bioquÍmica inorgÂnica - parte ii
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Simetria, Mecanismos de Esfera Interna e ExternaTRANSCRIPT
2011 – 2012
BIOQUÍMICA INORGÂNICA(Parte II)
Simetria
Operação de simetria – é uma operação feita sobre um objecto que o
deixa numa configuração indistinguível da original. As operações de simetria
podem ser pontos, linhas ou planos.
Elemento de simetria – entidade geométrica (eixo, plano ou ponto) em
relação ao qual se podem aplicar as operações de simetria.
Rotação: símbolo Cn, ângulo de rotação: 360°n
Quando uma molécula possui mais do que um eixo de
rotação, o eixo de maior valor n é chamado eixo principal (eixo com
maior simetria molecular)
Reflexão: elemento de simetria – plano do espelho,
símbolo σ. Pode ser horizontal, vertical ou diedro.
o Horizontal: σn – só existe se a molécula tiver um eixo
Cn perpendicular ao plano
o Vertical: σv – o plano contém o eixo principal
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o Diedro: σd – contém o eixo principal de rotação mas
intersecta o eixo entre dois planos σv
Inversão: reflexão de todas as partes da molécula através
do centro, prolongamento com a mesma distância da ligação para o
lado oposto, símbolo – i
Rotação imprópria: rotação seguida de reflexão por um
plano perpendicular ao eixo de rotação; símbolo: Sn
Identidade: deixa a molécula sem alterações, todas as
moléculas têm esta operação; símbolo: E
EIXOS DE ROTAÇÃO:
EXEMPLOS:
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CLASSIFICAÇÃO SISTEMÁTICA
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D∞vMolécula linear com centro de simetria (plano σh, eixos C∞
e infinitos planos σv)
C∞vMolécula linear sem centro de simetria (nº infinito de σv,
não tem σh ou centros de inversão)
Td Tetraedro
Oh Octaedro
Ih Icosaedro
C1 Moléculas que apenas tem o eixo C1 = E
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Espectros ElectrónicosOs metais do bloco d absorvem na região do visível conferindo cores
características aos complexos
As absorções estão relacionadas com as transições entre níveis de
energia:
Transições nas orbitais d do metal: transições d’ – d’
Transição entre o metal e os ligandos que consiste na
transferência de carga do metal para o ligando (MLCT) ou do
ligando para o metal (LMCT)
A transferência de carga está relacionada com absorções intensas,
enquanto as transições d’ – d’ são fracas.
d1, d4, d6 e d9 são complexos que apresentam uma banda de absorção.
d2, d3, d7 e d8 são complexos que apresentam três bandas de absorção.
d5, são complexos que apresentam absorções muito fracas.
REGRAS DE SELECÇÃO:
As transições electrónicas obedecem às seguintes regras:
1. Regra de spin:
∆ S=0
As transições podem ocorrer do estado singuleto para
singuleto, ou de estado tripleto para tripleto. Uma mudança na multiplicidade de
spin é proibida
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2. Regra de Laporte:
Tem de haver alteração da paridade (simetria em relação ao
centro de inversão):
Transições permitidas – g↔u (s→ p, p→d ,d→f , etc)
Transições proibidas – g↔geu↔u (s→s, p→ p,d→d ,etc)
DIAGRAMAS DE TANABE-SUGANO:
Nestes diagramas, as energias dos termos
são expressas como E/B (eixo dos yy) e como ∆oct/B (eixo
dos xx), onde B é o parâmetro de Racah.
Algumas linhas do diagrama são curvas
devido a uma mistura de termos com o mesmo tipo de simetria. A energia zero
deste diagrama é sempre considerada como a do termo do estado
fundamental. As linhas de alguns diagramas têm mudanças abruptas de
inclinação nos casos em que há alteração no estado fundamental, como a
mudança de alto para baixo spin. As bandas observadas são consequências
das transições proibidas.
Ião Diagrama / Bandas Espectro / Bandasd2 3 2d8 3 3d3 3 (A.S) 3d7 1 1d1 1 1d9 1 1d4 1 (A.S) 1d6 1 (A.S) 1d5 H̶ (A.S) H̶
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DETERMINAÇÃO DE ∆OCT:
Os ∆oct determinam-se através das bandas de menor energia e estas
costumam aparecer no espectrofotómetro.
Quando o espectrofotómetro não lê bandas no IV, tem de se usar os
diagramas de Tanabe-Sugano.
