bororo feito

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SÃO PAULO ENGENHARIA CIVIL CRISLAINE SANTOS ALVES RA. 2485708164 EDSON LUIS CAETANO – RA. 1596857209 LEVI ZANGRANDE – RA. 2485712617 LUCCAS G. DOS SANTOS–RA. 1584974840 RAFAEL DE ALMEIDA – RA. 1596853116 CLAUDIO EMERICK – RA. 9930022731 DESCOBRINDO NA DIVERSIDADE ÉTINICO- RACIAL, OUTRAS TECNICAS CONSTRUTIVAS – TRIBO BORORO

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tribo bororo

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Page 1: Bororo Feito

CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SÃO PAULO

ENGENHARIA CIVIL

CRISLAINE SANTOS ALVES – RA. 2485708164EDSON LUIS CAETANO – RA. 1596857209LEVI ZANGRANDE – RA. 2485712617LUCCAS G. DOS SANTOS–RA. 1584974840RAFAEL DE ALMEIDA – RA. 1596853116CLAUDIO EMERICK – RA. 9930022731

DESCOBRINDO NA DIVERSIDADE ÉTINICO-RACIAL, OUTRAS TECNICAS CONSTRUTIVAS

– TRIBO BORORO

SÃO PAULO2015

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SÃO PAULO

ENGENHARIA CIVIL

CRISLAINE SANTOS ALVES – RA. 2485708164EDSON LUIS CAETANO – RA. 1596857209LEVI ZANGRANDE – RA.2485712617LUCCAS G. DOS SANTOS–RA. 1584974840RAFAEL DE ALMEIDA – RA. 1596853116

CLAUDIO EMERICK – RA. 9930022731

DESCOBRINDO NA DIVERSIDADE ÉTINICO-RACIAL, OUTRAS TECNICAS CONSTRUTIVAS

- TRIBO BORORO

Monografia, sobre a tribo Bororo para pesquisa de técnicas construtivas através da diversidade étinico-racial, sob a orientação da Prof. Dalva Marques de Medeiros Rodrigues da Silva.

SÃO PAULO2015

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Sumário

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................3INTRODUÇÃO.........................................................................................................................4

LÍNGUA.....................................................................................................................................4

SITUAÇÃO ATUAL DO TERRITÓRIO................................................................................5

SUBGRUPOS............................................................................................................................5

HISTÓRIA.................................................................................................................................6

SAÚDE.......................................................................................................................................6

RITUAIS....................................................................................................................................7

ATIVIDADES ESCONOMICAS.............................................................................................8

ORGANIZAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA...............................................................................8

PRATICAS CONSTRUTIVAS................................................................................................8

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS.............................................................................................................10

REFERÊNCIAS.......................................................................................................................12

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LISTA DE FIGURAS

FIG. 1 . Construção do antigo formato do Bái mána gejéwu............................................09FIG. 2 . Kódo, tipo de esteira usada como vedação..........................................................10FIG. 3 . Bái, detalhe da cumeira.......................................................................................11FIG. 4 . Bái detalhe do amarrio da cobertura de babaçu...................................................11

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INTRODUÇÃO

O termo Bororo significa na língua nativa, pátio da aldeia, por acaso, a tradicional disposição circular das casas faz do pátio o centro d aldeia e espaço ritual desse povo, caracterizado por uma complexa Organização Social e pela riqueza de sua vida cerimonial. A despeito de hoje terem direito a um território descontinuo e descaracterizado, o vigor de sua cultura e a autonomia política têm atuado como armas

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contra os efeitos predatórios do contato com o ``homem branco´´, que se estende há pelo menos 300 anos.

