bibliotecas digitais em arquitetura e urbanismo: um estudo...

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INPE-16587-TAE/79 BIBLIOTECAS DIGITAIS EM ARQUITETURA E URBANISMO: UM ESTUDO SOBRE A ARQUITETURA DA INFORMA ¸ C ˜ AO DIGITAL Rosemary Gay Fantinel Disserta¸c˜ ao apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ ao em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para obten¸c˜ ao do ıtulo de Mestre em Arquitetura e Urbanismo, orientada pelo Dr. Marcelo Bezerra de Melo Tinoco Registro do documento original: <http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m18@80/2009/10.06.17.04> INPE ao Jos´ e dos Campos 2009

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  • INPE-16587-TAE/79

    BIBLIOTECAS DIGITAIS EM ARQUITETURA E

    URBANISMO: UM ESTUDO SOBRE A ARQUITETURA

    DA INFORMACAO DIGITAL

    Rosemary Gay Fantinel

    Dissertacao apresentada ao Programa de Pos-Graduacao em Arquitetura e

    Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para obtencao do

    ttulo de Mestre em Arquitetura e Urbanismo, orientada pelo Dr. Marcelo Bezerra

    de Melo Tinoco

    Registro do documento original:

    INPE

    Sao Jose dos Campos

    2009

    http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m18@80/2009/10.06.17.04

  • PUBLICADO POR:

    Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE

    Gabinete do Diretor (GB)

    Servico de Informacao e Documentacao (SID)

    Caixa Postal 515 - CEP 12.245-970

    Sao Jose dos Campos - SP - Brasil

    Tel.:(012) 3945-6911/6923

    Fax: (012) 3945-6919

    E-mail: [email protected]

    CONSELHO DE EDITORACAO:

    Presidente:

    Dr. Gerald Jean Francis Banon - Coordenacao Observacao da Terra (OBT)

    Membros:

    Dra Maria do Carmo de Andrade Nono - Conselho de Pos-Graduacao

    Dr. Haroldo Fraga de Campos Velho - Centro de Tecnologias Especiais (CTE)

    Dra Inez Staciarini Batista - Coordenacao Ciencias Espaciais e Atmosfericas (CEA)

    Marciana Leite Ribeiro - Servico de Informacao e Documentacao (SID)

    Dr. Ralf Gielow - Centro de Previsao de Tempo e Estudos Climaticos (CPT)

    Dr. Wilson Yamaguti - Coordenacao Engenharia e Tecnologia Espacial (ETE)

    BIBLIOTECA DIGITAL:

    Dr. Gerald Jean Francis Banon - Coordenacao de Observacao da Terra (OBT)

    Marciana Leite Ribeiro - Servico de Informacao e Documentacao (SID)

    Jefferson Andrade Ancelmo - Servico de Informacao e Documentacao (SID)

    Simone A. Del-Ducca Barbedo - Servico de Informacao e Documentacao (SID)

    REVISAO E NORMALIZACAO DOCUMENTARIA:

    Marciana Leite Ribeiro - Servico de Informacao e Documentacao (SID)

    Marilucia Santos Melo Cid - Servico de Informacao e Documentacao (SID)

    Yolanda Ribeiro da Silva Souza - Servico de Informacao e Documentacao (SID)

    EDITORACAO ELETRONICA:

    Viveca SantAna Lemos - Servico de Informacao e Documentacao (SID)

    [email protected]

  • BIBLIOTECAS DIGITAIS EM ARQUITETURA E URBANISMO: UM ESTUDO

    SOBRE A ARQUITETURA DA INFORMAO DIGITAL

    ROSEMARY GAY FANTINEL

    Natal

    2009

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-

    Graduao em Arquitetura e Urbanismo da

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    para obteno do ttulo de Mestre em

    Arquitetura e Urbanismo.

    Orientador: Prof. Dr. Marcelo Bezerra de Melo

    Tinoco

  • P P G A U

    ' :' . II UNIVERS/DADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TEO{OLOGIA PROGRAMA DEPOS-GRADUAr;:AO EMARQUITETURA E URBAN/SMO U F R N

    Ata da sessao publica de apresentacao e argUiyao de defesa de dissertacao de mestrado, do Programa de Pos-Graduacao em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da aluna ROSEMARY GAY FANTINEL. Aos vinte e cinco dias do rnes de setembro de dois mil e nove, as catorze horas e trinta minutos , na sala de aula do PPGAUlUFRN, realizou-se a Sessao Publica de Oefesa de Dlssertaeao para obtencao do grau de mestre, da aluna Rosemary Gay Fantinel, sob 0 titulo "Bibliotecas Digitais em Arquitetura e Urbanismo: Um Estudo sobre a Arquitetura da lnformacao Digital". A Banca Examinadora, aprovada pela Coordenacao do Programa de Pos-Graduacao em Arquitetura e Urbanismo, foi composta pelos professores doutores: Marcelo Bezerra de Melo Tinoco, presidente; Gleice Virginia Medeiros de Azambuja Elali ,examinadora interna e Marcos Galindo Lima, examinador externo da UFPE. 0 presidente declarou aberta a sessao e, a seguir, apresentou os membros da banca, solicitando a candidata que iniciasse a apresentacao da dissertacao, para a qual seria concedido um tempo maximo de trinta minutos. Concluida a exposlcao, 0 presidente passou a palavra ao Prof. Dr. Marcos Galindo Lima, examinador externo, e posteriormente ao Profll. OrB. Gleice Virginia Medeiros de Azambuja Elali, examinadora interna, para a argOic;ao do candidato, seguindo-se as consideracoes do presidente. En:' seguida, a Banca Examinadora reuniu-se em sessao secreta e atribuiu 0 conceito 9 a Dissertacao apresentada, a vista do que a candidata foi considerada j.,~~-Jr::-~~ ,tendo obtido 0 grau de mestre, de acordo com a legislac;ao vigente.

    )

    Gay Fantinel Mestranda

    Programa de P6s-Graduac;Ao em Arquiteturae Urbanismo CampusUniversit6rio - Lagoa Nova - 59072-970- NataV RN Fonel Fax: (84) 3215 3776. Homepage: www.ppgau.ufm.br e-mail: [email protected]

  • FANTINEL, Rosemary Gay

    Bibliotecas digitais em Arquitetura e urbanismo: um estudo

    sobre a arquitetura da informao digital.--- Natal: Universidade

    Federal do Rio Grande do Norte, 2009.

    268 f.

    1. Biblioteca digital. 2. Arquitetura e Urbanismo. 3. Arquitetura da Informao.

  • Dedico

    minha me, que recentemente resolveu seguir viagem, olhar o mundo l de cima...,

    Meu marido Roberto, e a meus filhos Lucas e Maria Marta, razo do meu viver.

  • AGRADECIMENTOS

    Ao Prof. Aldomar Pedrini, por ter cruzado o meu caminho, e foi a que tudo comeou.

    Ao meu orientador Dr. Marcelo Tinoco, por ter acreditado em mim.

    Ao Manoel Jozeane de Carvalho, diretor do INPE Natal, alm de chefe, meu amigo.

    Carla Varela de Arajo pela imensa ajuda na disciplina do Aldomar, e acima de tudo,

    por ter se tornado uma amiga incrvel.

    Silvia de Castro Marcelino, amiga e bibliotecria do INPE que me resgatou, quando o

    meu barco estava para afundar.

    Ao meu marido Roberto pr quem, claro, sempre sobrava os momentos de impacincia,

    e mesmo assim segurou todas as pontas.

    Aos filhos maravilhosos Lucas e Maria Marta por terem sido to pacientes e

    colaboradores.

    A Deus, por ter permitido isso tudo, por ter colocado todas essas pessoas na minha vida

    e principalmente por estar vivo dentro de mim.

    Muito obrigada!

  • FANTINEL, Rosemary Gay. Bibliotecas digitais em Arquitetura e Urbanismo: um

    estudo sobre a arquitetura da informao digital. Natal, 268 f., 2009. Dissertao

    (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

    Natal, RN, 2009.

    RESUMO

    O objetivo deste estudo foi pesquisar o estado da arte das Bibliotecas digitais em

    Arquitetura e Urbanismo, nas Instituies de Ensino Superior (IES) brasileiras, atravs

    de conceituaes e mostrando a importncia das Bibliotecas digitais na divulgao e

    agilizao na transferncia de informaes. Questes sobre arquitetura da informao

    digital, usabilidade, preservao digital e acessibilidade foram abordadas. A pesquisa

    foi feita nos sites das Universidades brasileiras, primeiramente para se identificar quais

    as instituies oferecem o curso de Arquitetura e Urbanismo, focando-se nos Programas

    de Ps-Graduao. Identificadas, a pesquisa foi feita analisando-se os contedos,

    sistemas de armazenamento e de difuso e acesso s informaes, dessas bibliotecas.

    Constatou-se que as Bibliotecas digitais esto, cada vez mais, fazendo parte das

    organizaes e instituies de ensino com foco na disseminao do conhecimento que

    disponibilizam digitalmente as informaes que possam ser necessrias para a

    instituio ou indivduo. Foi acompanhada a reestruturao fsica e computacional da

    Cmara de Estudos e Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo (CEPAU), do Curso de

    Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),

    mostrando a necessidade da implantao de uma biblioteca digital para a integrao dos

    Bancos de dados dos Grupos de pesquisa do PPGAU, que hoje se mantm

    independentes, sem haver uma interface entre eles. A rea escolhida para a pesquisa foi

    a Arquitetura e Urbanismo, por haver uma lacuna e por ser escassa a documentao a

    respeito de bibliotecas digitais nessa rea.

