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Jornal do Bairro da Calcarea - Caieiras

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Page 1: Boletim da Calcarea
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A escola Nahyr MendesWinesky é para o bairroda Calcárea um alento,para o desabrochar detalentos; vem se obser-vando que, em várioseventos promovidos pelarede municipal deEducação, nossosalunos mostram-secapacitados, estimu-lados pelo corpo do-cente e se destacam comdistinção, apesar dahumildade do bairro.A Educação é luz pri-mordial para formaçãodo ser humano. In-felizmente, nos dias atu-ais, estão se perdendovalores sociais nasfamílias e entidades.Criança de qualquerclasse social, quandobem orientada, torna-secidadão de bem, nãoimportando o local emque vive. Tendo boaformação, reconheceráseus deveres de cidadãoe direitos políticos.A família tem aobrigação de educar,orientar e estimular osfilhos, não deixando aresponsabilidade so-mente para a escola.Deve somar forças. Osresultados serão sempreum adulto melhor.Família, gestão escolare comunidade em geralagregam votos para

Uma Escola de Talentos

políticos conscientes, quepercebem num bairro commelhores estruturas acerteza de formação decidadãos escla recidos.A realidade do país, paraa classe menosprivilegiada, é muitodesproporcional emrelação aos que têmpoder aquisitivo. Masessa desigualdade não éanunciada com fre-quência em virtude deinteresses políticos. Nãoé interessante mostrar adeterioração do Ensinopúblico.É importante compreen-dermos que não pode-mos apenas esperar dogoverno, que cadacidadão pode fazer suaparte, zelando pelasbenfeitorias já reali-zadas e lutando pornovas, sem se omitir.Isso se chama Edu-cação.

Edi tor ia l

Coordenadora:Janaína Batol

Diretora: Maria IsabelRodrigues Leme

Diretora:Profª. Maria Isabel Rodrigues Leme

Coordenadora:Profª. Janaina Batol

Jornalista responsável:Profº Marcelo V. Bruggemann - Mtb/SP 52.882Profª Quitéria Andrade - Mtb/SP 52.888

O Boletim da Calcarea é uma produção independente daEmef Nahyr Mendes Winesky

Expedie

nte Diagramação Projeto gráfico:

Claudio Miranda Revisor de Redação:Serg Smigg - www.smiggcomcorp.wordpress.com

DISTRIBUIÇÃO GRATUITAFone: 4447 6401 // 8807 7983 // 9621 4687Estrada Campo Limpo, km 39, Calcárea - Caieiras - SP

É expressamente proibida a reprodução total ou parcial das matérias, fotos e anúncios publicados sem préviaautorização. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores

Page 3: Boletim da Calcarea

Durante o primeiro semestre de 2010,a escola Emef Nahyr Mendes Wineskypromoveu e participou de diversoseventos. Um dos projetosdesenvolvidos na unidade escolar é oAgita Calcárea, dirigido peloprofessor de Educação Física JoséRoberto.A iniciativa promove atividades físicaspara a comunidade com ênfase emEducação, Saúde e interaçãocomunitária, mostrando para os paisou responsáveis o trabalho que édesenvolvido com os alunos dentro daescola. Assim, adquirem-se respeitoe confiança destes e, com certeza,parceria de cada um deles. Segundoa senhora Roseli, uma das mães queparticipa do projeto, “o agitaCalcárea é como uma terapia; pode-se conversar e rir, além de seexercitar”.O primeiro evento da escola foi emcomemoração ao Dia das Mães, emque toda a equipe organizoucronograma especial para envolver

“O bairro não tem lazer e a escola oferece coisas diferentes nas festas. Isso é muito importante porque as crianças têmoportunidade de ser criança e não ir para o caminho das drogas”,

“Eu tenho outras filhas em outras escolas que já passaram por aqui. Gostaria que elas pudessem voltar, pois, nesta escola,meus filhos se sentem acolhidos, bem cuidados e, para mim, é o mesmo carinho que eles têm em casa”,