Os Bororo se autodenominam Boe, termo que significa ``pátio da aldeia´´ e atualmente é a denominação oficial.Ao longo da história, outros nomes foram usados para identificar esse povo, tais como: Coxiponé, Araripoconé, Araés, Cuiabá, Coroados, Parrudos, Bororos da campanha (referente aos que habitavam a região próxima a cárceres), Bororos cabaçais (aqueles da região da bacia do rio Guaporé), Bororos orientais e bororos ocidentais (divisão arbitrária feita pelo governo do Mato Grosso, no período minerador, que tem o rio Cuiabá como ponto de referência).As tribos vinculadas à ocupação territorial: Bóku Mógorége ("habitantes do cerrado") são os Bororo das aldeias de Meruri, Sangradouro e Garças; Itúra Mogorége ("habitantes das matas") correspondem aos Bororo das aldeias de Jarudori, Pobori e Tadarimana; Orari Mógo Dóge ("habitantes das plagas do peixe pintado") remetem aos Bororo das aldeias de Córrego Grande e Piebaga; Tóri ókua Mogorége ("habitantes dos sopés da Serra de São Jerônimo") era o nome dado a um grupo atualmente sem aldeia remanescente;  Útugo Kúri Dóge("os que usam longas flechas") ou Kado mogorége (`habitantes dos taquarais´´) são os bororo da aldeia de Peringara, no pantanal. O território tradicional de ocupação Bororo atingia a Bolívia, a oeste, o centro sul de Goiás, ao leste, as margens da região dos formadores do Rio Xingu, ao norte; e, ao sul, chegava ate as proximidades do Rio Miranda .Estima-se que esse povo tenha habitado essa região durante pelo menos sete mol anos(Wust&Vierter, 1982).

LÍNGUA

BoeWadáru é o termo usado pelos Bororo para designar sua língua original. Os linguistas Rivet (1924) e Schmidt (1926) classificaram-na como isolada e possivelmente vinculada ao ramo Otuké. Posteriormente, um novo paradigma simplificou a classificação das línguas indígenas, reunindo-as segundo certas semelhanças, de modo que a língua bororo foi enquadrada no tronco linguístico Macro-Jê (Manson,1950; Greenberg,1957).

Atualmente, a língua Bororo é falada por quase toda a população. Até o final da década de 1970, contudo, crianças e jovens sofriam a imposição de um regime escolar da missão indígena que proibia que se falasse a língua nativa nas aldeias de Meruri e Sangradouro. Um processo de reavaliação e autocrítica dos salesianos culminou no resgate da língua original e do ensino bilíngue. Assim, em todas as aldeias, a maioria da população fala português e bororo. No cotidiano, a língua falada é a nativa, acrescida de neologismos assimilados do português regional, o qual é acionado apenas nos contatos Inter étnicos.

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SITUAÇÃO ATUAL DO TERRITÓRIO

Atualmente, os Bororo detêm seis Terras Indígenas demarcadas no Estado do Mato Grosso, num território descontínuo e descaracterizado, que corresponde a uma área 300 vezes menor do que o território tradicional. No momento, o movimento congrega todas as aldeias Bororo e busca solucionar as questões fundiárias das áreas de Teresa Cristina, Jarudori e Sangradouro. Outra importante reivindicação tem sido a inclusão dos Bororo nos EIA/Rimas (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) das Hidrovias Paraguai-Paraná e Araguaia -Paraná e Araguaia-Tocantins. Lutam, ainda, pela alteração do traçado da ferrovia Ferronorte, nas imediações da área Teresa Cristina.

SUBGRUPOS

Após a divisão dos Bororo em três subgrupos -da campanha, cabaçal e coroado, o procedimento de guerra utilizado pela as autoridades mato-grossenses, representadas por proprietários de terras resultou na ``pacificação´´ dos bororo da campanha e cabaçal. Na segunda metade do século XIX, dentre os subgrupos boro, apenas os coroados resistam ao contato.Apesar de o regulamento estabelecer a ``brandura´´ como estratégia de contato, o combate armado aos Coroado continuava, uma vez as autoridades governamentais não logravam organizar estes subgrupos em aldeias, conforme determinava a li imperial

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HISTÓRIA

O contato dos Bororo com a sociedade nacional aconteceu no século XVII, quando as bandeiras jesuítas vieram de Belém em direção a região da Bacia do Rio Araguaia e seguiram pelos rios Taquari e São Lourenço, em direção ao Rio Paraguai. Com a descoberta do ouro na região de Cuiabá e a chegada das Bandeiras Paulistas, em meados do século XVIII, o grupo foi dividido em Bororo Orientais e Bororo Ocidentais. Os Bororo Ocidentais também eram conhecidos como Bororo da Campanha e Bororo Cabaçais e foram considerados exterminados em meados do século XX, após sofrerem com os efeitos causados pelo contato com os colonizadores

