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N.º 66 Novembro 2004 ISSN 0872 – 7600 Boletim do

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Page 1: Boletim - CIGeoE · Grafismo e Paginação Paulo Caeiro Good Dog Design Fotolito, Montagem e Impressão Security Print Tiragem ... tanto maiores quanto maiores as diferenças alti-métricas

N.º 66 Novembro 2004

ISSN 0872 – 7600

Boletimdo

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ISSN0872 - 7600

PropriedadeInstituto Geográfico do Exército

Av. Dr. Alfredo Bensaúde1849-014 LISBOA

Tel. – 21 850 53 00 Fax – 21 853 21 19

E-mail – [email protected] – www.igeoe.pt

DirectorManuel Mateus Costa da Silva Couto

Coronel de Cavalaria, Engº Geógrafo

ArticulistasFrancisco José Mourão Vieira Domingues

Tenente-Coronel de Engenharia, Engº Geógrafo

José Guerreiro MartinsTenente-Coronel de Artilharia, Engº Informático

Luis NunesTenente-Coronel de Artilharia, Engº Geógrafo

António CavacaMajor de Artilharia, Engº Geógrafo

Helder PerdigãoMajor de Artilharia

Vasco Vitorino da Silva AntónioMajor de Artilharia, Engº Geógrafo

Paulo J. dos Santos MartinsMajor de Infantaria, Engº Geógrafo

Paulo AraújoMajor de Artilharia, Engº Informático

Rui TeodoroCapitão de Artilharia, Engº Geógrafo

Paulo Jorge Nunes PintoAssistente Administrativo Principal

Grafismo e PaginaçãoPaulo Caeiro

Good Dog Design

Fotolito, Montagem e ImpressãoSecurity Print

Tiragem1 000 Exemplares

Editorial

Os ortofotos como cartografia de base a médias escalas

A produção cartográfica por generalizaçãoEstudo de uma nova metodologia de produção da série M782, escala 1:50000

A gestão de stocks no IGeoE

Como operacionalizar um SIG Militar através de umaUnidade de Análise Geográfica

“IGEOEMAP”: exploração e análise de informação geográfica para navegação, educação e defesa

Produção nacional de CADRG

A informação geográfica do Instituto Geográfico do Exército na Web

O IGeoE e a cartografia militar itinerária

Notícias

Indíce

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Boletimdo

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>> Editorial

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O Instituto Geográfico do Exército (IGeoE), ostenta no articulado da sua visão o objec-tivo de se constituir como o principal órgão produtor de informação geográficaportuguês. É nesse sentido que temos orientado todos os nossos esforços, con-

cebendo novos produtos e serviços, e melhorando os já existentes, inovando, em suma, pois,como entidade certificada que somos, é para nós uma premissa fundamental a satisfação detodos quantos a nós recorrem, como utilizadores e/ou clientes. Em consequência, o IGeoE foio primeiro organismo da Administração Pública a alcançar simultaneamente a certificaçãoem Qualidade e Ambiente, num sistema integrado (segundo as normas ISO 9001 e ISO14001, respectivamente). Neste âmbito, iremos prosseguir na procura da excelência orga-nizacional, através da implementação e certificação de um sistema de gestão da Higiene,Segurança e Saúde no Trabalho, segundo a norma internacional de referência OHSAS 18001.Pensamos assim avançar ainda mais na direcção de satisfazer os nossos colaboradores, atravésda melhoria das condições de trabalho, e de uma preocupação constante com a segurançadas instalações, das pessoas e dos bens.

Resultante também deste esforço de disponibilizar serviços cada vez mais úteis para outilizador, colocámos on-line um visualizador da informação geográfica,o IGeoESIG, quepermite uma consulta pormenorizada de todos os produtos cartográficos do IGeoE. Iremos numasegunda fase, colocar à disposição do Exército, através da sua Intranet, um conjunto de dadosmais alargado, imprescindíveis para o planeamento e conduta de operações militares.

As organizações modernas que realizam efectivamente uma gestão por objectivos,precisam de estruturas flexíveis e funcionais, adaptadas às suas missões e objectivos. Assim,propusemos e vimos aprovada uma nova estrutura para o nosso quadro orgânico, mais coe-rente e ajustada ao nosso funcionamento por processos. Esta é, aliás, uma das vantagensevidentes destes sistemas de gestão: as organizações devem estruturar-se de acordo com o queproduzem, e não produzir de acordo com a sua estrutura.

Preparamo-nos para concluir e disponibilizar a cobertura nacional em formato digital.Tal como aconteceu em 1955 com a realização de toda a cobertura cartográfica nacional(excepto Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira), em breve encerraremos mais umimportante ciclo de vida desta casa-mãe da Cartografia Nacional, iniciando um outro quepossibilitará diminuir o grau de desactualização da cartografia em determinadas regiões,acompanhando, tanto quanto possível, os níveis de desenvolvimento do País. Conseguiremosassim satisfazer um ensejo de todos nós, produtores ou utilizadores de Informação Geográfica.Assim, trabalhando no dia a dia, construímos o Presente, certos de que honramos o Passadode que somos fiéis depositários, e merecemos o Futuro, para o qual caminhamos confiantes.

Manuel Mateus Costa da Silva CoutoCor Cav Engº Geógrafo

Editorial

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> Vasco Vitorino da Silva António Major Art, Engº Geógrafo

[email protected]

Introdução

A cartografia-imagem tem vindo a ganharrelevo dada a sua grande flexibilidade deemprego, sendo muito utilizada no con-

texto dos Sistemas de Informação Geográfica, da-do que permite a contextualização e aquisiçãode dados, e o estudo do território.

Pretende-se neste artigo abordar a utilizaçãode cartografia-imagem como cartografia topo-gráfica, não considerando as potencialidades deanálise espectral das imagens, mas sim o estabe-lecimento de uma alternativa à cartografia tradi-cional (vectorial), aquilatando a possibilidade doestabelecimento de uma cartografia base assenteem cartografia-imagem, nomeadamente ortofoto-cartografia.

Características dos Ortofotos e sua Elaboração

Um ortofoto é um produto cartográfico quereúne as vantagens da fotografia aérea com as dacartografia vectorial. Pode ser interpretada comouma fotografia mas, ao contrário desta, o ortofototem uma escala constante e podemos medirdirectamente ângulos, distâncias e áreas (com aslimitações inerentes à projecção cartográficautilizada). Por causa destas características os orto-fotos são uma excelente base cartográfica paraSistemas de Informação Geográfica, sendo tam-bém utilizados em diversos tipos de planeamen-to em que seja necessário rigor espacial, comopor exemplo estudos de planeamento urbano,de gestão de recursos agrícolas entre outros.

Para efectuar a passagem de uma fotografiaaérea para uma fotografia ortorectificada é ne-cessário corrigir as fontes de erro, pelo que é ne-cessário o conhecimento dos seguintes factores:

– Deformação da película fotográfica e de-formações relativas ao sistema de lentes;

– A atitude do avião (ω, φ, κ) e as coordenadasdo centro de projecção da câmara métricano momento da captura da imagem (parâ-metros de orientação externa);

Os ortofotos comocartografia de base

a médias escalas

Os ortofotos comocartografia de base

a médias escalas

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>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

A cartografia-imagem, nomeadamente aortofotocartografia é um produto cartográfico

que se tem vindo a impor como uminstrumento com enormes mais valias em

diversos tipos de aplicações, especialmenteaqueles em que seja necessário rigor espacial e aimagem do território como ele se nos apresenta.

Um ortofotomapa é um produto cartográficoque reúne as vantagens da fotografia aérea com

as vantagens da cartografia convencional(vectorial), dado que pode ser interpretada como

uma fotografia mas, ao contrário desta,podemos medir directamente no ortofotoângulos, distâncias e áreas. Possuindo tais

características constitui-se como uma excelentebase cartográfica, sendo possível (e desejável) aintegração desta informação com a já existentenum Sistema de Informação Geográfica. Desta

cartografia-imagem de base poder-se-à, de formamuito versátil, extrair informação pois a

realidade-terreno está representada, e cadautilizador retira o tipo de informação que lhe

interessa, por forma a actualizar a sua base dedados geográficos, que foi estabelecida com uma

determinada finalidade.Com este artigo, através de uma

comparação entre a cartografia-imagem e acartografia vectorial, verificando as vantagens e

inconvenientes de cada uma delas de per si, e dasua conjugação num só documento cartográfico,

procurou verificar-se a exequibilidade doestabelecimento de uma cartografia-base assente

em ortofotocartografia.

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– A altimetria da área a cartografar.

Para se corrigir as fontes de erro atrás referidas,é necessário, respectivamente:

– O conhecimento do certificado de calibra-ção da câmara.

As câmaras métricas são regularmente aferidaspor laboratórios de metrologia, que emitem umrelatório onde constam, entre outros dados, ascoordenadas das marcas fiduciais (ver Figura 1) eas deformações provocadas pelo sistema óptico dacâmara. Alguns dos elementos constantes emrelatórios de calibração são apresentados naFigura 2.

Através de um processo denominado orien-tação interna vamos minimizar as causas de erroexistentes no interior da câmara métrica.

– O conhecimento dos elementos de orien-tação do feixe perspectivo que deu origem àfotografia no espaço

Através de um processo matemático, usandoequações de colinearidade pode relacionar-se:• A posição de um ponto no sistema de

coordenadas terreno• A posição de um ponto no sistema de

coordenadas fotográficas• A posição do centro de projecção e a

orientação angular da fotografia

em que:xp, yp são ascoordenadasimagem deum ponto P;f é a constan-te da câmara( d i s t â n c i afocal);m11, ..., m33são os coefi-cientes damatriz de ro-tação definidapelos ângulosω, φ e κ, quetransformamo sistema decoordenadas terreno no sistema de coordena-das imagemXP, YP, ZP são as coordenadas terreno do ponto PXL, YL, ZL são as coordenadas terreno do Centrode Projecção

– O conhecimento da altimetria

Este é o factor mais sensível na produção deortofotos. Os erros planimétricos, quer em ter-mos absolutos, quer em termos relativos, sãotanto maiores quanto maiores as diferenças alti-métricas presentes na área da fotografia, ou sejaquanto mais acidentado for o relevo do terreno.

Após o processo de ortorectificação de cadafotografia aérea e após o mosaico das imagens,com a inerente harmonização radiométrica, ob-tém-se uma imagem que se designa por ortofo-

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>> Os ortofotos como cartografia de base a médias escalas

Figura 1 – Marcas fiduciais

Figura 2 – Alguns dados constantes num relatório de calibração da câmara métrica

Camara 32

focal_length: 153.073

ppac: 0.001 -0.008

ppbs: 0.001 0

film_format: 230 230

fiducial: 1 105.998 -105.996

fiducial: 2 -106.007 -106.004

fiducial: 3 -105.996 105.995

fiducial: 4 106.005 106.005

distortion_spacing: 20 40 60 80 100 120 140

quad1: 0.001 0.001 0.001 -0.002 -0.001 -0.003 0

quad2: 0.001 0.001 0.001 -0.001 -0.002 -0.005 0.001

quad3: 0.004 0.004 0.002 -0.001 -0.002 -0.005 -0.005

quad4: -0.002 -0.001 -0.001 -0.003 0.001 0.003 0.001

camera_type: frame

media_type: film

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tocarta, ou ortofotomapa, que é um documentocartográfico.

As Figuras 4 e 5 permitem verificar a influência danão utilização do Modelo Digital de Elevação noprocesso de elaboração de ortofotocartografia.

A cartografia-imagem, neste caso o ortofoto, ébastante mais do que uma simples imagem, é umdocumento cartográfico, do qual se extrai toda ainformação contida numa fotografia com rigormétrico e escala constante.

Comparação entre Ortofotos e Cartografia Vectorial

Temos então, para a mesma escala, idênticascaracterísticas métricas tanto para a cartografiaimagem como para a cartografia vectorial. Vejamosentão as vantagens e desvantagens comparativasdos dois tipos de cartografia:

Vantagens da cartografia imagem:– Tem a riqueza interpretativa de uma fotografia

aérea. A presença dos padrões naturais aoinvés da sua representação através de símboloscartográficos, fornece um retrato natural dasárvores, de campos cultivados, permitindovisualizar as respectivas texturas, favorecendoa sua interpretação;

– As casas, estradas, caminhos, vegetação e res-pectiva densidade, aeroportos, aeródromos,rios, lagos, piscinas, campos de futebol, camposde ténis, entre outros, são imediatamenteperceptíveis por visualização;

– Facilitam a captura de uma grande variedadede dados, fornecendo também uma base gráficapara a sua visualização e actualização;

– O tempo de elaboração de cartografia imagemé consideravelmente inferior ao tempo deelaboração da cartografia vectorial (para amesma escala);

– Os custos são inferiores, o que decorre dotempo de elaboração deste tipo de cartografia,mas também da menor exigência em equipa-mento e em pessoal que este processo implica.

Desvantagens da cartografia imagem:– A grande desvantagem prende-se com o facto

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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Figura 3 – Distorção devida à projecção central

Figura 5 – Imagem com todas as causas de erro eliminadas

Figura 4 – Imagem com todas as causas de erro eliminadas excepto a referente à altimetria

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de não haver interpretação prévia, o que leva aodesconhecimento de pormenores que estãopatentes na cartografia vectorial, com sejam,por exemplo, a toponímia, a designação dasestradas e a identificação de uma igreja;

– Não se tem conhecimento da altimetria envol-vida, nomeadamente curvas de nível, VérticesGeodésicos e pontos de cota;

– Possibilidade de existência de zonas oclusasdevido a sombras, quer de edifícios quer devi-das à orografia, o que tem particular incidência,no caso português, nos territórios insulares,onde há zonas de sombra permanente;

– Obriga à existência de um modelo altimétricode muito boa qualidade;

– A cartografia de escalas inferiores, normalmen-te derivada por generalização de escalas maio-res, tem maior riqueza de pormenor em carto-grafia vectorial do que em cartografia imagem;

– A radiometria na globalidade da cartografia po-de variar bastante, dependendo de umamultiplicidade de factores, nomeadamente dascondições de luminosidade ou de diferentefilme fotográfico. A harmonização radiométricade diferentes coberturas aerofotogramétricas éproblemática, especialmente quando se execu-tam em diferentes épocas do ano, provocandouma sensação de descontinuidade cartográfica,o que não é de todo desejável.

Ao se complementar a cartografia-imagem cominformação altimétrica e com informação vecto-rial cuja aquisição requer interpretação ou traba-lhos de campo de reconhecimento, vamos mino-rar de sobremaneira as insuficiência dos ortofotosna interpretação da realidade-terreno. Contudo,esta complementaridade assume maior relevân-cia, na maior parte dos casos, em formato digitalusando vários níveis de informação, dado que emformato analógico a sobreposição da informação

vectorial poderá dificultar a visualização da carto-grafia-imagem, como acontece, por exemplo, emzonas com elevadas diferenças altimétricas.

Considerando que, em termos médios a divi-são de um trabalho de um operador de fotogra-metria para restituir cartografia vectorial, se podeconsiderar, em termos planimétricos, 70% derestituição "pura" e 30% de interpretação temosuma maior celeridade na restituição, enrique-cendo-se de sobremaneira a informação já cons-tante nos ortofotos.

Para se manter uma cartografia de base comeste figurino, os trabalhos de validação e ediçãotambém seriam necessários, se bem que a sua

>> Os ortofotos como cartografia de base a médias escalas

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Figura 7 – Informação Vectorial de interpretação e altimétrica

Figura 6 – Informação Vectorial completa

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extensão seria mais reduzida pois os elementosvectoriais seriam sempre em menor número.

A cartografia-imagem, neste caso ortofotocar-tografia com informação vectorial complementar,será então uma forma mais rápida de cartografaruma determinada região ou país, dando a pos-sibilidade a cada utilizador de visualizar o ter-reno como ele se nos apresenta e ainda pro-porcionar-lhe a informação interpretada e vali-dada dessa mesma região – conjugando-se assimo melhor destes dois tipos de cartografia.

Consideremos então o conceito de cartografiade base, que é cartografia com maior grau de

pormenor da qual poderão ser derivadas outrasescalas. Será, neste caso, cartografia topográfica,em que se descreve a realidade do terreno, comum grau de pormenor tão grande quanto maior fora escala de representação.

Escalas Derivadas (Generalização)

Há contudo que ter em conta que os organis-mos produtores de cartografia, nomeadamente oIGeoE, para além da cartografia de base – nestecaso 1:25000 – produz também cartografia a ou-tras escalas, nomeadamente 1:50 000, 1:250 000e 1:500 000.

A cartografia vectorial a estas escalas é uma car-tografia derivada da cartografia de base (1:25 000),por um processo de generalização, que consisteem derivar mapas de escala mais pequena, apartir de cartografia mais detalhada, mantendo aclareza e significância dos dados e representan-do-os de forma legível.

Assim a generalização será efectuada paratodas as escalas derivadas da cartografia-base:

Para estas escalas pequenas, especialmente asduas últimas, a informação vectorial constitui,quando comparada com cartografia-imagem (co-mo cartografia de base), uma maior riqueza, poisa interpretação passível de ser feita numa ima-gem a esta escala é algo limitada, nomeadamentea interpretação de vias de comunicação e po-voações de dimensão média ou pequena.

Nestas escalas usando a cartografia vectorialobtém-se uma maior descrição da realidade-terreno do que usando a cartografia-imagem.

A adopção de cartografia-imagem como carto-grafia base irá impossibilitar a obtenção de carto-grafia a escala inferior inteiramente por generali-zação.

Uma possibilidade de resolver este problemaserá a restituição monoscópica dos itens que, nacartografia-base (cartografia-imagem complemen-

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Figura 9 – Extracto de ortofoto com informação vectorial complementar

1:25 000 1:50 000 1:250 000 1:500 000

Figura 8 – Extracto de ortofoto sem qualquer complemento vectorial

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tada por alguma informação vectorial), foramconsiderados de leitura directa, sendo essa resti-tuição efectuada de acordo com as especifica-ções cartográficas da escala derivada. A primeiraescala derivada da cartografia base seria obtidaparcialmente por generalização e também par-cialmente por restituição monoscópica (no exem-plo dado a escala 1:50 000). Haveria assim umaalteração do pormenor a restituir, a conjugaçãode vector restituído em estereoscopia com vectorrestituído em monoscopia e um deferimentotemporal dessa restituição.

As escalas derivadas desta (no exemplo dado aescala 1:250 000 e inferiores) já seriam obtidaspor generalização.

Actualização da Cartografia

Podemos considerar a cartografia como umadescrição da realidade-terreno num determinadomomento. É portanto um elemento estático cujovalor diminui com o tempo, sendo essa diminui-ção de valor tanto maior quanto maiores asalterações verificadas na área cartografada. Háportanto a necessidade de actualização da carto-grafia, que pode ser efectuada de duas formas:

– reiniciando o processo de raiz, elaborandotoda a cartografia, considerando a cartografiaanterior apenas como auxiliar, nomeada-mente de interpretação;

– tomando como base a cartografia existente, oque pode ser feito apenas com a cartografiaem formato digital, adicionar, modificar oueliminar elementos cartográficos por forma acriar nova descrição da realidade-terreno.

Não sendo objecto deste artigo o tema daactualização, que é um tema complexo em queinfluem muitas variáveis, especialmente quandoaplicada a uma base de dados cartográficaconstituída ao longo dos anos, havendo que ana-lisar, entre outros, os seguintes aspectos:

– diferentes metodologias de aquisição,nomeadamente apoio de campo erestituição;

– catálogo de objectos com o qual se executoua cartografia;

– o sistema de projecção e de referênciautilizados.

Utilizando uma nova cobertura aerofotogra-métrica, a actualização da cartografia imagempoderá ser feita de forma integral, substituindo aanterior cartografia por nova cartografia ou subs-tituindo as áreas da cartografia que sofreram alte-ração por nova cartografia-imagem. Neste campo,a cartografia-imagem tem grande desvantagem,pois a comparação entre a nova cartografia e aanterior é difícil e só é possível ser efectuadacomparando as duas cartografias-imagem.

Há, portanto, a necessidade de elaborar novacartografia, pelo que a actualização será feita porsubstituição integral da cartografia anterior.

A cartografia vectorial, por outro lado tem umagrande flexibilidade pois a actualização é efectua-da por sobreposição da cartografia anterior nacobertura aerofotogramétrica actual, permitindoassim verificar os objectos que alteraram, os queé necessário remover e os que é necessário adi-cionar. Esta actualização é naturalmente efec-tuada modelo a modelo e a sua celeridadedependerá do grau de desactualização da carto-grafia existente. De qualquer forma, na grandemaioria dos casos, os ganhos em termos detempo de elaboração da nova cartografia sãoapreciáveis.

Conclusões

Se complementarmos a cartografia-imagemcom informação vectorial "interpretativa" e alti-métrica potenciamos de sobremaneira as já gran-des vantagens relativamente à cartografia vec-torial.

>> Os ortofotos como cartografia de base a médias escalas

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É possível a constituição de uma cartografiabase assente neste tipo de cartografia mista.Contudo, para um produtor de cartografia (queproduz uma escala base, escalas derivadas eactualiza periodicamente a cartografia), as des-vantagens tornam-se importantes:

– Na actualização da cartografia, é necessáriaa substituição integral da cartografia anterior,dada a impossibilidade prática de actuali-zação parcial;

– Em termos riqueza de informação, a carto-grafia-imagem em pequenas escalas é infe-rior em relação à cartografia vectorial, peloque para pequenas escalas a cartografiavectorial é mais indicada;

– Para a elaboração de cartografia a pequenasescalas, efectuada por generalização, paraalém da informação vectorial "interpretativa"e altimétrica que complementa a cartografia-imagem, é necessária mais informação peloque seria necessário a restituição (eventual-mente monoscópica) dos elementos cujainterpretação é imediata na cartografia-imagem.

A cartografia-imagem é um instrumento muitoútil, com inúmeras vantagens a que já nos refe-

rimos. Contudo, o estabelecimento, por parte dosorganismos produtores de cartografia, de umacartografia base assente em cartografia-imagemnão tem as vantagens que, à partida, se esperaria.

A ortofotocartografia desempenha tambémum papel importante no controlo de qualidadeda cartografia vectorial.

Existe portanto, mais que uma relação con-correncial, uma relação de complementaridadeentre estes dois tipos de cartografia.

Bibliografia

Julião, Rui Pedro (2000), "A imagem em Sistemasde Informação Geográfica" in GeoINova,Número 4-2001, Lisboa, pp. 95-107

Lillesand, Thomas M.; Kiefer, Ralph W. (2000),"Remote Sensing and Image Interpretation",4ªedição, Wiley, Nova Iorque

Rodrigues, José da Silva (2003), " A actualizaçãocartográfica no IGeoE – o passo decisivo", inBoletim do Instituto Geográfico de Exército,Número 65 - 2003, Lisboa, pp. 4-6

Wolf, Paul R. (1974), "Elements of Photogram-metry", International Student Edition, McGraw--Hill - KOGAKUSHA

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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>> A produção cartográfica por generalização - estudo de uma nova metodologia de produção da série M782, escala 1:50000

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A produçãocartográfica por

generalização Estudo de uma

nova metodologia de produção da

série M782, escala 1:50000

A produçãocartográfica por

generalização

> Rui Teodoro, Capitão Art, Engº Geó[email protected]

Introdução

Uma das responsabilidades do Instituto,que reflecte os compromissos de Portugalperante a NATO, é a produção das folhas

da carta da série M782 na escala 1:50 000. Estasfolhas são elaboradas por generalização a partir dasrespectivas folhas 1:25 000 respeitando o respec-tivo enquadramento. Actualmente este é umprocesso totalmente manual, grande consumidorde tempo e recursos o que tem como conse-quência por um lado o não aproveitamento des-ses recursos para outras tarefas e por outro agrande distância temporal entre o momento emque as folhas 1:25 000 são dadas como prontas ea disponibilização da correspondente folha1:50 000.

Efectuando uma breve análise desta situação, aDirecção do Instituto decidiu avançar para oestudo de uma nova metodologia de produçãorecorrendo ao software DynaGen incluído nopacote Digital Cartographic Suite. Esta começoua ser desenvolvida durante o estágio da licencia-tura em engenharia geográfica, a grande parte damesma foi-o efectivamente, mas que se prolon-gou já depois do final da licenciatura e que ter-minou com a entrega, para apreciação superior,de um relatório onde se encontram descritostodos os passos desta nova forma de produçãodas folhas 1:50 000.

Como corolário de todo este processo surgeeste artigo para dar a conhecer a forma como es-ta metodologia se desenvolve, abordando deinício alguns conceitos teóricos sobre o assuntoe numa fase posterior descrevendo, de formageral, quais os passos que envolve.

Alguns conceitos teóricos

A primeira dificuldade consiste em encontraruma definição para generalização cartográficaque seja de alguma forma consensual. Com efei-to, percorrendo alguma da literatura relacionadacom este assunto, é possível encontrar diferentes

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definições para aquela expressão.Assim, de acordo com a Intergraph, empresa

produtora do software, por generalizaçãocartográfica entende-se "o processo de transfor-mar dados geográficos numa representação a umadada escala com um determinado fim mantendoa clareza e legibilidade dos dados". Matos [2001]define generalização como sendo "o proces-samento da informação cartográfica necessário àsua utilização em escalas menores".

Analisando estas definições, reflectindo umpouco sobre elas e com a modéstia de quem nãopretende nem pode fazer doutrina sobre o as-sunto é possível obter uma outra definição talvezmais intuitiva.

