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Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas 1 Outubro de 2015 BOLETIM da CRAC No. 43 Outubro de 2015 (Versão Electrónica) A CRAC e o Gabinete de Informação Financeira (GIF) coorganizaram um Seminário de Esclarecimento sobre a Avaliação de Risco Regional, o qual teve lugar no Auditório sito na cave do Edifício da Direcção dos Serviços de Finanças no dia 10 de Setembro de 2015. A fim de promover a harmonização com os últimos requisitos internacionais, o Grupo de Trabalho Interdepartamental da Região Administrativa Especial de Macau sobre o Combate ao Branqueamento de Capitais propõe que se proceda à revisão da legislação relativa à Prevenção e Repressão dos Crimes de Branqueamento de Capitais e de Financiamento ao Terrorismo; a CRAC elaborou, em conformidade, o projecto de revisão das Instruções para a Prevenção e Repressão do Branqueamento de Capitais e de Financiamento ao Terrorismo destinadas a Auditores de Contas, Contabilistas e Consultores Fiscais. Iong Kong Leong (Presidente da CRAC) proferiu o discurso de abertura do seminário, tendo ainda sido oradores Ng Man Seong (Coordenador do GIF), Chris Cheong (representante da Deloitte Touche Tohmatsu Sociedade de Auditores) e funcionários da CRAC. Inscreveram-se a estiveram presentes no seminário cerca de 50 pessoas, incluindo representantes de sociedades de auditores de contas e de contabilistas, assim como auditores de contas e contabilistas. Discurso do Presidente No seu discurso inicial, Iong Kong Leong referiu que Macau, na qualidade de membro do Grupo sobre Branqueamento de Capitais de Á sia e do Pacífico (APG, na sigla inglesa), é obrigado a aceitar avaliações conjuntas periódicas realizadas por peritos. A próxima avaliação está agendada para 2016. Antes de realizar a avaliação conjunta, Macau necessita de concluir, por si só, uma Avaliação de Risco Regional (NRA, na sigla inglesa). Por esta razão, o GIF encarregou a Deloitte Touche Tohmatsu Sociedades de Auditores de levar a cabo o trabalho correspondente. A Deloitte Touche Tohmatsu Sociedades de Auditores já concluiu actualmente o trabalho de avaliação e deseja apresentar aos participantes no seminário os respectivos resultados analíticos. Adicionalmente, a senhora Ng também quis dar a conhecer os potenciais riscos de branqueamento de capitais e de financiamento ao terrorismo e as correspondentes medidas preventivas para os prestadores de serviços. Por último, e atendendo a que a CRAC se encontra a rever as instruções correspondentes, um funcionário da CRAC apresentou a primeira versão do projecto de revisão. Projecto de Revisão das Instruções As actuais Instruções para a Prevenção e Repressão dos Crimes de Branqueamento de Capitais e de Financiamento ao Terrorismo foram aprovadas e promulgadas no pretérito ano de 2006. A fim de as harmonizar não só com o trabalho de revisão, como com os últimos requisitos internacionais, a CRAC necessita de proceder à revisão das supracitadas Instruções. Um funcionário da CRAC apresentou no seminário a estrutura e alguns detalhes mais específicos do projecto de Seminário Aberto

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Page 1: BOLETIM da CRAC · da China consagram disciplina estrita sobre as penalidades aplicáveis em situações que envolvam facturas especiais de IVA. De entre a legislação fiscal abordada

Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas 1 Outubro de 2015

BOLETIM da CRAC No. 43 – Outubro de 2015 (Versão Electrónica)

