boletim de vigilância epidemiológica da gripe · boletim de vigilância epidemiológica da gripe...

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Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016 Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge Av. Padre Cruz | 1649-016 Lisboa | Portugal Tel.: +351 217 519 200 | Fax: +351 217 526 400 [email protected] www.insa.pt EDITOR : Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge I.P. | PERIODICIDADE: semanal | ACESSO: www.insa.pt COLABORADORES : Direção - Geral da Saúde, Instituto dos Registos e Notariado, Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, Institut o Portu- guês do Mar e da Atmosfera, Rede Médicos-Sentinela, Serviços de Urgência/Obstetrícia, Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe, Rede de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos. Departamento de Epidemiologia Observação em Saúde e Vigilância Epidemiológica Tel.: +351 217 526 488 Departamento de Doenças Infeciosas Laboratório Nacional de Referência da Gripe e outros Vírus Respiratórios Tel.: +351 217 526 455 1 Vigilância clínica Taxa de incidência de SG a taxa de incidência de síndroma gripal (SG) foi de 54,3 por 100.000 habitan- tes, indicando atividade gripal epidémica de baixa intensidade, com tendên- cia estável. 2 Vigilância laboratorial Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios Caraterização do vírus da gripe o vírus da gripe A(H1)pdm09 foi detetado em 37% (11/30) dos casos analisa- dos na semana 6/2016, valor inferior ao verificado nas semanas anteriores. O vírus da gripe A(H1)pdm09 foi o predominantemente detetado. os vírus da gripe circulantes são na sua maioria semelhantes aos vírus con- templados na vacina antigripal da época 2015/2016. 3 Severidade Internamentos por gripe em UCI foram admitidos 13 novos casos de gripe nas 22 UCI que reportaram infor- mação, estimando-se em 6,4 % a taxa de admissão por gripe em UCI. Este valor é igual ao estimado nas semanas anteriores. Em 76,9% dos doentes foi identificado o vírus influenza A(H1N1)pdm09. 4 Impacte Mortalidade por todas as causas mortalidade observada por todas as causas com valores de acordo com o esperado. 5 Monitorização da temperatura ambiente, taxa de incidência de SG e mortalidade o valor médio da temperatura mínima do ar, na semana de 8 a 14 de feverei- ro de 2016 foi de 9.6°C (valor acima do normal). 6 Situação internacional a maioria dos países europeus com atividade gripal de intensidade modera- da. A maioria dos vírus subtipados pertence ao subtipo A(H1N1)pdm09. (dados da semana 5). ISSN: 2183-7392 Data de publicação: 18/02/2016 Atividade gripal baixa Tendência estável Resumo Sumário PORTUGAL Dados disponíveis à data da publicação passíveis de alterações em edições posteriores. NOVA SÉRIE 1 Nota metodológica

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Boletim de Vigilância

Epidemiológica da Gripe

Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge

Av. Pa dre Cruz | 1649-016 Lisboa | Po rtugal

Tel .: +351 217 519 200 | Fa x: +351 217 526 400

[email protected]

www.i nsa.pt

EDITOR : Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge I.P. | PERIOD ICIDADE : semanal | AC ESSO : w w w . i n s a . p t

COLABORAD ORES : Direção -Geral da Saúde, Instituto dos Registos e Notariado, Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, Institut o Portu-

guês do Mar e da Atmosfera, Rede Médicos -Sentinela, Serviços de Urgência/Obstetrícia, Rede Nacional de Laboratórios para o Diagn óstico da Gripe, Rede

de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos.

Departa me nto de E pide miol ogia

Observação e m S aúde e Vi gilância E pide miol ógica

Tel .: +351 217 526 488

Departa me nto de D oenç as Infeci osas

Laborató rio Naci onal de Referência da Gri pe

e outros Vírus Respirat órios

Tel .: +351 217 526 455

1 Vigilância clínica

Taxa de incidência de SG

■ a taxa de incidência de síndroma gripal (SG) foi de 54,3 por 100.000 habitan-tes, indicando atividade gripal epidémica de baixa intensidade, com tendên-cia estável.

2 Vigilância laboratorial

Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios

Caraterização do vírus da gripe

■ o vírus da gripe A(H1)pdm09 foi detetado em 37% (11/30) dos casos analisa-dos na semana 6/2016, valor inferior ao verificado nas semanas anteriores. O vírus da gripe A(H1)pdm09 foi o predominantemente detetado.

■ os vírus da gripe circulantes são na sua maioria semelhantes aos vírus con-templados na vacina antigripal da época 2015/2016.

