boas práticas na elaboração e implantação em obras
TRANSCRIPT
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS:
BOAS PRÁTICAS NA ELABORAÇÃO E
IMPLANTAÇÃO EM OBRAS
Ricardo Silva Moreira
2014
ii
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS: BOAS PRÁTICAS NA
ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO EM OBRAS
Ricardo Moreira
Projeto de Graduação apresentado ao
curso de Engenharia Civil da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de
Engenheiro.
Orientador: Jorge dos Santos
Rio de Janeiro
Agosto / 2014
iii
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS: BOAS PRÁTICAS NA
ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO EM OBRAS
Ricardo Moreira
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE
ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA
OBTENÇÃO DE GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.
Examinado por:
________________________________________________
Prof.º Jorge dos Santos, D. Sc.
________________________________________________
Prof.ª Ana Catarina Evangelista, D. Sc.
________________________________________________
Prof.ª Isabeth Mello, M. Sc.
________________________________________________
Prof.º Wilson Wanderley da Silva
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL.
AGOSTO DE 2014
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Moreira, Ricardo Silva
Procedimentos Operacionais: Boas Práticas na Elaboração e Implantação em Obras / Ricardo Silva Moreira. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2014.
x, 57 p.: il. 29,7 cm.
Orientador: Jorge dos Santos.
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Engenharia Civil, 2014.
Referências Bibliográficas: p. 56 – 57.
1. Procedimentos Operacionais: Boas Práticas na Elaboração e Implantação em Obras. Santos, Jorge II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil III. Título.
v
Agradecimentos
Agradeço à minha mãe e meu pai por todo carinho, compreensão e suporte em todas
as etapas da minha vida, e os principais responsáveis por eu ter atingido meus
objetivos até aqui.
Agradeço também às minhas irmãs pela amizade e por serem a fonte de inspiração
que sempre me impulsionou a acreditar na minha caminhada.
À todas as amizades feitas na faculdade que tornaram essa longa caminhada mais
feliz e divertida dividindo momentos de sucesso e também as dificuldades da vida de
um estudante.
À toda a minha família, pais, irmãs, tios e primos que me ajudaram na minha
formação.
Agradeço em especial ao meu orientador Jorge Santos pela ajuda e compreensão no
desenvolvimento dessa monografia e também a todos os professores que contribuíram
para minha formação
Por fim agradeço as minhas amizades pelos momentos que passamos ao longo da
vida.
vi
Resumo do projeto de graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Engenheiro Civil.
Procedimentos Operacionais: Boas Práticas na Elaboração e Implantação em obras.
A padronização é ferramenta importante para a industrialização da construção civil.
Empresas estão buscando padronizar os seus processos construtivos, administrativos
e gerenciais para aumentar a produtividade, reduzir custos e prazos sem comprometer
a qualidade final.
O surgimento das normas da família ISO 9000 e certificações como o PBQP-H exigem
que as empresas padronizem e documentem seus procedimentos internos. Para
elaborar um procedimento operacional é necessário conhecer profundamente a sua
rotina e técnicas construtivas, para isso, as construtoras utilizam como fonte de
pesquisa as normas técnicas, estudos acadêmicos e o conhecimento dos profissionais
envolvidos no serviço. A Gestão da Qualidade possui ferramentas como a planilha 5 W
e 1H, fluxograma e outras que permitem a organização dessas informações para o
desenvolvimento do procedimento operacional que será documentado.
Para implantar esses procedimentos em obras é necessário o desenvolvimento da
equipe treinando periodicamente e conscientizando a necessidade e importância de se
estabelecer um padrão para executar as tarefas.
Ao longo desse trabalho será mostrado como as construtoras elaboram e implantam
procedimentos operacionais em suas obras.
Ricardo Silva Moreira
Agosto /2014
Orientador: Jorge Santos
Curso : Engenharia Civil
Palavras Chave: Padronização, procedimentos operacionais, ISO 9000
vii
Abstract of Undergraduate Project presented to School Polytechnic / UFRJ as a partial
fulfillment of the requirements for the degree of Civil Engineer
Operating Procedures: Good Practices in the development and deployment in the
works
Standardization is an important tool for the industrialization of construction. Companies
are looking to standardize his internal processes to increase productivity, reduce costs
and deadlines without compromising the final quality.
The emergence of the ISO 9000 family and certifications as PBQP-H requires
companies to standardize and document their internal procedures. To develop an
operating procedure is necessary to know your routine and construction techniques for
this, builders use technical standards, academic studies and knowledge of
professionals involved in service. Quality Management has tools such as 5 W and 1 H,
flowchart that allow the organization of this information for the development of the
procedure that will be documented.
To implement these procedures in works is necessary to develop team training
periodically and aware of the need and importance of establishing a standard to
perform the tasks.
During this work will be shown as builders develop and deploy operational procedures
in their works.
Ricardo Silva Moreira
August / 2014
Advisors: Jorge Santos
Course: Civil Engineering
Keywords: Standartization, procedures, ISO 9000
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Sumário 1. Introdução ............................................................................................................................ 1
1.1 Importância do Tema ...................................................................................................... 1
1.2 Objetivo ............................................................................................................................. 1
1.3 Justificativa ....................................................................................................................... 1
1.4 Metodologia .................................................................................................................. 1
1.5 Estrutura do trabalho ....................................................................................................... 2
2. Padronização na Construção Civil ................................................................................... 3
2.1 Definição ........................................................................................................................... 3
2.2 Vantagens e desvantagens da padronização ............................................................. 4
2.3 A ISO 9001 ....................................................................................................................... 5
2.3.1 International Standartization Organization ........................................................... 5
2.3.2 Normas da série 9000 .............................................................................................. 5
2.3.3 ISO 9001:2008 .......................................................................................................... 5
2.5 SiAC/PBQP-H ................................................................................................................... 9
2.5.1 Plano de Qualidade da Obra ................................................................................ 10
2.6 Procedimentos operacionais como ferramenta de padronização .......................... 12
2.7 Principais resultados da padronização ....................................................................... 13
3. Procedimentos Operacionais - Contextualização. ...................................................... 15
3.1 Conceituação .................................................................................................................. 15
3.2 Aspectos Históricos ....................................................................................................... 15
3.3 Conceitos e métodos de desenvolvimento ................................................................ 16
3.4 Formas de implantação dos procedimentos operacionais nas obras ................... 17
3.4.1 Treinamento ............................................................................................................ 17
4- Modelos de Procedimentos Operacionais ....................................................................... 19
5. Métodos de Elaboração e implantação de procedimentos operacionais .................... 23
5.1 Métodos e ferramentas de elaboração de procedimentos ...................................... 23
5.2 Estrutura de um procedimento operacional ............................................................... 25
5.3 Elaboração de procedimento operacional para execução de estrutura de concreto armado ................................................................................................................... 26
5.4 Técnicas e Ferramentas para implantar procedimentos ......................................... 28
5.2.1 Treinamento ............................................................................................................ 28
5.2.2 Métodos de treinamento ........................................................................................ 30
6- Estudo de caso ..................................................................................................................... 34
ix
6.1 Apresentação ................................................................................................................. 34
6.2 Métodos de elaboração ................................................................................................ 34
6.2.1 Objetivo .................................................................................................................... 34
6.2.2 Documento de Referência .................................................................................... 34
6.2.3 Método Executivo ................................................................................................... 35
6.3 Métodos de implantação ............................................................................................... 42
6.4 Assuntos e Itemização dos procedimentos da empresa. ........................................ 48
6.4.1 Planejamento / Execução da obra : ..................................................................... 48
6.4.2 Diretrizes para Administração da Obra ............................................................... 48
6.4.3 Almoxarifado............................................................................................................ 48
6.4.4 Segurança ............................................................................................................... 48
6.4.5 Compras ................................................................................................................... 48
6.4.6 Obra .......................................................................................................................... 49
6.5 Considerações Finais .................................................................................................... 52
7. Conclusão ............................................................................................................................. 54
Bibliografia ................................................................................................................................. 55
Referências Eletrônicas ........................................................................................................... 57
x
Lista de Figuras.
Figura 1: Vantagens e desvantagens da padronização. Fonte: Fraga,2011.................04
Figura 2: Procedimento Operacional Gesso estuque página 1. Fonte: Construtora Y,
2014...............................................................................................................................21
Figura 3: Procedimento Operacional Gesso estuque página 1. Fonte: Construtora Y,
2014...............................................................................................................................22
Figura 4: Fluxograma de treinamento. Fonte: Construtora Z, 2014..............................25
Figura 5: Modelo de procedimento operacional. Fonte: Luiz, 2010..............................28
Figura 6: Mudanças de comportamento com o treinamento. Fonte: Chiavenato,1999.29
Figura 7: Ciclo de treinamento. Fonte: Chiavenato, 2000.............................................30
Figura 8: Processo de desenvolvimento tecnológico. Fonte: Construtora Z, 2014.......35
Figura 9: Metodologia para desenvolvimento de procedimento Fonte: Construtora Z,
2014...............................................................................................................................36
Figura 10: Relatório de desenvolvimento de componentes e métodos construtivos.
