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BIC Boletim da Indústria e do Comércio Exterior Volume 1 Número 3 ABRIL A JUNHO DE 2010

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BIC

Boletim da Indústria

e do Comércio Exterior

Volume 1

Número 3

ABRIL A JUNHO DE 2010

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FICHA TÉCNICA APEX

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DAVID KUPFER Coordenador

GALENO FERRAZ Redator

MARTA CALMON LEMME Redatora

FELIPE ARAÚJO Gestor de Informações / RJ

DANIELA CARBINATO Assistente de Pesquisa

JULIA TORRACCA Assistente de Pesquisa

CAROLINA DIAS Gerente Administrativa

Grupo Indústria e Competitividade do IE-UFRJ Avenida Pasteur, 250 / sls 105 e 114

Campus da Praia Vermelha, Urca Rio de Janeiro, RJ - CEP 22.290-240

Tel: 55 21 3873-5268 / Fax: 55 21 2548-8148

www.ie.ufrj.br/gic - [email protected]

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Boletim da Indústria e do Comércio Exterior: abr-jun /2010

BIC

Boletim da Indústria e do Comércio Exterior

Ano I Número 2

abr-jun de 2010

Parte A – Conjuntura da Indústria e do Comércio Exterior Parte B – Grupo Industrial em Foco: Indústrias de Maior Intensidade

Tecnológica (IN)

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CI: Commodities Industriais

CA: Commodities Agrícolas

IT: Indústrias Tradicionais

IN: Ind. Maior Intensidade Tecnológica

APRESENTAÇÃO

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Boletim da Indústria e do Comércio Exterior: abr-jun /2010

CI: Commodities Industriais

CA: Commodities Agrícolas

IT: Indústrias Tradicionais

IN: Ind. Maior Intensidade Tecnológica

O Boletim de Indústria e do Comércio Exterior – BIC é uma publicação trimestral da APEX-Brasil, elaborada pelo Grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GIC/IE-UFRJ), com o objetivo de prover ao mercado informações que integram o desempenho da indústria brasileira aos movimentos do comércio exterior. Para se aproximar desse objetivo, o BIC traz uma série inédita, denominada PIApP (PIA pela PIM), resultado de uma metodologia de atualização da PIA desenvolvida pelo GIC/IE-UFRJ, por intermédio das séries mensais que medem variações de quantidade produzida (PIM - Pesquisa Industrial Mensal, também do IBGE) e dos preços (IPA - Índice de Preços no Atacado, divulgada pela FGV/Conjuntura Econômica) para cada um dos cerca de 100 setores nos quais se abre a Classificação Nacional de Atividades Econômicas a três dígitos (CNAE-3D). É importante ressalvar que, como ocorre com qualquer série estatística nova, a metodologia utilizada, embora consolidada, gera valores aproximados, que ainda não puderam ser totalmente testados em aplicações práticas, de modo que se possa aferir a robustez empírica da calibragem utilizada. Outra particularidade do BIC está na tipologia de setores industriais utilizada. O BIC cobre todas as 29 divisões da indústria extrativa e de transformação da CNAE, organizadas em quatro grupos industriais com base nos padrões de concorrência e na situação competitiva no Brasil, conforme quadro abaixo. Montada a partir da experiência acumulada pelo GIC/IE-UFRJ na análise da atividade industrial, essa tipologia baseia-se na CNAE – 3D e em tradutores que permitem estabelecer a correspondência entre esses ramos de atividade e os produtos NCM - 8 dígitos, utilizados nos registros de comércio exterior. Commodities Industriais

(CI) Commodities Agrícolas

(CA) Indústrias Tradicionais

(IT) Indústrias de Maior Intensidade

Tecnológica (IN) - Extrativa mineral - Refino de petróleo e produção de etanol - Química básica - Metalurgia - Fabricação de minerais não metálicos

- Abate e preparação de carnes - Fabricação e refino de óleos vegetais - Indústria do açúcar - Indústria do café - Fumo - Papel e celulose - Fabricação de produtos de madeira, exceto móveis

- Produtos alimentícios e bebidas - Produtos têxteis - Artigos de vestuário e acessórios - Calçados e de artigos de couro e peles - Edição e gráfica - Perfumaria, higiene e limpeza e químicos diversos - Móveis e indústrias diversas - Produtos de metal - Artigos de borracha e plástico

- Produtos farmacêuticos e defensivos - Máquinas e tratores - Material de escritório e produtos de informática - Aparelhos e equipamentos de material elétrico - Aparelhos e equipamentos de material eletrônico - Instrumentação médico-hospitalares e automação - Automóveis, caminhões e ônibus - Outros materiais de transporte

O BIC está organizado em duas partes. A Parte A é dedicada à análise de indicadores conjunturais da produção e do comércio exterior do conjunto da indústria brasileira no trimestre considerado. A Parte B faz um exame detalhado das tendências recentes no grupo industrial em foco (CI, CA, IT ou IN).

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CI – Commodities Industriais

CA – Commodities Agroindustriais

IT – Indústria Tradicional IN – Indústria com Maior Conteúdo Tecnológico

1

SUMÁRIO

PARTE A - CONJUNTURA DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO EXTERIOR ............................. 2

DESTAQUES DO 2º TRIMESTRE DE 2010 .......................................................................... 3

A.1 - PANORAMA GERAL .................................................................................................. 5

A.2 - PRODUÇÃO INDUSTRIAL .......................................................................................... 7

A.3 - EXPORTAÇÕES .......................................................................................................... 9

A.4 - IMPORTAÇÕES ........................................................................................................ 21

A.5 - BALANÇA COMERCIAL ............................................................................................ 28

PARTE B - GRUPO INDUSTRIAL EM FOCO: INDÚSTRIAS DE MAIOR INTENSIDADE TECNOLÓGICA (IN)...................................................................................................... 29

resumo ............................................................................................................................ 31

B.1. VALOR DA PRODUÇÃO ............................................................................................ 34

B.2 - COMÉRCIO EXTERIOR DO GRUPO DOS PRODUTOS IN: PANORAMA RECENTE ..... 37

B.3 - COEFICIENTES DE EXPORTAÇÃO (X/VP) e DE IMPORTAÇÃO (M/VP) .................... 52

B.4 - características estruturais DAS Exportações .......................................................... 56

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CI – Commodities Industriais

CA – Commodities Agroindustriais

IT – Indústria Tradicional IN – Indústria com Maior Conteúdo Tecnológico

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PARTE A - CONJUNTURA DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO EXTERIOR

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DESTAQUES DO 2º TRIMESTRE DE 2010

No 2º trimestre de 2010, produção, exportação e importação de industrializados apresentaram crescimento, em relação ao 1º trimestre de 2010. O maior crescimento das exportações em relação às importações permitiu que a balança comercial trimestral de produtos industrializados apresentasse pequeno superávit.

Excluídos petróleo, gás e derivados, a produção industrial (em R$) apresentou crescimento de

cerca de 8,5% em relação ao trimestre anterior. Foi assim a segunda maior produção trimestral desde o 1º trimestre de 2005. O Grupo “Commodities Agroindustriais”, com crescimento de 25%, em relação ao trimestre anterior, foi o que mais contribuiu para o crescimento da produção industrial*.

As exportações de produtos industrializados*1 apresentaram crescimento (em US$) de 23% em

relação ao trimestre anterior. Merece registro o fato de ter sido a maior expansão de todos os 2ºs trimestres desde 2005, refletindo a recuperação da economia mundial e, em parte, os estímulos à exportação concedidos pelo governo brasileiro para fazer frente à crise. Dentre os Grupos analisados, os de melhor desempenho foram “Commodities Agroindustriais” (CA), o qual não inclui commodities agrícolas in natura, tais como soja em grãos, e “Commodities Industriais, exclusive Petróleo, Gás e Derivados” (CI*). O pior desempenho foi o do Grupo “Indústrias Tradicionais” (IT).

Quanto ao destino das exportações de industrializados*, tanto em termos agregados, como por

Grupos, no 2º trimestre de 2010, em relação à média das exportações dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009, se observa a perda de relevância do mercado norte-americano. A despeito do pequeno incremento das importações norte-americanas no 2º trimestre de 2010, em relação à média dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009, as exportações brasileiras de todos os Grupos apresentaram retração no trimestre em foco em relação à média dos 2ºs trimestres.

A evolução do Índice de Herfindhal relativo às exportações* por produto, ao longo dos 2ºs

trimestres de 2005 a 2010, confirma a tendência de aumento da concentração das exportações do Grupo CI* e CA, já observada na análise dos primeiros trimestres. Assim, as vendas desses Grupos para o mercado externo tornam-se cada vez mais dependentes do desempenho de um número restrito de produtos: minérios de ferro, no caso do Grupo CI*, e açúcar em bruto, bagaço de soja e celulose, no caso do Grupo CA.

As exportações de produtos dos Grupos CA e IT apresentam tendência de desconcentração de

seu destino, em decorrência do aumento da relevância de mercados de países em desenvolvimento.

Em relação às importações de industrializados, com e sem “petróleo, gás e derivados”, o 2º

trimestre de 2010 confirma a retomada da trajetória de crescimento, iniciada a partir da segunda metade de 2009. Lideraram o incremento das importações de industrializados* as compras externas de produtos dos Grupos IN e CI*. Somente as importações de produtos do Grupo CA apresentaram retração no 2º trimestre de 2010, em relação ao trimestre anterior, retração esta em grande parte explicada pela contração das importações de carnes.

1 O uso do asterisco (*) indica que o dado não inclui os valores referentes ao ramo “Petróleo, gás e derivados.”

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Os cinco principais países de origem das importações de produtos industrializados*, no 2º trimestre de 2010, foram UE-15, EUA, China, Ásia (exceto Oriente Médio, China, Índia e Japão) e Argentina. Em relação a essas origens, se observa crescimento das importações de produtos de todos os Grupos (2º trimestre contra médias dos 2ºs trimestres de 2005-2009), à exceção das importações de produtos do Grupo CI*, originárias da Argentina. Em todos os casos, foram as compras de produtos do Grupo IN as que mais contribuíram para o incremento das aquisições de industrializados* provenientes dos países mencionados.

Em síntese, o superávit comercial de produtos industrializados* no 2º trimestre de 2010,

quando comparado com o saldo médio dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009, apresentou incremento, em decorrência da forte redução do déficit comercial do Grupo IN. No caso dos Grupos CA e CI*, observa-se redução do superávit.

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A.1 - PANORAMA GERAL

CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE INDUSTRIALIZADOS SUPERA O INCREMENTO DAS IMPORTAÇÕES E BALANÇA COMERCIAL DE INDUSTRIALIZADOS APRESENTA SUPERÁVIT.

A despeito da crise europeia, as projeções do FMI de crescimento da economia e comércio mundiais para 2010 foram, em julho/2010, revistas para, respectivamente, 4,6% e 9,0% (0,4 e 2,0 pontos percentuais acima das previsões de abril/2010). Reafirmou-se, assim, a tendência de recuperação da economia mundial observada no primeiro trimestre de 20102. No Brasil, o 2º trimestre de 2010, em relação ao trimestre anterior, apresentou crescimento da produção industrial e da exportação e importação de produtos industrializados de, respectivamente, 9%, 21% e 12%, em valor (US$)3. Cabe salientar que, observando-se os 2ºs trimestres a partir de 2006, o crescimento das exportações e o das importações no 2º trimestre de 2010 ficou abaixo somente do crescimento observado no 2º trimestre de 2008. Já em relação à produção industrial, o crescimento observado no 2ª trimestre de 2010 foi, na série 2006-2010, inferior ao observado nos demais 2ºs trimestres, exceto ao do ano de 2008 (Gráfico A.1).

Gráfico A.1 Variação da Produção, Exportação e Importação de Bens Industrializados

(2º trimestre contra trimestre anterior)

02 Tr 06 02 Tr 07 02 Tr 08 02 Tr 09 02 Tr 10-5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

02 Tr 06 02 Tr 07 02 Tr 08 02 Tr 09 02 Tr 10

Produção Industrial (US$ mil) Exportação Industrializados (US$ mil)

Importação Industrializados (US$ mil)

FONTE: Elaboração Própria, a partir de dados do ALICEWEB, BACEN e PIApP

Com o maior crescimento das exportações em relação às importações, volta a ser observado superávit (US$ 333 milhões) na balança comercial de produtos industrializados (Gráfico A.2).

2 FMI. World Economic Outlook Update (julho 2010)

3 Em relação à variação da produção industrial, em US$ , deve ser salientado que o efeito da variação cambial foi

insignificante, visto que o câmbio do 1º trimestre de 2010 para o 2º trimestre deste ano manteve-se praticamente estável (variação de -0,5%).

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Gráfico A.2 Evolução do Saldo Comercial de Produtos Industrializados (US$ 106)

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

55.000

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03 Tr

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04 Tr

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02 Tr

06

03 Tr

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04 Tr

06

01 Tr

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02 Tr

07

03 Tr

07

04 Tr

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01 Tr

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02 Tr

08

03 Tr

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08

01 Tr

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02 Tr

09

03 Tr

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04 Tr

09

01 Tr

10

02 Tr

10

Exp Prod Ind Imp Prod. Ind Saldo Comercial

Fonte: Elaboração Própria, a partir de dados do ALICEWEB

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A.2 - PRODUÇÃO INDUSTRIAL

PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO 2º TRI 2010 É A SEGUNDA MAIOR PRODUÇÃO TRIMESTRAL DO PERÍODO 2005-2010 (2ºTRI). No 2º trimestre de 2010, o valor da produção industrial brasileira (em R$) apresentou crescimento de cerca de 9,0% em relação ao trimestre anterior. Excluídos petróleo, gás e derivados, o crescimento da produção industrial, cuja composição é apresentada no Box 01, foi de cerca de 8,5%. Dentre os Grupos sob análise, foi o Grupo “Commodities Agroindustriais” (CA) que apresentou o maior crescimento no trimestre em foco, 25% em relação ao trimestre anterior. Os Grupos “Indústrias de Maior Conteúdo Tecnológico” (IN) e “Commodities Industriais, Exclusive Petróleo, Gás e Derivados” (CI*) apresentaram crescimento do valor da produção de cerca de 8%, enquanto o Grupo “Indústrias Tradicionais” (IT) praticamente não apresentou variação do valor de sua produção – crescimento inferior a 1% (Gráfico A.3).

Gráfico A.3 Evolução do Valor da Produção (Total e Por Grupos) - R$ 106 correntes

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

450.000

1º Trim

05

2º Trim

05

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4º Trim

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2º Trim

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1º Trim

10

2º Trim

10

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20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

1º Trim

05

2º Trim

05

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05

4º Trim

05

1º Trim

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3º Trim

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1º Trim

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1º Trim

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2º Trim

09

3º Trim

09

4º Trim

09

1º Trim

10

2º Trim

10

Total Total* CI* CA IT IN

Fonte: Elaboração Própria, com base nos dados PIApP

Deve ser destacado que a produção industrial*, no 2º trimestre de 2010, somente foi inferior à produção observada no 3º trimestre de 2008, pico da produção industrial trimestral no período 2005 ao 2º trimestre de 2010.

A produção do Grupo “Commodities Agroindustriais” (CA) é marcada pela sazonalidade, correspondendo o 2º trimestre ao período de recuperação da produção. No período de 2005 a 2010, o Grupo CA foi o de melhor desempenho em todos os segundos trimestres. O valor da produção no 2º trimestre de 2010 foi o mais elevado entre todos os segundos trimestres observados desde 2005. Os ramos que mais contribuíram para o crescimento da produção dessas commodities, no 2º trimestre de 2010 em relação ao trimestre anterior, foram os do “Açúcar”, com crescimento de 381%, e “Carnes”, com crescimento de 19%. O ramo de pior desempenho nesse 2º trimestre foi o de “Papel e Celulose”, cuja produção manteve-se praticamente estável em relação ao trimestre anterior.

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A despeito de o 2º trimestre de 2010 ter sido o de pior desempenho (em relação ao trimestre anterior) entre todos os 2ºs trimestres de 2005-2010, o valor da produção (em R$) do Grupo “Indústrias Tradicionais” (IT) foi o mais elevado dentre os 2ºs trimestres observados. O ramo que apresentou maior crescimento foi o de “Artigos de Vestuário e Acessórios”, 21% em relação ao trimestre anterior. Já o ramo “Fabricação de Produtos de Metais, exceto Máquinas”, que havia se destacado no 1º trimestre de 2010 por ter sido o único do Grupo com desempenho positivo, apresentou retração de 16% – retração esta explicada em grande parte pela contração do valor da produção do setor de “Estruturas Metálicas e Obras de Caldeiraria Pesada”. Não obstante tal contração, os valores da produção tanto do ramo quanto do setor foram superiores aos valores observados em todos os trimestres do período 2005-2010, à exceção do 1º trimestre de 2010. No 2º trimestre de 2010, o Grupo “Indústrias de Maior Intensidade Tecnológica” (IN) apresentou o terceiro melhor resultado, em termos de valor da produção industrial, da série 2005-2010, ficando aquém apenas dos 2º e 3º trimestre de 2008, trimestres que precederam a crise internacional. Foi o ramo “Automóveis, Caminhões e Ônibus”, com crescimento de 11% em relação ao trimestre anterior, o que mais contribuiu para o incremento da produção do Grupo, no 2º trimestre de 2010. Neste ramo, foi o setor “Caminhões e Ônibus” o de maior crescimento no trimestre – aumento de 17% em relação ao trimestre anterior. Ainda que, em função de sua menor relevância no Grupo, tenham apresentado menor contribuição ao crescimento de sua produção, cabe destacar os ramos de “Aparelhos e Equipamentos Eletrônicos”, com crescimento de 22% em relação ao trimestre anterior, e de “Instrumentação Médico-Hospitalares e Automação”, com crescimento de 18%. Os ramos de pior desempenho no 2º trimestre de 2010 foram os de “Máquinas e Tratores” e de “Aparelhos e Equipamentos Elétricos”, com crescimento de, respectivamente, 2% e 3%. Para o Grupo “Commodities Industriais, Exclusive Petróleo, Gás e Derivados de Petróleo” (CI*), o 2º trimestre de 2010 também foi o terceiro melhor trimestre, em termos de valor da produção, da série 2005-2010. Assim como no caso do Grupo IN, o valor da produção neste trimestre somente foi superado pela produção dos 2º e 3º trimestres de 2008. O crescimento da produção do Grupo CI*, no 2º trimestre de 2010, decorreu do significativo crescimento da produção do ramo “Outros Combustíveis” (Produção de Álcool), a despeito do seu pequeno peso na produção do Grupo, e do ramo “Metalurgia”, em especial dos setores Siderúrgico e Fundição.