    Palavras-chave: Bibliotecas Digitais, Arquitetura e Urbanismo, Sistemas de Informao.

  • Digital Libraries in Architecture and Urbanism: a study on the architecture of

    digital information

    ABSTRACT

    The goal of this paper was to search the state of the art from the Digital Libraries in

    Architecture and Urbanism in the Higher Education Institutions (IES) through

    conceptualizations and showing the importance of Digital Libraries in the disclosure

    and easing of information transferring. Questions about digital information architecture,

    usability, digital preservation and accessibility were approached. The research was

    made in the websites of Brazilian Universities, firstly to identify the institutions which

    offered the Architecture and Urbanism course, focusing on postgraduate education.

    After identifying the offering, the research was done by analyzing the contents, storage

    and dissemination and access to information, these libraries. It was found that the digital

    libraries are increasingly and taking part of organizations and educational institutions

    focusing on the knowledge dissemination releasing digitally information that may be

    needed for institution or the individual. A monitoring was done over of the physical and

    computational restructuring of the Board of Studies and Research in Architecture and

    Urbanism (Cmara de Estudos e Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo CEPAU), from

    the Architecture and Urbanism Course of the Federal University of Rio Grande do

    Norte (UFRN), showing the need of installing a Digital Library to integrate the

    databases of PPGAUs research groups, which today remain independent, with no

    interface among themselves. The research chosen area was Architecture and Urbanism,

    because there is a gap and little documentation about digital libraries in this area.

    Keywords: Digital Libraries, Architecture and Urbanism; Information Systems.

  • LISTA DE FIGURAS

    1. Integrao dos nveis de abrangncia da BDTD ....................................................... 36

    2. Integrao dos metadados utilizados pela BDTD........................................................40

    3. Sistemas de organizao .............................................................................................54

    4. Pgina do Sistema de Bibliotecas da UFPA ...............................................................82

    5. Esquema de organizao exato alfabtico ..................................................................83

    6. Esquema de organizao ambguo tpico ..................................................................84

    7. Esquema ambguo especfico a um pblico ...............................................................85

    8. Frame esquerda e direita da pgina principal da UFPA .......................................87

    9. Exemplo de navegao local ......................................................................................88

    10. Sistema de rotulagem textual ....................................................................................88

    11. Pgina do Sistema Pergamum da UFPA...................................................................89

    12. Pgina da BDTD da UFPA........................................................................................91

    13. Pgina da Biblioteca BFARQ....................................................................................93

    14. Parte inferior da pgina da BFARQ..........................................................................94

    15. Links oferecidos pela BFARQ...................................................................................95

    16. Pgina do catlogo on-line SABi ..............................................................................95

    17. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UFRGS..................................................98

    18. Frame da pgina do Programa de Ps-graduao da UFRGS...................................98

    19. Barra de navegao....................................................................................................99

    20. Links institucionais....................................................................................................99

    21. Pgina da Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da UFRGS..................100

    22. Pgina da Biblioteca da UFMT...............................................................................101

    23. Acesso ao Portal de Peridicos Capes.....................................................................102

    24. Pgina da BDTD da UFMT.....................................................................................102

    25. Pgina da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da USP (FAUUSP).................104

    26. Relao de Teses e Dissertaes.............................................................................105

    27. Esquema de organizao tpico..............................................................................105

    28. Exemplo de navegao local...................................................................................106

    29. Mapa do site.............................................................................................................107

    30. Banco de Dados Dedalus.........................................................................................108

    31. Pgina do SIBi Net da USP.....................................................................................108

    32. Pgina do Programa de Ps-Graduao da FAUUSP.............................................112

  • 33. Seo Consulta Teses e Dissertaes......................................................................113

    34. Seo Eventos.........................................................................................................113

    35. Pgina da Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da FAUSP..................115

    36. Pgina da Biblioteca Central da UFRN...................................................................119

    37. Esquema de organizao alfabtico.........................................................................120

    38. Esquema de organizao alfabtico na Seo Acervo.............................................121

    39. Esquema de organizao alfabtico na Seco Documentos Digitais.....................121

    40. Esquema de organizao exato cronolgico............................................................122

    41. Links para outras instituies...................................................................................123

    42. Pgina do Sistema de Bibliotecas da UFRN...........................................................123

    43. cone Livros Falados...............................................................................................125

    44. Pgina da BDTD da UFRN.....................................................................................126

    45. Pgina do DARQ.....................................................................................................127

    46. Relao do corpo docente do DARQ......................................................................128

    47. Seo Eventos da pgina do DARQ........................................................................128

    48. Parte inferior da pgina do DARQ..........................................................................129

    49. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UFRN..................................................133

    50. Pgina da Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da UFRN.....................134

    51. Pgina do Banco de Dados HCHURB....................................................................137

    52. Pgina do Banco de Dados GPUC..........................................................................138

    53. Pgina do Banco de Dados do MUsA.....................................................................139

    54. Ferramenta SIG .......................................................................................................140

    55. Pgina de Navegao do MUsA..............................................................................141

    56. Pgina do Banco de Dados Projetar........................................................................142

    57. Busca por Autor na Pgina do Projedata.................................................................143

    58. Pgina do Banco de Dados do Labcon....................................................................145

    59. Foto do interior da CEPAU antes da reestruturao................................................147

    60. Foto da parte externa da CEPAU antes da reestruturao.......................................147

    61. Foto da parte externa da CEPAU depois da reestruturao.....................................148

    62. Foto da parte interna da CEPAU depois da reestruturao.....................................148

    63. Pgina do Portal Habitare........................................................................................154

    64. Pgina do Portal Infohab ........................................................................................161

  • 65. Pgina do Portal Vitruvius.......................................................................................165

    66. Pgina do Portal Arcoweb.......................................................................................167

    67. Pgina do Portal Nomads........................................................................................168

    68. Pgina do Portal Educatorium.................................................................................169

    69. Pgina do Portal Arquitetura.com.br.......................................................................172

    70. Pgina do Portal IAB...............................................................................................174

    71. Ortofoto e desenho de fachada de edificao..........................................................183

    72. Tela edificao N. 854 UEFS...............................................................................186

    73. Pgina do Sistema de Bibliotecas da UNICAMP....................................................207

    74. Pgina da BDTD da UNICAMP.............................................................................208

    75. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UNICAMP..........................................211

    76. Pgina da Biblioteca da rea de Engenharia e Arquitetura da UNICAMP............213

    77. Pgina do Sistema de Bibliotecas e Informao da UFRJ......................................214

    78. Pgina da BDTD da UFRJ......................................................................................215

    79. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UFRJ...................................................216

    80. Pgina da Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da UFRJ......................218

    81. Pgina do Sistema de Bibliotecas da UFMG..........................................................220

    82. Pgina da BDTD da UFMG....................................................................................221

    83. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UFMG.................................................222

    84. Pgina da Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da UFMG....................224

    85. Pgina do Sistema de Bibliotecas da UFES............................................................225

    86. Pgina da BDTD da UFES......................................................................................226

    87. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UFES...................................................228

    88. Portal da Informao da UFPR................................................................................229

    89. Pgina da BDTD da UFPR......................................................................................229

    90. Pgina da Biblioteca Universitria da UFSC..........................................................230

    91. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UFSC...................................................231

    92. Pgina da Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da UFSC.....................232

    93. Pgina da Biblioteca Central da UNB.....................................................................233

    94. Pgina da BDTD da UNB.......................................................................................234

    95. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UNB....................................................236

    96. Pgina da Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da UNB.......................236

    97. Pgina da Coordenadoria de Biblioteca Central......................................................237

    98. Pgina da BDTD da UFMS.....................................................................................238

  • 99. Pgina da Biblioteca Universitria da UFRR..........................................................239

    100. Pgina da BDTD da UFRR...................................................................................239

    101. Pgina da Biblioteca da UNIFAP..........................................................................242

    102. Pgina da Biblioteca da UFT.................................................................................244

    103. Pgina do Sistema Acervo Bibliogrfico da UFPI................................................245

    104. Pgina do Sistema de Bibliotecas da UFPE..........................................................247

    105. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UFPE.................................................250

    106. Pgina da Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da UFPE....................251

    107. Pgina do Sistema Integrado de Biblioteca da UFC..............................................252

    108. Pgina da BDTD da UFC.....................................................................................253

    109. Sistema de Bibliotecas da UFAL..........................................................................253

    110. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UFAL................................................256

    111. Pgina da Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da UFAL..................256

    112. Pgina do Sistema de Bibliotecas da UFPB.........................................................258

    113. Pgina da BDTD da UFPB...................................................................................259

    114. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UFPB................................................261

    115. Pgina da Biblioteca central da UFS.....................................................................262

    116. Pgina da BDTD da UFS......................................................................................262

    117. Pgina da Biblioteca Central da UFBA.................................................................264

    118. Pgina da BDTD da UFBA...................................................................................265

    119. Pgina do Programa de Ps-Graduao da UFBA................................................268

    120. Pgina da Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da UFBA...................268

  • LISTA DE SIGLAS E/OU ABREVIATURAS

    ABEA Associao Brasileira do Ensino de Arquitetura

    ANTAC Associao Nacional de Tecnologia do Ambiente Construdo

    API Aleph Application Services

    APIs Application Program Interface

    ASP Active Server Pages

    BAE Biblioteca da rea de Engenharia e Arquitetura (UNICAMP)

    BCZM Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)