Fonte: Construtora Z, 2014...........................................................................................40
Figura 11: Declaração de aprovação de componentes e métodos construtivos. Fonte:
Construtora Z, 2014.......................................................................................................41
Figura 12: Sistema que armazena os procedimentos da empresa. Fonte: Construtora
Z, 2014..........................................................................................................................43
Figura 13: Lista de Presença em treinamento – Fonte: Construtora Z, 2014...............44
Figura 14: Treinamento dado pelo estagiário e encarregado de obra. Fonte:
Construtora Z, 2014.......................................................................................................45
Figura 15: Sistema de registro de treinamento. Fonte: Construtora Z, 2014................46
Figura 16: Fluxograma de treinamento. Fonte: Construtora Z, 2014............................47
Figura 17: Procedimento operacional de controle de equipamentos e ferramentas
página 1 Fonte: Construtora Z, 2014.............................................................................50
xi
Figura 18: Procedimento operacional de controle de equipamentos e ferramentas
página 2. Fonte: Construtora Z, 2014............................................................................51
Figura 19: Procedimento operacional de controle de equipamentos e ferramentas
página 3. Fonte: Construtora Z, 2014............................................................................52
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Lista de Tabelas.
Tabela 1: Atividades de apoio ao treinamento. Fonte: NBR ISSO 10015,2001............32
Tabela 2: Avaliação de treinamento. Fonte: NBR ISSO 10015, 2001...........................32
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Lista de Notações, abreviaturas
ISO: International Organization for Standartization / Organização Internacional de
Normalização.
NBR: Norma Brasileira Regularizadora.
PBQP-H: Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat.
Siac: Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da
Construção Civil.
SGQ: Sistema de Gestão da Qualidade.
FVS: Folha de Verificação de Serviço.
PQO: Plano de Qualidade da Obra.
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1. Introdução
1.1 Importância do Tema
Com a globalização e a crescente competitividade do mercado da construção civil
temos a padronização como importante ferramenta para executarmos serviços da
melhor maneira possível buscando oferecer aos clientes um produto adequado aos
seus anseios e padrões pessoais de qualidade.
Assim são desenvolvidos procedimentos operacionais que são documentos que
descrevem passo a passo a execução da tarefa diminuindo assim os desvios no
resultado. Como na construção civil temos um grande numero de serviços repetitivos é
possível desenvolver e implantar procedimentos padronizados atendendo as normas
da serie ISO 9000 e assim implantando os sistemas de gestão de qualidade internos
permitindo às empresas atingir lugar de destaque no mercado
1.2 Objetivo
Este trabalho tem como objetivo apresentar os procedimentos operacionais utilizados
por empresas da construção civil, as técnicas utilizadas na sua elaboração e como
eles são implantados nas obras.
1.3 Justificativa
A padronização das atividades em obras na construção civil devido o seu caráter
repetitivo é uma forma de garantir um resultado com adequação ao uso e também são
utilizados para que as empresas obtenham as certificações garantidas pela
documentação dos seus procedimentos se colocando em lugar de destaque no
competitivo setor da construção civil.
1.4 Metodologia
As informações utilizadas nesse trabalho são fruto de pesquisa em artigos, revistas
especializadas da área, livros e a outros trabalhos realizados por pesquisadores,
professores da área.
Foi utilizada a internet como fonte de busca de material e o trabalho consiste numa
revisão bibliográfica, consulta de normas e também da vivência do autor em uma
empresa com forte presença do sistema de gestão de qualidade e utilização de
procedimentos.
2
1.5 Estrutura do trabalho
O trabalho é formado por sete capítulos, sendo o primeiro o responsável por
apresentar o tema,objetivos, justificativa e o método utilizado para pesquisa e
estruturação.
O segundo capítulo é abordando o assunto da padronização na construção civil
trazendo a sua definição, o que deve ser padronizado, vantagens e desvantagens da
padronização para a construção civil, os sistemas de gestão de qualidade, a ISO 9001
e o SiAC/ PBQP-H, os métodos de padronização, os procedimentos operacionais
como ferramenta de padronização e os principais resultados da padronização.
O terceiro capítulo trata da contextualização dos procedimentos operacionais,
trazendo a sua conceituação, para que servem, os aspectos históricos, o conteúdo dos
procedimentos.
No quarto capitulo apresento modelos de procedimentos operacionais utilizados pelas
construtoras, com os assuntos que são tratados pelos procedimentos, a estrutura de
um procedimento e como são executados: quem os prepara, emite, aprova, distribui,
divulga e como são implantados.
O quinto capítulo apresenta os métodos utilizados para elaborar procedimentos e
técnicas utilizadas para disseminar e fazer com que conheçam e pratiquem o
procedimento.
O sexto capítulo apresenta um estudo de caso feito numa obra de uma construtora de
grande porte do Rio de Janeiro e apresenta como ela elabora e insere procedimentos
nas suas obras.
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2. Padronização na Construção Civil
2.1 Definição
Padronização: “Ação ou efeito de padronizar; sistematização”. / Processo de
formação de padrões sociais; estandardização. / “Indústria Uniformização dos tipos de
fabricação em série, pela adoção de um único modelo”.(Fonte : Aurélio, 2014)
A construção civil é um setor propicio para a padronização, pois possui uma grande
quantidade de serviços e tarefas envolvidas em todo o processo que vão desde a
concepção de projetos até os serviços de canteiro e também a organização de todo o
funcionamento da obra como a contratação de serviços e materiais.
"Não é possível caminhar para a industrialização e ser competitivo sem a integração
dos processos da empresa, tanto no âmbito das atividades da operação, como dos
processos internos", afirma Antonio Carlos Zorzi, diretor de engenharia da Cyrela,
empresa que implantou há dez anos um sistema de gestão da qualidade que visa
integrar os processos internos. (Construção Mercado 92, , Artigo 283591, Pini Editora.
http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacaoconstrucao/92)
Para Fazinga (2012) a padronização é uma importante ferramenta de gestão voltada
para a redução da variabilidade no processo produtivo, e tem papel de importância na
industrialização do setor de construção civil caracterizado por mão de obra artesanal.
Com o crescimento do setor grandes empresas atuam em diferentes estados
ocasionando um maior numero de obras sob a responsabilidade da gerência, sem
contar o aumento das equipes e a utilização de engenheiros recém formados com
pouca experiência.
Meira e Araujo (1997) destacam que a padronização constitui-se em um elemento
importante na busca da racionalização dos processos construtivos, contribuindo com
benefícios tanto para a empresa como para seus funcionários.
Saurin e Formoso (2006),entre varias estratégias gerenciais que disseminou no
movimento pela qualidade total, a padronização destaca-se como uma das mais
importantes e mais eficientes, trazendo uma série de benefícios à empresa, facilitando
as atividades de planejamento, controle e execução.
Para Campos (1992), a padronização é uma ferramenta gerencial que permite à
organização obter melhorias em qualidade, custo, segurança e cumprimento de
prazos.
4
2.2 Vantagens e desvantagens da padronização
A padronização apresenta vantagens e desvantagens resumidas na figura 1.
FIGURA 01 – Vantagens e desvantagens da padronização Fonte: Fraga, 2011.
Empresas que adotam a padronização dos seus processos internos conseguem
melhores resultados no mercado, maior agilidade na tomada de decisões, diminuição
de retrabalhos ganhando prazo, diminuindo custos sem perder a qualidade final do
produto.
As características da mão de obra das construtoras que tem forte presença de
operários desqualificados, alta rotatividade e serviços executados por empreiteiras
contratadas fazendo com que os colaboradores das empreiteiras tenham pouco ou
nenhum vinculo com a construtora é um fator que atrapalha a implantação da
padronização já que esses funcionários trabalham em obras de diversas construtoras
diferentes que possuem o seu próprio sistema de gestão da qualidade com suas
particularidades.
A execução de serviços tarefados onde o operário recebe pela quantidade produzida e
não pelas horas trabalhadas faz com que executem o seu serviço da maneira mais A
empresa que deseja obter o selo de certificação da ISO 9001 deve após implantar o
seu sistema de gestão da qualidade solicitar a órgãos certificadores do INMETRO para
que seja realizada uma auditoria que irá emitir relatório certificando que a empresa
atende os requisitos.
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2.3 A ISO 9001
2.3.1 International Standartization Organization
A ISO é uma organização não governamental sem fins lucrativos que surgiu durante
uma reunião em Londres, na Inglaterra envolvendo empresários de 25 países que
decidiram criar um órgão capaz de, em nível mundial, unificar as normas industriais.
Sediada em Genebra, Suíça, passou a funcionar oficialmente em 1947.
2.3.2 Normas da série 9000
A ISO 9000 é um conjunto de normas internacionais, que fornecem critérios para a
avaliação de procedimentos de garantia da qualidade e gestão de qualidade em uma
organização.
As normas da serie 9000 foram criadas para apoiar organizações de todos os tipos e
tamanhos, na implementação e operação de sistemas de gestão da qualidade.
A família de normas ISO 9000 estabelece requisitos que auxiliam a melhoria dos
processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o monitoramento do
ambiente de trabalho, a verificação da satisfação do cliente, colaboradores e
fornecedores, num processo continuo de melhoria do sistema de gestão da qualidade
aplicando-se a campos tão diversos como materiais, produtos, processos e serviços.
(FRAGA, 2011)
É composta pelas seguintes normas:
a) ISO 9000: Descreve os fundamentos do sistema de gerenciamento da
qualidade e especifica sua terminologia.
b) ISO 9001: Especifica os requisitos do Sistema da qualidade.
c) ISO 9004: Diretrizes para melhoria do desempenho.
