as condies de ensino e trabalho desses professores?

    Qual o envolvimento por parte desses professores com atividades ambientalistas,associaes sindicais e partidos polticos e que tipo de influncia isso pode trazerou no para a sua prtica docente?

    Que conhecimento tem o professor do ambiente fsico e social do entorno esco-lar e das bacias onde est inserida a escola? Enfim, detectar quais as potencialida-des materiais e humanas existentes na chamada Educao Ambiental Educao Ambiental Educao Ambiental Educao Ambiental Educao Ambiental para area em estudo.

    O levantamento das atividades voltadas para a Educao Ambiental Educao Ambiental Educao Ambiental Educao Ambiental Educao Ambiental foi realizadonas escolas pblicas de 1 grau localizadas nos 53 municpios inseridos na rea das baciashidrogrficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundia, dentro do Estado de So Paulo. Foramdetectadas 653 escolas de 5 a 8 sries, das quais responderam 340 professores ao ques-tionamento inicial dessa pesquisa: a existncia ou no de experincias voltadas para a Edu-cao Ambiental. Desses professores 189 disseram estar trabalhando com a temticaambiental e 151 disseram que no. Tanto os professores que disseram sim como os quedisseram no justificaram suas respostas. Foram detectadas 112 atividades, as quais passa-ram por uma anlise de contedo com base nos relatos dos professores. Essa anlisepermitiu detectar 99 experincias, que se apresentaram como atividades fragmentadorasdo ensino, enquanto apenas 13 experincias mostraram certo nvel de integrao do ensi-no. A predominncia de projetos considerados como atividades fragmentrias do ensinopode ser mais bem ilustrada pela figura figura 1.

    As atividades mais integradoras do ensino foram tambm analisadas a partir daabrangncia dos temas abordados. Os temas foram examinados considerando-se as pre-missas que fundamentam as prticas segundo conceitos de fragmentao e integrao, comomostra o quadro 2.

  • 155Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    FIGURA 1FIGURA 1FIGURA 1FIGURA 1FIGURA 1

    ATIVIDATIVIDATIVIDATIVIDATIVIDADES DADES DADES DADES DADES DA CHAMADA CHAMADA CHAMADA CHAMADA CHAMADA EDUCAO AMBIENTA EDUCAO AMBIENTA EDUCAO AMBIENTA EDUCAO AMBIENTA EDUCAO AMBIENTALALALALALDESENVDESENVDESENVDESENVDESENVOLOLOLOLOLVIDVIDVIDVIDVIDAS PELAS PELAS PELAS PELAS PELOS PROFESSORES (TOTOS PROFESSORES (TOTOS PROFESSORES (TOTOS PROFESSORES (TOTOS PROFESSORES (TOTAL: 112 AAL: 112 AAL: 112 AAL: 112 AAL: 112 ATIVIDTIVIDTIVIDTIVIDTIVIDADES)ADES)ADES)ADES)ADES)

    QUQUQUQUQUADRO 2ADRO 2ADRO 2ADRO 2ADRO 2

    ATIVIDATIVIDATIVIDATIVIDATIVIDADES FRAADES FRAADES FRAADES FRAADES FRAGMENTRIAS GMENTRIAS GMENTRIAS GMENTRIAS GMENTRIAS VERSUSVERSUSVERSUSVERSUSVERSUS ATIVID ATIVID ATIVID ATIVID ATIVIDADES INTEGRADORASADES INTEGRADORASADES INTEGRADORASADES INTEGRADORASADES INTEGRADORAS

    Estudos parciais do meio ambiente, ora ape-

    nas como observao da realidade, ora como

    solues tcnicas de problemas naturais, sem

    discusso sobre suas causas.

    No h uma contextualizao histrico-espa-

    cial dos problemas ambientais

    Temas amplos ecolgicos, pontuais e come-

    morativos

    Trabalha aspectos fsico/sociais

    No h unio entre teoria e prtica

    Estudo da realidade

    Busca de soluo de problemas concretos

    do meio ambiente da comunidade (nature-

    za/sociedade)

    H contextualizao histrico-espacial dos

    problemas (industrializao/urbanizao etc.)

    Temas socioambientais

    Trabalha aspectos fsico/sociais

    H unio entre teoria e prtica

    A caracterizao do perfil do professor que ensina Geografia nas escolas pblicaslocalizadas nas bacias em estudo desenvolveu-se com a elaborao e a aplicao do Ques-tionrio Geral do Professor que, adotando duas categorias (socioeconmica e cultural epedaggico-educacional), permitiu detectar os principais aspectos das suas prticas peda-ggicas no ensino da Geografia, relacionados temtica ambiental. Essa anlise foi impor-tante tambm para examinar as vises de Educao Ambiental e da crise ambiental porparte dos professores envolvidos nas experincias. A caracterizao de como o professorde Geografia analisa sua prpria atividade profissional e a avaliao das necessidades senti-das por ele foram elementos importantes para as inovaes nas atividades de extensouniversitria voltadas para a melhoria da qualidade de ensino de Geografia.

    99

    13

    Fragmentrias

    Mais Integradoras

  • 156 Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    Dispensveis 3%

    Urgentes47%

    Indispensveis46%

    No responderam

    4%

    Com relao formao acadmica formao acadmica formao acadmica formao acadmica formao acadmica do professor, foi possvel detectar que maisda metade tem Licenciatura Plena completa. Mas, por outro lado, 5 professores tm ape-nas Licenciatura Curta completa e 14 professores (o que corresponde a cerca de 20%)no esto habilitados em Geografia, e sim em outros diferentes cursos tais como: Pedago-gia (2), Administrao de Empresas (2), Fsica (1), Filosofia (2), Cincias Sociais (1), Histria(5), Estudos Sociais (2), Sociologia (1). Cursando o Mestrado em Geografia h apenas 2professores. Com seus cursos de graduao em andamento h 10 professores, e 2 profes-sores esto ensinando com apenas 2 grau completo. De um universo de 80 professores,quase a metade no est habilitada nessa rea do conhecimento. Esses dados apontampara problemas da formao inadequada dos professores, bem como explicam muitas dascontradies apresentadas nas suas respostas, quando questionados sobre como deveriaser trabalhada a temtica ambiental no ensino de Geografia, em relao ao qual a maioriamostrou desconhecer a importncia do trabalho interdisciplinar (Figura 9).