A CRAC e o Gabinete de Informação Financeira

(GIF) coorganizaram um Seminário de Esclarecimento sobre a Avaliação de Risco Regional, o qual teve lugar no Auditório sito na cave do Edifício da Direcção dos Serviços de Finanças no dia 10 de Setembro de 2015. A fim de promover a harmonização com os últimos requisitos internacionais, o Grupo de Trabalho Interdepartamental da Região Administrativa Especial de Macau sobre o Combate ao Branqueamento de Capitais propõe que se proceda à revisão da legislação relativa à Prevenção e Repressão dos Crimes de Branqueamento de Capitais e de Financiamento ao Terrorismo; a CRAC elaborou, em conformidade, o projecto de revisão das Instruções para a Prevenção e Repressão do Branqueamento de Capitais e de Financiamento ao Terrorismo destinadas a Auditores de Contas, Contabilistas e Consultores Fiscais. Iong Kong Leong (Presidente da CRAC) proferiu o discurso de abertura do seminário, tendo ainda sido oradores Ng Man Seong (Coordenador do GIF), Chris Cheong (representante da Deloitte Touche Tohmatsu – Sociedade de Auditores) e funcionários da CRAC. Inscreveram-se a estiveram presentes no seminário cerca de 50 pessoas, incluindo representantes de sociedades de auditores de contas e de contabilistas, assim como auditores de contas e contabilistas.

Discurso do Presidente

No seu discurso inicial, Iong Kong Leong

referiu que Macau, na qualidade de membro do Grupo sobre Branqueamento de Capitais de Á sia e

do Pacífico (APG, na sigla inglesa), é obrigado a aceitar avaliações conjuntas periódicas realizadas por peritos. A próxima avaliação está agendada para 2016. Antes de realizar a avaliação conjunta, Macau necessita de concluir, por si só, uma Avaliação de Risco Regional (NRA, na sigla inglesa). Por esta razão, o GIF encarregou a Deloitte Touche Tohmatsu – Sociedades de Auditores de levar a cabo o trabalho correspondente. A Deloitte Touche Tohmatsu – Sociedades de Auditores já concluiu actualmente o trabalho de avaliação e deseja apresentar aos participantes no seminário os respectivos resultados analíticos. Adicionalmente, a senhora Ng também quis dar a conhecer os potenciais riscos de branqueamento de capitais e de financiamento ao terrorismo e as correspondentes medidas preventivas para os prestadores de serviços. Por último, e atendendo a que a CRAC se encontra a rever as instruções correspondentes, um funcionário da CRAC apresentou a primeira versão do projecto de revisão.

Projecto de Revisão das Instruções

As actuais Instruções para a Prevenção e

Repressão dos Crimes de Branqueamento de Capitais e de Financiamento ao Terrorismo foram aprovadas e promulgadas no pretérito ano de 2006. A fim de as harmonizar não só com o trabalho de revisão, como com os últimos requisitos internacionais, a CRAC necessita de proceder à revisão das supracitadas Instruções. Um funcionário da CRAC apresentou no seminário a estrutura e alguns detalhes mais específicos do projecto de

Seminário Aberto

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Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas 2 Outubro de 2015

revisão. O projecto de revisão é composto por 8 partes principais: 1. Disposições gerais; 2. Avaliação dos riscos e utilização de uma abordagem baseada no risco; 3. Controlos internos; 4. Dever de diligência relativa à clientela e medidas para detectar operações suspeitas; 5. Recusar a realização de determinadas operações; 6. Conservação de documentos; 7. Participação de operações suspeitas; e 8. Dever de colaboração.

Após o seminário, e com o objectivo de recolher, junto do sector, comentários sobre o projecto de revisão, a CRAC enviou notificações a todas as sociedades de auditores, sociedades de contabilistas, auditores de contas e contabilistas, e carregou o referido projecto para a sua página da internet. (disponível em http://www.dsf.gov.mo , na secção relativa à CRAC. Período de Consulta: 14 de Setembro a 13 de Outubro 2015.)

A CRAC e a Association of Chartered Certified Accountants (ACCA) coorganizaram 3 acções de formação no terceiro trimestre de 2015. Duas acções tiveram como principais temas os itens do balanço, o rédito e as locações, tendo-se focado em questões práticas relacionadas com as IFRS e nos correspondentes desafios, enquanto que a outra acção de formação se centrou sobre os equívocos em que habitualmente mais se incorre no que respeita aos impostos da China e às consequências do seu incumprimento. Os temas tiveram uma boa aceitação, tendo-se inscrito e participado um total de 546 formandos.

