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SOBREPOSTA N.º 13 N.º 13 N.º 13 N.º 13 MARÇO MARÇO MARÇO MARÇO—2008 2008 2008 2008 BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE SOBREPOSTA Director: Manuel Ribeiro Mendes E-mail: [email protected] CORAL PAROQUIAL CELEBROU 40.º ANIVERSÁRIO Certamente que na nossa Paróquia sempre houve quem se dedicasse ao canto para abrilhantar os actos litúrgicos, particularmente os mais solenes. Muitos se recordarão das “cantoras” que se juntavam à volta do harmónio e solenizavam a liturgia, naquele tempo ainda em latim. Muitas dessas dedicadas mulheres conhecemo-las bem, recordámo-las com saudade e tributa- mos-lhes a nossa gratidão pelo trabalho que desenvolveram em prol da comunidade. Em 1967, mercê do trabalho do então seminarista José Ribei- ro Mendes, coadjuvado pelo jovem organista José Fernandes, foi possível juntar vozes masculinas e femininas, resultando, naturalmente, uma melhor e mais interessante harmonia. Completaram-se, portanto, em 2007, 40 anos de vida deste Grupo Coral reestruturado e desde então sob a direcção artísti- ca do José Fernandes. Por isso, alguns elementos do Coral, nomeadamente Domin- gos Antunes Mendes, António Teixeira, Domingos Ribeiro e Paulo Teixeira, decidiram organizar um pequeno mas signifi- cativo acto comemorativo que apenas não aconteceu em 2007 por dificuldades de data disponível. Continua na página 3 O ENTRUDO ANDOU À SOLTA EM SOBREPOSTA Este ano, e pela primeira vez, a Associação Social e Cultural de Sobreposta tomou a iniciativa de organizar o Corso de Carnaval. Para tanto teve o empenhado e generoso apoio de um grupo de jovens e da Junta de fregue- sia. É verdade que o tempo não ajudou muito: manhã muito chuvosa e tarde com alguns aguaceiros e aquela chuva miudinha de enervar o mais pacien- te cristão. Mas, apesar dos receios da organização, a tempo e horas, no local indicado (junto ao Salão Paroquial) lá estavam os foliões prontos a percor- rer a freguesia e apostados em fazer frente às adversidades do tempo. Continua na página 4

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SOBREPOSTA N.º 13 N.º 13 N.º 13 N.º 13 ———— MARÇO MARÇO MARÇO MARÇO————2008200820082008

BOLETIM INFORMATIVO

DA

ASSOCIAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE SOBREPOSTA Director: Manuel Ribeiro Mendes E-mail: [email protected]

CORAL PAROQUIAL CELEBROU 40.º ANIVERSÁRIO

Certamente que na nossa Paróquia sempre houve quem se dedicasse ao canto para abrilhantar os actos litúrgicos, particularmente os mais solenes. Muitos se recordarão das “cantoras” que se juntavam à volta do harmónio e solenizavam a liturgia, naquele

tempo ainda em latim. Muitas dessas dedicadas mulheres conhecemo-las bem, recordámo-las com saudade e tributa-mos-lhes a nossa gratidão pelo trabalho que desenvolveram em prol da comunidade. Em 1967, mercê do trabalho do então seminarista José Ribei-ro Mendes, coadjuvado pelo jovem organista José Fernandes, foi possível juntar vozes masculinas e femininas, resultando, naturalmente, uma melhor e mais interessante harmonia. Completaram-se, portanto, em 2007, 40 anos de vida deste Grupo Coral reestruturado e desde então sob a direcção artísti-ca do José Fernandes. Por isso, alguns elementos do Coral, nomeadamente Domin-gos Antunes Mendes, António Teixeira, Domingos Ribeiro e Paulo Teixeira, decidiram organizar um pequeno mas signifi-cativo acto comemorativo que apenas não aconteceu em 2007 por dificuldades de data disponível.

Continua na página 3

O ENTRUDO ANDOU À SOLTA EM SOBREPOSTA

Este ano, e pela primeira vez, a Associação Social e Cultural de Sobreposta tomou a iniciativa de organizar o Corso de Carnaval. Para tanto teve o empenhado e generoso apoio de um grupo de jovens e da Junta de fregue-sia. É verdade que o tempo não ajudou muito: manhã muito chuvosa e tarde com alguns aguaceiros e aquela chuva miudinha de enervar o mais pacien-te cristão. Mas, apesar dos receios da organização, a tempo e horas, no local indicado (junto ao Salão Paroquial) lá estavam os foliões prontos a percor-rer a freguesia e apostados em fazer frente às adversidades do tempo.

Continua na página 4

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Página 2 BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 13 . Março 2008

