biografia de martin lutero

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BIOGRAFIA DE MARTIN LUTERO

Martinho Lutero (Eisleben, 10 de novembro de 1483 Eisleben, 18 de fevereiro de 1546) foi um monge agostiniano alemo, telogo, professor universitrio, "Pai do Protestantismo", e reformista da Igreja Catlica, cujas idias influenciaram a Reforma Protestante e mudaram o curso da Civilizao ocidental.

Primeiros anos de vidaMartinho Lutero, cujo nome em ingls era Martin Luther ou Luder, era filho de Hans Luther e Margareth Lindemann. Mudou-se para Mansfeld, onde seu pai dirigia vrias minas de cobre. Tendo sido criado no campo, Hans Luther desejava que seu filho viesse a se tornar um funcionrio pblico; melhorando, assim, as condies da famlia. Com esse objetivo, enviou o j velho Martinho para escolas em Mansfeld, Magdeburgo e Eisenach. Aos dezessete anos, em 1501, Lutero ingressou na Universidade de Erfurt, onde tocava alade e recebeu o apelido de "O filsofo". Ainda na universidade de Erfurt, estudou a filosofia nominalista de Ockham (as palavras designam apenas coisas individuais; no atingem os universais, as realidades presentes em todos os indivduos, como por exemplo, a natureza humana; em conseqncia, nada pode ser conhecido com certeza pela razo natural, exceto as realidades concretas: esta pessoa, aquela coisa). Esse sistema dissolvia a harmonia multissecular entre a cincia e a f que tanto foi defendida pela Escolstica de So Jesus cristo, pois essa filosofia tinha as unicamente na vontade de Deus. O jovem estudante graduou-se bacharel em 1502 e concluiu o mestrado em 1505, sendo o segundo entre dezessete candidatos[7]. Seguindo os desejos paternos, inscreveu-se na escola de Direito da mesma Universidade. Mas tudo mudou aps uma grande tempestade com descargas eltricas, ocorrida naquele mesmo ano (1505): um raio caiu prximo de onde ele estava passando, ao voltar de uma visita casa dos pais. Aterrorizado, gritou ento: "Ajuda-me, SantAnna! Eu me tornarei um monge!" Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu todos os seus livros, com exceo dos de Virglio, e entrou para a ordem dos Agostinianos, de Erfurt, a 17 de julho de 1505.

Vida monstica e acadmicaLutero com a tonsura monstica. O jovem Martinho Lutero dedicou-se por completo vida no mosteiro, empenhando-se em realizar boas obras a fim de agradar a Deus e servir ao prximo atravs de oraes por suas almas. Dedicou-se intensamente meditao, s autoflagelaes, s muitas horas de orao dirias, s

peregrinaes e confisso. Quanto mais tentava ser agradvel ao Senhor, mais se dava conta de seus pecados Johann Von Staupitz, o superior de Lutero, concluiu que o jovem necessitava de mais trabalhos, para afastar-se de sua excessiva reflexo. Ordenou, portanto, ao monge que iniciasse uma carreira acadmica. Em 1507, Lutero foi ordenado sacerdote. Em 1508, comeou a lecionar Teologia na Universidade de Wittenberg. Lutero recebeu seu bacharelado em Estudos bblicos a 19 de maro de 1508. Dois anos depois, visitou Roma, de onde regressou bastante decepcionado. Em 19 de outubro de 1512, Martinho Lutero graduou-se Doutor em Teologia e, em 21 de outubro do mesmo ano, foi "recebido no Senado da Faculdade Teolgica" com o ttulo de "Doutor em Bblia". Em 1515, foi nomeado vigrio de sua ordem tendo sob sua autoridade onze monastrios. Durante esse perodo, estudou grego e hebraico, para aprofundar-se no significado e origem das palavras utilizadas nas Escrituras - conhecimentos que logo utilizaria para a sua prpria traduo da Bblia.

A teologia da graa de LuteroO desejo de obter ttulos acadmicos levaram Lutero a estudar as Escrituras em profundidade. Influenciado por sua formao humanista a buscar "ad fontes" (nas fontes), mergulhou nos estudos sobre a Igreja Primitiva. Devido a isso, termos como "penitncia" e "honestidade" ganharam novo significado para ele. J convencido de que a Igreja havia distorcido sua viso acerca de vrias das verdades do Cristianismo ensinadas nas Escrituras - sendo a mais importante delas a doutrina da chamada "Justificao" apenas pela f; ele comeou a ensinar que a Salvao era um benefcio concedido apenas por Deus, dado pela Graa divina atravs de Jesus Cristo e recebido apenas por meio da f. Mais tarde, Lutero definiu e reintroduziu o princpio da distino prpria entre a Tor (Pentateuco, ou Lei Mosaica) e os Evangelhos, que reforavam sua teologia da graa. Em conseqncia, Lutero acreditava que seu princpio de interpretao era um ponto inicial essencial para o estudo das Escrituras. Notou, ainda, que a falta de clareza na distino da Lei e dos Evangelhos, era a causa da incorreta compreenso dos Evangelhos de Jesus pela Igreja de seu tempo, instituio a quem responsabilizava pela criao e fomento de muitos erros acerca de princpios teolgicos fundamentais.

A controvrsia acerca das indulgnciasAlm de suas atividades como professoras, Martinho Lutero ainda colaborava como pregador e confessor na igreja de Santa Maria, na cidade. Tambm pregava habitualmente na igreja do Castelo (chamada de "Todos os Santos" - porque ali havia uma coleo de relquias, estabelecidas por Frederico II de Sabia). Foi durante esse perodo que o jovem sacerdote se deu conta dos problemas que o oferecimento de indulgncias aos fiis, como se esses fossem fregueses, poderia acarretar. A indulgncia a remisso (parcial ou total) do castigo temporal imputado a algum por conta dos seus pecados. Naquele tempo qualquer pessoa poderia comprar uma indulgncia, quer para si mesmo, quer para um parente j morto que estivesse no Purgatrio. O frade Johann Tetzel fora recrutado para viajar atravs dos territrios episcopais do arcebispo Alberto de Mogncia, promovendo e vendendo indulgncias com o objetivo de financiar as reformas da Baslica de So Pedro, em Roma.

Lutero viu este trfico de indulgncias como um abuso que poderia confundir as pessoas e lev-las a confiar apenas nas indulgncias, deixando de lado a confisso e os arrependimentos verdadeiros. Proferiu, ento, trs sermes contra as indulgncias em 1516 e 1517. Segundo a tradio, a 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Witten Berg, com um convite aberto ao debate sobre elas. Essas teses condenavam o que Lutero acreditava ser a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso e pediam um debate teolgico sobre o que as Indulgncias significavam. Para todos os efeitos, contudo, nelas Lutero no questionava diretamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgncias. As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemo e amplamente copiadas e impressas. Ao cabo de duas semanas se haviam espalhado por toda a Alemanha e, em dois meses, por toda a Europa. Este foi o primeiro episdio da Histria em que a imprensa teve papel fundamental, pois facilitou a distribuio simples e ampla do documento.

