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BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia Biblioteca: Publicações em Português (2000-2013) BÍBLIA PUBLICAÇÕES TEXTO DO DIA it-1 pp. 663-669 Davi Davi [provavelmente: Amado]. Na Tradução do Novo Mundo, este nome ocorre 1.079 vezes nas Escrituras Hebraicas, inclusive 75 vezes no cabeçalho de 73 salmos, e 59 vezes nas Escrituras Gregas Cristãs. Dentre todos os personagens das Escrituras Hebraicas, apenas Moisés e Abraão são mencionados com mais freqüência por escritores cristãos da Bíblia. Nos 1.138 lugares em que ocorre o nome Davi, a referência é apenas a uma só pessoa, o segundo rei de Israel, ou àquele de quem Davi, às vezes, era quadro típico: “Jesus Cristo, filho de Davi.” — Mt 1:1. Este pastor, músico, poeta, soldado, estadista, profeta e rei destaca-se nas Escrituras Hebraicas com muita proeminência. Tratava-se de um lutador intrépido no campo de batalha, que demonstrou perseverança sob adversidades, um líder e comandante pt r5 lp-t ltr Português pt pt r5 lp-t T ltr w ol.jw .org desktop par PES QUISAR it-1

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Page 1: Biblioteca on davi

BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia

Biblioteca: Publicações em Português (2000-2013)

B Í B L I A

P U B L I C A Ç Õ E S

T E X T O D O D I A

it-1 pp. 663-669

Davi

Davi

[provavelmente: Amado].

Na Tradução do Novo Mundo, este nome ocorre 1.079 vezes nas Escrituras Hebraicas, inclusive

75 vezes no cabeçalho de 73 salmos, e 59 vezes nas Escrituras Gregas Cristãs. Dentre todos os

personagens das Escrituras Hebraicas, apenas Moisés e Abraão são mencionados com mais

freqüência por escritores cristãos da Bíblia. Nos 1.138 lugares em que ocorre o nome Davi, a

referência é apenas a uma só pessoa, o segundo rei de Israel, ou àquele de quem Davi, às vezes,

era quadro típico: “Jesus Cristo, filho de Davi.” — Mt 1:1.

Este pastor, músico, poeta, soldado, estadista, profeta e rei destaca-se nas Escrituras Hebraicas

com muita proeminência. Tratava-se de um lutador intrépido no campo de batalha, que

demonstrou perseverança sob adversidades, um líder e comandante dotado de forte e

inquebrantável coragem, não obstante, suficientemente humilde para reconhecer seus erros e

arrepender-se de seus graves pecados, homem capaz de mostrar terna compaixão e misericórdia,

amante da verdade e da justiça, e, acima de tudo, alguém com fé e confiança implícitas em seu

Deus, Jeová.

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Davi, descendente de Boaz e Rute, tinha uma ascendência que remontava a Judá, por intermédio

de Peres. (Ru 4:18-22; Mt 1:3-6) Este caçula dentre os oito filhos homens de Jessé também

tinha duas irmãs ou meias-irmãs. (1Sa 16:10, 11; 17:12; 1Cr 2:16) Um dos irmãos de Davi

evidentemente morreu sem ter filhos e foi assim omitido em registros genealógicos posteriores.

(1Cr 2:13-16) O nome da mãe de Davi não é fornecido. Alguns têm sugerido que sua mãe foi

Naás, mas é mais provável que Naás tenha sido o pai das meias-irmãs de Davi. — 2Sa 17:25;

veja NAÁS N.° 2.

Belém, situada a cerca de 9 km ao SSO de Jerusalém, era a cidade natal de Davi, a cidade onde

haviam morado seus antepassados Jessé, Obede e Boaz, e que, às vezes, era chamada de “cidade

de Davi” (Lu 2:4, 11; Jo 7:42), mas que não deve ser confundida com a “Cidade de Davi”, isto

é, Sião, em Jerusalém. — 2Sa 5:7.