O ÍNDIO As alcunhas têm sido o pão-nosso de cada dia ao longo dos tem-pos. Na minha aldeia, mais ou menos todos herdavam ou lhes era imposta uma. E havia-as engraçadíssimas, sabendo-se, de umas, as razões e de outras, desconhecendo-se os motivos. Como acha para a fogueira, aí vai um exemplo bem elucidativo: O Joaquim Moleiro era um mocetão alegre e comunicativo, que cantava afinadinho e tocava primorosamente flauta travessa, que ele mesmo fazia, de cana ou de metal, e que era conhecido por duas alcunhas: “Ministro”, herdada do pai (que também era titular de duas, “Ministro” e “Marujinho”, por sinal um castiço e sempre bem disposto moleiro, que, na meia-idade, devido a um cancro, foi submetido a uma delicada intervenção cirúrgica, vindo a morrer com mais de noventa anos e, até ao fim da vida, emborcou uns tonéis de verdasco e umas alambicadas de bagaço), e “Índio”, por-que tendo sido mobilizado para a Índia portuguesa, um conterrâ-neo, o Joaquim Daniel, a troco de uns patacos, aquele, que já tinha cumprido o serviço militar obrigatório, se lhe ofereceu para o subs-tituir no contingente daquela comissão de serviço, que ia embarcar para o Oriente. Espera que espera, vai hoje, vai amanhã e... nunca mais foi. A alcunha, porém, pegou, mais a título de escárnio do que de serieda-de! Ora, a verdade é que o “Índio”, no que diz respeito à pinga, tam-bém não degenerou dos seus ascendentes, isto é, não deixou os nobres pergaminhos por mãos alheias: quando metia a mão ao bol-so e achava uns trocos, punha-os a render em qualquer “venda” por onde peregrinava, mas, o mais usual, era no sr. Mendes (“Mercearia e Vinhos de Augusto Mendes” - estabelecimento de um senhor pequenino, que foi sempre um excelente cristão, bom marido e bom pai, muito humano e simpático, que ao tempo, além de vender petiscos e vinhos, era um verdadeiro supermercado, que abastecia de tudo a população local e vizinha), ou no seAlfredo Perpétua (cavalheiro bondoso e educado, que tinha uma taberna só para servir bebidas e petiscos, no lugar de Bacelar, paredes-meias com a sua oficina de sapateiro, muito concorrida, que dava traba-lho a vários artistas e que manteve activa até emigrar para França, onde morreu há uns dois anos, vindo a enterrar, por vontade expressa, no cemitério da terra que muito amava), consolando-se com umas tigeladas valentes, que só o deixavam regressar à cama já dentro da noite, ou pelo sol nascente, descendo a estrada até ao fundo da Lageosa, a tentar que a flauta fizesse um milagre, soando com um belo timbre, ou a cantar, com muita força, sem que as cordas vocais obedecessem ao baldado esforço de afinação e agra-dável melodia. Mas o Joaquim, mesmo a cair de satisfeito, não era malcriado e até tinha cenas cómicas, que bem dispunham os eventuais ouvintes. Embora tivesse tido umas paixonetas e gostasse de se meter com as raparigas que encontrava, dirigindo-lhes e recebendo galanteios galhofeiros, não se casou. Era uma figura típica de Sobreposta e dos arredores, porque, claro está, com infinita devoção percorria todos os calvários vinícolas, sempre bem visto e respeitado por toda a gente, nunca demonstran-do má disposição ou tristeza, apesar da necessidade, e mesmo da fome, o ter acompanhado no percurso da maior parte da vida, sen-do a música um preferido escape para os seus enfileirados contra-tempos e desgraças.… Foi uma consternação geral quando circulou a notícia de que o Joaquim Moleiro tinha morrido, no monte, esmagado por uma árvore que estava a cortar e o apanhou desprevenido...

José Fernandes da Silva

Janeiro de 2008

Convívio em Toulouse 24 de Maio/2008

A cidade de Toulouse e as suas vilas adjacentes é a pátria de acolhimento de muitos dos nossos conterrâneos emigran-tes. É, também, a região estrangeira onde a nossa associa-ção conta mais associados. Embora haja associados em diversos países do mundo (Canadá, Brasil, Suiça, etc) e em muitas localidades da França (Pau, Clermont Ferrand, Paris, Dax, Tarascon….) é na região de Toulouse que temos mais associados. Pedimos desculpa se esquecemos alguém, mas estamos a lembrar Eduardo Ferreira, Claire Alberne-Beuvelot, Armando Ferreira, José Mendes, José Carlos Novais da Silva, João Pedro Vaz, José Carlos Silva Araújo, Maria Luísa Alves, Domingos A. Antunes Freitas, Maria Luísa A. Freitas, Helena Ferreira, Maria Adelina Mendes, Manuel Almeida, José Augusto Oliveira, Simone Olieira, José Justino Mendes, Maria Alice Marques, Gil Sousa, José Faria, José J. Novais Miranda, Fernando Mota, José Vieira de Castro, Armindo Gonçalves, Fernando F. Rodrigues, Cristina Leite Marques, Carla Sofia Ferreira, Carlos Gon-çalves, Manuel Gomes, Olívia Gonçalves e Manuel José Freitas Marques.

Sendo assim e em home-nagem aos nossos asso-ciados emi-grantes e a todos os nos-sos conterrâ-neos que estão emigra-dos em Fran-ça, estamos a organizar uma Festa/

Convívio em Toulouse para o dia 24 de Maio (Sábado), em local a indicar. Brevemente, enviaremos, por correio, a todos os associados residentes em França, informação por-menorizada sobre este evento (local e programa). Foi intenção da Direcção organizar uma excursão desde Sobreposta até Toulouse, com passagem por Lourdes e outras localidades de interesse turístico. No entanto, fomos obrigados a adiar este projecto para o próximo ano. Porquê? Porque nenhuma agência de viagens conseguiu reservar alojamento, em Lourdes ou arredores, para esta data. Segundo as informações que nos foram transmitidas, na mesma data, vai realizar-se em Lourdes uma grande pere-grinação de militares e todos os hotéis estão repletos. A ideia de fazer uma grande festa em Toulouse, reunindo ali os associados emigrantes com os seus familiares e ami-gos idos da terra natal, com passagem por Lourdes e, even-tualmente, Andorra, ficou adiada mas não esquecida. Assim, vamos começar já a trabalhar para a tornar uma rea-lidade no próximo ano. À partida fica agendada para a pri-meira quinzena de Junho de 2009.