Questões sobre Itens Específicos das Demonstrações Financeiras

No decurso do seminário intitulado Questões

sobre Itens Específicos das Demonstrações Financeiras, realizado no dia 23 de Julho, o orador principal apresentou alguns casos de estudo clássicos para análise das demonstrações financeiras de várias sociedades cotadas em bolsa, a fim de convocar a atenção dos formandos e de os instruir sobre as correspondentes normas. Os itens das demonstrações financeiras analisados no seminário incluíram activos intangíveis, goodwill e retribuições contingentes, classificação de interesses noutras entidades, e apresentação de

passivos financeiros e capital próprio; existem cerca de 10 Normas correspondentes, a saber a Norma Internacional de Contabilidade (IAS, na sigla inglesa) 38 – Activos intangíveis, a Norma Internacional de Relato Financeiro (IFRS, na sigla inglesa) 3 – Combinações de Negócios, a IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas, a IFRS 11 – Acordos Conjuntos, a IFRS 12 – Divulgação de Interesses Noutras Entidades, a IAS 28 – Investimentos em Associadas e Empreendimentos Conjuntos, a IAS 39 – Instrumentos financeiros: Reconhecimento e Mensuração, e a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros.

Os casos eram simples, mas abrangentes, sendo que o orador efectuou uma análise aprofundada das Normas. No seminário, os formandos ficaram a entender que uma análise simples das demonstrações financeiras poderá tornar claramente visíveis muitas armadilhas contabilísticas, independentemente de se relacionarem com activos intangíveis, com o reconhecimento e mensuração do goodwill e com testes de imparidade, ou com a reavaliação de contraprestações contingentes, ou coma classificação de interesses noutras entidades; no que se refere às Normas, o orador explicitou, detalhada e individualmente, os requisitos de cada norma. As explicações apoiaram-se em casos de estudo simples, os quais se acredita ajudarem os formandos a profundar a sua compreensão das normas correspondentes, e a melhorar as respectivas aplicações práticas, assim como as suas aptidões analíticas.

Equívocos habituais sobre os Impostos da China e Consequências do

Incumprimento

O seminário intitulado Equívocos habituais sobre os Impostos da China e Consequências do Incumprimento teve lugar no dia 26 de Agosto, tendo o formador combinado a análise de casos de estudo com a explicitação da legislação, a fim de

Notícias Sobre Formação

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Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas 3 Outubro de 2015

À data de 30 de Setembro de 2015, o número de auditores de contas, contabilistas registados, sociedades de

auditores e sociedades de contabilistas registados na Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas era

de:

Auditores de Contas 114

Contabilistas Registados 176

Sociedades de Auditores 13

Sociedades de Contabilistas 2

abordar em detalhe algumas das questões fiscais mais comuns. O seminário foi bastante informativo, e cobriu diversos temas, como, entre outros, o dos métodos para a cobrança da contribuição predial urbana; o das sanções aplicáveis em caso de evasão fiscal; o da regulamentação específica sobre infracções relacionadas com a utilização de facturas específicas de IVA.

De entre a legislação fiscal e as precauções mencionadas no seminário, encontram-se questões que necessitam de ser bem compreendidas pelos investidores e pelo pessoal da área da contabilidade financeira.. Por exemplo, a emissão de facturas especiais de IVA falsas ou de outras facturas similares é punida com uma pena mínima de prisão de 10 anos (ou até com prisão perpétua), para além de uma multa entre 50,000 e 500,000 dólares ou a penhora de imóveis; caso uma entidade proceda à emissão de facturas especiais de IVA falsas ou de outras facturas semelhantes, não só a entidade será punida, como igualmente os gerentes ou funcionários directamente responsáveis. Os artigos 205.º a 212.º do Código Penal da República Popular da China consagram disciplina estrita sobre as penalidades aplicáveis em situações que envolvam facturas especiais de IVA.