Como Jovem. Deparamo-nos com Davi pela primeira vez quando cuidava das ovelhas de seu

pai, num campo perto de Belém, o que nos faz lembrar que foi também num campo perto de

Belém que pastores, mais de um milênio depois, ficaram espantados de serem escolhidos para

ouvir o anjo de Jeová anunciar o nascimento de Jesus. (Lu 2:8-14) Samuel, enviado por Deus à

casa de Jessé, a fim de ungir um dos filhos deste para ser o futuro rei, rejeitou os sete irmãos

mais velhos de Davi, dizendo: “Jeová não escolheu a estes.” Por fim, foram buscar Davi do

campo. Pairava uma atmosfera de suspense quando ele entrou — “ruivo, rapaz de belos olhos e

bem-parecido” — pois até então ninguém sabia por que Samuel tinha vindo. “Levanta-te”,

ordenou Jeová a Samuel, “unge-o, pois é este”! Davi foi aquele de quem Jeová disse: “Achei

Davi, filho de Jessé, homem agradável ao meu coração, que fará todas as coisas que desejo.”

— 1Sa 16:1-13; 13:14; At 13:22.

Os anos que Davi passou como jovem pastor de ovelhas exerceram profunda influência no resto

de sua vida. A vida ao ar livre preparou-o para viver qual fugitivo, quando, mais tarde na vida,

fugia da ira de Saul. Também adquiriu perícia em atirar pedras de funda, e desenvolveu

perseverança, coragem e disposição de procurar e socorrer as ovelhas que se separaram do

rebanho, não hesitando em matar um urso ou um leão, quando necessário. — 1Sa 17:34-36.

Mas, apesar de sua intrepidez qual guerreiro, Davi será também lembrado como exímio harpista

e como compositor de cânticos, habilidades que talvez adquirisse nas longas horas gastas

cuidando das ovelhas. Davi tinha também a reputação de ser inventor de instrumentos musicais.

(2Cr 7:6; 29:26, 27; Am 6:5) O amor de Davi por Jeová elevou seus versos líricos muito acima

do nível comum de simples entretenimento e fez deles obras-primas clássicas, dedicadas à

adoração e ao louvor de Jeová. Os cabeçalhos de nada menos que 73 salmos indicam que Davi

foi o seu compositor, mas ainda outros salmos são em outras partes atribuídos a Davi. (Compare

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Sal 2:1 com At 4:25; Sal 95:7, 8 com He 4:7.) Alguns, como por exemplo os

Salmos 8, 19, 23, 29, bem provavelmente refletem as experiências de Davi qual pastor.

Todo este treinamento enquanto cuidava das ovelhas preparou Davi para o papel maior de

pastorear o povo de Jeová, conforme está escrito: “[Jeová] escolheu a Davi, seu servo, e tomou-

o dos redis do rebanho. De andar atrás das fêmeas lactantes Ele o trouxe para ser pastor de Jacó,

seu povo, e de Israel, sua herança.” (Sal 78:70, 71; 2Sa 7:8) Todavia, quando Davi deixou as

ovelhas de seu pai pela primeira vez, não foi para assumir o reinado. Antes, serviu como músico

da corte, à recomendação de um conselheiro de Saul, que descreveu Davi como não apenas

“perito em tocar”, mas também como “homem poderoso, valente, e homem de guerra, e

conversador inteligente, e homem de bom porte, e Jeová está com ele”. (1Sa 16:18) De modo

que Davi se tornou o harpista para o perturbado Saul, bem como seu escudeiro. — 1Sa 16:19-

23.

