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O recém-empossado, 80º procurador-geral e secretário da Justiça dos Estados Unidos, Alberto R. Gonzales, disse que teve conversas proveitosas e francas nos últimos dois dias com autoridades do governo e líderes da sociedade civil, e manifestou sua satisfação por encontrar o mesmo entendimento sobre tantas questões importantes para os povos do Brasil e dos Estados Unidos. Uma delas é a proteção dos direitos de propriedade intelectual, sobre a qual falou à ABPI. Página 3 Resoluções da ABPI O Conselho Diretor e o Comitê Executivo da ABPI aprovaram, em 9 de fevereiro de 2007, a Resolução da ABPI nº 71, Aplicação do artigo 12 da Lei n° 9.279/96, aos pedidos de patente depositados na vigência da Lei n° 5.772/71 e ainda pendentes de decisão pelo INPI na entrada em vigor da Lei n° 9.279/96, e a Resolu- ção da ABPI nº 72, Nulidade da No- tificação enviada pelo INPI à OMPI suspendendo a eficácia para o Brasil da resolução da Assembléia do PCT (outubro de 2001) que alterou o Art. 22(1) do PCT, por recomendação da Comissão de Estudo de Patentes. Página 8 Instrução de Serviço nº 004/2006 - INPI/Dirma A Diretoria de Marcas do INPI baixou a IS 004, de 10 de abril de 2006, para estabelecer normas de procedi- mento com vistas à realização de exa- me simplificado de marcas, conforme orientação do presidente do INPI através do Memorando nº 031/ 2006 - INPI/PR, retificando assim a Instru- ção de Serviço nº 003/ 2006-INPI/ Dirma. O período de execução da ta- refa vai “até esgotar o backlog de pe- didos de marcas não decididos apre- sentados em papel (depósitos até maio de 2006)”. Página 11 Nº 82 • Janeiro/Fevereiro de 2007 Boletim da ABPI 1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Boletim da Janeiro/Fevereiro de 2007 - nº 82 Brasil e EUA contra a pirataria Alberto R. Gonzales, procurador-geral e secretário da Justiça dos EUA, em palestra no almoço da ABPI exortou a parceria entre Brasil e EUA para combater a pirataria.

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O recém-empossado, 80º procurador-geral esecretário da Justiça dosEstados Unidos, Alberto R.Gonzales, disse que teveconversas proveitosas efrancas nos últimos dois diascom autoridades do governoe líderes da sociedade civil, emanifestou sua satisfação porencontrar o mesmoentendimento sobre tantasquestões importantes para ospovos do Brasil e dos EstadosUnidos. Uma delas é aproteção dos direitos depropriedade intelectual,sobre a qual falou à ABPI.Página 3

Resoluções da ABPIO Conselho Diretor e o Comitê

Executivo da ABPI aprovaram, em 9de fevereiro de 2007, a Resolução daABPI nº 71, Aplicação do artigo 12da Lei n° 9.279/96, aos pedidos depatente depositados na vigência daLei n° 5.772/71 e ainda pendentesde decisão pelo INPI na entrada emvigor da Lei n° 9.279/96, e a Resolu-ção da ABPI nº 72, Nulidade da No-tificação enviada pelo INPI à OMPIsuspendendo a eficácia para o Brasilda resolução da Assembléia do PCT(outubro de 2001) que alterou o Art.22(1) do PCT, por recomendação daComissão de Estudo de Patentes.Página 8

Instrução de Serviço nº 004/2006 -INPI/Dirma

A Diretoria de Marcas do INPIbaixou a IS 004, de 10 de abril de 2006,para estabelecer normas de procedi-mento com vistas à realização de exa-me simplificado de marcas, conformeorientação do presidente do INPIatravés do Memorando nº 031/ 2006 -INPI/PR, retificando assim a Instru-ção de Serviço nº 003/ 2006-INPI/Dirma. O período de execução da ta-refa vai “até esgotar o backlog de pe-didos de marcas não decididos apre-sentados em papel (depósitos atémaio de 2006)”. Página 11

Nº 82 • Janeiro/Fevereiro de 2007 Boletim da ABPI 1

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Boletim daJaneiro/Fevereiro de 2007 - nº 82

Brasil e EUA contra a pirataria

Alberto R. Gonzales, procurador-geral esecretário da Justiça dos EUA, empalestra no almoço da ABPI exortou aparceria entre Brasil e EUA paracombater a pirataria.

Novos associadosO Comitê Executivo e o Conselho

Diretor da ABPI aprovaram em 9 defevereiro de 2007 os pedidos de filia-ção de: Alexandre Mikalauskas (pes-soa física), Aline Rodrigues Cavalheire(Basf S/A), Baril, Brandão e BrofmanAdvogados Associados (Sandra Bran-dão de Abreu), Bruno MaldonadoThompson (pessoa física), CristianoCarvalho Leão (Unilever Brasil Ltda.),Fernando Perandin Evangelista (pes-soa física), Leandro Marcantonio (Do-naire e Marcantonio Advogados Asso-ciados) e Rogério Prado de CastroMonteiro (pessoa física); e os pedidosde alteração de associado pessoa físicapara pessoa jurídica de Crivelli e Car-valho Advogados Associados (IvanaCó Galdino Crivelli) e Schering-Plough Brazil (Leonardo C. Cassará).

XXVII Seminário da ABPI

O Comitê Executivo e o ConselhoDiretor da ABPI aprovaram em 9 defevereiro de 2007 a realização doXXVII Seminário Nacional da Proprie-dade Intelectual, no período de 26 a 28de agosto de 2007, no Windsor BarraHotel e Congressos, no Rio de Janeiro.

Reuniões da ABPIO Comitê Executivo e o Conselho

Diretor da ABPI aprovaram em 9 de fe-vereiro de 2007 o calendário das reu-niões do Comitê Executivo e ConselhoDiretor da ABPI e almoços para 2007:21 de março: São Paulo; 18 de abril: Riode Janeiro; 16 de maio: São Paulo; 20 dejunho: Rio de Janeiro; 18 de julho: SãoPaulo; 26 a 28 de agosto: Rio de Janeiro(XXVII Seminário da ABPI); 19 de se-tembro: São Paulo; 17 de outubro: Riode Janeiro; 14 ou 28 de novembro: SãoPaulo; 19 de dezembro: Confraterniza-ção ABPI e ABAPI - Rio de Janeiro.

2 Boletim da ABPI Janeiro/Fevereiro de 2007 • Nº 82

Editorial

Proteção dos direitos depropriedade intelectual

Paulo Parente Marques MendesDiretor Secretário da ABPI

No último almoço promovido pela Associação Brasileira de Propriedade Intelectual -ABPI, dia 9 de fevereiro de 2007, no Restaurante Casa da Suíça, no Rio de Janeiro, tive-mos a ilustre presença do procurador-geral e secretario da Justiça dos EUA, Alberto R.Gonzales, que proferiu palestra sobre combate à pirataria.

Em seu discurso, parabenizou os esforços brasileiros ao combate à pirataria, com des-taque para a implementação do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos con-tra a Propriedade Intelectual - CNCP. Salientou ainda que, para uma maior eficiência aocombate à falsificação de artigos (um fenômeno mundial, devido à globalização), é de gran-de importância o trabalho conjunto dos países envolvidos.

Como é sabido, o CNCP tem como objetivo prevenir o combate aos crimes contra a pro-priedade intelectual, conforme o Plano Nacional de Combate à Pirataria, que foi elaborado deacordo com as vertentes repressivas, educativas e econômicas. Trata-se de uma medida impor-tante do governo, sendo possível notar resultados efetivos que, a longo prazo, beneficiarão ain-da mais as medidas em prol da redução substancial da pirataria.

A respeito do meio legal de combate, o secretário acredita que devemos estabelecer leisde propriedade intelectual coercitivas, fomentar as fontes relacionadas à aplicação da Leide Propriedade Industrial e trabalhar para dinamizar o número de operações conjuntasentre EUA e Brasil. Labutando em conjunto, ele acredita na possibilidade de desmantelaras organizações criminosas vinculadas ao crime de propriedade intelectual nas Américas,transmitindo uma mensagem clara de que o Brasil e os EUA combatem com firmeza essetipo de crime em qualquer local do mundo.

O secretário não deixou de frisar a importância da defesa da propriedade intelectualpara a economia e para os consumidores, além de enfatizar como as organizações crimino-sas e as vendas de produtos piratas podem causar sérios riscos à saúde.