A Direcção

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CORAL PAROQUIAL CELEBROU 40.º ANIVERSÁRIO

Continuação da página 1 Porém, em 24 de Fevereiro último, foi comemorado o 40.º Aniver-sário do Coral Paroquial de Sobreposta, com a celebração da Santa Missa pelos coralistas já falecidos e pelas intenções dos actuais. Esta Missa foi, como se impunha, abrilhantada pelo Coral e cele-brada pelo Pároco de Sobreposta, P. Artur Marques. Depois houve o almoço no restaurante Colombo II, na cidade de Braga, propriedade do conterrâneo Abílio “Neta”, para o qual foram convidados todos os coralistas que deram ou ainda dão a sua colaboração ao Grupo Coral. Marcaram presença cerca de 70 pes-soas, entre elas o Pároco de Sobreposta, P. Artur Marques, o P. José

Ribeiro Mendes, o organista José Fer-nandes e ainda a Junta de Freguesia (Alexandre José Vieira, Presidente, Manuel Costa, Secretário e Antó-nio Lima, Tesou-reiro). Em momento pró-prio usou da pala-vra o Pároco de Sobreposta para

felicitar o Coral pelos seus 40 anos, agradecendo a todos os que, desde a sua fundação, “lhe deram muitas horas de trabalho, quantas vezes com sacrifício dos próprios familiares”. Referiu que “esta doação não tem preço e que cada um deve pôr a render os dons e as qualidades que recebeu”. Agradeceu também a presença da Junta de Freguesia e a colabora-ção que esta tem dado. Também José Fernandes se disse feliz pelo trabalho realizado nes-tes 40 anos, historiando um pouco a vida do grupo, suas origens e evolução, chamando a atenção dos presentes para o numeroso e rico repertório deste Grupo Coral. Terminou oferecendo a todos os cora-listas um CD que integra 25 interessantes cânticos religiosos. De seguida, Domingos Mendes, em nome da organização, ofereceu a José Fernandes uma bonita lembrança, gesto de gratidão pelo enorme e importante trabalho que tem realizado com o Grupo Coral de Sobreposta. Também Manuel José Freitas Marques ( o Manuel Neta, emigrante em Toulouse e nosso associado) aproveitou o momento para em interessante rima recordar momentos vividos há 40 anos, aquando dos primeiros ensaios realizados, e da qual respigamos, a título de exemplo, as seguintes quadras: Tempos e tempos passaram E nós sempre a lutar. Saudávamos uns aos outros E então, depois da ceia, Boa noite. Como estás? Lá íamos ensaiar - Estou bem, muito obrigado, Mas tu vais lá p’ra trás. Estrada acima, estrada abaixo Íamos sempre ligeiros, Apartados uns dos outros O nosso destino era Como da casca aparta a noz, A Casa dos Pedreiros Para evitar confusões Cada um com sua voz. Foi um interessante convívio, que trouxe novo alento aos compo-nentes do Coral. Certamente que todos saíram dali mais entusias-mados e com vontade de se continuar este importante trabalho para a comunidade de Sobreposta. Parabéns à organização pela iniciativa e pelo trabalho realizado.

Vivamos apaixonadamente a Pás-coa de Cristo!

Aproxima-se a festa da Páscoa, que nos deve merecer um momento de reflexão. Afinal, não há muito tempo, celebrámos com ternura e alegria o Natal do Senhor, mas não esqueçamos que o Natal nos orienta para a Páscoa. Cristo veio, não só para se oferecer por nós em sacrifício ao Pai e assim obter a nossa justificação,

libertando-nos do pecado e da morte, mas também para nos comunicar o Espírito Santo que nos faz Filhos de Deus, irmãos e irmãs uns dos outros e herdeiros da vida eterna; isto é, que nos congrega na unidade. Ora é na paróquia que melhor se exprime esta comunhão quando, à volta do altar, unidos na mesma fé, escutamos a Palavra, nos alimentamos do mesmo Pão e, em Cristo, cantamos e louvamos o Pai. É a festa dos irmãos nascidos da Páscoa de Cristo que, juntos, louvam o Pai. É evidente que isto supõe a fé de Abraão e a capacidade de cortar com o passado: velhos hábitos, antagonismos, discór-dias, divisões eu sei lá… e, conduzidos pelo Espírito de Deus iniciarmos a aventura de novos caminhos, à descober-ta de novos horizontes, na procura da terra onde corre leite e mel que o Senhor nos há-de dar. Esse momento de conversão e de graça é o Senhor quem o determina, se nos predispomos a acolher tão grande dom. Isso implica o reconhecimento do pecado que nos divide e o pedido de perdão a Deus, à Igreja e à própria comunidade dos homens. Com efeito, não é só a Deus que ofendemos, mas também a Igreja e a própria comunidade humana. O pecado desfigura a Igreja e a torna, tantas vezes, repelente; ao contrário, a santidade de Deus ilumina-a, torna-a atraen-te, bela e desejada. E as guerras, seja a que nível for, não são elas consequência do pecado? Afinal, somos uma famí-lia que à volta da mesa celebra a comunhão e o amor, ou a família desavinda e dispersa onde sobressai o pecado da divisão? Preparemos a festa da vida nova, a Páscoa, aos pés do con-fessor. Somos um povo pecador, mas sabemos que Jesus Cristo nos purifica no seu sangue, nos reconcilia com o Pai e uns com os outros através do Sacramento da Penitência. Restaura em nós aquela corrente de vida divina recebida no Baptismo e que o pecado interrompe. È sempre uma nova oportunidade que o Pai nos oferece para que “a água viva” que brota do coração aberto de Cristo, interrompida pelo pecado, se restabeleça e continue a jorrar em nós para a vida eterna. Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem per-doardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados. Jo.21, 22-23. Só diante da santidade de Deus podemos avaliar a enormi-dade do pecado, como também, a grandeza do perdão. É a grandeza do perdão e a reconciliação que faz brotar do nos-so íntimo a alegria incontida que explode e cria festa. Olhai como a natureza, montes e vales, depois dos cortes que a fizeram chorar na limpeza do que era velho ou menos conveniente se reveste de cor e de luz, da vida nova, e se apresenta florida. Uma natureza reconciliada à qual voltam as aves do céu em harmoniosa sinfonia, criando uma atmos-fera de esperança, de alegria e de festa. Que a Páscoa vivida em Cristos purifique e recrie, em cada um de nós, e em toda a humanidade esta vida de harmonia e paz. A todos uma Santa Páscoa e que a nossa vida seja um sinal de Ressurreição em Cristo!