3 Severidade

Internamentos por gripe em UCI

■ foram admitidos 13 novos casos de gripe nas 22 UCI que reportaram infor-mação, estimando-se em 6,4 % a taxa de admissão por gripe em UCI. Este valor é igual ao estimado nas semanas anteriores. Em 76,9% dos doentes foi identificado o vírus influenza A(H1N1)pdm09.

4 Impacte

Mortalidade por todas as causas

■ mortalidade observada por todas as causas com valores de acordo com o esperado.

5 Monitorização da temperatura ambiente, taxa de incidência de SG e mortalidade

■ o valor médio da temperatura mínima do ar, na semana de 8 a 14 de feverei-ro de 2016 foi de 9.6°C (valor acima do normal).

6 Situação internacional ■ a maioria dos países europeus com atividade gripal de intensidade modera-da. A maioria dos vírus subtipados pertence ao subtipo A(H1N1)pdm09. (dados da semana 5).

ISSN: 2183-7392

Data de publicação: 18/02/2016

Atividade gripal baixa Tendência estável

Resumo

Sumário

P O R T U G A L

Dados disponíveis à data da publicação passíveis de alterações em edições posteriores.

N O V A S É R I E

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Nota metodológica

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Área de atividade basal

Taxa de incidência SG (2014/2015)

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s Época de Gripe SazonalAtividade muito alta

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Semanas

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016

Ins t ituto Nac iona l de Saúde Doutor Rica rdo Jorge, I .P .

Vigilância clínica

Na semana 6/2016 estimou-se uma taxa de incidência de síndroma gripal de 54,3 por cada 100.000 habi-

tantes, o que indica atividade gripal epidémica de baixa intensidade, com tendência estável.

Taxa de incidência de síndroma gripal REDE MÉDICOS-SENTINELA

Figura 1 — Evolução da taxa de incidência semanal provisória de síndroma gripal (SG).

Notas: A semana 53 só existe para o ano de 2015 pelo que foi feita uma interpolação dos dados de 2014/2015 para construção gráfica. A área de atividade basal é superiormente delimitada pelo limite superior do intervalo de confiança a 95% da linha de base.

Número de casos de síndroma gripal 24

Taxa de incidência semanal provisória 54,3/105

População sob observação 44.177

Tabela 1 — Número de casos, taxa de incidência de síndroma gripal e população sob observação semanal.

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Negativos324; 39%

Gripe350; 42%

Outros Vírus

Respirat.164; 19%

n=838

Ins t ituto Nac iona l de Saúde Doutor Rica rdo Jorge, I .P .

Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015

Vigilância laboratorial

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016

Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios

REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA

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Figura 2 — Distribuição semanal de casos de síndroma gripal (SG) positivos para vírus da gripe e outros vírus respira-tórios detetados na época 2015/2016.

No âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, verificou-se nas últimas semanas uma tendência decrescente no número de amostras biológicas de casos de síndroma gripal (SG) enviadas ao Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios para diagnóstico laboratorial.

Até à semana 6/2016, foram notificados 838 casos de SG, dos quais 350 (42%) positivos para o vírus da gripe e 164 (19%) positivos para outros vírus respiratórios.

Figura 3 — Número e percentagem dos casos de síndroma gripal (SG) positivos para vírus da gripe e outros vírus res-piratórios detetados na época 2015/2016.

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SG negativos

SG positivos para vírus resp.

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Época 2015/2016 Semana 52 | 21-27 Dezembro 2015 Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015

Vigilância laboratorial

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016

Diagnóstico do vírus da gripe

4

Figura 5 — Número e percentagem dos casos positivos para vírus da gripe detetados na época 2015/2016, por tipo/subtipo.

Desde a semana 4/2016 tem-se observado uma tendência decrescente no número de casos positivos

para o vírus da gripe.

Na semana 6/2016 o vírus da gripe A(H1)pdm09 foi detetado em 37% (11/30) dos casos analisados.

Até à semana 6/2016 foram detetados 350 vírus da gripe, na sua maioria do tipo A: 340 (97%) do subtipo A(H1)

pdm09 e 6 (2%) do subtipo A(H3). Foram detetados 4 vírus da gripe do tipo B (3 da linhagem Victoria e 1 da

linhagem Yamagata).

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Vírus da gripe B (Victoria)

Vírus da gripe B (Yamagata)

Vírus da gripe B

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Vírus da gripe A(H1)pdm09

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B/Vic3; 1%B/Yam

1; 0,3%

n=350

Figura 4 — Distribuição semanal e percentagem de casos positivos para o vírus da gripe nas épocas 2014/2015 e 2015/2016.