A resposta do PapadoDepois de fazer pouco caso de Lutero, dizendo que ele seria um "alemo bbado que escrevera as teses", e afirmando que "quando estiver sbrio mudar de opinio"[12] o Papa Leo X ordenou, em 1518, ao professor de teologia dominicano Silvestro Mazzolini que investigasse o assunto. Este denunciou que Lutero se opunha de maneira implcita autoridade do Sumo Pontfice, quando discordava de uma de suas bulas. Declarou ser Lutero um herege e escreveu uma refutao acadmica s suas teses. Nela, mantinha a autoridade papal sobre a Igreja e condenava as teorias de Lutero como um desvio e uma apostasia. Lutero replicou de igual forma (academicamente), dando assim incio controvrsia. Enquanto isso, Lutero tomava parte da conveno dos agostinianos em Heidelberg, onde apresentou uma tese sobre a escravido do homem ao pecado e a graa divina. No decorrer da controvrsia sobre as indulgncias, o debate se elevou at ao ponto de duvidar do poder absoluto e autoridade do Papa, pois as doutrinas de "Tesouraria da Igreja" e "Tesouraria dos Merecimentos", que serviam para reforar a doutrina e venda e das indulgncias, haviam se baseado na bula papal "Unigenitus", de 1343, do Papa Clemente VI. Por causa de sua oposio a esta doutrina, Lutero foi qualificado como heresiarca e o Papa, decidido a suprimir por completo os seus pontos de vista, ordenou que ele fosse chamado a Roma, viagem que deixou de ser realizada por motivos polticos. Lutero, que anteriormente professava a obedincia implcita Igreja, negava agora abertamente a autoridade papal e apelava para que fosse realizado um Conclio. Tambm declarava que o papado no formava parte da essncia imutvel da Igreja original. Desejando manter relaes amistosas com o protetor de Lutero, Frederico, o Sbio, o Papa engendrou uma tentativa final de alcanar uma soluo pacfica para o conflito. Uma conferncia com o representante papal Karl Von Miltitz em Altenburg, em janeiro de 1519, levou Lutero a decidir guardar silncio, tal quais seus opositores. Tambm escreveu uma humilde carta ao Papa e comps um tratado demonstrando suas opinies sobre a Igreja Catlica. A carta nunca chegou a ser enviada, pois no continha nenhuma retratao; e no tratado que comps mais tarde, negou qualquer efeito das indulgncias no Purgatrio. Quando Johann Eck desafiou um colega de Lutero, Andreas Carlstadt, para um debate em Leipzig, Lutero juntou-se discusso (27 de junho-18 de julho de 1519), no curso do qual negou o direito divino do solidu papal e da autoridade de possuir o as chaves do Cu que, segundo ele, haviam sido outorgadas apenas ao prprio Apstolo Pedro, no passando para seus sucessores. Negou que a salvao pertencesse Igreja Catlica ocidental sob a autoridade do Papa, mas que esta se mantinha

na Igreja Ortodoxa, do Oriente. Depois do debate, Eck afirmou que forara Lutero a admitir a semelhana de sua prpria doutrina com a de Joo Huss, que havia sido queimado na fogueira da Inquisio.

Fonte de pesquisa: Wikipdia

Aluna: Ruan Serie: 7 ano Turno: Noite.

Vida e Obra de Martinho LuteroBiografia.Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, Alemanha. Foi criado em Mansfeld. Na sua fase estudantil, foi enviado s escolas de latim de Magdeburg (1497) e Eisenach (1498-1501). Ingressou na Universidade de Erfurt, onde obteve o grau de bacharel em artes (1502) e de mestre em artes (1505). Seu pai, um aldeo bem sucedido pertencente a classe mdia, queria que fosse advogado. Tendo iniciado seus estudos, abruptamente, os interrompeu entrando no claustro dos eremitas agostinianos em Erfurt. um fato estranho na sua vida, segundo seus bigrafos. Alguns historiadores dizem que este fato aconteceu devido a um susto que teve quando caminhava de Mansfeld para Erfurt. Em meio a uma tempestade, quase foi atingido por um raio. Foi derrubado por terra e em seu pavor, gritava "Ajuda-me Santa Ana! Eu serei um monge!". Foi consagrado padre em 1507. Entre 1508 e 1512, fez prelees de filosofia na Universidade de Wurtenberg, onde tambm ensinou as Escrituras, especializando-se nas Sentenas de Pedro Lombardo. Em 1512 formou-se Doutor em Teologia. Fazia conferncias sobre Bblia, especializando-se em Romanos, Glatas e Hebreus. Foi durante este perodo que a teologia paulina o influenciou, percebendo os erros que a Igreja Romana ensinava luz dos documentos fundamentais do cristianismo primitivo. Lutero era homem de envergadura intelectual e habilidades pessoais. Em 1515, foi nomeado vigrio, responsvel por onze mosteiros. Viu-se envolvido em controvrsias com respeito a venda de indulgncias. Suas Lutas Pessoais. Lutero estava galgando os escales da Igreja Romana e estava muito envolvido em seus aspectos intelectuais e funcionais. Por outro lado, tambm estava envolvido em questes pessoais quanto salvao pessoal. Sua vida monstica e intelectual no fornecia resposta aos seus anseios interiores, s suas aflitivas indagaes. Seus estudos paulinos deixaram-no mais agitado e inseguro, particularmente diante da afirmao "o justo viver pela f", Romanos 1:17. Percebia ele que a Lei e o cumprimento das normas monsticas, serviam to-somente para condenar e humilhar o homem, e que nesta direo no se pode esperar qualquer ajuda no tocante salvao da alma. Martinho Lutero estava trabalhando em "repensar o evangelho". Sendo monge agostiniano, fortemente influenciado pela teologia desta ordem monstica, paulina quanto aos seus pontos de vista, Lutero estava chegando a uma nova f, que enfatizava a graa de Deus e a justificao pela f. Esta nova f tornou-se o ponto fundamental de sua prelees. No seu desenvolvimento comeou a criticar o domnio da filosofia tomista sobre a teologia romana. Ele estudava os escritos de Agostinho, Anselmo e Bernardo de Claraval, descobrindo nestes, a f que comeava a proclamar. Staupitz orientou-o para que estudasse os msticos, em cujos escritos se consolou.