    Quando tiveram de opinar sobre a necessidade de aperfeioamento profissional,ao serem questionados sobre a importncia dos Cursos de Capacitao ou Atualizao, osprofessores mostraram a necessidade de aperfeioamento: so urgentes e indispensveispara significativa maioria (93%); dispensveis apenas para 3% dos professores, sendo que4% no responderam. A figura 2 ilustra essa constatao.

    FIGURA 2FIGURA 2FIGURA 2FIGURA 2FIGURA 2

    OPINIO DOS PROFESSORES SOBRE A NECESSIDOPINIO DOS PROFESSORES SOBRE A NECESSIDOPINIO DOS PROFESSORES SOBRE A NECESSIDOPINIO DOS PROFESSORES SOBRE A NECESSIDOPINIO DOS PROFESSORES SOBRE A NECESSIDADE DE CURSOS DE CAPADE DE CURSOS DE CAPADE DE CURSOS DE CAPADE DE CURSOS DE CAPADE DE CURSOS DE CAPAAAAACITCITCITCITCITAOAOAOAOAO,,,,,ATUATUATUATUATUALIZAO E EXTENSO UNIVERSITRIAALIZAO E EXTENSO UNIVERSITRIAALIZAO E EXTENSO UNIVERSITRIAALIZAO E EXTENSO UNIVERSITRIAALIZAO E EXTENSO UNIVERSITRIA

    A pesquisa mostrou ainda que sobre a capacitao profissionalcapacitao profissionalcapacitao profissionalcapacitao profissionalcapacitao profissional desses professores,apenas 13 fazem ou fizeram algum curso de aperfeioamento, especializao ou extensouniversitria; dentre esses docentes apenas um professor fez um curso de atualizao vol-tado Educao Ambiental..... Mesmo assim, esse foi um dos professores que disseram simpara a incluso de uma nova disciplina curricular para a Educao Ambiental em vez desugerir a necessidade de um trabalho interdisciplinar. Questiona-se assim tambm a natu-reza dos cursos de especializao sobre Educao Ambiental, que proliferam deixando decontribuir para uma viso mais clara da questo.

  • 157Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    66%

    31%3%

    SIM

    NO

    No Resp

    57

    4

    17

    6

    37

    6

    18

    2827

    17

    utiliza no resp.

    aulas expositivas

    recursos audiovisuais

    recortes/jornais

    seminrios

    atividades extra-classe

    Sobre as diferentes estratgias utilizadas nas aulas de Geografia, a pesquisa apre-sentou o seguinte perfil do professor: cerca de 75% disseram utilizar mais as aulas expositivassendo que apenas 20% utilizam recursos audiovisuais. Com relao s atividades extraclasse(estudo do meio), 80 professores, cerca de 30%, realizam-nas (Figura 3).

    FIGURA 3FIGURA 3FIGURA 3FIGURA 3FIGURA 3

    ESTRAESTRAESTRAESTRAESTRATGIAS DE AULAS DOS PROFESSORES NO ENSINO DE GEOGRAFIATGIAS DE AULAS DOS PROFESSORES NO ENSINO DE GEOGRAFIATGIAS DE AULAS DOS PROFESSORES NO ENSINO DE GEOGRAFIATGIAS DE AULAS DOS PROFESSORES NO ENSINO DE GEOGRAFIATGIAS DE AULAS DOS PROFESSORES NO ENSINO DE GEOGRAFIA

    Esses dados, principalmente os referentes s atividades extraclasse, mostram a lacu-na existente na rede oficial de ensino com respeito relao escola/comunidade, para aEducao Ambiental, uma vez que o estudo do meio, fundamental para o conhecimentodas rea dos entornos escolares, apenas efetivamente exercido pela minoria dos profes-sores. Por isso mesmo que predominam as aulas expositivas como estratgia de aula naqual est expressa a dependncia do livro didtico por parte dos professores; 66% delesdizem utiliz-lo (Figura 4).

    FIGURA 4FIGURA 4FIGURA 4FIGURA 4FIGURA 4

    USO DO LIVRO DIDTICO PELUSO DO LIVRO DIDTICO PELUSO DO LIVRO DIDTICO PELUSO DO LIVRO DIDTICO PELUSO DO LIVRO DIDTICO PELO PROFESSORO PROFESSORO PROFESSORO PROFESSORO PROFESSOR

    portanto muito elevado o porcentual de professores que utilizam o livro didticocomo material bsico. Alm disso, obteve-se a informao de que esse o determinadordos contedos programticos para o ensino de Geografia, uma vez que a grande maioriados docentes o usa com freqncia, sendo que apenas 15 o fazem ocasionalmente. Dessaforma, inexistindo, nos livros didticos, o conhecimento da realidade do aluno, bem como

  • 158 Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    da rea onde a escola est inserida, os professores trabalham, no que se refere temticaambiental, na maioria das vezes, contedos abstratos e dissociados da realidade social.