2.3.3 ISO 9001:2008
A ISO 9001 é uma norma de gestão que possibilita as empresas verificar, medir e
monitorar seus processos proporcionando a melhoria continua de produtos e serviços,
redução de custos, melhoria da qualidade dos processos de trabalho, melhor eficiência
e eficácia na organização, torna a empresa mais competitiva pois passa a imagem
para o seu publico alvo que é uma empresa que procura adequar seus produtos
buscando a satisfação do cliente, por isso ela pode ser implantada em empresas de
pequeno ou grande porte e de qualquer setor da economia já que estabelece
requisitos para os processos e não para os produtos.
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Em seu item 4.1 a ISO 9001 apresenta os seguintes requisitos gerais que devem ser
atendidos pela organização:
a) Determinar os processos necessários para o sistema de gestão da
qualidade e sua aplicação para toda a organização
b) Determinar a sequencia e interação desses processos
c) Determinar critérios e métodos necessários para assegurar que a operação
e o controle desses processos sejam eficazes
d) Assegurar a disponibilidade de recursos e informações necessárias para
apoiar a operação e monitoramento desses processos.
e) Monitorar, medir onde aplicar e analisar esses processos.
f) Implementar ações necessárias para atingir os resultados planejados e a
melhoria contínua desses processos.
2.3.3.1 Requisitos da ISO 9001:2008 e a padronizaçã o de processos
A norma ISO 9001:2008 especifica requisitos para a implantação de sistemas de
gestão da qualidade nas organizações para aplicação interna, para certificação ou
para fins contratuais, estando focada na eficácia do sistema de gestão da qualidade
em atender aos requisitos dos clientes. Fraga, (2011).
Segundo a ISSO 9001, estes são os requisitos:
a) Escopo: a norma especifica requisitos para um sistema de gestão da
qualidade, quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade
para fornecer produtos que atendam os requisitos dos clientes aumentando
assim a sua satisfação.
b) Referencia normativa: para a aplicação da ISO 9001:2008 é indispensável o
ABNT NBR ISO 9000:2005, Sistemas de Gestão da Qualidade –
Fundamentos e Vocabulários.
c) Termos e definições: para os efeitos da ISO 9001:2008 aplicam-se os
termos e definições da ABNT NBR ISO 9000.
d) Sistema de Gestão da Qualidade: a organização deve estabelecer,
documentar, implementar e manter um sistema de gestão da qualidade e
melhorar continuamente a sua eficácia de acordos com os requisitos da
norma.
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e) Responsabilidade da direção: a alta direção deve fornecer evidencia do seu
comprometimento com o desenvolvimento e implementação do sistema de
gestão da qualidade, e com a melhoria continua de sua eficácia.
f) Gestão de recursos: a organização deve determinar e prover os recursos
necessários para implementar e manter o sistema de gestão da qualidade e
melhorar continuamente sua eficácia e aumentar a satisfação dos clientes.
g) Realização do produto: a organização deve planejar e desenvolver os
processos necessários para a realização do produto.
h) Medição análise e melhoria: a organização deve planejar e implementar os
processos necessários de monitoramento, medição, analise e melhoria dos
seus produtos monitorando informações sobre a satisfação do cliente,
realizando auditorias internas, medir processos e produtos coletando dados
para demonstrar a adequação e eficácia do sistema de gestão da
qualidade.
2.3.3.2 Controle de documentos e registros
Para Valls (1995) o controle de documentos é considerado um dos alicerces do
sistema da qualidade, pois, com ele, o cumprimento dos requisitos estabelecidos é
evidenciado, a informação atualizada sobre como desenvolver cada atividade é de
conhecimento dos colaboradores da empresa e, além disso, os processos de trabalho
da empresa contam com um ambiente propício para sua melhoria contínua.
Segundo Melichar (2013), o controle de documentos contempla uma questão de
organização, visando proporcionar aos envolvidos acesso rápido e fácil a tudo que for
necessário para o controle e manutenção da qualidade nas diversas etapas
construtivas e no produto final como um todo.
Em seu item 4.2.3 a norma diz que os documentos requeridos pelo sistema de gestão
da qualidade devem ser controlados. Deve ser estabelecido um procedimento
documentado para definir os controles necessários para:
a) Aprovar documentos quanto à sua disposição e emissão
b) Analisar criticamente e atualizar, quando necessário, e reaprovar
documentos,
c) Assegurar que as alterações e a situação da revisão atual dos documentos
sejam identificadas,
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d) Assegurar que as versões pertinentes de documentos aplicáveis estejam
disponíveis nos locais de uso,
e) Assegurar que os documentos permaneçam legíveis e prontamente
identificáveis,
f) Assegurar que os documentos de origem externa determinados pela
organização como necessários para o planejamento e operação do sistema
de gestão da qualidade sejam identificados e que sua distribuição seja
controlada,
g) Evitar o uso não pretendido de documentos obsoletos e aplicar a
identificação adequada nos casos em que eles forem retidos por qualquer
propósito.
Já em seu item 4.2.4 a norma diz que registros estabelecidos para prover evidência de
conformidade com requisitos e da operação eficaz do sistema de gestão da qualidade
devem ser controlados.
2.3.3.3 Competência, Treinamento e conscientização
Segundo a norma as pessoas que executam atividades devem ser competentes, com
base em educação, treinamento, habilidade e experiência apropriados.
Em seu item 6.2.2 a norma diz que a organização deve:
a) Determinar a competência necessária para as pessoas que executam
trabalhos que afetam a conformidade com os requisitos do produto
b) Onde aplicável, prover treinamento ou tomar outras ações para atingir a
competência necessária,
c) Avaliar a eficácia das ações executadas
d) Assegurar que seu pessoal está consciente quanto à pertinência e
importância de suas atividades e de como elas contribuem para atingir os
objetivos da qualidade, e
e) Manter registros apropriados de educação, treinamento, habilidade e
experiência.
2.3.3.4 Controle de produção e prestação de serviç o
Segundo a ISO 9001 em seu item 7.5.1 a organização deve planejar e realizar a
produção e prestação de serviço sob condições controladas que devem incluir:
a) A disponibilidade de informações que descrevam as características do
produto,
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b) A disponibilidade de instruções de trabalho quando necessárias,
c) O uso de equipamento adequado,
d) A disponibilidade e uso de equipamento de monitoramento e medição
e) A implementação de monitoramento e medição,
f) A implementação de atividades de liberação, entrega e pós-entrega do
produto.
2.3.3.5 Validação dos processos de produção e prest ação de serviços
Segundo a norma a organização deve validar quaisquer processos de produção onde
a saída resultante não possa ser verificada por monitoramento ou medição. Neste item
são apresentadas as providencias que devem ser estabelecidas para esses
processos:
a) Critérios definidos para a análise crítica e aprovação dos processos
b) Aprovação de equipamento e qualificação de pessoal
c) Uso de métodos e procedimentos específicos
d) Requisitos para registros
e) Revalidação
2.4.3.5 Monitoramento e medição de processos
Neste item a norma diz que a organização deve aplicar métodos adequados para
monitoramento e medição dos seus processos. A norma segue dizendo que estes
métodos devem demonstrar a capacidade dos processos adotados em alcançar os
resultados planejados.
2.5 SiAC/PBQP-H
O setor da construção civil apresenta particularidades como participação de diversos
setores com diferentes funções: incorporadores, construtores, projetistas, usuários,
fornecedores, empreiteiros, empresa de gerenciamento, laboratórios de ensaio,
proprietário, etc.; a heterogeneidade dos bens e serviços que produz; o
tradicionalismo; a inércia às alterações por utilizar Mao de obra intensiva e pouco
qualificada com pouco acesso a um plano de carreira; nomadismo; operários moveis
em torno de um produto fixo; a singularidade das obras; o ambiente de trabalho
exposto às intempéries; especificações confusas e mal definidas; grau de precisão
indefinido; baixa qualificação e alta rotatividade da Mao de obra destacados por Souto
e Salgado (2003).
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Devido a essas particularidades e como as normas da ISO são muito genéricas e não
foram desenvolvidas especificamente para o setor da construção civil as empresas do
setor adotam também a certificação PBQP-H, que é um programa que atende os
requisitos da norma, mas é voltado para a construção civil.
O SiAC ( Sistema de avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras da
construção civil) é um sistema que avalia a conformidade dos sistemas de gestão da
qualidade implantados das empresas do setor da construção civil.
O PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, é um
instrumento do Governo Federal para cumprimento dos compromissos firmados pelo
Brasil quando da assinatura da Carta de Istambul (Conferência do Habitat II/1996). A
sua meta é organizar o setor da construção civil em torno de duas questões principais:
a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva.
A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais se
destacam: avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da
qualidade de materiais, formação e requalificação de mão de obra, normalização
técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, informação
ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos. Dessa forma,
espera-se o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de
produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos.
O objetivo, em longo prazo, é criar um ambiente de isonomia competitiva, que propicie
soluções mais baratas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional no
país, atendendo, em especial, a produção habitacional de interesse social. (Fonte:
PBQP-H, 2014)
O PBQP-H oferece dois níveis de certificação, o Nível A e o Nível B, e para atingir o
Nível A devem ser atendidos todos os seus requisitos pela construtora.
Além dos requisitos da ISO 9001, o PBQP-H tem requisitos específicos para a
construção civil. Com base na elaboração e implantação de procedimentos
padronizados em obras, alguns itens do PBQP-H Nível A receberão destaque a seguir.
2.5.1 Plano de Qualidade da Obra
Segundo o programa em seu item 7.1.1 a empresa deve, em cada uma de suas obras,
elaborar e documentar o Plano de Qualidade da Obra consistente com os requisitos do
Sistema de Gestão da Qualidade. No que diz respeito a elaboração e implantação de
procedimentos operacionais são destacados os seguintes elementos exigidos pelo
programa.