P. Zé do Muro

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BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 13 . Março 2008 Página 4

NOVOS ASSOCIADOS É com alegria que damos as boas vindas aos novos associados abaixo indicados. Esperamos que se sintam parte activa desta Associação e a ajudem a cumprir os seus objectivos. Continuamos a crescer. 217 – Vítor Manuel da Silva Lisboa 218 – José Filipe Costa Antunes Sobreposta 219 – Adelino Almeida Marques Sobreposta 220 – Maria Isabel Sá Vieira Sobreposta 221 – Rosa Macedo Alves Sobreposta 222 – Manuel José Freitas Marques Toulouse 223 – António Silva Freitas Sobreposta

Dez mandamentos para os pais Vivemos num tempo onde para arranjar um emprego ou execu-tar uma determinada tarefa do quotidiano, por mais simples que seja, se exige uma preparação prévia – estudos, curso pro-fissional, universidade, estágios, etc. Curiosamente, ninguém coloca qualquer exigência de prepara-ção prévia para o exercício do direito a ser pai ou mãe. Basta que as condições biológicas estejam alcançadas e parece que a sociedade nos reconhece, desde logo, o direito a exercer a maior missão que a vida nos atribui: ter filhos e educá-los. Nos tempos mais antigos, educar os filhos era, de facto, uma tarefa menos difícil. A vida não mudava assim tanto de uma geração para a outra; as comunicações limitavam-se às frontei-ras da aldeia ou da cidade; vivia-se em famílias alargadas de avós, pais filhos e netos onde se faziam as essenciais aprendi-zagens na formação do carácter. Hoje, porém, o mundo é muito mais complexo e as aprendizagens – as boas e as más – fazem-se à escala universal através dos mais diversos meios de comu-nicação. Assim, ser pai ou mãe hoje é, na verdade, uma tarefa muito difícil. Com a devida vénia, transcrevo as dicas do meu colega e ami-go Ramiro Marques, especialista em Educação e professor na ESSE de Santarém, que ele mesmo designa como os 10 man-damentos para os pais. Julgo que é uma ajuda para uma refle-xão que se impõe a todos os que temos a missão de educar. Então, aí vai: 1º mandamento – Coloque a função de mãe e pai em pri-meiro lugar. Há pais que pensam que educar um filho é apenas tarefa da escola. Inebriados com o sucesso profissional ou confrontados com um trabalho que não deixa tempo livre, muitos pais não se envolvem, diariamente, na educação dos filhos. Entregam-nos à escola e julgam que essa tarefa é apenas dos professores. Estão enganados. Educar uma criança exige atenção e disponi-bilidade. Os bons pais colocam a educação dos filhos em pri-meiro lugar e não enjeitam responsabilidades que são deles. 2º mandamento –Seja um bom exemplo. Ninguém gosta de ser considerado continuadamente um bom exemplo. É uma tarefa árdua e difícil. Exige muitas renúncias. Contudo, pode estar certo que os filhos imitam os pais, naquilo que eles têm de bom e de mau. Quando um pai dá exemplo de não gostar de trabalhar, de desonestidade ou de irresponsabili-dade, é certo que está a transmitir uma mensagem errada aos filhos: é correcto ser preguiçoso, desonesto e irresponsável. Se quer dar bons exemplos aos seus filhos, seja diligente, pontual, trabalhador, honesto e justo. O seu exemplo vale mais do que mil lições de moral. 3º mandamento – Esteja atento Educar um filho não é tarefa para se fazer sozinho. Os outros familiares, os amigos, os vizinhos, os professores e até os vigi-lantes são, também, agentes que educam pelo exemplo. Por isso, esteja sempre atento aos que rodeiam os seus filhos, aos amigos, aos vizinhos e também ao que se passa na escola. 4º mandamento – Envolva-se na escola do seu filho O envolvimento parental no processo educativo é uma variável que está geralmente associada ao bom desempenho escolar. Vá às reuniões, converse com os professores, peça e dê informa-ções e colabore com os professores. Não faça críticas aos pro-fessores na presença dos seus filhos. 5º mandamento – Controle e limite o acesso do seu filho à televisão e à Internet Muitos conteúdos televisivos são telelixo e têm efeitos devasta-dores na educação do carácter das crianças. As crianças que vêem muita televisão e passam muito tempo a navegar na Internet têm mais probabilidades de serem obesas. Para além disso, ao impedir que o seu filho tenha acesso a conteúdos que deformam a mente, que distorcem a realidade e que invertem os valores, você está a proteger o seu filho e a proporcionar-lhe um ambiente saudável. 6º mandamento – Concentre-se no que é fundamental Não tente que o seu filho seja um herói ou um santo. Centre a sua atenção naquilo que são os valores fundamentais, comuns a todas as civilizações e que estão no cerne da Cultura Ociden-tal: prudência, justiça, temperança, coragem, honestidade, res-ponsabilidade e compaixão.

