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BOLETIM - ANO VITÍCOLA 2016 BALANÇO FINAL

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BOLETIM - ANO VITÍCOLA 2016 BALANÇO FINAL

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ADVID ■ Cluster dos Vinhos da Região Demarcada do Douro – Ano Vi�cola 2016

__________________________________________________________________________________________

Edifício Centro de Excelência da Vinha e do Vinho | Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real – Régia Douro Park | 5000-033 Vila Real .

Tlf. +351 259 308 207 . [email protected] . www.advid.pt

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Resumo

O ano vitícola de 2015/2016 caracterizou-se por uma elevada atipicidade em termos climáticos, com um Inverno quente e chuvoso, Primavera fria e extremamente chuvosa e Verão extremamente quente e seco.

A evolução das condições climáticas contribuiu para um abrolhamento mais precoce (cerca de duas semanas) verificando-se, no entanto, ao longo da Primavera, um atraso significativo da fenologia, em especial do “Pintor”, que ocorreu com cerca de duas semanas de atraso. A vindima iniciou-se cerca de uma semana mais tarde do que em 2015.

A precipitação intensa ocorrida numa fase sensível do ciclo vegetativo deu origem a uma forte pressão de míldio, em especial nas cotas mais baixas (fenologia mais avançada) com impacto no potencial de produção, o que conduziu à necessidade da realização de mais tratamentos fitossanitários do que o habitual na Região.

No período de Verão, destaca-se a ausência prolongada de precipitação, com a ocorrência de temperaturas e níveis de radiação muito elevados, que poderão ter afectado a parede vegetativa da videira e a evolução da maturação, em especial nalgumas parcelas de vinha mais expostas, saindo claramente beneficiadas as vinhas mais abrigadas ou localizadas em cotas mais altas.

Os registos de potencial hídrico da videira indicam que os efeitos mais significativos na planta se fizeram sentir numa fase mais avançada do ciclo (meados de Agosto até à vindima), não tendo sido atingidos, no entanto valores tão negativos (maior stress hídrico) como os de 2015.

Os dados recolhidos na rede de parcelas de referência dos Associados da ADVID, permi�ram observar uma grande heterogeneidade no comportamento das castas por sub-região, o que demonstra que as condições locais e estratégias fitossanitárias seguidas �veram maior impacto na produção final.

A maturação teve um comportamento heterogéneo na Região, tendo em conta a localização da vinha e casta, verificando-se de uma maneira geral, na data de colheita, valores mais baixos de acidez total e álcool provável que em 2015, mas teores em compostos fenólicos superiores, compara�vamente ao mesmo ano.

A maioria da produção da Região Demarcada do Douro conseguiu ser vindimada até à primeira semana de Outubro, com condições climá�cas muito favoráveis, permi�ndo compassos de espera com vista a obter os melhores mostos, o que indicia um bom potencial qualita�vo dos vinhos em 2016.

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Evolução das condições meteorológicas

O ano vitícola de 2015/2016 caracterizou-se pela sua atipicidade em termos climáticos, com um Inverno quente e chuvoso, Primavera fria e extremamente chuvosa e Verão extremamente quente e seco.

Inverno

O ano vi�cola iniciou-se com precipitação inferior à Normal Climatológica (NC), destacando-se o mês de Dezembro, no qual se registou, em grande parte das estações climá�cas da ADVID, menos de metade da precipitação. A par�r de Janeiro, a situação inverteu-se, tendo-se registado precipitação significa�vamente superior à NC, com destaque para Janeiro, com cerca de duas vezes mais precipitação. Apesar da irregularidade na ocorrência de precipitação, o total ocorrido entre Novembro e Fevereiro foi superior em cerca de 15-47% face à NC, o que fez com que se considerasse, no geral, um Inverno chuvoso. Os valores médios de temperatura do ar foram significa�vamente superiores, em especial durante o mês de Janeiro, com um aumento de mais de 2ºC, considerando-se um Inverno quente (Fig. 1).

Primavera

Durante a Primavera (Março-Maio), registaram-se temperaturas médias significa�vamente inferiores à média da NC (em especial em Março) e valores de precipitação significa�vamente superiores, em especial no mês de Abril, no qual se registou mais do dobro da precipitação, e Maio, com aumentos que variaram entre 77 e 150%, considerando-se esse período frio e extremamente chuvoso (Fig. 1).

