boletim de comércio exterior da bahia - sei.ba.gov.br filebalança comercial – brasil x bahia –...

9
Boletim de Comércio Exterior da Bahia JULHO 2015 ISSN 2179-8745

Upload: doandang

Post on 13-Jun-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Boletim de Comércio Exterior da Bahia

JULHO 2015

ISSN 2179-8745

DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR BAIANO – JULHO/2015

Governo do Estado da Bahia Rui Costa

Secretaria do Planejamento João Leão

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia Eliana Boaventura

Diretoria de Indicadores e EstatísticaGustavo Casseb Pessoti

Coordenação de Acompanhamento ConjunturalLuiz Mário Vieira

Coordenação EditorialArthur Souza Cruz Junior

Elaboração TécnicaArthur Souza Cruz JuniorMarcos Santos de Oliveira JuniorAlex Luddi de Oliveira Perco

Coordenação de Biblioteca e Documentação NormalizaçãoEliana Marta Gomes Silva Sousa

Coordenação de Disseminação da Informação Augusto Cezar Pereira Orrico

Editoria Geral Elisabete Cristina Teixeira Barretto

RevisãoChristiana Fausto (Linguagem)

Editoria de Arte e de Estilo Ludmila Nagamatsu

Editoração Marta Barreto

Sumário

Av. Luiz Viana Filho, 4ª Avenida, 435, CABSalvador (BA) • Cep: 41.745-002Tel.: (71) 3115 4822 • Fax: (71) 3116 1781www.sei.ba.gov.br • [email protected]

Desempenho do Comércio Exterior da Bahia – Julho 2015, 3

Importações, 8

Apêndice A – Julho 2015Balança comercial – BrasilBalança comercial – BahiaExportações brasileiras – principais estadosExportações baianas por fator agregadoExportações baianas – principais segmentosExportações baianas – principais segmentosExportações baianas – principais produtosExportações baianas – principais países e blocos econômicosImportações brasileiras – principais estadosImportações baianas por categorias de usoImportações baianas – principais produtosImportações baianas – principais países e blocos econômicos

Apêndice B – Informativo acumulado de janeiro a Julho de 2015

Balança comercial – BrasilBalança comercial – BahiaBalança comercial – Brasil X Bahia – Série histórica – 1980-2015Participação da Bahia no comércio exterior brasileiro – 1980-2015Exportações brasileiras – por regiõesExportações brasileiras – principais estadosExportações nordestinas por estadoExportações baianas – principais municípiosExportações baianas por fator agregadoExportações baianas – principais segmentosExportações baianas – principais segmentosExportações baianas – principais produtosExportações baianas – principais países e blocos econômicosImportações brasileiras por regiõesImportações brasileiras – principais estadosImportações nordestinas por estadoImportações baianas – principais municípiosImportações baianas por categorias de usoImportações baianas – principais produtosImportações baianas – principais países e blocos econômicos

3Boletim de Comércio Exterior da Bahia, Salvador, jul. 2015

DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR BAIANO – JULHO/2015Desempenho do Comércio Exterior da Bahia – Julho 2015

Apesar de ter exportado, em julho, uma quantidade 21,2% superior à de igual mês do ano passado, a Bahia viu suas receitas com exportações caírem 10,2%, afe-tadas pela redução de preços dos seus principais pro-dutos de exportação.

Embora a alta do dólar ante o real tenha compensado parcialmente as empresas exportadoras, a queda maior que a esperada nos preços internacionais, de produtos como petróleo, soja, petroquímicos, minerais e celulose (que estão entre os itens mais exportados pelo estado) foi o principal fator que derrubou as vendas ao exterior.

A quantidade de derivados de petróleo embarcada para outros países, por exemplo, cresceu 109,2% em julho, mas a cotação do produto caiu praticamente pela metade.

Considerando todos os produtos exportados pela Bahia, a quantidade vendida no mês de julho cresceu 21,2%, mas os preços recuaram 26%. Ou seja, os expor-tadores baianos venderam mais, mas receberam menos dólares do que no mesmo período do ano passado.

