bombeiros já têm fatos resistentes ao fogo

2
Tiragem: 12000 País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Regional Pág: 5 Cores: Cor Área: 26,79 x 26,24 cm² Corte: 1 de 2 ID: 55333334 19-08-2014 Ninguém quer fornecer botas 111 O concurso aberto pela CIM Região de Coimbra não teve concorrentes para o fornecimento de botas. Porquê? Não se sabe, mas o organismo já abriu novo concurso, só para botas e lu- vas. Registe-se que estas duas peças são as que merecem menos comparticipação co- munitária – de tal forma que o encargo global, para as 19 câmaras da CIM, ascende aos 115 mil euros, ao passo que, para o resto do EPI “apenas” têm de pagar 32 mil euros. Financiamento camarário chega em setembro 111 A Câmara de Coim- bra ainda não disponibilizou a verba orçamentada para apoio às duas corporações de bombeiros voluntários – 50 mil euros para os de Coimbra e outros 50 mil para os de Brasfemes. Ontem, Manuel Machado explicou que há ainda detalhes burocráticos a acertar mas admitiu que a deliberação possa ser pro- posta para aprovação já na primeira reunião do execu- tivo de setembro. O que é o Equipamento de Proteção Individual 111 O Equipamento de Proteção Individual (EPI) para riscos naturais é cons- tituído por calças, blusão (dolmen), botas, capacete, cogula (membrana especial que cobre o rosto) e luvas. Em todas as peças, os ma- teriais utilizados são resis- tentes à ignição e ao desen- volvimento do fogo. Ou seja, os equipamentos caracteri- zam-se por não entrarem em combustão, não propagarem as chamas e por estarem pre- parados para auto-extinção numa fração de segundos. O objetivo é dotar os ope- racionais de condições de segurança nas intervenções mais complexas, em cenário de incêndios florestais. Recorde-se que, em 2013, morreram em Portugal oito bombeiros no combate aos fogos, admitindo-se que, com EPI, alguns pudessem escapar. P.M. Bombeiros já têm fatos resistentes ao fogo 111 Cerca de centena e meia de equipamentos in- dividuais de proteção (EPI) para riscos naturais vão, finalmente, ser disponibi- lizados às corporações de bombeiros de Coimbra. A aquisição dos equipamen- tos foi feita pela comunidade intermunicipal (CIM) Região de Coimbra que, ontem, for- malizou o protocolo de ce- dência à autarquia coimbrã. As três corporações de bombeiros servidas são os Sapadores e os Voluntários de Coimbra e os de Brasfe- mes. Os EPI já estão nas ins- talações da Companhia de Bombeiros Sapadores, que agora vai distribuí-los pelas duas outras corporações. Para além de Coimbra, tam- bém os bombeiros de todos os 18 outros municípios da CIM recebem equipamento similar. Ao todo, a comuni- dade Região de Coimbra in- veste cerca de 370 mil euros, com uma comparticipação comunitária de 85 por cento. Na cerimónia de ontem, Manuel Machado admitiu que se tratou de um proces- so “algo atribulado, mas já está concluído”. O autarca referia-se aos problemas que motivaram o atraso na entre- ga de equipamentos e, tam- bém, às particularidades do concurso, aberto pela CIM, que levou a que não houves- se concorrentes ao forneci- mento de botas (ver ao lado). Quanto aos atrasos, criti- cados pelas associações do setor e pelo próprio ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, a CIM Re- gião de Coimbra tinha já, no mês passado, negado qualquer responsabilidade, atribuindo-a à Direção-Geral da Administração Interna. Recentemente, também o secretário executivo da CIM explicou que a Lei 75/2013 obrigou a que o concurso pú- blico que estava a decorrer em nome da CIM Pinhal Inte- rior Norte para fornecimento dos EPI dessa área territorial, fosse extinto. Segundo Jorge Bento, “não era possível um modelo di- ferente de distribuição do equipamento porque os pe- didos foram efetuados por cada uma das corporações da CIM de acordo com a consti- tuição f ísica dos respetivos elementos”. | Paulo Marques Quanto custa equipar um bombeiro Capacete - 120 � Cogula facial - 15 � Conjunto Calças + Casaco ignífogo - 270 � CIM devem assumir e pagar a proteção civil 111 O presidente da Câ- mara de Coimbra defende que as competências e os encargos de proteção civil (em matéria de incêndios e também de emergência) devem ser assumidos pelas CIM (Comunidades Inter- municipais),. Manuel Machado, que é também presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, admite que a sua tese não é partilhada por todos os seus colegas autarcas, no- meadamente, no âmbito da a CIM Região de Coim- bra. Não obstante, lembra que, no caso do território da Região de Coimbra, um acidente com um car- ro que cai na barragem da Aguieira ou um derrame de produtos tóxicos numa das autoestradas requer, por via de regra, a intervenção de meios especializados dos Bombeiros Sapadores de Coimbra (sejam mer- gulhadores ou equipas de intervenção química). “O que acontece é que, depois, a conta é paga pela Câmara de Coimbra”, acrescentou o autarca. P. M. CIM Região de Coimbra comprou equipamentos que cedeu à Câmara de Coimbra para chegarem aos bombeiros DB-Luís Carregã

Upload: camara-municipal-de-coimbra

Post on 04-Aug-2015

58 views

Category:

News & Politics


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: Bombeiros já têm fatos resistentes ao fogo

Tiragem: 12000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 5

Cores: Cor

Área: 26,79 x 26,24 cm²

Corte: 1 de 2ID: 55333334 19-08-2014

Ninguém quer fornecer botas

111 O concurso aberto pela CIM Região de Coimbra não teve concorrentes para o fornecimento de botas. Porquê? Não se sabe, mas o organismo já abriu novo concurso, só para botas e lu-vas. Registe-se que estas duas peças são as que merecem menos comparticipação co-munitária – de tal forma que o encargo global, para as 19 câmaras da CIM, ascende aos 115 mil euros, ao passo que, para o resto do EPI “apenas” têm de pagar 32 mil euros.

