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24 DE MAIO VAMOS OCUPAR BRASÍLIA! EM DEFESA DOS NOSSOS DIREITOS TRABALHISTAS E DA APOSENTADORIA No dia 28 de abril mostramos a força da classe trabalhadora brasileira. Paramos o Brasil! Uma Greve Geral de 24 horas mobilizou 40 milhões de tra- balhadores e trabalhadoras brasileiros em seus locais de trabalho. O movi- mento popular foi às ruas, parou aveni- das e rodovias, organizou os que lutam por moradia, por emprego e contra as opressões. A juventude ajudou a fechar escolas e universidades e foi às ruas junto com os trabalhadores e trabalha- doras do país. Foi criado uma centena de Comitês de Base que unificaram os movimentos populares, sindical e a ju- ventude em várias ações conjuntas. Apesar da força do movimento, o governo Temer e os políticos corruptos do Congresso Nacional insistem em manter a tramitação das reformas trabalhista e da Previdência, para acabar com direitos his- tóricos dos trabalhadores no Brasil. Não vamos aceitar. A nossa luta será ainda mais forte. No dia 24 de maio, vamos ocupar Brasília. É hora de derrotar as reformas trabalhista e da Previdência e esses políticos corruptos do Congresso Nacional. Vamos garantir nossos direitos e a aposentadoria dos trabalhadores. Fora Temer e os corruptos do Congresso Nacio- nal. Queremos a prisão e confisco dos bens dos corruptos e das empresas corruptoras. Preparar a Greve Geral de 48 horas Boletim Especial – Maio de 2017

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24 DE MAIOVAMOS OCUPAR BRASÍLIA!EM DEFESA DOS NOSSOS DIREITOS TRABALHISTAS E DA APOSENTADORIA

No dia 28 de abril mostramos a força da classe trabalhadora brasileira. Paramos o Brasil! Uma Greve Geral de 24 horas mobilizou 40 milhões de tra-balhadores e trabalhadoras brasileiros em seus locais de trabalho. O movi-mento popular foi às ruas, parou aveni-das e rodovias, organizou os que lutam por moradia, por emprego e contra as opressões. A juventude ajudou a fechar escolas e universidades e foi às ruas junto com os trabalhadores e trabalha-doras do país. Foi criado uma centena de Comitês de Base que unificaram os movimentos populares, sindical e a ju-ventude em várias ações conjuntas.

Apesar da força do movimento, o governo Temer e os políticos corruptos do Congresso Nacional insistem em manter a tramitação das reformas trabalhista e da Previdência, para acabar com direitos his-tóricos dos trabalhadores no Brasil.

Não vamos aceitar. A nossa luta será ainda mais forte. No dia 24 de maio, vamos ocupar Brasília. É hora de derrotar as reformas trabalhista e da Previdência e esses políticos corruptos do Congresso Nacional. Vamos garantir nossos direitos e a aposentadoria dos trabalhadores. Fora Temer e os corruptos do Congresso Nacio-nal. Queremos a prisão e confisco dos bens dos corruptos e das empresas corruptoras.

Preparar a Greve Geral de 48 horas

Boletim Especial – Maio de 2017

AS LEIS NÃO VALERÃO NADAQUEM MANDARÁ EM TUDO SERÁ O PATRÃO

Se a reforma trabalhista for aprovada

Querem acabar com os nossos direitos trabalhistasA destruição das nossas leis traba-

lhistas está tramitando no Congresso Na-cional. Os ataques são muitos. Tem pelo menos 100 tópicos de mudanças na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). En-tre elas, férias, intervalo de almoço, tempo de deslocamento e desregulamentação da jornada de trabalho. Combinada à terceiri-zação e ao trabalho temporário, a tendên-cia, se não houver resistência, é perder-mos conquistas de décadas.

O 13º salário, por exemplo, foi conquis-tado após uma Greve Geral dos trabalhado-res em 1962. Isto, há 45 anos. Você sabia?