INCREMENTO DO COEFICIENTE DE EXPORTAÇÕES DO GRUPO CI*, EM RELAÇÃO AO TRIMESTRE ANTERIOR Cerca de metade do incremento da produção industrial* no 2º trimestre de 2010, em relação ao trimestre anterior, pode ser atribuído ao crescimento das exportações. Enquanto as vendas para o

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mercado externo aumentaram quase US$ 7 bilhões, a produção industrial apresentou incremento de cerca de US$ 15 bilhões. Observou-se assim um pequeno incremento do coeficiente de exportações em relação ao trimestre anterior – de 18% para 20%. Quando analisado o coeficiente de exportações por Grupos, observa-se que foi o Grupo CI* o que apresentou maior incremento – de 25% para 30% –, enquanto os demais Grupos não apresentaram mudança significativa (CA, de 37% para 38%; IN, de 13% para 15%; e IT manteve-se em 9%). O coeficiente de importações de industrializados*, por sua vez, manteve-se estável em relação ao trimestre anterior, 19%. As variações dos coeficientes por Grupos também mantiveram-se relativamente estáveis.

A.3 - EXPORTAÇÕES

GRUPOS CI* E CA AUMENTAM SUAS EXPORTAÇÕES EM QUASE 30% EM RELAÇÃO AO TRIMESTRE ANTERIOR. No 2º trimestre de 2010, as exportações brasileiras de produtos industrializados (em US$) cresceram 21% em relação ao trimestre anterior. Excluídos petróleo, gás e derivados, o aumento das exportações de industrializados foi de 23%. Em relação à exportação total de industrializados, esse foi o segundo maior incremento de exportações observado nos 2ºs trimestres de 2005 a 2010, ficando abaixo apenas do crescimento observado no 2º trimestre de 2008. No caso de industrializados, exclusive petróleo, gás e derivados, esse foi o maior incremento de exportações observado nos 2ºs trimestres de 2005 a 2010. Assim como foi observado em relação ao 1º trimestre de 2010, o melhor desempenho das vendas externas no 2º trimestre de 2010 reflete, em parte, medidas de estímulo às exportações adotadas pelo governo, assim como a recuperação da economia mundial. No trimestre em foco, os Grupos CI* e CA4 apresentaram crescimento de exportações de cerca de 29% em relação ao trimestre anterior, enquanto o Grupo IN apresentou incremento de cerca de 20%. O Grupo IT foi o de pior desempenho, com crescimento de apenas 4% de suas exportações em relação ao 1º trimestre de 2010.

Gráfico A.4 Evolução das Exportações Brasileiras de Produtos Industrializados*

(Total e Por Grupos) - US$ FOB 106 corrente

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

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Total Total* CI* CA IT IN

(*) Exclusive Petróleo, Gás e Derivados Fonte: Elaboração Própria, a partir de dados do ALICEWEB

4 O Grupo “Commodities Agroindustriais” não inclui as commodities agrícolas in natura, tais como soja em grãos.

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CI – Commodities Industriais

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A sazonalidade é uma característica das exportações do Grupo CA, sendo um evento normal o incremento das vendas externas do Grupo no 2º trimestre do ano em relação ao primeiro trimestre. No 2º trimestre de 2010, foram os ramos “Açúcar” e “Óleos Vegetais”, seguidos pelos ramos “Fumo” e “Carnes” os de maior contribuição para o incremento de 29% das exportações do Grupo. As exportações desses ramos apresentaram crescimento, em relação ao 1º trimestre de 2010, de respectivamente 31%, 58%, 167% e 17%.

Em relação ao Grupo IN, cuja trajetória de crescimento das exportações foi bruscamente interrompida com a eclosão da crise no final de 2008, se observa que, a despeito do incremento de 20% das exportações no 2º trimestre de 2010, as vendas para o mercado externo ainda encontram-se bastante aquém do pico observado no 3º trimestre de 2008. No trimestre em foco, foram as exportações dos ramos “Automóveis, Caminhões e Ônibus” (com destaque para autopeças e automóveis), seguidas pelas exportações de “Outros Materiais de Transporte” (em especial, aeronaves) e de “Máquinas e Tratores” (em especial, aquelas para uso em extração mineral e construção) as de maior contribuição para o incremento das vendas externas do Grupo. Nenhum ramo apresentou retração de suas exportações no 2º trimestre deste ano. Porém, as exportações de alguns poucos setores apresentaram queda, dentre os quais se destaca “Defensivos Agrícolas”, com contração de quase 30% em relação ao trimestre anterior.

O incremento de 29% das exportações do Grupo CI* no 2º trimestre de 2010 é explicado quase que exclusivamente pelo crescimento das exportações de minério de ferro (do ramo “Indústria Extrativa Mineral”), cujas exportações aumentaram cerca de 70%. O ramo “Metalurgia” também apresentou, ainda que em menor magnitude, contribuição para o crescimento das vendas externas do Grupo, em especial em função do incremento das exportações dos setores “Ferro Gusa e Ferro Ligas” e “Siderurgia”. O único ramo a apresentar contração de suas exportações foi o de “Outros Combustíveis”, em decorrência da redução das vendas externas do setor “Álcool”.

Os ramos que compõem o Grupo “Indústrias Tradicionais” apresentaram comportamento bastante diferenciado no trimestre sob análise. Dos nove ramos que compõem o Grupo, apenas cinco apresentaram crescimento de suas vendas externas em relação ao trimestre anterior. Foram eles: “Alimentos e Bebidas” (4%); “Móveis e Indústrias Diversas” (16%); “Produtos de Metais” (12%); “Borracha e Plástico” (8%); e “Edição e Gráfica” (24%). O crescimento desses ramos, porém, foi contrarrestado pela retração das exportações de “Têxteis” (-4%); “Vestuário e Acessórios” (-9%); e “Perfumaria, Higiene e Limpeza” (-2%); e pela relativa estabilidade das exportações de “Couro e Calçados” (-1%). Em relação a este último ramo, deve ser salientado que as exportações de calçados, que no 1º trimestre apresentaram crescimento de 21%, no 2º trimestre de 2010 apresentaram igual retração.

O Quadro A.1 apresenta os setores, por Grupo, com melhor e pior desempenho no 2º trimestre de 2010. Dentre os setores com melhor desempenho, somente quatro assumiram maior representatividade dentro de cada Grupo: “Açúcar”, com participação de 25%; “Celulose”, participação de 11%; “Minério de Ferro”, com participação de 47%; “Produtos Químicos Orgânicos”, participação de 7%. Nos demais casos, a participação das exportações desses setores não ultrapassou 4% das exportações de cada Grupo.

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Quadro A.1

Setores com Melhor e Pior Desempenho Exportador e Principais Produtos Exportados

GRUPOS Setores com Melhor Desempenho

(Posição relativa no Grupo – Média / 2º Tr 2010)

Principais Produtos Exportados pelo Grupo (2º Tr 2010)

Setores com Pior Desempenho

(Posição Relativa no Grupo – Média/ 2º Tr

2010)

CA (11 setores)

- Açúcar (3º/ 2º) - Celulose e Outras Pastas (4º / 4º)

- Açúcar de cana, em bruto - Bagaço de soja

------

CI* (22 setores)

- Minério de Ferro (1º/1º) - Químicos Orgânicos (5º/4º) - Minerais Metálicos Não Ferrosos (8º/ 7º) - Artefatos de concreto, fibrocimento, gesso e estuque (18º/ 17º)

- Minério de ferro (aglomerado) - Minério de ferro (não aglomerado)

5

- Coquerias (21º/ 22º) - Cimento (17º/ 19º) - Combustíveis Nucleares (20º/20º)

IN (35 setores)

- Produtos Farmacêuticos (9º/8º) - Veículos Ferroviários (25º/13º) - Armas, munições e equipamentos militares (27º/ 15º)

- Outros aviões e veículos aéreos (com mais de 15 t) - Automóveis de até 6 passageiros, 1500<CM3≤3000

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IT (31 setores)

- Fibras Têxteis Naturais (21º/15º) - Reprodução de Materiais Gravados (29º/26º)

- Outros Couros - Outros Calçados de Couro Natural

------

(*) MELHOR DESEMPENHO – Valor (US$ FOB) das exportações no 2º trimestre de 2010 superior, em 50% ou mais, ao valor médio das exportações nos 2ºs trimestres de 2005 a 2009 PIOR DESEMPENHO – Valor (US$ FOB) das exportações no 2º trimestre de 2010 inferior, em 50% ou mais, ao valor médio das exportações nos 2ºs trimestres de 2005 a 2009

Fonte: Elaboração Própria, a partir de dados do ALICEWEB

BOX A.01 MEDIDAS DE ESTÍMULO ÀS EXPORTAÇÕES

(Abril/2010 a Agosto/2010) Em maio de 2010, o Governo brasileiro anunciou o “Pacote de Competitividade”, envolvendo medidas

de comércio exterior e de incentivo à produção doméstica. Com relação às exportações, foram anunciadas medidas para desoneração tributária das exportações e para seu financiamento e garantia (criação do EXIM Brasil e do Fundo Garantidor de Comércio Exterior – cobertura de riscos não cobertos pelo mercado; e extensão a bens de consumo do PROEX Pré-embarque).

Em junho e em agosto, foram publicadas, respectivamente, a Portaria MF nº 248 e a Instrução Normativa RFB nº 1060, relativas a procedimentos para ressarcimento, na exportação, do PIS/PASEP, COFINS e créditos do IPI.

Em julho, por meio da Medida Provisória nº 497, foi implementado o drawback isenção para o mercado interno.

PERDA DE RELEVÂNCIA DO MERCADO NORTE-AMERICANO COMO DESTINO DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS*, EM ESPECIAL PARA OS PRODUTOS DO GRUPO CA e IN. Os cinco principais mercados de exportação6 para os produtos industrializados brasileiros, exclusive petróleo, gás e derivados, no 2º trimestre de 2010, encontram-se apresentados na Figura A.1. Esses mercados responderam, nesse trimestre, por cerca de 63% dessas exportações7.

5 Se considerado o Grupo Commodities Industriais, sem exclusão de petróleo e derivados, os dois principais produtos

exportados são “Minérios de Ferro Aglomerados” e “Óleos brutos de petróleo”. 6 Estão sendo considerados os mercados de exportação segundo a seguinte agregação: África; América Latina**

(América do Sul e Central, inclusive Caribe e exceto Mercosul); Argentina; Ásia**, exceto China, Índia, Japão e Oriente Médio; Canadá; China; EUA e suas dependências; Europa**, exceto UE-15; Índia; Japão; Mercosul, exceto Brasil e Argentina; México; Oceania; Oriente Médio; e, UE-15 e suas dependências.

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Figura A.1 Principais destinos das exportações brasileiras de produtos industrializados*

(2º Trimestre de 2010)

OBS: O percentual entre parênteses corresponde à variação do valor US$ exportado no 2º trimestre de 2010 contra o valor médio exportado nos 2ºs trimestres de 2005 a 2009 Fonte: Elaboração própria com base no ALICEWEB

Os mercados que mais contribuíram para o crescimento das exportações de produtos industrializados* no 2°trimestre de 2010, em relação à média dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009, foram China, UE-15 e Argentina. Além desses mercados, deve também ser destacado o Oriente Médio, mercado para o qual o crescimento das exportações brasileiras de produtos industrializados* foi de 70% no 2° trimestre de 2010, em relação à média dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009. A despeito do significativo crescimento das exportações de industrializados* para o mercado chinês (comparando-se o 2º trimestre de 2010 com a média dos 2ºs trimestres), deve ser observado que este mercado perdeu posição em relação à sua situação no 2º trimestre de 2009, quando ocupou a segunda posição. O mercado que se destaca em termos de mudança de posição no 2º trimestre de 2010 é o argentino, que nos 2ºs trimestres dos anos anteriores ocupou o 4º lugar no ranking dos principais mercados das exportações brasileiras de industrializados*. Dos principais destinos, foi o mercado norte-americano o único a apresentar retração das exportações brasileiras de industrializados* em relação à média dos 2ºs trimestres. Destaque-se que esse país, no 2º trimestre de 2005, ocupava o posto de principal destino dessas exportações, perdendo posição a

7 Considerando as exportações totais de industrializados, isto é, inclusive petróleo, gás e derivados, o ranking

dos mercados de destino sofre modificações, no 2º trimestre de 2010, exceto no caso da União Europeia, que se mantém em 1º lugar. O 2º lugar, porém, passa a ser ocupado pela China, o 3º lugar pela América Latina, o 4º lugar pelos EUA, e a Argentina fica em 5º lugar. Se considerarmos o total de exportações brasileiras (incluindo as commodities agrícolas in natura), a União Europeia ainda se mantém em 1º lugar; porém, a China passa a ocupar a segunda posição do ranking, seguida por América Latina (América do Sul e Central, inclusive Caribe e exceto Mercosul), EUA e Argentina.

UE-15: 1º lugar (34%)

Argentina: 2º lugar (33%)

América Latina, excl. Mercosul e incl. Caribe:

3º lugar (13%)

China: 4º lugar (110%)

EUA: 5º lugar (-27%)

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cada ano, chegando, assim, no trimestre em foco, na 5ª posição. Cabe salientar que também se observa contração das exportações de industrializados* para o mercado japonês no 2º trimestre de 2010, em relação à média dos 2ºs trimestres de 2005-2009.

O Gráfico V apresenta as distintas cestas exportadas para os cinco principais mercados no 2º trimestre de 2010 e a cesta média exportada para cada um desses mercados nos 2ºs trimestres de 2005 a 2009. Para o mercado da UE-15, as exportações de commodities – agroindustriais e industriais – no 2º trimestre de 2010, assim como na média dos 1ºs trimestres de 2005 a 2009, representaram mais de 60% das vendas brasileiras de industrializados* para aquele mercado8. O Grupo que apresentou maior crescimento foi o Grupo CI*, deslocando assim as commodities agroindustriais da posição de principal grupo exportador para o mercado europeu. No caso do mercado argentino, observa-se forte concentração das exportações de produtos do Grupo IN – aproximadamente 60% das exportações, tanto na média dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009, quanto no 2º trimestre de 2010, com os automóveis com menos de 3.000 cilindradas e os terminais portáteis de telefonia celular como principais produtos de exportação. Deve ser destacado que, dos 20 principais produtos do Grupo IN exportados para a Argentina, no 2º trimestre de 2010, 15 se referiam a produtos pertinentes ao ramo “Automóveis, Caminhões e Ônibus”, no qual se incluem as autopeças. Em relação ao bloco América Latina**9, observa-se também predomínio das exportações de produtos do Grupo IN, ainda que não responda por parcela majoritária das exportações brasileiras de industrializados*. Destaque-se o fato de o Grupo IN ter perdido participação na cesta exportada para os países desse bloco para produtos do Grupo CA: na média dos 2ºs trimestres, o Grupo IN respondia por 47% e o Grupo CA por 12% das exportações para o bloco; no 2º trimestre de 2010, essas participações foram de, respectivamente, 42% e 17%10. Para o mercado chinês, são as vendas de produtos do Grupo CI* as que responderam por parcela majoritária (e crescente) das exportações brasileiras – 68%, na média dos 2ºs

8 Os dois principais produtos exportados do Grupo CA para a UE-15 no 2º trimestre de 2010, assim como na

média dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009, foram “Bagaços e outros resíduos sólidos, da extração do óleo de soja” e “Celulose”. No caso do Grupo CI*, os dois principais produtos de exportação, tanto no 2º trim/2010, quanto na média dos 2ºs trim/2005-2009, foram os “Minérios de Ferro Não Aglomerados” e “Minérios de Ferro Aglomerados”. Deve ser destacada a perda de posição das carnes bovinas e de frangos na pauta exportadora do Grupo CA: se na média dos 2ºs trimestres 2005-2009 as carnes de frango congeladas e as carnes bovinas refrigeradas e congeladas ocupavam, respectivamente, as 4ª, 5ª e 7ª posições; no 2º trim/2010, esses produtos passam a ocupar as 10ª, 11ª e 15ª posição. No caso de produtos do Grupo CI*, houve mudança significativa do ranking para os demais produtos distintos dos minérios de ferro. Por exemplo, destacam-se pela perda de posição os cátodos de cobre (de 3ª, na média, para 19ª posição no 2º trim/2010); o alumínio não ligado – de 4º para 11º posição; e as ligas de alumínio em forma bruta – de 8ª para 17ª posição. Por outro lado, passam a ocupar lugar de destaque as exportações de ouro em barra (de 7ª para 3ª posição); outros minérios de cobre (de 13ª para 4ª posição) e os outros tubos flexíveis de ferro ou aço – da 18ª posição na cesta média para a 6ª posição no 2º trim/2010. 9 O uso de dois asteriscos (**) ao lado de América Latina significa que o dado refere-se a todos os países da

América do Sul e Central, exclusive Mercosul e inclusive Caribe. 10

Observa-se mudança significativa do ranking dos principais produtos exportados do Grupo IN para o mercado latino-americano na média dos segundos trimestres de 2005 a 2009 e no 2º trimestre de 2010. Neste último período, os principais produtos foram, em 1º lugar, aeronaves (que na média ocuparam a 12ª posição); em 2º lugar, os terminais portáteis de telefonia celular (que na média ocupou o 1ºlugar); e, em 3º lugar, os chassis com motor diesel (que na média ocuparam o 8º lugar).

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CI – Commodities Industriais

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IT – Indústria Tradicional IN – Indústria com Maior Conteúdo Tecnológico

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trimestres, e 72%, no 2º trimestre de 2010, sendo “minérios de ferro não aglomerados” o principal produto de exportação desse Grupo. Por fim, para os EUA, observa-se retração das exportações de todos os Grupos, quando se compara o 2º trimestre de 2010 com a média dos 2ºs trimestres de 2005-2009. O Grupo que sofreu maior retração foi o Grupo IN, tendo perdido participação para todos os demais Grupos, em especial para o Grupo CA11. Ressalte-se que as importações norte-americanas apresentaram, no trimestre em foco, pequeno incremento em relação à média dos 2°s trimestres de 2005 a 2009. Assim, a contração generalizada das exportações brasileiras para o mercado norte-americano não pode ser atribuída, exclusivamente, à lenta recuperação daquela economia.

