boletim jurídico nº 67

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Boletim Jurídico – Escola da Magistratura TRF 4ª Região Maio - 2007

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FICHA TÉCNICA

ESCOLA DA MAGISTRATURA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Direção Desembargador Federal Paulo Afonso Brum Vaz Conselho Desembargador Federal Antônio Albino Ramos de Oliveira Desembargador Federal Néfi Cordeiro Assessoria Isabel Cristina Lima Selau Direção da Divisão de Publicações Arlete Hartmann ___________________________________________

BOLETIM JURÍDICO

Seleção, análise e indexação – Divisão de Publicações Eliana Raffaelli Giovana Torresan Vieira Marta Freitas Heemann Revisão – Divisão de Publicações Leonardo Schneider Maria Aparecida C. de Barros Berthold Maria de Fátima de Goes Lanziotti Capa e editoração – Divisão de Editoração e Artes Alberto Pietro Bigatti Artur Felipe Temes Henrique Bauce Alves Programação de Macros – Divisão de Editoração e Artes Rodrigo Meine

Apoio Seção de Reprografia e Encadernação

O Boletim Jurídico é uma publicação eletrônica e gratuita, disponível na Internet, no endereço www.trf4.gov.br,clicando em Publicações e depois em Boletim Jurídico.

Dúvidas, comentários e sugestões podem ser encaminhados pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones

(51) 3213-3042 ou 3213-3043.

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Apresentação

O Boletim Jurídico, produzido pela Escola da Magistratura do Tribunal Regional

Federal da 4ª Região (TRF4), chega à 67ª edição reunindo 222 ementas publicadas no mês de

maio de 2007 pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo

Tribunal Regional Federal da 4ª Região. As ementas compiladas são indexadas e classificadas

nas seguintes matérias: Direito Processual Civil e diversos, Administrativo, Previdenciário,

Tributário e Execução Fiscal, Penal e Processual Penal.

Esta edição traz também o inteiro teor de apelação em mandado de segurança na qual

se discute a possibilidade de interrupção no fornecimento de energia elétrica na residência de

pessoa portadora de tuberculose em estado terminal e que necessita de um aparelho ligado 24

horas por dia para sobreviver. Devido à situação financeira desfavorável, a família vem

enfrentando dificuldades para quitar os débitos com a companhia de energia.

A consumidora impetrou mandado de segurança, sendo concedida a ordem que

determinou às Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. (Celesc) manter ininterrupto o

fornecimento. Irresignada, a empresa apelou, argumentando que houve prévio aviso sobre a

suspensão do fornecimento, que o consumidor confessou a existência da dívida e que os

demais contribuintes não podem arcar com o débito dos maus pagadores.

A relatora, juíza federal Vânia Hack de Almeida, destacou em seu voto que a

sentença do mandado de segurança deve ser mantida, pois permitir o corte no fornecimento de

energia elétrica a pessoa que necessita do uso contínuo de aparelho de oxigênio para sua

sobrevivência é conduta gravosa demais e desarrazoada. “Tendo em conta que a diretriz

básica do ordenamento constitucional é a dignidade da pessoa humana, a suspensão

pretendida alijaria a parte de seu direito à vida e à saúde”, anotou a magistrada.

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ÍNDICE

INTEIRO TEOR

Direito à vida: corte de energia elétrica por inadimplência não pode prejudicar paciente em estado terminal

AMS 2006.72.08.003136-2/SC Relatora: Juíza Federal Vânia Hack de Almeida Direito à vida. Portador. Doença grave. Necessidade. Utilização. Equipamento. Residência. Suspensão. Fornecimento. Energia elétrica. Decorrência. Inadimplemento. Impossibilidade. Garantia constitucional. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Observância................... 19

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Direito Previdenciário 01 – Pensão por morte. Aposentadoria por invalidez. Aposentadoria especial. Aumento. Renda mensal. Descabimento. Preenchimento de requisito. Anterioridade. Vigência. Lei nova............................................................................................................................................. 23 Direito Tributário e Execução Fiscal 01 – Débito tributário. Discussão. Via judicial. Condição de procedibilidade. Exigência. Depósito prévio. Valor. Dívida. Correção monetária. Acréscimo. Multa. Juros de mora. Inconstitucionalidade.................................................................................................................. 23 02 – Recurso administrativo. Pressuposto de admissibilidade. Exigência. Depósito prévio. Percentual. Valor. Débito tributário. Arrolamento de bens. Inconstitucionalidade. Direito de petição. Prejuízo. Princípio do Contraditório. Violação............................................................. 23 Direito Penal e Direito Processual Penal 01 – Suspensão condicional do processo. Revogação. Posterioridade. Período de prova. Possibilidade. Descumprimento. Condição. Anterioridade. Encerramento................................ 24

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Direito Processual Civil e diversos 01 – Ação de indenização. Prescrição. Termo inicial. Data. Homologação. Desistência. Desapropriação. Princípio da actio nata. Observância............................................................... 24

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02 – Citação. Oficial de justiça. Posterioridade. Ineficácia. Citação pelo correio. Cabimento.. 25 03 – Legitimidade passiva. Incra. Mandado de segurança. Indenização. Parcela única. Precatório. Decorrência. Desapropriação por interesse social. Reforma agrária. Título da dívida agrária. Resgate. Prazo. Vinte anos................................................................................. 25 Direito Administrativo

01 – Concessão de serviço público. Nulidade. Transporte intermunicipal. Passageiro. Concorrência pública. Anterioridade. Contrato. Inocorrência. Execução. Serviço público. Descabimento. Direito líquido e certo. Inexistência................................................................... 25 02 – Militar. Auxílio-invalidez. Valor inferior. Soldo. Possibilidade. Irredutibilidade de vencimentos. Inocorrência.......................................................................................................... 25 03 – Perdimento de bens. Decorrência. Abandono de mercadoria. Possibilidade. Apreensão. Container. Embalagem. Descabimento...................................................................................... 26 04 – Servidor público. Aposentadoria por tempo de serviço. Atividade insalubre. Período. Regime celetista. Conversão. Tempo de serviço especial. Possibilidade................................... 26 05 – Servidor público. Direito. Recebimento. Auxílio-alimentação. Vale-transporte. Período. Curso de aperfeiçoamento.......................................................................................................... 26 Direito Penal e Direito Processual Penal 01 – Apropriação indébita previdenciária. Oferecimento. Ação penal. Encerramento. Processo. Via administrativa. Desnecessidade........................................................................... 26 02 – Competência jurisdicional. Justiça Estadual. Crime contra o sistema financeiro. Atipicidade. Fraude. Abertura. Conta corrente. Obtenção. Empréstimo bancário. Equivalência. Financiamento. Instituição financeira. Descabimento......................................... 27 03 – Execução da pena. Falta grave. Inocorrência. Posse. Telefone celular. Presídio. Anterioridade. Lei nova. Lei mais gravosa. Irretroatividade da lei. Observância...................... 27

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Direito Processual Civil e diversos

01 - Ação civil pública. Medida cautelar. Obtenção. Efeito suspensivo. Apelação. Descabimento. Petição inicial. Indeferimento. Princípio da Fungibilidade. Inaplicabilidade. Agravo de instrumento. Adequação........................................................................................... 28 02 - Ação coletiva. Litispendência. Ação individual. Inocorrência. Alteração. Índice. Atualização. Caderneta de poupança. Violação. Direito adquirido. IPC. Manutenção.............. 28 03 - Ação de alimentos. Alimentando. Residência. País estrangeiro. Lei estrangeira. Domicílio. Autor. Aplicação. Filho. Maioridade. Comprovação. Necessidade. Recebimento. Alimentos. Inexistência. Freqüência. Curso superior. Irrelevância. Pai. Dificuldade. Condição econômica. Comprovação.......................................................................................... 29 04 - Ação de indenização. Dano material. Dano moral. Administração Pública. Erro. Elaboração. CTPS. Pagamento. Seguro-desemprego. Atraso. Via administrativa. Nexo de causalidade. Comprovação. Responsabilidade objetiva do Estado. Indenização. Fixação. Valor. Princípio da Razoabilidade. Princípio da Proporcionalidade. Observância. ....................................................................................................................................................

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05 - Ação de indenização. Dano moral. CEF. Erro. Informação. Falsidade. Autenticação. Guia de recolhimento. IPTU. Fixação. Valor. Princípio da Razoabilidade. Princípio da Proporcionalidade. Observância. Legitimidade ativa. Viúva. Co-propriedade. Imóvel. Decorrência. Regime de comunhão universal de bens............................................................... 30 06 - Ação de indenização. Duplicidade. Pedido. Descabimento. Incêndio. Membro. Assentamento rural. Incra. Omissão. Poder público. Nexo de causalidade. Comprovação. Dano material. Valor. Manutenção. Juros de mora. Correção monetária. Honorários. Advogado.................................................................................................................................... 30 07 - Ação de indenização. Vereador. Exercício de função. Gratuidade. Mandato eletivo. Descabimento. Preenchimento de requisito. Determinação. Ato institucional. Motivação política. Inexistência. Contagem. Tempo de serviço. Impossibilidade...................................... 30 08 - Ação de prestação de contas. FGTS. Réu. Apresentação. Conta. Prazo legal. Inocorrência. Execução de sentença. Cálculo. Autor. Possibilidade.......................................... 31 09 - Ação judicial. Natureza previdenciária. Taxa Selic. Inaplicabilidade. Correção monetária. Juros de mora. Aplicação.......................................................................................... 31 10 - Ação popular. Indenização. Dano coletivo. Obrigação de não-fazer. Impossibilidade jurídica do pedido. Presidente. TST. Cobrança. Honorários. Participação. Atividade. Universidade. Descabimento...................................................................................................... 31 11 - Agravo retido. Juízo de admissibilidade. Instância superior. Juízo a quo.Desentranhamento. Autos. Impossibilidade............................................................................... 31 12 - Apelação. Incidência. Efeito devolutivo. Parcela. Tutela antecipada. Requerimento. Benefício previdenciário. Cabimento......................................................................................... 32 13 - Assistência judiciária. Sindicato. Descabimento. Benefício. Destinação. Exclusividade. Pessoa física................................................................................................................................ 32 14 - Conflito de competência. Competência jurisdicional. Vara cível. Subseção judiciária. Cidade. Capital de Estado. Ação civil pública. Afastamento. Cobrança. Tarifa. Telefone. Duplicidade. Município. Seção judiciária.................................................................................. 32 15 - Conflito negativo de competência. Competência jurisdicional. Justiça Federal. Ação anulatória. Ato administrativo. Apreensão. Veículo automotor. Juizado Especial Federal. Incompetência. Valor da causa. Irrelevância.............................................................................. 32 16 - Embargos à execução. Depósito judicial. Depósito prévio. Pressuposto de admissibilidade. Interrupção. Incidência. Correção monetária. Juros de mora. Inocorrência. Trabalhador optante pelo FGTS. Direito. Recebimento. Juros progressivos............................. 33 17 - Execução. Adjudicação. Nulidade. Inexistência. Praça. Edital. Duplicidade. Publicação. Anulabilidade. Caracterização. Exeqüente. Intimação pessoal.................................................. 33 18 - Execução. Juiz. Apreciação. Pressuposto. Título executivo. Cabimento............................ 33 19 - Execução. Multa. Fixação. Tutela antecipada. Cabimento. INSS. Atraso. Implementação. Benefício previdenciário. Embargos à execução. Discussão. Valor. Multa. Descabimento............................................................................................................................. 34 20 - Execução de sentença. Autor. Cessão de direitos. Pedido. Substituição processual. Ingresso. Lide. Cessionário. Consentimento. Devedor. Necessidade. Empréstimo compulsório. Energia elétrica. Conversão. Ações. Eletrobrás.................................................... 34 21 - Execução de sentença. Requisição. Pagamento. Valor incontroverso. Referência. Valor líquido. Necessidade. Exeqüente. Recolhimento. Contribuição previdenciária. Posterioridade. Levantamento. Depósito. Impossibilidade........................................................ 35 22 - Execução judicial. Contrato. Crédito rotativo. Banco. Conversão. Ação monitória. Descabimento. Alteração. Critério. Atualização. Débito. Impossibilidade................................ 35

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23 - Extinção do processo sem julgamento do mérito. Ação popular. Perda. Interesse de agir. Renegociação. Contrato. Empresa. Energia elétrica. Suspensão. Leilão. Controle acionário. Equilíbrio econômico-financeiro. Restabelecimento. Ônus da sucumbência. Princípio da Causalidade. Aplicação............................................................................................................... 36 24 - Extinção do processo sem julgamento do mérito. Mandado de segurança. Petição inicial. Indeferimento. Autoridade coatora. Incompetência. Concessão. Pedido. Restituição de coisa apreendida. Devolução. Depósito judicial. Fiança. Recurso judicial. Instância superior. Cabimento.................................................................................................................... 36 25 - Honorários. Advogado. Fixação. Execução individual. Ação coletiva. Cabimento........... 36 26 - Honorários. Advogado. Juiz. Redução. Valor. Contrato. Impossibilidade......................... 37 27 - Honorários. Advogado. Postulação. Aumento. Embargos à execução. Descabimento. Intempestividade. Ilegitimidade passiva. Prescrição. Comprovação. Inocorrência. Nulidade. Citação. Inexistência................................................................................................................... 37 28 - Ilegitimidade passiva. Instituição financeira. Ação anulatória. Duplicata mercantil. Indenização. Dano moral. Decorrência. Protesto de título. Empresa. Emissão. Título de crédito. Endosso-mandato. CEF................................................................................................. 37 29 - Ilegitimidade passiva. União Federal. Registro. Ônibus. Autorização. Transporte interestadual. Passageiro. ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Competência. Delegação. Fiscalização. Transporte................................................................... 38 30 - Instrução processual. Juiz. Requisição. Cópia. Processo administrativo-fiscal. Possibilidade. Lei de Execução Fiscal. Previsão legal............................................................... 38 31 - Intimação. Advogado. Novo. Decorrência. Morte. Autor. Inexistência. Sentença. Nulidade...................................................................................................................................... 38 32 - Intimação. Apenas um. Procurador. Cabimento. Substabelecimento com reserva de poderes. Indicação. Nome. Substabelecente. Substabelecido. Opção. Possibilidade................. 38 33 - Intimação. Apenas um. Procurador. Possibilidade. Nulidade. Ato processual. Inocorrência. Celeridade processual. Observância..................................................................... 39 34 - Intimação. Ministério Público. Obrigatoriedade. Interesse. Idoso. Requerimento. Aposentadoria por idade. Sentença. Nulidade. Reabertura. Instrução processual...................... 39 35 - Legitimidade ativa. Inventariante. Ação de indenização. Seguro. Decorrência. Morte. Mutuário. Financiamento habitacional. SFH. Quitação. Totalidade. Saldo devedor. Separação judicial. Ex-cônjuge. Sub-rogação. Mutuário. Validade. Cláusula contratual. Manutenção................................................................................................................................. 39 36 - Legitimidade passiva. União Federal. Funai. Indenização. Dano material. Dano moral. Índio. Invasão de propriedade. Competência jurisdicional. Justiça Federal............................... 39 37 - Liberdade de expressão. Supressão. Notícia. Publicação. Internet. Descabimento. Entrevista. Autor. Ato voluntário. Direito à privacidade. Afastamento. Ofensa à honra. Dano à imagem. Inocorrência. Difamação. Injúria. Calúnia. Inexistência. Intenção. Agressão moral. Inocorrência..................................................................................................................... 40 38 – Mandado de segurança. Sentença judicial. Trânsito em julgado. Ação ordinária. Ajuizamento. Posterioridade. Descabimento. Coisa julgada material........................................ 40 39 - Medida cautelar. Preenchimento de requisito. Sustação de protesto. Letra de câmbio. Negócio jurídico. Inexistência. Ação principal. Anulação. Título de crédito............................ 40 40 - Medida cautelar. Sustação de protesto. Nota promissória. Vinculação. Contrato. Abertura de crédito. Banco. Cabimento. Título líquido e certo. Inexistência........................... 41 41 - Multa moratória. Decorrência. Inadimplemento. Cota. Condomínio. Novo Código Civil. Redução. Percentual. Correção monetária. INPC. Juros de mora. Aplicação. ......................... 41 42 - Perícia. Adiantamento. Objetivo. Instrução processual. Pedido. Tutela antecipada. Benefício assistencial. Descabimento......................................................................................... 41

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43 - Petição inicial. Indeferimento. Requerimento. Via administrativa. Pensão por morte. Inocorrência. Curador. Procuração. Instrumento público. Desnecessidade............................... 41 44 - Valor da causa. Alteração. Juiz. Ex officio. Possibilidade. Princípio da Celeridade Processual. Princípio da Economia Processual. Observância. Indeferimento. Petição inicial. Descabimento............................................................................................................................. 42

Direito Administrativo 01 - Concessionária de serviço público. Transporte ferroviário. Devolução. Bens. Objeto. Arrendamento. RFFSA. Pendência. Ação civil pública. Conservação. Recuperação. Estrada de ferro. Ato unilateral. Arrendatário. Inexistência. Validade. Agência Nacional de Transportes Terrestres. Competência. Verificação. Desvinculação. Bem público. Prestação de serviço. Tutela antecipada. Risco. Dano irreparável. Possibilidade. Alteração. Resultado. Ação civil pública....................................................................................................................... 42 02 - Concurso público. Pedido. Nova. Data. Prova. Aptidão física. Impossibilidade. Princípio da Impessoalidade. Inobservância............................................................................... 43 03 - Concurso público. Questão de prova. Critério. Avaliação. Banca examinadora. Revisão. Poder Judiciário. Incompetência................................................................................................. 43 04 - Concurso público. Revisão. Classificação. Posterioridade. Homologação. Impossibilidade........................................................................................................................... 43 05 - Conselho Penitenciário. Estado. Participação. Ministério Público Federal. Previsão legal. Inexistência....................................................................................................................... 43 06 - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). Vinculação. Avaliador. Imóvel. Desnecessidade. Objetivo. Cálculo. ITBI. IPTU......................................... 43 07 - Conselho Regional de Farmácia. Inscrição. Professor universitário. Inexigibilidade. Princípio da Autonomia Universitária. Observância.................................................................. 44 08 - Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). Inscrição. Inexigibilidade. Empresa. Fabricação. Ração. Contratação. Médico veterinário. Habilitação técnica. Necessidade................................................................................................................................ 44 09 - Conselho Regional de Química (CRQ). Registro. Desnecessidade. Empresa. Produção. Bebida alcoólica. Anuidade. Inexigibilidade. Ministério da Agricultura. Competência. Inspeção. Fiscalização................................................................................................................ 44 10 - Curso superior. Registro. Diploma. Obtenção. País estrangeiro. Universidade. Resolução. Observância.............................................................................................................. 45 11 - Dano material. Dano moral. Indenização. Acidente de trânsito. Poder Público. Responsabilidade. Manutenção. Estrada.................................................................................... 45 12 - Dano material. Indenização. Cabimento. Demora. Nomeação. Servidor público. Dano moral. Descabimento.................................................................................................................. 46 13 - Dano moral. Indenização. Abertura. Conta corrente. Autorização. Inexistência................ 46 14 - Dano moral. Indenização. Arbitramento. Princípio da Razoabilidade. Instituição financeira. Responsabilidade objetiva. Abalo de crédito. Inscrição. Nome. Cadastro. Inadimplemento. Formação. Saldo devedor. Decorrência. Cobrança. Encargo. Tarifa. Posterioridade. Pedido. Cliente. Encerramento. Contrato. Crédito rotativo............................... 47 15 - Dano moral. Indenização. Descabimento. Difamação. Inocorrência. Conselho Regional de Medicina. Publicação. Notícia. Prejuízo. Médico. Perito. Vinculação. Detran. Resolução. Ilegalidade. Inobservância. Limite legal. Proibição. Exame médico. Motorista. Candidato. Carteira Nacional de Habilitação. Impedimento. Realização. Sede. Empresa. .........................

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16 - Dano moral. Indenização. Fixação. Princípio da Razoabilidade. Responsabilidade objetiva. ECT. Extravio. Correspondência. CDC. Aplicação..................................................... 47 17 - Dano moral. Indenização. Inscrição. Cadastro. Inadimplemento. CDC. Aplicação. Comunicação. Devedor. Inocorrência. Responsabilidade. Instituição financeira...................... 48 18 - Dano moral. Indenização. Legitimidade passiva. CEF. Fornecimento. Terceiro. Talão de cheques....................................................................................................................................... 48 19 - Dano moral. Indenização. Publicação. Edital. Leilão. Bem penhorado. Débito. Inexistência................................................................................................................................. 48 20 - Direito do consumidor. Afixação. Preço. Pagamento à vista. Etiqueta. Totalidade. Produto. Inexigibilidade. Condição. Estabelecimento comercial. Oferecimento. Equipamento. Código de barras.................................................................................................. 49 21 - Empréstimo bancário. Termo final. Encargo. Data. Extinção. Contrato. Juros compostos. Cobrança. Período. Inferioridade. Um ano. Descabimento. Comissão de permanência. Exigibilidade. Cumulação. Diversidade. Encargo. Impossibilidade. Julgamento antecipado da lide. Questão de direito. Cláusula abusiva........................................................... 49 22 - Ensino de primeiro grau. Autorização. Visita. Empresa. Funcionamento. Diversidade. Ano. Desenvolvimento. Atividade. Ensino. Utilização. Exposição. Animal. Crueldade contra animal. Dano. Criança. Adolescente. Prova. Inexistência. Ibama. Fiscalização. Possibilidade. 49 23 - Ensino de primeiro grau. Certificado de conclusão. Inexigibilidade. Apresentação. Histórico escolar. Suficiência. Matrícula. Curso técnico............................................................ 50 24 - Ensino superior. Estabelecimento particular de ensino. Mensalidade. Inadimplemento. Manutenção. Renovação. Matrícula. Inexigibilidade. Teoria do fato consumado. Inaplicabilidade. Estudante. Má-fé............................................................................................. 50 25 - Ensino superior. Vestibular. Aprovação. Manutenção. Vaga. Perda. Prazo. Matrícula. Edital. Deficiência. Publicidade................................................................................................. 50 26 - FGTS. Conta vinculada. Diferença. Expurgo inflacionário. Ex-empregado. Trabalhador não-optante pelo FGTS. Propriedade. Empregador. Legitimidade ativa.................................... 50 27 - FGTS. Saque. Saldo. Irregularidade. Ônus da prova. Banco depositário. Devolução. Valor. Titular. Conta vinculada. Necessidade............................................................................ 51 28 - Indenização. Valor da dívida. IPTU. Objetivo. Inocorrência. Evicção. Cabimento. INSS. Apresentação. Certidão negativa de débito. Adquirente. Desconhecimento. Pendência. Tributo municipal....................................................................................................................... 51 29 - Militar. Pensão. Filha adotiva. Necessidade. Restabelecimento de benefício. Ato administrativo. Concessão. Pensão militar. Anulação. Posterioridade. Reexame. Prova. Descabimento. Decadência. Processo administrativo. Violação. Ampla defesa. Contraditório. Princípio da Segurança Jurídica. Inobservância.................................................. 51 30 - Militar. Renúncia. Direito. Pensão por morte. Filha maior. Possibilidade. Contribuição. Percentual. Remuneração. Inocorrência..................................................................................... 52 31 - Multa administrativa. Imposição. Descabimento. Fiscal do trabalho. Primeiro dia. Inspeção. Notificação. Anterioridade. Necessidade................................................................... 52 32 - Multa administrativa. Inexigibilidade. Auto de infração. Previsão. Decreto. Agência Nacional do Petróleo. Violação. Princípio da Legalidade.......................................................... 52 33 - Multa administrativa. Inmetro. Auto de infração. Legalidade. Presunção. Validade. Substituição. Advertência. Descabimento. Legitimidade passiva. Réu. Comércio. Produto. Reprovação. Perícia. Quantidade. Autor. Infração administrativa. Alegação. Inexistência. Culpa. Irrelevância. Responsabilidade objetiva.......................................................................... 53 34 - Multa administrativa. Manutenção. Valor. Proporcionalidade. Processo administrativo. Motivação. Inmetro. Reprovação. Critério. Conteúdo. Embalagem. Bebida. ........................... 53

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35 - OAB. Inscrição. Agente de polícia. Aposentado. Direito adquirido. Dispensa. Exame de ordem. Hipótese. Aprovação. Disciplina. Estágio. Prática forense. Exercício (cargo público). Incompatibilidade. Exercício profissional. Advogado. Irrelevância.......................................... 53 36 - PIS. Pasep. Correção monetária. Identidade. Critério. Conta vinculada. FGTS. União Federal. Administração. Contribuição. Legitimidade passiva. Prazo. Prescrição. CTN. Inaplicabilidade........................................................................................................................... 54 37 - Processo administrativo. Defesa prévia. Exploração mineral. Ibama. Demora. Apreciação. Violação. Princípio da Razoável Duração do Processo. Celeridade processual. Licença. Expedição. Fundação pública estadual. Meio ambiente. Presunção de legitimidade.. 54 38 - Rádio comunitária. Necessidade. Autorização. Funcionamento. Poder público. Demora. Superioridade. Um ano. Apreciação. Procedimento administrativo. Descabimento. Exercício de direito. Impossibilidade.......................................................................................................... 54 39 - Serviço de radiodifusão. Programa de rádio. União Federal. Transmissão. Horário especial. Impossibilidade. Prestação de serviço. Interesse público. Caracterização.................. 55 40 - Serviço de radiodifusão. Programa de rádio. União Federal. Transmissão. Horário especial. Possibilidade. Condição. Transmissão. Mesmo. Dia. Competência............................ 55 41 - Servidor público. Aposentado. Acumulação. Quintos. Impossibilidade. Hipótese. Opção. Recebimento. Vantagem pessoal. Origem. Cargo em comissão. Aplicação da lei. Vigência. Data. Aposentadoria. Lei nova. Proibição. Inexistência. Irrelevância....................... 55 42 - Servidor público. Aposentado. Exercício. Direito. Opção. Previsão. Medida provisória. Revisão de benefício. Aposentadoria. Decadência. Legitimidade passiva. Autoridade coatora. Presidente. Tribunal Regional Federal. Cumprimento. Determinação. Tribunal de Contas. Entendimento. Ilegalidade. Acumulação. Valor. Gratificação de Representação de Gabinete. Relação. Valor. Quintos. Lei nova. Alteração. Carreira. Inaplicabilidde................... 56 43 - Servidor público. Oficial de justiça. Exeqüente. Mandado judicial. Supressão. Gratificação. Função comissionada. Descabimento. Permanência. Igualdade. Condição. Trabalho. Alteração. Nome. Cargo público. Opção. Plano de Cargos e Salários (PCS)............ 57 44 - Servidor público. Pensão por morte. Pensão estatutária. Companheiro. Designação. Inexistência. União estável. Comprovação. Exclusividade. Via judicial. Sentença declaratória. Efeito ex nunc. Termo inicial. Irretroatividade. Data. Morte................................. 57 45 - Servidor público. Professor universitário. Doutorado. País estrangeiro. Ampliação. Prazo máximo. Quatro anos. Afastamento. Previsão legal. Regime Jurídico Único. Possibilidade. Caráter excepcional............................................................................................. 58 46 - Servidor público. Recebimento. Diferença. Vencimentos. Plano Real. Conversão. URV. Dia. Pagamento. Relevância. Redução. Valor nominal. Valor real. Alteração. Plano de Cargos e Salários........................................................................................................................ 58 47 - SFH. Mútuo. Decisão ultra petita. Decisão extra petita. Inexistência. Mutuário. Alegação. Onerosidade excessiva. Cláusula rebus sic stantibus. Tabela Price. Valor. Prestação mensal. Exclusão. Cobrança. Juros compostos. Pagamento a maior. Liquidação de sentença. Repetição do indébito. Dinheiro. Possibilidade. Posterioridade. Quitação. Dívida.... 58 48 - SFH. Mútuo. Juros compostos. Descabimento. Tabela Price. Inaplicabilidade.................. 59 49 - SFH. Mútuo. PES. Ação revisional. Mutuário. Redução. Renda familiar. Consignação em pagamento. Complementação. Depósito. Fase. Liquidação de sentença. Possibilidade...... 60 50 - Telefonia fixa. Diferença. Tarifa. Diversidade. Município. Igualdade. Região. Princípio da Isonomia. Inobservância. Repetição do indébito................................................................... 60

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Direito Previdenciário

01 - Aposentadoria especial. Aposentadoria por tempo de serviço. Concessão. Atividade. Magistério. Ensino de primeiro grau. Exclusividade.................................................................. 61 02 - Aposentadoria por idade. Trabalhador rural. Bóia-fria. Preenchimento de requisito. Comprovação. Atividade rural. Início. Prova material. Dispensa. Recebimento. Pensão por morte. Irrelevância...................................................................................................................... 61 03 - Aposentadoria por tempo de serviço. Administrador. Hospital. Atividade insalubre. Reconhecimento. Documento. Empresa. Laudo pericial. Comprovação. Serviço nocivo......... 62 04 - Aposentadoria por tempo de serviço. Trabalhador rural. Pagamento. Contribuição previdenciária. Necessidade. Recolhimento. Referência. Comercialização. Produção. Descabimento. Causa de pedir. Atividade rural. Regime de economia familiar. Aposentadoria por idade. Preenchimento de requisito. Inocorrência......................................... 62 05 - Aposentadoria por tempo de serviço. Trabalhador urbano. Descabimento. Sentença judicial. Justiça do Trabalho. Reconhecimento. Tempo de serviço. Valor. Prova material. Inexistência. Reclamação trabalhista. Ajuizamento. Posterioridade. Término. Contrato de trabalho. Prescrição..................................................................................................................... 63 06 - Benefício previdenciário. Desconto. Ilegalidade. Contrato. Empréstimo. Instituição financeira. Inexistência. Requerimento. Devolução. Valor. Mandado de segurança. Inadequação................................................................................................................................ 63 07 - Certidão. Tempo de contribuição. Período fracionado. Possibilidade. Utilização. Período. Vinculação. RGPS. Aproveitamento. Contagem recíproca. Aposentadoria. Serviço público. Inocorrência.................................................................................................................. 63 08 - Competência jurisdicional. Justiça Estadual. Alvará judicial. Levantamento. Valor. Benefício previdenciário. Recebimento. Segurado. Anterioridade. Morte. Inocorrência.......... 63 09 - Competência jurisdicional. Segunda seção. Natureza administrativa. Servidor público. Requerimento. Aposentadoria por invalidez. Decorrência. Acidente do trabalho. Pedido alternativo. Licença para tratamento de saúde............................................................................ 64 10 - Pensão especial. Deficiente físico. Descabimento. Deformidade permanente. Origem. Utilização. Medicamento. Mãe. Período. Gravidez. Inexistência. Laudo pericial. Comprovação. Deficiência física. Origem. Diversidade. Doença. Conversão. Benefício assistencial. Impossibilidade....................................................................................................... 64 11 - Pensão por morte. Beneficiário. Ex-cônjuge. Descabimento. Dependência econômica. Comprovação. Inocorrência. Incapacidade laborativa. Posterioridade. Morte. De cujus. Cota-parte. Reversão. Companheira. Cabimento. Tutela antecipada. Encerramento. Benefício previdenciário. Possibilidade...................................................................................................... 64 12 - Pensão por morte. De cujus. Padrasto. Beneficiário. Enteado. Dependência econômica. Comprovação. Termo inicial. Data. Ajuizamento. Ação judicial. Possibilidade. Requerimento. Via administrativa. Efeito retroativo. Data. Morte. Mãe................................... 65 13 - Pensão por morte. Habilitação. Novo. Dependente. Convocação. Dependente. Habilitação. Anterioridade. Desnecessidade.............................................................................. 65 14 - Pensão por morte. Inscrição. Dependente designado. Posterioridade. Morte. De cujus. Possibilidade. Segurado. Declaração. Dependente. Registro. Cartório. Dependência econômica. Comprovação. Impossibilidade. Sentença. Julgamento antecipado da lide. Nulidade. Princípio da Ampla Defesa. Violação........................................................................ 65 15 - Pensão por morte. Renda mensal. Desconto. Valor. Recebimento. De cujus. Decorrência. Decisão judicial. Descabimento............................................................................ 66 16 - Restabelecimento de benefício. Aposentadoria por invalidez. Acumulação. Auxílio-suplementar. Possibilidade. Irretroatividade da lei. Observância............................................... 66

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17 - Restabelecimento de benefício. Aposentadoria por invalidez. Cabimento. Vínculo empregatício. Prefeitura. Extinção. Incapacidade laborativa total. Incapacidade laborativa permanente. Comprovação......................................................................................................... 66 18 - Restabelecimento de benefício. Aposentadoria por tempo de serviço. Duplicidade. Atividade. Vinculação. RGPS. Aproveitamento. Regime estatutário. RGPS. Impossibilidade. Revisão de benefício. Decadência. Fraude. Má-fé. Comprovação. Inocorrência....................... 67 19 - Restabelecimento de benefício. Auxílio-doença. Incapacidade laborativa. Comprovação. Perícia. Juízo. Prevalência. Laudo médico. Autarquia federal................................................... 67 20 - Restabelecimento de benefício. Pensão por morte. Descabimento. Dependente designado. Incapacidade laborativa. Posterioridade. Morte. De cujus. Benefício previdenciário. Recebimento. Período. Menoridade. Irrelevância............................................. 67 21 - Restabelecimento de benefício. Pensão por morte. RMI. Desconto. Contribuição previdenciária. Atraso. Período. De cujus. Trabalhador autônomo. Impossibilidade................ 68 22 - Revisão de benefício. Aposentadoria por tempo de serviço. Ex-combatente. Cálculo. Renda mensal. Teto salarial. Inaplicabilidade. Lei. Período. Concessão. Benefício previdenciário. Aplicação........................................................................................................... 68 23 - Revisão de benefício. Aposentadoria por tempo de serviço. Instrutor. Senai. Exercício. Magistério. Caracterização. Atividade insalubre. Reconhecimento. Benefício previdenciário. Aumento. Percentual. Aplicação................................................................................................ 69 24 - Revisão de benefício. Pensão por morte. Cota-parte. Beneficiário. Maioridade. Reversão. Diversidade. Pensionista. Previsão legal................................................................... 69 25 - Revisão de benefício. Pensão por morte. RMI. Inclusão. Metade. Auxílio-acidente. Recebimento. De cujus. Descabimento. Previsão legal. Inexistência........................................ 69 26 - Revisão de benefício. Reajuste. Benefício previdenciário. Proporcionalidade. Aumento. Teto salarial. Salário-de-contribuição. Descabimento................................................................ 69 27 - Revisão de benefício. RMI. Aposentadoria por tempo de serviço. Trabalhador autônomo. Duplicidade. Inscrição. Inviabilidade. Salário-de-contribuição. Atividade. Simultaneidade. Soma. Necessidade. Norma. Progressão na escala. Observância.................... 70 28 - Revisão de benefício. Segurado. Redução. Classe. Escala. Cabimento. Progressão na escala. Posterioridade. Possibilidade. Interstício. Cumprimento. Desnecessidade.................... 70 29 - Revisão de benefício. Valor. Recebimento. Tutela antecipada. Devolução. Descabimento. Decorrência. Natureza alimentar. Benefício previdenciário.............................. 70 30 - Salário-maternidade. Teto salarial. Previsão. Emenda constitucional. Inaplicabilidade..... 70 31 - Tempo de serviço. Atividade insalubre. Regime celetista. Servidor público. Conversão. Tempo de serviço comum. Possibilidade. Lei complementar. Inexigibilidade.......................... 71

Direito Tributário e Execução Fiscal

01 - CDA. Presunção de legitimidade. Superveniência. Pedido. Revisão. Ato administrativo. Irrelevância. Desconstituição. Título executivo. Origem. Processo administrativo-fiscal. Impossibilidade........................................................................................................................... 71 02 - CND. Inexigibilidade. Empresa. Alteração. Registro cadastral. Junta Comercial. Possibilidade. Competência legislativa. União Federal. Decreto estadual. Inaplicabilidade...... 71 03 - Cofins. Incidência. Locação. Imóvel. Equiparação. Venda. Mercadoria............................ 71 04 - Conflito de competência. Competência jurisdicional. Turma. Matéria administrativa. Desembaraço aduaneiro. Cota. Importação. Discussão. Aplicabilidade. Acordo internacional. 72

