boletim climatolÓgico de rondÔnia - 2000 · atravessam a cordilheira dos andes em direção ao...

Governo do Estado de Rondônia

Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM

Gerência da Área Ambiental - GEAMB

Núcleo de Sensoriamento Remoto e Climatologia – NUSERC

BOLETIM CLIMATOLÓGICO

DE RONDÔNIA - 2000

PORTO VELHO

2001

1

José de Abreu Bianco

Governador do Estado de Rondônia

Miguel de Souza

Vice-Governador do Estado de Rondônia

Arnaldo Egídio Bianco

Secretário de Estado do Planejamento, Administração e Coordenação Geral

José Ribamar da Cruz Oliveira

Secretário de Estado do Desenvolvimento Ambiental e da Reforma Agrária

Reinaldo Sure Soeiro

Gerente da Área Ambiental

Antônio de Melo Lisboa

Gerente do Núcleo de Sensoriamento Remoto e Climatologia

ELABORAÇÃO

Marcelo José Gama da Silva (Meteorologista, Chefe do Grupo de Climatologia)

EQUIPE TÉCNICA

Airton de Souza Arcanjo (Licenciatura em Geografia)

Antônio de Melo Lisboa (Eng. Agrimensor)

Arquimédes Ernesto Longo (Eng. Agrícola)

Gilberto Fernandes da Costa (Desenhista Técnico)

Leomar Pereira da Silva (Bacharel em Geografia)

Luiz Cláudio Fernandes (Bacharel em Geografia)

Siane Cristina Pedroso Guimarães (Geógrafa)

Waldiana dos Santos Barros (Licenciatura em Geografia)

COLABORAÇÃO

Ricardo Braz Bezerra (Bacharel em Geografia )

Joiada Moreira da Silva (Acadêmico de Geografia)

REVISÃO DE TEXTO

Reinaldo Sure Soeiro (Geólogo)

CAPA

Waldiana dos Santos Barros

RONDÔNIA. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM). Boletim Climato-

lógico de Rondônia, ano 2000. Elab. Marcelo José Gama da Silva. SEDAM, Porto Velho, 2001.

22 p., il., tab, p.V2.

2

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................... 3

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................... 4

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE PARÂMETROS

METEOROLÓGICOS EM RONDÔNIA ................................................................................................ 5

GENERALIDADES ................................................................................................................................. 5

PANORAMA CLIMATOLÓGICO ......................................................................................................... 6

TEMPERATURA DO AR ........................................................................................................................ 6

UMIDADE RELATIVA .......................................................................................................................... 8

VENTO .................................................................................................................................................... 8

PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA .................................................................................................... 9

BALANÇO HÍDRICO ........................................................................................................................... 11

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................. 15

ANEXOS ................................................................................................................................................ 16

3

APRESENTAÇÃO

Ao oferecer ao público o 2º Boletim Climatológico de Rondônia –

Ano 2000, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - Sedam,

que desde 1998 é responsável pelo Programa Estadual de Acompanhamen-

to e Avaliação dos Parâmetros Meteorológicos em Rondônia, disponibiliza

aos estudiosos e usuários do sistema de informação meteorológica, meca-

nismos para que possam implementar suas atividades, desde as econômicas

àquelas que se destinem ao campo do conhecimento humano.

Este Programa conta com apoio integral do governador José Bianco,

colocando para tal, recursos estaduais somados à parceria oferecia pelo

Planafloro (Plano Agroflorestal de Rondônia), permitiu o estabelecimento

de estações metereológicas automáticas de superfície nos municípios de

Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena e Guajará Mirim.

Esta rede permite a cobertura dos mais diferentes ecossistemas ron-

donienses, além de monitorar os principais parâmetros meteorológicos do

Estado, sob a coordenação de órgão próprio da Sedam num processo de

parceria institucional com órgãos federais, estaduais e municipais.

Dentro de algum tempo a Sedam estará disponibilizando aos usuários

da Internet os dados enviados pelas estações coletoras, ampliando desta

forma o contingente de usuários e oferecendo mais um serviço aos que ne-

cessitem de informação meteorológica.

Quando, há algum tempo, oferecemos o 1º Boletim Climatológico de

Rondônia – 1999, alcançamos um contingente de interessados dos mais va-

riados segmentos. Agora, reafirmando nosso compromisso com o Desen-

volvimento Ambiental Sustentado, estamos oferecendo esta nova versão do

Boletim Climatológico, com dados mais aprimorados e que, esperamos,

irá atender aos segmentos aos quais este trabalho se dirige.