Os Bororo Orientais, comumente chamados de Coroados, permaneceram isolados até meados do século XIX, quando a construção de uma estrada que cruzava o Vale do Rio São Lourenço, ligando o Mato Grosso a São Paulo e Minas Gerais, iniciaria uma guerra sangrenta que durou mais de 50 anos e terminou com a rendição dos Bororo Orientais. Após a proclamação da República, mais precisamente em 1896, o Marechal Rondon demarcou a Colônia Teresa Cristina para garantir uma parte importante do território tradicional Bororo. Até 1930, Rondon reservou outras áreas aos Bororo, dentre elas os lotes denominados São João do Jarudori, Colônia Isabel e Pobori, que ficaram sob responsabilidade do SPI desde 1910. Os Bororo arredios (que habitavam as regiões do Rio das Mortes, Rio das Graças e as margens direita e esquerda do Araguaia) foram vítimas da ocupação dos fazendeiros goianos e dos garimpos de diamantes. O Governo destinou aos Salesianos a tarefa de pacificar os conflitos na região. Os Salesianos catequizaram os Bororo e mais tarde os Xavante, que foram expulsos da área de Parabuburi.

Pode-se concluir que o contato com a sociedade nacional, representou não somente a perda de território, más também uma drástica redução populacional dos Bororo.

SAÚDE

A precariedade das condições de vida dos Bororo, está refletida no padrão de morbidade da população, que é relativamente constante. Doenças infecto parasitarias, doenças ligadas ao saneamento e hábitos de higiene, além do alcoolismo que sem dúvida é o seu maior inimigo.

A FUNAI, a Fundação Nacional de Saúde, a Missão Salesiana e as secretarias municipais, são responsáveis pela assistência de saúde aos Bororo, porém esbarram na precariedade das condições dos serviços de saúde. Essas instituições estão desarticuladas e possuem seu próprio modo de atuação e enxergam a questão da saúde no grupo, sob uma ótica própria. As enfermarias das aldeias estão em más condições e a ausência de uma política de recursos humanos para saúde indígena, profissionais sem formação e falta de verbas para compra de medicamentos, torna tudo mais difícil para a sobrevivência do grupo.

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RITUAIS

Pode parecer contraditório, mas é exatamente por meio do funeral que a sociedade Bororo reafirma a vitalidade de sua cultura. Este é um momento especial na socialização dos jovens, não só porque é nessa época que muitos deles são formalmente iniciados, mas também porque é por meio de sua participação nos cantos, danças, caçadas e pescarias coletivas, realizados nessa ocasião, que eles têm a oportunidade de aprender e perceber a riqueza de sua cultura.

Para os Bororo, a morte é o resultado da ação do bope, uma entidade sobrenatural envolvida em todos os processos de criação e transformação, como o nascimento, a puberdade, a morte. Quando uma pessoa morre, sua alma, que os Bororo denominam aroe, passa a habitar o corpo de certos animais, como a onça pintada, a onça parda, a jaguatirica. O corpo do morto é envolto em esteiras e enterrado em cova rasa, aberta no pátio central da aldeia circular. Diariamente, esta cova é regada, para acelerar a decomposição do corpo, cujos ossos deverão ao final deste processo, ser ornamentados. Entre a morte de um indivíduo e a ornamentação de seus ossos, que serão depois definitivamente enterrados, passam-se de dois a três meses. Um tempo longo, em que os grandes rituais são realizados. Um homem será escolhido para representar o morto. Todo ornamentado, seu corpo é inteiramente recoberto de penugens e pinturas, tendo em sua cabeça um enorme cocar de penas e a face coberta por uma viseira de penas amarelas. No pátio da aldeia já não é um homem que dança e sim o aroemaiwu, literalmente, a alma nova que, com suas evoluções, se apresenta ao mundo dos vivos.Dentre as várias tarefas que cabem ao representante do morto, a mais importante será a de caçar um grande felino, cujo couro será entregue aos parentes do morto, num ritual que envolve todos os membros da aldeia. A caçada desse animal assegura a vingança do morto, por meio daquele que o representa, sobre o bope, entidade causadora da morte. Esse momento marca o fim do luto e indica a vitória da vida sobre a morte. Esses rituais criam e recriam a sociedade Bororo, revelando os mistérios de uma sociedade que faz da morte um momento de reafirmação da vida.

