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BOLETIM INFORMATIVO DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANA

ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS

BICPA Boletim Informativo da Contratação Pública Angolana

DP Decreto Presidencial

EPC Entidade Pública Contratante

EFF Extended Fund Facility

IRCOOP Instituto Regulador da Construção Civil e Obras Públicas

LCP Lei dos Contratos Públicos

MPME Micro, Pequenas e Médias Empresas

OGE Orçamento Geral do Estado

PAC Plano Anual de Contratação

PGR Procuradoria Geral da República

PIIM Programa Integrado de Intervenção nos Municípios

SIGTC Sistema Integrado de Gestão do Tribunal de Contas

SNCP Serviço Nacional da Contratação Pública

SNCPE Sistema Nacional da Contratação Pública Electrónica

TC Tribunal de Contas

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Índice

I- EDITORIAL .......................................................................................................................................................... 4

II- ACTIVIDADES DO SNCP ................................................................................................................................... 5

SNCP Promove Mesa Redonda para Analisar Garantias dos Fornecedores Do Estado ................................... 5

Funcionários Públicos Capacitados sobre o Sistema Nacional de Contratação Pública Electrónica ................. 6

SNCP realiza Acções de Formação em Contratação Pública............................................................................. 7

Apresentado o Sistema de Gestão de Contratos ................................................................................................ 7

III-NOTÍCIAS NACIONAIS ....................................................................................................................................... 8

Comissão Económica aprecia Proposta de Alteração à Lei dos Contratos Públicos .......................................... 8

Resultado do Concurso Público para Obras do PIIM Anulado ......................................................................... 11

Realizado Leilão Electrónico para as Aquisições dos Órgãos do Ministério da Defesa ................................... 13

Mais de 1600 Violações na Execução da Despesa Pública ............................................................................. 12

Banco Mundial quer criar Núcleo de Pessoas Competentes para Parcerias Público-Privadas em Angola ...... 13

Planos Anuais de Contratação Começam a ser Publicados no Portal.............................................................. 14

IV- NOTÍCIAS INTERNACIONAIS ........................................................................................................................ 14

Portugal – Espap Apresenta o Plano Anual de Necessidades (PAN) ............................................................... 14

BRASIL – Ministério da Economia Amplia Transparência das Compras Públicas ........................................... 15

VI- OPINIÃO .......................................................................................................................................................... 17

Os Acordos-Quadro na Gestão dos Processos Aquisitivos .............................................................................. 17

VIII- EXPLICADOR DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................. 19

Proposta de Medidas Excepcionais e Transitórias de Contratação Pública no âmbito da Prevenção e Combate

da Pandemia do COVID-19 .............................................................................................................................. 19

IX- LEGISLAÇÃO RELEVANTE ............................................................................................................................ 20

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I- EDITORIAL

Caros Leitores,

Sejam bem-vindos à 7.ª edição do Boletim Informativo da Contratação Pública Angolana (BICPA), publicação

trimestral, especializada, do Serviço Nacional de Contratação Pública (SNCP), referente ao 1.º trimestre do ano

2020.

Nesta primeira edição do ano, apresenta-se uma síntese das principais realizações e acontecimentos no domínio

da contratação pública, durante o trimestre. A expansão do Sistema Nacional de Contratação Pública Electrónica

(SNCPE) a nível de toda a Administração Pública e o impacto das Medidas de Prevenção e o Controlo da

Propagação da Pandemia COVID-19 na contratação pública, são destacados.

Aos fornecedores, continua-se a motivar para a relevância da consulta ao Portal da Contratação Pública e ao

Jornal de Angola, pois são os principais meios de difusão de toda a informação acerca da “Procura Pública”. O

apelo torna-se mais insistente junto das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), para que com o

conhecimento e a valorização do conteúdo local, ajustem os seus produtos e ou serviços melhor satisfazendo as

necessidades das Entidades Públicas Contratantes (EPC).

Às EPC continua-se a insistir para que publicitem os Planos Anuais de Contratação e a abertura de Procedimentos

de Contratação Pública pelos meios legalmente previstos e optem por procedimentos abertos e concorrenciais

para que se possa construir em Angola um mercado público, cada vez mais transparente e competitivo.

Como tem sido habitual, espera-se a vossa colaboração e feedback, para a melhoria da informação que se reporta.

O SNCP continua disponível para sugestões, críticas, comentários e/ou colaborações pertinentes, bastando para

tal, remeterem as contribuições para o endereço electrónico [email protected].

Por outro lado, informa-se que esta edição está disponível no Portal da Contratação Pública, em

www.compraspublicas.minfin.gov.ao.

Boa Leitura!

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II- ACTIVIDADES DO SNCP

SNCP Promove Mesa Redonda para Analisar Garantias dos Fornecedores Do Estado

O SNCP realizou a primeira edição da “Mesa Redonda de Contratação Pública” onde foram abordadas as

“Garantias dos Fornecedores na óptica da Reposição do Equilíbrio Económico e Financeiro”, que decorreu nas

suas instalações no dia 30 de Janeiro.

