blog da editora e livraria sêfer - conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i...

38
ção i ão un n r ç ts ami e emot ai t g r terr o ass s na o ue ra polu ção oe ç di o i d n a o ao io n isér a m to ass lt v lê cia m i sn d e oh n de o esti ad furacã c aci a u p a l c ção va an he t f o utriç e ão enchent e o ai t g r ão terr m to ass s na o ue ra po ão doe ç ê ndio luiç n a o ao io n a i é ia rem to ass lt v lê ci msr m sn d e oh n e de o esti ad furacã c aci a vlnh a aa c e tufão ição un chent esnutr ts ami en e v t em t a ai to g ra ul o err o o ss s na ue r nd o poluição o n i d ença e o a io n isér a mar m to ass lto v lê cia m i f m sn d e u a ha o e de o esti ad f r cãoc cina o ru a l c u c r pção va an he t fão s i ão un nchen de nutr ç ts ami e te v c emot ai t g r ul ão terr o ass s na o ue ra n po u ção oe ç incê dio l i d n a a o m sér a ass lto vi lência i i fm sn d e oh n o e de o esti ad furacã c aci a orrup a l c c ção va an he t f o es u enchen d nutrição ts nami te v c e o ai t g r ul ão terr m to ass s na o ue ra êndio poluição inc doença e o a sa o m sér a mar m to s lto vi lência i i s ne t e fur de o s idad acão c a r ç al ch cha in co rup ão av an e tufão ição un chent desnutr ts ami en e v t em t ai to g ra ul o err o o ass s na ue r nd poluição o incê io d ença a sal o c msra s to vi lên ia iéi fm sn d e u ha o e de o esti ad f racão c cina o rup o a l c c r çã va an he t f o s i ão un enchen de nutr ç ts ami te v c emot ai t g r ul ão terr o ass s na o ue ra n po u ão oe ç incê dio l d n a e o ao io n isé a mar m to ass lt v lê cia m ri fm sn d e oh n o e de o esti ad furacã c aci a o u ã al nc c rr o av a he t f o ição un m hente desnutr ts a i enc v e o at ul o t rremot assasin o êndio poluição inc doença e o a sa o misér a mar m to s lto vi lência i fm n d ua a a o e deso esti ade f r cão ch cin o ru ão l c c r ava an he t f o ição un chent desnutr ts ami en e u i ts nam up ão orr ç r t ma emo o fome r t ma emo o rr gue a i nc r to al ma emo ass to o dad f f me desonesti e uracão chac corr ã uf o upç o t ã n i ts nam en des utr ção u i chente l r m as i vu cão te re oto sas nato in ndi olu o n o p içã doe ça r to al i ér ma emo ass to ms ia o s dad f na f me desone ti e uracão chaci c rru a aa c e o pção v l n h tu o snut o nc nt de riçã e he e l t r ot as i er a vu cão er em o sas nato gu r in io lu cênd po ição a t al vi cia s m remo o ass to olên mi éria s dad f r na fome desone ti e u acão chaci c rru ç o c e u o o p ã avalan h t s r ã de nut iç o tsunami ul t r ot as i er a v cão er em o sas nato gu r i ndi po ã e ncê o luiç o do nça r ot al i cia s ma em o ass to v olên mi éria e es ida fr a fom deson t de u acão chacin c rru ç o aa c e u o p ã av l n h t fão n ição ts am ench des utr un i ente ul t r ot as o er a v cão er em o sasinat gu r u ã pol o to alt io a s i maremo ass o v lênci mi ér a de e d e ra son sti ad fu cão ch a or tu acin c rupção fão n ição ts nam en des utr u i chente lc m g r vu ão terre oto uer a p ção oen olui d ça to alt io a i maremo ass o v lênci misér a fu ac fome r ão ch co av he acina rrupção alanc n içã ts nam en des utr o u i chente ul t to as i er a v cão erremo sas nato gu r i ndi olu ão en ncê o p do ça r to ên i ér ma emo viol cia m s ia o dad f a f me desonesti e uracão chacin rru ç o v a e u o co p ã a al nch t n i ts nam en des utr ção u i chente l t ot as i er a vu cão errem o sas nato gu r in io en cênd do ça to al vi ia s i maremo ass to olênc mi ér a o s dad f na f me desone ti e uracão chaci c rr ç o v c e u o o up ã a alan h t s ut i o nc nt de n r çã e he e r o as i a ter em to sas nato guerr alanc e av h guerra vi ci olên a a i tsun m d ça oen ec e n hent i oe a ncêndio d o f me a an val che as a sasin to i d ncên io d ns d eso e ti ade fo tu ã ao ass lt ol o p uiçã ua i ts n m vulcão Benjamin Blech Se Deus é bom, por que o mundo é tão ruim? e a ça ria ã o fão ent e erra u en ça iséria hacin a ufão t chen te guerr o a do ença a isé ia m r o ch cin a a ufão e t enchente at o doença n a miséria ci a ão cha ina c c ch e ufão t i enchent m e g err u a coronavírus coronavírus coronavírus coronavírus coronavírus E-book Vol. 7

Upload: others

Post on 12-Sep-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

t u am ch t vu ão te r m o

s n i en en e lc r e ot

at u a cê i po i o

assasin o g err in nd o lu çã

o ço o i ên a

d en a marem to assalt v ol ci

m s r a eso d e f r cã

i é i fome d nesti ad u a o

a a o r p a c f o

ch cin c r u ção av lan he tu ã

es td nu rição u ench n

ts namie te

v lc e o t g r

u ão terr m to assasina o ue ra

n d o p o l u i ç ã o o

i n c ê i d e n ç a

e o a io n isér a

mar m to ass lto v lê cia m i

f mn d e u a ha

o e deso esti ad f r cão c cina

o rua l c u

c r pção va an he t fão

s i ão unnchen

de nutr ç ts ami ete

v c emot a i t g r

ul ão terr o ass s na o ue ra

np o l u ç ã o o e ç

i n c ê d i o i

d n a

e o a o io n isér a

mar m to ass lt v lê cia m i

f m s n d e o h n

o e de o esti ad furacã c aci a

o r rupa l c

u ã

cção va an he t f o

nutriç

e

desão

enchent

v c e o a i t g r

ul ão terr m to ass s na o ue ra

p oã o d o e ç

i n c ê n d i o l u i çn a

o a o io n a i é ia

marem to ass lt v lê ci m s r

f m s n d eo h n

o e de o esti ad furacã c aci a

v l n h a a a c e tufão

ição unchent

desnutr ts ami ene

v cã t em t a a i to g r a

ul o err o o ss s na ue r

n d o p o l u i ç ã o o

i n c ê i d e n ç a

e o a io n isér a

mar m to ass lto v lê cia m i

f m s n d e u a ha

o e de o esti ad f r cão c cina

o rua l c u

c r pção va an he t fão

s i ão unnchen

de nutr ç ts ami ete

v c emot a i t g r

ul ão terr o ass s na o ue ra

np o u ç ã o o e ç

i n c ê d i o l id n a

a o m sér a

ass lto vi lência i i

f m s n d eo h n

o e de o esti ad furacã c aci a

o r rupa l c

u ã

cção va an he t f o

esu

enchen

d nutrição ts namite

v c e o a i t g r

ul ão terr m to ass s na o ue ra

ê n d i o p o l u i ç ã o

i n c

d o e n ç a

e o a sa o m sér a

mar m to s lto vi lência i i

s ne t e fur

de o s idad acão

c a r çal ch

cha in co rup ão av an e tufão

ição unchent

desnutr ts ami ene

v cã t em t a i to g r a

ul o err o o ass s na ue r

n d p o l u i ç ã o o

i n c ê i o d e n ç a

a sal o c m s r a

s to vi lên ia i é i

f m s n d e u ha

o e de o esti ad f racão c cina

o rup o a l c u ã

c r çã va an he t f o

s i ão unenchen

de nutr ç ts ami te

v c emot a i t g r

ul ão terr o ass s na o ue ra

np o u ã o o e ç

i n c ê d i o l i ç d n a

e o a o io n isé a

mar m to ass lt v lê cia m ri

f m s n d e o h n

o e de o esti ad furacã c aci a

o u ãa l nc u ã

c r r pç o av a he t f o

ição un mhente

desnutr ts a i enc

v cã eo

at

ul o t rremot assasin o

ê n d i o p o l u i ç ã o

i n c

d o e n ç a

e o a sa o misér a

mar m to s lto vi lênciai

f mn d u a a a

o e deso esti ade f r cão ch cin

o ru ãol c u ã

c r pç ava an he t f o

ição unchent

desnutr ts ami ene

u its nam

up ãocorr ç

r t ma emo o

fome

r tma emo o

rrgue a

as i g r ncên po ção

sas nato uer a i dio lui

ença ar o as o ol

do m em to salt vi ência

i ér odad f r

m s ia f me desonesti e u acão

ch c r ção lan t ão

acina or up ava che uf

n ição ts nam en

des utr u i chente

ul t r ot aso uer a

v cão er em o sasinat g r

pç ã o o e n

o l u i d ç a

to alt io c a s i

maremo ass o v lên i mi ér a

ome de on ti

ã

f s es dade furac o

r u ave

co r pção alanch tufão

n ição ts nam en

des utr u i chente

ur ot as

uer a

v lcão ter em o sasinato g r

i n d i o l u ã o e n

n c ê o p i ç d o ç a

r to al io ia i

ma emo ass to v lênc misér a

odad f

a

f me desonesti e uracão chacin

corr ã

uf o

upç o

t ã

n i ts nam en

des utr ção u i chente

l r m as i

vu cão te re oto sas nato

i n n d i o l u on

c ê o p i ç ã d o e ç a

r to ali ér

ma emo ass to m s ia

os dad f

na

f me desone ti e uracão chaci

c r ru a a a c e fã

o pção v l n h tu o

snut onc nt

de riçã e he e

l t r ot as i er a

vu cão er em o sas nato gu r

i ni o l u

c ê n d p o i ç ã o

a t al vi cia s

m remo o ass to olên mi éria

s dad f r

na

fome desone ti e u acão chaci

c r ru ç oc e u o

o p ã ava lan h t f ã

s r ãde nut iç o tsunami

ul t r ot as i er a

v cão er em o sas nato gu r

i n d i p oã

e

n c ê o l u i ç o d o n ç a

r ot al i cia s

ma em o ass to v olên mi éria

e es ida f ra

fom deson t de u acão chacin

c r ru ç o a a c e u

o p ã av l n h t f ão

n ição ts am ench

des utr un i ente

ul t r ot aso er a

v cão er em o sasinat gu r

u ãpo l i ç o

to alt ioa s i

maremo ass o v lênci mi ér a

de e d e ra

son sti ad fu cão

ch a or

tu

acin c rupçãofão

n ição ts nam en

des utr u i chente

lcm

g r

vu ão terre otouer a

pç ã o o e n

o l u i d ç a

to alt ioa i

maremo ass o v lênci misér a

fu ac

fome

r ão

chco

av he

acina rrupção alanc

n içã ts nam en

des utr o u i chente

ul tto as i er a

v cão erremo sas nato gu r

i n d i o l u ã o e n

n c ê o p i ç d o ç a

r toên i ér

ma emo viol cia m s ia

odad f

a

f me desonesti e uracão chacin

r ru ç o v a e u o

co p ã a a l nch t f ã

n i ts nam en

des utr ção u i chente

l t ot as i er a

vu cão errem o sas nato gu r

i ni o

e n

c ê n d d o ç a

to al vi ia s i

maremo ass to olênc mi ér a

o s dad f

na

f me desone ti e uracão chaci

c r r ç o vc e u o

o up ã a a lan h t f ã

s ut i onc nt

de n r çã e he e

r o as i a

ter em to sas nato guerr

id

n c ê n i o

ch naci a

a lanc eav

h

gu erra

vi ciolên a

a i tsun m

d ç ao e n

e c en hent

i

oe a

ncênd iod nç

of me a an val che

as a sasin to

idn c ê n i o

d n s deso e ti ade

f o tu ã

a o ass lt

o lo

p u i ç ã

u a i ts n m

vulcão

tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição

BenjaminBlech

tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente

assasinato guerra incêndio poluição doença maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina corrupção avalanche tufão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra i n c ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a maremoto assalto violência miséria fome desonestidade furacão chacina co r rupção ava lanche tu fão desnutrição tsunami enchente vulcão terremoto assasinato guerra