Verão

Apesar da instabilidade climática se ter mantido até à primeira semana de Julho, com ocorrência de trovoadas e queda de granizo nalguns locais, a partir de meados de Junho regista-se uma alteração significativa da evolução climática na maior parte da região, com um aumento das temperaturas e a ausência de precipitação durante um período prolongado (cerca de 3 meses). Os valores de temperatura média do ar foram superiores à NC em cerca de 2.0°C, no mês de Julho, e 1.5°C, no mês de Agosto. O Verão foi assim considerado extremamente quente e seco (Fig. 1).

Período de Vindimas (Setembro-Outubro)

Apesar das temperaturas médias se terem man�do altas durante todo o mês de Setembro e a primeira quinzena de Outubro, destaca-se deste período a ocorrência de precipitação entre o dia 13 e 15 de Setembro (10 a 20 mm), uma descida acentuada das temperaturas nocturnas e a ocorrência de precipitação mais intensa, a par�r de 11 de Outubro (Fig. 2).

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Fig. 1 - Evolução das condições climáticas ao longo do ano agrícola de 2015/2016.

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Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out

°CPrec. (mm)

Prec 71-00 Prec 15-16 Temp 71-00 Temp 15-16

Baixo Corgo - Cambres

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Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out

°CPrec. (mm)

Prec 71-00 Prec 15-16 Temp 71-00 Temp 15-16

Cima Corgo - Pinhão

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Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out

°CPrec. (mm)

Prec 31-60 Prec 15-16 Temp 31-60 Temp 15-16

Douro Superior - Vilariça

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Fig. 2 - Evolução das condições climáticas ao longo do período de maturação e da vindima, em três locais da Região Demarcada do Douro (Cambres, Pinhão e Vilariça).

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Quadro 1- Valores mensais e anuais da precipitação acumulada e da temperatura média recolhidos nas seis estações meteorológicas automáticas entre Novembro de 2015 e Outubro de 2016. Comparação com os valores da Normal Climatológica de 1971-2000 (para Régua e Pinhão) e 1931-1960 para os restantes locais.

Baixo Corgo - Cambres Período Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Ano

Prec 71-00 100,5 144,3 113,6 103,9 53,9 76,2 59,9 34,8 14,5 13,7 40,1 93,5 848,9

Prec 15-16 56,4 43,6 281,4 211,8 63,8 149,8 106,4 20,2 0,0 0,0 18,4 74,4 1026,2

Temp 71-00 12,1 9,5 8,1 10,3 12,7 14,4 17,3 21,1 23,9 23,9 21,4 16,8 16,0

Temp 15-16 12,0 9,9 10,6 9,8 10,7 13,5 16,7 21,5 25,6 25,0 21,6 16,7 16,1

Cima Corgo - Adorigo (Folgosa)

Período Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Ano

Prec 31-60 71,9 85,9 77,2 67,7 75,1 51,3 45,5 22,8 12,5 10,4 30,4 53,9 604,6

Prec 15-16 60,6 37,6 198,2 128,0 53,6 147,6 82,2 10,8 0,4 2,0 17,6 49,4 788,0

Temp 31-60 11,2 8,0 7,6 9,0 12,0 15,0 17,4 21,8 24,0 23,9 21,4 16,6 15,7

Temp 15-16 11,4 9,5 10,3 9,2 10,2 13,0 16,3 21,1 25,9 25,6 21,7 16,3 15,9

Cima Corgo - Pinhão

Período Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Ano

Prec 71-00 74,4 98,8 78,5 69,8 36,6 58,8 53,6 36,3 15,2 13,1 38,8 66,4 640,3

Prec 15-16 65,2 31,8 168,4 103,2 45,6 137,2 95,0 11,8 11,4 1,4 15,2 70,8 757,0

Temp 71-00 11,5 8,6 7,3 9,5 12,1 14,1 17,1 21,4 24,7 24,5 21,5 16,5 15,7

Temp 15-16 11,8 9,7 10,5 9,6 10,7 13,4 16,9 22,1 26,7 26,4 22,7 16,9 16,5

Cima Corgo - Soutelo do Douro

Período Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Ano

Prec 31-60 67,5 86,5 78,7 69,0 79,4 51,7 48,0 30,6 10,1 13,6 33,4 55,0 623,5

Prec 15-16 75,0 39,0 221,0 108,0 53,0 159,0 100,4 7,8 0,8 18,4 20,2 76,0 878,6

Temp 31-60 11,3 7,2 7,1 9,0 11,8 15,4 17,9 22,8 25,6 25,5 22,3 16,6 16,0

Temp 15-16 11,6 9,6 10,3 9,4 10,7 13,4 16,8 22,0 27,0 26,2 22,4 16,6 16,3

Douro Superior - Numão*** Período Nov Dez* Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Ano