Ins t ituto Nac iona l de Saúde Doutor Rica rdo Jorge, I .P .

5 Época 2015/2016 Semana 52 | 21-27 Dezembro 2015 Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015

Vigilância laboratorial

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016

Diagnóstico de outros vírus respiratórios

Desde o início da época de vigilância foram detetados nos casos de SG outros vírus respiratórios atualmen-te em co-circulação com o vírus da gripe, foram detetados com maior frequência o rinovírus (41%) e o coronavírus (29%).

Figura 7— Número e percentagem de casos positivos para outros vírus respiratórios detetados na época 2015/2016.

Nota: hRV-Rinovirus Humano; hCoV- Coronavírus Humano; RSV-Vírus sincicial respiratório; PIV-Parainfluenza; AdV-Adenovirus; hMPV-Metapneumovirus Humano; IM-Infeções mistas por 2 ou mais vírus respiratórios.

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RSV22; 13%

hRV68; 41%

PIV8; 5%

AdV2; 1%

hMPV9; 6%

hCoV47; 29%

IM8; 5%

n=164

Figura 6 — Distribuição semanal de casos positivos para outros vírus respiratórios (VR) detetados na época 2015/2016.

Ins t ituto Nac iona l de Saúde Doutor Rica rdo Jorge, I .P .

Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015

Vigilância laboratorial

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016

Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios

HOSPITAIS /REDE PORTUGUESA DE LABORATÓRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA GRIPE

Diagnóstico do vírus da gripe

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Figura 8 — Distribuição semanal de casos positivos para o vírus da gripe detetados na época 2015/2016.

A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe conta na época de 2015/2016 com a partici-pação de 16 laboratórios, na sua maioria de hospitais do continente e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, assegurando a deteção e caraterização dos vírus da gripe e outros vírus respiratórios que podem estar associados a casos de infeção respiratória grave.

Desde o início da época 2015/2016 até à semana 6/2016, os laboratórios da Rede notificaram 3.587 casos de SG, dos quais 567 foram positivos para o vírus da gripe [516 vírus A(H1)pdm09, 9 vírus do tipo B, 3 vírus A(H3) e 37 vírus do tipo A não subtipados].

Foram também detetados outros agentes respiratórios em 1226 casos de SG sendo o vírus sincicial respirató-rio (RSV) o detetado com maior frequência. Nas últimas semanas verificou-se uma tendência decrescente no número de vírus respiratórios identificados.

Figura 9 — Distribuição semanal de casos positivos para outros agentes respiratórios (AR) detetados na época 2015/2016.

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Bocavírus

Metapneumovírus

Parechovírus

Coronavírus

Vírus Sincicial Respiratório

Infecções mistas

Bacterias

Adenovírus

Vírus Parainfluenza

Picornavírus (hRV/hEV)

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Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015

Vigilância laboratorial

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016

Caraterização do vírus da gripe REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA E

REDE PORTUGUESA DE LABORATÓRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA GRIPE

Ins t ituto Nac iona l de Saúde Doutor Rica rdo Jorge, I .P .

7

Vírus da gripe A(H1)pdm09: Os 141 vírus da gripe A(H1)pdm09 isolados e caraterizados antigenicamente

são semelhantes à estirpe vacinal A/California/7/2009, contemplada na vacina antigripal do Hemisfério

Norte 2015-2016. Os 20 vírus caraterizados geneticamente pertencem ao grupo genético 6B representado

pela estirpe A/South Africa/3626/2013, dos quais 10 apresentam as caraterísticas do subgrupo emergente

6B.1.

Vírus da gripe A(H3): Dos 5 vírus da gripe A(H3) caraterizados, 3 pertencem ao grupo genético 3C.3a repre-

sentado pela estirpe A/Hong Kong/4801/2014 e 2 ao grupo genético 3C.2a representado pela estirpe A/

Switzerland/9715293/2013, contemplada na vacina antigripal do Hemisfério Norte 2015-2016.

Vírus da gripe B: Dos 4 vírus caraterizados, 2 são da linhagem Yamagata e pertencem ao grupo genético 3, sendo

semelhantes à estirpe B/Phuket73073/2013, contemplada na vacina antigripal do Hemisfério Norte 2015-2016.

Os outros dois vírus influenza B são da linhagem Victoria, pertencem ao grupo genético 1A, representado pela

estirpe de referência B/Brisbane/60/2008.

Suscetibilidade aos antivirais

A maioria dos vírus da gripe circulantes são suscetíveis aos antivirais inibidores da neuraminidase (oseltamivir e

zanamivir), no entanto em casos raros e esporádicos foram identificados, a nível mundial, vírus da gripe A(H1)

pdm09 e A(H3) resistentes ao oseltamivir.