No Brasil, políticas contra a pirataria são recentes e, por isso, ainda se encontram empleno desenvolvimento. Porém, é possível notar um forte comprometimento do governo eapoio das autoridades alfandegárias, que são de extrema importância, em função da di-mensão do país e suas inúmeras fronteiras.

Vale ressaltar que a atuação mais célere e eficaz do Instituto Nacional da Propriedade In-dustrial - INPI no tocante à concessão de registros de marcas e patentes traria maior credibi-lidade ao nosso sistema de propriedade industrial e maior segurança jurídica aos titulares des-ses direitos. Não só as pequenas, médias e grandes empresas nacionais e estrangeiras não seencontrariam desprovidas de todo o arsenal jurídico previsto em nossa legislação e tratadosaplicados em nosso país sobre a matéria, para enfrentarem a pirataria, como também se resol-veriam os problemas referentes à competitividade das empresas brasileiras no exterior.

A ABPI, na vanguarda desses temas, tem sido prestigiada em seus congressos com as maisaltas autoridades ligadas à propriedade intelectual, e matérias que a ela dizem respeito. Suas co-missões de estudo, em constante atuação, têm debatido temas de importância nacional e global,produzindo resoluções que são encaminhadas ao Congresso Nacional, sendo em sua grandemaioria transformadas em projeto de lei ou incorporadas em outras.

Além do palestrante, contamos com a presença das seguintes autoridades: o embaixa-dor dos EUA no Brasil, Clifford M. Sobel, a cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro, Eliza-beth Lee Martinez, os secretários de Estado do Rio de Janeiro, Régis Velasco Fichtner Perei-ra, da Casa Civil, e Julio Lopes, dos Transportes, o presidente do Tribunal de Justiça do Riode Janeiro, desembargador José Carlos Schmidt Murta Ribeiro, a juíza federal Liliane Roriz,representando o presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, o deputado federalMarcelo Itagiba, Diana Jungmann, representando a Confederação Nacional de Indústria -CNI e Gustavo S. Leonardos, presidente da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual- ABPI. Presenças essas que consolidam ainda mais a forte atuação e o prestígio dos encon-tros promovidos, bem como as realizações elaboradas pela ABPI.

Notas

Cartas para a redação do Boletim da ABPI

Envie suas mensagens para a redação doBoletim da ABPI pelo e-mail [email protected]

Informações, críticas e sugestões serãoavaliadas e respondidas, podendo ser publi-cadas ou não no Boletim após estudo de ca-da caso.

Nº 82 • Janeiro/Fevereiro de 2007 Boletim da ABPI 3

Matéria de capa

Alberto R. Gonzales, procurador-geral e secretário da Justiça dos Esta-dos Unidos, disse que teve conversasproveitosas e francas nos últimos doisdias com autoridades do governo e lí-deres da sociedade civil, e manifestousua satisfação por encontrar o mesmoentendimento sobre tantas questõesimportantes para os povos do Brasil edos Estados Unidos. Uma delas é aproteção dos direitos de propriedadeintelectual, sobre a qual falou à ABPI.Sua vinda ao Brasil atende a intençãode ver o que está funcionando, tantono Brasil como nos EUA, e o que jun-tos se poderá fazer a seguir.

Compuseram a mesa, presididapor Gustavo S. Leonardos: AlbertoR. Gonzales, procurador-geral e se-cretário da Justiça dos EUA; CliffordM. Sobel, embaixador dos EUA noBrasil; Liliane Roriz, desembargado-ra federal, representando o presi-dente do Tribunal Regional Federalda 2ª Região, desembargador Frede-rico Gueiros; desembargador JoséCarlos Schmidt Murta Ribeiro, pre-sidente do Tribunal de Justiça do Riode Janeiro; Régis Velasco FichtnerPereira, secretário da Casa Civil doEstado do Rio de Janeiro; Julio Lo-pes, secretário dos Transportes doEstado do Rio de Janeiro; MarceloItagiba, deputado federal; e DianaJungmann, representando a Confe-deração Nacional de Indústria -CNI. Estavam também presentes:Elizabeth Lee Martinez, cônsul-geraldos EUA no Rio de Janeiro; desem-bargadora Lilian Moreira Pinho, Mi-nistério Público do Estado do Rio deJaneiro; procurador Eduardo AndréLopes, Procuradoria da Repúblicano Estado do Rio de Janeiro; CyntiaMerchant, da Phillip Morris; Rodri-go Thompson, Sindicado Nacionaldos Técnicos da Receita Federal -

Sindireceita; e Carlos Henrique deCarvalho Fróes, representando opresidente da Associação Paulistada Propriedade Intelectual - ASPI.

Preocupação internacional

Para o procurador-geral é consen-sual que a proteção da PI é uma preo-cupação internacional que exige coo-peração e parceria que unam distân-cias culturais e geográficas para a exe-cução de metas comuns para nossos ci-dadãos e nossas economias. E, segun-do seu entendimento, a parceria preci-sa incluir um compromisso mútuo pa-ra fazer valer os direitos de proprieda-de que constituem a base de nossa eco-nomia global dinâmica.

Gonzales entende que o momentoé crucial na história da aplicação inter-nacional dos direitos da PI. “As mu-danças globais, tanto econômicasquanto tecnológicas, criaram desafiossem precedentes para esta tarefa”, afir-mou. “É da maior importância o traba-lho conjunto para proteger a PI quenos ajuda a conduzir nossas econo-mias e tem um efeito enorme na saúdee na segurança de nossos cidadãos,não podendo, portanto, ser ignorada.”

A pirataria

“As pessoas ao redor do mundoaproveitam os frutos do trabalho denossas comunidades criativas”, pon-dera o palestrante, “no cinema, namúsica, em softwares comerciais, jogosde computador, roupas, peças auto-motivas ou até mesmo remédios. Atecnologia moderna dá aos detento-res de PI oportunidades sem prece-dentes de distribuir suas obras a um

Brasil e EUA contra a pirataria

Alberto R. Gonzales, procurador-geral e secretário da Justiça dos EUA, em palestra no almoço da ABPI, exortou a parceria entre

Brasil e EUA para combater a pirataria

Gustavo S. Leonardos e Alberto R. Gonzales.

Alberto R. Gonzales

Nascido em San Antonio, no Te-xas, criado em Houston, Alberto R.Gonzales é formado pelas escolaspúblicas do Texas, pela Universida-de Rice e pela Escola de Direito deHarvard. Foi assessor jurídico geraldo governador Bush por três anos,principal encarregado das eleições eprincipal elo do governo em assun-tos do México e de fronteiras. Foijuiz da Suprema Corte do Texas, enomeado assessor jurídico do presi-dente George W. Bush, antes de ser-vir no Departamento de Justiça.

4 Boletim da ABPI Janeiro/Fevereiro de 2007 • Nº 82

público internacional. Mas, na medi-da em que a demanda por esses pro-dutos aumenta, os criminosos tentamlucrar com o trabalho árduo e a criati-vidade de terceiros, e a mesma tecno-logia que possibilita a legítima distri-buição disseminada aos consumido-res também tornou relativamente fá-cil e barato vender produtos piratea-dos e falsificados em todo o mundo.”

As organizações criminosas que sebeneficiam do roubo de PI tornaram-semais sofisticadas e organizadas. Elas seescondem nas sombras da economiapara explorar qualquer deficiência denossos esforços de fiscalização, e de-pois usam os resultados de seu roubopara financiar outros negócios ilícitos.”

“Embora crimes como roubo de PIpossam parecer inofensivos para al-guns, basta imaginar”, exemplificaGonzales, “um paciente cardíaco pas-sando por uma cirurgia de emergênciaem um hospital que, sem saber, com-prou equipamento cirúrgico falsificadoabaixo dos padrões. Ou um motoristade caminhão que compra pastilhas defreio falsificadas que comprometemsua capacidade de evitar um acidente.Ou um mecânico de avião que incons-cientemente compra peças falsificadaspara consertar um motor a jato.”

Para demonstrar que a preocupa-ção é mais do que hipotética, o pales-trante citou casos ocorridos como oindiciamento pelo Departamento deJustiça de onze pessoas e de uma em-presa sediada em Atlanta, acusadasde vender medicamentos falsificadospela Internet. Eram cerca de 24 dro-gas diferentes comercializadas pormeio de anúncios em e-mails não soli-citados. Em vez de versões genéricasseguras e autênticas desses medica-mentos vitais, eram falsificações adul-teradas, grosseiramente produzidas.

O que fazer?