toda a comunidade e emocionar todosos participantes. O dia especial iniciou-se com magnífico café da manhã econtou com apresentação de música dascrianças, sorteio de brindes,performances de hip hop e do grupoABAcirco, música com a cantoraLenna Reys, homenagem dosprofessores com incrível vídeo do dia adia das crianças na escola. Tudorealizado com parcerias entre assecretarias da Educação e da Cultura,além do apoio do vereador doutor Ideire da própria Lenna Reys, que sempre estão presentes nos projetos da escola.Outro evento de grande destaque foi afesta julina, que moveu todos os alunosna arrecadação de prendas eapresentações de dança, além decontarmos mais uma vez com a parceriada Secretaria da Cultura, que promoveupara a comunidade um dia especial, comdiversos brinquedos, apresentação daFanfarra de Caieiras, grupos de dança,escola de samba e capoeira. Houvetambém barracas organizadas pelaequipe escolar que tornaram o eventouma grande festa.“O bairro não tem lazer e a escolaoferece coisas diferentes nas festas.Isso é muito importante porque ascrianças têm oportunidade de ser

criança e não ir para o caminho dasdrogas”, disse dona Vera, mãe de umaluno do 3º ano.Além dos eventos promovidos, a escolaparticipou dos campeonatos dequeimada e de pipa organizados pelaSecretaria Municipal de Educação. Node queimada, conquistou obicampeonato na categoria de 09 e 10anos e o 4º lugar na categoria de 07 e08 anos; no de pipa, conquistaram-se o2º e o 4º lugar, motivo para grande festano PEC – Parque Ecológico deCaieiras, onde o evento foi uma dasatrações da II Feira do Livro Infantile Juvenil de Caieiras. Na premiação,houve apresentação de alguns alunosparticipantes do projeto RepercutindoSons, que trabalha os diferentes tiposde sons com materiais alternativos eestimula alunos a desenvolver criatividade,sensibilidade e amor pela arte.Com tudo isso, a escola procura

trabalhar com a comunidade evem tendo reconhecimento porparte dos moradores, que veem aescola como um trabalhoorganizado, que está melhorandoa cada ano. “Eu tenho outrasfilhas em outras escolas que jápassaram por aqui. Gostariaque elas pudessem voltar, pois,nesta escola, meus filhos sesentem acolhidos, bemcuidados e, para mim, é omesmo carinho que eles têm emcasa”, considerou dona MariaRoselene de Lima, mãe de umaluno do 3º ano.

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Quem transita por Caieiras nãoimagina que, distante da áreacentral, existem bairrosperiféricos, muitos deles comenormes problemas sociais.Mas nada se compara ao bairrode Calcárea.Localizado a vinte quilômetrosde Cresciúma, (Centro), ogrande obstáculo é o acesso aele, que se dá por dentro dasterras da Cia. Melhoramentos,propriedade privada. Parachegar ao bairro, é necessárioatravessar o município deFranco da Rocha e adentrarem Cajamar.Assim, o bairro permaneceudependente da cidade vizinha.Todas as necessidades básicas,como segurança, Saúde,Ensino Fundamental II e Médio,bancos, centro comercial,dentre outros, são buscadas nacidade de Cajamar.Dona Angelina PereiraCassiano, moradora há 39 anosdo bairro, relatou em entrevistaà escola que o local já passoupor muitas transformações.Lembra que tudo era plantaçãode eucaliptos quando se mudoupara Calcárea; só havia quatrocasas e três chácaras. Parachegar até Cajamar, tinham depassar por trilha no meio dasárvores e as crianças tambémseguiam uma trilha pelo matopara chegar à escola.A escola não era situada nomesmo lugar em que seencontra hoje; localizava-se nobairro Monjolinho. Quando aRodovia dos Bandeirantesrasgou as terras caieirenses ecruzou o bairro, a escola ficou

Uma Escola, um Bairro,uma HistóriaO Caminho da Mudança

do outro lado da pista e ascrianças não tinham acesso àsaulas. Então, construíram novaescola, que é usada até hoje,com várias reformas eampliações. Como na escola anterior haviauma diretora chamada NahyrMendes, prestou-sehomenagem a ela com o nomedo novo prédio. Inicialmente, aescola era estadual, passandoa municipal em 2001.O bairro foi crescendo graçasàs famílias que vinham deoutros estados, principalmenteda região nordeste.Procuravam lugares próximosa São Paulo e, com baixo custodas moradias do local, taispessoas chegavam em buscade melhores condições de vida.Dona Angelina se lembra aindados tempos em que foiresponsável pela escola, tendoesta apenas duas salas de aula.Posteriormente, assumiu-a odiretor Júlio, que contratou donaCida, merendeira até hoje.Aliás, ela foi entrevistada pelosalunos do 2º ano para comporeste boletim.Hoje, o bairro é composto porvárias empresas, um pequenocomércio, algumas instituiçõesreligiosas, uma escola deensino fundamental I,aproximadamente três milmoradores e muita, muita forçade vontade para prosperar.