O evento juntou representantes de várias Entidades Públicas Contratantes (EPC), com realce para os sectores da

Energia e Águas, das Obras Públicas e Construção e do Governo Provincial de Luanda, da classe empresarial e

outros organismos do Estado com responsabilidades diversas na orçamentação e execução do investimento

público. Foi moderador Adebayo Vunge, Director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do

Ministério das Finanças.

No entender dos responsáveis do SNCP, os desafios da contratação pública são múltiplos e diários. Uma

regulação eficaz que busca a identificação de soluções sustentáveis e inovadoras, faz-se, igualmente, por um

conjunto de discussões abertas entre o regulador e os principais interessados nos mercados regulados.

Um dos temas candentes cingiu-se à problemática dos preços nos contratos públicos, numa fase em que os

principais indicadores macroeconómicos que concorrerem para a sua formação têm conhecido elevados índices

de flutuação.

O tema da indexação dos preços dos contratos ao dólar concentrou o debate e os participantes apresentaram um

conjunto de propostas de revisão do quadro legislativo dos procedimentos concursais e de gestão financeira dos

projectos. Segundo o Director Geral do SNCP, estas propostas serão posteriormente submetidas à consideração

superior.

Saidy Fernando referiu-se ainda ao Sistema Nacional de Contratação Pública Electrónica (SNCPE) acessível no

Portal da Contratação Pública. “Estamos a experimentar uma fase nova onde se impõe maior comunicação e

gestão da mudança, daí que nós consideremos fundamental que haja o envolvimento de todos os sectores e

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pedimos que estes nos enviem os seus quadros para que possamos capacitá-los em relação a operacionalização

do portal”. Fez, igualmente, menção que o portal é também uma janela importante para os fornecedores que devem

encontrar ali diariamente novas oportunidades de negócio.

Por fim, o Director Geral do SNCP, Saidy Fernando, anunciou que o instituto que dirige passará a emitir certificação

das empresas prestadoras de serviços e fornecedoras de bens ao Estado.

Funcionários Públicos Capacitados sobre o Sistema Nacional de Contratação Pública Electrónica

O SNCP deu início, a dia 13 de Janeiro, a um ciclo de formações para implementar e expandir o SNCPE, com o

objectivo de gerar uma melhoria substancial dos procedimentos de contratação pública, bem como aumentar a

transparência e concorrência, enquanto factores que contribuem significativamente para a qualidade da despesa

pública.

O referido ciclo de formações terá a duração de três meses e é dirigido a funcionários públicos. Está enquadrado

no âmbito do processo de execução do Orçamento Geral do Estado (OGE) para o exercício económico de 2020.

tendo em conta o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022, que estabelece que 40% das Entidades

Públicas Contratantes (EPC) utilizem o SNCPE, bem como as metas estabelecidas no Programa de Financiamento

Alargado celebrado entre o Estado Angolano e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que até Maio de 2020 237

Planos Anuais de Contratação devem estar publicados no Portal da Contratação Pública.

Durante as sessões cuja duração é de 35 horas, com uma vertente prática de 99%, são tratados temas como o

Plano Anual de Contratação (PAC), Planeamento de Necessidades, Autorizações no SNCPE, Comissão de

Avaliação, Processo de Adjudicação, Acompanhamento dos Fornecedores e Aquisição via Acordos-Quadro.

Funcionários do Tribunal de Contas, Procuradoria Geral da República, Inspecção Geral da Administração do

Estado, Inspecção Geral das Finanças, de todos os Departamentos Ministeriais e Governos Provinciais,

Delegações Provinciais das Finanças, Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, Direcção Nacional do

Património do Estado, Administração Municipal de Viana e a Comissão de Mercado de Capitais fazem parte do

grupo de formandos para esta primeira fase.

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SNCP realiza Acções de Formação em Contratação Pública

A capacitação dos funcionários públicos em Contratação Pública é um dos eixos principais do Plano Estratégico

da Contratação Pública Nacional para o quinquénio 2018-2022, pelo que o SNCP continua a empenhar-se na

formação contínua dos entes ligados ao sistema de aquisições. Durante o presente trimestre, foram realizadas

acções formativas para os gestores públicos, funcionários públicos e agentes administrativos de forma a dotá-los

de conhecimentos sobre os aspectos essenciais da LCP e propagar as boas práticas.

Acções formativas abrangeram o Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão, Ministério das Pescas e do Mar,

Pescangola-EP, Instituto Nacional de Apoio às Indústrias de Pesca e Investigação Tecnológicas, Fundo de Apoio

ao Desenvolvimento, CEFOPESCA, Instituto de Desenvolvimento da Pesca, EDIPESCA, Fundo de Garantia

Automóvel, Agência Nacional de Petróleo e Gás e Biocombustíveis, Caixa Social do Ministério do Interior, Polo de

Desenvolvimento Turístico de Kalandula e do Polo de Desenvolvimento Turístico de Cabo Ledo. Foram ministradas

matérias referentes à formação e execução dos contratos públicos a um total de 150 formandos.