Em sua opinião, há várias frentesde trabalho: fortalecer nossos esforçosglobais de fiscalização, garantir leisseveras de PI, aumentar os recursosdestinados à aplicação das leis de PI etrabalhar para aumentar o número deoperações conjuntas entre os EUA e oBrasil. Melhorar a fiscalização, au-mentar a conscientização e mudar apercepção e os comportamentos dapopulação são medidas que deman-dam tempo e perseverança.

Falando em esforços, o procura-dor-geral elogiou o governo brasilei-ro e, em especial, o Conselho Nacio-nal de Combate à Pirataria - CNCPpor seu trabalho árduo e pela dedi-cação ao combate ao crime de PI.

Constatou que tem sido grande onúmero de apreensões nas frontei-ras, de materiais que infringem osdireitos autorais; são inúmeros os se-minários públicos de conscientiza-ção antipirataria: a capacitação conti-nua e há cada vez mais cooperaçãoentre as autoridades responsáveispela aplicação da lei em âmbito fede-ral e estadual, a cooperação entre ossetores privados de direito autoral eo CNCP. “Tudo isso é sinal de umgoverno que leva a sério a aplicaçãoda lei”, afirmou Alberto R. Gonzales.

Tolerância zero

Citou exemplo de trabalho con-junto de fiscalização entre Brasil eEUA, que permitiu desmantelar orga-nizações envolvidas no crime de pro-priedade intelectual nos dois conti-nentes americanos. Outro caso foi adescoberta pelo FBI de um cidadãobrasileiro que estava ilegalmente co-piando e disponibilizando pela Inter-net o software de uma pequena empre-sa americana. Utilizando contatoscom órgãos de aplicação da lei no Bra-sil, o Departamento de Justiça e o FBIforneceram informações que resulta-ram em batida, busca e prisão do cida-dão brasileiro. Esse tipo de operaçãoconjunta de aplicação da lei, na visãodo procurador-geral, ajuda a enviar amensagem clara de que “nem o Brasil

Matéria de capa

Da esquerda para a direita: Clifford M. Sobel, embaixador dos Estados Unidos no Brasil,Marcelo Itagiba, deputado federal, Julio Lopes, secretário dos Transportes do Estado doRio de Janeiro, Liliane Roriz, desembargadora federal, e Diana Jungmann, representandoa Confederação Nacional de Indústria - CNI.

Da esquerda para a direita: Régis Velasco Fichtner Pereira, secretário da Casa Civil doEstado do Rio de Janeiro, desembargador José Carlos Schmidt Murta Ribeiro, presidentedo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Gustavo S. Leonardos, presidente da ABPI, eAlberto R. Gonzales, procurador-geral e secretário da Justiça dos EUA.

nem os EUA tolerarão crimes de PIem qualquer lugar do mundo”.

“Com a tecnologia aumentaramos riscos”, explicou “reagimos crian-do uma força-tarefa de PI em 2004.Essa força tarefa inclui autoridadesdo alto escalão e está encarregada deanalisar como o Departamento apli-ca a lei e protege os direitos de PI.Em conseqüência do trabalho dessaforça-tarefa, houve aumento em todoo país do número de promotores es-pecialmente treinados para lidarcom crimes de PI. No ano passado,isso resultou em aumento de 98% nonúmero de réus processados judi-cialmente por delitos contra a PI. Etrabalhamos com o nosso Congressopara preencher lacunas em nossasleis de PI e reforçar as penalidadespara os infratores.”

Em agosto foi desbaratada umaoperação envolvendo um site de pi-rataria de softwares na Flórida, se-gundo sua narrativa. As vendas ile-gais no site resultaram em prejuízosde quase US$ 20 milhões para osproprietários de direitos autorais.Após declarar-se culpado no tribu-nal federal, o chefe do esquema foicondenado a seis anos de prisão e aopagamento de uma indenização demais de US$ 4 milhões. Além disso, aoperação confiscou uma variedadeinacreditável de bens compradoscom os lucros desse crime, inclusivetrês aviões, um helicóptero, um Lam-borghini, e outros carros esportes,um barco e uma ambulância.

Ameaça global

Na visão do procurador-geral, noentanto, a rigorosa aplicação da lei ecapacitação em âmbito interno nãosão suficientes para combater de mo-do eficaz essa ameaça global, cada vezmaior. Para ele, é imperativo que ospaíses trabalhem em conjunto paragarantir a aplicação rigorosa da lei nomundo todo. “Não deve haver abrigoseguro para transgressores da lei dePI. Com essa finalidade, nossa divisãocriminal trabalhou com promotoresem âmbito nacional e internacionalpara proteger os direitos dos detento-res de PI e aplicar a lei”, afirmou.

Simultaneamente, os promotoresdo Departamento de Justiça presta-ram assistência técnica e forneceramcapacitação em investigações e pro-

cessos referentes à PI para mais de3.300 promotores investigadores ejuízes estrangeiros em 107 países eestão capacitando mais pessoas to-dos os dias. O Departamento de Jus-tiça encabeçou nos últimos dois anosas duas maiores ações internacionaisde aplicação da lei já realizadas comsucesso contra a pirataria de softwareon-line. A Operação FastLink e aOperação Site Down juntas envolve-ram mais de dezesseis países noscinco continentes, inclusive o Brasil.

Essas operações dirigidas pelosEUA realizaram de forma sincroni-zada duzentos mandados de busca,o confisco de centenas de computa-dores e centrais ilegais de distribui-ção on-line e a retirada de mais US$ 100milhões em software, jogos, filmes emúsicas de canais de distribuição ile-gal. Como resultado dessas duasoperações, mais de oitenta réus nosEUA foram condenados por crimesde violação de direitos autorais e asações continuam.

Um promotor regional especializado

“Na economia global cada vezmais conectada, somente a aplicaçãoda lei coordenada em âmbito interna-cional será suficiente”, afirmou o pa-lestrante, que argumenta que desen-volver ações transnacionais exigeuma rede de contatos com órgãos lo-cais de aplicação da lei, e disse terpercebido o enorme benefício de po-sicionar um promotor altamente ca-pacitado em PI em um país parceiropara trabalhar com seus colegas es-trangeiros responsáveis pela aplica-ção da lei e prestar-lhes assistência

nos aspectos complexos e singularesrelativos à proteção da PI. “Para for-mar equipes internacionais para tra-var essa batalha”, disse Gonzales,“enviamos um promotor federal ex-periente ao Sudeste da Ásia para ser-vir como coordenador de fiscalizaçãoda Propriedade Intelectual (IPLEC) emandaremos outro promotor para aEuropa Oriental em breve.”

Disse ainda que agora está anali-sando modos de colocar um coorde-nador na América do Sul para seconcentrar em atividades de aplica-ção da lei de PI em toda essa região.“A nosso ver, ter essa espécie de pro-motor experimentado na região seriaum grande benefício como recursopara nossos governos e como ligaçãovital, à medida que continuamosnossos esforços de cooperação para aaplicação da lei.”

“Nos EUA”, afirmou, “nosso avi-so aos criminosos que procuram lu-crar com a PI de cidadãos e empresá-rios honestos e trabalhadores é claro:os EUA estão dedicando mais recur-sos de aplicação da lei - inclusive pro-motores e investigadores do Departa-mento de Justiça - do que jamais an-tes para fiscalizar os direitos de PI.Individualmente, tanto os EUAquanto o Brasil devem ter regimes se-veros de aplicação da lei em âmbitointerno, e eu aplaudo os esforços doBrasil em aumentar sua capacidadenessa área. Mas não podemos e nãodevemos trabalhar sozinhos. Nossosórgãos responsáveis pela aplicaçãoda lei devem trabalhar em conjuntopara impetrar processos em casos depirataria internacional.”

Matéria de capa

Nº 82 • Janeiro/Fevereiro de 2007 Boletim da ABPI 5

A primeira palestra da ABPI em 2007 do procurador-geral dos EUA foi das mais concorridas.

Good afternoon. I am glad to be here with you in

Rio de Janeiro and to have had theopportunity yesterday and today tospeak with my Brazilian colleaguesabout the many issues that connectour two countries. This is my firsttrip to this unique city, and in myshort time here I have begun to un-derstand how it earned its reputa-tion for spectacular beauty.

Over the past two days I havehad fruitful and candid discussionswith government officials and civicleaders, and I am pleased that we sha-re a common understanding of somany issues of importance to the peo-ple of Brazil and the United States.

One of those issues, the one I’mhere to talk about today, is the protec-tion of intellectual property rights.

As everyone here today knows,IP protection is undeniably an inter-national concern. It requires coope-ration and a partnership that bridgescultural and geographic distances toachieve common goals for our citi-zens and our economies. And I amhere to say that this partnershipmust include a mutual commitmentto enforce the intellectual propertyrights that form the foundation ofour dynamic global economy.