    BDB Biblioteca Digital Brasileira

    BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertaes

    BFARQ Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFRGS

    BICEN Biblioteca Central (UFS)

    CAPES Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior

    CCN Catlogo Coletivo Nacional

    CEDIARTE Centro de Documentao Edgar Graeff (UNB)

    CEPAU Cmara de Estudos e Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo (UFRN)

    CETHS Centro Experimental de Tecnologias Habitacionais Sustentveis

    CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

    COMUT Programa de Comutao Bibliogrfica

    CONDEPHAAT Conselho de Defesa do Patrimnio Histrico, Arqueolgico, Artstico

    e Turstico

    DAMP Diviso de Arquivos Municipais de Processos (So Paulo)

    DARQ Departamento de Arquitetura da UFRN

    DCMI Dublin Core Matadata Initiative

    DEHA Dinmicas do Espao Habitado (UFAL)

    DOCOMOMO Ncleo de Documentao e Conservao de Edificaes e Conjuntos

    do Movimento Moderno

    EESC Escola de Engenharia de So Carlos

    ETD-MS Electronic Thesis and Dissertation Metadata Standard

    FAET Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (UFMT)

    FAPESP Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo

    FTEN Faculdade de Tecnologia e Engenharia (UFMT)

    FAUUSP Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP

  • FAUFBa Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFBA

    FCD Final Committee Draft

    FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

    GEAU Grupo de Estudos Habitao, Arquitetura e Urbanismo (UFRN)

    GEHIS Gesto de Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social

    GMUTIRO Mutiro Habitacional para Populao de Baixa Renda

    GEPE Grupo de Estudos sobre o Patrimnio Edificado (UFRN)

    GEPUC Grupo de Estudos Sobre Processos Urbanos Contemporneos

    (UFRN)

    GERAH Grupo de Estudos Reforma Agrria e Habitat (UFRN)

    HABITARE Programa de Tecnologia de Habitao

    HCURB Grupo de Estudos Histria da Cidade e do Urbanismo (UFRN)

    HTML Hypertext Markup Language

    HTTP Hypertext Transfer Protocol

    IAB Instituto de arquitetos do Brasil

    IBICT Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia

    IEC International Electrotechnical Commission

    IES Instituies de Ensino Superior

    IHC Interao humano-computador

    INFOHAB Centro de Referncia e Informao em Habitao

    INSS Instituto Nacional do Seguro Social

    IPAC Instituto do Patrimnio Artstico e Cultural da Bahia

    IPHAN Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional

    ISO International Organization for Standardization

    LCAD Laboratrio de Computao Grfica Aplicada Arquitetura e ao

    Desenho (UFBA)

    MARC Machine Readable Cataloging

    MCT Ministrio da Cincia e Tecnologia

    MEC Ministrio da Educao

    MIT Massachussetts Institute of Technology

    MTD-BR Metadados para Teses e Dissertaes no Padro Brasileiro

    MUsA Morfologia e Usos da Arquitetura (UFRN)

  • NAPs Ncleos de Apoio Pesquisa (USP)

    NDLTD Networked Digital Library of Thesis and Dissertation

    NOMADS Ncleo de Estudos de Habitares Interativos (USP/So Carlos)

    NPC Ncleo de Pesquisa em Construo (UFSC)

    OAI-PMH Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting

    ONU Organizao das Naes Unidas

    PDF Portable Document Format

    PIBIC Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica

    PosARQ Programa em Arquitetura e Urbanismo da UFSC

    PPG-AU Programa de Ps-Graduao em Arquitetura e Urbanismo (UFBA)

    PPG-FAU/UnB Programa de Ps-Graduao da Faculdade de Arquitetura e

    Urbanismo da UNB

    PPGAU Programa de Ps-Graduao em Arquitetura e Urbanismo (UFRN)

    PROARQ Programa de Ps-Graduao em Arquitetura (UFRJ)

    PROEGEI Pr-Reitoria de Ensino de Graduao, Extenso e Interiorizao

    PROJETAR Projeto de Arquitetura e Percepo do Ambiente (UFRN)

    PROPESQ Pr-Reitoria de Pesquisa da UFRN

    PROPUR Programa de Ps-Graduao em Urbanismo (UFRGS)

    SABi Sistema de Automao de Bibliotecas (UFRGS)

    SBI Servio de Biblioteca e Informao (FAUUSP)

    SBU Sistema de Biblioteca Universitria (UFMG)

    SBU Sistema de Bibliotecas da Unicamp

    SIB Sistema de Bibliotecas (UFPE)

    SIB/UFES Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade Federal do Esprito

    Santo

    SIBi Sistema Integrado de Bibliotecas (USP)

    SIBI Sistema de Bibliotecas (UFPR)

    SIBI Sistemas de Bibliotecas e Informao (UFRJ)

    S.I.E Sistema de Informaes para o Ensino

    SIG Sistema de Informaes Geogrficas

    SISBI Sistema de Bibliotecas (UFRN)

    SQL Structured Query Language

    T&D Teses e Dissertaes

  • TEDE Sistema de Teses e Dissertaes

    TFGs Trabalhos Finais de Graduao

    TIFF Tagged Image File Format

    UFAL Universidade Federal de Alagoas

    UFBA Universidade Federal da Bahia

    UFC Universidade Federal do Cear

    UFES Universidade federal do Esprito Santo

    UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

    UFMS Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

    UFMT Universidade Federal do Mato Grosso

    UFPA Universidade Federal do Par

    UFPB Universidade Federal da Paraba

    UFPE Universidade Federal de Pernambuco

    UFPI Universidade Federal do Piau

    UFPR Universidade Federal do Paran

    UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

    UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    UFRR Universidade Federal de Roraima

    UFS Universidade Federal de Sergipe

    UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

    UFT Universidade Federal de Tocantins

    UIA Unio Internacional de Arquitetos

    UNB Universidade de Braslia

    UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

    UNIFAP Universidade Federal do Amap

    UNIR Universidade Federal de Rondnia

    UPA Usability Professionals Association

    URI Uniform Resource Identifier

    URLib Uniform Repositories for a Library

    USP Universidade de So Paulo

    W3C World Wide Web Consortium

    WWW World Wide Web

    XML eXtensible Markut Language

  • SUMRIO

    1 INTRODUO...............20

    1.1 Objetivo Geral ..........................22

    1.1.1 Objetivos especficos .............................................................................................22

    1.2 Mtodos ....................................................................................................................22

    2 BIBLIOTECAS DIGITAIS ..................................................................................26

    2.1 Biblioteca Digital de Teses e Dissertaes BDTD ................................................26

    2.2 Metadados na BDTD ................................................................................................32

    2.3 Dublin Core ..............................................................................................................37

    2.4 ETD-MS ...................................................................................................................39

    2.5 MTD-BR ...................................................................................................................39

    2.6 Painel Web 2.0 ..........................................................................................................41

    2.7 Interoperabilidade entre documentos digitais ...........................................................43

    2.8 Interoperabilidade semntica ...................................................................................44

    2.9 Interoperabilidade linkagem .................................................................................45

    3 ARQUITETURA DA INFORMAO ..................................................................46

    3.1 Arquitetura da informao digital.............................................................................52

    3.2 Usabilidade ...............................................................................................................58

    3.3 Preservao Digital ...................................................................................................63

    3.3.1 Preservao na era digital ......................................................................................65

    3.3.2 Preservao: questes a considerar.........................................................................66

    3.3.3 Importncia da preservao do contedo intelectual .............................................68

    3.3.4 Migrao de dados .................................................................................................71

    3.3.5 Seleo de documentos para preservao ..............................................................72

    3.4 Acessibilidade ...........................................................................................................77

    3.4.1 Acessibilidade na web ...........................................................................................78

    3.4.2 Tecnologia Assistiva...............................................................................................79

    4 AS BIBLIOTECAS DIGITAIS NAS INSTITUIES DE ENSINO DE

    ARQUITETURA E URBANISMO .....................................................................................81

    4.1 Universidade Federal do Par (UFPA) .....................................................................81

    4.1.1 Biblioteca digital de Teses e Dissertaes da UFPA .............................................91

  • 4.1.2 Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFPA ........................................................92

    4.2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ...........................................92

    4.2.1 Programa de Ps-Graduao em Arquitetura e Urbanismo da UFGRS ................97

    4.3. Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) ...................................................100

    4.3.1 Curso de graduao em Arquitetura e Urbanismo da UFMT ..............................103

    4.4. Universidade de So Paulo (USP) .........................................................................103

    4.4.1 Programa de Ps-Graduao da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da

    Universidade de So Paulo FAUUSP................................................................109

    4.4.2 Biblioteca Digital em Arquitetura e Urbanismo da FAUSP.................................114

    4.5 Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) ........................................119

    4.5.1 Biblioteca Digital de Teses e Dissertaes da UFRN .........................................125

    4.5.2 Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN .....................................................126

    4.5.3 Programa de Ps-Graduao em Arquitetura e Urbanismo da UFRN ...............130

    4.5.4 Reestruturao da Cmara de Estudos e Pesquisas em Arquitetura e Urbanismo

    CEPAU ................................................................................................................146

    5 PORTAIS DE ARQUITETURA E URBANISMO ..............................................152

    5.1 Habitare ..................................................................................................................154

    5.2 InfoHab ..................................................................................................................161

    5.3 Vitruvius .................................................................................................................165

    5.4 Arcoweb ..................................................................................................................167

    5.5 Nomads ...................................................................................................................168

    5.6 Educatorium ............................................................................................................169

    5.7 Arquitetura.com.br ..................................................................................................172