José Ribamar da Cruz Oliveira

Secretário de Estado do Desenvolvimento Ambiental

Sedam

4

AGRADECIMENTOS

À EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em especial ao

CPAF (Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia) e seus Campos Experimentais de

Porto Velho e Vilhena; a CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacauei-

ra), em especial à Escola Média de Agropecuária da Regional da CEPLAC em Rondô-

nia; à Prefeitura do Município de Cacoal, em especial à diretoria da Escola Agrícola

Alta Raupp; à Prefeitura do Município de Guajará-Mirim; à Secretaria de Estado de

Educação e Cultura (SEDUC), em especial à Escola Agrotécnica Sílvio Gonçalves de

Farias, e ao Instituto Luterano de Ensino Superior (ILES), ambos de Ji-Paraná; e a todos

aqueles que, mesmo indiretamente, têm colaborado com o Núcleo de Sensoriamento

Remoto e Climatologia (NUSERC) da SEDAM neste enorme esforço de operacionali-

zar a Rede Estadual de Estações Meteorológicas de Rondônia (REMAR), sempre com o

pensamento voltado ao aprimoramento do conhecimento sobre as condições climatoló-

gicas no estado.

Ao PLANAFLORO (Plano Agroflorestal de Rondônia) pela inversão de recur-

sos financeiros necessários à aquisição e manutenção de equipamentos, em especial as

estações meteorológicas de superfície que compõem a Rede Estadual de Estações Mete-

orológicas de Rondônia.

À Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental e sua Gerência da Área

Ambiental (GEAMB), pelo auxílio técnico e constante estímulo para que os resultados

obtidos fossem editados na forma deste boletim.

Ao Governo do Estado de Rondônia, na própria pessoa do Governador José de

Abreu Bianco, que não tem medido esforços no sentido de apoiar a SEDAM, especial-

mente em seus estudos técnicos voltados ao desenvolvimento sustentado estadual.

Marcelo José Gama da Silva

Chefe do Grupo de Climatologia do NUSERC

5

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE

PARÂMETROS METEOROLÓGICOS EM RONDÔNIA

GENERALIDADES

As estações meteorológicas automáticas de superfície, que compõem a Rede

Estadual de Estações Meteorológicas de Rondônia (REMAR), estão localizadas em ter-

renos de instituições parceiras da SEDAM, nos seguintes municípios, coordenadas geo-

gráficas e altitude: EMBRAPA/CPAF-RO, Porto Velho, 08º 47’ 42” de latitude Sul e

63º 50’ 45” de longitude Oeste, altitude 95 m; CEPLAC, Ariquemes, 09º 56’ 05” de

latitude Sul e 62º 57’ 42” de longitude Oeste; altitude 219 m; Aeroporto de Guajará-

Mirim, Guajará-Mirim, 10º 47’ 21” de latitude Sul e 65 16’ 50” de longitude Oeste,

altitude 150 m; Escola Agrotécnica de Sílvio Gonçalves de Farias, Ji-Paraná, 10º 52’

53” de latitude Sul e 61º 58’ 13” de longitude Oeste, altitude 159 m; Escola Agrícola

Alta Raupp, Cacoal, 11º 29’ 01” de latitude Sul e 61º 22’ 46” de longitude Oeste, altitu-

de 186 m; e Estação Experimental da EMBRAPA/CPAF–RO, Vilhena, 12º 46’ 12” de

latitude Sul e 60º 05’ 39” longitude Oeste, altitude 612 m.

FIGURA 1: Mapa de localização das estações meteorológicas

Figura 1: Distribuição geográfica das estações meteorológicas automáticas de superfície

que compõem a Rede Estadual de Estações Meteorológicas de Rondônia (REMAR).

6

PANORAMA CLIMATOLÓGICO

Localizado na Amazônia Ocidental, entre os paralelos de 7º 58’ e 13º 43’ de lati-

tude Sul e meridianos de 59º 50’ e 66º 48’ de longitude Oeste, Rondônia é um estado

que não sofre grandes influências do mar ou da altitude. Seu clima predominante, du-

rante todo o ano, é o tropical úmido e quente, com insignificante amplitude térmica anu-

al e notável amplitude térmica diurna, especialmente no inverno.