    O levantamento das condies de trabalho da rede estadual de ensino desenvol-veu-se a partir dos seguintes indicadores: infra-estrutura escolarinfra-estrutura escolarinfra-estrutura escolarinfra-estrutura escolarinfra-estrutura escolar quanto existncia eutilizao dos recursos materiais, qualidade desses recursos, oportunidades de participa-o em eventos educacionais e qualidade de vida do entorno escolar. Sobre a infra-estru-tura escolar quanto existncia e utilizao materialexistncia e utilizao materialexistncia e utilizao materialexistncia e utilizao materialexistncia e utilizao material, obteve-se o seguinte quadro naviso do professor (Tabela 2).

    TTTTTABELA 2ABELA 2ABELA 2ABELA 2ABELA 2

    RELARELARELARELARELATO DOS PROFESSORES SOBRE A INFRATO DOS PROFESSORES SOBRE A INFRATO DOS PROFESSORES SOBRE A INFRATO DOS PROFESSORES SOBRE A INFRATO DOS PROFESSORES SOBRE A INFRA-ESTRUTURA ESCOLAR-ESTRUTURA ESCOLAR-ESTRUTURA ESCOLAR-ESTRUTURA ESCOLAR-ESTRUTURA ESCOLAR

    INFRAINFRAINFRAINFRAINFRA-ESTRUTURA-ESTRUTURA-ESTRUTURA-ESTRUTURA-ESTRUTURA::::: NO EXISTENO EXISTENO EXISTENO EXISTENO EXISTE POUCO USADOPOUCO USADOPOUCO USADOPOUCO USADOPOUCO USADO MUITO USADOMUITO USADOMUITO USADOMUITO USADOMUITO USADO NO USADONO USADONO USADONO USADONO USADO NRNRNRNRNR

    LLLLLaboratrioaboratrioaboratrioaboratrioaboratrio 58% 28% 10% 4% -

    BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca 4% 32% 37% 5% 22%

    Oficinas pedaggicasOficinas pedaggicasOficinas pedaggicasOficinas pedaggicasOficinas pedaggicas 100% - - - -

    Nota: NR = No responderam

    A tabela mostra a falta de laboratrios, sendo que os existentes no apresentamuma otimizao do seu uso. J as bibliotecas existem na maioria das escolas, mas quase noso utilizadas pelos alunos e professores. As oficinas pedaggicas so completamente au-sentes na experincia desses professores.

    J sobre os eventos da tabela 3, oferecidos ou no aos professores pela escola,Delegacia de Ensino, Secretaria da Educao, tem-se:

    TTTTTABELA 3ABELA 3ABELA 3ABELA 3ABELA 3

    EVENTOS OFERECIDOS PEVENTOS OFERECIDOS PEVENTOS OFERECIDOS PEVENTOS OFERECIDOS PEVENTOS OFERECIDOS PARA APERFEIOARA APERFEIOARA APERFEIOARA APERFEIOARA APERFEIOAMENTO DE PROFESSORESAMENTO DE PROFESSORESAMENTO DE PROFESSORESAMENTO DE PROFESSORESAMENTO DE PROFESSORES

    EVENTOSEVENTOSEVENTOSEVENTOSEVENTOS DEDEDEDEDE SESESESESE UEUEUEUEUE NENHUMNENHUMNENHUMNENHUMNENHUM NRNRNRNRNR

    Cursos de CapacitaoCursos de CapacitaoCursos de CapacitaoCursos de CapacitaoCursos de Capacitao 27 4 1 13 35

    CongressosCongressosCongressosCongressosCongressos 1 1 - - 78

    SeminriosSeminriosSeminriosSeminriosSeminrios 10 1 3 - 66

    EncontrosEncontrosEncontrosEncontrosEncontros 6 3 9 - 62

    OutrosOutrosOutrosOutrosOutros 9 1 5 2 63

    Notas: DE: Delegacia de Ensino SE: Secretaria de Educao Total de professores: 80

    UE: Unidade Escolar NR: No responderam

    Como se pode observar, so pouqussimas as oportunidades de atualizao e aper-feioamento oferecidas aos professores pelos canais considerados formais da educao,

  • 159Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    23%

    24%24%

    5%10% 7%

    2% 5%

    Mdia (TV) Jornais Revistas Textos

    Videos/livros Cursos Escolas Nada

    restando-lhes, basicamente, a obteno de informaes via canais informais, como a mdia,por exemplo. O que s vem reforar as vises distorcidas que a maioria dos professorestem da crise ambiental e da prpria Educao Ambiental.

    Considerando-se a existncia de diferentes formas disponveis na sociedade, paraobteno de informaes sobre a questo ambiental, julgou-se importante, para uma com-preenso mais acurada da viso que o professor possui sobre a questo ambiental, fazer aseguinte pergunta:

    Como o professor tem acompanhado a questo ambiental? Como o professor tem acompanhado a questo ambiental? Como o professor tem acompanhado a questo ambiental? Como o professor tem acompanhado a questo ambiental? Como o professor tem acompanhado a questo ambiental?Dos que responderam foi possvel obter os seguintes resultados: pelos meios de

    comunicao de massa tais como TV com os noticirios/documentrios ambientais e filmes(10 professores); pela imprensa escrita, principalmente jornais (14 professores); pelas re-vistas em geral e revistas cientficas (10 professores); por meio de textos especficos (2professores); por meio de vdeos ou livros paradidticos (4 professores); por intermdiode cursos oferecidos pela DE como palestras, encontros, simpsios congressos (3 profes-sores), e 2 professores confirmaram no acompanhar a questo ambiental de nenhumaforma. A figura 5 ilustra essa realidade.