No acumulado do ano, forçadas a se ajustar à fraca demanda externa, aos preços mais baixos das commo-dities e ao reequilíbrio chinês, as exportações baianas recuaram 18,6%, alcançando US$ 4,33 bilhões contra US$ 5,33 bilhões no mesmo período de 2014.

Além da cotação menor das commodities, pesou no ano a redução nos embarques de derivados de petróleo em 33,2%–- devido à parada para manutenção de impor-tante unidade produtiva na RLAM em fevereiro – e dos produtos químicos/petroquímicos, principalmente para os EUA, por conta do avanço da competição chinesa.

Para agravar o quadro, o comércio global ainda está fraco e alguns dos principais parceiros do estado vêm reduzindo as compras de produtos baianos. É o caso dos EUA, que reduziu as com-pras em 39% ante os sete primeiros meses do

ano passado, da União Europeia com -19,4% e o Mercosul com queda de 17%. A desaceleração econômica da China também vem diminuindo a demanda por matéria prima não só baiana, mas de todo o mundo, o que tem refletido na queda dos preços globais das commodities.

Sem a pressão das compras em grandes volumes de GNL (Gás Natural Liquefeito), utilizado em larga escala pelas usinas térmicas em 2015, as importações caíram 20,3%, em julho, comparadas a igual mês de 2014.

As compras externas recuaram em todas as categorias de uso, com exceção dos bens intermediários que, por força das maiores importações de minério de cobre em 70%, ainda cresceram 4,6% no mês.

As importações, em julho, foram afetadas tanto pelos preços menores quanto pela queda na quantidade comprada. Entre os destaques está a redução de 47,5% no gasto com petróleo e derivados, 43,6% em fertili-zantes e 24% em veículos de passageiros.

Nos sete primeiros meses do ano, as importações sob o reflexo das maiores compras de combustíveis no ano atingiram US$ 5,44 bilhões, com crescimento de 3,6% ante igual período do ano anterior. Excluídos os combustíveis, as importações registraram queda de 5,1%, reflexo da redução da atividade econômica, principalmente da indústria, que já encolheu 8,6% no primeiro semestre.

Tabela 1 – Balança comercialBahia – Jan.-jul. 2014/2015

(Valores em US$ 1000 FOB)

Discriminação 2014 2015 Var. %

Exportações 5.328.288 4.334.993 -18,64Importações 5.243.361 5.435.074 3,66Saldo 84.927 -1.100.080 -Corrente de comércio 10.571.649 9.770.067 -7,58

Fonte: MDIC/Secex, dados coletados em 05/08/2015.Elaboração: SEI.Obs.: Importações efetivas, dados preliminares.

4Boletim de Comércio Exterior da Bahia, Salvador, jul. 2015

DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR BAIANO – JULHO/2015

Embora ainda inferiores ao desempenho de 2014, os sucessivos ajustes na taxa de câmbio já provo-caram as primeiras reações positivas nas expor-tações baianas, com a volta do crescimento das receitas em 2015 e apontam este ano para uma importante contribuição do setor externo para a evolução do PIB –Produto Interno Bruto estadual.

Em junho, as exportações baianas cresceram 6,6% ante maio, enquanto que, em julho, o aumento chegou a 23,7% sobre junho. Com a economia doméstica em retração, por uma série alinhada de maus desempe-nhos, este é o único alento e o fator mais promissor para refrear até certo ponto o declínio acentuado da atividade industrial e do PIB. O comportamento das exportações já se refletiu em junho, quando os indica-dores da indústria apresentaram crescimento de 2,2%, revertendo tendência de queda registrada desde abril.