t unami ch nt vu cão te rem to

sen e e l

r o

s at guer a ncê di po ui ão

a sasin o r i n o l ç

do nç m r o o s to vi lên ia

e a a em t a sal o c

miséria f m eso estidade furacã

o e d n

o

ha na co rup o ava nc e ufão

c ci r çãla h t

des utrn ição t u i ench ns nam

e te

vulc er e o o at g err

ão t r m t assasin o u a

n d o p o l u i ç ã o d o e n ç a

i n c ê i

e o o a o io ên a iséria

mar m t ass lt v l ci m

fome eson s id de ura ão cha in

d e t a f cc a

o r rup o a l a ch u fão

cçã va n e t

des tri ão un i enchen

nu ç ts amte

v lc er emot a i at g err

u ão t r o ass s n o u a

np o l u ç ã o d o e n ç a

i n c ê d i o i

m e o o a o iolên a iséria

ar m t ass lt vci m

fome eson s id de r ão ch in

d e t a fu ac ac a

o r rupç o av la che ufão

a n t

desnutrição e c e

n hent

v lc er e o o a i at g err

u ão t r m t ass s n o u a

p oã o d o e n ç a

i n c ê n d i o l u i ç

mo o a to iolên ia i é ia

arem t ass l vc m s r

fome eson s id de f r ão ch cin

d e t a u ac a a

av l nche u o

a at fã

es trição un i enchent

d nu ts am

e

v lcã t r emot a a i ato g erra

u o e r o ss s n u

n d o p o l u i ç ã o d o e n ç a

i n c ê i

e o o a o io ên a iséria

mar m t ass lt v l ci m

fome eson s id de ura ão cha in

d e t a f cc a

o r rup o a l a ch u fão

cçã va n e t

des tri ão un i enchen

nu ç ts amte

v lc er emot a i at g err

u ão t r o ass s n o u a

np o u ç ã o d o e n ç a

i n c ê d i o l i

m e o o a to iolên a isé ia

ar m t ass l vci m r

fo

fu cã

me

ra o

hac na co rup o va nc e ufão

c i r çã a la h t

des utru i enchen

n ição ts namte

v lc er e o o a i at g err

u ão t r m t ass s n o u a

ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a

i n c

m e o o a sa o io ên a miséria

ar m t s lt v l ci

s s dade

de one ti

ac a corr pç val nche uf o

ch inu ão a a

t ã

des trição un i enchent

nu ts am

e

v lcã t r emot a i ato g erra

u o e r o ass s n u

n d p o l u i ç ã o d o e n ç a

i n c ê i o a s lto

s a

miséria f m esonestid de furacã

o e da

o

hac a corrup o va nc e ufão

c inçã a la h t

des tri ão un i enchen

nu ç ts amte

v lc ass nat uerr

u ãoasi o g a

np o u ã o d o e n ç a

i n c ê d i o l i ç

m e o o a to iolên a isé ia

ar m t ass l vci m r

fome eson s id de r ão ch in

d e t a fu ac ac a

o r rup ão a a lanc u fã

cç v

he t o

des trição un mi enchente

nu ts a

v lcã te r m to s at

u o r e o a sasin o

ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a

i n c

m e o o a sa o io ên a miséria

ar m t s lt v l ci

fom eson s id e ura ão cha ina

e d e t ad f cc

o r rup ão a l a ch u fão

va n e t

des trição un i enchent

nu ts am

e

su mit na

o rupçãoc r

d so e d de e n sti a

fome

ra o

fu cã

m moto

n ia

are

violê c

ter motore

g err u a

ass i ato g ra incên io po ição

as n uer d lu

oença maremo ass lto iol cia

d

to a v ên

mi ér a o e s estidad fur

s i f m de one acão

ch a c r pção avalan t ão

acin or u che uf

n ição tsunam en te

des utr i chen

vul t r ot ass s ato uerra

cão er em o a in g

p u i ç ã o d o e no l

ç a

ar oto s alt vio cia is ri

m em a s o lên m é a

fome desone tid

ão

s ade furac

cor u av nche f

r pção alatu ão

n rição tsunam ene

des ut i chent

vu r ot assa ato guerra

lcão ter em o sin

i n c n d i o o l u i ã o e n ç

êp

ç d o a

ar oto s al vio ncia iséri

m em a s to lê m a

fo e s estidad f r na

m de one u acão chaci

co r rup ão a a a che t f ã

çv l n

u o

n i tsunam ene

des utr ção i chent

vul er em to ass i o

cão t r oas nat

i n c n d i o o l u i o n ç

êp

ç ã d o e a

ar oto a al mi ér a

m em ss tos i

fo e es nes idad f r ina

m d o t e u acão chac

c r rup ã a a a c e t f ã

oç o v l n h u o

sn i tsunam en te

de utr ção i chen

vul t r ot ass i a o uer a

cão er em o as n t g r

i ni o o l u ç o

c ê n d p i ã

ar ot s al vi ência is r

m em o a s to ol m é ia

f e es es idad f r cina

om d on t e u acão cha

c r ru ção a a a c e tu fão

o pv l n h

s r ão una

de nut iç ts mi

vul t r ot ass i o guer a

cão er em o as natr

i n c n d i o p o l u ã o e n ç

ê

i ç d o a

ar otiolên a mi éria

m em o v ci s

f e es estida fur cina

om d onde acão cha

c r rupção a a a c e ufã

ov l n h t o

n ição tsunam ench

des utr i

ente

vul t r ot ass to uer a

cão er em o asina g r

po u i ãol ç

ar oto alt vio cia is i

m em ass o lên m ér a

de e t da e rac o

son s i d fu ã

ch a corr ção tu ão

acinup

f

n ição tsunam en te

des utr i chen

ulc er em o g ra

v ão t r otuer

p u i ç ã o d o e no l

ç a

ar oto s alt vio cia is ri

m em a s o lên m é a

m

fu ac o

fo e

r ã

ch na co r ção av nche

aci r upala

n riçã tsunam ene

des ut o i chent

ul t r oto ass i to er a

v cão er em as na gu r

i n c n d i o o l u ã o e n ç

êp i ç d o a

ar oto s al vio ncia iséri

m em a s to lê m a

fo e s nes idad fur na

m de o t e acão chaci

c r ru ç o ava a c e ufão

o p ãl n h t

t u am e hen e

s n i nc t

vul t r ot ass i o uer a

cão er em o as nat g r

i n d i o

o e n

c ê n d ç a

ar oto a al vi ência isé i

m em ss to ol m r a

fome de one ti de f cão

s s daura

c r up aval che t ão

o r ção an uf

s utriç o nch nte

de n ãe e

vul t r ot ass i o uer a

cão er em o as nat g r

i ê n d n c i o

ch cina a

gu ra er

vi ênciol a

d e n ç ao

enche ten

as a os lt

inc nd i oe a

ê od nç

fo em a lan e va ch

assas na o i t

i c ê n dni o

d sonest d de

i a e ufão t

esnu çãod

tri

o l ç ã op u i

ch naaci sunami

t

SeDeusé bom,porqueo mundoé tãoruim?

t unami nchent vulcão terremoto

se

e

ass nat guer a ncê dio poluição

asi o r i n

doenç m r moto s to vi lência

a a ea sal o

miséria fome deso estidade furacã

no

cha ina co rup ão ava anc e ufão

c r çl h t

desnutrição tsu i ench n e

name t

vulc o erre o o ss s nat guerra

ã t m t a a i o

n d o p o l u i ç ã o d o e n ç a

i n c ê i

m e o o a to iolên ia iséria

ar m t ass l v c m

fome eson s id de fura ão chacin

d e t ac

a

o r rupç o av la che u fão

a nt

des utri ão t un i enchen

n ç s amte

vulc er emoto a i at g err

ão t rass s n o u a

np o l u ç ã o d o e n ç a

i n c ê d i o i

mare o o s a to violên ia iséria

m t a s l c m

fome esonestid de f r cão ch cin

da u a a a

co r rupç o av la che tu fão

ãa n

desnutrição ench e ent

vulc o er e o o s a inat guerr

ã t r m t a s s oa

i np o

ã o d o e n ç a

c ê n d i o l u i ç

mar mo o s alto violên ia i é ia

e t a s c m s r

fome desonestidade f r cão ch cina u a a

avalanche uf o

t ã

des utrição un i enchent

n ts am

e

v lcã ter emoto a a i ato g erra

u o rss s n u

n d o p o l u i ç ã o d o e n ç a

i n c ê i

m re o o s a to iolên ia iséria

a m t a s l v c m

fome eson s id de fura ão chacin

d e t ac

a

o r rupç o av la che u fão

a nt

des utri ão t un i enchen

n ç s amte

vulc er emoto a i at guerr

ão t rass s n o

a

c np o u ç ã o d o e n ç a

i n ê d i o l i

s a to vio ên ia miséria

a s l l c

fome esonestid de f r cão ch cin

da u a a a

co r rupç o av la che tu fão

ãa n

desnutrtsu i enchen

ição namte

vulc o er e o o s a inat guerr

ã t r m t a s s oa

ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a

i n c

m e o o a sa to iolên a miséria

ar m t s l v ci

d s nestida e fur cã

e od

a o

hac na corrupç o aval nche ufão

c iã

at

des utrição un i enchent

n ts am

e

v lcã ter emoto a i ato g erra

u o rass s n u

c n d p o l u i ç ã o d o e n ç a

i n ê i o a salto io ênc a miséria

s v l i

fome eson s id de fur ão chacin

d e t aac

a

o r rupç o av la che u fão

a nt

des utri ão t un i enchen

n ç s amte

vulc er emoto s a inat guerr

ão t ra s s o

a

c np o u ã o d o e n ç a

i n ê d i o l i ç

maremo o s a to violên ia isé ia

t a s l c m r

fome esonestid de f r cão ch cin

da u a a a

o r rupção a a lanch u fão

cv

e t

des trição un mi enchente

nu ts a

v lcã te rem to ass nat

u o r o asi o

ê n d i o p o l u i ç ã o d o e n ç a

i n c

m e o o a sa to iolên a miséria

ar m t s l v ci

fome eson s id de ura ão cha ina

d e t a f cc

o r rupção av la che u fão

c

a nt

des utrição un i enchent

n ts am

e

su amit n

o rupçãoc r

mar moto e

fome

mar motoe

g err u a

coronavírus

coronavíruscoronavírus

coronavírus

coronavírus

E-bookVol. 7

Page 2: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Conteúdo extraído do livro:

Se Deus é bom, por que o mundo é tão ruim?

Rabino Benjamin Blech Editora e Livraria Sêfer

2006

Copyright © 2003 by Benjamin Blech

Direitos reservados àEDITORA E LIVRARIA SÊFER LTDA.

Alameda Barros, 735 CEP 01232-001 São Paulo SP BrasilTel. 3826-1366 [email protected] www.sefer.com.br

Page 3: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

CAPÍTULO 15A FÉ APÓS O HOLOCAUSTO

”Rabino, como o senhor entende o sentido do Holocausto?”

Esta é uma questão da qual tenho medo, mas que não posso evitar. Não

são apenas as plateias que ouvem as minhas conferências que perguntam isto;

eu duvido que se tenha passado um dia em que eu também não me perguntei

o mesmo.

Perdi boa parte da minha família durante aquela época terrível, quando

Deus parecia estar ausente. Meus pais felizmente fugiram para a segurança da

América, junto com meu irmão, minha irmã e eu. Mas 6 milhões não tiveram a

mesma sorte. Eles eram velhos e jovens, homens e mulheres, crianças de colo.

Eu conheço pessoalmente o sentido de sentir-se “culpado por sobreviver”. Por

que eu – e não eles? Por que eu estava entre os afortunados sobreviventes, e

por que eles pereceram? Não posso acreditar que sou mais merecedor do que

eles. Eu li as suas histórias; sei que entre as vítimas havia piedosos, devotos,

religiosos e sábios. Lamentei quando li sobre os seus destinos. E gostaria de

saber: Por que Deus também não lamentou? E se Ele o fez, como Ele pôde ter deixado

de interromper a carnificina e de vingar o sangue dos Seus filhos?

Algumas pessoas acreditam que o Holocausto não é um desafio

religioso maior do que quaisquer das situações pessoais de sofrimento sofridas

por qualquer pessoa. Eliezer Berkovits,66 por exemplo, argumenta, de uma

perspectiva teológica, que o genocídio de 6 milhões de pessoas não difere da

situação de uma criança que sofre sem necessidade ou de uma pessoa que

passa pela angústia de uma perda pessoal. O problema teológico, ele diz, é o

mesmo – a injustiça; a quantidade não faria diferença alguma. A questão é:

como um Deus bom e justo permite que ocorra na Terra algo injusto? O dilema

de Jó e o dilema do Holocausto é o mesmo.