I want to talk a little today aboutthe nature of the issue as I see it; whatwe’ve seen working, in both Braziland the United States; and what Ithink we can do next, together.

We are at a critical time in thehistory of international IP rights en-forcement. Global changes, both eco-nomic and technological, have crea-ted unprecedented challenges to thistask. It is therefore paramount thatwe continue to work together to pro-tect intellectual property. IP helpsdrive our economies, and it has toogreat an effect on the health and sa-fety of our citizens to be ignored.

People around the world enjoythe fruits of the hard work of ourcreative communities –be it in mo-vies, music, business software, com-puter games, clothing, automobileparts, or even medicines. Moderntechnology gives IP owners unprece-dented opportunities to distributetheir works to a worldwide audience.

But as demand for these pro-ducts increases, criminals will at-tempt to profit from the hard workand creativity of others. And the sa-me technology that allows for legiti-mate widespread distribution toconsumers has also made it relati-vely easy and inexpensive to peddlepirated and counterfeit productsaround the world.

Resourceful criminals can use theInternet to violate both trademark andcopyright laws by creating and sellingproducts, such as software, that ap-pear to be legitimate, but are not.

And criminal organizations be-nefiting from IP theft have becomemore sophisticated and more organi-zed. They hide in the economic sha-dows to exploit any weakness in ourenforcement efforts, and then use theproceeds of their theft to financeother criminal enterprises.

While crimes like IP theft mayappear harmless to some, the realitycan be terrible. Criminals who ma-nufacture and sell counterfeit pro-ducts can pose a substantial risk tothe health and safety of our citizens.Imagine a heart patient undergoingemergency surgery at a hospital thatunknowingly purchased substan-dard counterfeit surgical equipment.Or a truck driver who buys counter-feit brake pads that jeopardize hisability to avoid an accident. Or wor-se yet, an aircraft mechanic whounknowingly buys fake parts to re-pair a jet engine.

Our concern is more than hypo-thetical. In one case last September,the Department of Justice announ-ced the indictment of eleven indivi-duals and an Atlanta-based com-pany on charges related to a schemeto sell fake drugs over the internet.

According to the indictment, thedefendants in that case marketed ap-proximately 24 different drugsthrough spam email advertisements.While customers expected to get safeand authentic generic versions of the-se vital drugs, they instead got adulte-rated fakes that had been crudely ma-de in an unsanitary house in Belize.

We have seen the real and tangi-ble consequences of IP theft as itsteals business from honest mer-

chants, defrauds innocent custo-mers, and undermines our values ofcompetition and creativity. This un-derground economy costs legitimatebusinesses billions of dollars everyyear -and causes significant harm tothe economies of both the UnitedStates and Brazil.

What can our respective law en-forcement authorities do about thisproblem? In my view, our work mustproceed on several fronts. We muststrengthen our global enforcementefforts, ensure strong intellectualproperty laws, increase resources de-voted to IP law enforcement, andwork to increase the number of jointU.S.-Brazil operations.

I know that everyone here un-derstands the importance of these ef-forts and I would like to commendthe Brazilian government, and espe-cially the CNCP, for their hard workand dedication in combating intel-lectual property crime. Improvingenforcement, raising awareness, andchanging public perception and be-haviors all take time and perseveran-ce. There is much work to be done,but I am heartened by the progressthat has been made so far.

Seizures of infringing copyrigh-ted materials at the borders havebeen high, public seminars on anti-piracy awareness are numerous, trai-ning continues, and there is growingcooperation between Brazilian lawenforcement authorities at the fede-ral and state levels. I am especiallyglad to see a substantial amount ofcooperation between the copyrightprivate sectors and the CNCP. All ofthese are signs of a government thattakes IP law enforcement seriously.

And we are not without exam-ples of joint enforcement work bet-ween the United States and Brazil.Recent cooperative efforts highlighthow, working together, we can dis-mantle criminal organizations enga-ged in intellectual property crime onboth American continents.

During one operation, the FBIdiscovered that a Brazilian citizenwas illegally copying and posting tothe internet the software of a smallU.S. company. Utilizing Brazilianlaw enforcement contacts developed

6 Boletim da ABPI Janeiro/Fevereiro de 2007 • Nº 82

Matéria de capa

Íntegra do discurso do procurador-geral e secretário da Justiça dos EUA,Alberto R. Gonzales, na ABPI, dia 9 de fevereiro de 2007

during bilateral IP consultations, theDepartment of Justice and FBI wereable to supply detailed informationthat resulted in a raid, search, and ar-rest of the Brazilian citizen.

This type of joint law enforce-ment operation helps send a clearmessage that neither Brazil nor theUnited States will tolerate intellec-tual property crime anywhere in theworld.

In the United States, we havebeen working hard on this issue aswell. We have long recognized theimportance of preserving IP rightsand we have made their protection alaw enforcement priority. We are wa-ging an aggressive and successfulcampaign against intellectual pro-perty crime on multiple fronts.

As technology has increased thestakes, we have responded, establis-hing a Task Force on Intellectual Pro-perty in 2004. This Task Force inclu-des high-level officials and is char-ged with reviewing how the Depart-ment enforces and protects IP rights.As a result of the Task Force’s work,we have increased our capacity toaddress IP theft and preserve therights of intellectual property ow-ners in a number of ways.

We have increased the number ofprosecutors across the country spe-cially trained to handle IP crimes.Last year this resulted in a 98 percentincrease in the number of defendantsprosecuted for intellectual propertyoffenses. And we’ve worked withour Congress to close loopholes inour IP laws and strengthen penaltiesfor offenders.

In one important case last Au-gust, we disrupted a Florida opera-tion running a software piracy websi-te. Illegal sales through the site resul-ted in losses to the copyright ownerstotaling nearly $20 million. Afterpleading guilty in federal court, theleader of the scheme was sentencedto six years in prison and was orderedto pay restitution of more than $4 mil-lion. In addition, the operation forfei-ted a staggering variety of assets pur-chased with the profits of its crime,including three airplanes, a helicop-ter, a Lamborghini and other sportscars, a boat, and an ambulance.

The stiff sentence in this caseshows modern-day pirates that wetake these crimes seriously. We haveorganized victims conferences toeducate the public on ways to seek

help from the government; andwe’re targeting America’s youth tomake sure they understand that IPtheft is harmful and illegal.

But strong domestic enforcementand education is not enough to effec-tively combat this growing globalthreat. It is imperative that countrieswork together to ensure strong en-forcement worldwide. There can beno safe havens for intellectual pro-perty criminals.

To that end, our Criminal Divi-sion has worked with prosecutorsthroughout the United States and in-ternationally to protect the rights ofIP owners and to enforce the law. Infact, last year alone Department ofJustice prosecutors provided trainingand technical assistance on IP investi-gations and prosecutions to over3,300 foreign prosecutors, investiga-tors, and judges in 107 countries.And we’re training more every day.

In addition, over the past twoyears, the Department of Justice hassuccessfully led the two largest inter-national enforcement actions everundertaken against online softwarepiracy. Operation FastLink and Ope-ration Site Down together involvedmore than 16 countries across fivecontinents, including Brazil.

These U.S.-led operations synchro-nized the execution of more than 200search warrants, the confiscation ofhundreds of computers and illegal on-line distribution hubs, and the removalof more than $100 million worth ofsoftware, games, movies, and musicfrom illicit distribution channels. Morethan 80 defendants in the U.S. havebeen convicted of criminal copyrightinfringement crimes as a result of thesetwo operations, and our efforts arecontinuing.

The list of countries participatingin these efforts is long, and we arecommitted to building on these suc-cesses and achieving even greaterglobal cooperation in the future. Inthe increasingly connected globaleconomy, nothing short of this typeof coordinated international enforce-ment effort will suffice.

Developing transnational casesrequires a network of law enforce-ment contacts on the ground. Andwe have seen a tremendous benefitfrom placing a highly trained IP pro-secutor in a partner country to workwith and assist foreign law enforce-ment counterparts in the complex

and unique aspects related to protec-ting intellectual property.

In building international teams tofight this battle, we have deployed anexperienced federal prosecutor toSoutheast Asia to serve as an Intellec-tual Property Law Enforcement Coor-dinator, or IPLEC, and we will be sen-ding another prosecutor to EasternEurope in the coming months.

We are now also exploring waysto put another coordinator in this re-gion in the near future to focus on IPenforcement activities throughoutSouth America. We think that havingthis kind of experienced prosecutorin the region would be a great as-set...as a resource for both of our go-vernments and as a vital liaison aswe continue our successful coopera-tive enforcement efforts.

