boletim_unificado_trabalhadores_ lanxess_elastomeros

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Informativo Unificado dos Sindicatos dos Trabalhadores da Lanxess - PE/RJ/RS SINDIPOLO CNQ - CUT SINDBORRACHA - PE Filiado a CNQ - CUT m 1º de abril de 2008 a E expectava dos trabalhadores era bastante posiva. Primeiro por haver certa fama de que o capital alemão é “mais justo e humano” com os trabalhadores. Por outro, por que era dicil imaginar uma realidade pior do que a anga Petroflex representava. Tivemos dificuldades desde o início com a LANXESS. O diálogo nas reuniões nacionais com apoio da Fundação Friedrich Ebert (FES), CNQ e Observatório Social do Brasil foram importantes, e apontavam de início para uma relação posiva, logo frustrada pela falta de palavra de negociadores da época. Vieram demissões que angiram tanto diretos quanto terceirizados em todas as unidades. Apesar das denúncias e alertas dos sindicatos, graves acidentes vieram a acontecer e a insegurança na área aumentou. Reaprendemos a lição de que jamais haverá sinal de bondade na relação capital x trabalho. Nas negociações uma forte vinculação aos índices de São Paulo foi notada desde o início, e como lá a data base é novembro, vemos atrasos nas negociações. A LANXESS não quer negociações nacionais para os trabalhadores, mas usa de referências nacionais quando quer impor rebaixamentos. 1º DE ABRIL: CINCO ANOS DE LANXESS 04 A práca desta moderna ferramenta de exploração e precarização não é exceção na LANXESS. E é pracada em larga escala em todas as unidades. Denunciada a ilegalidade ao Ministério Público do Trabalho, em Triunfo a Lanxess foi fiscalizada pela SRTE. As maiores irregularidades foram detectadas na área de acabamento entre os trabalhadores da IN HOUSE. Importante lembrar que antes de Trabalhadores disseram NÃO à retirada de direitos Ataque impiedoso aos nossos direitos é o resumo dos úlmos anos de negociações com a LANXESS. Por isso cabe um alerta em especial aos novos trabalhadores, já que a categoria vem se renovando: Todas as nossas conquis- tas foram resultado de lutas. Por isso nos são caras e não podemos abrir mão delas. Os trabalhadores têm respondido à altura dos ataques recebidos. Temos nos mando coerentes desde o início dizendo SIM ao diálogo, mas um grande NÃO às descabidas intenções de reradas de direitos. A categoria tem sido paciente com a inflexibilidade e as incoerentes decisões da empresa que mais parecem, às vezes, um descontrole admi- nistravo. denunciar as ilegalidades, tentamos negociar nacionalmente a questão com a empresa, mas em um determinado momento esta declarou que não vê irregularidades nas contratações e encerrou as negociações deste tema. Mesmo assim, recentemente a LANXESS “primeirizou” boa parte do setor de manutenção. Certamente tanto a empresa quanto os trabalhadores só tem a ganhar, pois melhoram as condições de trabalho e ganha a empresa pelo maior compromisso dos trabalhadores. O que mais se evidencia, porém, antes de se verificar algum ganho, é uma grande sensação de jusça, por vermos este compa- nheiros trabalhando ao nosso lado. Outros setores, no entanto, merecem este tratamento, mas provavelmente um terceiro (a jusça) terá que determinar que assim seja. A terceirização, que chega a ser defendida como incrementadora da eficiência, nada mais é do que a exploração levada ao extremo de forma «legalizada». Tem contri- buído de maneira decisiva para a precarização do ambiente de trabalho. TERCEIRIZAÇÃO DO RH – TRATAMENTO DE PRIMEIRO MUNDO? Inúmeros transtornos e graves falhas tem se notado em todo o pais: entrega do contracheque sempre depois do dia do pagamento; não entrega do contracheque referente ao adiantamento das férias, com isto o empregado não tem como conferir se o pagamento está correto, pois o mesmo só irá tomar conhecimento das verbas recebidas no mês do gozo das férias e com a folha já fechada; cálculos de pagamentos de empregados e pensão alimencia errados; erro nos cálculos de 13º salário, transferindo o recebimento desta verba e incidência sobre o IR, para o exercício seguinte; atraso na emissão de Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), em flagrante desrespeito à Instrução Normava 29/2008, que determina a entrega do Documento no ato da Rescisão do Contrato de Trabalho ou sempre que o empregado solicitar; falta de informações para os trabalhadores sobre Previdência Social e Complementar, tais como: solicitação de benecios, emprésmos, contagem de tempo de contribuição. Para completar o úlmo informe de rendimento para fins do IR, foi entregue com vários erros e a empresa só reconheceu o fato no dia 15 de março, após o quesonamento de alguns empregados. Isto implicará no atraso da entrega da Declaração de Rendimento dos empregados e na entrega de Declaração Reficadora, por parte dos empregados que já transmiram suas Declarações. Diante destes fatos, no chão da fábrica de Duque de Caxias, foi decifrado mais um ENIGMA, o significado de NGA (nome da empresa): Não Garanto Acertar! Até quando receberemos este tratamento de “Primeiro Mundo”? Há muito a avançar Boatos na imprensa internacional Agencias de nocia internacionais vincularam por duas vezes informação de que uma grande empresa norte americana estaria interessada na compra da LANXESS. A empresa nega. Análises permitem chegar à conclusão de que tanto pode ser verdade quanto não. 1º DE ABRIL de novo? A única certeza que temos é que, seja quem for o dono dos meios de produção, os trabalhadores não abrirão mão de seus direitos e este recado já foi dado nas úlmas negociações PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS A LANXESS tem comportamento igual às demais empresas no trato desta questão. O acordo de PLR apesar de não ter acidentes do trabalho como indica- dores a serem considerados no pagamen- to, não é fruto de negociações de fato. Apesar das comissões, nos úlmos anos, terem solicitado negociações nacionais, a empresa não tem aceitado. TERCEIRIZAÇÃO: Exploração «legalizada» À frase ameaçadora e de efeito dita aos trabalhadores “O sindicato quer mandar na sua vida”, as direções sindicais responderam: “QUEM MANDA NO SINDICATO SÃO OS TRABALHADORES, E USAREMOS DE TODAS AS PRER- ROGATIVAS DA REPRESENTAÇÃO PARA DEFENDER OS SEUS DIREI- TOS HISTÓRICOS CONQUISTADOS COM MUITA LUTA”. ATAQUE A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES FOI BARRADA NÃO À PRECARIZAÇÃO E AO DESRESPEITO 01