As professoras do pré e 1º ano,Cinthia e Edite, realizaram

1º Ano – Identidade Pessoal

trabalho com seus alunosvoltado à identidade pessoal

com o tema “Eu”. Durante todoo período de trabalho em salade aula, os alunos assistiram afilmes, realizaram pesquisascom objetivo de compararrealidades e cultura comcrianças de outros países. Comoresultado, confeccionaram jogosde várias regiões do mundo epreparam delicioso yakisoba naCozinha Experimental. Ainda,utilizando linguagem escrita,realizaram produções decuriosidades e, como produtofinal desse importante projeto,criaram o livrinho “EU”.

O trabalho realizado pelaprofessora Sueily com seusalunos do segundo ano acabouoriginando este jornal. O temadesenvolvido foi “Família eBairro” e, ao final, os alunosdeveriam desenvolver umjornalzinho sobre o bairro.Neste contexto, a turmarealizou diversas atividadesque realmente envolveramtoda a comunidade:entrevistaram um antigo

2º Ano – Família e Bairro

morador do bairro, convidaramos pais para confeccionaremos brinquedos com os quaisestes costumavam brincarquando crianças. Ainda como

resultado de pesquisa, aprofessora e os alunosapresentaram para a salaobjetos antigos utilizados pelasfamílias.

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Talvez, para a maioria dasescolas do município, otrabalho sobre Caieiras nãotenha sido tão significativoquanto foi para a turma do 3ºano, com auxíl io dosprofessores Henrique eElisângela, pois a geografia domunicípio dificulta afrequência dos moradores daCalcárea no centro da cidade.Com esse projeto, foi possível

3º AnoConhecendo Caieiras

aos alunos visitarem todos ospontos importantes deCaieiras. Como resultado,desenvolveram diversostrabalhos, dentre eles,maquetes dos pontosvisitados, linha de tempomostrando a trajetória domunicípio, retrato do coronelAntonio Prost Rodovalho e,por fim, um documentáriosobre a cidade.

A turma do 4º ano e asprofessoras Cristiane e Edméadesenvolveram pesquisa sobrea história da cidade de SãoPaulo, seus pontos turísticos,formação e principaismudanças. Além dos trabalhosem sala de aula, os alunosfizeram estudo do meio:visitaram o Pátio do Colégio, oMasp, o Parque do Ibirapuera,a Estação da Luz, o Museu daLíngua Portuguesa, aPinacoteca. Por fim,desenvolveram um GuiaTurístico de São Paulo.

4º Ano - São Paulo

O tema desenvolvido pelosalunos do 5º ano com asprofessoras Elenice e Elba foiBrasil. Partindo dodescobrimento, os alunosestudaram a descoberta donosso País na versão dosportugueses e dos índios, etambém as influênciasculturais. Além de pesquisas,as professoras tambémutilizaram vídeos e

5º Ano - Brasiltrabalharam com a músicaPindorama (Palavra Can-tada).Os alunos produziram maque-

tes e, como finalização doprojeto, confeccionaram umlivro dando destaque às duasversões: índios e portugueses.

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ConhecendoNosso Bairro

Aluna Adriane – Como eramas casas aqui antes?D. Cida - Não tinha muitascasas, fábricas, comércios ...

Aluna Thaís - O bairro eraparecido com o de agora?D. Cida – Não, mudou bastante.Antes era tudo feio, não tinhaasfalto, era tudo de terra, nãohavia energia elétrica nem águaencanada, tudo era escuro.Pegávamos energia emprestadacom o senhor Jorge, dono de umapequena lavanderia que ficavaao lado de casa.

Aluno – Como vocês faziam,já que também não tinhaágua?D. Cida - O caminhão-pipa vinhatrazer água para a escola e eupedia para ele encher a caixad’água da minha casa. Os outrosmoradores também pediam.

Aluno Jonathan - Haviacomércio no bairro?D. Cida - Não tinha nada, apenasum pequeno barzinho; padarianunca existiu.

Aluna Camily – Como era aescola antes?D. Cida - Eram duas salas deaula com piso vermelhão, nãotinha o ginásio. A escola eraestadual.

Aluno Edson – Desdequando a senhora éfuncionária da escola?D. Cida - Sou funcionária há 26anos. Comecei na limpeza eajudante de cozinha. Depois, meconvidaram para ficar apenascomo merendeira.