GRÁFICO A.5

Exportações Brasileiras Produtos Industrializados, Exclusive Petróleo, Gás e Derivados, para os Cinco Principais Mercados

Média dos 2ºs Trimestres 2005-2009 x 2º Trimestre 2010 - US$ FOB milhões

UE-15

0

1.000

2.000

3.000CA

CI*

IN

IT

Média 2º Trim 05-09 2º Trim 10

Argentina

0500

1.0001.5002.0002.500

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IN

IT

Média 2º Trim 05-09 2º Trim 10

América

Latina**

-400100600

1.1001.600

CA

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IT

Média 2º Trim 05-09 2º Trim 10

China

-200300800

1.3001.8002.3002.800

CA

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IT

Média 2º Trim 05-09 2º Trim 10

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No 2º trimestre de 2010, os três principais produtos exportados pelo Grupo IN foram: outros aviões/veículos aéreos com peso superior a 15t; aviões turbojato, com peso entre 7 e 15 toneladas; e partes de outros motores/geradores. Na média dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009, esses produtos ocuparam, respectivamente, as 1ª, 3ª e 4ª posições.

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CI – Commodities Industriais

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EUA

-200300800

1.3001.8002.3002.800

CA

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IT

Média 2º Trim 05-09 2º Trim 10

Nota: América Latina** – América do Sul e Central, exclusive Mercosul e inclusive Caribe. Fonte: Elaboração própria com base no ALICEWEB

A análise dos destinos das exportações de industrializados*, por Grupo industrial, revela heterogeneidade significativa em termos dos principais mercados. Para nenhum dos Grupos em análise, os cinco principais destinos coincidem integralmente com os cinco principais destinos identificados para o total das exportações de industrializados*.

Em relação aos principais destinos das exportações do Grupo CI* (Gráfico A.6), no 2º trimestre de 2010 em comparação com a média dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009, devem ser destacados: (i) o fato de o mercado norte-americano ter sido o único dos cinco principais mercados a apresentar retração das exportações no 2º trimestre de 2010 em relação à média, perdendo para a China a posição de 2º principal destino das exportações do Grupo; (ii) o crescimento significativo das exportações para o mercado chinês, praticamente se equiparando ao valor exportado para o mercado comunitário; e (iii) o aumento da relevância do mercado japonês que, de 7ª posição na média, alcança o 5º lugar no ranking dos principais mercados.

Gráfico A.6 Exportações (US$ FOB 106) do Grupo CI*, por Destino

0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000

Demais Mercados

Japão (7º/5º)

Ásia** (6º/4º)

EUA (2º/3º)

China (3º/2º)

UE-15 (1º/1º)

Md 2º Trim 05-09 2º Trim 2010

Nota: Os números entre parênteses indicam a posição do país de destino na média dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009 / no 2º trimestre de 2010. Ásia** - Ásia, exceto China, Índia, Japão e Oriente Médio Fonte: Elaboração Própria, com base no Aliceweb

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As exportações do Grupo CA, por sua vez, são as que apresentam, em termos de principais mercados de destino, maior diferença em relação aos principais destinos das exportações totais de industrializados* (Gráfico A.7). Somente a UE-15 aparece entre os cinco principais destinos desses dois grupos de produtos (industrializados* e CA), em ambos os casos ocupando a 1ª posição. Vale ressaltar que o valor exportado no 2º trimestre de 2010 foi superior à média dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009 para todos os cinco principais destinos do 1º trimestre de 2010. Destaque-se, ainda, o fato de os EUA terem perdido a 5ª posição de principal mercado de destino, quando observada a cesta média, passando a ocupar a 7ª posição.

Gráfico A.7 Exportações (US$ FOB 106) do Grupo CA, por Destino

0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500

UE-15 (1º/1º)

Europa** (2º/2º)

Oriente Médio (3º/3º)

Ásia** (6º/4º)

África (4º/5º)

Demais Mercados

2º Trim 2010 Md 2º Trim 05-09

Nota: Os números entre parênteses indicam a posição do país de destino na média dos 1ºs trimestres de 2005 a 2009/no 1º trimestre de 2010. Europa** - todos os países exceto UE-15 Fonte: Elaboração Própria, com base no Aliceweb

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No caso das exportações do Grupo IN, a diferença observada entre os cinco principais parceiros para a totalidade de produtos industrializados* reside na ausência da China e na presença do México, ocupando o 5º lugar nas vendas externas de produtos de maior intenstidade tecnológica. Deve ser ressaltada a perda de relevância do mercado norte-americano que, na média das exportações do Grupo nos 2ºs trimestres de 2005 a 2009, ocupava a 2º posição e, no 2º trimestre de 2010, passa a ocupar a 4ª posição (Gráfico A.8). A UE-15 é o mercado que ganha relevância no 2º trimestre de 2010.

Gráfico A.8 Exportações (US$ FOB 106) do Grupo IN, por Destino

0 500 1.000 1.500 2.000 2.500

Demais Mercados

México (5º/5º)

EUA (2º/4º)

América Latina** (3º/3º)

UE-15 (4º/2º)

Argentina (1º/1º)

Md 2º Trim 05-09 2º Trim 2010

Nota: Os números entre parênteses indicam a posição do país de destino na média dos 1ºs trimestres de 2005 a 2009/no 1º trimestre de 2010. Fonte: Elaboração Própria, com base no Aliceweb

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IT – Indústria Tradicional IN – Indústria com Maior Conteúdo Tecnológico

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Os cinco principais destinos das exportações brasileiras de produtos do Grupo IT se diferenciam do principais destinos das vendas de industrializados em função da ausência da China e da presença do Mercosul**12 (Paraguai e Uruguai). Destaca-se a retração das exportações para os EUA no 2º trimestre de 2010, em relação à média dos 2ºs trimestres 2005-2009, a qual, todavia, não é suficiente para alterar sua posição no ranking dos mercados de exportação. A grande novidade no 2º trimestre de 2010 é o surgimento do Mercosul** como 5º principal mercado de destino, tendo deslocado os mercados asiático (exceto China, Japão, Índia e Oriente Médio) e africano (Gráfico A.9).

Gráfico A.9 Exportações (US$ FOB 106) do Grupo IT, por Destino

0 200 400 600 800 1.000 1.200

Demais Mercados

Mercosul** (7º/5º)

Argentina (4º/4º)

América Latina** (3º/3º)

EUA (2º/2º)

UE-15 (1º/1º)

Md 2º Trim 05-09 2º Trim 2010

Nota: Os números entre parênteses indicam a posição do país de destino na média dos 1ºs trimestres de 2005 a 2009/no 1º trimestre de 2010. Fonte: Elaboração Própria, com base no Aliceweb

12

Ao usar dois asteriscos (**) ao lado de Mercosul significa que o dado refere-se a todos os países do bloco exceto Brasil e Argentina.

EXP

OR

TAÇ

ÕES

GR

UP

O I

T P

OR

DES

TIN

O

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CI – Commodities Industriais

CA – Commodities Agroindustriais

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19

Fonte: Global Trade Alert

EXPORTAÇÕES DOS GRUPOS CI* E CA APRESENTAM TENDÊNCIA DE AUMENTO DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS. A comparação entre o índice de Herfindhal (índice de concentração) por produto, relativo aos 2ºs trimestres de 2005 a 2010 revela tendência de concentração das exportações, por produto, para os Grupos CA e, em especial, CI*. Para o Grupo IT, a tendência é de tênue desconcentração, enquanto que no caso do Grupo IN não é possível identificar tendência (Gráfico A.10).

BOX A.03 MEDIDAS ADOTADAS POR TERCEIROS

COM POSSÍVEIS IMPACTOS SOBRE EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS ABRIL A AGOSTO/2010

PARCEIRO/MEDIDA EFEITO

ABRIL

- Austrália: aumento do imposto sobre importações de certos tabacos Negativo

- Rússia, Bielorússia e Cazaquistão: aumento do imposto de importação sobre açúcar em bruto Negativo

MAIO:

- Índia: Redução de imposto de importação para diversos produtos (Aprovação do Orçamento 2010/2011)

Positivo

- EUA: Estabelecimento de quota adicional para importação de açúcar para o ano fiscal de 2010 Positivo

- Argentina: Lançamento de programa de concessão de crédito subsidiado para exportações de bens de capital

Negativo

JULHO:

- Argentina: Abertura de investigação antidumping sobre importações de tintas para impressão originárias do Brasil

Negativo

- Argentina: Aplicação de direito antidumping provisório sobre importações de compressores a gás originários do Brasil

Negativo

- Argentina: Aplicação de direito antidumping sobre importações de processadores de alimentos, originários do Brasil e da China

Negativo

- Argentina: Restrição à importação de preparações alimentícias, açúcar e carnes Negativo

AGOSTO:

- Índia: Incentivos à exportação para “Setores Críticos” (entre outros, minerais, alimentos, produtos têxteis, couro e calçados, papel e celulose, produtos de madeira, química básica)

Negativo

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CI – Commodities Industriais

CA – Commodities Agroindustriais

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20

Gráfico A.10

Evolução do Índice de Herfindhal de Industrializados*, por Produtos, segundo Grupos

0,000

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

CA CI* IN IT

2º Trim 05 2º Trim 06 2º Trim 07 2º Trim 08 2º Trim 09 2º Trim 10

Fonte: elaboração própria, com base no Aliceweb

Em relação ao destino das exportações, observa-se tendência de redução do grau de concentração das exportações dos Grupos CA e IT, em decorrência do esforço de diversificação de mercados por parte dos exportadores, conforme se observa no Gráfico A.11. Destaque-se que a tendência de desconcentração de mercados, também observada em relação ao Grupo IN, sofre reversão no 2º trimestre de 2010, explicada em função do aumento de relevância do mercado argentino. Por fim, em relação ao Grupo CI*, não houve variação significativa do grau de concentração dos mercados de destino de suas exportações no 2º trimestre de 2010, em relação à média dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009. A análise da evolução do Índice de Herfindhal ao longo dos 2ºs trimestres desses anos também não permite identificar claramente a ocorrência de alguma tendência.

Gráfico A.11 Índice de Herfindhal - Destino das Exportações Brasileiras de Produtos Industrializados*, por

Grupos

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

CA CI* IN IT

2º Trim 05 2º Trim 06 2º Trim 07 2º Trim 08 2º Trim 09 2º Trim 10

Fonte: Elaboração própria, a partir de dados do ALICEWEB

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A.4 - IMPORTAÇÕES

IMPORTAÇÕES DE PRODUTOS DO GRUPO IN E CI* LIDERAM O CRESCIMENTO DAS IMPORTAÇÕES DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS* NO 2º TRIMESTRE DE 2010 Após forte retração no início de 2009, as importações brasileiras de industrializados retomam, a partir do 3º trimestre daquele ano, sua trajetória de crescimento. No 2º trimestre de 2010, as importações brasileiras de produtos industrializados (US$), com e sem petróleo, gás e derivados, apresentaram crescimento de, respectivamente, de 12% e 11%, em relação ao trimestre anterior. Este crescimento decorreu basicamente do aquecimento da atividade econômica, visto que o câmbio, conforme mencionado anteriormente, manteve-se relativamente estável (Gráfico A.12). Foram as importações de produtos dos Grupos “Indústrias de Maior Intensidade Tecnológica” (IN) as que mais contribuíram para o crescimento das importações de industrializados*, com crescimento de 11%, em relação ao trimestre anterior. Dado seu menor peso na pauta de importações, as compras externas de produtos do Grupo “Commodities Industriais, Exclusive Petróleo, Gás e Derivados” (CI*), a despeito de terem apresentado crescimento superior ao das importações de produtos do Grupo IN, 16%, em relação ao trimestre anterior, tiveram menor contribuição para o crescimento das importações de industrializados*. As importações de produtos do Grupo “Indústrias Tradicionais” (IT) apresentaram incremento de cerca de 8% em relação ao trimestre anterior, enquanto as de produtos do Grupo “Commodities Agroindustriais” (CA) apresentaram retração de 11%.

Gráfico A.12 Evolução das Importações Brasileiras de Produtos Industrializados

(Total e Por Grupos) - US$ FOB 106 correntes

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

Tr

05

Tr

05

Tr

05

Tr

05

Tr

06

Tr

06

Tr

06

Tr

06

Tr

07

Tr

07

Tr

07

Tr

07

Tr

08

Tr

08

Tr

08

Tr

08

Tr

09

Tr

09

Tr

09

Tr

09

Tr

10

Tr

10

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

Tr

05

Tr

05

Tr

05

Tr

05

Tr

06

Tr

06

Tr

06

Tr

06

Tr

07

Tr

07

Tr

07

Tr

07

Tr

08

Tr

08

Tr

08

Tr

08

Tr

09

Tr

09

Tr

09

Tr

09

Tr

10

Tr

10

Total Total* CI* CA IT IN

(*) Exclusive Petróleo, Gás e Derivados Fonte: Elaboração Própria, a partir de dados do ALICEWEB

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À exceção dos produtos relativos ao ramo “Farmacêuticos e Defensivos Agrícolas”, as importações pertinentes a produtos de todos os demais ramos do Grupo IN apresentaram crescimento no 2º trimestre de 2010, com destaque para as compras externas de produtos do ramo “Automóveis, Caminhões e Ônibus”, cujo crescimento foi de 19%, e de produtos do ramo “Aparelhos e Equipamentos Eletrônicos”, com crescimento de 17%. A retração de 14% das importações de produtos do ramo “Farmacêutico e Defensivos Agrícolas” deveu-se à contração das aquisições de produtos farmacêuticos, visto que as importações de defensivos agrícolas apresentaram incremento de 27% em relação ao 1º trimestre de 2010. As importações de produtos do ramo “Química Básica”, com crescimento de 14%, foram as que mais contribuíram para o incremento de 16% das importações de produtos do Grupo CI*. A seguir, em termos de maior contribuição ao crescimento das compras externas desses produtos, encontram-se as importações de produtos do ramo “Extrativa Mineral” (27%), puxadas pelo incremento das compras externas de carvão mineral (40%) e outros minerais não metálicos (127%). As importações dos demais ramos também apresentaram crescimento no 2º trimestre de 2010 em relação ao trimestre anterior. No caso das importações de produtos pertinentes ao Grupo IT, destacam-se, por sua maior contribuição, as importações de produtos dos ramos “Móveis e Indústrias Diversas”, com crescimento de 14%, puxado pelo incremento de compras externas de produtos do setor de “Produtos diversos de metais”; “Perfumaria e Material de Higiene” e “Artigos de Borracha e Plástico”. O incremento das importações de produtos desses ramos no 2º trimestre de 2010 foi de, respectivamente, 20%, 8,5% e 7,5% em relação ao trimestre anterior. As importações de produtos do ramo “Artigos de Vestuário e Acessórios” e “Calçados e Artigos de Couro” foram as únicas, no que se refere ao Grupo IT, a apresentarem contração no trimestre em foco de, respectivamente, 11% e 8%. As importações de carnes, com retração, em valor, de 40%, no 2º trimestre de 2010, em relação ao trimestre anterior, foram as que mais contribuíram para a contração de 11%. As importações de óleos vegetais e de produtos do ramo da indústria do fumo também apresentaram retração, ainda que em menor magnitude – respectivamente 7% e 19%. Em relação aos produtos dos demais ramos, verificou-se crescimento das importações, com destaque para os produtos do ramo “Papel e Celulose”, com crescimento de 8%.

No Quadro A.2, apresentam-se as importações de produtos agregados por setores, que superaram, no 2º trimestre de 2010, em mais de 50% o valor médio, em US$, dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009; e aqueles cujas importações corresponderam a 50% ou menos do valor médio, em US$, nos mesmos trimestres. Refletindo a trajetória de crescimento das importações, os produtos da maioria dos setores de cada Grupo, à exceção do Grupo CA, apresentaram crescimento das importações no trimestre em foco superior a 50% ou mais do valor médio de importações nos 2ºs trimestres de 2005 a 2009.

IMP

OR

TAÇ

ÕES

GR

UP

O C

A

IMP

OR

TAÇ

ÕES

GR

UP

O

CI*

IM

PO

RTA

ÇÕ

ES G

RU

PO

IN

IMP

OR

TAÇ

ÕES

GR

UP

O IT

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Quadro A.2 Setores e Produtos de Maior e Menor Crescimento e Principais Produtos de Importação, por Grupos - Crescimento de importações no 2º trimestre 2010 em relação ao valor médio dos 2ºs trimestres de

2005-2009

GRUPOS

Produtos (por setores) com crescimento de importações 2º trimestre 2010 ≥ 50% do valor

médio 2ºs dos trimestres 2005-2009(1)

Principais Produtos de Importação

(2º trimestre 2010)

Produtos (por setores) com

crescimento de importações 2º

trim/2010 ≤ 50% do valor médio dos 1ºs trim/2005-2009 (1)

CA (11 setores)

- Carnes (2º/2º) - Óleos e Gorduras Vegetais e Animais (3º/3º) - Embalagens de Papel ou Papelão (8º/7º) - Café (10º/9º)

- Papel jornal,em rolos/fls.P<=57g/m2,fibra proc.Mec>=65% - Pasta quim.madeira de conífera, a soda/ sulfat. Semi/branq

---------

CI * (22 setores)

- Siderurgia (5º/3º) - Resinas e Elastômeros (4º / 4º) - Carvão Mineral (6º / 6º) - Fibras, Fios, Cabos, Filamentos Contínuos, Artificiais e Sintéticos (8º / 8º) - Coque (10º / 9º) - Vidro e Produtos de Vidro (12º / 11°) - Produtos Cerâmicos (15º/13º) - Cal e Outros Produtos Minerais Não Metálicos (14º / 14º) - Combustíveis Nucleares (19º / 15º) - Cimento (17º/17º) - Produtos de Fundição (18º / 18°) - Pedra, Areia e Argila (16º / 19°) - Álcool (21º/20º) - Artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque (20º/21º)

- Hulha betuminosa,não aglomerada

13

- Outos cloretos de potássio

- Minério de Ferro (22º/22º)

IN (35 setores)

- Automóveis, camionetas e utilitários (5º/1º) - Produtos Farmacêuticos (3º/2º) - Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos p/ transmissão (4º/4º) - Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos p/ Processamento de Dados (7º/6º) - Aparelhos Receptores de Rádio e Televisão e de Reprodução, Gravação ou Amplificação de Som e Video (11º/7º) - Máquinas e Equipamentos de Uso Geral (10º/8º) - Caminhões e Ônibus (15º/12º) - Geradores, transformadores e motores elétricos (13º/13º) - Aparelhos e Instrumentos para Uso Médico Hospitalar, Odontológico e Laboratorial (16º / 14º) - Máquinas e Equipamentos de Uso na Extração Mineral e Construção (19º/15º)

- Automóveis com motor explosão, 1500 < CM3 <=3000, até 6 passageiros - Outras Partes para Aparelhos de Radiotelecomando/Câmeras TV/Video

--------

13

Se considerado o Grupo Commodities Industriais como um todo, os principais produtos de importação, no 2º trimestre de 2010, são “Óleos brutos de petróleo” e “Óleo Diesel”.