Prec 31-60 48,4 60,2 59,0 50,3 58,6 38,2 38,4 24,3 10,6 12,4 28,1 42,7 471,2

Prec 15-16 52,0 13,6 123,4 65,6 49,8 88,6 95,0 2,8 38,8 7,0 11,8 64,8 613,2

Temp 31-60 11,5 7,8 7,6 9,3 12,8 16,5 19,2 24,0 26,4 26,5 22,8 17,2 16,8

Temp 15-16 11,5 8,5 10,3 9,5 10,7 13,2 16,7 22,6 27,0 26,9 23,0 16,9 16,4

Douro Superior - Vilariça

Período Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Ano

Prec 31-60 57,6 62,1 69,0 56,0 71,0 41,7 44,6 32,0 14,4 8,8 32,2 45,5 534,9

Prec 15-16 46,2 38,3 185,0 43,6 43,2 122,0 88,0 1,2 7,4 12,0 13,0 61,4 661,3

Temp 31-60 11,1 7,3 7,4 9,0 12,4 15,6 18,0 22,8 25,4 25,2 21,8 16,7 16,1

Temp 15-16 11,3 8,7 9,8 9,2 10,3 13,0 16,5 22,5 27,4 26,8 22,5 16,5 16,2

* ausência de dados para o período de 9 a 21 *** Dados cedidos gen�lmente pelo grupo Symington

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Ciclo vegetativo

A evolução climática atípica do primeiro semestre condicionou de forma significava a evolução da fenologia em 2016.

Na Rede de Parcelas de Referência da ADVID, localizada em parcelas dos seus Associados, observou-se que o abrolhamento ocorreu, em média, com um avanço de cerca de 10 dias relativamente a 2015, entre a última semana de Fevereiro e a primeira de Março.

A evolução climática ocorrida a partir de Março conduziu, no entanto, a um atraso significativo do ciclo e a uma irregularidade na fenologia da videira. A floração iniciou-se entre a última semana de Maio e a primeira de Junho, com um atraso de cerca de 8 a 10 dias. Durante esse período, registou-se a ocorrência de precipitação intensa e descida acentuada da temperatura média, que tiveram impacto diferenciado no vingamento, tendo em conta a casta, a altitude e a exposição das vinhas.

O “Pintor” ocorreu com um atraso de cerca de 10 a 15 dias, em relação ao ano de 2015. As condições climáticas ocorridas no período entre Julho e meados de Setembro conduziram a uma ligeira recuperação da fenologia, mas apesar disso, a vindima iniciou-se, em média por volta da última semana de Setembro, com um atraso de cerca de 7 a 10 dias.

Evolução dos aspectos fitossanitários

Doenças

As condições climáticas registadas no período de Inverno e Primavera, contribuíram para que, em 2016, tivesse havido uma forte pressão de doenças criptogâmicas, em especial de míldio.

Míldio

A ocorrência de valores elevados de precipitação e temperaturas amenas no início do ciclo vegetativo proporcionaram uma boa conservação e viabilidade dos oósporos (forma hibernante do fungo). As primeiras infecções de míldio ocorreram no início de Abril, apenas em parcelas com fenologia mais avançada (vinhas mais abrigadas). Em meados de Abril registaram-se condições favoráveis para a ocorrência de infecções primárias por toda a Região (Fig. 3). Os primeiros sintomas (mancha de óleo) (Fig. 4) surgem de forma muito pontual na terceira semana de Abril, nas parcelas mais adiantadas, e no final de Abril, nos restantes locais, onde a fenologia se encontrava numa fase susceptível.

A ocorrência de precipitação contínua, em especial, durante os meses de Abril e Maio conduziu a que ocorressem inúmeras e consecutivas infecções primárias (Fig. 3). Estas condições climáticas condicionaram a realização atempada dos tratamentos fitossanitários, tendo havido simultaneamente condições particularmente favoráveis para a ocorrência de infecções secundárias, em todos os órgãos da videira (Fig. 5-7).