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05 - Contribuição. Incra. Litisconsórcio passivo necessário. INSS. Atribuição. Arrecadação. Incra. Destinatário. Recursos financeiros. Repetição do indébito. Prescrição. Contribuição. Inexigibilidade. Termo inicial. Ajuizamento. Mandado de segurança. Compensação de crédito tributário. INSS. Impossibilidade................................................................................... 72 06 - Contribuição previdenciária. Incidência. Remuneração. Segurado obrigatório. Retorno. Atividade profissional. Posterioridade. Aposentadoria. RGPS................................................... 73 07 - Contribuição previdenciária. Não-incidência. Função gratificada. Ministério do Orçamento e Gestão. Reconhecimento do pedido. Ofício. Repetição do indébito. Correção monetária. Taxa Selic. Aplicação............................................................................................... 73 08 - Contribuição previdenciária. Não-incidência. Imóvel residencial. Indício. Mão-de-obra. Pagamento. Salário. Inexistência. Prova documental. Dispensa................................................. 73 09 - Contribuição previdenciária. Obra civil. Conjunto habitacional. Imóvel residencial. Base de cálculo. Integralidade. Área. Inscrição. INSS. Unidade. CND. Expedição. Regularização. Débito tributário.......................................................................................................................... 73 10 - CPMF. Imunidade tributária. Receita. Exportação. Inaplicabilidade. Fato gerador. Movimentação financeira. Mandado de segurança. Compensação de crédito tributário. Possibilidade............................................................................................................................... 74 11 - Denúncia espontânea. Tributo. Lançamento por homologação. Possibilidade. Declaração. Informação. Anterioridade. Pagamento do tributo. Inexistência. Multa. Compensação. Tributo. Cabimento............................................................................................. 74 12 - Execução fiscal. Bem penhorado. Reavaliação. Oficial de justiça. Fé pública. Valor. Equiparação. Preço de mercado.................................................................................................. 75 13 - Execução fiscal. Bem penhorado. Venda. Particular. Possibilidade. Praça. Leilão. Licitante. Inexistência. Executado. Consentimento. Necessidade. Preço vil. Inocorrência........ 75 14 - Execução fiscal. Conselho Regional de Administração (CRA). Anuidade. Inexigibilidade. Empresa. Compra. Venda. Imóvel. Administração. Condomínio.................... 75 15 - Execução fiscal. Conselho Regional de Administração (CRA). Anuidade. Inexigibilidade. Servidor público. Registro. Desnecessidade..................................................... 76 16 - Execução fiscal. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). Anuidade. Inexigibilidade. Servidor público. Professor. Curso técnico. Registro. Desnecessidade. Exercício ilegal de profissão. Inocorrência...................................................... 76 17 - Execução fiscal. Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). Anuidade. Inexigibilidade. Posterioridade. Encerramento. Atividade comercial. Comunicação. Conselho profissional. Irrelevância............................................................................................. 76 18 - Execução fiscal. Extinção do processo. Descabimento. Inscrição da dívida ativa. Débito. Inferioridade. Limite legal. Desconstituição de julgado. Seguimento. Execução fiscal............. 77 19 - Execução fiscal. Fraude à execução. Inocorrência. Citação. Executado. Anterioridade. Venda. Veículo automotor. Penhora. Inexistência. Prova. Adquirente. Boa-fé......................... 77 20 - Execução fiscal. Intimação. Síndico. Prestação de informações. Falência. Inadmissibilidade........................................................................................................................ 77 21 - Execução fiscal. Leilão. Nulidade. Pagamento. Cheque. Pessoa jurídica. Divergência. Nome. Arrematante. Pessoa física. Negação. Assinatura. Auto de arrematação. Hasta pública. Validade. Eficácia. Inexistência.................................................................................... 77 22 - Execução fiscal. Nomeação de bens à penhora. Crédito tributário. Pagamento indevido. Finsocial. Reconhecimento. Sentença judicial. Possibilidade. Liquidez e certeza..................... 78 23 - Execução fiscal. Penhora. Bem. Alienação fiduciária. Impossibilidade. Penhora. Direito. Crédito. Cabimento..................................................................................................................... 78 24 - Execução fiscal. Prescrição intercorrente. Decretação. Ex officio. Cabimento. Parcelamento de débito. Suspensão do processo. Posterioridade. Inércia. Exeqüente............... 78

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25 - Execução fiscal. Redirecionamento. Inventariante. Descabimento. Preenchimento de requisito. Inocorrência. Espólio. Responsabilidade subsidiária. Débito tributário..................... 78 26 - Execução fiscal. Solicitação. Internet. Bacen. Informação financeira. Executado. Requisito. Exaurimento. Diligência. Localização. Bem penhorável.......................................... 79 27 - Execução fiscal. Suspensão do processo. Ex officio. Possibilidade. Arquivamento dos autos sem baixa na distribuição. Prejuízo. Exeqüente. Inocorrência.......................................... 79 28 - Execução fiscal. União Federal. Arrematação. Hasta pública. Veículo automotor. Pendência. Fazenda Pública Estadual. IPVA. Multa. Taxa. Licenciamento. Seguro obrigatório. Sub-rogação. Preço. Cobrança. Arrematante. Descabimento. Aquisição originária. Propriedade................................................................................................................ 79 29 - Impenhorabilidade. Veículo automotor. Inaplicabilidade. Prova. Empresa de pequeno porte. Microempresa. Utilização. Atividade econômica. Inexistência........................................ 80 30 - Importação. Irregularidade. Multa. Aplicação. Retenção. Caminhão. Cabimento. Transporte. Mercadoria estrangeira. Pneu. Nota fiscal. Inexistência.......................................... 80 31 - IOF. Incidência. Contrato. Mútuo. Operação de crédito. Caracterização. Instituição financeira. Irrelevância................................................................................................................ 81 32 - IPI. Crédito presumido. Exportador. Compensação de crédito tributário. PIS. Cofins. Aquisição. Mercado interno. Matéria-prima. Embalagem. Suspensão. Incentivo fiscal. Medida provisória. Possibilidade................................................................................................ 81 33 - IPI. Crédito tributário. Posterioridade. Compensação de crédito tributário. Correção monetária. Aplicação.................................................................................................................. 81 34 - IPI. Imposto de Importação. Imunidade tributária. Estabelecimento de ensino. Equipamento. Ativo imobilizado. Transferência. Diversidade. Estabelecimento de ensino. Desvio de finalidade. Inocorrência............................................................................................. 81 35 - IPTU. Imunidade tributária. ECT. Aplicação. Empresa pública. Prestação de serviço. Serviço público........................................................................................................................... 82 36 - IR. CSLL. Alíquota. Redução. Impossibilidade. Clínica particular. Fisioterapia. Reabilitação. Equiparação. Assistência hospitalar. Descabimento............................................. 82 37 - IR. Isenção tributária. Proventos. Militar. Termo inicial. Manifestação. Doença grave. Incapacidade laborativa. Prova. Laudo pericial. Reserva militar. Posterioridade. Reforma militar. Irrelevância..................................................................................................................... 82 38 - ISS. Imunidade tributária. Infraero. Empresa pública. Prestação de serviço. Serviço público. Equiparação. Autarquia. Município. Fixação. Taxa. Inexigibilidade. Serviço público específico. Serviço público divisível. Não-caracterização.......................................................... 83 39 - Multa. Anistia. Processo administrativo. Cobrança. Superveniência. Impossibilidade. Contraditório. Ampla defesa. Necessidade................................................................................. 83 40 - Multa. Inaplicabilidade. Mercadoria importada. Trânsito aduaneiro. Roubo. Prova. Boletim de ocorrência. Força maior. Caracterização. Comprovação. Transportador. Fraude. Negligência. Inexistência............................................................................................................ 83 41 - Multa administrativa. Cobrança. Massa falida. Execução fiscal. Impossibilidade. Obrigação. Indenização. Descumprimento. Contrato. Empreitada............................................. 83 42 - Multa administrativa. Dívida ativa não tributária. Competência jurisdicional. Seção. Matéria administrativa................................................................................................................ 84 43 - OAB. Anuidade. Fixação. Resolução. Inconstitucionalidade. Princípio da Legalidade Tributária. Aplicação. Enquadramento. Tributo. Contribuição social. Categoria profissional. Argüição de inconstitucionalidade.............................................................................................. 84 44 - Penhora. Faturamento. Redução. Percentual. Possibilidade. Empresa. Dificuldade. Condição econômica................................................................................................................... 84 45 - Penhora. Lucro. Dividendo. Cota. Capital social. Empresa. Possibilidade. Substituição. Direito. Crédito. Alienação fiduciária. Veículo automotor. Cabimento..................................... 84

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46 - Penhora on line. Impossibilidade. Quebra de sigilo bancário. Descabimento. Bem penhorado. Licitante. Inexistência.............................................................................................. 85 47 - Perdimento de bens. Aplicação. Mercadoria importada. Selo de controle. Inexistência. Regularização. Requisito. Apresentação. Nota fiscal. Declaração de importação. DARF. IPI. Imposto de Importação................................................................................................................ 85 48 - Perdimento de bens. Cabimento. Mercadoria importada. Abandono de mercadoria. Superioridade. Sessenta dias. Valor aduaneiro. Irrelevância...................................................... 85 49 - PIS. Isenção tributária. Receita. Venda. Mercadoria. Área. Liberdade. Comércio. Equiparação. Exportação. Zona Franca de Manaus. Repetição do indébito............................... 85 50 - Seguro contra Acidente do Trabalho. Alíquota. Fixação. Critério. Risco profissional. Atividade preponderante. Diversidade. Estabelecimento industrial. Requisito. Individualização. Registro. CNPJ............................................................................................... 86 51 - Simples. Exclusão. Descabimento. Trabalhador. Habilitação profissional. Regulamentação. Lei. Inexigibilidade........................................................................................ 86 52 - Simples. Opção. Casa lotérica. Possibilidade. Franquia. Delegação. CEF. Equiparação. Representação comercial. Analogia in malan partem. Descabimento........................................ 86 53 - Simples. Opção. Empresa. Aproveitamento. Crédito tributário. IPI. Impossibilidade. Duplicidade. Benefício fiscal. Simultaneidade. Descabimento.................................................. 87 54 - Taxa. Inmetro. Fiscalização. Bomba de combustível. Inexigibilidade. Portaria. Princípio da Legalidade. Violação.............................................................................................................. 87 55 - Taxa de ocupação. Terreno de Marinha. Decadência. Prescrição. Inocorrência. Alteração. Legislação.................................................................................................................. 87

Direito Penal e Direito Processual Penal 01 - Apropriação indébita previdenciária. Inexigibilidade de conduta diversa. Inaplicabilidade. Comprovação. Dificuldade. Condição econômica. Inexistência. Prova indiciária. Falência. Empresa. Irrelevância. Pena privativa de liberdade. Substituição da pena. Possibilidade. Insuficiência. Condição econômica. Pagamento. Pena de multa. Ônus da prova. Réu................................................................................................................................... 88 02 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Crime contra a administração da justiça. Juiz do trabalho. Aposentado. Denunciação caluniosa. Servidor público federal. Exercício de função......................................................................................................................................... 88 03 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Descaminho. CD. Crime conexo. Violação de direito autoral......................................................................................................................... 89 04 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Instalação. Rádio comunitária. Autorização. Inexistência. Infração de menor potencial ofensivo. Conexão. Inutilização de sinal. Separação de processos. Impossibilidade................................................................................... 89 05 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Tentativa. Latrocínio. Subtração. Bem. CEF. Autoria do crime. Materialidade. Comprovação. Reconhecimento. Agente do crime. Fotografia. Validade. Diminuição da pena................................................................................. 89 06 - Crime contra a administração pública. Prevaricação. Policial militar. Polícia rodoviária federal. Liberação. Bem apreendido. Irregularidade. Peculato-furto. Descaracterização. Competência jurisdicional. Juizado Especial Federal Criminal. Extinção da punibilidade. Prescrição. Decretação. Ex officio. Juízo incompetente. Possibilidade. Matéria de ordem pública......................................................................................................................................... 90 07 - Crime contra o meio ambiente. Atipicidade. Impedimento. Fiscalização. Ibama. Inocorrência. Notificação. Apresentação. Informação. Atividade pesqueira. Inexistência........ 91

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08 - Crime contra o sistema financeiro. Atividade. Instituição financeira. Autorização. Inexistência. Autoria do crime. Materialidade. Comprovação. Cobrança. Juros usurários. Atipicidade. Extinção da punibilidade. Prescrição da pretensão punitiva.................................. 91 09 - Descaminho. Autoria do crime. Materialidade. Comprovação. Transporte. Mercadoria. Terceiro. Irrelevância. Crime continuado. Descaracterização. Concurso material. Aplicação. Princípio da Insignificância. Inaplicabilidade............................................................................ 92 10 - Estelionato. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). Anotação. Responsabilidade técnica. Falsidade. Autenticação. Banco. Falsificação de documento público. Absorção de crime. Perícia. Desnecessidade. Prescrição. Inocorrência.... 92 11 - Estelionato. Fraude. Transferência. Valor. Conta corrente. Terceiro. Utilização. Internet. Inquérito policial. Competência jurisdicional. Foro. Lugar. Saque. Valor................................. 93 12 - Execução da pena. Inadimplemento. Pena de multa. Extinção da punibilidade. Possibilidade............................................................................................................................... 93 13 - Execução da pena. Pena restritiva de direitos. Execução provisória da pena. Impossibilidade. Execução imediata. Pagamento. Despesa processual. Custas. Honorários. Cabimento................................................................................................................................... 93 14 - Execução da pena. Prestação pecuniária. Parcelamento. Possibilidade. Agente do crime. Condição econômica. Dificuldade. Prestação pecuniária. Substituição. Duplicidade. Prestação de serviços à comunidade. Possibilidade................................................................... 93 15 - Falsificação. Produto alimentício. Crime contra a ordem tributária. Inocorrência............. 94 16 - Falsificação de documento público. Objetivo. Obtenção. Carteira de identidade. CPF. Uso de documento falso. Falsidade ideológica. Princípio da Consunção. Aplicação. Prescrição.................................................................................................................................... 94 17 - Moeda falsa. Atipicidade. Cédula. Falsificação grosseira. Princípio da Insignificância. Aplicação. Trancamento de ação penal. Estelionato. Caracterização. Possibilidade. Competência jurisdicional. Justiça Estadual............................................................................... 95 18 - Peculato. Agente do crime. Estagiário. CEF. Equiparação. Servidor público. Prescrição. Pretensão punitiva. Condenação. Falsidade ideológica. Pena privativa de liberdade. Substituição da pena. Prestação de serviços à comunidade. Cabimento. Concurso material. Inaplicabilidade........................................................................................................................... 95 19 - Peculato. Caracterização. Inclusão. Informação falsa. Banco de dados. Previdência Social. Objetivo. Obtenção. Benefício previdenciário............................................................... 95 20 - Peculato. Princípio da Insignificância. Inaplicabilidade. Bem jurídico tutelado. Moralidade administrativa.......................................................................................................... 95 21 - Receptação. Arma de fogo. Propriedade. Polícia rodoviária federal. Concurso material. Porte ilegal. Arma de fogo.......................................................................................................... 96 22 - Restituição de coisa apreendida. Descabimento. Veículo automotor. Adaptação. Transporte. Comércio clandestino. Animal silvestre. Enquadramento. Instrumento do crime. Período. Encerramento. Ação penal........................................................................................... 96 23 - Sonegação fiscal. Declaração de Imposto de Renda. Omissão. Valor. Movimentação. Conta corrente. Caracterização. Interposição. Terceiro. Irrelevância......................................... 96 24 - Sonegação fiscal. Fraude. Informação falsa. Declaração de imposto de renda. Pedido de restituição. Imposto de Renda retido na fonte. Estelionato. Inocorrência. Princípio da Especialidade. Observância. Parcelamento de débito. Pretensão punitiva. Prescrição. Suspensão................................................................................................................................... 97 25 - Tráfico de entorpecentes. Associação. Comprovação. Pena de multa. Descabimento. Previsão legal. Inexistência. Causa especial de aumento da pena. Tráfico internacional. Inaplicabilidade. ......................................................................................................................... 97

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26 - Tráfico internacional. Arma de fogo. Quadrilha. Prisão preventiva. Garantia da ordem pública. Aplicação. Lei penal. Observância. Constrangimento ilegal. Inocorrência.................. 97 27 - Tráfico internacional. Entorpecente. Aumento da pena. Lei nova. Lei mais benigna. Aplicação. Substituição da pena. Descabimento........................................................................ 98

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INTEIRO TEOR

APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2006.72.08.003136-2/SC RELATORA : Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA APELANTE : CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S/A - CELESC ADVOGADO : Antonio Carlos Vanolli e outros APELADO : ELISIANE BORGES DE PROÊNCIO ADVOGADO : Ana Maria Bindi REMETENTE : JUÍZO FEDERAL DA 2ª VF e JEF PREVIDENCIÁRIO DE ITAJAÍ

EMENTA

ENERGIA ELÉTRICA. MANDADO DE SEGURANÇA. ADEQUAÇÃO. INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO. DÉBITO. UTILIZAÇÃO DE APARELHO RESPIRADOR POR PORTADOR DE TUBERCULOSE EM ESTADO TERMINAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. A Lei 8.987/95, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, prevê a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando inadimplente o usuário, considerando o interesse da coletividade. Precedentes do STJ. 2. A impetrante, portadora de tuberculose em estado terminal e pessoa de baixa renda, está inadimplente com as contas de energia elétrica de sua residência por necessitar de oxigenoterapia domiciliar, vital para sua sobrevivência. 3. Permitir-se o corte do fornecimento de energia elétrica a pessoa que necessita de uso contínuo de aparelho de oxigênio é conduta por demais gravosa e desarrazoada. 4. Segurança concedida.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação e à remessa oficial, tida como interposta, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 08 de maio de 2007.

Juíza Federal Vânia Hack de Almeida

Relatora

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RELATÓRIO

Trata-se de mandado de segurança impetrado por Elisiane Borges de Proêncio, a qual busca evitar a suspensão do fornecimento de energia elétrica de sua residência, porquanto é portadora de tuberculose em fase terminal, necessitando de oxigenoterapia contínua, o que eleva significativamente o consumo de energia em sua residência.

Sobreveio sentença que, confirmando a liminar anteriormente deferida, determinou à impetrada que se abstivesse de efetuar a interrupção do fornecimento do serviço de energia elétrica na residência do impetrante.

Irresignada, a CELESC apela, asseverando que o corte de energia elétrica é legal, pois se trata de obrigação bilateral. Aponta que houve o prévio aviso da suspensão do fornecimento, tendo havido a confissão da parte quanto ao débito existente. Sustenta que os demais contribuintes não podem arcar com o débito de maus pagadores, motivo pelo qual a sentença merece reforma.

Com contra-razões, vieram os autos a esta Corte.

O Ministério Público Federal manifestou-se pelo desprovimento da apelação.

É o relatório.

Juíza Federal Vânia Hack de Almeida Relatora

VOTO

O fornecimento de energia elétrica subordina-se aos princípios da regularidade, da eficiência, da segurança, da modicidade das tarifas e da continuidade. Antes de ingressar na questão em comento, porém, faz-se necessária uma pequena análise da legislação em vigor acerca do tema.

Apesar de o art. 22 do CDC determinar a prestação contínua dos serviços essenciais, a Lei 8.987/95, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, prevê a sua interrupção em determinados casos, dentre os quais se destaca aquele elencado em seu art. 6º, § 3º, inciso II, assim vazado:

“Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando por inadimplemento do usuário, considerando o interesse da coletividade.”

Nesse mesmo diapasão, cabe apontar que o egrégio STJ permite o corte de energia dos consumidores inadimplentes, nas hipóteses previstas no dispositivo legal acima citado. Para tanto, reconhece aquele sodalício que a prestação do serviço exige a devida contraprestação do consumidor, para que seja mantido o equilíbrio financeiro da atividade econômica desenvolvida pela concessionária. Isso, para que não se prejudique a qualidade do serviço,

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impingindo à empresa restrição na dotação orçamentária destinada à manutenção dos equipamentos e aos investimentos, além de privilegiar-se aqueles consumidores que efetuam o pagamento da fatura no vencimento.

Todavia, a hipótese dos autos deve ser analisada sob outro prisma. Com efeito, a impetrante é portadora de tuberculose em fase terminal, necessitando para sua sobrevivência do auxílio de um aparelho de oxigenoterapia durante as 24 horas do dia. Diz a impetrante que seu esposo labora como pedreiro, auferindo recursos insuficientes para o sustento da família e o adimplemento da conta de energia, razão pela qual sustenta que o corte é desproporcional.

A sentença corretamente concedeu a segurança, devendo ser mantida.

Com efeito, permitir-se o corte do fornecimento de energia elétrica a pessoa que necessita de uso contínuo de aparelho de oxigênio para sua sobrevivência é conduta por demais gravosa e desarrazoada. Tendo em conta que a diretriz básica no ordenamento constitucional é a dignidade da pessoa humana, a suspensão pretendida alijaria a parte de seu direito à vida e à saúde. Assim, a interrupção mostra-se descabida.

Em sendo assim, nego provimento à apelação e à remessa oficial, tida como interposta.

É o voto.

Juíza Federal Vânia Hack de Almeida Relatora

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Direito Previdenciário 01 - PREVIDÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APOSENTADORIA ESPECIAL. RENDA MENSAL. VALOR. MAJORAÇÃO. APLICAÇÃO DOS ARTS. 44, 57, § 1º, E 75 DA LEI Nº 8.213/91, COM AS ALTERAÇÕES DA LEI Nº 9.032/95, A BENEFÍCIO CONCEDIDO OU CUJOS REQUISITOS FORAM IMPLEMENTADOS ANTERIORMENTE AO INÍCIO DE SUA VIGÊNCIA. INADMISSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 5º, XXXVI, E 195, § 5º, DA CF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. PRECEDENTES DO PLENÁRIO.Os arts. 44, 57, § 1º, e 75 da Lei federal nº 8.213/91, com a redação dada pela Lei nº 9.032/95, não se aplicam aos benefícios cujos requisitos de concessão se tenham aperfeiçoado antes do início de sua vigência. (RE 509.334-4/PE, Rel. Ministro CEZAR PELUSO, Plenário/STF, unânime, julg. em 09.02.2007, DJ nº 85, 04.05.2007, p. 28) Direito Tributário e Execução Fiscal 01 - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 19, CAPUT, DA LEI FEDERAL N. 8.870/94. DISCUSSÃO JUDICIAL DE DÉBITO PARA COM O INSS. DEPÓSITO PRÉVIO DO VALOR MONETARIAMENTE CORRIGIDO E ACRESCIDO DE MULTA E JUROS. VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NO ARTIGO 5º, INCISOS XXXV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. O artigo 19 da Lei n. 8.870/94 impõe condição à propositura das ações cujo objeto seja a discussão de créditos tributários. Consubstancia barreira ao acesso ao Poder Judiciário. 2. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente. (ADIN 1.074-3/DF, Rel. Ministro EROS GRAU, Plenário/STF, unânime, julg. em 28.03.2007, DJ nº 100, 25.05.2007, p. 63) 02 - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 32, QUE DEU NOVA REDAÇÃO AO ART. 33, § 2º, DO DECRETO 70.235/72, E ART. 33, AMBOS DA MP 1.699-41/1998. DISPOSITIVO NÃO REEDITADO NAS EDIÇÕES SUBSEQÜENTES DA MEDIDA PROVISÓRIA, TAMPOUCO NA LEI DE CONVERSÃO. ADITAMENTO E CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA NA LEI 10.522/2002. ALTERAÇÃO SUBSTANCIAL DO CONTEÚDO DA NORMA IMPUGNADA. INOCORRÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE RELEVÂNCIA E URGÊNCIA. DEPÓSITO DE TRINTA POR CENTO DO DÉBITO EM DISCUSSÃO OU ARROLAMENTO PRÉVIO DE BENS E DIREITOS COMO CONDIÇÃO PARA A INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO. PEDIDO DEFERIDO. Perda de objeto da ação direta em relação ao art. 33, caput e parágrafos, da MP 1.699-41/1998, em razão de o dispositivo ter sido suprimido das versões ulteriores da medida provisória e da lei de conversão. A requerente promoveu o devido aditamento após a conversão da medida provisória impugnada em lei. Rejeitada a preliminar que sustentava a prejudicialidade da ação direta em razão de, na lei de conversão, haver o depósito prévio sido substituído pelo arrolamento de bens e direitos como condição de admissibilidade do recurso administrativo. Decidiu-se que não houve, no caso, alteração substancial do conteúdo da

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norma, pois a nova exigência contida na lei de conversão, a exemplo do depósito, resulta em imobilização de bens. Superada a análise dos pressupostos de relevância e urgência da medida provisória com o advento da conversão desta em lei. A exigência de depósito ou arrolamento prévio de bens e direitos como condição de admissibilidade de recurso administrativo constitui obstáculo sério (e intransponível, para consideráveis parcelas da população) ao exercício do direito de petição (CF, art. 5º, XXXIV), além de caracterizar ofensa ao princípio do contraditório (CF, art. 5º, LV). A exigência de depósito ou arrolamento prévio de bens e direitos pode converter-se, na prática, em determinadas situações, em supressão do direito de recorrer, constituindo-se, assim, em nítida violação ao princípio da proporcionalidade. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade do art. 32 da MP 1699-41 – posteriormente convertida na lei 10.522/2002 –, que deu nova redação ao art. 33, § 2º, do Decreto 70.235/72. (ADIN 1.976-7/DF, Rel. Ministro JOAQUIM BARBOSA, Plenário/STF, unânime, julg. em 28.03.2007, DJ nº 95, 18.05.2007, p. 64)

Direito Penal e Direito Processual Penal 01 - HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. SURSIS PROCESSUAL: REVOGAÇÃO APÓS O PERÍODO DE PROVA POR DESCUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES ANTES DO SEU TÉRMINO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. HABEAS CORPUS DENEGADO. 1. A suspensão condicional do processo pode ser revogada, mesmo após o seu termo final, se comprovado que o motivo da sua revogação ocorreu durante o período do benefício. Precedentes. 2. Habeas corpus denegado. (HC 90.833-1/RJ, Rel. Ministra CÁRMEN LÚCIA, 1ªT./STF, unânime, julg. em 10.04.2007, DJ nº 90, 11.05.2007, p. 81)

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Direito Processual Civil e diversos 01 - PROCESSUAL CIVIL. DESAPROPRIAÇÃO. DESISTÊNCIA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. DATA DA EFETIVA CONSTATAÇÃO DO DANO. PRINCÍPIO DA ACTIO NATA.1. Em nosso sistema, o prazo prescricional está submetido ao princípio da actio nata, segundo o qual a prescrição se inicia com o nascimento da pretensão ou da ação. 2. No caso concreto, a ciência inequívoca da violação do direito se deu com a homologação da desistência pelo Poder Público, uma vez que, neste momento, o demandante constatou que a desapropriação não se concretizaria e não viria a receber a indenização devida, mesmo já tendo sofrido prejuízos. 3. Recurso especial a que se nega provimento. (RESP Nº 816.131/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, 1ªT./STJ, unânime, julg. em 27.03.2007, DJ nº 86, 07.05.2007, p. 285)

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02 - EXECUÇÃO FISCAL. CITAÇÃO PELOS CORREIOS FRUSTRADA. CITAÇÃO PELO OFICIAL DE JUSTIÇA. ARTS. 224 DO CPC E 8º, I e III, DA LEI 6.830⁄80.I - Frustrada a citação pelo correio, deve ser acolhido o pedido do INSS para promover a citação por meio do oficial de justiça, tendo em conta os termos dos artigos 8º, I e III, da Lei nº 6.830⁄80 e 224 do Código de Processo Civil. II - Recurso especial provido. (RESP Nº 913.341/PE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, 1ªT./STJ, unânime, julg. em 17.04.2007, DJ nº 86, 07.05.2007, p. 298) 03 - CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. PRELIMINAR. ILEGITIMIDADE PASSIVA. INCRA. MÉRITO. DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. PAGAMENTO. PRECATÓRIO. ART. 184, CF⁄88. PRAZO DE VINTE ANOS. TÍTULOS DA DÍVIDA AGRÁRIA. 1. Se a verba necessária ao pagamento integral de precatório decorrente de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária provém do orçamento do Incra, é manifesta a legitimidade dessa autarquia para figurar no pólo passivo de mandado de segurança em que se pretende o adimplemento da indenização em cota única, e não parcelado. Preliminar de ilegitimidade afastada. 2. O lapso de vinte anos a que alude o art. 184 da CF⁄88 refere-se ao prazo para resgate dos Títulos da Dívida Agrária previamente emitidos pelo Poder expropriante, e não às parcelas pagas em pecúnia e decorrentes da sentença que julga o processo de desapropriação, sujeitas à sistemática dos precatórios e à possibilidade de parcelamento contida no art. 78 do ADCT. 3. Recurso ordinário em mandado de segurança improvido. (RMS Nº 22.083/DF, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 2ªT./STJ, unânime, julg. em 08.05.2007, DJ nº 95, 18.05.2007, p. 316)

Direito Administrativo 01 – ADMINISTRATIVO. SERVIÇO PÚBLICO. TRANSPORTE INTERMUNICIPAL DE PASSAGEIROS. DELEGAÇÃO DA EXECUÇÃO. NULIDADE DO CONTRATO DE PERMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. É nulo o contrato de concessão ou permissão firmado sem anterior concorrência pública (art. 4º, III, a, da Lei 4.717⁄65), daí decorrendo, para o suposto delegatário, a inexistência de direito à execução do serviço e ao gozo das vantagens estabelecidas pelo acordo. 2. Descabe a impetração do mandado de segurança se, para a configuração do direito alegado, impõe-se a verificação de circunstâncias não-apuráveis na via estreita do mandado de segurança. 3. Recurso ordinário improvido. (RMS Nº 23.079/TO, Rel. Ministra ELIANA CALMON, 2ªT./STJ, unânime, julg. em 15.05.2007, DJ nº 101, 28.05.2007, p. 308) 02 - ADMINISTRATIVO. MILITAR. AUXÍLIO-INVALIDEZ. MP 2.131⁄00.REDUÇÃO DOS VENCIMENTOS. AUSÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 1. Resguardada a irredutibilidade de vencimentos e proventos, não possuem os servidores públicos direito adquirido a regime de remuneração. Precedentes.

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2. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que as alterações introduzidas pela MP 2.131⁄00, que permitiu o pagamento do auxílio-invalidez em valor inferior ao soldo de cabo engajado, não violaram o princípio da irredutibilidade de vencimentos. Precedentes. 3. Recurso especial conhecido e provido. (RESP Nº 661.531/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, 5ªT./STJ, unânime, julg. em 03.04.2007, DJ nº 86, 07.05.2007, p. 355) 03 - MANDADO DE SEGURANÇA. ABANDONO DE CARGA. PERDIMENTO. APREENSÃO DO CONTÊINER. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO. ANÁLISE DA LEI Nº 9.611⁄98 EM CONJUNTO COM OUTRAS. PRECEDENTE. I - O abandono da carga por seu dono é fato sujeito a procedimento administrativo fiscal com vistas à aplicação da pena de perdimento da respectiva mercadoria, mas não induz à apreensão do contêiner que a embalou, uma vez que este tem existência concreta para atingir sua finalidade, conforme se depreende da análise conjunta da Lei nº 9.611⁄98, com o artigo 92 do Código Civil⁄02 e o artigo 3º da Lei nº 6.288⁄75. Precedente: REsp nº 526.767⁄PR, Rel. Min. DENISE ARRUDA, DJ de 19.09.05. II - Recurso especial improvido. (RESP Nº 914.700/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, 1ªT./STJ, unânime, julg. em 17.04.2007, DJ nº 86, 07.05.2007, p. 298) 04 - ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE INSALUBRE. REGIME CELETISTA. CONVERSÃO EM TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. O servidor público submetido ao Regime Jurídico da Lei 8.112⁄90, mas que no regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT prestou serviços em condições especiais, tem direito à contagem de tempo, com incidência do fator de conversão, conforme a legislação previdenciária à época em que exerceu referidas atividades. Precedentes. 2. Recurso especial conhecido e improvido. (RESP Nº 626.716/SC, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, 5ªT./STJ, unânime, julg. em 03.04.2007, DJ nº 86, 07.05.2007, p. 352) 05 - ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. LICENÇA. CURSO DE APERFEIÇOAMENTO. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO DEVIDO. ART. 102 DA LEI 8.112⁄90. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. É devido o pagamento do auxílio-alimentação e do vale-transporte durante os afastamentos previstos no art. 102 da Lei 8.112⁄90. Precedentes. 2. Recurso especial conhecido e improvido. (RESP Nº 614.433/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, 5ªT./STJ, unânime, julg. em 03.04.2007, DJ nº 86, 07.05.2007, p. 351)

Direito Penal e Direito Processual Penal 01 - HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIMES DE SONEGAÇÃO E DE APROPRIAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DELITOS FORMAIS. O NÃO-ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA NÃO É CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE PARA O OFERECIMENTO DA AÇÃO PENAL. PRECEDENTES DO STJ.

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1. Nos crimes de sonegação e apropriação indébita previdenciária, por serem crimes formais (não exigem para sua consumação a ocorrência de resultado naturalístico, consistente em dano para a previdência, restando caracterizado com a simples supressão ou redução do desconto da contribuição), o não-esgotamento da via administrativa não é condição de procedibilidade, existindo, nesse caso, total independência das esferas administrativa e penal. 2. Ao contrário do que se alega, não se pode reconhecer a alegada inépcia da denúncia, eis que presentes os pressupostos do art. 41 do CPP. 3. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 4. Ordem denegada. (HC Nº 49.035/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, 5ªT./STJ, unânime, julg. em 19.04.2007, DJ nº 91, 14.05.2007, p. 336)

02 - PENAL E PROCESSO PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. FRAUDE PARA A OBTENÇÃO DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIO. ART. 19, LEI 7.492⁄86. INAPLICABILIDADE. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA ESTADUAL. A obtenção de empréstimo, mediante abertura fraudulenta de conta corrente, não é o mesmo que "obter, mediante fraude, financiamento em instituição financeira" (art. 19, Lei 7.492⁄86). Não há que se admitir que a obtenção de empréstimo, operação financeira que não exige destinação específica, seja tida como equivalente a operação de financiamento, para a qual se exige fim certo, para os efeitos do que dispõe a norma penal. Se os fatos não encontram previsão na Lei 7.492⁄86, não há que se falar em crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Afastada a competência da Justiça Federal se não versa a hipótese sobre interesse federal ratione materiae, ou se não há delito praticado em detrimento de bens, serviços ou interesses da União Federal ou de suas autarquias ou empresas públicas. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 2ª Vara de Cachoeirinha - RS. (CC Nº 37.187/RS, Rel. Ministro PAULO MEDINA, 3ªS./STJ, unânime, julg. em 08.11.2006, DJ nº 86, 07.05.2007, p. 275)

03 - HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. FALTA GRAVE. PORTE DE APARELHO DE TELEFONE CELULAR NO INTERIOR DO PRESÍDIO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. DELITO ANTERIOR À LEI Nº 11.466⁄07. LEX GRAVIOR. IRRETROATIVIDADE. 1. O crime foi praticado antes da entrada em vigor da Lei nº 11.466⁄07, ocorrida em 29 de março de 2007, que altera a Lei nº 7.210⁄84 para prever como falta disciplinar grave do preso a utilização de telefone celular nas dependências de presídio. Assim, não incide, no caso, tal falta grave, em obediência ao princípio constitucional da irretroatividade da lei penal mais gravosa. 2. Segundo a exegese da Lei das Execuções Penais, somente no caso das faltas disciplinares médias e leves competirá ao Estado, por legislação local, defini-las e apená-las. Foi excluída, a teor do disposto no art. 49 da Lei nº 7.210⁄84, a possibilidade do legislador estadual enumerar condutas disciplinares que consistiriam em falta grave. 3. O Estado de São Paulo inovou, indevidamente, o poder conferido pela Lei de Execução Penal, ao estabelecer como sendo falta grave o porte de aparelho de telefonia celular ou seus componentes no interior de presídio.

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4. Ordem concedida para que seja retirada da folha de antecedentes e do roteiro de penas do Paciente a anotação de falta grave em razão da posse de aparelho de telefone celular no interior do presídio. (HC Nº 73.295/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, 5ªT./STJ, unânime, julg. em 24.04.2007, DJ nº 101, 28.05.2007, p. 378)

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Direito Processual Civil e diversos

01 - PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. INDEFERIMENTO DA INICIAL. ART. 267, I, DO CPC. EFEITO SUSPENSIVO. APELAÇÃO EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AÇÃO CAUTELAR. NÃO CABIMENTO. . Nos termos do art. 557, § 1º, do CPC, cabe o recurso do agravo contra a decisão do relator que negar seguimento a pedido. . A medida cautelar não é o meio substitutivo processual do agravo de instrumento para obter eventual efeito suspensivo a recurso de apelação interposto em ação civil pública. . Possibilidade do uso da mesma reservado para as hipóteses de recurso especial e extraordinário, segundo precedentes jurisprudenciais que confortam tal tese. . Impossibilidade de aplicação do princípio da fungibilidade recursal, tendo em vista os requisitos e prazos próprios do agravo. . Mantido o indeferimento da inicial (267, I, do CPC). . Agravo regimental recebido como legal e improvido. (AGRMC 2007.04.00.004104-5/RS, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 09.05.2007) 02 - DIREITO ECONÔMICO. PROCESSUAL CIVIL. CADERNETA DE POUPANÇA. IPC DE JUNHO/87. RESOLUÇÃO N° 1388/87. IPC DE JANEIRO/89. LEI N° 7.730/89. AÇÃO COLETIVA. LITISPENDÊNCIA. CORREÇÃO MONETÁRIA. CRITÉRIOS DE ATUALIZAÇÃO. DIREITO ADQUIRIDO. . A existência de ação coletiva ajuizada por entidade de classe não implica o reconhecimento de litispendência com a ação individual que versa sobre o mesmo tema. . Precedente do STJ. . Ao modificar o índice de atualização referente ao mês de junho de 1987, sem ressalvar os contratos em curso, o item III da Resolução n° 1338/87 do BACEN atingiu direito adquirido dos poupadores de verem seus saldos corrigidos pela LBC/IPC. . A norma contida no inc. I do art. 17 da Medida Provisória n° 32, posteriormente convertida na Lei 7.730/89, não alcança os depósitos que, em 15/01/89, já haviam iniciado o ciclo mensal da poupança, os quais devem ter os seus rendimentos calculados, no mês de janeiro/89, com base na variação do IPC. . Critério da imediata aplicação da lei a contrato em andamento afastado, por afrontar o princípio constitucional que se dirige à irretroatividade (art. 5°, XXXVI, CF). . O valor devido deve ser integrado à conta com a devida atualização, ou seja, a recomposição como se em poupança estivesse, para que esta expressão numérica, a partir da citação, receba a correção monetária do débito judicial, porque uma coisa é a correção deste, outra é trazer o valor devido em determinado momento integralmente recomposto até a data em que deve incidir a primeira.