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- Equipamentos para Distribuição e Controle de Energia Elétrica (18º / 17º) - Defensivos Agrícolas (20º / 20º) - Veículos Ferroviários (30º/21º) - Máquinas e Equipamentos para Agricultura (25º / 22º) - Lâmpadas e Equipamentos de Iluminação (28º/24º) - Eletrodomésticos (27º/25º) - Fios, Cabos e Condutores Elétricos (23º / 26º) - Máquinas para escritório (31º/30°) - Embarcações (32º/32º) - Cabines, carrocerias e reboques (34º/33º) - Armas, munições e equipamentos militares (35º/35º) - Material Elétrico para Veículos (22º/22º)

IT (31 setores)

- Artigos de Borracha (2º/2º) - Produtos de Plástico (3º/3º) - Artigos Diversos de Metal (4º / 4º) - Artigos de Cutelaria, Serralheria e Ferramentas Manuais (5º / 5º) - Bebidas (6º / 6º) - Produtos Diversos (7º/7º) - Vestuário (13º/8º) - Tecelagem (11º/9º) - Fios (14º/10º) - Sabões, Detergentes, Produtos de Limpeza e Artigos de Perfumaria (9º/11º) - Produtos Amiláceos e Rações Balanceadas para Animais (8º/12º) - Conservas de Frutas, Legumes e Outros Vegetais (15º/13º) - Artefatos Têxteis a partir de Tecidos, exceto Vestuário, e de outros Artigos Têxteis (12º/14º) - Tecidos e artigos de malha (27º/16º) - Laticínios (19º / 17º) - Materiais gravados (23º/18º) - Tntas e Vernizes (16º / 19º) - Calçados (17º / 20º) - Artigos do Mobiliário (18º/21º) - Artigos para Viagem e Artefatos Diversos de Couro (24º/22º) - Estruturas Metálicas e Obras de Caldeiraria Pesada (28º / 23º) - Acessórios de Vestuário e de Segurança Profissional (29º/28º) - Artefatos Têxteis (30º/29º)

- Malte não torrado, inteiro ou partido - Pneus novos para automóveis de passageiros

--------

Nota: (1) Entre parênteses se indica a posição relativa no Grupo – Média / 1º Trimestre 2010 Fonte: Elaboração Própria, a partir de dados do ALICEWEB

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BOX A.04

MEDIDAS ADOTADAS PELO BRASIL, COM EFEITO SOBRE IMPORTAÇÕES (ABRIL A AGOSTO/2010)

De abril a agosto/2010, foram publicadas diversas Resoluções CAMEX realizando alterações – permanentes ou temporárias – no imposto de importação. Na maioria dos casos, houve redução de alíquota, destacando-se a redução do imposto de importação aplicado sobre etanol, sobre um número elevado de máquinas e equipamentos, assim como sobre partes e peças para a indústria aeronáutica. Algumas reduções foram motivadas por questões de abastecimento, e, em muitos desses casos, foi estabelecida quota tarifária.

Na área de defesa comercial, se destaca o aumento do número de aberturas de investigação antidumping, refletindo incremento da demanda por proteção por parte dos produtores brasileiros. De abril a agosto de 2010, foram iniciadas 18 investigações (contra três investigações em igual período de 2009) e encerradas três, sendo que duas com aplicação de direitos definitivos.

Deve ser destacada a publicação de Resolução CAMEX, em agosto de 2010, que disciplina a aplicação de medidas “anti-circunvention” (extensão de medidas antidumping e medidas compensatórias a outras origens distintas das investigadas, ou a partes e peças que integram o produto objeto de direito antidumping, se caracterizada prática elisivas das empresas afetadas pela medida original). Até o momento, não foram publicadas normas complementares relativas aos procedimentos pertinentes a essas investigações.

Cabe ainda salientar que, no “Pacote de Competitividade” de maio de 2010, foi anunciada a redução gradual do fator redutor de 40% aplicável ao imposto de importação sobre autopeças, pago por montadoras instaladas no país, justificado pelo déficit comercial daquela indústria. Outra medida presente no “Pacote” se refere à mudança de regras de compras governamentais de forma a dar aos produtores locais vantagens sobre os fornecedores estrangeiros. Embora discrimine contra produtos importados, essa medida não constitui violação do Acordo da OMC (visto não ser o Brasil signatário do Acordo de Compras Governamentais).

Por fim, deve ser registrada a criação, em junho de 2010, do regime especial de tributação para construção, ampliação, reforma ou modernização de estádios de futebol (RECOM), que, dentre outras medidas, prevê a suspensão do IPI e Imposto de Importação sobre bens ou materiais de construção importados, se adquiridos por pessoa jurídica beneficiária do regime.

IMPORTAÇÕES DE PRODUTOS DO GRUPO IN APRESENTAM MAIOR CONTRIBUIÇÃO AO CRESCIMENTO DAS COMPRAS EXTERNAS DE INDUSTRIALIZADOS*, PARA TODAS AS CINCO PRINCIPAIS ORIGENS.

As cinco principais origens das importações de produtos industrializados, exclusive petróleo, gás e derivados, no 2º trimestre de 2010, encontram-se apresentadas na Figura A.2. Essas origens responderam, nesse trimestre, por 74% dessas importações14 e para todas foi observado crescimento do valor importado no trimestre em foco, em relação ao valor médio das importações nos 2ºs

trimestres de 2005 a 2009, com destaque para a China, Ásia (exclusive Oriente Médio, China, Índia e Japão) e Argentina. Assim como observado em relação ao 1º trimestre de 2010, México e Índia, ocupando a 9ª e 11ª posição no ranking, devem ser destacados por serem, dentre as origens consideradas, aquelas que apresentaram maior crescimento em relação ao valor médio dos 2º trimestres 2005-2009 – respectivamente 104% e 116%.

14

Este ranking não se altera mesmo considerando a totalidade das importações de produtos industrializados e a totalidade das importações brasileiras.

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Figura A.2

Principais destinos das importações brasileiras de produtos industrializados* (2º trimestre de 2010)

Nota: O percentual entre parênteses corresponde à variação do valor US$ importado no 2º trimestre de 2010 contra o valor médio importado nos 2ºs trimestres de 2005 a 2009 Ásia 1 – Ásia, exceto China, Índia, Japão e Oriente Médio Fonte: Elaboração própria com base no ALICEWEB

A análise das importações brasileiras de produtos industrializados*, para as cinco principais origens, segundo grupos de produtos (Gráfico A.13), permite observar que, em relação a todas, são as importações de produtos do Grupo IN as que respondem, no trimestre em foco, por parcela majoritária das compras externas de industrializados* (UE-15 62%; China 66%; EUA 57%; Resto da Ásia 70%; e Argentina 65%). Diferenças, porém, são observadas em relação ao Grupo cujos produtos respondem pela segunda posição nessas compras: no caso dos EUA e da UE-15, são as importações de produtos do Grupo CI*; enquanto para China, Argentina e Ásia, são as importações de produtos do Grupo IT. Quando comparado o valor de importação do 2º trimestre de 2010 com o valor médio de importações dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009, verifica-se que as importações de produtos de todos os Grupos das cinco principais origens apresentaram crescimento, à exceção das importações de produtos do Grupo CI*, originárias da Argentina, que se mantiveram relativamente estáveis (1% de variação). As importações de produtos do Grupo IN foram, em todos os casos, as de maior contribuição do incremento das compras externas de cada origem sob exame.

Ásia1:

4º lugar (79%)

China: 3º lugar

(98%)

UE-15: 1º lugar

(38%)

EUA: 2º lugar

(40%)

Argentina:

5º lugar (73%)

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GRÁFICO A.21 Importações Brasileiras de Produtos Industrializados, Exclusive Petróleo, Gás e Derivados, das Cinco

Principais Países Origens Média dos 2ºs Trimestres de 2005-2009 x 2º Trimestre 2010 - US$ FOB milhões

UE-15

-1.000

1.000

3.000

5.000CA

CI*

IN

IT

Média 2° Trim 05-09 2° Trim 2010

EUA

0500

1.0001.5002.0002.5003.0003.500

CA

CI*

IN

IT

Média 2° Trim 05-09 2° Trim 2010

China

-400100600

1.1001.6002.1002.6003.1003.600

CA

CI*

IN

IT

Média 2° Trim 05-09 2° Trim 2010

Ásia*

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000CA

CI*

IN

IT

Média 2° Trim 05-09 2° Trim 2010

Argentina

0

500

1.000

1.500

2.000CA

CI*

IN

IT

Média 2° Trim 05-09 2° Trim 2010

Fonte: Elaboração própria, a partir de dados do ALICEWEB

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28

A.5 - BALANÇA COMERCIAL

AUMENTO DO SUPERÁVIT COMERCIAL DE INDUSTRIALIZADOS* (2º TRI 2010 x MÉDIA 2ºs TRI 2005-2010) FORTEMENTE EXPLICADA PELA REDUÇÃO DO DEFICIT COMERCIAL DO GRUPO IN. Não obstante a redução do superávit comercial dos Grupos CA e CI* (2º trimestre de 2010 com o saldo médio dos 2ºs trimestres de 2005 a 2009), de respectivamente 27% e 24%, houve aumento (281%) do superávit comercial de produtos industrializados*. Esse resultado decorreu fundamentalmente da significativa redução do déficit do Grupo IN (66%) (Gráfico A.14).

Gráfico A.14 Saldo Comercial de Produtos Industrializados*, Total e por Grupos

Média dos 2ºs Trimestres 2005-2009 x 2º Trimestre 2010

CA CI* IN IT TOTAL

-15.000

-10.000

-5.000

0

5.000

10.000

15.000

US$

FO

B m

ilhõ

es

CA CI* IN IT TOTAL

Média 2ºs Trim 05-09 2º Trim 2010

*Exclusive Petróleo, Gás e Derivados Fonte: Elaboração própria, com base no Aliceweb

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PARTE B - GRUPO INDUSTRIAL EM FOCO:

INDÚSTRIAS DE MAIOR INTENSIDADE

TECNOLÓGICA (IN)

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GRUPO INDUSTRIAL EM FOCO: INDÚSTRIAS DE MAIOR INTENSIDADE TECNOLÓGICA (IN) Este boletim focaliza o grupo de setores de Maior Intensidade Tecnológica formado por quatro ramos e 35 setores, descritos no quadro abaixo. Esse grupo está associado a um conjunto variado de atividades industriais de base química (farmacêuticos e defensivos agrícolas), mecânica e eletro-eletrônica, as quais podem, regra geral, ser caracterizadas como “difusoras de progresso técnico”, em função do potencial de seus encadeamentos inter-industriais e da intensidade dos transbordamentos tecnológicos por eles gerados.

Quadro B.1 Indústrias de Maior Intensidade Tecnológica (IN)

Descrição de ramos e setores Ramos Setores (CNAE 1.0) três dígitos 1 - FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS (QUÍMICA FINA)

245 Fabricação de produtos farmacêuticos

246 Fabricação de defensivos agrícolas

2 - FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

291 Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão

292 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral

293 Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura, avicultura e obtenção de produtos animais

294 Fabricação de máquinas-ferramenta

295 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção

296 Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico

297 Fabricação de armas, munições e equipamentos militares

298 Fabricação de eletrodomésticos

3 - MÁQUINAS E MATERIAIS, ELÉTRICOS ELETRÔNICOS

301 Fabricação de máquinas para escritório

302 Fabricação de máquinas e equipamentos de sistemas eletrônicos para processamento de dados

311 Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos

312 Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica

313 Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados

314 Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos

315 Fabricação de lâmpadas e equipamentos de iluminação

316 Fabricação de material elétrico para veículos - exceto baterias

319 Fabricação de outros equipamentos e aparelhos elétricos

321 Fabricação de material eletrônico básico

322 Fabricação de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia e de transmissores de televisão e rádio

323 Fabricação de aparelhos receptores de rádio e televisão e de reprodução, gravação ou amplificação de som e vídeo

331 Fabricação de aparelhos e instrumentos para usos médicos-hospitalares, odontológicos e de laboratórios e aparelhos ortopédicos

332 Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle - exceto equipamentos para controle de processos industriais

333 Fabricação de máquinas, aparelhos e equipamentos de sistemas eletrônicos dedicados à automação industrial e controle do processo produtivo

334 Fabricação de aparelhos, instrumentos e materiais ópticos, fotográficos e cinematográficos

335 Fabricação de cronômetros e relógios

4 - MATERIAL DE TRANSPORTE

341 Fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários

342 Fabricação de caminhões e ônibus

343 Fabricação de cabines, carrocerias e reboques

344 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores

345 Recondicionamento ou recuperação de motores para veículos automotores

351 Construção e reparação de embarcações

352 Construção, montagem e reparação de veículos ferroviários

353 Construção, montagem e reparação de aeronaves

359 Fabricação de outros equipamentos de transporte

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O trabalho examina o comportamento da produção e do comércio externo dos setores do Grupo IN nos últimos quatro anos, definidos do seguinte modo: 2006* (julho de 2006/junho de 2007); 2007* (julho de 2007/junho de 2008); 2008* (julho de 2008/junho de 2009); e 2009* (julho de 2009/junho de 2010)15. A análise dos dados privilegia a comparação de 2009* contra o ano imediatamente anterior, 2008* (conforme definição antes registrada), e, sempre que útil, contra a média do triênio anterior.

RESUMO

Entre 2008* e 2009*, o valor da produção dos produtos do Grupo IN cresceu 20,3%, aumento bem mais expressivo do que o verificado para o VP industrial (6,2%), aumentando, conseqüentemente, seu peso na indústria do país. Esse processo foi comandado pelo desempenho do ramo de material de transportes que combinou peso expressivo no VP industrial (7,4% na média do quadriênio 2006*/09) e elevada taxa de crescimento no biênio 2008*/09* (20,3%). Sublinhe-se, contudo, que o VP dos demais ramos do setor em foco também cresceu acima da taxa de crescimento encontrada para a média da indústria. O crescimento do VP de todos os ramos no biênio 2008*/09*, ainda que relevante, não foi capaz de trazê-los de volta aos patamares vigentes antes da crise (2007*). Entre os setores componentes do grupo IN com taxas de crescimento do VP acima da média do grupo, seis pertencem ao ramo de fabricação de máquinas e equipamentos, três ao ramo de máquinas e materiais elétricos, três ao ramo de transportes e um ao ramo de fabricação de produtos da química fina. Sublinhe-se que o crescimento acelerado do VP de alguns desses setores foi estimulado por políticas de estímulo ao consumo adotadas pelo governo. No grupo de produtos de maior conteúdo tecnológico o comércio exterior do país é estruturalmente deficitário e sua contribuição para a redução do saldo comercial brasileiro tem aumentado persistentemente. Em 2009* o déficit comercial do grupo alcançou a soma de US$ 42,1 bilhões. O aumento de déficit comercial no caso dos produtos de maior conteúdo tecnológico indica risco de regressão no campo da autonomia tecnológica. No grupo em foco, as exportações do ramo de material de transporte são as de maior peso, responsabilizando-se por quase metade do total das vendas externas de produtos do grupo IN (biênio 2008*/09*), com destaque para os setores de fabricação de automóveis caminhonetas e utilitários, de fabricação de peças e acessórios para veículos automotores, e de construção, montagem e reparação de aeronaves. Em seguida, destacam-se os ramos de máquinas e equipamentos e de máquinas e materiais elétrico, eletrônico, cada um responsável por cerca de 20% do valor das exportações do grupo. O setor de produtos da química fina é o exportador menos relevante.

Os países das América Latina (América do Sul, inclusive Mercosul, América Central e México) são os principais mercados de destino das vendas externas de produtos do grupo IN, com destaque para a Argentina. Na média do triênio 2006*/08*, absorveram, em conjunto, 48,2% das exportações brasileiras do grupo, parcela que saltou para 53,6% em 2009*. Fora da América Latina, os EUA e os países da UE-15 destacam-se como parceiros comerciais relevantes.

15

Sublinhe-se que, neste trabalho, sempre que se tratar de anos definidos entre os meses abril do ano referido a março do ano subseqüente, utilizar-se-á como notação o ano marcado por asterisco, a saber: 2006*, 2007*, 2008* e 2009*.

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Em 2009*, vis-à-vis 2008 ou à média do triênio 2006*/08*, a participação das importações brasileiras de produtos do Grupo IN aumentaram tanto em relação às exportações brasileiras industriais, quanto relativamente às importações globais do país. A distribuição das importações brasileiras de produtos IN por seus ramos componentes indica que o ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos responde por pouco mais de um terço das importações brasileiras do grupo. Seguem, em ordem de importância, o ramo de material de transportes e o de máquinas e equipamentos. O ramo de produtos da química fina é, por seu turno, o de menor peso nas importações do grupo. No ramo de produtos químicos as importações de farmacêuticos são bem mais relevantes do que as importações de fertilizantes. No ramo de máquinas e equipamentos sobressai a fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão; no ramo de máquinas e materiais elétricos eletrônicos, a fabricação de material elétrico básico; e no de material de transportes, destaca-se a fabricação de automóveis caminhonetas e utilitários, assim como a fabricação de autopeças para veículos automotores. Em conjunto, os países da UE-15 são a principal origem das importações brasileiras de produtos de maior intensidade tecnológica, responsabilizando-se por cerca de um quarto do valor de tais importações. Entre os países desse bloco destacam-se Alemanha, Itália e França. Isoladamente, China, EUA e Argentina são os principais exportadores de produtos IN para o Brasil, respondendo juntos por cerca de 40% das importações brasileiras do grupo (2009*).