De entre a legislação fiscal abordada no seminário, são ainda dignas de nota: o Anúncio sobre Questões Relacionadas com a Regulação de Bens e Artigos que Entrem ou Saiam da China Através do Comércio Electrónico Transfronteiriço (Anúncio No.56[2014] da Administração Geral das Alfândegas), o Aviso da Administração Tributária Estatal sobre a emissão de Medidas para a Implementação de Ajustamentos Fiscais Especiais (para Implementação Experimental) (No.2[2009] da Administração Tributária Estatal), as Medidas Provisórias para a Gestão da Posse de Numerário em Moeda Estrangeira por parte de Pessoas que Entrem ou Saiam do Território (No.102[2003] da Administração Estatal de Divisas Estrangeiras), e o Aviso do Ministério das Finanças e da Administração Tributária Estatal sobre Questões relacionadas com o Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares no que respeita a Presentes oferecidos por Empresas para Promoção ou Desenvolvimento de Negócios (No.50[2011] do

Ministério das Finanças).

IFRS – Desafios Futuros

No dia 17 de Setembro, no seminário sobre IFRS – Desafios Futuros, analisaram-se dois temas quentes no panorama internacional – contexto e processo de revisão do rédito e das locações. A Norma sobre o rédito está em vigor há mais de 10 anos, sendo que a nova Norma foi publicada em Maio de 2014, e entrará em vigor a partir de 2018; a discussão acerca da Norma sobre locações já dura há vários anos, estando a promulgação da nova Norma prevista para o final de 2015.

A IFRS 15 – Rédito de Contratos com Clientes constituiu o ponto central deste seminário. O orador principal analisou as principais alterações que a IFRS 15 introduz quando comparada com as normas internacionais já existentes que versam sobre o rédito, tendo utilizado casos de estudo para exemplificar os cinco passos necessários para o reconhecimento do rédito, assim como os seus efeitos práticos. Uma vez que a IFRS 15 colocou muito ênfase na identificação e julgamento de “contratos” e “obrigações de desempenho”, espera-se que tenha um elevado impacto no reconhecimento do rédito em diferentes indústrias, em especial nos sectores das telecomunicações e da revenda. Pese embora a entrada em vigor da IFRS 15 tenha sido adiada para 2018, continuam a existir alguns requisitos de ajustamento retroactivo, pelo que o orador principal incentivou as empresas que provavelmente irão ser afectadas pela IFRS 15 a não só procurarem conhecer o respectivo teor, como a começarem a delinear um plano desde já.

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Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas 4 Outubro de 2015

Função da contabilidade: Responsabilidades Específicas,

Prevenção de Fraudes …

Diversos estudos sobre a história da contabilidade sugerem que a contabilidade constitui uma força primordial na promoção da ascensão da sociedade comercial. Se durante a era nómada e da agricultura/cultivo, o significado da contabilidade se limitava ao mero registo de acontecimentos económicos, assim que o mundo entrou na era comercial (uma era de gestão numérica), a importância da contabilidade tornou-se rapidamente aparente. O facto de o sistema de escrituração de entrada dupla de Luca Pacioli se encontrar a ser utilizado há mais de 500 anos reside sobretudo nos seus métodos razoáveis (ou racionais) de contabilização, e criação e classificação de contas, e na sua ordenada supervisão contabilística, o que permite que as actividades económicas possam ser geridas de forma ordenada. O que os políticos e economistas têm sempre procurado ao longo dos anos é uma ordem socioeconómica boa e estável. Em 1923, H.R. Hatfield, na sua defesa da contabilidade, discorreu sobre o significado da contabilidade. Afirmou: “a função da contabilidade é a de definir responsabilidades, a de prevenir fraudes, a de abrir caminho para a industrialização, a de determinar o capital próprio, e se responder à pergunta mais difícil do mundo empresarial – „o que é o lucro?‟. A contabilidade facilita as operações financeiras do governo, e garante a eficiência da gestão das empresas.” Contabilidade Analítica: Personificando