Assim, por generalização cartográfica pode en-tender-se como sendo o conjunto de processosnecessários para elaborar produtos cartográficos auma determinada escala sempre menor que aescala na qual se encontra a informação original,normalmente grande na ordem de 1:10 000 ou1:25 000. Envolve ampliar determinados aspec-tos que se pretende realçar e remover detalhessem importância cuja presença poderá sobrecar-regar o produto, podendo inclusive gerar confu-são na interpretação deste.

Estes dois passos são aliás dos mais importantesna criação de cartografia a múltiplas escalas ecom fins múltiplos. Visa extrair do produto ori-ginal toda a informação que seja considerada ne-cessária e suficiente para representar os fenóme-nos que se pretendem representar.

Quando se efectua este passo de redução daescala é necessário proceder a um estudo cuida-doso de forma a concluir quais as features queserão mantidas, as que serão alteradas, como se-rão simbolizadas e as que pura e simplesmentedesaparecerão.

A regra fundamental para quem efectua estaoperação é que as características e estruturabásica dos dados geográficos deve ser mantidaindependentemente da transformação de escalaque se deseje efectuar. A forma como irão serrepresentadas as features seleccionadas deve sertal que a sua legibilidade e a da própria carta em

si não sejam afectadas. Para quem tem que tomar a decisão de o que

generalizar, como o fazer, o que eliminar, ou seja,estabelecer critérios para elaboração dos produ-tos a tarefa pode revelar-se difícil. Por mais espe-cíficas e precisas que sejam as normas técnicasque regem a forma como deve ser efectuada ageneralização há sempre situações em que doisoperadores diferentes efectuarão a generalizaçãode forma diferente. Daqui a máxima ainda hojeválida que refere que a generalização cartográ-fica, e mais genericamente a cartografia, é não sóuma ciência mas também uma arte. Este é umaspecto que efectivamente se verifica. É inte-ressante verificar a actualidade do prognóstico deRobinson [1960] de que a generalização carto-gráfica provavelmente permaneceria como umprocesso essencialmente criativo.

Formas de generalização

Tradicionalmente, em modo analógico, este eraum processo moroso, executado em toda a suaextensão de forma manual e, como já foi refe-rido, com carácter subjectivo. Ao operador erapedido que tomasse decisões acerca do quemanter, do que alterar e como o fazer e, emúltimo grau, o que pura e simplesmente apagar.

Na era digital novos horizontes se abrem. Como desenvolvimento de aplicações e de algoritmosque permitem algum grau de automatização épossível atingir, segundo as melhores estimativas,cerca de 70% de utilização de processos au-tomáticos permitindo manter ou aumentar aqualidade mas reduzindo de forma significativaos respectivos custos e encargos.

De inicio esta automatização foi difícil de im-plementar. Os algoritmos não estavam dispo-níveis e os próprios computadores não dispu-nham de capacidades para efectuar o proces-samento que aqueles necessitavam. Além dissoera necessário traduzir em automatismos as opçõesque o operador tomava, de acordo com a suainterpretação, face a cada uma das situações par-

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ticulares, facto que representa um grande desafiopara quem tem que programar o software. Coma investigação que foi efectuada em torno dosalgoritmos e com o desenvolvimento dos compu-tadores a que assistimos nas ultimas décadas ageneralização cartográfica automática tornou-seno "Santo Graal" do desenvolvimento da produ-ção cartográfica mas que finalmente começa atornar-se realidade.

Apesar de, num ambiente manual, as opçõesacerca da generalização serem praticamenteefectuadas caso a caso, o processo de análise queé efectuado antes de tomar a decisão é comum atodas elas: confrontar as necessidades que sãoimpostas pelas características do produto ou pelocliente com a densidade de informação queestará presente nesse produto. É exactamenteaqui que o processo automático de generalizaçãotem que intervir. Tem que ser capaz de dispo-nibilizar ao operador um conjunto de ferramen-tas que possibilitem, em cada momento, analisare alterar se necessário a disposição dos dadospermitindo verificar onde efectuar a generaliza-ção, que operadores utilizar para o concretizar esimultaneamente verificar, em tempo real, quaisos resultados das operações que está a efectuar.Para cada uma das operações possíveis é tam-bém desejável que sejam disponibilizados maisdo que um algoritmo de forma a conferir aooperador a flexibilidade de escolher aquele quemelhor se adapte às necessidades presentes.

Arquitectura de um sistema de generalização automático

A principal exigência de um sistema deste tipoé que forneça as ferramentas necessárias paraque o processo possa ser executado da melhorforma possível. Mas outras são também exigidas.

A primeira delas é que seja flexível. Cadaprocesso de generalização é único e depende demuitos factores incluindo a transformação deescala a efectuar e as características finais doproduto. Esta flexibilidade reflecte-se na capaci-

dade de escolher a feature, utilizar um de entrevários algoritmos disponíveis e determinar aextensão da generalização.

Outra das exigências é que seja capaz de tradu-zir e incorporar formas diferentes de efectuar ageneralização e que o faça de forma simples paraque outros possam tirar partido delas. Pretende-se que esta exigência seja cumprida não só aonível da incorporação de novos algoritmos mastambém ao nível da adaptação a novas metodo-logias de trabalho.

Para que a estrutura da informação não sejaalterada é importante que as aplicações possuamcapacidades para criar e manter a topologia, istoé, consigam tornar os objectos presentes nos fi-cheiros de informação geográfica de algumaforma "inteligentes" para que possam reconhecerqual a posição que ocupam nesses ficheiros bemcomo a posição relativa em relação aos outrosobjectos vizinhos. É pois necessário criar a topo-logia a partir de informação que a não possuicomo é o caso da informação existente em for-mato dgn e mantê-la quando são detectadas alte-rações na estrutura das relações espaciais provo-cadas pelo processo de generalização e, se tal forespecificado, não permitir que essas alteraçõessejam implementadas por forma a não compro-meter nem a estrutura base dos dados nem aqualidade final do produto.

Fases do processo de produção cartográfica por generalização

Numa situação normal é possível identificarquatro fases no processo de produção cartográficarecorrendo à generalização e que podem sersintetizadas no seguinte esquema:

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Figura 1 – Fases do processo de produção cartográfica recorrendo à generalização

Selecçãodas

features

Generalizaçãodo

modeloEdição

CartográficaResolução

de conflitos

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Assim, numa primeira fase, serão seleccionadasquais as features que, em última análise, farãoparte do produto a elaborar. A especificação doproduto deve definir este item bem como outrostais como: quais as features de saída, eventuaistransformações de tipo que as features sofram noprocesso de generalização, o respectivo tamanhoe outras consideradas essenciais.

Na segunda fase estão incluídas as tarefas quedeterminam o conteúdo, descrição e represen-tação das features. Estas incluem:

– Eliminação de features;– Colapso (diminuição da dimensão dos ele-

mentos) de features;– Eliminação de detalhes e de espaços em

branco;– Simplificação de features;– Agregação de features;– Tipificação de features.

Estas tarefas estão normalmente relacionadascom a escala, especificações de produto, relaçõesentre as features e precisão que se pretende parao produto final.

A terceira fase é normalmente designada poredição e visa essencialmente introduzir a simbo-logia e outros elementos que contribuam paramelhorar o aspecto do produto. Engloba umasérie de tarefas entre as quais:

– Substituição de linhas simples por linhasduplas;

– Rotação de símbolos de features;– Modificação de símbolos;– Suavização de linhas.

De referir que estas tarefas são executadas emfunção da simbologia e da legibilidade do pro-duto.

Por fim, na quarta fase, resolvem-se conflitosentre as features e/ou respectivos símbolos. Esteprocesso, apesar de poder ser automático,necessita ainda, na maior parte dos caso, deintervenção do operador.

Metodologia

Seguindo o processo que se encontra descritoacima, o primeiro passo consistiu na selecção doselementos que iriam constar nas folhas 1:50 000e como iriam ser representados, através de linhas,áreas ou pontos. Outro ponto fundamental foiverificar eventuais transformações que os ele-mentos pudessem sofrer com a alteração de esca-la como por exemplo uma área passar a ser re-presentada por um ponto. Recorrendo à normastécnicas em vigor e assistindo ao trabalho juntodas operadoras que efectuavam o processo deselecção manual, foi possível atingir este objecti-vo sendo no final produzido um ficheiro ondeconstam os elementos que devem ser represen-tados na escala 1:50 000 e como devem serrepresentados.

A metodologia propriamente dita inicia-se coma conversão dos ficheiros do formato dgn para oformato object space (os) para utilização no Dyna-Gen. Essencial neste passo é a correcta cons-trução de um ficheiro de mapeamento que fun-ciona como um tradutor entre uma forma deidentificar os elementos, a do dgn através dosrespectivos valores dos atributos, e a do os atravésda coluna Class e Theme do mesmo ficheiro.

Neste processo de conversão é implementadaa topologia, isto é, as relações espaciais entre osobjectos que constam no ficheiro com a vanta-gens inerentes e que já foram referidas ante-riormente. Antes de iniciar o processo de gene-ralização é também necessário efectuar a valida-ção e correcção topológica de forma a garantirque a estrutura dos dados é coerente e nãoexistem erros topológicos que possam afectar ostrabalhos futuros.

Nesta fase inicia-se o trabalho com o DynaGen.Este software disponibiliza uma série de fer-ramentas (operadores de generalização) que redu-zem a densidade da informação presente nosprodutos com maior escala. Alguns destes opera-dores são a agregação de áreas, a simplificação esuavização de linhas, o colapso de features e atipificação de pontos. Cada um destes operado-

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res dispõe de um ou mais algoritmos de generali-zação que são efectivamente responsáveis peloprocessamento da informação. No caso daagregação de áreas encontra-se disponível aagregação de áreas adjacentes, de áreas ortogonaise não ortogonais. No caso da simplificação épossível recorrer aos algoritmos de Douglas, Langou Reuman-Witkam.

O processo de generalização pode ser efec-tuado tanto no modo automático, interactivo oumanual.

No primeiro caso o operador define, através deuma série de tabelas existentes numa aplicaçãodo DynaGen, quais os algoritmos a utilizar na ge-neralização de cada um dos temas bem como asrespectivas tolerâncias a serem aplicadas. Osoperadores de generalização são depois execu-tados pela ordem que se encontram numa dessastabelas através da execução em modo batch.

No segundo caso o operador vai interagindocom o software escolhendo passo a passo quais asfeatures que pretende generalizar, o processo quepretende utilizar bem como as respectivas tole-râncias para atingir o objectivo pretendido. Esteprocesso é também designado por generalizaçãointeractiva.

No caso dos resultados proporcionados pelosmétodos anteriores não serem totalmente satis-fatórios é colocado ainda à disposição do utili-zador uma série de operadores de generalizaçãoque poderão ser utilizados de forma manual. Épois possível definir onde, quando e como ge-neralizar.

Os exemplos seguintes ilustram o funciona-mento de alguns dos algoritmos referidos:

– Para agregação de áreas: é necessário definiruma distância mínima entre elementos. Se adistância entre quaisquer dois elementos formenor que aquela a agregação é efectuada. Decontrário não há alterações. Este operador éimportante para duas fases do processo: aagregação das áreas de verde com o algoritmonão ortogonal e para a construção dos aglome-rados urbanos com o algoritmo ortogonal;

– Área para ponto: neste caso define-se um valormínimo admissível para uma área permanecercomo tal. Todas as áreas com área inferior aesse valor são transformadas em ponto. Umexemplo prático da aplicação deste algoritmoé o caso dos cemitérios. Até determinado valorde área passam a ser representados por pontos.Áreas maiores permanecem como áreas. Épossível também definir qual o posicionamentodo ponto em relação à área, sendo que asopções são colocar o ponto no ponto médioda área, independentemente se esse ponto

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Figura 4 – Resultado final

Figura 2 – Selecção dos elementos a agregar

Figura 3 – Aplicação do algoritmo

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médio se encontrar dentro ou fora da área ougarantir que o ponto permanece dentro daárea. Neste caso o algoritmo projecta o pontomédio para o interior da área;

– Simplificação de linhas: neste caso foi aplicado oalgoritmo de Douglas. Este algoritmo começapor efectuar uma pesquisa entre todos os seg-mentos que constituem a linha a simplificarcomeçando na situação mais radical que é con-siderar o resultado da generalização como sendoum segmento único que liga o primeiro ao últi-mo vértice. Como refere Matos [2001] "a pro-gressão é feita da maior simplificação para a me-nor". Analisa de seguida quais os vértices queestão mais afastados dessa linha do que o valorque está definido no campo Shortest Perpen-dicular Distance. O vértice três está nesta situação.

Então o próximo segmento a pesquisar é aque-le que tem por vértice inicial o um e como finalo três. Em relação a este segmento o vértice doisestá a uma distância menor do que aquela que

está definida.

Devido ao facto anteriormente mencionado ovértice dois é eliminado e a linha passa a ter aseguinte configuração:

O próximo segmento a ser analisado é aqueleque é definido pelos vértices três e oito. Como ovértice quatro está a maior distância que a definidao segmento três-quatro é o próximo a generalizar.Neste caso não vai ser efectuada nenhuma ope-ração porque este segmento já se encontra sim-plificado, isto é, não existe nenhum vértice inter-médio que eventualmente possa ser eliminado.

O segmento seguinte é o quatro-oito. Como osvértices cinco, seis e sete estão dentro da tole-rância definida em relação a este segmento sãoeliminados.

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Figura 5 – Transformação de áreaem ponto

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O aspecto final da linha após a simplificaçãocom este algoritmo é o que a seguir se indica:

As figuras seguintes ilustram a aplicação eresultado prático desta. No primeiro caso aslinhas a vermelho representam a situação origi-nal, neste caso uma rede de estradas, e as linhasa branco a situação após a simplificação. Nosegundo caso as curvas de nível encontram-se aazul e o resultado da simplificação a branco;

– Tipificação de pontos: este éum algoritmo que deve seraplicado quando se pretendereduzir a densidade de ele-mentos presentes como é ocaso dos poços ou tanques porexemplo. Funcionando combase na distância entre ele-mentos, elimina todos aquelesque se encontrem dentro dadistância definida em relaçãoa outro elemento do mesmotipo. No exemplo da Figura 8 dos quatro pon-tos seleccionados só o que se encontra a bran-co permanece. Todos os restantes são elimi-nados;

O DynaGen utiliza uma base de dados (Accessou Oracle) onde são guardados todos os parâme-tros que dizem respeito e são necessários àutilização do programa. No caso do Access estabase de dados é constituída por trinta e cincotabelas, cada uma delas com uma finalidade bas-tante específica. Existe por exemplo uma tabelabastante simples que guarda qual a versão doDynaGen mas também existem outras, maiscomplexas, que guardam por exemplo, paracada algoritmo, quais os parâmetros máximo emínimo, o valor por defeito e o que está actual-mente definido.

É possível criar uma base de dados totalmentenova em que as várias tabelas estão vazias dedados sendo preenchidas à medida que vai de-correndo o trabalho ou ligar a bases de dados jáexistentes. Isto significa que, para uma deter-minada configuração de generalização cartográ-fica, por exemplo para a produção de folhas àescala 1:50 000 a partir de informação à escala1:25 000, a base de dados a usar pode ser sem-pre a mesma, só sendo necessário alterar os fi-cheiros de trabalho. Utilizando esta potencialida-de é possível garantir a uniformidade de critériosno processo de generalização.

Uma vez terminadas as operações de genera-lização é necessário regressar ao formato dgn.

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Figura 6 – Simplificação de linhas – Rede viária

Figura 7 – Simplificação de linhas – Curvas de nível

Figura 8 – Tipificação de pontos

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Conjugando esta operação com a utilização dealgumas ferramenta do Dynamo é possível inserirautomaticamente a padronização no tema redeviária (esta operação era efectuada em toda a suaextensão de forma manual).

Uma vez no formato dgn é necessário com-pletar algumas tarefas de edição até que a folhaseja dada como pronta.

Conclusões

A metodologia sumariamente descrita nesteartigo representa uma grande oportunidade parao Instituto. A evolução tecnológica operada coma utilização de um software de generalizaçãoautomática coloca a nossa Instituição a par deoutras congéneres europeias que já utilizam omesmo software ou semelhante. Em termospuramente económicos, com a diminuição dotempo e meios necessários à produção dasfolhas, representa uma oportunidade para renta-bilizar a cadeia de produção, assegurando aomesmo tempo o cumprimento dos compromissosnacionais perante a NATO.

O DynaGen é uma ferramenta poderosa. Paradar ênfase a esta afirmação atente-se ao porme-nor de, mesmo após a aplicação dos algoritmosde simplificação e suavização às curvas de nível eàs linhas de água ou seja alterando a respectivaforma, o programa continua a garantir que alinha de água passa no ponto de inflexão dacurva de nível (consultar a Figura 7). Outra grandecapacidade é a de permitir visualizar em temporeal as alterações nas feature em função davariação dos valores dos parâmetros.

A disponibilização deste software permite àsinstituições produtoras de cartografia disporemde bases de dados geográficos elaboradas emescalas muito grandes e a partir delas derivar, deforma automática ou em grande parte automática,produtos standard ou conforme as necessidadesdos seus clientes sem empenho de grandes meioshumanos ou seja com grandes taxas de rentabili-dade. Neste aspecto os resultados são reconheci-

damente bastante satisfatórios e animadores parao futuro.

Atingida a fase de maturação no desenvolvi-mento da metodologia, esta encontra-se pronta aser inserida na cadeia de produção do Institutocontribuindo de forma decisiva para o atingir dosobjectivos propostos no Plano de Actividadesanual.

Referências

Matos, J.L. (2001) Fundamentos de InformaçãoGeográfica. 1ª Edição, Lidel – Edições TécnicasLda, Lisboa.

d'Alge, C.J., Goodchild, F.M., GeneralizaçãoCartográfica, Representação do Conhecimento eSIG. Texto não publicado.http://www.dpi.inpe.br/~julio/sbsr96.pdf

Bibliografia

DynaGen User's Guide versão 1.0.7.0. Textonão publicado, Intergraph Corporation, Huntsville– Alabama, Estados Unidos da América.

Revell, P. (2002) "Generalisation: where less ismore." GEO:Connexion, Outubro 2002, pp 52-53.

Hardy, P. (2001) "Active objects and dynamictopology for spatial data re-engineering and richdata modelling." Dagstuhl Seminar 01191.

Hardy, P.G., Haire K.R., Sheehan R.,Woodsford P.A. (2000) Mobile mapping on-de-mand, using active representation and gene-ralisation. Texto não publicado, Laser-Scan Ltd,Cambridge.

Smith, B.E., Jackson H.L., Maier R.L. The futureof automated map generalization. Texto nãopublicado, Intergraph Corporation, Huntsville,Alabama, Estados Unidos da América.

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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Introdução

O Instituto Geográfico do Exército (IGeoE)utiliza, para o seu normal funciona-mento – incluindo actividades de su-

porte e actividades de produção – variadíssimosprodutos, quer sejam matérias primas ou consu-míveis, quer produtos acabados (doravante de-signados indistintamente quer uns, quer outros,como artigos). Necessita, portanto, como qual-quer organização, de possuir um espaço físicoonde possa armazenar as quantidades recepcio-nadas desses artigos (compradas ou produzidas),e mantê-las em adequadas condições de utili-zação, até que sejam entregues aos clientes inter-nos (as diversas secções do Instituto), no caso dasmatérias primas ou consumíveis, ou aos clientesexternos (aqueles que geralmente designamosapenas como clientes) no caso dos produtosacabados.

Embora no IGeoE exista mais do que um localdestinado ao fim atrás enunciado, iremos repor-tar-nos apenas ao armazém geral do Instituto,dependente da Secção Logística, e onde se ar-mazena a grande maioria dos artigos (produtosdas compras).

Temos então uma questão que nos acodeimediatamente: como efectuar a gestão dessasexistências, desses artigos armazenados (ou co-mo também se diz, desses stocks), do modo maiscriterioso, e de acordo com padrões modernose funcionais?

Os stocks

Em termos gerais, entende-se por stock umconjunto de artigos destinados a satisfazer umafutura necessidade de consumo. Tanto podemser artigos necessários ao desenvolvimento dasdiversas actividades da organização (matériasprimas, peças de substituição, consumíveis, etc),como artigos resultantes de actividades de pro-dução (produtos acabados, ou até em vários es-tádios de produção). Note-se que cada artigo é

>> A gestão de stocks no IGeoE

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A gestão de stocks no IGeoE

A gestão de stocks no IGeoE> Francisco José Mourão Vieira Domingues,

Tenente-Coronel Eng, Engº Geó[email protected]

> José António Guerreiro Martins,Tenente-Coronel Art, Engº Informático

[email protected]

> Paulo Jorge Nunes PintoAssistente Administrativo Principal

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constituído por um certo número de unidades (aexistência desse artigo num determinado instan-te), por exemplo, 40 resmas de papel, 7 embala-gens de toner para copiadora ou 3 filtros paraécran de computador.

Porquê ter artigos em stock? Desde logo paraevitar constantes compras ao exterior, uma vezque é pouco prático e ineficiente efectuar cons-tantes aquisições de pequenas quantidades deartigos, especialmente se o seu valor for baixo.Além disso ao comprar em quantidade é possívelobter descontos muitas vezes relevantes. Por ou-tro lado, há determinados artigos que são críticospara a actividade regular da organização, e a suanão disponibilidade imediata pode conduzir aelevados prejuízos.

Havendo artigos em stock, existem custos as-sociados a esses artigos. Desde logo é necessáriodisponibilizar instalações, algumas das quais po-derão ter de dispor de condições especiais dearmazenamento (temperatura, humidade, etc).Por outro lado o valor dos artigos pode tambémser elevado pelo que ter elevados recursos finan-ceiros imobilizados redunda num custo adicionalpara a organização. Outros aspectos não menosnegligenciáveis são, por exemplo, a obsolescênciade alguns artigos (diskettes, fitas de impressora,discos rígidos para computador, etc), prazos devalidade no caso de artigos perecíveis (tinteirospara impressora), manutenção de registos, rea-lização de inventários, etc.

A gestão de stocks mais não é do que um pro-cesso, mais ou menos complexo, que visa atingirum equilibrio entre os custos e os benefícios daexistência de stocks. Gerir os stocks é uma ques-tão que é frequentemente negligenciada nasempresas industriais e mesmo comerciais. Noentanto, para organizações de grande dimensão,nas quais as existências assumem valores finan-ceiros elevados, uma boa gestão de stocks podefazer a diferença entre a viabilidade da empresae sérias dificuldades financeiras. Refira-se noentanto, que mesmo uma pequena empresapoderá ter que gerir um número elevado destocks. Não é por acaso que os japoneses se de-

bruçaram com extrema atenção sobre esteproblema e inventaram sistemas tão conhecidoscomo o Just-In-Time1 (JIT) ou o Kanban2, entreoutros. Trata-se portanto de encontrar um equilí-brio justo entre os custos de gestão das diferentesexistências e o risco em que se incorre se houveruma ruptura.

O IGeoE utiliza, para a gestão das suas exis-tências, uma aplicação de ERP (Enterprise Re-source Planning), ligada a terminais de telepro-cessamento e leitura por aproximação de códigosde artigo.

A gestão de stocks e o Sistema de Gestão de Qualidade e Ambiente (o processo RE_AZ)

Consciente do que atrás ficou dito, a Direcçãodo IGeoE decidiu que no âmbito da Gestão porObjectivos e Abordagem por Processos, corpori-

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>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

1 – O JIT não é apenas um método de aprovisionamento, mas sim uma metodologia geral de gestão da produção, em que se produz e vende à medida das solicitações, reduzindo--se assim os stocks ao mínimo indispensável.2 – O Kanban é uma das variantes do JIT mais conhecidas, e foi desenvolvido no Japão em finais da década de 50. Consiste num sistema de fichas (em japonês, kanban) quepercorrem toda uma cadeia de produção, definindo que um determinado posto de trabalho apenas deve produzir o que o posto que se encontra a jusante lhe solicitou, e assimsucessivamente. As necessidades são precisamente transmitidas com o recurso aos kanban.

Figura 1 – Terminal de teleprocessamento e leitura para a gestão de stocks

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zada no Sistema Integrado de Gestão de Qua-lidade e Ambiente do IGeoE (SIQA), a questão doarmazenamento de artigos justificava a criaçãode um processo autónomo.

Assim, no âmbito do SIQA, existe um processo derealização designado "Armazenamento" (RE_AZ),cujo objectivo geral consiste em "assegurar a gestão,a armazenagem, o manuseamento, a preservação,a conservação e a expedição de produtos".

Note-se que, no contexto do processo RE_AZ,a designação “produtos” engloba não apenas osprodutos adquiridos pelo IGeoE (produtos dascompras), mas também os produtos cartográficos(os produtos acabados, as cartas e as publica-ções), que são armazenados no Depósito Centralde Cartas (com um depósito avançado junto àLoja da Cartografia).

As principais entidades envolvidas neste pro-cesso são, além do gestor do processo (Subdi-rector do IGeoE), a Secção Logística (armazena-mento dos produtos das compras), e o Centro deDocumentação Geográfica Militar (armazena-mento dos produtos cartográficos).