    5.8 Instituto de Arquitetos do Brasil IAB..................................................................174

    6 EXEMPLOS DE DIGITALIZAO ....................................................................177

    6.1 Universidade Presbiteriana Mackenzie ..................................................................177

    6.2 Patrimnio Arquitetnico de Lenis BA ...........................................................182

    7 CONSIDERAES FINAIS .................................................................................188

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................................................195

    GLOSSRIO ..............................................................................................................202

    ANEXOS .....................................................................................................................206

  • ANEXO A Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) ................................206

    ANEXO B Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ....................................213

    ANEXO C Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ....................................218

    ANEXO D Universidade Federal do Esprito Santo (UFES) ...................................224

    ANEXO E Universidade Federal do Paran (UFPR) ...............................................229

    ANEXO F Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ...................................230

    ANEXO G Universidade de Braslia (UNB) ............................................................232

    ANEXO H Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) ........................236

    ANEXO I Universidade Federal de Roraima (UFRR) ..............................................238

    ANEXO J Universidade Federal do Amap (UNIFAP) ............................................242

    ANEXO K Universidade Federal do Tocantins (UFT) .............................................243

    ANEXO L Universidade Federal do Piau (UFPI) ...................................................244

    ANEXO M Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ......................................246

    ANEXO N Universidade Federal do Cear (UFC) ...................................................251

    ANEXO O Universidade Federal de Alagoas (UFAL) .............................................253

    ANEXO P Universidade Federal da Paraba (UFPB) ...............................................257

    ANEXO Q Universidade Federal de Sergipe (UFS) .................................................261

    ANEXO R Universidade Federal da Bahia (UFBA) ................................................263

  • 20

    1 INTRODUO

    Neste estudo pretende-se pesquisar bibliotecas digitais, analisando-se os contedos,

    sistemas de armazenamento, sistemas de difuso e acesso s informaes das bibliotecas

    digitais das principais Instituies de Ensino Superior (IES) brasileiras na rea de

    Arquitetura e Urbanismo, com nfase na Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

    sob o ponto de vista da Arquitetura da Informao.

    Hoje em dia, o mundo globalizado nos oferece milhares de informaes divulgadas e

    acessveis atravs de diversos meios. Ter controle, facilidade de acesso e manter um

    gerenciamento integrado sobre essas informaes passou a ser um diferencial para que

    se possa atingir os objetivos desejados.

    As bibliotecas digitais esto, cada vez mais, fazendo parte de organizaes e de

    instituies de ensino com foco na disseminao do conhecimento, disponibilizando

    digitalmente as informaes necessrias para a instituio ou indivduo. O crescimento

    exponencial do volume dos documentos disponveis na Web refletido nas bibliotecas

    digitais que, pelo acesso facilitado, tm sido cada vez mais procuradas como fontes de

    informao.

    Os dados gerados por bibliotecas digitais constituem informaes significativas que,

    quando direcionadas e tratadas podem oferecer indicadores para tomada de decises e

    planejamentos especficos das instituies, auxiliando na avaliao e contribuindo para

    o aumento da visibilidade na sua excelncia, bem como expandindo o acesso aos

    resultados de seus trabalhos para as comunidades nacionais e internacionais.

    O papel dessas bibliotecas muito significativo. De acordo com Chen (2004), para

    pesquisadores em biblioteca digital, h uma necessidade de transformar o acesso da

    informao na criao do conhecimento. Em lugar de servios, como provedores da

    informao, segundo o autor, essas bibliotecas poderiam se tornar repositrias de

    conhecimento pela caracterizao efetiva, anlise e organizao de ndices de

    bibliotecas digitais.

  • 21

    Como atestam Camargo e Vidotti (2007), a comunidade cientfica tem utilizado as

    formas de comunicao eletrnica para a aquisio de informao e construo de

    trabalhos cientficos, os quais esto sendo inseridos cada vez mais na rede mundial de

    comunicao a Internet. Ambientes de informao e servios especficos como

    repositrios institucionais digitais esto surgindo para auxiliar no tratamento dessas

    informaes, bem como aumentar a visibilidade da instituio, garantir a preservao

    das informaes e a interoperabilidade entre os dados, ou seja, uma ligao, um enlace

    entre sistemas. Esses ambientes utilizam softwares de apoio ao seu desenvolvimento, os

    quais possibilitam funes bsicas como autoarquivamento, cadastro de usurios e

    criao de comunidades e colees.

    Ao disponibilizar sua produo tcnica, cientfica e cultural por meio de uma biblioteca

    digital bem estruturada, a instituio compartilha com a sociedade o que, como e,

    principalmente, para que produz. Desta forma, h uma relao de interao com a

    sociedade, disponibilizando o conhecimento derivado da informao adquirida para

    gerao de novos conhecimentos.

    Como justificativa para a realizao desta pesquisa, a questo bsica : como se

    estruturam, atualmente, os sistemas de informao digital em Arquitetura e Urbanismo?

    Sendo assim, esta pesquisa pretende mostrar a importncia das bibliotecas digitais,

    como elas tm se destacado por sua facilidade na disseminao, no acesso informao,

    na divulgao da produo institucional e na agilizao da transferncia da informao e

    como elas esto estruturadas sob o ponto de vista da Arquitetura da Informao.

    Muitas iniciativas j foram desenvolvidas para a disseminao de teses e dissertaes e

    para publicaes cientficas. Uma destas iniciativas a do Instituto Brasileiro de

    Informao em Cincia e Tecnologia (IBICT), que coordena o projeto da Biblioteca

    Digital de Teses e Dissertaes (BDTD), buscando integrar os sistemas de informaes

    de teses e dissertaes existentes nas IES e os institutos de pesquisa brasileiros, bem

    como estimular a publicao e o registro de teses e dissertaes em meio eletrnico.

  • 22

    1.1 Objetivo Geral

    Investigar como se estruturam os sistemas de informaes digitais (bibliotecas digitais)

    nas instituies de Arquitetura e Urbanismo, brasileiras.

    1.1.1 Objetivos especficos

    Pesquisar o estado da arte das bibliotecas digitais nas Instituies de Ensino

    Superior (IES) de Arquitetura e Urbanismo, brasileiras;

    descrever e analisar os elementos da Arquitetura da Informao presentes nos

    sites de cinco bibliotecas digitais em Arquitetura e Urbanismo, sendo uma em

    cada regio do pas;

    acompanhar o processo de reestruturao da Cmara de Estudos e Pesquisa em

    Arquitetura e Urbanismo (CEPAU) com vistas implantao de uma biblioteca

    digital em Arquitetura e Urbanismo.

    1.2 Mtodos

    Dentre as caractersticas do trabalho acadmico encontra-se a definio dos

    procedimentos metodolgicos utilizados no decorrer da pesquisa.

    Quanto sua natureza e de acordo com os objetivos propostos, a pesquisa ser

    qualitativa e explicativa. O mtodo de abordagem a ser utilizado ser o hipottico-

    dedutivo e o mtodo operacional ser do tipo monogrfico, explicativo. O universo da

    pesquisa so as bibliotecas digitais em Arquitetura e Urbanismo, brasileiras.

    Para o desenvolvimento deste trabalho, num primeiro momento, foram feitos

    levantamentos bibliogrficos em livros, relatrios, teses, artigos cientficos nacionais e

    internacionais quanto s definies de biblioteca digital e Arquitetura da Informao.

    Esta etapa possibilitou o esclarecimento dos conceitos envolvidos com o estudo dos

    temas.

    Como o foco deste trabalho so as bibliotecas digitais em Arquitetura e Urbanismo,

    foram pesquisadas as universidades pblicas brasileiras, atravs dos seus sites para

  • 23

    saber quais ofereciam cursos de graduao e ps-graduao em Arquitetura e

    Urbanismo. Dentre as vinte e trs que oferecem o curso de Arquitetura e Urbanismo,

    foram pesquisados os seus sistemas de bibliotecas para verificar se possuem bibliotecas

    digitais na rea pesquisada e o que essas bibliotecas oferecem em termos de

    informaes e ainda como estas bibliotecas digitais estavam estruturadas, observando-se

    critrios como usabilidade, acessibilidade e preservao.

    Por se tratar de um nmero muito grande de universidades pesquisadas, para a anlise

    desses critrios, cinco foram selecionadas, uma para cada regio do pas. Na regio

    Norte, a biblioteca pesquisada foi a da Universidade Federal do Par (UFPA), na regio

    Sul, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na regio Sudeste, a

    Universidade de So Paulo (USP), na regio Centro-Oeste, a Universidade Federal do

    Mato Grosso (UFMT) e por ltimo na regio Nordeste, a Universidade Federal do Rio

    Grande do Norte (UFRN).

    As universidades restantes pesquisadas so apresentadas nos anexos, porm sem a

    anlise dos critrios citados anteriormente. Foram considerados os conceitos de

    Rosenfeld e Morville (1998) para a Arquitetura da Informao como referencial terico

    bsico de anlise dos elementos norteadores do processo de construo dos sites.

    Para cada universidade apresentado um pequeno histrico sobre a sua biblioteca, um

    histrico sobre a BDTD, mas a nfase dada biblioteca digital.

    A rea escolhida para a pesquisa foi a Arquitetura e Urbanismo, por haver uma lacuna,

    por ser escassa a documentao a respeito de bibliotecas digitais nessa rea.