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A multinacional alemã de especialidades químicas Lanxess Elastômeros, que neste 1º de abril celebra cinco anos de aquisição do controle acionário da brasileira Petroflex, está sendo muito criticada pelos trabalhadores, principalmente os que atuam na fábrica no município do Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Os funcionários, através do Sindborracha-PE, criticam o que chamam de "intransigência" da empresa, afirmando que há sete meses tentam negociações salariais sem sucesso.

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Page 1: boletim_unificado_trabalhadores_ lanxess_elastomeros

Informativo Unificado dos Sindicatos dos Trabalhadores da Lanxess - PE/RJ/RS

SINDIPOLOCNQ - CUT

SINDBORRACHA - PEFiliado a CNQ - CUT

m 1º de abr i l de 2008 a Eexpecta�va dos trabalhadores

era bastante posi�va. Primeiro

por haver certa fama de que o capital

alemão é “mais justo e humano” com os

trabalhadores. Por outro, por que era

di�cil imaginar uma realidade pior do

que a an�ga Petroflex representava.

Tivemos dificuldades desde o início

com a LANXESS. O diálogo nas reuniões

nacionais com apoio da Fundação

F r i e d r i c h E b e r t ( F E S ) , C N Q e

Observatório Social do Brasil foram

importantes, e apontavam de início

para uma relação posi�va, logo

frustrada pela falta de palavra de

negociadores da época. Vieram

demissões que a�ngiram tanto diretos

quanto terceirizados em todas as

unidades. Apesar das denúncias e

alertas dos sindicatos, graves acidentes

vieram a acontecer e a insegurança na

área aumentou. Reaprendemos a lição

de que jamais haverá sinal de bondade

na relação capital x trabalho.