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. A correção monetária segue os critérios próprios da poupança até a citação e, a partir de então, os critérios de atualização dos débitos judiciais. . Juros remuneratórios devidos, porquanto estipulados contratualmente. . Juros de mora de 1% ao mês a contar da citação. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação provida. (AC 2004.70.00.039640-7/PR, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.04.2007, D.E. 02.05.2007) 03 - PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS. ALIMENTADO RESIDENTE NO CHILE E ALIMENTANTE NO BRASIL - LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. NECESSIDADE/POSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO ALIMENTAR. A teor do previsto no art. 67 do Código de Bustamante, aprovado pelo Brasil através do Decreto Legislativo 5.647/29 e promulgado pelo Decreto 18.871/29, “Sujeitar-se-ão à lei pessoal do alimentado o conceito legal de alimentos, a ordem de sua prestação, a maneira de os subministrar e a extensão desse direito”. Não comprovado nos autos o atendimento ao binômio necessidade/possibilidade, é de se indeferir o pedido de alimentos. (AC 2003.70.00.000467-7/PR, Rel. Des. Federal EDGARD ANTONIO LIPPMANN JÚNIOR, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 21.05.2007) 04 - CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CIVIL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. EQUÍVOCO NA ELABORAÇÃO DE CTPS. LEVANTAMENTO DO SEGURO-DESEMPREGO. ATRASO. DANOS MORAIS E MATERIAIS. COMPROVAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE. INDENIZAÇÃO. . Remessa oficial não conhecida, com fulcro no art. 475, § 2º, acrescido pela Lei 10.352/01. A responsabilidade objetiva independe da comprovação de culpa ou dolo, ou seja, basta estar configurada a existência do dano, da ação e do nexo de causalidade entre ambos (art. 37, § 6º, da CF/88). . Demonstrado o nexo causal entre o fato lesivo imputável à Administração (expedição da CTPS com o número do PIS de homônimo) e o dano, exsurge para o ente público o dever de indenizar o particular, mediante o restabelecimento do patrimônio lesado por meio de uma compensação pecuniária compatível com o prejuízo. . Indenização por danos morais mantida em R$ 5.000,00, segundo a situação econômica do ofensor, prudente arbítrio e critérios viabilizados pelo próprio sistema jurídico, que afastam a subjetividade, dentro dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade à ofensa e ao dano a ser reparado, porque a mesma detém dupla função, qual seja: compensar o dano sofrido e punir o réu. . Atualização monetária pelo INPC, a partir do ajuizamento. . Juros moratórios de 0,5% ao mês (art. 1.062, Lei nº 3.071/1916), a partir da citação. . Indenização por danos materiais acrescida de juros de mora de 0,5% ao mês e correção monetária pelo INPC desde o evento danoso incidentes sobre as parcelas do seguro-desemprego pagas com atraso na via administrativa. . Sucumbência mantida, fixada na esteira dos precedentes da Turma. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação parcialmente provida. (AC 2002.71.00.016005-3/RS, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 09.05.2007)

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05 - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. VALORES DE IPTU PAGOS À CEF. ALEGAÇÃO DE NÃO RECEBIMENTO E FALSIFICAÇÃO DE RECIBO. POSTERIOR INFORMAÇÃO DE NÃO TER ENCONTRADO O RECIBO E PAGAMENTO DO DÉBITO PELA CEF. As declarações que informam que a guia foi adulterada evidentemente depuseram contra a moral da autora, pois indica que a autora falsificou o documento para se eximir do compromisso e fraudar o município, portanto, atribuindo-lhe a pecha de falsificadora, além da de má pagadora. Fixação do valor da indenização em harmonia com o habitualmente fixado por esta Turma. (AC 2003.72.00.014358-0/SC, Rel. Des. Federal EDGARD ANTONIO LIPPMANN JÚNIOR, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 21.05.2007) 06 - INDENIZATÓRIA. DANOS MATERIAIS DECORRENTES DE INCÊNDIO PROVOCADO POR ASSENTADOS DO INCRA. PEDIDOS MÚLTIPLOS DE INDENIZAÇÃO. NULIDADE DA PERÍCIA. NEXO DE CAUSALIDADE DEMONSTRADO. INDENIZAÇÃO. JUROS MORATÓRIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. I. Não se acolhe alegação de multiplicidade de pedidos de indenização, se evidenciada a existência de ações com objetos totalmente diversos. II. Tem-se como preclusa a alegação de nulidade da perícia se o INCRA, na primeira vez que se manifestou nos autos, concordou com a prova técnica. III. Demonstrado o nexo de causalidade entre o prejuízo e o evento danoso, por omissão do Poder Público, correta a responsabilização do INCRA e da União Federal. IV. Devem ser mantidos os valores apurados pelo Julgador, que acolheu o laudo do perito oficial, se o mesmo atentou às particularidades do bem em exame. V. Mostram-se corretos os juros moratórios estabelecidos em 1% ao mês, a teor do art. 1º da Lei nº 4.414/64, c/c o art. 406 do NCC e com o art. 161, § 1º, do CTN, incidentes a partir do evento danoso, por se tratar de responsabilidade extracontratual. VI. Mantida a correção monetária a partir do laudo pericial, pois não houve irresignação por parte da Autora. VII. Os honorários advocatícios deveriam ser arbitrados em 10% sobre o valor da condenação, de acordo com os precedentes da Turma, porém são majorados para 7,5% sobre o valor da condenação, nos termos em que expressamente requerido pela parte Autora em apelação. (AC 1999.70.06.002025-6/PR, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 4ªT./TRF4, maioria, julg. em 25.04.2007, D.E. 14.05.2007) 07 - INDENIZAÇÃO POR EXERCÍCIO DE CARGO ELETIVO (VEREADOR) E CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO PARA FINS DE APOSENTADORIA. Não atendidos os requisitos previstos no art. 8º do ADCT, descabe o pedido de reparação econômica pelo exercício do mandato. De acordo com a Lei nº 10.559/02 (artigo 2º e seu inciso XIII), para a contagem do tempo pretendido, mister é que o vereador tenha sido compelido a exercer gratuitamente seu mandato. Além disso, a motivação deste ato tem que ter sido exclusivamente política, que não houve no caso. (AC 2004.70.03.006271-4/PR, Rel. Des. Federal EDGARD ANTONIO LIPPMANN JÚNIOR, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 21.05.2007)

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08 - CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. FGTS. SEGUNDA FASE. PARTE RÉ NÃO PRESTOU CONTA. EXECUÇÃO DA PARTE AUTORA. 1. Embora o prazo de 48 horas para prestação das contas seja exíguo, o § 2º do art. 915 do CPC impõe a observância de tal prazo, sob pena de não ser lícito ao réu impugnar as contas que o autor apresentar. 2. Trata-se de um processo único, e, se não cumprido o prazo do artigo 915, § 2º, do CPC, a sentença que julgou procedente a ação de prestação de contas pode ser executada com os cálculos apresentados pela parte autora. 3. Apelação improvida. (AC 2006.71.02.003624-9/RS, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 09 - PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TAXA SELIC. DEMANDA PREVIDENCIÁRIA. 1. É incabível a utilização da taxa SELIC nas ações de natureza previdenciária, devendo incidir, em substituição, juros moratórios de 12% ao ano, a contar da citação, e correção monetária pela variação do IGP-DI (art. 10 da Lei nº 9.711/98). 2. Embargos de declaração acolhidos tão-somente para afastar a aplicação da Taxa Selic como índice de atualização monetária e juros de mora. (EDAC 2001.71.08.007831-7/RS, Rel. Des. Federal LUÍS ALBERTO D’AZEVEDO AURVALLE, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 11.04.2007, D.E. 03.05.2007) 10 - ADMINISTRATIVO. AÇÃO POPULAR. HIPÓTESES DE CABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. - A Ação Popular, como regulada pela Lei nº 4.717, de 29.06.1965, visa à declaração de nulidade ou à anulação de atos administrativos, quando lesivos ao patrimônio público, como dispõem seus artigos 1º, 2º e 4º. - A condenação que pretende "obrigação de não-fazer" e "pagamento de indenização pelo dano moral coletivo", revela-se pedido juridicamente impossível, na espécie. (AC 2001.71.00.033548-1/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 16.05.2007) 11 - PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DO AGRAVO RETIDO. DESENTRANHAMENTO DOS AUTOS PELO JUÍZO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 523 DO CPC. RECURSO PROVIDO. 1. Embora o agravo retido seja apresentado em primeiro grau, cabe ao Tribunal, a quem é dirigido o recurso, o juízo definitivo acerca de sua admissibilidade, conforme prevê a legislação pertinente à matéria (art. 523, caput, do CPC). Ao julgador singular resta tão-somente a possibilidade de reconsiderar a sua decisão (art. 523, § 2º, do CPC), não podendo, simplesmente, deixar de receber o agravo retido, impedindo seu exame pela instância superior. 2. Agravo de instrumento provido, mantendo-se as peças recursais nos autos, a fim de viabilizar o futuro exame do agravo retido pelo órgão colegiado ao qual compete seu julgamento. (AG 2006.04.00.034624-1/RS, Rel. Des. Federal LUÍS ALBERTO D’AZEVEDO AURVALLE, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 18.04.2007, D.E. 04.05.2007)

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12 - AGRAVO. AÇÃO OBJETIVANDO A CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. RECEBIMENTO DE PARTE DA APELAÇÃO SOMENTE NO EFEITO DEVOLUTIVO. CABIMENTO. 1. Desde a alteração do art. 130 da Lei de Benefícios, pela MP 1.523, de 11.10.1996 (convertida na Lei 9.528/97), os recursos em matéria previdenciária passaram a ter efeito suspensivo, salvo se presente uma das hipóteses previstas no art. 520 do Código de Processo Civil. Precedentes do STJ. 2. Consoante jurisprudência do STJ, ainda que a antecipação da tutela seja deferida na própria sentença, a apelação contra esta interposta deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo quanto à parte em que foi concedida a tutela. 3. In casu, o julgador singular, na sentença, ratificou, expressamente, a decisão que antecipou os efeitos da tutela. Entretanto, ao proferir a decisão agravada, recebeu a apelação do INSS em ambos os efeitos. Portanto, o agravo deve ser parcialmente provido, para determinar que a apelação do INSS seja recebida em ambos os efeitos, exceto no que tange à parte do decisum que antecipou os efeitos da tutela. (AG 2007.04.00.004404-6/RS, Rel. Des. Federal CELSO KIPPER, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 31.05.2007) 13 - PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA A SINDICATO. DESCABIMENTO. A assistência judiciária gratuita (C.F., art. 5º, LXXIV) é instituto endereçado exclusivamente às pessoas físicas necessitadas, não aproveitando às pessoas jurídicas. Agravo a que se nega provimento. (AGVAG 2007.04.00.005840-9/RS, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 16.05.2007) 14 - PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITANTE. Se o dano abrange locais situados em mais de uma Subseção Judiciária na Seção Judiciária do Estado do Paraná - na espécie, as Subseção Judiciárias de Apucarana e Mirasselva -, a competência para processar e julgar a aludida ação civil pública é de qualquer das Varas Cíveis da Subseção Judiciária de Curitiba. Aplicação dos arts. 2º e 21 da Lei 7.347/85 e 93 da Lei 8.078/90. (CC 2006.04.00.031528-1/PR, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 2ªS./TRF4, unânime, julg. em 10.05.2007, D.E. 21.05.2007) 15 - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO DE APREENSÃO DE VEÍCULO. JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. INCOMPETÊNCIA. No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é absoluta. Não se incluem na competência do Juizado Especial Federal as causas que versem sobre a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal. Ainda que o valor atribuído à causa seja inferior a sessenta salários mínimos e que figure como autora uma pessoa natural e como ré a União, não se inclui na competência do JEF a ação que visa à liberação de veículo apreendido por estar transportando mercadorias estrangeiras ilicitamente internalizadas no País. Inteligência do artigo 3º, § 1º, inciso III, da Lei nº 10.259/01. (CC 2007.04.00.004477-0/PR, Rel. Des. Federal VILSON DARÓS, 1ªS./TRF4, unânime, julg. em 03.05.2007, D.E. 11.05.2007)

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16 - PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. DEPÓSITO JUDICIAL. JUROS DE MORA ATÉ O LEVANTAMENTO DO VALOR. CONTA ANTERIOR À LEI Nº 5.705/71. JUROS PROGRESSIVOS. . O depósito judicial prévio à oposição de embargos à execução é pressuposto processual de sua admissibilidade e não tem, por si só, o condão de interromper a incidência de correção monetária e juros determinados no título executivo judicial. . Ao fundista que optou pelo regime do FGTS antes de 21.09.71 (Lei nº 5.705/71), são devidos os juros progressivos tal como fixados no título executivo. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação provida. (AC 1999.70.00.013261-3/PR, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 08.05.2007, D.E. 30.05.2007) 17 - EXECUÇÃO. ADJUDICAÇÃO. PUBLICAÇÃO DO EDITAL DE PRAÇA POR DUAS VEZES. LEI Nº 5.741/71, ART. 6º, PARÁGRAFO ÚNICO. NULIDADE DO PROCEDIMENTO. INEXISTÊNCIA. PRECLUSÃO. ART. 245 DO CPC. ANULABILIDADE. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. 1. A correta interpretação do disposto no art. 245 da lei processual é a seguinte: "Evidentemente a norma se refere às anulabilidades, isto é, invalidades sanáveis, pois a nulidades absolutas, cominadas, não podem ser convalidadas nem são suscetíveis de preclusão." (Código de Processo Civil Comentado e legislação extravagante, 9ª edição, Editora Revista dos Tribunais, Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery, p.424) 2. Se o edital de praça foi publicado, uma vez, no Diário Oficial da Justiça, bem como no Jornal Pioneiro, por duas vezes, tenho que houve ampla divulgação da praça, não se mostrando imprescindível a publicação do edital pela terceira vez. 3. Some-se a isso o fato de que a agravante foi intimada pessoalmente da realização da praça, logo, não há nulidades no procedimento de adjudicação. (AG 2005.04.01.052150-0/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 23.05.2007) 18 - PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO. EXAME DOS PRESSUPOSTOS DO TÍTULO EXECUTIVO. PODERES DO MAGISTRADO. DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA. 1. Ao Magistrado, no processo de execução, cabe o exame, inclusive de ofício, dos pressupostos do título executivo. A respeito, pertinente o magistério do notável processualista português José Alberto dos Reis, verbis:"Na verdade, o desenvolvimento da actividade executiva só é legítimo quando assenta num título que, segundo a lei, goza de exequibilidade. Assim como o juiz não pode negar o seu concurso ao exeqüente quando este lhe apresenta um título executivo, deve recusar-lho se o título não satisfaz às condições necessárias para servir de base à execução. O juiz da execução não pode permitir-se qualquer indagação oficiosa no sentido de averiguar se existe realmente o direito que o exeqüente se arroga; obsta a essa indagação a eficácia executiva do titulo. Para o órgão executivo o título atesta a existência do direito do exeqüente. Mas há uma indagação prévia de que o órgão executivo não pode dispensar-se, sem comprometer o exercício escrupuloso da função que lhe está cometida: é a que se traduz no exame da exequibilidade do título. O juiz, antes de se embrenhar na via executiva ou de consentir que o exeqüente comece a percorrê-la, tem de certificar-se de que se vai entrar num caminho cujo acesso não está vedado; e para se certificar disto, tem de verificar cuidadosamente se o título exibido pelo exeqüente é, na realidade, um título executivo." (in Processo de Execução, 3ª Edição, Coimbra Editora Limitada, 1985, volume 1, página 192). O vigente Estatuto Processual Civil brasileiro, como é sabido, inspirou-se nos Mestres italianos, sendo o seu autor o eminente

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Min. ALFREDO BUZAID. Dessa forma, o CPC, no que respeita à doutrina da ação, optou pelo magistério de LIEBMAN; aceitou-a como direito abstrato, porém condicionado, entregando ao Juiz o dever de zelar pela regularidade da pretensão ao exercício da jurisdição (arts. 267, § 3º, e 598 do CPC). Consoante reconheceu o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ACO 268 (AgRg), verbis: "O CPC adotou o princípio de que a verificação dos pressupostos processuais e das condições da ação fosse feita desde o despacho que aprecia a petição inicial e em qualquer momento posterior do processo civil, até o julgamento definitivo da lide, que exaure o ofício jurisdicional (CPC, art. 267, § 3º)." (In RTJ 101/901). Nesse julgamento, em brilhante voto proferido, o relator, o ínclito Min. ALFREDO BUZAID, indiscutivelmente o maior dos processualistas brasileiros, assinalou, verbis: "Adotou o CPC, pois, o princípio de que a verificação dos pressupostos processuais e das condições da ação fosse feita desde o despacho que aprecia a petição inicial e em qualquer momento posterior do processo civil, evitando-se, assim, o seu diferimento para a ocasião do proferir a sentença definitiva, quando já todas as provas tenham sido produzidas, porque a falta de qualquer deles, longe de permitir a composição do conflito de interesses, dará lugar à terminação do processo sem resolução da lide. Haveria apenas uma abolitio ad instantia. Tais questões, por sua natureza, são prévias e se contrapõem à questão principal, que é a do mérito. A necessidade de dirimir as questões prévias antes do julgamento da lide foi, portanto, preocupação do legislador brasileiro." (In RTJ 101/906). 2. Agravo improvido. (AGRAC 2003.72.01.001592-5/SC, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 08.05.2007, D.E. 30.05.2007) 19 - PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DO DEVEDOR. EXECUÇÃO DE MULTA FIXADA NA DECISÃO QUE ANTECIPOU A TUTELA (CONCESSÃO DE BENEFÍCIO). 1. Regular a execução da multa por atraso do INSS na implementação do benefício, ainda que a sentença de mérito esteja pendente de recurso, porquanto o título executivo da multa diária é constituído pela decisão que deferiu a antecipação de tutela e fixou a multa. 2. Inviável rediscutir, em embargos à execução, o valor da multa fixada na decisão que antecipou a tutela, por atraso do INSS na implementação do benefício, em face da preclusão. 3. Regular a cobrança da multa em face de restar comprovado nos autos que o INSS teve ciência da decisão que antecipou os efeitos da tutela para implementar o benefício postulado, em quarenta e cinco dias, sob pena de multa diária, assim como ficou ciente da decisão que determinou o efetivo pagamento da multa, em face do atraso, tanto que a autarquia agravou da decisão. (AC 2002.71.00.009141-9/RS, Rel. Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 25.05.2007) 20 - PROCESSUAL CIVIL. CESSÃO DOS DIREITOS RECONHECIDOS POR SENTENÇA. EXECUÇÃO EM CURSO. SUBSTITUIÇÃO DAS PARTES A FIM DE QUE O CESSIONÁRIO SUBSTITUA O CEDENTE. INVIABILIDADE. DISCORDÂNCIA DA PARTE CONTRÁRIA. 1. Em decorrência da noticiada cessão dos direitos que lhe foram reconhecidos por sentença, pretende a empresa Carbonífera Criciúma S/A, autora da execução, promover a substituição do pólo ativo da demanda, a fim de que seja incluído, na condição de exeqüente, o Sr. Alfredo Flávio Gazzola, cessionário dos direitos. Os recorrentes centram sua tese na dicção do art. 567, II, do CPC, que permite ao cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe tenha sido transferido por ato entre vivos, promover a execução ou nela prosseguir. Alegam, outrossim, que, por se tratar da fase executiva do processo, não tem aplicação à

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hipótese o disposto no art. 42, § 1º, do CPC, que não permite o ingresso em juízo do cessionário, em substituição do alienante, sem que o consinta a parte contrária. Assim, sustentam a desnecessidade de concordância da devedora para que se leve a efeito a pretendida substituição, uma vez que o citado art. 567, II, nada estipula nesse sentido. 2. No entanto, na trilha de recente entendimento emanado do Superior Tribunal de Justiça, a aplicação da art. 567, II, não se despega do comando contido no art. 42, § 1º, do CPC, ou seja, devem ser, ambas as normas, interpretadas e aplicadas em harmonia. 3. Dessa forma, em que pese possa "o cessionário promover a execução, ou nela prosseguir, quando o direito resultante do título executivo lhe tenha sido transferido por ato entre vivos" (art. 567, II), o seu "ingresso em juízo, substituindo o cedente, depende do consentimento da parte contrária" (art. 42, § 1º). Não se vislumbra qualquer antinomia entre as referidas regras, uma vez que a primeira apenas trata de legitimação ativa para o processo de execução, enquanto essa última, de forma mais abrangente, trata da substituição das partes no processo (rectius: sucessão processual). 4. O princípio da estabilidade subjetiva da lide (perpetuatio legitimationis) impede a substituição das partes no curso do processo, a menos que se possa invocar alguma norma jurídica permissiva ou impositiva. Consagra-se, assim, a idéia de autonomia do direito processual sobre o direito material, nos casos de alienação da coisa litigiosa. 5. É dizer, nas hipóteses em que a alienação dos direitos ocorra quando já iniciada a marcha processual, plenamente aplicáveis as disposições contidas no art. 42 do CPC, uma vez que se está diante de pedido de alteração (sucessão) de um dos pólos da relação processual em curso. Diferentemente, caso a transferência dos direitos se dê em momento anterior ao ajuizamento do processo, não há falar em aplicação do citado dispositivo, porquanto não se esteja diante de alteração da relação jurídico-processual. 6. Na hipótese, considerando-se que a cessão ocorreu após o ajuizamento da demanda, necessária se faria concordância da parte contrária, o que inexiste no caso dos autos. Assim, inviável acolher-se o pedido de substituição das partes. 7. Agravo de instrumento improvido. (AG 2007.04.00.001672-5/SC, Rel. Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 15.05.2007) 21 - PROCESSUAL CIVIL. REQUISIÇÃO DE VALORES INCONTROVERSOS. VALORES BRUTOS. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Não é razoável a requisição dos valores brutos com a determinação para que a parte exeqüente, posteriormente ao recebimento, efetue o pagamento da contribuição previdenciária. (AG 2005.04.01.025582-3/RS, Rel. Desa. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER, 4ªT./TRF4, maioria, julg. em 18.04.2007, D.E. 14.05.2007) 22 - PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE CONTRATO BANCÁRIO CONVERTIDA EM AÇÃO MONITÓRIA. CONTA DE ATUALIZAÇÃO DO DÉBITO. MODIFICAÇÃO DE CRITÉRIOS. . Não é possível a conversão de ação de execução em ação monitória, pois cada uma possui ritos procedimentais próprios. A modificação importaria em alteração do pedido e da causa de pedir, uma vez que a ação executiva já está embasada num título executivo e a ação monitória visa à formação deste. . Efetuada a conversão há mais de 6 anos, preclusa a via impugnativa, a discussão da matéria não pode ser admitida neste momento processual, cabendo apenas analisar os seus efeitos. . Ajuizada a execução de débito bancário com incidência de determinados encargos contratuais, tais critérios não podem ser modificados a pretexto da conversão como pretende a

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CEF ao fazer incidir a comissão de permanência no curso da ação, sob pena de desfigurar o próprio instituto e exceder em muito o valor inicialmente cobrado. . Honorários fixados de forma recíproca e proporcional. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação provida. (AC 1990.70.00.008107-9/PR, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 02.05.2007) 23 - AÇÃO POPULAR. NULIDADE CONTRATUAL E SUSPENSÃO DE LEILÃO. PERDA SUPERVENIENTE DO INTERESSE DE AGIR. ÔNUS SUCUMBENCIAIS. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. Em sendo o objeto da ação popular a verificação da existência de ilegalidade e lesão ao patrimônio público causada pela realização de leilão acionário, bem como pelos contratos firmados entre a COPEL e a CIEN, configurada a perda superveniente do interesse de agir ante o definitivo cancelamento do certame e a repactuação de contratos. Em homenagem ao princípio da causalidade, condenada a parte ré - que deu causa ao ajuizamento da ação - ao pagamento dos ônus sucumbenciais. (AC 2001.70.00.039775-7/PR, Rel. Des. Federal EDGARD ANTONIO LIPPMANN JÚNIOR, 4ªT./TRF4, maioria, julg. em 18.04.2007, D.E. 14.05.2007) 24 - PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PENDÊNCIA DE RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. Mandado de segurança impetrado contra ato do Vice-Presidente deste Tribunal Regional Federal, consistente no não-conhecimento de pedido de restituição de bens apreendidos e fiança depositada, fundado em acórdão de Turma. Decisão proferida nos contornos da estrita competência reconhecida à autoridade apontada como coatora. Pendendo recursos especial, admitido nesta instância, e extraordinário, não admitido, porém condicionado à sorte de agravo de instrumento tirado da denegação de seguimento, falece ao impetrado competência para decidir sobre a restituição postulada, de vez que a lei não lhe faculta outro juízo que não o da admissibilidade, ou não, dos mencionados recursos. Decisão da qual cabe recurso de agravo de instrumento para Superior Instância, com possível atribuição de eficácia suspensiva ou antecipação de tutela recursal. Descabimento do mandado de segurança (Lei 1.533/51, art. 5º, inc. II). (AGMS 2007.04.00.003510-0/RS, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 2ªS./TRF4, maioria, julg. em 19.04.2007, D.E. 02.05.2007) 25 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Afastada a alegada violação ao art. 475-A, § 1º, do CPC, pois a hipótese vertente não trata de execução de sentença ilíquida, haja vista que o montante que está sendo executado diz respeito à verba honorária que foi arbitrado no percentual de 10% sobre o valor atribuído aos embargos à execução. É líquida, pois, a sentença, bastando a efetuação de mero cálculo matemático para que se afira o quantum debeatur.2. É cabível a fixação de honorários advocatícios em execução individual de sentença proferida em ação coletiva, inclusive na vigência da Lei nº 11.232/05. 3. Agravo de instrumento desprovido. (AG 2006.04.00.032758-1/PR, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007)

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26 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. HONORÁRIOS CONTRATUAIS. REDUÇÃO DA VERBA AJUSTADA. IMPOSSIBILIDADE. É assegurado aos inscritos na OAB o direito ao pagamento direto dos honorários convencionados, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, desde que o advogado junte aos autos o seu contrato de honorários antes da expedição do mandado de levantamento ou precatório, não sendo lícito ao Juízo limitar o desconto em detrimento do contrato firmado entre o autor e o causídico. (AG 2006.04.00.034807-9/RS, Rel. Des. Federal VICTOR LUIZ DOS SANTOS LAUS, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 11.04.2007, D.E. 18.05.2007) 27 - PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ELEVAÇÃO POSTULADA NA VIA INADEQUADA. INTEMPESTIVIDADE, NÃO CARACTERIZAÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. PRESCRIÇÃO. NULIDADE. 1. As contra-razões recursais não são a via apropriada para postular a elevação de honorários advocatícios. 2. Não restou comprovada a intempestividade dos embargos à execução, pois a parte recorrida deixou de anexar aos embargos prova do termo inicial do cômputo do prazo, ou seja, o comprovante de juntada do mandado de citação para os efeitos do artigo 730 do CPC. 3. Prejudicada a análise da preliminar de ilegitimidade passiva para a execução, articulada pela recorrente, na medida em que não foi carreada aos embargos à execução a decisão transita em julgado, que fixou a condenação de cada um dos réus na ação de conhecimento. 4. A preliminar de nulidade de citação não pode ser conhecida, pois não articuladas, nas razões recursais, as razões de fato e de direito pelas quais seria nulo o ato citatório. 5. A mesma sorte ocorre em relação à prescrição, uma vez que não há nos autos dos embargos à execução comprovação acerca do alegado. Ademais, acerca do ponto é de se salientar que a presente apelação cível foi distribuída por dependência aos autos da Apelação Cível nº 96.04.39373-4/PR, julgado por esta 4ª Turma em 18 de julho de 2000, relator o Juiz Alcides Vetorazzi, decisão na qual ficou consignado que "Não se acolhe argüição de prescrição no curso do processo de execução, salvo se superveniente à sentença proferida em processo de conhecimento. Inteligência da Súmula 27 desta Corte". Ora, como a preliminar de prescrição não diz respeito ao prazo da execução, não merece crédito diante do citado precedente. 6. Os tópicos pertinentes aos juros moratórios e a inclusão do IPCs de março e abril de 1990 não foram objeto da inicial dos embargos à execução, assim não cabe a inovação trazida no bojo do recurso de apelação. 7. Litigância de má-fé não caracterizada, pois a parte se insurgiu contra a sentença proferida nos embargos à execução, utilizando-se de recurso expressamente previsto em lei. Ademais, pelos elementos anexos aos embargos à execução não é possível aferir qualquer excesso por parte da recorrente. (AC 96.04.39372-3/PR, Rel. Desa. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.04.2007, D.E. 07.05.2007) 28 - ADMINISTRATIVO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEFICÁCIA DE DUPLICATA E DE RESSARCIMENTO DE PREJUÍZOS DECORRENTES DO PROTESTO SEM ACEITE. ENDOSSO MANDATO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA INSTITUÍÇAO FINANCEIRA ENDOSSATÁRIA. A instituição financeira que protesta título de crédito que lhe é repassado por "Endosso Mandato", no qual é mera mandatária do endossante, não é parte legítima para figurar no pólo passivo de ação com o fim de obter a declaração de ineficácia do título de crédito e,

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tampouco, para responder por eventuais prejuízos que o protesto do título possa causar ao indicado como devedor na cártula. (AC 2003.70.01.015709-0/PR, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 23.05.2007) 29 - ADMINISTRATIVO. EXPLORAÇÃO DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERNACIONAL. "MICROÔNIBUS". ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. . A União não é parte legítima para figurar no pólo passivo de ação na qual se discute regulação expedida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação improvida. (AC 2002.72.00.014632-0/SC, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.04.2007, D.E. 02.05.2007) 30 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PODER GERAL DO JUIZ DE DETERMINAÇÃO DE PROVAS. ARTS. 130 E 335 DO CPC. REQUISIÇÃO JUDICIAL DE CÓPIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ART. 41, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEF. 1. Ausente a relevância da fundamentação, tendo em vista o poder geral do juiz de determinação da produção das provas que entender necessárias para a solução da lide, nos termos do disposto no art. 130 do Código Processual, podendo, inclusive, deslocar o ônus da prova quando o elemento probatório se encontre em poder de uma das partes, consoante o disposto no art. 355 do mesmo diploma. 2. Além do disposto na norma processual, há disposição expressa no art. 41, parágrafo único, da LEF quanto à possibilidade de requisição judicial de cópias do processo administrativo fiscal. (AG 2007.04.00.002565-9/RS, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 02.05.2007) 31 - PROCESSUAL CIVIL. QUESTÃO DE ORDEM. FALECIMENTO DA PARTE AUTORA. INCLUSÃO EM PAUTA. INTIMAÇÃO DAS PARTES. NULIDADE. Ausente regular intimação do novo Advogado constituído nos autos, em razão da habilitação da sucessora do demandante original, deve o julgamento ser anulado. (QUOAC 2003.04.01.003745-8/RS, Rel. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 14.03.2007, D.E. 18.05.2007) 32 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. INTIMAÇÃO. SUBSTABELECIMENTO. RESERVA DE PODERES. REQUERIMENTO. 1. Quando mais de um procurador consta do instrumento de mandato, originariamente juntado aos autos, a jurisprudência entende ser desnecessária a publicação do nome de todos eles, bastando constar o nome de um para estar perfectibilizada a intimação. 2. Em se tratando de substabelecimento, com reserva de iguais, nada impede que, mediante requerimento ao juízo, as intimações sejam feitas tanto em nome do substabelecente quanto do substabelecido (Precedentes). 3. Inexistindo motivo razoável para indeferir o postulado pela agravante, é de prover-se o agravo de instrumento. (AG 2007.04.00.004095-8/RS, Rel. Juíza Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 18.04.2007, D.E. 11.05.2007)

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33 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PLURALIDADE DE PROCURADORES. INTIMAÇÃO EM NOME DE UM DELES. VALIDADE. Quando a parte possui mais de um representante nos autos e inexiste informação de ter sido destituído algum deles no curso do processo, nem mesmo após a prolação da sentença, há presunção de plena comunicação do ato à parte interessada por meio da intimação de qualquer um dos seus representantes. Deste modo, o fato de ter havido intimação apenas em nome de um dos advogados constituídos não gera a nulidade do ato processual, não estando o Poder Judiciário obrigado a intimar todos os advogados habilitados a representar as partes em litígio, até mesmo por uma questão de celeridade processual, sem considerar o custo envolvido. (AG 2007.04.00.008130-4/PR, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 34 - PREVIDENCIÁRIO.APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. LEI 10.741/03. ESTATUTO DO IDOSO. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE 1º GRAU. NULIDADE. 1. Existindo interesse de pessoa idosa, imprescindível a manifestação do Ministério Público, conforme previsto no art. 82, inciso III, do CPC. 2. Não intimado o Ministério Público de 1º grau e sendo julgado improcedente o pedido, reconhece-se a nulidade do feito, consoante artigo 246 do CPC, com o retorno dos autos à origem para intimação do Parquet e reabertura da instrução processual. (AC 2004.72.10.001751-4/SC, Rel. Des. Federal RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 18.05.2007) 35 - DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FINANCIAMENTO HABITACIONAL. SFH. INVENTARIANTE. LEGITIMIDADE ATIVA. SEPARAÇÃO JUDICIAL. SUB-ROGAÇÃO. MANUTENÇÃO DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS. MORTE. INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. O inventariante tem legitimidade ativa para representar a sucessão em ação de indenização securitária por morte de mutuário de financiamento habitacional. Comprovado documentalmente que, em virtude de separação judicial, houve a aquisição, pela co-mutuária, da fração ideal do imóvel que cabia ao ex-marido e demonstrada a manutenção da sua capacidade de pagamento, impõe-se-lhe assegurar a sub-rogação mediante manutenção das condições contratuais originalmente pactuadas. Hipótese em que, uma vez reconhecida a validade da sub-rogação de fato e, via de conseqüência, respondendo a mutuária por 100% da composição da renda familiar para fins de indenização securitária, a consumação de sua morte enseja o pagamento da totalidade do saldo devedor. (AC 2003.71.00.026781-2/RS, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 14.05.2007) 36 - PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. INVASÃO POR ÍNDIOS KAINGANG. LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO E DA FUNAI. RECONHECIMENTO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. . Na esteira de precedente da 4ª Turma desta Corte, tanto a FUNAI quanto a União detêm legitimidade passiva ad causam; a primeira, por ser a executora da política indigenista e ter demarcado as terras invadidas, antes tituladas pelo Estado do Rio Grande do Sul; e a segunda, por dever indenizar, ainda que in abstracto, pelo menos as benfeitorias decorrentes de ocupação com justo título e de boa-fé. . Competência da Justiça Federal para processar e julgar o feito.

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. Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir.

