boletim da icb, ano 24, número 1

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Pastoral Ricardo Gondim O CLAMOR DO POBRE Tolstói iniciou Anna Karenina com uma das mais espetaculares afirmações da literatura: ”Todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”. A felicidade é indistinta, mas a tristeza carrega particularidades específicas. Ao longe, os cenários são belos; próximos, expõem detritos horrorosos. De perto, o lixo fede. Narrativas universalizantes foram incapazes de retratar dramas pessoais – vivenciados na dura realidade cotidiana. Filosofia e teologia se especializaram em grandes narrativas para lidar com o sofrimento. Esqueceram as pequenas realidades. No microcosmo, gente com nome, história e laços de amor geme. Oprimidos em inúmeros cativeiros, os judeus cantavam: “Quem são homens e mulheres para que Te lembre deles? Onde Te escondeste, ó Senhor?”. Voltaire afirmou que se há vida em outros mundos, a terra é o manicômio do universo. Segundo a ONU, dois milhões morrem de fome a cada dia – eu disse: cada dia. Estima-se que só na Europa, 500 mil mulheres sejam traficadas a cada ano – a maioria para exploração Equipe Pastoral: Julio Borges de Macedo Filho (presidente), Noé Stanley Gonçalves (emérito), IV – 07 de outubro de 2012 – 01

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Boletim da ICB, ano 24, número 1

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Pastoral Ricardo Gondim

O CLAMOR DO POBRE

Tolstói iniciou Anna Karenina com uma das mais espetaculares afirmações da literatura: ”Todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”. A felicidade é indistinta, mas a tristeza carrega particularidades específicas. Ao longe, os cenários são belos; próximos, expõem detritos horrorosos. De perto, o lixo fede. Narrativas universalizantes foram incapazes de retratar dramas pessoais – vivenciados na dura realidade cotidiana.

Filosofia e teologia se especializaram em grandes narrativas para lidar com o sofrimento. Esqueceram as pequenas realidades. No microcosmo, gente com nome, história e laços de amor geme. Oprimidos em inúmeros cativeiros, os judeus cantavam: “Quem são homens e mulheres para que Te lembre deles? Onde Te escondeste, ó Senhor?”.

Voltaire afirmou que se há vida em outros mundos, a terra é o manicômio do universo. Segundo a ONU, dois milhões morrem de fome a cada dia – eu disse: cada dia.  Estima-se que só na Europa, 500 mil mulheres sejam traficadas a cada ano – a maioria para exploração sexual. (as brasileiras engrossam as estatísticas no Velho Continente e somam 75 mil, o equivalente a 15% das vítimas). O que fazer com a cólera no Haiti, a malária na África, a guerra civil no Sudão, a perseguição religiosa no Afeganistão, o consumismo e a indiferença na Europa e os homicídios do México ao Brasil?

O palácio dos horrores baixou a ponte. Cavaleiros do Apocalipse entram em cena a galope. De tão barata a vida, milhões e milhões de famílias, à sua maneira, experimentam o inferno.

A prece mais religiosa para esta geração deve ser: “Deus, por que não invades logo o monturo que se transformou este planeta? Por que o Senhor não acaba com o ato desse teatro macabro? A peça já se arrasta além do necessário. O preço que cobras por teres nos criado imperfeitos não está alto demais?”.

Equipe Pastoral: Julio Borges de Macedo Filho (presidente), Noé Stanley Gonçalves (emérito), Nilson Pereira de Moura (1º vice-presidente) e José Carlos de Souza Santos (2º vice-presidente)

Ano XXIV – 07 de outubro de 2012 – nº 01

Que volte o hino do negro spiritual: “Não se te dá que morramos? Como podes assim dormir?”

Se existe outro mundo possível, onde se esconde? Por que os mínimos sinais de um reino alternativo sempre foram imprecisos? Por que o bem se perdeu em instituições adoecidas? Nada explica a ganância ser maior que a fome de justiça.

Além da indiferença do universo, anônimos sofrem com a burocracia estatal – burocracia fria. Oligarquias se reinventam para manter o poder nas mãos dos mesmos. Estruturas se satanizam. Instituições legitimam processos de alienação. O mal se multiplica com facilidade. O bem consome a vida dos poucos que se atrevem concretizá-lo.

A história segue. Ruma ao grande abismo. T. S. Eliot perguntou: “Onde está a vida que perdemos vivendo? Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento? Onde está o conhecimento que perdemos na informação?”.  Insana, a humanidade se debate sem sequer buscar antídoto para o veneno que a destrói.

Quantos se dispõem quebrar o sistema que abandona crianças à miséria? Mulheres violentadas e idosos abandonados continuarão sem terem quem os vingue?  A coerência que justifica o mal será desfeita quando?

Milhões se entorpecem. Tateiam em busca de respostas nos lugares errados. Consumismo junto com as indústrías do esportismo e do “celebrismo” servem para perpetuar a ilusão de que no fim tudo vai dar certo. Estupidez. Quinquilharias tecnológicas salvam e alienam. Erudição ilustra e ilude. Enquanto a mão esquerda escreve poesia, a destra declara guerra.