Aluna Giovana – Como era oespaço para as criançasbrincarem?D. Cida - Não tinha; era tudo

Entrevista com dona Cida, antiga moradora do bairroe merendeira na escola, aos alunos do Segundo Ano

de terra onde tem o playgroundhoje.

Aluno Batista – Tinha ônibusno bairro?D. Cida - Não tinha. Agora tema linha de Calcárea paraPonunduva.

Aluno Everton – Ondetrabalha a maioria dosmoradores de Calcárea?D. Cida - Muitos moradorestrabalham em Jordanésia, bairromais próximo daqui; outros, noFrango assado. Mas aquitambém tem muitas empresasque agora dão oportunidade aosmoradores do bairro.

Aluno – Como é, prasenhora, morar no bairro deCaieiras e não conhecer ocentro da cidade?D. Cida – Olha, eu vou sersincera. Em 26 anos de trabalho,eu só fui em Caieiras umas dezvezes. Aqui, a gente dependebasicamente de Jordanésia ouJundiaí, porque é mais perto. Setivesse ônibus daqui paraCaieiras, facilitaria o acesso.Hoje, para irmos até o centro dacidade, é necessário pegarquatro ônibus para ir e quatro paravoltar, além de ser ônibusintermunicipais em que apassagem é mais cara.

Ler é a Arte de Desatar Nós CegosPasso bom tempo da minhavida em sala de aula; adoroesse mundo, mundo deconstrução de novosconhecimentos. Mas confessoque não gostava até algumtempo.É interessante quando olhamoso passado e tentamos ver quemfomos. Se meu eu atualencontrasse com a pessoa quefui há vinte anos, teríamos umaséria discussão, pois, naquelaépoca, eu não tinha lido, porexemplo, livros como ANatureza do Espaço; OEspaço Público na CidadeContemporânea; A Vida nasCidades; A Era dos Extremos;Convite à Filosofia; bemcomo muitos outros clássicos.Esse tipo de leitura conta muito,pois faz com quetransformemos a forma comoenxergamos o mundo... umaespécie de libertação por meioda leitura.A leitura é fascinante! Há umexcitante encontro designificados por trás de umsimples contexto. É através dadelicadeza das palavras que seencontra a riqueza e apercepção do que realmenteelas querem transmitir.Foi o grande escritor alemão doséculo XVIII, Goethe, quedisse: “ler é a arte de desatarnós cegos”. Podemos pensarna frase de Goethe: nós cegos é alguma cegueira quedesenvolvemos em relação àpercepção do mundo em quev i v e m o s . C e g u e i r a sdesenvolvidas pela relaçãohomem-natureza, verdadesconstruídas a partir do quevemos ou achamos estar vendoem nossa frente.Quem não tem a prática ouhábito da leitura corre sériorisco de ser refém das palavrasdo senso comum e do que

achava estar vendo. Logo, aideia de mundo é construídano nosso imaginário a partirdo que ouvimos e até ondenossa visão alcança. Isso sãoos nós do conhecimento.Leitura proporciona reflexãosobre nossas verdades;quanto mais lemos, maisrefletimos. Assim, muitasdessas verdades construídasao longo dos anos caem porterra quando nos deparamoscom o que apreendemos pormeio da leitura. Nesta ótica,“desfazer os nós cegos”nada mais é que o “desfazera não compreensão” sobreisto ou aquilo - concepção ouveemência criadapreviamente, sem a verdadeconstituída. A leitura nosproporciona capacidade deenxergar além daquilo queachamos estar vendo oucompreendendo. Até ousariadizer que a leitura nosproporciona poder.Ler é ter prazer em deleitar-se por um texto e não apenaspassar a vista, semcompreender o que estásendo transmitido por meio do

que se lê. Descobrindo isso,descobrimos também que,lendo, podemos ampliar a visãosobre tudo o que nos cerca,amadurecendo, libertando-nosda ignorância, refletindo acercade como vivemos, regressandoao passado, tornando aopresente e invadindo o futuro,desenvolvendo ideias críticaspara com os outros.E quando esses conhecimentosadquiridos por meio da leituranão ficam limitados em nossamente e são repassados aocoração, de fato ocorre umatransformação. Nessemomento, sem dúvida, surge umser humano mais maduro paraa sociedade, construtor esomador. Livre dos “nós danão compreensão”.Construção de seres humanosformadores de opinião é tarefamaravilhosa.

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