Não foi diferente com a conquista da jornada de 8 horas, que mobilizou por dé-cadas a classe trabalhadora mundial, que trabalhava com jornadas diárias de 16 ho-

ras diárias no século XIX e início do XX.Entretanto, apesar dessas lutas e con-

quistas, recentemente o governo japonês foi obrigado a reconhecer que aumentou assustadoramente o número de mortes naquele país em decorrência do trabalho: doenças, acidentes ou suicídio. Isto se deve ao relaxamento das leis promovido pelo governo para o que disseram ser uma “incrementação” do mercado de trabalho. Consequências trágicas! Dois tipos de morte por excesso de trabalho: a morte por doença cardiovascular e o suicídio frente ao estresse mental.

É por este caminho que quer nos enfiar o governo Temer. O discurso é o mesmo: “aquecer” o mercado de traba-lho. Tudo mentira!

Acabar com a lei para rebaixar direitosO ponto central da reforma trabalhista do governo Temer e seus políticos é a mudança da forma das empresas negociarem com os trabalhadores. O objetivo é dar todo poder ao

patrão, ainda que o que ele queira impor ao trabalhador esteja fora da lei. Ou seja, no caso de relações trabalhistas, a lei não valeria mais nada e direitos poderiam ser rebaixados.O nome difícil que eles deram é Negociado sobre o Legislado. Se quiserem retirar direitos alegando crise, reestruturação da empresa ou mau humor do patrão poderão fazê-lo sem maiores explicações.

Os direitos que estão em jogoCOMO É HOJE A CLT determina uma série de condições

para alguns dos fatores abaixo que não são negociáveis. É um direito garantido.

COMO FICARÁ A reforma estipula que os trabalhado-

res podem fazer acordos individuais. Isto significa que terão diversos direitos ame-açados sem uma entidade de classe, seus sindicatos, para defendê-los. Esses acordos valeriam para parcelamento de férias, banco de horas, jornada de trabalho, intervalo de jornada, plano de cargos e salários, teletra-balho e regime de sobreaviso, remuneração por produtividade, troca de dia de feriado, enquadramento do grau de insalubridade, participação do lucro ou resultados das em-presas, entre outros fatores.

Acordos individuaisCOMO É HOJE A CLT condiciona as férias a um período de 30

dias corridos. Mas admite que “em casos excepcio-nais” as “férias sejam concedidas em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos”.

COMO FICARÁ As férias poderão ser parceladas em até três ve-

zes, a escolha do patrão, é claro. Isto significa que o trabalhador dificilmente conseguirá tirar 30 dias de férias novamente.

Férias

COMO É HOJEJornada de trabalho limitada a 8 horas diárias,

44 semanais e 220 horas mensais.

COMO FICARÁ Jornada de trabalho diária e semanal sem qualquer limite.

Jornada

COMO É HOJEAs empresas fazem acordo com os

sindicatos de seus setores para prever como o banco de horas deve ser utilizado.

COMO FICARÁ A reforma permite que o banco de ho-

ras seja pactuado por acordo individual escrito (novamente ao gosto do patrão).

Banco de Horas

COMO É HOJEÉ garantido uma hora de intervalo.

COMO FICARÁ A reforma propõe um intervalo para

alimentação e descanso durante a jorna-da de 30 minutos.

Intervalo

COMO É HOJESalário inferior ao mínimo apenas para

quem trabalha até 25 horas por semana.

COMO FICARÁSalário inferior ao mínimo para quem

trabalha até 30 horas por semana.

Salário mínimo

COMO É HOJESegue as mesmas regras do realiza-

do na empresa: salários, jornada, des-canso etc.

COMO FICARÁPossibilita trabalho em casa sem ga-

rantias, a partir de acordos individuais.

Trabalho remoto (em casa)

COMO É HOJEEm demissão sem justa causa o trabalhador tem acesso ao

FGTS, recebimento de multa de 40% sobre o saldo do FGTS e direi-to ao seguro-desemprego, caso tenha tempo de trabalho suficiente para receber o benefício.

COMO FICARÁ O projeto incluiu a previsão de demissão em comum acordo – ou

seja, o patrão imporá que seja dessa forma. Neste caso, o empregador só precisa pagar metade do aviso prévio, e, no caso de indenização, o valor será calculado sobre o saldo do FGTS. O trabalhador poderá movimentar 80% do FGTS depositado e não terá direito ao seguro-desemprego.

Demissão sem justa causa

COMO É HOJEA anulação de cláusulas de negociações coletivas não pode

prejudicar os trabalhadores pelas situações passadas.