A maior intensidade de ataque da doença ocorreu assim numa fase precoce e de grande sensibilidade da videira (cachos visíveis - alimpa/vingamento), o que conduziu a ataques intensos da doença (Fig. 6-7), afectando cachos, o que se repercutiu em perdas de potencial de produção, que variaram em função da estratégia fitossanitária seguida e da localização das vinhas.

A doença continuou a manifestar-se com elevada intensidade por toda a Região até meados de Junho, observando-se, com alguma frequência, sintomas típicos de “Rot brun” (míldio tardio no cacho).

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Legenda: - Infecção Primária de míldio; - - Mancha de óleo; - Mancha esporulada; - Míldio/oidio na folha;

- Míldio/oídio no cacho Fig. 3 – Evolução das condições climáticas e de desenvolvimento de míldio e oídio durante o ano 2016

Fig. 4 - Mancha de óleo na folha; Fig. 5 – Frutificações de míldio (formação de conidióforos e conídios) na página inferior da folha; Fig. 6- Forte ataque de míldio, com destruição completa dos cachos; Fig. 7 - Forte ataque de míldio na vara. Fotos: Maria do Carmo Val.

Oídio

A elevada precipitação ocorrida na Primavera proporcionou condições para a libertação e projecção de ascósporos (principal fonte de inóculo na Região), contudo, a doença não se manifestou de forma significativa, até finais de Junho. Tal facto deveu-se, por um lado, ao elevado número de tratamentos efectuados preventivamente contra a doença, em resultado da estratégia conjunta seguida para o controle de míldio, e também devido à elevada precipitação ocorrida, que poderá ter potenciado o efeito de “lavagem dos conídios”, reduzindo assim o inóculo nos cachos.

Fig.4 Fig.5

Fig.6 Fig.7

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Os ataques da doença começaram a surgir já no final do mês de Junho (Fig. 8 a) e b), em castas mais sensíveis, com maior vigor e onde não se conseguiu intervir de forma atempada na orientação da vegetação (despampas e despontas).

Fig. 8 – Sintomas de oídio na folha (a) e no cacho (b). Fotos: Maria do Carmo Val.

Doenças do Lenho

As doenças do lenho têm vindo a manifestar-se com maior frequência na Região Demarcada do Douro. Em 2016 as condições climáticas registadas durante a Primavera e Verão conduziram a que se verificasse alguma incidência de esca (Phaeomoniella clamydospora, Phaeoacremonium aleophiluma e Fomitiporia spp.), o que se traduziu, nalguns casos, na apoplexia (morte súbita) de plantas.

Pragas

Traça-da-uva

A actividade da traça-da-uva foi particularmente intensa durante o segundo e terceiro voos (Fig. 9) que deram origem à segunda e terceira gerações da praga, verificando-se um aumento gradual da nocividade da praga, em especial durante a terceira geração (Agosto-Setembro), justificando, nalguns casos (vinhas mais vigorosas do Baixo Corgo ou vinhas do Cima Corgo localizadas em cotas mais elevadas), a realização de tratamentos insecticidas. Em vinhas menos vigorosas ou mais expostas ao stress térmico, a evolução das condições climáticas ocorridas durante o mês de Julho e Agosto, condicionou a sua evolução, não tendo justificado, em geral, a realização de intervenções. A ocorrência de podridão acética e/ou podridão negra (Aspergillus niger) nestes locais não teve relação com a presença da traça-da-uva, mas sim, com a elevada desidratação a que os cachos estiveram sujeitos no período de maturação.

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Baixo Corgo

U T B V

1º voo

2º voo

3º voo

4º voo

Fig.8 b) Fig.8 a)

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Parcelas de referencia do Baixo Corgo

Datas

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Fig. 9 - Evolução da curva de voo da traça-da-uva nas parcelas de referência localizadas no Baixo e Cima Corgo em 2016

Cigarrinha-verde

A evolução climática durante o período de Primavera (ocorrência de precipitação abundante) teve como consequência um aumento de vigor nas videiras o que proporcionou condições favoráveis ao desenvolvimento desta praga em 2016. Assim, o segundo voo (adultos de primeira geração) que decorreu entre Junho e Julho, foi bastante intenso (Fig. 10), dando origem a uma segunda geração de ninfas que provocou, nalgumas vinhas mais expostas às elevadas temperaturas, estragos significativos (Fig. 11) durante o mês de Agosto e Setembro.