Continua na página 7

O ENTRUDO ANDOU À SOLTA EM SOBREPOSTA

Continuação da página 1 Assim foi. Às 14,30, como programado e sob a protecção da

GNR, dezenas e dezenas de foliões, a pé ou em tractores prepara-dos para o efeito, levaram a todos os cantos da freguesia, de Ranhó a Sandim e do Pedregal a Portuguediz, a sua alegria e saudável provocação. Foram cerca de três horas de puro diverti-mento para os participantes e para a população que acorreu às ruas para saudar e incentivar estes mensageiros da boa disposi-ção. O cortejo terminou cerca das 17,00 horas junto à Capela de S. Tomé de Lageosa. Terminou o cortejo mas não terminou a festa. Aqui, com o patrocínio da Junta de Freguesia, foi servido a todos os participantes e a toda a população que ali acorreu, um saboro-so lanche. Faça o leitor as contas e veja lá se a fome era superior à sede ou vice-versa: foram servidas 482 sandes de febras e entremeada e beberam-se 240 sumos, 144 cervejas e 30 litros de vinho. Foi ainda posto à disposição de todos um enorme tacho de filhoses, generosa oferta da senhora D. Aurora da Casa Senoga-de. Até cresce água na boca!... A tarde (mais noite que tarde!) terminou com uma espectacular sessão de fogo preso. Mais uma iniciativa dos jovens que anga-riaram, junto de empresários da freguesia e particulares, os fun-dos necessários para o efeito. Para terminar estas notas sobre, cumpre dizer uma palavra de agradecimento à Guarda Nacional Republicana (Posto do Samei-ro) pelo acompanhamento do cortejo, à Junta de Freguesia pelo patrocínio do lanche, à senhora D. Aurora da Casa Senogade pelas filhoses, a todos os que fizeram donativos para o fogo e, finalmente, a todos os participantes. Para o ano haverá mais. Alberto Silva

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Página 5 BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 13 . Março 2008

SORTEIO A Direcção da Associação continua a sortear entre os associados, um almo-ço ou jantar para duas pessoas que será oferecido pelo Restaurante CAR-REIRA DE TIRO, situado em Sandim - Sobreposta.

O feliz contemplado foi, desta vez, o associado n.º 42 – João Paulo Silva Rodrigues que deverá contactar a Direcção da Associação para proceder ao levantamento da creden-cial que lhe confere direito

ao almoço ou jantar para duas pessoas. Parabéns e bom apetite.

FALECEU

EM SOBREPOSTA - Em 28 de Dezembro, Emília Marques de Almeida— a “Emilinha da Igreja de Baixo”, que residia em Ferreiros—Póvoa de Lanhoso. - Em 21.de Janeiro, Felicidade Rodrigues de Sousa e Sá – com 58 anos e que residia em Vitoreira, Sobreposta. A seus familiares e amigos apresentamos sentidas condolên-cias

NOTA Chegaram-me ténues lamentos pelo facto de umas vezes publicarmos as fotografias dos nossos falecidos e outras não o fazermos. Para que não fique qualquer dúvida, informam-se os nos-sos associados e leitores de que publicaremos as fotografias de todas as pessoas falecidas desde que nos seja possível obtê-las ou seus familiares as façam chegar junto dos res-ponsáveis da Associação a tempo da sua publicação.

O Director

Baptizados 5 de Dezembro de 2007 – Simão Rodrigues de Freitas Filho de: Manuel Isaque Rocha Freitas e de Mónica Rafae-la Silva Rodrigues 23 de Dezembro de 2007 – Eduardo Rodrigues de Sousa Filho de: Filipe Fernandes de Sousa e de Maria Cecília Gomes Rodrigues 29 de Dezembro de 2007 – José Miguel Teixeira de Frei-tas Filho de: José Rocha de Freitas e de Marta Glória Macedo Teixeira 30 de Dezembro de 2007 – Rodrigo Fernandes Antunes Filho de: José Manuel Costa Antunes e de Marta Maria Lopes Fernandes 27 de Janeiro de 2008 – Ana Catarina Costa Peixoto Filha de: José Sousa Peixoto e de Maria Alice Antunes Costa

Atendimento na Sede Em Janeiro terminou o nosso contrato com o Centro de Emprego de Braga que nos tinha destacado, através dos programas ocupacionais, a senhora Drª Fernanda Pinto para fazer o acompanhamento dos jovens estudantes que, diariamente, procuram o nosso Centro de Apoio Escolar e prestar outros serviços aos associados e à população em geral. Apesar de o contrato ter terminado em Janeiro, a senhora Drª Fernan-da Pinto, disponibilizou-se a continuar a prestar os mesmos serviços até que seja substituída e não seja chamada para outra actividade pro-fissional. Como, entretanto, o processo de substituição esteja compli-cado pela parte do Centro de Emprego, é possível que a nossa Sede venha a ser obrigada a estar fechada – temporariamente, assim o esperamos. Aproveitamos a oportunidade para agradecer à senhora Drª Fernanda Pinto toda a dedicação e profissionalismo que dispensou aos utentes e, nomeadamente, aos jovens que ali acudiam para fazer os seus tra-balhos escolares e fazer pesquisas.

A Direcção

Curso de Informática Saber não ocupa lugar e… dá jeito

Uma turma de oito associados estão já a frequentar, todas as 4ª e 6ª feiras, a partir das 21,00 horas, um curso de iniciação à informática. O curso é orientado pelo for-mador Paulo Lamego. Todos já percebemos que, nos dias de hoje, não saber lidar com um computador é, tal como foi para os nossos antepassados, o mesmo que não saber ler e escrever. Os nossos jovens e adolescentes nasceram e vivem na era das novas tecnologias da informação. Têm, por isso, na escola e em casa, acesso fácil a “janelas” de comuni-cação que os pais não podem ignorar sob pena de perde-rem o controlo do seu crescimento e educação. Os alunos dos nossos cursos de informática são pais e mães que não querem perder o comboio da modernidade e não se resignam a pertencer ao grupo dos que lamen-tam: “isto já não é para a minha idade!” Logo que este grupo acabe a sua formação, irá começar novo curso dado que já há mais inscrições. Parabéns! Sobreposta não pára na ânsia de saber!