11
a) Relação de materiais e serviços de execução controlados, e respectivos
procedimentos de execução e inspeção;
b) identificação dos processos considerados críticos para a qualidade da obra
e atendimento das exigências dos clientes, bem como de suas formas de
controle; devem ser mantidos registros dos controles realizados;
c) Programa de treinamento específico da obra.
2.5.2 Operações de Produção e Fornecimento de Servi ço
Segundo o item 7.5 do programa a empresa deve planejar e realizar a produção e o
fornecimento de serviço sob condições controladas que incluem a disponibilidade de
procedimentos de execução documentados. O item é subdividido e detalhado a seguir
2.5.3 Controle dos serviços de execução controlados
A empresa construtora deve, de maneira evolutiva, garantir que os procedimentos
documentados afeitos aos serviços de execução controlados incluam requisitos para:
a) realização e aprovação do serviço, sendo que, quando a empresa
construtora optar por adquirir externamente algum serviço controlado ela deve:
a.1) definir o procedimento documentado de realização do processo, garantir
que o fornecedor o implemente e assegurar o controle de inspeção desse
processo,ou
a.2) analisar criticamente e aprovar o procedimento documentado de
realização do serviço definido pela empresa externa subcontratada e assegurar
o seu controle de inspeção.
Nota: caso o serviço seja considerado um serviço especializado de execução de obras
e tenha sido terceirizado, não há necessidade de demonstração do procedimento de
realização, ficando a empresa construtora dispensada de analisá-lo criticamente e de
aprová-lo. A existência do procedimento documentado de inspeção, conforme previsto
nos Requisitos Complementares aplicável ao subsetor, continua, no entanto sendo
obrigatória.
b) qualificação do pessoal que realiza o serviço ou da empresa subcontratada,
quando apropriado.
2.5.4 Validação de processos
A empresa construtora deve validar todos os processos de produção e de
fornecimento de serviço onde a saída resultante não possa ser verificada por
monitoramento ou medição subsequente. Isso inclui os processos onde as deficiências
12
só fiquem aparentes depois que o produto esteja em uso ou o serviço tenha sido
entregue.
A validação deve demonstrar a capacidade desses processos de alcançar os
resultados planejados. A empresa construtora deve tomar as providências necessárias
para esses processos, incluindo, quando aplicável:
a) critérios definidos para análise crítica e aprovação dos processos;
b) aprovação de equipamento e qualificação de pessoal;
c) uso de métodos e procedimentos específicos;
d) requisitos para registros e;
e) revalidação.
2.6 Procedimentos operacionais como ferramenta de p adronização
O projeto executivo utilizado nas obras está ligado apenas ao produto final que se
deve atingir, pois não traz informações detalhadas sobre como produzir, segundo
Cattani (1994) o projeto não se preocupa com o durante, apenas com o depois,
representando o objeto como deverá ser visto quando concluído, raramente
detalhando os passos ou processos intermediários que deverão ser percorridos entre
o projeto e o objeto.
Já que o projeto chega às mãos do operário sem informações de como executar a
tarefa, é conveniente a elaboração de procedimentos padronizados escritos de como
fazer. A este respeito, Maia (1994) destaca que um dos primeiros passos para a
implantação de um programa de qualidade na construção deve ser a rotinização de
procedimentos.
O uso de procedimentos operacionais em obras facilita a padronização pois utilizando-
o para o treinamento proporciona aos operários uma melhor compreensão sobre o seu
trabalho e quais passos deve seguir em cada etapa da execução do serviço, tornando-
o mais independente.
Segundo Vargas (1979) no processo de formação do profissional da construção,
baseado na imitação ou tentativa, uns absorvem os métodos dos outros, com todas as
deficiências e vícios dos primeiros, portanto a adoção de procedimentos operacionais
é uma ferramenta que se bem aplicada elimina esses vícios e fornece um produto final
adequado.
Para Kruger (1997) a padronização de procedimentos favorece a troca de informações
entre a direção da obra e os operários, sendo peça fundamental no treinamento.
13
Para Santos (1995) a utilização de subempreiteiros contratados a para a realização de
serviços causa uma fragmentação da mão de obra diluindo as responsabilidades
sobre o produto final e desenvolvimentos de processos, por isso a construtora que
possua seus procedimentos operacionais documentados garante a padronização dos
seus serviços treinando todos os colaboradores participantes na execução do serviço
tendo ele vinculo direto ou não com a empresa.
2.7 Principais resultados da padronização
Como resultados da padronização, a organização que a aplica é beneficiada por três
âmbitos distintos: a Revisão dos processos padronizados da empresa; Treinamento
dos colaboradores, para a condução do processo seguindo o padrão estabelecido; e a
Melhoria no sistema interno de padrões da organização. (FALCONI, 1992)
Segundo Nakamura (2010) que um bom controle gerencial em conjunto com a
padronização conduz não apenas a ganhos de qualidade, mas também de
produtividade. Complementa Nakamura (2010), que através da padronização na
construção civil, empresas costumam apresentar canteiros mais organizados e
aproveitamento melhor dos materiais, contribuindo para inspeções de recebimento e
estoque de materiais. Outra vantagem diz respeito à qualidade e segurança na
execução dos serviços graças à padronização e aos treinamentos das equipes.
Segundo Ribeiro (2013) um dos maiores benefícios oriundos da padronização da
construção civil é a possibilidade de se estabelecer algo similar a uma linha de
montagem dentro do canteiro de obras. Isso se torna viável à partir do momento em
que se utiliza sistemas construtivos industrializados, reduzindo o processo construtivo
a simples repetição de tarefas de montagem.
No estudo feito por Josino, Neto e Falcioni (2007) são apresentados os resultados
obtidos com a padronização em uma empresa construtora no estado do Ceará:
a) redução das falhas no recebimento de insumos e de serviços de terceiros;
b) formação de parcerias com fornecedores;
c) redução de custos de produção, através da minimização do desperdício e
retrabalho em obra,
d) diminuição dos custos indiretos da obra;
e) melhora no planejamento e gerenciamento de obras, através da utilização de
ferramentas de controle mais eficazes, permitindo o cumprimento dos prazos dos
serviços;
14
f) diminuição nas perdas.
Jungles & Benetti (2006) em estudo de caso com empresas construtoras do Paraná
apontaram como principais impactos positivos:
a) melhoria na organização interna e o controle e planejamento gerencial. Além
desses benefícios;
b) melhorias em relação aos processos técnicos e de obras;
c) qualidade dos produtos;
d) aumento de produtividade;
e) preocupação com a segurança do trabalho e a organização do canteiro;
f) redução dos desperdícios, que está relacionado à diminuição de retrabalhos.
g) no que se refere à gestão de pessoas os benefícios destacados são a
motivação e valorização do funcionário e comunicação interna.
15
3. Procedimentos Operacionais - Contextualização.
3.1 Conceituação
Para Tachizawa e Scaico (1997) o procedimento operacional é um padrão voltado a
cada uma das atividades de um processo e tem foco nas tarefas prioritárias, ou seja,
as tarefas que tem influencia direta na obtenção das características da qualidade do
produto e no desempenho do processo.
Os procedimentos operacionais descrevem o passo a passo da execução de tarefas e
tem como objetivo garantir os resultados esperados nas atividades executadas,
diminuindo assim os desvios na execução.
Segundo Campos (1992) os procedimentos operacionais devem conter:
a) Relação dos equipamentos, peças e materiais necessários para realizar a
tarefa;
b) Especificações de qualidade;
c) Descrição dos procedimentos da tarefa e condições de operação;
d) Pontos proibidos em cada tarefa;
e) Itens de controle das características da qualidade;
f) Anomalias passíveis de ação;
g) Inspeção diária dos equipamentos de produção.
3.2 Aspectos Históricos
A necessidade de padronizar os processos pode ser percebida nas civilizações mais
antigas.Na China Antiga já existiam conceitos de procedimentos de execução para
atender aos padrões de qualidade do governo.As construções das pirâmides do Egito
antigo, a construção civil na Grécia Antiga, aplicavam o controle de processo que
consistia em métodos uniformes, normas de procedimentos e obediência às normas.O
sucesso dos antigos construtores, que seguiam sempre o mesmo conjunto de normas,
deve-se ao uso de materiais, métodos e procedimentos uniformes. Contudo, foi a
Revolução industrial que trouxe a necessidade de padronização dos processos para
garantir a qualidade, pois houve um distanciamento maior entre o produtor e o
consumidor. (ALGARTE; QUINTANILHA 2000)
A revolução industrial teve como berço a Inglaterra, a partir da segunda metade do
sec. XVIII, quando o surgimento das fabricas e a invenção das maquinas a vapor
impulsionaram as tendências que o mercantilismo havia iniciado. O aparecimento de
um novo tipo de organização proporcionou a substituição do processo manual pelo
16
processo de produção mecânica e fabril influenciando as técnicas de produção e de
administração especificas para a indústria. (PEINADO; GRAEL, 2007)
Com a abertura do mercado e globalização na década de 90 as empresas brasileiras
precisavam melhorar a qualidade dos seus produtos e para isso começar a buscar a
obtenção da certificação ISO 9000, que pede que todos os processos utilizados sejam
documentados, porém antes disso as empresas possuíam um setor ou departamento
denominado Organização e Métodos (O&M). Uma das principais atribuições desse
setor era documentar, criticar e padronizar os procedimentos de trabalho utilizados na
empresa. (PEINADO; GRAEL, 2007)
Existe uma grande quantidade de processos que são documentados por empresas em
forma de procedimentos operacionais, dentre eles:
a) Contratação de um funcionário
b) Recebimento de materiais
c) Contratação de serviços
d) Segurança no trabalho
3.3 Conceitos e métodos de desenvolvimento
Para padronizar procedimentos, é necessário primeiramente conhecer sua rotina,
colhendo informações e características específicas do processo. A gerência de
processos utiliza modelos para a geração de um conteúdo detalhista das ações de
uma organização, como: Fluxograma ,PDCA, Planilha 5 W 1H, Diagrama de Ishikalwa.