A recuperação das vendas externas, dessa vez, porém, tende a ser mais moderada do que a observada durante a crise de 2003, quando o câmbio dispa-rou mais vigorosamente. Na época, a China con-solidara seu alto crescimento com uma demanda incomum por commodities, o que garantiu bonança aos exportadores desses bens por quase todo o restante da década. Agora, ao contrário, não só o comércio internacional tem crescido menos que o PIB mundial, como a China reduziu significativa-mente sua velocidade de crescimento, diminuindo bastante seu apetite por mercadorias do exterior.

Os exportadores baianos venderam mais 31% em quantidade aos mercados externos no segundo tri-mestre do ano, comparado ao primeiro. Segundo a Funcex – Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior, a recuperação das margens de grande parte dos setores industriais exportadores foram sensíveis nos últimos meses e deve ter melho-rado no início do segundo semestre, já que o câm-bio se depreciou ainda mais e parece ter mudado de patamar, em benefício das vendas externas.

Os movimentos de uma rápida recuperação expor-tadora só não estão mais acentuados devido a uma ainda incipiente recuperação na Europa e uma desaceleração expressiva na China em relação ao passado. Entre os dados promissores para o futuro pode estar o aumento das vendas para os Estados Unidos, que ainda registra a maior queda nas ven-das dentre os principais parceiros no ano: -39,1%.

A queda dos preços das commodities parece ter atin-gido seu piso e a perspectiva para os próximos meses é de alguma recuperação, ainda que modesta, e não de renovados movimentos intensos de baixa. Em geral, as cotações atingiram os piores níveis desde a crise finan-ceira de 2008 e há pouco espaço para quedas adicionais.

Na ausência de qualquer outro estímulo à econo-mia, de novo, é a taxa de câmbio, e não o aumento geral da produtividade, que dá início à recuperação das exportações. É importante e vem em boa hora.

(US$

FO

B)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Jul. 2014 Ago. 2014 Set. 2014 Out. 2014 Nov. 2014 Dez. 2014 Jan. 2015 Fev. 2015 Mar. 2015 Abr. 2015 Maio 2015 Jun. 2015 Jul. 2015

Gráfico 1 − Evolução dos preços médios de exportação – Bahia (Últimos 12 meses) Fonte: MDIC/Secex, dados coletados em 09/07/2015.Elaboração: SEI.Obs.: Valores de outubro excluído valores da plataforma de petróleo.

5Boletim de Comércio Exterior da Bahia, Salvador, jul. 2015

DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR BAIANO – JULHO/2015

Com os mercados emergentes enfrentando um cená-rio difícil, marcado pela desaceleração do comércio global e menor apetite dos investidores por ações e bônus, os preços médios dos produtos exportados pelo estado, em julho, atingiram seu menor valor desde julho/2009. Eles alcançaram em média US$ 614/ton., valor 15,3% inferior a junho e 26% a julho de 2015. No ano, a queda chegou a 16,3% comparada a igual período de 2014.

As maiores contribuições negativas, em julho, foram os metais preciosos (ouro) com redução média de 86%, seguido pelos derivados de petróleo, com queda de 41%, soja e derivados com -27%; produtos químicos/petroquímicos com -21%; milho -28,6%, metalúrgicos -20% e papel e celulose (-14,4%).

Apesar de estáveis, as perspectivas para os preços das commodities permanecem em baixa, tendo como pano de fundo a alta iminente dos juros nos EUA e as incertezas sobre o ritmo de crescimento da China, acentuadas ainda mais pela mudança na política cambial chinesa nos últimos dias.

Os embarques do complexo soja cresceram 10,4% em julho comparadas a igual mês do ano ante-rior e 22,3% em relação a junho último. Apesar do crescimento do quantum, as receitas no mês, que alcançaram US$176,45 milhões, ficaram 19,5% inferiores a 2014, por conta da queda dos preços em média de 27,1%. Pelo quarto mês consecutivo, o setor lidera a pauta de exportações baianas, embora, no acumulado até julho, a liderança ainda pertença ao setor de papel e celulose.