Apresentado o Sistema de Gestão de Contratos

O SNCP realizou no dia 19 de Março, em parceria com o Serviço de Tecnologias de Informação e Comunicação

das Finanças Públicas (SETIC-FP), uma sessão de apresentação e prestação de esclarecimentos sobre o novo

Sistema de Gestão de Contratos (SGC).

O encontro realizado no edifício sede do MINFIN, teve como objectivo dar a conhecer, de forma detalhada, as

grandes vantagens da iniciativa, bem como colher subsídios dos intervenientes no processo de realização da

despesa nas distintas áreas do Ministério das Finanças.

De acordo com Saidy Fernando, Director Geral do SNCP, a utilização da nova ferramenta irá permitir, entre outros

benefícios, uma gestão eficiente e transparente do processo de formação e execução dos contratos públicos. “O

Sistema de Gestão de Contratos irá funcionar como um repositório único de todos os contratos celebrados pelas

Entidades Públicas Contratantes (EPC), tendo como principais objectivos disponibilizar toda a informação relativa

à formação dos contratos, nomeadamente o tipo de procedimento, valor, objecto, fornecedores, entre outros, de

forma simplificada e organizada”, esclareceu.

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O Director do SNCP destacou, igualmente, que a introdução da referida ferramenta vai integrar-se com o sistema

patrimonial e o sistema de execução da despesa permitindo também gerir o ciclo de vida dos contratos, durante o

processo de formação, execução, operacionalização, manutenção e controlo dos contratos públicos.

Para além desta melhoria da conformidade na celebração dos contratos e acompanhamento do seu ciclo de vida,

irá permitir a contenção dos atrasados como um dos maiores benefícios da inovação, tendo afirmado que graças

a toda esta informação o Executivo, através do MINFIN, terá bases suficientes para efectuar estudos sobre a

racionalidade custo-benefício durante os procedimentos.

O SGC está a ser desenvolvido de forma paulatina, permitindo a avaliação do impacto da implementação de cada

uma das cinco fases no SIGFE, nomeadamente a fase de Registo de Novos Contratos, Registo de Contratos em

Execução, Registro de contratos sem procedimentos, Geração de Resumo do Contrato e ainda a fase de

Integrações com o sistema Patrimonial e Execução da Despesa.

O SGC é um Instrumento Electrónico criado no Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado (SIGFE) para

o auxílio ao Executivo na melhoria da qualidade da despesa, expressa no Plano de Desenvolvimento Nacional

2018-2022.

III-NOTÍCIAS NACIONAIS

Comissão Económica aprecia Proposta de Alteração à Lei dos Contratos Públicos

A Comissão Económica do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço,

apreciou, no dia 26 de Fevereiro, a Proposta de Lei de Alteração Parcial da LCP.

A revisão do referido instrumento jurídico decorre da necessidade de se simplificar e imprimir maior celeridade aos

actos administrativos tendentes à formação e execução dos contratos públicos e melhorar o ambiente de negócios,

enquanto instrumento jurídico-económico, dinamizador do mercado da contratação pública, com influência

significativa na atractividade de investimento privado. Esta alteração visa assim introduzir um conjunto de normas

referentes às operações e práticas de mercado, bem como as referentes aos direitos, obrigações e garantias dos

operadores de mercado, por formas a aumentar a confiança e a adequação às boas práticas internacionais.

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A inclusão de novas normas na LCP passa, entre outras, pela criação de i) um novo procedimento Dinâmico

Electrónico, ii) um regime de contratações emergenciais, iii) um regime de Contratos Reservados às entidades

cujo objecto principal seja a integração social e profissional de pessoas com deficiência, iv) mecanismos de

resolução alternativa de litígios, v) do Centro de Resolução de Conflitos em Contratação Pública, e vi) limitação

das preferências atribuídas pela LCP apenas às Micro, Pequenas e Médias empresas de direito angolano.

A proposta inclui também o Regime de Concessão de Obras Públicas e de Serviços Públicos, de propostas não

solicitadas e consulta preliminar ao mercado, assim como da obrigatoriedade de pesquisa de preços, do resgate

e sequestro e ainda o Regime sancionatório dos contratos públicos.

A Proposta de alteração da LCP, antes de ser apreciada em Conselho de Ministro, foi submetida à consulta pública,

por via de workshops de Auscultação e contou com contributos de entidades envolvidas no processo de

contratação pública, como Entidades Públicas Contratantes, fornecedores do estado e associações empresariais.

A sessão da Comissão Económica do Conselho de Ministros apreciou também outros diplomas com destaque

para a proposta de Lei do Regime Jurídico do Cadastro Predial, para além de outros diplomas ligados ao

licenciamento das empresas de construção civil e obras públicas e o regulamento de Avaliação de Impacto

Ambiental.