No entanto, muitos outros discordam. E eu sou um deles. O Holocausto,

como um crime, permanece como algo sui generis – em uma categoria só

Page 4: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

para si mesmo. Sua crueldade, sua extensão, seus números e seu objetivo de

aniquilação total do povo judeu – nada disso tem paralelos. O silêncio de Deus

enquanto Hitler e seus comparsas davam seguimento à “Solução Final” é único

como conduta Divina além da compreensão.

A extensão do mal perpetrado e seu impacto sobre as vítimas, bem como

sobre o mundo como um todo, não podem ser subestimados.

Anne Frank comoveu os corações do mundo; mas ela era somente uma.

Multiplique isso por 6 milhões, e sua mente terá vertigens. Nós provavelmente

somos incapazes de compreender. Some ao número de 6 milhões aqueles aos

quais chamamos de “sobreviventes”, mas que jamais sobreviverão aos seus

pesadelos diários e às suas lembranças constantes do inferno. Mais do que

terem sobrevivido, eles seguiram vivendo para sempre assustados pelo mal que

vai muito além da imaginação humana.

Por isso eu sustento que tratar o genocídio em paralelo com a dor de um

simples indivíduo é minimizar e desvalorizar o Holocausto. Não há termo de

comparação entre ambos; fazer isso é simplesmente ofensivo.

Eu sofro sempre que vejo a terminologia do Holocausto reduzida à

linguagem do cotidiano. Lemos frequentemente a respeito de povos oprimidos

sofrendo diversos graus de dificuldade, e a palavra “Holocausto” é utilizada como

se o termo implicasse em nada mais do que privação econômica ou sofrimento

físico. A coisa chegou a tal ponto que temos ambientalistas descrevendo o

desaparecimento das florestas tropicais como um Holocausto Ecológico e

grupos de “Salve as Baleias” advertindo para a possível extinção desses animais

aquáticos como um Holocausto Oceânico.

Sem dúvida, outros grupos de pessoas têm sofrido terrivelmente e eu

de modo algum pretendo minimizar a sua dor. Os croatas foram vítimas de

campanhas de limpeza étnica pelos sérvios. Os armênios sofreram um massacre

genocida perpetrado pelos turcos. Pol Pot foi amplamente bem-sucedido em

exterminar a intelligentsia do Camboja. Mas nenhum desses eventos pode se

aproximar do mal perpetrado durante o Holocausto.

Page 5: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Atualmente, nós lemos inclusive sobre o Holocausto Palestino, uma ideia

popularizada por grupos palestinos para tentar acusar o Estado de Israel de tratá-

los do mesmo modo como os nazistas trataram os judeus. Ainda que levemos

em conta os piores crimes cometidos por judeus contra palestinos – tais como

o massacre de 29 muçulmanos por Baruch Goldstein na Gruta dos Patriarcas –,

não há nada que chegue nem perto dos crimes da Alemanha nazista, que tinha

um regime governamental nacional (e mais tarde internacional) para exterminar

um povo inteiro da face da Terra. Esse regime incluía a tortura, a fome e,

finalmente, o massacre de crianças e adultos.

Eu não quero me estender sobre o tema, mas penso que a visão que

prevalece entre os historiadores no mundo inteiro é que, dentro do amplo

espectro de experiências do mal ao longo de toda a história, o Holocausto

permanece algo separado, à parte, distinto e único. Não há nada como isso

em termos de outros genocídios ou massacres do passado, nem mesmo em

comparação com sofrimentos judaicos tais como a Inquisição na Espanha ou

os pogroms na Rússia. O Holocausto foi a contribuição singular do homem

“civilizado” do século 20.

É com respeito ao Holocausto que a nossa questão se torna, entre todas,

a mais urgente, a mais enigmática e a mais relevante: onde estava Deus?

AS PERGUNTAS DENTRO DA PERGUNTAOs teólogos têm destacado que, na verdade, há três perguntas dentro

dessa pergunta. Devemos considerar onde Deus estava antes, durante e depois

do Holocausto. Vamos destrinchar isso:

1. Qual era o papel de Deus antes do evento? Ou seja, Ele participou da

decisão que levou isso a ocorrer?

2. Onde estava Deus durante o Holocausto? Em outras palavras, será que

Ele estava no meio dos horrores e do terrível sofrimento? Em caso positivo,

qual foi a Sua reação? Se os pais e mães que testemunharam o assassinato

brutal dos seus filhos enlouqueceram, então a nossa pergunta é: “Deus, Tu

Page 6: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

és o nosso Pai. Tu és a nossa Mãe. Como Tu podes assistir a tudo isso e não

fazer alguma coisa?”

3. E, finalmente, qual foi o papel de Deus após o Holocausto? Após a

realização de um mal em uma escala assim tão grande, será que os judeus

podem continuar a seguir os mandamentos de Deus como se nada tivesse

acontecido para sacudir a sua fé?

Atualmente, mais de meio século após o evento, muitos têm se confrontado

com essas questões. Alguns pensadores religiosos, como o rabino reformista

Richard Rubenstein, decidiram que, depois de Auschwitz, não poderiam mais

manter a sua fé. Juntamente com muitos sobreviventes, a crença deles foi

irrevogavelmente destruída.

Contudo, eu também conheço pessoas que suportaram esses horrores,

testemunharam o pior do mal humano em primeira mão e saíram disso com

uma fé ainda mais forte em Deus do que antes.

Elie Wiesel, laureado com o Prêmio Nobel da Paz, um cronista do

Holocausto que passou por seu próprio período público de questionamento,

permanece sendo um homem profundamente religioso. Embora ainda

perturbado pelo silêncio inexplicável de Deus, Wiesel se recusa a renunciar à

sua conexão com o Todo-Poderoso. Em vez disso, ele opta por se identificar

com os sobreviventes cuja história imortalizou.

Há uma cena que Wiesel capturou ao concluir uma conferência muito

famosa sobre o Holocausto. Sua exposição descreve de forma dinâmica os

sentimentos contraditórios daqueles que sobreviveram quase milagrosamente.

Wiesel fala sobre o que os judeus tiveram que suportar. Em seguida, ele relata

o que aconteceu no dia em que o seu campo de concentração foi liberado.

O exército americano chegou e libertou os sobreviventes. Naquele momento,

cada um respondeu à liberdade de um modo diferente. Alguns logo buscaram

encontrar os alemães para matá-los, por vingança. Outros se apressaram para

encontrar comida a fim de saciar a fome que, por tanto tempo, definiu suas

Page 7: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

existências. Outros ainda foram logo saquear e roubar. Eles sentiam que algo

lhes era devido; tudo lhes havia sido literalmente roubado da vida, e eles saíram

para agarrar o que podiam a fim de compensar o que fora levado deles.

Wiesel descreve as pessoas correndo em diferentes direções. Então ele

acrescenta:

Mas ali permaneceu um grupo, um grupo grande, que se reuniu sem

contar um para o outro o que iriam fazer – isso era tão automático – ; estas

pessoas começaram a rezar, a recitar o Cadish, a oração de luto, que é, de fato,

um hino de louvor a Deus.

Esta era a oração de luto por aqueles que não estavam saindo dali – pelos

maridos, mães, pais, pelas crianças, por aqueles que haviam sido assassinados,

pelo judaísmo alemão, pelo judaísmo húngaro, pelo judaísmo polonês, uma

oração por 6 milhões de mortos.

Claramente, depois de todos os horrores, aquelas pessoas ainda

encontraram força para rezar por aqueles que eles perderam e para louvar a Deus.

Então Wiesel fez uma longa pausa. Formou-se um silêncio mortal na sala.

Finalmente, ele disse: “Na minha opinião, Deus não mereceu aquele Cadish.” E

encerrou o assunto.

Esta foi uma acusação grave e pública. E apesar disso, Wiesel ainda estuda

o Talmud, ainda coloca tefilin. Ele não perdeu a sua fé. E esta é provavelmente

a parte mais notável da história – tanto para Wiesel como para o povo judeu.

Não importa quão severamente podemos enxergar a conduta de Deus, nós não

estamos dispostos a cortar a nossa relação com Ele.

“NÓS SÓ PODEMOS PERGUNTAR”

Como Wiesel solucionou sua discussão com Deus? Como ele encontrou

a capacidade de continuar adorando um Deus que parecia tê-lo abandonado?

Qual foi a sua resposta ao problema do silêncio de Deus diante de um sofrimento

tão incrível?

Page 8: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Wiesel oferece uma resposta notável.

Depois do Holocausto, ele escreve, cada um de nós tem 6 milhões

de perguntas a fazer para Deus. Mas nós não as fazemos com o objetivo

de encontrar justificativas para as Suas ações; nós não questionamos para

ouvir explicações. Justamente o contrário, declara Wiesel: argumentos que

justifiquem Deus diante do mal não só são inadequados, como são diabólicos.

As respostas, ele afirma, não podem vir do homem, mas apenas do próprio

Deus. O que cabe a nós, então? Não explicar, mas só perguntar!

Em seu best-seller A Noite, Wiesel relembra que esta é a lição que Moshe,

o Bedel, lhe ensinou quando ele era um jovem na cidade de Sighet: “O homem

cresce diante de Deus pelas perguntas que faz a Ele. Este é o verdadeiro diálogo.

O homem questiona Deus, e Deus responde; mas nós não entendemos as Suas

respostas. Nós não podemos entendê-las porque elas vêm das profundidades

da alma e ficam ali até a morte.”

É nesta linha que Wiesel incluiu a seguinte oração em Os Seis Dias de

Destruição: “Deus, nós não exigimos respostas. Mas se esta é a última página da

crônica humana, assegure-nos que nós tivemos o direito de perguntar.”

Na verdade, há aqueles como Wiesel que encontram conforto suficiente

simplesmente em verbalizar seus questionamentos. As respostas são mais do

que irrelevantes; elas são impossíveis. A fé terá que aguentar todo o peso

da confusão.

Para eles não há como proceder. Nós nos encontramos com o silêncio de

Deus dentro de nós mesmos. E é em silêncio que suportamos a nossa dor –

continuamos a rezar.

Mas para muitos outros isso simplesmente não é suficiente. Afinal de

contas, nós desenvolvemos diversos modelos para explicar o sofrimento em

épocas anteriores. Será que nenhum deles pode ser aplicado também a esse

evento histórico? Será que todas as reflexões do passado são inaplicáveis para

o Holocausto? Nos mais de 50 anos desde que estamos tentando reconciliar a

fé com os fatos da “Solução Final”, temos ouvido várias explicações possíveis.

Page 9: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Sigamos cuidadosamente os seus argumentos e vejamos se podemos concordar

com alguns deles – ou talvez chegar a algumas conclusões próprias.

Mas antes disso precisamos apresentar uma palavra de precaução.

PALAVRAS TALMÚDICAS DE PRECAUÇÃO

Obviamente, o Talmud foi escrito muitos séculos antes do Holocausto.

Mas o Talmud67 pode nos proporcionar um modelo para abordar a questão do

Holocausto a partir da sua discussão acerca da tentativa de genocídio do povo

judeu na época do Império Persa. Naquela época, conforme relatado no livro de

Ester, o perverso Hamán convenceu o Rei Assuero [Achashverósh] a emitir um

edito condenando todos os judeus à morte.

Ao estudarem esse relato 400 anos após o evento, os discípulos do Rabi

Shimon bar Yochai perguntaram: “Por que os ‘inimigos judeus’ mereciam a

destruição naquela geração de Ester?” Note que, embora centenas de anos

tenham passado, o assunto ainda era tão sensível que eles não ousam perguntar

“Por que o povo judeu merecia a destruição na geração de Ester?”, embora fosse

isso o que eles quisessem dizer.

Em vez disso, fazem a pergunta obliquamente, por meio de um

eufemismo: “Por que os inimigos judeus...?” Mas, naturalmente, o que eles

realmente queriam saber era “por que os judeus quase morreram na época de

Hamán? O que eles possivelmente podem ter feito para merecer esse destino?”

O Talmud registra a discussão a seguir.

Primeiro, o mestre deles, Rabi Shimon bar Yochai, lhes diz: “Deixe-me

ouvir o que vocês têm a dizer.”