Segundo a classificação de Köppen, Rondônia possui um clima do tipo Aw -

Clima Tropical Chuvoso, com média climatológica da temperatura do ar durante o mês

mais frio superior a 18°C (megatérmico), e um período seco bem definido durante a

estação de inverno, quando ocorre no estado um moderado déficit hídrico, com índices

pluviométricos inferiores a 50mm/mês.

A média climatológica da precipitação pluvial para os meses de junho, julho e

agosto são inferiores a 20 mm/mês. Em razão de estar sob a influência do clima Aw, a

média anual da precipitação pluvial varia entre 1.400 a 2.300 mm/ano, enquanto a mé-

dia anual da temperatura do ar entre 24 a 26 °C.

Em alguns anos, em poucos dias dos meses de junho, julho e/ou agosto, Rondô-

nia encontra-se sob a influência de anticiclones que se formam nas altas latitudes e que

atravessam a Cordilheira dos Andes em direção ao sul do Chile. Alguns destes antici-

clones são excepcionalmente intensos, condicionando a formação de aglomerados con-

vectivos que intensificam a formação dos sistemas frontais na região sul do País. Tais

sistemas se deslocam em direção à região amazônica, causando o fenômeno conhecido

regionalmente como friagem. Durante aqueles meses, as temperaturas mínimas do ar

podem atingir valores inferiores a 6 oC. Devido a curta duração do fenômeno, ele não

influencia, sobremaneira, as médias climatológicas da temperatura mínima do ar.

Devido à descontinuidade das séries de dados, e em razão de Porto Velho ser o

único município a possuir série histórica de dados climatológicos, ainda não foi possível

avaliar o comportamento das variáveis climatológicas em relação aos seus valores nor-

mais. Destarte, no período de abril a junho, ocorreram falhas no funcionamento da esta-

ção meteorológica de Cacoal, enquanto no período de março a maio ocorreram falhas no

sensor de temperatura do ar da estação de Ji-Paraná.

A seguir, é mostrada a variação do comportamento dos parâmetros meteorológi-

cos analisados em 2000, com base nos valores coletados junto à REMAR.

TEMPERATURA DO AR

A variação anual da temperatura do ar é determinada, basicamente, pelo regime

anual da radiação solar global e por outros fatores locais, tais como: altitude, distância

até o mar e características da cobertura do solo.

Em Rondônia, a temperatura média anual (Figura 2) no ano 2000 foi de 24,81

ºC. Outubro foi, em média, o mês mais quente, com temperatura média de 25,58ºC, en-

quanto Porto Velho registrou o maior valor, de 25,36 ºC. O mês mais frio, em média, foi

julho, com temperatura média de 22,44 ºC, com o menor valor, de 20,29 ºC, sendo re-

gistrado em Vilhena. A média anual da temperatura máxima (Figura 3) foi de 31,63 ºC,

com máxima absoluta de 37,11 ºC registrada no mês de setembro, em Ariquemes. A

7

média anual da temperatura mínima foi de 20,41ºC, (Figura 4), com mínima absoluta de

6,62 ºC registrada no mês de julho em Vilhena.

Figura 2: Temperatura média mensal registrada nos Municípios de Porto Velho, Ariquemes,

Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena no ano 2000.

Figura 3: Temperatura média máxima registrada nos Municípios de Porto Velho, Ariquemes,

Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena no ano de 2000.

Temperatura Média Mensal ( º C )

20.0

21.0

22.0

23.0

24.0

25.0

26.0

27.0

28.0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Tem

p. (

º C

)

Porto Velho Ariquemes Guajara-Mirim Ji-Parana Cacoal Vilhena

Temperatura Média Maxima ( º C )

25.0

27.0

29.0

31.0

33.0

35.0

37.0


T.M

áx. (

º C

)


8

Figura 4: Temperatura média mínima registrada nos Municípios de Porto Velho, Ariquemes,

Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena durante o ano de 2000.

UMIDADE RELATIVA

As variações da umidade relativa do ar (Figura 5) estão mais nitidamente relaci-

onadas com a pressão de vapor d’água e com a temperatura. A umidade relativa média

anual em Rondônia, noa ano 2000, foi de 87,26 %, com a maior umidade relativa média

de 92,47 % registrada no mês de março, e a menor umidade relativa média de 79,29 %

registrada no mês de julho. A umidade relativa mínima absoluta foi de 14,11 % regis-

trada no mês de agosto em Cacoal. A predominância de menores valores de umidade

relativa do ar foi verificada no mês de agosto em todas as estações.