Resultado do Concurso Público para Obras do PIIM Anulado1

O Ministério das Finanças, através do SNCP, recomendou a anulação do resultado do Concurso Público para a

execução de três projectos, inseridos no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), para o município

do Lucapa, província da Lunda-Norte, devido a irregularidades detectadas nos documentos das empresas

vencedoras, informou o governador Ernesto Muangala.

O governante, que falava no habitual encontro com jornalistas, denominado “Café de Ideias”, esclareceu que duas

das empresas de construção civil que concorreram para as obras do PIIM no Lucapa solicitaram ao Ministério das

Finanças a impugnação do processo, por constatarem que houve anomalias da parte dos empreiteiros declarados

1 Fonte: http://jornaldeangola.sapo.ao/ (07.03.2020)

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vencedores, no que concerne à documentação apresentada à comissão de avaliação. Ernesto Muangala explicou

que, depois de receber a reclamação, o Ministério das Finanças remeteu todos os processos das empresas que

concorreram ao Instituto Regulador de Construção Civil e Obras Públicas (IRCCOP), adstrito ao Ministério da

Construção e Obras Públicas encarregue da atribuição do licenciamento à empresas2 e profissionais e emissão

dos respectivos alvarás, que certificou ao Ministério das Finanças que as empresas vencedoras apresentaram

documentos caducados. “Com vista a assegurar um processo limpo e transparente, o Ministério das Finanças

instruiu a formalização de um novo concurso público para o município do Lucapa e a invalidação do anterior”,

frisou o governador, revelando que, em termos de infra-estruturas de impacto social, dos projectos enquadrados

no PIIM para o Lucapa, estão inscritos a construção de duas escolas de 12 (doze) e 7 (sete) salas de aula e uma

residência T3.

Questionado se a revogação do concurso público vai retardar o início e a conclusão das obras, Ernesto Muangala

disse que o Governo da Lunda-Norte está a envidar esforços para assegurar celeridade no processo. O governador

considerou “correcta e normal a recomendação do Ministério das Finanças, de anulação do Concurso Público,

uma vez que dará oportunidade a outras empresas com maior capacidade e credibilidade no mercado nacional de

concorrerem”.

A Administradora Municipal do Lucapa, Maria Neia, disse que para a construção da escola de 12 (doze) salas de

aula vão ser aplicados mais de 500 milhões de Kwanzas, enquanto na de 7 (sete) salas o Estado deve desembolsar

acima dos 300 milhões de Kwanzas, informando que o município possui mais de 100 (cem) salas de aula, 72

(setenta e duas) das quais na sede municipal. “O município precisa, numa primeira fase, de mais de 44 salas de

aula, sobretudo para atender o ensino primário. Além de uma escola de 4 (quatro) salas de aula, estão a ser

construídas duas outras, no quadro do Programa de Investimentos Públicos do Governo Provincial”, disse a

responsável.

A Administradora Municipal assegurou que estão igualmente previstas, para este ano, a conclusão das obras do

Instituto Médio Politécnico, com 18 salas de aula, assim como do centro de acolhimento de menores, financiadas

pela “Linha de Crédito Eurobonds”. O PIIM reserva também, para este ano, recursos para o reforço do sistema de

saneamento básico do município do Lucapa.

2 Empresas de Construção civil, fiscalização e elaboração de projectos.

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Realizado Leilão Electrónico para as Aquisições dos Órgãos do Ministério da Defesa

O Ministério da Defesa realizou no dia 21 de Fevereiro, através do Portal da Contratação Pública, um leilão

electrónico para a aquisição de bens diversos para os seus organismos em decorrência de um Concurso Limitado

por Prévia Qualificação.

A sede do SNCP serviu de palco para a realização do leilão electrónico, que visou a aquisição de géneros

alimentares, produtos de higiene e asseio pessoal de produção nacional para as Forças Armadas Angolanas e

todas as Regiões Militares e Unidades Adstritas à Casa de Segurança do Presidente da República, referentes ao

ano de 2020.

O referido procedimento teve como base a apresentação das candidaturas, no período de 23 de Setembro a 04

de Outubro de 2019, tendo sido prorrogado até 03 de Dezembro do mesmo ano. Dos 26 (vinte e seis) candidatos

iniciais, foram qualificados 8 (oito) fornecedores que apresentaram as suas propostas até ao dia 07 de Fevereiro

de 2020 e dos quais permaneceram apenas 6 (seis).

Seguir-se-á ao leilão a fase de adjudicação, em que vence o fornecedor que apresentou o preço mais baixo por

lote, ficando a adjudicação pendente ao cumprimento, por parte dos fornecedores, das exigências previstas no

Programa do Concurso e no Caderno de Encargos, como por exemplo, o pagamento da caução definitiva ou de

boa execução do contrato.