Em 1516, publicaram o devocionrio de um mstico desconhecido, "Teologias Deutsch". Tornou-se proco da igreja de Wittenberg, e tornou-se um pregador popular, proclamando a sua nova f. Opunha-se a venda de indulgncias comandada por Joo Tetzel. As Noventa e Cinco Teses. Inspirado por vrios motivos, particularmente a venda de indulgncias, na noite antes do Dia de Todos os Santos, a 31 de outubro de 1517, Lutero afixou na porta da Igreja de Wittenberg, sua teses acadmicas, intituladas "Sobre o Poder das Indulgncias". Seu argumento era de que as indulgncias s faziam sentido como livramento das penas temporais impostas pelos padres aos fiis. Mas Lutero opunha-se idia de que a compra das indulgncias ou a obteno das mesmas, de qualquer outra maneira, fosse capaz de impedir Deus de aplicar as punies temporais. Tambm dizia que elas nada tm a ver como os castigos do purgatrio. Lutero afirmava que as penitncias devem ser praticadas diariamente pelos cristos, durante toda a vida, e no algo a ser posto em prtica apenas ocasionalmente, por determinao sacerdotal. Joo Eck denunciou Lutero em Roma, e muito contribuiu para que o mesmo fosse condenado e excludo da Igreja Romana. Silvster Mazzolini, padre confessor do papa, concordou com o parecer condenatrio de Eck, dando apoio a este contra o monge agostiniano. Em 1518. Lutero escreveu "Resolutiones", defendendo seus pontos de vista contra as indulgncias, dirigindo a obra diretamente ao papa. Entretanto, o livro no alterou o ponto de vista papal a respeito de Lutero. Muitas pessoas influentes se declararam favorveis a Martinho Lutero, tornando-se este ento polemista popular e bem sucedido. Num debate teolgico em Heidelberg, em 26 de abril de 1518, foi bem sucedido ao defender suas idias. Reao Papal. A 7 de agosto de 1518, Lutero foi convocado a Roma, onde seria julgado como herege. Mas apelou para o prncipe Frederico, o Sbio, e seu julgamento foi realizado em territrio alemo em 12/14 de outubro de 1518, perante o Cardeal Cajetano, em Augsburg. Recusou-se a retratar-se de suas idias, tendo rejeitado a autoridade papal, abandonando a Igreja Romana, o que ficou confirmado num debate em Leipzig com Joo Eck, entre 4 e 8 de julho de 1519. A partir de ento Lutero declara que a Igreja Romana necessita de Reforma, publica vrios escritos, dentre os quais se destaca "Carta Aberta Nobreza Crist da Nao Alem Sobre a Reforma do Estado Cristo". Procurou o apoio de autoridades civis e comeou a ensinar o sacerdcio universal dos crentes, Cristo como nico Mediador entre Deus e os homens, e a autoridade exclusiva das Escrituras, em oposio autoridade de papas e conclios. Em sua obra "Sobre o Cativeiro Babilnico da Igreja", ele atacou o sacramentalismo da Igreja. Dizia que pelas Escrituras s podem ser distinguidos dois sacramentos o batismo e a Ceia do Senhor. Opunha-se alegada repetida morte sacrificial de Cristo, por ocasio da missa. Em outro livro, "Sobre a Liberdade Crist", ele apresentou um estudo sobre a tica crist baseada no amor. Lutero obteve grande popularidade entre o povo, e tambm considervel influncia no clero. Em 15 de julho de 1520, a Igreja Romana expediu a bula Exsurge Domine, que ameaava Lutero de ser excomungado, a menos que se retratasse publicamente. Lutero queimou a bula em praa pblica. Carlos V, Imperador do Santo Imprio Romano, mandou queimar os livros de Lutero em praa pblica.

Lutero compareceu a Dieta de Worms, de 17 a 19 de abril de 1521. Recusou-se a retratao, dizendo que a sua conscincia estava presa Palavra de Deus, pelo que a retratao no seria seguro nem correto. Dizem os historiadores que concluiu a sua defesa com estas palavras : "Aqui estou; no posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amm". Respondendo a Dieta em 25 de maio de 1521, formalizou a excomunho de Martinho Lutero, e a Reforma nascente tambm foi condenada. Influncia Poltica e Social Por medidas de precauo, Lutero este recluso no castelo de Frederico, o Sbio, cerca de 10 meses. Teve tempo de trabalhar na traduo do Novo Testamento para a lngua alem. Esta traduo foi publicada em 1532. Com a ajuda de Melancton e outros, a Bblia inteira foi traduzida, e, ento, foi publicada em 1532. Finalmente, essa traduo unificou os vrios dialetos alemes, do que resultou o moderno alemo. Tem-se dito que Lutero foi o verdadeiro lder da Alemanha, de 1521 at 1525. Houve a Guerra dos Aldees em 1525, das classes pobres contra os seus lderes. Lutero tentou estancar o derramamento de sangue, mas, quando os aldees se recusaram a ouvi-lo, ele apelou para os prncipes a fim de restabelecerem a paz e a ordem. Fato notvel foi o casamento de Lutero, com Catarina Von Bora, filha de famlia nobre, ex-freira cisterciana. Tiveram seis filhos, dos quais alguns faleceram na infncia. Adotou outros filhos. Este fato serviu para incentivar o casamento de padres e freiras que tinham preferido adotar a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana. Houve controvrsia entre Lutero e Erasmo de Roterd, que nunca deixou a Igreja Romana, por causa do livre-arbtrio defendido por este. Apesar de admitir que o livre-arbtrio uma realidade quanto a coisas triviais, Lutero negava que fosse eficaz no tocante salvao da alma. Outras Obras. Em 1528 e 1529, Lutero publicou o pequeno e o grande catecismo, que se tornaram manuais doutrinrios dos protestantes, nome dado aqueles que decidiram abandonar a Igreja Romana, na Dieta de Speyer, em 1529. Juntamente com Melancton e outros, produziu a confisso de Augsburg, que sumaria a f luterana em vinte e oito artigos. Em 1537, a pedido de Joo Frederico, da Saxnia, comps os Artigos de Schmalkald, que resumem seus ensinamentos. Enfermidade e Morte. Os ltimos dias de Lutero tornaram-se difceis devido a problemas de sade. Com freqncia tinha acesso de melancolia profunda. Apesar disso era capaz de trabalhar tenazmente. Em 18 de fevereiro de 1546, em Eisleben, teve um ataque do corao, vindo a falecer.

Fonte: site musica sacra e adorao Aluna: Valeria dos Santos Serie: 7 ano Turno: Noite

Lutero e o pensamento poltico da Reforma protestante.