. Agravo de instrumento provido. (AG 2005.04.01.045074-7/RS, Rel. Juiz Federal LORACI FLORES DE LIMA, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 27.02.2007, D.E. 09.05.2007) 37 - CONSTITUCIONAL. DIREITO À HONRA E À IMAGEM. LIBERDADE DE IMPRENSA. EXPOSIÇÃO VOLUNTÁRIA DE PENSAMENTO OU IMAGEM. DIREITO À PRIVACIDADE LIMITADO PELA PRÓPRIA EXPOSIÇÃO. ATIVIDADE JORNALÍSTICA. RESPONSABILIDADE VINCULADA À DIVULGAÇÃO DE ASSERTIVAS INJURIOSAS, DIFAMATÓRIAS E CALUNIOSAS. INFORMAÇÃO NÃO SUBORDINADA À AUTORIZAÇÃO DA PESSOA ALVO DA REPORTAGEM. 1. A questão proposta estabelece o confronto de princípios constitucionais como o direito à honra e à imagem (art. 5º, inciso X), de um lado, e, de outro, o direito à liberdade de expressão constante do art. 220. Sopesando os argumentos utilizados por ambas as partes, tenho que a melhor orientação é a de que, se a pessoa que se diz atingida expõe voluntariamente seu pensamento ou imagem em público, sujeita-se a ver sua opinião ou imagem reproduzida pela imprensa, pois a proteção à privacidade encontra limite na própria exposição realizada, conforme entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça. 2. Importa ressaltar que a atividade jornalística não possui direito de informação irrestrito, uma vez que é vedada a propagação de notícias falsas ou errôneas, que violem a intimidade ou prejudiquem a honra e a imagem das pessoas. 3. A responsabilidade da Mídia, como um todo, surge pela ocorrência de danos, quando a divulgação se constitua em assertivas injuriosas, difamatórias e/ou caluniosas, ou seja, há que restar provada a intenção de agredir moralmente a pessoa alvo da reportagem. 4. A norma constitucional contida no art. 220 não subordina a informação a qualquer autorização da pessoa cuja opinião está sendo difundida. (AG 2007.04.00.004716-3/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 23.05.2007) 38 - PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA ANTERIOR. AÇÃO ORDINÁRIA POSTERIOR. IDENTIDADE. COISA JULGADA. OCORRÊNCIA. Havendo sentença transitada em julgado, proferida em sede de mandado de segurança anterior, em que houve a apreciação do mérito e a denegação da segurança, fica inviabilizada a proposição de ação ordinária posterior, pela mesma parte autora, veiculando a mesma matéria - mesma causa de pedir (próxima e remota) e mesmo pedido (imediato e mediato), porque perfectibilizada a coisa julgada material. (AC 2006.71.15.001820-0/RS, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 31.05.2007) 39 - PROCESSUAL CIVIL. MEDIDA CAUTELAR. SUSTAÇÃO DE PROTESTO. LETRA DE CÂMBIO. . Inexistente o negócio jurídico que originou a letra de câmbio, tem cabimento a sustação de protesto por presentes os requisitos necessários à concessão da cautela (art. 804 do CPC). . Sucumbência mantida, por ausência de impugnação. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação improvida. (AC 1999.71.00.026018-6/RS, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 03.04.2007, D.E. 02.05.2007)

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40 - PROCESSUAL CIVIL. MEDIDA CAUTELAR. CONTRATO BANCÁRIO. SUSTAÇÃO DE PROTESTO. NOTA PROMISSÓRIA. . A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia, em razão da iliquidez do título que a originou. Hipótese em que é vedado à instituição financeira fazê-la circular. . Extinguindo-se a execução e o próprio débito, tem cabimento a sustação da respectiva nota promissória por presentes os requisitos necessários à concessão da cautela (art. 804 do CPC). . Sucumbência mantida, por ausência de impugnação. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação improvida. (AC 2002.04.01.045636-0/SC, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 03.04.2007, D.E. 02.05.2007) 41 - ADMINISTRATIVO. COTAS CONDOMINIAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. MULTA MORATÓRIA. ART. 12 DA LEI 4.591/64. NOVO CÓDIGO CIVIL. 1. As cotas dos condomínios têm vencimento certo, sendo de conhecimento geral a necessidade de seu pagamento pelo proprietário do imóvel, que pode ser constituído em mora em caso de não-pagamento e responsabilizado pelo pagamento do principal, acrescido de correção monetária pelo INPC, índice jurisprudencialmente aceito para atualização dos débitos judiciais, e de juros de mora, de 1% (um por cento) ao mês, em razão de expressa previsão no artigo 12, § 3º, da Lei nº 4.591, de 1964, independentemente de qualquer notificação. 2. Admissível, ainda, a cobrança da multa de 20% sobre o valor dos débitos vencidos antes da entrada em vigor do atual Código Civil (ou seja, antes de 10 de janeiro de 2003), nos termos do art. 12 da Lei 4.591/64, quando prevista em Convenção Condominial, levada a registro, e de 2% (dois por cento) para os débitos vencidos a partir de 10 de janeiro de 2003, tendo em vista o disposto no art. 1.336, § 1º, do Código Civil. 3. Apelação provida. (AC 2005.71.00.038640-8/RS, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 42 - ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. ADIANTAMENTO DA PERÍCIA. DESCABIMENTO. Não é cabível o adiantamento da perícia, no curso do processo satisfativo, com a finalidade de instruir pedido de antecipação da tutela. (AG 2006.04.00.040062-4/PR, Rel. Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTI, 5ªT./TRF4, maioria, julg. em 10.04.2007, D.E. 14.05.2007) 43 - PROCESSUAL CIVIL. INSTRUMENTO PÚBLICO. CURADOR. DESNECESSIDADE. PETIÇÃO INICIAL. FALTA DE CUMPRIMENTO DE DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. 1. A exigência de instrumento público de mandato não alcança o curador - plenamente capaz para os atos da vida civil -, sendo aplicável tão-somente ao outorgante relativamente incapaz. 2. Quando, ainda que intimada, a parte autora se abstiver de emendar a petição inicial, deverá ser esta indeferida, por falta de cumprimento de determinação judicial, nos termos dos artigos 283 e 284 do Código de Processo Civil. (AC 2004.71.12.000909-0/RS, Rel. Juiz Federal SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 08.05.2007)

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44 - PROCESSUAL CIVIL. VALOR DA CAUSA. INDEFERIMENTO DA INICIAL. ANULAÇÃO DA SENTENÇA. 1. O juiz deve velar pela rápida solução do litígio (art. 125, II, do CPC), pelo que, tendo em vista os novos ditames do direito processual civil moderno, valorizando os princípios da instrumentalidade, economicidade e celeridade processuais, inclusive assegurados constitucionalmente (art. 5º da CF/88, inciso LXXVIII, acrescido pela EC nº 45/2004), mostra-se desarrazoado o indeferimento da inicial pela inadequação do valor dado à causa, haja vista o poder/dever do magistrado com relação à correta estipulação do valor econômico da demanda, sendo possível sua fixação ex officio.2. Apelação provida, com a anulação da sentença e retorno dos autos à origem. (AC 2006.71.07.001142-0/RS, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007)

Direito Administrativo 01 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. MALHA FERROVIÁRIA. CONCESSÃO. DEVOLUÇÃO DE BENS. É preciso esclarecer que a ação que deu origem ao presente agravo está relacionada à Ação Civil Pública nº 2006.70.13.001025-3, que, de acordo com o relato da decisão agravada, tem por objetivo compelir a concessionária de serviços de transporte ferroviário - América Latina Logística S/A - ALL - a conservar e recuperar trechos da malha ferroviária que lhe foi concedida pelo Poder Público, uma vez que se encontram em total estado de abandono. O fato que deu causa à ação ordinária, fonte do presente recurso, foi a devolução de diversos bens operacionais pela ALL à Rede Ferroviária Federal S/A. O contrato de arrendamento permite a devolução dos bens pela ALL à RFFSA, desde que se trate de bens desvinculados da prestações dos serviços, objeto da concessão. A competência para promover os atos de fiscalização do contrato de concessão é da ANTT, bem como compete-lhe a decisão acerca da vinculação ou não de determinado bem a tal serviço. No entanto, a manifestação atual (agosto de 2006) de apoio desta agência à ALL não se apresenta em conformidade com a sua obrigação de defender o interesse público, até porque os bens foram devolvidos à empresa RFFSA que está, atualmente, em fase de liquidação. Além do que, se cabe à ANTT a decisão pela desvinculação ou não de determinado bem a tal serviço, não há tal prova nos autos. O que se denota do conjunto probatório é o fato de que a ALL tomou a iniciativa quanto à devolução dos bens, sem qualquer participação da agência nacional de transportes terrestres. Nos termos do art. 273 da lei processual civil, o deferimento da tutela está condicionado à presença concomitante dos requisitos da verossimilhança do direito alegado e do receio de que haja dano irreparável ou de difícil reparação. O risco de dano irreparável está materializado na possibilidade de afetar negativamente o resultado da Ação Civil Pública, uma vez que a citada ação coletiva visa forçar a empresa concessionária a conservar e recuperar trechos da malha ferroviária que lhe foi concedida pelo Poder Público, o que será esvaziado se for avalizado o ato da empresa de devolução de algumas estações de trem. (AG 2007.04.00.003239-1/PR, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 23.05.2007)

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02 - ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. PROVA DE CAPACITAÇÃO FÍSICA. PEDIDO DE NOVA DATA. IMPOSSIBILIDADE. Não se apresenta cabível o pedido de candidato em concurso público para o fim de se submeter a prova de capacitação física em data diferente daquela prevista no edital, sob pena de atentar contra o princípio da impessoalidade. (AC 2005.70.00.000526-5/PR, Rel. Des. Federal EDGARD ANTONIO LIPPMANN JÚNIOR, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 21.05.2007) 03 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCURSO PÚBLICO. NULIDADE DE QUESTÕES. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. - Ao anular a questão, ou mesmo tornando sem efeito o ato administrativo que anulou determinadas questões da prova, estaria avançando no mérito da correção de questões que pertence somente à Banca Examinadora, contrariando sólido entendimento do STJ, devendo, por esses motivos, ser mantida a decisão do magistrado de primeiro grau. (AG 2007.04.00.004014-4/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 16.05.2007) 04 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. REVISÃO DE CLASSIFICAÇÃO APÓS HOMOLOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. REQUISITOS À CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA PRESENTES. Após a homologação do resultado do concurso, não é facultado a Administração rever a classificação do certame, alterando situação de fato já existente. Presentes a verossimilhança das alegações e a situação de irreparabilidade à agravante, a justificar o provimento antecipatório. (AG 2006.04.00.039709-1/RS, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 14.05.2007) 05 - ADMINISTRATIVO. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - PARTICIPAÇÃO NOS CONSELHOS PENITENCIÁRIOS ESTADUAIS - AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Inexistindo previsão específica de participação do Ministério Público Federal nos Conselhos Penitenciários Estaduais, não há como se efetivar a pretendida atuação. Situação que melhor se coaduna com a participação do Ministério Público Estadual. (EIAC 1999.70.00.029842-4/PR, Rel. Des. Federal EDGARD ANTONIO LIPPMANN JÚNIOR, 2ªS./TRF4, maioria, julg. em 10.05.2007, D.E. 23.05.2007) 06 - ADMINISTRATIVO. AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS PARA FINS DE CÁLCULO DE IPTU E ITBI. TAREFA NÃO-EXCLUSIVA DE PROFISSIONAIS VINCULADOS AO CREA. A avaliação de imóveis para fins de cálculo de ITBI e IPTU não constitui atividade privativa de engenheiros, arquitetos ou engenheiros agrônomos, ainda que possa ser por eles efetuada, pois poderá também ser efetuada por corretores de imóveis, contadores, economistas, avaliadores judiciais e outros profissionais ligados à área. (AC 2005.71.00.023242-9/RS, Rel. Des. Federal EDGARD ANTONIO LIPPMANN JÚNIOR, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 28.05.2007)

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07 - ADMINISTRATIVO. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA. MAGISTÉRIO SUPERIOR. BAIXA DE INSCRIÇÃO CADASTRAL. A atividade de magistério constitui ramo singular, submetido ao poder de polícia do Ministério da Educação. Quem, devidamente habilitado na forma da legislação que rege o ensino superior e técnico, passa a atuar como professor não está, pelo fato mesmo, a desempenhar a atividade profissional correspondente à formação adquirida, mas sim a do magistério. São coisas inteiramente diversas ensinar, aliando conhecimentos principalmente científicos com emprego técnico em grau secundário - o que corresponde à profissão de professor - e praticar a atividade profissional, conjugando atuação predominantemente técnica com conhecimentos científicos de mero apoio. A sujeição do professor universitário à fiscalização das autarquias corporativas infringe a autonomia das universidades, garantida no art. 207 da Constituição Federal de 1988. (AMS 2006.72.00.013435-9/SC, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 14.05.2007)

08 - ADMINISTRATIVO. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA - CRMV/RS. EMPRESA DEDICADA A CRIAÇÃO, ABATE E COMERCIALIZAÇÃO DE AVES, SUÍNOS E OVINOS. REGISTRO. INDEVIDO. FABRICAÇÃO DE RAÇÕES. PROFISSIONAL HABILITADO. 1. Tendo a empresa como atividade básica a criação, abate e comercialização de aves, suínos e ovinos inexiste a obrigatoriedade de registro perante o Conselho Regional de Medicina Veterinária, visto que não há qualquer identificação de tais atividades com aquelas elencadas pela Lei como privativas de médico veterinário. 2. Nos termos do art. 6º, e, da Lei n° 5.517/68, a atividade de fabricação de rações é privativa de médico veterinário, razão pela qual a embargante, embora não obrigada ao registro no CRMV/RS, deve contratar profissional legalmente habilitado. (AC 2006.71.04.002545-2/RS, Rel. Juiz Federal MÁRCIO ANTÔNIO ROCHA, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 28.05.2007)

09 - ADMINISTRATIVO. REGISTRO DE EMPRESA DEDICADA À PRODUÇÃO DE VINHOS. ATIVIDADE BÁSICA NÃO VINCULADA À QUÍMICA. DESNECESSÁRIO REGISTRO NO CONSELHO DE QUÍMICA. FISCALIZAÇÃO PELO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. INSCRIÇÃO VOLUNTÁRIA. CANCELAMENTO. EFEITOS EX TUNC. ANUIDADE INEXIGÍVEL. 1. Não é necessário que empresa dedicada à produção e engarrafamento de vinhos mantenha registro junto ao Conselho Regional de Química, uma vez que a atividade básica desenvolvida não se encontra amoldada à química, consoante elenco de funções anotado no art. 335 da CLT. 2. Não se pode resumir todo o processo produtivo do vinho, que é a atividade básica da apelante, como sendo uma reação química, porque a atividade básica é muito mais abrangente, eis que compreende a produção, industrialização e o comércio do vinho e seus derivados. 3. A inspeção e a fiscalização da atividade vinícola não competem ao Conselho de Química e sim ao Ministério da Agricultura, restando ao Conselho a fiscalização apenas sobre o exercício de atividade do profissional da área química. 4. Ainda que as empresas tenham requerido voluntariamente a inscrição no Conselho-réu, se não estavam obrigadas a tanto, são inexigíveis as anuidades pagas, tendo-se em conta que eventual pedido de cancelamento do registro teria efeitos ex tunc.

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5. Apelação improvida. (AC 2006.71.13.000869-8/RS, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 02.05.2007) 10 - ADMINISTRATIVO. REGISTRO DE DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR OBTIDO NO EXTERIOR. REVALIDAÇÃO. ETAPAS ELIMINATÓRIAS. INADMISSIBILIDADE. 1. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) prevê expressamente que os diplomas expedidos por universidades estrangeiras sejam submetidos ao processo de revalidação por instituição brasileira, a fim de que o interessado possa exercer a profissão no território nacional. 2. A regulamentação da matéria ficou por conta da Resolução nº 1, de 28 de janeiro de 2002, editada pela Câmara de Educação de Ensino Superior, órgão do Conselho Nacional de Educação. 3. Para que haja a revalidação de diploma obtido em universidade estrangeira, tem-se quatro etapas sucessivas, assim configuradas: (1) comparação dos títulos e julgamento da equivalência; (2) havendo dúvidas quanto à real equivalência dos títulos, pode a Comissão solicitar parecer de instituição de ensino especializada na área de conhecimento na qual foi obtido o título; (3) se as dúvidas persistirem, pode-se determinar que o candidato se submeta a exames e provas destinados à caracterização da equivalência; e, (4) se a comparação dos títulos e os resultados das provas demonstrarem o não-preenchimento das condições exigidas para a revalidação do diploma, neste caso, e somente aí, poderá ser exigida do candidato a realização de estudos complementares na própria universidade ou em outra instituição que ministre curso correspondente. 4. Não é permitido à Universidade, em seu procedimento de revalidação de diploma, modificar a ordem estabelecida na Resolução nº 1, de 28 de janeiro de 2002, condicionando o interessado à realização de provas e exames de caráter eliminatório, pois tais provas, têm caráter estritamente subsidiário. (AG 2007.04.00.003199-4/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 23.05.2007) 11 - ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE DO PODER PÚBLICO DE MANTER AS ESTRADAS EM CONDIÇÕES DE TRAFEGABILIDADE. ART. 37, § 6º, DA CF/88. INDENIZAÇÃO. DANO MATERIAL. DANO MORAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Os danos causados em decorrência de acidente de trânsito em face dos buracos no asfalto devem ser ressarcidos. A jurisprudência tem admitido a responsabilidade do Poder Público nesses casos, consoante se verifica do exame dos seguintes arestos: STJ, REsp. n. 13.369-MS, in RSTJ, 43/329; TJSC, Ap. Cível n. 10.658, in RDP ns. 37/8, p. 274; TJSP, Ap. Cível n. 203.110, in RT 438/101. Nesse sentido, igualmente, orienta-se a melhor doutrina: HENRI LALOU, in Traité Pratique de la Responsabilité Civile, 5ª ed., Librairie Dalloz, Paris, 1955, p. 908, n. 1.497; RENÉ SAVATIER, in Traité de la Responsabilité Civile en Droit Français, 2ª ed., Librairie Générale, Paris, 1951, T. I, pp. 557-8, n. 442. 2. No que diz respeito à quantificação dos danos material e moral, a indenização deve levar em consideração as circunstâncias e peculiaridades do caso, as condições econômicas das partes, a menor ou maior compreensão do ilícito, a repercussão do fato e a eventual participação do ofendido para configuração do evento danoso. Assume, ainda, o caráter pedagógico, devendo ser arbitrada em valor que represente punição ao infrator, suficiente a desestimulá-lo à prática de novas condutas ilícitas. Por outro lado, deve observar certa

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moderação, a fim de evitar a perspectiva de lucro fácil. Nesse sentido, para o arbitramento da indenização advinda do dano moral, o julgador deve se valer do bom senso e da razoabilidade, atendendo às peculiaridades do caso, não podendo ser fixado quantum que torne irrisória a condenação e tampouco valor demasiado que traduza o enriquecimento ilícito. Deve-se, então, agir com cautela, fazendo com que o valor, de certa forma, amenize as nefastas conseqüências sofridas pela vítima, punindo na medida certa aquele responsável pelo dano. No caso dos autos, tenho que o M.M. Julgador Singular arbitrou as referidas condenações na esteira do entendimento preconizado pelo Col. STJ para a espécie demandada (Resp nº 703678 Processo 200401648259/SP Órgão Julgador: Quarta Turma DJ 12/09/2005, p. 343, Relator Min. Jorge Scartezzini; Resp nº 872084 Processo: 200601644807 Órgão Julgador: Quarta Turma DJ 18/12/2006, p. 404 Rel. Min. Jorge Scartezzini ). Forte, ainda, em recente decisão por mim proferida em processo análogo (AC nº 2000.04.01.087504-9/PR, publ. DJU em 18/10/2006), tenho que deva ser integralmente mantida a r. sentença recorrida. 3. Mantidos os honorários advocatícios estipulados em 10% sobre o valor da condenação, por ser este o percentual que esta Eg. Turma julgadora entende adequado para demandas desta natureza. 4. Improvimento das apelações e da remessa oficial. (AC 2003.70.05.009739-0/PR, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 23.05.2007)

12 - ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. AUDITOR FISCAL DO TESOURO NACIONAL. NOMEAÇÃO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. Direito à nomeação que deflui do fato de o candidato ter satisfeito as condições de nomeação para o cargo em epígrafe, tanto na primeira como na segunda etapa do concurso público, inclusive com amparo em sentença transitada em julgado. O pedido de indenização por danos materiais encontra amparo no fato de que a demora na nomeação acarreta prejuízos de ordem financeira evidentes. Não merece guarida o pedido de indenização por danos morais. (AC 2002.70.00.001229-3/PR, Rel. Des. Federal EDGARD ANTONIO LIPPMANN JÚNIOR, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.04.2007, D.E. 07.05.2007)

13 - ADMINISTRATIVO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ABERTURA DE CONTA CORRENTE SEM AUTORIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. ARBITRAMENTO DO VALOR DA REPARAÇÃO. 1. Em se tratando de dano moral, decorrente da abertura de conta corrente em nome da autora sem autorização desta, doutrina e jurisprudência dizem que basta a prova do fato, não havendo necessidade de demonstrar-se o sofrimento moral, mesmo porque tal é praticamente impossível. 2. No arbitramento da indenização advinda de danos morais, o julgador deve valer-se de bom senso e razoabilidade, atendendo às peculiaridades do caso, não podendo ser fixado quantum que torne irrisória a condenação e tampouco valor vultoso que traduza enriquecimento ilícito. 3. Não há qualquer previsão legal específica no Código Civil acerca da quantificação do valor da reparação, cabendo, então, ao Juiz arbitrar a quantia a ser paga em cada caso, sempre guiado pelo princípio da razoabilidade. 4. Indenização fixada em R$ 6.000,00 (seis mil reais). (AC 2005.71.08.005888-9/RS, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 03.10.2006, D.E. 09.05.2007)

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14 - ADMINISTRATIVO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. CONTA NÃO-ENCERRADA. DÉBITO GERADO POR ENCARGOS E TARIFAS INCIDENTES POSTERIORMENTE. INSCRIÇÃO EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. ABALO DE CRÉDITO. ARBITRAMENTO DO VALOR DA REPARAÇÃO. 1. Em havendo expressa previsão legal, no sentido de que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) se aplica às relações bancárias, não há como pretender fugir à sua incidência. As atividades de fornecimento de crédito bancário e demais serviços prestados pelas instituições financeiras estão, pois, submetidas ao crivo das normas da Lei 8.078/90. 2. Tem aplicação, no caso, o artigo 14 do CDC, que estabelece que a responsabilidade do fornecedor do serviço independe da culpa, ou seja, trata-se de responsabilidade objetiva. 3. Em tratando de dano extrapatrimonial, doutrina e jurisprudência dizem que basta a prova do fato, não havendo necessidade de demonstrar-se o sofrimento moral. 4. No arbitramento da indenização advinda de danos morais, o julgador deve valer-se de bom senso e de proporcionalidade, atendendo às peculiaridades do caso, não podendo ser fixado quantum que torne irrisória a condenação e tampouco valor vultoso que traduza enriquecimento ilícito. 5. Em situações em que se caracteriza o abalo de crédito ensejador de indenização por dano extrapatrimonial, não há qualquer previsão legal específica no Código Civil acerca da quantificação do valor da reparação, cabendo, então, ao Juiz arbitrar a quantia a ser paga em cada caso, sempre guiado pelo princípio da razoabilidade. (AC 2002.71.00.005851-9/RS, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 15 - ADMINISTRATIVO. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA. EXAMES MÉDICOS. CENTROS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES. RESOLUÇÃO Nº 1.636/2002. 1. É descabida a proibição do Conselho Federal de Medicina, objeto da Resolução nº 1.636/2002, que proíbe a realização de exames de aptidão física e mental para condutores de veículos automotores em Centros de Formação de Condutores, uma vez que impôs limitação não prevista na Resolução nº 80 do CONTRAN, que regula a matéria. (AC 2005.71.00.018345-5/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 23.05.2007) 16 - ADMINISTRATIVO. DANO MORAL. EXTRAVIO POSTAL. ECT. APLICAÇÃO DO CDC. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DEVER DE INDENIZAR. - Resta inafastável o dever da ré de indenizar pelos prejuízos causados, independentemente de culpa, consoante prevê o art. 14 do CDC. Há, entre as partes, uma relação direta de fornecedor e consumidor, de tal forma que se enquadram perfeitamente nos conceitos dos arts. 2º e 3º do CDC. Além disso, há ampla jurisprudência admitindo a aplicação do código consumerista aos Correios. - Ademais, assegura o art. 37, § 6º, da Constituição Federal que a Administração Pública responde pelos atos lesivos causados por seus agentes a terceiros, sem prejuízo do direito de regresso. Há responsabilidade objetiva, portanto, do fornecedor de serviços pelos danos causados ao consumidor em decorrência da falha na sua prestação. - No que tange à fixação do quantum indenizatório devem ser observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. O valor arbitrado deve guardar dupla função, a primeira de ressarcir a parte afetada dos danos sofridos, e uma segunda pedagógica, dirigida ao agente do ato lesivo, a fim de evitar que atos semelhantes venham a ocorrer novamente. Mister, ainda, definir a quantia de tal forma que seu arbitramento não cause enriquecimento sem causa à parte lesada.

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- Prequestionamento delineado pelo exame das disposições legais pertinentes ao deslinde da causa. Precedentes do STJ e do STF. (AC 2003.70.00.054771-5/PR, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 23.05.2007) 17 - ADMINISTRATIVO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. AUSÊNCIA DE PRÉVIA COMUNICAÇÃO AO DEVEDOR. ART. 43, § 2º, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ARBITRAMENTO DO VALOR DA REPARAÇÃO. 1. A falta de comunicação da inscrição do nome do devedor no banco de dados de inadimplência, como previsto no art. 43, § 2º, do Código de Defesa do Consumidor, gera direito à indenização pelo dano extrapatrimonial. 2. Em se tratando de dano moral, em casos de inclusão indevida em cadastro de inadimplentes, doutrina e jurisprudência dizem que basta a prova do fato, não havendo necessidade de demonstrar-se o sofrimento moral. 3. No arbitramento da indenização advinda de danos morais, o julgador deve valer-se de bom senso e de razoabilidade, atendendo às peculiaridades do caso, não podendo ser fixado quantum que torne irrisória a condenação e tampouco valor vultoso que traduza enriquecimento ilícito. (AC 2005.71.00.027864-8/RS, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 09.05.2007) 18 - ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ENTREGA INDEVIDA DE TALONÁRIO DE CHEQUES. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AFASTADA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM MAJORADO. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA NÃO CONFIGURADA. A CEF é parte legítima na lide quando fornecer indevidamente a terceiros talonários de cheques de seus clientes. Valor da indenização majorado. A sentença que concede a indenização por danos morais será de procedência, mesmo que fixe valor muito inferior ao solicitado na exordial, o que impossibilita a sucumbência recíproca. Apelação do autor provida. Apelação da CEF desprovida. (AC 2006.70.01.001038-9/PR, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 19 - ADMINISTRATIVO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. PUBLICAÇÃO EQUIVOCADA DE EDITAL DE LEILÃO PARA VENDA DE IMÓVEIS PENHORADOS. DÍVIDA JÁ ADIMPLIDA. ARBITRAMENTO DO VALOR DA REPARAÇÃO. 1. Em se tratando de dano moral, doutrina e jurisprudência dizem que basta a prova do fato, não havendo necessidade de demonstrar-se o sofrimento moral, mesmo porque é praticamente impossível, uma vez que o dano extrapatrimonial atinge bens incorpóreos. 2. No arbitramento da indenização advinda de danos morais, o julgador deve valer-se de bom senso e razoabilidade, atendendo às peculiaridades do caso, não podendo ser fixado quantum que torne irrisória a condenação e tampouco valor vultoso que traduza enriquecimento ilícito. 3. Apelação improvida. (AC 2005.71.15.002241-6/RS, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.04.2007, D.E. 02.05.2007)

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20 - ADMINISTRATIVO. DIREITOS DO CONSUMIDOR. AFIXAÇÃO DO PREÇO À VISTA DO PRODUTO EM ETIQUETA OU SIMILARES. INEXIGIBILIDADE. LEI Nº 10.962/2004. DIREITO SUPERVENIENTE. ART. 462 DO CPC. 1. Face a superveniência do direito chancelando o direito de o comerciante utilizar a afixação do preço do produto na embalagem ou o código de barras para apreçamento, é inexigível a divulgação do preço em cada produto através de etiquetas ou similares. 2. "Se depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença". (AC 2005.04.01.025383-8/PR, Rel. Juiz Federal MÁRCIO ANTÔNIO ROCHA, 4ªT./TRF4, maioria, julg. em 28.03.2007, D.E. 14.05.2007) 21 - ADMINISTRATIVO. CIVIL. CONTRATOS BANCÁRIOS. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. Não há qualquer prejuízo com o julgamento antecipado da lide. É pacífico que a discussão acerca da abusividade de determinadas cláusulas contratuais é matéria eminentemente de direito, de modo que possíveis diferenças a que fará jus a embargante, deverão ser convenientemente apuradas em sede de execução de sentença. REVISÃO DE CONTRATOS FINDOS. A teor do disposto na Súmula nº 286 do Superior Tribunal de Justiça, "a renegociação de contrato bancário ou a confissão de dívida não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais legalidades dos contratos anteriores". CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA DE JUROS. Com a declaração de inconstitucionalidade do art. 5º da MP n.2.170-36/2001 - Incidente de Inconstitucionalidade na AC n.2001.71.00.004856-0, e, ainda, a par da conclusão de ser plena a aplicabilidade da Súmula n. 121 às instituições financeiras, inviável juridicamente a capitalização composta de juros em períodos inferiores a um ano, ainda que haja pacto de capitalização. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. LEGALIDADE. CUMULAÇÃO. INVIABILIDADE. A comissão de permanência, cujo cálculo é efetuado pela taxa média de mercado pelo Banco Central do Brasil, limitada à taxa do contrato, não é potestativa (Súmula n. 294 do STJ); mas não pode incidir, no período da inadimplência, cumuladamente, com correção monetária, juros remuneratórios, juros moratórios e multa moratória. Precedentes do STJ. TERMO FINAL DOS ENCARGOS CONTRATUAIS. O termo final dos encargos contratuais deve ser a data da extinção do contrato, e não o prazo de 180 dias do seu vencimento, tampouco o ajuizamento da demanda. (AC 2000.71.04.004188-1/RS, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 27.02.2007, D.E. 02.05.2007) 22 - ADMINISTRATIVO. UTILIZAÇÃO DE ANIMAIS COMO MATERIAL DE ESTUDO DE ANATOMIA PARA ALUNOS DA 6ª A 8ª SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL. Restringindo-se a controvérsia à utilização de animais como material de estudo de anatomia, para alunos da 6ª a 8ª série do ensino fundamental, de forma a proteger os interesses dos menores, somente com a análise do caso concreto é possível avaliar a pertinência desta atividade. Na hipótese dos autos, levando em conta a ausência de qualquer problema concreto decorrente da atividade didática impugnada, a qual utiliza animais, seus corpos, como método de ensino, em que não há notícia de danos aos jovens estudantes, bem como chamando a atenção que inexiste prova de qualquer crueldade com os animais utilizados nas aulas, devem ser autorizadas as visitas e as atividades da agravante – Quinta da Estância Grande –, ressalvada, é claro, a devida fiscalização dos órgãos competentes, notadamente os sanitários e o IBAMA.

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(AG 2006.04.00.031987-0/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 13.03.2007, D.E. 09.05.2007) 23 - ADMINISTRATIVO. NEGATIVA DE MATRÍCULA EM CURSO TÉCNICO EM RAZÃO DA NÃO-APRESENTAÇÃO DO CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL. SITUAÇÃO COMPROVADA COM OUTROS DOCUMENTOS IDÔNEOS. Estando comprovado através de documentos idôneos a conclusão do ensino fundamental, notadamente o histórico escolar do aluno, não é razoável a negativa de matrícula em curso técnico apenas pela não-apresentação do certificado de conclusão do ensino fundamental. Precedentes desta Corte. (REO 2006.70.00.023493-3/PR, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 30.05.2007) 24 - ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. INADIMPLÊNCIA NO PAGAMENTO DA MENSALIDADE. MÁ-FÉ DA ESTUDANTE. INAPLICABILIDADE DA TEORIA DO FATO CONSUMADO. 1. O estabelecimento particular de ensino superior não está obrigado a renovar ou manter a matrícula de aluno inadimplente. 2. A impetrante agiu dolosamente, utilizando em seu benefício o período em que, sabedora da situação irregular em que se encontrava, insistiu em fazer crer, aos olhos de terceiros, que mantinha vínculo com a Instituição. (AMS 2006.71.16.001463-9/RS, Rel. Juiz Federal MÁRCIO ANTÔNIO ROCHA, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 21.05.2007) 25 - ADMINISTRATIVO. CONCURSO VESTIBULAR. APROVAÇÃO. PERDA DO PRAZO PARA MATRÍCULA. FALTA DE PUBLICIDADE. MANUTENÇÃO DA VAGA CONQUISTADA ATRAVÉS DO VESTIBULAR. Apelação e remessa oficial conhecidas e desprovidas. (AMS 2006.71.10.004356-8/RS, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 27.03.2007, D.E. 02.05.2007) 26 - ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. FGTS. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO EMPREGADOR. LEVANTAMENTO DO SALDO DA CONTA NÃO-OPTANTE. CORREÇÃO MONETÁRIA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. 1. Se os valores depositados em conta não-optante do FGTS pertencem ao empregador, a teor do disposto na lei de regência (art. 14 c/c o art. 19, inc. II, da Lei nº 8.036/90), por óbvio, as diferenças havidas decorrentes dos expurgos inflacionários, acessórios que são, devem ter o mesmo tratamento. Assim, tem a autora legitimidade para propor a presente demanda. 2. Face à orientação que emana do julgamento, pelo STF, do RE nº 226.855-7/RS, faz jus a parte autora às diferenças de remuneração resultantes da aplicação da variação do IPC nos meses de janeiro/89 e abril/90, a serem creditadas nas contas vinculadas do FGTS de seus ex-empregados não optantes. (AC 2006.71.00.038187-7/RS, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 14.05.2007)

27 - ADMINISTRATIVO. SAQUE INDEVIDO DO SALDO DA CONTA VINCULADA AO FGTS. ÔNUS DA PROVA.

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. O ônus de provar que o titular da conta vinculada efetuou o saque do FGTS é do banco depositário, porque é vedado ao trabalhador movimentar livremente sua conta, criada que foi para servir de amparo financeiro em casos excepcionais como despedida sem justa causa ou de aposentadoria, o que não ocorreu no caso. . O saque indevido do FGTS impõe ao Banco Nacional S.A. – por ser o banco depositário responsável pela conta do autor no período em que ocorreu o levantamento irregular do saldo – e à CEF – na qualidade de gestora atual do FGTS – o dever de ressarcir os valores questionados. . Constatada deficiência na prestação do serviço de administração, por não oferecer segurança ao titular da conta vinculada. . Correção monetária fixada na esteira dos precedentes da Turma. . Juros de mora, a contar da citação, fixados em 12% ao ano, pois efetivada aquela antes da vigência do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, acrescentado pela Medida Provisória nº 2.180-35/2001 . Precedentes do STJ. . Obrigação de pagar configurada por tratar-se de conta inativada há mais de três anos, o que envolve pagamento em juízo, mediante levantamento por alvará judicial. . Inversão da sucumbência, que é fixada na esteira dos precedentes da Turma. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação provida. (AC 2001.72.07.000120-0/SC, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 03.04.2007, D.E. 02.05.2007) 28 - ADMINISTRATIVO. IMÓVEIS ADQUIRIDOS DO INSS. EMISSÃO DE CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS MUNICIPAIS. IPTU. PAGAMENTO PARA IMPEDIR EVICÇÃO. RESSARCIMENTO DE VALORES. CABIMENTO. . Fazem jus os autores à restituição dos valores pagos a título de IPTU, com o objetivo de evitar a evicção do bem negociado, considerando que a aquisição dos imóveis só ocorreu mediante emissão de certidão negativa de débitos, conforme consta na Escritura Pública de Compra e venda, inclusive, com a comprovação da inexistência de débitos municipais. . Juros de mora de 0,5% ao mês e correção monetária desde a data do prejuízo, a qual deverá ser feita pelo INPC. . Inversão da sucumbência, que é fixada na esteira dos precedentes da Turma. . Prequestionamento quanto à legislação invocada fica estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação provida. (AC 2004.72.08.001000-3/SC, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 03.04.2007, D.E. 02.05.2007) 29 - ADMINISTRATIVO. PENSÃO MILITAR. ANULAÇÃO DO ATO CONCESSIVO. NOVA ANÁLISE DA PROVA. DECADÊNCIA. ART. 54. LEI Nº 9.784/99. DEVIDO PROCESSO LEGAL. CIÊNCIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ANTES DA DECISÃO. DIREITO DO ADMINISTRADO. . O direito de a Administração anular os atos administrativos está sujeito ao prazo decadencial de cinco anos (Lei nº 9.784/99, art. 54). . Hipótese em que não foi assegurado o direito de apresentar defesa, acarretando a violação do contraditório e da ampla defesa. . Não cabe à Administração anular ato de concessão de aposentadoria militar após novas valoração de documentos juntados para a concessão do benefício e interpretação das normas legais que regem a matéria.

