boletim ecetistas em luta df 97 - 27/11/13

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Boletim Ecetistas em Luta Órgão da corrente nacional Ecetistas em Luta - Distribuição gratuita - A PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS NÃO É EXCLUSIVIDADE DO BRASIL A corrente Ecetistas em Luta vem acompanhando e participa há muitos anos, desde o início, da luta no movimento sindical dos Correios. A luta contra a privatização é uma das princi- pais bandeiras dos trabalhado- res, algo comum nas empresas estatais. No Brasil, a direção ECT está atacando o Plano de Saúde dos trabalhadores. Em Portugal, está em andamento da privatização dos correios, os CTT. Ambos são casos em que os capitalistas internacio- nais estão de olho em parasitar ao máximo os trabalhadores. A privatização dos correios é um fenômeno internacional. Basta um breve olhar sobre os países para descobrirmos que em vários países, as empre- sas de correios estão sofrendo uma pressão dos capitalistas. Em Portugal, a privatização é exigência da Troika (como ficou conhecida a comissão compos- ta pelo FMI, Banco Central Eu- ropeu e Comissão Europeia). A enorme crise financeira que atingiu praticamente toda a Eu- ropa fez com que as privatiza- ções servissem como uma das moedas de troca para a injeção de dinheiro para “salvar” os bancos. No pacote, logicamen- te também estavam a destrui- ção da previdência pública, as demissões, o arrocho salarial etc. O governo Português está concretizando a venda de 70% dos CTT e anunciou que até o ano que vem vai privatizar 100% da empresa, seguindo os compromissos estabelecidos. Outro País que passa por uma enorme crise em seu ser- viço de correio são os Estados Unidos. O governo norte-ame- ricano já demitiu dezenas de milhares de funcionários do US Postal Service usando como argumento os enormes prejuí- zos dado pela empresa estatal. Na Inglaterra, o governo quer colocar em prática o que está chamando de “reestruturação” do cor- reio, que na linguagem neoliberal significa pri- vatização. Os mesmos problemas enfrentam os correios na França. As empresas de cor- reios nos vários países foram as últimas estatais que restaram da enorme onda de privatizações nos anos 80 e 90. Esse é um dos motivos pelo qual há uma tendência geral de privatização das empresa de correio. Os banqueiros e capitalistas ata- cam esfomeados tudo o que ainda resta das economias dos países. No Brasil, as tentativas de privatização da ECT vêm de longa data. A mobilização da categoria, uma das que mais fez greve nas últimas déca- das, impediu a privatização da empresa, inclusive durante os dois governos FHC, quando os tucanos entregaram boa parte da economia nacional. Mas a ECT não se livrou de “peque- nas privatizações”, como é o caso das franquias e das ter- ceirizações que a cada dia au- mentam na empresa. O ataque ao Plano de Saú- de da categoria é parte dessa tentativa de fazer uma priva- tização por baixo dos panos. O Convênio Médico é uma das mais importantes conquistas dos trabalhadores e custa mui- to dinheiro para a empresa. Os banqueiros, aliados com a cúpula da empresa (PT-PMDB- -PCdoB) aprovaram às escon- didas dos trabalhadores uma caixa de assistência chamada Postal Saúde. A ideia da em- presa é que o convênio médi- co passasse a ser gerado pela Postal Saúde, aumentando cobranças de mensalidades e cortando dependentes. Em uma palavra, caso a ECT seja bem sucedida nesse empreen- dimento, seria a privatização do Plano de Saúde da empre- sa. Um enorme prejuízo para os trabalhadores. A privatização dos serviços públicos que ainda restam é a política do imperialismo em todos os países. As empresas de correios são um dos princi- pais alvos dos banqueiros in- ternacionais. Participe da Plenária Nacional da Corrente Ecetistas em Luta Domingo, 1° de dezembro, em São Paulo, vamos discur o balanço da campanha salarial e o fortalecimento da oposição nacional para derrotar de vez os traidores da nossa categoria Na Rua Apotribu, n° 111, próximo ao Metrô Saúde. quarta-feira, 27 de novembro de 2013 Edição Brasília - ano IX- nº 97 - Na Internet: olhovivoecetista.blogspot.com.br fones: (61) 3225-9155 ou 9556-4183 (Juliano) ou 8448-4709 (Perci) Receba o boletim Ecetistas em Luta por e-mail, escreva para: [email protected]

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Page 1: Boletim Ecetistas em Luta DF 97 - 27/11/13

Boletim

Ecetistas em LutaÓrgão da corrente nacional Ecetistas em Luta- Distribuição gratuita -

A PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS NÃO É EXCLUSIVIDADE DO BRASILA corrente Ecetistas em Luta

vem acompanhando e participa há muitos anos, desde o início, da luta no movimento sindical dos Correios. A luta contra a privatização é uma das princi-pais bandeiras dos trabalhado-res, algo comum nas empresas estatais. No Brasil, a direção ECT está atacando o Plano de Saúde dos trabalhadores. Em Portugal, está em andamento da privatização dos correios, os CTT. Ambos são casos em que os capitalistas internacio-nais estão de olho em parasitar ao máximo os trabalhadores.