    FIGURA 5FIGURA 5FIGURA 5FIGURA 5FIGURA 5

    FONTES DE INFORMAO SOBRE A TEMTICA AMBIENTFONTES DE INFORMAO SOBRE A TEMTICA AMBIENTFONTES DE INFORMAO SOBRE A TEMTICA AMBIENTFONTES DE INFORMAO SOBRE A TEMTICA AMBIENTFONTES DE INFORMAO SOBRE A TEMTICA AMBIENTAL PAL PAL PAL PAL PARA OS PROFESSORESARA OS PROFESSORESARA OS PROFESSORESARA OS PROFESSORESARA OS PROFESSORESDDDDDAS ESCOLAS PBLICAS DE 1AS ESCOLAS PBLICAS DE 1AS ESCOLAS PBLICAS DE 1AS ESCOLAS PBLICAS DE 1AS ESCOLAS PBLICAS DE 1ooooo GRA GRA GRA GRA GRAUUUUU

    Predomina ento um acompanhamento prprio dos meios de difuso do sistemade comunicao social, ou seja, meios de comunicao de massa (mass media), sendo queo sistema de educao formal deixa a desejar, resultando na prpria falta de conscinciaambiental e na inadequada formao acadmica, apresentadas pela maioria dos professo-res pesquisados, pois eles no esto acompanhando a questo ambiental pelos mecanis-mos que deveriam ser prprios da educao em todos os nveis, principalmente pela difu-so, por exemplo, por meio de textos, livros paradidticos, cursos, palestras, simpsios,

  • 160 Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    Meio/realidade13%

    Conscientizao29%

    LIXO23%

    Datas comemorativas

    8%

    Preserv.patrim.6%

    Solues tcnicas

    9%

    Microbacias4%

    Estudo de campo

    8%

    encontros e congressos. Mais grave ainda torna-se o quadro, ao considerar-se que naimprensa escrita e falada predominam, principalmente na TV, os temas amplos envolvendomeio ambiente, ecologia, equilbrio ecolgico, extino de espcies que, raramente apre-sentando uma abordagem socioambiental, eliminam a explicao sobre as causas dos pro-blemas.

    Interessante salientar tambm que a pesquisa aponta uma grande diversidade detemas considerados projetos de educao ambiental. Exemplo: Coleta seletiva do lixo ereciclagem do lixo (12 projetos); Gesto ambiental: monitoramento das guas, principal-mente como Solues Tcnicas (5 projetos); Conscientizao: arborizao, proteo/pre-servao/reflorestamento/plantio de rvores e mudas/mata ciliar (14 projetos, dentre osquais esto incorporados tambm projetos sobre o lixo); Estudo de campo/Observao (4projetos); Pesquisas ambientais bibliogrficas (5 projetos); Campanhas ecolgicas: canaliza-o e tratamento de esgotos (2 projetos); Estudo do meio como estudo da realidade (7projetos); Projeto de microbacias (2 projetos); Projeto de preservao do patrimnio geralmente o da prpria escola (3 projetos); Projetos de comemorao de datas como DiaMundial do Meio Ambiente, Dia da rvore, Semana do Meio Ambiente, representadospor prticas espordicas, durante o ano letivo (4 projetos). Isso revela que predomina acoleta seletiva do lixo em detrimento de projetos mais globalizantes tais como o estudo domeio com o estudo da realidade, que poderia significar maior continuidade na medida emque fizesse parte de um processo de formao de novas mentalidades do que simplesmecanismo de treinamento de apenas uma tcnica, pela qual os alunos so estimulados aconsumir ainda mais para contribuir com a escola na coleta de materiais que posteriormen-te, dependendo da sua quantidade, podero ser vendidos ou trocados por algum equipa-mento para uso escolar (Figura 6).

    FIGURA 6FIGURA 6FIGURA 6FIGURA 6FIGURA 6

    TEMAS/ATIVIDTEMAS/ATIVIDTEMAS/ATIVIDTEMAS/ATIVIDTEMAS/ATIVIDADES CONSIDERADOS PELADES CONSIDERADOS PELADES CONSIDERADOS PELADES CONSIDERADOS PELADES CONSIDERADOS PELOS PROFESSORES COMOOS PROFESSORES COMOOS PROFESSORES COMOOS PROFESSORES COMOOS PROFESSORES COMOPROJETOS DE EDUCAO AMBIENTPROJETOS DE EDUCAO AMBIENTPROJETOS DE EDUCAO AMBIENTPROJETOS DE EDUCAO AMBIENTPROJETOS DE EDUCAO AMBIENTALALALALAL

  • 161Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    Poluio sonora18%

    Poluio visual6%

    Lixo18%Ausncia do

    verde23%

    Outros/gua23%

    Nenhum9%

    Todos interligados

    3%

    Sobre a qualidade de vida do entorno escolar, procurou-se indagar quais os proble-mas ambientais reconhecidos pelos professores como sendo os mais graves da escola quese dividiram em: poluio sonora (12 professores), visual (4 professores), lixo escolar (12professores), ausncia de verde (15), outros, dentre eles a gua (15), sendo que 6 profes-sores disseram que no h nenhum problema. Apenas 2 professores mencionaram queso todos interligados. No responderam a esta pergunta 14 professores (ver Figura 7).

    FIGURA 7FIGURA 7FIGURA 7FIGURA 7FIGURA 7

    PROBLEMAS AMBIENTPROBLEMAS AMBIENTPROBLEMAS AMBIENTPROBLEMAS AMBIENTPROBLEMAS AMBIENTAIS MAIS GRAAIS MAIS GRAAIS MAIS GRAAIS MAIS GRAAIS MAIS GRAVES DVES DVES DVES DVES DA REA DO ENTORNOA REA DO ENTORNOA REA DO ENTORNOA REA DO ENTORNOA REA DO ENTORNOESCOLAR NA VISO DOS PROFESSORESESCOLAR NA VISO DOS PROFESSORESESCOLAR NA VISO DOS PROFESSORESESCOLAR NA VISO DOS PROFESSORESESCOLAR NA VISO DOS PROFESSORES

    O fato de apenas dois professores apontarem a interligao dos diferentes proble-mas da rea do seu entorno escolar pode revelar que a maioria percebe os problemas deforma simplista e isolada de situaes sociais mais amplas.