N a s n e g o c i a ç õ e s u m a fo r te

vinculação aos índices de São Paulo foi

notada desde o início, e como lá a data

base é novembro, �vemos atrasos nas

negociações. A LANXESS não quer

n e g o c i a çõ e s n a c i o n a i s p a r a o s

trabalhadores, mas usa de referências

n a c i o n a i s q u a n d o q u e r i m p o r

rebaixamentos.

1º DE ABRIL: CINCO ANOS DE LANXESS

04

A prá�ca desta moderna ferramenta de

exploração e precarização não é exceção na

LANXESS. E é pra�cada em larga escala em todas

as unidades. Denunciada a ilegalidade ao

Ministério Público do Trabalho, em Triunfo a

Lanxess foi fiscalizada pela SRTE. As maiores

irregularidades foram detectadas na área de

acabamento entre os trabalhadores da IN HOUSE.

Importante lembrar que antes de

Trabalhadores

disseram NÃO

à retirada de

direitos

Ataque impiedoso aos nossos

direitos é o resumo dos úl�mos anos de

negociações com a LANXESS. Por isso

cabe um alerta em especial aos novos

trabalhadores, já que a categoria vem

se renovando: Todas as nossas conquis-

tas foram resultado de lutas. Por isso

nos são caras e não

podemos abrir mão delas.

Os trabalhadores têm

respondido à altura dos

ataques recebidos. Temos

nos man�do coerentes

desde o início dizendo SIM

ao diálogo, mas um grande

NÃO às descabidas intenções

de re�radas de direitos. A

categoria tem sido paciente

com a inflexibilidade e as

i n c o e re nte s d e c i s õ e s d a

empresa que mais parecem, às

vezes, um descontrole admi-

nistra�vo.

denunciar as ilegalidades, tentamos negociar

nacionalmente a questão com a empresa, mas em

um determinado momento esta declarou que não

vê irregularidades nas contratações e encerrou as

negociações deste tema.

Mesmo ass im, recentemente a

LANXESS “primeirizou” boa parte do setor de

manutenção. Certamente tanto a empresa

quanto os trabalhadores só tem a ganhar, pois

melhoram as condições de trabalho e ganha a

empresa pelo maior compromisso dos

trabalhadores. O que mais se evidencia, porém,

antes de se verificar algum ganho, é uma grande

sensação de jus�ça, por vermos este compa-

nheiros trabalhando ao nosso lado. Outros

setores, no entanto, merecem este tratamento,

mas provavelmente um terceiro (a jus�ça) terá

que determinar que assim seja.

A terceirização, que chega a ser

defendida como incrementadora da eficiência,

nada mais é do que a exploração levada ao

extremo de forma «legalizada». Tem contri-

buído de maneira decisiva para a precarização

do ambiente de trabalho.

TERCEIRIZAÇÃO DO

RH – TRATAMENTO DE

PRIMEIRO MUNDO?Inúmeros transtornos e graves falhas tem se

notado em todo o pais: entrega do contracheque

sempre depois do dia do pagamento; não

entrega do contracheque referente ao

adiantamento das férias, com isto o empregado

não tem como conferir se o pagamento está

c o r r e t o , p o i s o m e s m o s ó i r á t o m a r

conhecimento das verbas recebidas no mês do

gozo das férias e com a folha já fechada; cálculos

de pagamentos de empregados e pensão

alimen�cia errados; erro nos cálculos de 13º

salário, transferindo o recebimento desta verba

e incidência sobre o IR, para o exercício seguinte;

atraso na emissão de Perfil Profissiográfico

Previdenciário (PPP), em flagrante desrespeito à

Instrução Norma�va 29/2008, que determina a

entrega do Documento no ato da Rescisão do

Contrato de Trabalho ou sempre que o

empregado solicitar; falta de informações para

os trabalhadores sobre Previdência Social e

Complementar, tais como: solicitação de

bene�cios, emprés�mos, contagem de tempo

de contribuição.