And yesterday I pledged to workwith my counterparts here in Brazilto continue their leadership efforts infocusing on the tri- border region.

In the United States, our messageto criminals who seek to profit fromthe intellectual property of honestand hard-working citizens and busi-nesses is clear: The U.S. is devotingmore of its law enforcement resources– including Justice Department prose-cutors and investigators – than everbefore to the enforcement of IP rights.

During this trip, I’ve encouragedmy law enforcement colleagues inBrazil to do the same.

Individually, both the UnitedStates and Brazil must have strongdomestic enforcement regimes, and Isupport and applaud Brazil’s effortsto increase its capacity in this area.But we cannot, and must not, workalone. Our law enforcement agenciesmust work together to develop andprosecute international piracy cases.

The digital age has created a bor-derless world for large criminal conspi-racies -so our law enforcement effortsmust be global and borderless as well.Every member of the global economyhas a responsibility to keep counterfeitgoods out of the marketplace.

By building on our successfulcooperative efforts, we can turn thetide in our battle against intellectualproperty crime and the criminal or-ganizations that profit from it. Andwe can help to ensure a just andprosperous future for both Braziland the United States.

Thank you, again, for the oppor-tunity to be with you today.

Matéria de capa

Nº 82 • Janeiro/Fevereiro de 2007 Boletim da ABPI 7

8 Boletim da ABPI Janeiro/Fevereiro de 2007 • Nº 82

Resoluções da ABPI

A ABPI - Associação Brasileirada Propriedade Intelectual, em suafunção de estudar todos os aspectoslegais que afetam os direitos de pro-priedade intelectual no Brasil, pormeio de sua Comissão de Patentes,estudou a incidência do período degraça previsto no artigo 12 da Lei nº9.279/92 (Lei de Propriedade Indus-trial - LPI)1 às divulgações públicasdas invenções no período de dozemeses que antecedeu o depósito dospedidos de patente durante a vigên-cia da Lei nº 5.772/71 (Código de Pro-priedade Industrial - CPI) e que nãotinham sido examinados antes da en-trada em vigor da Lei nº 9.279/96.

Como primeiro elemento a seconsiderar, deve-se mencionar que oartigo 229 da Lei n° 9.279/96, confor-me alterada pela Lei n° 10.196/01,dispõe o seguinte:

“Art. 229. Aos pedidos em anda-mento serão aplicadas as disposiçõesdesta Lei, exceto quanto à patenteabilida-de dos pedidos depositados até 31 de dezem-bro de 1994, cujo objeto de proteção sejamsubstâncias, matérias ou produtos obtidospor meios ou processos químicos ou subs-tâncias, matérias, misturas ou produtos ali-mentícios, químico-farmacêuticos e medi-camentos de qualquer espécie, bem como osrespectivos processos de obtenção ou modi-ficação e cujos depositantes não tenhamexercido a faculdade prevista nos arts. 230e 231 desta Lei, os quais serão consideradosindeferidos, para todos os efeitos, devendo oINPI publicar a comunicação dos aludidosindeferimentos.” [grifou-se]

A discussão sobre a aplicação doartigo acima é tipicamente relacionada

à aplicação da lei no tempo. A resolu-ção de conflitos temporais de legisla-ção está regulada pelo artigo 2º da Leide Introdução ao Código Civil2. E, par-ticularmente quanto à situação da di-vulgação anterior ao depósito de pedi-dos pendentes, situam-se no que adoutrina convencionou chamar de fac-ta pendentia, ressaltando-se que aConstituição Federal prevê que a re-troatividade, quando expressa no no-vo diploma, não poderá contrariar trêshipóteses: (a) ato jurídico perfeito, (b)coisa julgada e (c) direito adquirido(artigo 5º, inciso XXXVI, da CF/88).

(a) Ato jurídico perfeito. No caso sob exame, a simples

existência de um pedido de patentependente não se configura, obvia-mente, em ato jurídico perfeito.

(b) Coisa julgada.Os limites da coisa julgada são

jurisdicionais e, certamente, ultra-passam o escopo do processo admi-nistrativo de concessão de uma pa-tente de invenção ou de modelo deutilidade. De qualquer forma, umprocesso administrativo em anda-mento não pode ser caracterizadocomo coisa julgada.

(c) Direito adquirido.Quanto ao direito adquirido, de-

ve-se entender que esta é uma catego-ria jurídica voltada para a tutela dosindivíduos em face do estado, sendouma garantia contra a arbitrariedade ea invasão da esfera privada de cadaum. A tutela da sociedade e dos direi-tos da coletividade se faz por intermé-dio da lei que, dispondo para o futuro,atende aos objetivos sociais propostos

pelos representantes populares.As patentes são concedidas na

forma da lei e os seus critérios de con-cessão indicam uma opção política dolegislador. No Brasil, como se sabe, jávigeu o não reconhecimento de pa-tentes para produtos farmacêuticos.A LPI entendeu que, a partir da suaentrada em vigor, 14/05/1997, seriaadequado reconhecer patentes paraprodutos farmacêuticos. Não houve,no caso concreto, qualquer violação apretensos direitos adquiridos pela so-ciedade à inexistência de patentes far-macêuticas, tendo em vista que tal si-tuação foi objeto de uma norma legal.

Uma invenção cairá, ou não, emdomínio público, na forma que a lei de-finir. Se, no período de graça, alguémutilizou invenção cujo pedido de pa-tente ainda estava pendente, diante deuma permissão vigente à época, aquestão se resolve no campo do confli-to de direitos individuais. A LPI con-tém norma jurídica que valora os fatosjurídicos anteriores à sua vigência deforma diferente da legislação anterior,e como a valoração incide sobre fatosjurídicos (e não atos jurídicos) não háque se falar em direito adquirido.

Do conjunto de regras relativas àdeterminação da novidade.

O último aspecto a considerar fa-ce à necessidade de aplicação do ar-tigo 12 da LPI às divulgações públi-cas dos pedidos depositados na vi-gência da Lei nº 5.772/71 versa sobreo conjunto de elementos da definiçãojurídica daquilo que constitui técnicaanterior para efeitos de avaliação denovidade e atividade inventiva, ten-

Resolução da ABPI nº 71Aplicação do artigo 12 da Lei n° 9.279/96, aos pedidos de patente depositados navigência da Lei n° 5.772/71 e ainda pendentes de decisão pelo INPI na entrada em

vigor da Lei n° 9.279/96.

Acolhendo a recomendação formulada por sua Comissão de Estudo de Patentes, em 9 de fevereirode 2007 o Conselho Diretor e o Comitê Executivo da ABPI aprovaram a presente Resolução.

Encaminhado em 27 de fevereiro ao ministro Luiz Fernando Furlan, do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, a Jorge de Paula Costa Avila, presidente doInstituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, a Mauro Sodré Maia, procurador-geral do INPI e

a Carlos Pazos Rodriguez, diretor de Patentes do INPI.

1. LPI. “Art. 12 - Não será considerada como es-tado da técnica a divulgação de invenção oumodelo de utilidade, quando ocorrida duranteos 12 (doze) meses que precederem a data de de-pósito ou a da prioridade do pedido de patente,se promovida: I - pelo inventor; II - pelo Institu-to Nacional da Propriedade Industrial - INPI,através de publicação oficial do pedido de pa-tente depositado sem o consentimento do in-ventor, baseado em informações deste obtidas

ou em decorrência de atos por ele realizados; ouIII - por terceiros, com base em informações ob-tidas direta ou indiretamente do inventor ouem decorrência de atos por este realizados. Pa-rágrafo único - O INPI poderá exigir do inven-tor declaração relativa à divulgação, acompa-nhada ou não de provas, nas condições estabe-lecidas em regulamento.”

2. LICC. “Art. 2° Não se destinando à vigênciatemporária, a lei terá vigor até que outra a modi-

fique ou revogue. § 1° A lei posterior revoga a an-terior quando expressamente o declare, quandoseja com ela incompatível ou quando regule intei-ramente a matéria de que tratava a lei anterior. §2° A lei nova, que estabeleça disposições gerais ouespeciais a par das já existentes, não revoga nemmodifica a lei anterior. § 3° Salvo disposição emcontrário, a lei revogada não se restaura por ter alei revogadora perdido a vigência.”