Financiamento camarário chega em setembro111 A Câmara de Coim-

bra ainda não disponibilizou a verba orçamentada para apoio às duas corporações de bombeiros voluntários – 50 mil euros para os de Coimbra e outros 50 mil para os de Brasfemes. Ontem, Manuel Machado explicou que há ainda detalhes burocráticos a acertar mas admitiu que a deliberação possa ser pro-posta para aprovação já na primeira reunião do execu-tivo de setembro.

O que é o Equipamento de Proteção Individual111 O Equipamento de

Proteção Individual (EPI) para riscos naturais é cons-tituído por calças, blusão (dolmen), botas, capacete, cogula (membrana especial que cobre o rosto) e luvas.

Em todas as peças, os ma-teriais utilizados são resis-tentes à ignição e ao desen-volvimento do fogo. Ou seja, os equipamentos caracteri-zam-se por não entrarem em combustão, não propagarem

as chamas e por estarem pre-parados para auto-extinção numa fração de segundos.

O objetivo é dotar os ope-racionais de condições de segurança nas intervenções mais complexas, em cenário de incêndios florestais.

Recorde-se que, em 2013, morreram em Portugal oito bombeiros no combate aos fogos, admitindo-se que, com EPI, alguns pudessem escapar. P.M.

Bombeiros já têm fatos resistentes ao fogo111 Cerca de centena e

meia de equipamentos in-dividuais de proteção (EPI) para riscos naturais vão, finalmente, ser disponibi-lizados às corporações de bombeiros de Coimbra. A aquisição dos equipamen-tos foi feita pela comunidade intermunicipal (CIM) Região de Coimbra que, ontem, for-malizou o protocolo de ce-dência à autarquia coimbrã.

As três corporações de bombeiros servidas são os Sapadores e os Voluntários de Coimbra e os de Brasfe-mes. Os EPI já estão nas ins-talações da Companhia de Bombeiros Sapadores, que agora vai distribuí-los pelas duas outras corporações.

Para além de Coimbra, tam-bém os bombeiros de todos

os 18 outros municípios da CIM recebem equipamento similar. Ao todo, a comuni-dade Região de Coimbra in-veste cerca de 370 mil euros, com uma comparticipação comunitária de 85 por cento.

Na cerimónia de ontem, Manuel Machado admitiu que se tratou de um proces-so “algo atribulado, mas já está concluído”. O autarca referia-se aos problemas que motivaram o atraso na entre-ga de equipamentos e, tam-bém, às particularidades do concurso, aberto pela CIM, que levou a que não houves-se concorrentes ao forneci-mento de botas (ver ao lado).

Quanto aos atrasos, criti-cados pelas associações do setor e pelo próprio ministro da Administração Interna,

Miguel Macedo, a CIM Re-gião de Coimbra tinha já, no mês passado, negado qualquer responsabilidade, atribuindo-a à Direção-Geral da Administração Interna.

Recentemente, também o secretário executivo da CIM explicou que a Lei 75/2013 obrigou a que o concurso pú-blico que estava a decorrer em nome da CIM Pinhal Inte-rior Norte para fornecimento dos EPI dessa área territorial, fosse extinto.

Segundo Jorge Bento, “não era possível um modelo di-ferente de distribuição do equipamento porque os pe-didos foram efetuados por cada uma das corporações da CIM de acordo com a consti-tuição física dos respetivos elementos”. | Paulo Marques

Quanto custa equipar um bombeiro

Capacete - 120 �

Cogula facial - 15 �

Conjunto Calças + Casaco ignífogo - 270 �

CIM devem assumir e pagar a proteção civil111 O presidente da Câ-

mara de Coimbra defende que as competências e os encargos de proteção civil (em matéria de incêndios e também de emergência) devem ser assumidos pelas CIM (Comunidades Inter-municipais),.

Manuel Machado, que é também presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, admite que a sua tese não é partilhada por todos os seus colegas autarcas, no-meadamente, no âmbito da a CIM Região de Coim-

bra. Não obstante, lembra que, no caso do território da Região de Coimbra, um acidente com um car-ro que cai na barragem da Aguieira ou um derrame de produtos tóxicos numa das autoestradas requer, por via de regra, a intervenção

de meios especializados dos Bombeiros Sapadores de Coimbra (sejam mer-gulhadores ou equipas de intervenção química). “O que acontece é que, depois, a conta é paga pela Câmara de Coimbra”, acrescentou o autarca. P. M.

CIM Região de Coimbra comprou equipamentos que cedeu à Câmara de Coimbra para chegarem aos bombeiros

DB-Luís Carregã

Page 2: Bombeiros já têm fatos resistentes ao fogo

Tiragem: 12000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 26,09 x 5,24 cm²

Corte: 2 de 2ID: 55333334 19-08-2014

Presidente da Câmara de Coimbra, que é também presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, admite que a sua tese não é partilhada por todos os autarcas, mas lembra que os Bombeiros Sapadores da cidade são chamados para múltiplas ocorrências externas >Pág 5

Manuel Machado defende que a proteção civil deve ser um encargo das CIMManuel Machado defende que a proteção