Devido à especificidade do armazenamento dealguns artigos, como por exemplo artigos de lim-peza, tintas, reveladores e fixadores fotográficos,

estes são tratados à parte.Num sistema integrado de gestão da qualidade

e do ambiente, todo o processo produz neces-sariamente resíduos, sendo estes também arma-zenados, e consequentemente, alvo de gestão.No entanto, não abordaremos aqui este assunto,uma vez que a gestão dos resíduos é efectuadade uma forma simplificada e centralizada pelo

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>> A gestão de stocks no IGeoE

Figura 2 – Secção Logística: armazém e produtos armazenados

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Gabinete de Qualidade e Ambiente (GQA), queé a entidade gestora do SIQA.

Como já atrás foi referido, a simples existênciade stocks acarreta custos não desprezáveis paraa organização. Numa era de globalização e forteconcorrência, como é a actual, uma gestão eficazaponta inequivocamente para imperativos deredução drástica dos artigos em stock. Assim, noIGeoE, e reportando-nos a 2003 e 2004, os prin-cipais objectivos definidos nos planos de activi-dades no âmbito do processo de armazenamen-to, foram a redução dos consumíveis armazena-dos em 30 e 10%, respectivamente. Outro dosobjectivos do processo RE_AZ consistiu na redu-ção do número de tipos de artigos satisfazendoas mesmas necessidades de consumo, uma vezque no IGeoE, como certamente em muitas ou-tras organizações, existe redundância de artigosutilizados com o mesmo fim, o que introduzcustos adicionais.

A metodologia utilizada para controlo dasexistências, envolveu três fases: a realização deinventários, a execução de análises ABC, e aimplementação de medidas adequadas aocumprimento dos objectivos.

Os inventários e a análise ABC

4.1 Os inventários

É do conhecimento geral que qualquer orga-nização, por imperativos legais de ordem conta-bilística e fiscal, tem necessidade de pelo menosuma vez por ano, proceder ao balanço dosmateriais existentes em armazém, determinandoa sua quantidade e, posteriormente, o seu valorfinanceiro.

Este desiderato é atingido através de uma con-tagem física dos artigos em armazém, ou seja darealização de um inventário das existências. Tra-ta-se portanto de efectuar uma comparação en-tre os saldos das existências mencionadas noficheiro de stocks e as existências reais dos artigosem armazém. É uma actividade profundamente

ligada à Gestão de Stocks e tem custos associadosnão negligenciáveis. No entanto é uma formaeficaz de fiscalizar as existências, o seu estado,comparar com os registos, permitindo assim de-tectar discrepâncias e tomar as devidas medidascorrectivas. No fundo, o grande objectivo é ga-rantir que os registos traduzam fielmente a situa-ção real dos artigos em stock.

No âmbito do processo RE_AZ atrás mencio-nado, estipulou-se a realização de inventáriosnuma primeira fase com periodicidade trimestral,e, posteriormente, numa base semestral coin-cidentes com o final dos 1º e 2º Semestres, sen-do que este último coincide com o Inventárioanual.

4.2 A análise ABC

Como já trás foi dito, a quantidade de matéria-prima que uma empresa industrial, mesmo depequena dimensão, tem de possuir, e conse-quentemente gerir, pode ser extremamenteelevado. No entanto nem todas as existênciasnecessitam (nem devem, nem podem, diríamosnós) ser tratadas ao nível da compra e do arma-zenamento, com o mesmo cuidado.

Um dos métodos que pode ser aplicado paraeste desiderato é a análise ABC. A análise ABCbaseia-se num princípio ou regra, enunciado porWilfred Pareto, economista italiano (1848-1923)e aplicável a um qualquer conjunto de dadosestatísticos. Este princípio ou regra é tambémconhecida por lei de Pareto ou regra 80/20. Ba-sicamente, o que se afirma é que, se se prestarmaior atenção a uns poucos assuntos (ou dados)vitais, conseguir-se-á uma gestão de maior eficá-cia e rendimento, em vez de se dispersar esforçose importância indistintamente por todos. Trata-seassim, de um método de aplicação geral, quevisa identificar os dados mais relevantes para asolução de um determinado problema, permi-tindo orientar o esforço de gestão para os dadosidentificados como mais importantes. A suaaplicabilidade abrange múltiplas actividades, enão se limita apenas aos stocks, mas também às

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>> A gestão de stocks no IGeoE

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vendas, aos preços de custo, aos problemas daqualidade, etc.

A análise ABC é um processo de classificação dedados envolvidos num processo de decisão, combase na sua importância relativa: valor mone-tário, disponibilidade, criticidade, etc. O objec-tivo é identificar os artigos mais relevantes (doponto de vista do valor financeiro, no casopresente) para o processo de tomada de decisão,para depois exercer sobre esses artigos um controlomais apertado. A designação anglo-saxónica paraa Análise ABC, "management by exception" ilus-tra precisamente este conceito de concentrar oesforço de gestão naquilo que é mais importante.

Pelo que atrás ficou dito depreende-se que po-derão ser vários os critérios em face dos quais seirão pôr em evidência alguns dos dados. Efec-tivamente assim é, e no caso vertente, que é odos stocks, múltiplas análises ABC se podem

efectuar. No caso do IGeoE, foi escolhido o valorfinanceiro correspondente à quantidade de arti-gos saídos de armazém.

Muito resumidamente, o método consiste noseguinte:

• Selecção de um critério de decisão;• Ordenação dos artigos por ordem decrescen-

te dos valores financeiros;• Determinação das percentagens cumulativas

dos valores financeiros;• Divisão dos artigos por classes, isto é, clas-

sificação.

Os resultados da análise permitem constataraquilo que constitui uma regra geral da análise:

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Figura 4 – Transferência do resultado da contagem do terminal para o sistema

Nº de artigos : Classe A < Classe B < Classe CValor Financeiro : Classe A > Classe B > Classe C

Figura 3 – Contagem dos artigos em armazém

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Exemplo de aplicação de uma análise ABC ao IGeoE

No caso do Instituto, a partir do inventário dofinal do 1º semestre, foi efectuada uma análiseABC, baseada nos valores financeiros por saídas,que abaixo se ilustra.

No caso vertente a variável de decisão selec-cionada é o valor financeiro por saídas dos artigos,e a análise ABC produz as seguintes 3 classes deartigos

• Classe A: inclui os artigos responsáveis por80% do valor financeiro das saídas de pro-dutos; é a classe de maior prioridade (maiorcontribuição em termos de valor financeiros)e é sobre esta classe que o esforço de gestãodeve incidir;

• Classe B: inclui os artigos responsáveis por15% do valor financeiro em stock (80%–95%); tem prioridade média, passando a teruma prioridade elevada quando os artigosem stock baixam de determinado valor.

• Classe C: inclui os artigos responsáveis por 5%do valor financeiro em stock (95%– 100%); é aclasse de menor prioridade pelo que o contro-lo dos artigos desta classe não é prioritario

Assim uma vez identificados os artigos "mais im-portantes" a sua gestão deve ser efectuada de umaforma mais rigorosa, e que se pode traduzir em:

• Efectuar inventários mais frequentes;• Determinar com rigor quando encomendar

novos artigos;• Determinar rigorosamente a quantidade de

artigos a adquirir;• Saber a quem adquirir.

Como resultado da análise ABC, podem serimplementadas outras medidas como:

• Codificação dos artigos;• Determinação dos níveis de stocks a manter;• Determinação e recomendação de produtos

obsoletos;• Implementação de ciclos de contagens perió-

dicas de artigos, com vista a uma monitori-zação mais frequente dos artigos "mais im-portantes". Esta estratégia pode inclusivamentelevar à dispensa de realização de inventáriosque não sejam estritamente obrigatórios porlei. Um exemplo de uma metodologia de ciclosde contagens periódicas de artigos pode ser:

– Os artigos da classe A devem ser todosprocessados em cada 2 meses;

– Os artigos da classe B devem ser todosprocessados em cada 6 meses;

– Os artigos da classe C devem ser todosprocessados em cada 12 meses;

– Diariamente é realizada uma contagemde artigos (X da classe A, Y da classe B eZ da classe C) por forma a garantir estesperíodos;

– A existência de discrepâncias entre os

Figura 5 – Software ERP

Figura 6 – Depósito Central de Cartas

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>> A gestão de stocks no IGeoE

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registos e o resultado da contagem pode-rá, caso excedam intervalos de tolerân-cia, dar lugar a nova contagem e even-tualmente a ajustes dos registos;

• Colocação dos artigos no armazém, comopor exemplo:

– Classe A – mais acessíveis e mais visíveis(até para facilidade de contagem maisfrequente);

– Classe B – em locais acessíveis, mas deacessibilidade eventualmente inferior aosprodutos da classe A (áreas de acessibi-

lidade intermédia);– Classe C – restantes locais do armazém.

Ainda com base no inventário do final do 1ºSemestre foi efectuada uma outra análise ABC,tendo sido desta vez utilizada como variável dedecisão a frequência de saída de artigos. Oobjectivo foi determinar os monos, isto é, osartigos sem movimento. Estes, logo que possível,foram retirados de armazém, uma vez que a suapresença apresenta custos sem qualquer contra-partida para o desempenho do IGeoE.

Figura 7 – Análise ABC aplicada à gestão de stocks do IGeoE com a separação dos artigos pelas classes ABC

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Conclusões

A certificação em Qualidade e Ambiente doIGeoE e o consequente comprometimento comprincípios, políticas e objectivos, implicou a as-sumpção de responsabilidades acrescidas ao nívelde gestão. Como reflexo deste comprometimen-to, a gestão deixou de se basear na estrutura hie-rárquica e passou a assentar em processos. Nestenovo modelo, a entidade básica de gestão é oprocesso, ao qual estão associados um gestor,objectivos, recursos, etc.

O processo “Armazenamento”, entre outrasactividades, inclui "Armazenar Produtos deCompras". Foi no contexto da gestão destaactividade que foi aplicada a Análise ABC, eface às suas conclusões foram tomadas algumasmedidas, como a monitorização mais frequentedos artigos mais importantes, e a eliminação dealguns monos, entre outras. Apesar de esta fer-ramenta ter sido aplicada num âmbito restrito,e de estarem a ser dados os primeiros passos nasua utilização, foi desde logo possível tomaralgumas decisões oportunas no âmbito da ges-tão de stocks. Estamos em crer que uma utili-zação alargada a outros tipos de artigos e aoutras ferramentas de gestão, abre boas pers-pectivas para ganhos de eficiência e eficácia nagestão do processo “Armazenamento” e conse-quentemente na gestão do IGeoE.

Estamos perfeitamente conscientes de que há

ainda um longo caminho a percorrer, e de queapenas aflorámos muito ao de leve os conceitose a prática de uma eficaz gestão de stocks. Noentanto, o rumo a seguir é seguramente este,para (cada vez mais) proporcionar à Direcção asvantagens da utilização de tecnologias e métodosmodernos e eficientes de apoio à decisão.

Bibliografia

– Zermati, Pierre , "A Gestão de Stocks", EditorialPresença, 5ª edição, Lisboa, Fevereiro de 2000.

– Braga, Miguel, "Gestão do Aprovisionamento",Editorial Presença, 1ª edição, Lisboa, 1991.

– Reis, Lopes dos, e António Paulino, "Gestãodos Stocks e Compras", Editora Internacional, 3ªedição, Loures, Maio de 2000.

– IONA College Operations Management -MBA-540, Fiermestad Jerry, http://web.njit.edu/~jerry/ OM/ch01.ppt

– Life Cycle Engineering Inc, Descrição do Mé-todo de classificação ABC: http://www.lce.com/pdf/abcclassification.pdf

– Carvalho, J. M. Crespo de, "Logística", EdiçõesSílabo, 3ª edição, Lisboa, Junho de 2002.

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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“Logistics word is becoming knowledge word”Marvin Collins

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Introdução

A era da informação e do conhecimento emque vivemos, tem evoluído significa-tivamente em toda a sociedade nos últi-

mos anos, particularmente no domínio das Tecno-logias de Informação, deixando às organizações,nas quais se inclui a instituição militar, um desafiopremente na sua adaptação e modernização. Énossa intenção que este conteúdo se constituanum acervo documental acerca dos SIG Militares,devido à sua pertinência e oportunidade, já queatravessamos uma era puramente digital, em quea informação assume um papel determinante nasorganizações, e que a rentabilização dos activoshumanos, recursos materiais e financeiros são umapreocupação constante dos chefes militares.

Este artigo teve por base um trabalho de investi-gação, intitulado "Sistema de Informação GeográficaMilitar no Apoio à Decisão (SIGMAD) – Contribu-tos para o Intelligence Preparation of the Battlefield(IPB)", realizado pelo autor entre 2003/04, noInstituto de Altos Estudos Militares. Assim, o nossoobjectivo principal consiste, na apresentação dosmeios e da forma como operam os outrosExércitos/Organizações, bem como perspectivarum modelo estrutural que corresponda às reaisnecessidades do apoio à decisão no ExércitoPortuguês nesta área do "saber". Naturalmente queo modelo deve estar adequado às especificidadese missão do Exército, quer em compromissosmilitares com o exterior, quer em apoio a missõesde interesse público no Território Nacional.

O nosso percurso metodológico iniciou-secom uma pesquisa bibliográfica e documentalsobre o tema em questão, complementado comentrevistas a entidades de reconhecido mérito ecom experiência nesta área do conhecimento.Definimos uma questão central "Como opera-cionalizar um SIG Militar no Exército Português?",de que decorreram sete questões subsidiárias, eforam levantadas algumas hipóteses orientadoras,que nortearam todo o trabalho.

Enfatizando apenas aquilo que nos parecemais relevante, organizámos este artigo em: en-

>>Como operacionalizar um SIG Militar através de uma Unidade de Análise Geográfica

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Como operacionalizarum SIG Militar através

de uma Unidade deAnálise Geográfica

Como operacionalizarum SIG Militar através

de uma Unidade deAnálise Geográfica

> Helder Perdigão, Major ArtDocente da Secção de Ensino da Táctica no IAEM.

Antigo oficial do IGeoE, onde prestou serviço cerca de oito anos

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG)têm um papel crucial em operações militares.

Os conceitos de Comando, Controlo,Comunicações, Computadores, Informação,

Interoperabilidade, Vigilância e Reconhecimento(C4I2SR) são largamente dependentes da

disponibilidade de informação rigorosa afim depermitir tomar decisões rápidas e sustentadas. Na era digital em que vivemos, os SIG são uma

ferramenta excelente para os chefes militares nasoperações. O uso de aplicações de SIG em forças

militares revolucionou o modo como estasoperam e funcionam. As forças militares usam osSIG numa grande variedade de aplicações comoa cartografia, informações do campo de batalha,

análise de terreno, logística, detecção remota,gestão de instalações, monitorização, etc.

O presente artigo dá uma breve visão de comose pode operacionalizar um SIG em aplicações

militares, através da criação de uma unidadeespecífica no âmbito do apoio à componente

geográfica, quer nas fases de planeamento ou naconduta de operações terrestres de nível táctico.

Com base em vários modelos existentes,baseados em unidades específicas para operar

com os SIG, perspectivamos uma possívelsolução para o Exército Português.

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quadramento, onde se destaca a nossa definiçãode SIG Militar; o apoio geográfico, onde realçamoscomo se trabalha a área SIG a nível operacional,num Corpo de Exército (CE) / Divisão (Div), e noseio dos principais Exércitos que se constituemcomo referência para a nossa doutrina; e umapossível solução para o Exército Português, comespecial atenção nos porquês do levantamentoduma unidade de cariz geográfico, possível mis-são, tarefas, recursos alocados e a sua inserção noSistema de Forças Nacional (SFN).

Enquadramento

Hoje mais do que nunca o que se projecta,planeia e decide aos vários níveis faz-se comrecurso a dados concretos, exactos e de qualidadee não em incertezas ou empirismos. A utilizaçãoda informação em formato digital permite efectuarmúltiplas análises e simulações, definir critérios eestabelecer condições aos dados que estãodisponíveis, tornando assim a tomada de decisãomais rápida, coerente, rigorosa e sustentada.

Para uma melhor compreensão e entendimen-to do conteúdo deste artigo, entendemos explicarsucintamente a estrutura intelectual que estevena génese do estudo e, definir desde já, aquiloque visualizamos como SIG Militar. Assim, umSIG Militar consiste num sistema de Base deDados (integrando hardware, software e dados),com capacidades específicas para gerir (adqui-rir, armazenar, actualizar, manipular, analisar evisualizar) informação geo-referenciada, parafins de planeamento, conduta, ou monitori-zação de operações militares.

O racional que esteve na essência do estudo,que aqui se encontra sistematizado, teve porbase: a análise do ambiente operacional comque os Exércitos se deparam na actualidade; olevantamento das fontes de informação neces-sárias para um SIG Militar, com especial incidên-cia na informação geo-referenciada, quer do tipográfica (modelos vectoriais e matriciais, modelosdigitais de terreno, fotografias aéreas, ortofoto-

cartas, cartas-imagem, etc), quer do tipo alfanu-mérica (com um ênfase acrescido no cadastromilitar, vértices geodésicos e toponímia); comointegrar a informação existente, com destaquenos principais software SIG do mercado, noconsiderável contributo do Global PositiningSystem (GPS), na análise de produtos que permi-tem a actuação dos Exércitos em todo o mundo(como o Vector Smart Map (VMAP) e o Digital Ter-rain Elevation Data (DTED)) e, os principais Gru-pos de Trabalho (GT) OTAN (fora de encontro ereflexão entre entidades responsáveis pela infor-mação geográfica militar), assim como, nos prin-cipais documentos que estes GT produzem, osStandard Agreements (STANAG's); um estudoconciso e aprofundado do Processo de Tomada deDecisão Militar (PTDM), com especial atenção àsua integração com os SIG e o IPB.

Quanto às áreas de aplicação dos SIG Militares,apenas expressamos que, inicialmente, foi umaárea considerada pouco amigável e só de especia-listas, todavia, hoje é altamente intuitiva manifes-tando-se numa tendência crescente em propor-cionar um incremento de capacidades nestaárea, tais como: nos sistemas de Comando eControlo (C2), nas organizações de cartografia,na gestão de instalações, na saúde e higiene, nossistemas de informações, na logística, na enge-nharia militar, no controlo de zonas minadas, noplaneamento de acções, na modelação, nasOperações de Resposta a Crises, na simulação,nos sistemas de vigilância e de reconhecimento,na monitorização, na análise do terreno, nainstrução e visualização, etc.

O apoio geográfico

Na área das Informações

Tendo por base o nível operacional da guerra noque respeita às informações, expresso no AlliedJoint Publication 2.1. - Intelligence Procedures,constatamos que na arquitectura do sistema deinformações, nomeadamente na composição do

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CJ-2 e mais especificamente no seio do módulode operações correntes (CJ-23), existe uma célulade análise geográfica do terreno que é respon-sável pela preparação e especificação de todo omaterial geográfico para um Quartel-General(QG) Combined Joint Task Force (CJTF). Esta cé-lula é constituída por especialistas em assuntosgeográficos, que desenvolvem estudos, avali-ações e análises de terreno, produzem dispo-sitivos geográficos para os briefingues do PTDM,elaboram apresentações ou outras aplicações,assim como dirigem e coordenam as actividadesgeográficas nos QG's das componentes.

No ARRC

O Allied Command Europe Rapid ReactionCorp (ARRC) possui no seu Estado-Maior (EM)uma célula Geográfica (Geo) na dependência daDivisão de Engenharia, que provê o aconselha-mento geográfico dentro do QG, constituindo-secomo a autoridade que coordena os assuntosgeográficos e é responsável pela formação, comvista a optimizar todo o apoio geográfico doARRC. Assim, o apoio geográfico no QG ARRC,baseia-se em funções chave de análise e visua-lização do terreno (tais como: a avaliação do ter-reno (declives, áreas arborizadas, obstáculos na-turais e artificiais, áreas urbanas, classificação darede viária, etc.), a influência das condições me-teorológicas no terreno (restrições ao movimento),eixos de aproximação, terreno decisivo, o IPB e asua ajuda no processo de tomada de decisão), naelaboração de produtos geográficos espaciais eapoio aos sistemas operativos.

Releva-se a dependência directa da Geo doChefe de Estado-Maior (CEM) do ARRC, assimcomo, a existência de outras sub-células Geo, aonível das células especialistas na dependência dosub-CEM para o apoio e do sub-CEM para o RearSupport Command.

No HRF Valência

Analogamente com o que acontece no ARRC,

também o High Readiness Forces (HRF) sediadasem Valência tem no seu EM, ao nível dasinformações, o G2 Geo Cell, com 3 equipas.Destas equipas, duas estão vocacionadas paratrabalhar no Posto de Comando (PC) Principal,Geo Ops, e uma para operar no PC Recuado,Geo Plans.

Trabalham com recurso ao sistema TerrainAnalysis (TERA), que adquire, analisa, e faz umaavaliação da informação geográfica natural eartificial, interpretando-a e perspectivando acon-selhamento sobre os efeitos do terreno nas ope-rações militares. Este sistema permite uma ele-vada produção cartográfica.

No Exército Alemão

As Forças Armadas (FA) Alemãs possuem os trêsramos clássicos mais uma área, de apoio centralque foi criada como o "4º ramo", que se deno-mina Streitkraftebasis. Este 4º ramo tem pormissão apoiar as operações e o funcionamentonormal das FA e, contempla no seu seio osServiços de Informação Geográfica.

Possuem especialistas em apoio geográfico noEM dos CE/Div. As unidades geográficas têmapoio dos serviços centrais e garantem apoiodirecto ao Exército na área da meteorologia, naanálise do terreno, na medição e na obtenção dedados regionais, tais como, os relacionados coma geologia, a biologia, a ecologia, a climatologia,etc. No que concerne à análise do terreno, esta égarantida por duas equipas especializadas, comequipamento à base de workstations, plotters degrandes dimensões, server de alta capacidade eviaturas tácticas, entre outro material.

No Exército Espanhol

A Unidade de Apoio Geográfico (UAG), sedia-da no Centro Geográfico del Ejército, é uma uni-dade independente, o que implica não estarintegrada organicamente em qualquer escalãotáctico. Depende normalmente do Oficial deInformações (G2) do QG da unidade que apoia.

>> Como operacionalizar um SIG Militar através de uma Unidade de Análise Geográfica

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Tem como missão principal proporcionar todo oapoio geográfico necessário ao desenvolvimentode qualquer tipo de operação e reforçar os ele-mentos orgânicos especialistas geográficos nosQG's. Assim, o apoio no terreno significa garantirnum prazo adequado, informação precisa doCampo de Batalha (CB) aos diversos escalões doscomandos operacionais. Esta responsabilidadeestá ligada às capacidades de adquirir e tratarinformação geográfica, gerir a respectiva Base deDados (BD), analisar o terreno, apresentar a in-formação, reproduzir e difundir a informação, eainda, garantir o apoio e a formação aos especia-listas geográficos das unidades.

A UAG é constituída por: um núcleo de manu-tenção, com 8 militares e 5 viaturas; um pelotãode dados (2 secções e 5 equipas), com 12 milita-res e 5 viaturas, que adquire e compila a infor-mação do terreno, assim como, realiza todos ostrabalhos topográficos solicitados; um pelotão deanálise (2 secções), com 8 militares e 3 viaturas,responsável por todas as acções de análise doterreno e uma capacidade limitada de impressão;um núcleo de produção (4 áreas distintas), com 15militares e 6 viaturas, com vista à reprodução degrande volume (através de plotters de diversosformatos e com capacidades diversificadas); umnúcleo de difusão (depósito e distribuição), com9 militares e 5 viaturas, responsável pela distribui-ção dos produtos geográficos produzidos.

Trata-se de uma unidade de composição modu-lar, podendo-se constituir em unidades mais ligei-ras. Está montada, basicamente, sobre sheltersnormalizados e aerotransportados. A estrutura,composição e capacidades desta unidade variaem função da natureza da missão.

No Exército Francês

Em termos estruturais o Exército Francês possui,no seu Comando de Forças do Exército, umaSecção de Geografia-Meteorologia (Section Géo-Météo) na Divisão de Informações Operacionaise uma Secção Geográfica Militar (em Vincennes),que são responsáveis pela concepção e utilização

dos meios geográficos do Exército. O 28º GrupoGeográfico (composto por militares de Artilharia,está sediado em Joigny) reagrupa os meios deaquisição e de produção de dados geográficos doExército e depende da Brigada de Engenhariaque é responsável pela aplicação dos meios geo-gráficos no terreno.

O apoio a uma operação, nomeadamentenum EM de CE, é feito através duma unidadegeográfica que é composta por um elemento decomando (3 oficiais e 2 sargentos), um elementode análise e um elemento de distribuição (depó-sito cartográfico de teatro com 1 oficial, 3 sargen-tos e 2 praças).

O Exército Francês dispõe de 4 equipas deanálise do terreno (do 28º Grupo Geográfico)onde são reagrupados e instruídos em tempo depaz, sendo postos à disposição dos EM deCE/Divisão para os exercícios ou em operações.Uma equipa de análise é constituída por 1 oficiale 4 analistas de terreno (2 sargentos e 2 praças) eestá equipada com material informático e dereprodução de gama civil, tais como: computa-dores com software SIG (ArcGIS ou MapInfo),scanner A3 e plotter A0. Os dados utilizados sãoos produtos militares normalizados (cartas rasteri-zadas, VMAP e DTED). Os dados disponíveis parao planeamento das operações estão armazena-dos em "Dossiers Géographiques" que são ela-borados a partir de fontes abertas e estudos espe-cíficos. Estes dossiers incluem, uma descriçãogeral da região (carta, recursos naturais, história,etc), a sua geografia (localização, altimetria,hidrografia, clima e ambiente), dados sobre po-pulação, política, economia, comunicações,transportes, problemas internacionais e cartogra-fia temática.