Nº 82 • Janeiro/Fevereiro de 2007 Boletim da ABPI 9

A Associação Brasileira da Pro-priedade Intelectual - ABPI, após terdiscutido e analisado a questão daalteração do art. 22(1) do PCT no âm-bito da Comissão de Patentes, apro-va a presente Resolução:

Eventos relacionados com o en-vio e retirada da notificação relativaà aplicação do novo prazo do Art.22(1) do PCT.

Em sua 30ª Sessão (13ª SessãoOrdinária), ocorrida em Genebra de24 de setembro a 3 de outubro de2001, a Assembléia do PCT, que con-tou com a presença da DelegaçãoBrasileira, deliberou por unanimida-de em favor da alteração do prazo doArt. 22(1) daquele tratado de 20 para30 meses.

O relatório sobre aquela assem-bléia, documento PCT/A/30/7 de 3 de

outubro de 2001, dispõe como seguesobre tal alteração em tradução livre:

“49. A Assembléia(i) por unanimidade adotou as modifi-

cações dos prazos fixados no Artigo 22(1) doPCT como estabelecido no Anexo II a esterelatório e as emendas da Regra 90bis comoestabelecido no Anexo III a este relatório e

(ii) por unanimidade adotou as deci-sões, como estabelecido no Anexo IV aeste relatório, com relação à entrada emvigor e disposições transitórias com res-peito a estas alterações.”1

Enquanto o Anexo II simples-mente transcreve o Artigo 22 já in-corporando o novo prazo de 30 me-ses, o Anexo IV determina o seguin-te, em tradução livre:

“DECISÕES RELACIONADASCOM A ENTRADA EM VIGOR EDISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

(1) As modificações dos prazos fixa-dos no Artigo 22(1) estabelecidos no Ane-xo II devem, sujeitos aos parágrafos (2) e(3), entrar em vigor em 1º de abril de2002. As modificações devem ser aplica-das, no que diz respeito a qualquer Repar-tição designada, a qualquer pedido inter-nacional com relação ao qual o período de20 meses da data de prioridade expire na-quela ou após aquela data em que as mo-dificações entrem em vigor com respeitoàquela Repartição e com relação ao qual osatos referidos no Artigo 22(1) ainda nãotenham sido praticados pelo depositante.

(2) Se em 3 de outubro de 2001 qual-quer dessas modificações não for compatívelcom a lei nacional aplicada por uma Reparti-ção designada, ela não deverá ser aplicadacom respeito àquela Repartição por tantotempo quanto ela permanecer incompatívelcom aquela lei, desde que a referida Reparti-

do em vista que a disposição do arti-go 12 é apenas um desses elementos.

Seguindo-se à definição geral dosrequisitos de patenteabilidade em seusartigos 8° e 9°, a Lei n° 9.279/96 defineem seu artigo 11 o que se entende por“novidade”3 e no § 1º deste artigo exis-te ressalva expressa às situações pre-vistas nos artigos 12 (período de gra-ça), 16 (prioridade) e 17 (prioridade in-terna). Ademais, o § 2° do artigo 11 im-põe-se restrição inexistente na vigên-cia da lei anterior (Lei nº 5.772/71). Emoutras palavras, nos termos do § 2°passa a ser considerado como inte-grante do estado da técnica - apenaspara aferição de novidade - o conteú-

do de pedidos de patente já deposita-dos antes do pedido de patente sobexame, ainda que tais pedidos apenasvenham a ser publicados após tal data.

Com efeito, no que diz respeito aospedidos de patente depositados aindana vigência da Lei n° 5.772/71 e exami-nados já sob a égide da Lei n° 9.279/96,haveria um desequilíbrio no compor-tamento administrativo do INPI casoesta autarquia viesse a considerar ina-plicável a regra do artigo 12 da Lei nº9.279/96, enquanto, por outro lado,aplicasse a regra do § 2º do artigo 11,tendo em vista que esta última é aindamais rigorosa quanto ao tratamento evaloração dos fatos jurídicos anterio-

res. O simples expurgo do artigo 12 nadeterminação da novidade de um pe-dido de patente examinado já na vi-gência da Lei n° 9.279/96 romperia oequilíbrio estabelecido pelo legislador,em claro prejuízo para o depositante.

Conclusão.Deve ser aplicada a disposição

do artigo 12 da Lei nº 9.279/96 aoexame dos pedidos de patente depo-sitados, ou cujo objeto foi publicado,na vigência da extinta Lei n° 5.772/71e examinados na vigência da Lei n°9.279/96, tendo em vista que a valo-ração dos fatos jurídicos anterioresatende a um comando direto do arti-go 229 daquele diploma legal.

Resoluções da ABPI

3. “Art. 11 - A invenção e o modelo de utilidade sãoconsiderados novos quando não compreendidosno estado da técnica. § 1° - O estado da técnicaé constituído por tudo aquilo tornado acessívelao público antes da data de depósito do pedido depatente, por descrição escrita ou oral, por uso ou

qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior,ressalvado o disposto nos arts. 12, 16 e 17. § 2°- Para fins de aferição da novidade, o conteúdocompleto de pedido depositado no Brasil, e aindanão publicado, será considerado estado da técni-ca a partir da data de depósito, ou da prioridade

reivindicada, desde que venha a ser publicado,mesmo que subseqüentemente. § 3° - O dispostono parágrafo anterior será aplicado ao pedido in-ternacional de patente depositado segundo trata-do ou convenção em vigor no Brasil, desde quehaja processamento nacional.”

Resolução da ABPI nº 72Nulidade da Notificação enviada pelo INPI à OMPI suspendendo a eficácia para o Brasilda resolução da Assembléia do PCT (outubro de 2001) que alterou o Art. 22(1) do PCT.

Acolhendo a recomendação formulada por sua Comissão de Estudo de Patentes, em 9 de fevereirode 2007 o Conselho Diretor e o Comitê Executivo da ABPI aprovaram a presente Resolução.

Encaminhado em 27 de fevereiro ao ministro Luiz Fernando Furlan, do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, a Jorge de Paula Costa Avila, presidente doInstituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, a Mauro Sodré Maia, procurador-geral do INPI e

a Carlos Pazos Rodriguez, diretor de Patentes do INPI.

1. Cf. o texto original:1. “49. The Assembly1. (i) unanimously adopted the modifications of the

time limits fixed in Article 22(1) of the PCT

as set out in Annex II to this report and theamendments of Rule 90bis as set out in An-nex III to this report, and

1. (ii) unanimously adopted the decisions, as setout in Annex IV to this report, relating toentry into force and transitional arrange-ments in respect of those provisions.”

10 Boletim da ABPI Janeiro/Fevereiro de 2007 • Nº 82

ção notifique correspondentemente o Escri-tório Internacional até 31 de janeiro de 2002.A notificação será prontamente publicadapelo Escritório Internacional na Gazeta.

[...](4) Recomenda-se que todo Estado

Contratante cuja lei nacional não sejacompatível com as modificações tomemedidas urgentes para emendar sua lei,para a torná-la compatível, de modo queuma notificação não tenha que ser feitasob o parágrafo (2) ou, se tal notificaçãotiver que ser feita, de modo que possa serretirada sob o parágrafo (3) o mais cedopossível depois disso.”2 [grifou-se]

Portanto, ressalvada a hipótesede que a lei de um país contratantefosse incompatível com a alteração deprazo do Art. 22(1) do PCT, essa alte-ração deveria entrar em vigor para to-dos os países em 1º de abril de 2002.

O Brasil enviou, na época, uma no-tificação com base nas disposições aci-ma e apenas veio a anunciar a retiradade sua reserva à alteração do Artigo22(1) por ocasião da 6ª Sessão do Gru-po de Trabalho de Reforma do PCT emGenebra, de 3 a 7 de maio de 2004, con-forme publicado na revista PCT News-letter No. 05/2004, em tradução livre:

“Artigo 22(1) do PCT: Retirada deNotificação de Incompatibilidade

O Instituto Nacional da PropriedadeIndustrial (Brasil), em sua capacidade comoRepartição designada, notificou ao Escritó-rio Internacional que retirou, com efeito apartir de 30 de abril de 2004, sua notificaçãode incompatibilidade do Artigo 22(1) doPCT, como modificado com efeito a partir de1º de abril de 2002, com sua lei nacional.

O (novo) prazo de 30 meses sob o Ar-tigo 22(1) do PCT será portanto aplicável apartir de 30 de abril de 2004 com respeitoaos pedidos internacionais para os quais oprazo de 20 meses tenha expirado na ouapós aquela data e com respeito aos quais osatos referidos no Artigo 22(1) não tenhamsido praticados pelo depositante (...)”3

Nulidade da notificação brasilei-ra à OMPI.