A análise da suscetibilidade ao oseltamivir (inibidor da neuraminidase) em 313 vírus da gripe A(H1)pdm09 não

revelou a presença da mutação H275Y no gene neuraminidase, associada à resistência ao oseltamivir.

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Taxa

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Semanas

Figura 10 — Evolução semanal da taxa de admissão em Unidades de Cuidados Intensivos de casos de gripe desde a época 2012/2013.

Foram admitidos 13 novos casos de gripe nas 22 UCI que reportaram informação, estimando-se em 6,4 % a taxa de admissão por gripe em UCI. Este valor é igual ao estimado nas semanas anteriores. Em 76,9% dos doentes foi identificado o vírus influenza A(H1N1)pdm09. A maior parte dos doentes (10; 76,9 %) tinha idade compreendida entre 15 e 64 anos, 2 (15,4%) tinham 65e+anos e 1 (7,7%) tinha menos de 5 anos de idade. Nenhum dos 8 doentes com estado vacinal conhecido estava vacinado contra a gripe sazonal. Verificou-se que 5 doentes (38,5 %) tinham doença crónica subjacente, considerada de risco para a evolução do quadro de gripe. Foi prescrito oseltamivir a todos os doentes; foram submetidos a ventilação mecânica invasiva 10 (76,9%) e 1 (7,7%) teve suporte de ECMO. Em todos os casos foi identificado o vírus Influenza A, sendo (H1N1)pdm09 em 10 doentes (76,9%) (3 não foram subtipados). Considerando o nº reduzido de casos gerado por esta fonte de informação, a interpretação dos dados deverá ser cautelosa.

Desde o início da época foram reportados 91 casos de gripe admitidos em UCI. Verificou-se que 60 doentes (65,9%) tinham idade compreendida entre 15 e 64 anos, 24(26,4%) tinham 65 e mais anos e 7 (7,7%) tinham menos de 15 anos de idade. Dos 60 doentes em que o estado vacinal era conhecido apenas 3 (5%) estavam vacinados contra a gripe sazonal. Verificou-se que 58 doentes (65,9%) tinham doença crónica subjacente, considerada de risco para a evolução do quadro de gripe. Foi prescrito oseltamivir a 85(93,4%) doentes, foi aplicada ventilação mecânica invasiva a 64 (71,1%) e 12 (14,5%) tiveram suporte de ECMO. Foi identificado o influenza A em todos os doentes, sendo 81 (89,0%) (H1N1)pdm09; 10 não foram subtipados. Desde o início da época foi ativada a reserva de zanamivir para 4 doentes com gripe.

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Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015

Severidade

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016

Internamentos por gripe em Unidades de Cuidados intensivos REDE DE HOSPITAIS PARA A VIGILÂNCIA CLÍNICA E LABORATORIAL EM UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS

Tabela 2— Evolução semanal do número e percentagem de casos de gripe em Unidades de Cuidados Intensivos na época 2015/2016.

Informação da responsabilidade da Direção-Geral da Saúde. [email protected].

8

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 1 2 3 4 5 6 7 7 9 10 ... Total

Nº de casos de gripe 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2 0 4 15 7 9 8 11 20 13 91

Nº de hospitais que reportaram

19 17 19 12 19 19 21 19 16 17 18 14 20 21 22 24 25 23 21 18

Nº de UCI que reportaram 25 22 24 16 24 23 26 23 21 22 23 19 24 26 27 28 30 28 26 22

Nº total de admissões 279 238 251 162 257 254 271 264 230 238 222 204 240 257 301 314 365 352 311 204

% de doentes admitidos em UCI

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 0,0 0,0 0,0 0,4 0,9 0,0 1,7 5,8 2,3 2,9 2,2 3,1 6,4 6,4

Ins t ituto Nac iona l de Saúde Doutor Rica rdo Jorge, I .P .

Época 2015/2016 Semana 52 | 21-27 Dezembro 2015

Figura 11 — Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, taxa de incidência semanal provisória de síndroma gripal por 105 habitantes e vírus predominante por época gripal, desde a semana 40 de 2007.

Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016

Figura 12 — Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, desde a semana 40 de 2014.

Mortalidade observada com valores de acordo com o esperado.