Quanto ao apoio directo às forças, este é ma-terializado através de duas Batarias Geográficas(do 28º Grupo Geográfico) que garantem, entreoutras tarefas, a ajuda ao posicionamento dematerial no terreno, equipamento e auxílio nanavegação em itinerários, levantamento topo-gráfico de obstáculos, linhas de alta tensão e ou-tros pormenores de terreno julgados conve-

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nientes e, apoio topográfico à actualização dacartografia.

No Exército Italiano

O apoio geográfico a nível Divisionário é garan-tido através de um oficial com a qualificação degeógrafo e um Sargento Cartógrafo/Geomáticona Secção de Meteo/Geo ao nível do EM da for-ça, mais concretamente na célula de Informa-ções.

Nos Comandos de Brigada e no RegimentoRISTAEW (Reconhecimento, Informações,Vigilância, Aquisição de Objectivos e GuerraElectrónica), existe um oficial geógrafo, umsargento cartógrafo/geomático e um foto-intérprete na respectiva secção de informações.

A missão genérica destes elementos é a deapoiar a decisão em termos de informaçãogeográfica.

No Exército do Reino Unido

O apoio geográfico no Exército do ReinoUnido é feito pelo 42º Regimento de Engenharia(42 Engr Regt (Geo)), através do Grupo de ApoioGeográfico (Geographic Support Group – GSG),que é constituído por dois Esquadrões Geográ-ficos (13º e 14º Geo Sqn), 1 Esquadrão de Pes-quisa (Svy Sqn) e 1 esquadrão de Topografia Inde-pendente (Indep Topo Sqn). Face ao tema abor-dado, destacam-se os dois Geo Sqn, em quetodos os militares são especialistas, os oficiais commestrados (em Defence Geographic Information)e as praças, com formação básica em EngenhariaMilitar e formação específica como técnicos dedados geográficos, de análise do terreno ou deprodução geográfica. Esta formação é ministradapela Royal School of Military Survey, que coloca osseus militares especializados na estrutura superiordo Exército e projecta equipas/células em todos osTeatros de Operações (TO).

A nível de TO existe um Chief Geographic Offi-cer (CGO) e cada Divisão/Brigada integra espe-cialistas geográficos no seu EM. Quando as solici-

tações geográficas excedem a capacidade dosespecialistas nestas unidades, há um reforço porparte do GSG.

A composição dos GeoSqn e das suas equipasgeográficas é modular e variável. Trabalham comsoftware Commercial Off The Shelf (COTS) e como sistema Tactical Information System (TACISYS).

Uma possível solução para o Exército Português

Os Porquês

Quando se pretende fazer o levantamento deuma nova U/E/O, a primeira questão que secoloca é o porquê desse levantamento agora?Pensamos que a Revolução de Assuntos Militares(RAM) que atravessamos é sem dúvida a carac-terística determinante de todo este processo, eque se pode resumir ao domínio do meio envol-vente pelo conhecimento, ou seja, na obtenção dasuperioridade sobre o oponente utilizando umapanóplia de meios e instrumentos tecnologica-mente evoluídos e inovadores, que têm por pilara informação. Aliado a este sistema "infocen-trado", também a recente legislação enquadranteda Defesa Nacional, como o Conceito Estratégicode Defesa Nacional e o Conceito Estratégico Mi-litar, dão ênfase, além das missões intrinsecamen-te militares, às capacidades de interesse públiconomeadamente na área da geografia e carto-grafia. Não menos importante é o próprio Exérci-to encontrar-se em plena fase de mudança ereestruturação.

A questão que agora se coloca é a do Porquê daexistência duma Unidade Geográfica? Comosabemos, no seio militar, existe uma panóplia dedados não explorados, com interesse significativopara o planeamento e conduta de operaçõesmilitares. Se houver meios, missões e tarefas bemdefinidas e alguém disponível para trabalhar essainformação, naturalmente que estamos a poten-ciar os dados existentes e a fazer um trabalhomais eficiente e profissional. Se quisermos abriro horizonte para missões fora do Território Nacio-

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nal (TN), não temos nenhuma unidade especiali-zada, com atribuições bem definidas e disponívelpara trabalhar esses dados de forma proficientee oportuna. Ao constituir-se esta unidade ren-tabilizar-se-ía os dados, os recursos materiais ehumanos (capital intelectual especializado exis-tente e de reconhecido know-how) disponíveis,com vista a apoiar à tomada de decisão emoperações militares ou outras, como as deinteresse público, no seio do TN, ou na satisfaçãodos compromissos internacionais.

Falta-nos agora saber o Porquê da designaçãoUnidade de Análise Geográfica (UAGeo)? Un-idade, para não estar agregada a nenhum escalãotáctico, devido à sua constituição variável e deser incorporada essencialmente por especialistas,assim como, evitar os relacionamentos intuitivosentre escalões tácticos e hierarquias dos respectivoscomandantes. Análise, por ser de facto a "pedra detoque" dos SIG, não bastando visualizar dados,mas percebê-los e geri-los adequadamente. Geo-gráfica, porque todos os dados necessários têmpor base a informação geográfica.

Missão, Organização e Tarefas

Se há necessidade duma unidade deste tipo ese o enquadramento actual é propício para a suainserção no SFN, então, qual será a sua missão?Face à panóplia de informação existente, às suasdiversificadas origens, à rapidez com que a mes-ma tem que ser gerida, ao ambiente multifaceta-do e multidimensional que caracteriza o actualCB e à diversidade de funções que podem sercometidas ao Exército, naturalmente que amissão deve ser abrangente. Esta missão tem

englobado na sua redacção todo o conjunto decapacidades que se julgam necessárias ao seudesempenho, porque cremos ser a forma maiscoerente e objectiva de a apresentar. Assim, amissão da UAGeo poderá ser a indicada no qua-dro em baixo.

Para fazer face a esta missão tão abrangente,então qual será a organização da UAGeo? Somosda opinião que deve ter uma constituição variá-vel e estar organizada de forma modular, parapermitir enviar Células de Análise Geográfica(CAGeo) aos escalões subordinados da força queapoia, afim de garantir um apoio efectivo, contí-nuo e oportuno. Tanto a UAGeo como asrespectivas células, devem guarnecer os PC e,reportam ao EM da força, mais especificamente aoCEM. Uma outra característica intrínseca resideno facto de poder ser projectável, com base emshelters, para fazer face às diversas solicitaçõesdentro e fora do TN. Na Figura 1, apresentamosum organigrama possível para este tipo de uni-dade.

As 4 CAGeo na sua constituição máxima têm,por racional, uma CAGeo para cada uma dasgrandes unidades de natureza operacional (ouBrigadas da Força Operacional Permanente doExército (FOPE)), e uma quarta CAGeo paraapoio das unidades de Apoio Geral, ou unidadesde apoio à componente operacional.

Quais são as tarefas específicas de cada Célula?A UAGeo – É responsável por toda a análise geo-gráfica necessária à força. A CCmd – Onde está oComandante da UAGeo, que se constitui comoprincipal conselheiro do Comandante e do EMda força, sobre toda a componente técnica dosSIG em apoio do PTDM (EM Técnico do Coman-

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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Apoia a força com um Sistema de Informação Geográfica Militar. Gere fontes de informaçãode diferentes proveniências e formatos; processa a informação geográfica digital com vista àsua gestão numa base de dados geográfica interoperável; produz e processa informação digitalque permita a execução de todo o tipo de análises do terreno; converte os dados digitaisproduzidos em informação analógica; mantém uma ligação directa com o Estado-Maior daforça apoiada; estabelece ligação e coordenação com unidades congéneres; actualiza acartografia da área de operações com recurso a meios do Sistema de Posicionamento Global.

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dante). Esta célula tem uma valência de apoiogeográfico ao Comandante da UAGeo, e aindatem a seu cargo toda a sua componente adminis-trativo-logística. Naturalmente que é esta célulaque planeia e coordena toda a actividade daUAGeo. A CLig – Responsável pela ligação como escalão superior à força (se houver), assim comoa ligação com organizações congéneres de âmbi-to nacional e internacional, com vista à permutade informação. Esta célula tem uma valência deapoio geográfico ao oficial de ligação. A CAGeo– Trata-se do "cérebro" da UAGeo. Possui 3 sub-células (aquisição, processamento e saída) comas seguintes incumbências: sub-célula de aqui-sição, responsável por pesquisar toda a informa-ção geográfica necessária à condução das opera-ções, introduzi-la no sistema, torná-la interope-rável e, sempre que necessário e possível,actualizar os dados com recurso a processos GPS;sub-célula de processamento, responsável pelagestão da BD geográfica, assim como, pelo pro-cessamento e análise de toda a informação geo-gráfica existente; sub-célula de saída, responsávelpela conversão e distribuição dos dados digitaisem analógicos, assim como por todo o controlo dequalidade dos dados.

Meios Humanos e Materiais

No que respeita aos Recursos Humanos (RH),

destacamos a formação específica necessárianeste tipo de unidade. A UAGeo para poderoperar em toda a sua plenitude e ininterrupta-mente necessitaria de: na CCmd e CLig, cadauma delas, ser constituída por 1 oficial, 2 sargen-tos e 1 praça; cada CAGeo composta por 1 oficial,3 sargentos e 4 praças. O Comandante daUAGeo deveria ser TCor/Maj, o Chefe da CLigseria Maj/Cap e os chefes das CAGeo seriamCap/Ten. Quanto à classe de sargentos estes seriamessencialmente SAj/1 Sar. Assim, a constituiçãomáxima seria de 40 militares (6 oficiais, 16sargentos e 18 praças), porém, devido à suamodularidade, pensamos que a sua composiçãomínima poderá ser de 10 militares (2 oficiais, 4sargentos e 4 praças), articulados por um núcleode Comando e Ligação e uma só CAGeo.

Quanto aos Recursos Materiais, não se preten-deu, neste artigo, ser exaustivo no seu levanta-mento nem alocar recursos financeiros aos mes-mos, pelo que apenas apresentamos os principaisequipamentos que estão relacionados com aárea dos SIG. Desta forma, devemos contemplarcomputadores/servidores, scanners e plotters devários formatos, software e sistemas de gravaçãode dados compatíveis com a situação requerida,GPS's de vários tipos e, naturalmente, viaturascom shelters. Na Figura 2 apresentamos, doisexemplos de viaturas (ligeira e pesada) adaptadaspara operar com a componente operacional.

>> Como operacionalizar um SIG Militar através de uma Unidade de Análise Geográfica

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Legenda:UAGeo – Unidade de AnáliseGeográficaCAGeo – Célula de Análise GeográficaCCmd – Célula de ComandoCLig – Célula de Ligação

Figura 1 – Organigrama da UAGeo

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Inserção da UAGeo na Estrutura Superior do Exército

Face às características da UAGeo, à suamissão e atribuições, julgamos que a sua inser-ção na estrutura do Exército pode ser analisadasob dois modelos diferentes: um primeiromodelo com uma perspectiva centralizada; eum segundo modelo com uma perspectivadescentralizada. Em qualquer destes modelosparece-nos evidente que a UAGeo deve teruma dependência técnica do Instituto Geo-gráfico do Exército (IGeoE). Pensamos que aformação inicial de todos os militares que com-põem a UAGeo deve ser ministrada por esteInstituto, já que possui capital humano especia-lizado em SIG, dispõe meios materiais actua-lizados e é detentor de uma panóplia de infor-mação extraordinariamente relevante.

Modelo Centralizado – Nestemodelo a UAGeo integraria a es-trutura do Comando Operacio-nal das Forças Terrestres (COFT),mais especificamente no seu EM,visto em tempo de paz ser oprincipal comando operacionalda estrutura superior do Exército.Analogamente com o que acon-tece ao nível operacional naOTAN, no ARRC, nos HRF e nageneralidade dos Exércitos dereferência, somos da opinião queo COFT é a estrutura militar quemelhor se assemelha para inte-grar a UAGeo. As principais van-tagens que se visualizam nestemodelo são: o COFT, ser o Co-mando que mais facilmente temacesso às fontes de informação,devido ao seu relacionamento anível OTAN, com as grandesunidades de natureza opera-cional e com as Forças NacionaisDestacadas (FND); a unidadeestar imediatamente disponível

para qualquer situação de emergência; os mili-tares que constituem a UAGeo estarem perfeita-mente sincronizados e treinados com os procedi-mentos operacionais necessários. Como princi-pais inconvenientes sobressaem: o elevado custofinanceiro, essencialmente em material, apenasafecto a esta actividade; a não rentabilização dosRH e materiais em outras atribuições, já que narotina do COFT este tipo de tarefas não são ne-cessárias; a não adequação desta unidade à reali-dade (actividade operacional) do nosso Exército;a dependência de terceiros quanto à cedência dedados e a respectiva assessoria técnica.

Modelo Descentralizado – Consiste num mode-lo em que a UAGeo integra o IGeoE, constituin-do-se como encargo operacional deste. O IGeoEdestacaria em permanência no COFT a sua CLig.Em períodos de actividade operacional, exercícios,

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Figura 2 – Viaturas tácticas de Unidades Geográficas

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ou sempre que solicitada, a UAGeo passaria a de-pender operacionalmente do COFT com a consti-tuição que melhor se ajustasse às necessidades.Neste modelo sobressaem as seguintes vantagens:a economia de RH e materiais afectos à UAGeo; arentabilização dos recursos afectos à UAGeo paraoutras tarefas; a formação estar junto da compo-nente operacional; a economia de recursos finan-ceiros a investir no levantamento da UAGeo; o rá-pido acesso à generalidade dos dados necessáriosà actividade operacional; a adequação à realidade(dimensão) do nosso Exército. Como principaisinconvenientes sobressaem: a demora na activa-ção de toda a UAGeo para efeitos operacionais, jáque existem RH e materiais afectos a outrasactividades; a integração menos eficiente entre acomponente operacional e a UAGeo.

Conclusão

Numa sociedade em permanente mudança,da qual nós militares não devemos ficar alheios,as competências dos RH e as novas tecnologiassurgem como requisitos chave para a criação deorganizações flexíveis e de excelência, tendocomo farol a potenciação de valor na organiza-ção. A actividade militar tem vindo a conheceruma enorme aceleração como resultado dasrápidas transformações do meio exterior, bemcomo da crescente dinâmica que é intrínseca aonovo ambiente estratégico.

As organizações militares estão a enfrentar desa-fios consideráveis como a introdução de sistemascomputadorizados para auxiliar o apoio à decisãodos Comandantes. Uma vasta gama de novastecnologias, incluindo software SIG, está agoradisponível na generalidade das organizações mili-tares mais avançadas do mundo, com vista a darresposta à natureza e à dimensão das alteraçõesrelacionadas com a RAM, como uma realidadeincontestável do TO. Assim, esta "revolução" con-figura-se como um sistema infocentrado, capaz deatingir efeitos cumulativos através da integraçãosimultânea de todas as suas capacidades.

Sistematizando os aspectos mais relevantesexpressos neste artigo, realçamos que:

• O Exército Português, já vive na era da infor-mação e do conhecimento no que concerneà área dos SIG, com bastantes processosautomatizados, existindo assim um conside-rável volume de informação em formatodigital;

• Os mais avançados Exércitos do mundo,utilizam os SIG, em planeamento e condutade operações militares, constituindo unida-des específicas para gerir a informação geo-referenciada, centralizando a acção dessasunidades nas estruturas superiores dos Exér-citos e das suas forças;

• Considerando-se fundamental o levantamen-to de uma UAGeo, pensamos que o modelodescentralizado é o que melhor serve o nos-so Exército. Assim, o IGeoE passaria a ter oseu quadro orgânico dotado de mais recur-sos, que permitissem inserir na sua consti-tuição, uma unidade especialista em apoiogeográfico, de cariz essencialmente opera-cional. É nosso entender que, numa fase ex-perimental e de implementação, a UAGeodeveria ter a sua composição mínima (10 mi-litares), não perdendo as suas características demodularidade, projectabilidade e de cons-tituição variável.

Terminamos deixando um desafio que julga-mos interessante, que consiste em analisar outrasaplicações que os SIG têm no âmbito da defesa emgeral e nas operações conjuntas e combinadasem particular, de forma a identificar outras solu-ções e outras visões. Por outro lado, não deixa deser verdade que este assunto não pode ser visto deuma forma hermética, já que pela sua próprianatureza e abrangência, os SIG são uma área do"saber" que muito têm por descobrir e que muitonos irão auxiliar no futuro, sobretudo na com-ponente militar da defesa. Fica feito o desafio nosentido de continuarmos na senda do progressoe da excelência, com vista a gerir com eficiênciaem tempos de mudança.

>> Como operacionalizar um SIG Militar através de uma Unidade de Análise Geográfica

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> Luis Nunes, Tenente-Coronel Art, Engº Geó[email protected]

> Paulo Araújo, Major Art, Engº Informá[email protected]

Introdução

A Informação Geográfica Digital (IGD) in-fluencia hoje, de modo decisivo, quasetodas as áreas da actividade humana.

Fazendo um elenco das mais banais actividadesdo quotidiano, desde o "duche" matinal até àscompras no supermercado, passando pelosmeios de transporte, é fácil descobrir o uso deinformação geográfica em uma ou mais com-ponentes do bem ou serviço em causa. É poresta razão que, por exemplo, a capacidade delocalização é por vezes catalogada, num sentidolato, "...como utility e colocada portanto a par daenergia eléctrica ou do petróleo..." [Gonçalo,2003].

Nestas condições, é natural reconhecer a gran-de dimensão do mercado existente e potencialdos Sistemas de Informação Geográfica (SIG),sendo a panóplia de software especializado deque se dispõe actualmente, disso um bom reflexo.

O Instituto Geográfico do Exército, tem sido ainstituição de produção cartográfica responsávelpor grande parte da IGD utilizada nos SIG, tantona esfera militar como na comunidade civil, sen-do o seu ex-libris a série M888 à escala 1: 25 000.

Contudo, da sua cadeia de produção têmvindo a ser gerados ao longo dos recentes anos,produtos menos conhecidos mas igualmenteúteis em diversos campos de aplicação, em for-matos distintos e sob as formas analógica ou digital,neste último caso nas variantes vector, matriciale raster. Assim, são exemplos disso:

– Séries NATO1 à escala 1: 50k e 1: 250k (nasvertentes Aérea e Terrestre);

– Ortofotomapas à escala 1: 5k e 1: 10k;– Imagens de satélite;– Mapas Itinerários à escala 1: 250k e 1: 500k;– Modelos digitais do terreno (com 8 metros,

30 metros e 90 metros de resolução).

O IGeoE, organismo certificado em Qualidadee Ambiente respectivamente pelas normas ISO9001 e ISO 14001, expressas na qualidade da

"IGEOE MAP":exploração e análise

de informaçãogeográfica

para navegação,educação e defesa

"IGEOE MAP":exploração e análise

de informaçãogeográfica

para navegação,educação e defesa

O "IIGGEEOOEE MMAAPP" é um dos projectosque tem sido desenvolvido pelo novoCentro de Desenvolvimento e Gestão

da Informação do IGeoE, e consistenuma aplicação simples mas robusta,que permite integrar o vasto leque de

produtos com origem na cadeia deprodução, disponibilizando ao públicoem geral, estabelecimentos de ensino

militares, unidades operacionais,universidades e escolas, um software

que permite uma fácil interacção,visualização, e exploração de

Informação Geográfica Digital,possibilitando ainda a utilização deequipamentos GPS em tempo real.

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1 – Organização do Tratado do Atlântico Norte

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sua cartografia, elevada precisão posicional,formatos e catálogos de objectos normalizados ede uma disponibilização quase imediata, temtambém como objectivo a divulgação e incre-mentação da utilização da sua IGD numa pers-pectiva de regularidade, pelas comunidadesmilitar e civil em Portugal, constituindo este umpermanente desafio a ultrapassar.

Infelizmente, grande parte dos utilizadores nãopossuem o conhecimento e a formação neces-sários para explorar as capacidades da IGD, ne-cessitando normalmente de poucos e não muitosofisticados requisitos. Os seus problemas assen-tam essencialmente no variado e complexo lequede ferramentas disponíveis no software comercial,elevado tempo de formação, compatibilidade daIGD adquirida com outros sistemas, bem como asua utilização com equipamentos GPS2 em tem-po real. Em resumo, parte dos utilizadores nãoprofissionais necessita de uma aplicação comfuncionalidades limitadas, simples de utilizar epassível de ser disponibilizada pelo organismoprodutor da IGD, entidade com quem possamdialogar em caso de dúvidas, ou implementaçãode requisitos especiais na sua utilização.

Para satisfação de um cada vez mais exigente

utilizador, o IGeoE tem desenvolvido e disponibilizado uma aplicação que permite uma utilizaçãoem modo isolado (stand-alone), mas tambémcom a capacidade de remotamente aceder auma base de dados contínua do território nacio-nal, a Base de Dados Geográfica (BDG) doIGeoE, através de: (1) rede Internet; (2) redeprivativa do Exército (Intranet); (3) transmissãorádio digital, em ambientes pervasivo e ubíquo,numa perspectiva cêntrica de serviços.

Requisitos funcionais

Dado que o software a desenvolver se destina-va principalmente à vertente militar, considerá-mos importante que pudesse ser utilizado emsistemas operativos Windows 98, 2000 e XP combaixos recursos de hardware, de modo que nãoimpossibilitasse o seu uso nos computadoresexistentes no Exército Português (com requisitosmínimos de RAM e disco livre inferiores a 32MB), e permitisse a sua utilização em compu-tadores portáteis do tipo Tablet PC, de modo agarantir a portabilidade por meios humanos,veículos e aeronaves.

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>> "IGEOE MAP": exploração e análise de informação geográfica para navegação, educação e defesa

Figura 1 – Rede rádio digital em ambiente pervasivo, híbrida, com transmissão e recepção de dados através de VHF e de Internet ou Intranet. Permite acesso à BDG por viaturas em Sta. Margarida e Posto de Comando local, e, simultaneamente a monitorização de dados GPS em Lisboa ou outro sítio, desde que disponha de ponto de acesso Internet

2 – Global Positioning System

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Outra característica fundamental a atingir, es-tava relacionada com tornar esta ferramenta ummeio para garantir a interoperabilidade entre osdiferentes formatos normalizados de IGD reco-mendados pela NATO, DGIWG3, NGA4, OGC5

e de outros organismos internacionais, líderes nodesenvolvimento de normalização em ambientede geoprocessamento.

Para garantir uma maior universalização, o soft-ware deveria permitir a transformação de IGDentre grande parte dos diferentes sistemas de refe-renciação existentes ao redor do Globo, de modoa assegurar a integração de cartografia existente oua adquirir, sobre teatros de operações e missões deapoio à paz exteriores ao território nacional.

A possibilidade de conexão a equipamentosGPS, assegurando a navegação e monitorizaçãoremota de veículos, aeronaves ou/e sistemas dearmas em tempo real, bem como o seu seguimen-to remoto em centros de comando, constituíramoutros dos requisitos de implementação. Tipica-mente, estes eram objectivos de ambiente perva-sivo, tornando-se necessário para os alcançar: (1)recepcionar a transmissão de dados através deuma rede rádio digital simples; (2) em caso deáreas muito dispersas utilizar equipamentos re-petidores de sinal (ver Figura 1); ou (3) de formahíbrida, com recurso à transmissão rádio de sinalconjuntamente com as estruturas existentes darede privativa do Exército Intranet ou da Internet.

Funcionalidades desenvolvidas

Tendo em conta os requisitos funcionais le-vantados no ponto 2, foram desenvolvidos estu-dos no sentido de determinar as funcionalidadese capacidades consideradas adequadas paraimplementação. Estas funcionalidades, foramagregadas numa série de ferramentas, sendo dedestacar as seguintes:

1)Visualização de informação vectorial, raster ematricial;

2)Análise por atributos e espacial;

3)Medição de distâncias e áreas;4)Georeferenciação de imagens adquiridas pelo

utilizador;5)Acesso remoto à BDG em ambiente pervasivo

e ubíquo;6)Impressão;7)Edição ou aquisição de dados;8)Transformação de coordenadas;9)Visualização tri-dimensional;10) Determinação de caminhos óptimos.

Para que fosse possível desenvolver as funcio-nalidades referidas, foi decidido implementar aaplicação "IGeoEMap" recorrendo à biblioteca deobjectos MapObjects 2.26, e utilizando como lin-guagem de programação o Visual Basic 6.

Algumas das razões para esta opção assentaramno simplificado ambiente de desenvolvimento efácil capacidade de adaptação aos requisitos pre-tendidos pelos utilizadores. Deve assim ser referi-da e destacada a capacidade de integração dosprincipais formatos produzidos pelo IGeoE, bemcomo dos utilizados pelos equipamentos e paísesem ambiente multinacional e de operações emsistema de coligação. Exemplo disso é a imple-mentação do formato Vector Product Format(VPF) utilizado para a produção do Vector SmartMap nível 1 (VMap17), como ilustrado na Figura 2.