Desde que o INPI enviou à OM-PI notificação nos termos do pará-

grafo (2) do Anexo IV do documentoPCT/A/30/7, iniciaram-se questio-namentos sobre o cabimento dessanotificação. Especialmente em vistada demora na retirada daquela noti-ficação, a ABPI pronunciou-se sobrea questão através de sua Resoluçãon° 50, em que opina pela desnecessi-dade de qualquer processo legislati-vo para dar eficácia à alteração doprazo do Artigo 22(1) do PCT.

Em verdade, o fato de que o atode retirada da referida notificaçãonão foi precedido de uma correspon-dente alteração na lei demonstra quenão havia qualquer incompatibilida-de a impedir a adoção imediata daalteração do prazo do Artigo 22(1)do PCT.

Com a retirada da notificação fi-cou superada a discussão sobre a ne-cessidade ou não de se alterar a leipara dar abrigo ao novo prazo.

Todavia, de acordo com as regrasde transição transcritas no início (ane-xo IV do documento PCT/A/30/7), acondição para que a alteração do Ar-tigo 22(1) não produzisse efeitos pa-ra uma determinada Repartição resi-dia em que o novo prazo fosse in-compatível com a lei do respectivopaís (“Se em 3 de outubro de 2001 qual-quer dessas modificações não for compa-tível com a lei nacional...”).

Na medida em que não havia talincompatibilidade legal, a notificaçãoenviada pelo INPI à OMPI não preen-cheu uma condição necessária, destaforma a notificação estava fundadaem pressupostos que contrariavam otexto da Resolução da Assembléia doPCT, sendo nula desde sua origem.

Sendo nula, o prazo de 30 mesesdo Artigo 22(1) do PCT em verdadedeveria ser aplicável desde 1º deabril de 2002, nos termos do parágra-fo (1) do anexo IV ao documentoPCT/A/30/7 transcrito acima.

Ainda de acordo com o parágra-fo (1) do anexo IV, o novo prazo de30 meses do Artigo 22(1) deveria seraplicável aos pedidos internacionais

cujo prazo de 20 meses para entradana fase nacional ainda não havia ex-pirado em 1º de abril de 2002.

Aplicação do novo prazo do Ar-tigo 22(1) aos pedidos de patentePCT desde 1º de abril de 2002.

Na medida em que a regra detransição determina em seu parágrafo(2) que as alterações do Art. 22(1) “nãose aplicarão com respeito a essa repartiçãopelo tempo durante o qual elas continua-rem a não ser compatíveis com essa lei”,conclui-se que nunca houve um perío-do de tempo em que essas alteraçõeseram incompatíveis com a lei brasilei-ra. Portanto, tampouco houve períodoem que as alterações do Artigo 22(1)não seriam aplicáveis ao Brasil.

Assim sendo, um pedido de pa-tente PCT, cuja entrada na fase na-cional teria de ser efetuada no prazode 20 meses pela antiga regra do Ar-tigo 22(1), deve se beneficiar do novoprazo de 30 meses desde 1º de abrilde 2002. Ou seja, se o novo prazo de30 meses para entrada na fase nacio-nal brasileira é aplicável desde 1º deabril de 2002, os pedidos internacio-nais cujo prazo de 20 meses aindanão havia expirado nesta data de-vem se beneficiar desse novo prazo.

ConclusãoEm virtude da nulidade da notifi-

cação enviada pelo INPI à OMPI sus-pendendo a eficácia da respectiva al-teração, o novo prazo de 30 meses pa-ra entrada na fase nacional segundo oArt. 22(1) do PCT deve ser considera-do aplicável no Brasil desde 1º deabril de 2002 a todos os pedidos inter-nacionais cujo prazo de 20 meses pa-ra entrada na fase nacional apenas seesgotou a partir daquela data.

Assim, as exigências sob o des-pacho 6.7 que vêm sendo emitidaspelo INPI em pedidos de patente cu-ja entrada na fase nacional brasileiratenha sido efetuada após 1º de abrilde 2002, para comprovação de quetais pedidos seguem o Capítulo II doPCT, são impróprias e carecem defundamentação legal.

Resoluções da ABPI

2. “DECISIONS RELATING TO ENTRY INTOFORCE AND TRANSITIONAL ARRANGE-MENTS.

2. (1) The modifications of the time limits fixed inArticle 22(1) set out in Annex II shall, sub-ject to paragraphs (2) and (3), enter into for-ce on April 1, 2002. The modifications shallapply, so far as any designated Office is con-cerned, to any international application inrespect of which the period of 20 months fromthe priority date expires on or after the dateon which the modifications enter into force inrespect of that Office and in respect of whichthe acts referred to in Article 22(1) have notyet been performed by the applicant.

2. (2) If, on October 3, 2001, any such modifica-tion is not compatible with the national law

applied by a designated Office, it shall notapply in respect of that Office for as long asit continues not to be compatible with thatlaw, provided that the said Office notifies theInternational Bureau accordingly by Ja-nuary 31, 2002. The notification shall bepromptly published by the International Bu-reau in the Gazette.

2. [...]2. (4) It is recommended that any Contracting Sta-

te whose national law is not compatible withthe modifications take urgent action toamend its law to make it compatible so that anotification does not have to be given underparagraph (2) or, if such a notification mustbe given, so that it can be withdrawn underparagraph (3) as soon as possible thereafter.”

3. No original:2. “PCT Article 22(1): Withdrawal of Notification

of Incompatibility.2. The National Institute of Industrial Property

(Brazil), in its capacity as designated Office, hasnotified the International Bureau that it haswithdrawn, with effect from 30 April 2004, itsnotification of the incompatibility of PCT Arti-cle 22(1), as modified with effect from 1 April2002, with its national law.

2. The (new) 30-month time limit under PCT Ar-ticle 22(1) will therefore apply as from 30 April2004 in respect of international applications forwhich the 20-month time limit expired on or af-ter that date and in respect of which the acts re-ferred to in PCT Article 22(1) had not yet beenperformed by the applicant. (...)”

Rio de Janeiro, 10 de abril de 2006Aos Senhores(as) Coordenadores(as)

e Chefes de Divisão - DIRMA,Objetivo: Estabelecer normas de pro-

cedimento com vistas à realização deexame simplificado de marcas, conformeorientação do Sr. Presidente do INPIatravés do Memorando nº 031/2006-IN-PI/PR, retificando assim a Instrução deServiço n° 003/2006-INPI/DIRMA.

1. Para execução desta Instrução deServiço estão alocados os servidores daDiretoria de Marcas listados neste docu-mento.

2. Período de execução da tarefa: de21/03/2006 até esgotar o backlog de pedi-dos de marcas não decididos apresentadosem papel (depósitos até maio de 2006).

3. Entende-se por exame simplificadoaquele centrado na avaliação do méritoda marca. Está, portanto, suspenso, nestafase, excepcionalmente, o exame dos as-pectos formais do pedido, conforme ex-plicitado nesta Instrução de Serviço.

4. Neste período, os examinadoresreferidos no item 1 deverão realizar oexame baseado exclusivamente nas in-formações disponíveis no SINPI, queconte, os elementos necessários para oexame substantivo da marca. Os examesdeverão ter seus despachos realizados noSINPI e impressos para posterior juntadaaos respectivos processos.

5. Fica suspenso, durante esta fase, oexame das procurações. Estas regulam arelação entre o titular do pedido e seuprocurador, não interferindo na concessãodo direito ao titular, que é função do INPI.

6. Fica suspensa, durante esta faseexcepcional, a verificação de atividade,objeto do art. 128 da LPI para pessoas fí-sicas ou jurídicas. Prevalecerá, a princí-pio, o declarado pelo requerente na peti-ção inicial, ato que está sujeito às penali-dades legais. Os examinadores, no entan-to, poderão, quando persistirem dúvi-das, realizar exame de consistência comos dados disponíveis no SINPI e, ainda,proceder à formulação de exigências pa-ra que seja comprovada a atividade.

7. Se o exame realizado com os dadosdisponíveis no SINPI indicar a necessida-de de anuência de terceiros para a conces-são da marca - nomes civis, pseudôni-mos, obras literárias etc. -, o assunto de-

verá ser informado ao Chefe de Divisão,que dará a orientação pertinente ao caso.

8. A existência de eventuais petiçõescadastradas como “outros” no SINPI nãoserá considerada como impeditiva paracontinuidade do exame e para a decisãosobre a marca.

9. As exigências só deverão ser reali-zadas quando for indispensável, já queexigem re-trabalho e podem criar cadeiade sobrestamento.