Agora os discípulos começam a especular. Talvez seja porque eles (os

judeus) participaram do banquete de um homem perverso. O livro de Ester

começa com a descrição de um luxuoso banquete preparado pelo rei para

as pessoas da sua capital em Shushán. Todos foram convidados, e os judeus

Page 10: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

participaram. Talvez este seja o crime deles: eles comeram nada menos que

comida não-casher e gostaram. Talvez eles tenham tido um período bom demais

no exílio, festejando quando deveriam estar lamentando a perda da sua terra.

Mas o rabino não aceita nada disso. Ele diz: “Se eles realmente tivessem

cometido esse crime, então deveriam ter morrido.” Contudo – ele enfatiza –, o

resultado foi bem diferente; eles não morreram. Além disso, para contestar essa

teoria, o decreto de morte foi emitido contra todos os judeus, e não apenas

contra os pecadores que cometeram o que vocês usam como justificativa para

o potencial genocídio.

Após deixar os discípulos ponderarem sobre isso, ele em seguida oferece

esta explicação: “O decreto de morte foi resultado da idolatria.” E ele continua:

“Os judeus se curvaram a ídolos, mas só aparentemente. Quando eles se

curvavam diante de um ídolo, eles realmente não acreditavam em seus corações

que estavam se curvando diante de um deus. Eles se curvavam por fora, mas

não por dentro. O pecado estava somente na superfície. Por isso o Santíssimo,

bendito seja, só permitiu uma ameaça à sobrevivência deles, que na superfície

parecia perigosa, mas que, na realidade, jamais foi consumada.”

A sua explicação corrobora um princípio que já consideramos antes neste

livro – medida por medida. O ato deles de idolatria só estava na aparência. Por

isso o decreto de morte também ficou somente na aparência: foi emitido, mas

não levado adiante.

O que eu considero digno de nota nesta discussão é a clara contenção

dos rabinos em sua abordagem para o tópico. Rabi Shimon bar Yochai, que tinha

o que ele considerava uma possível solução, primeiro quis ensinar aos seus

discípulos como é difícil encontrar as respostas certas e como deve-se tomar

cuidado em sugerir uma resposta teologicamente satisfatória. E lembremo-nos

que isto ocorreu mais de 400 anos após o evento!

Eu sou incapaz de enfatizar isso o bastante – 400 anos após o quase

extermínio do povo judeu, os Sábios do Talmud tiveram muito tempo para lidar

adequadamente com o tema. Eles abordaram o assunto obliquamente e tiveram

que lutar por respostas. Mas nós estamos tentando entender um genocídio que

Page 11: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

aconteceu, e estamos tentando fazê-lo menos de 100 anos depois do evento. O

desafio é mais do que formidável.

Mas nós não ousamos evitá-lo. Como eu já deixei claro, para os teólogos,

ou para qualquer um que luta para manter a fé em um Deus zeloso, o Holocausto

representa o derradeiro desafio. Como diz Frederick Buechner:

É impossível pensar no Holocausto. É impossível não pensar nele.

Qualquer um que afirma acreditar em um Deus Todo-Poderoso e Todo-Amoroso

sem levar em conta essa evidência devastadora de que Deus é indiferente

ou impotente, ou que de fato não existe um Deus, está brincando. Se o amor

realmente está no centro de tudo, como estas coisas podem acontecer? O que

significam estas coisas?

Então enfrentemos o desafio.

Há diversas abordagens muito interessantes que têm sido levadas em

conta para tentar responder a esta grande pergunta: “Onde Deus estava

antes, durante e depois do Holocausto?” Podemos categorizar essas tentativas

para tentar entender o Holocausto de acordo com cinco modelos arquetípicos

retirados do tesouro do pensamento e da sabedoria judaica. Pretendo, junto

com você, analisar o que eu acredito que podemos concordar e o que devemos

rejeitar nestas cinco formas de lidar com as ações de Deus.

O HOLOCAUSTO COMO UMA PUNIÇÃOO nosso primeiro modelo – Modelo A – é Adão. Eu chamo esse modelo de

“fórmula do pecado e punição”. Adão, que pecou ao violar uma ordem de Deus,

é expulso do Jardim do Éden e punido. Esse é um padrão clássico que aparece

frequentemente na Torá: o homem faz algo errado e sofre as consequências.

Para alguns, este parece ser o modo mais óbvio de compreender o

Holocausto. Assim como Adão, as vítimas do genocídio devem ter feito algo

errado. O que torna essa abordagem tão improvável – e, melhor dito, censurável

– é a sua tendência em aceitar a possibilidade de que algum pecado pode vir a

ser suficientemente mau para permitir que Deus aceite o Holocausto.

Page 12: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Será que pode ter havido um pecado tão enorme a ponto de justificar

uma punição que causou a morte de 6 milhões de judeus, reunidos desde

países diferentes, para serem assassinados só porque compartilhavam de

uma característica – serem judeus? Mesmo que este tivesse sido um pecado

tão odioso, será concebível que todos os judeus eram igualmente culpáveis?

E de fato, ainda que fôssemos identificar um pecado assim entre todos os

judeus daquele tempo, o que dizer dos bebês e das crianças pequenas? Por

que os inocentes seriam punidos – se é que eles foram punidos – juntamente

com os culpados?

Para aqueles que ainda desejam adotar o modelo de Holocausto

como punição, a única resposta para estas últimas objeções aparentemente

irrefutáveis é que a ira de Deus se manifesta quando um número suficiente de

pessoas da comunidade peca. Então os perversos são punidos com os culpados

– todos são alcançados em uma rede de destruição. Francamente, eu não posso

assinar embaixo de uma visão assim. Eu não posso acreditar que Abrahão

estava errado quando perguntou retoricamente a Deus, em seus argumentos

em favor das pessoas de Sodoma e Gomorra: “Destruirás também o justo com

o mau? Talvez haja 50 justos dentro da cidade... Aquele que é o Juiz de toda a

terra não fará justiça?” (Gênesis 18:23-25)

No entanto, se colocarmos essa estrutura de lado, permanece a primeira

questão e a mais direta: qual pecado possivelmente pode ter sido tão imenso a

ponto de convencer Deus a voltar as Suas costas para o Seu povo?

É digno de nota que duas proeminentes figuras rabínicas da geração

passada ousaram sugerir uma resposta. Cada um identificou um pecado

diferente. E o mais estranho de tudo é que suas opiniões são diametralmente

opostas entre si.

O rabino Ioel Teitlelbaum de Satmar, conhecido como “Rebe de Satmar”,

era o porta-voz principal de que o Sionismo é o grande pecado coletivo dos

judeus no século 20. Nas suas palavras, “a tentativa de acelerar a redenção

final por meio da imigração em massa para a Terra de Israel antes da vinda do

Messias é o pecado que trouxe esta tragédia”.68

Page 13: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Você pode perguntar: o que possivelmente pode ter levado um rabino a

uma conclusão tão estranha? Ele reivindica que o seu argumento está baseado

na máxima talmúdica69 de que o povo judeu fez dois juramentos diante de Deus

ao entrarem no segundo exílio:

1. Que Israel não “subiria como um muro” (conquistar Israel por meio de

uma força maciça);

2. Que eles não se rebelariam contra as nações do mundo (obedeceriam

aos governos no exílio).

O Rebe de Satmar declara que o Sionismo é a negação judaica desses

juramentos sagrados e merece o castigo mais severo porque viola um

compromisso nacional para esperar pela redenção Divina.

Mas o que o Rebe de Satmar, bem como seus discípulos (conhecidos

como Neturê Karta), ignoram é a conclusão exatamente dessa mesma passagem.

Na realidade houve um terceiro juramento, um juramento que Deus impôs no

mundo não judaico no qual os judeus viveram em seus exílios. Deus fez os não-

judeus jurarem não oprimir Israel nem tentar exterminá-los. E os juramentos

eram interdependentes; eles só se conectam se houver a mútua observância de

suas exigências por parte dos dois lados do acordo contratual.

Mesmo que essa passagem talmúdica seja adotada literalmente – uma

interpretação que muitos sábios questionam –, a sua exigência para que os

judeus “não subam como um muro” tornou-se discutível devido à opressão que

os judeus sofreram nas mãos das nações onde foram exilados.

Mais sério ainda – como modo de objeção a essa abordagem – é a

consideração de que o desejo de o povo judeu retornar à sua antiga pátria

possivelmente pudesse constituir um pecado de maior proporção. A maioria

dos pensadores judeus, fundamentados em uma série de fontes tradicionais,

discorda da posição de que os judeus deveriam sentar e esperar que Deus nos

entregue a terra sem o nosso envolvimento. Exatamente o contrário. Deus nos

fez parceiros na obra da redenção. O Messias é o presente de Deus para um

mundo que demonstra trabalhar ativamente pela sua rápida chegada.

Page 14: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Jogar a culpa pelo Holocausto sobre os sionistas parece mais do que

estranho; para muitos, inclusive eu, é até mesmo blasfêmia.

Talvez então não seja surpreendente que dentro do mesmo modelo de

“Holocausto como punição” nós encontremos uma explicação diametralmente

oposta à do Rebe de Satmar. Há alguns que expressaram a convicção de que as

vítimas do Holocausto foram, na verdade, punidas por Deus – não porque elas

eram sionistas, mas precisamente porque não apoiaram o Sionismo.

Essa abordagem está mais vividamente articulada no livro Em Habanim

Semechá (Feliz é a Mãe de Filhos), do rabino Yissochor Solomon Pechtal, um livro

muito lido após o Holocausto.

O rabino Pechtal escreve que aqueles que não assinaram embaixo da

ideia do Sionismo e se recusaram a se instalar no que então era a Palestina

pereceram. Aqueles que voluntariamente optaram por preservar a Diáspora

em vez de aproveitar a oportunidade de morar na Terra Prometida tornaram-se

vítimas da perversidade dos nazistas.

Segundo a sua explicação, Deus se lembrou do povo de Israel, e o chamou

para deixar o seu exílio e emigrar para a Terra de Israel. Isto aconteceu no início

do século 20, quando o Império Britânico conquistou o Império Otomano e a

Palestina tornou-se disponível para ocupação pelo povo judeu. Então muitos

judeus retornaram para a sua pátria, mas não foi só isso. Aqueles que o fizeram

sobreviveram ao Holocausto; aqueles que imigraram não morreram. O crime é

visto como um não-atendimento ao chamado de Deus; a punição, o extermínio

nas mãos dos nazistas.

Em contrapartida ao argumento do Rebe de Satmar, que foi disseminado

alguns anos depois do Holocausto, o livro do rabino Pechtal foi escrito e

impresso na Hungria enquanto o Holocausto ocorria com toda a sua fúria. O

autor escreveu com pleno conhecimento do que estava acontecendo. O seu

argumento está fundamentado por numerosas citações de fontes do Midrash,

como também pela análise histórica das oportunidades de retorno à Terra de

Israel, cuja perda foi fatal.

Page 15: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Deste modo, temos conclusões completamente diferentes de dois sábios

instruídos em que cada um deles vê o Holocausto em termos de pecado e

punição. É fascinante notar que ambos eram húngaros, cresceram na mesma

cultura, instruíram-se nos mesmos textos e foram educados em yeshivot

semelhantes. Apesar disso, como vimos, as suas opiniões diferiam radicalmente.

E isto é o motivo pelo qual nenhuma dessas explicações – na verdade,

todo o modelo de pecado e punição – me convence. Se Deus quisesse punir as

pessoas por um pecado cometido – se Ele quisesse proclamar, “Eu mostrarei a

vocês! Vocês nunca mais farão isso!” –, a Sua mensagem teria sido tão confusa?

Se o propósito de Deus era nos provar o erro das nossas condutas, será possível

que teria se comunicado de um modo que nos deixa tão confusos quanto ao

seu significado?

Eu devo acreditar que a Sua mensagem como punição teria seguido o

padrão Divino utilizado ao longo da Bíblia. Teria vindo em voz alta e clara.

Não teria permitido interpretações diametralmente opostas. Punição sem um

propósito claro não faz sentido.

Some-se a tudo isso, talvez, o ponto mais revelador: será concebível –

qualquer que seja a visão do Sionismo por Deus, pró ou contra –, que um erro

de julgamento por parte dos judeus os torne vítimas legítimas da brutalidade

alemã e do genocídio?