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3 – Digial Geographic Working Group (grupo criado sob os auspícios da NATO)4 – National Geospatial Agency5 – Open GIS Consortium6 – O MapObjects 2.2 é um produto disponibilizado pelo Environmental System Research Institute (ESRI)7 – Projecto coordenado pelo então denominado National Imagery and Mapping Sciences, que cobre o território mundial à escala 1: 250 000, e no qual Portugal através

do IGeoE, foi nação participante de pleno direito

Figura 2 – Exemplo de visualização do formato VPF (informação relativa ao CD 83 do VMap nível 1), utilizado por muitos países em sistemas de armas, de comando e controlo e em ambiente multinacional em sistemas de coligação. Fonte de dados: IGeoE

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Algumas das funcionalidades complementaresinseridas e que podem ser visualizadas nas figurasseguintes são a possibilidade de funcionamentoem ambientes pervasivos e ubíquos (neste casoatravés de rede privativa do Exército – Figura 3),executar facilmente análises espaciais diversas,(Figura 4) e a ligação a equipamentos GPS. Estaúltima, integrada na aplicação "IGEOEMAP", pos-sibilita a importação e visualização de dados ori-ginados de receptores GPS, em tempo real. Aaplicação interpreta mensagens em formato Na-tional Marine Eletronic Association (NMEA), cujarecepção é feita através das portas de comu-nicações COM ou USB do computador. Assim, o

utilizador não tem mais do que activar a funçãopara ligar a porta de comunicações correspon-dente ao equipamento GPS, e, após ter recolhidoos dados desejados, desactivar a ligação permi-tindo que os da dos recebidos (mensagensNMEA) possam ser arquivados sob a forma deficheiros de texto, para posterior análise esimulação (Figura 5).

Além das funcionalidades anteriores, outrasforam implementadas focalizando especial aten-ção para a comunidade militar, consistindo em: (1)transformação de coordenadas de diferentestemas em praticamente qualquer sistema de re-ferenciação existente no Globo, a fim de permitir

Figura 3 – Capacidade de utilização em ambientes pervasivo e ubíquo. Ligação através de Intranet, estando a informação armazenadaremotamente na BDG do IGeoE,. Fonte de dados: IGeoE

Figura 5 – Ligação ao GPS, sendo possível visualizar o n.º de satélites, velocidade, hora, cota, rumo, data e as respectivas coordenadas. Fonte dos dados: IGeoE

Figura 4 – Pesquisa espacial (buffer), apoio a controlo de danos e segurança interna, estudo de edifícios afectados por simulação de explosão no Aeroporto da Portela. Fonte de dados: IGeoE

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operações entre diferentes ramos das forçasarmadas e de diferentes países; (2) georeferen-ciação pelo utilizador de imagens de satélite, fo-tografias aéreas ou outra informação geográficadigitalizada; e (3) visualização tri-dimensional.Estas não serão aqui objecto de detalhe.

Dados

Os dados utilizados para testar a aplicação"IGEOE MAP" derivam, por princípio, da infor-mação existente numa base de dados contínuado território nacional, a BDG [Martins, 2004].Contudo, embora o tipo de informação sejaidêntico (Ortofotos, Imagem de Satélite, ModelosDigitais de Terreno), o formato e o modo dearmazenamento da IGD são diferentes.

A aplicação pode ser utilizada acedendo à IGDnum servidor, e disponibilizada através duma re-de local a diversos utilizadores, ou sob a formadesconectada da BDG. Neste caso, a informaçãogeográfica normalmente é armazenada no discorígido do computador onde está instalada a apli-cação, ou num CD-ROM. Nestas situações referi-das, a informação tem que ser convertida doformato, estrutura e forma de armazenamentoque lhe é dado pela BDG (SQL Server 2000)para formatos passíveis de serem lidos pelo"IGEOE MAP" (ver Tabela 1).

Componentes da aplicação

Como referido anteriormente, a linguagem deprogramação de suporte utilizada foi o Visual Basic6, conjugada com o produto MapObjects2.2 da

firma ESRI, cujos componentes Activex são uti-lizados.

Os principais componentes MO2.2 utilizadossão a Legenda (Legend) que permite visualizar,ordenar e alterar os temas carregados no compo-nente Mapa (Map) que permite a sua visualização.Programaticamente é possível utilizar três com-ponentes que permitem a abertura de: (1) fi-cheiros vectoriais em formato shapefile; (2) fi-cheiros imagem em formato raster, e (3) CAD.

Foi desenvolvido o componente CRIPTOAPIpara que, durante a execução do programa, estefique funcional apenas na máquina em que de-corre esta operação. Para tal, baseado em algunselementos da máquina, incluindo o processador,é gerado um código único para cada computa-dor. Esse código, serve de base para gerar umachave criptográfica que permite a activação daaplicação, válida apenas para o computadoronde vai ser instalado o programa.

Outros objectos utilizados, foram o VPF paramanipulação de temas neste formato, e oVPFTREE para manipular a respectiva legenda.

Recorremos ao objecto MSCOM1 para contro-lar a entrada de dados através das portas decomunicações do computador tipo COM e USBpara conexão a equipamentos GPS. Após a liga-ção efectuada, um sub-componente (Parsing)interpreta os dados recebidos, permitindo a suaposterior visualização no mapa e/ou gravação emficheiro.

Síntese conclusiva

Com o "IGEOE MAP" pretende-se apoiar deforma mais directa as necessidades dos diversosutilizadores, sendo de destacar os estabeleci-mentos militares de ensino, unidades operacio-nais, forças de segurança e outros organismos noâmbito da defesa nacional, que poderão bene-ficiar duma ferramenta deste tipo.

Esta aplicação, desenvolvida tendo em vista essen-cialmente o apoio à componente militar, tem sidoobjecto de variados testes operacionais, possuindo

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Formato ExtensãoShapefile shpVPF vpfCAD dgn,dxf,dwgImagem bmp, jpg, jpeg, tif, tff, tiff, gis, lan,

bil, bip, bsq, sid, sun, rs, ras, rlc

Tabela 1 – Formatos lidos pelo "IGEOE MAP"

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no entanto valências comuns que podem pro-piciar a sua utilização também no âmbito civil. A suaversatilidade e a capacidade de rapidamenteserem efectuadas adaptações e pequenas alte-rações requeridas pelos utilizadores, capacitam-napara imensos campos de actividade.

No âmbito civil refira-se que o "IGEOE MAP"tem suportado as Delegações Regionais de Saúdede Beja, Évora e Portalegre nas suas missões deapoio médico-sanitário, estando previsto tam-bém, a curto prazo, a sua utilização pela DirecçãoRegional de Saúde do Algarve.

Após ter sido objecto de demonstração, estaferramenta proporcionou ainda o interesse daComissão de Investigação de Acidentes Aéreosdo Ministério das Obras Públicas Transportes eComunicações.

São múltiplos os possíveis desenvolvimentos aesta versão do "IGEOE MAP" agora apresentada.Destacamos como sendo os mais importantes,uma mais completa componente de transfor-mação de sistema de coordenadas para temas

raster (a que existe actualmente executa somentetransformações afim), o desenvolvimento de umacomponente de simulação de voo, alargamentodas possibilidades de análise tri-dimensional e amelhoria da funcionalidade de análise de redes.

Do ponto de vista militar, importa desenvolverainda algoritmos para a leitura de outros formatosinternacionais, nomeadamente o CMRG (Com-pressed Military Raster Graphic) e outros, paragarantir uma melhor interoperabilidade e inte-gração de dados, em ambientes operacionais deforças em sistema de coligação.

Referências bibliográficas

• Gonçalo, V., (2003): "VISUALMAP". Aponta-mentos não publicados, Instituto Superior Técnico.

• Martins, P., (2004): "A Informação Geográficado Instituto Geográfico do Exército na Web".Conferência ESIG 2004.

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Figura 6 – Diagrama de componentes (em linguagem UML), com a ligação a equipamentos GPS, criptografia baseada nos dados do processador do computador, leitura de VPF e MO 2.2

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> Luis Nunes, Tenente-Coronel Art, Engº Geó[email protected]

1. O projecto

O projecto CADRG (Compressed Arc Di-gitized Raster Graphics), visa produzirinformação geográfica respeitante ao

Globo Terrestre, para os diversos sistemas de armas,de comando e controlo, e de simulação, tentan-do colmatar uma lacuna existente no universo deprodutos nacionais disponíveis, no que respeita àárea das novas tecnologias de informação, voca-cionadas para a vertente militar. Os requisitosmais importantes assentam na elevada velocidadede leitura e visualização, bem como no potentealgoritmo de compressão, dado que se pretendetambém a sua utilização para navegação em tem-po real, em aeronaves muito rápidas, com poucadisponibilidade de memória, e de processamentonos avionics existentes a bordo.

Este projecto surge pelo reconhecimento dosucesso e da importância de um outro em for-mato vector, o VMAP1 (Vector Smart Map, Nível1), iniciado em meados da década passada, como objectivo internacional de cartografar todo oglobo terrestre, à escala 1:250 000. A motivaçãocomum aos países envolvidos, consistia tambémem facilitar a permuta e manuseamento de infor-mação, e consequentemente a interoperabilida-de, tendo cada organismo produtor de VMAP1que disponibilizar a informação produzida aosseus congéneres dos outros países. Este projectofoi coordenado pelo então denominado NIMA(National Imagery and Mapping Agency) dosEstados Unidos, e está praticamente terminado,tendo Portugal contribuído com a sua quota par-te, o que tem permitido obter cartografia para osdiversos teatros de operações onde estão coloca-das Forças Nacionais Destacadas (Timor, Bósnia,Kosovo e mais recentemente Iraque).

Similarmente, o CADRG nasce para permitir oaproveitamento da riqueza e precisão dos dadosem formato raster adquiridos para a produçãodas cartas às diversas escalas produzidas peloIGeoE, tirando partido da experiência adquiridaem sistema de co-produção e desenvolvida atra-vés do projecto supra citado. A escala base e

Produção nacionalde CADRG

Produção nacionalde CADRG

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consequentemente mais importante para serproduzida em CADRG, seria no entanto, nestecaso, a da cartografia considerada ideal pelocombatente moderno nas mais variadas opera-ções militares, ou seja, a escala 1: 50 000. Con-tudo, dado existirem mais séries que são respon-sabilidade do IGeoE, nomeadamente decorrentesdos nossos compromissos nacionais com a NorthAtlantic Treaty Organization (NATO), como a JointOperations Graphics à escala 1: 250 000 com avariante Air (para a aviação do Exército, Marinhae Força Aérea), decidiu-se produzir todas asséries desde a escala 1: 50 000 até à 1: 500 000,com a perspectiva do facto de este formato ser outilizado pelo sistema Mission Planner do aviãoF-16 Fighting Falcon, recentemente adquirido comoupgrade da nova esquadrilha, bem assim comopor ser um dos formatos do sistema de comandoe controlo da Força Aérea Portuguesa, além deoutros inúmeros equipamentos militares, comosejam o caso dos helicópteros EH-101 Merlin.

Podem ainda ser mencionados os seguintesfactores, considerados importantes para a pro-dução do CADRG:

1 – Existência de informação digital disponível em formato raster;

2 – Estrutura normalizada perfeitamente definida;3 – Algoritmo de compressão extremamente

potente.

Quanto às impressões recolhidas através dosorganismos produtores internacionais, pode di-zer-se que o CADRG conquistou a confiança deum vasto número de utilizadores (inicialmenteapenas na comunidade militar, mas posterior-mente e cada vez mais na comunidade civil), quelhe reconhecem as seguintes vantagens:

• compatibilidade. A estrutura dos dados ima-gem utilizado é compatível com uma grandevariedade de aplicações e pode ser lido porquase todos os software comerciais, comosejam o GeoMedia, o ArcGIS e o MapInfo;

• integração. A facilidade de integração com

quaisquer dados geográficos desde quedevidamente geo-referenciados, o queindirectamente está relacionado com anormalização;

• independência. O formato é independentedo software (consequentemente é um forma-to neutro) e é também aberto, logo, qualquerpaís pode produzi-lo desde que assim odeseje;

• flexibilidade. Se o utilizador necessitar podeapenas ver e manipular as células imagemque desejar;

2. As normas

As entidades que produzem, distribuem ou uti-lizam informação geográfica a qualquer nível,beneficiam naturalmente, com a utilização denormas. A normalização facilita o armazena-mento, a modelação, e a automatização de pro-cedimentos, independentemente de serem osprodutores de informação de base, ou os pró-prios utilizadores.

Em 1983, foi constituída uma comissão inter-nacional que apesar de não ser considerada umgrupo de trabalho militar surgiu sob os auspíciosda NATO com a designação DGIWG (DigitalGeographic Information Working Group). Nãosendo um organismo oficial dessa organização,os trabalhos de normalização do DGIWG têmsido reconhecidos e adoptados através da suarepresentação na Conferência Geográfica NATO(NGC). O objectivo do grupo era definir regraspara a produção de informação geográfica,criando assim estruturas de normalização de da-dos para facilitar o intercâmbio de dados geográ-ficos independentemente de ser informaçãovectorial, raster ou matricial.

O documento mais conhecido cuja produçãopertence ao DGIWG é o DIGEST (Digital Geo-graphic Information Exchange Standard), conce-bido com o objectivo de normalizar a produção

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>> Produção nacional de CADRG

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de informação geográfica, permitindo assim atroca dessa informação entre diferentes entidadesprodutoras e/ou utilizadores. O fundamento debase deste documento é a troca de dados entrediferentes sistemas sem a necessidade de tra-dutores, o que requer dados uniformes e com-patíveis quanto ao modelo, à estrutura e aoformato. A importância do DIGEST é reconhe-cida, sendo classificado como STANAG 7074(NATO Standardization Agreement 7074) tornan-do-se o documento base da co-produção entrenações, de diversos produtos de suporte a apli-cações civis e militares.

Para atingir o objectivo normalizador, o DIGESTsurge com quatro partes: a 1ª Parte contém umadescrição geral da norma; a 2ª Parte descreve mo-delos teóricos, estruturas de transferência e suasespecificações; a 3ª Parte possui códigos e parâ-metros e a 4ª Parte é um dicionário de dadosconstituído por um esquema códigos para features,atributos e valores desses atributos designadoFACC (Feature Attribute Coding Catalogue).

O acordo de normalização MIL-C-89038,constitui a componente das especificações milita-res para a produção de CADRG.

2.1 Data vertical e horizontal

Uma das áreas desenvolvidas e objecto detrabalho, a parte dos códigos e parâmetros (queengloba os data), teve o seu trabalho simplificadopela utilização universal de equipamentos GPS.Constituiu assim, um meio de resolver as dificul-dades de normalização do posicionamento emtermos planimétricos, com o datum WGS84 a seradoptado pela NATO como o elipsóide e pontoorigem padrão para representação de Informa-ção Geográfica Digital, juntamente com um siste-ma de coordenadas geográficas (sistema ARC).

Relativamente à normalização sobre altimetria,os desafios que são colocados (trabalhos quecontinuam) podem ser melhor apreciados se forrecordado que: (1) a navegação marítima preocu-pa-se com o nível mais baixo das águas do mar;(2) a cartografia terrestre mostra o relevo em rela-

ção ao nível médio das águas do mar; e (3) anavegação aérea está principalmente preocupa-da com a altura dos objectos acima da superfícieterrestre. Isto provoca uma lacuna de informaçãona zona entre a baixa-mar e o nível médio daságuas do mar, além de um erro quando se trans-forma a cota obtida no GPS medida a partir docentro da Terra, para a cota ajustada e disponibi-lizada ao utilizador. Assim, no caso do CADRG ede todos os produtos geográficos NATO, foidefinido como datum horizontal o WGS84, sen-do o datum vertical o existente no documentoorigem do qual a informação é derivada (no casonacional, o nível médio das águas do marregistado pelo Marégrafo de Cascais).

Para efectuar a transformação de datum dacartografia origem para o sistema WGS84, de-vem ser utilizados os parâmetros e fórmulasreduzidas de Molodensky, de acordo com oexpresso no DMA Technical Report, "Supplementto Department of Defense World Geodetic Sys-tems 1984, Part II - Parameters, Formulas, andGraphics for the Pratical Application of WGS84".

2.2 Sistema de referência

Quanto ao sistema de referência, no seu esta-belecimento e definição pode ser tido em contaum de dois pontos de vista. Por um lado, umavisão restrita onde os requisitos do sistema estãogeograficamente limitados, tal como um "Sistemade Informação Terrestre", em que, uma aproxi-mação ao "mundo plano" pode ser adoptada,com toda a informação geoespacial subjacentecodificada num sistema de quadrícula local (talcomo o sistema Hayford Gauss Militar/Datum deLisboa, para o território continental português).Isto pode ser conveniente para um "sistemafechado", tendo em conta que a quadrícula locale os dados têm como base os parâmetrosgeodésicos, necessários para relacionar ainformação com o mundo real, e também osrequisitos práticos de modo a proporcionar umsistema de referência único para um SIG.

Numa outra perspectiva, o sistema pode ser

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requerido para proporcionar apoio a uma escalaglobal (permitindo por exemplo "ligar" o territóriocontinental às regiões autónomas, visto que asRegiões Autónomas dos Açores e Madeira têmcomo sistema mais recente o UTM/WGS84. Si-gnifica assim que não existe uma cartografia debase contínua, para navegar do continente até àsregiões autónomas no mesmo sistema de referên-cia, interagindo com funções de navegação emtempo real e de posicionamento, e neste caso,uma solução "mundo redondo" é essencial. Emtermos práticos, a exactidão absoluta de um sis-tema de quadrícula dilui-se sistematicamentecom o afastamento da origem do datum, ou seja,o limite aceitável da exactidão (maior erro pos-sível) tem o seu valor no limite de uma zona daquadrícula. Por razões práticas, grande parte dasséries de mapas militares mostram a quadrículade dois (ou mais sistemas), por exemplo, na árealimite de uma zona da quadrícula. Como resul-tado, uma localização distinta de um ponto noterreno pode ser representado com coordenadasdiferentes numa base de dados geográficos com-posta por imagens raster, com cada representa-ção associada a uma quadrícula de referênciadiferente. Existem também problemas técnicosadicionais, ao efectuar a função warping comuma quadrícula raster para efeitos de visualizaçãoa pequena escala, o que constitui um problemaadicional às dificuldades e um factoe potenciadorde erros.

Para satisfação dos requisitos de interopera-bilidade nos níveis de emprego de forças, combi-nado e conjunto, foi feita a adopção de um únicosistema de referência, essencial para os sistemas decomando, controlo, comunicações e informaçõesmilitares. Como resultado, todos os produtos nor-malizados dos diversos organismos militares deprodução de informação geográfica, passaram ater como sistema de referência o ARC/WGS84, afim de assegurar uma posição distinta para cadapixel armazenado numa base de dados geográfica.O sistema ARC, embora requeira transformaçãode coordenadas a partir dos documentos origem,não deforma contudo, excessivamente, os dados na

maior parte do Globo ao efectuar a função war-ping. Isto é uma vantagem significativa, quandocomparado com outras projecções que introdu-zem deslocamentos consideráveis nos dados,provocando uma degradação significativa naqualidade posicional da imagem visualizada. Daíque, quase todos os produtos geográficos NATO,incluindo o CADRG, possuem este sistema dereferência.

2.3 Precisão horizontal e vertical

A precisão horizontal dos produtos CADRG de-pende da precisão do documento origem do quala informação é derivada. Não deve ser superior adois pixels após a transformação da imagemoriginal (warp), e depois de efectuado o processode compressão de dados, designado por VectorQuantization (descrito mais à frente). No caso daescala 1: 50 000, dado que o pixel tem um ta-manho real de 5 metros, equivaleria no produtofinal a uma precisão superior a 10 metros.

A precisão vertical, é a mesma do documentoorigem do qual a informação é derivada, ou se-ja, 50 metros por exemplo para o caso da esca-la 1: 250 000.

2.4 Precisão radiométrica

A fidelidade radiométrica RGB (red, green eblue) dos produtos CADRG consiste apenas numarepresentação das cores do documento origem.Isto significa que a harmonização de cores entrefolhas diferentes da mesma série, não é efectua-da através deste processo de produção. Durantea compressão de dados são objecto de ênfase ocontraste da imagem, a clarividência e a legibili-dade, em detrimento da fidelidade da cor ori-ginal. Existe assim uma perda de cor, na transfor-mação da imagem original de 24 bits (palete de16.7 milhões de cores) para 8 bits (máximo de216 cores no CADRG, permitindo reservar 40cores para outras aplicações) que para efeitosoperacionais não é considerada significante. As216 cores são definidas numa tabela (LUT) com

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216 entradas, em que a 217ª é o valor da cor de-finida para "transparente".

2.5 Algoritmo de compressão

Como referido anteriormente, um dos grandesfactores potenciadores deste produto é o seualgoritmo de compressão. A compressão espacialutiliza um algoritmo denominado Vector Quanti-zation (VQ) que emprega um kernel de compres-são de dimensões 4 X 4, com 4096 entradas decódigo (ver descrição pormenorizada no ponto 3).

2.6 Disposição de frames

A imagem ou imagens que constituem os ma-pas e cartas, para uma visualização em temporeal mais rápida como referido anteriormente,necessitam de ser divididas em sub-imagens de1536X1536 pixels, tendo como identificador dereferência um código designado por radix. Esteprocedimento destina-se a permitir uma indexa-ção a fim de possibilitar uma pesquisa e disponi-bilização mais célere ao utilizador. Por umaquestão de normalização, tanto o mapa de refe-rência como a legenda vão ter também umadimensão equivalente ao das sub-imagens(1536x1536 pixels).

3. Vector quantization

Devido à importância deste algoritmo na pro-dução do CADRG, consistindo no passo funda-mental que vai permitir acelerar a velocidade devisualização e compressão dos dados, torna-seimportante verificar, demonstrar e realçar a suautilização e aplicação.

3.1 O algoritmo

O VQ é um método da compressão baseado noprincípio da codificação por blocos, em que existeperda de dados na totalidade do seu processo. É umalgoritmo de base de partida fixa para uma base

de chegada fixa, no que respeita à dimensão. Emtempos mais remotos, foi considerado um dosproblemas matemáticos mais interessantes, devidoà necessidade de integração multi-dimensional.Em 1980, Linde, Buzo e Gray (LBG), propuserama concepção de um algoritmo VQ baseado numasequência de treino. O uso desta sequência detreino evitava a necessidade de integração multi-dimensional. Um VQ que seja concebido e de-senvolvido usando este tipo de algoritmo é nor-malmente designado como LBG-VQ.

Um VQ não é nada mais que um estimador. A ideia, é semelhante à do "vizinho mais pró-ximo" (o número inteiro mais próximo). Umexemplo de um VQ a 1 dimensão pode ser des-crito pela Figura 1.

Nesta representação, cada número menor que-2 está aproximado a -3. Cada número entre -2 e0 é aproximado a -1. Cada número entre 0 e 2 éaproximado a + 1. Cada número maior do que2 é aproximado a + 3. É de realçar que osvalores aproximados são representados apenas

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Figura 1 – Um exemplo de Vector Quantization a uma dimensão

Figura 2 – Um exemplo de Vector Quantization a duas dimensões

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por 2 bits (00, 01, 10 e 11). Na realidade istonada mais é do que um VQ de 2 bits de 1dimensão. Podemos dizer que tem uma razão de2 bits/dimensão.

Um exemplo de um VQ a 2 dimensões pode serdescrito pela Figura 2.

O princípio é muito parecido com o dos Dia-gramas de Voronoy, em que cada par de núme-ros que caia numa região particular, é aproxima-do a uma estrela vermelha associada aquelaregião. É de realçar que existem neste caso 16regiões e as correspondentes 16 estrelas vermelhas,em que cada uma delas pode ser representadapor 4 bits. Assim, estamos na presença de um VQde 4 bits a 2 dimensões. A sua razão é também de2 bits/dimensão.

Nos dois exemplos acima, as estrelas vermelhassão chamadas vectores-código e as regiões defi-nidas pelas fronteiras azuis são chamadas regiõesde codificação. O conjunto de todos os vectores-código é designado por codebook e o conjunto detodas as regiões de codificação é chamado parti-tion (partição do espaço).

O problema de concepção de VQ pode serexpresso como: “Dado um vector conhecido, com todas as suaspropriedades estatísticas conhecidas, dada umamedida de distorção, e dado um número devectores-código, descobrir um codebook (o con-junto de todas estrelas vermelhas) e uma partição(o conjunto de linhas azuis) que resulte na mini-mização da distorção média.”

Supomos que para isso, existirá uma sequênciade treino consistindo em M vectores conhecidos:

Este sequência de treino pode ser obtida apartir de uma base de dados com dimensão ele-vada. Por exemplo, se a fonte é uma imagem de30000 X 30000 pixels, então a sequência de trei-no pode ser obtida pelo registo de valores de várias

matrizes menores de dimensões 1536 X 1536. Ésuposto ser suficientemente grande de modo a

que todas as propriedades estatísticas da fontesão capturadas pela sequência de treino. Supon-do que os vectores conhecidos são K dimensionais,que N é o número de vectores-código e aindaque

em que C representa cada codebook. Cadavector-código é K dimensional, ou seja,

Se Sn for o conjunto de todas as regiões decodificação associadas ao vector-código Cn e P,fazendo

representar uma partição do espaço. Se o vectorconhecido Xm estiver na região codificada Sn, en-tão a sua estimação (representada por Q(Xm)) é Cn:

Assumindo uma medida do erro quadráticomédio da distorção, ela é pode ser obtida por:

em que:

O problema pode ser resumido a: dado T e N,encontrar C e P, de modo a que Dave sejaminimizado.