Impacte

Mortalidade por todas as causas SISTEMA DA VIGILÂNCIA DIÁRIA DA MORTALIDADE | INSTITUTO DOS REGISTOS E NOTARIADO |

INSTITUTO DE GESTÃO FINANCEIRA E EQUIPAMENTOS DA JUSTIÇA

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Óbitos Linha de base

Limite de confiança 95% da linha de base Taxa de incidência

A(H1)pdm09/B

A(H3)A(H1)pdm09

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Óbi

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Semana

ÓbitosLinha de baseLimite de confiança 95% da linha de base

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Época 2015/2016 Semana 52 | 21-27 Dezembro 2015

Figura 13 — Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, temperatura mínima média (Continente) taxa de incidência semanal provisória de síndroma gripal (SG) por 105 habitantes na época 2015/2016.

Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016

De acordo com os dados disponibilizados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no mês de janeiro, o valor da temperatura mínima do ar, 7.07°C, foi muito superior ao valor médio (+2.53°C), sendo o 6º mais alto desde 1931. O valor médio da temperatura mínima do ar, na semana de 8 a 14 de fevereiro de 2016 foi de 9.6°C (valor acima do normal).

De acordo com a previsão mensal do IPMA, na temperatura média semanal preveem-se valores abaixo do normal, para todo o território, na semana de 15/02 a 21/02, e apenas na região sul, na semana de 22/02 a 28/02. Nas semanas de 29/02 a 06/03 e de 07/03 a 13/03 não é possível identificar a existência de sinal esta-tisticamente significativo.

Monitorização da temperatura ambiente, taxa de

incidência de síndrome gripal e mortalidade

REDE MÉDICOS-SENTINELA | INSTITUTO PORTUGUÊS DO MAR E DA ATMOSFERA |

SISTEMA DA VIGILÂNCIA DIÁRIA DA MORTALIDADE

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Ins t ituto Nac iona l de Saúde Doutor Rica rdo Jorge, I .P . Ins t ituto Nac iona l de Saúde Doutor Rica rdo Jorge, I .P .

Situação internacional: Europa

Na semana 5/2016, 26 dos 42 países que reportaram dados registaram uma atividade gripal de intensi-

dade moderada. Tal como na semana anterior, a Grécia, Bielorrússia e Irlanda registaram uma ativida-

de gripal elevada e a Finlândia, Rússia e Ucrânia reportaram uma atividade gripal muito elevada. 12

países reportaram uma atividade gripal de baixa intensidade.

No que se refere à dispersão geográfica, 25 países referiram atividade gripal epidémica. Apenas 4 paí-

ses registaram atividade esporádica, 8 países reportaram atividade local e 4 atividade regional.

Na semana 5/2016, a proporção de amostras sentinela positivas para vírus da gripe foi de 46 %, sendo

que em 15 países, esta proporção foi superior a 50 %. Nesta semana, 65 % dos vírus identificados per-

tenciam ao tipo A, sendo que o subtipo A(H1N1)pdm09 foi identificado em 87 % dos vírus subtipados.

Em relação aos vírus do tipo B, observou-se um predomínio dos vírus B/Victoria.

Durante a semana 5/2016, 11 dos 12 países que reportaram dados sobre infeções respiratórias agudas

graves, observaram um aumento do número de casos que corresponderam maioritariamente a indiví-

duos com idade inferior a 65 anos. Nos casos positivos para gripe, o vírus predominante foi o A(H1N1)

pdm09.

Desde o início da época, muitos dos casos hospitalizados com gripe confirmada laboratorialmente esti-

veram associados a infeções por A(H1)pdm09 e ocorreram em indivíduos com idade compreendida

entre os 15 e os 65 anos de idade.

Desde o início da época, a maioria dos virus A(H1N1)pdm09, A(H3N2) e B são semelhantes às estirpes

recomendadas para as vacinas antigripais trivalente e quadrivalente desta época para o hemisfério nor-

te, salienta-se, no entanto, que os vírus B/Victoria em circulação não estão contemplados na vacina

trivalente em uso em muitos dos países europeus.

Desde a semana 40/2015 foi, esporadicamente observada, suscetibilidade reduzida ao Oseltamivir em

4 vírus A(H1N1)pdm09 e em apenas 1 vírus A(H3N2).

Informações disponíveis em: http://flunewseurope.org/

Época 2015/2016 Semana 52 | 21-27 Dezembro 2015 Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016 11

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Situação internacional: Europa

Fonte: Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

Figura 14 — Intensidade da atividade gripal na Europa, semana 5/2016.

Época 2015/2016 Semana 52 | 21-27 Dezembro 2015 Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016 12

Nota: A informação da situação internacional à data da publicação deste boletim é referente à semana anterior.