De uma série dessas ferramentas, as mais utilizadas são: Planilha 5 W 1 H,
Fluxograma e Padronização, resultando num detalhamento dos Procedimentos
Operacionais. (LIMA 2007)
Segundo Falconi (1992) o ato de padronizar é reunir as pessoas envolvidas num
determinado processo e discutir seu fluxo, até que se possa encontrar o melhor
caminho que ele deve seguir, assegurando que todos os participantes irão seguir o
caminho que foi acordado, e capacitá-los devido às novas mudanças.
Para Peinado e Grael (2004), o método 5 W 1 H é basicamente um check list muito
utilizado para ter a garantia de que o planejamento seja bem conduzido, assim como
sua execução, sem que reste dúvidas quanto a veracidade das informações e da
análise, por parte tanto dos dirigentes quanto dos colaboradores. Neste método, as
atividades encontram-se descritas claramente, têm prazos e responsabilidades
definidas, com a finalidade de que o projeto de melhoria não falhe por falta de
incentivo ou determinação.
17
De acordo com Jatobá (2004), o fluxograma é a representação diagramada do fluxo
das várias etapas de um processo qualquer. No início de um projeto de melhoria, sua
utilidade é fazer os participantes adquirirem uma visão completa do processo, ao
passo que permite que cada um tenha melhor percepção de qual é o seu papel
naquele processo e de como seu trabalho influi no produto final. Afirma ainda que uma
outra alternativa seria comparar o fluxo do processo de como ele é feito na realidade,
e de como ele deveria ser, e assim, identificar melhor os problemas existentes.
3.4 Formas de implantação dos procedimentos operaci onais nas obras
Para que a padronização de processos gere resultados satisfatórios, é importante que
haja o comprometimento de todos os participantes do mesmo, portanto o
desenvolvimento de equipe é uma das mais adequadas estratégias de educação e
treinamento e deve ser explorada pelas organizações.
Segundo Pinheiro (2006) o desenvolvimento de equipe é o processo de reeducação
voltado para grupos de pessoas independentes, e que é uma atividade constante de
educação e não possui um tempo determinado.
O desenvolvimento de equipe é também uma estratégia muito utilizada nas
organizações, com o propósito de sensibilizar os colaboradores, dando-lhes
oportunidade de reflexão sobre as mudanças a serem implantadas, bem como ao
despertar da conscientização para a constante busca quanto à melhoria contínua dos
procedimentos de trabalho. (COUTINHO, 1999)
Deve existir um banco de arquivos com: procedimentos internos adotados pela
empresa, procedimentos de gestão, procedimentos executivos, as fichas de controle
de materiais e serviços, formulários da empresa, manuais e modelos. Estes
documentos devem ser disponibilizados a todos os intervenientes na execução e
controle da qualidade de forma a permitir o esclarecimento de dúvidas e de detalhes
executivos e de controle no momento que for necessário. Isso inclui os
subempreiteiros e demais prestadores de serviços a obra.
3.4.1 Treinamento
O treinamento tem relação intima com o aprendizado e a experiência. Concretiza-se
num processo de desenvolvimento de novas habilidades, geralmente calçado em um
ensinamento de trabalhadores mais experientes. (KRUGER, 1997).
Segundo Chiavenato (1989) treinamento significa preparo de pessoas para o cargo,
Macian (1997) diz que treinamento é uma forma de educação, cuja característica
18
essencial é educar para o trabalho e estimula mudanças no comportamento
direcionando-os para o melhor desempenho profissional. Carvalho (1988) identifica
treinamento como uma forma de educação especializada, uma vez que seu propósito
é preparar o individuo para o desempenho de uma determinada tarefa que lhe é
confiada.
O treinamento pode e deve ser implementado na indústria da construção civil, pois um
trabalhador treinado aprimora suas habilidades, aumenta seus conhecimentos e se
torna mais eficiente em seu trabalho, porém a alta rotatividade do setor pode
prejudicar essa disseminação de informações, pois não há tempo para se formar
grupos duradouros. (KRUGER, 1997)
19
4- Modelos de Procedimentos Operacionais
Vieira (2010) destaca que para padronização existem alguns aspectos indispensáveis
como a definição dos responsáveis pela aprovação dos procedimentos padronizados,
pelo planejamento da padronização e o pessoal de operacional, assegurando assim
uma equipe para a padronização.
O setor responsável da construtora elabora os procedimentos seguindo métodos de
padronização já mencionados onde consultam normas técnicas, consultores
especialistas no assunto para descrever o processo, elaborar de um fluxograma e
registrar em formato padronizado.
Para Melhado e Fabrício (1998), procedimentos são caracterizados pela prescrição
detalhada das técnicas construtivas, das ferramentas e dos materiais empregados em
cada serviço, configurando padrões de referência a serem seguidos nas várias obras
da empresa, ressalta ainda criação que a utilização desses procedimentos, contribui
para as empresas ampliar o domínio técnico sobre suas práticas construtivas,
estabelecendo padrões de qualidade para cada serviço e níveis de produtividade
desejados.
Os procedimentos operacionais documentados pelas construtoras têm como assunto
os diversos serviços e tarefas que são executados nas suas obras, que vão desde
tarefas gerenciais como a contratação de funcionários, contratação de serviços e
materiais, até os serviços de campo como a execução de alvenaria de vedação,
instalação de contramarcos, execução de contrapiso, etc..
A redação dos procedimentos caracteriza-se pela clareza e objetividade e apresentam
uma linguagem simples e direta, possibilitando uma leitura rápida e agradável. Os
Procedimentos Operacionais apresentam ainda fotografias de equipamentos,
ferramentas e materiais utilizados na sua execução além de fotografias de operários
executando os serviços favorecendo a familiarização com os procedimentos.
Os procedimentos operacionais utilizados pelas construtoras são documentados em
formulários padrão com cabeçalho e rodapé contendo os seguintes itens:
a) Logomarca da empresa
b) Título com o nome do serviço que é assunto do procedimento
c) Número do procedimento
20
d) Data de aprovação e elaboração
e) Setores da empresa e nome dos responsáveis pela elaboração e
aprovação
f) Revisão
g) Número de páginas
A seguir são apresentados e descritos os itens padrão que são conteúdo dos
procedimentos operacionais:
a) Objetivo: informa o objetivo do procedimento ressaltando qual é o serviço
ou tarefa que está sendo padronizado
b) Campo de aplicação: informa o setor da construtora onde o procedimento
deverá ser aplicado
c) Documentos referência: informa quais os documentos que devem ser
utilizados como referencia na realização do serviço, podem ser projetos
executivos, especificações de acabamento e até outros procedimentos
relacionados a esse serviço.
d) Materiais: lista todos os materiais necessários para a realização do serviço,
neste item são utilizadas fotografias e desenhos dos materiais facilitando o
entendimento.
e) Ferramentas e equipamentos: lista todas as ferramentas e equipamentos
que deverão ser utilizados pelo executor do serviço, neste item também são
incluídas fotografias e figuras dos equipamentos.
f) Método executivo: apresenta a sequencia detalhada de cada etapa
necessária para a execução do serviço, mostrando as condições para inicio
do serviço e em seguida toda a sua metodologia executiva.
g) Registro de inspeção: informa os documentos que são utilizados para a
inspeção desse serviço.
As figuras 2 e 3 apresentam um modelo de procedimento operacional para
revestimento em gesso estuque coletado do sistema de gestão da qualidade da
Construtora Y do Rio de Janeiro que atua no setor de edificações residenciais e
comerciais de médio e alto padrão para execução de revestimento de gesso estuque.
21
Figura 02 – Procedimento Operacional Gesso estuque página 1 Fonte: Construtora Y,
2014.
22
Figura 03 – Procedimento Operacional Gesso estuque página 2 Fonte: Construtora Y,
2014.
23
5. Métodos de Elaboração e implantação de procedime ntos operacionais
5.1 Métodos e ferramentas de elaboração de procedim entos
Para a elaboração de procedimentos, algumas considerações devem ser feitas, como
por exemplo, a repetitividade da tarefa. As tarefas da construção civil apresentam esse
caráter sendo, portanto alvos potenciais da padronização. A maneira mais prática de
se observar as atividades componentes da tarefa do modo real como ocorrem é anotar
os passos do trabalho do operário, enquanto assiste ao seu desempenho. Eventuais
diálogos durante a execução das tarefas sobre o porquê de determinadas ações,
devidamente registrados complementam e confirmam a efetiva participação do
colaborador na elaboração do padrão. (KRUGER, 1997)
No caso de procedimentos operacionais para os serviços de obra executados pelos
operários como o revestimento cerâmico de pisos e paredes, execução de contrapiso,
etc. deve ser feito um estudo das técnicas construtivas consultando especialistas,
mestres de obras, as normas existentes sobre os serviços, ou seja, coletar o maior
número de dados possíveis sobre a execução da mesma e depois organiza-los em
forma de procedimentos operacionais, que segundo Santana (1994) devem apresentar
uma linguagem clara e simples.