A privatização dos correios é um fenômeno internacional. Basta um breve olhar sobre os países para descobrirmos que em vários países, as empre-sas de correios estão sofrendo uma pressão dos capitalistas. Em Portugal, a privatização é exigência da Troika (como ficou conhecida a comissão compos-ta pelo FMI, Banco Central Eu-ropeu e Comissão Europeia). A enorme crise financeira que atingiu praticamente toda a Eu-ropa fez com que as privatiza-ções servissem como uma das moedas de troca para a injeção de dinheiro para “salvar” os bancos. No pacote, logicamen-te também estavam a destrui-ção da previdência pública, as

demissões, o arrocho salarial etc. O governo Português está concretizando a venda de 70% dos CTT e anunciou que até o ano que vem vai privatizar 100% da empresa, seguindo os compromissos estabelecidos.

Outro País que passa por uma enorme crise em seu ser-viço de correio são os Estados Unidos. O governo norte-ame-ricano já demitiu dezenas de milhares de funcionários do US Postal Service usando como argumento os enormes prejuí-zos dado pela empresa estatal.

Na Inglaterra, o governo quer colocar em prática o que está chamando de “reestruturação” do cor-reio, que na linguagem neoliberal significa pri-vatização. Os mesmos problemas enfrentam os correios na França.

As empresas de cor-reios nos vários países foram as últimas estatais que restaram da enorme onda de privatizações nos anos 80 e 90. Esse é um dos motivos pelo qual há uma tendência geral de privatização das empresa de correio. Os

banqueiros e capitalistas ata-cam esfomeados tudo o que ainda resta das economias dos países.

No Brasil, as tentativas de privatização da ECT vêm de longa data. A mobilização da categoria, uma das que mais fez greve nas últimas déca-das, impediu a privatização da empresa, inclusive durante os dois governos FHC, quando os tucanos entregaram boa parte da economia nacional. Mas a ECT não se livrou de “peque-nas privatizações”, como é o caso das franquias e das ter-ceirizações que a cada dia au-mentam na empresa.

O ataque ao Plano de Saú-de da categoria é parte dessa

tentativa de fazer uma priva-tização por baixo dos panos. O Convênio Médico é uma das mais importantes conquistas dos trabalhadores e custa mui-to dinheiro para a empresa. Os banqueiros, aliados com a cúpula da empresa (PT-PMDB--PCdoB) aprovaram às escon-didas dos trabalhadores uma caixa de assistência chamada Postal Saúde. A ideia da em-presa é que o convênio médi-co passasse a ser gerado pela Postal Saúde, aumentando cobranças de mensalidades e cortando dependentes. Em uma palavra, caso a ECT seja bem sucedida nesse empreen-dimento, seria a privatização do Plano de Saúde da empre-sa. Um enorme prejuízo para os trabalhadores.

A privatização dos serviços públicos que ainda restam é a política do imperialismo em todos os países. As empresas de correios são um dos princi-pais alvos dos banqueiros in-ternacionais.

Participe da Plenária Nacional da Corrente Ecetistas

em LutaDomingo, 1° de

dezembro, em São Paulo,

vamos discutir o balanço da

campanha salarial e o fortalecimento da oposição nacional

para derrotar de vez os traidores da nossa

categoriaNa Rua Apotribu, n° 111,

próximo ao Metrô Saúde.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013Edição Brasília - ano IX- nº 97 -

Na Internet: olhovivoecetista.blogspot.com.br • fones: (61) 3225-9155 ou 9556-4183 (Juliano) ou 8448-4709 (Perci) Receba o boletim Ecetistas em Luta por e-mail, escreva para: [email protected]

Page 2: Boletim Ecetistas em Luta DF 97 - 27/11/13

SE A ECT QUER REDUZIR A JORNADA, A LEI EXIGE A MANUTENÇÃO SALARIAL

Se a ECT quer reduzir a jornada, a lei exige a manutenção salarial

Direção dos Correios não discutiu nenhuma mudança durante a cam-panha salarial e agora quer impor redução nos salários

A categoria dos correios vem lu-tando pelo fim do trabalho no final de semana. Agora a direção da em-presa decidiu fazer isso da maneira mais brutal para os trabalhadores.