a Participação Democrática

Contabilidade Financeira: Personificando os Deveres de Supervisão

Na comunidade empresarial, em que a

motivação das pessoas é a de se tornarem ricas, está-se sempre à procura de encontrar métodos de produção novos e inovadores, que permitam a expansão para o mercado global. A contabilidade

analítica surgiu com o aparecimento das fábricas. Desde o final do século XIX e início de século XX, a contabilidade analítica alterou com sucesso a forma como as empresas procediam ao cálculo dos lucros, ao combinar as diversas contas financeiras, melhorando o nível de gestão das empresas. Custos baixos sempre constituíram uma vantagem competitiva. Na contabilidade de gestão de custos, a segmentação dos custos é, com efeito, a delegação de poder e a aceitação de responsabilidades, fornecendo uma base clara para efeito da avaliação de desempenho. A definição de objectivos, a existência de feedback sobre a informação recebida, uma auditoria célere, a responsabilização de alguém quando necessário, constituem factores que, quando combinados, levam a que se desenvolvam elevados esforços para a consecução dos objectivos de gestão pré-estabelecidos. Este processo requer a participação democrática de todos os envolvidos (em especial dos técnicos que se encontram na linha da frente). Sem este progresso contabilístico, o Taylorismo não seria instituído com base na revolução psicológica entre trabalhadores e empregadores, e, sem o Taylorismo, não existiria depois o Fordismo que alterou o mundo. Não será necessário referir que, na contabilidade financeira, o controlo de que os profissionais de contabilidade dispõem sobre todo o procedimento contabilístico, em especial no início de uma auditoria (documentos originais de auditoria, determinar se uma transacção económica deve ser contabilizada), reflecte, com grande detalhe, os deveres de supervisão da contabilidade. A persistência dos profissionais de contabilidade é fundamental para a realização da máxima de que “todos são iguais perante as disciplinas financeiras e económicas”. Muitos queixam-se por vezes de os profissionais de contabilidade serem demasiado “rígidos”, mas esta “rigidez” não traduz precisamente a circunstância de os ditos profissionais se manterem firmes perante os seus princípios, não concedendo privilégios a ninguém, e salvaguardando a democracia?

Análise Teórica

Prefácio (editor): Eu sou um profissional de contabilidade e gosto de contabilidade. Em minha opinião, a contabilidade é muito mais do que apenas números, é uma forma de arte; pese embora a contabilidade seja um produto da política, é no domínio da ética que encontramos os seus princípios fundamentais. Por outras palavras, o impacto que a contabilidade tem sobre a sociedade é muito maior do que aquele que eu imaginava ter quando iniciei o seu estudo. A contabilidade passou a merecer-me um maior respeito após ter lido um artigo intitulado ‘A Contabilidade é a Guardiã da Democracia”, pelo que o gostaria de partilhar com os nossos leitores no presente número do Boletim da CRAC.

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Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas 5 Outubro de 2015

Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas Endereço : Rua da Sé No.30, Centro de Recursos da Direcção dos Serviços de Finanças, 1/F Tel : (853) 8599 5343, 8599 5344 Fax : (853) 2838 9177 Email : [email protected] Website : http://www.dsf.gov.mo

Linha de Apoio e Atendimento – Normas de Contabilidade

(853) 8599 5300

Inscrição na 2.ª É poca de Prestação de Provas

As inscrições na 2.ª época de prestação de

provas (2015) tiveram lugar entre os dias 10 e 21 de Agosto de 2015. Inscreveram-se 119 candidatos (15 candidatos na prestação de provas para registo como auditor, e 104 para registo como contabilista). Após se ter procedido à análise de todos os documentos de inscrição, 116 candidatos foram admitidos a prestar provas.