Martinho Lutero A obra de Lutero Von weltlicher Oberkeit wie weit man ihr Gehorsam schuldig sei de 1523 , talvez, a sua mais detalhada exposio das idias polticas e que, como o ttulo indica, lida com a autoridade temporal. Em alguns territrios alemes (Meissen e Baviera, por exemplo) fora proibida a traduo do Novo Testamento e as pessoas intimadas a entregar os exemplares que possuam. Nela o autor aconselha os seus fiis a desobedecer s leis e a sofrer como os mrtires. Para se justificar expe a doutrina da instituio divina da autoridade temporal e a obrigao do cristo em desobedecer civilmente se a autoridade prevaricasse. A argumentao parte de Romanos, 13,1 e segs., epstola endereada a uma comunidade romano-crist, vivendo sob autoridades pags, e a que um pouco de ordem nas suas ms inclinaes e atitudes apenas faria bem. No Apelo de 1520, considerara, em continuidade com a tradio medieval, que a funo governamental se tornara uma das funes carismticas do corpo mstico; o estado cristo coincidia com a nao; a nobreza alem podia ser chamada para levar a cabo a reforma nacional-crist. As idias de 1520 eram ainda reforma. Trs anos depois tudo mudara. A individualizao da experincia religiosa destrura o equilbrio entre os poderes carismtico temporal e espiritual. O governante um no-cristo que persegue os bons cristos luteranos. Deve invocar-se a nova autoridade espiritual contra o poder temporal que se tornou no-cristo. Os fiis devem seguir a Bblia contra a Igreja e seus conclios. O poder espiritual tornara-se o Anticristo, o temporal era tirnico, o indivduo estava entregue a si prprio. Situao insuportvel? Mas levou mais de 100 anos a ser estabilizada. Neste sentido, 1523 o fim da Idade Mdia. Ao destruir-se o equilbrio entre autoridades institucionais espirituais e temporais, todos os homens pertencem quer ao Reich Gottes (os fiis) quer ao Reich der Welt cuja espada pune os

atos malvados. Os cristos no carecem da espada porque vivem em paz; mas devem respeitar o poder da espada porque til ao seu prximo. E assim possvel satisfazer dois senhorios, o reino de Deus e o reino do Mundo. Infelizmente no fcil satisfazer a dois senhores. A civitas Dei e a civitas terrena de Agostinho no so reinos no tempo. Na histria concreta existe Igreja e imprio. A Igreja representa a Civitas Dei, mas boa parte dos seus membros pertencem civitas terrena. A salvao um dom divino imperscrutvel. Lutero regressa ao significado de Tyconius. A idia de Igreja destruda pela doutrina que s a f salva. Ser cristo comprar a Bblia de Lutero e seguir a conscincia. A civitas dei torna-se demasiado fcil e visvel. Ora a conscincia de ser bom Cristo muito fcil de surgir. Se aparece algum que se considera bom cristo e que s pratica iniqidades que se lhe pode responder? E se for um movimento de massas que pedem a abolio da autoridade temporal porque o reino de deus j chegou? Poderiam sobrevir abusos da liberdade evanglica. A soluo era remeter os abusadores para o redil do governo temporal. Mas se o governo temporal age mal? Se interferir com os cristos e os probe de ler as Bblias que Lutero traduzira? Dever o cristo ento resistir? Em resumo, no h soluo. Quando a ordem institucional destruda fica merc do decisisonismo da conscincia individual a guerra de todos contra todos. A nova ordem ter que ser imposta s conscincias rebeldes. Esta origem da razo de estado, aceite pelas Igrejas. Mas de momento s o princpio. A liberdade evanglica significava, por exemplo, o que vinha no III dos Doze Artigos dos servos camponeses revoltados (1525) um documento de inegvel grandeza humana: Tem sido costume at agora que os homens nos possuam como sua propriedade; e isto lamentvel vendo que Cristo nos redimiu a todos com o precioso derramamento do seu sangue, aos humildes bem como aos grandes, sem excepo de ningum. Portanto conforme s Escrituras que sejamos livres e assim o queremos ser. Que respondeu Lutero? Isto tornar a liberdade crist uma realidade totalmente carnal. No tiveram tambm escravos Abrao e outros patriarcas?Este artigo tornaria todos os homens iguais e converteria o reino espiritual de Cristo num reino mundano e externo; e isso impossvel porque um reino mundano no pode ficar em p a menos que nele exista a desigualdade, de modo a que uns sejam livres, outros presos, uns senhores e outros sbditos. Os camponeses no o escutaram, seguiram outra interpretao das Escrituras e o seu corao tomou a deciso da revoluo social violenta. Em 1523 aconselhara no escrito Von weltlicher Oberkeit: A heresia um assunto espiritual que no pode ser cortado com o ferro, queimado com o fogo ou afogado em gua. Em 1525 pediu aos nobres e aos cavaleiros para massacrar os herticos. Os cavaleiros no se fizeram rogados. Foi o fim do sonho da Reforma atravs da palavra. Lutero viveu ainda 20 anos. Mas nada mais tinha para dizer. Em cerca de oito anos criara idias decisivas para o decurso da histria da conscincia moderna e perante as quais o cisma Protestante quase secundrio. Destrura o ncleo da cultura espiritual crist ao atacar a doutrina da fides caritate formata. Reduzira a f a um ato de confiana ao retirar-lhe a intimidade da graa, sempre exposta s tentaes do orgulho e da soberba. A conscincia emprica da justificao pela f cria uma ruptura na natureza humana. Destrura a cultura intelectual ocidental ao atacar a Escolstica aristotlica. Se o esplendor medieval foi escurecido pelas lentes torpes dos modernos, parte da responsabilidade deve-se a Lutero. A sua atitude anti-filosfica criou o padro depois agravado por sucessivas geraes de intelectuais Iluministas, positivistas, marxistas e liberais. A justificao sola fide arruna o equilbrio da existncia humana. A idia do paraso de amor industrioso transferiu a nfase da vita contemplativa para a idia de realizao humana atravs de um trabalho e de um servio til. O homem confia em Deus; depois vai vida. No nosso

tempo, esta atrofia da cultura intelectual e espiritual degenera no pragmatismo do sucesso. Fala-se de Lutero como de algum que possua as virtudes e os vcios tpicos do alemo. Mas se pensarmos, para s referir telogos, em Alberto Magno, Eckhardt, Tauler, Nicolau de Cusa e o annimo de Frankfurt, ento ele nada tinha de germnico. Criou certamente um tipo humano: o revoltado voluntarista que deseja impor a sua razo como o centro da ordem institucional. A sua obra a manifestao de uma personalidade bizarra cuja fora vital o faz romper com a histria e lanar-se sozinho contra o mundo. O seu apelo ao directa contrasta com o contemptus vulgi de Maquiavel, o ascetismo e a pleonexia do intelectual de Erasmo e a ironia jocosa e amargura diplomtica de Moro. Perante a fora dramtica da vontade luterana de violentar o juzo da histria, tais autores fazem figuras de pobres revoltados. Fora, porm, no sinnimo de grandeza e no se pode pensar maneira dos liberais do sc. XIX que o sucesso seja sinal de valor. O grande indivduo um sintoma da ruptura da civilizao. Por outro lado, os crticos de Lutero costumam ver a desordem espiritual e as carncias do seu temperamento mas esquecem a degradao das tradies por ao de instituies e pessoas que j quase s representavam os defeitos. Ora as revolues s se desencadeiam se houver condies de resposta das massas. No incio da Reforma, a tradio degradara-se a tal ponto que um nmero cada vez maior de pessoas se sentia desligada de qualquer corpo mstico. O indivduo estava disponvel para a violncia renovadora. Entre os aspectos mais negativos da ao de Lutero conta-se a irresponsabilidade do apelo autonomia de interpretao das escrituras e ao homo spiritualis. Faltava-lhe intuio intelectual e imaginao para ver as conseqncias. Mas esta deficincia que o cegava na teoria, robustecia a capacidade de agir; no entendia os enormes obstculos iria criar. No aspecto positivo, era um observador excepcional e um talento administrativo. Conhecia os males do seu povo; tinha a moralidade e o bom senso de os aconselhar a diminuir as suas dependncias; estimava os seus compatriotas: e conhecia perfeitamente o animal em que o homem se transforma se no for vigiado. Tinha todos os requisitos para ser um bom ministro num estado social-democrata. Mas passou histria convencional como o reformador da religio crist.