Para completar o úl�mo informe de rendimento

para fins do IR, foi entregue com vários erros e a

empresa só reconheceu o fato no dia 15 de

março, após o ques�onamento de alguns

empregados. Isto implicará no atraso da entrega

da Declaração de Rendimento dos empregados e

na entrega de Declaração Re�ficadora, por parte

dos empregados que já transmi�ram suas

Declarações.

Diante destes fatos, no chão da fábrica de Duque

de Caxias, foi decifrado mais um ENIGMA, o

significado de NGA (nome da empresa): Não

Garanto Acertar! Até quando receberemos este

tratamento de “Primeiro Mundo”?

Há muito a avançar

Boatos na imprensa

internacionalAgencias de no�cia internacionais vincularam por duas

vezes informação de que uma grande empresa norte

americana estaria interessada na compra da LANXESS. A

empresa nega. Análises permitem chegar à conclusão de

que tanto pode ser verdade quanto não. 1º DE ABRIL de

novo? A única certeza que temos é que, seja quem for o

dono dos meios de produção, os trabalhadores não

abrirão mão de seus direitos e este recado já foi dado nas

úl�mas negociações

PARTICIPAÇÃO

NOS LUCROS E

RESULTADOS A LANXESS tem comportamento

igual às demais empresas no trato desta

questão. O acordo de PLR apesar de não

ter acidentes do trabalho como indica-

dores a serem considerados no pagamen-

to, não é fruto de negociações de fato.

Apesar das comissões, nos úl�mos anos,

terem solicitado negociações nacionais, a

empresa não tem aceitado.

TERCEIRIZAÇÃO:

Exploração «legalizada»

À frase ameaçadora e de

efeito dita aos trabalhadores “O

sindicato quer mandar na sua vida”,

as direções sindicais responderam:

“QUEM MANDA NO SINDICATO

S Ã O O S T R A B A L H A D O R E S , E

USAREMOS DE TODAS AS PRER-

ROGATIVAS DA REPRESENTAÇÃO

PARA DEFENDER OS SEUS DIREI-

TOS HISTÓRICOS CONQUISTADOS

COM MUITA LUTA”.

ATAQUE AORGANIZAÇÃO

DOS TRABALHADORES

FOI BARRADA

NÃO À PRECARIZAÇÃO E AO DESRESPEITO 01

Page 2: boletim_unificado_trabalhadores_ lanxess_elastomeros

Rio de JaneiroDUQUE DE CAXIAS

CONSTANTE ATAQUE ÀS NOSSAS CONQUISTASSIM VALORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES

Em uma só negociação a L A N X ES S

conseguiu reunir truculência, falta de compe-

tência negocial e ataques inimagináveis a

direitos históricos superando os feitos “maquia-

vélicos” da Petroflex. Com métodos de dar

inveja aos que estavam à frente da ditadura no

Brasil, a LANXESS através de seus negociadores

provou de todos os modos como uma empresa

NÃO deve se comportar numa negociação. O

desa�no começou com a própria proposta

absurda de re�rada de direitos históricos e

seguiu-se pela falta de capacidade de negociar e

ao ataque aos trabalhadores e a sua organi-

zação. Em um apenas um ano, a LANXESS

deixou a Petroflex “no chinelo”.

Foi um teste para os trabalhadores e às

direções de suas en�dades representa�vas em

Pernambuco, Rio de Janeiro e no Rio Grande do

Sul – desnecessário, vale dizer. Numa nego-

ciação que se arrastou por mais de 10 meses, em

Triunfo, fomos obrigados a apelar ao MTE para

intermediação (inédito), pela absoluta indispo-

sição ao diálogo e não aceitação da empresa ao

SINDIQUIM como intermediador.

Assumindo postura an�-sindical, a LAN-

XESS pressionou trabalhadores, e tentou até

mesmo comprar votos indiretamente antes das

assembleias que rejeitaram a proposta. No Rio

de Janeiro ajuizou dissídio, fato que afetou e

atrasou as negociações de 2011. Depois jogou a

responsabilidade aos sindicatos e a negociação

nacional, como se regionalmente pudéssemos

ter postura diferente frente à lista de re�radas

de direitos que a empresa queria impor aos

trabalhadores.