    Quando questionados se a Educao Ambiental deveria ser trabalhada na escolacom a introduo de uma nova disciplina curricular, foram estes os dados colhidos: quase75% disseram que sim, e 25% disseram que no, sendo que trs professores no respon-deram a esta pergunta. A figura 8 ilustra a real situao.

    A figura aponta para a falta de acompanhamento por parte da maioria dos professo-res, do debate sobre essa questo, e do desconhecimento da literatura que j existe comofruto de encontros, tanto nacionais como internacionais, que tm mostrado um consensosobre a inoperncia da Educao Ambiental por meio de uma nova disciplina curricular.

    Para complementao da pergunta anterior foram pedidas aos 80 professores su-gestes de como deveria ser desenvolvida a Educao Ambiental na escola, o que resultounas seguintes respostas: dez professores disseram que deveria ser por meio de um traba-lho interdisciplinar, dois sugeriram um trabalho dentro das prprias disciplinas (mas semintegrao), um professor foi a favor de se trabalhar o assunto em Cincias, 5 professores

  • 162 Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    acharam que se devia trabalhar em Geografia e Cincias, 1 professor, apenas em Geogra-fia, e 61 professores no responderam. Os dados sugerem que esses que no responde-ram, ou no tm uma opinio formada sobre o assunto, ou acreditam mesmo que a solu-o seria trabalhar de forma fragmentria como uma disciplina nova a mais no currculo(ver Figura 9).

    FIGURA 8FIGURA 8FIGURA 8FIGURA 8FIGURA 8

    OPINIO DOS PROFESSORES SOBRE A INTRODUO DOPINIO DOS PROFESSORES SOBRE A INTRODUO DOPINIO DOS PROFESSORES SOBRE A INTRODUO DOPINIO DOS PROFESSORES SOBRE A INTRODUO DOPINIO DOS PROFESSORES SOBRE A INTRODUO DA EDUCAO AMBIENTA EDUCAO AMBIENTA EDUCAO AMBIENTA EDUCAO AMBIENTA EDUCAO AMBIENTALALALALALCOMO UMA NOCOMO UMA NOCOMO UMA NOCOMO UMA NOCOMO UMA NOVVVVVA DISCIPLINA CURRICULARA DISCIPLINA CURRICULARA DISCIPLINA CURRICULARA DISCIPLINA CURRICULARA DISCIPLINA CURRICULAR

    FIGURA 9FIGURA 9FIGURA 9FIGURA 9FIGURA 9

    COMO DEVERIA SER DESENVCOMO DEVERIA SER DESENVCOMO DEVERIA SER DESENVCOMO DEVERIA SER DESENVCOMO DEVERIA SER DESENVOLOLOLOLOLVIDVIDVIDVIDVIDA A EDUCAO AMBIENTA A EDUCAO AMBIENTA A EDUCAO AMBIENTA A EDUCAO AMBIENTA A EDUCAO AMBIENTALALALALALNAS ESCOLAS SEGUNDO OS PROFESSORESNAS ESCOLAS SEGUNDO OS PROFESSORESNAS ESCOLAS SEGUNDO OS PROFESSORESNAS ESCOLAS SEGUNDO OS PROFESSORESNAS ESCOLAS SEGUNDO OS PROFESSORES

    105

    12 1

    61

    Interdisciplinar

    Nas disciplinas

    Em Cincias

    Em Geografia e Cincias

    Em Geografia

    No responderam

    20

    3

    57

    Sim

    No

    No responderam20

  • 163Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    Uma sntese das respostas a essa ltima questo, inter-relacionada com as demaisinformaes anteriormente explicitadas, muito contribuiu, no s para esclarecer e aprofundaro entendimento das opinies dos professores sobre a Educao Ambiental, dos entraves ssuas aes educativas, mas tambm para apontar, principalmente, uma tendncia geral dascaractersticas da rede oficial de ensino, quanto incluso da temtica ambiental no proces-so educativo. Assim, foi possvel afirmar basicamente que esta apresenta as seguintes carac-tersticas:

    1. viso distorcida do processo educativo e das inovaes exigidas (por uma signi-ficativa parcela dos professores), que impede a compreenso globalizadora darealidade e da problemtica ambiental, o que fatalmente se remete prpria mformao acadmica desses professores e que leva falta de conscientizao daquesto ambiental;

    2. ausncia de cursos de capacitao e atualizao para a maioria dos professores;3. dificuldades no desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar pelo despreparo

    dos professores e pelos entraves da prpria estrutura burocrtica escolar;4. falta de materiais didticos e instrutivos acerca da questo ambiental.

    Por outro lado, no entanto, pde-se inferir tambm com base na anlise que exis-tem alguns professores conscientes e preparados, portanto considerados foras inovadoraspotenciais em um movimento positivo j existente na rede oficial de ensino. Eles apresen-tam uma viso mais abrangente da questo ambiental, buscam relacionar escola e comuni-dade, e mostram, com experincias e projetos em Educao Ambiental, que possvelampliar suas aes envolvendo outros professores e alunos para prticas mais condizentescom a realidade, procurando algumas respostas e solues para os problemas ambientaisdo entorno escolar.