VENTO

Umidade Relativa Média ( % )

50.0

60.0

70.0

80.0

90.0

100.0


UR

( %

)


FIGURA 5: Umidade relativa média registrada nos Municípios de Porto Velho, Ariquemes, Guajará-

Mirim, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena durante o ano de 2000.

Temperatura Média Mínima ( º C )

10.0

12.0

14.0

16.0

18.0

20.0

22.0

24.0


T. M

in. (º

C)

Ariquemes Porto Velho Vilhena Guajara-Mirim Ji-Parana Cacoal

9

A velocidade e direção do vento são parâmetros meteorológicos de ação bem lo-

calizada e variam, principalmente, de acordo com a variação da pressão atmosférica,

altitude e características do relevo. A velocidade média anual do vento (Figura 6) foi de

1,62 m/s, com a maior velocidade média de 1,83 m/s registrada em fevereiro, e a menor

velocidade média de 1,40 m/s registrada em maio. A velocidade máxima absoluta do

vento foi de 18,88 m/s registrada em Porto Velho no mês de outubro. A direção predo-

minante média do vento (Figura 7) foi de norte, com uma deflexão predominante para

sul.

PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA

Velocidade Média do vento ( m/seg.)

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0


V.M

d. (

m/s

eg

)


Figura 6: Velocidade média do vento registrada nos Municípios de Porto Velho, Ariquemes, Cacoal,

Guajará-Mirim, Ji-Paraná e Vilhena durante o ano de 2000.

Figura 7: Predominância média do vento registrada nos Municípios de Porto Velho, Cacoal,

Ariquemes, Guajará-Mirim, Ji-Paraná e Vilhena no ano 2000.

10

A precipitação pluviométrica é o parâmetro meteorológico mais importante para

a agricultura na região tropical, tanto em termo de excesso quanto de déficit hídrico. A

soma das precipitações médias mensais para Rondônia, em 2000, foi de 1.783,9 mm de

chuva, para um total médio de 150 dias de chuva (Figura 8), o que define uma média

diária de 11,89 mm por dia. O mês que mais choveu foi janeiro, com precipitação média

de 324,41 mm, e o mais seco, julho, com precipitação média de 14,37 mm. Porto Velho

apresentou o maior índice pluviométrico, com um total de 2.677,2 mm, para 164 dias

com chuva, eqüivalendo a uma média de 16,32 mm/dia. Guajará-Mirim, por sua vez,

apresentou o menor índice, com um total de 1504,71 mm, para 149 dias com chuva,

correspondendo a uma média de 10,1 mm por dia. O mês com maior número de dias

com chuva foi março, com média de 21 dias, enquanto o menor foi junho, com média de

02 dias chuvosos.

Figura 8: Precipitação média mensal e ocorrência de números de dias com chuva registrada

nos Municípios de Porto Velho, Ariquemes, Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena

durante o ano de 2000.

BALANÇO HÍDRICO

O balanço hídrico climatológico é mais uma previsão das condições hídricas de

uma localidade e se baseia em uma série de dados meteorológicos relacionados com a

entrada e saída de umidade do solo. A entrada de umidade se dá pela precipitação pluvi-

ométrica, enquanto a saída pela evapotranspiração devida à radiação solar em contato

com a superfície do solo e cobertura vegetal.

Rondônia é um estado tropical onde as incidências dos raios solares são pratica-

mente constantes e as perdas de umidade do solo para a atmosfera acontecem de forma

quase contínua, desde que o solo esteja suprido de umidade. Para contabilizar a entrada

e a saída de umidade no solo, faz-se necessário recorrer ao balanço hídrico, com a fina-

lidade de se conhecer a disponibilidade de umidade do solo em um determinado período

do ano, o qual é obtido segundo o método de Thornthwaite (1948) e utilizando dados de

temperatura do ar e precipitação.

O balanço hídrico para Rondônia, durante o ano de 2000, para uma capacidade

de campo de 100 mm (figura 10 a 15), mostrou que, em média, se contabilizou cinco

meses de deficiência hídrica, de maio a setembro, exceto em Ariquemes, que ocorreu no

período de abril a agosto. Os maiores índices foram verificados em Guajará-Mirim e

Porto Velho, com valores de 337,9 e 189,6 mm, respectivamente. Ariquemes apresentou

o menor índice de deficiência hídrica, com valor de 83,6 mm.