Protagonista de uma verdadeira coleção

de fatos inéditos nega�vos, esta negociação

manchou a imagem da empresa. A que

propósito serviu?

Durante a longa negociação de 2010, que pra�camente se

emendou a de 2011, a LANXESS adquiriu a DSM em triunfo. Se já é

di�cil negar negociações nacionais, mesmo que em termos de

índices e PLR´s pagas haja uma mesma proposta, o que pensar se a

empresa tem unidades na mesma região e quer manter cada uma

em data base diferente? Esta é a situação de hoje TRIUNFO.

LANXESS TRP com data base outubro, com acordo em separado

acrescentando vantagens. E a LANXESS PBR com data base setembro

e cláusulas sociais inferiores a TRP. Há entre as duas unidades gritantes

diferenças, herdadas das prá�cas gerenciais anteriores, tanto na relação

com os trabalhadores quanto nos acordos e reflexos salariais.

Para não dizer que não houve melhorias nestes anos, vale citar que a

separação do acordo de turno do Geral em 2010 e a equiparação deste

com a prá�ca da TRP em 2012, foram importan�ssimas conquistas.

Perderam, no entanto os novos contratados, pois não levam o plano

de saúde no caso de aposentadoria. O congelamento do auxílio

odontológico e do cartão alimentação (incorporado em

2012 em D. de Caxias e Triunfo) a vários anos também

podem ser caracterizados como perdas. Em 2012 houve

aumento no Auxilio Creche, desvinculando-o do piso Salarial e o auxilio pré-

escolar foi suprimido.

Sendo a única planta a ter aumentado o seu efe�vo nos úl�mos dois anos (muito em função da

nova unidade anunciada) nem por isso está isenta das mazelas da sua gestão. Histórias como a recente

paralização dos trabalhadores da portaria por falta de pagamento de horas extras (há meses) parecem

revelar que não existe o “caminho do meio”. Não há flexibilidade, prevenção e a atenção para resolver

prontamente questões tão básicas dentro da área de sua responsabilidade.

PERNAMBUCOCabo de Santo Agostinho

TRIUNFO Rio Grande do Sul

Uma das primeiras medidas da Lanxess foi demi�r trabalhadores. Ex�nguiu 30% dos postos de

trabalho da área de produção, alegando a velha história da crise econômica. Pela mesma crise

paralisou a área 2700 e demi�u os trabalhadores - prometendo recontratar na reabertura da área.

Promessa obviamente descumprida, uma vez que o setor hoje funciona como antes e ninguém foi

recontratado.

No quesito segurança no trabalho, a Lanxess também se esmera em dizer uma coisa e fazer o

contrário. Em todas as palestras e treinamentos, seus execu�vos sempre iniciam falando que “a

prioridade da empresa é a segurança dos trabalhadores”. Mas no dia a dia verifica-se que esse

discurso é totalmente descolado da realidade: além da precarização dos quesitos de segurança,

evidencia-se o descaso com as ví�mas, nos inúmeros casos de pequenos a grandes acidentes.

Destacamos os que seguem.

Em dezembro de 2008, um trabalhador, recém contratado, teve o braço esmagado por uma

prensa. No dia seguinte, a Lanxess obrigou-o a voltar ao trabalho, sem que tenha emi�do a CAT com

afastamento. No mês seguinte, o trabalhador foi forçado a afastar-se para realizar cirurgia para re�rar

es�lhaços de metal do seu braço. O SINDBORRACHA fez cobranças constantes pela emissão da CAT,

até que, durante reunião da Rede dos Trabalhadores da Lanxess, no ano de 2010, o gerente da época

falou que a empresa estava isenta de culpa, “pois o trabalhador fazia musculação e por isso teve tais

problemas”. Por fim, o trabalhador voltou à empresa no ano de 2012, encontrando-se atualmente em

função bem diferente da sua, trabalhando escondido no almoxarifado.