Caso de iões d2, como [V(H2O)6]3+
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cm−1– número de onda
cm−1=1λ
λ=nm=10−9m=10−11cm
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Para d2, ∆oct é a diferença de energia
entre as bandas de maior e menor energia.
Mas não se oberva a 3ª banda, pelo que a
diferença que vamos efectuar não será v3 – v1
mas sim v2 – v1, pois são estas as bandas de
maior energia que se observam no espectro.
v2=25700cm−1
v1=17800cm−1
v2
v1
=1,4 4
Para o quociente entre v2 e v1 o ∆oct/B é igual a 31.
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Mecanismo de Intertroca (I) – Tem lugar num
passo único, com formação de um estado de transição,
mas não de um verdadeiro intermediário. Mecanismo
comum para muitas reacções de complexos de NC = 6. É
um estado de transição.
Mecanismo Associativo (A) – Envolve um passo
no qual se forma um intermediário MLnXY com maior NC
do que o complexo original MLnX. Existe um estado de
transição para chegar ao intermediário. Este mecanismo é
observado em muitas reacções de complexos QP, d
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Reactividade e Mecanismos
TIPOS DE MECANISMOS
Reacções de Substituição
REACÇÕES DE
TRANSFERÊNCIA ELECTRÓNICA
Mecanismos de esfera interna e esfera externa
As reacções de transferência de electrões fazem parte de muitos
processos químicos, por exemplo, a corrosão do ferro e o transporte de
electrões ao nível do mitocôndrio, são processos de oxidação-redução (redox)
de interesse tecnológico e biológico, respectivamente.
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Mecanismo Dissociativo (D) – Sequência
reaccional na qual ocorre a saída de um ligando MLnX,com
formação de um intermediário de menor número de
coordenação, MLn. Este intermediário pode, em princípio,
ser detectado. Há um estado de transição pata chegar ao
intermediário.
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1) [Co(NH3)6]3++[Cr(H2O)6]2+ → [Co(H2O)6]2++ [Cr(H2O)6]3+ + 6NH4+
(k = 1,6 x10-3M-1s-1)
2) [Co(NH3)5Cl]2++[Cr(H2O)6]2+ → [Co(H2O)6]2+ + [Cr(H2O)5Cl]2++ 5NH4+
(k = 6 x 105M-1s-1)
Na segunda reacção, em que ocorre um mecanismo de esfera interna,
houve um expressivo aumento na velocidade, em relação à primeira reacção
onde opera o mecanismo de esfera externa. Nesta última reacção, o complexo
de cobalto mudou de inerte (Co3+) para lábil (Co2+) e o complexo de crómio
mudou de lábil (Cr2+) para inerte (Cr3+), havendo a transferência de um ligante
cloreto do oxidante para o redutor.
O oxidante e o redutor formam um intermediário, sendo o electrão
transferido através do ligante ponte.
(1) Mecanismo de esfera externa: A transferência de electrões é
rápida, não havendo a substituição de ligantes. Este mecanismo ocorre
preferencialmente entre complexos inertes para a substituição de ligantes. O
electrão é transferido do redutor para o oxidante mantendo-se intactas as
esferas de coordenação de cada um.
(2) Mecanismo de esfera interna: A velocidade de substituição de
ligante num dos reagentes é normalmente maior que a velocidade de
transferência de electrão, devendo existir um ligante ponte em um dos
complexos. Há alteração da geometria de coordenação quando ocorre a
transferência de um electrão do redutor para o oxidante.
a. Pré-requisitos:
i. Um reagente (geralmente o oxidante) tem um
ligando capaz de se coordenar simultaneamente a dois centros
metálicos.
ii. O outro reagente (geralmente o redutor) é lábil,
permitindo a substituição de um ligando pelo ligando em ponte.
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Segundo Taube, o mecanismo EI pode ser inequivocamente atribuído
quando:
O oxidante e o agente redutor oxidado forem ambos inertes
A transferência de um ligando do oxidante para o redutor acompanhar a
transferência electrónica
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Como distinguir mecanismo de esfera interna e esfera externa?
Se a velocidade de transferência electrónica for superior à velocidade de troca
de ligandos – Mecanismo de esfera externa
Se há troca de ligandos – Mecanismo de esfera interna
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Metaloenzimas
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Esfera externa Esfera interna
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1. ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E GESTÃO DE METAIS
Proteínas de armazenamento e transporte de ferro
Transferrinas (transporte de Fe no sangue)
Ferritina (armazenam o Fe)
Cerulopasmina (catalisa a oxidação de Fe(II) a Fe(III) )
“Não Proteínas” de armazenamento e transporte de ferro
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