O aumento dos embarques é resultado de mais um recorde de produção, estimado pelo IBGE em quase 4,5 milhões de toneladas, um cresci-mento de 40,5% em relação ao ano de 2014. Com esse resultado a participação da produção de soja da Bahia na produção nacional atinge quase 4,5%, enquanto em 2014 foi de apenas 3,7%.

No que tange às vendas externas, diante do horizonte sombrio que, no fim de 2014, pautava as perspectivas

Tabela 2 – Exportações baianasPrincipais segmentos – Jan.-jul. 2014/2015

Segmentos

Valores (US$ 1000 FOB) Var.

%Part.

%

Var. % Preço médio2014 2015

Papel e Celulose 941.360 816.429 -13,27 18,83 -14,51Químicos e Petroquímicos 991.768 761.195 -23,25 17,56 -19,36

Soja e Derivados 894.821 676.914 -24,35 15,62 -25,07

Metalúrgicos 305.234 481.019 57,59 11,10 -1,94

Petróleo e Derivados 870.328 315.584 -63,74 7,28 -45,74Automotivo 272.834 242.258 -11,21 5,59 -9,93Metais Preciosos 169.582 153.351 -9,57 3,54 -61,28Cacau e Derivados 111.831 125.765 12,46 2,90 5,56Borracha e Suas Obras 139.196 115.295 -17,17 2,66 -12,37

Minerais 45.589 101.247 122,08 2,34 -17,62Algodão e Seus Subprodutos 84.127 91.932 9,28 2,12 -16,54

Couros e Peles 89.477 85.529 -4,41 1,97 7,73Sisal e Derivados 59.221 75.878 28,13 1,75 24,50Café e Especiarias 89.562 68.251 -23,79 1,57 -31,66Frutas e Suas Preparações 49.963 49.229 -1,47 1,14 -15,21

Máquinas, Aparelhos e Materiais Mecânicos e Elétricos

41.885 29.877 -28,67 0,69 -32,08

Calçados e Suas Partes 32.850 27.191 -17,23 0,63 -8,89

Fumo e Derivados 24.409 20.878 -14,47 0,48 -14,81Milho e Derivados 7.594 18.462 143,12 0,43 -22,71Carne e Miudezas de Aves 9.252 1.102 -88,09 0,03 -33,63

Demais Segmentos 97.405 77.608 -20,32 1,79 -32,41Total 5.328.288 4.334.993 -18,64 100,00 -16,27Fonte: MDIC/Secex, dados coletados em 07/08/2015.Elaboração: SEI.

para o agronegócio em 2015, é possível afirmar que o setor enfrentou menos turbulências do que esperava no primeiro semestre e iniciou a segunda metade deste ano com a clara sensação de que dias melhores virão. Não que a tendência de queda dos preços das commodities agrícolas tenha se revertido, ou que as incertezas e dificuldades nos fronts econômico e polí-tico sejam parte do passado. O consumo doméstico dá sinais de fraqueza e o crédito está mais escasso e caro, ao mesmo tempo em que as margens diminuíram, sempre com as exceções de praxe. Mas a valorização do dólar, que superou as expectativas e vitaminou as principais cadeias exportadoras ligadas ao campo,

6Boletim de Comércio Exterior da Bahia, Salvador, jul. 2015

DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR BAIANO – JULHO/2015

por celulose de eucalipto, especificamente, avançou 10%, sendo que, na China, o aumento foi de 17%.

O setor metalúrgico continua atravessando bom momento nas vendas externas, apesar do quadro desfavorável dos preços internacionais das com-modities. Em julho, o segmento embarcou 153,4% a mais em volume e faturou US$ 83,84 milhões, superando em 103,3% as receitas de igual mês de 2014. No ano, as vendas de produtos metalúrgi-cos, sobretudo catodos e fios de cobre, que repre-sentam 83,4% do faturamento, atingiram US$ 481 milhões, 57,6% acima do mesmo período do ano passado, resultado de embarques 60,7% maiores, já que os preços médios recuaram 2% em média.