A literatura sobre qualidade identifica ferramentas básicas que são utilizadas para
organizar esses dados, formalizar os procedimentos e que se forem utilizadas
corretamente permitem resolver os problemas auxiliando a localização, compreensão
e eliminação de problemas que afetam a qualidade do produto ou serviço.
Santos (2012) fornece a descrição dessas ferramentas que são explicadas a seguir.
a) Benchmarking
Compara os processos e o desempenho de produtos e serviços com os de líderes
reconhecidos, permitindo identificar as metas e estabelecer prioridades para a
preparação de planos que resultarão em vantagem competitiva no mercado.
Quando aplicar: Comparar um processo com os de líderes reconhecidos para
identificar as oportunidades para a melhoria da qualidade.
b) Brainstorming
É uma técnica para estimular a criatividade de uma equipe para gerar e esclarecer
uma serie de ideias, problemas ou questões e pode ser traduzida como tempestade de
ideias e gera um grande numero de ideias sobre um assunto em um determinado
24
espaço de tempo. A técnica consiste em reunir um grupo de pessoas envolvidas em
um determinado assunto para apresentarem todas as ideias que lhe venham à cabeça
num período de tempo.
Quando aplicar: Identificar possíveis soluções para problemas e oportunidades em
potencial para melhoria da qualidade
c) Diagrama de Causa e efeito
É uma ferramenta usada para analisar criteriosamente e expor as relações entre um
determinado efeito e suas causas potenciais. As varias causas em potencial são
organizadas em categorias principais e subcategorias.
d) Diagrama de Árvore:
É uma técnica que mapeia os caminhos e tarefas que necessitariam ser cumpridas
para atingir um objetivo primário e os sub objetivos relacionados.
e) 5W e 1 H
Recebe este nome devido às letras iniciais de seis perguntas em inglês que ajudam a
esclarecer situações
Técnica utilizada na análise ou execução de uma rotina objetivando identificar
claramente cada atividade:
When ( quando) – Quando a atividade deve ser feita?
Who ( Quem) – Quem participa das ações necessárias para desenvolver a atividade?
What (o que) – Qual atividade precisa ser realizada?
Where (Onde) – Onde a atividade ocorre e onde deve ser aplicada?
Why (porque) – Porque a atividade deve ser realizada?
How (como) – Como a atividade deve ser realizada
f) Fluxograma ou diagrama de processo
É um diagrama utilizado para representar através de símbolos gráficos a sequencia de
todos os passos seguidos em um processo, facilitando a sua visualização e
entendimento.
25
É uma ferramenta que permite melhorar a compreensão do processo de trabalho,
mostra como uma tarefa deve ser executada e cria um padrão de trabalho ou uma
norma de procedimento.
Para elaborar um fluxograma é necessário entender e levantar os passos do processo
e este levantamento pode ser feito por meio de entrevistas e reuniões com seus
executores.
A figura 4 apresenta um exemplo de um fluxograma utilizado pela Construtora Z para
demonstrar o processo de treinamento dado em obras da empresa.
Figura 04 – Fluxograma de treinamento. Fonte: Construtora Z, 2014.
5.2 Estrutura de um procedimento operacional
Com o aquecimento da economia e o crescimento do número de obras houve uma
diminuição da mão de obra qualificada e a padronização de serviços em
procedimentos é uma ferramenta que, o que pode ser visto no estudo de Meira e
Araujo (1997) onde foi elaborado um procedimento para assentamento de azulejos.
Como a construção civil conta com uma mão de obra composta geralmente por
analfabetos e pessoas de pouca instrução os procedimentos devem ter linguagem
simples e objetiva, serem claros e conter as informações que servirão de apoio na
26
execução de um serviço pois os projetos executivos apenas apresentam o resultado a
ser atingido e não como atingir esse resultado.
Santana (1994) recomenda a elaboração de um check list contendo todos os pré-
requisitos necessários ao inicio de um serviço garantindo que o operário execute as
suas atividades sem ser atrapalhado por pendências de serviços anteriores.
Tendo em vista a qualidade do produto final deve ser implementado um controle do
processo que permita vistoriar alguns itens significativos durante a execução e/ou
após a conclusão do serviço. Para isso as construtoras desenvolvem fichas de
verificação de serviço baseadas no seu respectivo procedimento para monitorar a
execução.
Um procedimento deve conter os seguintes itens:
a) Objetivo: identifica o serviço a ser realizado e suas características
b) Documentos e Normas de referencia: identificam os projetos,
especificações de serviços e normas técnicas utilizadas na elaboração.
c) Método executivo: Descrição passo a passo das etapas necessárias para
executar o serviço
d) Material: lista os materiais necessários para execução
e) Equipamentos / Ferramentas: especifica os equipamentos e ferramentas
necessários para execução
f) Frequência da verificação do serviço: define a frequência e quem deve
verificar o serviço
5.3 Elaboração de procedimento operacional para exe cução de estrutura
de concreto armado
Luiz (2010) em seu estudo apresenta a elaboração de procedimento operacional para
execução de estrutura de concreto armado moldado in loco no qual foi feita uma
pesquisa bibliográfica, consulta às normas de procedimentos para obras de concreto
armado gerando um quadro sinóptico que proporcionou embasamento teórico para
desenvolver procedimentos operacionais. Também foi feito acompanhamento de obras
com registro fotográfico das diversas etapas de execução de serviço e reuniões com
mestres de obras para obter opiniões aproveitando a experiência deles sobre métodos
de execução.
27
Luiz (2010) formulou um quadro detalhando o processo separando em etapas e
relacionando a capa uma o que a NBR 14931 – 2004 define como praticas para sua
execução e em seguida as informações obtidas em pesquisa a diversos autores
entendidos do assunto, para que fossem confrontados e se completando para elaborar
o procedimento.
Como resultado de sua pesquisa Luiz (2010) obteve os seguintes procedimentos:
a) Execução de formas
b) Serviços de Armação
c) Concretagem
Na figura 5 Luiz (2010) apresenta um modelo padrão dos procedimentos elaborados
com a itemização utilizada para organizar as informações sequenciais dos
procedimentos.
28
Figura 05 – Modelo de procedimento operacional. Fonte: Luiz, 2010.
5.4 Técnicas e Ferramentas para implantar procedime ntos
5.2.1 Treinamento
Visando melhorar o produto final e preparar as equipes para executar os
procedimentos padronizados desenvolvidos as construtoras se utilizam de
treinamentos tanto para os operários que de fato realizam as tarefas como para
29
engenheiros, estagiários, técnicos de segurança, almoxarifes, administrativos, ou seja,
todos os colaboradores que estejam envolvidos em processos para que conheçam os
procedimentos e sejam capazes de implantar o treinamento e avaliar se os objetivos
estão sendo atingidos.
No seu item 3.1 a NBR ISO 10015 define treinamento como: “Processo para
desenvolver e prover conhecimento, habilidades e comportamentos para atender
requisitos.”, já em seu item 4.1.1 a norma afirma que “Um processo de treinamento
planejado e sistemático pode dar uma importante contribuição para auxiliar uma
organização a melhorar suas capacidades e para alcançar seus objetivos de
qualidade.”.
Segundo Chiavenato (2000) o treinamento é o processo educacional de curto prazo
aplicada de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem
conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. O
treinamento envolve transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho,
atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente, e desenvolvimento
de habilidades.
A figura 6 mostra os quatro tipos de mudanças de comportamento que são obtidas
com treinamento.
Figura 06 – Mudanças de comportamento com o treinamento. Fonte: Chiavenato,1999
30
Porém não basta apenas dar o treinamento, é preciso avaliar os resultados obtidos
pelo, para isso Chiavenato (2000) apresenta o ciclo de treinamento em 4 fases
sintetizadas na figura 7.
Figura 07 – Ciclo de treinamento. Fonte: Chiavenato, 2000
5.2.2 Métodos de treinamento
Um programa de treinamento, seja qual for a sua finalidade, deve ser confeccionado
sob medida de modo a atender às necessidades peculiares da organização. Carolan
(1993) afirma que os programas de treinamento devem ser curtos, com enfoque nas
necessidades de conhecimento e que muita informação pode contribuir para um fraco
desempenho. Carolan conclui que um treinamento direcionado os aprendizes recebem
unicamente as informações que necessitam e quando as necessitam para executar as
tarefas com sucesso.
Deve ser levado em consideração que os trabalhadores da Construção Civil são
adultos e os operários além de adultos são na maioria das vezes analfabetos ou de
pouca instrução e o seu possível desejo de aprender esbarra nas suas limitações
pessoais.
Segundo Picchi (1993) o papel do instrutor não é o de ensinar, mas sim de facilitar o
aprendizado. Picchi prossegue citando alguns princípios para a educação de adultos:
a) Os adultos devem ter o desejo de aprender,
b) Os adultos aprenderão somente o que sentem a necessidade de aprender,
c) Os adultos necessitam de conhecimentos com aplicabilidade imediata,
d) Os adultos aprendem fazendo,
31
e) A aprendizagem se centraliza em problemas e os problemas devem ser
reais,
f) Os novos conhecimentos devem ser relacionados com suas experiências
anteriores e integrados às mesmas e
g) Os adultos querem se sentir responsáveis por sua própria aprendizagem.