No dia 27 de junho de 2010 houve mais um acidente grave, quando explodiu um filtro que jogou

dois trabalhadores pra fora da plataforma. Sete meses depois, em 25 de janeiro de 2011, rompeu-se a

junta de outro filtro ocasionando um incêndio de grande proporção e repercussão na população,

conforme foto.

Em março de 2013 dois trabalhadores sofreram queimaduras com vapor e foram hospitalizados.

A falta de manutenção preven�va, o

baixo efe�vo e o verdadeiro massacre dos

terceirizados estão entre as causas de

tantos acidentes. Recentemente denun-

ciamos irregularidades na área de inspeção

de equipamentos à SRTE. Caldeiras que

deveriam ter sido inspecionadas até 2010,

e até o momento não houve comunicação

ao sindicato e outras caldeiras das quais

sequer foram enviados relatórios de

inspeção e/ou desa�vação.Como se não

bastassem todas estas condições a empresa ainda ataca a organização dos trabalhadores demi�ndo

dirigentes sindicais.

Acordo Coletivo de TrabalhoEm 2010, passou a defender negociações por região alegando que “fica mais fácil negociar um

acordo respeitando as especificidades de cada região”. Na hora de negociar, no entanto, a vontade

dos trabalhadores de Pernambuco não é respeitada, tanto é que o acordo de 2012, até a presente

data não foi fechado pelos perversos mo�vos de sempre: tenta�vas da empresa em re�rar

conquistas.

A negociação de 2010 – um marcoNa unidade de Duque de Caxias, o quadro foi dras�camente reduzido em 30% de 2008

para 2012. Além disso, aumentou em muito a rota�vidade, foram 154 rescisões de Contrato de

Trabalho, por inicia�va da LANXESS e inúmeros pedidos de demissão de empregados que se

desiludiram com a polí�ca de RH da mul�nacional, com as más condições de trabalho, com os

baixos salários ou por não vislumbraram possibilidade de crescimento profissional na empresa.

Outro fato marcante é que grande parte dos demi�dos eram profissionais com mais de 10

anos de experiência, nos diversos setores da fabrica, o que nos leva a crer que a empresa não

tem preocupação com a chamada “retenção de talentos”.

A maior unidade de produção da empresa vem sendo abandonada à sua própria sorte,

uma vez que não recebe inves�mentos ou manutenção preven�va, em uma fábrica que

funciona há meio século. As consequências vieram com os dois vazamentos de produtos

ocorridos este ano (um vazamento de gás e outro de óleo). As condições de segurança e a

promoção da saúde dos trabalhadores têm deixado muito a desejar, inclusive com supressão

de substancias tóxicas que estão no processo produ�vo que deixaram de constar do Atestado

de Saúde Ocupacional - ASO, por ocasião dos exames médico periódico e demissional.

Nas negociações de 2010 foram re�rados os dias de bonificação (crédito) para os

membros da Brigada de Emergência; o Auxilio Excepcional foi reduzido de 80% para 58,54%

do Piso Salarial; o Cartão alimentação foi reajustado para R$ 175,00 porem, foi suprimida a

possibilidade de o empregado optar pala cesta básica; a relação de produtos químicos a que os

trabalhadores estão expostos, deixa de ser enviada para o Sindicato; em função do impasse

que se estabeleceu em torno da Previdência Complementar, esta foi suprimida do ACT de

Duque de Caxias. Em 2012 houve aumento no Auxilio Creche, desvinculando-o do piso Salarial

e o auxilio pré-escolar foi suprimido.

Outro fato preocupante é o estado precário do sistema de combate a emergências da

fábrica, com tubulações que não suportam a pressão, quando as bombas são acionadas;

linhas dos sprays furadas ou entupidas, câmaras espuma obstruídas etc. Fato inusitado,

também, foi o surgimento de BARATAS no lanche e recipiente guarda dos talheres; diz-se que

no lanche com oito itens foi inserido mais um, sem custo. O que seria um “tremendo Barato”

este contrato ou sua fiscalização?

NÃO À PRECARIZAÇÃO E AO DESRESPEITO 0302