Esta época de prestação de provas continua a ser subsidiável pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude no âmbito do “Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo”, pelo que os candidatos poderão optar por liquidar as taxas devidas deduzindo o respectivo montante da sua conta (sendo que apenas se aceitará o pagamento integral das mencionadas taxas). A prestação de provas encontra-se agendada para os dias 28 e 29 de Novembro, e para os dias 6, 12 e 13 de Dezembro, e terão lugar no centro de formação de funcionários públicos localizado no 6.º andar do

Centro Comercial Cheng Feng, situado na Alameda Dr. Carlos d‟Assumpção, nºs 322-362. Para mais informações, agradecemos que contacte a CRAC durante o horário de funcionamento.

Prestação de Provas Anteriores

O novo sistema de prestação de provas, compreendendo duas épocas de prestação de provas anuais, encontra-se em vigor desde 2008. A CRAC organiza, assim, duas épocas de prestação de provas anualmente (uma em cada semestre). A CRAC espera que o novo sistema melhor permita aos candidatos delinear e adoptar a estratégia de exame que melhor sirva as suas necessidades, e que lhes permita atingir o objectivo de obter aprovação em todas as matérias. Os dados estatísticos dos anos anteriores revelam que, entre 2008 e 2014, realizaram provas 1,100 candidatos, sendo que 59 obtiveram aprovação em todas as matérias e qualificaram-se para registo. Para além disso, 3 dos candidatos que prestaram provas na primeira época de 2015 qualificaram-se para registo como contabilistas.

O Fundo de Acção Social Escolar do Governo da Região Administrativa Especial de Macau organizou, no passado dia 4 de Junho de 2015 e para quem concluiu o ensino secundário, um seminário sobre o “Âmbito do Trabalho dos Profissionais Financeiros”. Hans Lai (membro da CRAC) foi convidado a participar no seminário, em que se deu a conhecer o regime de acreditação dos profissionais de contabilidade e auditoria de Macau. Acredita-se que o seminário poderá contribuir para que a geração mais nova fique a conhecer melhor o sector contabilístico.

A União das Associações de Profissionais de Contabilidade de Macau organizou, nos passados dias 6 e 7 de Agosto, uma acção de formação intitulada “Orçamentação e Gestão de Custos de Projectos de Construção”. Wang Zhicheng (Professor Associado no Instituto Nacional de Contabilidade de Pequim) foi o orador principal do referido curso, no qual participaram mais de 110 pessoas. A CRAC prestou o seu apoio na organização do curso.

Para entender e obter a mais recente informação sobre a prevenção e repressão do crime de branqueamento de capitais, e continuar a desenvolver o trabalho correspondente, a CRAC destacou alguns funcionários para estarem presentes em duas reuniões organizadas pelo Gabinete de Informação Financeira no terceiro trimestre de 2015: “Reunião Geral sobre os Itens de Avaliação de Risco Regional” e “Reunião Periódica do Grupo de Trabalho sobre o Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo”.

Notícias sobre as Provas

Todos os Contributos São Bem-Vindos!

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Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas 6 Outubro de 2015

IAASB Revê Diversas Normas de Auditoria para Aumentar a Atenção sobre a

Divulgação de DemonstraçõesNos meses de Janeiro e Setembro de 2015, o

International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB) emitiu uma nova Norma Internacional de Auditoria (ISA 701 – Comunicar Matérias Chave de Auditoria no Relatório do Auditor Independente), e reviu outras 14 Normas. As normas serão aplicáveis a auditorias de demonstrações financeiras relativas a períodos contabilísticos que se iniciem em ou após 15 de Dezembro de 2016. A reforma destina-se a elevar a qualidade do trabalho de auditoria, aumentando o conteúdo informativo dos relatórios de auditoria, aumentando, com isso, a relevância dos mencionados relatórios na tomada de decisão e a confiança do público nos mesmos. Poder-se-á afirmar que a inclusão de “Matérias Chave de Auditoria” nos relatórios de auditoria irá subverter o formato e conteúdo tradicionais dos relatórios de auditoria padrão, tendo, por isso, implicações mais vastas. De entre as restantes revisões efectuadas, encontra-se a exigência de que os profissionais de auditoria prestem, no decurso do processo de

auditoria, uma maior atenção designadamente à divulgação de demonstrações financeiras e aos pressupostos de continuidade.