A estabilidade de preços do cobre e a melhora no câm-bio apontados como determinantes para o aumento das exportações, entretanto, não deve ter vida longa num cenário de queda generalizada dos preços das commodities no mercado internacional e crescimento menor das principais economias do mundo. Já no final de julho, a cotação do cobre despencou para um novo recorde de baixa em apenas seis semanas na Bolsa de Metais de Londres, para US$ 5.191,50 a tonelada, enquanto que o Índice de Commodities da Bloomberg recuou 3,3% nas últimas semanas, para seu patamar mais baixo desde 2009. O cobre, como todas as demais commodities, vem sendo afetado de forma mais aguda nas últimas semanas por dois fatores negativos: a certeza maior da fragilização da expansão chinesa e a intensificação da expansão do abastecimento das minas, decorrente de investimen-tos feitos durante os anos de surto de crescimento.

As exportações de petróleo e derivados cresceram 23,4% em julho, fruto de embarques 109,2% maio-res. No ano, as exportações do setor estão 63,7% inferiores a igual período de 2014, reflexo da queda vertiginosa de preços do petróleo no mercado internacional e da queda de 33,2% nos embarques.

A derrocada dos preços do petróleo, iniciada há um ano, ganhou ímpeto em novembro, quando a Opep (Organização dos Países Exportadores de

até agora evitou o dèbacle de economias regionais dependentes da agropecuária e já voltou inclusive acalentar planos de expansão em alguns mercados.

Com exceção do algodão, em que a área plantada se reduziu, e as exportações registraram queda em volume de 70%, as vendas do agronegó-cio cresceram em quantidade pelo segundo mês consecutivo, chegando em julho a 7,3%. Além da soja, cresceram os embarques de cacau, café, celulose, sisal, milho, carnes de frango e frutas.

As previsões de que a Bahia terá uma super safra agrícola, em 2015, foram confirmadas em julho pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do IBGE, mesmo para o algodão que, embora tenha redu-zido a área plantada, teve crescimento no rendimento médio, com a safra devendo atingir 1,2 milhão de tone-ladas, 2,8% maior que a registrada em 2014. A produ-ção baiana de grãos deverá então atingir 8,7 milhões de toneladas, 19% maior que a verificada em 2014.

As vendas de celulose de eucalipto foram fortes em julho em todas as regiões e o mercado global se mantém positivo em agosto, a despeito da recente desvalorização do Yuan. As exportações de julho alcançaram 276 mil toneladas com incremento de 4,5% sobre julho de 2014. Já as receitas foram de US$ 123,7 milhões, 10,6% abaixo do mesmo perí-odo do ano passado, pelo efeito preço em média 14,4% menores. No ano, as exportações de papel e celulose lideram a pauta com vendas de US$ 816,4 milhões e queda de 13,3%.

A avaliação de analistas é de que o mercado global de celulose está bastante demandante, de forma que as atuais condições de preço, sem quedas expressivas, devem se manter nos próximos períodos. Paradas programadas para manutenção no Hemisfério Norte contribuíram para o patamar mais baixo dos estoques e, em julho, o fechamento de duas linhas em Rizhao, na China, retirou 1,8 milhão de toneladas por ano de fibra curta do mercado. Na primeira metade do ano, a demanda global de fibra curta cresceu 9% e os estoques caíram a níveis muito baixos. A procura

7Boletim de Comércio Exterior da Bahia, Salvador, jul. 2015

DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR BAIANO – JULHO/2015

Petróleo), o cartel dos produtores, decidiu não cortar sua produção a despeito do excedente gerado pela produção dos EUA.

Depois de cair para perto de US$ 45 por barril, em janeiro, o Brent se recuperou e, em maio, superou US$ 69 por barril. Mas desde então, a preocupa-ção sobre o estado da economia da China, o maior importador mundial de petróleo, a aceleração da produção pelos países da Opep, como a Arábia Saudita e o Iraque e o medo de que o petróleo ira-niano adicional chegue ao mercado depois do acordo nuclear do mês passado trouxeram nova pressão de baixa, com os preços recuando mais de 20%.