É interessante notar que exista ainda uma terceira explicação que usa a

ideia de pecado e punição como modelo. Os sábios que apoiam essa linha de

pensamento não veem o pecado como relacionado ao Sionismo; em vez disso,

relacionam-no com o crescimento progressivo da assimilação. Eles apontam para

o fato de que a Alemanha pós-Iluminismo era um ímã para os judeus deixarem

a sua tradição religiosa e iniciar um processo de alienação e de negação do

judaísmo. Assim, os proponentes dessa visão dizem que Deus reagiu de acordo

com o princípio de medida por medida. Como os judeus abandonaram Deus,

Ele os abandonou. No mesmo lugar onde os judeus juraram ser “mais alemães

que os alemães” e proclamaram ser “não judeus, mas alemães de fé mosaica”,

Deus permaneceu em silêncio quando os alemães se voltaram contra os judeus.

Page 16: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Embora esse argumento siga o mesmo modelo pecado/punição, é

formulado de maneira diferente dos outros. De acordo com essa abordagem,

o Holocausto como plano para um fim da sobrevivência judaica cumpriu

simplesmente a mesma meta a que os judeus alemães aspiravam para

si mesmos. Se o Holocausto não tivesse provocado a aniquilação física dos

judeus, eles iriam, em todo caso, sofrer a aniquilação espiritual. Os judeus

teriam desaparecido de todo modo por meio da assimilação, ou seja, por suas

próprias mãos. Deus “nocauteou-os”, como se diz, para garantir que morreriam

como judeus em vez de viverem como não-judeus assimilados.

Estranhamente, esse argumento teve boa aceitação não apenas entre

pensadores religiosos, mas também entre seculares, dentre os quais o mais

proeminente era Isaac Tabenkin, um socialista convicto. Ao falar no 26o

Congresso Sionista, ele disse: “Eu temia um Holocausto. Eu sabia que haveria

um. Eu temia ainda mais a assimilação. Há alguma coisa pior do que a destruição

dos judeus? A assimilação faz parte da destruição dos judeus. Um judeu que foi

morto não se assimilou.”

Esse argumento falha porque um número incontável daqueles que

pereceram não havia tentado se assimilar. Eles eram religiosos, e judeus, como

sempre. Obviamente, os proponentes dessa visão respondem que, uma vez que o

fogo se alastra, este se espalha sem controle. O Holocausto começou na Alemanha

como o modo de Deus lidar com a assimilação. Em seguida, alastrou-se.

Eu não posso aceitar esse argumento, pois sugere que Deus não é Todo-

Poderoso. Sugere que as coisas podem fugir ao Seu controle. O argumento

não passa no teste crucial que esboçamos no início deste livro, que não

permite a aceitação das ideias essenciais que definem a nossa fé: que Deus

é justo e onipotente.

Richard Rubinstein, em sua ousada obra After Auschwitz: Radical Theology

and Contemporary Judaism (Depois de Auschwitz: Teologia Radical e Judaísmo

Contemporâneo), abriu caminho para a ideia herética de que “Deus está morto”

depois do Holocausto precisamente porque ele considerou como fato consumado

o modelo de pecado/punição:

Page 17: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

“Eu acredito que o único e maior desafio para o judaísmo moderno

emerge da questão de Deus e dos campos da morte: como os judeus podem

acreditar em um Deus onipotente e misericordioso depois de Auschwitz? A

teologia judaica tradicional sustenta que Deus é o derradeiro e onipotente ator

no drama histórico. Tem se interpretado cada grande catástrofe na história

judaica como uma punição de Deus para um Israel pecador. Eu sou incapaz de

enxergar como esta posição pode se sustentar sem levar em conta Hitler e a

S.S. como instrumentos da vontade de Deus. A ideia é simplesmente obscena

demais para ser aceita por mim.”

Este é mais um motivo pelo qual eu não posso assinar embaixo do modelo

de pecado/punição. Este é, na sua essência, um modelo que transfere a culpa

dos perpetradores para as pessoas que pereceram. Transforma os vilões em

agentes de Deus. Justifica o injustificável. Eu concordo que essa abordagem

é obscena. Contudo, Rubinstein erra ao assumir que esse modelo é o único

caminho pelo qual a teologia judaica explica as catástrofes. Na verdade, há

outras alternativas.

O HOLOCAUSTO COMO UMA EXPRESSÃO DE LIVRE- ARBÍTRIO

O segundo modelo – Modelo B – tem a sua fonte no relato de Caim

e Abel. Caim, o primeiro assassino da história, perpetrou um ato contrário à

vontade de Deus. De fato, Deus ficou irado com o que ocorreu. Todavia, como

vemos claramente no relato, Deus permitiu que isso ocorresse. Caim exerceu o

seu livre-arbítrio. Assim sendo, Deus não tem culpa na morte de Abel; foi Caim

quem matou Abel, não Deus.

É óbvio que Deus não queria Abel morto, mas, se tivesse interferido

para salvar Abel, Ele teria privado Caim do seu livre-arbítrio. Isto, conforme já

explicamos, não foi uma opção, porque Deus valoriza mais o livre-arbítrio do

homem do que os Seus próprios desejos. É isso o que possibilita a Caim ser

bem-sucedido e ao mal se tornar realidade.

Page 18: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

De acordo com esse modelo, os nazistas eram Caim.

Nesse ponto de vista, o Holocausto não é uma questão que deva ser

endereçada a Deus. Esta é uma acusação que deveria ser direcionada ao homem.

Abraham Joshua Heschel defende duramente esta posição:70

“O nosso mundo não parece diferente de uma cova de serpentes. Nós

não afundamos na cova em 1939 ou tampouco em 1933. Nós caímos nela

há gerações. As serpentes injetaram o seu veneno nas veias de sangue da

humanidade, paralisando-nos gradativamente, adormecendo nervo por nervo,

entorpecendo nossas mentes, escurecendo nossa visão. O início da guerra não

foi uma surpresa; este veio como uma consequência há muito tempo esperada

para um desastre espiritual. O homem agiu errado. O homem agiu mal. O

homem agiu muito, muito mal. O homem agiu completamente mal. Os seres

humanos cometeram o Holocausto.”

Culpar Deus é adotar a mesma postura adotada por Caim quando seu

crime foi descoberto. Caim perguntou: “Por acaso sou eu o guardião do meu

irmão?” (Gênesis 4:9). À primeira vista, as palavras parecem absurdas. Caim

simplesmente matou. Certamente ele considerou que Deus também estava

consciente disso. Como ele ousa perguntar se está obrigado a ser o guardião

do seu irmão? Ainda que estivesse isento dessa tarefa, ele não tinha o direito

de assassinar seu irmão!

Há um Midrash71 que nos ajuda a compreender essas palavras de Caim.

Eis o que Caim realmente quis dizer quando falou “Por acaso sou eu o

guardião do meu irmão?”:

“Deus, Tu és o guardião de todas as criaturas. Tu és onipotente. Tu

podes fazer tudo o que queres. Se Tu realmente quisesses que meu irmão não

morresse, estava em Tuas mãos impedir-me. Sou eu o guardião do meu irmão?

Não, Tu és. Não me culpe. Se Tu permitiste que isso ocorresse, Tu deves ter

concordado. Tu és tão culpado quanto eu – se não mais.”

Então o Midrash segue adiante e compara o relacionamento entre Caim e

Deus ao de um ladrão e um vigia por meio da seguinte parábola:

Page 19: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Um ladrão roubou alguns utensílios durante a noite. Pela manhã, o guarda

o confronta: “Por que você roubou os utensílios?” E o ladrão responde: “Eu sou

um ladrão; este é o meu negócio; eu apenas exercitei minha habilidade. Você

é um guarda. Seu dever é manter a guarda nos portões. Por que você não

exerceu a sua habilidade?”

Então era isso o que Caim estava dizendo a Deus. “Tu me criaste como eu

sou – um ser humano com uma inclinação para o mal. Eu agi de acordo. E Tu,

o Guardião de todas as criaturas, me permitiste matar. Eu não sou o guardião

do meu irmão; Tu és!”

O texto bíblico nem se preocupa em responder a essa acusação contra

Deus. As palavras de Caim só podem vir de um olhar criminoso a fim de

desculpar as suas ações do modo clássico – inverter a culpa. Pode até parecer

que tenha alguma lógica nisso, mas o caso de Caim está baseado em uma

suposição totalmente falsa. O fracasso de Deus em brecar o mal não equivale

a concordar com este. A acusação de Caim contra Deus foi a derradeira chutspá

(audácia): transformar o presente de Deus do livre-arbítrio em um argumento

pela anuência de Deus para assassinar.

O que Caim esqueceu é a premissa do livre-arbítrio. Permitir que o

homem escolha força uma medida de passividade da parte de Deus. Mas isso

não significa que o mau não será considerado responsável em última instância.

O pecado é possível, mas não permissível. E Deus? O que Ele fará? Deus

proferirá o julgamento. Ele decretará que Caim se torne um errante sobre a

face da Terra. E, na testa de Caim, Deus colocará um sinal que o marca a ferro

como um assassino. Pode não acontecer imediatamente, mas no final a justiça

triunfará. De acordo com essa abordagem, o Holocausto foi a vitória temporária

do mal não por causa da perversidade de Deus, mas devido à Sua graça – a Sua

bondade em conceder aos seres humanos a dádiva que lhes permite tornarem-

se anjos ou demônios.

Mais do que isso, talvez, o Holocausto afirmou uma verdade fundamental

que torna o judaísmo ainda mais relevante. Este provou o fracasso do homem

sem os ensinamentos espirituais de Deus. O que o mundo testemunhou nos anos

Page 20: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

1940 foi quão baixo se pode afundar quando se abandona a ética e a lei,

bem como a consciência moral que tem sido a maior dádiva dos judeus à

Humanidade. Longe de deslegitimar Deus, o Holocausto deixou claro que, sem

Ele e os Seus ensinamentos, a Terra não pode sobreviver.

Esta é uma abordagem que eu considero um tanto forçada. Se o

primeiro modelo de pecado/punição se mostrou inaceitável, a teoria do livre-

arbítrio tem muito para ser recomendada. Contudo, é difícil aceitá-la como

uma explicação plena para o Holocausto, dada a extensão dos seus horrores.

Será que o livre-arbítrio exige a completa abdicação de Deus? Como então

explicamos a intervenção Divina ao longo do curso da história? Será que estes

momentos não demonstraram que há crimes suficientemente merecedores da

Sua intervenção? Será possível que Deus fez um voto perpétuo de passividade?

E se houve tempos em que Deus esteve bastante irado, muito transtornado,

suficientemente pasmo para anular as consequências do livre-arbítrio, será que

os horrores do Holocausto não autorizaram o mesmo tipo de resposta?

Talvez ainda um terceiro modelo para os caminhos de Deus possa nos

ajudar a lidar com a nossa dificuldade.

O HOLOCAUSTO COMO TESTE

O terceiro modelo – o Modelo C – está baseado na história de Abrahão.

A Bíblia ensina que Abrahão teve que enfrentar 10 testes, sendo que o último a

lhe ser pedido foi para que sacrificasse o seu filho Isaac. Parece incompreensível

que Deus pedisse para um homem oferecer o seu próprio filho como prova da

sua fé. No entanto, mais uma vez, será que os testes não são – por sua própria

natureza – incompreensíveis? Se Abrahão soubesse que era um teste, o pedido

Divino não teria representado um desafio de devoção.

Alguns dizem que, talvez, a história do sacrifício de Isaac por Abrahão

represente uma antecipação do evento do século 20, que do mesmo modo exigiu

um teste supremo da nossa fé diante da impossibilidade de se compreender o

Holocausto. Sim, terrível e amedrontador, mas quanto mais difícil o teste, maior

Page 21: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

a recompensa. A história de Abrahão demonstra que os testes bem que podem

fazer parte da experiência religiosa. É possível que o Holocausto tenha sido

uma situação de Akedá coletiva, forçando-nos, como povo, a sermos testados

exatamente do mesmo modo que o nosso patriarca?

À primeira vista, a ideia parece possuir algum mérito, mas há uma

diferença óbvia entre os dois eventos. No relato de Abrahão, no momento

crítico, quando ele ergueu a sua espada para completar o teste, a Torá nos

conta que Deus enviou um anjo para dizer: “Pare!”

No Holocausto não houve anjo algum. Não houve uma ordem de Deus

para parar. Em vez disso, a espada erguida desceu, e o sangue de 6 milhões

fluiu para a Terra.