COMO FICARÁA anulação de acordos e convenções trará prejuízo aos trabalhado-

res, que terão de pagar aos patrões os supostos benefícios recebidos.

Negociações

COMO É HOJE O trabalhador não arca com custos se en-

trar com ação trabalhista contra a empresa – esses custos são cobertos pelo Poder Público.

COMO FICARÁ O trabalhador que entrar com ação contra

empresa ficará responsabilizado por arcar com as custas do processo, caso perca a ação.

Ações trabalhistas

COMO É HOJEEmpresas com mais de 10 trabalhadores

devem garantir o registro de ponto para evitar excesso de jornada e permitir a fiscalização pela Fiscalização do Trabalho.

COMO FICARÁPossibilita o fim do registro de ponto.

Ponto

REFORMA DA PREVIDÊNCIAGOVERNO QUER QUE VOCÊ TRABALHE, CONTRIBUA E MORRA SEM SE APOSENTAR

O governo Temer diz que a Previdência dá prejuízo. É mentira! Ele manipula os cálculos. A verdade é que há sim dinheiro para pagar aposentadorias no Brasil, e em 2015 fi-cou um caixa de R$ 11,3 milhões. E poderia ter muito mais.

Você sabia que cerca de 500 empresas não pagam a Previdência Social obrigatória? Até o final do ano pas-sado, essa sonegação atingia aproximadamente R$ 500 bilhões. Isso mesmo, um dinheiro de aposentadorias!

VEJA O QUE TEMER QUER MUDARIDADE MÍNIMA DE 65 ANOSCom a reforma da Previdência, os homens só pode-

rão se aposentar aos 65 anos e mulheres aos 62. Atu-

almente, dependendo da profissão, há casos em que é possível a mulher se aposentar aos 55 e homens aos 60.

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DE 15 PARA 25 ANOSPara um trabalhador ou trabalhadora se aposentar

terá de comprovar pelo menos 25 anos de contribui-ção. Entretanto, quem pedir aposentadoria assim que completar 25 anos de contribuição receberá 70% do valor do benefício.

Atualmente, a exigência é de 15 anos. Neste caso, recebe 76% do valor integral da aposentadoria.

APOSENTADORIA INTEGRAL SÓ QUANDO MORRERPara obter a aposentadoria integral é necessário, po-

Se um direito for negociado será como um efeito dominó, ficará mais fácil derru-bar os outros depois. Os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros têm lutado in-cessantemente nos últimos tempos. Não é para menos, enfrentam desemprego de 24 milhões de pessoas – são 14 milhões de desempregados oficiais e 10 milhões vi-vendo de bicos. Terceirizações, trabalhos temporários e informais acabam na marra com direitos como férias, 13º salário, pa-

NÃO HÁ O QUE NEGOCIAR. NENHUM DIREITO A MENOS!gamento de horas extras, com a carteira assinada. As reformas propostas pelo go-verno Temer irão piorar a nossa situação.

Por isso, não há o que negociar com governo Temer nem com esses políti-cos corruptos do Congresso Nacional. Nenhum deles têm moral para aprovar nada que diga respeito a nossa vida trabalhista. Eles merecem prisão e que seus bens sejam confiscados, devolvi-dos ao povo brasileiro.

Por isso, a CSP-Conlutas faz um cha-mado às Centrais Sindicais que estão à frente das lutas para que não negociem nenhum direito dos trabalhadores. Pelo contrário, se apoiem nas mobilizações que já correram como o 8 e 15 de março recente, a Greve Geral de 28 de abril e a ocupação de Brasília e convoquem uma nova Greve Geral, desta vez de 48 horas. Até que eles desistam e arquirvem todos esses projetos. Nenhum direito a menos!

rém, 40 anos de tempo de contribuição no mínimo.REDUÇÃO DE APOSENTADORIAS ESPECIAISServidores públicos perdem sua aposentadoria espe-

cial. Trabalhadores rurais, quem tem trabalho insalubre e em condições especiais, pessoas com deficiências e apo-sentadorias por incapacidade serão ferozmente atacadas.