Mais tarde, por motivos não revelados, Davi voltou à casa de seu pai por um período

indeterminado. Ao levar provisões para seus irmãos no exército de Saul, que nessa ocasião se

encontrava num impasse com os filisteus, ele ficou enfurecido ao ver e ouvir Golias vituperar a

Jeová. “Quem é este filisteu incircunciso [para] que venha escarnecer das fileiras combatentes

do Deus vivente?” perguntou Davi. (1Sa 17:26) “Jeová”, acrescentou, “que me livrou da pata do

leão e da pata do urso, ele é quem me livrará da mão deste filisteu”. (1Sa 17:37) Concedida a

permissão, o matador do leão e do urso aproximou-se de Golias com as palavras: “Eu chego a ti

com o nome de Jeová dos exércitos, o Deus das fileiras combatentes de Israel, de quem

escarneceste.” Subitamente, Davi atirou a pedra com a funda e abateu o campeão inimigo. Daí,

com a espada do próprio Golias, Davi decapitou-o e retornou ao acampamento com os troféus

de guerra: a cabeça e a espada do gigante. — 1Sa 17:45-54; GRAVURA, Vol. 1, p. 649.

É digno de nota que a Septuaginta, conforme aparece no manuscrito grego Vaticano 1209, do

quarto século, omite 1 Samuel 17:55 até a palavra “filisteus”, em 1 Samuel 18:6a. Por isso, a

versão Moffatt coloca todos esses versículos, exceto o último, entre colchetes duplos,

chamando-os de “ou acréscimos editoriais, ou interpolações posteriores”. Todavia, existe

evidência que favorece a versão do texto massorético. — Veja SAMUEL, LIVROS DE

(Trechos Que Faltam na Septuaginta Grega).

Como Fugitivo. (MAPA, Vol. 1, p. 650) Esses acontecimentos em rápida sucessão projetaram

Davi da obscuridade do ermo para a notoriedade pública aos olhos de todo o Israel. Encarregado

dos homens de guerra, Davi foi saudado com danças e regozijo ao retornar duma expedição

vitoriosa contra os filisteus, sendo a canção em voga naqueles dias: “Saul golpeou os seus

milhares, e Davi as suas dezenas de milhares.” (1Sa 18:5-7) “Todo o Israel e Judá amavam a

Davi”, e o próprio filho de Saul, Jonatã, fez com ele um pacto vitalício de amor e de amizade

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mútua, cujos benefícios estenderam-se ao filho de Jonatã, Mefibosete, e ao seu neto, Mica.

— 1Sa 18:1-4, 16; 20:1-42; 23:18; 2Sa 9:1-13.

Esta popularidade provocou inveja em Saul, que ‘daquele dia em diante olhava continuamente

com suspeita para Davi’. Duas vezes, quando Davi tocava música como em ocasiões anteriores,

Saul atirou uma lança com a intenção de cravá-lo na parede, e em ambos os casos Jeová o

livrou. Saul prometera dar sua filha a quem quer que matasse Golias, mas agora relutava em dá-

la a Davi. Por fim, Saul concordou com o casamento de uma segunda filha, contanto que Davi

lhe trouxesse “cem prepúcios dos filisteus”, uma exigência desarrazoada, que Saul calculava

significaria a morte de Davi. O corajoso Davi, entretanto, dobrou o dote, ofertando a Saul 200

prepúcios e casou-se com Mical. De modo que agora dois dos filhos de Saul haviam feito

amorosamente pactos com Davi, circunstâncias que fizeram com que Saul o odiasse ainda mais.

(1Sa 18:9-29) Quando Davi novamente tocava na presença de Saul, o rei pela terceira vez

tentou cravá-lo na parede com a lança. Protegido pela escuridão da noite, Davi fugiu, vendo

Saul de novo apenas em circunstâncias diferentes e bem estranhas. — 1Sa 19:10.

Nos vários anos seguintes, Davi viveu qual foragido, fugindo constantemente de um lugar a

outro, implacavelmente perseguido por um rei obstinado e iníquo, decidido a matá-lo. De início,

Davi refugiou-se junto ao profeta Samuel, em Ramá (1Sa 19:18-24), mas, quando este lugar

deixou de ser esconderijo, rumou para a cidade filistéia de Gate, parando em caminho para

encontrar-se com o sumo sacerdote Aimeleque, em Nobe, onde obteve a espada de Golias. (1Sa