Quanto ao excedente hídrico, os maiores índices foram verificados em Porto Ve-

lho e Vilhena, com valores de 1.434,4 e 647,5 mm, respectivamente, enquanto Guajará-

Mirim apresentou o menor índice, com 462,9 mm. A relação entre deficiência hídrica e

excedente hídrico é inversamente proporcional. Devido à ocorrência de falha na estação

meteorológica de Cacoal, no período de fevereiro a julho, só foi possível realizar o ba-

lanço hídrico para a região de abrangência com os dados de 1999.

Precipitação Total Mensal ( mm )

0.0

100.0

200.0

300.0

400.0

500.0

600.0


Pre

cip

. (

mm

)

Porto Velho Ariquermes Guajara-Mirim Ji-Parana Cacoal Vilhena

Figura 9: Precipitação total mensal registrada nos Municípios de Porto Velho, Ariquemes,

Cacoal, Guajará-Mirim, Ji-Paraná e Vilhena durante o ano de 2000.

12

Essas informações técnicas são relevantes e contribuem ao entendimento teórico

e prático do clima de Rondônia, sendo o conjunto uma ferramenta imprescindível ao

planejamento do uso de recursos hídricos, principalmente para o agricultor determinar

possíveis épocas de disponibilidade de água no solo, que é um componente indispensá-

vel à germinação, crescimento, desenvolvimento e maturação de culturas, fazendo com

que o período de maior exigência hídrica não coincida com a época de estiagem.

Figura 10: Balanço hídrico mensal em Porto Velho, para uma lâmina de 100 mm, durante o

ano 2000.

Figura 11: Balanço hídrico mensal em Ariquemes, para uma lâmina de 100 mm, durante o

ano 2000.

13

Figura 12: Balanço hídrico mensal em Guajará-Mirim, para uma lâmina de 100 mm, durante

o ano 2000.

Figura 13: Balanço hídrico mensal do Município de Ji-Paraná, para uma lâmina de 100 mm,

durante o ano 2000.

14

Figura 14: Balanço hídrico mensal do Município de Cacoal, para uma lâmina de 100 mm,

durante o ano 1999.

Figura 15: Balanço hídrico mensal do Município de Vilhena, para uma lâmina de 100 mm,

durante o ano 2000.

15

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No período de 1998 a 2000, a Rede Estadual de Estações Meteorológicas de

Rondônia (REMAR) funcionou de forma satisfatória, e os dados coletados mostram

que:

(1) a temperatura média mensal do ar apresentou pequenas variações, com média de

25,1 ºC, sendo o ano de 1998 aquele que apresentou maior temperatura, com média de

25,4 ºC. Vilhena foi o município que registrou os menores valores de temperatura, com

média de 23,1 ºC, enquanto Ji-Paraná os maiores valores, com temperatura média de

25,8 ºC. Os meses mais quentes, em média, foram setembro e outubro, e julho o mais

frio;

(2) a umidade relativa média do ar foi de 85,6 %, apresentando no período em tela pe-

quenas oscilações, sendo registrada as maiores umidades nos meses de maior precipita-

ção, isto é, novembro a fevereiro, e as menores umidades nos meses de julho e agosto;

(3) a precipitação média anual foi de 2.032,9 mm, para um total médio de 152,7 dias

com chuva. Os meses de janeiro e julho foram os que apresentaram maiores e menores

números de dias com chuva, respectivamente, e o ano de 2000 o que mais choveu, com

média de 2.054,4 mm. O município de Porto Velho assinalou os maiores índices pluvi-

ométricos, com média de 2.636,9 mm, e Cacoal os menores valores, com média de

1553,8 mm;

(4) a velocidade média mensal do vento foi de 1,6 m/seg. O município de Vilhena foi o

que apresentou maior velocidade, com média de 2,2 m/seg, enquanto Ariquemes a me-

nor velocidade, com média de 1,3 m/seg, e;

(5) o excedente hídrico e a deficiência hídrica, nos municípios estudados, coincidem

com os meses de maior ou menor precipitação, respectivamente, verificando-se exce-

dente hídrico no período de dezembro a março e deficiência no período de maio a se-

tembro.

Por derradeiro, quantificar esses dados e conhecer não só a quantidade da defici-

ência e do excedente hídricos em milímetro, mas também os meses de sua ocorrência, é

de fundamental importância para subsidiar os tomadores de decisão em vários setores

do desenvolvimento da economia Rondônia, especialmente aqueles que tratam com a

gestão dos recursos hídricos do estado. Os resultados aqui divulgados, certamente, pos-

sibilitarão planejamentos mais eficientes das ações voltadas à obtenção e o aproveita-

mento sustentado desse bem natural, indispensável à vida e cada dia mais escasso.