Vaidosa, a atual geração se considera pouco menor do que os anjos. Só não vê a própria cara desfigurada – monstro de iniquidade.

Os caminhos humanos não apontam para um progresso inexorável; não desembocam, necessariamente, em estrada alguma. Nada garante que o rio da história alcance o oceano do sentido.

O planeta terra parou de brilhar;  há muito não embeleza o universo. A eternidade não guardará registro do tempo fugaz dos humanos por aqui. As perguntas que a racionalidade fez foram insuficientes para chegar à verdade. A pouca solidariedade partilhada malogrou em redimir o ódio. Livros da história produziram melancolia por um passado de ouro, apenas. A clemência da geração que sucedeu ao holocausto se revelou impotente para evitar outros genocídios. A ciência não conseguiu reverter o inconsciente coletivo, que ainda viabilizará novas chacinas.

O Nazareno acertou: em todos os dias cabe um mal próprio.  Sendo assim, séculos não aliviarão a tragédia da geração atual. Não por acaso os pobres, conscientes de seu sofrimento, devem voltar a clamar: “Maranata – não te demores, Senhor”.

Soli Deo Gloria

INFORMES ICB

*Aniversariantes de outubro – Dia 01, Igreja Cristã de Brasília; Dia 10, 2º aniversário de casamento de Chico e Raquel (Bodas de Algodão); Dia 22, 44º aniversário de casamento do Pr Julio e Gil (Bodas de Carbonato); e Dia 30, Priscila Santos, 3º aniversário de casamento dos pastores Pedra e Rivane (Bodas de Couro ou Trigo). Parabéns!...

*Reunião de oração da quinta, das 12 às 13 horas. Participe!... *Convite especial dos pastores Pedra e Rivane para a celebração do 3º aniversário de casamento (Bodas de Couro ou Trigo) no dia 30 de outubro às 20 hs, na residência deles no Cond. Solar de Brasília Q. 3 Conj. 36 casa 9 – Lago Sul. Os irmãos que puderem ir confirmem com o Pastor Julio.*Agenda de oração – 1) O processo final de aposentadoria do Pastor Julio

(o processo está na Procuradoria da República para parecer); 2) Pelo irmão Wilson que fará o concurso na próxima semana da Câmara dos Deputados; 3) pela plena recuperação do Pastor Nilson após a cirurgia nos olhos; 4) pelos enfermos: Gil com o problema de depressão; pelo Sr Geraldo, tio de Melqui, que fez cirurgias no coração; pela coleguinha de Sofia, Letícia, de 7 anos, com câncer; 5) pelas eleições municipais no próximo domingo.

CULTO DE HOJE: 18:30 HORAS

Dirigente: Pr. Julio Borges Filho - Pregador: Pr. Nilson Moura Louvor e crianças: Gislene Macedo Assunto: Estudo em Colossesses (1)

C Â N T I C O S

1. QUERO LOUVAR-TE Quero louvar-Te sempre mais e mais (bis)Buscar o Teu querer, Tua graça conhecer, quero louvar-TE!As aves do céu cantam para Ti, as flores do campo refletem Teu poderQuero cantar, quero levantar as minhas mãos a Ti...

02. JESUS TE ADORAMOS, A Ti nos inclinamos,Com gozo, sim, cantamos, com preces, sim, louvamos.Aleluia! Aleluia! Aleluia! Amém!...

03. ORAÇÃO E TRABALHOSempre que a gente se junta, e a Deus busca em oração,

Fica forte, fica forte, e logo se põe em ação.Sempre que a gente se junta, pra agir, pra trabalhar,Fica forte, fica forte, e logo se põe a orar.

É que força do trabalho, e a força da oração,Andam juntas, andam juntas, elas nascem da união.

04. GRAÇAS – 419 HCCGraças dou por esta vida, pelo bem que revelouGraças dou pelo futuro e por tudo que passouPelas bênçãos derramadas, pelo amor, pela aflição,Pelas graças reveladas, graças dou pelo perdão.

Graças pelo azul celeste e por nuvens que há também Pelas rosas do caminho e os espinhos que elas têm

Pela escuridão da noite, pela estrela que brilhou Pela prece respondida, e a esperança que falhou

Pela cruz e o sofrimento, e pela ressurreição,Pelo amor que é sem medida, pela paz no coração.Pela lágrima vertida, e o caminho que é sem par,Pelo dom da eterna vida, sempre graças hei de dar

Oração da semana: Ao orarmos, Senhor, vem encher-nos com o Teu amor, para o mundo agitado entender, cada dia Tua vida viver. Nossas vidas vem, pois, transformar, refrigério pra alma nos dar. E agora com outros irmãos nos unimos a Ti em oração.

Pensamento da semana: “Não é pela forma em que um homem fala com Deus, mas sim pela forma em que fala das coisas terrenas, como se pode melhor discernir-se se sua alma permaneceu no fogo do amor de Deus” – Simone Well

SEJAM TODOS BEM-VINDOS!“...o nome da cidade será: O SENHOR ESTÁ ALI” – Ez. 48:35

Nosso site: www.igrejacristadebrasilia.com.br