DIA DA MÃE No primeiro Domingo do mês de Maio celebrar-se-á o Dia da Mãe. Dado que este é o Boletim que antecede essa data, não esquecemos as Mães e queremos a todas homenagear pelo enorme acto de AMOR que é ser MÃE, oferecendo-lhes o poema de Sebastião da Gama inserto na página 1 bem como o que se segue da autoria do nosso associado e conterrâneo José Fer-nandes.

DIA DA MÃE

Nome pequenino, três letras contém e tão belo hino o compôs Alguém! Graúdo ou menino, sempre Lhe quer bem: amor genuíno, somente o de Mãe! Maio que inebria com perfume e cor nos traz esse dia de humano calor, que espalha alegria, mil e uma flor: sincero aleluia de grande fervor!

Devoto, me inclino em justo louvor ao diamantino nome de fulgor, compondo poesias e cantos também, que todos os dias são dias da Mãe!!

José Fernandes da Silva Janeiro de 2008

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BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 13 . Março 2008 Página 6

tudo fazer para que se concretize. … E já lá vão quase 41 anos desde que assumi esta gostosa tarefa de estar à frente do nosso grupo coral litúrgico, que, ao fim e ao cabo, é um elenco de bons e generosos amigos. O nosso repertório é vastíssimo e diversificado. Prosseguire-mos, enquanto tivermos forças e saúde, a trabalhar para que, mais e mais, sejamos melhores e mais actuantes. A prova de que apreciam o nosso trabalho está na forma como o Conselho Paroquial e a Junta de Freguesia quis comemorar o nosso 40º aniversário, honrando-nos com a sua presença e suportando os custos do convívio. Como diz o outro: “Amor com amor se paga”!

Pelo exposto, a primeira palavra, com um profundo sentimento de saudade, dedi-co-a à Mari-quinhas e Lau-rindinha da Figueira, à Zildinha dos

Caniços, à São Daniel e à Zirinha e Bertinha do Lopes, que sempre deram o seu melhor e mantiveram viva a chama do reduzido grupo ao longo de décadas e que agora, creio, moram no Reino eterno, pelo qual suspiraram e trabalharam no decurso do seu viver. Que repousem em paz! A segunda palavra de gratidão vai para o P.e Zé do Muro, o grande obreiro da nossa existência e que continua a acarinhar-nos e a incentivar-nos para que não esmoreçamos e cheguemos cada vez mais longe. A terceira dirijo-a ao P.e Dr. Manuel José Gonçalves que sem-pre esteve ao lado do grupo, preocupando-se com as suas necessidades, inaudecendo o serviço prestado à comunidade e presenteando-o com um magnífico órgão litúrgico. E lembro ainda, sob a sua direcção, a marcação e organização do conví-vio da celebração do 25º aniversário, na Senhora da Fé, em Vieira do Minho, proporcionando uma tarde inesquecível, com o aquecimento do estômago, da alma e do corpo, com excelen-tes iguarias, muita alegria, respeito e fraternidade. A quarta visa o P.e Artur, com quem trabalho há 40 anos, pois fui seu organista, em Espinho, ao longo de muito tempo e que sempre se esforçou e trabalhou para que a liturgia fosse dignifi-cada e abrilhantada, escolhendo os cânticos adequados e ditan-do-me as partituras. Esse gosto mantém-no e está sempre receptivo a tudo quanto ao grupo diz respeito. E ainda o demonstrou no convívio do dia 24 de Fevereiro, confortando-nos com a sua presença amiga e solidária. As muitas palavras finais vão para todos os elementos do gru-po, que sacrificam muito do seu tempo, muitos pedaços da noite, o bem-estar dos seus lares para estarem presentes nos ensaios e para participarem nos actos religiosos da paróquia. Vamos, caros conterrâneos, em frente! Já caminhámos há lon-gos anos, mas o caminho ainda não está percorrido. E ainda existem pedaços tortuosos desse caminho para palmilhar. Uni-dos na dignidade e no desejo de bem-servir atingiremos os mais difíceis objectivos. Crescemos, somos fortes, mantenhamos bem aceso o facho que nos ilumina desde as primeiras semen-tes, que produziram este fruto sazonado. Continuemos, com os nossos cantos e disponibilidade a agradecer e a louvar Aquele que nos tem cumulado com o dom da partilha, da perseverança, do gosto pelo trabalho realizado, no sucesso que vamos alcan-çando e da alegria que a comunidade sente sempre que abri-lhantamos quaisquer eventos ou solenidades da nossa querida Sobreposta. Muito obrigado! Bem hajam!