21:1-9; 22:9-23; Mt 12:3, 4) No entanto, foi apenas por fingir-se de demente, fazendo cruzinhas

no portão, como uma criança, e deixando a saliva escorrer sobre a barba, que conseguiu escapar

de Gate. (1Sa 21:10-15) Baseado nesta experiência, Davi compôs os Salmos 34 e 56. Em

seguida fugiu para a caverna de Adulão, onde sua família e cerca de 400 homens desafortunados

e aflitos juntaram-se a ele. O Salmo 57 ou o Sal. 142, ou ambos, talvez sejam comemorativos de

sua estada nessa caverna. Davi prosseguiu movimentando-se — dali para Mispé, em Moabe, e

então de volta para a floresta de Herete, em Judá. (1Sa 22:1-5) Enquanto morava em Queila,

ficou sabendo que Saul se preparava para atacar, ao que ele e seus homens, que agora somavam

cerca de 600, partiram para o ermo de Zife. Saul continuou a perseguição, num lugar após outro,

do ermo de Zife, em Horesa, até o ermo de Maom. Quando Saul estava prestes a agarrar a sua

presa, veio a notícia de um ataque filisteu, de modo que Saul abandonou a perseguição por

algum tempo, possibilitando que o fugitivo escapasse para En-Gedi. (1Sa 23:1-29) Belos

salmos, louvando a Jeová por prover o escape milagroso (Sal 18, 59, 63, 70), originaram-se de

experiências similares.

Em En-Gedi, Saul entrou numa caverna para satisfazer uma necessidade natural. Davi, que

estava escondido nos fundos da caverna, aproximou-se furtivamente e cortou a aba da veste de

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Saul, mas poupou-lhe a vida, dizendo ser inconcebível da sua parte ferir o rei, “pois ele é o

ungido de Jeová”. — 1Sa 24:1-22.

Após a morte de Samuel. Após a morte de Samuel, ainda na condição de exilado, Davi passou a

morar no ermo de Parã. (Veja PARÃ.) Ali, ele e seus homens demonstraram bondade para com

um rico criador de gado, Nabal, cujo serviço era realizado em Carmelo, ao S de Hébron, apenas

para serem repelidos por este ingrato. O raciocínio rápido da esposa de Nabal, Abigail, conteve

Davi de exterminar os varões da família, mas Nabal foi golpeado por Jeová e morreu. Depois

disso, Davi casou-se com a viúva, de modo que agora, além de Ainoã, de Jezreel, Davi tinha

mais outra esposa, Abigail, de Carmelo; durante a longa ausência de Davi, Saul havia dado

Mical a outro homem. — 1Sa 25:1-44; 27:3.

Pela segunda vez, Davi refugiou-se no ermo de Zife, e a caçada recomeçou. Davi comparou

Saul e seus 3.000 homens aos que saem à procura duma “única pulga, assim como se vai no

encalço da perdiz sobre os montes”. Certa noite, Davi e Abisai entraram furtivamente no

acampamento adormecido de Saul e tiraram dali a lança e a bilha de água dele. Abisai queria

matar Saul, mas Davi poupou a vida de Saul pela segunda vez, dizendo que, do ponto de vista

de Jeová, era-lhe inconcebível estender a mão contra o ungido de Deus. (1Sa 26:1-25) Esta foi a

última ocasião em que Davi viu seu adversário.

Davi fixou-se em Ziclague, em território filisteu, fora do alcance de Saul, por um período de 16

meses. Numerosos homens poderosos desertaram das forças de Saul e juntaram-se aos exilados

em Ziclague, tornando possível que Davi fizesse incursões em cidades inimigas de Israel, ao S,

deste modo consolidando as fronteiras de Judá e fortalecendo sua posição futura qual rei. (1Sa

27:12; 1Cr 12:1-7, 19-22) Quando os filisteus se prepararam para atacar as forças de Saul, o Rei

Aquis, pensando que Davi fosse “mau cheiro entre o seu povo de Israel”, convidou-o para

juntar-se a ele. Todavia, os outros senhores do eixo rejeitaram Davi como risco para a

segurança. (1Sa 29:1-11) Na batalha que culminou no monte Gilboa, morreram Saul e três de

seus filhos, Jonatã inclusive. — 1Sa 31:1-7.