16

ANEXOS

(Tabelas dos valores médios de parâmetros meteorológicos em Rondônia - ano 2000)

17

Tabela 1 - Valores médios de temperatura, umidade relativa do ar, precipitação total mensal e número de dias com chuva, velocidade e predominância do

vento e radiação solar registrados na estação de Porto Velho durante o ano de 2000.

Temperatura do ar (°C) Umidade Relativa

(%) Precipitação Vento

Meses Média Média

máximas

Máxima

absoluta

Média

mínima

Mínima

absoluta Média Mínima

Total

(mm)

N.º dias

c/ chuva

Velocidade

média (m/s)

Velocidade

máxima (m/s)

Predominância

Jan. 25,5 31,1 34,0 22,3 20,7 93,9 54,7 498,5 17 1,6 11,1 N

Fev. 25,2 30,6 33,9 22,6 20,7 95,4 53,3 312,6 21 1,5 9,3 N/NE

Mar. 25,4 31,5 34,2 22,4 21,1 95,2 56,4 259,3 22 1,4 9,3 N

Abr. 25,8 31,7 33,9 22,5 21,3 94,6 56,3 269,7 18 1,3 9,9 SE

Maio 25,4 32,2 34,5 21,2 17,8 91,6 40,9 79,5 6 1,2 8,3 SE

Jun. 24,6 31,5 33,9 19,7 16,6 90,5 37,9 77,2 3 1,3 10,6 S/SE

Jul. 23,5 31,4 34,5 17,8 12,7 86,8 39,4 80,8 5 1,4 11,7 S

Ago. 25,4 33,4 36,2 20,0 16,0 87,3 31,9 51,3 7 1,3 7,9 S

Set. 25,8 33,4 36,8 20,8 18,0 87,9 37,1 44,9 12 1,6 9,8 S

Out. 26,2 33,3 36,3 21,9 20,2 89,7 37,6 229,3 13 1,4 18,7 SE/S

Nov. 25,8 32,0 34,8 22,3 20,3 93,5 52,4 287,0 19 1,4 13,6 SE

Dez. 25,8 31,7 34,7 22,5 21,2 84,3 48,2 486,9 21 1,5 11,0 SO/S

Média 25,4 32,0 34,8 21,1 18,5 91,3 44,6 — — 1,4 10,9 S/SE

Total — — — — — — 2.677,6 164 — — —

Fonte: NUSERC / SEDAM

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL

GERÊNCIA AMBIENTAL

NÚCLEO DE SENSORIAMENTO REMOTO E CLIMATOLOGIA

18


vento e radiação solar registrados na estação de Ariquemes durante o ano de 2000.


(%)

Precipitação Vento

Meses Média Média

máximas

Máxima

absoluta

Média

mínima

Mínima

absoluta

Média Mínima Total

(mm)

N.º dias

c/ chuva

Velocidade

média (m/s)

Velocidade

máxima (m/s)

Predominância

Jan. 25,2 31,2 34,3 22,1 20,8 93,3 53,9 287,6 26 1,4 9,8 N

Fev. 25,0 30,7 33,8 21,8 20,6 93,6 56,1 226,3 18 1,5 9,8 N

Mar. 26,2 31,2 35,0 22,3 20,8 94,6 56,5 354,3 23 1,3 10,4 N

Abr. 25,5 32,0 35,1 23,0 20,5 93,3 54,3 97,0 17 1,1 12,1 S

Maio 25,2 32,4 34,2 20,4 17,0 90,6 41,1 102,8 06 1,2 12,6 S

Jun. 24,5 32,4 34,3 18,9 15,3 88,4 40,4 23,6 01 1,2 7,5 S

Jul. 23,2 31,7 35,7 17,1 12,7 84,0 36,5 44,2 03 1,5 8,7 S

Ago. 25,4 33,9 36,6 19,2 13,3 85,1 25,3 49,8 09 1,3 9,8 S

Set. 25,5 33,4 37,1 20,6 17,8 87,6 37,3 117,1 17 1,4 14,9 S

Out. 25,8 33,5 36,5 21,5 18,8 91,6 42,9 261,6 18 1,2 14,4 SO

Nov. 25,5 32,3 34,9 21,8 19,2 94,0 55,9 208,8 16 1,4 9,7 S

Dez. 25,6 32,4 35,8 21,8 18,2 93,6 38,5 300,7 18 1,3 12,0 S/N

Média 25,2 32,3 35,3 20,9 17,9 90,8 44,9 — — 1,3 10,9 S

Total — — — — — — — 2073,7 172 — — —



GERÊNCIA AMBIENTAL


19

Tabela 3 - Valores médios de temperatura, umidade relativa do ar, precipitação total mensal e número de dias com chuva, velocidade e predominância do vento e radiação

solar registrados na estação de Guajará-Mirim durante o ano de 2000.