REGRAS DE TRANSIÇÃOPara quem está no mercado de trabalho enfrentará

as regras de transição. 30% de pedágio sobre o tempo que falta para cumprir a regra atual de 30 anos de contri-buição para mulheres e 35 para homens. A idade mínima mudará a cada dois anos.

UMA CENTRAL SINDICAL E POPULARVocê conhece a CSP-Conlutas? A única Central Sindical e Popular no

Brasil que aglutina diversos setores do movimento sindical, popular e da juventude.

Nossa Central é construída pela base, em que as entidades e movimentos são determinantes para definição de sua política.

Uma central que organiza a classe em todos os seus segmentos, seja sindical, no campo e na cidade, nos movimentos populares e contra as opressões e na juventude. Há metalúrgicos, operários da construção ci-vil, servidores públicos das três esferas, trabalhadores da educação e da saúde, do setor de transporte, trabalhadores rurais e tantos outros. Há os movimentos populares que organizam a luta por moradia, pela refor-ma agrária, pelas terras indígenas. Assim como os que lutam contra as opressões – o racismo, a LGBTfobia e o machismo. Também participam da CSP-Conlutas estudantes em defesa da educação pública, gratuita e de

qualidade, que ocupam escolas e movimentos que defendem direitos dos jovens das periferias brasileiras.

Democrática, é construída a partir de suas entidades e movimentos filiados, cujas políticas são definidas em reunião de Coordenação Nacional, realizada à cada dois meses com representantes eleitos pela base. Quem decide é a base e não a cúpula de dirigentes, como na maioria das outras Centrais Sindicais.

A CSP-Conlutas é contra o imposto sindical. É independente de governos e patrões e autônoma frente aos partidos políticos.

Somos internacionalistas, pois acreditamos que os trabalhadores são atacados pelo capital em todo o mundo, e por este motivo fazemos parte da Rede Internacional de Solidariedade e Lutas, movimento que reúne diversas organizações de trabalhadores em vários países.

Iniciada como movimento em 2004, foi fundada em 2006 como Conlutas e em 2010 como CSP-Conlutas.

Comitês para organizara luta

A CSP-Conlutas impulsionou diver-sos comitês de base para atuar na luta contra as reformas trabalhista e da Pre-vidência do governo Temer. A proposta de criação desses comitês foi uma das medidas mais acertadas de nossa Cen-tral neste período. Mostrou a força da organização de nossa classe, mesmo fora das estruturas oficiais - como os sindicatos, por exemplo. Ninguém foi excluído. Ao contrário, esses comitês se reuniram em diversas cidades, seja por categorias, por bairros ou por movi-mentos. Há comitês nas empresas, nos canteiros de obras, nas plataformas,

nas escolas, universidades, no trans-porte público, nos bairros, em comuni-dades, praças públicas. Os que reúnem trabalhadores de base de um local de trabalho, de diversas categorias, os por bairros com movimentos populares e os que uniram trabalhadores, mo-vimentos populares e juventude. Por exemplo, o da Zona Sul de São Paulo, que contou com ativistas sindicais e do movimento popular, dos setores que lutam contra a opressão, da juventude e de indígenas.

Devemos incentivar os já existentes e criar novos onde for possível.

Pela base

Trabalhadores, movimento popular e juventude: unidade e fortalecimento da mobilização

ORGANIZE O COMITÊ NA SUA REGIÃOOs comitês realizam debates sobre as reformas e a Greve Geral, or-ganizam panfletagens, atos unificados e protestos em praças públicas. É um espaço aberto para organizar a luta dos trabalhadores, movimentos e juventude nos locais de trabalho, bairros, comunidades, escolas e trans-portes públicos. Todos podem participar! As reuniões podem ser realiza-das em qualquer lugar: na casa de um morador, bar da esquina, associa-ção de moradores, escola, igreja ou mesmo em uma praça. Da mesma forma, é possível construí-los no local de trabalho e estudo, convidando os colegas para reuniões abertas em qualquer lugar, seja na cantina da empresa ou na sala de aula. Somente organizando os debaixo, podemos vencer essa batalha. Convide seus amigos, parentes e vizinhos de sua localidade e construa um Comitê. Vamos à luta.

PARA CONHECER A CSP-CONLUTASacesse www.cspconlutas.org.brfale conosco por e-mail [email protected] e pelo telefone 11 3107-7984.