José Fernandes da Silva

A sorrir e a cantar, nesta data especial, quero parabenizar o nosso Grupo Coral! Quando em Julho de 1967 terminei os estudos liceais e musicais, no Institu-to de Cegos Branco Rodrigues, situado na Linha do Estoril fui convidado pela Mariquinhas da Figueira (dedicada a tudo quanto à igreja dizia respei-to, dirigente e responsável pelo grupo e por movimentos religiosos paro-quiais) para tocar o velho harmónio e ensaiar o pequeno grupo coral, com-posto por oito elementos femininos e exclusivamente por solteiras, porque o pároco José Joaquim Esteves não permitia misturas, exigindo que assim fosse. De facto, eram pouquinhas as cantoras, mas donas de lindas vozes, bem afinadas, muito empenhadas e competentes. Claro está que, apesar da minha juventude e agradecido, aceitei com prazer, pois era e foi o início de uma vida dedicada à música religiosa. Logo me assaltou a ideia de que havia necessidade de aumentar o grupo e torná-lo mais eficaz. O ideal seria um grupo misto. Como, porém, chegar lá? O Homem põe, Deus dispõe… Por essa data, o então seminarista da Congregação do Espírito Santo, José Ribeiro Mendes (Zé do Muro – que sabe melhor pronunciar) detentor de uma bela voz e muito afinada e também com bons conhecimentos musicais, comungando da mesma vontade da formação de um grupo coral, numeroso e polivalente, que abrilhantasse tudo o que à paróquia dissesse respeito, principiou uns ensaios da missa em português, à época autorizada pelo Vati-cano. Reuniram-se muitos elementos do sexo masculino, um conjunto de amigos que encontraram nestas noitadas uma forma de bem passar o tempo, em convívios salutares que, a propósito dos ensaios, percorriam algumas casas de famílias que apoiavam a feliz iniciativa. Uma noite, nos Pedreiros, outra, no Monte, Muro, Figueira, Caniços… a velha Lageosa era impregna-da com timbres alegres de vozes que bendiziam a Deus e as Criaturas. E no fim dos ensaios a malta era brindada com um beberete suculento, com uma suecada e prolongado e animado cavaqueio. Pelo Natal, ouvida a primeira missa em português, houve aplausos frenéti-cos e unânimes, incentivando para que se fosse mais além. E foi-se porque, entretanto, para animar os momentos de variedades no salão paroquial decidiu o Zé do Muro preparar uma actuação do grupo com músicas profanas. O primeiro repertório foi constituído pelo “Barqueiro”, “Tem grelinhos” e uma extensa e bonita rapsódia de música portuguesa e desta foi solista o Joaquim d’Inácio, que possuía uma excelente voz e tocava cavaquinho, viola braguesa e realejo na perfeição e que, com um cancro no estômago, faleceu poucos anos após. Tais números saíram primorosamente. Em 1969, quando o Zé do Muro se ordenou padre foi o grupo convidado para solenizar a primeira missa sacerdotal, o que decorreu em Viana do Castelo e com enorme dignidade e alegria. Estávamos no tempo da guerra fratricida do Ultramar e muitos conterrâneos lá foram parar, nomeadamente, cantores. Então, sempre que um combatente terminasse a comissão de serviço e regressasse ao lar, o grupo cantava uma missa de acção de graças ao Bom Jesus dos Milagres. Depois, para rematar, o grupo era obsequiado com um bem recheado beberete e uma confraterni-zação animada, na casa do recém-chegado. De tal forma se implantou e tal era a qualidade do grupo dos homens que o preferiam para solenizar as promessas a cumprir ou as festividades costu-meiras. Foi então que o grupo feminino, agora já mais numeroso, começou a namo-rar o masculino, no sentido de se fundirem e trabalharem para os mesmos fins. E assim se fez. E em boa hora, graças a Deus! O actual grupo é constituído por cerca de 35 elementos, repescados que foram antigos membros que haviam dado o seu melhor e vão continuar a dá-lo, pois o abandono se deveu unicamente às condições de vida que não per-mitiram o seu regresso mais cedo. Têm existido várias saídas, a paróquias ou santuários, para solenizar momentos litúrgicos, sobretudo casamentos, sendo recusados muitos outros convites por apostarmos mais nos eventos da freguesia e nos acontecimen-tos que aos conterrâneos digam respeito. Uma mágoa que me mói é não aparecer um organista que pudesse garantir um ensaio semanal e um acompanhamento mais circunstanciado do grupo. Sinto essa falta mas não vejo como colmatá-la. Mas é necessária e há que

GRUPO CORAL LITÚRGICO DE SOBREPOSTA

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EB1 de Espinho No dia 29 de Fevereiro, três alunos do 3º ano da escola de Espi-nho participaram no IV campeonato nacional de jogos matemáti-

cos que decorreu na Universida-de do Minho. Foram a Ana Filipa Monteiro Pereira, o João Paulo Montes Gomes e o José António Antu-nes Silva Leite que jogaram, respectivamente, “Pontos e Quadrados”, “Semáforo” e “Ouri”. São jogos que apelam ao desenvolvimento do cálculo e do raciocínio, estimulam o sentido de estratégia, incremen-tam a perspicácia e conduzem à estruturação de cadeias lógicas de pensamento, para além de outros interesses didáticos.

Foram seleccionados na turma após terem sido os vencedores nas respectivas modalidades. Foi um dia muito bem passado no Campus de Gualtar, no dizer das crianças, que para além da competição entre mais de 1300 alunos de escolas de todo o país, do ensino básico e secun-dário tiveram como prémio de presença a participação em activi-dades desportivas outdoor – escalada e numa exposição interacti-va – “Experiencing Mathematics” actividades lúdico experimen-tais nos laboratórios de matemática.

HISTÓRIAS DA VIDA O Cesteiro da Terra

Continuação da página 8 aqui por mero acaso e que, por isso, também não podemos passar por aqui “ao acaso”. Desta vez, vamos lembrar o cesteiro da nossa terra – o senhor José Sabiel, como é mais conhecido. José Joaquim Marques nasceu em 1927. É casado com a senhora D. Noémia da Silva e têm 7 filhos. Os seus primeiros ofícios foram no campo e na construção. Como outros da sua época, também traba-lhou na construção da barragem da Venda Nova. Aos 22 anos, aproximadamente, partiu para Serafão para aprender a arte de cesteiro. Esteve lá cerca de dois meses e veio de lá um perfei-to artesão na interessante e útil arte da cestaria. A partir daí, não teve mãos a medir: quer Sobreposta, quer as terras circunvizinhas recor-riam aos seus serviços. Ainda estava longe a época do plástico que, mais tarde, haveria de relegar para segundo plano esta arte. Os cestos eram feitos em casa do próprio cliente. O senhor José partia de manhã de banco às costas e a ferramenta no alforge para casa do cliente. A alimentação era da conta do cliente. Se era longe, o senhor José pernoitava na casa do cliente até concluir o serviço. Em geral, não fazia mais que 3 cestos ou 2 cestas por dia. Na imagem podemos observar os instrumentos necessários no exer-cício da arte: além do banco, podemos ver o limpador, a foice de rachar a madeira, a faca de acabamento, o espeto, e a tesoura. A matéria-prima era constituída por madeira de negrilho, de castanho, de carvalho ou de loureiro e por canas da índia.