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. É legal o ato de concessão de benefício à filha adotiva que tem como fundamento o artigo 7º, III, da Lei nº 3.765/1960, a qual previa, à época do óbito, que a filha de qualquer condição era beneficiária da pensão. . Inversão da sucumbência, mantido o valor estabelecido em sentença. . Juros de mora, a contar da citação, fixados em 12% ao ano, pois revogado, pelo Código Civil de 2002, o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, acrescentado pela Medida Provisória nº 2.180-35/2001 . Precedentes do STJ. . Correção monetária fixada na esteira dos precedentes da Turma. . A correção monetária incide a partir do vencimento da dívida. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação provida. (AC 2003.71.02.000147-7/RS, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 10.04.2007, D.E. 02.05.2007)

30 - ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RESTABELECIMENTO DE PENSÃO MILITAR PARA FILHA MAIOR. RENÚNCIA AO DIREITO. § 1º DO ART. 31 DA MP Nº 2.131/2000. 1- A Medida Provisória nº 2.215-10/2001 dispõe, em seu § 1º do art. 31, que o militar pode exercer a renúncia ao direito da pensão militar as filhas maiores, deixando de contribuir com 1,5% de sua remuneração, o que, in casu, ocorreu. 2- A renúncia foi exercida validamente. 3- Recurso improvido. (AC 2004.71.02.000189-5/RS, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 16.05.2007)

31 - ADMINISTRATIVO. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE MULTA APLICADA POR AGENTE DE INSPEÇÃO DO TRABALHO. NOTIFICAÇÃO EM VISITA ANTERIOR. INDISPENSABILIDADE. A verificação do descumprimento das normas de segurança e de medicina do trabalho ocorreu mediante diligência do fiscal no canteiro de obras da empresa, instalado com o propósito de atender a contratação da construção de área de lazer - Centro de Rodeio. Então, considerando que aquela era a primeira visita do fiscal do trabalho ao local para fins de inspeção, não podia ele, per saltum, impor imediatamente a multa, a qual deveria ser precedida da respectiva notificação. (AC 2002.70.05.009453-0/PR, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 18.12.2006, D.E. 09.05.2007)

32 - AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO-ANP. AUTO DE INFRAÇÃO E MULTA SEM FUNDAMENTO EM LEI. IRREGULARIDADE. Quanto à imposição de penalidades administrativas, é pacífico na jurisprudência pátria a posição, à qual me filio, de que somente a lei pode criar sanções administrativas e pecuniárias. Logo, se a sanção foi aplicada com suporte no Decreto nº 1.021/93, deve ser reconhecido como violado o princípio da legalidade, já que não há amparo legal para infligir a referida penalização. A questão suscitada a respeito do Decreto-Lei nº 538/38, que o STF teria reconhecido a sua recepção pela CF/88, e cujo art. 14 elencaria todas as características a fundamentar a aplicação da penalidade imposta, não procede. Isto porque "O artigo 14 do Decreto-Lei 538/38 conferiu à Administração Pública poder discricionário para controlar a

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comercialização de combustíveis, tendo aquela expedido o Decreto 1.021/93 para completar o mencionado artigo", consoante julgado desta Corte. Portanto, prevalecendo o Decreto 1.021/93, como fundamento do ato administrativo sancionador, não há que se falar em legalidade da sanção aplicada. (AC 2007.71.99.006122-9/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 30.05.2007) 33 - ADMINISTRATIVO. AÇÃO ORDINÁRIA. INMETRO. DESCONSTITUIÇÃO DE AUTOS DE INFRAÇÃO. MULTA ADMINISTRATIVA. COMÉRCIO DE PRODUTOS REPROVADOS EM EXAME PERICIAL QUANTITATIVO, NO CRITÉRIO INDIVIDUAL. LEGALIDADE DA AUTUAÇÃO. SUBSTITUIÇÃO DA PENA DE MULTA POR ADVERTÊNCIA. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE CULPA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. A autora/apelante alega ser parte ilegítima para figurar no pólo passivo da demanda, porquanto não fabrica os produtos tidos como irregulares, mas apenas distribui os mesmos. Contudo, não prospera a pretensão da recorrente, tendo em vista que os atos de comercialização e fabricação dos produtos constituem infrações diversas, com responsáveis distintos. As causas da autuação administrativa já foram decididas conforme documento de fiscalização elaborado pelo INMETRO, que não merece descrédito, visto se tratar de uma Autarquia Federal, possuindo em seus atos presunção de validade. Compulsando os autos, verifica-se que a exigência da multa tem lastro em prévia autuação da requerente, não tendo sido demonstrada a preterição de formalidades legais ou a supressão do direito de defesa na via administrativa. Não há dispositivo legal que preceitue a aplicação sucessiva das penas por infração aos dispositivos da Lei 9.933/99 e às normas baixadas pelo CONMETRO, de molde a dar precedência à penalidade de advertência. O caso em tela trata de responsabilidade objetiva, ou seja, estando comprovada a prática do ilícito administrativo, a multa se torna devida independentemente da ocorrência de culpa ou dolo do infrator. (AC 2005.71.02.008273-5/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 03.04.2007, D.E. 02.05.2007) 34 - ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. INMETRO. REPROVAÇÃO NO CRITÉRIO DE CONTEÚDO DA EMBALAGEM. PROCESSO ADMINISTRATIVO. MOTIVAÇÃO. VALOR DA MULTA. PROPORCIONALIDADE. 1. Segundo a letra d do parágrafo único do art. 2º da Lei da Ação Popular, a motivação é a explanação da matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato administrativo. Estando as decisões do processo administrativo instaurado contra a impetrante devidamente motivadas, afasta-se a alegação de nulidade. 2. O valor da multa imposta, trinta mil reais, mostra-se razoável no que diz com a gravidade da infração apurada e o porte da empresa, razão pela qual vai mantido. 3. Sem honorários, na forma da Súmula 105 do STJ. (AMS 2004.71.00.039199-0/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 30.05.2007) 35 - ADMINISTRATIVO. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. ESTÁGIO SUPERVISIONADO. EXAME DE ORDEM. Impetrante que se bacharelou Direito depois de ter concluído com aproveitamento as disciplinas de estágio e de prática profissional, sob a supervisão da Ordem dos Advogados do Brasil, está amparado pelo direito adquirido à inscrição no quadro de advogados dessa entidade com base na alternativa desse estágio em relação ao Exame de Ordem, sendo

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irrelevante a circunstância de, até sua aposentadoria, estar incompatibilizado com o exercício profissional em razão do exercício do cargo de agente de polícia federal. (AMS 2006.72.00.005100-4/SC, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 14.05.2007) 36 - ADMINISTRATIVO. PIS/PASEP. DEPÓSITO. CORREÇÃO PELO IPC DE JAN/89 E ABR/90. PRESCRIÇÃO. 1. Legitimidade passiva da União Federal, visto ser a entidade responsável pela administração das contribuições para o PIS/PASEP. 2. As contribuições para o PIS/PASEP por não serem contribuições de natureza tributária nem previdenciária, e sim sociais, não estão sujeitas aos prazos de decadência e de prescrição previstos no CTN. Prescrição trintenária. 3. O Superior Tribunal de Justiça firmou posicionamento de que aos rendimentos das contas do PIS/PASEP aplica-se por simetria, o mesmo critério de atualização monetária das contas do FGTS nos percentuais de 42,72% (jan/89) e 44,80% (abr/90). 4. Verba honorária fixada em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 21 do CPC, que regula a sucumbência recíproca. 5. Apelação provida. (AC 2006.71.13.002452-7/RS, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 24.04.2007, D.E. 09.05.2007) 37 - ADMINISTRATIVO. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. EMBARGO À EXPLORAÇÃO DE SAIBRO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. DEMORA NA DECISÃO. DIREITO FUNDAMENTAL À RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DA LICENÇA AMBIENTAL. 1. A Lei n. 9.874/99, que regula o processo administrativo no âmbito federal, dispôs, em seu art. 49, um prazo de trinta dias para a Administração decidir, prazo esse prorrogável por igual período mediante motivação expressa. 2. A inércia do Ibama em efetuar o julgamento da defesa prévia, apresentada pelo impetrante há um ano atrás, fere o direito fundamental à razoável duração do processo e à celeridade de sua tramitação. 3. A licença ambiental expedida pela Fundação do Meio Ambiente - FATMA goza de presunção de legitimidade. (AMS 2006.72.00.003920-0/SC, Rel. Juiz Federal MÁRCIO ANTÔNIO ROCHA, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 21.05.2007) 38 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCESSÃO DE SERVIÇO DE RADIO DIFUSÃO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. 1. Mesmo em se caracterizando a demora da Administração na apreciação do procedimento administrativo, não pode o Judiciário chancelar a instalação de uma rádio sem a aferição dos aspectos técnicos de funcionamento, sob pena de restar desprezada a legislação infraconstitucional - Lei 9.612/98, arts. 2º, 6º, 9º, 10 e 24, normas que se referem especificamente às rádios comunitárias, sem abrir mão do controle estatal quanto ao funcionamento. 2. Nenhuma emissora de rádio pode funcionar sem autorização do poder público. 3. De outra parte, a legislação regente da matéria não fixa prazo determinado para a instrução e conclusão do procedimento administrativo respectivo, o que não significa, entretanto, possa a autoridade postergar a sua prática indefinidamente, frustrando o exercício do direito.

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4. O transcurso de mais de doze meses revela-se demasiado, a despeito da demanda de outras entidades interessadas no serviço, bem como do excessivo número de processos submetidos à apreciação da ANATEL, sendo o prazo decorrido mais do que suficiente ao implemento das providências pertinentes. 5. A jurisprudência do Colendo STJ caminha pacificamente para o deferimento do benefício da assistência judiciária gratuita às pessoas jurídicas sem fins lucrativos. (AG 2006.04.00.038532-5/RS, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 39 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. EMISSORAS DE RADIODIFUSÃO. RETRANSMISSÃO DO PROGRAMA "A VOZ DO BRASIL". OBRIGATORIEDADE. A imposição de retransmissão do Programa "A Voz do Brasil", gerado em cadeia nacional obrigatória pelo órgão governamental competente, não significa barreira ou embaraço à liberdade de comunicação, mas prestação de serviço de interesse público, razão pela qual segue a agravada obrigada a integrar a cadeia de retransmissão do programa oficial de informações. (AG 2006.04.00.034995-3/SC, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 20.03.2007, D.E. 09.05.2007) 40 - ADMINISTRATIVO. RADIO-EMISSORA. TRANSMISSÃO. PROGRAMA "A VOZ DO BRASIL". HORÁRIO ALTERNATIVO. . Tratando-se de ação de natureza declaratória, não há que se falar em prescrição. . Mantida a sentença que assegurou à autora a faculdade de retransmitir o programa obrigatório "A Voz do Brasil" em qualquer horário de sua programação normal, dentro do mesmo dia de sua competência. . Sucumbência mantida, fixada na esteira dos precedentes da Turma. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação e remessa oficial improvidas. (AC 2006.72.04.000300-8/SC, Rel. Juiz Federal LORACI FLORES DE LIMA, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 13.03.2007, D.E. 02.05.2007) 41 - ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO SOB A ÉGIDE DA LEI N° 1.711/52. PENSÃO. PERCEPÇÃO CUMULATIVA DA VANTAGEM DO ARTIGO 184 DA LEI N° 1.711/52 E DOS QUINTOS INCORPORADOS. INVIABILIDADE. . Aos proventos de aposentadoria é aplicável a legislação vigente à época em que foram implementados os requisitos para a inatividade. . Na aposentadoria concedida na vigência da Lei n° 1.711/52, eram garantidas aos servidores públicos federais as vantagens dos seus artigos 180 e 184. Com a edição da Lei n° 6.732, de 4 de dezembro de 1979, que instituiu a incorporação de quintos, houve vedação expressa em seu artigo 5°, da percepção dos quintos incorporados, na hipótese de ter o servidor optado pelas vantagens dos artigos 180 ou 184 da Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 1952. . Sucumbência mantida, fixada na esteira dos precedentes da Turma. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação improvida. (AC 2001.71.00.001753-7/RS, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 03.04.2007, D.E. 02.05.2007)

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42 - MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL COM BASE EM DECISÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. AUTORIDADE COATORA. PRESIDENTE. CUMULAÇÃO DE VANTAGENS. ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. DECADÊNCIA DO DIREITO DE REVISÃO DA APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE DE EXERCÍCIO DO DIREITO DE OPÇÃO PELO SERVIDOR JUBILADO. 1. A autoridade coatora é aquela que praticou ou deixou de praticar ato administrativo, sendo ela que poderá dar efetividade a eventual decisão judicial favorável ao impetrante. Indeferido o pedido pela Presidente desta Corte Regional Federal, fulcrado em que o Tribunal de Contas da União considerou ilegal o ato concessório da aposentadoria, tal circunstância não tem o condão de atrair o TCU para o pólo passivo do mandamus, pois o ato impugnado não pertence à esfera das suas atribuições. In casu, a competência do Tribunal de Contas da União está limitada à análise dos aspectos jurídicos do ato concessivo da aposentação de servidor público federal. No caso em tela, embora a decisão do TCU tenha aplicação cogente pelo órgão administrativo, tal não afasta a noção de autoridade coatora antes referida, porquanto não há que se interpretar o conceito conforme a origem legal que motivou a prática do ato administrativo. 2. À luz do art. 54 da Lei 9.784/99, o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Cuida a norma de resguardar direitos já consagrados frente à administração pública que, a despeito de uma aventada nulidade, estará proibida de restaurar a situação jurídica originária, em homenagem ao principio da segurança jurídica. Deveras, não só as leis passaram por reformulações, mas o próprio Estado e as formas de relacionamento com os seus administrados ganhou nova roupagem. Conceitos de direito administrativo que até pouco tempo mostravam-se intocáveis - como, por exemplo, a insindicabilidade dos atos discricionários pelo Poder Judiciário -, deixaram de ser encarados como dogmas e receberam novas interpretações. Assim, se o ato de aposentadoria do impetrante foi publicado em 16.08.94 e a decisão do TCU que analisou a legalidade data de 30.03.2004, ocorreu a caducidade do direito à revisão de alegada irregularidade no cálculo dos proventos. 3. Não obstante ter ocorrido a decadência, verifica-se que o impetrante postula o direito à opção prevista no art. 6º da MP 1.042, de 29 de junho de 1995, e art. 14 da Lei 9.421, de 26 de dezembro de 1996, com a integração das vantagens aos proventos de aposentadoria, como previsto nos arts. 15 e 16, ou seja, se a partir desta última lei não for mais admitida a acumulação integral da GRG com os quintos, então a pretensão do impetrante é de continuar recebendo a remuneração do seu cargo efetivo mais 70% do valor da FC. Isso porque o cálculo original dos proventos da aposentadoria (GRG + quintos) já foi revisto pela Administração, que passou a pagar os proventos conforme a Lei 9.421/96 (cargo efetivo + 70% da FC) e foi esta parcela, referente à opção da função comissionada, que foi suprimida pela Seção Judiciária do Paraná a partir de 13.05.2004. Impetrado o mandado de segurança contra a decisão da Presidência desta Corte, que indeferiu o pedido de retificação da aposentadoria para que fosse incluída a referida opção, proferida em 04.10.2004, cumpre examinar o mérito do pedido, uma vez que desde a última alteração havida nos proventos não se consubstanciou o prazo decadencial. O impetrante foi aposentado em 16.08.1994 e desde março de 1989 tinha incorporado 5/5 de DAI (fl. 62); por isso recebia a GRG integral e mais a parcela dos 5/5 incorporados. Em 24.12.1996, sobreveio a Lei 9.421 que criou as carreiras dos servidores do Poder Judiciário e fixou os valores de sua remuneração, transformando as Gratificações de Representação de Gabinete (GRG), e os cargos de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) em Funções Comissionadas (FC). Ao interpretar a nova sistemática de remuneração, o TCU entendeu que os servidores aposentados do Poder Judiciário que

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percebiam a função gratificada acumulada com os quintos, com base no Enunciado nº 224 da Súmula da Jurisprudência do TCU, somente podem continuar a acumular tais vantagens se tiverem optado, conforme previsto no art. 22 daquela Lei, por não estar submetidos ao novo regime instituído, passando a compor quadro em extinção. Mediante a Decisão nº 645/2003-TCU-Plenário, foi feita determinação a todos os órgãos do Poder Judiciário para que façam cessar o pagamento cumulativo da função comissionada com os quintos incorporados com fundamento no art. 2º da Lei 6.732/79, a partir da edição da Lei 9.421/96, exceto aos servidores aposentados que fizeram a opção de não serem incluídos no regime da Lei nº 9.421/96, conforme facultado pelo art. 22 dessa norma. Com base em tal entendimento foi indeferida a inclusão da opção aos proventos da aposentadoria. Ocorre que o ato que retirou a parcela referente à opção, praticado alegadamente em cumprimento à decisão do TCU, não pode subsistir, porque extrapolou esta última, apartando-se, por isso mesmo, da motivação a que se vinculara. Deveras, de acordo com o TCU, só perderia o direito à acumulação citada o servidor que, no prazo de trinta dias, expressamente manifestasse o desejo de não ser incluído no novo Plano de Cargos e Salários, conforme a previsão do art. 22 da Lei 9.421/96. Se o impetrante não fez qualquer ressalva a tal respeito, foi submetido àquele diploma legislativo, mais precisamente às letras dos seus artigos 14 e 15. Embora revogado o art. 14 pela Lei 10.475, de 27 de junho de 2002, a possibilidade de opção foi mantida por esta última (art. 5º). Resulta daí a conclusão de que assiste direito ao servidor à percepção da parcela corresponde à opção pela remuneração do cargo efetivo, em primeiro lugar porque a lei assim o prevê e, em segundo lugar, porque divorciado o ato administrativo dos motivos que o determinaram, já que a invocada decisão do TCU não acarreta a ilação de que a parcela remuneratória em comento devesse ser excluída dos proventos. (MS 2004.04.01.054539-0/RS, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, CORTE ESPECIAL, maioria, julg. em 22.03.2007, D.E. 04.05.2007) 43 - ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. OFICIAL DE JUSTIÇA-AVALIADOR. PERCEPÇÃO DA FC 44 – EXECUTANTE DE MANDADOS. FUNÇÃO INERENTE AO CARGO. . Os ocupantes do cargo de Oficial de Justiça-Avaliador, atualmente denominado Analista Judiciário, Especialidade Execução de Mandados, recebem a respectiva FC 05 - Executante de mandados, em vista das condições especiais da atividade que exercem. . Tratando-se de uma gratificação inerente ao cargo propriamente dito, não há como ser suprimida se as peculiaridades do trabalho desenvolvido permanecem sendo as mesmas. . A Lei 9.421/96 possibilitou aos servidores optarem em permanecer no cargo com a nomenclatura para o qual fizeram o respectivo concurso. Assim, transpostos para o novo plano de cargos e salários não há como manter a denominação original do cargo de Oficial de justiça -avaliador. . Inversão da sucumbência, que é fixada na esteira dos precedentes da Turma. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação parcialmente provida. (AC 2003.71.00.077983-5/RS, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 02.05.2007) 44 - ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. PENSÃO POR MORTE. DIFERENÇA, ART. 217 DA LEI Nº 8.112/90. EFEITOS. Provimento dos embargos infringentes. (EIAC 2002.71.00.011599-0/RS, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 2ªS./TRF4, maioria, julg. em 10.05.2007, D.E. 16.05.2007)

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45 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. PRORROGAÇÃO DE AFASTAMENTO DA FUNÇÃO DE MAGISTÉRIO JUNTO À UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PARA CONCLUSÃO DE DOUTORADO NO EXTERIOR. POSSIBILIDADE. Conquanto previsto no Estatuto do Servidor Público Federal (Lei 8.112/90) que é de quatro anos o prazo de afastamento para cursar doutorado no exterior, a situação excepcional do caso concreto recomenda a ampliação, feito o sopesamento dos interesses em conflito. Comprovado que apesar da intensa atividade no período legal, ainda seria necessário mais algum tempo, não se configura razoável a interrupção dos estudos em avançado estágio. Demais, a instituição de ensino só tem a ganhar com a conclusão do curso pela demandante, porquanto irá qualificar ainda mais seu corpo docente, garantindo a manutenção da sua característica excelência na prestação do ensino público. (AG 2006.04.00.038636-6/RS, Rel. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 10.04.2007, D.E. 02.05.2007) 46 - ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS. PRESCRIÇÃO. SÚMULA 85 DO STJ. VENCIMENTOS. PLANO REAL. CONVERSÃO. URVs. MEDIDA PROVISÓRIA N° 434/94. LEI 8.880/94. DIFERENÇAS REMUNERATÓRIAS. ACORDO COLETIVO. MATÉRIA DIVERSA. PAGAMENTO. DIA DO MÊS. . Preliminar de prescrição rejeitada. . Na esteira de precedentes desta Casa, do E. STJ e da Corte Suprema, não cuidou o Plano Real, através da MP 434/94, de mudança na política salarial, restringindo-se à mera "reforma monetária", ao determinar em seu art. 21 a forma de conversão do valor dos vencimentos em URVs. . Deveria ser tomado o valor nominal dos vencimentos, vigente em cada um dos meses, considerado o dia de pagamento e não o último de cada mês. . Redução nominal e real de parcela já integrada ao patrimônio jurídico dos servidores, que recebem vencimentos no último dia do mês de competência (dia 20) e não do mês de calendário (dia 30), implicando o estabelecimento de um mês de quarenta dias apenas para permitir a redução impugnada. . Não se pode confundir perda nominal de vencimento e sua reposição com posterior aumento real - se houvesse - por força do PCS, pois as parcelas possuem natureza jurídica diversa e não são compensáveis, pelo simples fato de que aquilo que se perde e é restabelecido não pode ser deduzido quando se trata de fixação de aumento geral. . Ação julgada procedente. Diferenças reconhecidas. Juros de mora de 1% ao mês a partir da citação e correção monetária desde o vencimento de cada parcela, pelo INPC, face à natureza alimentar das mesmas. Precedentes do STJ. . Invertidos os ônus da sucumbência, fixados em 10% sobre o valor da condenação, na esteira dos precedentes da Turma. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação provida. (AC 2004.70.00.022548-0/PR, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, maioria, julg. em 13.02.2007, D.E. 23.05.2007) 47 - ADMINISTRATIVO. FINANCIAMENTO HABITACIONAL. SFH. SENTENÇA EXTRA PETITA. ATO JURÍDICO PERFEITO. PACTA SUNT SERVANDA.CLÁUSULA REBUS SIC STANTIBUS. TABELA PRICE. AMORTIZAÇÕES NEGATIVAS ANATOCISMO. SALDO DEVEDOR. ÍNDICE DA POUPANÇA. PES. TAXA DE SEGURO. LIMITE ANUAL DE JUROS. COMPENSAÇÃO.

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RESTITUIÇÃO. COEFICIENTE DE EQUIPARAÇÃO SALARIAL. IPC DE MARÇO DE 1990. Não há decisão extra ou ultra petita quando o juiz examina o pedido e, ante a impossibilidade de o mutuário precisar a razão da onerosidade excessiva, por se tratar de sistema de amortização decorrente de fórmulas matemáticas de difícil compreensão, aplica o direito com fundamentos diversos dos fornecidos pela parte autora, determinando a revisão contratual expressamente requerida na exordial. O princípio do ato jurídico perfeito bem como o pacta sunt servanda não é absoluto nas causas referentes ao SFH, haja vista a ocorrência de abusividade ou onerosidade indevida nos contratos de financiamento habitacional, e em virtude de inobservância dos preceitos inerentes à lei de regência, não afastando assim a teoria cláusula rebus sic stantibus. Deve, pois, o julgador diante das distorções verificadas, interpretar a lei e aplicá-la na relação jurídica pactuada entre as partes. Constatada a ocorrência, no decurso do contrato em exame, de amortizações negativas, deve ser mantida a condenação de exclusão da cobrança de juros sobre juros, vedando-se a incorporação, ao montante principal da dívida, dos valores que, a este título, deixaram de ser pagos e assegurando-se, em decorrência do direito essencial de todo devedor ao pagamento da dívida e, especialmente no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação, com fulcro nas Leis nº 4.380/64 e 8.692/93, que os valores pagos pelos mutuários sejam destinados, prioritariamente, à quitação dos acessórios, parcela de amortização e, por último, dos juros. Uma vez realizada a revisão do contrato nos termos em que ora assegurada, as diferenças pagas a maior pelos mutuários, apuráveis em liquidação de sentença, devem ser computadas, desde a data do efetivo pagamento, na amortização da dívida, admitindo-se a restituição em espécie de tais valores somente após a liquidação total da dívida. Em se tratando de discussão sobre taxa de seguro, é o agente financeiro - que surge perante o público na qualidade de estipulante e real contratante (REsp 67.237/MG, Rel. Min. Fontes de Alencar, RSTJ 107/247) - parte passiva legítima para responder por respectivas questões, razão pela qual não se reconhece a existência de litisconsorte passivo necessário da seguradora. O Plano de Equivalência Salarial destina-se, exclusivamente, a regrar a forma de reajustamento das prestações, sendo inaplicável como critério de reajuste do saldo devedor. Não implica acréscimo do valor da dívida o sistema de amortização da Tabela Price em que o saldo devedor é atualizado antes da dedução do valor da prestação. Tendo em vista que, em regra geral, as taxas de seguro submetem-se ao mesmo critério de reajustamento dos encargos mensais, o reconhecimento de inobservância deste implica direito ao recálculo, também, dos valores cobrados a título de seguro. Muito embora a partir da edição da MP 1.671, de 24.06.98, tenha sido autorizada a contratação de seguro em apólice diferente do Seguro Habitacional do Sistema Financeiro da Habitação, esta faculdade foi destinada não aos mutuários, mas aos agentes financeiros do SFH. Não havendo prova da má-fé do agente mutuante, descabe cogitar em devolução de valores em dobro. Até o advento da Lei nº 8.692/93, a taxa máxima de juros legalmente permitida para contratos do Sistema Financeiro da Habitação era de 10% ao ano. Independente de previsão contratual, é legal a cobrança do Coeficiente de Equiparação Salarial - CES no cálculo da integralidade do encargo mensal, mesmo antes do advento da Lei nº 8.692/93, incidindo inclusive sobre o prêmio de seguro. Correta a aplicação pela CEF do IPC de 84,32% (AC 2002.72.00.012002-1/SC, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 4ªT./TRF4, maioria, julg. em 28.03.2007, D.E. 07.05.2007) 48 - ADMINISTRATIVO. CONTRATO BANCÁRIO. SFH. IPC DE MARÇO DE 1990. JUROS. TABELA PRICE. ANATOCISMO. SUCUMBÊNCIA. 1. A jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça ampara o entendimento no sentido da inviabilidade da Tabela Price aos contratos habitacionais. Em sede de recurso especial, a

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Terceira Turma daquela Corte homenageou o entendimento defendido pelo erudito Desembargador ADÃO SÉRGIO CASSIANO DO NASCIMENTO, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, adotado pelo Des. Federal Luiz Carlos de Castro Lugon (REsp 668.795/RS, Relator o Ministro JOSÉ DELGADO). Em face do entendimento do STJ, de que há efetiva cobrança de juros capitalizados ou compostos quando utilizada a Tabela PRICE, reposicionado o meu voto na matéria, acompanho na integralidade os fundamentos já adotados nesta Corte Regional da Quarta Região pelo Des. Federal Luiz Carlos de Castro Lugon, para afastar a capitalização dos juros existente com a aplicação da Tabela Price. 2. Uma vez estabelecido o BTN como critério de reajustamento da poupança em abril de 1990, cujos recursos existentes até a data da Medida Provisória nº 168, de 16 de março de 1990, que se converteu na Lei nº 8.024, de 12 de abril de 1990 (Plano Collor), serviram como fonte dos contratos de financiamento até então celebrados, o mesmo índice deve servir para a atualização do saldo financiado dos contratos de mútuo celebrados no âmbito do SFH. (AC 2003.70.01.011970-2/PR, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 02.05.2007) 49 - ADMINISTRATIVO. AÇÃO CONSIGNATÓRIA. SFH. MÚTUO HABITACIONAL. PES/PCR. COMPLEMENTAÇÃO DOS DEPÓSITOS. PRECEDENTES. 1. Demonstrado nos autos a redução da renda familiar dos mutuários, cabe assegurar-lhes o direito de revisar o contrato conforme o limite percentual de comprometimento de renda estabelecido no contrato. 2. Com a edição da Lei 8.951, de dezembro de 1994, a disciplina da Consignação em Pagamento sofreu alterações. A lei concedeu uma duplicidade eficacial à sentença: a liberação que o autor veio buscar no processo, hipótese em que ficará exonerado nos limites do valor depositado e levantado pelo credor, na forma do art. 899, § 1º, gerando título executivo a favor do réu pelo montante devido. 3. Reconhecido aos autores o direito de complementar os depósitos, mediante o pagamento da diferença constatada entre a importância depositada e os valores devidos, durante a fase de liquidação da sentença. Precedentes: STJ, REsp 76650, Relator Ministro Demócrito Reinaldo, DJU de 19.05.97. 4. Apelação parcialmente provida. (AC 2002.71.00.000725-1/RS, Rel. Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 16.05.2007) 50 - ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TELEFONIA. REGIÃO METROPOLITANA. TARIFA INTERURBANA COBRADA EM RELAÇÃO A LIGAÇÕES INTERMUNICIPAIS CONURBADAS. A prática de tarifas diferenciadas nas ligações de telefonia fixa, entre terminais situados em municípios conurbados, notadamente dentro de uma mesma Região Metropolitana, vai de encontro ao princípio da isonomia. A utilização de padrões técnicos, ainda que ditada por conveniências econômico-financeiras, deve também observar coerência com as realidades geográfica e social, de modo a evitar situações de flagrante desigualdade. Direito dos autores à repetição simples dos valores cobrados a mais. (AC 2004.71.00.027121-2/RS, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 4ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 14.05.2007)

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Direito Previdenciário 01 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. ATIVIDADE EXCLUSIVA DE MAGISTÉRIO. ENSINO FUNDAMENTAL. REGRA ESPECIAL. ARTIGO 201, § 8º, CF. ARTIGO 56 DA LEI 8.213/91. REQUISITOS. CONCESSÃO. CONSECTÁRIOS. 1. Na redação original do art. 202 da CF, o professor e a professora tinham, genericamente, direito à aposentadoria após trinta e vinte e cinco anos de efetivo exercício de magistério, respectivamente. 2. Com a Emenda Constitucional n. 20/98, o professor de ensino superior perdeu o direito à aposentadoria privilegiada, ressalvada a regra de transição constante do art. 9º, § 2º, da EC, enquanto o professor e a professora exercentes da função de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio mantiveram o direito à inativação especial, hoje consagrada no art. 201, § 8º, do Texto Maior. 3. Presente o tempo de serviço necessário, bem como a carência mínima para a concessão da aposentadoria por tempo de serviço especial de professora, impõe-se a outorga do benefício. 4. Mantidos os índices fixados na sentença. 5. Os juros moratórios devem ser fixados à taxa de 1% ao mês, a contar da citação, por se tratar de verba de caráter alimentar, na forma dos Enunciados das Súmulas nº 204 do STJ e 03 do TRF da 4ª Região e precedentes do Superior Tribunal de Justiça (ERESP nº 207992/CE, Relator Ministro Jorge Scartezzini, DJU de 04.02.2002, seção I, p. 287). 6. Os honorários advocatícios a serem suportados pela Autarquia devem ser mantidos em 10%, mas incidindo tão-somente sobre as parcelas vencidas até a data da prolação da sentença, consoante a Súmula nº 76 deste TRF, excluídas as parcelas vincendas, na forma da Súmula nº 111 do STJ, conforme entendimento pacificado na Seção Previdenciária deste Tribunal (Embargos Infringentes em AC nº 2000.70.08.000414-5, Relatora Desembargadora Federal Virgínia Scheibe, DJU de 17.05.2002, p. 478-498) e no Superior Tribunal de Justiça (EREsp nº 202291/SP, 3ª Seção, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, DJU de 11.09.2000, Seção I, p. 220). 7. No Foro Federal, é a Autarquia isenta do pagamento de custas processuais, a teor do disposto no art. 4º da Lei nº 9.289, de 04.07.1996, sequer adiantadas pela parte autora em razão da concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita. 8. Apelação improvida. Remessa oficial improvida. (AC 2004.72.10.000037-0/SC, Rel. Des. Federal LUÍS ALBERTO D’AZEVEDO AURVALLE, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 18.04.2007, D.E. 04.05.2007) 02 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. REQUISITOS. ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. BÓIA-FRIA. PERCEPÇÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO POR MEMBRO DA FAMÍLIA. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. VERBA HONORÁRIA. TUTELA ANTECIPADA. 1. O tempo de serviço rural pode ser comprovado mediante a produção de prova material suficiente, ainda que inicial, complementada por prova testemunhal idônea. 2. Em se tratando de trabalhador rural "bóia-fria", a exigência de início de prova material para efeito de comprovação do exercício da atividade agrícola deve ser interpretada com temperamento, podendo, inclusive, ser dispensada em casos extremos, em razão da informalidade com que é exercida a profissão e a dificuldade de comprovar documentalmente o exercício da atividade rural nessas condições. Precedentes do STJ. 3. Os fatos de o marido da autora ter sido aposentado pela área urbana e, com o seu falecimento, vir a demandante a receber o benefício de pensão por morte não constituem óbices, no caso, ao deferimento de sua aposentação, tendo em vista o ínfimo valor daqueles

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benefícios, que não afasta a necessidade do trabalho rural para a sua subsistência, ao menos de uma maneira digna. 4. Implementado o requisito etário (55 anos de idade para mulher e 60 anos para homem) e comprovado o exercício da atividade agrícola no período correspondente à carência (art. 142 da Lei n. 8.213/91), é devido o benefício de aposentadoria por idade rural. 5. A atualização monetária, a partir de maio de 1996, deve-se dar pelo IGP-DI, de acordo com o art. 10 da Lei nº 9.711/98, combinado com o art. 20, §§5º e 6º, da Lei nº 8.880/94, incidindo a contar do vencimento de cada prestação. 6. Os juros de mora devem ser fixados à taxa de 1% ao mês, a contar da citação, com base no art. 3º do Decreto-Lei nº 2.322/87, aplicável analogicamente aos benefícios pagos com atraso, tendo em vista o seu caráter eminentemente alimentar. Precedentes do STJ e Súmula 75 desta Corte. 7. Os honorários advocatícios devem ser fixados em 10% sobre o valor das parcelas vencidas até a data da sentença, a teor das Súmulas 111 do STJ e 76 desta Corte. 8. Preenchidos os requisitos exigidos pelo art. 273 do CPC - verossimilhança do direito alegado e fundado receio de dano irreparável - deve ser mantida a antecipação dos efeitos da tutela. (AC 2006.70.99.000748-4/PR, Rel. Des. Federal CELSO KIPPER, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 31.05.2007) 03 - PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS INFRINGENTES. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE ESPECIAL. ESSÊNCIA DA ATIVIDADE. LAUDO TÉCNICO. INSALUBRIDADE RECONHECIDA. 1. Nos casos de aposentadoria especial, o enquadramento das atividades por agentes nocivos deve ser feito conforme a legislação vigente à época da prestação laboral, e sua prova depende da regra incidente em cada período. 2. Desnecessário que o agente nocivo seja da essência da atividade para o enquadramento do labor como especial. 3. Comprovando o formulário emitido pela Empresa, bem como o laudo pericial, o desenvolvimento da atividade sob os efeitos de agente insalubre, é possível o reconhecimento da especialidade do trabalho prestado. Precedentes do STJ. 4. Embargos infringentes improvidos. (EIAC 2001.04.01.026523-9/PR, Rel. Des. Federal LUÍS ALBERTO D’AZEVEDO AURVALLE, 3ªS./TRF4, maioria, julg. em 10.05.2007, D.E. 16.05.2007) 04 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO RURAL - AUSÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES - IMPOSSIBILIDADE. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. 1. Para a concessão da aposentadoria por tempo de serviço rural, faz-se necessário o recolhimento das contribuições previdenciárias para efeito de carência, não sendo válido para tal fim os recolhimentos referentes à comercialização da produção (art. 39, II, c/c art. 142 da Lei nº 8.213/91). 2. Sendo a causa de pedir baseada exclusivamente no exercício da atividade rural, em regime de economia familiar, é viável a análise da possibilidade da concessão da aposentadoria por idade rural à parte autora. 3. O pedido de aposentadoria rural por idade, para ser deferido, deve atender os requisitos previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º, e 142 da Lei nº 8.213/91. (AC 2002.04.01.023700-5/RS, Rel. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 24.05.2007)

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05 - PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE URBANA. SENTENÇA TRABALHISTA. AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL. NÃO IMPLEMENTO DOS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA. 1. O tempo de serviço urbano para fins previdenciários pode ser demonstrado através de início de prova material, desde que complementado por prova testemunhal idônea. 2. A decisão proferida na Justiça do Trabalho reconhecendo tempo de serviço de ex-empregado não tem valor como prova material se a reclamatória é ajuizada muito após a cessação do pacto laboral, quando a prescrição já alcançara os direitos trabalhistas, visando, exclusivamente, produzir efeitos perante o INSS. 3. A sentença trabalhista fundamentada unicamente no depoimento do autor e do reclamado, ou na revelia, não se presta como início de prova material, assim como a documentação produzida posteriormente, em decorrência desta decisão. 4. Não implementados os requisitos de tempo de serviço e carência, não há direito à aposentadoria. (AC 2001.70.11.000144-3/PR, Rel. Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 15.05.2007) 06 - PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. DESCONTO IRREGULAR. EMPRÉSTIMO NÃO FORMALIZADO. 1. Não tendo sido formalizado pela segurada o contrato de empréstimo em consignação, mostra-se ilegal o desconto incidente sobre o benefício previdenciário da impetrante. 2. A devolução dos valores já descontados do benefício previdenciário deverá ser buscada através dos meios adequados, posto que o mandado de segurança não se presta para tal fim. (AG 2006.71.17.000856-9/RS, Rel. Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 25.05.2007) 07 - MANDADO DE SEGURANÇA. CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. PERÍODO FRACIONADO. POSSIBILIDADE. ART. 130, § 10, DO DECRETO 3.048/99, NA REDAÇÃO QUE LHE CONFERIU O DECRETO 3.368/2000. LAPSOS CONCOMITANTES. AUSÊNCIA. Não há óbice à expedição de Certidão de Tempo de Contribuição fracionado, a teor do artigo 130, § 10º, do Decreto 3.048/99, na redação que lhe deu o Decreto 3.368/2000, mormente se comprovado que o impetrante, embora já jubilado em regime próprio de previdência, mediante a via da contagem recíproca, para tanto não se utilizou, nessa ocasião, de todos os interregnos de vinculação mantidos com o RGPS, é dizer, não pretende aproveitar intervalos concomitantes. Precedentes. (AMS 2005.71.08.005984-5/RS, Rel. Des. Federal VICTOR LUIZ DOS SANTOS LAUS, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 07.03.2007, D.E. 18.05.2007) 08 - PREVIDENCIÁRIO. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. ALVARÁ JUDICIAL PARA LEVANTAMENTO DE VALOR NÃO RECEBIDO EM VIDA POR SEGURADO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. A Justiça Estadual é competente para apreciar e julgar o pedido de Alvará Judicial visando o levantamento de valores oriundos de benefício previdenciário não recebidos em vida por segurado falecido (Precedentes do STJ). (QUOAC 2001.04.01.026112-0/PR, Rel. Juíza Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 11.04.2007, D.E. 15.05.2007)