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Nota metodológica

Em Portugal, o sistema de vigilância da gripe é composto pelas

seguintes redes:

■ Rede Médicos-Sentinela;

■ Serviços de Urgência /Obstetrícia;

■ Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico do

Vírus da Gripe;

■ Unidades de Cuidados Intensivos;

Este programa tem início no princípio de outubro, termina em

maio do ano seguinte e integra componentes clínicas e laboratoriais

Na presente época, o Sistema de Nacional de Vigilância da Gripe foi

ativado em outubro de 2015, na semana 40 e funcionará até à

semana 20, em maio de 2016. A componente clínica deste sistema

manter-se-á ativa durante todo o ano de 2016.

Parte da informação resultante da vigilância é semanalmente

publicada, à quinta-feira, no presente boletim, publicado pelo

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e basea-

do no conjunto de dados e informações gerados pelos 6 compo-

nentes descritos a seguir, sumariamente.

Fontes de informação e indicadores produzidos

Fontes Indicadores

Rede Médicos-Sentinela

Taxa de incidência de síndroma gripal na população geral, identificação e

caraterização laboratorial dos vírus da gripe em circulação (análise

antigénica, genética e de suscetibilidade aos antivirais)

Serviços de Urgência/Obstetrícia Identificação e caraterização laboratorial dos vírus da gripe em circulação

(análise antigénica, genética e de suscetibilidade aos antivirais)

Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe

Vigilância Laboratorial Resistência do vírus da gripe aos antivirais por tipo e subtipo

Rede de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos

Caraterização epidemiológica e laboratorial dos casos de infeção

respiratória admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos

Vigilância Diária da Mortalidade Evolução do número de óbitos por semana, em Portugal

Rede Médicos-Sentinela

A Rede Médicos-Sentinela (MS) é um sistema de informação em

saúde constituído por cerca de 123 Médicos de Família, distri-

buídos pelo território do Continente e Regiões Autónomas, cuja

atividade profissional é desempenhada em Unidades de Saúde

Familiar (USF) ou Unidades de Cuidados de Saúde Personaliza-

dos (UCSP).

A participação destes médicos é voluntária e consiste na notifi-

cação semanal, para o Departamento de Epidemiologia do INSA,

dos novos casos de síndroma gripal (numerador para o cálculo

da taxa de incidência) que ocorreram nos utentes inscritos das

respetivas listas (componente clínica do sistema de vigilância);

simultaneamente, enviam para o laboratório, exsudados nasofa-

ríngeos de doentes com suspeita de gripe, para identificação e

tipificação dos vírus (componente laboratorial).

As estirpes do vírus da gripe isoladas são caraterizadas antigéni-

ca e geneticamente, permitindo avaliar a sua semelhança com as

estirpes vacinais e ainda monitorizar a ocorrência de mutações.

A população sob vigilância é constituída pelo somatório dos utentes inscritos nas listas dos MS que estiveram “ativos” em determinada semana, i.e., que reportaram, pelo menos, 1 caso de doença ou que informaram explicitamente não terem casos para reportar.

Definição de caso:

Síndroma gripal (usada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC):

Início súbito,

+ 1 dos seguintes sintomas sistémicos:

■ Febre ou febrícula,

■ Mal-estar, debilidade, prostração,

■ Cefaleia,

■ Mialgias ou dores generalizadas.

+ 1 dos seguintes sintomas respiratórios:

■ Tosse,

■ Dor de garganta ou inflamação da mucosa nasal ou faríngea sem sinais respiratórios relevantes,

■ Dificuldade respiratória.

Época 2015/2016 Semana 52 | 21-27 Dezembro 2015 Época 2015/2016 Semana 52 | 21-12-2015 / 27-12-2015 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 06 | 08-14 fevereiro 2016 13

Ins t ituto Nac iona l de Saúde Doutor Rica rdo Jorge, I .P .

Serviços de Urgência/Obstetrícia

A Rede dos Serviços de Urgência/Obstetrícia é operacionalizada

pelos Serviços de Urgência Hospitalar e Serviços de Atendimento

Permanente ou similares dos Centros de Saúde do Serviço Nacio-

nal de Saúde. Participam na componente laboratorial que consti-

tui um indicador precoce do início de circulação do vírus da gripe

em cada época de vigilância. Enviam para o Laboratório Nacional

de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios

no INSA, exsudados nasofaríngeos de doentes com suspeita de

gripe, para identificação e tipificação dos vírus da gripe e outros

vírus respiratórios. Os casos são selecionados de acordo com a

opinião do médico tendo em conta a definição de caso de síndro-

ma gripal usada pelo ECDC.

Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnós-tico da Gripe

Rede ativada em 2009 pelo Despacho Ministerial nº 16548/2009,

de 21 de julho (Diário da República, 2ª série, nº 139: 28507), é

atualmente constituída por 16 laboratórios, na sua maioria de

hospitais do Continente e Regiões Autónomas. Assegura a dete-

ção e caraterização dos vírus da gripe que estão na origem de

casos mais graves de infeção respiratória viral. A análise labora-

torial envolve a utilização de métodos de biologia molecular para

a caraterização dos vírus da gripe em circulação na população. Em

colaboração com o laboratório de referência do INSA é efetuado o

isolamento das estirpes do vírus da gripe e a sua caraterização

antigénica e genética. A população sob vigilância é constituída

pelos utentes com infeção respiratória, pertencentes à área de

influência dos hospitais ou laboratórios da Rede Portuguesa de

Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe.

Hospitais participantes em 2015/2016:

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. (Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respira-tórios), Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. (Hospital de São José e Hospital de Curry Cabral), Hospital de São João, E.P.E., Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E., Hospital Central do Funchal, E.P.E., Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, E.P.E., Hospital do Santo Espírito de Angra do Heroísmo, E.P.E., Centro Hospitalar de Lisboa Norte, E.P.E., Centro Hospitalar do Porto, E.P.E., Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, E.P.E., Centro Hospitalar da Cova da Beira, E.P.E., Centro Hospitalar de Setú-bal, E.P.E., Centro Hospitalar do Alto Ave, Hospital do Espírito Santo (Évora), Laboratório de Saúde Pública Dra. Laura Ayres (ARS Algarve).

Hospitais notificadores em 2015/2016: Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. (Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respira-tórios), Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. (Hospital de São José e Hospital de Curry Cabral), Centro Hospitalar de São João, E.P.E., Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E., Hospital do Divi-no Espírito Santo de Ponta Delgada, E.P.E., Hospital do Santo Espírito de Angra do Heroísmo, E.P.E., Centro Hospitalar de Lisboa Norte, E.P.E., Centro Hospitalar do Porto, E.P.E., Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, E.P.E., Centro Hospitalar da Cova da Beira, E.P.E., Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E., Centro Hospitalar do Alto Ave.

Vigilância Laboratorial

O diagnóstico laboratorial do vírus da gripe e outros vírus respirató-

rios é efetuado em amostras biológicas do trato respiratório supe-

rior (exsudado da nasofaringe) de doentes com SG. São utilizadas

metodologias de diagnóstico molecular, nomeadamente a amplifi-

cação do genoma viral por PCR em multiplex. Estas metodologias

permitem a identificação dos tipos e subtipos do vírus da gripe [A

(H1)pdm09, A(H3), B(Yamagata), B(Victoria)] e a identificação de

outros vírus respiratórios [Rinovirus Humano (hRV), Vírus sincicial

respiratório (RSV), Coronavírus Humano (hCoV), Adenovirus (AdV),

Metapneumovirus Humano (hMPV) e Vírus Parainfluenza (PIV)]. A

caraterização antigénica dos vírus da gripe é efetuada pela metodo-

logia clássica de inibição de hemaglutinação e a caraterização

genética é baseada na sequenciação genómica do gene da hema-

glutinina. Para a monitorização da suscetibilidade dos vírus da gripe

aos antivirais inibidores da neuraminidase (oseltamivir e zanamivir)

é efetuada a pesquisa de marcadores moleculares de resistência e a

caracterização fenotípica (determinação do IC50) em estirpes do

vírus da gripe isoladas em cultura celular no Laboratório Nacional

de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios.

Unidades de Cuidados Intensivos

Na época 2011/2012 foi realizado um estudo piloto com o objeti-

vo de fazer a vigilância epidemiológica dos casos graves de gripe

admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos de alguns hospi-

tais. Participaram nesse ano 6 hospitais. Nas épocas seguintes,

utilizando a metodologia testada, foi possível estender a vigilância

a mais hospitais.

Hospitais participantes em 2015/2016:

Centro Hospitalar Alto Ave (H. Guimarães), Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E. (H. S. José, H. Curry Cabral, H. Capuchos, H. D. Estefânia e H. Stª. Marta), Centro Hospitalar Cova da Beira (H. da Covilhã), Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (H. São Francisco Xavier e H. Egas Moniz), Centro Hospitalar de S. João E.P.E, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar do Algarve (H. do Barla-vento Algarvio), Centro Hospitalar do Médio Tejo (H. de Abrantes), Centro Hospitalar Lisboa Norte E.P.E (H. Stª Maria e H. Pulido Valente), Centro Hospitalar Tondela Viseu (H. S. Teotónio), Hospital Beatriz Ângelo, Hospital Cuf Descobertas, Hospital Distrital de Castelo Branco, Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, Hospital do Litoral Alentejano, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, HPP Hospital de Cascais Dr. José de Almeida, Hospital de Vila Franca de Xira, British Hospital.