(%)


Meses Média Média

máximas

Máxima

absoluta

Média

mínima

Mínima

absoluta


(mm)

N.º dias

c/ chuva

Velocidade

média (m/s)

Velocidade

máxima (m/s)

Predominância

Jan. 25,7 31,0 34,4 22,5 21,0 90,6 47,2 143,6 14 1,9 9,3 N

Fev. 25,4 31,4 34,3 22,2 20,5 91,1 53,1 113,0 15 2,0 10,7 N

Mar. 25,6 31,8 36,0 22,3 21,1 91,1 50,2 267,2 19 1,7 9,3 N

Abr. 25,4 32,0 35,3 22,1 20,1 93,0 51,1 203,4 18 1,3 7,8 S/SE

Maio 24,6 31,5 34,9 20,3 17,3 90,1 44,9 18,3 8 1,3 8,1 S

Jun. 23,6 30,4 34,1 18,8 14,2 89,8 40,0 33,3 5 1,4 7,3 S

Jul. 21,9 30,0 34,2 16,0 9,4 83,5 38,9 9,4 4 1,6 7,8 S

Ago. 25,5 33,1 36,8 19,6 13,5 82,7 30,9 39,1 5 1,5 10,3 E

Set. 25,8 32,9 36,7 20,3 15,5 80,3 33,2 83,1 8 1,8 11,3 N/NE

Out. 26,3 33,8 36,1 22,1 20,3 86,1 37,8 174,5 16 1,6 12,9 N

Nov. 25,5 31,8 34,7 21,9 17,7 90,9 51,5 190,7 23 1,7 10,8 N/NE

Dez. 26,1 32,7 35,1 22,4 18,0 88,5 39,9 229,1 14 1,8 12,4 N

Média 25,1 31,8 35,2 20,9 17,4 88,1 43,2 — — 1,6 9,84 N/S

Total — — — — — — — 1.630,1 151 — — —



GERÊNCIA AMBIENTAL


20


vento e radiação solar registrados na estação de Ji-Paraná durante o ano de 2000.


(%)


Meses Média Média

máximas

Máxima

absoluta

Média

mínima

Mínima

absoluta


(mm)

N.º dias

c/ chuva

Velocidade

média (m/s)

Velocidade

máxima (m/s)

Predominância

Jan. 25,4 30,4 33,4 22,5 21,6 87,6 46,9 384,8 20 1,7 10,5 N

Fev. 24,9 30,0 33,8 22,2 20,9 89,2 44,7 265,7 20 1,7 11,3 N

Mar. ** ** ** ** ** 89,5 46,4 328,4 23 1,5 12,0 N

Abr. ** ** ** ** ** 88,7 47,0 21,0 19 1,3 11,5 N

Maio ** ** ** ** ** 88,3 33,7 25,9 2 1,4 9,1 S/SO

Jun. 24,7 32,3 34,5 18,9 15,8 78,0 29,9 0 0 1,4 8,3 SO/NE

Jul. 23,4 30,9 35,3 17,2 11,2 70,5 27,0 1,53 2 2,0 9,6 S

Ago. 25,9 33,5 36,0 19,9 13,7 72,8 15,9 52,6 4 1,6 9,9 N/SO

Set. 25,8 32,3 36,5 21,0 17,2 76,9 34,2 125,2 8 1,8 17,6 N

Out. 26,0 32,8 35,6 21,3 19,9 83,2 33,8 124,7 15 1,4 13,9 N

Nov. 25,2 31,0 33,4 22,0 19,1 88,8 51,0 226,0 15 1,6 12,1 N

Dez. 25,7 32,0 36,1 22,2 18,9 86,8 30,5 188,9 19 1,7 10,7 SO/S

Média 25,2 31,7 34,9 20,8 17,6 81,5 33,7 — — 1,6 11,4 N

Total — — — — — — — 1.933,9 147 — — —

Fonte: NUSERC / SEDAM ** Falha na estação


GERÊNCIA AMBIENTAL


21

Tabela 5 - Valores médios de temperatura, umidade relativa do ar, precipitação total mensal e número de dias com chuva, velocidade e predominância do vento e radiação

solar registrados na estação de Cacoal durante o ano de 2000.