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Mais de 1600 Violações na Execução da Despesa Pública3

Gestores públicos de 125 órgãos cometeram, até final de Junho de 2019, mil e 650 irregularidades na execução

das despesas públicas, revelou o Coordenador do Grupo Técnico de Controladores Financeiros do Ministério das

Finanças, Panzo Nteka. Essas irregularidades, segundo Panzo Nteka, correspondem a 236 mil milhões de

Kwanzas, cerca de 9% do orçamento desses órgãos que foram controlados e 2% de 10,4 biliões do OGE 2019.

O total das despesas dos 125 órgãos estava avaliado em 2,5 biliões de Kwanzas, cerca de 25% do total do OGE

de 2019 (AKz 10,4 biliões).

Panzo Nteka, que falava no encontro que a Ministra das Finanças promoveu com jornalistas angolanos e

estrangeiros, disse que as anomalias registadas na execução do OGE consistem na má classificação da despesa,

falta de comprovativo de despesas (facturas), contratos irregulares, improbidade pública, subsídio de deslocações

irregulares e partilha de senha.

Quanto à má classificação das despesas, explicou que há dificuldades de classificá-las em função das regras de

execução e as normas de contratação pública. Essas desconformidades são as mais vulgares e equivalem cerca

de 20% do total das irregularidades.

Já sobre a improbidade pública, disse que muitos gestores continuam a fazer negócio consigo mesmo, isto é,

envolvendo suas empresas.

Sobre as irregularidades de partilha de senha, explicou que muitos técnicos cedem seus códigos individuais a

outros para acederem ao sistema, violando a lei. De igual modo, disse que se constatou a prestação de subsídios

de deslocação superiores ao que a lei prevê.

“Ainda não fechamos o relatório do ano transacto, estamos a trabalhar nele até agora”, disse Panzo Nteka,

sinalizando que outras irregularidades podem ser constatadas.

3 Fonte: https://www.angop.ao (07.03.2020)

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Para eliminar as irregularidades, de acordo com a fonte, têm conversado com os gestores para que regularizem

as inconformidades e quando esses insistem são bloqueados ficando sem possibilidade de realizar despesas e

accionam de imediato o SNCP para ajudá-los a celebrar novos contratos ou a renovar.

Banco Mundial quer criar Núcleo de Pessoas Competentes para Parcerias Público-Privadas em

Angola

O Banco Mundial (BM) quer criar um núcleo de pessoas competentes que possam realmente garantir êxito às

políticas do Executivo angolano voltadas às Parcerias Público-Privadas (PPP), disse Olivier Lambert,

representante do BM em Angola, em Luanda.

Ao falar à imprensa, à margem do curso de Certificação Internacional em Parcerias Público-Privadas da APMG4

International que decorreu de 18 a 21 de Fevereiro, Olivier Lambert, sublinhou ser importante capacitar os quadros

que lidam com matérias sobre PPP, para que tenham conhecimento do real funcionamento das parcerias.

Disse ser essencial que os quadros tenham conhecimento de que as PPP são investimentos públicos, mas com

dinheiro privado, uma PPP não pode transformar um bom projecto em mau projecto. Segundo o mesmo, a

capacitação é muito importante neste processo, porque sem capacitação dos quadros as PPP não serão boas

para os governos, sendo que as parcerias têm de ter sucesso tanto para as empresas privadas como para o

governo. Destacou ainda o facto de o Governo angolano querer dar um espaço maior para o sector privado, para

que seja o motor do crescimento económico em Angola, elaborando um programa ambicioso de reforma do sector

empresarial público.

Explicou que o Banco Mundial foi solicitado a prestar assistência técnica para apoiar esse programa, cujo enfoque

no que se relaciona as PPP, inclui triagem e priorização de projectos potenciais das PPP, apoio jurídico, regulatório

e institucional das PPP, bem como capacitação através da aprendizagem na prática e de um treinamento formal.

Na sua visão, a publicação da nova Lei e Regulamento das PPP marca um grande começo para este programa

em Angola, uma vez que ambos estão de acordo com as melhores práticas internacionais e enviam um bom sinal

ao mercado em relação ao programa das PPP em Angola.

De acordo com o mesmo, o outro passo será implementar de forma adequada, o novo quadro jurídico que poderia

consolidar Angola como um mercado atraente das PPP para o investidor externo.

O curso de Certificação Internacional em Parcerias Público-Privadas da APMG International habilitará os

participantes a obtenção do primeiro nível da Certificação Internacional em PPP da APMG International (CP3P).

Promovido pelo Ministério da Economia e Planeamento e pelo Ministério das Finanças, em parceria com Banco

Mundial, o curso prevê atribuir uma Certificação Internacional em Parcerias Público-Privadas aos formandos que

demonstrarem compreender os princípios e as abordagens fundamentais de PPP.

4 Sigla em Inglês de Association of Project Managers Group.

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Planos Anuais de Contratação Começam a ser Publicados no Portal

O Ministério das Finanças, através do SNCP, solicitou o envio e publicação dos Planos Anuais de Contratação

(PAC) referentes ao presente ano, em cumprimento da obrigatoriedade da sua elaboração e remessa à luz das

Regras Anuais de Execução do OGE e do art.º 404.º da LCP.