Definição de caso:

Doentes admitidos nas Unidades de Cuidados Intensivos dos

hospitais participantes, com gripe confirmada laboratorialmente.

Vigilância Diária da Mortalidade

O VDM é um sistema de vigilância epidemiológica que preten-

de detetar e estimar de forma rápida os impactes de eventos

ambientais ou epidémicos relacionados com excessos de

mortalidade. Este sistema funciona com base num protocolo

de cooperação entre o INSA e Instituto de Gestão Financeira e

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Ins t ituto Nac iona l de Saúde Doutor Rica rdo Jorge, I .P .

Equipamentos da Justiça, I.P. (IGFEJ) do Ministério da Justiça.

Para isso, diariamente o IGFEJ envia de forma automática o

número de óbitos registados no dia anterior em todo o país.

Esta componente pretende avaliar o impacto da epidemia de

gripe em termos de severidade.

Definição de caso: Óbito, por qualquer causa, de individuo residente em Portugal.

Definições utilizadas

Época de Gripe

Definida como o período de tempo de aproximadamente 33

semanas que decorre entre a semana 40 de um determinado ano

(início de outubro) e a semana 20 do ano seguinte (meados de

maio).

Linha de base e respetivo limite superior do intervalo de confiança a 95%

Designada também por área de atividade basal, constitui o intervalo

de valores da taxa de incidência correspondente a uma circulação

esporádica de vírus da gripe. Permite definir períodos epidémicos,

comparar as epidemias anuais em função da sua intensidade e

duração e determinar o impacto dessas epidemias na comunidade.

Atividade gripal

Definida pelo grau de intensidade da ocorrência da doença,

medido pela estimativa semanal da taxa de incidência de SG e do

seu posicionamento relativo à área de atividade basal, e pelo

número de vírus.

Indicadores de dispersão geográfica da atividade gripal

Ausência de atividade gripal

Pode haver notificação de casos de SG mas a taxa de incidência

permanece abaixo ou na área de atividade basal, não havendo a

confirmação laboratorial da presença do vírus da gripe.

Atividade gripal esporádica

Casos isolados, confirmados laboratorialmente, de infeção por

vírus da gripe, associados a uma taxa de incidência de SG que

permanece abaixo ou na área de atividade basal.

Surtos locais

Casos agregados, no espaço e no tempo, de infeção por vírus da

gripe confirmados laboratorialmente. Atividade gripal localizada em

áreas delimitadas e/ou instituições (escolas, lares, etc.),

permanecendo a taxa de incidência de SG abaixo ou na área de

atividade basal.

Atividade gripal epidémica

Taxa de incidência de SG acima da área de atividade basal, associada

a uma confirmação laboratorial da presença de vírus da gripe.

Atividade gripal epidémica disseminada

Taxa de incidência de SG, por mais de duas semanas consecutivas,

acima da área de atividade basal e com uma tendência crescente,

associada à confirmação da presença de vírus da gripe.

Indicadores da intensidade da atividade gripal

A intensidade da atividade gripal é definida com base em toda a

informação de vigilância recolhida através das várias fontes de

dados e é avaliada tendo em consideração a informação histórica

nacional sobre a gripe, segundo o método MEM (Moving Epidemic

Method).

Ausência

Taxa de incidência de SG abaixo ou na área de atividade basal.

Baixa

Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e

correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG

superior à área de atividade basal mas inferior ou igual a

83,04/105.

Moderada

Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e

correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG

superior a 83,04/105 e inferior ou igual a 127,24/105.

Alta

Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e

correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG

superior 127,24/105 e inferior ou igual a 143,60/105.

Muito Alta

Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e

correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG

superior 143,60/105.

Indicadores da tendência da atividade gripal

Estável

Os últimos três valores da taxa de incidência não se encontram

em tendência crescente nem decrescente.

Crescente

Os últimos três valores encontram-se em tendência crescente.

Decrescente

Os últimos três valores encontram-se em tendência decrescente.

Percentagem de doentes com gripe admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos

Percentagem de doentes com gripe admitidos, em

Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), em determinada

semana = nº de admissões por gripe confirmada, em UCI, na

referida semana/ nº de admissões por qualquer causa, em UCI, na

mesma semana x 100 utentes.

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