As diferenças entre a realidade e o modelo afastam quaisquer possíveis

semelhanças. Simplesmente não faz sentido. Desde a perspectiva de Abrahão,

o modelo não se aplica porque então os nazistas teriam de ser comparados a

esse homem religioso que obedeceu à voz de Deus! E tampouco se aplica desde

a perspectiva de Isaac que, embora estivesse disposto a renunciar à sua vida,

não morreu no final.

Os testes devem supostamente servir a um propósito. Espera-se que

sejam construtivos, não destrutivos. Isso torna quase impossível acre-ditar que

o Holocausto possa ser explicado pelo modelo do teste de Abrahão.

Portanto, passemos para o próximo modelo.

O HOLOCAUSTO COMO UM PRÉ-REQUISITO MESSIÂNICO

Este modelo – o Modelo D – baseia-se nas visões messiânicas dos profetas.

É a partir dos escritos bíblicos de muitos dos porta-vozes de Deus que

falam do “fim dos dias” que nós ouvimos falar de um conceito conhecido como

chevlê ledá, “as dores de parto” para o nascimento do Messias. Os profetas

Zacarias, Malaquias, Joel e outros predisseram que o tempo que precede

Page 22: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

imediatamente a redenção final seria pleno de morte e destruição em uma

escala quase inimaginável. A descrição deles é tão assustadora que o Talmud72

fala de sábios que declararam esperar pela vinda do Messias, mas que eles

mesmos não vivessem para testemunhar a sua chegada. “Nós naturalmente

amaríamos fazer parte da era messiânica”, eles explicaram, “mas não podemos

suportar a ideia de ter que testemunhar os dias que precederão imediatamente

a sua vinda.”

No século 16, o rabino Iehudá Loew, mais conhecido como “Maharal de

Praga”, escreveu longamente acerca dos tipos de eventos que anunciarão a

vinda do Messias com base nessas predições. O Maharal advertiu que haveria

um período de crise – uma crise em diversos níveis. Contudo, ele concluiu, a

salvação surgirá precisamente como resultado dessa crise. Nas palavras do

Maharal, “Do meio do nada, nascerá a vida.”

Suas palavras pressagiam tanto o Holocausto como também o nascimento

de Israel, que ocorreu logo em seguida. A sua elaboração das predições bíblicas

é dolorosa em sua descrição dos horrores que foram tão precisamente cumpridos

durante o Holocausto. O que tornam suas palavras ainda mais notáveis é a

percepção de que, assim como os profetas já indicavam, a tragédia provou

ser, de fato, a precursora do retorno milagroso do povo judeu à sua terra após

quase dois mil anos de exílio.

A comparação com uma mulher dando à luz – os gritos de dor seguidos

de uma imensa alegria – provou ser uma metáfora apropriada. Se houvesse

opção, nós também poderíamos concordar com os rabinos do Talmud que

rezaram para não estarem vivos na geração que precede a redenção. Contudo,

como Elie Wiesel afirma de forma tão bela, “Nós somos a mais amaldiçoada de

todas as gerações, e somos a mais abençoada de todas as gerações. Nós somos

a geração de Jó, mas também somos a geração de Jerusalém.”

Como devemos explicar essa estranha ligação? O que cria a conexão

entre a dor sem paralelos e a alegria ilimitada? Por que os profetas viram a

iminência de um Holocausto antes de um retorno à nossa pátria nacional?

A resposta está longe de ser clara.

Page 23: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Alguns, como o famoso sábio, o rabino Yonathan Eibeshutz, tentou

entender isso por via de analogia:

Da mesma maneira que a noite precede o dia e o mundo atual precede

o mundo vindouro, assim, também, só é compreensível que a redenção seja

precedida pela escuridão. Toda nova existência anuncia o fim da existência

anterior. Esta é a razão do vazio antes do surgimento do Messias, até que toda

a existência anterior se dissolva. Só então a existência pode recomeçar. Esta é

a razão pela qual os Sábios do Talmud ensinam:73

“Rabi Yochanan disse que na geração na qual o filho de David [isto é,

o Messias] vier, o número de mestres da Torá diminuirá, e os olhos daqueles

que ficarem irão se tornar fracos de pesar e de gemidos, e grandes sofrimentos

e decretos severos serão renovados; tão logo um deixe de vigorar, um novo

será promulgado. [Está escrito mais adiante,] Rabi Yehuda diz que na geração

em que vier o filho de David, o local de reunião [dos mestres da Torá] será

[usado] para prostituição, a Galileia será destruída, Gavlán tornar-se-á

deserta, e o povo da Galileia perambulará de cidade em cidade e não será

consolado; a sabedoria dos Sábios irá decrescer, aqueles que temem o pecado

serão menosprezados, a face da geração se assemelhará à face de um cão, e a

verdade será difícil de suportar...”

Os sofrimentos terríveis que nós vivenciamos na Europa durante a

Segunda Guerra Mundial podem ter servido como parte do cumprimento

dessa previsão tão medonha. O Holocausto representou um aspecto do “vazio”

antes do “renascimento” do povo judeu na Terra de Israel. A “coincidência”

do calendário que colocou o Holocausto em tanta proximidade com a criação

do Estado de Israel é certamente algo que chama a nossa atenção. Deve-se

considerar isso uma mensagem Divina.

Será que isto pode servir como uma fonte de consolo? Isto basta para

nos dar uma medida de consolação para as nossas dolorosas perdas? Enquanto

para muitos a ideia de “dores do parto para o nascimento do Messias” falha

em oferecer uma razão aceitável, nós devemos notar que durante o próprio

Holocausto havia rabinos que tranquilizaram seus discípulos enquanto estes

Page 24: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

marchavam em direção à morte, dizendo-lhes para que pensassem no sofrimento

deles como os sacrifícios que acelerariam a chegada do Redentor.

A mais insuportável de todas as mortes é a morte vista como sem sentido.

Acreditar que morrer serve a um propósito é mais do que preenchê-la de um

sentido, mas também de santidade. É isto o que este modelo foi capaz de

proporcionar para algumas vítimas. Eles podem não ter entendido o “porquê”

dos seus sacrifícios, mas acreditaram no seu significado, o que lhes permitiu

seguir em direção às suas mortes com dignidade.

Será que essa abordagem nos basta ao nos debatermos com as

dificuldades teológicas do Holocausto? Se esta não nos satisfaz como resposta,

permite-nos ao menos reconhecer que o incompreensível era, não obstante,

parte de um plano Divino revelado há milhares de anos para os profetas.

Isto transforma a tragédia em um degrau para a bênção derradeira – e que

certamente traz consigo uma medida de consolação.

O HOLOCAUSTO COMO ALGO INEXPLICÁVEL E, finalmente, completamos o ciclo ao retornarmos ao modelo de Jó – o

Modelo E.

Nesse modelo reconhecemos a aparente falta de justiça na conduta

de Deus. Mas, como o livro de Jó nos ensina, independentemente de quanto

esforço o homem fizer para compreender os caminhos de Deus, ele não terá

sucesso. Jó nunca obtém uma resposta para suas perguntas. A resposta de

Deus – como percebemos nos capítulos 1 e 14 – é apenas uma sequência

de perguntas que enfatizam o quanto os seres humanos são completamente

limitados em contraste com o Seu temível poder:

“Onde estavas quando construí as fundações da terra?... Quem

pode, com sabedoria, contar as nuvens do céu, e quem pode fazer verter

as botijas do céu?... Queres caçar a presa para a leoa ou satisfazer o

apetite de seus filhotes?... É por tua sabedoria que se eleva o falcão e

abre suas asas, voando para o sul?”74

Page 25: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Em outras palavras, Deus diz a Jó: “Eu dirijo este mundo vasto e complexo,

e você possivelmente não consegue entender as inúmeras razões pelas quais

Eu faço o que faço.”

E assim Jó, ao ouvir tudo isso, conclui: “Reconheço minha deficiência. O

que Te posso responder? Cerro minha boca com a mão.”

Estranhamente, Jó é confortado por essa não-resposta à sua pergunta,

e ele concorda em não mais questionar. No final, depois de todas as suas

dolorosas experiências, essa é a atitude de Jó.

Você poderia dizer que esta é uma conduta evasiva. Como pode haver

algum consolo nessa não-resposta? Ou você pode olhar para isto desde uma

perspectiva mais elevada e aceitar como resposta por meio de uma submissão a

uma inteligência superior que dirige o mundo de uma maneira que não podemos

compreender.

Por exemplo, se alguém diz: “Meu médico certamente está equivocado

porque eu não entendo a sua prescrição”, você responderia: “Isso é absurdo! A

sua afirmação não faz sentido porque você está indo a um especialista com um

conhecimento que você não possui.”

Como diz Maimônides, às vezes o tratamento do médico pode ser a

amputação de um membro, algo que parece muito cruel para uma pessoa

comum que não tem qualquer conhecimento dos procedimentos da medicina

moderna. Contudo, o médico não poderia explicar ao paciente por que e

como a gangrena se espalha; falta-lhes uma linguagem em comum. O melhor

que o médico poderia dizer seria: “Por estranho que possa parecer, isto é

bom para você.”

Do mesmo modo, as coisas terríveis que acontecem são, de algum

modo estranho que não entendemos, em favor do nosso maior interesse. E só

uma inteligência superior sabe o motivo. Como diz a Bíblia: “As coisas ocultas

pertencem ao Eterno, nosso Deus.”75

A relevância dessa ideia para o Holocausto ficou esclarecida há alguns

anos para mim em uma das experiências mais incríveis da minha vida. Quero

Page 26: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

compartilhar isto com você no próximo capítulo, na esperança de que isto

fortaleça a sua fé diante do inexplicável, assim como fortaleceu a minha.

CAPÍTULO 16UM ENCONTRO COM UM MÍSTICO

A oportunidade de um encontro com um místico mudou minha vida.

Há alguns anos eu estava em Israel em uma excursão congregacional

quando um amigo compartilhou comigo algumas histórias notáveis a respeito

de um mestre religioso da cidade de Safed. Aqueles que o conheciam bem

estavam seguros de que ele era um daqueles conhecidos na tradição judaica

como “os 36 homens justos” – aqueles 36 homens santos por cujo mérito o

mundo inteiro é mantido.

Eu não podia ousar esperar que teria a oportunidade de realmente

encontrá-lo, mas o acaso e o destino Divino nos reuniram de alguma maneira.

Os detalhes do nosso encontro foram tão incríveis que eu preciso acreditar

que o próprio Deus o promoveu. O que eu aprendi após passarmos horas

memoráveis juntos alterou definitivamente o modo como agora eu entendo a

Bíblia, a religião e, de fato, a própria vida.

Por que ele confiou em mim eu ainda não sei. Ele é um homem

completamente imune às tentações da fama e da riqueza. Ele compartilhou

comigo um “segredo” místico sob duas condições: que eu não o revelasse

publicamente até que ele me informasse o momento adequado; e que eu nunca

– jamais! – divulgasse a sua identidade e perturbasse o seu propósito vitalício

de anonimato.

Durante anos eu mantive o “segredo” comigo. Isso me permitiu ver coisas

que ninguém mais via. Todavia, eu não podia dizer uma palavra por causa da

minha promessa.

Page 27: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

E então, num certo ano, ele ligou para mim e simplesmente me disse:

“Agora é o momento.” Eu não tenho qualquer ideia do que mudou. Talvez seja

porque o mundo atualmente está mais afinado ao místico e mais receptivo

aos seus ensinamentos profundos. Talvez seja porque as pessoas já foram

apresentadas ao conceito de códigos da Bíblia e não serão cínicas demais diante

de uma abordagem de algum modo comparável a isto. Ou talvez seja porque

há algo que esse segredo pode nos ensinar atualmente que o mundo precisa

desesperadamente para o seu esclarecimento, para a sua inspiração e para a

sua própria sobrevivência.

Deixe-me então compartilhar isto com você exatamente do modo que

eu o ouvi.

Nós havíamos falado de milagres. Ele me falou que aqueles eventos

milagrosos não terminaram com os relatos bíblicos. Eles são contínuos, ao longo

de toda a história, inclusive nos tempos modernos. Ele disse que, por exemplo,

a criação do Estado de Israel aconteceu como uma expressão da vontade de

Deus exatamente quando foi previsto para acontecer, segundo a Bíblia.

“Previsto exatamente quando foi suposto?”, eu perguntei. “Eu não me

recordo da promessa de retorno para a terra identificada com um ano específico.”