No início de agosto, o petróleo caiu abaixo dos US$ 50 por barril, estendendo a queda do mês passado e atingindo seu nível mais baixo desde janeiro, devido a sinais de que a produ-ção crescente continuará a exceder a procura.

O contrato do petróleo Brent cru para setembro – a referência mundial para o preço da commoditie – caíra 18% em julho. Na primeira sessão de agosto, recuou mais 5,15%, para US$ 49,52, menor valor em seis meses.

Já o setor químico/petroquímico faturou em exportações US$ 143,1 milhões em julho – queda de 33% ante julho de 2014. Os embarques volta-ram a cair em 14,9%, pressionados pelas incerte-zas chinesas e pela queda dos preços do petróleo.

Os mercados de destino para as exportações baianas ficaram estáveis em julho, com quedas nas vendas para a UE e EUA e recuperação nas vendas para a China e Argentina. Os quatro mercados representam, até julho, 73% do total das vendas externas baianas no período. Catodos de cobre, celulose e minério de níquel são os responsáveis pelo aumento das vendas à China, enquanto que automóveis, fios de cobre e man-teiga de cacau elevaram as vendas baianas à Argentina.

8Boletim de Comércio Exterior da Bahia, Salvador, jul. 2015

DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR BAIANO – JULHO/2015Importações

Tabela 3 – Importações baianas por categorias de uso – Jan.-jul. 2014/2015

(Valores em US$ 1000 FOB)

Discriminação 2014 2015 Var. % Part. %

Bens intermediários 2.043.838 2.009.678 -1,67 36,98Combustíveis e lubrificantes 1.526.687 1.907.655 24,95 35,10Bens de capital 925.104 939.558 1,56 17,29Bens de consumo duráveis 668.390 511.336 -23,50 9,41Bens de consumo não duráveis 79.341 66.847 -15,75 1,23

Total 5.243.361 5.435.074 3,66 100,00Fonte: MDIC/Secex, dados coletados em 05/08/2015.Elaboração: SEI.OBS.: importações efetivas, dados preliminares.

As importações baianas voltaram a cair em julho (-20,3%), depois do incremento verificado em junho, quando cresceram motivadas pelo aumento nas compras de minério de cobre e GNL.

Menores gastos com a compra de combustí-veis (-47,5%), Bens de capital (-34,2%) e Bens de Consumo (-21,5%) foram os responsáveis pela volta da inflexão nas compras externas. As importações de Bens intermediários cresceram 4,6% motivadas pelas grandes aquisições de minério de cobre (146 mil ton.), superior em 74% o volume de julho de 2014, catodos de cobre, borracha e cabos de alu-mínio. As compras externas, em julho, também foram afetadas pelos preços menores em 20% comparadas ao mesmo mês do ano anterior. A quantidade total adquirida também recuou 0,5%.

Nos sete primeiros meses do ano, as importações sob o reflexo das maiores compras de combustíveis, no ano, atingiram US$ 5,44 bilhões, com crescimento de 3,6% ante igual período do ano anterior. Excluídos os combustíveis, as importações registraram queda de 5,1%, reflexo da redução da atividade econômica, principalmente da indústria, que já encolheu 8,6% no primeiro semestre.

A retração da atividade doméstica, sobretudo da indús-tria, e a alta do dólar deve frear as importações no segundo semestre, restando, ainda, a dúvida se as mudanças macroeconômicas em curso (o câmbio principalmente) serão suficientes para desencadear um movimento em larga escala de substituição de importações. Um movi-mento consistente de recuperação do mercado local pela indústria local (em detrimento do bem importado) precisa de câmbio efetivamente depreciado, de alterações tributárias pró-exportação e de melhorias na infraestru-tura, entre outras mudanças. Hoje já há algum sinal de substituição de importações em nichos do mercado, mas a fraca atividade impede movimento maior. A magnitude dessa troca, contudo, vai depender do câmbio.