No entanto, deu-se início a publicação dos PAC e até o final do mês de Março estavam publicados 119 no Portal

da Contratação Pública, perspectivando-se a publicação de 237 PAC até em meados de Maio.

O PAC é um importante instrumento de gestão, que apoia a EPC a definir os seus requisitos de contratação e a

decidir onde e quando comprar, potenciando ganhos significativos em termos de poupança e de eficiência,

mitigando as constantes urgências.

Contudo, nota positiva vai para o Ministério do Turismo, Ministério das Telecomunicações e Tecnologia de

Informação e para o Instituto Superior Politécnico do Kwanza Sul que submeteram o PAC dentro do prazo

legalmente estipulado, ou seja, até 15 de Janeiro.

Por outro lado, continuamos a aguardar pela remessa dos PAC de vários departamentos ministeriais, denotando-

se um fraco comprometimento por parte destes.

De realçar que no âmbito do Programa de Financiamento Ampliado com o FMI, no sector da Contratação Pública

foi estabelecido que, até o final de Maio de 2020, 237 Unidades Orçamentais devem ter os seus PAC publicados

no Portal da Contratação Pública.

IV- NOTÍCIAS INTERNACIONAIS

Portugal – Espap5 Apresenta o Plano Anual de Necessidades (PAN)6

O Plano Anual de Necessidade (PAN) é a ferramenta online de suporte à elaboração do Plano Nacional de

Compras Públicas (PNCP 2020). O PAN, ferramenta web e disponível em https://pan.espap.gov.pt/, tem como

principal objectivo reduzir a carga administrativa associada ao processo de elaboração do PNCP e permitir que os

5 Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública de Portugal

6 Fonte:https://www.espap.gov.pt (06.03.2020).

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envolvidos possam investir mais tempo na análise dos dados recolhidos e não no processo propriamente dito, na

medida em que o processo de agregação dos dados é automático. Até ao ano de 2019, o processo de recolha de

dados para elaboração do PNCP assentava em ficheiros excel, o que representava um custo processual

substancial para todas as entidades envolvidas.

Recorde-se que o PNCP é um instrumento fundamental para o planeamento da actividade das Unidades

Ministeriais de Compras (UMC) e da eSPap, nomeadamente nos procedimentos de contratação centralizados

conduzidos por estas entidades. Além do mais, permite avaliar o nível de abrangência de cada um dos acordos

quadro celebrados pela eSPap versus o valor inscrito no Orçamento de Estado para cada uma das classificações

económicas abrangidas por acordos quadro.

Este documento é elaborado anualmente pela eSPap, no âmbito das suas competências enquanto entidade

gestora do Sistema Nacional de Contratação Pública, a partir dos dados submetidos pelas Unidades Ministeriais

de Compras (ou entidades equiparadas) no seu Plano Ministerial de Compras (PMC). Por sua vez, estas agregam

a informação que recebem de cada uma das entidades vinculadas ao Sistema Nacional de Contratação Pública,

com quem partilham tutela e que constam do Orçamento de Estado (Plano Anual de Compras ou PAC).

A eSPap promoveu nos dias 20 e 21 de Fevereiro sessões de apresentação às UMC desta nova ferramenta.

BRASIL – Ministério da Economia Amplia Transparência das Compras Públicas7

O Ministério da Economia lançou em Janeiro a nova versão do Painel de Compras, plataforma

que divulga informações e dados sobre as contratações públicas do Governo Federal e permite o

acompanhamento do processo de compra. Simples e intuitiva, a ferramenta já está disponível para todos os

cidadãos brasileiros. O painel busca oferecer mais transparência e controle social das compras públicas.

Uma das novidades é o conceito de ciclo de vida da contratação pública, que facilitará o entendimento das etapas

das licitações e o controle pela sociedade.

7 Fonte:https://www.gov.br/pt-br/noticias (15.01.2020).

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Segundo o painel, foram realizados cerca de 80 mil processos de compras de bens e serviços no Governo Federal

em 2019. Até o momento, essas contratações resultaram em um valor homologado de R$ 46 bilhões entre Janeiro

e o início de Dezembro de 2019. “O Painel de Compras é um avanço muito importante, que vai trazer mais

transparência, qualificar a tomada de decisão e ampliar a concorrência, permitindo a entrada de novos

participantes no processo de compras, principalmente de Micro e Pequenas Empresas (MPE), que são os maiores

empregadores formais do Brasil”, afirmou o Secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital,

Paulo Uebel.

Segundo o Secretário Especial, essa é uma tendência mundial, tornando o processo de compras mais justo,

simples e desburocratizado. Ao analisar os dados do painel sobre a participação das MPE, o resultado de 2019

demonstra que 42.345 fornecedores tiveram licitações homologadas, totalizando um valor de R$ 27,8 bilhões para

esse grupo de empresários, ou seja, cerca de 60%. Essas compras dizem respeito aos órgãos da Administração

Pública federal direta, autárquica e fundacional – conhecidos como “Órgãos SISG”.