Ele respondeu: “Então talvez esteja na hora de eu lhe revelar o segredo

das sentenças.”

Eu não tinha qualquer ideia do que ele queria dizer. Sentenças? A qual

segredo ele possivelmente estava se referindo? “Deixe-me lhe mostrar uma

coisa”, ele me falou. E então ele me confiou uma reflexão que havia recebido

dos seus mestres que literalmente me deixou sem fôlego.

“O ano em que o Estado de Israel nasceu foi, no calendário secular,

1948. Segundo o nosso modo tradicional de contar, a data era 5708. Saiba que

os versículos dos cinco livros de Moisés, a Torá, correspondem aos anos da

história. Todo evento importante de todos os tempos deve ter alguma alusão a

isto, direta ou indiretamente, no versículo conectado a ele pelo número. Você

sabe”, ele me perguntou, “qual é o versículo número 5.708 da Bíblia?”

Page 28: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

É claro que eu não tinha ideia.

Então ele me contou, e em seguida eu verifiquei isto após uma prolongada

contagem. É Deuteronômio 30:3:

“E o Eterno, teu Deus, te trará com Ele de Teu cativeiro, e Se compadecerá

de ti, e te fará voltar, juntando-te dentre todas as nações para onde o Eterno,

teu Deus, te espalhou.”

Era impressionante! E parecia bom demais para ser verdade. Talvez fosse

apenas uma notável coincidência, um desses acidentes que são mais divertidos

do que instrutivos. Mas com certeza era algo intrigante: o versículo que fala do

retorno à terra após séculos de exílio é, de fato, a sentença bíblica cujo número

é o mesmo do ano no qual esse evento improvável ocorreu!

Então eu encontrei coragem para fazer a seguinte pergunta: “Você quer

dizer”, perguntei hesitante, “que isto não é simplesmente um exemplo isolado?

Este é um princípio que se relaciona igualmente a outros eventos importantes, e

eu poderia encontrar uma referência comparável, por exemplo, ao Holocausto,

do mesmo modo como fiz com relação ao momento da redenção nacional?”

“Por que você não tenta?”, ele respondeu com um sorriso. E assim eu

contei os versículos para trás, tomando nota do número, bem como do ano

correspondente. O capítulo anterior – capítulo 29 – era aquele cujas sentenças

correspondiam aos anos do Holocausto, desde meados dos anos 1930 até o fim

da Segunda Guerra Mundial em 5705/1945.

Com a respiração suspensa, li as frases que saltavam diante de mim:

“... todas as maldições da aliança... as pragas daquela terra e as suas

doenças, com que o Eterno a terá afligido... toda a terra foi abrasada com

enxofre e sal... como foi a destruição de Sodoma e Gomorra... vendo isto, dirão

todas as nações: ‘Por que o Eterno fez assim a esta terra?’ ” (Deuteronômio

29:20-23)

Era verdade! As sentenças estavam relacionadas aos anos do Holocausto

e descreviam os horrores e aflições daqueles tempos terríveis – como se

tivessem sido escritas no mesmo momento em que os eventos ocorreram.

Page 29: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Mas havia uma revelação ainda mais surpreendente que surgiu por meio

dessa leitura. O versículo que corresponde ao ano 5705/1945 me atordoou

com sua mensagem poderosa. Obviamente, trata-se da sentença que serve

como a palavra final da Torá a respeito do Holocausto e o seu significado. É

o resumo de Deus bem como a Sua “explicação”. E o que têm a nos dizer as

palavras as quais estamos tão ansiosos para ouvir? Escute cuidadosamente o

texto porque eu acredito que este é o melhor e o mais apropriado julgamento

que os seres humanos possivelmente podem oferecer ao considerarmos os

eventos daqueles dias:

“As coisas ocultas pertencem ao Eterno, nosso Deus. Porém, as reveladas

nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para cumprir todas as

palavras desta Torá.” 76

Quando tudo está dito e feito, Deus é mais sábio do que nós. Ele entende

mais do que nós. Nas profundas palavras do sábio do século 11, Bachya ibn

Pacuda: “Se nós pudéssemos entender Deus, nós seríamos Deus.” Às vezes

podemos captar alguns dos Seus modos. Ao buscarmos razões e explicações,

podemos ocasionalmente compreender algumas verdades que iluminam o

modo misericordioso como Deus guia nossas vidas. Nestes momentos nós

somos subjugados pela Sua grandeza. E nestes momentos de confusão, quando

somos incapazes de compreender como Deus possivelmente pode parecer

tão imune ao nosso sofrimento, nós nos certificamos de que o amor de Deus

por nós é a constante que nunca, jamais, mudará. A resposta bíblica para o

Holocausto deve ser nossa resposta às nossas angústias cotidianas: “As coisas

ocultas pertencem ao Eterno, nosso Deus.”

A nossa fé é mais forte do que os nossos infortúnios. A nossa crença

pode sobreviver a perguntas que só têm respostas parciais. A História não pode

validar o julgamento otimista de Anne Frank de que, “apesar de tudo, eu ainda

acredito que as pessoas são realmente boas no coração”. Contudo, eu não

tenho dúvida de que Deus é realmente bom no coração, e Suas “coisas ocultas”

são os métodos Divinos que Ele usa para nos levar de volta ao paraíso que Ele

originalmente criou para nós.

Page 30: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

POSFÁCIO

Este é um livro sobre perguntas. Perguntas que ousam sugerir que os

caminhos de Deus podem nem sempre ser justos. Perguntas que ameaçam

nossas convicções religiosas. Perguntas que colocam em risco o nosso

relacionamento com o Criador.

Nós estudamos respostas de algumas das maiores mentes do passado.

Nós aprendemos que nem todas as respostas são universalmente aplicáveis ou

tampouco satisfatórias. Algumas das reflexões certamente ecoam mais do que

outras. Algumas ideias terão feito sentido para muitos, outras para poucos ou

para ninguém. À medida que nos movemos de tema em tema, você terá sido

o juiz mais importante das verdades que falaram ao seu coração e ajudaram a

aliviar a sua dor.

Após anos aconselhando pessoas que sofrem, eu vim avaliar a extensa

gama de respostas às diversas abordagens que ajudaram as pessoas a “passar

por isso”. O que é significativo para um pode ser simplesmente um “discurso

religioso” para outro. O que é profundo para uma pessoa pode parecer superficial

para outra. É por isso que passamos por tantas possibilidades diferentes. Minha

esperança neste livro – assim como quando eu falo pessoalmente com as

pessoas – é que você encontre pelo menos um pensamento que lhe atinja com

a força de um raio e que você o reconheça imediatamente como a sua verdade.

Os leitores que leram o manuscrito me disseram que houve pelo menos

uma, se não muitas mais, destas reflexões esclarecedoras que fizeram com que

uma ideia saltasse diretamente da página para os seus corações. Como foi dito

por um rabino chassídico, você sempre reconhecerá a verdade que se aplica à

sua situação pelo modo poderoso como essa lhe atingir ao encontrar-se com ela.

Mas eu não me iludo em pensar que você terá encontrado nestas

páginas as respostas para todas as suas perguntas. Você tampouco deve se

desesperar ou ficar desapontado se ainda estiver preocupado com alguns dos

modos de Deus.

Page 31: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Eis uma verdade que eu lhe peço para que se lembre:

Ter perguntas não faz de você uma pessoa não-religiosa. Duvidar não é

o mesmo que negar. É permitido, sim, às pessoas perguntarem, serem céticas

– até mesmo questionarem o próprio Deus. E isso não as faz menos piedosas,

mas exatamente o contrário: isto afirma ainda mais a sua fé.

Duro de acreditar? Deixe-me provar isto.

A fé e a dúvida podem coexistir? Será que ser religioso exige a

suspensão da razão e da lógica? Será que uma pessoa religiosa é alguém que

já tem todas as respostas e jamais pode admitir estar confusa por algumas

das ações de Deus?

Algumas pessoas poderiam pensar que a resposta é óbvia. Confiar em

Deus, elas lhe dirão, implica obediência inquestionável. A santidade exige

silêncio. A convicção requer aceitação cega.

Mas elas estão erradas. E Henry David Thoreau tinha razão quando

disse sucintamente: “A fé mantém muitas dúvidas na sua conta. Se eu não

pudesse duvidar, eu não acreditaria.” Se você acha que a observação dele não

é verdadeira, tudo o que você tem a fazer é ler a Bíblia. Alguns dos maiores

homens compreenderam intuitivamente que, se Deus dotou o ser humano

de razão, então, esta dádiva Divina seguramente não pode ser pecadora.

Questionar Deus não é um crime; é justamente uma expressão poderosa da

nossa consciência de que, ao termos sido criados à imagem de Deus, temos a

obrigação de nos esforçarmos para compreender o nosso Criador.

ABRAHÃO, O PRIMEIRO MONOTEÍSTA Abrahão foi o primeiro judeu. Ele foi o primeiro a ensinar ao mundo

inteiro o conceito de monoteísmo. Por causa disso, Deus optou por aparecer

a Abrahão como amigo e confidente. O relacionamento era tão íntimo que,

quando Deus decidiu que não tinha escolha a não ser destruir as cidades de

Sodoma e Gomorra, Ele tornou as Suas intenções conhecidas ao Seu servo.

Page 32: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

“O clamor de Sodoma e Gomorra aumentou, e seu pecado se agravou

muito” (Gênesis 18:20), declarou Deus. Por essa razão eles teriam que ser

destruídos. E porque Abrahão agora Lhe era tão querido, Deus decidiu que não

poderia esconder os Seus planos do seu discípulo. Então Abrahão soube o que

estava prestes a acontecer.

O que aconteceu em seguida é duro de acreditar. Abrahão confronta

Deus. Abrahão discute com Deus. Abrahão questiona Deus: “Destruirás também

o justo com o mau? Talvez haja 50 justos dentro da cidade... Longe de Ti de

fazer tal coisa, de matar o justo com o mau... longe de Ti! Aquele que é o juiz

de toda a terra não fará justiça?” (Gênesis 18:23-25)

E como Deus responde a essa crítica? Por mais incrível que pareça, Deus

cede! Tudo bem, Ele diz, “se houver 50 justos dentro da cidade, perdoarei ao

lugar todo, por causa deles”. Mas Abrahão ainda não está satisfeito: “Talvez

faltem, dos 50 justos, cinco; ainda destruirás todos eles simplesmente pela

falta de cinco?” Deus também aceita isso. Mas a discussão ainda não terminara:

“E se só houver 40? Ou 30? Ou 20, ou 10?” Deus também aceita esse pedido.

Ele não levará o Seu plano a cabo se existirem pelo menos 10 pessoas justas.

Abrahão vence!

Como é possível entendermos essa história? Será que Abrahão é mais

inteligente do que o Deus que o criou? É claro que não. Certamente não é isto

o que diz o texto. O que a Bíblia está nos ensinando, de acordo com quase

todos os comentaristas, é que Deus se orgulhou de um ser humano que teve

a coragem de expressar as suas convicções. Talvez este tenha sido um teste

ainda maior do que aquele no qual Abrahão recebeu a ordem para levar o seu

filho como uma oferenda. O desafio para Abrahão foi definir, para ele, bem

como para todos os seus descendentes, o lugar apropriado para a compaixão

humana na presença do julgamento Divino. Sim, Deus decretou, mas esta foi

a Sua maneira de determinar como Abrahão responderia. Tivesse Abrahão

aceitado passivamente, colocando toda a sua fé em Deus, Ele teria perdido

a Sua fé em Abrahão! O que a Bíblia nos ensina nessa história inspiradora é

que Deus prefere pessoas de caráter a piedosos obedientes. As pessoas que

têm a coragem de questionar são mais santas do que aquelas que acreditam

Page 33: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

que Deus nos deu a dádiva da inteligência, mas deseja que nós de fato nunca

a usemos!

Abrahão não se tornou um herege quando expressou suas dúvidas a

respeito da justiça dos caminhos de Deus. Ele sabia, obviamente, que Deus

daria a palavra final. Tudo o que ele queria era também ter a permissão para

expressar a sua opinião. E isso não era só o que Abrahão queria; explicitamente,

este também era o desejo de Deus.