    Na coleta de informaes, as entrevistas com o grupo de professores envolvidos noprojeto das microbacias AreiaAreia Branca deram oportunidade para respostas a duasquestes consideradas fundamentais para a pesquisa: O que os professores entendem porEducao Ambiental e qual o significado de crise ambiental? Foram escolhidos os professo-res que apresentaram uma viso mais integradora da problemtica ambiental, um conheci-mento mais apurado e tcnico dos aspectos geomorfolgicos da rea, bem como umaatuao ligada a outros movimentos sociais da comunidade. Dessa forma, uma viso con- viso con- viso con- viso con- viso con-siderada integradora da realidadesiderada integradora da realidadesiderada integradora da realidadesiderada integradora da realidadesiderada integradora da realidade por parte dos professores que ensinam Geografia(diferente da tendncia geral apresentada pela pesquisa) deve incluir elementos envolvidosna construo do conhecimento da comunidade e de suas relaes com a sociedade glo-bal. Esta corresponde a uma concepo sobre ambiente, crise ambiental e EducaoAmbiental, que possibilita indicar alternativas de renovao do ensino de Geografia volta-das Educao Ambiental e apoio para uma produo de materiais didticos condizentescom suas reais necessidades.

  • 164 Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    O projeto das microbacias do Areia e Areia Branca visa especificamente capacitaodos professores e contribuio no processo educacional para impedir a fragmentao doconhecimento, herana das cincias que canalizada para as disciplinas curriculares. Suahistria comeou a se desenvolver nos anos de 1990/91, pela ao de vrios professoresdas redes estadual e municipal de ensino, que originalmente estavam trabalhando no Mu-seu Dinmico de Cincias. A descentralizao das suas atividades desse museu para osdiferentes bosques existentes na regio de Campinas permitiu o desenvolvimento do Pro-jeto nos Bosques dos Guarats, no Bosque Augusto Ruschi (DIC I), no Parque Valena e naPraa de Esportes do Jardim So Vicente.

    Para atender os alunos e professores das escolas locais e envolv-los num trabalhoque fosse alm das atividades realizadas no bosque, os professores resolveram primeiroiniciar as atividades dentro do bosque e finaliz-las fora, percorrendo o crrego formadopelas trs nascentes locais, at sua confluncia com o crrego maior. Assim, foi conhecidoo caminho do rio. Montou-se ento um projeto Vamos batizar o ribeiro com o intuitode aproximar a comunidade do crrego iniciando-se pela escolha do seu nome. Paralela-mente, por meio de documentos oficiais e de antigos moradores buscou-se descobrir seuverdadeiro nome que passou a se chamar Crrego do Areia Branca. Nesse momento osprofessores auxiliados pelo Museu Dinmico de Cincias de Campinas, pela 4 Delegaciade Ensino de Campinas, pela Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral CATI, peloInstituto Agronmico de Campinas IAC, pelo 28 Batalho de Infantaria Blindada BIB,pela Secretaria Municipal de Educao e Associao dos Gegrafos Brasileiros, seo deCampinas, montaram uma exposio com os dados levantados sobre a rea com os mate-riais sobre o manejo adequado do solo em bacias hidrogrficas e sobre a degradaoambiental no Municpio de Campinas. A exposio foi realizada no Bosque Augusto Ruschi,nos dias 29 e 30 de novembro e 1 de dezembro de 1991, lanando-se ento a Campa-nha: Adote o seu rio. Em 1992, os professores envolvidos nessas tarefas entraram emcontato com vrios colegas das escolas pblicas locais, apresentando o trabalho desenvol-vido at ento, e a proposta de criar um projeto interdisciplinar ou multidisciplinar quetivesse como tema a microbacia do Crrego do Areia Branca. Inicialmente esse projetocomeou reunindo 6 escolas pblicas e 23 professores de diferentes disciplinas. Em 1993,houve um interesse maior e o nmero de professores aumentou para 50, e o de escolaspassou de 6 para 9 escolas pblicas locais trabalhando no projeto tais como: EEPG D.Veneranda Martins Siqueira, EEPG Carmelina Castro Rinco (Prefeitura), EEPSG OrlandoSignorelli, EEPSG Newton Pimenta Neves, EEPG Rosentina Farias de Syllos, EEPGSargento Joaquim Pedroso, EEPG Professor Benevenuto Torres, EEPSG ReverendoEliseu Narcsio, EEPG Dr. Enas Csar Ferreira.

    O projeto viabilizou-se principalmente devido aos professores terem conseguidooito horas extras semanais remuneradas para o desenvolvimento dos trabalhos que foramassim distribudos: estudos e trabalhos em grupo com professores/ou individuais e traba-

  • 165Cadernos de Pesquisa, n 109, maro/2000

    lhos extraclasse com os alunos (duas vezes por semana, teras-feiras de manh e sextas-feiras tarde). Uma reunio geral por ms aos sbados. Essa reunio com carter deliberativoacatava as decises tomadas pela maioria. Na reunio os professores deviam apresentarum relatrio de suas atividades, leituras realizadas e dificuldades encontradas (intercmbiode experincias), busca de solues e planos de ao.

    A abordagem interdisciplinar decorreu do envolvimento de professores de diferen-tes disciplinas proporcionando uma viso de conjunto, uma vez que os temas estudadostm como base os processos atuantes na produo do espao das microbacias. O temagerador colocado nessa proposta de estudo de microbacias est muito prximo do aluno:os rios e suas inter-relaes com a sociedade. Como a gua se constitui num elementofundamental para a sobrevivncia humana, e a sua qualidade est intimamente ligada qualidade de vida das pessoas, o estudo das microbacias acaba por aglutinar vrias cinciase disciplinas em torno de uma mesma temtica, permitindo aos alunos, professores e co-munidade agirem localmente e pensarem de modo global na busca de respostas aos pro-blemas ambientais. A necessidade de agir, atuar e repensar de forma interdisciplinar nabusca de conhecimentos e no exerccio da cidadania no deve se circunscrever apenas sala de aula, aos manuais didticos e aos programas oficiais, mas necessrio que esteja emmovimento dirio, na atuao e na participao, junto famlia, comunidade local e sociedade no seu todo.