Fonte: Site O Portal da Histria Aluna: Valeria dos Santos Serie: 7 ano Turno: Noite

O PAPEL DA ARTE PARA O RENASCIMENTOComo j sabemos anteriormente que a intensificao do comrcio e da produo artesanal resultou no desenvolvimento das cidades, no surgimento de uma nova classe social a burguesia e na posterior formao das monarquias nacionais. Estas transformaes vieram acompanhadas de uma nova viso de mundo, que se manifestou na arte e na cultura de maneira de geral. A cultura medieval se caracterizava pela religiosidade. A Igreja Catlica, como vimos, controlava as manifestaes culturais e dava uma interpretao religiosa para os fenmenos da natureza, da sociedade e da economia. A esta cultura deu-se o nome de teocntrica (Deus no centro). A misria, as tempestades, as pragas, as enchentes, as doenas e as ms colheitas eram vistas como castigos de Deus. Assim como a riqueza, a sade, as boas colheitas, o tempo bom, a fortuna eram bnos divinas. A prpria posio que o indivduo ocupava na sociedade (nobre, clrigo ou servo) tinha uma explicao religiosa. A arte medieval, feita normalmente no interior das Igrejas, espelhava esta mentalidade. Pinturas e esculturas no tinham preocupaes estticas e sim pedaggicas: mostrar a misria do mundo e a grandiosidade de Deus. As figuras eram rsticas, desproporcionais e acanhadas. Os quadros no tinham perspectiva. Como as obras de arte eram de autoria coletiva, o artista medieval annimo. A literatura medieval era composta de textos teolgicos, biografias de santos e histrias de cavalaria. Isto refletia o domnio da Igreja e da nobreza sobre a sociedade. Essa viso de mundo no combinava com a experincia burguesa. Essa nova classe devia a sua posio social e econmica ao seu prprio esforo e no vontade divina, como o nobre. O sucesso nos negcios dependia da observao, do raciocnio e do clculo. Caractersticas que se opunham s explicaes sobrenaturais, prprias da mentalidade medieval. Por outro lado, era uma classe social em ascenso, portanto otimista. Sua concepo de mundo era mais materialista. Queria usufruir na terra o resultado de seus esforos. E tambm claro que o comerciante burgus era essencialmente individualista. Quase sempre, o seu lucro implicava que outros tivessem prejuzo. A viso de mundo da burguesia estar sintonizada com a renovao cultural ocorrida nos fins da Idade Mdia e no comeo da Idade Moderna. A essa renovao denominamos Renascimento.

Caractersticas do Renascimento CulturalO Renascimento significou uma nova arte, o advento do pensamento cientfico e uma nova literatura. Nelas esto presentes as seguintes caractersticas: Aantropocentrismo (o homem no centro): valorizao do homem como ser racional. Para os renascentistas o homem era visto como a mais bela e perfeita obra da natureza. Tem capacidade criadora e pode explicar os fenmenos sua volta.

Botimismo: os renascentistas acreditavam no progresso e na capacidade do homem de resolver problemas. Por essa razo apreciavam a beleza do mundo e tentavam capt-la em suas obras de arte. Cracionalismo: tentativa de descobrir pela observao e pela experincia as leis que governam o mundo. A razo humana a base do conhecimento. Isto se contrapunha ao conhecimento baseado na autoridade, na tradio e na inspirao de origem divina que marcou a cultura medieval. Dhumanismo: o humanista era o indivduo que traduzia e estudava os textos antigos, principalmente gregos e romanos. Foi dessa inspirao clssica que nasceu a valorizao do ser humano. Uma das caractersticas desses humanistas era a no especializao. Seus conhecimentos eram abrangentes. Ehedonismo: valorizao dos prazeres sensoriais. Esta viso se opunha idia medieval de associar o pecado aos bens e prazeres materiais. Findividualismo: a afirmao do artista como criador individual da obra de arte se deu no Renascimento. O artista renascentista assinava suas obras, tomando se famoso. Ginspirao na antiguidade clssica: os artistas renascentistas procuraram imitar a esttica dos antigos gregos e romanos. O prprio termo Renascimento foi cunhado pelos contemporneos do movimento, que pretendiam estar fazendo renascer aquela cultura, desaparecida durante a Idade das Trevas (Mdia).

Itlia: o Bero do RenascimentoO Renascimento teve incio e atingiu o seu maior brilho na Itlia. Da irradiou-se para outras partes da Europa. O pioneirismo italiano se explica por diversos fatores: A- a vida urbana e as atividades comerciais, mesmo durante a Idade Mdia, sempre foram mais intensas na Itlia do que no resto da Europa. Como vimos, o Renascimento est ligado vida urbana e burguesia. Basta lembrar que Veneza e Gnova foram duas importantes cidades porturias italianas, ambas com uma poderosa classe de ricos mercadores. B- a Itlia foi o centro do Imprio Romano e por isso tinha mais presente a memria da cultura clssica. Como vimos, o Renascimento inspirou-se na cultura greco-romana. C- o contato com rabes e bizantinos, por meio do comrcio, deu condies para que os italianos tivessem acesso s obras clssicas preservadas por esses povos. Quando Constantinopla foi conquistada pelos turcos, em 1453, vrios sbios bizantinos fugiram para Itlia levando manuscritos e obras de arte. D- O grande acmulo de riquezas obtidas no comrcio com o Oriente, formou uma poderosa classe de ricos mercadores, banqueiros e poderosos senhores. Esse grupo representava um mercado para as obras de arte, estimulando a produo intelectual. Muitos pensadores, pintores, escultores e arquitetos se tomaram protegidos dessa poderosa classe. essa prtica de proteger artistas e pensadores deu-se o nome de mecenato. Entre os principais mecenas podermos destacar os papas Alexandre II, Jlio II e Leo X. Tambm ricos mercadores e polticos foram importantes mecenas, como, por exemplo, a famlia Mdici.

J no sculo XIV (Trecento) surgiram as primeiras figuras do Renascimento, como, por exemplo, Giotto (na pintura), Dante Allighieri, Boccaccio e Francesco Petrarca (na literatura). No sculo XV (Quatrocentos) a produo cultural atingiu uma grande intensidade. Mas foi no sculo XVI (Cinquecento) que o Renascimento atingiu o auge.