3.2 Critério de optimização

Se C e P forem soluções para a condição deminimização, então deverão ser satisfeitas asseguintes duas condições:

3.2.1 Condição do vizinho mais próximo:

Esta condição estabelece que a região codifica-da Sn deve consistir de todos os vectores queestão mais próximos de Cn do que qualquer

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outro vector-código. Para os vectores que seencontram nos limites (como as linhas a azul),qualquer tipo de procedimento serve para distin-guir a que região pertencem.

3.2.2 Condição de centróidePara cumprir esta condição, o vector-código Cn

deverá ser a média de todos os vectores de treinoque se encontrem na região codificada Sn. Para serpassível de implementação, deverá ser considera-do que pelo menos um vector treino deve per-tencer a cada uma das regiões codificadas, garan-tindo assim que o denominador da equação abaixo indicada nunca atinge o valor 0.

3.3 Funcionamento prático

O Vector Quantization é composto de duas ope-rações. A primeira é designada por encoder (codi-ficador), e a segunda tem a denominação de deco-der (descodificador). O codificador pega num vec-tor e gera uma saída com o índice correspondenteao vector-código que apresentar a mínima distorção,calculada esta através dos procedimentos matemá-ticos acima mencionados. Assim que a região codi-ficada mais próxima for encontrada é determinadoo seu índice, sendo este enviado através de umcanal de comunicações, rede ou disco rígido parao codificador que o substitui pelo valor da região.

A operação de descodificação será a inversa

desta, e podemos ter uma noção mais prática dasduas, através da figura a seguir representada.

4. Produção

As séries objectivo de produção neste projecto,eram a série NATO M782 à escala 1: 50 000, asérie NATO 1501-JOG-Air à escala 1: 250 000 ea Carta Itinerária 1: 500 000, a fim de poder serutilizada como TPC (Tactical Pilotage Chart) parapermitir maior segurança nas operações aéreas.O software utilizado para gerar estes documen-tos, de acordo com as especificações do CADRG,foi o MGE com as aplicações Microstation, Z/IImage Analyst, Z/I Coordinate Operations, Z/I GridGeneration, o CADRG Formatter e o CADRG Va-lidator.

Os documentos atrás mencionados encontra-vam-se em formato TIFF, sistema de cor RGB, sis-tema de coordenadas Hayford Gauss Militares/Datum de Lisboa, com um tamanho de pixel de25 metros, no caso da escala 1: 250 000.

Seguidamente, vai ser efectuado um resumodas operações mais importantes efectuadas du-rante os diversos processos de produção.

4.1 Transformação de datum

A informação de origem encontra-se normal-mente, no sistema Hayford Gauss Militares/Da-tum de Lisboa, em formato TIFF1 de 24 bits. Osistema para o qual se pretende transformar ainformação é, como foi referido anteriormente,o ARC/WGS84. É de salientar que para este pro-cedimento recorreu-se ao módulo Z/I CoordinateSystem Operations, tendo por base o ficheiro deentrada, e definindo também para este as pro-priedades ARC/WGS84 no seu sistema de coor-denadas secundário, a fim de servir de base àtransformação.

Os valores considerados foram a diferença nocoeficiente de achatamento entre os dois eli-psóides, diferença de comprimento dos seus eixosmaiores e os três parâmetros de translação de

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Figura 3 – Operações de codificação e descodificação, os valores deentrada são os vectores-código (Input Vector) e os codebook permitem adefinição de um índice associado a uma região ou intervalo de valores. Para a descodificação o índice permite saber qual o codebook, e daí obter o valorpara o vector de saída (Output Vector)

1 – Tagged Information File Format

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origem dos dois data.Na execução da transformação utilizou-se

um sub-comando denominado PXFORM, emque os dados de entrada são o ficheiro inicial(HGM_LISBOA.dgn, com os dois sistemas decoordenadas ) e em que o ficheiro de saída,tem como sistema de referência definido o finalpretendido (ARC_WGS84.dgn).

Como resultado final da transformação po-demos ver a Figura 4, com a sobreposição do car-tograma das frames do CADRG na imagemobjecto do warp, para o território continental.

Podem ser observados os efeitos da transfor-mação de coordenadas no próprio formato daimagem. A imagem original é rectangular, justa,não contendo espaços com falta de informação,enquanto que a imagem transformada apresentaáreas de lacuna de informação, devido ao alar-gamento da imagem (a preto), ficando com umaforma trapezoidal.

4.2 Aquisição da legenda

A legenda visa apresentar de um modo com-pacto e de fácil leitura para o utilizador, parte dosobjectos que aparecem no mapa ou carta. Nocaso do CADRG existe uma limitação para aprodução desta legenda, que assenta no seutamanho máximo, que é de 1536X1536 pixels.Para efectuar a sua aquisição, é necessário recor-rer-se ao programa Image Analyst.

4.3 Mapa de referência

O mapa de referência destina-se a auxiliar outilizador na utilização correcta das frames doCADRG. Para isso é necessário sobrepor o ficheiro.DGN que contém as frames, ao da imagem daqual se pretende gerar o mapa de referência, apóso que, é efectuado um resampling de modo a queo conjunto vector/raster fique também com umtamanho máximo de 1536x1536 pixels, de acordocom a norma internacional (ver Figura 6).

4.4 Vector Quantization

Tendo agora recolhido todos os dados neces-sários à produção das respectivas séries, e após

>> Produção nacional de CADRG

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Figura 4 – Carta Itinerária de Portugal 500k, transformada de HGM/Lisboa para ARC/WGS84

Figura 5 – A legenda deve obrigatoriamente ter a dimensão 1536 X 1536 pixels

Figura 6 – O Mapa de Referência deve obrigatoriamente ter a dimensão de 1536 X 1536 pixels

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estarem no respectivo sistema de referência final(ARC/WGS84), é necessário executar o processode compressão dos dados e de alteração da reso-lução. Para isso, o processo a seguir é a utilizaçãodo algoritmo de Vector Quantization, tendo queser escolhidos no mapa, na legenda e no mapade referência, zonas representativas das cores dacarta, ou seja, zonas em que exista se possível,uma amostra de todas as cores existentes domapa. Como recomendação feita pelo próprioSTANAG, é desejável que a área mínima a selec-cionar tenha 4096X4096 pixels, tendo em aten-ção as cores finais do produto. Estes 4096X4096pixels vão constituir o conhecimento a introduzirno sistema, os denominados no algoritmo descri-to no ponto 4 como vectores-código. Eles darãoorigem ao processo iterativo, com a finalidade deexistirem no final apenas 216 cores por docu-mento, ou seja, a determinação dos índices doscodebook que vão permitir relacionar as coresfinais com as originais (Figura 7).

Após estes dados serem obtidos, podemos en-tão executar os procedimentos tendentes à suaimplementação, recorrendo ao software ImageAnalyst.

4.5 Resampling e produção de frames

Um dos aspectos não referidos para o sistema

ARC, é que ele se baseia num sistema de referên-cia adoptado internacionalmente e descrito numdocumento designado por Compressed RasterProducts (CRP). Está definido nesse documentouma divisão do Globo em zonas numeradas, eem que, para cada zona e para cada escala vaiser definido um valor do pixel nos sentidos Norte--Sul e Este-Oeste, ou seja, as dimensões normal-mente não são iguais em ambos. No caso dePortugal (incluindo as Regiões Autónomas), en-contra-se incluído na zona 2. Para efectuar a de-terminação dos dados correspondentes a deter-minada escala e extensão geográfica, bem assimcomo o número de frames que irão ser geradaspara partir a imagem, é necessário recorrer aosoftware CADRG Formatter. Por exemplo, na sé-rie JOG 1: 250 000, para uma origem de 43º emlatitude e de 10ºW em longitude, e para uma ex-tensão do território nacional longitudinal de 6º ede 4º na extensão latitudinal, vamos ter de efec-tuar um resampling da imagem para umas di-mensões do pixel no sentido E-W de 37.46metros e no N-S de 37.50 metros (0.0004461 e0.000337 graus decimais respectivamente). Issoorigina a necessidade de dividir a imagem em 6X 13 sub-imagens (Figura 8).

Repare-se ainda que nos é indicado, em quevalores de latitude e longitude deve ser partida aimagem de modo a gerar as frames do CADRG.Como exemplo, a primeira frame tem a designa-

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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Figura 7 – O processo de Vector Quantization tem que ser executado para a imagem, a legenda e o mapa de referência

Figura 8 – Informação sobre a partição da imagem com as designações radix

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ção radix de OOA7N, correspondendo à framedo canto superior esquerdo, e assim sucessiva-mente (OOA7P, OOA7Q...).

4.6 Resultados finais

Para se poder apreciar a mudança operada naimagem com a utilização dos algoritmos atrásmencionados, vamos efectuar a comparação entreo documento original e o resultado final emCADRG. Para isso, vamos utilizar a série JOG 1501à escala 1:250 000 (Figura 9). A mesma imagemapós a transformação de coordenadas para osistema WGS84, tendo sido sujeita ao processo deVector Quantization e de resampling, de modo aficar de acordo com a norma internacional.

Será de salientar que:

1)As cores se tornaram menos claras e distintas(passagem de 24 bits para 216 cores comagrupamento das mesmas);

2)A resolução do píxel baixou de um valor de 25metros na imagem original para 37.46metros no sentido E-W e 37.50 metros nosentido N-S;

3)Devido à transformação do sistema HGM/Lisboa para ARC/WGS84 houve uma "distor-ção" dos objectos, estando agora com umaspecto expandido e menos definidos (note-se a zona "Base Aérea do Montijo").

Produção final e estruturação dos dados

Para efectuar a produção da estrutura final doproduto CADRG, vamos recorrer novamente aosoftware CADRG Formatter, a fim de podermosdefinir quais as imagens que vão ser utilizadaspara legenda, mapa de referência e como áreade produção, para cada uma das séries. Alémdestes elementos, têm que ser inseridos umconjunto de metadados relativos ao produto quese está a produzir, ao organismo produtor, eclassificação de segurança (no cabeçalho NTIF).

No caso de a série ser classificada, deve ser

>> Produção nacional de CADRG

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Figura 10 – Informação a inserir para efectuar a formatação final, de acordo com as normas internacionais do CADRG, incluindo o grau de segurança e a codificação utilizada

Figura 9 – A imagem de cima corresponde ao mapa original, tendo a imagem de baixo sido sujeita a transformação de coordenadas e a Vector Quantization

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indicada qual a codificação a utilizar, e o grau desegurança entre outras informações, para nãopermitir o livre acesso aos dados.

A estrutura final de dados, a que obedecetipicamente um produto final em CADRG, consistenuma directoria RPF (Raster Product File), comum ficheiro denominado A.TOC onde está conti-da a informação do número e designação dasframes, uma sub-directoria ou várias onde estãolocalizadas as frames, um ficheiro do mapa de re-ferência (overview) e um ficheiro com a legendada carta ou mapa. O esquema pode ser visuali-zado na Figura 11.

As frames depois de produzidas ficam comuma dimensão de 1536X1536 pixels (2359296pixels), sendo estas constituídas por trinta e seissub-frames de 256X256 pixels (ver Figura 12).Cada sub-frame é depois numerada do canto

superior esquerdo para o inferior direito, para ummais rápido acesso e análise dos dados, permi-tindo uma visualização adequada em tempo real,mesmo a velocidades muito elevadas. Todas estasdefinições tendentes à celeridade, constam dasnormas internacionais.

Síntese conclusiva

Considerando que a nível militar, uma das de-finições de interoperabilidade internacionalmenteaceite, consistir na "...capacidade de sistemas,unidades ou forças em proporcionar serviços a,e/ou, aceitar serviços de outros sistemas, unidadesou forças, em que, através do emprego dos servi-ços objecto de troca, conseguem operar eficiente-mente em conjunto...", rapidamente se concluique especialmente a IGD e outros serviços a elaassociados, constituem uma das prioridades dosorganismos militares de produção de dados geo-gráficos, e das agências de normalização nestamatéria.

O conjunto de funções de uma cadeia de pro-dução para o formato e especificações CADRG,ainda envolve alguma complexidade, tendo sidodescritos apenas os procedimentos principais, naelaboração das diversas séries cartográficas queeram propostas para este projecto. Para aduzir dasua importância, deve ser salientado que as sériesproduzidas e atrás referidas, se destinam a serutilizadas nalguns sistemas de comando e contro-lo, e para efectuar o planeamento, condução enavegação em tempo real de missões, ou simplessimulação, recorrendo a Mission Planners.

O produto final consiste em informação geo-gráfica digital normalizada, em formato raster,utilizável no âmbito da NATO, e cumprindo maisum dos compromisso e responsabilidades donosso país dentro do seio da Aliança.

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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Figura 11 – Estrutura de directorias e localização de ficheiros doCADRG, como definido no acordo de normalização militar MIL-C-89038

Figura 12 – Estrutura de frames e sub-frames para um mais rápido acesso e visualização dos dados

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1. Introdução

O projecto DIGINI (Disponibilização deInformação Geográfica pela INternete Intranet), está a decorrer desde Abril

de 2004 no Centro de Desenvolvimento e Ges-tão da Informação (CDGI). O projecto em cursoveio possibilitar ao IGeoE dispor de uma base dedados (BD) contínua de todo o Território Nacio-nal integrando os produtos por si produzidos. A arquitectura foi implementada de forma fasea-da, modular e escalável, permitindo que no futu-ro possa ser complementada com funcionalidadesadicionais. Destas funcionalidades destacam-sea possibilidade de apoio ao trabalho de campo,a produção cartográfica, a disponibilização etransacção (comercial e/ou gratuita) de informa-ção na Internet e Intranet. A Fase I, agora con-cluída, consiste na disponibilização de Informaçãona Internet, para o público em geral e a Fase IIna disponibilização de Informação na Intranetpara as Forças Armadas.

A Fase I do projecto desenvolvida em parceriacom a ESRI Portugal e concluída em Setembrode 2004 percorreu diversas etapas que aquiprocuraremos expor.

2. Arquitectura do sistema

A arquitectura implementada baseia-se numasolução conhecida. Uma base de dados empre-sarial (SQL Server 2000 com sp3a), como reposi-tório de dados, o ArcSDE (versão 8.3), como ele-mento de ligação ao servidor de dados ArcIMS(versão 4.01) que permite explorar a BD via WebBrowser ou via ArcGIS (versão 8.3 com sp3). AFigura 1 ilustra a solução implementada.

3. Estruturação da base de dados geográfica

Nesta etapa procedeu-se a um levantamentoexaustivo de todos os produtos e tipo de dados aincluir na base de dados. A segunda etapa, na

>> A informação geográfica do Instituto Geográfico do Exército na Web

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A informaçãogeográfica do

Instituto Geográficodo Exército na Web

A informaçãogeográfica do

Instituto Geográficodo Exército na Web

> Paulo J. dos Santos Martins, Major Inf, Engº Geógrafo

Estamos na era da Informação e não sepassa um dia em que não sejamos

lembrados de que assim é. Qualqueracontecimento mais bizarro, horrível ousimplesmente caricato passado no maisrecôndito lugar do planeta é trazido ao

nosso conhecimento apenas algumashoras após a sua ocorrência.

Indubitavelmente um dos veículosprivilegiados desta nova era é a Internet.

O Instituto Geográfico do Exército (IGeoE)não deve, não pode e não quer alhear-se

desta realidade. Assim, como produtor dedados geográficos, o IGeoE lança-se

finalmente na demanda da publicação,divulgação e, eventualmente,

disponibilização da sua vasta informaçãona Internet. Neste, singelo e

despretensioso, artigo pretende-sedescrever, de algum modo, a

metodologia, os objectivos, os sucessos eos percalços deste percurso.

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nossa perspectiva crucial para o êxito do projecto,consiste na modelação da base de dados (Catálogode objectos, atributos, regras de integridade, etc.).Da análise efectuada (Tabelas 1 e 2), foi possívelconstatar que os dados apresentavam caracterís-ticas diversas no formato, na escala no datum, naextensão geográfica, etc. Obviamente, perante

uma tão grande diversidade de dados, existe anecessidade de testar e aferir qual a melhor formade os armazenar. A Equipa adoptou como regra oarmazenamento da informação em diferentesbases de dados, de acordo com:• Escalas ou resolução diferentes• Diferentes data, elipsóide ou projecção• Extensão geográfica muito grande (caso DTED)

4. Carregamento da informação

4.1. Informação raster

Obviamente, perante uma tão grande diversida-de de dados, existe a necessidade de diferentesabordagens de carregamento. Um dos problemascom que a Equipa de projecto se deparou, foi a

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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Figura 1 – Arquitectura implementada

Tabela 1 – Síntese da diversidade da informação raster

Formato/ Escala/ designação Datum/ Elipsóide / Projecção Notas

TIF/1:25K/M888 (Continente) WGS84/ WGS84/Gauss Falsa Origem 200K,300K

TIF/1:25K/M889 (R.A. dos Açores) WGS84/ WGS84/UTM Fusos 25N/26N

TIF/1:25K/P821 (R.A. da Madeira) WGS84/ WGS84/UTM Fuso 28N

TIF/1:50K/M782 (Continente) Lisboa/ Hayford /Gauss

TIF/1:250K/M586 (Continente) Lisboa/ Hayford /Gauss

TIF/1:250K/1501A (Continente) WGS84/ WGS84/---

TIF/1:250K/1501G (Continente) WGS84/ WGS84/---

TIF/1:250K/250k_G_Ocidental (R.A. Açores) WGS72 /WGS72/ UTM Fuso 25N

TIF/1:250K/250k_GcentralOriental (R.A. Açores) WGS72 /WGS72/ UTM Fuso 26N

TIF/1:250K/250k_Madeira (R.A. Madeira) WGS72 /WGS72/ UTM Fuso 28N

TIF/1:500 000/Carta Militar Itinerária WGS84/ WGS84/UTM Fuso 29N

TIF/1:5 000/Ortofotos WGS84/WGS84/ Gauss

TIF/ -- /Imagem de Satélite SPOT (10M) WGS84/ WGS84/---

DTED1/--/DTED nivel2 WGS84/ WGS84/--- Resolução 1''

DTED/--/DTED nivel2 DTED_Ilhas WGS84 /WGS84/---- Resolução 1''

1 – DTED (Digital Terrain Elevation Data)

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existência de diferentes tabelas de cores nos fi-cheiros em formato TIFF da cartografia com amesma escala (caso das séries 1:25k), e que obri-gou a um pré-processamento de modo a poder"mosaicar" todas as imagens raster dessa escala.

Outra questão considerada foi a necessidadede processar um grande volume de informação.Existem duas formas básicas para se efectuar ocarregamento da informação raster na base dedados:• ArcGIS – através da interface gráfica da

aplicação do ArcCatalog (Figura 2).

• SDERASTER – por linhas de comando (Figura 3).A utilização da segunda opção não é viável pa-ra carregamento massivo de dados (não é prá-tico nem eficaz escrever 500 ou 600 linhas naprompt do DOS) por este motivo desenvolve-ram-se scripts executáveis em modo batch deforma a rentabilizar o tempo disponível. Estaopção revelou-se muito eficaz, nomeadamenteno carregamento da informação raster.

O facto de se pretender que a informação fi-casse armazenada de forma contínua, levantououtras questões, nomeadamente a necessidadede identificar a zona a que corresponde determi-

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Figura 2 – Importação do raster para a Geodatabase no ArcCatalog

Tabela 2 – Síntese da diversidade da informação vector

Formato/ Escala/ designação Datum/ Elipsóide / Projecção Notas

Limites Administrativos WGS84/WGS84/ /Gauss Falsa Origem 200K,300K

Reportório Toponímico Lisboa/ Hayford /Gauss Falsa Origem 200K,300K

Limites Administrativos Açores_Ocidental WGS72 /WGS72/ UTM Fuso 25N

Limites Administrativos Açores_CentralOriental WGS72 /WGS72/ UTM Fuso 26N

Limites Administrativos Madeira WGS72 /WGS72/ UTM Fuso 28N

Reportório Toponímico Açores_Ocidental WGS72 /WGS72/ UTM Fuso 25N

Reportório Toponímico Açores_CentralOriental WGS72 /WGS72/ UTM Fuso 26N

Reportório Toponímico Madeira_PortoSanto WGS72 /WGS72/ UTM Fuso 28N

1:25K/DGN2 WGS84/WGS84/ Gauss

1:25K/GWS3 Lisboa/ Hayford /Gauss VMAP3 em GeoMedia

1:250K/VPF4 WGS84/WGS84/----- VMAP1

1:250K/GWS WGS84/WGS84/UTM Layer Aeronáutico

2 – DGN - Design file 3 – GWS - GeoWorkspace4 – VPF - Vector Product Format

Figura 3 – Ficheiros batch

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nado número de Folha, a actualização de deter-minada área no mosaico, a possibilidade da exis-tência de metadados para diferentes selecções deáreas/zonas, a extracção da informação paradisponibilização com os respectivos metadados,etc. Clarifiquemos a situação com dois exemplosconcretos:Exemplo1 – Se for pretendida uma área queabrange as Folhas 374 e 375 da Carta Militar dePortugal, série M888, escala 1:25K, naturalmentehaverá necessidade de extrair da BD apenasessas Folhas e respectivos metadados.

Exemplo2 – Foram publicadas as novas folhas227, 226 e 228 da Carta Militar de Portugal,escala 1:25k, cujo voo foi realizado em 2xxx etrabalhos de campo em 2xxx. Essas Folhas serãodigitalizadas, georeferenciadas e posteriormenteinseridas no mosaico da escala 1:25k, devendo,obviamente, os metadados destas Folhas seremdiferentes dos metadados da restante informaçãodo mosaico.

Um outro problema que surge na implemen-tação deste projecto tem a ver com a perda doformato nativo, de alguma da informação (exem-plo do DTED), após a sua inserção na base dedados. Será possível extrair esta informação emformatos específicos, quer para o formato de ori-gem quer para outro distinto?

4.2. Informação Vectorial

4.2.1. Limites AdministrativosConsiderou-se de interesse inserir na base de

dados informação vectorial de apoio aos dadosraster, com o objectivo de complemento dainformação e enquadramento. Estes dados refe-rem-se a Limites Administrativos, Distritos, Con-celhos e Freguesias (fonte Instituto GeográficoPortuguês), no formato shapefile. Para estes dadosnão foi feita qualquer modelação prévia, isto é,não respeita um Catálogo de objectos, não foramdefinidos atributos por objecto nem regras deintegridade. Esta opção foi tomada porque se

entendeu que se trata apenas de elementos deenquadramento não necessitando, portanto, deobedecer a um catálogo fixo.

3.2.2. Reportório Toponímico de Portugal Os dados do Reportório Toponímico encontra-

vam-se num formato tabular, numa base de dadosAccess. Carregou-se a tabela na aplicação ArcMaputilizou-se o comando "Add x,y Data"e obteve-se umevento de pontos (Figura 4) que depois éexportado para o formato feature class SDE.

4.2.3. Layer AeronáuticoO Layer Aeronáutico é um produto vectorial à

escala 1:250 000, originalmente armazenado noformato Warehouse – Geomedia. O carregamen-to na base de dados exigiu a exportação dos seuslayers para um formato intermédio, ou seja, a in-formação foi convertida para Shapefile (geometriae atributos). As shapefiles do tipo ponto que ori-ginalmente representavam anotações são car-regadas na aplicação ArcMap e é feita a rotulagemcom base no campo Text String. Após terem sidodefinidas os parâmetros de exibição dos rótulos,define-se uma escala equilibrada para que todosos textos estejam visíveis e convertem-se paraanotações. Esta conversão é feita com o comandoConvert Label to Annotation, existente no menude contexto do layer. Terminado o processo decarregamento dos dados do Layer Aeronáutico foifeita a sua simbolização visível na Figura 5

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Figura 4 – Exportação do event XY data para uma feature class SDE

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4.2.4. VMAP Nível 1O VMap tem o formato VPF (vector product

format) que implementa a norma DIGEST5 e ca-tálogo FACC6. Pode ser importado para a base dedados SDE de duas formas, através da ferramentaImport to Geodatabase à VPF to Geodatabase, doArcToolbox ou com auxilio da ferramenta VPF toPersonnal Geodatabase (script disponível na páginasuporte da ESRI, referência AS13305). A segundahipótese tem a vantagem, relativamente à primeirade, ao converter um formato no outro, estruturar osvários objectos em grupos temáticos. Terminado oprocesso de conversão, podemos ver na Figura 6,que a base de dados criada, foi preenchida comas feature class seleccionadas e agrupadas emFeature Datasets temáticos.

Uma vez terminada a conversão dos ficheiros vpfpara a personnal geodatabase poder-se-ão trans-

ferir os dados para a base de dados ArcSDE,utilizando o comando Import Feature Class toGeoDatabase, do ArcToolbox. O senão evidenteé que o formato vpf original se perdeu e caso sejanecessário terá que ser novamente gerado.

4.2.5. VMAP 3O produto VMap3 foi originalmente pensado

para a produção de VPF à escala 1:25 000 tendosofrido diversas modificações. Actualmente conti-nua a respeitar a norma DIGEST e o catálogoFACC, embora tenham sido acrescentados códi-gos nacionais. A opção por esta norma e catálogoresulta da concatenação dos seguintes factores:

• Serem de uso corrente em termos interna-cionais.