O destaque da China como fornecedora de produtos IN para o Brasil deve-se fundamentalmente à sua participação (um terço) nas importações brasileiras de produtos do ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos. Nesse ramo os tigres asiáticos também apresentam importância, com relevo para a República da Coréia. No ramo de materiais de transportes os fornecedores brasileiros mais importantes são os países da UE-15 e a Argentina, fato explicado, em grande medida, pelo comércio de produtos do setor automotivo. A UE-15 é também a origem principal das importações brasileiras de químicos (farmacêuticos e fertilizantes) e de máquinas e equipamentos. A presença dos EUA como fornecedor de produtos IN para o Brasil é relevante em todos os ramos do grupo. À exceção do verificado para o setor de material de transporte, todos os demais ramos componentes do Grupo IN têm apresentado déficit comercial crescente, no período focalizado por este boletim (2006*/2009*). O ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos é o que apresenta déficit mais expressivo. Por sua vez, o déficit do ramo de máquinas e equipamentos foi o que mais cresceu, saltando de US$ -1,9 bilhão em 2006* para US$ -8,9 bilhões, em 2009*. No início do quadriênio considerado (2006*/09*) o saldo comercial do ramo de material de transporte era positivo e funcionava como um amortecedor para o déficit comercial do grupo dos produtos de maior conteúdo tecnológico. Todavia, o saldo comercial deste ramo veio caindo até se tornar negativo em 2009*. Boa parte do déficit do ramo de material de transporte deve-se ao déficit comercial da indústria automotiva, verificado principalmente nos segmentos de veículos automotores e de autopeças. Vale lembrar que o fato de o saldo do ramo de transporte ter se tornado negativo em 2009* (julho de 2009 a junho de 2010) reflete a circunstância de o mercado brasileiro ter se recuperado mais rapidamente após 2008* (julho de 2008 a junho de 2009) do que os mercados tradicionalmente importadores de produtos brasileiros do ramo de material de transportes. Em conseqüência, isso aqueceu as importações e reduziu as exportações brasileiras do ramo, impactando o negativamente seu saldo comercial. Em 2009*, todos os ramos componentes do Grupo IN apresentaram déficit em sua balança comercial, com destaque para o ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos, que isoladamente

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respondeu por 51,8% do déficit do grupo. Em seguida, aparecem os ramos de máquinas e equipamentos (21,3% do déficit do grupo) e de produtos da química fina (17,0%). A participação do ramo de material de transportes no déficit comercial do grupo foi a mais modesta (10,0%). Entre os 35 setores CNAE 1.0 (três dígitos) que compõem o grupo de indústrias de maior intensidade tecnológica, apenas seis apresentaram superávit no comércio internacional em 2009*. Juntos, esses setores produziram um superávit de US$ 1.495,6 milhões, com destaque para os setores de construção e montagem e reparação de aeronaves (CNAE 353; superávit de US$ 605,6 milhões); fabricação de cabines, carrocerias e reboques (CNAE 343; superávit de US$ 267,6 milhões); fabricação de armas munições e equipamentos militares (CNAE 297; superávit de US$ 248,0 milhões); e fabricação de caminhões e ônibus (CNAE 342; superávit de US$ 232,2 milhões). Todos os demais 29 setores componentes do grupo de produtos de maior intensidade tecnológica apresentaram comércio internacional deficitário (2009*). Entre tais setores destacam-se os de produtos farmacêuticos, de material eletrônico básico e de fabricação de máquinas e equipamentos de sistemas eletrônicos para processamento de dados. Discriminado por blocos e países o comércio brasileiro de produtos do Grupo IN mostra-se superavitário em alguns casos, como na América Latina e na África. Na Argentina, o superávit resulta do comércio dos ramos de máquinas e equipamentos e de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos, uma vez que o Brasil apresenta déficit com aquele país nos ramos de produtos da química fina e de material de transporte. Nos demais países da América do Sul e na América Central o comércio brasileiro é superavitário em todos os ramos considerados. Com a África o país apresenta superávit em todos os ramos, à exceção do ramo de produtos da química fina, em que se observa um déficit comercial modesto. A União Européia (UE-15) e a China são os blocos/países que mais contribuem para o déficit do comércio exterior brasileiro de produtos de maior conteúdo tecnológico. No caso da UE-15 a maior parcela do déficit brasileiro está no comércio de máquinas e equipamentos. Já no caso da China, o ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos é, de longe, o maior responsável pelo déficit brasileiro. Em relação aos EUA o déficit comercial é distribuído de forma mais equilibrada entre os quatro ramos componentes do Grupo IN.

Em 2009*, todos os ramos componentes do grupo de produtos IN apresentaram redução em seus coeficientes de exportação (X/VP), relativamente a 2008*. A queda dos coeficientes de exportação deveu-se ao fato de a economia brasileira ter se recuperado mais rapidamente em 2009*, comparativamente ao observado para as economias externas que tradicionalmente absorvem as exportações brasileiras de produtos IN. Os ramos componentes do Grupo IN caracterizam-se por apresentar coeficientes de importação (M/VP) significativos. Todavia, em 2009* todos eles apresentaram redução de seus coeficientes de importação, relativamente a 2008*. Vale sublinhar que o ramo de máquinas e equipamentos foi aquele no qual o coeficiente de importação apresentou queda mais expressiva, circunstância derivada do fato de o valor de suas importações ter caído (-4,3%), enquanto que o valor de sua produção apresentava uma taxa de crescimento vigorosa: 25,6% entre 2008* e 2009*. Nos demais ramos observaram-se aumentos do VP concomitantemente à elevação de importações, que provavelmente foram estimuladas pela própria retomada do crescimento da produção dos ramos em foco. O cálculo dos indicadores de vantagens relativas reveladas para a média dos 35 setores (CNAE/3 dígitos) que compõem o grupo de produtos de maior intensidade tecnológica focalizados neste trabalho mostrou que somente seis deles apresentaram vantagens comparativas no comércio

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internacional, em 2008. Entre estes se destacam a fabricação de armas e munições, a construção, montagem e reparação de aeronaves e a fabricação de caminhões e ônibus.

B.1. VALOR DA PRODUÇÃO

EM 2009* A TAXA DE CRESCIMENTO DO VP DOS PRODUTOS DE MAIOR INTENSIDADE TECNOLÓGICA FOI BEM MAIOR DO QUE A VERIFICADA PARA O VP INDUSTRIAL.

Os dados de valor da produção (VP) utilizados nesta seção têm como fonte a PIA (IBGE), para 2006*, e a PIApp (IBGE), para o período 2007*/09*. Sua análise mostra que, na média do quadriênio 2006*/09*, a participação dos produtos IN no VP da indústria brasileira alcançou 15,4%, com destaque para o ramo de transporte (7,4%). Entre 2008* e 2009*, o valor da produção dos produtos do Grupo IN cresceu 20,3%, aumento bem mais expressivo do que o verificado para o VP industrial (6,2%). Em conseqüência, em 2009*, o peso dos setores IN no VP industrial aumentou para 16,2%, valor pouco acima do verificado para a média do quadriênio. O expressivo crescimento do VP dos IN no biênio 2008*/09* foi puxado pelo bom desempenho dos ramos de material de transporte (taxa de crescimento de 20,3%) e de máquinas e equipamentos (25,6%). O VP dos outros dois ramos – produtos da química fina (19,9%) e máquinas e materiais elétricos e eletrônicos (15,5%) – também cresceu acima da taxa de crescimento encontrada para a média da indústria (ver Tabela B.1).

Tabela B.1 Setores de maior intensidade tecnológica (IN): valor da produção

Ramos

Participação (%) Média 2006*/09*

VP: taxa de crescimento. 2009*/08*

(%) No VP do

grupo de INs No VP

industrial

Produtos Químicos (química fina) 11,4 1,8 19,9

Máquinas e Equipamentos 19,2 3,0 25,6

Máquinas e Materiais, Elétricos e Eletrônicos 21,5 3,3 15,5

Material de Transporte 47,9 7,4 20,3

TOTAL 100,0 15,4 20,3 Fonte: elaboração própria a partir de dados da PIA e da PIApp (IBGE)

O VP DOS RAMOS COMPONENTES DO GRUPO IN NÃO RETOMOU OS NÍVEIS PRÉ-CRISE (2006*) APESAR DO CRESCIMENTO EXPRESSIVO VERIFICADO EM 2009*. O gráfico que se segue registra a evolução do VP dos ramos componentes do Grupo IN no quatriênio 2006*/2009*. Mostra um comportamento muito similar do VP dos quatro ramos considerados, a saber: crescimento em 2007*, queda expressiva em 2008* e retomada do crescimento, em 2009*. Sublinhe-se que, a despeito do crescimento observado em 2009*, o VP de todos os ramos ainda permaneceu, neste ano, abaixo do nível verificado em 2007*. Em outras palavras o VP dos ramos recuperou-se em 2009* sem, contudo, alcançar os patamares vigentes antes da crise (2007*).

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Gráfico B.1

Indústrias de maior intensidade tecnológica (IN): Evolução do valor da produção por ramo (em R$ bilhões)

Produtos Químicos Máquinas e

Equipamentos

Máquinas e Materiais,

Elétricos e Eletrônicos

Material de Transporte0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

2006* 2007* 2008* 2009*

Fonte: elaboração própria a partir de dados da PIA e da PIApp (IBGE)

Entre os setores componentes do grupo IN, 13 apresentaram, em 2009*, taxa de crescimento do VP acima da média do grupo (20,3%). Seis deles pertencem ao ramo de fabricação de máquinas e equipamentos, com destaque para a fabricação de eletrodomésticos, setor com maior taxa de crescimento do VP em 2009*. No ramo de máquinas e materiais elétricos e eletrônicos sobressaíram os setores de fabricação de máquinas para escritório, de fabricação de equipamentos de sistemas eletrônicos para processamento de dados e de fabricação de material elétrico para veículos. No ramo de transporte destacam-se a fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários e a fabricação de caminhões e ônibus. No ramo de fabricação de produtos da química fina o destaque ficou por conta da fabricação de produtos farmacêuticos (Tabela B.2). Sublinhe-se que o crescimento acelerado do VP de alguns dos setores do grupo em foco, como a produção de eletrodomésticos e de automóveis, foi, em boa medida, resultante das políticas anticíclicas de estímulo ao consumo adotadas pelo governo.

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Tabela B.2 Indústrias de maior intensidade tecnológica (IN): valor da produção Setores com taxa de crescimento do VP acima da média do grupo IN

Setores VP: taxa de crescimento.

2009*/08* (%)

1. Fabricação.de Eletrodomésticos (298) 41,8

2. Fabricação de Máquinas para Escritório (301) 29,9

3. Fabricação de Máquinas e Equipamentosde Sist. Eletrônicos para Processamentos de Dados (302) 29,9

4. Fabricação de Material Elétrico para Veículos - Exceto Baterias (316) 29,1

5. Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários (341) 27,7

6. Fabricação de Caminhões e Ônibus (342) 26,7

7. Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso na Extração Mineral e Construção (295) 25,5

8. Fabricação de Máquinas-Ferramenta (294) 25,5

9. Fabricação de Outras Máquinas e Equipamentos de Uso Específico (296) 25,5

10. Fabricação de Armas, Munições e Equipamentos Militares (297) 25,5

11. Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equip.de Transmissão (291) 25,5

12. Fabricação de Peças e Acessórios para Veículos Automotores (344) 22,9

13. Fabricação de Produtos Farmacêuticos (245) 22,3

Fonte: elaboração própria a partir de dados da PIA e da PIApp (IBGE)

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B.2 - COMÉRCIO EXTERIOR DO GRUPO DOS PRODUTOS IN: PANORAMA RECENTE

DÉFICIT NO COMÉRCIO EXTERIOR DE PRODUTOS DE MAIOR INTENSIDADE TECNOLÓGICA TENDE A CRESCER. Na média do triênio 2006*/09*, o valor das exportações dos produtos do Grupo IN representou 23,1% das exportações brasileiras globais. Por sua vez, no mesmo período, as importações do grupo responderam por 45,6% das compras externas totais do país. No quadriênio 2006*/09* o grupo em foco gerou US$ 1,7 de importação para cada dólar exportado, relação muito superior à encontrada para a média da indústria brasileira (US$ 0,8). Trata-se, portanto, de um grupo no qual o comércio exterior é estruturalmente deficitário e cuja contribuição para a redução do saldo comercial brasileiro tem aumentado persistentemente. De fato, desde 2007*, as exportações do grupo têm caído, sistematicamente, ao inverso do que se verifica para as importações. Note-se também que, em 2009*, a participação das exportações de produtos IN nas exportações brasileiras totais foi menor do que a verificada em 2008* e na média do triênio 2006*/09*. As importações, por seu turno, viram sua participação nas importações globais do país aumentada (ver Tabela B.3).

Tabela B.3 Indústrias de maior intensidade tecnológica (IN)

Exportações, importações e saldo comercial (em US$ milhões)

2006* 2007* 2008* Média (1) 2009*

Exportações 36.183,7 42.395,8 37.289,0 38.622,8 31.637,7

Importações 46.792,8 65.579,5 68.907,8 60.426,7 73.799,6

Saldo -10.609,1 -23.183,7 -31.618,8 -21.803,9 -42.161,9

Participação no comércio exterior brasileiro (em %)

Em % 2006* 2007* 2008* Média (1) 2009*

Exportações 25,0 25,4 19,8 23,1 19,3

Importações 47,3 48,0 42,7 45,6 51,6

Saldo -23,1 -76,4 -116,4 -63,2 -201,8 Nota: (1) Média dos três primeiros anos Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

EM 2009*, AS IMPORTAÇÕES DE PRODUTOS DO GRUPO IN CRESCERAM MAIS FORTEMENTE DO QUE AS IMPORTAÇÕES INDUSTRIAIS E GLOBAIS DO PAÍS.

Em 2009*, relativamente a 2008*, as exportações do grupo de produtos IN apresentaram queda expressivamente superior (-15,2%) à verificada para as exportações brasileiras totais (2,8%). Se a comparação tomar como base a média do triênio anterior, as exportações de produtos do Grupo IN apresentam redução de 18,1%, enquanto que as vendas externas da indústria (excluídas os produtos IN) e do país aumentaram 7,0% e 2,3%, respectivamente. Esses números explicam a redução do peso dos produtos IN nas exportações brasileiras em 2009*, relativamente a 2008* e à média do triênio anterior (ver Tabela B.4). Por seu turno, em 2009*, as importações de produtos do Grupo IN cresceram rapidamente, comparativamente às importações de bens industriais e às importações globais do país. De fato, o exame da variação de suas importações em 2009* com referência a 2008* mostra que as compras externas de produtos IN aumentaram bem mais (7,1%) do que as importações industriais exclusive CAs (-2,2%) e do que as compras externas brasileiras globais (2,2%).

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Tabela B.4

Brasil: exportações e importações globais, industriais e de produtos de maior intensidade tecnológica - Indicadores variados (em %)

Exportações

Taxa de Crescimento

IN Indústria

exclusive INs Total Brasil

2009* contra ano anterior -15,2 1,4 -2,8

2009* contra média dos três anos anteriores -18,1 7,0 2,3

2009* contra 2006* -12,6 18,6 14,8

Crescimento médio anual entre 2006* e 2009* -4,4 5,9 4,7

Importações

Taxa de Crescimento

INs Indústria

exclusive INs Total Brasil

2009* contra ano anterior 7,1 -2,2 2,2

2009* contra média dos três anos anteriores 22,1 7,6 14,2

2009* contra 2006* 57,7 39,9 47,8

Crescimento médio anual entre 2006* e 2009* 16,4 11,8 13,9 Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

O FORTE CRESCIMENTO DAS IMPORTAÇÕES E O AUMENTO DO DÉFICIT COMERCIAL DO GRUPO IN INDICA RISCO DE REGRESSÃO NO CAMPO DA AUTONOMIA TECNOLÓGICA No Brasil, a evolução recente dos setores de “maior Intensidade tecnológica” está referenciada à dinâmica mais geral de reestruturação industrial, num contexto de ressegmentação dos mercados e de difusão de padrões de consumo globalizados, no qual se observa ênfase crescente na diferenciação de produtos, sustentada pela introdução sistemática de inovações. Tal evolução está ancorada no dinamismo do mercado interno e na exploração complementar do mercado externo, em relação ao qual a presença sistemática constitui um requisito importante para a atualização tecnológica e o fortalecimento da competitividade empresarial. Localizados no “topo” da estrutura industrial brasileira os setores do grupo em foco compreendem atividades sofisticadas no plano tecnológico ou da organização da produção, essenciais para a difusão de inovações para o restante da indústria. Dado o maior dinamismo tecnológico dessas atividades, a estratégia de expansão das principais empresas nelas atuantes tem se tornado crescentemente dependente de tecnologias incorporadas em insumos e equipamentos importados, o que pode ser explicado pela relativa desestruturação dos respectivos “sistemas setoriais de inovação” no caso brasileiro e pela ausência de políticas industriais e tecnológicas seletivas adaptadas ao estágio de desenvolvimento e às exigências de capacitação dessas atividades. A crescente dependência de importações nessas atividades (que se expressa no aumento do valor das importações dos produtos do grupo) acentua o risco de regressão da autonomia tecnológica relativa em alguns setores e de perda de densidade nas cadeias produtivas, introduzindo a ameaça de uma integração Internacional dependente que tende a aprofundar o hiato de competitividade dessas atividades.

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Panorama Recente Exportações de Produtos do Grupo IN O RAMO DE MATERIAL DE TRANSPORTE CONCENTRA CERCA DE 50% DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE PRODUTOS DE MAIOR INTENSIDADE TECNOLÓGICA. No grupo em foco, as exportações do ramo de material de transporte são a de maior peso, responsabilizando-se por quase metade do total das vendas externas de produtos do grupo IN (biênio 2008*/09*). Em seguida, destacam-se os ramos de máquinas e equipamentos e de máquinas e materiais elétrico, eletrônico. De fato, cada um destes responde por cerca de 20% do valor das exportações do grupo. O setor de produtos da química fina é, por seu turno, o que apresenta menor valor exportado, responsabilizando-se por cerca de 5,0% das exportações do grupo, no biênio considerado. A FABRICAÇÃO DE AUTOMÓVEIS E DE AUTOPEÇAS E A CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE AERONAVES SÃO OS SETORES QUE APRESENTAM MAIOR PESO NAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS DE MAIOR INTENSIDADE TECNOLÓGICA. Entre os setores do grupo em foco os de fabricação de automóveis caminhonetas e utilitários (CNAE 341), de fabricação de peças e acessórios para veículos automotores (CNAE 344) e de construção, montagem e reparação de aeronaves são os exportadores mais relevantes. Em conjunto tais setores explicaram 38,9% e 42,6% das vendas externas do grupo, em 2008* e 2009*, respectivamente. No ramo de máquinas e equipamentos, os setores de fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão (CNAE 291) e de fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e construção (CNAE 295) sobressaem como exportadores relevantes. Já no ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos destacam-se a fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos e a fabricação de equipamentos para controle e distribuição de energia elétrica (ver Tabela B.5).