Uma das principais novidades do Painel de Compras é a divulgação do Plano Anual de Compras dos órgãos

federais. Para 2020, foi planeada a contratação de 956.707 itens, como materiais, obras, serviços de engenharia

e soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

“A organização das informações em um plano de compras permite aos órgãos e entidades o aperfeiçoamento da

governança e gestão de suas futuras contratações, possibilitando a melhoria dos resultados esperados das

contratações”, explicou o Secretário de Gestão, Cristiano Heckert. O secretário destaca, ainda, que este foi o

primeiro ano de consolidação do planeamento de compras, estabelecido pela Instrução Normativa n.º 01, de 2019.

No Painel de Compras, é possível pesquisar quantidades e valores de processos de compra por item, tipo, órgão,

modalidade de licitação, fornecedores, dentre outros. O usuário pode personalizar a consulta, selecionando

parâmetros disponíveis ou clicando diretamente nos gráficos. Além dos dados do Governo Federal, é possível

pesquisar também por compras de estados e municípios que utilizam o Comprasnet8

8 Portal de Compras do Governo Federal

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VI- OPINIÃO

Os Acordos-Quadro na Gestão dos Processos Aquisitivos

Por: MANASSÉS CHINENDELE, Chefe da Unidade de Contratação Pública do Governo Provincial do Huambo

O artigo aborda uma das formas especiais de contratação, prevista na legislação angolana. O objectivo maior

desta nossa intervenção é de apresentar uma série de elementos legais tendentes à celebração de acordos-

quadro, com vista a mitigar a violação de procedimentos, na execução do Orçamento Geral do Estado com

alegações de urgências e risco de perda de quota financeira.

Destacam-se, neste estudo os princípios que devem ser observados na formação e execução dos Acordos-quadro,

demonstrando que, na melhoria da despesa pública, há necessidade de se desburocratizar os procedimentos com

base no quadro legislativo vigente.

A figura dos Acordos-quadro, é uma novidade no ordenamento jurídico angolano em sede da contratação pública

e encontra-se regulada através da Lei dos Contratos Públicos, nos art.ºs 166.º a 173.º e no Decreto Presidencial

n.º 199/16, de 26 de Setembro, que aprova o regulamento aplicável à formação e execução dos Acordos-quadro9.

Acordos-quadro é a forma especial de contratação, um instrumento contratual de que as Entidades Públicas

Contratantes (EPC) se podem socorrer, com vista a uma melhor execução, gestão e controlo do processo

aquisitivo10. Este tipo de contrato é celebrado entre uma ou várias EPC e Entidades Fornecedoras seleccionadas,

no qual se estabelecem as condições jurídicas, técnicas e económicas do fornecimento de bens ou serviços.

A celebração dos Acordos-quadro visa: (i) racionalizar a despesa e gerar poupança, (ii) promover a competitividade

e adequação dos níveis de quantidade dos bens, serviços e empreitadas de obras públicas, (iii) gerar a informação

de gestão, permitindo a avaliação do desempenho e planeamento do processo da contratação pública, (iv) eficácia

9 Paula de Castro Silveira e Luís Graça Rodrigues, Novo regime dos contratos e contrapartidas em angola, ed. Vida Económica-Editorial, SA, pp. 116.

10 C.f. Preâmbulo do Decreto Presidencial n.º 199/16, de 26 de Setembro.

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operacional, com benefício na desburocratização e celeridade nos procedimentos de contratação pública lançados

pelas EPC.

A formação dos Acordos-quadro obedece os procedimentos tipificados na Lei Dos Contratos Públicos11 e se

materializam mediante a celebração de Contrato Público de Aprovisionamento, celebrado após envio de convite a

todos os co-contratantes e a escolha da(s) melhor(es) proposta(s).

A formação e execução dos Acordos-quadro, são regidos pelos princípios da (i) contratação centralizada e

aquisição descentralizada, (ii) padronização e uniformização de categorias de bens móveis, serviços e obras

recorrentes e transversais, (iii) promoção da concorrência, da igualdade e da não discriminação, bem como o

princípio de (iv) utilização de ferramentas de compras electrónicas12.

O regulamento aplicável à formação e execução de Acordos-quadro13 proporciona uma lista de categoria de bens

móveis, serviços e empreitadas de obras públicas, recorrentes e transversais, que correspondem aos

equipamentos informáticos, cópia e impressão, papel, economato e consumíveis de impressão, mobiliário,

veículos rodoviários, seguros de veículos, licenciamento de software, serviços de protecção e vigilância, serviços

de limpeza e saneamento e empreitada de obras públicas. De salientar que, não existindo qualquer proibição na

lei para a celebração de acordos-quadro fora da lista das categorias previstas no Decreto Presidencial n.º 199/16,

de 26 de Setembro, em nosso entender nada obsta que se realize as demais aquisições para as diversas

categorias de bens ou serviços.