• Terem sido usados com sucesso no VMAP17

• Estar prevista uma nova produção de cober-tura do globo terrestre, pelo grupo de traba-lho internacional MGCP8, nas escalas 1:50k e1:100k tendo como suporte o DIGEST e oFACC

O modelo de dados VMAP 3 implementadoem GeoMedia serviu de base (com alguns ajustes)para o modelo implementado em ArcGIS. Apenaspara fazer uma ideia do grau de complexidadedeste trabalho refere-se que o modelo tem 105Features cada uma das quais pode ter existênciacomo Área, Linha ou Ponto (Tabela 3).

Cada uma destas features tem vários atributoscodificados, numéricos ou de texto. A base domodelo desenvolvido é uma feature datasetdesignada por VMAP3. Exigências relacionadascom a validação da geometria e de atributos dosdados, obrigaram à criação de um único datasetonde serão armazenadas todas as feature class.Foram definidas regras topológicas para as featu-res, essencialmente, regras do tipo:

• Polígonos: must not overlap;• Linhas: must not have dangles, must not

overlap, must not intersect, must not selfoverlap, must not self intersect;

• Pontos: must be covered by line.A base de dados VMAP3 pretende constituir-

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Figura 5 – Aspecto final do Layer Aeronáutico, após ter sida definida a simbologia

Figura 6 – Resultado final da conversão de vpf para geodatabase

5 – DGIWG-Digital Geographic Information Exchange Standard 6 – FACC-Feature Attribute Coding Catalogue7 – VMAP1- Vector Smart Map Level 18 – MGCP-Multinational Geospatial Coproduction Project

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-se num repositório para a informação vectorialà escala 1: 25 000. Estes dados, originalmenteem DGN, terão que ser mapeados para o catá-logo FACC. Por este motivo foi desenvolvida umaaplicação denominada GeoConv para facilitar atarefa. Na Figura 7 podemos ver o resultado obti-do com recurso a esta aplicação.

5. Criação e gestão de metadados

No âmbito deste projecto foi desenvolvida umasolução completa para a criação, visualização,publicação e consulta de Metadados. Esta solu-ção comporta a criação/visualização de Metada-dos para qualquer tipo de dados suportados pelatecnologia ESRI. Para além destes dados foi

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Tabela 3 – Exemplo de modelo de dados do VMAP 3

FCODE-FEATURE NAME GEOM ATRIBUTOSAL070-VEDAÇÃO (FENCE) Linha FTI Tipo de Delimitação (Fence Type Indicator)

000 Desconhecido (Unknown)001 Metal (Metal)002 Madeira (Wood)005 Arame Farpado (Barbed Wire)808 Sebe ou Valado999 Outro (Other)

LEN Comprimento (Length / Diameter of Point Feature)-32767 Desconhecido (Unknown)

NFN Identificador Alfanumérico (Name Identifier)Desc (Desconhecido)

PFH Altura Predominante (Predominant Feature Height)-32767 Desconhecido (Unknown)

USE Uso (Usage) 000 Desconhecido (Unknown)006 Privado (Private)049 Público (Closed)999 Outro (Other)

VEG Tipo de Vegetação (Vegetation Characteristic) 000 Desconhecido (Unknown)051 Arbustos (Herb/Shrub)055 Com Árvores (With trees)999 Outro (Other)

Figura 7 – Pormenor do resultado da conversão

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também implementada a criação/visualização deMetadados ao nível da feature (Metafeatures).Para a publicação via WEB dos metadados, osmesmos terão que estar armazenados num basede dados ArcSDE.

5.1.1. Arquitectura da solução

A solução envolve 4 componentes (Figura 8):• Servidor de Dados: Base de Dados ArcSDE• Servidor WEB: ArcIMS com MetaDataExplorer

instalado• Posto de trabalho: ArcCatalog 8.3 (com/sem

aplicação MetaFeatures)• Posto de consulta: WEB Browser

Todos os dados deverão estar centralizados nu-ma base de dados ArcSDE, de modo a estaremdisponíveis de igual forma para todos os utiliza-dores, quer de edição, quer de consulta via WEB.

5.1.2. MetaDataExplorerOs dados deverão estar armazenados em ArcSDE

e poderão ser de qualquer um dos tipos suportados

pelo software ESRI. É no entanto de salientar queapenas os temas com metadados criados e publi-cados aparecerão disponíveis no MetaDataExplorer.

5.1.2.1. Serviço de ImagensPara o MetaDataExplorer funcionar com todas as

suas funcionalidades deverá ter um serviço deimagens (criado no ArcIMS) associado a ele.

5.1.2.2. Serviço de MetadadosPara a disponibilização dos Metadados, torna-

-se necessário criar um serviço de Metadados noArcIMS. Este serviço é criado de forma seme-lhante aos serviços de imagens mas é necessárioter em atenção algumas especificações. O fichei-ro de ajuda do ArcIMS (Creating MetaDataServi-ce) é um bom guia. Após o serviço ter sido criado

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Figura 8 – Esquema da Arquitectura para criação e gestão Metadados

Figura 9 – Serviço de imagens usado para pesquisas espaciais

Figura 10 – SInstalação e visualização do serviço de metadados no ArcCatalog

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deverá ser adicionado ao ArcCatalog (no postode trabalho de criação dos Metadados). Para talbasta executar o ArcCatalog e na lista de itens ir atéa Internet Servers, e de seguida fazer duplo clickem Add Internet Server (Figura 10).

5.1.2.3. CustomizaçãoO site do MetaDataExplorer pode ser todo cus-

tomizado desde as imagens a apresentar até àdisposição de todo o site. Ainda não está dispo-nível para público. Originalmente o site será seme-lhante à imagem da Figura 11.

5.1.3. MetaFeaturesNo âmbito deste projecto foi desenvolvida uma

solução para o ArcCatalog, que permite a ediçãoe consulta de Metadados ao nível da Feature. Estaferramenta possibilita ainda a sincronização dosmesmos com o ArcSDE, sendo estes automatica-mente disponibilizados via WEB.

O objectivo desta ferramenta é a criação/visua-lização de metadados ao nível da feature, comoexemplo poder-se-á ter um mosaico de imagens eassociar a cada imagem metadados diferentes.

5.1.3.1. Funcionalidades da aplicaçãoA Tabela 4 sintetiza e descreve as principais

funcionalidades da aplicação.

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Figura 11 – MetaDataExplorer

Tabela 4 – Funcionalidades da aplicação Metafeatures

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As Figuras 12 e 13 mostram as possibilidadesda aplicação e a forma de criar metadados.

6. Disponibilização da informação na Internet

Em paralelo com o carregamento de informaçãona BD, foi preparado um site onde é disponibili-zada/visualizada a informação existente na base de

dados. Embora passível de melhoramentos, estãoa funcionar, entre outras, algumas das funcionali-dades indicadas na caixa abaixo.

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Figura 12 – Vista geral da janela com um tema carregado

Figura 13 – Esquema para a criação de Metadados

Logótipo identificativo do IGeoE

Barra de ferramentas

Overview – Mapa que indica a zona que está visível no mapa principal ou clicando sobre ele navega, nomapa principal, para a zona escolhida.

Aspecto dos separadores Temas e Legenda

Pesquisa

Elementos do site

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6.1 Visualização de Metadados

São disponibilizados dois tipos de metadados:• Um primeiro que é visualizado através de

um clique no "ícone" (numerado com 1A naFigura 14) situado junto ao nome do tema(na tabela de conteúdos) e que nos mostra osmetadados do tema (numerado com 1B naFigura 14).

• Um segundo que é visualizado, quando estáactiva a ferramenta "Visualizar Metadados"(numerado com 2A na Figura 14) através deum clique no mapa principal da carta apare-cendo uma janela (numerado com 2B na Figu-ra 14) que nos indica as cartas das quais épossível ver metadados da zona escolhida.

7. Conclusões

A equipa de projecto desenvolveu esforços pa-ra que os trabalhos progredissem, se nem semprecom a rapidez almejada, pelo menos com a segu-rança e firmeza necessárias a um projecto destaenvergadura. Apesar destes esforços ainda não

foi possível atingir a totalidade dos objectivos ini-cialmente definidos. Ainda estão a ser desenvol-vidas as seguintes funcionalidades:

• Função de routing, utilizando a informaçãoda rede viária do VMap1

• Visualização 3D, de preferência dinâmica, • Modelos hipsoméricos, de exposição solar,

de declives e vertentes, de velocidade e di-recção do vento, de temperaturas, de plu-viosidade, de crescimento vegetal, etc

• Layer com zonas vistas e não vistas a partir dedeterminados pontos dominantes

• Possibilidade de associar um conjunto deimagens (visualização dinâmica) ou vídeoque mostre uma panorâmica de determin-ado local

• Layer com as coberturas aerofotográficas, as-sociando a área aos diferentes voos existentes,

• Informação geral que reflicta a situação rela-tiva à produção do IGeoE:– O que está restituído vs rasterizado/vec-

torizado– Grau de actualização, por décadas (enten-

da-se ano dos trabalhos de campo, ediçãodas folhas)

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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Figura 14 – Metadados

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• Gerar perfis de forma dinâmica, não só coma base topográfica (DTM) mas considerandoos objectos intersectados pela linha de perfil

• Simulação 3D de edifícios ("elevação" das ca-sas) e "colagem" de algumas fachadas em de-terminados tipos de edifícios

• Simulações de voo

Conforme, facilmente se depreenderá um pro-jecto com estas características nunca estará con-cluído, devendo sofrer melhorias e actualizaçõesconstantes, ainda assim todos os projectos temque ter um fim e o deste projecto foi em Se-tembro de 2004. Em jeito de conclusão referimosalguns aspectos que nos parecem maisrelevantes:

1. O projecto DIGINI é uma mais valia emtermos pessoais e técnicos para a equipaque nele se empenhou.

2. Julgamos que a divulgação da informaçãogeográfica do IGeoE na Web é uma maisvalia quer para o utilizador comum, querpara o técnico especializado em busca dedados de inegável qualidade.

3. A divulgação da nossa informação podeconstituir-se como excelente base de apoioa outros organismos/entidades nacionais.

Bibliografia

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>> A informação geográfica do Instituto Geográfico do Exército na Web

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O contexto da representação das acessibilidades que antecedeu a criação dos Serviços Cartográficos do Exército.

São de profundas tradições militares os traba-lhos topográficos para representação gráf-ica do território português, com especial

destaque para a vertente das suas acessibilidades. Se procurarmos nos anais dos trabalhos geo-

désicos e topográficos, verificamos, com justifi-cado orgulho militar, ter sido, no já longínquoséc. XVIII, o então designado Ministério da Guer-ra, o grande impulsionador da magna tarefa dolevantamento e representação do país. Os pri-meiros alvores desses trabalhos, de importânciafundamental para a vida da Nação, no duplo as-pecto da sua economia e das exigências militaresda sua defesa, deve-os o país aos militares daépoca.

A cartografia portuguesa moderna remonta a1778, quando foram iniciados os trabalhos detriangulação geodésica fundamental. Conhecem--se algumas representações da rede viária ante-riores a esta data, no entanto, necessariamentepouco rigorosas do ponto de vista matemático.

A primeira carta itinerária com apoio geodé-sico, que se conhece, foi publicada em 1881,pela 1ª Divisão Militar do Corpo do EstadoMaior, à escala 1:250000 (Figura1), em plenoperíodo de elaboração da Carta Corográfica dePortugal, na escala 1:100000.

Também nos finais do séc. XIX começa a serpublicada, uma vez mais pelo Corpo do EstadoMaior, à escala 1:20000, a primeira carta topo-gráfica militar. A carta 1:20000, também designa-da por "Carta dos Arredores de Lisboa" (Figura 2),foi a primeira, entre nós, que mereceu a classifi-cação de essencialmente militar, onde o tema darede viária não deixou de constar, ou tal nãofosse a sua importância para as operações noterreno, nomeadamente, no que dizia respeito àdefesa de Lisboa. O plano do respectivo levan-tamento obedeceu, aliás judiciosamente, aosprincípios então considerados basilares da defesado país, onde se refere o princípio da defesa con-

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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O IGeoE e acartografia militar

itinerária:

O IGeoE e acartografia militar

itinerária:Arte e ciência com história

> António Cavaca, Major Art, Engº Geó[email protected]

Figura 1

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centrada, que visava, na sua essência, a coberturanos acessos, às proximidades da capital.

Seria só com a criação da Secção de Cartogra-fia Militar do Estado Maior do Exército, em 1911,no momento da reorganização das Forças Arma-das após a proclamação da República, que é ins-tituído um serviço com funções eminentementecartográficas, e com a missão de aumentar o rit-mo dos levantamentos topográficos e consequen-tes representações cartográficas do território. A então intitulada Secção de Cartografia Militardo Estado Maior do Exército dá continuidade à

actualização da representação das acessibili-dades, a média escala (1:20000) no âmbito daentão designada " Carta Topográfica de Portugal"(Figura 3), e a pequena escala (1:250000) noâmbito da Carta Itinerária de Portugal, esta su-cessivamente reformulada e cuja cobertura vaitendo cada vez mais folhas por redução do sec-cionamento, atingindo-se o quantitativo de 29folhas por volta do ano de 1926 (Figura 4).Embora continuando a ser publicadas algumasfolhas desta carta (Figura 5), é superiormente de-cidido suspender a sua produção, por ter sidoempreendida uma reestruturação dos serviçosque culminaria, em 1932, com a criação dosServiços Cartográficos do Exército (SCE).

O nascimento e implantação dos ServiçosCartográficos do Exército e a sua influência na representação das acessibilidades

Por determinação ministerial constante na O. E. n.º 1, 2.ª série, de 1932, foi nomeada uma

>> O IGeoE e a cartografia militar itinerária: Arte e ciência com história

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Figura 2

Figura 3

Figura 4

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comissão encarregada de elaborar um projectode reorganização dos serviços de cartografia doEstado Maior do Exército. Reunida a comissão,pela primeira vez, em 27 de Fevereiro, logo em 16de Julho dava por concluídos os seus trabalhos,que mereceram a aprovação do Conselho deMinistros de então, do qual fazia parte o Eng.ºDuarte Pacheco, na pasta das Obras Públicas.

Pelo decreto n.º 21.904 de 24 de Novembro de1932, publicado na 0. E., n.º 12, 1.º série, desseano, foi posto em prática o "Regulamento para aExecução dos Serviços Cartográficos do Exército",um importante diploma, para permitir catapultardefinitivamente a cartografia militar portuguesa,nas suas variadas vertentes, incluindo sempre, ecom prioridade alta, a cartografia itinerária.

No referido diploma proclamavam-se a urgên-cia de resolver, em bases sólidas, o importanteproblema da cartografia militar e a necessidadede ser levantada no mais curto prazo de tempo acobertura cartográfica integral do país, considera-da, à época, como "material de guerra" indispen-sável à execução das operações militares.

Já na portaria de 23 de Março de 1926, havia

sido aprovado o Regulamento provisório para aexecução dos serviços da Secção de CartografiaMilitar do Estado Maior do Exército que referiaque "... aos Serviços Cartográficos do Exércitocompete o estudo, organização, levantamento,publicação e venda das cartas militares". Mencio-nava-se ainda no referido documento, para alémdas Cartas Topográfica de Portugal 1:25000 eCorográfica Militar 1:100000, a Carta ItineráriaMilitar 1:250000 que para além da sua impor-tância militar, nunca deixou de ser consideradacomo fundamental para a gestão da rede deinfra-estruturas viárias e para os necessáriosdeslocamentos orientados, no âmbito das váriasactividades da vida da Nação.

De 1932 a 1937, a cartografia dos SCE foiproduzida através de processos tradicionais, ouseja, todos os levantamentos eram efectuados nocampo, por métodos de topografia clássica,essencialmente à custa da medição de ângulos edistâncias entre pontos notáveis, naturais ouartificiais.

O levantamento serviria de referência, para, emgabinete, se desenharem com uma métrica o mais

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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Figura 5

Figura 6

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coerente possível, as entidades gráficas caracte-rizadoras dos objectos, que no caso da rede viária,eram linhas representativas dos eixos das vias.

Neste período, a Carta Itinerária nascida noseio da extinta Secção Cartográfica do EstadoMaior, é, entretanto, levantada na totalidade e énovamente publicada, pelos SCE, até final dosanos 30 (Figura 6).

Salvaguardando a questão da inegável belezaestética, refira-se que, do ponto de vista do rigorposicional dos eixos das vias, estavam intrinse-camente associados erros à cartografia desenha-da manualmente por referências, que, emborajustificados, comprometiam aquilo que era, econtinua a ser, indiscutivelmente, uma das maisvalias da cartografia.

Com a aquisição, em 1935, dos sistemas Multi-plex (Figura 7), os SCE, deram um salto qualitativono rigor posicional associado ao levantamentodos eixos de via, através da introdução dos pro-cessos fotogramétricos na cadeia de produçãocartográfica.

Em 1940 a aquisição espacial da rede viáriapor estereorestituição digital tomou por completoo lugar da aquisição de referências por métodosde topografia clássica para posterior desenho doseixos das vias.

No domínio da produção de representaçõesdas acessibilidades, os SCE foram-se mantendona área da informação a traço, até à década de 60,altura em que são feitas as primeiras representa-ções cartográficas em fotomapas, nomeada-

mente dos antigos territórios portugueses emÁfrica.

O IGeoE : sucessão e transição para as exigênciasde mobilidade dos tempos modernos

Em 1 de Julho de 1993, o Instituto Geográficodo Exército (IGeoE) sucedeu ao entretanto desig-nado Serviço Cartográfico do Exército (SCE),herdando, por um lado, o espólio e as tradiçõescartográficas militares portuguesas, e por outro, aresponsabilidade de continuar a obra feita atéentão.

Se passarmos rapidamente uma vista de olhospela última década de produção cartográfica,podemos constatar que, nas actividades de le-vantamento e representação gráfica levadas acabo pelo Instituto, o tema dos acessos e das ro-dovias sempre foi considerado prioritário, querno âmbito da cartografia multitemática, quer noâmbito da cartografia específica, no caso a carto-grafia itinerária militar.

Na cartografia de base do IGeoE e do país –séries topográficas militares 1:25000 – é dadaespecial importância ao rigor e coerência na repre-sentação do tema da rede viária.

Desde logo, na aquisição de dados por estereo-restituição digital de coberturas aéreas, as vias sãoclassificadas, caracterizadas e é levantado o seueixo por digitalização, ficando o registo em for-mato vectorial, no espaço objecto tridimensional.

Cada eixo de via é obtido com uma deter-minada estrutura gráfica, à qual ficam associadosdados alfanuméricos que permitem, de formainequívoca, diferenciar o respectivo elemento detodos aqueles que, embora da mesma família,têm diferentes classificações.

No controlo de qualidade são verificadas asomissões e corrigidos os erros de designação,classificação ou traçado.

Antes de armazenada, a informação vectorialviária é tratada, essencialmente através de aplica-ções, nas suas vertentes gráfica, geométrica etopológica. A continuidade física na informação

>> O IGeoE e a cartografia militar itinerária: Arte e ciência com história

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Figura 7

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geográfica viária armazenada, é um requisitofundamental para se obterem respostas credíveisa "perguntas" colocadas a um sistema de informa-ção geográfica assente no tema da rede viária.Nesta conformidade foram criados automatismosatravés do desenvolvimento de aplicações, nosentido de garantir essa mesma continuidade, eli-minando também, como é desejável, as redun-dâncias ou duplicações.

O trabalho de aquisição das vias e acessos, emaparelho, independentemente da evolução tecno-lógica que suporta os métodos utilizados, reveste-se, inevitavelmente, de subjectividade e incerteza.É sempre necessário confrontar o trabalho labora-torial com a realidade terreno, e harmonizar arepresentação com o objecto representado.

No que se refere ao tema das vias, a recolhadesses elementos insere-se no âmbito dos tra-balhos de campo, em que é feito o Cadastro Mili-tar das respectivas vias e das obras de arte as-sociadas (Figura 8). Este trabalho servirá, por umlado, para dar realismo aos produtos cartográficosque se pretendam conceber com a informaçãovectorial de base entretanto extraída dos fotogra-mas, e por outro, para manter actualizada a basede dados de cadastro, a ser utilizada sempre quenecessário, mesmo fora do domínio da carto-grafia.

A rede viária da base de dados de médiaescala, depois de tratada e armazenada, é usadapara, por generalização cartográfica, se produziro mapa de estradas à escala 1:250000 e a cartaitinerária à escala 1:500000, que constituem,actualmente, os produtos específicos do Institutona temática das rodovias. Este processo de gene-ralização para produção das pequenas escalasitinerárias, é complementado por processos deaquisição de novas vias entretanto construídas,essencialmente através de vectorizações em ima-gem de satélite georeferenciadas ou levantamen-tos, no terreno, utilizando sistemas GPS em mo-do dinâmico (Figura 9).

As solicitações ao IGeoE, no âmbito da constru-ção e utilização das rodovias, não se têm limitadoà produção de cartografia específica. Durante adécada de 90, foram vários os trabalhos levadosa cabo pelo IGeoE em apoio a estudos de via-bilidade de implantação topográfica de traçadosde eixos rodoviários (Figuras 10, 11 e 12).

Também o desenvolvimento e implementaçãodos modernos sistemas de informação, não podia,por motivos óbvios, passar ao lado de uma insti-tuição que muito tem produzido no âmbito dainformação geográfica georeferenciada. As tecno-logias de geoposicionamento e orientação espa-cial, quando utilizadas sobre uma base cartográ-fica digital credível, são uma ferramenta de apoio

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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Figura 8

Figura 9

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à decisão muito valiosa, nomeadamente para oplaneamento, gestão de redes de infra-estruturasviárias, gestão de frotas, gestão de trafego, opti-mização de percursos, e ainda para toda uma pa-nóplia de acções de natureza espacial associadas àconstrução, utilização ou gestão de vias. Nestecampo o IGeoE não só tem produzido cartografiadigital compatível, como desenvolveu recente-mente um sistema de navegação (Figura 13).

Já vai longe o tempo em que os humanos des-cobriram a utilidade da roda, roda essa, à qual osmesmos seres se lembraram de associar enge-nhos cada vez mais evoluídos, em cada vezmaior número e simultaneamente cada vez mais"inteligentes" e "exigentes" do ponto de vista daocupação e utilização do espaço. Nesta medida,a cartografia das acessibilidades, terá que acom-panhar a evolução, respondendo com mais rigor,versatilidade e dinamismo.

Cartografia itinerária numa base de rigor eactualidade, é a aposta do Instituto Geográficodo Exército para os futuros caminhos a trilhar.

>> O IGeoE e a cartografia militar itinerária: Arte e ciência com história

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Figura 10

Figura 12 Figura 13

Figura 11

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>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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No dia 24 de Novembro de 2003 o Instituto Geográfico doExército (IGeoE) celebrou o seu 71º Aniversário.As cerimónias foram presididas por Sua excelência o QuartelMestre General e Comandante da Logística, TGEN FranciscoAntónio Fialho da Rosa. Foram convidados a estar presente neste evento todos os anterio-res Chefes/Directores do Serviço Cartográfico do Exército/Insti-tuto Geográfico do Exército, que é considerada, por esta Direc-ção, como uma forma de deferência e respeito pelo contributopor eles prestado, sob as mais variadas formas, à Cartografia e ao Exército.Para comemorar a efeméride e dando continuidade a uma tradição que já vem de longe e estáfortemente arreigada no espírito militar português, o IGeoE levou a cabo, a exemplo de anosanteriores, um conjunto de actividades inseridas nesse contexto.O "Dia do Instituto Geográfico do Exército" sempre foi considerado como um dia festivo em que foiprivilegiada a confraternização entre todos aqueles que, com grande devoção, dedicaram partesignificativa da sua vida activa à ciência cartográfica e, simultaneamente, de apresentação da nossarealidade técnico-científica, às entidades militares e civis presentes, e do contributo que prestamosà Cartografia Nacional e ao País.

Dia do IGeoE (24 de Novembro de 2003)

NotíciasNotícias

No cumprimento de uma tradição instituída nasociedade portuguesa e também no IGeoE, rea-lizou-se, no dia 18 de Dezembro de 2003, a Festade Natal do Instituto.A manhã começou com passatempos e jogos decomputador. Às 11h30, teve início um espectá-culo composto pela cantora MICAELA, omágico MAIK MÁGIC e os palhaços KIKI eCOMPANHIA sendo o mesmo apresentado porJOSÉ LA FÉRIA. Depoisdo almoço volante na Salade Refeições no 7º Piso,realizou-se uma sessãode Bingo. A festa termi-nou com a distribuição deprendas pelo Pai Natal.

Festa de Natal

Visita dos Cursos de Engenharia dos Recur-sos Naturais e Ambiente e Engenharia dasCiências Agrárias e Ambiente do InstitutoPolitécnico de Castelo Branco.

12 de Dezembro de 2003

Visita dos Serviços Sociais do Ministério daSaúde ao IGeoE.

04 de Dezembro de 2003

Visita ao IGeoE do Curso de Geografia da Fa-culdade de Letras da Universidade do Porto.

08 de Janeiro de 2004

Visitas e eventos

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Notícias

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Visita do Curso de Pro-moção a Oficial Superiordo Serviço de Saúde/Ciclo de Estudos Espe-ciais de Saúde Militar aoIGeoE. Esta visita com-posta por 4 Oficiais, trêsmédicos e um veteriná-

rio, teve como objectivo apresentar as novasmetodologias da produção cartográfica, bemcomo a gestão por objectivos e a abordagempor processos, no âmbito do Sistema Integradode Qualidade e Ambiente.

26 de Janeiro de 2004

Visita da Escola Profissional da Região doAlentejo - Polo de Évora ao IGeoE.