    Quanto reestruturao da CEPAU foi feito um acompanhamento desde a reforma

    fsica do prdio, com ampliao do espao at instalao do Sistema de Bibliotecas,

    Aleph, usado pela UFRN. Com a implantao de uma biblioteca digital na CEPAU,

    cria-se em todo o Departamento de Arquitetura um servio que rene informaes

    dispersas na rede sobre Arquitetura e Urbanismo e reas afins, possibilitando ao aluno

    da graduao e da ps-graduao conhecer a estrutura do curso atravs do projeto

    poltico-pedaggico, das ementas das disciplinas, do corpo docente, dos laboratrios e

    dos grupos e linhas de pesquisa existentes no Departamento.

  • 24

    Para a escrita deste trabalho, optou-se por utilizar alguns termos na lngua inglesa em

    estilo itlico, por estes estarem consagrados na realidade brasileira, como: site, on-line,

    website e homepage. Estes termos so conceituados ao longo do texto, e constam do

    glossrio.

    Para efeito de apresentao, considerando-se os objetivos definidos na introduo, o

    trabalho est estruturado em sete captulos. Este captulo abordou o tema do trabalho e

    sua organizao; a definio e a natureza do problema em estudo; os objetivos da

    pesquisa e a relevncia do estudo para o segmento pesquisado; mtodos e tcnicas

    utilizados na elaborao do trabalho bem como a delimitao do estudo.

    No segundo captulo, realizada uma fundamentao terica, na qual, auxiliada pela

    reviso de literatura, so trabalhados conceitos de Bibliotecas Digitais, metadados e

    padres de interoperabilidade.

    No terceiro captulo so apresentados conceitos da Arquitetura da Informao,

    destacando-se os sistemas fundamentais a serem enfocados na estruturao de

    homepages, como sistemas de organizao, sistemas de navegao, sistemas de

    rotulagem e sistemas de busca, alm de outras questes como usabilidade,

    acessibilidade e preservao digital.

    No quarto captulo ser abordado o estado da arte de cinco bibliotecas digitais em

    Arquitetura e Urbanismo, brasileiras, considerando-se os elementos tratados no captulo

    anterior, como sistema de organizao, sistema de navegao, sistema de rotulagem e

    sistema de busca, usabilidade, acessibilidade, enfim, elementos que fazem parte da

    Arquitetura da Informao.

    No quinto captulo so apresentados alguns Portais de Arquitetura, por se tratarem de

    ferramentas importantes de trabalho, para os profissionais de Arquitetura, em termos de

    produtos e servios, enfim, informaes pertinentes rea.

    No sexto captulo so apresentados dois exemplos de instituies que se preocuparam

    com a questo da preservao e da divulgao do seu acervo, atravs do processo de

    digitalizao e disponibilizao, como exemplos a serem seguidos.

  • 25

    Por fim, no stimo captulo apresentam-se as consideraes finais e a seguir as

    referncias bibliogrficas, um pequeno glossrio e os anexos apresentando as

    universidades pesquisadas com suas respectivas bibliotecas digitais.

  • 26

    2 BIBLIOTECAS DIGITAIS

    Historicamente, as bibliotecas foram criadas para armazenar e disponibilizar o resultado

    de pesquisas e documentos de interesse de uma comunidade ou de uma nao.

    Frequentemente, elas so descritas como o corao das universidades e centros de

    pesquisas. Um bom acervo bibliogrfico, em geral, reflete o nvel da pesquisa da

    comunidade onde ele est inserido, e a eficincia com a qual esse acervo acessado e

    utilizado pelos leitores de grande importncia para o crescimento cientfico e

    tecnolgico. Hoje, conforme Gubiani (2005), com as tecnologias de informao que

    propiciam o desenvolvimento de bibliotecas digitais, o acesso ao conhecimento deixou

    de ter limitaes quanto ao local do acervo bibliogrfico, outrora geograficamente

    localizado e focado no documento impresso, agora disponvel em meio digital na

    Internet para ser consultado simultaneamente, sem restries em relao ao tempo ou

    local.

    A histria e a evoluo das bibliotecas pode ser dividida em trs momentos bem

    caractersticos, sendo cada etapa da evoluo acentuada por caractersticas prprias

    determinadas pelas tecnologias vigentes na poca (OHIRA; PRADO, 2002, p. 61).

    No primeiro momento, tem-se uma biblioteca tradicional com seu espao fsico bem

    delimitado, oferecendo seus servios e produtos de forma mecnica. Antes do advento

    da imprensa com Gutenberg, o seu acervo era formado por outros tipos de materiais

    (tabletes, argila, papiro e pergaminho), passando para o suporte de registro da

    informao em papel. A revoluo na biblioteca aconteceu com a introduo dos

    catlogos em fichas e o abandono do catlogo sob a forma do livro. Esta etapa

    compreende de Aristteles at o incio da automao em bibliotecas.

    No segundo momento, a biblioteca utiliza a tecnologia dos computadores nos seus

    servios meios e fins, considerados os primeiros passos rumo biblioteca eletrnica.

    Compreende a biblioteca moderna ou automatizada, em que os computadores foram

    usados para servios bsicos como catalogao, indexao e organizao do acervo.

    Com o acesso on-line aos bancos de dados por meio de redes de telecomunicaes,

    permitiu a dinamizao dos processos de recuperao e disseminao da informao.

    Em um terceiro momento, a biblioteca contempornea passa a utilizar a informao no

    suporte digital com o advento do suporte em CD-ROM. A biblioteca eletrnica, a

  • 27

    biblioteca do futuro, pensada como uma nova estratgia para o resgate de informaes

    onde o texto completo de documentos est disponvel on-line. Com o surgimento da

    Internet, a biblioteca ganha nova dimenso: deixa de ter somente um espao fsico e

    ganha um novo espao o ciberespao.

    A biblioteca digital um fenmeno tcnico-social do final dos anos mil novecentos e

    noventa. uma evoluo do processo de automao das bibliotecas iniciadas nos anos

    mil novecentos e sessenta que com o advento da Internet, passou a ter um papel

    preponderante, principalmente, na comunicao cientfica entre os pesquisadores e

    estudantes de todos os nveis.

    As bibliotecas digitais so consideradas sistemas de informao extremamente

    complexos suportando a criao, gesto, distribuio e preservao de fontes de

    informao, permitindo uma interao eficaz e eficiente entre as diversas sociedades

    que se beneficiam do conhecimento armazenado nesses ambientes. O nvel de

    complexidade atribudo na construo de uma biblioteca digital acontece medida que

    ela deve ter uma estrutura que possa receber e fornecer informaes para outras

    bibliotecas como se fossem construdas sobre a mesma base de dados, provendo total

    interoperabilidade entre elas.

    Segundo Cunha (1999), a biblioteca digital tambm conhecida como biblioteca

    eletrnica (termo preferido dos britnicos), biblioteca virtual (quando utiliza os recursos

    da realidade virtual), biblioteca sem paredes e biblioteca conectada a uma rede. De

    acordo com Saunders (1992 apud Cunha, 1999), essa biblioteca implica novo conceito

    para a armazenagem da informao (forma eletrnica) e para sua disseminao

    (independentemente de sua localizao fsica ou do horrio de funcionamento). Assim,

    nesse contexto conceitual esto embutidas a criao, aquisio, distribuio e

    armazenamento de documento sob a forma digital. De um documento digital pode-se

    conseguir uma cpia em papel. Nessa biblioteca, o documento (aqui entendido na sua

    acepo mais ampla) uma fonte digitalizada, sendo o papel, portanto, um estado

    transitrio.

    A tecnologia tem avanado com velocidade e, conseqentemente, a quantidade de

    informaes disponveis vem aumentando a tal ponto que se faz necessrio repensar o

  • 28

    acesso aos acervos das bibliotecas. possvel at considerar a abundncia de

    informaes e a diversidade crescente de opes de mdia como uma das questes mais

    importantes do tempo em que vivemos.

    Na era digital, grandes volumes de documentos esto disponveis para usurios de

    computadores, alm de novas bases digitais continuarem a ser criadas e constantemente

    atualizadas. Nesse meio, inevitvel assumir suportes digitais que adotem programas e

    ferramentas eletrnicas cujo objetivo seja a melhoria do tratamento e recuperao da

    informao. nesse contexto que surge a chamada biblioteca digital.

    Na rea de Cincia da Informao, no entanto, o conceito de biblioteca digital ainda

    impreciso. A no consolidao terminolgica pode advir do contexto multidisciplinar

    em que a biblioteca digital se insere, desde a concepo at efetiva implantao.

    Portanto, pretende-se aqui apresentar os conceitos encontrados na literatura pesquisada.

    Bax (1997), citado a seguir define bibliotecas digitais como:

    O surgimento das bibliotecas digitais viabiliza o aparecimento de uma nova sociedade,

    na qual, de forma rpida e fcil se possa alcanar um universo cultural com poucas

    fronteiras. Nesse sentido, Marcondes et al (2005, p.16) reforam o conceito e explicam

    que biblioteca digital a biblioteca que tem como base informacional contedos em

    texto completo em formatos digitais, livros, peridicos, teses, imagens, vdeos e outros

    que esto armazenados e disponveis para acesso, segundo processos padronizados, em

    servidores prprios ou distribudos e acessados via rede de computadores em outras

    bibliotecas ou redes de bibliotecas da mesma natureza.

    entidades capazes de vencer as limitaes naturais, espao-temporais,

    impostas a objetos fsicos (livros, estantes, salas, prdios), permitindo

    novas prticas de trabalho e oportunidades. [...] uma reunio de um

    ferramental de computao, estoque e comunicao digitais

    juntamente com o contedo e software necessrio para se reproduzir,

    emular, estender os servios oferecidos por bibliotecas convencionais

    baseadas em papel e outros meios de coleta, catalogao, e

    disseminao da informao. Uma biblioteca digital completa deve

    ser capaz de oferecer todos os servios essenciais de uma biblioteca

    tradicional, assim como explorar as bem conhecidas vantagens do

    estoque, pesquisa e comunicao digital (BAX, 1997, p. 2).