    A rea da microbacia do Areia e Areia Branca, parafraseando Soja (1993), pareceser o lugar onde tudo se junta. Essa rea, tambm denominada Regio de Ouro Verde,localiza-se na parte sudoeste do Municpio de Campinas, onde a degradao ambientalapresenta nveis altssimos, principalmente pelo fato de que essas microbacias tiveram suaurbanizao bastante intensificada nas ltimas duas dcadas. Considera-se portanto a es-colha dessa rea extremamente significativa para a pesquisa, pois ela apresenta algumascaractersticas que a tornam, particularmente, um espao integrador dos diferentes ele-mentos que compem a realidade regional (tanto fsicos como sociais), podendo serassim considerada como uma rea de concentrao dos mesmos problemas ambientaisque se encontram dispersamente distribudos pelas bacias dos rios Piracicaba, Capivari,Jundia (em So Paulo), o que deve contribuir para explicar a complexidade da questoambiental. Na realidade a que tudo parece se fundir, uma vez que ao lado de umconglomerado de indstrias transnacionais, dotadas de excelente infra-estrutura em ter-mos de bens e servios, e largas avenidas que podem contribuir para escoamento dosseus produtos, existem reas deprimidas de moradias muito precrias, prximas aoscrregos altamente poludos que recebem os dejetos dessas mesmas indstrias, destru-indo os principais elementos naturais que fazem parte da paisagem. Essa resultado daorganizao de um espao/territrio, que no soube respeitar os limites de suporte danatureza que pudessem fazer frente s demandas de uma vida com qualidade para amaioria de seus habitantes.

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    RESULRESULRESULRESULRESULTTTTTADOS DADOS DADOS DADOS DADOS DA PESQUISA E SUGESTESA PESQUISA E SUGESTESA PESQUISA E SUGESTESA PESQUISA E SUGESTESA PESQUISA E SUGESTES

    Foram as prprias falas dos professores, pelas entrevistas, como veremos mais adi-ante, quanto ao seu envolvimento no projeto de Educao Ambiental das microbacias doAreia e Areia Branca, que permitiram chegar a alguns insights reveladores de uma prticade Educao Ambiental mais integradora do ensino. Quem so esses sujeitos histricos,protagonistas dessa experincia que, em suas vises de mundo, se diferenciam dos demaisprofessores analisados na pesquisa?

    As informaes obtidas permitiram situar a atuao desses professores envolvidosna experincia do projeto da Microbacia do AreiaAreia Branca, dentro de um paradigmaconsiderado emergente, muito diferente da maioria dos professores, que nas respostasao Questionrio Geral do Professor permitiram inferir que ainda se encontram trabalhandono paradigma dominante, muitas vezes numa posio ainda bastante tradicional. Essesprofessores, que procuro chamar de atuantes e conscientes, diferentemente da maio-ria, mostram estar atuando num paradigma considerado emergente, porque nas entre-vistas revelaram forte relao com uma abordagem socioambiental da realidade, conside-rada nesse trabalho como suporte essencial para uma mudana paradigmtica do saber,em que a efetuao humana se faz claramente presente. Esses professores usam muitonas suas falas termos como: conscientizao, luta, mudana, questionamento, inovao,participao, descoberta, melhoria, riscos, procura, valores novos, vida, pessoas, transfor-mao social, dentre outros.

    Dessa forma, foi possvel perceber os insights de uma mudana paradigmtica dosaber por parte desses professores, que em suas atividades desenvolvem inovaes volta-das para uma Educao Ambiental mais integradora do ensino. Quando indagados sobre oque entendem por Educao Ambiental e como a conceituariam, muito reveladora foi umadas falas em que o professor pde exprimir capacidade de pensar novas teorias sem separ-las de sua prtica social.

    A Educao Ambiental para mim foi um achado muito importante. Eu penso assim: muito maisdo que a preocupao de dar um conceito ou uma definio, eu tenho a Educao Ambientalcomo um instrumento de luta. A gente tinha muita vontade de interferir como professor, naproduo do espao, de interferir na organizao social e na prpria mudana da qualidade devida de muitas pessoas. E um dos caminhos que ns encontramos para fazer isso foi atravs daEducao Ambiental.

    Sobre a questo ambiental e a crise ambiental os professores entrevistados pude-ram mostrar uma viso que revela no s sua compreenso sobre as causas da crise atual,como tambm procuraram expandir suas idias, mostrando o compromisso na luta parabuscar caminhos para sair dela. Ou seja, mostraram sempre o seu compromisso com abusca de solues para os problemas. Isso fica muito claro na fala de um deles:

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    Eu considero que partindo dessa concepo que o ambiente tudo que estamos vivendo,considero que estamos vivendo uma crise ambiental. Como isso? uma crise social, daorganizao social. S que ela se manifesta tambm na intensa degradao dos ambientesnaturais, pensando na primeira natureza. Ento conjugada essa intensa degradao dos recur-sos e tambm dos no-recursos com a extrema violncia existente no interior da sociedade,ns podemos compreender isso como uma crise ambiental. isto o que eu entendo, muitomais como uma crise social. (...) A crise uma oportunidade, porque um momento detransformao. E ns estamos vivendo um momento de extremas transformaes que podemnos levar a uma destruio desse modelo de vida que est a, ou at da prpria vida, ou podelevar construo de uma nova sociedade, bastante diferente dessa. Ento a crise ambiental tambm esse momento de transformao. Os caminhos dessa crise vo depender de como agente puder trabalhar.