Fig. 10 - Evolução da curva de voo da cigarrinha-verde nas parcelas de referência em 2016

Fig. 11 - Sintomas / estragos provocados pela segunda geração de cigarrinha-verde. Fotos: Cristina Carlos

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Cima Corgo

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U T B V C M L N A J H Q R D I S F O P K

Sintomas de queima nas folhas

1º voo

2º voo

3º voo

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Parcelas de referencia do Cima Corgo

Parcelas de referencia

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Datas

Datas

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Evolução do estado hídrico da videira

Os valores do potencial hídrico foliar de base, monitorizados semanalmente pela ADVID numa parcela de referência localizada na sub-região do Cima Corgo, diminuíram de forma progressiva desde final de Junho até à vindima (Fig. 12). No início do período de monitorização (29 de Junho) os valores observados situavam-se nos -0.08 Megapascais (MPa), o que reflecte a ausência de défice hídrico, situação que se manteve até 7 de Julho (-0.1 MPa) (Fig. 12). Para esta situação, contribuiu de forma significa�va a elevada precipitação ocorrida nos meses de Inverno e Primavera que se traduziu num total acumulado de 763 mm (Novembro a final de Junho), cerca de 450 mm mais do que no período homólogo de 2015.

Ao longo do período de monitorização, e como consequência da escassa precipitação verificada (20 mm) e das elevadas temperaturas registadas (Fig. 13), os valores de potencial foram diminuindo de forma progressiva. Até à primeira semana de Agosto as plantas desenvolveram-se em condições de défice ligeiro a moderado. Na data de vindima (12 de Setembro), observou-se o valor mínimo de -0,83 MPa, reflec�ndo um défice hídrico forte, no limiar do severo, sendo visíveis os sintomas do stresse hídrico, térmico e luminoso na parede de vegetação (Fig. 14).

A ADVID acompanha a evolução do potencial hídrico foliar de base nesta parcela desde 2002 (15 anos de monitorização), sendo que 2016 se aproxima claramente do extremo menos nega�vo no que diz respeito à monitorização deste parâmetro.

Fig. 12 - Evolução do potencial hídrico foliar de base em 2016 numa parcela de referência situada no Cima Corgo (cv. Touriga Nacional x 196-17) e sua relação com o défice hídrico da videira, segundo Deloire et al., 2005. Valores médios expressos em megapascais, (MPa).

Fig. 13 - Evolução das condições de precipitação (mm) e temperaturas médias (°C) para o período em análise.

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Fig. 14- Sintomas de stresse hídrico, térmico e luminoso na parede de vegetação (queima e desfolha) à data da vindima, numa parcela de referência do Cima Corgo. Fotos: Igor Gonçalves.

Previsão do potencial de colheita - Método Polínico

Desde 1992 que a ADVID tem vindo a emitir uma estimativa do potencial de colheita para a Região Demarcada do Douro, calculada com base no Método Polínico, desenvolvido pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). Este modelo consiste na captura e análise da quantidade de pólen emitido pela videira, em três locais representativos das três sub-regiões da RDD, integrando dados climáticos e fenológicos. A previsão do potencial de colheita é uma ferramenta de suporte à actividade técnica e económica da Região. A actividade de monitorização do pólen tem vindo a ser executada pela ADVID através da colocação e recolha de filtros com periodicidade bissemanal, pela FCUP através da contabilização dos grãos de pólen nos filtros e elaboração da previsão da produção e com o apoio financeiro do IVDP.

Resultados da emissão de pólen

A monitorização do pólen emitido decorreu nos postos de captação de Peso da Régua, Valença do Douro e Vila Nova de Foz Côa, entre os dias 16 de Maio e 01 de Julho. Na Fig. 15 apresentam-se os gráficos da dinâmica da floração para os três locais (A– Peso da Régua, B– Valença do Douro e C– Vila Nova de Foz Côa).

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N.º

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DATAS

A - PESO DA RÉGUA

P (mm) Nº grãos pólen/m2/dia (Vitis) Tmed (ºC)

COLOCAÇÃODOS FILTROS

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Fig. 15 – Evolução das emissões de pólen e condições climáticas nos três postos de captação de pólen da RDD (A– Peso da Régua, B– Valença do Douro e C– Vila Nova de Foz Côa). O fluxo polínico atmosférico encontra-se expresso em grãos de pólen/m2 ar.104

Resultados da previsão

O intervalo de previsão para 2016 situa-se entre as 192 e as 211 mil pipas de mosto (Quadro 2).