A Decadncia do Renascimento ItalianoA decadncia do Renascimento italiano pode ser explicada por diversos fatores. As lutas polticas internas entre as diversas cidades-estados e a interveno das potncias polticas da poca (Frana, Espanha e Sacro Imprio Germnico), consumiram as riquezas da Itlia. Ao mesmo tempo, o comrcio das cidades italianas entrou em franca decadncia depois que a Espanha e Portugal passaram a liderar, atravs da rota do Atlntico, o comrcio com o Oriente.

O Renascimento em outras partes da EuropaO renascimento comercial e urbano ocorreu em vrias partes da Europa. Desta forma, criaram-se as condies para a renovao cultural, assim como ocorreu na Itlia. Nos Pases Baixos, uma classe de ricos comerciantes e banqueiros estavam ligada ao consumo e produo de obras de arte e literatura. Um dos grandes pintores flamengos foi Brueghel, que viveu em Anturpia. Ele pintou, principalmente, cenas da vida cotidiana, retratando o estilo de vida da classe burguesa em ascenso (A Dana do Casamento, de 1565). Destacaram-se ainda os irmos pintores Hubert e Jan van Eyck (A Virgem e o Chanceler Rolin). A crtica intolerncia do pensamento religioso medieval foi feita por Erasmo de Roterdan (1466-1529) com sua obra Elogio da Loucura. Na Frana, o Renascimento teve importantes expoentes: A- na literatura e filosofia, Rabelais (1490-1 553), autor de Gargantua e Pantagruel, obra na qual critica a educao e as tticas militares medievais. Montaigne (1533-1592), autor de estudos filosficos cticos intitulados Ensaios, nos quais o principal objeto de crtica o clero. B- nas cincias, Ambroise Pare (1517-1590) destacou-se com estudos de medicina. Inventou uma nova tcnica para sutura das veias. Na Espanha, a forte influncia da Igreja Catlica e o clima repressivo da Contra-Reforma, dificultaram as inovaes. Desta forma, as realizaes culturais marcadamente renascentistas foram reduzidas. Nas artes plsticas destacou-se El Greco (1575-1614), o grande pintor espanhol do Renascimento (O Enterro do Conde de Orgaz e A Viso Apocalptica). Na literatura, a Espanha produziu um dos maiores clssicos da humanidade. Trata-se de D. Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, obra na qual o personagem principal (D.Quixote) um cavaleiro romntico que imagina estar vivendo em plena Idade Mdia. A metfora referente decadncia da cavalaria e ao conflito entre a mentalidade moderna e a medieval. Na cincia, a Espanha contribuiu com Miguel de Servet, que se destacou pelo seus estudos da circulao do sangue.

Na Inglaterra, um dos principais expoentes do Renascimento foi Tomas Morus (14751535), autor de Utopia, obra que descreve as condies de vida da populao de uma ilha imaginria, onde no havia classes sociais, pobreza e propriedade privada. tambm ingls o maior dramaturgo de todos os tempos, William Sheakspeare (15641616). Foi sob o reinado de Isabel 1 que Sheakspeare produziu a maioria de suas obras, dentre as quais destacam-se Hamlet, Ricardo III, Macbeth, Otelo e Romeu e Julieta. Destaca-se ainda no Renascimento ingls, o filsofo Francis Bacon (1561-1626), autor de Novun Organun. Esse autor pode ser considerado um dos precursores do Iluminismo (ver captulo 9). Em Portugal, o grande representante do renascimento literrio foi Lus Vaz de Cames (1525-1580), autor de Os Lusadas, poema pico que narra os grandes feitos da navegao portuguesa. O teatro portugus renascentista foi imortalizado por Gil Vicente, autor das obras Trilogia das Barcas e a Farsa de Ins Pereira. Na Alemanha, a pintura renascentista consagrou os nomes de Hans Holbein (1497-1553) e Albert Durer (1471-1528).

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Biografia de Leonardo da VinciAluno: Ruan Serie: 7 ano Turno: Noite

Leonardo nasceu numa aldeia perto de Florena, Itlia, em 1452. Seu pai, o tabelio Piero no se casou com a jovem Catarina e recusou-se a dar ao menino um nome, o que veio a tornar famosa a aldeia de Vinci. Um dos maiores gnios de todos os tempos, principal figura da renascena Leonardo consegue ser um mestre da pintura com apenas meia dzia de quadros -- os nicos que lhe podem ser atribudos com toda certeza e exclusividade entre os quais esto o mais famoso do mundo, a Mona Lisa, e o mais reproduzido na histria da arte, A Ceia. Leonardo passou a infncia na casa do av, longe do pai, mimado pela me. Jovem, no foi um exemplo de fora de vontade ou rigidez de carter. Em 1476, por exemplo, os arquivos locais registram duas denncias contra ele, por maus costumes (sem revelar o que seriam estes atentados ao pudor pblico). Aos 16anos j desenhava e pintava, e o pai mandou-o a Florena para trabalhar no ateli de Verrocchio. Florena era naquela poca, cidades de grande prestgio e de muitas gloriam. Seu governador, Loureno de Mdici, chamado "o magnfico", a transformara num centro de cultura, dera-lhe paz e prosperidade. A arte florentina estava no apogeu: Verrocchio, Botticelli, Filippino Lippi e Ghirlandaio - entre outros - ali trabalham protegidos pelo regente. A extraordinria beleza fsica de Leonardo abre-lhe as portas: louro, olhos azuis, nariz aquilino, teria sido o modelo para o Davi, de Verrocchio. Mas a sua inteligncia e o esprito brilhante que lhe mantm essas portas abertas. O Batismo de Cristo, de Verrocchio, o seu primeiro trabalho importante de aprendiz: o anjo esquerda segundo consta, totalmente seu. Giorgio Vasari, pintor menor, mas o maior historiador