No ínterim, os amalequitas pilharam e incendiaram Ziclague, levando consigo todas as mulheres

e crianças. As forças de Davi foram imediatamente no seu encalço, alcançaram os saqueadores e

recuperaram as suas esposas e os seus filhos, e todos os bens. (1Sa 30:1-31) Três dias mais

tarde, um amalequita trouxe o diadema e o bracelete de Saul, jactando-se enganosamente de que

matara o rei ferido, esperando receber uma recompensa. Embora tivesse mentido sobre o

assunto, Davi mandou matá-lo por ter afirmado ‘que entregou o ungido de Jeová à morte’.

— 2Sa 1:1-16; 1Sa 31:4, 5.

Como Rei. (MAPA, Vol. 1, p. 650) A notícia trágica da morte de Saul afligiu muito a Davi.

Que o seu arquiinimigo estava morto não o atingiu tanto como o fato de que caíra o ungido de

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Jeová. Em lamentação, Davi compôs uma endecha, intitulada “O Arco”. Nela ele lamenta que

seu pior inimigo e seu melhor amigo haviam caído juntos em batalha — “Saul e Jonatã, os

amáveis e os agradáveis durante a sua vida, e não foram separados na sua morte”. — 2Sa 1:17-

27.

Davi mudou-se então para Hébron, onde, à idade de 30 anos, os anciãos de Judá o ungiram rei

sobre a tribo deles, em 1077 AEC. O filho de Saul, Is-Bosete, foi constituído rei sobre as outras

tribos. Cerca de dois anos mais tarde, porém, Is-Bosete foi assassinado, seus agressores levando

a cabeça dele a Davi, esperando receber uma recompensa, mas eles também foram mortos,

assim como fora o pretenso matador de Saul. (2Sa 2:1-4, 8-10; 4:5-12) Isto pavimentou o

caminho para que as tribos que até então haviam apoiado o filho de Saul se juntassem a Judá, e,

com o tempo, juntou-se uma força de 340.822, e Davi foi constituído rei de todo o Israel. — 2Sa

5:1-3; 1Cr 11:1-3; 12:23-40.

Governo em Jerusalém. Davi governou sete anos e meio em Hébron, antes de mudar sua

capital, sob a direção de Jeová, para a capturada fortaleza jebusita, Jerusalém. Ali construiu a

Cidade de Davi, em Sião, e continuou a governar por mais 33 anos. (2Sa 5:4-10; 1Cr 11:4-

9; 2Cr 6:6) Enquanto morava em Hébron, o Rei Davi tomou mais esposas, fez com que Mical

lhe fosse devolvida, e gerou numerosos filhos e filhas. (2Sa 3:2-5, 13-16; 1Cr 3:1-4) Depois de

mudar-se para Jerusalém, Davi tomou ainda mais esposas e concubinas, as quais, por sua vez,

lhe deram mais filhos. — 2Sa 5:13-16; 1Cr 3:5-9; 14:3-7.

Quando os filisteus souberam que Davi era rei de todo o Israel, vieram para depô-lo. Como no

passado (1Sa 23:2, 4, 10-12; 30:8), Davi indagou a Jeová quanto a se devia subir contra eles.

“Sobe”, foi a resposta, e Jeová lançou-se com tal sobrepujante destruição sobre o inimigo, que

Davi chamou o lugar de Baal-Perazim, que significa “Senhor [Dono] das Rupturas”. Num novo

confronto, a estratégia de Jeová mudou, e ele ordenou a Davi contornar os filisteus e golpeá-los

pela retaguarda. — 2Sa 5:17-25; 1Cr 14:8-17.