  • 29

    Para Rosetto (2002), biblioteca digital aquela que contempla documentos gerados ou

    transpostos para o ambiente digital (eletrnico), um servio de informao (em todo tipo

    de formato), no qual todos os recursos so disponveis na forma de processamento

    eletrnico (aquisio, armazenagem, preservao, recuperao e acesso atravs de

    tecnologias digitais).

    Lesk (1997 apud Pinheiro 2002, p. 397), afirma que bibliotecas digitais so colees

    organizadas de informao digital. Combinam estrutura e conjunto de informao de

    bibliotecas e arquivos, com a representao digital que computadores tornaram

    possvel.

    Alvarenga (2001) cita o conceito atribudo biblioteca digital por diversos autores e a

    define como:

    Percebe-se, segundo Silva (2009) que o enfoque conceitual refere-se quase sempre s

    ferramentas e aos processos, sem meno aos atores envolvidos, como os produtores de

    conhecimento, os gerenciadores profissionais de informao e analistas de sistemas

    e os usurios. O caminho para encontrar a informao pertinente ainda nebuloso,

    porquanto organizar os produtos advindos da expanso ilimitada do conhecimento

    envolve um trabalho minucioso, considerando-se as dificuldades do instrumental

    tecnolgico, do contexto em que as bibliotecas atuam e, principalmente, do tratamento

    da informao (representao, armazenamento e recuperao).

    De acordo com este enfoque, Alvarenga (2001) entende que o meio digital se constitui,

    portanto, no espao sem precedentes para o registro e recuperao de documentos

    textuais e imagticos e que, ao ensejar uma enorme gama de possibilidades de

    armazenagem, memrias e formatos passou tambm a requerer novos elementos

    facilitadores de sua recuperao.

    um conjunto de objetos digitais construdos a partir do uso de

    instrumentos eletrnicos, concebidos com o objetivo de registrar e

    comunicar pensamentos, idias, imagens e sons disponveis a um

    contingente ilimitado de pessoas, dispersas onde quer que a

    plataforma www alcance [...] (ALVARENGA, 2001).

  • 30

    Pacheco (2001) e Dias (2001) alertam que a diversificao de interesses informacionais,

    devido, principalmente, heterogeneidade dos usurios que buscam a informao para

    fins especficos, precisa ser considerada tanto na concepo do sistema de informao,

    quanto na determinao de procedimentos para o tratamento da informao.

    Dias (2001) acrescenta, ainda, que os processos realizados nas bibliotecas tradicionais

    so a base para o tratamento da informao em bibliotecas digitais, observando-se suas

    peculiaridades e os desafios que se apresentam, especialmente quanto questo

    lingustica.

    J Alvarenga (2003) faz uma reflexo sobre o processo de representao da informao

    no contexto das bibliotecas tradicional e digital, recorrendo a uma abordagem terico-

    conceitual acerca das relaes da representao com a ontologia e a epistemologia. A

    autora discorre sobre os processos cognitivos luz da Cincia da Informao,

    considerando que os processos de representao do conhecimento envolvem a cognio,

    pois,

    Para ela, a questo do conceito tambm objeto do estudo, pois se constitui no

    componente invarivel do processo de organizao de bibliotecas tradicionais e digitais.

    Ela enfatiza que o que mudou com a biblioteca digital foi a forma e o meio atravs dos

    quais os documentos passaram a ser produzidos e registrados, um meio mais leve, gil e

    dinmico em suas possibilidades de processamento e comunicao.

    Segundo a Digital Library Federation (2009), as bibliotecas digitais so organizaes

    que fornecem os recursos, incluindo o pessoal especializado para selecionar, estruturar,

    oferecer acesso intelectual, distribuir, preservar a integridade e garantir a permanncia

    das colees digitais, de tal forma que elas estejam disponveis para uma ou vrias

    comunidades.

    alm da conexo direta com os acervos e saberes armazenados em

    meio fsico externo (bibliotecas tradicionais ou digitais, bases de

    dados referenciais), a cognio est presente nos acervos internos

    mentais, formados por conhecimentos acumulados, presentes nos

    produtores dos registros primrios, nos usurios finais e nos

    profissionais intermedirios responsveis pelo tratamento da

    informao (ALVARENGA, 2003, p. 11).

  • 31

    Sob esse enfoque, esto as Instituies de Ensino Superior (IES) preocupadas em

    disponibilizar, facilitar e disseminar suas produes cientficas para toda a comunidade,

    principalmente a comunidade acadmica via Internet, por meio das bibliotecas digitais.

    A disponibilizao da produo cientfica em meio digital j se faz presente mesmo em

    iniciativas individuais. Notoriamente, a cada ano que passa, muitos acadmicos

    contribuem para a divulgao do conhecimento por meio de seus trabalhos de concluso

    de curso, monografias, dissertaes e teses, de forma impressa e digital, chegando a

    simular uma espcie de biblioteca digital modular nas instituies.

    Mas, expostas as definies para biblioteca digital, fica a questo: e o que vem a ser

    biblioteca virtual? Para alguns autores a biblioteca virtual quando utiliza os recursos

    da realidade virtual.

    Para Macedo e Modesto (1999 apud Ohira, 2002), a biblioteca virtual mais uma

    ambincia de realidade no-presencial, depende de recursos mais complexos, prprios

    da tecnologia de realidade virtual.

    Para Marchiori (1997), a biblioteca virtual conceituada como um tipo de biblioteca

    que, para existir, depende da tecnologia da realidade virtual, que criaria o ambiente de

    uma biblioteca com salas, estante etc. Neste mesmo artigo, a autora menciona que este

    tipo de biblioteca seria uma biblioteca de realidade virtual e que esta no seria o mesmo

    que uma biblioteca virtual. O conceito de biblioteca virtual estaria relacionado com o

    conceito de acesso, por meio de redes, a recursos de informao disponveis em

    sistemas de base computadorizada, normalmente remotos.

    Segundo Fleet e Wallace (1993 apud Marchiori, 1997), a noo de biblioteca virtual

    ainda vaga e amorfa, geralmente descrita como um sistema pelo qual um usurio pode

    se conectar com bibliotecas e bases de dados remotos, usando, como 'caminho de

    passagem', o catlogo on-line local ou uma rede de computadores.

    Percebe-se que no existe ainda um consenso sobre a diferena entre biblioteca digital e

    biblioteca virtual. O que certo que hoje, a maior parte das bibliotecas passa por uma

    fase de transio, que a chamada biblioteca hbrida, na qual convive a informao

  • 32

    tanto em suporte fsico quanto digital, situao vivida por boa parte das bibliotecas

    atuais.

    A biblioteca hbrida a integrao da biblioteca tradicional com a digital.

    (OPPENHEIM; SMITHSON, 1999 apud MARCELINO, 2008, p. 33).

    A biblioteca hbrida, segundo Garcez e Rados (2002 apud Marcelino, 2008, p. 33)

    designada para agregar diferentes tecnologias, diferentes fontes, refletindo o estado que

    hoje no completamente digital, nem completamente impresso, utilizando tecnologias

    disponveis para unir, em uma s biblioteca, o melhor dos dois mundos (o impresso e o

    digital).

    Nesse cenrio tecnolgico as bibliotecas passam por um processo gradual e caminham

    para a implantao de uma biblioteca que pode tornar-se totalmente digital. Essa

    possibilita o acesso a contedos (livros, peridicos, teses, imagens, vdeos etc.) em

    textos completos, utilizando-se formatos variados de arquivos digitais: PDF, XML,

    HTML, TIFF ou outros. O acesso feito remotamente pelo usurio, via computador

    conectado Internet em tempo real; a utilizao pode ser feita simultaneamente por

    mais de um usurio.

    2.1 Biblioteca Digital de Teses e Dissertaes - BDTD

    O Instituto Brasileiro de Informaes em Cincia e Tecnologia (IBICT), vinculado ao

    Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT), coordena o projeto da Biblioteca Digital de

    Teses e Dissertaes (BDTD), cujo objetivo integrar os sistemas de informao de

    teses e dissertaes existentes nas Instituies de Ensino Superior (IES) brasileiras,

    alm de estimular o registro e a publicao de teses e dissertaes em meio eletrnico.

    A BDTD uma das aes do programa da Biblioteca Digital Brasileira (BDB), com o

    apoio financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).

    A BDTD teve incio em 2001 com um grupo de trabalho que contava com

    representantes da comunidade e das universidades, as quais possuam experincia no

    desenvolvimento de bibliotecas digitais de teses e dissertaes. A BDTD adota um

    modelo distribudo que utiliza a tecnologia de arquivos abertos (open archives). Ela

    trabalha com entidades cooperantes denominadas provedoras de dados, que produzem

  • 33

    as publicaes eletrnicas e disponibilizam as informaes em forma de metadados

    integrados e distribudos pelo sistema do IBICT.

    O papel do IBICT na rede de agregador, participando tanto como provedor de dados

    quanto provedor de servios. Como provedor de servios, o IBICT mantm a BDTD

    nacional, a qual composta pela integrao das iniciativas nacionais de registro

    bibliogrfico e publicao de teses e dissertaes.