da arte do Renascimento e contemporneo de Leonardo, afirma que Verrocchio acabou desgostoso com a pintura, ao ver-se ultrapassado pelo prprio aluno. O certo, porm, que Verrocchio exerceu sobre Leonardo profunda influncia, a qual, embora pequena no campo artstico, foi bastante marcante no campo intelectual. Diz Vasari, a propsito de Leonardo: "Se no tivesse sido to volvel e inconstante, teria feito um grande proveito na erudio e nas letras". Ou em qualquer campo que escolhesse. O problema que no se fixava e, ainda muito moo, j se dedicava aos desenhos arquitetnicos e aos inventos mecnicos. Num ensaio famoso, Freud - o pai da psicanlise - atribui uma causa infantil a esta inconstncia de Leonardo: viveu com a me somente at os 4 anos, quando ela se casou com um certo Accattabriga del Vacca. Indo morar com o av paterno, Antonio, assistiu ao casamento do pai com Albiera Amadori. O casal no teve filhos e Leonardo chamava a madrasta de madrinha, ligando-se muito a ela. Mas ainda no tinha 13 anos no dia em que ela morreu, e viu o pai casar-se mais trs vezes. E no tinha 14 anos quando morreu o av, seu grande amigo. Em 1482, aos 30 anos, oferece seus servios ao Conde Sforza, Ludovico, o Mouro, e segue para Milo, deixando em Florena, inacabadas, duas obras de pintura: Adorao dos Magos e So Jernimo. Um dos pastores da Adorao, ao que tudo indica, o seu auto-retrato aos 22 anos. O que encanta os crticos nas suas pinturas inacabadas exatamente a possibilidade de verem a obra de arte no ato da sua criao. Fica em Milo at 1499 para projetar a catedral da cidade, mas acaba esboando e construindo a rede de canais e um vasto sistema de irrigao e abastecimento de gua. Alm disso, planeja e organiza a defesa de Milo, pondo em prtica sua "inventiva" na construo de mquinas para a guerra: o carro de assalto que imaginou coberto de toras de madeira movia-se fora de homens ou animais protegidos no seu interior, disparando sobre o inimigo com armas que se deslocavam sobre a abertura superior; o canho de canos mltiplos disparava rajadas, como as metralhadoras inventadas sculos depois. Urbanista, fez um projeto completo para a cidade de Milo, eliminando muros, alinhando ruas, prevendo esgotos, vias de dois pavimentos em que os pedestres andariam por cima, deixando a pista embaixo livre para veculos. As casas seriam amplas e ventiladas, e haveria enormes praas e jardins pblicos. Ainda encontrava tempo para superintender as representaes teatrais, organizar as sesses de msica no palcio e dirigir as grandes festas, enquanto trabalhava numa gigantesca esttua eqestre de Francesco Sforza. S o cavalo estava completo, quando os franceses, invadindo a cidade, destruram o modelo em gesso em 1500. Tambm datam dessa poca seus estudos de Anatomia e Propores, de Perspectiva e de ptica.

Tambm dessa poca o quadro A Virgem dos Rochedos, primeiro daquele perodo que chegou at ns acabado, embora esteja bastante danificado. a primeira obra de Leonardo terminada que conhecemos e dela existem duas verses, uma no Museu do Louvre e a outra, provavelmente posterior, na Galeria Nacional de Londres. Um contrato assinado a 25 de abril de l483 obrigava-o a entregar, at o dia 8 de dezembro do mesmo ano, um mural para o altar da Virgem, na Igreja de So Francisco, em Milo. Leonardo contratou os irmos De Predis para participar da execuo, mas antes de terminada a obra romperam o contrato. No dia marcado, Leonardo no entregou o trabalho; comeou a uma questo judicial que durou 25 anos. Ao que tudo indica, enquanto procurava cumprir a tarefa, com a colaborao dos irmos De Predis e segundo exigncias que determinavam uma srie de pormenores na maneira de retratar os personagens, Leonardo trabalhava sozinho em outra verso, pessoal. esta verso que est no Louvre. Inspira-se no animismo. Segundo esta doutrina, comum no Renascimento, a natureza inteira animada por almas diversas, todas com carter espiritual. Assim, a rocha, as flores, os animais e os homens constituem expresses diversificadas de uma mesma fora vital e assim devem ser representados. Leonardo afirma, nos seus manuscritos, que a Terra vive e tem uma alma: os rios so suas artrias, os regatos so as veias, o fluxo e o refluxo do mar so o seu alento, nos vulces est a residncia da vida, o oceano em tomo dos mares um lago de sangue em volta do corao. A Virgem dos Rochedos emerge de uma atmosfera vibrtil, densa, os objetos perdem os contornos rgidos para respirarem livremente, irradiando uma luz interna, nascida do ntimo, como se viesse mesmo da prpria vida contida em cada um. O tema e o desenho foram tomados e copiados por contemporneos, provavelmente alunos seus, com sutilssimas modificaes. Um desses quadros est na Pinacoteca de Milo e outro na Igreja de Affori, perto de Milo. Na mesma poca pintou A Ceia ou O Cenculo, no qual retrata o momento em que Cristo anuncia haver um traidor entre os presentes. A inteno dramtica evidente na prpria escolha da distribuio dos personagens, na fixao da atitude de cada um: espanto, suspeita, indiferena, dvida, indignao, amor. A Ceia custou trs anos de trabalho, de 1495 a 1497. Pintou-a numa parede do Convento de Santa Maria delle Grazie, em Milo, com mais de 9 metros de comprimento e 4 metros e 20 centmetros de altura. Leonardo comea trabalhando com rapidez, dias inteiros, esquecido de tudo. Mas atravessa uma poca difcil. A guerra contra Carlos VIII desvia o bronze necessrio para fundir o monumento a Francesco Sforza, que custara tantos anos de trabalho. Ele se queixa a Ludovico e cai em desgraa. Por essa poca, vive frugalmente, como um monge. Vegetariano por convico, no bebe porque "o vinho toma a sua vingana ao bebedor". s vezes, passa vrios dias sem pegar um pincel, desenhando e redesenhando as figuras da Ceia. H uma enorme srie de estudos no s do conjunto como de cada um dos apstolos, inclusive despidos - para melhor estudar o movimento e a atitude de cada um. Esses desenhos esto em Milo, no Louvre, em Windsor, na Academia de Veneza e na Albertina de Viena. As duas figuras centrais, Cristo e Judas, merecem um longo estudo e uma incansvel busca por modelos dignos. Judas acaba ficando muito parecido com Savonarola - que ento domina a vida de Florena, at ser queimado. Os crticos discutem at hoje se Leonardo terminou ou no sua obra. Sem muita sorte, apesar dos novos processos que ensaiou, em pouco tempo as cores comearam a desbotar, as paredes a descascar, a umidade atacando a tmpera aplicada diretamente sobre o muro.