A direção da ECT esperou acabar a campanha salarial para começar a colocar em prática o fim do trabalho aos sábados e o fim do turno notur-no em setores operacionais. Isso está em andamento em São Paulo, no Paraná... mas para não dizer que é uma decisão da empresa que está se expandindo para todo o país, os chefes convidam os trabalhadores e orientam que assinem documento abrindo mão do trabalho aos sába-dos.

Por trás de tudo isso está uma política geral de terceirização em massa e corte de gastos. A empre-sa quer que a categoria trabalhe de

graça. Convoca para grevistas para compensar no final de semana en-quanto dispensa os trabalhadores regulares.

Tanto uma quanto outra prática é ilegal. Primeiro porque no Acórdão do Tribunal Superior do Trabalho não diz que a compensação é ban-co de horas. Ao contrário, diz que ela vai ser compensada em acordo com o trabalhador e nos dias de semana. Sem convocação em feriados ou fi-nais de semana.

Se a empresa decidiu acabar com o trabalho aos sábados e o notur-no ótimo, arque com isso. Em São Paulo existem denúncias de setores operacionais como Jaguaré, Saúde, Santo Amaro, Mooca, onde a em-presa com o objetivo de reduzir os custos está fechando o chamado Turno 3 e transferindo todo o pesso-al para o Turno 1 da manhã ou Turno 2 da tarde.

Essa transferência arbitrária, por decisão da empresa, não pode refle-tir nos rendimentos dos trabalhado-res. Muitos dos que trabalham aos

sábados ou no noturno fazem isso justamente para ter um complemento salarial, especialmente tendo em vis-ta os baixos salários pagos pela ECT.

De acordo com a Constituição Fe-deral, “Art. 7º São direitos dos traba-lhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em con-venção ou acordo coletivo”.

A empresa não discutiu nenhuma dessas mudanças no acordo coleti-vo, não vai ser agora que vai impor isso à revelia da lei e trazendo preju-ízos para os trabalhadores.

Só para se ter uma ideia do pre-juízo, para quem trabalha a noite o impacto imediato é de pelo menos 30% pela perda do adicional notur-no. No caso de quem trabalha no sábado as perdas são semelhantes.

Os trabalhadores já estão se mo-bilizando nos setores de trabalho e caso a ECT continue com esses ata-ques a greve de dezembro terá mais uma motivação para acontecer, não à redução de salário!

TRABALHO NOTURNO E AOS SÁBADOS

ECT e sindicalistas do PT e PSTU querem legalizar os traidores da Findect

A direção da ECT está tentando organizar um golpe contra o Plano de Saúde da categoria através de um reunião paralela com os sindicatos.

O teor do golpe é o mesmo que vem tentando colocar em prática nas duas últimas campanhas sala-riais: dividir o movimento nacional da categoria. Para isso, contam com a ajuda dos sindicatos do PCdoB/CTB, amplamente repudiados pelos trabalhadores, para aprovar todo o tipo de ataque.

Mas a empresa tem um problema: não só os sindicatos divisionistas não tem nenhum apoio da categoria, como o próprio TST foi obrigado a reconhe-cer que a Fentect é a única que pode negociar e a única representação na-cional da categoria. A empresa jogou todas as suas fichas nos divisionistas

e por enquanto, tudo o que se vê é que cada vez mais o PCdoB/CTB está se afundando em uma crise irreversível.

Agora, a direçao da ECT está usando os pelegos que ainda estão dentro da Fentect para tentar recolo-car os traidores do PCdoB/CTB nas negociações.

Todos os que assinaram a ata da reunião entre os presidentes dos sin-dicatos e a empresa no último dia 12 estão ajudando a empresa a ressus-citar os traidores. Os pelegos do PT e do PSTU/Conlutas querem reviver a velha aliança com o PCdoB para aprovar todo o tipo de ataque patronal contra os trabalhadores.

A oposição nacional agora é maioria na Fentect, apoiada pelos trabalhado-res. Por isso, a empresa tem verdadei-ro horror de negociar com o comando

amplo da Fentect, pois sabe que será muito difícil conseguir levar adiante sua política. Os velhos pelegos e traidores (PT-PCdoB-PSTU), que antes domina-vam a federação contra a luta da ca-tegoria, também tem verdadeiro horror dos trabalhadores e da oposição, pois sabe que não existe mais lugar para traições na Fentect.

As reuniões com a ECT e os sin-dicatos é a tentativa desesperada da empresa e dos pelegos de reviverem os anos em que faziam e desfaziam contra a vontade e os interesses da categoria.

Por isso, todos os trabalhadores e os sindicalistas realmente combativos devem repudir a tentativa da empresa de quebrar a unidade nacional da ca-tegoria para atacar o convênio médico dos trabalhadores.

Direção dos Correios não discutiu nenhuma mudança durante a campanha salarial e agora quer impor redução nos salários

Boletim Ecetistas em Luta - edição Brasília