    Atualmente, o principal servio disponvel na BDTD o de busca e recuperao de

    documentos de teses e dissertaes produzidos no Brasil ou por brasileiros no exterior.

    O contedo das teses disponibilizadas em meio digital pode ser acessado diretamente

    nos repositrios locais das IES que so as provedoras de dados.

    Por conta da diversidade dos objetos digitais e do caos documentrio desses recursos

    disponveis na rede, procurou-se desenvolver mtodos e modelos para sua organizao

    que garantam uma padronizao no fluxo da informao. Isso tem reforo nas palavras

    de Rosetto (2002), esclarecendo que a criao de repositrios informacionais como as

    BDs demandam o estabelecimento de especificaes tcnicas para padronizao dos

    dados que permitam o fluxo de informao e garantam a sua recuperao, com eficcia,

    para os usurios.

    Dessa forma, para subsidiar a organizao de contedos em meio digital, foram criados

    formatos de metadados.

    2.2 Metadados na BDTD

    Cada vez mais uma grande quantidade de informao disponibilizada na Internet e nas

    bases das bibliotecas digitais, inflando-as e tornando as buscas menos eficientes.

    medida que aumenta o nmero de documentos digitais disponveis preciso que sejam

    utilizadas novas tecnologias, formatos ou mtodos para organiz-los. Isso se tornou

    evidente com o uso das tecnologias de informao e comunicao, que possibilitaram

    no apenas novos tipos de documentao, mas tambm novas formas de tratamento e

    recuperao da informao.

  • 34

    Pode-se conceituar metadado como dado que descreve a essncia, atributos e contexto

    de emergncia de um recurso (documento, fonte, etc.) e caracteriza suas relaes,

    visando ao acesso e ao uso potencial (ALVARENGA, 2001).

    A representao de um recurso informacional tem por objetivo simplificar e facilitar sua

    busca e recuperao, intermediando a comunicao entre usurios e o conhecimento

    registrado por documentos digitais em determinado ambiente informacional. Diante

    desse contexto, os metadados so mtodos indicados na literatura como um mecanismo

    que capaz de descrever o contedo de um recurso, proporcionar a representao dos

    recursos informacionais digitais e, conseqentemente, intermediar a relao entre o

    ambiente digital e o usurio. Os elementos que compem os metadados descrevem

    informaes como nome, descrio, localizao, formato, entre outras, que podem ser

    adaptadas conforme as caractersticas da biblioteca em questo. Esta variedade

    tipolgica favorece o aprimoramento da recuperao da informao.

    A palavra metadados tambm tem sido definida, como sendo dados sobre dados,

    conforme aponta Takahashi (2000) que diz que metadados so dados a respeito de

    outros dados, ou seja, qualquer dado usado para auxiliar na identificao, descrio e

    localizao de informao. (TAKAHASHI, 2000, p.172). Tratam-se em outras

    palavras, de dados estruturados que descrevem as caractersticas de um recurso de

    informao.

    Barreto (1999 apud Molossi, 2008, p. 14) breve e sucinto quando conceitua

    metadados como uma documentao que descreve o dado armazenado.

    Para Gill (1998 apud Molossi, 2008, p. 15), os metadados so dados que servem para

    descrever grupos de dados que poderamos chamar de objetos informatizados ou

    descries estruturadas de um objeto informatizado.

    A utilizao de metadados em documentos digitais certamente contribui para uma

    melhor preciso, descrio de recursos e refinamento de pesquisa, possibilitando a

    excluso de grande quantidade de documentos indesejveis. Uma vez estabelecidos os

    padres de metadados, a troca de informaes entre as instituies que utilizam os

    mesmos padres est garantida.

  • 35

    Rosetto (2002) facilita o entendimento sobre metadados, ao relacionar os seus objetivos,

    as suas caractersticas e o seu conceito, alm de apresentar a tipologia de formatos de

    metadados e os critrios para sua avaliao. Exemplifica com planilhas dos formatos

    MARC padro internacional criado para registros catalogrficos - e Dublin Core,

    desenvolvido a partir do padro MARC e j considerado uma norma internacional. A

    aplicabilidade desses estudos foi realizada quando da implantao da Biblioteca Digital

    de Teses e Dissertaes (BDTD), na Universidade de So Paulo (USP).

    Ento, para finalizar a conceituao, metadado pode ser considerado sinnimo de ponto

    de acesso, termo da rea da catalogao, e parece ter sido cunhado em contextos

    externos cincia da informao.

    Para atender s necessidades do projeto da BDTD, o IBICT desenvolveu o Padro

    Brasileiro de Metadados para Teses e Dissertaes, o MTD-BR, que possibilita a

    integrao dos registros de teses e dissertaes com registros de outros repositrios

    brasileiros, como por exemplo, o Banco de Currculos da Plataforma Lattes. O MTD-

    BR compatvel com o padro Dublin Core e o padro ETD-MS (Electronic Thesis and

    Dissertation Metadata Standard) da NDLTD (Networked Digital Library of Thesis and

    Dissertation). O ETD-MS um Padro de Interoperabilidade de Metadados para Teses

    e Dissertaes, adotado pela NDLTD e tambm implantou a camada de protocolo OAI-

    PMH (Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting) para coletar

    automaticamente os metadados das teses e dissertaes publicadas pelas IES. O

    protocolo OAI-PMH um mecanismo para transferncia de dados entre repositrios

    digitais.

    A coleta dos metadados automtica, realizada pela tecnologia de harvesting, que

    uma ferramenta adequada para a partilha de metadados. O mecanismo de coleta faz a

    conexo com cada IES provedora dos dados e resgata as informaes cadastradas. Aps

    a coleta, os metadados so armazenados no IBICT e automaticamente expostos para

    coleta por outros provedores de servios de informao. Dessa forma, a BDTD, alm de

    expor os metadados para serem consultados e coletados nacionalmente, os disponibiliza

    internacionalmente para a NDLTD (IBICT, 2007).

  • 36

    Assim, conforme apresentado na figura 1, a BDTD pode esquematicamente ser

    representada em trs nveis de abrangncia: local, nacional e internacional.

    Figura 1- Integrao dos nveis de abrangncia da BDTD

    Fonte: SOUTHWICK (2003 apud MOLOSSI, 2008, p.13).

    A figura 1 apresenta, alm dos trs nveis de abrangncia, a integrao dos metadados

    que ocorre entre as IES (provedores de dados), o IBICT (provedor de dados e de

    servio) e a NDLTD (provedor de servios). Na BDTD, a integrao em nvel nacional

    utiliza o padro MTD-BR e em nvel internacional, o padro ETD-MS.

    Para aquelas IES que no possuem sistema de Biblioteca Digital de Teses e

    Dissertaes, o IBICT disponibiliza o Sistema de Teses e Dissertaes (TEDE). Este

    sistema oferecido em duas verses:

    O TEDE simplificado, que possibilita a publicao eletrnica da tese ou

    dissertao pela IES diretamente pela biblioteca, com a simples autorizao do

    autor da dissertao ou tese.

  • 37

    O TEDE modular, que requer uma infra-estrutura de integrao entre o curso de

    ps-graduao, o autor da dissertao (ou tese) e a biblioteca da instituio no

    processo de publicao eletrnica. Esta verso possui funes especficas para

    cada etapa do processo de publicao das teses e dissertaes.

    Para as instituies que j possuem seu sistema de Biblioteca Digital de Teses e

    Dissertaes, o IBICT oferece apoio tcnico na implementao do protocolo OAI-PMH,

    para que operem sobre os repositrios locais e gerem registros de metadados em

    XML/MDT-BR, permitindo a interoperabilidade com os provedores de servios

    compatveis com o protocolo OAI-PMH.

    Considerando a importncia dos metadados para o tratamento e recuperao da

    informao na BDTD, sero descritos a seguir, de forma detalhada, os trs padres

    utilizados por esta biblioteca digital.

    Especificamente, na BDTD do IBICT, so adotados os padres Dublin Core, Mtd-br e

    Etd-ms, descritos a seguir:

    2.3 Dublin Core

    Dublin Core (DC) um conjunto de termos usados para definir metadados e

    vocabulrios.

    Trata-se de um padro internacional estabelecido pelo consrcio W3C (World Wide

    Web Consortium) e desenvolvido pela Dublin Core Metadata Initiative (DMCI), um

    frum cujo objetivo desenvolver padres de metadados que suportem uma grande

    variedade de aplicaes, comunidades e modelos de negcio. O objetivo principal da

    DCMI proporcionar integrao de metadados, permitindo que recursos de diversas

    reas do conhecimento possam ser descritos e amplamente reutilizados.

    As principais caractersticas do padro Dublin Core (DC) so a simplicidade na

    descrio dos recursos, interoperabilidade semntica, consenso de escopo internacional,

    extensibilidade e flexibilidade.

  • 38

    O padro DC um conjunto composto de 15 elementos de metadados planejados para

    facilitar a identificao dos recursos existentes na rede. Dentre os 15 elementos de

    metadados, a BDTD utiliza:

    Ttulo - nome dado ao recurso de informao que est sendo descrito;

    Criador - responsvel pela produo do contedo do recurso;

    Assunto - assunto do contedo do recurso;

    Descrio - descrio do contedo do recurso;

    Publicador - a entidade responsvel por disponibilizar o recurso na rede

    (biblioteca digital responsvel pela publicao da tese ou dissertao);

    Contribuidor - entidade que contribuiu para o contedo do recurso;

    Data - data associada criao ou disponibilizao do recurso;

    Tipo de objeto digital - inclui termos descrevendo as categorias gerais, funes,

    ou nveis de agregao do contedo. Recomenda-se o uso da tabela de tipos

    desenvolvida no mbito da Iniciativa Dublin Core.