(%)


Meses Média Média

máximas

Máxima

absoluta

Média

mínima

Mínima

absoluta


(mm)

N.º dias

c/ chuva

Velocidade

média (m/s)

Velocidade

máxima (m/s)

Predominância

Jan. 25,1 31,1 34,4 21,8 20,4 90,6 54,0 301,2 19 1,5 9,8 NO

Fev. 25,1 31,4 34,7 21,9 21,0 90,3 43,2 274,5 20 1,6 10,6 N

Mar. 25,3 32,2 34,5 22,4 22,0 91,3 51,4 129,0 13 1,3 11,1 NE/N

Abr. ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

Maio ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

Jun. ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

Jul. 22,4 32,7 37,1 14,4 9,9 74.6 24,3 9,1 3 1,6 10,9 NE/SE

Ago. 25,1 34,7 37,9 18,1 12,4 77,0 14,1 31,2 7 1,5 9,2 NE

Set. 25,6 33,8 36,6 19,9 15,4 79,4 36,2 104,4 6 1,6 10,1 N

Out. 25,9 33,9 37,1 21,4 19,8 84,9 32,7 202,4 16 1,4 11,5 NE

Nov. 25,4 31,8 34,4 21,7 18,1 89,6 50,4 263,1 20 1,5 11,8 N/NO

Dez. 25,6 32,4 35,9 21,8 16,4 88,7 32,8 254,0 18 1,6 10,8 NE

Média 25,1 32,7 35,8 20,4 17,3 85,1 37,7 — — 1,5 10,7 NE/N

Total — — — — — — — 1.569,1 122 — — —

Fonte: NUSERC / SEDAM ** Falha na estação.


GERÊNCIA AMBIENTAL


22


vento e radiação solar registrados na estação de Vilhena durante o ano de 2000.


(%)


Meses Média Média

máximas

Máxima

absoluta

Média

mínima

Mínima

absoluta


(mm)

N.º dias

c/ chuva

Velocidade

média (m/s)

Velocidade

máxima (m/s)

Predominância

Jan. 23,0 28,5 31,2 19,9 18,2 93,5 50,0 330,7 20 2,4 10,3 NO

Fev. 22,9 28,3 31,3 20,0 18,5 93,7 51,6 239,3 19 2,7 12,9 NO

Mar. 23,1 28,9 32,8 20,0 17,6 93,1 43,3 387,9 25 2,2 13,3 NO

Abr. 23,3 29,1 31,3 19,8 18,4 93,4 50,8 111,2 12 2,0 9,7 E

Maio 22,5 28,9 31,0 17,4 12,5 85,9 34,7 21,1 2 1,9 9,2 NE

Jun. 22,0 29,0 31,5 16,2 12,7 81,2 29,1 28,9 1 2,4 8,6 NE

Jul. 20,3 28,0 32,4 13,9 6,6 76,3 29,4 7,6 3 2,2 10,2 S

Ago. 23,5 30,6 33,7 17,6 11,3 77,2 27,6 68,6 8 1,9 11,9 S

Set. 23,5 30,2 33,1 18,7 14,1 80,4 37,0 51,5 6 2,3 11,1 NO/N

Out. 23,4 30,4 33,0 19,5 17,8 88,5 35,8 154,7 15 2,0 17,1 NO

Nov. 23,2 29,2 31,3 19,6 15,4 91,4 54,6 217,9 19 2,5 9,9 NO

Dez. 23,3 29,1 32,2 19,9 13,8 91,3 36,2 218,2 17 2,4 13,0 N/NO

Média 22,8 29,1 32,1 18,5 14,7 87,0 40,0 — — 2,3 11,4 NO

Total — — — — — — — 1.837,6 147 — — —



GERÊNCIA AMBIENTAL


0

SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL (SEDAM)

NÚCLEO DE SENSORIAMENTO REMOTO E CLIMATOLOGIA (NUSERC)

Estrada do Santo Antônio, 900, Parque Cujubim

CEP: 78.907 - 740, Porto Velho - RO

Fone: (0xx69) 3216-1046 / 3216-1076

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