02 de Março de 2004

Visita da Universidade de Aveiro ao IGeoE noâmbito da disciplina de Cartografia e Topo-grafia dos Cursos de Engenharia Civil e deEngenharia Geológica. Devido ao elevado nú-mero de alunos, esta visita decorreu durantetodo o diasendo feitoduas apre-sentações noauditório,uma de ma-nhã e outraà tarde.

10 de Março de 2004

Visita do Curso de Ambiente da via profissio-nalizante de ensino básico do 12º ano da Es-cola Profissional de Educação para o Desen-volvimento ao IGeoE. Esta visita inseriu-se noâmbito da disciplina de Sistemas de Informa-ção Geográfica.

16 de Março de 2004

Visita de uma Delega-ção de Espanha aoIGeoE. Esta visitacomposta por 3 Ofi-ciais espanhóis, inse-re-se no âmbito dacooperação técnico--científica na área dacartografia, do inter-câmbio de produtoscartográficos e, ain-da, o estreitamentodas relações entremilitares de países vizinhos e amigos queintegram as organizações internacionais.

10 de Fevereiro de 2004

16 a 20 de Fevereiro de 2004

No período de 16 a 20de Fevereiro de 2004,realizou-se no IGeoE areunião anual entre oIGeoE e o Centro Geo-gráfico del Ejército deEspanha (CEGET) como objectivo de preparar

a Campanha de Manutenção dos Marcos deFronteira. Este evento realiza-se alternada-mente em Portugal e em Espanha.Este tipo de actividade conjunta, com aparticipação das instituições homólogas dosdois países, tem permitido ainda o apro-fundamento da cooperação técnico-científicano âmbito da cartografia, o intercâmbio deprodutos cartográficos e, ainda, o estreita-mento das relações entre militares de paísesvizinhos e amigos que integram as organiza-ções internacionais.As delegações técnicas de Portugal e de Espanhadesenvolvem a sua actividade, o planeamento ea execução técnica através das instituiçõesgeográficas militares, respectivamente o IGeoEe o CEGET, as quais destacam anualmentepessoal para proceder aos trabalhos de des-matação, conservação, limpeza, pintura e de-terminação das coordenadas de todos os marcosque materializam a linha de fronteira.

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Visita do 1º ano da Licenciatura em Gestão doAmbiente e do Território da UniversidadeAtlântica. Esta visita inseriu-se no âmbito dadisciplina de Análise Biofísica do Território.

19 de Abril de 2004

Visita ao IGeoE das delegações das AcademiasMilitares de Inglaterra, Holanda e Brasil. Estavisita inseriu-se no âmbito dos intercâmbioexistentes entre as Academias Militares Es-trangeiras e a Academia Militar Portuguesa.

19 de Maio de 2004

Visita dos alunos de Topografia do Institutodo Emprego e Formação Profissional de Bejaao IGeoE.

29 de Março de 2004

Visita do Instituto Politécnico de Tomar –Departamento de Gestão do Território aoIGeoE.

31 de Março de 2004

Visita do Director da Zona Sul APCER EngFrancisco Soares e CMDT ENG BentoDomingues do Gabinete Ambiente da BaseNaval do Alfeite.

04 de Maio de 2004

Visita ao IGeoE dos alunos do 5º ano daslicenciaturas de Arquitectura do Planea-mento Urbano e Territorial e de Arquitecturade Gestão Urbanística da Faculdade de Ar-quitectura.

18 de Maio de 2004

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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Decorreu de 25 a 27 de Maio de 2004 no IGeoEuma reunião multinacional, destinada a utili-zadores militares, produtores de cartografia eorganismos de investigação e desenvolvimentodo programa PCMAP. Este evento teve como finalidade o intercâm-bio de informação técnica e a apresentação deexemplos práticos de utilização e troca defuncionalidades no ambiente do software. Oevento contou com a participação de elemen-tos da empresa European Aeronautic Defenceand Space (EADS) e de várias instituições mi-litares produtoras de cartografia, nomeada-mente da Alemanha, Suíça , Holanda e Portugal,num total de 15 elementos.Ainda com o objectivo de alargar o conheci-mento sobre esta matéria, o IGeoE convidou oCOFT, EME, IAEM e GNR para que através deum representante, pudessem assistir à sessãoque se realizou no dia 26MAI04.

Reunião PCMAP

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Visita ao IGeoE do Curso de Formação deOficiais de Polícia do Instituto Superior deCiências Policiais e Segurança Interna.

02 de Junho de 2004

Visita dos alunos da disciplina de Sistemasde Informação Geográfica e Detecção Remo-ta do Instituto Superior de Agronomia.

03 de Junho de 2004

Notícias

No dia 20 de Junho de 2004,o Instituto Geográfico doExército recebeu a visitados Oficiais que frequen-tam no Instituto de AltosEstudos Militares o Cursode Estado-Maior 2003 –2005. Além dos 27 Oficiais-Alunos que constituem o

curso, a visita foi acompanhada pelo Directorde Curso Coronel António Coimbra. A visita foi conduzida no âmbito da formaçãoem Administração aos alunos do CEM, tendosido possibilitado aos discentes um contactocom a organização e a estruturação do IGeoE,dando-lhes um conhecimento genérico do ciclode produção cartográfica e das metodologiasutilizadas, bem como sobre a gestão porobjectivos e a abordagem por processos, noâmbito do Sistema Integrado de Qualidade eAmbiente. Os alunos puderam constatar o ele-vado grau científico e de investigação, bem co-mo o desenvolvimento tecnológico necessárioe fundamental à manutenção do prestígio dacartografia militar nacional e a sua utilizaçãogeneralizada por organismos de planeamentopara o desenvolvimento do País.

20 de Junho de 2004

Visita dos alunos do 2º e 3º anos da Licencia-tura em Engenharia Civil e Ambiente da Escola

Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira doHospital do Instituto Politécnico de Coimbra.

23 de Junho de 2004

O Instituto Geográfico do Exército (IGeoE)tem o seu Sistema de Gestão Ambiental cer-tificado segundo a norma ISO 14001 desde2001 e o seu Sistema de Gestão da Qualidadedesde 2002.A certificação de sistemas de gestão, querambientais, quer da qualidade, no âmbito doSistema Português da Qualidade, baseia-senum esquema de avaliação periódica da ma-nutenção do cumprimento dos requisitos pre-conizados pela norma de referência, por par-te da entidade/empresa.Assim, uma certificação é renovada de 3 em3 anos, através de uma auditoria de renova-ção, e é mantida anualmente, através de umaauditoria de acompanhamento.Entre os dias 5 e 7 de Julho, decorreram noIGeoE as auditorias aos seus 2 sistemas degestão: de renovação, para o Sistema de Ges-tão Ambiental, e de acompanhamento, para oSistema de Gestão da Qualidade. Em resultado das auditorias, e face às acçõescorrectivas desencadeadas pelo IGeoE, a en-tidade certificadora, a Associação Portuguesade Certificação (APCER) emitiu agora, for-malmente, a decisão da renovação/manuten-ção das certificações do IGeoE.

Manutenção da Certificação dosistema de gestão da Qualidadee renovação do sistema degestão ambiental

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Visita ao IGeoE do Curso de Qualificação deFormadores de Protecção Ambiental da EscolaPrática de Engenharia. Esta visita visou pro-porcionar aos Oficiais e Sargentos instruendosum contacto real com entidades que incluam nasua actividade acções de Protecção Ambiental.

13 de Setembro de 2004

16 de Setembro de 2004

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

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08 de Julho de 2004No dia 08 de Julho de 2004 os cadetes-alunosdo 2º ano dos Cursos de Artilharia e Enge-nharia da Academia Militar, visitaram o Insti-tuto Geográfico do Exército no âmbito daCadeira de Topografia II. Tomaram parte navisita 18 cadetes enquadrados pelo Sr. Tenen-te Luís Barreto da GNR. Após um "briefing" no auditório, seguiu-se avisita às instalações onde tiveram contactocom a organização e estruturação do IGeoE,tendo ficado com um conhecimento genéricodo ciclo de produção cartográfica e das meto-dologias utilizadas.Esta visita foi de particular importância, poispermitiu sensibilizar os cadetes-alunos para anecessidade da informação geográfica noExército, bem como contribuir na formação epreparação dos futuros oficiais do ExércitoPortuguês.A visita terminou com os cumprimentos dedespedida ao Exmo Directo do IGeoE, a queseguiu um pequeno Porto de Honra e assina-tura do Livro de Visitantes.

No dia 14 de Julho o Instituto Geográfico doExército (IGeoE) recebeu a visita de umadelegação do Instituto Geográfico Português(IGP). A delegação constituída pelo Exmo Sr COR Ar-ménio dos Santos Castanheira, Presidente doIGP, COR Henrique Botelho e o Eng JoaquimCosta, recebeu os cumprimentos por parte doExmo Sr. COR CAV Eng Geo Manuel MateusCosta da Silva Couto, Director do IGeoE.Efectuou-se uma visita às instalações ondetiveram contacto com a organização e estru-turação do IGeoE, dando-lhes um conheci-mento genérico do ciclo de produção carto-gráfica e as novas metodologias utilizadas.Esta visita entre duas or-ganizações congéneres foimuito profícua pois foramestabelecidos contactosconducentes a um relacio-namento mais estreito noâmbito de cooperação en-tre as duas instituições.

14 de Julho de 2004

No âmbito do programa de cooperação entre aAcademia Militar (AM) e a Universidade do Minho(UM), no dia 16 de Setembro de 2004, o InstitutoGeográfico do Exército (IGeoE) recebeu a visita doEstágio de Liderança ministrado pela AM emque participam 10 professores da UM e 5 profes-sores da AM. Após uma apresentação no auditório ministradopelo Exmo Sr. Coronel Couto, Director do IGeoE,

efectuou-se uma visita às instalações onde tiveramcontacto com a organização e estrutura doIGeoE, dando-lhes um conhecimento genéricodo ciclo de produção cartográfica, novas meto-dologias utilizadas, gestão por objectivos e aabordagem por processos, no âmbito do SistemaIntegrado de Qualidade e Ambiente.No final da visita o Sr. Tenente Coronel JoãoVieira Borges, professor responsável pelo Estágiode Liderança, assinou o livro de Honra do IGeoEjuntamente com os vários professores da UM.

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O Instituto Geográfico do Exército levou aefeito de 13 a 20 de Outubro (inclusive), noCentro Comercial Vasco da Gama, uma Expo-sição sobre a Cartografia Militar que estevepatente no piso 0 do referido centro. Com esta exposição pretendeu-se dar a co-nhecer, através de uma exposição dedicada àcartografia militar e à informação geográficaem geral, o Portugal desconhecido da grandemaioria dos portugueses.

À Descoberta de um País Digital

Notícias

Concentração Nacional de Todo-o-TerrenoO IGeoE foi convidado aestar presente no perío-do de 1 a 5 de Outubro de2004, na 10ª Concentra-ção Nacional de Todo-o--Terreno em simultâneocom a Expoaventura noEuroparque em SantaMaria da Feira.Esta concentração repre-sentou um momento deaproximação da Federa-ção Portuguesa de Todoo Terreno (FPTT) a todosos filiados e praticantes,bem como de encontro ereunião para todos osque fazem do Todo Ter-

reno o seu desporto de eleição.A Expoaventura tem ganho ao longo do tempoum dinamismo e prestígio reconhecido, enquan-to feira de Todo Terreno e actividades radicais,constituindo-se como um amplo espaço de divul-gação e promoção da actividade, especialmenteestando presentes um número relevante declubes filiados da FPTT, e entidades institucio-nais próximas e relevantes para o TT Turístico. O IGeoE participou no evento com um standonde divulgou os seus produtos cartográficos,quer em papel quer em suporte digital.

O Instituto Geográfico do Exército (IGeoE) foio primeiro organismo das Forças Armadas aobter a certificação de Qualidade e Ambientede acordo com o referencial normativo ISO9001:2000 (Sistemas de Gestão da Qualidade)e ISO 14001:1996 (Sistemas de Gestão Am-biental). Este ano, o Instituto Geográfico do Exército,comemorou o mês da Qualidade com umainiciativa inédita no Exército realizada nodia 03 de Novembro de 2004, a 1ª Conferênciade Qualidade e Ambiente do Exército. Destaforma pretendeu ser o IGeoE o agente activoe dinamizador de modo a que as Unidades doExército colaborassem também com este Ins-tituto para encontrar plataformas de colabora-ção que se tornem vantajosas para todas aspartes interessadas.

1ª Conferência de Qualidade e Ambiente do Exército

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Missões ao estrangeiro

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Período – 13 a 17 de Dezembro 2003Participantes – 2 OficiaisLocal – República Checa

Relações Bilaterais

Período – 29 de Abril a 01 de Maio de 2004Participante – 1 OficialLocal – Heraklion / Grécia

A interoperabilidade dos Sistemas de Informa-ção Geográfica (SIG) é reconhecida no meio da

7ª Conferência das Ciências de Informação Geográfica

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No âmbito das Relações Bilaterais Portugal/República Checa, realizou-se uma reunião noperíodo de 13 a 17 de Dezembro na RepublicaCheca.Um dos assuntos agendados para a reunião foia discussão do Acordo de Cooperação Técnicaentre o Instituto Geográfico do Exército e oServiço Geográfico do Exército da RepublicaCheca, no âmbito da cooperação no campo dageografia militar e da troca de dados e mate-riais geográficos militares. Foi abordado durante a reunião o acompa-nhamento da evolução tecnológica na áreageográfica, promovendo a investigação, a di-vulgação e a utilização de métodos, equipa-mento e informação provenientes de ambos.

informação geográfica como a chave de sucessodo desenvolvimento dos projectos de SIG a nívelmundial. A integração de distintos projectospossibilita mais valias na monitorização, explo-ração e tomada de decisões nas mais variadasáreas de interesse, casos do planeamento edesenvolvimento urbano, a agricultura, ostransportes, a saúde, a defesa e segurança, oambiente, etc. A ideia de troca de informaçãoentre aplicações ou entre diferentes disciplinasdeve ser entendida como interoperabilidadedos dados, aspecto fulcral na actual sociedade deinformação.A interoperabilidade dos SIGs, na sua génese,conhecimentos técnicos, bem como o consensona aplicação de normas e especificações stan-dard. Este evento procurou reunir especialistasnesta área, possibilitando ao gestor e aoutilizador de SIG aperceber-se das capacidadese da base tecnológica em que assenta o conceitode interoperabilidade dos Sistemas de Infor-mação Geográfica.Para consubstanciar os objectivos da Confe-rência, refira-se o apoio de entidades de re-conhecido prestígio mundial, tais como oInstitute for Environment and Sustainability ofthe European Commission Joint Research Centre,a International Organization for Standardization(ISO) Technical Committee on Geographic Infor-mation/Geomatics (TC211) (Comissão Técnica211 para a Informação Geográfica) e o OpenGISConsortium.O evento em questão, organizado pela AssociationGeographic Information Laboratories Europe(AGILE), constitui uma oportunidade para oIGeoE continuar a acompanhar os desenvol-vimentos científicos e técnicos no âmbito dosSIGs, especialmente no contexto da integraçãodos dados e nas soluções de futuro em termosde interoperabilidade, permitindo desta formasaber qual a direcção a seguir, rentabilizandoos meios existentes e desenvolvendo os esforçosmais adequados à realidade actual do IGeoE edo Exército.

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Notícias

Período – 12 a 14 de Maio de 2004Participantes – 2 OficiaisLocal – Miami Beach / EUA

O Instituto Geográfico do Exército integra ogrupo constituído pelos utilizadores da Inter-graph na área da Cartografia e dos Sistemas deInformação Geográfica, cuja reunião este anose realizou em Miami Beach/EUA no períodode 12 a 14 de Maio de 2004.A organização do evento pretende que aGeoSpatialWorld se constitua como uma re-ferência mundial na área da Cartografia e dosSistemas de Informação Geográfica.Neste evento os utilizadoras de softwareIntergraph foram convidados a apresentar osseus últimos desenvolvimentos, tendo o tra-balho do IGeoE sido mais uma distinguido pelasua qualidade. Desta vez o Instituto obteve os1.º e 2.º lugares na categoria de “Printed Maps”,do concurso “2004 Awards for Cartography”.O trabalho que mereceu a máxima distinçãofoi o anáglifo a cores da região de Lisboa,baseado num método de combinação di-ferencial dos factores de correlação, produzidocom base em imagem desatélite Ikonos.O trabalho agraciado como 2.º prémio correspondea um mapa turístico deFaro, obtido com a in-formação digital da Basede Dados Cartográfica, àqual foi adicionada a in-formação dos nomes dasruas da cidade de Faro,para além dos locais deinteresse turístico.Refira-se que, neste even-to, estiveram presentesmais de 50 países, numtotal de de mais de 1400participantes.

Meeting Intergraph(GeospatialWorld 2004)

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Período – 26 a 30 de Maio de 2004Participantes – 2 OficiaisLocal – Tunísia

Realizou-se uma reunião no período de 26 a30 de Maio, na Tunísia, no âmbito das Rela-ções Bilaterais Portugal/ Tunísia.Um dos assuntos agendados para a reuniãofoi a discussão do Acordo de CooperaçãoTécnica entre o Instituto Geográfico do Exér-cito e o Serviço Cartográfico do Exército daTunísia, no âmbito da cooperação no campoda geografia militar e da troca de dados emateriais geográficos militares.Outra questão abordada durante a reunião foio acompanhamento da evolução tecnológicana área geográfica, promovendo a investigação,a divulgação e a utilização de métodos, equipa-mento e informação provenientes de ambos osprodutores de informação geográfica.Ficou agendado para o ano de 2005 umavisita a Portugal do Serviço Cartográfico doExército da Tunísia.

Visita ao Serviço Cartográfico da Tunísia

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Período – 07 a 09 de Junho de 2004Participantes – 2 OficiaisLocal – Suécia

Realizou-se em Gavle - Suécia, de 07 a 09JUN04 a 12ª Conferência de GeoInformática.Esta Conferência Internacional de Geo-Infor-mática é o fórum de pesquisa de informaçãogeoespacial. Teve início em 1992 em Buffalo edesde então tem-se realizado todos os anos. Asconferências tiveram lugar em vários pontosdo globo terrestre. Esta, a primeira que serealizou na Europa, foi organizada pela Uni-versidade de Gavle na Suécia em conjuntocom a Associação Internacional de Profissio-nais Chineses em Ciências da InformaçãoGeográfica. É uma oportunidade para todos osprofissionais envolvidos em pesquisa e desen-volvimento de Sistemas de Informação Geo-gráfica, GPS e Detecção Remota.O IGeoE fez-se representar por uma dele-gação composta por dois oficiais no eventopor ser extremamente útil conhecer os equi-pamentos, técnicas e formatos com informa-ção geográfica digital mais utilizados, permi-tindo assim aos elementos deste Instituto,manter os conhecimentos técnicos permanen-temente actualizados.

12ª Conferência deGeoInformática 2004

Período – 21 a 25 Junho de 2004Participantes – 2 OficiaisLocal – Bélgica

A Conferência Geográfica NATO (NGC) rea-liza-se anualmente no Quartel-General daNATO. Os principais objectivos da NGC são:definir uma Política Geográfica NATO, hojemais abrangente ao espaço físico dos paísesfundadores da organização, na qual se inclui aintegração e participação dos países PfP; coor-denar a actuação dos países no âmbito doapoio geográfico em assuntos que dizem res-peito à produção, armazenamento e distri-buição de informação geográfica; facultar àNATO o acompanhamento da evolução tecno-lógica na área que lhe compete, promovendoa investigação, a di-vulgação e a utili-zação de métodos, deequipamento e infor-mação provenientesdos organismos quedela dependem, ouatravés de contactoscom organizações na-cionais e internacio-nais.

Reunião da ConferênciaGeográfica NATO (NGC 2004)

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Período – 12 a 23 de Julho de 2004Participantes – 3 OficiaisLocal – Istambul / Turquia

Realizou-se no período de 12 a 23 de Julho docorrente ano em Istambul-Turquia, a XX Con-ferência da International Society of Photogra-metry and Remote Sensing (ISPRS) subordinadaao tema “Geoinformation for All".Este evento é realizado de quatro em quatro

XX Conferência da InternationalSociety of Photogrametry andRemote Sensing

anos e é considerado como um dos maioreseventos na apresentação de trabalhos cientí-ficos nas áreas das Ciências Geográficas no-meadamente nos campos da Fotogrametria e daDetecção Remota.Reconhecido ao longo das duas últimas dé-cadas, os congressos da ISPRS têm apresentadoos mais recentes desenvolvimentos nas áreas jáanteriormente citadas, o que tem vindo a ori-ginar uma extraordinária e cada vez maior par-ticipação de individualidades de reconhecidacraveira científica, quer como responsáveis narealização dos congressos, quer na apresentaçãode trabalhos de reconhecido valor científico.

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Período – 07 a 13 de Agosto de 2004Participantes – 2 OficiaisLocal – S. Diego / EUA

O ENVIRONMENTAL SYSTEMS RESEARCHINSTITUTE, INC (ESRI) é a principal em-presa norte-americana que desenvolve soft-ware para Sistemas de Informação Geográ-fica e constitui-se como a maior produtora, anível mundial, de aplicações para essessistemas.Realiza-se anualmente em S.Diego, Califór-nia-EUA, a Conferência Internacional ESRI-2004 que reúne os utilizadores de sistemas eaplicações desenvolvidas pela ESRI.A conferência englobou sessões orientadaspor moderadores convidados e especialistasem informação geográfica, intervenções in-dividuais e painéis de discussão relativos atemas específicos. Paralelamente às inter-venções técnicas decorreu uma exposição, aqual constituiu uma oportunidade para osutilizadores de Sistemas de Informação Geo-gráfica tomarem conhecimento das reaiscapacidades e das novas ferramentas desen-

volvidas nesta área.A partilha de experiências, a troca de conhe-cimentos e os novos desenvolvimentos emSistemas de Informação Geográfica, são osgrandes objectivos desta reunião. Eis algu-mas das áreas de interesse a apresentar naconferência:O IGeoE participou com uma exposição efec-tuada pelo TCOR ART Eng Geog Luís Nunessob o tema "Exploitation, Analysis, and Navi-gation for Military, Educational, and RecreativePurposes", abordando os seguintes tópicos:• Desenvolvimento de aplicações (novas

ferramentas para GIS);• Cartografia e produção de mapas;• Detecção Remota;• Metadados e sua disponibilização;• Aplicações do âmbito da Segurança e da

Defesa;• Topografia;• Organização e gestão dos dados.

Conferência Internacional ESRI-2004

Período – 13 a 17 de Outubro de 2004Participantes – 2 OficiaisLocal – Alemanha

Realizou-se uma reunião no período de 13 a17 de Outubro, na Alemanha, no âmbito dasRelações Bilaterais Portugal/Alemanha.O assunto principal desta reunião foi adiscussão do Acordo do Cooperação Técnicaentre o Instituto Geográfico do Exército(IGeoE) e o Bundeswehr Geoinformation Ser-vice (BGIS), no âmbito da cooperação no

campo da geografia militar e da troca dedados e materiais geográficos militares.Foram abordados outros assuntos no âmbitoda cooperação nomeadamente o acompanha-mento da evolução tecnológica na área geo-gráfica, promovendo a investigação, a divul-gação e a utilização de métodos, equipamentoe informação provenientes de ambos.

Visita ao Bundeswehr Geoinformation Service

Notícias

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Novas edições de cartografia em papel

>>Boletim do IGeoE N.º 66 Novembro 2004

Novas Edições25/11/03 a 24/11/04

263 ESPINHEL (PENELA)

273 MONTE REDONDO (LEIRIA)

285 MARRAZES (LEIRIA)

286 ALBERGARIA DOS DOZE (POMBAL)

287 ALVAIÁZARE296 MARINHA GRANDE299 RIO DE COUROS (OURÉM)

300 FERREIRA DO ZÉZERE306B NAZARÉ310 TOMAR319 MINDE (ALCANENA)

325AB BERLENGAS / CASAIS DOS COVÕES (ÓBIDOS)

275 ANSIÃO276 FIGUEIRÓ DOS VINHOS297 LEIRIA298 OLIVAL (V.NOVA DE OURÉM)

307 VALADO DOS FRADES (NAZARÉ)

309 VILA NOVA DE OURÉM311 SERRA (TOMAR)

316 S. MARTINHO DO PORTO (ALCOBAÇA)

317 ALCOBAÇA318 MIRA D’ÁIRE (PORTO DE MÓS)

320 ASSEICEIRA (TOMAR)

321 SARDOAL337 PENICHE341 PERNES (SANTARÉM)

350 BOMBARRAL351 CERCAL (CADAVAL)

361 A . DOS CUNHADOS (TORRES VEDRAS)

363 ABRIGADA (ALENQUER)

Carta Militarde PortugalSérie M8881:25 000Continente

Novas Edições25/11/03 a 24/11/04

11-I MOGADOURO18-IV VILA FRANCA

DAS NAVES25-I SALVATERRA DO

EXTREMO10-III PESO DA RÉGUA10-IV CELORICO DE BASTO17-II GOUVEIA32-IV PONTE DE SOR

Carta Militarde PortugalSérie M7821:50 000Continente

Novas Edições25/11/03 a 24/11/04

5 CURRAL DAS FREIRAS 6 MACHICO

Carta Militarde PortugalSérie P8211:25 000Madeira

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