De entre as Normas cuja respectiva revisão se concluiu incluem-se, entre outras, a ISA 700(Revista) – Formar uma Opinião e Relatar sobre Demonstrações Financeiras a ISA 705 (Revista) – Modificações à Opinião no Relatório do Auditor Independente, a ISA 706 (Revista) – Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outras Matérias no Relatório do Auditor Independente, a ISA 570 (Revista) - Continuidade, a ISA 260 (Revista) – Comunicação com os Encarregados da Governação, ISA 200 (Revista) – Objectivos Geral do Auditor Independente e a Conduta de uma Auditoria de acordo com as Normas Internacionais de Auditoria, a ISA 210 (Revista) – Aceitar os Termos dos Trabalhos de Auditoria, e a ISA 240 (Refeita) – A Responsabilidade do Auditor ao Considerar a Fraude numa Auditoria de Demonstrações Financeiras. Para mais informação, queira visitar o seguinte sítio da internet: http://www.ifac.org.

IFRS: Acelerar a Adopção em Todo o MundoÀ data de 1 de Maio de 2015, existem 116

jurisdições que já exigem que todas ou a maioria das entidades publicamente responsáveis (empresas cotadas em bolsa e instituições financeiras) adoptem as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS). Isto significa que, de entre as 140 jurisdições constantes da base de dados da Fundação das IFRS, mais de 82% já adoptaram as IFRS.

As restantes 24 jurisdições podem ser enquadradas em duas categorias: 1. Aquelas que já autorizam ou exigem a adopção das IFRS no que pelo menos se refere às suas entidades

publicamente responsáveis (14 jurisdições); 2. Aquelas que actualmente não autorizam ou exigem a adopção das IFRS por parte de nenhuma das suas entidades publicamente responsáveis (10 jurisdições). De entre estas últimas 10 jurisdições, uma delas (Tailândia) encontra-se no processo de adoptar na íntegra as IFRS, e uma outra (Indonésia) encontra-se no processo de proceder à convergência substantiva (pese embora não na totalidade) das suas normas nacionais com as IFRS.

Para mais informação, queira visitar http://www.ifrs.org/Features/Pages/Global-reach-of-IFRS-is-expanding.aspx

China Continental: Medidas Provisórias Relativas ao Seguro de Responsabilidade Profissional das Sociedades de Contabilidade

Em Junho de 2015, o Ministério das Finanças e a Comissão Reguladora do Sector Segurador emitiram as “Medidas Provisórias relativas ao Seguro de Responsabilidade Profissional das Sociedades de Contabilidade”. As “Medidas” compreendem 6 capítulos e 25 artigos, e contêm disciplina sobre a cobertura, indemnização, e inspecções de supervisão relativamente ao seguro de responsabilidade profissional das sociedades de contabilidade. Por seguro de responsabilidade profissional das sociedades de contabilidade entende-se o seguro nos termos do qual uma sociedade de contabilidade ou qualquer dos respectivos sócios, accionistas e quaisquer outros profissionais assumem, nos termos da lei, a responsabilidade de indemnizar por qualquer prejuízo económico causado a qualquer cliente ou

parte interessada em virtude da sua actividade profissional. As medidas referem, de forma expressa, que a sociedade de contabilidade deve dar prioridade à contratação do seguro de responsabilidade profissional relativamente aos seus compromissos ou trabalhos de auditoria; relativamente aos restantes trabalhos de distinta natureza, a contratação do seguro dependerá do grau de risco que os referidos trabalhos encerram, assim como das necessidades de desenvolvimento da sociedade. As Medidas fornecem ainda métodos de cálculo e os valores do limite máximo da indemnização acumulada.

As medidas entraram em vigor no dia 1 de Julho de 2015. Para mais informação, queira visitar http://kjs.mof.gov.cn/zhengwuxinxi/zhengcefabu/201507/t20150702_1264863.html

Notícias do Exterior