    Mas foi a predominncia de atividades fragmentrias voltadas para a temticaambiental em ltima anlise que pde revelar a prpria formao acadmica fragmentriada maioria dos professores e sua conseqente falta de conscientizao ambiental. Os pro-fessores em geral ao trabalharem aspectos apenas parciais da realidade, com um ntidoenfoque conservacionista dos recursos naturais, numa viso ecolgica bastante reducionis-ta, em que o homem no visto tambm como parte integrante da mesma natureza,revelam a fragmentao de suas atividades vinculadas temtica ambiental.

    A maioria das atividades da chamada Educao Ambiental nas escolas busca, comalgumas solues tcnicas conservacionistas, resolver de forma simplista, problemasambientais complexos. Entre elas, destacam-se: reposio de matas ciliares, coleta seletivado lixo, reciclagem do lixo, assoreamento dos rios, plantio de rvores, e outras, revelandouma viso naturalstica, portanto reducionista dos problemas, sem uma contextualizaohistrico-espacial desses problemas, ignorando completamente uma discusso com os alu-nos sobre as suas causas. No se quer dizer com isso que essas solues tcnicas no sejamtambm necessrias, mas apenas que se essas prticas escolares consideradas de EducaoAmbiental no forem redimensionadas de forma mais abrangente e integradora no ensino,tornam-se prticas escolares pouco conscientizadoras, no permitindo aos alunos a com-preenso globalizante da problemtica ambiental. Essas prticas educativas so confundidascom atividades de treinamento, no sendo vistas como atividades formadoras de novosconceitos e valores que apontem para uma mudana paradigmtica do saber. Na realida-de, em nome da Educao Ambiental, esto numa viso meramente tecnicista do mundo,perpetuando por intermdio da prpria educao, condies que justamente precisariamser transformadas.

    Os problemas sociais, ora so deixados de lado completamente, ora so ressalta-dos, mas sem uma contextualizao histrico-espacial. Muitas vezes, desconsidera-se tam-bm a base fsica material, onde se interpenetram espacialmente as relaes sociais. Esseponto de grande importncia para a discusso da Educao Ambiental, pois esta, ao

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    apontar para a necessidade de uma educao criativa, capaz de formar o cidado nacional,mundial e planetrio, deve considerar o conhecimento das diferenas culturais e buscarmelhores condies de vida para as populaes, apontando uma mudana paradigmticado saber. Tal mudana deve permitir passar de uma viso que dicotomiza e fragmenta arealidade, baseada apenas na transmisso dos conhecimentos, para a produo de novosconhecimentos e prticas escolares e de valores consubstanciados numa relao dialgicaentre professor e aluno e todos os agentes escolares.

    Apesar de a introduo da dimenso ambiental no processo educativo decorrer deuma recomendao do MEC, pelos Pareceres 819/85 e 226/87 do Conselho Federal deEducao, a efetivao de um programa que atenda a toda a demanda da rede oficial daregio exige mudanas tanto por parte da Secretaria da Educao como tambm das uni-dades escolares. Dessa forma, para o atendimento das necessidades que envolvem o de-senvolvimento de programas interdisciplinares voltados para a introduo da temticaambiental no ensino da Geografia, so necessrias algumas recomendaes aos rgoscompetentes, tanto a curto, como a mdio e longo prazo. A curto prazo: remuneraoextra para os professores envolvidos nos projetos, de algumas horas semanais, para quepossam fazer reunies fora do horrio escolar e sejam facilitadas as sadas para estudos domeio; recursos materiais em geral, inclusive de papel e xerox para a elaborao de novostextos produzidos pelos professores a partir dos conhecimentos produzidos com a apren-dizagem da nova realidade; nibus para estudos do meio, estratgia de aula essencial parao conhecimento da realidade do aluno e da rea onde est inserida a escola.

    A mdio e longo prazo: criao nas universidades de um centro de capacitao deprofessores de 1 grau, voltado para a introduo da temtica ambiental nas escolas daregio, formado por cientistas e tcnicos de apoio cientfico e tecnolgico, interessados emdesenvolver programas interdisciplinares para o ensino da Geografia e demais disciplinas,agindo como disseminador e multiplicador de aes que visem a:

    1. Promover a formao de grupos de professores P III aglutinados ao redordaqueles que por apresentarem as caractersticas de liderana necessrias e jestarem comprometidos com aes educativas mais inovadoras e, conhecendoos problemas ambientais da comunidade na qual esto inseridas as escolas, se-jam capazes de envolver outros professores menos conscientizados;

    2. Avaliar experincias e metodologias j utilizadas;

    3. Buscar contribuir na promoo de mudanas necessrias na estrutura curriculardas escolas, com a incluso de temas geradores para estudos interdisciplinaresrelacionados com situaes-problema da rea de cada entorno escolar;

    4. Produzir materiais audiovisuais da questo ambiental a partir das necessidades esugestes apontadas pelos professores com estudos j realizados, bem comoanalisar os j existentes, para responder de forma adequada ao Projeto TV Escola;

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    5. Repensar os cursos de graduao com a responsabilidade de uma formaointegral dos futuros professores de Geografia;

    6. Fomentar apoio e intercmbio de organismos nacionais e internacionais envolvi-dos com programas de inovaes educacionais para o ensino bsico;

    7. Assinar convnios que assegurem a continuidade das experincias e dos proje-tos de educao, voltados para a temtica ambiental, estabelecendo relaes deparcerias com os rgos afins, tais como: Secretaria da Educao SE, Secreta-ria do Meio Ambiente SEMA, Comit das Bacias Hidrogrficas dos RiosPiracicaba, Capivari e Jundia CBH-PCJ etc.

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