Os Acordos-quadro, podem ser celebrados entre uma ou várias entidades adjudicantes e com um ou vários

operadores económicos e visa disciplinar as relações contratuais futuras, num determinado período de tempo e

com a afixação antecipada dos respectivos termos. Entretanto, é importante salientar que, o processo de

celebração de acordos-quadro passa por duas fases: a fase da formação do contrato, que obedece aos

procedimentos de Concurso Público e/ou Concurso Limitado por Convite e a fase de execução, com adopção dos

procedimentos de Concurso Limitado por Convite e/ou a Contratação Simplificada.

A Execução de Acordos-quadro é feita mediante a celebração de Contratos Públicos, a este a lei designa por

Contrato de Aprovisionamento.

Para finalizar, no nosso contexto é de extrema importância os Acordos-quadro para mitigar a problemática da

abertura ou não de procedimentos para não perder quota financeira ou parte deste valor. Os acordos-quadro

devem ser geridos por um Gestor de Acordos-quadro, nomeado pelo órgão máximo da EPC, com a tarefa de

elaborar os relatórios da sua execução.

11C.f. Artigo 168.º, da Lei dos Contratos Públicos, que correspondem ao Concurso público, Concurso limitado por prévia qualificação e Concurso limitado por convite.

12 C.f. Artigo 5.º, do Decreto Presidencial n.º 199/16, de 26 de Setembro.

13 Decreto Presidencial n.º 199/16, de 26 de Setembro

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VIII- EXPLICADOR DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA

Proposta de Medidas Excepcionais e Transitórias de Contratação Pública no âmbito da

Prevenção e Combate da Pandemia do COVID-19

O Decreto Legislativo Presidencial Provisório n.º 1/20, de 18 de Março, define um conjunto de medidas preventivas

com vista a mitigar a disseminação do Covid-19, declarada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde,

incluindo um conjunto de normas para a aquisição célere e simplificada de meios necessários para o efeito.

Para materialização do referido Decreto, o SNCP propõe medidas de carácter excepcional e transitórias de

contratação pública para facilitar o processo de aquisição de bens, serviços e empreitadas de obras públicas

necessárias para prevenção e combate da COVID-19. O enfoque principal é facilitar o processo de formação de

contratos e a prática de outros actos que impactam positivamente neste combate e, que devem ser observadas

durante a vigência do Estado de Emergência, baseadas em:

1. Âmbito de aplicação?

Todos os processos de preparação, formação e execução de contratos públicos desencadeados pelas EPC, com

responsabilidades directamente no processo de prevenção e combate do COVID-19, nos termos do Decreto

Presidencial n.º 82/20, de 26 de Março.

2. Tipo de Procedimento

Para a aquisição de bens, serviços, empreitadas de obras públicas devem ser formados, preferencialmente, por

meio do procedimento de contratação simplificada, com base no critério material, com fundamento na urgência.

Durante a preparação e tramitação do procedimento deve-se ter em consideração que (i) qualquer documento

escrito pode servir como peça de procedimento, desde que evidencie as suas quantidades, tipo e ou espécie a

contratar e esteja assinado pelo órgão máximo da EPC; (ii) se dispensa a apresentação de qualquer documento

de habilitação; (iii) independentemente do valor da aquisição as adjudicações podem ser feitas com base em

factura; e (iv) não é obrigatória a redução dos contratos por escrito.

3. Excepção ao limite de competência para autorização de despesas

Enquanto perdurar o Estado de Emergência, propõe-se como limites de competência para autorização de

despesas para contratos no âmbito da prevenção e combate da COVID-19, os seguintes valores:

Limites de Competência para Autorização de Despesas

Órgãos

Até Kz: 2 500 000 000,00 (Dois Mil Milhões e Quinhentos Milhões de Kwanzas)

Ministros de Estado

Até Kz: 2 000 000 000,00 (Dois Mil Milhões de Kwanzas)

Ministros, Governadores Provinciais e os Órgãos Máximos das Unidades Orçamentos dos Órgãos da Administração Central e Local do Estado, Órgãos Máximos dos Institutos Públicos, Empresas Públicas e Empresas de Domínio Público

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4. do limite de trabalhos a mais e Pagamentos adiantados

Os contratos em execução considerados essenciais para o efeito deste diploma, podem ter o seu âmbito objectivo

ampliado sem necessidade da consideração do limite de 15% para os trabalhos e serviços a mais.

As EPC podem realizar pagamentos adiantados vulgarmente, “downpayment”, em valor superior a 15% do valor

do contrato.

IX- LEGISLAÇÃO RELEVANTE

-Decreto

Presidencial n.º

82/20, de 26 de

Março

2020 Define as medidas concretas de excepção em vigor durante o período de vigência do Estado de Emergência, delega competências aos Ministros para, em razão da matéria, definir as medidas de implementação do presente diploma. Revoga todos os actos praticados pelos órgãos da Administração Central e Local que contrariem o disposto no presente Diploma.