MOISÉS PERGUNTOU POR QUÊMoisés foi o maior herói da Bíblia. Ele alcançou um nível de profecia sem

paralelos com qualquer outro antes ou depois dele. Os versículos finais dos

cinco livros de Moisés deixam claro o quanto ele foi único: “E jamais se levantou

em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Eterno aparecera cara a cara”

(Deuteronômio 34:10). Se alguém merece ser chamado de amigo de Deus, este

certamente foi o homem cuja face literalmente brilhou como uma tocha de luz.

Mas Moisés também entendeu que até mesmo uma grande amizade com

o Todo-Poderoso não o impedia de fazer críticas quando necessário. Depois que

os judeus pecaram com o bezerro de ouro, Deus falou para Moisés o quanto

Ele estava irado: “Eis que é um povo insubordinável”, Ele disse, “e [Eu] os

consumirei” (Êxodo 32:9-10). Mas Moisés teve coragem de dizer a Deus que ele

não concordava. Moisés fez perguntas; todas elas começavam com “por quê”:

“Por que, Eterno, se acenderá o Teu furor contra Teu povo, que tiraste da terra

do Egito com grande força e com mão forte? Por que hão de falar os egípcios,

dizendo: ‘Para mal os tirou, para matá-los nos montes e para os consumir de

sobre a superfície da terra’?” (Êxodo 32:11-12). Em uma linguagem simples,

Moisés dizia praticamente o seguinte: “Deus, Tu estás certo de que realmente

sabes o que estás fazendo?”

Ousado, não? Você pensaria que isto poderia ser contado como um

pecado para Moisés. Você poderia esperar que Deus respondesse com ira

por tanta impertinência humana. Em vez disso, a Bíblia conclui essa história

Page 34: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

contando-nos que “o Eterno arrependeu-Se do mal que falou em fazer a Seu

povo” (Êxodo 32:14). Mais uma vez, o homem vence Deus. O Eterno permite

que um ser humano seja vitorioso. E em vez de irar-Se com o Seu servo, nós

podemos quase imaginar Deus sorrindo. Moisés, exatamente como Abrahão

antes dele, percebeu que questionar Deus não é um ato de chutspá (audácia)

teológica. Trata-se nada menos do que uma afirmação de dignidade humana,

uma demonstração válida e louvável de coragem espiritual até mesmo na

presença do Todo-Poderoso.

Longe de ser diminuído por sua explosão aparentemente desres-peitosa,

Moisés cresce na estima do leitor, bem como na de Deus.

Moisés amava tanto Deus que não podia aguentar ficar calado quando

a reputação de Deus como misericordioso parecia ameaçada. Afinal de contas,

perguntas nem sempre equivalem a críticas. Às vezes, elas são somente outra

maneira de pedir esclarecimentos. A frase “Por que você está fazendo isso?” não

precisa ser entendida como uma condenação. Os amigos têm direito de reagir,

de ficarem confusos e de expressarem suas dúvidas. E isso é verdade, como

essa história deixa claro, até mesmo quando um dos amigos é o próprio Deus.

JÓ E TODOS OS OUTROS INOCENTES QUE SOFREM

Nós sabemos tudo a respeito de Jó e seus problemas. Nós nos lembramos

de como Jó foi apresentado no início do livro que leva seu nome, sendo

considerado não apenas um homem de virtude e devoção exemplares, mas

também uma pessoa abençoada de uma maneira apropriada a um indivíduo da

sua santidade. Nós testemunhamos a sua queda com pesar e empatia.

Nós percebemos que Jó é qualquer ser humano. Ele é a vítima que sofre

injustamente e não pode acreditar que Deus permita o seu sofrimento. Nós

nos lembramos dos amigos de Jó que tentaram convencê-lo de que ele estava

Page 35: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

sofrendo porque devia ter feito algo que justificasse isso. Mas Jó sabia que

isso não era verdade. Não havia como ele pudesse aceitar que o seu horrendo

sofrimento era uma punição por crimes que ele certamente não cometera.

Ao longo de 42 capítulos, a Bíblia nos conta como Jó resistiu. Ele era

um homem rico que perdera todo o seu patrimônio. Ele era o patriarca de

uma bonita família, agora deixado sem descendentes. Coberto da cabeça aos

dedos dos pés com bolhas infeccionadas que nunca paravam de coçar, o seu

corpo febril frouxamente suspenso em seu esqueleto, os seus olhos afundados

na cabeça e as suas costelas salientes sob a pele, Jó é o paradigma de todos

aqueles perplexos pelo seu sofrimento injusto, confusos pela aparente ausência

de compaixão e de preocupação da parte de Deus por Seus filhos.

A esposa de Jó sugeriu a solução de desespero extremo: “Amaldiçoe

Deus e morra!” Em outras palavras, ela falou para o seu marido: “Por que não

acabar com isso? É inútil. Não há futuro.” A voz dela era de pessimismo não-

mitigado. Talvez ela tenha sido a primeira defensora da eutanásia. Quando a

vida não oferece alternativas para fazer-se digna de ser vivida e a fé fracassa

em alcançar uma resposta positiva, o suicídio é a única resposta lógica.

Em vez disso, Jó se agarra à vida. Ele se recusou a amaldiçoar Deus. Mas

isso não fez com que ele parasse de questionar. Inquirir Deus não é o mesmo que

negá-Lo, mas exatamente o contrário. O próprio ato de questionar implica que

a comunicação com alguém em quem confiamos está presente e que nós temos

certeza de que há razão suficiente para dialogar com ele. Os ateus não questionam

Deus porque para eles não há com quem falar. Pelo contrário, Jó sabia que não

importava o quanto ele sofrera, ele não estava só. Para Jó, questionar Deus

era afirmar a Sua existência. É claro que Jó chorou. É óbvio que ele protestou,

lamentou, até mesmo amaldiçoou o dia em que nasceu. Mas há uma coisa que

ele jamais faria: ele nunca cruzaria a linha e amaldiçoaria Deus, como sugeriu

a sua esposa. Diante de toda a sua adversidade, ele permaneceu firme em sua

única esperança – o mesmo Deus responsável pela sua terrível situação.

Jó estava frustrado, mas não perdeu a sua fé. Jó sentiu a necessidade de

apresentar o seu caso diante de Deus porque ele confiava que sua queixa seria

Page 36: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

aceita. E quando Deus finalmente decidiu responder, Ele deixou claro que, da

Sua perspectiva, as dúvidas de Jó eram mais piedosas do que as crenças dos

seus amigos. Deus aplaudiu as perguntas de Jó.

Esta é a mensagem do livro de Jó, dirigida a todo aquele que sofre. Abra

o seu coração para Deus. Jogue para Ele a sua aflição, a sua raiva, a sua dúvida,

a sua amargura, o seu sentimento de traição e a sua decepção. Deus é grande o

bastante para suportar tudo isso e ainda mais. A única coisa que você não pode

fazer a Deus, o único crime para o qual você será considerado um pecador, não

é questioná-Lo, mas ignorá-Lo.

E é isso que o poeta Alfred Lord Tennyson compreendeu tão bem quando

escreveu: “Existe mais fé na dúvida honesta, acredite-me, do que em metade

das religiões.”

É esta a garantia que podemos levar das vidas dos gigantes espirituais

que nos precederam. Quando nos sentimos abandonados por Deus, nós não

devemos considerar blasfêmia repetir as palavras do Rei David no seu livro

de Salmos:

“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Por que deixaste tão

distante minha salvação e ignoraste meu gemido angustiado? De dia clamo e à

noite não silencio, e Tu não me escutas.” 77

“Deus, onde Tu estás?” é um grito que funde amor com frustração,

aceitação com confusão. Isto não diminui a nossa fé; afirma a nossa relação e,

ao mesmo tempo, atesta a nossa proximidade. É somente por amarmos Deus

tanto quanto amamos que podemos nos sentir suficientemente próximos para

Lhe fazer perguntas!

E é por isso que estou certo de que Deus não pensará nada menos de

nós se nos juntarmos à companhia de questionadores que incluem Abrahão e

Moisés, Jó e o Rei David. Quem sabe? Pode ser que lidar honestamente com as

nossas dúvidas nos permita fortalecer a nossa fé.

Page 37: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

É por isso que jamais devemos ter medo de perguntar. Sintamo-nos sempre

próximos o suficiente de Deus para questionar. Mas encontremos também força

nessas respostas que nos marcam com suas verdades. E vivamos nossas vidas

com a garantia confiante de que o mesmo Deus que é a fonte de todas as nossas

bênçãos também nos permitirá superar nossos sofrimentos e tristezas.

NOTAS66. Berkovits, Eliezer. God, Man & History (Deus, o Homem e a História). Middle Village, NY,

Jonathan David Pub., 1979. – 67. Meguilá 12a. – 68. Kuntres Dibrot Kodesh 216-217. – 69. Ketubot

11a. – 70. Heschel, Abraham Joshua, and Susannah Heschel (Ed.). Moral Grandeur and Spiritual

Audacity: Essays (Grandiosidade Moral e Audácia Espiritual: Ensaios). New York, NY, Noonday Press,

1997. – 71. Midrash Hagadol, Bereshit 4:9. – 72. San’hedrin 98b. – 73. San’hedrin 96b, 97a. – 74. Jó

38-40. – 75. Deuteronômio 29:28. – 76. Deuteronômio 29:28. – 77. Salmos 22:2-3

SOBRE O AUTOR

Benjamin Blech é um educador, líder religioso, escritor e palestrante reconhecido internacionalmente. Ele é o autor de sete livros best-sellers, muito aclamados, cujas vendas somam mais de 150 mil exemplares, incluindo três que fazem parte da popularíssima série Idiot’s Guide (no Brasil, um deles foi publicado pela Editora Sêfer sob o título “O Mais Completo Guia sobre Judaísmo”). Muitas das suas obras vêm sendo traduzidas para outras línguas. Understanding

Judaism: The Basics of Deed and Creed (Compreendendo o Judaísmo: o Básico das

Ações e Crenças) foi escolhido pela Union of Orthodox Jewish Congregations (União das Congregações Judaicas Ortodoxas, EUA) simplesmente como o melhor livro sobre judaísmo dos dias atuais. Acompanhado de um vídeo, filmado pelos produtores de “20/20” [programa de TV americano – N.T.] e apresentado pelo próprio Blech, atualmente vem sendo utilizado como base para grupos de estudos em inúmeras sinagogas e universidades ao redor dos Estados Unidos.

Page 38: Blog da Editora e Livraria Sêfer - Conteúdo extraído do livro...e de so ne ti e ur ac ão ch ac i c r ç o v c e u o p ã c a l h t ã s t i o t e n r ã e e o as a te r em to sa

Em uma pesquisa americana (do site jewsweek.com), Blech ficou em 16o na lista dos 50 judeus mais influentes dos EUA. Vencedor do American Educator

of the Year Award (Prêmio de Educador Americano do Ano), o rabino Blech é professor-associado de Talmud na Yeshiva University desde 1966.

Blech é rabino emérito da Young Israel of Oceanside, Nova York, onde serviu por 37 anos. Décima geração de uma família de rabinos, ele já formou milhares de relações entre professor e estudante com seu estilo caloroso e cuidadoso. Blech é conhecido por sua capacidade de apresentar ideias complexas de maneira simples e envolvente. Foi presidente do National Council of Young

Israel Rabbis (Conselho Nacional de Rabinos da ‘Young Israel’), bem como da International League for the Repatriation of Russian Jewry (Liga Internacional pela Repatriação dos Judeus Russos), e também diretor do New York Board of Rabbis

(Diretoria de Rabinos de Nova York) e do Rabbinical Council of America (Conselho Rabínico da América).

Blech realiza com frequência palestras em comunidades judaicas distantes, como Austrália, África do Sul, Nova Zelândia, Bangcoc, Singapura, Hong Kong, Tóquio e Israel. Mais próximo de casa, ele vem atuando como Professor-Residente em centenas de sinagogas ao longo dos Estados Unidos e Canadá e atua em favor de inúmeras causas judaicas. Suas palestras gravadas têm alcance internacional e estão entre as mais populares entre milhares de disponíveis na Internet no site Aish Hatorah (www.aish.com).

Blech costuma aparecer em rede nacional de televisão (incluindo o talk

show de Oprah), teve um popular programa semanal de rádio em Nova York e já escreveu para Newsweek, The New York Times e Newsday, sem contar um largo e

variado número de publicações acadêmicas.

Blech é um palestrante incomum, eloquente e talentoso, bem como um renomado teólogo contemporâneo e conferencista religioso que tem causado um grande impacto na vida de milhares de pessoas a quem ele se dirige. Seu web site é www.benjaminblech.com.