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ATIVIDADES ESCONOMICAS

Como na maioria das tribos indígenas, os índios da tribo Bororo têm como sua principal atividade econômica a caça, porém estes se adaptaram bastante com a agricultura como forma de subsistência. O conhecimento do solo agrícola por eles hoje é muito vasto, tendo como principais tipos os Bokú (cerrados), Boa ÉnaJaka (transição) e Itúra (mata). Cada zona desta esta ligada diretamente a animais e plantas que eles tem por principal em sua alimentação, isso representa um sistema feito por eles. Já a caça, definitivamente não é o forte dos da tribo Bororó, porém ela é realizada diariamente de forma coletiva ou individual, juntamente com a pesca.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA

Na política, reinam três poderes: O Boe eimejera, chefe da guerra, da aldeia e do cerimonial; o Bári, xamã dos espíritos da natureza; e o Aroe Etawarare, xamã das almas dos mortos. No resto os da tribo não tem muitas diferenças políticas, a mesma segue de forma tradicional, onde os homens são os chefes. Eles se orgulham bastante hoje por terem conseguido eleger um vereador e uns prefeitos de sua tribo na cidade que vivem. Na convivência deles o aspecto mais importante na sociedade é o funeral tradicional dos Bororós, eles têm muito rituais porém é no funeral que, talvez ironicamente, eles dão mais valor e vitalidade a suas vidas.

Em relação a sociedade, que não está muito longe das tribos, se portam de forma comum sem se intimidar ou mesmo criar intrigas. Mas, alguns integrantes das tribos têm ultimamente se casado com alguns de fora, o que causa um tipo de conflito entre eles.

PRÁTICAS CONSTRUTIVAS

Matérias utilizadas: utilizavam madeiras de arvores especificas (Aroeira, Aricá), para o recobrimento a cobertura utilizavam folhas (Babuçu), e para suas paredes (broto de Babuçu).

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Bái mána gejéwu: casa dos homens

Esquema construtivo

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TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

São construídas modestamente, com arquitetura, de caráter efêmero (pouca duração), feita de palha, quatro paredes como vedações, duas portas e cobertura com duas águas, não contem janelas, pouco há divisões internas.Conhecida também como a casa tradicional, com o seu formato estrutural retangular, chegando a medir 5m de largura e 9m de profundidade.A estrutura geralmente, constituída por doze esteios de Burudú (Aroeira), fincando em três linhas, espaços transversalmente pela metade entre si, de modo que as duas linhas externas, mais baixas, apoiam vigas de managúru (Aricá).

Maquete: Utilizando os mesmos princípios de suas técnicas de construção indígenas, pegamos pequenos galhos de arvore com forquilha nas pontas, para fazer a construção e a parte estrutural da casa, tendo como uma superfície plana feito com terra e cola branca aplicada em cima de um isopor demonstrando curvas de níveis com declive a oeste, com uma base de madeira MDF. Para telhados, parede interna e externa utilizou palha de arvore, outro detalhe interessante é a árvore reproduzida na maquete feita a partir de um galho com folhas coladas.

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REFERÊNCIAS

Almeida, M. A. (S/Data). Historia e Diversidade. Fonte: UNEMAT: Referencia Marli auxiliadora d Almeida – profª da universidade Estadual de mato grosso – UNEMAT)

Portocarrero, J. A. (S/Data). Bai, a casa Boé. Fonte: Capes: http://www1.capes.gov.br/teses/pt/2001_mest_ufmt_jose_afonso_botura_portocarrero.PDF

Povos Indigenas no Brasil. (S/Data). Bororo. Fonte: Pib.ambiental.org: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/bororo/244