Scardoelli et al. (1994) informam que, como constatação de experiência de varias
empresas envolvidas num programa de qualidade, a realização de cursos fora do local
de trabalho tem resultados muito limitados devido o cansaço físico e o deslocamento
entre moradia, local de trabalho e locais de realização dos cursos.
A ABNT NBR ISO 10015:2001 Gestão da Qualidade - Diretrizes para treinamento
fornece diretrizes que possam auxiliar uma organização a identificar e analisar as
necessidades de treinamento, projetar o treinamento, executar o treinamento, avaliar
os resultados do treinamento, monitorar e melhorar o processo de treinamento, de
modo a atingir seus objetivos Esta Norma enfatiza a contribuição do treinamento para
a melhoria contínua e tem como objetivo ajudar as organizações a tornar seu
treinamento um investimento mais eficiente e eficaz. (Associação Brasileira de Normas
Técnicas - ABNT)
Em seu item 4.3.3 a NBR ISO 10015 diz que métodos de treinamento podem incluir:
a) Curso e seminários no local ou fora do local de trabalho
b) Estágios
c) Treinamento no local de trabalho
d) Autotreinamento
e) Treinamento à distancia
A norma apresenta as atividades de apoio quem a empresa pode desenvolver para
garantir o sucesso do treinamento, demonstradas na tabela 1:
32
Tabela 1 – Atividades de apoio ao treinamento. Fonte: NBR ISO 10015, 2001.
Já a tabela 2 apresenta avaliação do treinamento.
Tabela 2 – Avaliação de treinamento. Fonte: NBR ISO 10015, 2001.
Kruger (1997) apresenta uma visão econômica e estratégica que para ele algumas
empresas veem treinamento como um custo e não como um investimento.
33
“As empresas de Construção Civil obviamente se beneficiam de programas de
treinamento ministrados a seus operários, na medida em que os seus trabalhadores
resultem mais qualificados. Este não é, porém o pensamento corrente no meio. O
quadro que se verifica na maior parte dos casos é de empresas que não investem em
programas de treinamento do pessoal. Algum motivo ou consideração dos custos que
o treinamento origina, sem a visão de futuro do investimento que estaria sendo feito no
crescimento dos predicados profissionais e pessoais do operário.” (KRUGER, 1997)
34
6- Estudo de caso
6.1 Apresentação
O estudo de caso se dará em uma grande construtora e incorporadora nacional, que
realiza edificações residenciais e comerciais de médio e alto padrão atuante em 16
estados brasileiros. Em virtude da mesma não ter autorizado a divulgação de sua
razão social neste trabalho, a mesma será identificada neste trabalho como
Construtora “Z”. O empreendimento objeto deste estudo situa-se no bairro Barra da
Tijuca, no Rio de Janeiro. Trata-se de um empreendimento de alto padrão com 8
torres de 17 pavimentos tipo com 4 unidades privativas cada, e cobertura com 2
unidades privativas.
As áreas das unidades privativas variam de 143m² a 166m².
6.2 Métodos de elaboração
Para elaborar os seus procedimentos a empresa tem como responsável o setor de
Qualidade e Desenvolvimento Tecnológico que conta com equipe de engenheiros
especialistas que estudam as normas, consultam autoridades dos assuntos que
precisam ser padronizados, visitam obras. É o sistema de gestão de qualidade da
empresa o responsável por desenvolver, aprovar, emitir, divulgar e distribuir os
procedimentos nas obras.
O Procedimento de Gestão – Metodologia Para Desenvolvimento Tecnológico de
Componentes e Métodos Construtivos contém as diretrizes da empresa para
elaboração de um procedimento operacional de serviços levando em conta a sua
viabilidade técnica e econômica que é descrito a seguir:
6.2.1 Objetivo
O procedimento tem por objetivo estabelecer uma metodologia para conduzir o
desenvolvimento tecnológico de componentes e métodos construtivos e fornecer
diretrizes para a correta implantação de inovações tecnológicas.
6.2.2 Documento de Referência
Os seguintes documentos são considerados referência para a elaboração de
procedimentos:
a) Normas e/ou livros técnicos internacionais:
b) Revistas e/ou catálogos de fornecedores;
c) Trabalhos acadêmicos (teses dissertações ou boletins), consulta eletrônica
(internet); entre outras
35
6.2.3 Método Executivo
O processo de desenvolvimento é ilustrado na figura 08:
Figura 08 – Processo de desenvolvimento tecnológico. Fonte: Construtora Z, 2014
6.2.3.1 Dados de entrada
Os dados de entrada para o desenvolvimento de componentes e métodos construtivos
podem ser:
a) Solicitação direta da diretoria/Gerencia de obras
b) Solicitação da incorporação
c) Necessidade interna de departamentos, como Planejamento e Orçamentos,
Projetos, Obras, Relacionamento com o cliente.
Outros fatores também podem ser considerados dados de entrada:
a) Resultados de auditoria interna ou externa
b) Avaliação dos fornecedores
c) Demanda do mercado
d) Alteração/atendimento de normas Técnicas Nacionais/Internacionais
O Gestor da Qualidade e Desenvolvimento Tecnológico avaliará os dados de entrada
e verificará a necessidade do desenvolvimento. Os estudos finalizados e implantados
são registrados no Sistema de Gestão da Qualidade.
6.2.3.2 Metodologia do Processo de Desenvolvimento
A metodologia para o desenvolvimento de componentes ou métodos construtivos é
representado no fluxograma das atividades apresentado na figura 09:
36
Figura 09 – Metodologia para desenvolvimento de procedimento Fonte: Construtora Z,
2014
6.2.3.2.1 Estudos Iniciais
Durante a etapa de estudos iniciais, serão realizadas as seguintes sub-etapas:
a) Objetivos a serem alcançados com o desenvolvimento do componente ou
método construtivo;
b) Possíveis soluções para atender às necessidades identificadas para o
desenvolvimento;
A partir das pesquisas, deverão ser identificados de forma mais detalhada (para cada
solução):
a) Caracterização e função de componentes/métodos construtivos;
b) Equipamentos relevantes (não convencionais);
c) Possíveis interferências com outros subsistemas do edifício;
d) Requisitos de desempenho.
e) Entrega – Inspeção e armazenamento
6.2.3.2.2 Viabilidade
Deverão ser estudadas a viabilidade econômica e técnica, descritas a seguir:
37
a) Viabilidade Econômica: será realizado um levantamento sobre os insumos
necessários para a execução de cada solução considerada tecnicamente
viável. Esta viabilidade econômica se baseará não somente no custo
unitário de componentes e elementos, mas no custo global, considerando
todas as interferências técnicas e a gestão do canteiro.
No caso de alternativa de componente ou método, que já vem sendo empregada pela
empresa, será levantado o custo atual para comparação.
b) Viabilidade Técnica: são analisados aspectos como informações de
mercado, componentes ou métodos construtivos, fatores de produção,
fatores ambientais.
6.2.3.2.3 Avaliação Experimental
Nesta etapa serão executadas as seguintes sub-etapas:
a) Ensaios em Laboratório: para verificar se as características obtidas estão
em conformidade com os requisitos de desempenho estabelecidos
(definidos conforme necessidade avaliada pelo Gestor da Área da
Qualidade e Desenvolvimento Tecnológico). Podem ser aprovados ensaios
já realizados pelo fornecedor;
b) Ensaios de Desempenho em Campo: para avaliar o comportamento em uso
(conforme necessidade avaliada pelo Gestor da Área da Qualidade e
Desenvolvimento Tecnológico).
6.2.3.2.4 Protótipo
a) Projeto do Protótipo: serão definidas as diretrizes para realização do
protótipo (especificações, procedimento, local, data);
b) Realização do Protótipo;
c) Avaliação do Protótipo: validação das etapas do desenvolvimento.
Para alguns materiais a realização de protótipo será mediante decisão do
Representante do Departamento.
38
6.2.3.2.5 Consolidação da Tecnologia
Na etapa da consolidação da tecnologia, será finalizado um Relatório de
Desenvolvimento Tecnológico (anexo 01 deste procedimento), que já estará sendo
elaborado desde as primeiras etapas, para a divulgação interna da tecnologia
desenvolvida. Este relatório quando necessário será discutido com a Diretoria Técnica,
Consultoria Técnica e/ou outras Áreas pertinentes.
Nesta etapa, caso haja necessidade, também serão revisados os documentos internos
pertinentes ao SGQ. Estas revisões poderão ser feitas em outros momentos, caso isso
seja conveniente para uma melhor organização do processo de revisão da
documentação interna.
Em caso de necessidade de liberação do componente ou método construtivo, o
mesmo poderá ser aprovado antes da conclusão do relatório de desenvolvimento,
conforme avaliação do Gestor da Área da Qualidade e Desenvolvimento Tecnológico
e/ou Diretoria de Engenharia.
Após aprovação do relatório pelo Gestor de Qualidade e Desenvolvimento
Tecnológico, será emitida a Declaração de Aprovação, que será divulgada
internamente a todos que terão interface com a nova tecnologia / material / fornecedor.
6.2.3.2.6 Avaliação e Acompanhamento
A partir da consolidação da tecnologia, o novo componente ou método construtivo será
acompanhado pela Área da Qualidade quanto ao comportamento em uso real e
possíveis ajustes. Este acompanhamento será realizado nas visitas da Área da
Qualidade à obra.
Nesta etapa a tecnologia já deverá estar em plenas condições de ser utilizada, e seu
monitoramento se dará somente para buscar a melhoria contínua da tecnologia.