Quadro 2 - Intervalo de previsão para o potencial de colheita de mosto em 2016 na RDD

Nota Esta previsão foi elaborada com base na emissão de pólen, não tendo em consideração factores pós-florais que possam alterar o potencial de colheita estimado na altura da floração. Entre estes, destacam-se em particular, os estragos provocados pela ocorrência de míldio pós-floral, queda de granizo e eventual redução do rendimento industrial de transformação, muito relacionado com o estado hídrico da videira, podendo estes factores afectar os valores de previsão apresentados.

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N.º

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DATAS

B - VALENÇA DO DOURO

P (mm) Nº grãos pólen/m2/dia (Vitis) Tmed (ºC)

COLOCAÇÃODOS FILTROS

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N.º

GR

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N.m

-2.d

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m)

DATAS

C - VILA NOVA DE FOZ CÔA

P (mm) Nº grãos pólen/m2/dia (Vitis) Tmed (ºC)

COLOCAÇÃODOS FILTROS

PREVISÃO DO POTENCIAL DE COLHEITA NA RDD es�mado em 6 de Julho de 2016

Unidade Mínimo Máximo

hL x 1 000 1.054 1.161

Pipas x 1 000 192 211

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Análise da produção regional

Considerando que se observou uma elevada heterogeneidade no impacto das condições climáticas ocorridas no período pós-floral em cada sub-região e em diferentes castas, mantemos como válida a previsão de produção emitida em Julho, aproximando-se, no entanto, do seu limite inferior.

Análise dos dados recolhidos na Rede de Parcelas de Referência

Os dados recolhidos em 2016 na rede de parcelas de referência localizadas em vinhas de Associados da ADVID, permi�ram observar uma grande heterogeneidade no comportamento dos parâmetros analisados, quer ao nível de casta, quer por sub-região (Fig. 16-20), o que indica que as condições locais e estratégias fitossanitárias seguidas �veram grande impacto na produção final.

Fig. 16– Comparação do nº médio de cachos por videira em 2015 (a laranja) e 2016 (a verde) recolhidos na rede de parcelas de referência da ADVID (n= dimensão da amostra). Nível de significância: p<0.05=*(significa�vo), p<0.01=**(muito significa�vo) e p<0.001=***(altamente significa�vo).

Fig. 17– Comparação entre a produção média por videira em 2015 (a laranja) e 2016 (a verde) na rede de parcelas de referência da ADVID (n= dimensão da amostra). Nível de significância: p<0.05=*(significa�vo), p<0.01=**(muito significa�vo) e p<0.001=***(altamente significa�vo).

Nº médio de cachos por videira

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Fig. 18– Comparação entre o peso médio do cacho em 2015 (a laranja) e 2016 (a verde) na rede de parcelas de referência da ADVID (n= dimensão da amostra). Nível de significância: p<0.05=*(significa�vo), p<0.01=**(muito significa�vo) e p<0.001=***(altamente significa�vo).

Fig. 19– Comparação entre o nº médio de bagos por cacho em 2015 (a laranja) e 2016 (a verde) na rede de parcelas de referência da ADVID (n= dimensão da amostra). Nível de significância: p<0.05=*(significa�vo), p<0.01=**(muito significa�vo) e p<0.001=***(altamente significa�vo).

Fig. 20– Comparação entre o peso médio do bago em 2015 (a laranja) e 2016 (a verde) na rede de parcelas de referência da ADVID (n= dimensão da amostra). Nível de significância: p<0.05=*(significa�vo), p<0.01=**(muito significa�vo) e p<0.001=***(altamente significa�vo).

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Evolução da maturação

As condições climá�cas a�picas verificadas em 2016 conduziram a um atraso na maturação de cerca de 1-2 semanas rela�vamente ao ano transacto (Fig. 21), tendo as vindimas �do o seu início, em média, durante a segunda quinzena de Setembro.

As condições climá�cas verificadas principalmente nos meses de Julho e Agosto, poderão ter conduzido a paragens na maturação, em especial em vinhas mais expostas (cotas mais baixas) do Cima Corgo e do Douro Superior.

Fig. 21 – Evolução da maturação nas Sub-Regiões do Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, respectivamente, para os parâmetros Álcool Provável (% V.V) , Acidez Total (g/L Ác. Tartárico) e pH, nos anos de 2015 e 2016.