NOVAS OPORTUNIDADES Milhares de portugueses, por todo o país, estão a descobrir a necessidade de melhorar o seu nível escolar. Há dois anos sur-giu a possibilidade de o fazer através do reconhe-cimento das competências adquiridas ao longo da vida e em contexto de trabalho – é isto que se

chama o programa NOVAS OPORTUNIDADES. Estando Sobreposta no extremo da sede do concelho, a Asso-ciação achou que deveria tentar facilitar o acesso da nossa população – alargada a Pedralva e a Espinho – a este programa. Foi neste sentido que, no quadro de uma parceria com o Centro Novas Oportunidades da AIMinho, foram abertas inscrições para os candidatos à certificação de competências que darão equivalência escolar ao 6º, 9º e 12º ano de escolaridade. Os candidatos à obtenção do 9º Ano deverão demonstrar com-petências nas áreas de Linguagem e Comunicação, Matemática para a Vida, Cidadania e Empregabilidade e Informática. Por sua vez, os candidatos ao 12º Ano deverão demonstrar compe-tências nas áreas de Cidadania e Profissionalidade, Cultura, Língua e Comunicação e Sociedade, Tecnologia e Ciência. Os candidatos receberão o apoio necessário dos formadores para poderem adquirir os conhecimentos em falta. Houve dezenas de inscrições o que demonstra bem a vitalidade da população de Sobreposta e sua vontade de se valorizar.

Dez mandamentos para os pais

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7º mandamento – Use linguagem moral Não diga que o comportamento é apropriado ou inapropriado. Diga simplesmente que é bom ou mau, correcto ou incorrecto. As crianças têm de saber que há comportamentos que são sem-pre maus ou bons e não apenas inapropriados ou apropriados. 8º mandamento – Centre a sua acção na acção Os discursos sobre a moral têm pouco efeito na educação do carácter. O mais importante de tudo são os hábitos. Certifique-se de que a sua filha desenvolve bons hábitos. Quanto aos maus hábitos, certifique-se de que o seu filho está envolvido num processo de correcção e de substituição dos maus hábitos por bons hábitos. As crianças devem saber que os comportamentos são mais importantes do que as intenções e os argumentos. 9º mandamento – Coloque a educação do carácter em pri-meiro lugar De que vale ter um filho que tem classificações excepcionais se ele é irresponsável, imprudente, intemperado, injusto e malcria-do? Coloque a educação do carácter no centro das preocupa-ções e mostre que não dá menos importância às virtudes morais do que às virtudes intelectuais. Não se esqueça de que o exter-mínio dos judeus pelos nazis foi conduzido por gente inteligen-te e culta. 10º mandamento – Ame os seus filhos e mostre que os ama Não se esqueça de que o amor é o sentimento mais forte e mais importante que existe. A virtude da amizade, onde se inclui o amor, é a virtude primeira, no sentido de que é a virtude essen-cial à conquista da felicidade. Se não mostrar que ama o seu filho, ele procurará o amor nos sítios errados com as pessoas erradas. (Este texto foi inspirado em Ten commandments for parents. In Ryan, K. e Bohlin, K (1999). Building Character in Schools. S. Francisco: Jossey Bass).

Recolha e introdução de Fernando Mendes

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JARDIM DE INFÂNCIA Visita à Feira do Livro

Com o objectivo de partilhar experiências diferentes de exploração da escrita e da leitu-ra, no dia 5 de Março as crian-ças do Jardim-de-infância de Sobreposta realizaram uma visita à feira do livro do Agru-pamento, à Fnac e livraria Ber-trand no Braga Parque.

As crianças dos dois grupos elaboraram um painel giratório ilustrando um poema da autora Raquel Pinheiro, para expor na feira do livro. Na visita à mesma, as crianças gostaram especialmente de ver o teatro de fantoches e de ouvir um conto pelos alunos da Eb 2/3. No espaço feira, o contacto

com os livros proporcionou momentos de prazer e de inte-resse para as crianças. Na Fnac as crianças ficaram impressionadas com a quanti-dade, a variedade e até com o tamanho de alguns dos livros. Esta actividade desenvolveu-se no âmbito do projecto cur-ricular “Ver, Ouvir e Contar para Bem Falar” tendo por objectivo o desenvolvimento da linguagem e a promoção do gosto pela leitura.

As Educadoras de Infância

Histórias de Vida O Cesteiro da Terra

Toda a gente é importante. Todos têm uma história de vida para contar e reviver. De uma maneira ou de outra, com ricos ensinamentos para as gerações mais novas. Têm razão os povos das civili-zações mais tradi-cionais – os Índios da América, os

povos africanos e as culturas asiáticas – que olham os mais velhos como verdadeiros sábios e os respeitam como tal. Na nossa sociedade, onde andamos todos a correr, parece não haver tempo para ouvir os mais velhos. Pobres de nós que assim perdemos tanta sabedoria que só a vida vivida nos pode ensinar! De aqui em diante, o nosso Boletim vai dar espaço aos mais velhos. Estamos certos que vamos descobrir neles a nossa própria história, as nossas raízes culturais e tomar mais consciência de que não esta-mos Continua na página 7

Rua da Prata , 34—Espinho Tlm. 967 623 169 4715-412 BRAGA Tlm. 937 623 170

Vendas: * Manutenção * Pneus * Assistência automóvel * Jantes * Lavagem Rua S.ª da Conceição, 106 Sobreposta 4710-841 BRAGA Tel. 253 281 436