    Formato - formato fsico do recurso;

    Identificador - referncia no-ambgua do recurso num dado contexto;

    Fonte - referncia a uma fonte da qual o recurso originrio;

    Idioma - idioma do contedo intelectual do recurso;

    Relao - referncia a recursos de informao relacionados;

    Cobertura - extenso ou escopo do contedo;

    Direitos direitos de uso do recurso.

    Apesar de nenhum de seus elementos serem de uso obrigatrio, natural que se utilize

    um conjunto mnimo de elementos capazes de descrever de maneira adequada um

    recurso.

    A razo da opcionalidade de utilizao dos elementos possibilita a flexibilidade para

    quem utiliza o DC, determinando apenas os elementos considerados necessrios para a

    aplicao.

  • 39

    2.4 ETD-MS

    O padro Etd-Ms (Electronic Thesis and Dissertation Metadata Standard) o padro de

    metadados adotado pela NDLTD. Esse padro de metadados inclui todos os elementos

    do padro Dublin Core alm de outros elementos especficos para teses e dissertaes

    (SOUTHWICK, 2003 apud MOLOSSI, 2008, p. 16).

    Dentre os elementos adicionais que caracterizam o conjunto de metadados Etd-Ms,

    esto:

    Titulao - nome do grau associado com a tese ou dissertao como aparece no

    documento. Por exemplo, Mestre em Pesquisa Operacional;

    Grau - nvel de educao associado com o documento. Por exemplo, mestre,

    doutor;

    Disciplina - rea de estudo do contedo intelectual do documento; usualmente

    indica-se o nome do programa de ps-graduao ou departamento;

    Instituio - que abriga o programa de ps-graduao.

    2.5 MTD-BR

    O padro de metadados Mtd-br (Padro Brasileiro de Metadados para Teses e

    Dissertaes) o padro brasileiro para teses e dissertaes desenvolvido durante o

    projeto da BDTD a fim de compor e qualificar os recursos de recuperao da

    informao da Biblioteca Digital. O padro Mtd-br compatvel com os padres Dublin

    Core e Etd-Ms cujo conjunto integra a tecnologia da BDTD.

    A principal finalidade desse padro de metadados tornar disponveis os meios para

    que a comunidade brasileira de Cincia e Tecnologia possa publicar seus trabalhos

    diretamente na rede, aumentando a visibilidade do seu trabalho em mbito nacional e

    internacional, otimizando o fluxo da comunicao cientfica e reduzindo a frustrao de

    resultados ineficientes nas buscas de documentos digitais.

    O padro Mtd-br possui, alm dos elementos do Etd-Ms, alguns metadados que

    possibilitam a integrao dos registros de teses e dissertaes com registros de outros

    repositrios brasileiros, como por exemplo, o banco de currculos da Plataforma Lattes.

  • 40

    A relao entre os trs padres de metadados utilizados pela BDTD est representada na

    figura abaixo:

    Figura 2 - Integrao dos metadados utilizados pela BDTD

    Fonte: MOLOSSI (2008, p.17)

    As arquiteturas de metadados estabelecem mecanismos que permitem a codificao e o

    transporte de uma grande variedade de metadados desenvolvidos de forma

    independente, buscando assim garantir a interoperabilidade pelo uso de convenes

    comuns a respeito da semntica, sintaxe e estrutura do metadado.

    De acordo com Milstead e Feldmam (1999 apud Molossi, 2008, p. 17), qualquer

    ferramenta que torne mais fcil o processo de busca e recuperao dos recursos

    informacionais na Web importante.

    A busca por ambientes com solues de marcao padronizadas e integrao de bases

    definidas faz parte da perspectiva desse ambiente de bibliotecas digitais proposto pelo

    IBICT. Nesse sentido, foram desenvolvidos e implementados os trs padres de

    metadados atualmente utilizados e descritos anteriormente.

    No contexto das bibliotecas digitais, o que era um problema para os profissionais da

    informao em contextos especficos como a recuperao da informao com recursos

    escassos e metadados por vezes no to eficientes, foi resolvido com o surgimento da

    Web.

  • 41

    Naturalmente, o processo de representao e recuperao da informao de forma

    inteligente e eficiente est em constante pesquisa e com novos recursos de tecnologia

    disponibilizados. Como exemplo, apresenta-se a Web Semntica, uma nova proposta de

    representao e recuperao da informao na Web.

    Das idias aqui expostas, verifica-se que o tratamento da informao no contexto digital

    requer uma equipe multidisciplinar intermediadora do processo, as ferramentas

    tecnolgicas e o estabelecimento de padres, para tornar os dados compreensveis e

    compartilhveis. O conhecimento gerado pela comunidade cientfica alcana volumes

    inimaginveis, causando grande impacto nos sistemas de informao.

    2.6 Painel Web 2.0

    Segundo Cunha (2008), com a expanso das redes digitais e o aumento na velocidade de

    transmisso de dados, comeam a surgir novos produtos e servios na Internet que,

    anteriormente, no podiam ser ofertados tendo em vista as antigas limitaes na

    velocidade. Esse novo cenrio, denominado de Web 2.0, ser um novo patamar para a

    rea, notadamente no aprimoramento de produtos e servios tradicionais e o surgimento

    de novos, onde a interatividade com o usurio poder ser a tnica.

    Essa nova web, denominada em 2005 de Web 2.0, parece ser a evoluo da World Wide

    Web (www), onde as ferramentas digitais permitem aos usurios, criar, trocar, editar e

    publicar contedos dinmicos das mais variadas formas e assuntos.

    Gracioso (2007) aponta que esse processo propicia um alargamento do papel do sujeito

    pesquisador com a emergncia do contexto on-line da informao. E desse modo as

    investigaes da Biblioteconomia e Cincia da informao devem se voltar ao sujeito

    como ponto de partida. Mas no o sujeito isolado, psicolgico e sim o sujeito

    [...] o rompimento de barreiras tecnolgicas importantes, experimentadas na

    ltima dcada, permitiram o surgimento de um novo patamar para esses sistemas:

    antes orientados basicamente para a recuperao de referncias bibliogrficas em

    bases de dados isoladas e textos em papel, voltam-se hoje para a recuperao

    distribuda de objetos digitais textos completos, imagens em movimento, som,

    etc estabelecendo como palavras de ordem a publicao na internet e a

    interoperabiblidade entre fontes de informao heterogneas e globalmente

    distribudas. (SAYO; MARCONDES, 2002 apud SILVA, 2009, p. 4).

  • 42

    comunicativo. A Web 2.0 sinaliza isso. Na Cincia da informao (e em reas

    relacionadas), estudos centrados no usurio tm sido cada vez mais desenvolvidos e so

    denominados como Information Seeking, isto , estudos voltados compreenso dos

    processos de busca por informaes pelos sujeitos. Vrios autores tm analisado essas

    questes. No entanto tais pesquisas tm sido feitas de modo operacional e relativamente

    sistmicas j que, de modo geral, elas se voltam a analisar contextos temticos

    especficos ou comunidades usurias delimitadas da informao, mesmo no ambiente

    Web.

    Mas diante do dinamismo e da imprevisibilidade dos contedos disponibilizados na

    Web, como as Bibliotecas poderiam se posicionar? Existe a preocupao com isso na

    medida em que se entende que todo conhecimento produzido merecedor da ateno

    dos profissionais da informao e no s o conhecimento cientfico. Inclusive, isso

    leva a pensar que antes do conhecimento cientfico, h o conhecimento comum. Desse

    modo cr-se que preciso tentar entender as implicaes que esto envolvidas na

    produo desse conhecimento a priori para depois se ater s suas hierarquizaes e

    especificaes cientficas. Mais uma vez a Web 2.0 viria evidenciar isso na medida em

    expe o processo, a ao de produo e organizao de contedos constitudos

    interativamente atravs da participao de seus usurios.

    Alguns produtos e at mesmo conceitos diferenciam a Web tradicional ou clssica

    da Web 2.0. Temos na Web tradicional a produo de websites pessoais, na Web 2.0,

    temos os Blogs, dentre outros. Na tradicional temos, por exemplo, a Enciclopdia

    Britnica on-line, na 2.0, temos a Wikipedia. Temos na Web tradicional, os diretrios

    (taxonomias) e na Web 2.0, a Folksonomia (tags). Enfim, antes tnhamos recursos na

    Web exclusivamente voltados publicao de contedos e agora temos recursos para

    participao na construo dos mesmos.

    Segundo Tim OReilly um dos precursores das pesquisas sobre o assunto, a principal

    mudana que se pode verificar entre a Web 1.0 para a Web 2.0 que a Web 1.0 levou as

    pessoas informao e a Web 2.0 leva a informao s pessoas.

  • 43

    2.7 Interoperabilidade entre Documentos Digitais

    A interoperabilidade entre documentos digitais pode ser alcanada, segundo Gubiani

    (2005) atravs de trs formas de consulta, ou seja, trs tecnologias de publicao na

    Web. A primeira forma atravs de um esquema chamado de federao, onde a consulta

    distribuda entre as instituies cooperantes; outro esquema chamado de colheita ou

    harvesting, que monta um repositrio nico colhendo metadados das instituies

    cooperantes e o terceiro esquema chamado de reunio ou gathering, que acontece

    atravs do uso de motores de busca na Web.

    Na federao, uma consulta submetida a um com