Tabela B.5 Exportações de Produtos do Grupo IN por ramo/setores selecionados

Ramos e setores (CNAES- 3 dígitos)

Participação no grupo IN (%) Tx de crescimento 2009*/08* 2008* 2009*

1. Produtos químicos (química fina) 4,2 5,1 4,2

2. Máquinas e equipamentos 22,9 23,3 -13,7

Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão (291)

6,5 7,9 2,8

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso na Extração Mineral e Construção (295)

6,2 5,1 -15,9

3. Máquinas e materiais elétricos, eletrônicos 18,2 19,0 -11,4

Fabricação de Geradores, Transformadores e Motores Elétricos (311)

5,50 5,24 -19,0

Fabricação de Equipamentos para Distribuição e Controle de Energia Elétrica (322)

5,25 4,82 -22,2

4. Material de transportes 54,7 52,5 18,5

Fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários (341)

12,6 14,9 0,0

Fabricação de Peças e Acessórios para Veículos Automotores (344)

11,5 14,0 3,4

Construção, Montagem e Reparação de Aeronaves (353)

14,8 13,7 -21,3

TOTAL 100,0 100,0 -15,2 Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

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A CONCENTRAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DO GRUPO IN POR PRODUTO PEMANECEU RELATIVAMENTE ESTÁVEL NO PERÍODO 2006*/09*. Entre 2006* e 2009*, a concentração das exportações do Grupo IN avaliada por produtos exportados permaneceu relativamente estável, como mostra o comportamento do índice Herfindahl-Hirschman. Note-se, todavia, que, em 2009*, observou-se pequena desconcentração do valor exportado por produto, relativamente ao quadro observado em 2008* (ver Tabela B.6).

EM 2009*, SETE DOS DEZ PRINCIPAIS PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO DO GRUPO IN INTEGRAM O RAMO DE MATERIAL DE TRANSPORTES, COM DESTAQUE PARA OS AUTOMÓVEIS, AVIÕES E AS AUTOPEÇAS.

A avaliação das exportações do Grupo IN por produtos (NCM oito dígitos) revela, mais uma vez, o peso dos produtos do ramo de material de transporte no desempenho exportador do grupo. De fato, sete entre os dez produtos IN de exportação mais importantes pertencem ao ramo de material de transportes, com destaque para os aviões, para os automóveis e para as partes e peças da indústria automotiva. Fora do ramo de material de transportes sobressaem os terminais portáteis de telefonia celular (produto do ramo de elétrico-eletrônicos), os motores/compressores herméticos e os outros tratores (produtos do ramo de máquinas e equipamentos). Os dez principais produtos de exportação do grupo em foco respondem por cerca de um terço de suas exportações, como indica o CR (10) das exportações por produto registrado na tabela que se segue.

Tabela B.6 Produtos do Grupo IN (Exportações)

Coeficientes de concentração por produto (1) e principais produtos de exportação

2006* 2007* 2008* 2009*

CR(2) 15,5 18,4 17,8 16,4

CR(5) 25,4 28,1 28,5 25,7

CR(10) 35,7 37,5 38,0 33,1

CR(20) 48,4 49,9 49,4 43,8

HHI 1,02 1,03 1,03 1,02

Principais produtos de exportação 2009* Participação Exportações IN (2009*)

Taxa de crescimento 2009*/08*

Ramo

NCM 88024090 - Outros aviões/veículos aéreos 8,6 -30,9 Transporte

NCM 87032310 – Automóveis, motor explosão 500<CM3<=3000 7,8 -8,3

Transporte

NCM 85171231 – Terminais portáteis de telefonia celular 3,9 -26,2

Elétrico Eletrônico

NCM 87032310 – Automóveis 1000<CM3<=1500 3,2 24,4 Transporte

NCM 87089990 - Outras partes e acess. tratores e veíc. autom. 2,1 -9,1

Transporte

NCM 84143011 – Motor compressor hermético 1,8 12,8 Maq. e Equip.

NCM 87060010 - Chassis c/motor p/ veículos (mais de 10 pas.) 1,6 -22,9

Transporte

NCM 87082999 - Outras partes e acess. de carrocerias autom. 1,5 14,6

Transporte

NCM 87019090 – Outros tratores 1,4 -33,8 Maq. e Equip.

NCM 87043190 - Outros veículos automóveis, motor carga <=5T 1,2 23,3

Transporte

Nota: (1) Coeficientes calculados com referência a produtos (NCM oito dígitos) Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

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A QUEDA DAS EXPORTAÇÕES DOS PRODUTOS DO GRUPO IN EM 2009*IMPLICOU DESCONCENTRAÇÃO DAS MESMAS POR PAÍSES DE DESTINO. Em 2009*, a queda das exportações do grupo de produtos do Grupo IN trouxe consigo um aumento da concentração das vendas externas por países de destino (ver Tabela B.7). Isso se deu, sobretudo, pelo aumento do peso da Argentina, o principal mercado de destino das exportações brasileiras do grupo, como se verá mais adiante.

Tabela B.7 Produtos do Grupo IN

Exportações: coeficientes de concentração por país de destino

2006* 2007* 2008* Média (1) 2009*

CR(1) 19,4 21,8 20,4 20,6 26,6

CR(2) 38,4 39,3 38,0 38,6 38,8

CR(3) 46,0 45,9 44,2 45,3 45,4

CR(4) 53,1 51,4 50,1 50,9 51,5

CR(5) 58,0 56,8 54,3 56,4 56,0

CR(10) 71,3 69,8 66,7 68,9 68,9

CR(20) 78,3 77,9 75,6 76,4 77,8

HHI 0,093 0,095 0,088 0,091 0,102

Nota: (1) Média do triênio (2006*/08*) Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

OS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA SÃO O PRINCIPAL DESTINO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE PRODUTOS DO GRUPO IN. Os países das América Latina (América do Sul, inclusive Mercosul, América Central e México) são os principais mercados de destino das vendas externas de produtos do grupo IN. Na média do triênio 2006*/08*, absorveram, em conjunto, 48,2% das exportações brasileiras do grupo, parcela que se elevou para 53,6% em 2009*. Fora da América Latina, os EUA e os países da EU-15 destacam-se como parceiros comerciais relevantes (ver Tabela B.10).

A ARGENTINA E OS EUA DESTACAM-SE COMO OS DESTINOS MAIS IMPORTANTES DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE PRODUTOS DO GRUPO IN A Argentina e os EUA são de longe os principais importadores de produtos IN brasileiros. No triênio 2006*/08* foram responsáveis por cerca de dois quintos das mesmas. Observe-se que, em 2009*, as exportações destinadas aos EUA caíram mais fortemente do que as destinadas à Argentina. De fato, na média do triênio 2006*/08* os EUA responderam por 18,0% das vendas externas brasileiras do grupo, parcela que caiu para 12,3% em 2009*. No caso da Argentina a participação aumentou de 20,6% (2006*/08*) para 18,7% (2009*). O aumento da participação da Argentina está na base da elevação da concentração por destino das exportações brasileiras de produtos IN, observada em 2009* e descrita nos indicadores da Tabela B.9. Vale sublinhar que além da Argentina sobressaem como mercados latino-americanos relevantes o México, o Chile, a Venezuela e o Peru. Entre os países da UE-15 merecem registro a Alemanha e os Países Baixos (ver Tabela B.8). A participação da China nas exportações brasileiras é modesta se comparada à importância das importações chinesas para outros grupos de produtos, como as commodities agrícolas e mínero-industriais.

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Tabela B.8 Produtos do Grupo IN

Exportações: distribuição por blocos e país de destino Participação (%) nas exportações de IN

Bloco/País Média (1) 2009* País Média (1) 2009*

Argentina 20,6 26,6 Argentina 20,6 26,6

União Européia (UE-15) 15,5 17,7 EUA 18,0 12,3

Américas do Sul/ Central/Caribe (2) 18,3 17,2 Alemanha 5,5 6,6

Estados Unidos 18,2 12,3 México 6,6 6,1

México 6,6 6,1 Chile 3,7 4,6

África 5,7 4,9 Venezuela 5,6 3,6

MERCOSUL, exceto Argentina 2,7 3,9 Países Baixos 1,4 2,6

Europa exceto UE-15 2,4 2,4 China 1,4 2,3

China 1,4 2,3 Peru 2,1 2,2

Demais 8,5 6,7 Demais 35,0 33,2

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 Nota: (1) Média do triênio (2006*/08*) (2) Exceto Mercosul Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

NOS MERCADOS MAIS RELEVANTES (BLOCOS/PAÍSES) OS PRODUTOS DO RAMO DE TRANSPORTES REPRESENTAM A MAIOR PARCELA DAS EXPORTAÇÕES DOS PRODUTOS DO GRUPO IN. Em 2009*, os produtos do ramo de material de transporte representaram a maior parcela das vendas externas de produtos IN realizadas na Argentina, na UE-15, na América do Sul, Central e Caribe, nos EUA, no México e na África. Cumpre ressaltar, contudo, que na Argentina, na UE-15 e no México, o ramo de material de transporte responde por mais de 60% do total das exportações do grupo de produtos em foco. Isso se deve, em grande medida, ao comércio de produtos do setor automobilístico. A distribuição das exportações de produtos do Grupo IN por ramo nos mercados relevantes está apresentada a seguir (em percentual do total dos produtos IN exportados pelo Brasil para o bloco/país).

Argentina: material de transporte (64,9%); máquinas e equipamentos (11,3%); máquinas e material elétrico, eletrônico (20,5%); e químicos (3,3%);

UE-15: material de transporte (60,9%); máquinas e equipamentos (21,0%); máquinas e material elétrico, eletrônico (12,7%); e químicos (5,3%);

América do Sul, Central e Caribe (exceto Mercosul): material de transporte (37,0%); máquinas e equipamentos (31,4%); máquinas e material elétrico, eletrônico (22,7%); e químicos (8,9%);

EUA: material de transporte (44,0%); máquinas e equipamentos (27,5%); máquinas e material elétrico, eletrônico (24,2%); e químicos (4,3%);

México: material de transporte (60,4%); máquinas e equipamentos (20,7%); máquinas e material elétrico, eletrônico (13,0%); e químicos (5,8%);

África: material de transporte (53,4%); máquinas e equipamentos (32,6%); máquinas e material elétrico, eletrônico (12,8%); e químicos (1,1%).

A AMÉRICA DO SUL É O PRINCIPAL DESTINO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE TODOS OS RAMOS COMPONENTES DO GRUPO IN. A Tabela B.9 a seguir registra a distribuição das exportações de cada ramo componente do Grupo IN por mercados de destino relevantes. Indica que a América do Sul e Central (inclusive Caribe, exclusive Mercosul) são, isoladamente, o principal mercado para as exportações brasileiras de produtos da

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química fina (farmacêuticos e fertilizantes) e de máquinas e equipamentos (ver Tabela B.9). A totalidade das exportações para a América Latina (inclusive Argentina e México) explica pouco mais da metade das exportações brasileiras de produtos da química fina, de máquinas e equipamentos e de material de transportes. No caso das máquinas e materiais elétricos e eletrônicos essa participação é um pouco menor (cerca de 40%), ainda que muito expressiva.

Tabela B.9 Produtos do Grupo IN

Exportações: distribuição por blocos/país de destino, discriminadas por ramos (2009*)

Países/blocos Produtos da química fina

Máquinas e Equipamentos

Máquinas e Materiais, Elétricos e Eletrônicos

Material de

Transporte Grupo IN

Argentina 17,6 12,9 28,4 32,8 26,6

UE-15 17,6 15,9 12,1 20,6 17,7

Américas do Sul e Central (1) 29,4 23,2 20,5 12,2 17,2

Estados Unidos 9,8 14,6 15,8 10,3 12,3

México 7,8 5,6 4,2 7,0 6,1

Demais 17,6 27,9 19,5 17,1 20,1

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Nota: (1) Inclusive Caribe, exceto Mercosul Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

Importações de produtos IN: panorama recente Em 2009*, vis-à-vis 2008 ou à média do triênio 2006*/08*, a participação das importações brasileiras de produtos do Grupo IN aumentaram tanto em relação às exportações brasileiras industriais, quanto relativamente às importações globais do país, como se pode constatar na tabela que se segue.

Tabela B.10 Produtos do Grupo IN

Importações: participação nas importações industriais e totais (em %)

Produtos IN 2006* 2007* 2008* Média(1) 2009*

Participação nas importações brasileiras de produtos industriais 46,4 45,2 47,1 46,2 49,4

Participação nas exportações brasileiras totais 45,2 44,1 46,1 45,1 48,3 Nota: (1) Média do triênio 2006*/08* Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

NO GRUPO DE PRODUTOS IN, O RAMO DE MÁQUINAS E MATERIAIS ELÉTRICOS, ELETRÔNICOS É O IMPORTADOR MAIS IMPORTANTE. A Tabela B.11 mostra a distribuição das importações brasileiras de produtos IN por seus ramos componentes, no biênio 2008*/09*. Como é possível constatar, o ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos responde por pouco mais de um terço das importações brasileiras do grupo. Seguem, em ordem de importância, o ramo de material de transportes e o de máquinas e equipamentos. O ramo de produtos da química fina é, por seu turno, o de menor peso nas importações do grupo. A FABRICAÇÃO DE AUTOMÓVEIS/AUTOPEÇAS; OS PRODUTOS FARMACÊUTICOS; A FABRICAÇÃO DE MOTORES BOMBAS, COMPRESSORES E EQUIPAMENTOS DE TRANSMISSÃO; E A FABRICAÇÃO DE MATERIAL ELÉTRICO BÁSICO SÃO OS SETORES QUE APRESENTAM MAIOR PESO NAS IMPORTAÇÕES

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BRASILEIRAS DE PRODUTOS IN. JUNTOS, ESTES SETORES RESPONDEM POR CERCA DE 40% DAS IMPORTAÇÕES DO GRUPO. A tabela que se segue mostra a participação dos ramos nas importações de produtos do Grupo IN destacando os principais setores importadores. Note-se que no ramo de produtos químicos as importações de farmacêuticos são bem mais relevantes do que as importações de fertilizantes. No ramo de máquinas e equipamentos sobressai a fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão; no ramo de máquinas e materiais elétricos eletrônicos, destaca-se a fabricação de material elétrico básico; e no de material de transportes, sobressaem a fabricação de automóveis caminhonetas e utilitários, assim como a fabricação de autopeças para veículos automotores. EM 2009*, AS IMPORTAÇÕES DE PRODUTOS DA QUÍMICA FINA, DE MÁQUINAS E MATERIAIS ELÉTRICOS, ELETRÔNICO E DE MATERIAL DE TRANSPORTE CRESCERAM A TAXAS BEM MAIS EXPRESSIVAS DO QUE AS VERIFICADAS PARA AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS INDUSTRIAIS E GLOBAIS. Em 2009*, relativamente a 2008*, o valor das importações de três ramos componentes do grupo IN (produtos da química fina; máquinas e materiais elétricos, eletrônicos; e material de transporte) cresceu bem acima da taxa média de crescimento observada para as exportações brasileiras industriais e globais (2,2%). A exceção ficou por conta do ramo de máquinas e equipamentos, cujo valor das importações decresceu em 4,3%. (ver Tabela B.11)

Tabela B.11 Importações de Produtos do Grupo IN por ramo/setores selecionados

Ramos e setores (CNAES- 3 dígitos) Participação no grupo IN (%) Tx de

crescimento 2009*/08* 2008* 2009*

1. Produtos químicos (química fina) 10,8 11,9 18,3

Fabricação de Produtos Farmacêuticos (245) 8,1 9,4 24,3

2. Máquinas e equipamentos 24,8 22,1 -4,3

Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão (291) 7,1 7,0 5,7

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso Geral (292) 5,5 5,2 2,0

Fabricação de Outras Máquinas e Equipamentos de Uso Específico (296) 5,4 4,1 -18,6

3. Máquinas e materiais elétricos, eletrônicos 36,2 37,7 11,8

Fabricação de Material Eletrônico Básico (321) 6,4 7,0 16,8

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos para Processamento de Dados (302) 5,1 5,6 19,0

Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio (322) 5,4 4,4 -13,6

4. Material de transportes 28,3 28,2 6,8

Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários (341) 8,3 10,3 33,1

Fabricação de Peças e Acessórios para Veículos Automotores (344) 8,1 8,3 9,5

Construção, Montagem e Reparação de Aeronaves (353) 7,6 5,0 -28,6

TOTAL 100,0 100,0 7,1

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OS PRODUTOS DE IMPORTAÇÃO MAIS IMPORTANTES ESTÃO CONCENTRADOS NO SETOR DE MATERIAL DE TRANSPORTES. No quadriênio 2006*/2009*, a concentração das importações por produtos permaneceu relativamente estável, como mostram os coeficientes de concentração apresentados na Tabela B.12. Note-se que, em 2008*, ano em que os efeitos da crise internacional mostraram-se mais expressivos, há sinais de desconcentração das importações, avaliada por produtos. Em 2009*, entre os dez produtos de importação mais importantes sete pertencem ao ramo de transporte, com destaque para os automóveis com motor explosão (500<CM3<=3000) e três ao ramo de máquinas e materiais elétrico, eletrônicos, com destaque para outras partes para aparelhos receptores (radiofonia, televisão etc, e para dispositivos de cristais líquidos).