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09 - QUESTÃO DE ORDEM. PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PEDIDO ALTERNATIVO DE LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. LEI 8.112/90. REGIME ESTATUTÁRIO. NATUREZA DA AÇÃO. OBJETO DO PEDIDO. CRITÉRIOS CUJA MESCLA DEFINEM O COLEGIADO COMPETENTE. JURISDIÇÃO AFETA À SEGUNDA SEÇÃO. 1. Se a finalidade precípua da ação define a competência jurisdicional, sendo desinfluente o ramo do direito em que se subsume a controvérsia (TRF4, CC 93.04.28228-4, Pleno, Rel. Juiz Teori Albino Zavascki, DJU 05.04.2000) e se aquela, in casu, é a concessão de aposentadoria por invalidez com proventos integrais, com o reconhecimento do acidente em serviço e, alternativamente, esse benefício na sua forma comum ou, ainda, licença para tratamento de saúde, tudo com base na Lei 8.112/90 (regime estatutário), cujo processo deve ter, de um lado, a Administração Pública Federal, e de outro, um servidor de seus quadros, mostra-se configurada a natureza administrativa da causa. 2. Presentes tais pressupostos, segue que não se trata de feito relativo à Previdência Social, de modo que a matéria melhor se insere dentre aquelas afetas à Segunda Seção, sendo esse órgão o competente para a análise do litígio. (QUOAC 2004.70.01.007670-7/PR, Rel. Des. Federal VICTOR LUIZ DOS SANTOS LAUS, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 22.05.2007) 10 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO ESPECIAL PARA PORTADORES DA SÍNDROME DE TALIDOMIDA. LEI N° 7.070/82. LAUDO MÉDICO CONTRÁRIO. IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO. 1. Sendo os laudos médicos do INSS e do perito judicial, especializado em genética, no sentido de que a deficiência dos autores não é característica da Síndrome de Talidomida, não é de ser concedido o benefício de pensão previsto na Lei 7.070/82. 2. Sentença de improcedência da ação mantida. (AC 2001.04.01.081540-9/PR, Rel. Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 08.05.2007) 11 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO. REVERSÃO DA COTA-PARTE DA EX-ESPOSA EM FAVOR DA COMPANHEIRA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA NA SENTENÇA. POSSIBILIDADE. APELAÇÃO. EFEITOS. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. INCAPACIDADE POSTERIOR AO ÓBITO. 1. Em não sendo possível a imediata cessação do benefício de pensão por morte, como deferido na antecipação dos efeitos da tutela, restaria inócua tal previsão legal, cujo objetivo é, como o próprio nome direciona, antecipar o resultado final da ação, concedendo o bem da vida perseguido pela parte autora, ante a verossimilhança das alegações e o fundado receio de dano irreparável, requisitos esses comprovados no caso presente. 2. A dependência econômica deve ser anterior ao falecimento do alimentante e estar presente quando o óbito ocorrer, ainda que não exista a efetiva prestação de alimentos, formal ou informal. Eventual necessidade surgida após o óbito não gera dependência econômica. 3. Também a incapacidade da ex-esposa, decorrente de doença, posterior ao falecimento do ex-segurado, afasta o direito da agravante. 4. Agravo de instrumento improvido. (AG 2007.04.00.003306-1/SC, Rel. Juiz Federal LUIZ ANTÔNIO BONAT, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 31.05.2007)

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12 - PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. CARÊNCIA DE AÇÃO. PENSÃO POR MORTE DE PADRASTO. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVADA. 1. Ao não se manifestar na forma adequada e em momento oportuno, o INSS aceitou tacitamente a decisão que afastou a preliminar de carência da ação, devendo suportar seus efeitos em face da preclusão de seu direito de recorrer. 2. Existindo elementos suficientes à demonstração da efetiva dependência econômica da parte autora em relação ao de cujus, justifica-se o deferimento do benefício de pensão, porquanto atendida a exigência inserta no artigo 16, § 2º, da Lei nº 8.213/91. (AC 2006.72.99.001505-9/SC, Rel. Juiz Federal SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.04.2007, D.E. 11.05.2007) 13 - PENSÃO POR MORTE. HABILITAÇÃO DE NOVO DEPENDENTE. DEPENDENTES JÁ HABILITADOS. CONVOCAÇÃO. DESNECESSIDADE. Não está o órgão previdenciário obrigado à convocação dos dependentes já habilitados à pensão por morte para participarem do procedimento de habilitação de novo dependente, com o conseqüente rateio de pensão. (AMS 2002.70.03.011617-9/PR, Rel. Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTI, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 07.05.2007) 14 - PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO RETIDO. APELAÇÃO INTEMPESTIVA. NÃO-CONHECIMENTO. PENSÃO POR MORTE. INSCRIÇÃO POST MORTEM DE DEPENDENTE. POSSIBILIDADE. DECLARAÇÃO DE DEPENDENTE REGISTRADA EM CARTÓRIO. ÓBITO OCORRIDO EM DATA ANTERIOR A LEI 9.032/95. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO FATO GERADOR DO BENEFÍCIO. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. NÃO COMPROVAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA TESTEMUNHAL. REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL. CONOTAÇÃO SOCIAL DA AÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ANULAÇÃO DA SENTENÇA. DE OFÍCIO. 1. Apontada a intempestividade do apelo do autor em sede de agravo retido interposto pelo INSS, não deve ser conhecido o recurso extemporâneo. Hipótese, entretanto, em que a controvérsia posta em debate pela apelação intempestiva diz respeito à matéria de ordem pública, razão pela qual deve ser apreciada. 2. Aos benefícios previdenciários aplica-se a lei vigente à época em que foram implementados os requisitos necessários a sua concessão, que, no caso de pensionamento, é o evento morte do segurado. 3. A declaração de vontade da segurada falecida, conjugada com a prova material e testemunhal produzida nos autos, permite a inscrição post mortem do autor, sobrinho da segurada, como seu dependente designado. 4. As ações de natureza previdenciária têm nítido caráter social, em face da notória hipossuficiência daqueles que as exercitam, devendo ser relativizado o rigorismo processual no que concerne à produção da prova necessária à demonstração do direito alegado. 5. Hipótese em que o julgamento antecipado da lide acarretou enorme prejuízo ao autor, porquanto a ele não foi oportunizado demonstrar a relação de dependência econômica que mantinha com a extinta segurada, condição indispensável para percepção do benefício, devendo, pois, ser decretada a nulidade da sentença em decorrência da violação ao princípio da ampla defesa, determinando-se, por conseguinte, o retorno dos autos à primeira instância. 6. Sentença anulada, de ofício, e determinada a reabertura da instrução processual. 7. Agravo retido provido. Prejudicada a apelação do INSS. (AC 2001.04.01.011467-5/SC, Rel. Des. Federal LUÍS ALBERTO D’AZEVEDO AURVALLE, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 24.05.2007)

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15 - PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. DESCONTOS DA RENDA MENSAL DE PENSÃO. VALORES PAGOS POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL AO INSTITUIDOR DA PENSÃO. SUSTAÇÃO DOS MESMOS. Não podem ser descontados, da renda mensal de pensão por morte, valores pagos ao titular da aposentadoria que deu origem a esse benefício, por força de sentença judicial líquida, transitada em julgado e não sujeita à ação rescisória. (AMS 2006.70.00.013359-4/PR, Rel. Juiz Federal SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 31.05.2007) 16 - PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-SUPLEMENTAR. CUMULAÇÃO. IRRETROATIVIDADE DA LEI. CONSECTÁRIOS. JUROS DE MORA. 1. O benefício de auxílio-suplementar, concedido ainda sob a égide do Decreto nº 83.080/79, que foi substituído pelo auxílio-acidente a partir da entrada em vigor da Lei 8.213/91, pode ser cumulado com o benefício de aposentadoria. Inaplicável, ao caso, a vedação contida no § 2º do art. 86 da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 9.528/97, uma vez que a aposentadoria em questão foi concedida em 1996, antes, portanto, da alteração legislativa mencionada, não podendo a lei nova ser aplicada em prejuízo do segurado face ao princípio genérico da irretroatividade das leis. Precedentes do STJ. 2. Os juros moratórios são devidos à taxa de 12% ao ano, a contar da citação, na forma dos Enunciados das Súmulas nº 204 do STJ e nos 03 e 75 do TRF da 4ª Região e precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 3. Apelação da parte autora parcialmente provida. Apelação do INSS e remessa oficial improvidas. (AC 2001.71.00.033877-9/RS, Rel. Juiz Federal LUIZ ANTÔNIO BONAT, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 07.05.2007) 17 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REVISÃO DE ATO ADMINISTRATIVO. CANCELAMENTO DO BENEFÍCIO. RETORNO AO TRABALHO CONSTATADO. EXTINÇÃO DA CAUSA QUE DEU ENSEJO À CESSAÇÃO. INCAPACIDADE TOTAL E DEFINITIVA INCONTROVERSA. RESTABELECIMENTO. 1. O benefício de aposentadoria por invalidez é devido ao segurado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, enquanto permanecer nesta condição. 2. A Administração Pública tem o poder-dever de revisar seus atos administrativos, principalmente frente à possibilidade de ocorrência de fraude na concessão do benefício previdenciário. 3. O cancelamento, na espécie, deu-se após a constatação de que o beneficiário teria retornado ao trabalho, mesmo após ter-lhe sido concedida a benesse. 4. Cessada a causa que ensejou o cancelamento, faz jus o autor ao restabelecimento do benefício de aposentadoria por invalidez, desde o fim de seu vínculo empregatício, mormente se considerada a ausência de controvérsia acerca da incapacidade total e definitiva decorrente dos problemas mentais que afetam o segurado-interditado. (AC 2006.71.99.004362-4/RS, Rel. Des. Federal VICTOR LUIZ DOS SANTOS LAUS, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 25.05.2007)

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18 - PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES SOB O MESMO REGIME (RGPS). APROVEITAMENTO EM DOS PERÍODOS CONCOMITANTES PARA OBTENÇÃO DE BENEFÍCIO NO REGIME GERAL E EM REGIME PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. DECADÊNCIA. LEI 9.784/99, ART. 54. RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO. 1. O exercício de atividades concomitantes não confere ao segurado o direito à dupla contagem de tempo de serviço. 2. O que o ordenamento jurídico permite é a percepção de duas aposentadorias em regimes distintos, quando os tempos de serviço realizados em atividades concomitantes sejam computados em cada sistema de previdência, havendo a respectiva contribuição para cada um deles, e não no mesmo sistema, como no caso em apreço. 3. Entretanto, na espécie, a autarquia previdenciária decaiu do direito de rever o ato de concessão do benefício de aposentadoria do impetrante, porquanto este foi concedido em 1992 e somente em 2004, mais de cinco anos após o advento do art. 54 da Lei 9.789/99, teve início o processo de revisão, razão por que deve o benefício ser restabelecido, até porque não há prova de fraude ou má-fé. (AMS 2005.71.02.001994-6/RS, Rel. Des. Federal RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 14.02.2007, D.E. 03.05.2007)

19 - PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. RESTABELECIMENTO. INCAPACIDADE RECONHECIDA. LAUDO MÉDICO AUTARQUIA. PERÍCIA JUDICIAL. PREVALÊNCIA. O auxílio-doença é devido ao segurado que, havendo cumprido o período de carência exigido pela lei, quando for o caso, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos. Embora a perícia da autarquia previdenciária goze de presunção de legitimidade, a jurisprudência tem entendido que deve prevalecer o laudo judicial por estar mais eqüidistante dos interesses das partes envolvidas, consoante julgado desta Corte (AC nº 2003.04.01.005919-3, Sexta Turma, Relator Des. Federal Nylson Paim de Abreu, DJU 08.10.2003. Unânime). Tendo em vista o conjunto probatório dos autos, deve ser mantida a sentença que deferiu o restabelecimento do auxílio-doença ao demandante desde sua cessação (13.12.04), compensadas as parcelas pagas a título de antecipação de tutela. (AC 2007.71.99.005903-0/RS, Rel. Juíza Federal LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 31.05.2007)

20 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. PESSOA DESIGNADA E INVÁLIDA. DECRETO 83.080/79. NÃO COMPROVAÇÃO DA INVALIDEZ À ÉPOCA DO ÓBITO. APELAÇÃO IMPROVIDA. 1. Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, em matéria de concessão de pensão a legislação aplicável é aquela vigente na data do óbito. In casu, aplicam-se as orientações do Decreto nº 83.080/79. 2. São requisitos para a concessão do amparo em tela: (a) a qualidade de segurado do instituidor da pensão; (b) a dependência dos beneficiários, que na hipótese de cônjuge, filhos menores de 21 anos de idade ou inválidos é presumida (arts. 12 e 15 do Decreto 83.080/79). 3. Demonstrado por perícia judicial que a invalidez da autora ocorreu em período muito posterior à época do óbito do instituidor da pensão, não faz jus a mesma à pensão por morte, em que pese tenha percebido o benefício até a maioridade na qualidade de menor designada.

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4. Apelação improvida. (AC 2005.71.01.000494-6/RS, Rel. Des. Federal LUÍS ALBERTO D’AZEVEDO AURVALLE, Turma Suplementar/TRF4, maioria, julg. em 09.05.2007, D.E. 29.05.2007) 21 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. RESTABELECIMENTO DA RMI. SEGURADO EMPREGADO. DESCONTO DE CONTRIBUIÇÕES ATRASADAS COMO AUTÔNOMO. IMPOSSIBILIDADE. CONSECTÁRIOS. 1. Manutenção da sentença que determinou o restabelecimento da RMI do benefício de pensão por morte recebido pela autora, pois o fato de o empregado/falecido possuir contribuições em atraso, relativas à época em que o segurado era autônomo, não autoriza que o INSS, após a concessão da pensão, venha a descontar da renda mensal tais valores. 2. Consectários em conformidade com os parâmetros estabelecidos pela Terceira Seção deste Tribunal. (AC 2005.71.04.002338-4/RS, Rel. Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 18.05.2007) 22 - PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RMI. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. EX-COMBATENTE. LEI 4.297/63. REVOGADA PELA LEI 5.698/71. OBSERVÂNCIA DAS REGRAS VIGENTES NO MOMENTO DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. FUTUROS REAJUSTAMENTOS NÃO INCIDIRÃO SOBRE PARCELA EXCEDENTE A 10 VEZES O SALÁRIO MÍNIMO. CONSECTÁRIOS LEGAIS. 1. Tendo o benefício do autor, na condição de ex-combatente, sido requerido anteriormente à edição da Lei 5.698, de 31 de agosto de 1971, aplica-se o disposto na Lei 4.297/63, que permite a concessão de aposentadoria afastando quaisquer limitações, utilizando os salários-de-contribuição até o limite dos efetivos salários que perceberem. 2. A aposentadoria assegurada no art. 197, letra c, da Constituição Federal, aos ex-combatentes, submete-se, quanto ao cálculo dos proventos, aos critérios da legislação previdenciária, ressalvada a situação daqueles que, na vigência da Lei nº 4.297, de 1963, preencheram as condições nela previstas. Súmula 84/TFR. 3. A disposição constante no Decreto-Lei 66/66, que altera disposições da Lei nº 3.607/60, não é aplicável ao caso em tela, tendo em vista se tratar de norma geral que abrange todos os benefícios previdenciários, não podendo revogar norma específica, como o caso da Lei 4.297/63. 4. A Lei n° 5.698/71, que revogou a Lei n° 4.297/63, ressalvou, em seu art. 6°, o direito do ex-combatente que já tivesse preenchido os requisitos para a aposentadoria nas condições então vigentes, salientando, porém, que os futuros reajustamentos não incidirão sobre a parcela excedente a 10 vezes o valor do maior salário mínimo mensal vigente no País. 5. A atualização monetária das parcelas vencidas deverá ser feita pela OTN de março/86 a janeiro/89 (Decreto-lei nº 2.284/86), pela BTN de fevereiro/89 a fevereiro/91 (Lei nº 7.777/89), pelo INPC de março/91 a dezembro/92 (Lei nº 8.213/91), pelo IRSM de janeiro/93 a fevereiro/94 (Lei nº 8.542/92), pela URV de março a junho/94 (Lei nº 8.880/94), pelo IPC-r de julho/94 a junho/95 (Lei 8.880/94), pelo INPC de julho/95 a abril/96 (MP nº 1.058/95), e, a partir de maio/96, pelo IGP-DI (MPs nos 1.398/96, 1.415/96, 1.440/96, 1.488/96, 1.540/96, 1.620/97, 1.620-28/98 e 1.663-11/98, esta convertida na Lei nº 9.711/98), desde a data dos vencimentos de cada uma, inclusive das anteriores ao ajuizamento da ação, em consonância com os Enunciados das Súmulas nos 43 e 148 do Superior Tribunal de Justiça. 6. Juros moratórios fixados à taxa de 1% ao mês, a contar da citação, posto tratar-se de verba de caráter alimentar, na forma dos Enunciados das Súmulas nº 204 do STJ e nos 03 e 75 do

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TRF da 4ª Região e precedentes do Superior Tribunal de Justiça (ERESP nº 207992/CE, Relator Ministro Jorge Scartezzini, DJU de 04.02.2002, seção I, p. 287). 7. Honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre as parcelas vencidas até a data da prolação deste julgado, excluídas as parcelas vincendas, na forma das Súmulas nos 111 do STJ e 76 deste Tribunal. 8. Apelação provida. (AC 2003.04.01.021922-6/SC, Rel. Juiz Federal LUIZ ANTÔNIO BONAT, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 28.05.2007)

23 - ATIVIDADE ESPECIAL. INSTRUTOR DO SENAI. FUNÇÃO DE MAGISTÉRIO. O período laborado como instrutor do Senai pode ser considerado como especial, por tratar-se de atividade de efetivo exercício da função de magistério. REVISÃO DE BENEFÍCIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO INTEGRAL. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 1998. Completando o segurado 35 anos de serviço antes da Emenda Constitucional nº 20, de 1998 faz jus à majoração do percentual da aposentadoria por tempo de serviço, correspondente a 100% do salário-de-benefício. (AC 2005.70.09.001254-9/PR, Rel. Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTI, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 24.05.2007)

24 - PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. REVISÃO DE PENSÃO POR MORTE. MAIORIDADE CIVIL DE PENSIONISTA. EXTINÇÃO DO DIREITO. COTAS. REVERSÃO. POSSIBILIDADE. APLICABILIDADE DA LEI Nº 8.213/91. 1. Descabida a alteração do coeficiente de cálculo da pensão por morte já concedida, eis que prevista a reversão, nestes casos, da cota do titular cujo direito foi extinto, em favor dos demais pensionistas, nos termos do artigo 77 e §§ da Lei nº 8.213/91. 2. Apelação improvida. (AC 2006.71.17.002391-1/RS, Rel. Juiz Federal LUIZ ANTÔNIO BONAT, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 14.05.2007)

25 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. REVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL. PRETENDIDA INCORPORAÇÃO DA METADE DO AUXÍLIO-ACIDENTE QUE ERA AUFERIDO PELO ÐE CUJUS. NÃO CABIMENTO. A pensão por morte rege-se pelo ordenamento vigorante na data do evento (óbito) que a gera. Se tal ordenamento não mais prevê a incorporação, à renda mensal inicial do benefício, da metade do auxílio-acidente que era auferido pelo de cujus, não é possível determinar-se a aludida incorporação. (AC 2004.04.01.010254-6/RS, Rel. Juiz Federal SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 15.05.2007)

26 - PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. REAJUSTE DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS NA MESMA PROPORÇÃO DO AUMENTO DO TETO DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO. 1. Não há base constitucional ou legal para o pedido de reajuste dos benefícios previdenciários na mesma proporção do aumento do teto dos salários-de-contribuição. Precedentes da Corte.

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2. A preservação do valor real do benefício há de ser feita nos termos da lei, ou seja, de acordo com o critério por esta eleito para tal fim, consoante expressa autorização do legislador constituinte (art. 201, § 4º, CF/88). (AC 2005.70.09.003729-7/PR, Rel. Des. Federal CELSO KIPPER, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 31.05.2007) 27 - PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL. CONTRIBUINTE AUTÔNOMO/INDIVIDUAL. DUPLA INSCRIÇÃO. INVIABILIDADE. Sob a égide da Lei nº 8.212/91 (artigo 29, § 4º), "o segurado que exercer atividades simultâneas sujeitas a salário-base contribuirá com relação a apenas uma delas. “Tendo ocorrido, porém, a dupla inscrição, não se pode cogitar da aplicação da disciplina atinente às atividades concomitantes (artigo 32 e respectivos parágrafos da Lei nº 8.213/91). Ao invés, deverão os salários-de-contribuição relativos a tais atividades ser somados, como se tratasse de uma única inscrição, observando-se, porém, as regras para a progressão na escala de salário-base. (AC 2005.70.13.000081-4/PR, Rel. Juiz Federal SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 18.05.2007) 28 - PREVIDENCIÁRIO. ENQUADRAMENTO NA ESCALA DE SALÁRIO-BASE. REGRESSÃO. PROGRESSÃO. POSSIBILIDADE. Ao segurado sujeito à escala de salário-base em dia com o pagamento das contribuições é facultado regredir para classe menor da qual se encontra, podendo, posteriormente, retornar àquela da qual regrediu sem necessidade de cumprir os interstícios. Inteligência dos artigos 137, § 3 º, da CLPS, e 29, § 12º, da Lei 8.212/91. (AC 2000.72.05.000841-4/SC, Rel. Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 25.05.2007) 29 - AGRAVO REGIMENTAL. REVISÃO DE BENEFÍCIO. VALORES RECEBIDOS POR FORÇA DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. RESTITUIÇÃO. VERBA DE NATUREZA ALIMENTAR. DEVOLUÇÃO. NÃO-CABIMENTO. 1. Em homenagem ao princípio da fungibilidade dos recursos a peça deve ser recebida como agravo regimental, uma vez que juntada dentro do prazo legal para a interposição do mesmo. 2. Semelhante ao caso dos autos, pacificou-se na 3ª Seção desta Corte, no julgamento da AR nº 2002.04.01.049702-7/RS, a orientação de que é indevida a devolução dos valores recebidos em decorrência de decisão transitada em julgado e posteriormente rescindida, seja pelo caráter alimentar intrínseco aos benefícios previdenciários, seja pela presunção de legitimidade da decisão judicial concessória dessa vantagem. (AGRAC 2006.71.00.008617-0/RS, Rel. Des. Federal LUÍS ALBERTO D’AZEVEDO AURVALLE, Turma Suplementar/TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 18.05.2007) 30 - PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. SALÁRIO-MATERNIDADE. TETO. EC 20/98, ART. 14. ART. 7º, XVIII, CF. JUROS DE MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. 1. O E. STJ já manifestou-se no sentido de que o teto previsto na EC nº 20/98 (art. 14) não se aplica ao salário-maternidade (art. 7º, XVIII) - ADI 1946. 2. Juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação, consoante Súmulas 03 e 75 deste Tribunal. 3. A atualização monetária deve ser realizada desde o vencimento de cada parcela. (AC 2000.71.00.027929-1/RS, Rel. Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 18.05.2007)

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31 - PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO SOB O REGIME CELETISTA. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO. MUDANÇA DE REGIME JURÍDICO. SERVIDOR PÚBLICO. EXIGÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR. INAPLICABILIDADE. 1. O servidor público ex-celetista faz jus ao cômputo do tempo de serviço prestado em condições de insalubridade sob o regime anterior, na forma da legislação vigente à época da prestação do labor. 2. Inaplicável a regra do art. 40, §4º, da CF, uma vez que a lei complementar exigida pelo artigo é requisito para fruição do tempo especial apenas para os servidores que tenham exercido atividades insalubres quando vinculados ao regime estatuário, o que não é o caso dos autos. 3. Deve o INSS reconhecer a especialidade, procedendo à averbação do período com o acréscimo resultante da conversão do tempo de serviço especial em comum, para fins de futura obtenção de benefício previdenciário. (AMS 2006.70.00.027282-0/PR, Rel. Des. Federal CELSO KIPPER, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 14.05.2007)

Direito Tributário e Execução Fiscal 01 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE REVISÃO DE ATO ADMINISTRATIVO. NÃO DESCONSTITUIÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO ORIGINADO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO JÁ ENCERRADO. AGRAVO IMPROVIDO. 1. O posterior pedido de revisão de ato administrativo não tem o condão de desconstituir o título executivo originado de processo administrativo já encerrado. Neste caso, independente do estado em que se encontre o processo administrativo novo, a mera existência deste e a rediscussão da questão não afeta a ação executiva fundada em título de legitimidade presumida. 2. A renovação de pedido administrativo não se confunde com recurso administrativo e nem influi na relação processual embasada em título executivo líquido e certo. Precedentes desta Corte. (AG 2007.04.00.009760-9/PR, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 02 - TRIBUTÁRIO. CERTIDÃO DE REGULARIDADE. ALTERAÇÕES CADASTRAIS DA EMPRESA. INEXIGIBILIDADE. A Lei nº 8. 934/94 e o Decreto nº 1.800/96 não contêm a exigência de apresentação de certidão de regularidade para que a empresa possa promover alterações de seus atos constitutivos perante a Junta Comercial. Logo, o Decreto Estadual nº 4.121/94 extrapolou seu âmbito de incidência. (REO 2005.70.00.013638-4/PR, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 27.03.2007, D.E. 02.05.2007) 03 - TRIBUTÁRIO. LEI 9.430/96. COFINS. INCIDÊNCIA SOBRE LOCAÇÃO DE IMÓVEIS. Sendo a COFINS contribuição de seguridade social com suporte no inciso I do art. 195 da CRFB/88, não é necessária lei complementar para sua disciplina. A LC nº 70/91 é materialmente ordinária, possuindo status de lei complementar apenas em sua acepção formal.

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As operações com imóveis consubstanciam atividade passível de ser considerada como venda de mercadoria, portanto, correta a incidência de COFINS sobre as locações de imóveis. (AMS 2004.71.04.007382-6/RS, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 16.05.2007) 04 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. EXIGÊNCIAS APLICÁVEIS À LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. COTAS DE IMPORTAÇÃO. MATÉRIA ADMINISTRATIVA. 1. Não estando em discussão a exigibilidade de tributo ou obrigação acessória tributária, mas a aplicação do acordo firmado entre o Brasil e a China em relação às cotas de importação, a competência para julgar a demanda, pelo fundamento da lide, é do órgão recursal responsável pela matéria administrativa. 2. Competência de uma das Turmas da Segunda Seção. (CC 2006.04.00.015620-8/SC, Rel. Des. Federal DIRCEU DE ALMEIDA SOARES, CORTE ESPECIAL, unânime, julg. em 22.03.2007, D.E. 11.05.2007) 05 - TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. CONTRIBUIÇÃO AO INCRA. LEGITIMIDADE AD CAUSAM DO INSS E DO INCRA. PRESCRIÇÃO. DECADÊNCIA. EXIGIBILIDADE. COMPENSAÇÃO. 1. É impositiva a participação do INCRA nas ações em que se discute a inexigibilidade e a ilegalidade da contribuição que lhe é destinada, bem como o direito à devolução de eventual indébito, porque afigura-se incindível a relação jurídica entre a mencionada autarquia e o INSS - respectivamente, destinatária dos recursos e órgão arrecadador e fiscalizador da exação. Cumpre exclusivamente ao INCRA a restituição/compensação de valores, desde que a atuação do INSS esteja adstrita à arrecadação e fiscalização da contribuição em tela. 2. Os tributos sujeitos a lançamento por homologação atribuem ao contribuinte o dever de antecipar o pagamento, sem prévio exame da autoridade administrativa. Não ocorrendo a homologação expressa do lançamento, considera-se homologado tacitamente e extinto definitivamente o crédito no prazo de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN). A extinção do direito de pleitear a restituição de tributo sujeito a lançamento por homologação, quando esta não se efetiva de forma expressa, só ocorrerá após o transcurso do prazo de cinco anos (art. 168, I, do CTN), contados da data em que se deu a homologação tácita. Não se aplica na espécie o Decreto 20.910/32, norma de caráter geral. 3. As alterações promovidas pela Lei Complementar nº 118/2005 aplicam-se às ações ajuizadas sob sua vigência. 4. Na esteira dos precedentes desta Corte, a contribuição de 0,2% em favor do INCRA, concluiu por sua extinção com a vigência da Lei nº 8.212/91, que regulamentou por inteiro as contribuições incidentes sobre a folha de salários. A orientação consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a contribuição foi elidida pelo art. 3º, § 1º, da Lei nº 7.787/89, e não com a edição da Lei nº 8.212/91, não produz efeitos no caso concreto, por força da prescrição já reconhecida. 4. Os valores recolhidos indevidamente a título de contribuição ao INCRA, como não se destinam a financiar a Seguridade Social, não podem ser compensados com outras contribuições arrecadadas pelo INSS que se destinam ao custeio da Seguridade Social. (AC 2005.72.05.002488-0/SC, Rel. Juíza Federal VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 13.12.2006, D.E. 08.05.2007)

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06 - TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. APOSENTAÇÃO PELO RGPS. RETORNO AO TRABALHO. VÍNCULO AO MESMO REGIME. SEGURADO OBRIGATÓRIO. CONSTITUCIONALIDADE DA EXAÇÃO. É constitucional a incidência de contribuição previdenciária sobre a remuneração percebida pelo segurado em razão do retorno à atividade laboral após a concessão de aposentadoria pelo Regime Geral de Previdência Social. (AC 2006.71.11.001188-6/RS, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 02.05.2007) 07 - TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. FUNÇÕES GRATIFICADAS. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. RECONHECIMENTO DO PEDIDO. CORREÇÃO MONETÁRIA. O Ofício-Circular nº 04/SRH/MP do Ministério do Orçamento, Planejamento e Gestão reconheceu ser indevida a cobrança das contribuições sobre as funções gratificadas. A edição do ato normativo supramencionado não implica perda do objeto, mas sim reconhecimento do pedido. Até porque há, apenas, sinalização positiva quanto à repetição do indébito, o que é diferente de se afirmar que serão restituídos os valores indevidamente cobrados. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que é legítima a incidência da taxa SELIC nas repetições de indébito, desde que o trânsito em julgado se dê a partir de 01.01.1996. (AC 2002.72.00.012712-0/SC, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, DJU 09.05, p. 2007) 08 - TRIBUTÁRIO. CONSTRUÇÃO RESIDENCIAL UNIFAMILIAR. COMPROVAÇÃO DA NÃO UTILIZAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA ASSALARIADA. Nos termos do artigo 30 da Lei nº 8.212, nenhuma contribuição à Seguridade Social é devida se a construção residencial unifamiliar for destinada a uso próprio e for executada sem mão-de-obra assalariada. A comprovação da não-utilização de mão-de-obra assalariada implica prova negativa de fato, o que dificilmente poderá ser feito através de documentos. No caso concreto, os indícios apresentados são suficientes para comprovar o requisito, já que a obra é de pequeno porte e, a despeito deste fato, teve longa duração. Outrossim, a baixa renda do demandante indica que não teria como arcar com o preço de mão-de-obra assalariada sem prejuízo de sua subsistência. (AC 2004.71.02.003020-2/RS, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 09.05.2007) 09 - TRIBUTÁRIO. FRACIONAMENTO DE PROJETO. MATRÍCULA NO CEI ÚNICA. BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ÁREA TOTAL DA OBRA. IMPOSSIBILIDADE DE INDIVIDUALIZAÇÃO DAS UNIDADES. EXATIDÃO DOS VALORES. APLICAÇÃO DOS REGRAMENTOS PERTINENTES. CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS. INCABIMENTO. 1. Todo contribuinte, seja pessoa física ou jurídica, tem a obrigação de promover a inscrição da obra que está realizando junto ao INSS, realizando a matrícula da construção. 2. Da leitura do art. 30 da Instrução Normativa INSS/DC nº 100/2003 tem-se que mesmo que sejam várias obras, se estão todas dentro de um mesmo projeto (a construção de 6 sobrados) pode ser realizada somente uma matrícula no Cadastro Específico do INSS - CEI. 3. Verifica-se que existem disposições sobre o enquadramento de obra que autorizam o cálculo individual da cada unidade, mas somente em casos específico e elencados nos §§ 1º e 2º do art. 450 da IN 100/2003, hipóteses estas em que não se enquadra a autora. Assim, não há se falar em inscrição individual para cada unidade, devendo haver somente uma inscrição junto ao INSS, representada, no caso em testilha, pelo CEI nº 45.120.00194/65.

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4. O método de apuração do cálculo determinado pela Instrução Normativa INSS/DC nº 100/2003 não impõe uma nova base de cálculo, somente aplica os regramentos cabíveis no caso de construção de grande porte. 5. Correto o cálculo realizado pelo INSS e cobrado da autora no Aviso para Regularização de Obra de fls. 34, e, por conseqüência, enquanto não regularizado esse débito, não faz jus a demandante à Certidão Negativa de Débitos. (AC 2004.70.00.036329-3/PR, Rel. Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, DJU 23.05, p. 2007)

10 - MANDADO DE SEGURANÇA. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. VIA PROCESSUAL ADEQUADA. IMUNIDADE. ART. 149, § 2º, INC. I, DA CF. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 33/2001. CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA - CPMF. ABRANGÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária - Súmula 213 do STJ. 2. A imunidade objetiva prevista no art. 149, § 2º, inc. I, da CF, na redação dada pela EC nº 33/2001, abrange somente as contribuições sociais que incidem sobre o faturamento ou receita, decorrentes de operações de exportação, não abarcando a CPMF, que tem como fato gerador a movimentação ou transmissão de valores e de créditos de natureza financeira e lançamentos de débitos e créditos em contas correntes, independentemente da origem dos créditos. 3. Inteligência do art. 149, § 2º, inc. I, da CF. 4. Apelação provida em parte. (AMS 2006.72.08.004376-5/SC, Rel. Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 16.05.2007, D.E. 29.05.2007)

11 - TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÕES DE INFORMAÇÕES. ÔNUS DO RÉU. COMPENSAÇÃO DA MULTA COM TRIBUTOS - POSSIBILIDADE. A jurisprudência, em princípio, não admite a denúncia espontânea em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Tal orientação, contudo, não decorre diretamente com o tipo de lançamento, e sim da circunstância de que, nesse tipo de tributo, a constituição do crédito geralmente se dá por ato do contribuinte, por meio da entrega da declaração de informações (DCTF/GFIP). A entrega da declaração noticia a existência de débito e afasta a espontaneidade quanto ao pagamento, na medida em que o Fisco passa a ter conhecimento do débito e a obrigatoriedade de cobrá-lo. A demonstração da existência de declaração anterior ao pagamento do débito é ônus do réu (CPC, art. 333, II). É cabível a compensação de multas com tributos, em razão de seu caráter acessório e o mesmo tratamento jurídico dispensado pela lei (art. 113, § 1º, do CTN). (AC 2005.72.00.008709-2/SC, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 09.05.2007)

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12 - EXECUÇÃO FISCAL. BENS PENHORADOS. REAVALIAÇÃO PELO OFICIAL DE JUSTIÇA. REGULARIDADE E CONFIABILIDADE. 1 - O oficial de justiça, no exercício de suas atribuições, goza de fé pública e suas certidões presumem-se verdadeiras, só podendo ser repelidas por prova cabal em sentido contrário, inexistente nos autos. 2 - Hipótese em que os valores atribuídos pelo oficial de justiça aos bens penhorados estão de acordo com os preços de mercado. (AG 2007.04.00.000040-7/RS, Rel. Des. Federal ANTÔNIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007) 13 - PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. VENDA DIRETA DO BEM PENHORADO A PARTICULAR. PREÇO VIL NÃO CONFIGURADO. 1. A providência adotada está prevista no Provimento nº 5/2003, da Corregedoria Geral do TRF 4ª Região, no sentido de que "a venda direta dos bens penhorados a particular é admissível quando resultarem negativos a praça e o leilão, condicionada ao consentimento expresso ou tácito do exeqüente e do executado, ressalvado o disposto no artigo 670 do Código de Processo Civil.” Não há dúvida de que há necessidade do consentimento do executado. Ocorre que, se houver discordância, esta deve ser fundamentada e plausível, estando sujeita a análise pelo julgador, que poderá afastá-la. Na hipótese, foram analisados os óbices apontados pela devedora, tendo a MM. Julgadora a quo entendido possível a venda direta, pois inconsistentes os motivos da recusa, não havendo, pois, mácula no procedimento adotado. 2. Quanto à alegação de venda por preço vil, em primeiro lugar, verifica-se que a recorrente não juntou qualquer documento dando conta de que o preço estaria desatualizado, o que poderia ter feito mediante a juntada de avaliações. Sendo assim, não há como este julgador perscrutar sobre eventual discrepância entre o valor do imóvel em fevereiro de 2004 e aquele da data da arrematação. 3. Ademais, não existe critério objetivo para verificar se a arrematação foi efetuada por quantia aviltante, devendo ser levadas em consideração diversas circunstâncias, como, por exemplo, o número de hastas públicas negativas, o estado dos bens, etc. No caso dos autos, houve duas hastas públicas, o que demonstra ser um bem de difícil comercialização, ainda mais se considerado o expendido pelo proponente comprador, não infirmada pela agravante, de que o imóvel tem reduzido potencial produtivo. Diante desses elementos, não se configura por preço vil a arrematação ter ocorrido no equivalente a 51% do valor da avaliação. 4. Agravo de instrumento improvido. (AG 2007.04.00.003151-9/PR, Rel. Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 15.05.2007) 14 - PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO. EMPRESA DE ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS. ATIVIDADE BÁSICA. INEXIGÊNCIA DE REGISTRO. . Se a embargante possui como objeto atividade não contida naquelas arroladas no art. 2º da Lei nº 4.769/65, que levam à obrigação de submeter-se à fiscalização do CRA, inexigível o registro questionado. . As empresas que atuam na compra, venda, administração de imóveis e de condomínios, conforme a definição dada pela Lei nº 9.430/96, não estão sujeitas ao registro no CRA. . Nos termos do art. 1º da Lei nº 6.839/80, o registro é obrigatório em razão da atividade básica da empresa ou em relação a serviços prestados a terceiros. . Sucumbência mantida, por ausência de impugnação.