Fig. 22– Evolução da maturação nas Sub-Regiões do Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, respectivamente, para os

parâmetros Polifenóis Totais (UA/g), Taninos e Antocianinas Totais (mg/g uva), nos anos de 2015 e 2016.

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Na data de vindima, de uma maneira geral, foram registados valores de acidez total e álcool provável inferiores a 2015 (Quadro 3). A maturação fenólica ocorreu, no entanto, mais cedo, tendo-se a�ngido valores mais altos do que em 2015 (Fig. 22).

A maioria da produção da Região Demarcada do Douro conseguiu ser vindimada até à primeira semana de Outubro, com as uvas a apresentarem um bom potencial qualita�vo. Quadro 3- Valores à data da vindima de álcool provável (% V.V.), acidez total (g/L ácido tartárico) e ácido málico (g/L) de 6 parcelas de referência, em 2015 e 2016

Quadro 4 - Valores à data da vindima de polifenóis totais (UA/g), taninos e antocianinas totais (mg/g uva) de 6 parcelas de referência, em 2015 e 2016

Nota: Avaliação efectuada com base: a) na análise dos resultados obtidos em 710 amostras recepcionadas no laboratório da ADVID, distribuídas da seguinte forma pelas sub-regiões: 15% Baixo Corgo, 44% Cima Corgo e 41% Douro Superior (Fig. 21-22); b) com base nos valores obtidos em 6 parcelas de referência da ADVID (Quadro 3-4).

2015 2016Variação

2016/152015 2016

Variação

2016/152015 2016

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2016/15

265 TN 14.51 13.70 -0.81 3.60 3.55 -0.05 4.98 4.73 -0.25 1.51 1.58 0.07

105 TF 11.74 12.34 0.61 3.57 3.58 0.01 4.44 4.20 -0.24 1.18 1.24 0.06

250 TN 13.29 13.29 0.00 3.59 3.46 -0.13 4.60 4.89 0.29 1.16 1.42 0.26

110 TF 13.29 12.21 -1.08 3.95 3.39 -0.56 3.98 3.97 -0.01 1.29 1.33 0.04

130 TN 14.37 12.48 -1.89 3.95 3.59 -0.36 4.07 4.56 0.49 1.21 1.12 -0.09

164 TF 13.70 12.48 -1.22 3.83 3.81 -0.02 3.82 3.52 -0.30 0.88 1.01 0.13

BC

CC

DS

Álcool Provável

(%V.V.)pH

Acidez Total

(g/L Ác. Tartárico)

Ácido Málico

(g/L)Sub-região Altitude Casta

2015 2016Variação

2016/ 152015 2016

Variação

2016/ 152015 2016

Variação

2016/ 15

265 TN 4.95 8.49 3.55 2.93 2.51 -0.42 261.11 307.21 46.10

105 TF 3.92 3.67 -0.26 2.64 2.57 -0.07 239.56 223.61 -15.95

250 TN 7.58 6.68 -0.90 2.89 2.78 -0.11 323.32 295.57 -27.75

110 TF 5.25 4.16 -1.09 2.50 3.13 0.63 248.60 280.20 31.60

130 TN 4.51 8.10 3.58 2.79 2.55 -0.25 256.93 312.75 55.82

164 TF 5.05 5.45 0.40 2.46 2.57 0.11 242.93 254.23 11.29

B C

C C

D S

Sub-região A lt itude C asta

T anino s T o tais

(mg/ g uva)

A nto cianinas T o tais

(mg/ g uva)

P o lifenó is T o tais

(UA / g)

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Ficha técnica

Coordenação técnica e revisão de conteúdos: Cristina Carlos

Autores dos textos:

- Evolução das condições meteorológicas- Branca Teixeira

- Ciclo vegetativo, potencial de colheita e produção – Paulo Costa

- Evolução dos aspectos fitossanitários (Doenças) - Carmo Val

- Evolução dos aspectos fitossanitários (Pragas) - Cristina Carlos

- Evolução do potencial hídrico- Igor Gonçalves

- Evolução da maturação- Ana Morais

- Tratamento de dados (Parcelas de referência) - Paulo Costa, Igor Gonçalves, Maria do Carmo Val, Samuel Martins

Edição gráfica: Fernanda Almeida

Produção: Outubro de 2016

Agradecimentos

Aos Associados da ADVID que colaboram nas parcelas de referência e associados que contribuíram para a aferição do potencial de colheita em 2016.