at possvel que Leonardo tenha abandonado o trabalho, por causa das ms condies do local. Luca Pacioli, amigo de Leonardo, escreve em 1498 que "o maravilhoso trabalho no est acabado, mas uma obra-prima, numa localizao infeliz". Os padres de Santa Maria chegam a abrir uma porta no mural. Sucessivas tentativas de restaurao comprometem ainda mais a Ceia, que tendo escapado por um triz ao bombardeio areo na II Guerra Mundial, ficou sujeita depois a nova tentativa de restaurao. De qualquer forma, a Ceia devolve Leonardo s boas graas de Ludovico, que o presenteia com uma vinha em So Vitrio. Mas desde a morte da mulher, em 1496, que Ludovico no o mesmo homem, a corte no tem para ele o mesmo brilho. E quando os franceses invadem a cidade, em 1500, Leonardo, abalado pela derrota de Ludovico - de quem era conselheiro militar -, Poe-se a servio de Csar Brgia. Em Florena ele o Consultor para Questes de Arquitetura. De 1500 a 1501 viaja o tempo todo. Vai a Mntua, onde hspede de Isabella Deste (que encomenda, entre outras coisas, um retrato que nunca foi alm do primeiro esboo, apesar do empenho da ilustre dama). Em Veneza estuda o sistema defensivo da cidade, ameaada pelos turcos, projeta gigantescas catapultas, preocupa-se com o domnio dos ares. Depois de estudar a fundo o vo das aves conclui que o homem jamais voar batendo asas, mas est certo de que, resolvido o problema da propulso, o homem voar, porque a estabilidade e o pouso no sero problema. Cria um pra-quedas e comea a estudar um engenho voador mecnico. Chega, inclusive, a criar o parafuso areo, uma anteviso do helicptero, de propulso mecnica. Baseado no princpio de Arquimedes inventa uma bomba hidrulica, para elevar gua, a primeira do gnero. Imagina ainda uma bomba de poo e uma roda hidrulica. Projeta uma ponte parablica. Estuda os peixes e, para vencer a resistncia da gua, aconselha novos perfis para as embarcaes. Projeta vrios modelos de barco, inclusive um movido a rodas de ps - como os navios a vapor de trezentos anos depois. Em Veneza acusado de desrespeito aos mortos, por dissecar cadveres, o que constitua crime, alm de ser um terrvel pecado contra a Igreja. O escndalo abafado. Nomeado engenheiro militar acompanha Csar Brgia nos seus empreendimentos guerreiros e encontra tempo para inventar uma grua de cabrestante com freio dentado e equilibrada por contrapeso, um isqueiro para acender canhes e uma draga palustre de ps escavadoras. E tambm para pintar: comea Gioconda em 1503. Segundo Vasari, Francesco Del Giocondo, um rico florentino, encomendou a Leonardo - e pagoulhe muito bem por isso - um retrato de sua mulher, Mona Lisa. Quatro anos depois o quadro no est pronto. Aqui comea o grande debate: quem a dama do quadro? A mulher de Giocondo? este o retrato de uma jovem de 26 anos? Ou o retrato de Constana dAvalos, Duquesa de Francavilla, "inclusive com o vu negro de viva?" H quem afirme - e a srio - que o encantador sorriso de um jovem, travestido. Diz a lenda que Leonardo tocava, para distrair seu modelo, msica composta por ele em instrumentos inventados por ele, como um rgo a gua e uma lira de prata (que daria de presente a Ludovico). O certo que a Mona Lisa Del Giocondo se tornou o quadro mais clebre da pintura ocidental. Hoje est no Louvre, como principal atrao turstica, numa sala em que um Rafael e um Correggio passam despercebidos, ofuscados pela fama da Gioconda. Aqui tambm Leonardo foi

copiado. A mesma pose foi repetida por dezenas de artistas que retrataram mulheres vestidas e despidas na mesma posio, procura do mesmo sorriso inimitvel, durante mais de cem anos. Tambm data de 1503 Santana, a Virgem e o Menino, cuja exposio um sucesso. Filipino Lippi, convidado a fazer o quadro para os padres da Annunziata, que queriam a Virgem, o Filho e a Me num mesmo altar, recusou-se modestamente, indicando Leonardo, em 1500. Ele recebe dinheiro por conta e no d andamento ao trabalho, nem apresenta um projeto. Est preocupado com a Geometria, depois com a Hidrulica, em seguida com a Geometria dos Slidos, e logo com a Anatomia. Leonardo tambm no completa o afresco que a Repblica Florentina encomenda para a Sala do Conselho do Palcio da Senhoria. Nesta enorme sala, Leonardo deveria pintar a Batalha de Anghiari, que ficaria de frente para outra pintura comemorativa, a da Batalha de Cascina, a cargo de um jovem que iniciava brilhantemente a carreira: Michelangelo Buonarroti. Certo de superar seu concorrente, Leonardo trabalha com rapidez e segurana. Mas, assim que o afresco comea a deteriorar-se, pois as novas tcnicas de Leonardo no aprovam, perde o interesse, faz um depsito de 150 florins e segue para Milo. Em Milo tenta recuperar a vinha que Ludovico lhe dera, procura acalmar os padres a quem ainda deve A Virgem dos Rochedos e aceita a incumbncia de fazer uma esttua eqestre, um monumento a Trivulce. Mas Ludovico reconquista o poder, os franceses fogem e Leonardo obrigado a sair s pressas, acusado de colaborar com o inimigo. Foge para Roma, coloca-se a servio de Juliano de Mdici. Roma no lhe simptica, prefere Rafael e Michelangelo, artistas mais jovens. Nesta poca quase no pinta, aprofunda seus estudos de Matemtica, dedica-se decididamente aos projetos de Arquitetura e de Engenharia, aos estudos de Anatomia, redao do seu tratado sobre pintura (que s ser editado posteriormente em Paris para comemorar o seu centenrio, em 1551, com o ttulo de Tratado da Pintura). E s em 1510 acaba por fim Santana, a Virgem e o Menino, ainda assim sem alguns detalhes. A morte de Juliano precipita sua partida de Roma. Aceita o convite de amigos franceses e deixa definitivamente a Itlia em 1516. Leva seus manuscritos, centenas de desenhos, trs quadros - todos os trs feitos por encomenda e nenhum deles entregue. Doente, com um problema de articulao na mo esquerda, no pinta mais, vai aos poucos perdendo as foras. Mora no Castelo de Cloux, perto de Amboise, no Touraine - uma residncia de Francisco I. O rei uma das suas visitas constantes. Outra De Beatis, secretrio do Cardeal de Aragon, a quem confessa que dissecara trinta cadveres, corpos que precisou comprar ou roubar para arrancar a pele, seguir o caminho das veias, estudar a juno dos ossos, aprender a disposio dos msculos, procura dos segredos do movimento do homem. Mostra suas pesquisas, as concluses a que chegou s questes que formulou tudo anotado numa escrita peculiar, intraduzvel, indecifrvel durante anos (at que se descobriu que ele escrevia para ser lido diante de um espelho). Esses cadernos, se revelados e aceitos na poca, certamente teriam feito a medicina avanar cem anos, no mnimo. O ms de abril de 1519 ele o passa na cama, cercado por trs quadros: a Mona Lisa del Giocondo; Santana, a Virgem e o Menino e o So Joo Batista, que provavelmente pintou em Roma como sua ltima obra.

No dia 2 de maio o Rei Francisco I visita mais uma vez Mestre Leonardo. Para aliviar-lhe a dor, sustenta sua cabea nos braos. "Reconhecendo que no podia gozar de honra maior" (segundo Vasari), Leonardo da Vinci morre nos braos do rei. Est morto o homem que inventou sapatos para caminhar sobre a gua, que inventou o salva-vidas, que inventou o compasso parablico, que inventou mquinas capazes de fazer lentes telescpicas de 6 metros e lentes cncavas, que demonstrou a impossibilidade do moto-contnuo, que descobriu a mecnica dos msculos, que mediu a distncia do Sol a Terra e o tamanho da Lua. Est morto o homem que pintou o quadro mais reproduzido do mundo, alm de pintar o quadro mais clebre, mas que entre todas suas obras s gostava verdadeiramente de Santana, a Virgem e o Menino.