Tabela B.12 Produtos do Grupo IN (Importações)

Coeficientes de concentração por produto (1) e principais produtos de importação

2006* 2007* 2008* 2009*

CR(2) 5,9 6,7 6,4 8,0

CR(5) 11,5 12,9 11,3 12,9

CR(10) 17,8 19,6 18,2 19,2

CR(20) 25,3 28,7 27,4 28,4

HHI 0,01 0,01 0,01 0,01

Principais produtos de importação 2009* Participação Exportações IN (2009*)

Taxa de crescimento 2009*/08*

Ramo

NCM 87032310 – Automóveis, motor explosão 500<CM3<=3000 5,7 40,2 Transporte

NCM 85299020 – Outras partes p/aparelhos recep.radiodif. televisão etc. 2,3 44,6

Elétricos e Eletrônicos

NCM 90138010 – Dispositivos de cristais líquidos (LCD) 1,7 10,6

Elétricos e Eletrônicos

NCM 87042190 – Outros veículos automóveis c/motor diesel 1,6 45,4 Transporte

NCM 87084090 – Caixas de marcha para veículos automóveis 1,6 24,4 Transporte

NCM 88033000 - Outras partes p/aviões e helicopteros 1,3 -31,4 Transporte

NCM 87089990 – Outras partes e acess. p/ tratores e veículos automóveis 1,3 4,2 Transporte

NCM 84119100 – Partes de tuborreatores ou de turbopropulsores 1,2 -5,6 Transporte

NCM 87032100 – Automóveis c/motor explosão, CIL<=1000CM3 1,2 50,7 Transporte

NCM 85423190 – Outros circuitos integrados 1,2 42,5 Elétricos e Eletrônicos

Nota: (1) Coeficiente calculados com referência a produtos (NCM oito dígitos) Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

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EM 2009* A CHINA SEGUIDA DOS EUA FORAM OS PRINCIPAIS PAÍSES DE ORIGEM DAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRASS DE PRODUTOS DO GRUPO IN. Em conjunto, os países da UE-15 são a principal origem das importações brasileiras de produtos de maior intensidade tecnológica, responsabilizando-se por cerca de um quarto do valor de tais importações. Entre os países desse bloco destacam-se a Alemanha, a Itália e a França. Isoladamente, China e EUA são os principais exportadores de produtos IN para o Brasil, respondendo juntos por um terço das importações brasileiras do grupo. A Argentina aparece como o quarto exportador para o Brasil mais relevante (ver Tabela B.13).

Tabela B.13 Produtos do Grupo IN

Importações: distribuição por blocos e país de origem Participação (%) nas exportações de IN

Bloco/País Média (1) 2009* País Média (1) 2009*

União Européia (UE-15) 28,1 26,3 China 15,1 17,5

China 15,1 17,5 EUA 18,5 15,5

EUA 18,8 15,7 Alemanha 10,3 9,8

Ásia exceto China, Índia, Japão e Oriente Médio 12,0 12,4 Argentina 7,2 8,7

Argentina 7,2 8,7 Japão 5,5 6,9

Japão 6,9 6,1 Coréia do Sul 6,9 6,1

Europa, exceto UE-15 3,8 4,2 Itália 4,1 3,9

México 2,6 2,8 França 4,2 3,8

Oceania 2,3 2,0 México 2,6 2,8

Demais 3,2 4,1 Demais 25,6 25,0

Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Nota: (1) Média do triênio (2006*/08*) Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

A CHINA DESTACA-SE COMO O PRINCIPAL PAÍS FORNECEDOR DAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE MÁQUINAS E MATERIAIS ELETRICO, ELETRÔNICOS. A Tabela B.14 mostra que a proeminência da China como fornecedora de produtos IN para o Brasil deve-se fundamentalmente à sua participação (um terço) nas importações brasileiras de produtos do ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos. Nesse ramo destacam-se ainda os tigres asiáticos, com relevo para a República da Coréia. No ramo de materiais de transportes os fornecedores brasileiros mais importantes são os países da UE-15 e a Argentina, fato explicado, em grande medida, pelo comércio de produtos do setor automotivo. A UE-15 é também a origem principal das importações brasileiras de químicos (farmacêuticos e fertilizantes) e de máquinas e equipamentos. A presença dos EUA como fornecedor de produtos IN para o Brasil é relevante em todos os ramos do grupo (ver Tabela B.14).

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Tabela B.14 Produtos do Grupo IN

Importações: distribuição por blocos/país de destino discriminadas por ramos (2009*)

País/bloco Químicos Máquinas e

Equipamentos

Máquinas e Materiais, Elétricos e Eletrônicos

Material de

Transporte Grupo IN

União Européia (UE-15) 46,6 40,4 14,5 22,6 26,3

China 6,8 14,7 33,7 2,7 17,5

Estados Unidos 20,6 19,1 11,9 16,1 15,7

Ásia (1) 1,2 6,0 20,1 12,0 12,4

Argentina 3,6 2,4 0,6 26,7 8,7

Demais (2) 21,3 17,4 19,2 19,9 19,2

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Nota: (1) Exceto China, Índia, Japão e Oriente Médio (2) Inclusive Caribe, exceto Mercosul Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

Saldo Comercial de produtos IN O DÉFICIT COMÉRCIAL OBSERVADO NOS RAMOS DE QUÍMICOS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS E DE MÁQUINAS E MATERIAIS ELÉTRICOS, ELETRÔNICOS APRESENTA TENDÊNCIA AO CRESCIMENTO, DESDE 2006*.

À exceção do verificado para o setor de material de transporte, todos os demais ramos componentes do Grupo IN têm apresentado déficit comercial crescente, no período focalizado por este boletim (2006*/2009*). O ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos é o que apresenta déficit mais expressivo. Por sua vez, o déficit do ramo de máquinas e equipamentos foi o que mais cresceu, saltando de US$ -1,9 bilhão em 2006* para US$ -8,9 bilhões, em 2009*. No mesmo período, o déficit do ramo de produtos da química fina evoluiu de US$ -3,7 bilhões para US$ -7,2 bilhões, e o do ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos saltou de US$ -13,1 para US$-21,8 bilhões. Em 2009*, o déficit comercial desses três ramos aumentou, relativamente a 2008*. Contudo, nesse ano, o ramo no qual o déficit comercial menos cresceu foi o de máquinas e equipamentos (5,2%), comparativamente ao verificado para os ramos de produtos da química fina (22,0%) e de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos (20,5%). EM 2009*, O SALDO COMERCIAL DO RAMO DE MATERIAL DE TRANSPORTE, QUE JÁ VINHA CAINDO DESDE 2006*, TORNA-SE NEGATIVO. No início do quadriênio considerado (2006*/09*) o saldo comercial do ramo de material de transporte era positivo e funcionava como um amortecedor para o déficit comercial do grupo dos produtos de maior conteúdo tecnológico. Todavia, o saldo comercial deste ramo veio caindo até se tornar negativo em 2009*. Boa parte do déficit do ramo de material de transporte deve-se ao déficit comercial da indústria automotiva, verificado principalmente nos segmentos de veículos automotores e de autopeças. Vale lembrar que o fato de o saldo do ramo de transporte ter se tornado negativo em 2009* (julho de 2009 a junho de 2010) reflete a circunstância de o mercado brasileiro ter se recuperado mais rapidamente após 2008* (julho de 2008 a junho de 2009) do que os mercados tradicionalmente importadores de produtos brasileiros do ramo de material de transportes. Em conseqüência, isso aqueceu as importações e reduziu as exportações brasileiras do ramo, impactando o negativamente seu saldo comercial.

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EM 2009*, O RAMO DE MÁQUINAS E MATERIAIS ELÉTRICOS, ELETRÔNICOS EXPLICOU METADE DO DÉFICIT COMERCIAL DO GRUPO DE PRODUTOS DE MAIOR INTENSIDADE TECNOLÓGICA. Como revela a Tabela B.15, em 2009*, todos os ramos componentes do Grupo IN apresentaram déficit em sua balança comercial, com destaque para o ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos, que isoladamente respondeu por 51,8% do déficit do grupo. Em seguida, sobressaem os ramos de máquinas e equipamentos (21,3% do déficit do grupo) e de produtos da química fina (17,0%). A participação do ramo de material de transportes no déficit comercial do grupo foi, por seu turno, a mais modesta (10,0%).

Tabela B.15 Produtos do Grupo IN

Evolução do Saldo Comercial por ramo

Ramo 2006* 2007* 2008* 2009* Tx. cresc. 2009*/08*

(%) Saldo comercial (X-M) US$

milhões (%) US$

milhões (%) US$

milhões (%) US$

milhões (%)

Produtos da química fina -3.738,1 35,2 -5.050,5 21,8 -5.871,8 18,6 -7.166,3 17,0 22,0

Máquinas e equipamentos -1.923,5 18,1 -5.410,7 23,3 -8.530,7 27,0 -8.972,5 21,3 5,2

Máq. e Mat. Elétricos e Eletrônicos -13.155,4 124,0 -19.382,0 83,6 -18.107,3 57,3 -21.822,4 51,8 20,5

Material de transporte 8.207,8 -77,4 6.659,6 -28,7 891,1 -2,8 -4.199,6 10,0 -571,3

Total -10.609,1 100,0 -23.183,6 100,0 -31.618,7 100,0 -42.160,7 100,0 33,3 Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

EM 2009*, APENAS SEIS SETORES DO GRUPO IN PRODUZIRAM SALDOS POSITIVOS EM SUA BALANÇA COMERCIAL, ENTRE ELES O DE CONSTRUÇÃO, MONTAGEM E REPARAÇÃO DE AERONAVES. Entre os 35 setores CNAE 1.0 (três dígitos) que compõem o grupo de indústrias de maior intensidade tecnológica, apenas seis apresentaram superávit no comércio internacional em 2009*. Juntos, esses setores produziram um superávit de US$ 1.495,6 milhões, com destaque para os setores de construção e montagem e reparação de aeronaves (CNAE 353; superávit de US$ 605,6 milhões); fabricação de cabines, carrocerias e reboques (CNAE 343; superávit de US$ 267,6 milhões); fabricação de armas munições e equipamentos militares (CNAE 297; superávit de US$ 248,0 milhões); e fabricação de caminhões e ônibus (CNAE 342; superávit de US$ 232,2 milhões). DEZ SETORES EXPLICARAM 70% DO DÉFICIT COMERCIAL DO GRUPO IN (2009*), COM DESTAQUE PARA OS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS, MATERIAL ELETRÔNICO BÁSICO E MÁQ./EQUIP. DE SISTEMAS ELETRÔNICOS P/PROCESSAMENTO DE DADOS. Todos os demais 29 setores componentes do grupo de produtos de maior intensidade tecnológica apresentaram comércio internacional deficitário, do que resultou um déficit total de US$ 4.2160,7 milhões (2009*). Os dez setores com maior contribuição para o déficit comercial do grupo constam na tabela que se segue. Em conjunto, esses setores explicam cerca de 70% do déficit comercial do grupo em análise.

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Tabela B.16

Produtos do Grupo IN Comércio internacional: principais setores deficitários (2009*)

Setores (CNAE)

Déficit Em US$ milhões

Participação no déficit do

grupo (%)

Fabricação de Produtos Farmacêuticos (245) -5.711,5 13,5

Fabricação de Material Eletrônico Básico (321) -4.981,3 11,8

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos para Processamento de Dados (302)

-3.805,1 9,0

Fabricação de Aparelhos Receptores de Rádio e Televisão e de Reprodução, Gravação ou Amplificação de Som e Vídeo (323)

-2.971,6 7,0

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso Geral (292) -2.959,1 7,0

Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários (341) -2.871,0 6,8

Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão (291)

-2.645,3 6,3

Fabricação de Outras Máquinas e Equipamentos de Uso Específico (296) -2.370,8 5,6

Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio (322)

-1.693,0 4,0

Fabricação de Peças e Acessórios para Veículos Automotores (344) -1.658,8 3,9 Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

O COMÉRCIO BRASILEIRO DE PRODUTOS DE MAIOR CONTEÚDO TECNOLÓGICO COM A AMÉRICA LATINA E COM A ÁFRICA É SUPERAVITÁRIO.

Discriminado por blocos e países o comércio brasileiro de produtos do Grupo IN mostra-se superavitário em alguns casos, como na América Latina e na África. Na Argentina, o superávit resulta do comércio dos ramos de máquinas e equipamentos e de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos, uma vez que o Brasil apresenta déficit com aquele país nos ramos de produtos da química fina e de material de transporte. Nos demais países da América do Sul e na América Central o comércio brasileiro é superavitário em todos os ramos considerados. Na África o país apresenta superávit em todos os ramos, à exceção do ramo de produtos da química fina, em que se observa um déficit comercial modesto (ver Tabela B.17). OS PAÍSES DA UE-15 E A CHINA SÃO OS PRINCIPAIS RESPONSÁNEIS PELO DÉFICIT COMERCIAL BRASILEIRO NOS SETORES DO GRUPO IN (2009*).

A União Européia (UE-15) e a China são os blocos/países que mais contribuem para o déficit do comércio exterior brasileiro de produtos de maior conteúdo tecnológico. No caso da UE-15 a maior parcela do déficit brasileiro está no comércio de máquinas e equipamentos. Já no caso da China, o ramo de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos é, de longe, o maior responsável pelo déficit brasileiro. Sublinhe-se que o Brasil apresenta também déficits expressivos no comércio dos produtos focalizados com outros países e blocos, a saber: países do sudeste asiático, EUA e Japão. Do mesmo modo que, no caso da China, o déficit com os países do sudeste asiático deve-se ao comércio de máquinas e materiais elétricos, eletrônicos. Em relação aos EUA o déficit comercial é distribuído de forma mais equilibrada entre os quatro ramos componentes do Grupo IN. No Japão o mesmo se verifica, à exceção da fabricação de produtos da química fina, ramo no qual o déficit comercial brasileiro com este país é diminuto (ver Tabela B.17).

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Tabela B.17

Produtos do Grupo IN Saldo Comercial discriminado por setor e por parceiro comercial (2009*)

Setores/Grupo Químicos Máquinas e

Equipamentos

Máquinas e Materiais, Elétricos e Eletrônicos

Material de Transporte

Grupo IN

Blocos /Países com os quais o Brasil é Deficitário (Em US$ milhões)

União Européia (UE-15) -3.799,0 -5.422,3 -3.327,0 -1.281,8 -13.830,1

China -588,5 -2.271,7 -9.276,7 -90,8 -12.227,7

Ásia** -60,0 -807,1 -5.456,2 -2.385,7 -8.708,9

Estados Unidos -1.641,6 -2.047,3 -2.368,9 -1.643,5 -7.701,3

Japão -84,0 -1.285,3 -1.534,3 -1.373,7 -4.277,3

Europa exceto UE-15 -837,0 -575,4 -673,5 -236,7 -2.322,6

Oceania -29,3 59,1 -1.297,0 208,1 -1.059,0

Demais -456,3 108,1 -723,4 -474,2 -1.545,8

(a)Total dos deficitários -7.495,6 -12.241,8 -24.657,0 -7.278,2 -51.672,7

Blocos /Países com os quais o Brasil é Superavitário (Em US$ milhões)

América Latina** 389,4 1.663,7 876,1 1.943,7 4.872,9

Argentina -43,0 548,6 1.550,8 -108,7 1.947,6

África -19,1 490,4 158,3 749,6 1.379,2

MERCOSUL exceto Argentina 69,8 470,9 240,3 347,4 1.128,4

Oriente Médio -67,6 95,8 9,0 146,6 183,9

(b) Total dos superavitários 329,4 3.269,4 2.834,6 3.078,6 9.512,0

TOTAL GERAL (a)+(b) -7.166,3 -8.972,5 -21.822,4 -4.199,6 -42.160,7 Notas: Ásia** - Exceto China, Índia, Japão e Oriente Médio. Inclui, entre outros, a República da Coréia, Cingapura, Tailândia Indonésia, Formosa, Hong Kong e Vietnã. América Latina** - Inclusive Caribe e exclusive Mercosul Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

Comércio intra-setorial

Entre os setores pertencentes ao grupo de produtos dotados de alto conteúdo tecnológico (CNAE 3 dígitos), 15 respondem por 82,2% do fluxo de comércio do Grupo IN. Oito desses setores não apresentam comércio intra-setorial relevante (ver Tabela B.18). Ao contrário, nos outro sete setores observa-se comércio intra-setorial expressivo. São eles: (i) fabricação de material eletrônico básico; (ii) fabricação de aparelhos receptores de rádio e televisão e de reprodução, gravação ou amplificação de som e vídeo; (iii) fabricação de máquinas e equipamentos de sistemas eletrônicos para processamento de dados; (iv), fabricação de produtos farmacêuticos; (v) fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico; (vi) fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral; e (vii) fabricação de defensivos agrícolas.

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Tabela B.18 Produtos do Grupo IN

Indicadores de comércio intra-setorial (1) e fluxo de comércio

Setores

Indicador de comércio intra-setorial (1)

Fator Relevante

Fluxo de comércio (2009*)

2008* 2009*

Participação no fluxo de comércio IN

(%)

Participação acumulada

(%)

Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários 0,1 0,2 Imp 11,6 11,6

Fabricação de Peças e Acessórios para Veículos Automotores 0,1 0,2 Imp 10,0 21,6

Fabricação de Produtos Farmacêuticos 0,7 0,7 Imp 7,7 29,3

Construção, Montagem e Reparação de Aeronaves 0,0 0,1 Exp 7,6 37,0

Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão 0,3 0,3 Imp 7,3 44,3

Fabricação de Material Eletrônico Básico 0,9 0,9 Imp 5,0 49,3

Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio 0,3 0,4 Imp 4,5 53,8

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso Geral 0,6 0,6 Imp 4,5 58,3

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos para Processamento de Dados 0,8 0,8 Imp 4,3 62,5

Fabricação de Caminhões e Ônibus 0,3 0,1 Exp 4,2 66,7

Fabricação de Outras Máquinas e Equipamentos de Uso Específico 0,7 0,6 Imp 3,6 70,3

Fabricação de Geradores, Transformadores e Motores Elétricos 0,1 0,1 Imp 3,5 73,8

Fabricação de Aparelhos Receptores de Rádio e Televisão e de Reprodução, Gravação ou Amplificação de Som e Vídeo 0,9 0,9 Imp 3,2 77,0

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso na Extração Mineral e Construção 0,2 0,0 Exp 3,0 80,0

Fabricação de Defensivos Agrícolas 0,6 0,6 Imp 2,2 82,2 Nota: (1) Indicador de Grubel-Lloyd Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC

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B.3 - COEFICIENTES DE EXPORTAÇÃO (X/VP) E DE IMPORTAÇÃO (M/VP)

Em 2009*, todos os ramos componentes do grupo de produtos IN apresentaram redução em seus coeficientes de exportação (X/VP), relativamente a 2008*. A queda dos coeficientes de exportação deveu-se ao fato de a economia brasileira ter se recuperado mais rapidamente em 2009*, comparativamente ao observado para as economias externas que tradicionalmente absorvem as exportações brasileiras de produtos IN. Vale ressaltar que a comparação de 2009* contra 2008* registra, na verdade, o comportamento das variáveis em estudo após a crise internacional. Isso porque 2008* corresponde ao período que vai de julho de 2008 a junho de 2009 (auge da crise) e 2009*, ao período compreendido entre julho de 2009 e junho de 2010 (saída da crise). A circunstância de a economia brasileira ter se recuperado rapidamente em 2009* reflete-se nas expressivas taxas de crescimento do VP dos ramos estudados. Ao contrário, a duração mais prolongada da crise nas economias de destino das exportações brasileiras aparece na redução, ou no baixo crescimento, das exportações dos produtos IN, em 2009*. A combinação de tais tendências implicou o aumento dos coeficientes de exportação em todos os quatro ramos componentes do grupo IN (ver Tabela B.19)

Tabela B.19 Produtos Grupo IN

Taxas de crescimento do VP, das Exportações e Coeficientes de Exportação

Ramos

Tx de crescimento (2009*/08*)

Coeficiente de exportação

(X/VP)

VP X 2008* 2009*

Produtos Químicos (química fina) 19,9 4,2 6,8 5,9

Máquinas e Equipamentos 25,6 -13,7 24,3 16,7

Máquinas e Materiais, Elétricos e Eletrônicos 15,5 -11,4 17,7 13,6

Material de Transporte 20,3 -18,5 22,3 15,1

TOTAL 20,3 -15,2 19,9 14,0 Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC e de dados da PIA/PIM

Entre 2008* e 2009*, os coeficientes de exportação (X/VP) de 32 dos 35 setores (CNAE 1.0 -três dígitos) do grupo de produtos de maior intensidade tecnológica apresentaram queda. Em apenas um setor foi observado aumento relevante daquele coeficiente16. Em outros dois setores os coeficientes de exportação mantiveram-se praticamente inalterados, ainda que tenham registrado uma redução modesta17. A queda dos coeficientes de exportação em 2009* observada para os 32 setores descritos na tabela abaixo resulta do cenário já comentado anteriormente, qual seja: a circunstância de a economia brasileira ter se recuperado mais rapidamente do que os principais mercados a que se destinam as vendas externas brasileiras de produtos do Grupo IN. Esse fato estimulou o crescimento do VP dos setores em análise e a queda concomitante de suas exportações.