Caso sejam identificadas falhas ou incoerências, em qualquer etapa do
desenvolvimento, devem ser tomadas as ações necessárias para a sua correção,
retornando às etapas anteriores. Se, em qualquer uma das etapas, houver a
identificação da inviabilidade da solução, deve-se reiniciar o processo para satisfazer a
necessidade inicialmente identificada ou decidir pela reprovação do estudo e
consequente cancelamento da homologação.
39
6.2.3.2.7 Dados de Saída
a) Relatório de Desenvolvimento Tecnológico: será desenvolvido na etapa de
consolidação da tecnologia com o intuito de registrar as informações
relativas ao desenvolvimento e servir de fonte de informação (no caso de
dúvidas ou para outras pesquisas).
b) Documentação do Sistema de Gestão de Qualidade
c) Declaração de Aprovação do novo componente ou método construtivo: a
Área de Qualidade e Desenvolvimento Tecnológico realizará o
acompanhamento da produção em escala piloto e emitirá uma declaração
para validar o novo componente ou método construtivo, constituindo este
documento numa aprovação para o uso em ampla escala. A declaração
será enviada para a Diretoria Técnica, Área de suprimentos, Gerência de
obras e demais áreas envolvidas.
A figura 10 apresenta o modelo de relatório de desenvolvimento de componentes e
métodos construtivos:
40
Figura 10 – Relatório de desenvolvimento de componentes e métodos construtivos.
Fonte: Construtora Z, 2014.
A figura 11 apresenta o modelo de declaração de aprovação de componentes e
métodos construtivos:
41
Figura 11 – Declaração de aprovação de componentes e métodos construtivos. Fonte:
Construtora Z, 2014
42
6.3 Métodos de implantação
Toda a equipe da obra é treinada nos procedimentos da empresa, não só quem
executa os serviços, mas também quem confere, para isso cada obra tem seu plano
de qualidade que diz quais são os procedimentos que devem ser seguidos e quem
deve ser treinado nele e quem está apto a dar treinamento.
Também há uma forte campanha de marketing interno na empresa, mostrando como é
o seu jeito de ser e a importância de se envolver buscando o autotreinamento e o
autodesenvolvimento para atender requisitos e conquistar a satisfação do cliente.
O Plano de Qualidade da Obra possui a matriz de treinamento, onde são listados
todos os procedimentos padronizados utilizados, quem deve estar treinado em cada
procedimento e quem está apto a dar treinamento para a equipe.
Todos os procedimentos da empresa são documentados e armazenados no sistema
para consulta da equipe de obra garantindo que sejam estudados individualmente e
também podem ser utilizados para dar treinamentos admissional, de integração e
periódicos sempre que a equipe de obra ou de qualidade achar necessário.
A figura 12 mostra o sistema de armazenamento de documentos.
43
Figura 12 - Sistema que armazena os procedimentos da empresa. Fonte: Construtora
Z, 2014
Os treinamentos dados na empresa devem ser registrados em formulário padrão com
de lista de presença, o conteúdo programático, o objetivo do treinamento e os
instrutores responsáveis pelo treinamento, posteriormente o treinamento é
armazenado no sistema.
As figuras 13 e 14 mostram documento de registro de treinamento em forma de lista
de presença e o treinamento promovido pelo estagiário e encarregado da obra.
44
Figura 13 – Lista de Presença em treinamento – Fonte: Construtora Z, 2014
45
Figura 14 - Treinamento dado pelo estagiário e encarregado de obra. Fonte:
Construtora Z, 2014
Durante as vistorias de qualidade e auditorias internas feitas periodicamente nas obras
da construtora os auditores selecionam alguns colaboradores, fazem questionamentos
sobre a política de qualidade da empresa, sobre o procedimento do serviço que estão
executando e consultam o sistema para saber se os entrevistados receberam
treinamento.
A figura 15 apresenta o registro de treinamento com todas as informações sobre o
treinamento dado:
46
Figura 15 – Sistema de registro de treinamento. Fonte: Construtora Z, 2014
47
A figura 16 apresenta o fluxograma que define o processo de treinamento em obras da
empresa.
Figura 16 – Fluxograma de Treinamento – Fonte: Construtora Z, 2014.
48
6.4 Assuntos e Itemização dos procedimentos da empr esa.
São diversos os assuntos padronizados em forma de procedimentos utilizados pela
Construtora Z que são separados por área de interesse:
6.4.1 Planejamento / Execução da obra :
a) Execução e Inspeção dos Serviços
b) Planejamento da Obra
c) Guia de Vistoria de Vizinhos
d) Execução e Acompanhamento de Cronogramas
e) Entrega de obra
f) Vistoria Final e Entrega da Obra ao Cliente
g) Base para manual do síndico
h) Relatório de Pré-habite-se
i) Fluxo de Passagem de Obra para Assistência Técnica
j) Administração
6.4.2 Diretrizes para Administração da Obra
a) Controle de Portaria
b) Controle de Chaveiro
6.4.3 Almoxarifado
a) Pedido, Recebimento,Verificação e Controle de Materiais em Obras
b) Controle de equipamento de medição
c) Controle de Equipamentos e Ferramentas
6.4.4 Segurança
a) Procedimento para Controle e Distribuição de EPI
b) Área de Vivência
c) Treinamento de Segurança do Trabalho
6.4.5 Compras
a) Contratação de Serviços e Avaliação de Fornecedores de Material
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b) Liberação de Retenção - Obra próprias
c) Gestão de Documentação Obrigatória das Empreiteiras das Obras
d) Qualificação e Avaliação de Empreiteiros e Fornecedores
6.4.6 Obra
a) Formas - Montagem e Desforma;
b) Concretagem de Peças Estruturais;
c) Montagem de Armadura;
d) Alvenaria Modular Racionalizada;
e) Instalação de Louças e Metais Sanitários;
f) Contrapiso para Cerâmica, Porcelanato, Carpete, Piso Laminado e
Assoalho de Madeira;
g) Revestimento de Piso Cerâmico ou Pedra Bitolada;
h) Revestimento Interno em Argamassa;
i) Revestimento de Fachada em Argamassa;
j) Pintura.
Os procedimentos utilizados seguem um padrão e sempre devem conter os itens
abaixo:
1) Cabeçalho com o logo da empresa, a descrição do serviço
2) O objetivo do procedimento em questão
3) Os documentos de referencia que podem ser projetos, especificações e até
mesmo outros procedimentos relacionados.
4) A descrição das ferramentas e equipamentos que serão utilizados para
execução do serviço
5) Equipamentos de proteção individual que deverão ser utilizados
6) O método executivo descrevendo de forma clara e objetiva o passo a passo
da tarefa a ser executada
7) Verificação do serviço
Para o caso de procedimentos que não são relacionados à serviços de obra temos os
seguintes itens:
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1) Cabeçalho com o logo da empresa, a descrição do serviço
2) O objetivo do procedimento em questão
3) Os documentos de referencia
4) As responsabilidades de cada setor da obra envolvido no procedimento
5) A descrição passo a passo da tarefa a ser executada.
As figuras 17, 18 e 19 mostram como exemplo o procedimento operacional de controle
de equipamentos e ferramentas utilizado na obra:
Figura 17 – Procedimento operacional de controle de equipamentos e ferramentas.
Fonte: Construtora Z, 2014
51
Figura 18 – Procedimento operacional de controle de equipamentos e ferramentas.
Fonte: Construtora Z, 2014
52
Figura 19 – Procedimento operacional de controle de equipamentos e ferramentas.
Fonte: Construtora Z, 2014
6.5 Considerações Finais Com a utilização dessa metodologia a empresa atende os requisitos da ISO 9001,
obtém a certificação PBQP-H e mantém seu Sistema de Gestão da qualidade
organizado e controlado com todos os procedimentos operacionais disponíveis nas
suas obras.
53
Através dos procedimentos a transferência de informações entre os engenheiros e
operários é facilitada. A realização de treinamentos periódicos permite que os serviços
sejam executados da forma imaginada pela empresa, pois os procedimentos
operacionais do Sistema de Gestão da Qualidade são usados como conteúdo
programático.
54
7. Conclusão
O presente trabalho buscou mostrar os principais assuntos que são conteúdos dos
procedimentos que compõem o Sistema de Gestão da Qualidade de construtoras
nacionais, como são elaborados e implantados em suas obras.
Para elaborar um procedimento operacional é necessário um profundo estudo sobre a
tarefa que se deseja executar, para isso as empresas construtoras formam equipes de
engenheiros que com base nas normas técnicas brasileiras, na bibliografia técnica e
na experiência acumulada dos especialistas de diversas áreas das empresas que
coletam dados suficientes para descrever os serviços e organiza-los sob a forma de
procedimento. A tarefa fica bem detalhada permitindo identificar as falhas e em qual
momento ela ocorreu com mais facilidade.
Com as normas da serie ISO 9000 e certificações como o PBQP-H as empresas
podem implementar um sistema de gestão da qualidade documentando seus
processos e buscar sempre a melhoria continua para fornecer um produto que atenda
os requisitos.
O treinamento é a forma utilizada para implementar os procedimentos nas empresas
construtoras pois proporciona o desenvolvimento pessoal e o prepara o colaborador
para executar a sua tarefa da maneira correta seguindo passos repetitivos levando à
perfeição na execução. Um operário bem treinado tem maior compreensão da sua
posição e importância na empresa e a sua participação com opiniões na elaboração
dos procedimentos traz o sentimento de que estão todos no mesmo barco na busca
pela qualidade.
55
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