10. Para realização do exame objetodesta Instrução de Serviço a CGMI dis-ponibilizará para os examinadores as in-formações contidas no SINPI, relativasaos processos, em ordem seqüencial dedata de depósito. Os pedidos de um mes-mo titular serão, preferencialmente, en-caminhados para o mesmo examinador,visando a consistência das decisões.

11. Constituirá o conjunto de proces-sos a serem examinados:

- Processos depositados e ainda nãodecididos, organizados pela ordem dedata de depósito, iniciando-se pelo depó-sito mais antigo ainda não decidido, nasseguintes situações: 10 - Pedido deposi-tado, 11 - Pedido inviável, 13 - Pedido co-municado, 14 - Pedido republicado, 16 -Pedido sobrestado liberado para exame,e 30 - Pedido viável;

- Não serão examinados, nesta siste-mática, os processos nas seguintes situa-ções: (com oposição (31 e 33), subjúdice(15), sobrestados (16), deferidos (40 e 42),indeferidos (21), com propriedade unionis-ta e com exigência (20);

- Não serão examinados, nesta siste-mática, pedidos de marcas figurativas,coletivas, de certidão e tridimensionais.

12. Para fins do exame serão adota-dos, preferencialmente, os seguintes pro-cedimentos de busca:

- Busca por radical de palavras commais de 4 letras, eliminando-se a primei-ra e a última letra para fins de busca;

- Para palavras com 4 letras ou me-nos - busca por palavra.

13. As eventuais dúvidas sobre a im-plementação da presente Instrução deServiço deverão ser dirimidas pelos se-nhores Chefes de Divisão e Coordenado-res, a quem cabe também coordenar erealizar reuniões que se façam necessá-rias para a padronização de procedimen-tos técnicos de exame de marcas.

14. Ficam homologados os atos dosservidores nos exames de marcas reali-zados na sistemática do Exame Simpli-ficado.

Servidores designadosAdalberto Souza Filho (souza) - (chefe)Almério Amorim Castro (almerio)Ana Cristina da Rocha Monteiro (anacrm)Ana Regina Marta Rêga (anarmr)Carlos Eduardo D. S. Martins (carlosed)Carlos Henrique P. Guimarães (ch)Celso Prado B. Junior (celsop)Claudia Lopes Tolentino (claudiat)Cristina Nunes de Sant’anna (santanna)Daniel de França Diniz Rocha (danielr)Deyse Gomes Macedo (deyse) - (chefe)Ederson alves assis (ederson) - (chefe)Eduardo Gazal Silva (gazal) - (coordenador)Elaine Vianna Saraiva (elainev)Elisangela Santos da Silva (esantos)Elizabeth Andrade Pereira Lima (elizap)Elizabeth Ferão (ferrao) - (chefe)Elza Fátima Matos da Silva (elza)Gerardo Pessoa Pínto Silveira Junior

(gerardo)Jose Benito Yarritu Abellas (abellas)Julio Arthur Alves Lopes (alves)Luciano Santiago Santos (lucianos)Marcelo de Oliveira Pimentel (pimentel)Marcelo Luiz Soares Pereira (marcelol)Maria Elizabeth Broxado (beta) -

(coordenadora)Maria Helena Ferreira da Silva (helena)Maria Lucia L. G. Mascotte (malu) -

(coordenadora)Pablo Ferreira Regalado (regalado)Patricia Pereira Peralta (ppereira)Paula Koschnitzki (paulak)Paula Motta Ludgero da Silva (paulams)Pedro Sergio Maggessy Monnerat

(monnerat)Pilar Castro Pereira (pilar)Radja Fatima Olivieri Fajardo (radja) - (chefe)Raquel Monteiro de Carvalho (raquel)Ricardo Moritz Cavalcanti (moritz)Robertta Xavier C. dos Santos (robertax)Silvia Rodrigues de Freitas (silviarf)Suzana Barros Gonçalves (suzanabg) -

(coordenadora)Tania Maria Trigo Fernandes (trigo) -

(chefe)Thiago Augusto Araujo Bastos (thbastos)Ubiraci Singulani Ribeiro Marques

(umarques)Vanessa Bianca de S. Pinto (vanessab)Vera Lucia de Souza Pinheiro (pinheiro)Viviane Mattos Nielsen (vmattos)

Terezinha de Jesus GuimarãesDiretora de Marcas

Notas

Nº 82 • Janeiro/Fevereiro de 2007 Boletim da ABPI 11

Exame simplificado de pedidos de marcas no INPI

O INPI publicou a Instrução de Serviço nº 004/2006-INPI/Dirma, estabelecendoprocedimentos para a realização do exame simplificado dos pedidos de marcas depositados

naquele órgão. A Comissão de Estudo de Marcas da ABPI está incluindo na pauta dapróxima reunião a análise e discussão sobre o teor dessa Instrução de Serviço.

Instrução de Serviço n° 004/2006 - INPI/Dirma

IX Congresso Internacional ASPI

Será realizado de 7 a 9 demarço, em São Paulo

A Associação Paulista de Pro-priedade Intelectual - ASPI realiza-rá o IX Congresso Internacionalcom o tema A Propriedade Intelec-tual nos Países Emergentes - Políti-cas Específicas e Aspectos PráticosEmpresariais, de 7 a 9 de março de2007, em São Paulo. Programa e in-formações em www.aspi.org.br, pe-lo e-mail [email protected] ou pelotelefone 11 5575-4944.

12 Boletim da ABPI Janeiro/Fevereiro de 2007 • Nº 82

Notas

Informativo mensal dirigido aos associados da ABPI.

Visite a versão on-line deste Boletim no sítio da Associação.

ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - Av. Rio Branco, 277 - 5º andar -Conj. 506 - Centro - Cep 20040-904 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: 21 2532-5655 - Fax: 21 2532-5866 - Web Site: http://www.abpi.org.br - E-mail: [email protected]

Comitê Executivo: Gustavo Starling Leonardos - Presidente; Rodrigo Sérgio Bonan deAguiar - 1º Vice-Presidente; José Carlos Tinoco Soares - 2° Vice-Presidente; João CarlosMüller Chaves - 3° Vice-Presidente; Cláudio Roberto Barbosa - Diretor Relator; JoséHenrique Barbosa Moreira Lima Neto - Diretor Editor; Paulo Parente Marques Mendes -Diretor Secretário; Herlon Monteiro Fontes - Diretor Tesoureiro.Conselho Editorial: Elisabeth Edith G. Kasznar Fekete; Gabriel Leonardos; Juliana L. B. Viegas; Luiz Edgard Montaury Pimenta; Manoel J. Pereira dos Santos e Sonia Maria D’ElbouxBoletim da ABPI: Editor - José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto; JornalistaResponsável - João Yuasa (MTb: 8.492); Produção Gráfica - PW Gráficos e EditoresAssociados Ltda; Fotos - Carlos Gueller; Revisão - Mauro Feliciano; Impressão eAcabamento - Neoband Soluções Gráficas.© ABPI 2007 - Todos os direitos reservados.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Boletim da

ABAPI obtém liminar contra o sistemaexclusivamente eletrônico do INPI

INPI deve manter os dois sistemas: eletrônico e papel

O desembargador federal RogérioVieira de Carvalho deferiu, em decisãode 30 de janeiro de 2007, o efeito sus-pensivo requerido pela ABAPI, deter-minando que o INPI mantenha os doissitemas (eletrônico e papel) nos se-guintes termos: “À vista das alegaçõesrecursais (fls. 02/20) defiro efeito sus-pensivo ativo para suspender a eficá-cia do ato de fls. 30/31 até julgamentodo recurso pelo Colegiado. Intime-sepor fax, inclusive, a d. Autoridade Im-

petrada (fls. 40) para ciência e cumpri-mento desta decisão. Oficie-se ao MM.Juízo a quo para ciência desta decisão.Intime-se o Representante Judicial daAutarquia Agravada para responderao recurso. Em havendo eventual pe-dido de reconsideração (art. 527, § úni-co do CPC) e/ou Agravo Regimental(art. 43, § 2º, do RI), voltem-me. Em ca-so contrário, remetam-se os autos aoMPF”. AABPI participou como amicuscuriae da demanda da ABAPI.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

26 a 28 de agosto de 2007Windsor Barra Hotel e Congressos

Rio de Janeiro - RJRealização

Av. Rio Branco, 277, 5º andar, conjunto 50620040-904, Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 2532-5655 Fax: (21) 2532-5866E-mail: [email protected] Site: http://www.abpi.org.br

XXVII SEMINÁRIONACIONAL DA PROPRIEDADEINTELECTUAL