16

Construção, montagem e reparação de veículos ferroviários (CNAE 352): de 19,9% em 2008* para 27,5%, em 2009*. 17

Fabricação de Equipamentos para Distribuição e Controle de Energia Elétrica (de 23,6% em 2008* para 23,7% em 2009*) e Fabricação de Cronômetros e Relógios (de 1,1% em 2008* para 1,2% em 2009*).

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Tabela B.20 Produtos do Grupo IN

Setores com aumento de coeficiente de exportação (X/VP) entre 2008* e 2009* CNAE Setores 2008* 2009*

351 Construção e Reparação de Embarcações 75,8 1,2

359 Fabricação de Outros Equipamentos de Transporte 4,2 2,7

298 Fabricação de Eletrodomésticos 6,8 4,1

246 Fabricação de Defensivos Agrícolas 4,8 4,2

302 Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos para Processamento de Dados

5,7 4,6

316 Fabricação de Material Elétrico para Veículos - Exceto Baterias 6,1 5,1

323 Fabricação de Aparelhos Receptores de Rádio e Televisão e de Reprodução, Gravação ou Amplificação de Som e Vídeo

6,6 5,7

313 Fabricação de Fios, Cabos e Condutores Elétricos Isolados 7,4 6,5

245 Fabricação de Produtos Farmacêuticos 7,9 6,8

334 Fabricação de Aparelhos, Instrumentos e Materiais Ópticos, Fotográficos e Cinematográficos

9,5 7,0

321 Fabricação de Material Eletrônico Básico 7,5 7,4

293 Fabricação de Tratores e de Máquinas e Equipamentos para a Agricultura, Avicultura e Obtenção de Produtos Animais

12,5 8,0

343 Fabricação de Cabines, Carrocerias e Reboques 14,4 8,0

315 Fabricação de Lâmpadas e Equipamentos de Iluminação 13,3 9,4

319 Fabricação de Outros Equipamentos e Aparelhos Elétricos 12,8 9,6

292 Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso Geral 14,2 10,1

341 Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários 13,3 10,4

296 Fabricação de Outras Máquinas e Equipamentos de Uso Específico 18,1 13,0

333 Fabricação de Máquinas, Aparelhos e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos dedicados a Automação Industrial e Controle do Processo Produtivo

14,2 13,6

294 Fabricação de Máquinas-Ferramenta 27,6 15,7

332 Fabricação de Aparelhos e Instrumentos de Medida, Teste e Controle - Exceto Equipamentos para Controle de Processos Industriais

18,0 16,5

344 Fabricação de Peças e Acessórios para Veículos Automotores 21,1 17,8

314 Fabricação de Pilhas, Baterias e Acumuladores Elétricos 20,1 18,1

342 Fabricação de Caminhões e Ônibus 31,6 18,3

331 Fabricação de Aparelhos e Instrumentos para Usos Médicos-Hospitalares, Odontológicos e de Laboratórios e Aparelhos Ortopédicos

20,6 19,8

322 Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio

34,9 25,3

353 Construção, Montagem e Reparação de Aeronaves 44,8 32,9

291 Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão

44,3 36,3

311 Fabricação de Geradores, Transformadores e Motores Elétricos 54,0 40,0

295 Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso na Extração Mineral e Construção

73,4 41,1

301 Fabricação de Máquinas para Escritório 60,8 49,0

297 Fabricação de Armas, Munições e Equipamentos Militares 89,3 86,1 Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC e de dados da PIA/PIM

O RAMO DE MATERIAL DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS FOI O QUE APRESENTOU MAIOR REDUÇÃO DO COEFICIENTE DE IMPORTAÇÃO (M/VP) EM 2009*. Os ramos componentes do Grupo IN caracterizam-se por apresentar coeficientes de importação (M/VP) significativos. Todavia, em 2009* todos eles apresentaram redução de seus coeficientes de

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importação, relativamente a 2008*. Vale sublinhar que o ramo de máquinas e equipamentos foi aquele no qual o coeficiente de importação apresentou queda mais expressiva, circunstância derivada do fato de o valor de suas importações ter caído (-4,3%), enquanto que o valor de sua produção apresentava uma taxa de crescimento vigorosa: 25,6% entre 2008* e 2009*. Como resultado, o coeficiente de importação (M/VP) do ramo passou de 48,6% em 2008*, para 37,1% em 2009*. Nos demais ramos observaram-se aumentos do VP, concomitantemente à elevação de importações, as quais, muito provavelmente, foram estimuladas pela própria retomada do crescimento da produção dos ramos em foco. Ressalve-se, contudo, que nos ramos de produtos da química fina, de máquinas e de materiais elétricos, eletrônicos, e de material de transportes, o coeficiente de importação caiu bem menos do que o verificado no caso do ramo de máquinas e equipamentos (ver Tabela B.19). O RAMO DE MÁQUINAS E MATERIAS ELÉTRICOS, ELETRÔNICOS É O QUE APRESENTA O MAIOR COEFICIENTE DE IMPORTAÇÃO ENTRE OS RAMOS PRODUTORES DE PRODUTOS IN.

É importante destacar o fato de os ramos de produtos de maior conteúdo tecnológico apresentarem coeficientes de importação elevados. Isto é verdadeiro, sobretudo, para o caso da fabricação de máquinas e matérias, elétricos, eletrônicos. Em 2008* e em 2009, o valor das importações desse ramo representava quase dois terços do VP de sua produção doméstica.

Tabela B.21 Produtos do Grupo IN

Taxas de crescimento do VP, das Importações e Relação M/VP

Ramos

Tx de crescimento (2009*/08*)

Coeficiente de importação

(M/VP)

VP M 2008* 2009*

Produtos da Química Fina 19,9 18,3 32,2 31,8

Máquinas e Equipamentos 25,6 -4,3 48,6 37,1

Máquinas e Materiais, Elétricos e Eletrônicos 15,5 11,8 65,0 62,8

Material de Transporte 20,3 6,8 21,4 19,0

TOTAL 20,3 7,1 36,7 32,7 Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC e de dados da PIA/PIM

A tabela que se segue registra a variação dos coeficientes de importação dos setores (CNAE-3 dígitos) do Grupo IN entre 2008* e 2009*. Mostra que, no conjunto dos 20 setores com maiores coeficientes de importação, 15 pertencem ao ramo de máquinas e de materiais elétricos, eletrônicos. Observe-se que, no caso de cinco desses setores, o valor das importações ultrapassa o valor da produção doméstica.

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Tabela B.22 Produtos do Grupo IN: setores selecionados (1)

Relação M/VP (2008* e 2009*) CNAE Setor Ramo 2008*

(M/VP) 2009* (M/VP)

334 Fabricação de Aparelhos, Instrumentos e Materiais Ópticos, Fotográficos e Cinematográficos

Elet, Eletrônico 260,6 263,5

301 Fabricação de Máquinas para Escritório Elet, Eletrônico 161,4 244,8

321 Fabricação de Material Eletrônico Básico Elet, Eletrônico 219,6 226,1

331 Fabricação de Aparelhos e Instrumentos para Usos Médicos-Hospitalares, Odontológicos e de Laboratórios e Aparelhos Ortopédicos

Elet, Eletrônico 113,6 121,6

332 Fabricação de Aparelhos e Instrumentos de Medida, Teste e Controle - Exceto Equipamentos para Controle de Processos Industriais

Elet, Eletrônico 118,4 107,1

323 Fabricação de Aparelhos Receptores de Rádio e Televisão e de Reprodução, Gravação ou Amplificação de Som e Vídeo

Elet, Eletrônico 81,6 93,8

312 Fabricação de Equipamentos para Distribuição e Controle de Energia Elétrica

Elet, Eletrônico 78,2 87,0

315 Fabricação de Lâmpadas e Equipamentos de Iluminação Elet, Eletrônico 59,7 80,6

291 Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão

Máquinas e Equipamentos

88,4 74,5

294 Fabricação de Máquinas-Ferramenta Máquinas e Equipamentos

129,3 74,1

319 Fabricação de Outros Equipamentos e Aparelhos Elétricos

Elet, Eletrônico 77,6 65,0

314 Fabricação de Pilhas, Baterias e Acumuladores Elétricos Elet, Eletrônico 61,1 60,5

296 Fabricação de Outras Máquinas e Equipamentos de Uso Específico

Máquinas e Equipamentos

89,3 57,9

333 Fabricação de Máquinas, Aparelhos e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos dedicados a Automação Industrial e Controle do Processo Produtivo

Elet, Eletrônico 76,7 57,8

302 Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Sistemas Eletrônicos para Processamento de Dados

Elet, Eletrônico 60,0 55,0

352 Construção, Montagem e Reparação de Veículos Ferroviários

Transportes 36,9 53,8

322 Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio

Elet, Eletrônico 66,5 53,5

311 Fabricação de Geradores, Transformadores e Motores Elétricos

Elet, Eletrônico 43,8 49,9

292 Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso Geral Máquinas e Equipamentos

51,3 44,5

335 Fabricação de Cronômetros e Relógios Elet, Eletrônico 53,8 43,0 Nota: (1) Critério de seleção: setores com relação M/VP mais elevado n(2009*) Fonte: elaboração própria a partir de dados Alice/MDIC e de dados da PIA/PIM

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B.4 - CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DAS EXPORTAÇÕES

Essa seção examina alguns indicadores relativos às exportações dos produtos do grupo IN focalizados neste boletim, a saber: vantagens comparativas, market share dos produtos de exportação no mercado mundial e dinamismo do comércio mundial desses produtos. Todos estes indicadores foram calculados com base em informações relativas ao quadriênio 2005/08, agora definido em anos-calendário. O uso de anos-calendário, ao invés dos anos de referência presentes nas seções anteriores, deve-se ao fato de os cálculos se apoiarem em base de dados internacional cujas informações são disponibilizadas com defasagem18, circunstância que impede a repetição do critério de corte temporal antes utilizado. Sublinhe-se, em conseqüência, que tais indicadores chamam a atenção para algumas características estruturais das exportações brasileiras do Grupo IN, as quais, por definição, tendem a não apresentar alterações expressivas no curto prazo. ENTRE OS 35 SETORES COMPONENTES DO GRUPO IN APENAS SEIS APRESENTARAM VANTAGENS COMPARATIVAS NO COMÉRCIO MUNDIAL (2008) O cálculo dos indicadores de vantagens relativas reveladas19 para a média dos 35 setores (CNAE/3 dígitos) que compõem o grupo de produtos de maior intensidade tecnológica focalizados neste trabalho mostrou que somente seis deles apresentaram vantagens comparativas no comércio internacional, em 2008 (ver Tabela B.23). ENTRE OS SETORES COM VC NO MERCADO MUNDIAL DESTACAM-SE A FABRICAÇÃO DE ARMAS E MUNIÇÕES, A CONSTRUÇÃO, MONTAGEM E REPARAÇÃO DE AERONAVES, E A FABRICAÇÃO DE CAMINHÕES E ÔNIBUS.

Tabela B.23

Produtos do Grupo IN com VC em 2008*

Setores dotados de VC no mercado mundial IVCR (1)

Fabricação de Armas, Munições e Equipamentos Militares (297) 0,66

Construção, Montagem e Reparação de Aeronaves (353) 0,27

Fabricação de Caminhões e Ônibus (342) 0,26

Fabricação de Tratores e de Máquinas e Equipamentos para a Agricultura, Avicultura e Obtenção de Produtos Animais (293)

0,18

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso na Extração Mineral e Construção (295) 0,14

Fabricação de Defensivos Agrícolas (246) 0,13 Nota: (1) Indicador calculado com base em produtos (SH seis dígitos) Fonte: elaboração própria a partir de dados do GTIS

A Tabela B.24 registra indicadores de vantagens comparativas, de market share no mercado mundial (2008), de variação do market share no período 2005/0820, e de dinamismo do comércio

18

O exame das vantagens comparativas das exportações brasileiras das indústrias do Grupo IN, do market-share do país no mercado mundial e do dinamismo do comércio mundial tomou como base de informações o Global Trade Information Services (GTIS). Todos esses indicadores foram calculados para produtos definidos pelo SH (seis dígitos) 19

IVCR (participação das exportações brasileiras do produto nas exportações globais do produto/participação das exportações brasileiras totais nas exportações globais) normalizado. Produtos com vantagem comparativa apresentam IVCR entre 0 e 1 e produtos sem vantagem comparativa IVCR entre 0 e -1. 20

O exame das vantagens comparativas das exportações brasileiras do grupo IN, do market-share do país no mercado mundial e do dinamismo do comércio mundial tomou como base de informações o Global Trade

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internacional21, calculados para a média dos setores componentes do grupo IN focalizado neste boletim. Apresenta tais indicadores para 20 setores cujas exportações representaram, em conjunto, 90% das vendas externas brasileiras do grupo em foco, em 2008. Observe-se que em todos os 20 setores considerados o Brasil perdeu market share em 2008, comparativamente ao market share calculado para a média de 2005/07. No setor exportador mais relevante (construção, montagem e reparação de aeronaves), no qual como visto o Brasil detém vantagens comparativas, as exportações globais registraram alto dinamismo no período de referência. Ao contrário, setores da indústria automotiva nos quais as vendas externas brasileiras são importantes (fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários, fabricação de caminhões e ônibus e fabricação de peças e assessórios para veículos automotores) mostraram-se pouco dinâmicas no período focalizado (ver Tabela B.24).

Information Services (GTIS). Todos esses indicadores foram calculados para produtos definidos pelo SH (seis dígitos). 21

Utilizou-se a taxa média de crescimento anual das vendas externas no período 2005/08 como referência para a classificação dos produtos por dinamismo. Foram considerados produtos com alto dinamismo aqueles cuja taxa de crescimento das exportações mundiais foi igual ou superior a 10% da taxa de crescimento das exportações mundiais globais; produtos com baixo dinamismo, aqueles cuja taxa crescimento das exportações mundiais foi igual ou inferior a 10% da taxa de crescimento das exportações mundiais globais; e produtos de dinamismo médio, aqueles cuja taxa de crescimento das exportações mundiais encontra-se no intervalo entre +9,9% e -9,9% da taxa de crescimento das exportações mundiais globais. Ressalve-se que indicadores de dinamismo das exportações são muito suscetíveis à escolha do período e da base de comparação.

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Tabela B.24 Produtos do Grupo IN: setores

IVCR, Market share, G&P de Market share e Dinamismo no comércio mundial

Setores (CNAE) IVCR (1)

2008 MS

2008 G&P (2)

Dinamismo

Construção, Montagem e Reparação de Aeronaves (353) 0,3 2,4 -2,2 Alto

Fabricação de Automóveis, Caminhonetas e Utilitários (341) -0,2 0,9 -1,1 Muito Baixo

Fabricação de Caminhões e Ônibus (342) 0,3 2,4 -2,1 Baixo

Fabricação de Motores, Bombas, Compressores e Equipamentos de Transmissão (291)

-0,1 1,2 -1,3 Médio

Fabricação de Tratores e de Máquinas e Equipamentos para a Agricultura, Avicultura e Obtenção de Produtos Animais (293)

0,2 2,0 -1,8 Alto

Fabricação de Peças e Acessórios para Veículos Automotores (344) 0,0 1,4 -1,4 Baixo

Fabricação de Aparelhos e Equipamentos de Telefonia e Radiotelefonia e de Transmissores de Televisão e Rádio (322)

-0,3 0,8 -1,1 Muito Baixo

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso na Extração Mineral e Construção (295)

0,1 1,9 -1,7 Médio

Fabricação de Geradores, Transformadores e Motores Elétricos (311)

0,0 1,3 -1,4 Muito Alto

Construção e Reparação de Embarcações (351) -0,1 1,2 -1,3 Muito Alto

Fabricação de Máquinas e Equipamentos de Uso Geral (292) -0,5 0,4 -1,0 Médio

Fabricação de Produtos Farmacêuticos (245) -0,7 0,2 -0,9 Muito Alto

Fabricação de Outras Máquinas e Equipamentos de Uso Específico (296)

-0,5 0,4 -1,0 Muito Baixo

Fabricação de Equipamentos para Distribuição e Controle de Energia Elétrica (312)

-0,6 0,3 -0,9 Alto

Fabricação de Eletrodomésticos (298) -0,4 0,6 -1,0 Muito Baixo

Fabricação de Máquinas-Ferramenta (294) -0,5 0,4 -1,0 Muito Baixo

Notas: (1) Indicador calculado com base em produtos (SH seis dígitos). (2) Variação do market-share (market-share de 2008 contra o market-share calculado para a média de 2005/07). Critério de seleção: setores cujas exportações totalizam 90% das exportações do grupo em foco Fonte: elaboração própria a partir de dados do GTIS