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. Prequestionamento quanto à legislação invocada fica estabelecido pelas razões de decidir.

. Apelação improvida. (AC 2001.72.00.009108-9/SC, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.04.2007, DJU 02.05, p. 2007)

15 - PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO DO TRIBUNAL DE CONTAS. CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO. EXIGÊNCIA DE REGISTRO AFASTADA. . O embargante, funcionário público estadual, ao realizar suas atividades, o faz na qualidade de Analista de Controle Externo, não havendo como persistir a imposição de registro e de pagamento de anuidades a quem cumpre as atividades inerentes ao cargo para o qual foi nomeado. . Sucumbência mantida por ausência de impugnação. . Prequestionamento quanto à legislação invocada fica estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação improvida. (AC 2002.72.00.009162-8/SC, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 02.05.2007)

16 - PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. CREA. PROFESSOR ESTADUAL. CARGO PÚBLICO. EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO E EXIGÊNCIA DE REGISTRO AFASTADOS. . O embargante, servidor público estadual, ao realizar suas atividades, o faz na qualidade de professor de curso técnico, não havendo como persistir a notificação por exercício ilegal da profissão, bem como a imposição de registro e pagamento de anuidades a quem cumpre as atividades inerentes ao cargo para o qual foi nomeado. . Se a atividade realizada não está voltado para a prestação de serviços de engenharia, arquitetura ou agronomia, reservados aos profissionais dessa área, inexiste obrigação de promover o registro junto ao CREA. . Honorários mantidos por ausência de impugnação. . Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir. . Apelação improvida. (AC 2006.71.99.001894-0/RS, Rel. Desa. Federal SILVIA MARIA GONÇALVES GORAIEB, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 02.05.2007)

17 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES AO CONSELHO. ANUIDADE RELATIVA A PERÍODO SUBSEQÜENTE AO ENCERRAMENTO DA ATIVIDADE COMERCIAL DA EMPRESA. INEXIGIBILIDADE. 1. Consta da Certidão de Situação Fiscal, expedida pela Secretaria da Fazenda e acostada aos autos, que a agravante foi inscrita no CGC/TE desde 22.04.1997, tendo encerrado suas atividades, por transferência a Barbara Tatiane Martins Vieira, em 15.08.2002. 2. Ademais, em consulta ao site da Fazenda Pública Estadual/RS, ao informar o CNPJ da parte agravante (01769543/0001-30), obtém-se suas informações cadastrais atualizadas, entre as quais as datas de abertura (22.04.1997) e de baixa (15.08.2002). Consta ainda informação de ter sido a baixa motivada por transferência do negócio, desde agosto de 2002, e de estar o agravado com a situação cadastral atual de "não habilitado".

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3. Uma vez comprovada a cessação das atividades profissionais passíveis de serem fiscalizadas, mesmo não tendo sido efetivada a comunicação junto ao Conselho Profissional respectivo, tem-se como inexigível a cobrança de anuidade relativa a períodos subseqüentes ao encerramento da atividade, como ocorrido no presente caso. (AG 2007.04.00.005020-4/RS, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 18 - EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL. LEI 10.522/02. VALOR IRRISÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Não é dado ao INSS desistir dos seus créditos, pois não há previsão legal para tanto. Não é lícito ao juiz substituir o credor na valorização de seu interesse de agir. 2. O art. 20 da Lei 10.522/02 tem por objetivo, também, manter latente a cobrança do crédito tributário. (AC 1996.71.09.000852-1/RS, Rel. Des. Federal ANTÔNIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 30.05.2007) 19 - TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO FISCAL. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. PROVA DA FRAUDE. 1. A decisão que reconhece a existência de fraude à execução na alienação do bem, proferida nos autos da execução fiscal, da qual não participou o adquirente, não produz efeitos em relação ao terceiro, sendo possível aferir a validade do negócio jurídico por meio da presente ação incidental. 2. O fato de o executado haver sido citado antes de proceder à alienação do bem não basta para configurar a fraude à execução. Também é necessário provar-se que o adquirente tinha ciência da existência da execução fiscal contra o alienante para que se configure a fraude. (AC 2003.70.00.002159-6/PR, Rel. Juíza Federal VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 13.12.2006, D.E. 15.05.2007) 20 - EXECUÇÃO FISCAL. MASSA FALIDA. PEDIDO DE INTIMAÇÃO DO SÍNDICO PARA PRESTAR INFORMAÇÕES SOBRE O ANDAMENTO DO PROCESSO DE FALÊNCIA. INADMISSIBILIDADE. Não cabe ao Poder Judiciário substituir-se às partes para efetuar diligências que a estas competem. (AG 2006.04.00.037608-7/RS, Rel. Des. Federal ANTÔNIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007) 21 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. NULIDADE DE LEILÃO. ART. 694, CAPUT, DO CPC. ARREMATE EM NOME PRÓPRIO COM CHEQUE DA EMPRESA. AGRAVO IMPROVIDO. 1. Dispõe o art. 694, caput, do CPC, que, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo serventuário da justiça ou leiloeiro, a arrematação considerar-se-á perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado, ou seja, uma vez assinado o auto de arrematação, não há mais recurso disponível, e possível prejuízo deverá ser ressarcido através de liquidação por perdas e danos. 2. No caso concreto, nem a certidão de arrematação, muito menos o auto de arrematação, restaram assinados pela ora agravante, de onde não há se cogitar de arrematação existente, válida e eficaz. 3. Ouvido o leiloeiro, este foi categórico ao afirmar que a ora agravante somente apresentou o cheque em nome da empresa porque na ocasião não portava cheque em nome próprio, atestando ao final que o imóvel foi arrematado pela Sra. ELOÍSA MARIA GONÇALVES

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CAETANO (pessoa física), no dia 27 de abril de 2006, às 15h20min, o que afasta a alegação trazida na inicial de que a arrematação teria ocorrido em nome da empresa. O próprio recibo do leiloeiro foi passado no nome da pessoa física. 4. Não sendo a agravante a única proprietária da empresa, conforme se verifica no contrato social, em princípio, não poderia, desse modo, arrematar em nome próprio e efetuar o pagamento com cheque de outrem. Ademais, somente após a decretação de nulidade do leilão relativo ao imóvel em questão é que a arrematante, ora agravante, concordou que a carta foi lavrada em seu nome e não no da empresa. 5. Agravo de instrumento improvido. (AG 2007.04.00.002207-5/PR, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 02.05.2007) 22 - PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. NOMEAÇÃO À PENHORA DE CRÉDITOS EM FASE DE EXECUÇÃO CONTRA O PRÓPRIO ENTE FEDERATIVO QUE PROMOVE A EXECUÇÃO FISCAL. POSSIBILIDADE. 1. Possível o oferecimento à penhora dos créditos titularizados pelo contribuinte em fase de execução contra o próprio ente federativo que promove a execução fiscal, situação em que a ordem consubstanciada no art. 11 da Lei 6.830/80 merece ser vista com temperamento. Deve-se levar em conta, principalmente, o alto grau de certeza e liquidez revelado pelos créditos ofertados. Precedentes. 2. Agravo de instrumento provido. (AG 2007.04.00.004852-0/RS, Rel. Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 15.05.2007) 23 - EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BENS ALIENADOS FIDUCIARIAMENTE. O bem alienado fiduciariamente não pode ser objeto de penhora nas execuções ajuizadas contra o devedor fiduciário. Ressalva-se a possibilidade de que venham a ser penhorados os direitos do devedor relativamente ao contrato de alienação fiduciária, mas como penhora de direitos e não do bem propriamente. (AC 2005.71.08.005349-1/RS, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 09.05.2007) 24 - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. 1. O reinício do prazo prescricional, ensejando a ocorrência de prescrição intercorrente , terá lugar quando sobrevir inércia da Fazenda Pública exeqüente, consoante dispõe o art. 40, § 4º, da LEF. 2. Considera-se iniciada a inércia um ano após a suspensão. 3. O artigo 5º do Decreto-lei nº 1.569/1977 foi declarado inconstitucional por esta Corte no INAC 2002.71.11.002402-4. 4. A execução permaneceu suspensa por mais de 12 anos. Assim, intimada a União e não indicada qualquer causa apta a suspender ou interromper o prazo, há se reconhecer a perfectibilização da prescrição intercorrente. (AC 2006.71.99.004486-0/RS, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 09.05.2007) 25 - TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO INVENTARIANTE PELOS TRIBUTOS DEVIDOS PELO ESPÓLIO. REQUISITOS. INEXISTÊNCIA. 1. Da leitura do art. 134 do CTN, resulta que apenas se há de erigir a responsabilidade das pessoas ali arroladas nos casos em que (I) o contribuinte não possa cumprir a sua obrigação e

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que (II) haja uma relação entre o comportamento, comissivo ou omissivo, dessas pessoas e a obrigação tributária. Sem estes dois pressupostos, inviável a sua responsabilização. 2. Essa responsabilidade é subsidiária, ou seja, apenas invocável caso seja impossível o cumprimento da obrigação pelo próprio contribuinte, ou, no caso, seu espólio, ou ainda os seus sucessores, se já realizada a partilha, até o limite do quinhão, legado ou meação (art. 131, II e III). É dizer, apenas no caso de impossibilidade de pagamento por esses últimos é que se haveria de alegar a responsabilidade da inventariante. 3. Na hipótese, irrazoável a citação da inventariante para que comprove a sua ilegitimidade no curso da execução, pois inexistem quaisquer dos pressupostos para a sua responsabilização, ou ao menos indícios de sua existência. 4. Agravo de instrumento improvido. (AG 2005.04.01.017810-5/RS, Rel. Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 16.05.2007, DJU 29.05, p. 2007) 26 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS. BACEN-JUD. DILIGÊNCIASS. EXAURIMENTO. A jurisprudência desta Corte e do Egrégio STJ vem entendendo possível a utilização do sistema Bacen-Jud para verificação da existência de ativos financeiros em nome do executado, bem como viabilizar eventual bloqueio desses valores. Para a implementação dessa medida, mister haver comprovação nos autos do esgotamento das diligências no sentido da localização de bens penhoráveis, ou que esses bens sejam de difícil alienação. (AG 2007.04.00.001228-8/RS, Rel. Des. Federal ANTÔNIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007) 27 - AGRAVO. EXECUÇÃO FISCAL. ART. 40 DA LEI Nº 6.830/80. SUSPENSÃO DO PROCESSO DE OFÍCIO PELO JUIZ. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO À PARTE EXEQÜENTE. 1. O art. 40 da Lei nº 6.830/80 não traz qualquer vedação à possibilidade de o juiz, de ofício, suspender o curso da execução fiscal, desde que não tenham sidos localizados o devedor ou seus bens. 2. O fato de a decisão judicial ter desconsiderado o prazo requerido não trouxe qualquer prejuízo à exeqüente, pois restou ressalvado seu direito de manifestar-se a qualquer momento do processo para indicar os bens localizados à penhora. 3. O arquivamento do feito após um ano, consoante o § 2º do art. 40 da Lei nº 6.830/80, não é hipótese de extinção do processo, visto que os autos são arquivados sem baixa na distribuição. 4. Não se vislumbra prejuízo à exeqüente, pois, localizados bens penhoráveis, o processo poderá ser reativado a qualquer tempo, mesmo após o arquivamento. Precedente do STJ. (AG 2007.04.00.009789-0/PR, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 28 - TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ARREMATAÇÃO. PENDÊNCIAS RELATIVAS AO BEM ARREMATADO. SUB-ROGAÇÃO NO PREÇO PAGO, APÓS SATISFEITA A FAZENDA FEDERAL. EXIGÊNCIA DIRETAMENTE DO ARREMATANTE. IMPOSSIBILIDADE. 1. A arrematação em hasta pública tem natureza de aquisição originária de propriedade, pelo que o arrematante deve receber o bem livre de quaisquer ônus ou pendências. 2. Consoante preleciona o art. 130, parágrafo único, do CTN, a sub-rogação dos créditos relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, na hipótese de arrematação em hasta pública, dar-se-á sobre o respectivo preço, exonerando-se o adquirente da responsabilidade tributária pelos impostos impagos.

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3. Contudo, somente para o caso em que o preço tenha sido suficiente para pagamento da dívida cobrada pela União é que se faz possível a sub-rogação dos tributos estaduais no preço pago pelo arrematante. Sucede que, em se estabelecendo concurso de créditos entre as Fazendas Federal e Estadual, invoca-se o parágrafo único do artigo 187 do CTN. 4. Adotando-se uma interpretação harmoniosa entre os dois dispositivos, viável a conclusão de que, mesmo havendo dívidas concernentes ao IPVA e outras relativas ao veículo, não se afigura possível a reserva de valores à Fazenda Estadual, caso o preço alcançado na arrematação não seja suficiente para cobrir o débito tributário federal, pena de ferir-se o preceito insculpido no parágrafo único do dispositivo acima reproduzido. A admitir-se seja destinado o numerário ao pagamento do crédito tributário do Estado, por via transversa, condicionar-se-ia a satisfação do crédito da União ao anterior pagamento do IPVA atrasado (receita estadual), multa, licenciamento e seguro obrigatório, o que é de todo impensável. 5. Assim, todas as pendências incidentes sobre o veículo (taxa de licenciamento, multas por infração de trânsito, IPVA e seguro obrigatório) relativas ao período anterior à arrematação, poderão sub-rogar-se no preço pago, após a satisfação do crédito da Fazenda Federal, sendo descabida a exigência de tais valores diretamente ao adquirente, que, como já explicitado, recebe o veículo livre de quaisquer ônus ou pendências. 6. Agravo de instrumento improvido. (AG 2004.04.01.018058-2/PR, Rel. Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 15.05.2007) 29 - EXECUÇÃO FISCAL. IMPENHORABILIDADE DE VEÍCULO AUTOMOTOR. NÃO-CARACTERIZAÇÃO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. 1. A impenhorabilidade absoluta de que cuida o art. 649, VI, do CPC abrange o veículo automotor apenas quando ele seja indispensável ou útil ao exercício da profissão. Não obstante a regra seja dirigida às pessoas físicas, nada obsta que tal dispositivo seja estendido às empresas de pequeno porte. 2. No caso, a agravante não se incumbiu de demonstrar que estaria enquadrada como empresa de pequeno porte ou microempresa. Assim, não há como, ao menos nesta estreita via processual, enquadrar a hipótese em tela sob o art. 649, inc. VI, do CPC. Desta forma, a questão há de ser dirimida em sede de embargos, se assim desejar a executada. 3. Agravo de instrumento improvido. (AG 2007.04.00.004749-7/RS, Rel. Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 15.05.2007) 30 - TRIBUTÁRIO. TRANSPORTE DE PNEUS DE ORIGEM ESTRANGEIRA. INEXISTÊNCIA DE PROVA QUANTO À REGULAR IMPORTAÇÃO. VEÍCULO APREENDIDO PELA FISCALIZAÇÃO DA RECEITA FEDERAL. LIBERAÇÃO MEDIANTE MULTA DO ART. 75 DA LEI Nº 10.833/03. 1. A sanção prevista no art. 75 da Lei nº 10.833 é constitucional e legal e se aplica àqueles que sejam transportadores de mercadorias importadas irregularmente, havendo, pois, suporte legal para as medidas de retenção e de aplicação de multa. 2. O entendimento concernente à aplicação da pena de perdimento quando provada a concorrência do proprietário na perpetração do ilícito, bem como caracterizada a proporcionalidade entre o valor do veículo e o das mercadorias apreendidas, não se aplica à pena de multa referida no art. 75 da Lei nº 10.833/03, a qual é taxativamente prevista, independente do caso. 3. Agravo de instrumento não provido. (AG 2007.04.00.005152-0/RS, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007)

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31 - TRIBUTÁRIO. IOF. OPERAÇÃO DE CRÉDITO. A Constituição não exige que o contrato de mutuo seja celebrado com instituição financeira, o que, inclusive, já restou afirmado pelo STF quando, não obstante entendimentos doutrinários em contrário, apontou, ainda que em sede cautelar, a constitucionalidade da incidência do IOCrédito sobre operações de factoring. A primeira lei instituidora do então IOF limitara o âmbito de incidência às operações praticadas por operações financeiras, o que não restou estabelecido constitucionalmente, tampouco no CTN, de modo que não há mesmo impedimento a que o legislador ordinário faça incidir sobre operações de crédito entre outras pessoas. (AC 2002.71.07.005995-1/RS, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 09.05.2007)

32 - TRIBUTÁRIO. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. PIS E COFINS. RESSARCIMENTO. ART. 150, § 6º, DA CF. MP Nº 1.807/02. SUSPENSÃO DO INCENTIVO FISCAL. 1. É legítima a suspensão do incentivo fiscal denominado "crédito presumido do IPI", instituído pela Lei 9.393/96 com o objetivo de estimular as exportações, permitindo a compensação pelas empresas produtoras e exportadoras pelos valores recolhidos a título de contribuição ao PIS e COFINS (Medida Provisória nº 1.807/99). 2. A medida provisória é ato normativo primário, com força de lei, por expressa disposição constitucional (art. 62 da CF). Com efeito, é instrumento idôneo a regulação de matérias reservadas à disciplina legal, salvo as restrições impostas pela Emenda Constitucional nº 32, posterior, inclusive, à legislação ora controvertida. Os trinta dias de vigência da Medida Provisória contam-se pela regra geral dos prazos, ou seja, excluindo-se o dia do início e incluindo-se o do término, sendo amplamente admitida a reedição da disciplina anteriormente editada. (AC 2003.71.08.001053-7/RS, Rel. Juíza Federal VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 13.12.2006, D.E. 08.05.2007)

33 - TRIBUTÁRIO. IPI. CRÉDITO DA AQUISIÇÃO DE INSUMOS. COMPENSAÇÃO COM DÉBITOS. SELIC. Enquanto crédito de IPI utilizado para dedução do montante devido a título do próprio IPI, dentro do mesmo trimestre civil, não há direito a qualquer atualização. Contudo, na impossibilidade de ocorrer tal utilização - o que ocorre no caso da autora - impõe-se que a restituição seja atualizada. Acolhe-se o pedido de atualização desde o protocolo dos pedidos administrativos de ressarcimento, pela UFIR e, após janeiro de 1996, pela SELIC. (AC 2005.71.10.002809-5/RS, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 02.05.2007)

34 - TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ENTIDADE EDUCACIONAL. TRANSFERÊNCIA DE BENS A OUTRAS ENTIDADES. HONORÁRIOS. Abrangidas pela imunidade as instituições eminentemente educacionais referidas no Estatuto da Embargante, por ela mantidas. Ademais, a transferência para Fundação instituída pela Embargante e também filantrópica e voltada à educação, bem como à Universidade de Rio Grande e ao COMETESINOS (Comitê de Preservação, Gerenciamento e Pesquisa da Bacia do Rio dos Sinos), órgão público do Município de São Leopoldo, em cujas atividades há

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participação direta da UNISINOS, não implicam desvio de finalidade, não justificando o afastamento da imunidade. Honorários advocatícios elevados para 5% sobre os valores executados indevidamente. (AC 2001.71.00.022729-5/RS, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 16.05.2007)

35 - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. IPTU. IMUNIDADE. 1 - A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é empresa pública, com capital constituído integralmente pela União, criada pelo Decreto-Lei nº 509, de 20 de março de 1969, com a finalidade de executar e controlar, em regime de monopólio, os serviços postais em todos o território nacional. Tais serviços são da competência da União (art. 21, X, da CF/88), caracterizando-se, portanto, como típicos serviços públicos. 2 - Tratando-se de um desmembramento da administração federal, o art. 12 do DL 509/69 lhe atribuiu os privilégios próprios da Fazenda Pública. 3 - A disposição do § 2º do art. 173 da Constituição de 1988 não afasta a sua imunidade tributária. (AC 2005.70.03.005327-4/PR, Rel. Des. Federal ANTÔNIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007)

36 - TRIBUTÁRIO. IR. CSLL. ALÍQUOTA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES. SERVIÇO DE FISIOTERAPIA E REABILITAÇÃO. Não se considera entidade prestadora de serviços hospitalares clínica de fisioterapia e reabilitação, por não ter estrutura pessoal e material que se assemelhe à de um hospital; portanto, não assiste à impetrante o direito de recolher IR e CSLL com alíquota reduzida. (AMS 2006.70.03.000039-0/PR, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 16.05.2007)

37 - MANDADO DE SEGURANÇA. ISENÇÃO. IMPOSTO DE RENDA. MILITAR DA RESERVA REMUNERADA QUE FOI POSTERIORMENTE REFORMADO EM VIRTUDE DE MOLÉSTIA INCAPACITANTE PARA O SERVIÇO MILITAR. DATA DE INÍCIO ISENÇÃO QUE DEVE RETROAGIR AO MOMENTO EM QUE SE CONFIGUROU A INCAPACIDADE. 1 - O art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713/88 isenta do imposto de renda os proventos da aposentadoria ou reforma dos portadores de doenças graves incapacitantes, ali relacionadas. 2 - A inativação dos servidores militares pode ocorrer pela passagem à reserva remunerada (arts. 96 a 103 da Lei nº 6.880/80) ou pela reforma (arts. 104 a 114, idem). A inativação por motivo de saúde se dá através da reforma (art. 108, ibidem), razão pela qual a norma isentiva só faz referência a proventos da reforma, e não a proventos da reserva remunerada. 3 - Estando o militar na reserva remunerada e verificando-se, por junta médica, que ele padece de uma daquelas moléstias incapacitantes, a isenção deve ser aplicada desde o momento em que se manifestou essa moléstia, segundo o laudo pericial, porque desde aquele momento deveria ele ter sido reformado. A interpretação da norma isentiva, por ser finalística, deve considerar a realidade material (situação fática em que se impunha a reforma ex officio) e não a realidade formal (ato administrativo de reforma do militar). (AMS 2004.70.00.040536-6/PR, Rel. Des. Federal ANTÔNIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.04.2007, D.E. 16.05.2007)

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38 - TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS E TAXA DE FOMENTO AO TURISMO. EMPRESA BRASILEIRA DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA. IMUNIDADE. ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇO ESPECÍFICO E DIVISÍVEL PRESTADO OU POSTO À DISPOSIÇÃO DO CONTRIBUINTE. 1. O patrimônio, as rendas e os serviços da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária são alcançados pela imunidade tributária estabelecida pelo artigo 150, inciso VI, alínea a, da Constituição Federal, porque, a despeito de ter sido constituída sob a forma de empresa pública, não exerce atividade econômica, prestando serviço público típico em regime de monopólio, decorrente da competência da União (art. 21, XII, c, da CF). 2. A taxa de fomento ao turismo, exigida pelo Município, é inexigível, eis que inclui em sua base de cálculo fatores estranhos aos serviços que visa remunerar. Na dicção do art. 145, II, da Constituição Federal e do art. 77 do CTN, as taxas somente poderão ser instituídas e cobradas como contraprestação em razão do efetivo exercício, pelo ente público, de poder de polícia ou em decorrência de serviços prestados ou colocados à disposição do contribuinte. (AC 2000.72.00.003183-0/SC, Rel. Juíza Federal VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 13.12.2006, D.E. 08.05.2007) 39 - TRIBUTÁRIO. BENEFÍCIO FISCAL ASSEGURADO EM PROCESSO ADMINISTRATIVO. COBRANÇA POSTERIOR. INADMISSIBILIDADE. Concedida anistia em processo administrativo, não é possível a exação superveniente do valor afastado, sem novo processo, no qual seja assegurado contraditório e ampla defesa. (AC 2004.71.08.000620-4/RS, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 09.05.2007) 40 - TRIBUTÁRIO. TRÂNSITO ADUANEIRO. ROUBO DA MERCADORIA. FORÇA MAIOR. MULTA. INAPLICABILIDADE. 1. O roubo de mercadoria internalizada sob o regime de trânsito aduaneiro configura força maior, afastando a possibilidade de aplicação da multa prevista no art. 107, inc. IX, do Decreto-Lei 37/66. 2. Somente se comprovada a fraude ou, ainda, a falta de cuidado da empresa transportadora, é que se poderia atribuir-lhe a responsabilidade pelo descumprimento da tarefa de entregar a mercadoria no local predeterminado. Ausência de prova nesse sentido, nos presentes autos. 3. O boletim de ocorrência policial constitui prova hábil à comprovação do roubo da mercadoria importada. 4. Recurso de apelação provido para decretar a nulidade do auto de infração objeto da demanda. (AC 2005.72.08.002020-7/SC, Rel. Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 22.05.2007) 41 - RECONHECIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR. MULTA ADMINISTRATIVA. EMPRESA RÉ EM ESTADO FALIMENTAR. IMPOSSIBILIDADE DE COBRANÇA DE PENAS PECUNIÁRIAS E ADMINISTRATIVAS. - A multa administrativa não se inclui no crédito a ser habilitado na falência, nem pode ser cobrada em execução fiscal contra a massa falida, nos termos do artigo 23, parágrafo único, inciso III do Decreto-Lei nº 7.661/45. - Reconhecida a natureza administrativa da multa, conforme bem analisado em decisão de primeira instância, indevida se faz sua cobrança, ou ainda, o reconhecimento de sua

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existência, como pretende a autora, já que a mesma não poderá ser cobrada em execução fiscal. (AC 2003.71.04.019406-6/RS, Rel. Juíza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, 3ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 16.05.2007) 42 - QUESTÃO DE ORDEM. EXECUÇÃO FISCAL NÃO-TRIBUTÁRIA. MULTA ADMINISTRATIVA. MATÉRIA ADMINISTRATIVA. Sendo os créditos executados oriundos da aplicação de multa administrativa não acessória a tributos, a competência para julgar é de uma das Turmas integrantes da 2ª Seção deste Tribunal Regional Federal. (QUOAC 1989.71.00.010971-5/RS, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 02.05.2007) 43 - TRIBUTÁRIO. ANUIDADES DA OAB. CONTRIBUIÇÃO DO INTERESSE DE CATEGORIA PROFISSIONAL. NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DA RESERVA LEGAL ABSOLUTA DO ART. 150, I, DA CF. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. O STJ tem entendido que a contribuição à OAB teria natureza sui generis e que não estaria sujeita à legalidade tributária tampouco às demais garantias e às normas gerais de direito tributário. A questão, contudo, é constitucional. Não tendo os advogados e sociedades de advogados a possibilidade de realizar o seu exercício profissional sem inscrição na OAB, tem-se, nas anuidades, uma obrigação pecuniária e compulsória exigida por autarquia profissional (basta dizer que as tentativas legais de transformação dos conselhos em pessoas jurídicas de direito privado foram fulminadas pelo STF). Efetivamente, as anuidades dos Conselhos de Fiscalização Profissional, enquanto tributos, enquadram-se na espécie contribuições do interesse das categorias profissionais, com suporte no art. 149 do CTN. Considerando que todos os tributos sujeitam-se à garantia da legalidade, estampada no art. 150, I, da CF, a cobrança das anuidades sem que tenham sido instituídas por lei viola o texto constitucional. Resolução da OAB não é instrumento apto a criar tal tipo de obrigação. Suscitado incidente de argüir de inconstitucionalidade do art. 46 da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da OAB). (AMS 2006.72.00.000596-1/SC, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, maioria, julg. em 27.02.2007, DJU 03.05, p. 2007) 44 - EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA SOBRE O FATURAMENTO DA DEVEDORA. A penhora sobre 10% do faturamento da executada é excessivamente onerosa. Cabível sua redução para 5% do faturamento. (AG 2007.04.00.000021-3/RS, Rel. Des. Federal ANTÔNIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007) 45 - TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PENHORA DE VALORES RELATIVOS AOS LUCROS E DIVIDENDOS RECEBIDOS POR POSSUIR COTAS EM EMPRESA. SUBSTITUIÇÃO POR DIREITOS DE CRÉDITO EM CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA SOBRE AUTOMÓVEL. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE. 1. A penhora sobre o lucro e dividendos recebidos - que se aproxima a salário - é medida excepcional e somente admitida, quando esgotados todos os esforços na localização de bens, livres e desembaraçados, ou seja, quando cabalmente comprovada a inexistência de qualquer outro bem que possa garantir a execução.

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2. Passível de constrição judicial os direitos sobre alienação fiduciária de automóvel, deve a penhora ser substituída por estes, no caso concreto, em face do princípio da menor onerosidade, conforme dispõe o art. 620 do CPC. 3. Agravo de instrumento provido. (AG 2004.04.01.049289-0/SC, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 46 - AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO RESCISÓRIA. PENHORA ON-LINE.IMPOSSIBILIDADE. Inviável a quebra de sigilo bancário como forma de possibilitar, no interesse exclusivo da instituição credora e não da Justiça, a expedição de ofício ao Banco Central para obtenção de dados acerca de depósitos em nome do devedor passíveis de penhora pela exeqüente. Precedentes do Eg. STJ. Existência, in casu, de bens penhorados - que não encontraram licitantes - cuja adjudicação não interessa à credora. (AGRAR 2000.04.01.096933-0/RS, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, 2ªS./TRF4, unânime, julg. em 10.05.2007, D.E. 21.05.2007) 47 - PENA DE PERDIMENTO. RELÓGIOS ESTRANGEIROS. AUSÊNCIA DO SELO DE CONTROLE. PENA DE PERDIMENTO. 1 - É ônus do comerciante exigir do fornecedor que a mercadoria esteja corretamente identificada e selada, "sob pena de ficar responsável pelo pagamento do imposto, se exigível, e sujeito às sanções cabíveis" (Lei 4.502/64, art. 62 e § 2º), entre as quais a de perda da mercadoria (idem, art. 87, III; DL nº 37/66, art. 105, X). 2 - A identificação, mediante selo, da mercadoria importada é exigida com a finalidade de individualizá-la e vinculá-la ao respectivo processo de importação, de modo a evitar fraudes. 3 - O comerciante poderá regularizar a situação de mercadorias apreendidas sem o selo, desde que faça a prova de sua regular importação e pagamento dos respectivos tributos (IN/SRF nº 30/99, art. 13 c/c 10, II), exibindo a nota fiscal de sua aquisição, a respectiva declaração de importação e o DARF referente ao Imposto de Importação e IPI. (AMS 2002.72.00.014886-9/SC, Rel. Des. Federal ANTÔNIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.04.2007, D.E. 30.05.2007) 48 - TRIBUTÁRIO. IMPORTAÇÃO. PROCEDIMENTO ESPECIAL. ABANDONO DE MERCADORIA. PENA DE PERDIMENTO. O valor aduaneiro das mercadorias é irrelevante para o caso concreto, já que o fundamento da aplicação da pena de perdimento é o suposto abandono das mercadorias por mais de 60 dias. Assim, para a procedência da demanda, a parte autora deveria demonstrar que não permaneceu inerte naquele prazo. Entretanto, em que pese tenha referido, de forma vaga, que as exigências fiscais eram ilegais, concentrou seus argumentos na definição dos valores aduaneiros da mercadoria. Aplicação do artigo 333 do CPC (ônus da prova). Não tendo o autor comprovado a insubsistência dos motivos que fundamentaram a pena de perdimento, sua pretensão deve ser julgada improcedente. (AC 2004.70.00.003983-0/PR, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, D.E. 09.05.2007) 49 - TRIBUTÁRIO. PIS. ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO. MACAPÁ E SANTANA. ISENÇÃO. POSSIBILIDADE. 1. Reconhecido o direito da autora à restituição dos valores recolhidos indevidamente a título de contribuição do PIS incidente sobre as receitas provenientes de venda de mercadorias para Área de Livre Comércio. Precedentes desta Turma.

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2. À Área de Livre Comércio de Macapá e Santana deve ser dado o mesmo tratamento conferido à Zona Franca de Manaus. (AC 2005.71.19.004316-9/RS, Rel. Des. Federal DIRCEU DE ALMEIDA SOARES, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 03.04.2007, D.E. 02.05.2007) 50 – TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PARA O SEGURO DE ACIDENTES DO TRABALHO. ALÍQUOTA. FIXAÇÃO DE ACORDO COM A ATIVIDADE PREPONDERANTE NO ESTABELECIMENTO QUE POSSUI CNPJ PRÓPRIO. 1 - Pacificou-se a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que é necessário o registro individualizado de cada estabelecimento no CNPJ para que a apuração da alíquota do SAT seja instituída, considerando o grau de risco da atividade desenvolvida pelos empregados em cada um dos estabelecimentos da empresa. 2 - Apelação desprovida. (AC 2003.71.07.007696-5/RS, Rel. Des. Federal ANTÔNIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007) 51 - TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. REMESSA OFICIAL. NÃO-CONHECIMENTO. SIMPLES. ARTIGO 9º, XIII, DA LEI Nº 9.317/96. ATIVIDADES NÃO-ENQUADRADAS. EXCLUSÃO. INCORREÇÃO. 1. Remessa oficial não conhecida, visto que o valor controvertido fica aquém do teto de 60 (sessenta) salários-mínimos, considerando-se, para tanto, o valor atribuído à causa, tendo em vista tratar-se de provimento judicial de cunho preponderantemente declaratório. 2. A empresa autora tem por objeto social "massagem estética facial; bronzeamento artificial; depilação; manicure; pedicure; corte e penteado e vendas de produtos de beleza", atividades cujo desempenho não depende de profissionais com habilitação específica, exigida e regulamentada por lei, mas requer, antes, trabalhadores com formação empírica ou, no máximo, baseada em cursos básicos. 3. As atividades não se enquadram, assim, nas hipóteses de vedação do inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317/96, mostrando-se ilegítima a exclusão da empresa autora do SIMPLES. (AC 2005.71.00.016452-7/RS, Rel. Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 52 - TRIBUTÁRIO. SIMPLES. CASAS LOTÉRICAS. VEDAÇÕES DO ARTIGO 9º, XIII, DA LEI Nº 9.317/96. LEI Nº 10.684/2003. 1. As casas lotéricas constituem-se em estabelecimentos que prestam serviços mediante expressa autorização da Caixa Econômica Federal, atuando como franqueadas da mesma, remuneradas sob a forma de comissões e, segundo a própria CEF, sem o caráter de representação ou congênere. 2. A expressão "assemelhados" inserta no inciso XIII do artigo 9º da Lei nº 9.317/96 não pode servir para dar ao contrato de franquia tratamento idêntico ao de representação comercial sob pena de se aplicar a analogia in malam partem em afronta ao que dispõe o parágrafo § 1º do artigo 108 do CTN. 3. A superveniência da Lei nº 10.684/2003, a qual deu nova redação aos artigos 1º e 2º da Lei nº 10.034/2000, dirimiu quaisquer dúvidas a respeito da possibilidade de as casas lotéricas optarem pelo simples. (AC 2005.71.15.000652-6/RS, Rel. Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 22.05.2007)

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53 - TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CRÉDITOS DE IPI. EMPRESA OPTANTE DO SIMPLES. APROVEITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Não se pode admitir que uma empresa se enquadre em dois benefícios concedidos pela legislação, de forma simultânea, gozando de ambos os benefícios, construindo-se, assim, um sistema híbrido inaceitável e flagrantemente em confronto com o intuito do legislador constituinte, claramente expressado no corpo da Constituição. 2. No caso em foco, a Impetrante optou pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES, devendo, pois, conformar-se com o seu regramento. 3. Apelo improvido. (AMS 2006.70.00.013193-7/PR, Rel. Des. Federal DIRCEU DE ALMEIDA SOARES, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 03.04.2007, D.E. 16.05.2007)

54 - TRIBUTÁRIO. INMETRO. AFERIÇÃO DE BOMBAS DE COMBUSTÍVEIS. TAXA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. VIOLAÇÃO. A taxa para aferição de bombas de combustíveis tem natureza tributária. Como taxa pelo exercício do poder de polícia, submete-se ao regime jurídico tributário, a começar pelas limitações constitucionais ao poder de tributar. A previsão da Lei 5.966/73, de que constituiria receita do INMETRO os preços públicos que cobrassem pela prestação dos serviços decorrentes daquela lei, por óbvio, não cumpre a exigência de lei para a instituição de tributo, decorrente do art. 150, I, da CF. A cobrança com suporte em ato normativo infralegal que desborda do poder regulamentar, por sua vez, implica ilegalidade. Não havia suporte legal, pois, para a cobrança da taxa do INMETRO no período anterior à entrada em vigor da Lei nº 9.933/99. (AC 2002.71.13.000510-2/RS, Rel. Juiz Federal LEANDRO PAULSEN, 2ªT./TRF4, unânime, julg. em 24.04.2007, DJU 09.05, p. 2007)

55 - MANDADO DE SEGURANÇA. TAXA DE OCUPAÇÃO DE TERRENO DE MARINHA. NATUREZA NÃO TRIBUTÁRIA. PRESCRIÇÃO. PRAZO. SUCESSÃO LEGISLATIVA. 1. A discussão sobre a natureza não tributária da taxa de ocupação de terreno de marinha já encontra-se superada na jurisprudência. Trata-se de receita patrimonial, a qual não se aplicam as normas do CTN. 2. Antes da vigência do art. 47 da Lei 9.636/98, em sua redação original, a cobrança da taxa de ocupação de terreno da marinha, enquanto preço público, sujeitava-se ao prazo prescricional vintenário previsto no Código Civil de 1916, então vigente. Em 18.05.98, entrou em vigor a Lei 9.636/98, que dispôs sobre a regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União, cujo artigo 47 disciplinou a matéria estabelecendo o prazo prescricional de cinco anos. Em 1999 foi publicada a Lei 9.821/99, em vigor desde 24.08.99, que novamente modificou o artigo 47 da Lei 9.636/98, de modo que a taxa de ocupação passou a sujeitar-se ao prazo decadencial de cinco anos para sua constituição, mediante lançamento, ficando mantido o prazo prescricional qüinqüenal para a exigência do crédito. Posteriormente, sobreveio a Lei 10.852/04, que novamente alterou o art. 47, majorando o prazo decadencial para dez anos, mantido o lapso prescricional de cinco anos, a contar do lançamento. 3. A solução para o problema de direito intertemporal aqui posto é: relativamente aos atos anteriores à nova lei, o prazo decadencial de cinco anos tem como termo inicial o da vigência

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da norma que o estabeleceu. Tampouco há que se falar em prescrição, pois os débitos sub judice são anteriores à Lei nº 9.636/98, e o prazo em curso para elas era o vintenário, do Código Civil. (AMS 2003.72.00.007090-3/SC, Rel. Juíza Federal VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 29.05.2007)

Direito Penal e Direito Processual Penal 01 - PENAL. APROPRIAÇÃO INDÉBITA. OMISSÃO NO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. CERCEAMENTO DE DEFESA. ABOLITIO CRIMINIS. ÂNIMO DE APROPRIAÇÃO. DESNECESSIDADE. DIFICULDADES FINANCEIRAS. PROVA. INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. FALÊNCIA. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. COMPROVAÇÃO DAS CONDIÇÕES ECONÔMICAS DO RÉU. 1. Não incorre em cerceamento de defesa o magistrado que, justificadamente, indefere a produção de provas prescindíveis ou inconvenientes à solução da lide. 2. "A nova redação do art. 168-A do Código Penal não importa em descriminalização da conduta prevista no art. 95, d, da Lei nº 8.212/91" (Súmula 69 do TRF da 4ª Região). 3. O crime de apropriação indébita previdenciária é omissivo puro, não havendo necessidade da ocorrência do animus rem sibi habendi para a sua caracterização. 4. Nos delitos de não recolhimento de contribuições previdenciárias descontadas dos empregados, a tese da inexigibilidade de conduta diversa, como causa de exclusão da culpabilidade, vem sendo aceita apenas em casos verdadeiramente extremos. Somente dificuldades "financeiras muito graves podem justificar a conduta de quem não cumpre a obrigação de recolher as contribuições devidas no prazo legal, tendo em vista o interesse social, igualmente relevante, de manter a empresa em funcionamento" (ACR nº 2001.04.01.004010-2, TRF 4ª Região, DJU 11.09.02), incumbindo à defesa, ainda assim, o ônus de trazer prova robusta que justifique a aplicação da excludente. Hipótese de ausência de comprovação das dificuldades financeiras alegadas. 5. A decretação da falência da empresa é indiciária das dificuldades financeiras do empreendimento, mas não autoriza, por si só, a aplicação da excludente de culpabilidade. 6. A pena privativa de liberdade, observados os requisitos do art. 44 do CP, pode ser substituída por duas penas restritivas de direitos, consistentes em prestação pecuniária e prestação de serviços à comunidade, quando a condenação for superior a um ano de reclusão. Precedente da Quarta Seção do TRF/4. 7. A disposição do § 4º do art. 46 do CP contempla a hipótese de antecipação do cumprimento da pena de prestação de serviços à comunidade, e não mera redução por metade do período de condenação. 8. A comprovação da insuficiência econômica para o adimplemento da pena de multa e da pena pecuniária substitutiva é ônus do réu (art. 156 do CPP). (ACR 2003.72.03.001759-9/SC, Rel. Juíza Federal ELOY BERNST JUSTO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 16.05.2007, D.E. 23.05.2007) 02 - PENAL. HABEAS CORPUS. MAGISTRADO APOSENTADO DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA EM DESFAVOR DE SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES. CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA. ART. 389 DO CPP.

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1. Verificando-se que denunciação caluniosa diz respeito à honra dos servidores públicos federais da Justiça do Trabalho, no exercício de suas funções, a Justiça Federal é a seara competente para julgar o crime sub judice.2. Conforme o art. 389 do CPP, a publicação da sentença se dá no momento em que é entregue em cartório, quando se lavrará o respectivo termo em livro próprio para o fim. (HC 2007.04.00.009424-4/SC, Rel. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 7ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007) 03 - PENAL. PROCESSUAL PENAL. VIOLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS. COMPETÊNCIA PARA PROCESSO E JULGAMENTO DO FEITO. DESCRIÇÃO FÁTICA CONTIDA NA DENÚNCIA. INDÍCIOS DE CRIME DE COMPETÊNCIA FEDERAL. 1. O réu se defende dos fatos narrados na denúncia e não da definição jurídica dada na peça acusatória, sendo possível até a alteração da adequação da conduta, através da emendatio libelli.2. Diante da descrição fática de importação dos CDs pirateados, há concreta possibilidade de caracterização do crime de descaminho, a par do delito conexo de violação de direito autoral, pelo que não se mostra possível, nesta via, o pretendido reconhecimento da incompetência da Justiça Federal. (HC 2007.04.00.009180-2/PR, Rel. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 7ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 16.05.2007) 04 - PENAL E PROCESSO PENAL. ARTIGO 183 DA LEI Nº 9.472/97. INSTALAÇÃO E OPERAÇÃO DE RÁDIO CLANDESTINA. DATA DO FATO. CRIME DE MAIOR POTENCIAL OFENSIVO. COMPETÊNCIA. JUÍZO COMUM FEDERAL. CRIME DO ARTIGO 336 DO CP. VIOLAÇÃO DE LACRE. CONEXÃO. OCORRÊNCIA. CISÃO DO PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE. SUPERVENIÊNCIA DA LEI Nº 11.313/06. APLICAÇÃO IMEDIATA DAS NORMAS PROCESSUAIS PENAIS. 1. A prática de instalar e fazer funcionar equipamentos de radiotransmissão sem autorização legal atrai a incidência do art. 70 da Lei nº 4.117/62 apenas em relação aos fatos ocorridos antes de 17 de julho de 1997. A partir desta data, a conduta é punível com base no art. 183 da Lei nº 9.472/97. 2. Com a superveniência da Lei nº 11.313/06, que conferiu nova redação ao artigo 60 da Lei nº 9.099/95 (Art. 60 O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.), não há mais falar, desde a entrada em vigor da alteração legislativa mencionada, em desmembramento da ação penal quando esta versar sobre crimes conexos, alguns sujeitos ao procedimento ordinário e outros ao dos Juizados Especiais, porquanto as normas de direito processual penal são regidas pelo princípio do tempus regit actum, nos termos do artigo 2º da Lei Adjetiva Penal. 3. Assim, compete ao juízo comum processar e julgar os crimes de instalar e fazer funcionar equipamentos de radiotransmissão sem autorização legal, bem como de violação de lacres, previstos, respectivamente, nos artigos 183 da Lei nº 9.472/97 e 336 do CP. (CC 2007.04.00.008647-8/SC, Rel. Des. Federal PAULO AFONSO BRUM VAZ, 2ªS./TRF4, maioria, julg. em 17.05.2007, D.E. 25.05.2007) 05 - PENAL. LATROCÍNIO TENTADO. BENS SUBTRAÍDOS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. COMPETÊNCIA. AUTORIA E MATERIALIDADE DEMONSTRADAS. VALIDADE DO RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO. DIMINUIÇÃO DA PENA. SÚMULA 231 DO STJ.

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1. Compete à Justiça Federal processar e julgar o delito previsto no art. 157, § 3º, c/c art. 14, II, ambos do CP, quando alguns dos bens subtraídos pertencerem à Caixa Econômica Federal. Inteligência do artigo 109, IV, da Carta Magna. 2. Configura tentativa de latrocínio a hipótese em que o roubo restar consumado e a morte das vítimas tentada. 3. Responde pelo delito de latrocínio tentado quem desfere tiros contra as vítimas, após a posse da res furtiva, não causando-lhes a morte por circunstâncias alheias a sua vontade. Desinfluente saber qual dos co-autores desferiu os tiros, pois todos respondem pelo mesmo fato. 4. O reconhecimento fotográfico efetivado em sede policial não deve, necessariamente, observar o procedimento específico estatuído pelo CPP, uma vez que se trata de modalidade de prova inominada, desde que respeitado o regramento atinente às provas em geral. 5. Limitada a redução da pena em decorrência da menoridade (art. 65, I, do CP), quando pode resultar diminuição da sanção aquém do mínimo legal (Súmula nº 231 do STJ). Precedentes. (ACR 2006.71.10.002516-5/RS, Rel. Juíza Federal ELOY BERNST JUSTO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 16.05.2007, D.E. 23.05.2007) 06 - PENAL. PROCESSO PENAL. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL. LIBERAÇÃO INDEVIDA DE AUTOMÓVEL APREENDIDO. PECULATO-FURTO. ART. 312, § 1º, DO CP. NÃO-DEMONSTRAÇÃO. PRÁTICA INDEVIDA DE ATO DE OFÍCIO PARA SATISFAÇÃO DE INTERESSE PESSOAL. ART. 319 DO CP. PREVARICAÇÃO CONFIGURADA. PENA MÁXIMA ABSTRATAMENTE COMINADA NÃO SUPERIOR A DOIS ANOS. COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CRIMINAL. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DA PRESCRIÇÃO POR ESTE JUÍZO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 1. Para que se configure o crime de peculato-furto, necessário que o agente, valendo-se da facilidade proporcionada pela sua qualidade de funcionário público, subtraia ou concorra para a subtração de bem móvel, dinheiro ou valor de que tenha ou não a posse e/ou guarda. O dolo do tipo em análise consiste no fim precípuo de retirar o bem (ou facilitar a retirada por particular) da esfera patrimonial do efetivo proprietário ou possuidor, em benefício próprio ou de terceiro. 2. Caso em que não se observa a prática de peculato, porquanto não há falar em subtração de bem móvel, mas na liberação, em favor do co-denunciado, de veículo apreendido sem exigir a devida regularização. Crime de prevaricação. 3. Sendo a pena máxima abstratamente cominada não superior a dois anos de detenção, a competência para processar e julgar o feito é do Juizado Especial Criminal Federal (arts. 98, da CF/88, 61, da Lei 9.099/95 e 2º da Lei 10. 259/2001). 4. Todavia, considerando a pena máxima em abstrato de 1 ano de detenção, a prescrição ocorre em 4 anos (art. 109, V, do CP), restando extinta a punibilidade dos acusados, pela prescrição da pretensão punitiva estatal, pois que decorrido tal lapso desde o último o último marco interruptivo ocorrido na hipótese. 5. A prescrição é matéria de ordem pública; por isso, pode ser declarada de ofício, ainda que pelo Juízo incompetente (Precedentes desta Turma), por se tratar de questão de ordem pública. 6. Extinção da punibilidade dos acusados, nos termos do art. 107, IV, do Código Penal. (ACR 2000.71.10.002858-9/RS, Rel. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 7ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 16.05.2007)

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07 - HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL. ARTIGO 69 DA LEI 9.605/98. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE DOLO. ORDEM CONCEDIDA. 1. O habeas corpus não se presta ao exame do conjunto fático probatório, o que não implica em dizer que a prova pré-constituída fique ao desabrigo da avaliação objetiva do julgador acerca da ocorrência do constrangimento ilegal que se pretende combalir. Entendimento diverso enseja a invalidação da cláusula constitucional (artigo 5º, inciso LXVIII) protetiva da liberdade de ir e vir do indivíduo. 2. Conquanto detenha a função de gerente de compra de perecíveis da pessoa jurídica, verifica-se que a notificação destinada à apresentação da declaração de estoque, referente à Piracema 2004/2005, não contém a assinatura do paciente, não se podendo imputar a este o descumprimento da norma ambiental. 3. Se, tão logo recebida a advertência, restou providenciada a resposta ao órgão ambiental, com a apresentação de notas fiscais correspondentes a todo pescado de toda a rede, no período de 24 de maio de 2004 até 24 de janeiro de 2005. E, relativamente às notificações para apresentação de declaração de estoque da piracema, a pessoa jurídica consignou não haver estoque do produto (fls. 32/33), impõe-se o reconhecimento de que não se tem presente na espécie o imprescindível dolo consistente na obstaculização ou impedimento da atividade fiscalizatória estatal. 4. Aplicabilidade do princípio da intervenção mínima, assentado no pressuposto de que o Direito Penal somente deve intervir na vida social em ocasiões estritamente necessárias, atuando como ultima ratio do ordenamento jurídico. Desta forma, se alguma reprovabilidade existe na conduta do paciente, certo é que tal questão deve ser resolvida no âmbito administrativo. 5. Ordem concedida. (HC 2007.04.00.009258-2/RS, Rel. Desa. Federal MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE, 7ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007)

08 - PENAL. CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. ARTS. 8º E 16 DA LEI Nº 7.492/86. OPERAÇÕES DE CAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS PRÓPRIAS DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA ILEGAL. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. DOLO. COBRANÇA DE JUROS EXTORSIVOS. INEXISTÊNCIA DE OFENSA A BEM JURÍDICO. PRESCRIÇÃO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 1. A operação de captação e aplicação de recursos financeiros por instituição financeira por equiparação caracteriza o delito insculpidos no art. 16 da Lei nº 7.492/86, sendo irrelevante o fato de o agente ter atuado na intermediação de tal atividade, desde que demonstrado que possuía ciência do funcionamento do esquema delituoso, ao qual, com a sua experiência, dava efetividade. 2. Já a concessão de empréstimos com remuneração excessiva por instituição financeira, apenas por ficção e para o fim do artigo 16 da Lei nº 7.492/86, não autorizada a operar no Sistema Financeiro Nacional, atuando com a conivência de expressiva parcela de uma determinada comunidade, no mercado marginal e insuflada tanto pela ganância e desapego dos seus gestores às normas reguladoras do mercado formal, como também fomentada pelos interesses obviamente especulativos dos seus ditos "investidores ou tomadores", não agride ao bem jurídico protegido pela norma do artigo 8º da lei que protege o sistema financeiro brasileiro.

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3. Prescrição da pretensão punitiva que se reconhece de ofício, ensejando a declaração da extinção da punibilidade do réu, nos termos do que dispõe o art. 107, IV, do CP. (ACR 2004.04.01.044184-5/RS, Rel. Des. Federal LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 23.05.2007, D.E. 30.05.2007) 09 - PENAL. DESCAMINHO. ART. 334, CAPUT E § 1º, C, DO CP. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. MERCADORIAS DE TERCEIROS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. CONTINUIDADE DELITVA. REQUISITOS DE LUGAR E TEMPO. CONCURSO MATERIAL. 1. Está configurado o delito de descaminho, na forma do caput do art. 334 do CP, quando o agente, no exercício de atividade comercial, transporta mercadoria de origem forânea que introduziu clandestinamente no País. 2. Mesmo que somente estivesse transportando as mercadorias para terceiros, não sendo proprietário dos bens, mas tendo simplesmente auxiliado no transporte destas, não é atípica a conduta praticada. 3. Para fins de reconhecimento da continuidade delitiva é necessária a presença dos requisitos subjetivos (nexo causal) e objetivos (tempo e lugar). Sendo o lapso temporal superior a 30 dias entre os fatos, é inviável, pelas peculiaridades do crime de descaminho, o reconhecimento da continuidade delitiva, mas presente o concurso material. Precedentes. (ACR 2004.70.02.002467-4/PR, Rel. Des. Federal PAULO AFONSO BRUM VAZ, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 16.05.2007) 10 - PENAL E PROCESSO PENAL. ESTELIONATO CONTRA O CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E ARQUITETURA. ART. 171, § 3º, DO CP. ANOTAÇÕES DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ARTs) COM AUTENTICAÇÕES BANCÁRIAS FALSAS. PRESCRIÇÃO. SÚMULA Nº 17 DO STJ. INAPLICABILIDADE. MAJOR ABSORVET MINOREM. EMENDATIO LIBELLI.FALSIDADE DE DOCUMENTO PÚBLICO. ART. 297 DO CP. AUSÊNCIA DE PERÍCIA. PROVA TÉCNICA. DESNECESSIDADE. 1. Não há falar em prescrição retroativa da pretensão punitiva, para a pena privativa de liberdade fixada em 01 (um) ano e 04 (quatro) meses de reclusão, se entre a data do recebimento da denúncia e a data da sentença condenatória não transcorreu o lapso temporal de 04 (quatro) anos, nos termos do art. 109, inciso V, do CP. 2. Na consunção, deve ocorrer a absorção do crime de menor potencial lesivo pelo delito mais gravoso. Inaplicabilidade da Súmula nº 17 do STJ quando a falsidade é meio para a prática de estelionato tentado, devendo o agente ser punido pela contrafação. 3. Aplica-se a regra do art. 383 do CPP - emendatio libelli - quando a denúncia, embora descrevendo perfeitamente os fatos, atribui capitulação jurídica errônea aos fatos. 4. Para comprovação da falsidade documental não se exige a realização de exame pericial, desde que presentes nos autos outros elementos probatórios aptos a respaldar a condenação. A perícia é elemento subsidiário, não estando o julgador adstrito ao laudo. 5. A pena de multa deve aplicada em simetria à pena privativa de liberdade imposta e, na sua fixação, não se aplica o sistema trifásico. 6. O valor da prestação pecuniária deve ser reduzido quando a situação econômica do acusado não permite o cumprimento da pena fixada na sentença. (ACR 2001.70.01.002271-0/PR, Rel. Des. Federal PAULO AFONSO BRUM VAZ, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 16.05.2007)

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11 - PENAL. PROCESSO PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. INQUÉRITO POLICIAL. FRAUDE BANCÁRIA. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. MEIO ELETRÔNICO. INTERNET. ESTELIONATO (ART. 171, § 3º, CP). FURTO MEDIANTE FRAUDE (ART. 155, § 4º, INC. II, CP). FORO DA CONSUMAÇÃO DO DELITO. 1. O Inquérito Policial que investiga fraude perpetrada contra a Caixa Econômica Federal, levada a efeito mediante a transferência ilícita de recursos de conta-corrente de cliente por meio eletrônico - Internet - , deve ser processado no foro da consumação do delito. 2. Tal conduta se subsume ao tipo legal de estelionato, e não furto mediante fraude. 3. Dessa forma, considera-se consumado o estelionato no local onde os valores transferidos foram sacados. (CC 2007.04.00.006488-4/PR, Rel. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 4ªS./TRF4, maioria, julg. em 26.04.2007, D.E. 04.05.2007) 12 - PROCESSUAL PENAL . EXECUÇÃO PENAL . MULTA . ART. 51 DO CP. NÃO-ADIMPLEMENTO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. O não-adimplemento da multa não gera o afastamento da extinção da punibilidade, conforme a exegese da alteração da redação do art. 51 do CP pela Lei nº 9.268/96. Precedentes do STJ. (AGEPN 2004.71.00.046457-9/RS, Rel. Des. Federal LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO, 8ªT./TRF4, maioria, julg. em 16.05.2007, D.E. 23.05.2007) 13 - PENAL. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES PROCESSUAIS. CABIMENTO. 1. A sentença criminal condenatória não admite execução provisória, seja pela impossibilidade de reparação acaso ao final provido recurso da defesa, seja pelo princípio então ainda vigente de presunção de inocência, seja pela característica do processo penal de que a fase executória exige o trânsito em julgado. Precedentes. 2. De outro lado, nada impede a execução imediata, porque transitada em julgado, das obrigações processuais decorrentes da condenação, consistentes na obrigação de pagar as despesas processuais, custas e honorários, bem como o imediato cumprimento de acordo formalizado pelo condenado, pois obrigações que tecnicamente não se confundem com a sanção penal e aptas à desconstituição satisfatória. 3. Ordem parcialmente concedida. (HC 2007.04.00.009526-1/PR, Rel. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 7ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007) 14 - PROCESSUAL PENAL. AGRAVO EM EXECUÇÃO. PARCELAMENTO. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. POSSIBILIDADE. SITUAÇÃO ECONÔMICA DO CONDENADO. SUBSTITUIÇÃO DA PENA DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA POR PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE. INCABÍVEL. 1. Cabível o parcelamento da pena de prestação pecuniária, quando comprovado que o apenado não possui condições financeiras para adimplir seu pagamento em parcela única. 2. A jurisprudência admite a aplicação, por analogia, da regra inserta nos artigos 50 do CP e 169, § 1º, da Lei de Execuções Penais à pena de prestação pecuniária. 3. Se se demonstra de forma razoável que o condenado não pode pagar cumuladamente a multa e a prestação pecuniária, mesmo parceladas, e sendo a primeira de cumprimento obrigatório, resta atender-se a seu pleito subsidiário de substituição da prestação pecuniária por outra modalidade de pena restritiva de direitos.

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4. Não tendo o juiz da execução apreciado o pedido de substituição da prestação de serviços por outra espécie de pena alternativa, impossível o exame do pleito diretamente na esfera recursal, que sequer conhece a realidade local quanto à existência de Casas de Albergado. 5. Melhor é evitar-se a aplicação de duas penas alternativas de mesma espécie, pois então ter-se-ia em verdade única resposta criminal, embora mais severa. 6. Acaso inexistente Casa de Albergado na Comarca, porém, somente restará a alternativa de trocar-se a prestação pecuniária por uma segunda pena de prestação de serviços à comunidade. Se a nova pena substitutiva gerará mais trabalho e maiores dificuldades em horários ao apenado, que não possui condições de cumprir outras respostas penais alternativas, isto se dará de todo modo em seu favor, adaptando-se a pena às suas possibilidades e evitando-se o cumprimento da original pena privativa de liberdade. (AGEPN 2007.71.07.000826-6/RS, Rel. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 7ªT./TRF4, unânime, julg. em 15.05.2007, D.E. 23.05.2007) 15 - PENAL. FALSIFICAÇÃO DE PRODUTO ALIMENTÍCIO. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. INOCORRÊNCIA. 1. A materialidade do delito de falsificação de produto alimentício, na modalidade do § 1º do art. 272, do CP, restou comprovada, entre outros elementos, pela apreensão de diversas bombonas de álcool hidratado 96º e centenas de garrafas de uísque, algumas vazias e outras contendo a suposta bebida. 2. Autoria confirmada pelo conjunto probatório dos autos. 3. Ante a ausência de mercadoria apta a ser tributada, inexiste o fato gerador sobre o qual se calculou o Imposto sobre Produtos Industrializados - bebidas alcoólicas. Nesse contexto, não há falar em crime contra a ordem tributária. (ACR 2002.71.04.011567-8/RS, Rel. Des. Federal ÉLCIO PINHEIRO DE CASTRO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 09.05.2007) 16 - PENAL. FALSIDADE IDEOLÓGICA. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO. USO DE CERTIDÃO DE NASCIMENTO FALSA PARA OBTENÇÃO DE CARTEIRA DE IDENTIDADE, TÍTULO ELEITORAL E CPF. ART. 299 e 304 DO CÓDIGO PENAL. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. OMISSÃO NA SENTENÇA QUANTO À SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. NULIDADE. PRESCRIÇÃO. Materialidade e autoria delitivas comprovadas por amplo conjunto probatório, em especial pela confissão do réu, que admitiu serem verdadeiros os fatos narrados na denúncia. No concurso entre o falso e o uso consiste em crime progressivo, sendo aplicado o princípio da consunção, devendo o agente ser apenado na forma do art. 297, do Código Penal, por força da remissão do art. 304, do mesmo diploma legal, quanto ao primeiro fato denunciado. Não tendo o julgador monocrático se manifestado sobre a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, é nula a sentença neste ponto, pois é inviável sanar tal omissão nesta Corte, sob pena de indevida supressão de um grau de jurisdição. Hipótese em que os autos devem retornar à vara de origem para que haja complementação da sentença neste aspecto. Transcorrido mais de 04 (quatro) anos entre a data uso de documento falso para obtenção da Carteira de Identidade e do Título Eleitoral, operando-se a prescrição da pretensão punitiva na modalidade retroativa, em relação estes dois delitos. Recurso ministerial parcialmente provido. Recurso do réu parcialmente provido. Sentença anulada parcialmente. (ACR 2002.71.01.006510-7/RS, Rel. Desa. Federal MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE, 7ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.04.2007, D.E. 02.05.2007)

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17 - DIREITO PENAL. MOEDA FALSA. BAIXA QUALIDADE. ESTELIONATO. SÚMULA Nº 73 DO STJ. ÍNFIMO PREJUÍZO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. ECONOMIA E CELERIDADE PROCESSUAL. TRANCAMENTO DO FEITO. 1. Conforme já pacificado pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça e na linha de reiteradas decisões desta Corte, o uso de numerário grosseiramente contrafeito pode caracterizar tão-somente o crime de estelionato, cujo julgamento é da competência estadual. 2. Em razão do valor do prejuízo sofrido pela vítima (R$ 10,00, posteriormente ressarcidos) mostra-se certa a posterior solução da lide mediante aplicação do Princípio da Insignificância. Assim, tendo em conta não só a economia mas também a celeridade processual, impõe-se desde já o trancamento da ação. 3. Precedentes dos Tribunais Superiores. (ACR 2005.72.10.000613-2/SC, Rel. Des. Federal ÉLCIO PINHEIRO DE CASTRO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 09.05.2007, D.E. 16.05.2007) 18 - PENAL. PECULATO. ESTAGIÁRIO DE EMPRESA PÚBLICA. FALSIDADE IDEOLÓGICA. DOSIMETRIA DA PENA. HONORÁRIO DE DEFENSOR DATIVO. 1. Trata-se de peculato, e não estelionato, o crime cometido por estagiário da Caixa Econômica Federal, por ser este considerado funcionário público por equiparação, nos termos do § 1º do art. 327 do Código Penal. 2. Pena dosada pelo delito de estelionato mantida, por ser mais benéfica à ré, bem como em face da inexistência de recurso do Ministério Público. 3. A continuidade delitiva pode ser considerada pelo magistrado na sentença, mesmo não tendo sido descrita na inicial, em razão da emendatio libelli. A parte se defende dos fatos e não da capitulação a eles atribuída pela denúncia. 4. Verificada a prescrição da pretensão punitiva pela pena aplicada, subsiste apenas o delito de falsidade ideológica, razão porque não se aplica o art. 69 do CP (cúmulo material). 5. Diminuída a pena corporal definitiva para um ano de reclusão, resta redimensionada a sua substituição por uma pena restritiva de direitos, consubstanciada em prestação de serviços à comunidade, nos termos do padrão dessa Oitava Turma. 6. Não faz jus à verba honorária fixada pelo juiz a defensora que, embora constante do quadro de defensores dativos da Justiça Federal de primeira instância, foi constituída pela ré como sua defensora e não nomeada como dativa. (ACR 2003.71.00.015522-0/RS, Rel. Des. Federal LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.05.2007, D.E. 16.05.2007) 19 - PENAL. PECULATO ELETRÔNICO. ART. 313-A, CP. Comete o delito previsto no art. 313-A do Código Penal (peculato eletrônico) aquele que insere dados falsos no sistema de dados da Previdência Social, ocasionando com tal ato a concessão de aposentadorias. (ACR 2004.70.00.013296-9/PR, Rel. Des. Federal LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 09.05.2007) 20 - EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE. PENAL. PROCESSO PENAL. PECULATO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. Inaplicável o princípio do insignificância ao delito de peculato, considerando-se que o bem jurídico protegido em tal hipótese é a moralidade da Administração Pública, que não pode ser mensurada monetariamente. (EINACR 2000.70.03.005780-4/PR, Rel. Juíza Federal ELOY BERNST JUSTO, 2ªS./TRF4, maioria, julg. em 17.05.2007, D.E. 23.05.2007)

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21 - PENAL. RECEPTAÇÃO. ART. 180, § 6º, DO CP. DOLO E ELEMENTO SUBJETIVO. PORTE ILEGAL DE ARMA. ART. 10, § 2º, DA LEI Nº 9.437/97. 1. O dolo, no delito de receptação, consiste na vontade livre e consciente de realizar alguma das condutas descritas no tipo penal, enquanto que o elemento subjetivo configura-se na ciência da origem ilícita do bem, ou seja, que é produto de crime. 2. Demonstrado que o réu adquiriu bem que sabia ser produto de crime, o qual pertencia à Polícia Rodoviária Federal, resta configurado o tipo penal previsto no art. 180, § 6º, do Código Penal. 3. O crime de porte ilegal de arma de fogo caracteriza-se como de ação múltipla ou de conteúdo variado, pelo que, para que ocorra sua consumação, exige-se a realização de qualquer uma das hipóteses elencadas na norma que o regula. Além disso, em razão de o tipo penal não descrever a ocorrência de resultado naturalístico, configura-se como delito de mera conduta. 4. O ilícito penal previsto no art. 10 da Lei nº 9.437/97 exige apenas o dolo, que consiste na intenção de realizar, de forma livre e consciente, alguma das condutas descritas no tipo, sendo que demonstrada que a arma é de uso restrito ou proibido, resta caracterizada a forma qualificada, prevista no § 2º do art. 10 da Lei nº 9.437/97. (ACR 2002.72.01.004076-9/SC, Rel. Des. Federal LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 23.05.2007, D.E. 30.05.2007) 22 - PROCESSO PENAL. RESTITUIÇÃO DE BENS. VEÍCULO. COMPARTIMENTO OCULTO. ESPÉCIMES SILVESTRES. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO DO IBAMA. 1. Realizado exame pericial no carro com a finalidade de verificar a existência de preparação anterior para a prática do delito, constatou-se algumas alterações em sua estrutura original, possivelmente para o transporte clandestino de animais. 2. Diversos pássaros que estavam em poder dos requerentes não constam do documento que autoriza a comercialização emitido pelo IBAMA. 3. Em face disso, não merece acolhida o pleito de devolução, tendo em vista que o automóvel e as aves poderão se enquadrar, no término da ação penal, entre os instrumentos descritos no art. 91, II, a, do CP, ficando sujeitos ao efeito específico da condenação, ou seja, o perdimento em favor da União. (ACR 2006.71.15.000513-7/RS, Rel. Des. Federal ÉLCIO PINHEIRO DE CASTRO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.04.2007, D.E. 09.05.2007) 23 - PENAL. OMISSÃO. TRIBUTAÇÃO. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. INCIDÊNCIA. SONEGAÇÃO FISCAL. INTERPOSIÇÃO. TERCEIRO. 1. A omissão de declaração de ajuste anual do IRPF de valores movimentados em contas correntes (nos parâmetros das Leis nos 9.430/96 e 9.481/97), com tributação devida, configura prática de sonegação fiscal. 2. A existência de pessoa interposta (terceiro que utiliza/movimenta contas bancárias de forma isolada/conjunta com o conhecimento/consentimento do titular) não afasta a imputação do delito de sonegação fiscal, porquanto o cedente da conta tem plena consciência do risco de produzir tal resultado. (ACR 2004.72.08.006117-5/SC, Rel. Des. Federal LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.04.2007, D.E. 02.05.2007)

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24 - PENAL. ARTIGO 1º DA LEI Nº 8.137/90. RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA MEDIANTE FRAUDE. ESTELIONATO. NÃO-CONFIGURAÇÃO. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. LEI DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. PARCELAMENTO. SUSPENSÃO. PRECEDENTES. 1. A conduta fraudulenta perpetrada pelo contribuinte, traduzida no ato de inserir informações falsas na declaração de ajuste anual para obter a restituição de valores do Imposto de Renda retido na fonte, amolda-se ao tipo previsto no art. 1º da Lei 8.137/90, eis que presente o intuito de reduzir tributo devido, caracterizando-se o delito de sonegação previsto na lei especial e não estelionato. 2. Uma vez parcelada a dívida tributária, suspende-se a pretensão punitiva bem como a prescrição, nos termos do artigo 9º da Lei nº 10.684/2003. (RSE 2005.71.03.003341-1/RS, Rel. Des. Federal ÉLCIO PINHEIRO DE CASTRO, 8ªT./TRF4, unânime, julg. em 16.05.2007, D.E. 23.05.2007) 25 - PENAL. ART. 14 DA LEI Nº 6.368/76. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. TRÁFICO INTERNACIONAL ILÍCITO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE (COCAÍNA). COMPROVAÇÃO. AUTORIA. PENA DE MULTA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. ART. 8º DA LEI Nº 8.072/90. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS. MAJORANTE DO ART. 18, I, DA LEI Nº 6.368/76. DESCABIMENTO. PENA DE PERDIMENTO. NÃO-CONHECIMENTO DA APELAÇÃO. 1. O art. 14 da Lei nº 6.368/76 prevê crime formal e autônomo (em relação ao tráfico) que, embora não exija a reiteração de condutas, requer a permanência e estabilidade na associação criminosa. 2. Demonstrada a aliança dos réus para a prática de tráfico, seja pelas conversas telefônicas licitamente interceptadas, seja pelos depósitos de valores em contas dos réus e sendo inverossímeis e contraditórias as justificativas apresentadas de movimentação da conta pessoal por terceiros e de contatos apenas por amizade ou para desconhecidos fins comerciais, é de se entender devidamente comprovado o crime de quadrilha para o tráfico (art. 14 da Lei nº 6.368/76). 3. Exclui-se, de ofício, a pena de multa para o crime, não cominada no art. 8º da Lei nº 8.072/90. 4. Descabida é a aplicação da majorante do art. 18, I, da Lei nº 6.368/76, pela internacionalidade, ao delito de associação para o tráfico, pois entende restritivamente a jurisprudência que o termo tráfico nesse dispositivo legal está a indicar apenas o art. 12 da Lei nº 6.368/76. 5. Tendo transitado em julgado o perdimento de bem em pretérita ação penal, não pode ser no ponto conhecida a irresignação da parte. (ACR 2002.71.04.001091-1/RS, Rel. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 7ªT./TRF4, unânime, julg. em 22.05.2007, D.E. 30.05.2007) 26 - HABEAS CORPUS. OPERAÇÃO PARABELLUM. TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMAS. ESTATUTO DO DESARMAMENTO. QUADRILHA OU BANDO. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. APLICAÇÃO DA LEI PENAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. INOCORRÊNCIA. 1. Considerando-se os elementos de prova obtidos no curso da investigação, impõe-se a segregação como forma de evitar a retomada das atividades criminosas, afastando-se a possibilidade de rearticulação do grupo, além de garantir a aplicação da lei penal, uma vez que o centro de atuação da quadrilha localiza-se na região de Guaíra e Umuarama/PR, zona fronteiriça que facilitará a evasão do distrito da culpa.

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2. A indicação de endereço não ocupado pela paciente há mais de ano também reforça os indícios de que a paciente pretende se subtrair aos efeitos da lei caso obtenha a almejada soltura. 2. Ordem denegada. (HC 2007.04.00.009181-4/PR, Rel. Desa. Federal MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE, 7ªT./TRF4, unânime, julg. em 08.05.2007, D.E. 23.05.2007) 27 - PENAL. AÇÃO REVISIONAL. TRÁFICO DE DROGAS. INTERNACIONALIDADE. MONTANTE MÍNIMO DE AUMENTO. NOVATIO LEGIS IN MELLIUS. SUBSTITUIÇÃO DA PENA. 1. Caracterizando a previsão do art. 40 da Lei nº 11.343/06 típico caso de novatio legis in mellius, a majoração da reprimenda em decorrência da internacionalidade do delito deve operar-se com observação dos parâmetros estabelecidos em tal norma penal, que é mais favorável ao agente, no específico ponto, do que aquela vigente ao tempo do fato. 2. No entendimento da culta maioria dos integrantes desta Seção, ressalvado entendimento pessoal, não deve ser aplicada a substituição de penas privativas de liberdade a quem apresenta gravosa culpabilidade pelo transporte de considerável quantidade de entorpecentes, ainda que qualificada no decreto condenatório como de média expressividade. (RVCR 2007.04.00.006482-3/RS, Rel. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 2ªS./TRF4, unânime, julg. em 17.05.2007, D.E. 25.05.2007)