Davi tentou trazer a arca do pacto para Jerusalém, mas isto falhou quando Uzá tocou nela e foi

golpeado. (2Sa 6:2-10; 1Cr 13:1-14) Uns três meses mais tarde, com preparativos cuidadosos,

que incluíam a santificação dos sacerdotes e dos levitas, e certificando-se de que a Arca fosse

carregada nos ombros deles, em vez de ser colocada numa carroça, como da primeira vez, ela

foi levada para Jerusalém. Davi, trajado de modo simples, externou sua alegria e entusiasmo

nessa importante ocasião, “pulando e dançando diante de Jeová”. Mas a sua esposa Mical

censurou a Davi, dizendo que ele se comportara “assim como um dos homens inanes”. Por

causa desta queixa injustificada, Mical “não veio a ter nenhum filho até o dia da sua morte”.

— 2Sa 6:11-23; 1Cr 15:1-29.

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Davi também tomou medidas para expandir a adoração de Jeová na nova localização da Arca

por designar porteiros e músicos, e por providenciar que fossem feitas “ofertas queimadas . . .

constantemente, de manhã e à noitinha”. (1Cr 16:1-6, 37-43) Ademais, Davi pensou em

construir um templo-palácio de cedro para abrigar a Arca, em lugar da sua tenda. Mas Davi não

recebeu permissão para construir tal casa, pois Deus disse: “Derramaste sangue em grande

quantidade e travaste grandes guerras. Não construirás uma casa ao meu nome, porque

derramaste diante de mim grande quantidade de sangue na terra.” (1Cr 22:8; 28:3) No entanto,

Jeová fez um pacto com ele, prometendo que o reinado permaneceria para sempre na sua

família, e, em conexão com este pacto, Deus assegurou-lhe que seu filho Salomão, cujo nome

deriva duma raiz que significa “paz”, construiria o templo. — 2Sa 7:1-16, 25-29; 1Cr 17:1-

27; 2Cr 6:7-9; Sal 89:3, 4, 35, 36.

Foi, portanto, em harmonia com este pacto do reino que Jeová permitiu que Davi expandisse seu

domínio territorial desde o rio do Egito até o Eufrates, consolidando suas fronteiras,

conservando a paz com o rei de Tiro, combatendo e conquistando inimigos por todos os lados

— filisteus, sírios, moabitas, edomitas, amalequitas e amonitas. (2Sa 8:1-14; 10:6-19; 1Rs

5:3; 1Cr 13:5; 14:1, 2; 18:1-20:8) Essas vitórias, concedidas por Deus, fizeram de Davi um

governante muito poderoso. (1Cr 14:17) Contudo, Davi sempre estava cônscio de que esta

posição não fora adquirida por conquista ou por herança, mas provinha de Jeová, que o colocara

no trono desta teocracia típica. — 1Cr 10:14; 29:10-13.

Pecados trazem calamidades. Durante a campanha contínua contra os amonitas, ocorreu um

dos mais tristes episódios da vida de Davi. Tudo começou quando o rei, ao observar do seu

terraço a bela Bate-Seba banhar-se, entreteve desejos errados. (Tg 1:14, 15) Depois de saber que

o marido dela, Urias, havia ido participar na guerra, Davi providenciou que a mulher fosse

trazida ao seu palácio, onde teve relações sexuais com ela. Com o tempo, o rei foi informado de

que ela estava grávida. Sem dúvida, temendo que Bate-Seba fosse publicamente exposta e morta

por conduta imoral, Davi imediatamente avisou o exército para que Urias se apresentasse a ele

em Jerusalém, na esperança de que Urias passasse a noite com sua esposa. Mas, embora Davi o

tivesse embebedado, Urias recusou-se a dormir com Bate-Seba. Em desespero, Davi o enviou

de volta às tropas, com instruções secretas ao comandante Joabe para que Urias fosse destacado

para as linhas de frente, onde certamente seria morto. A trama deu certo. Urias morreu em

batalha, sua viúva guardou o costumeiro período de luto, e então Davi casou-se com a viúva

antes que o povo da cidade soubesse que ela estava grávida. — 2Sa 11:1-27.

Todavia, Jeová estava atento, e expôs todo este caso repreensível. Se Jeová tivesse permitido

que o caso envolvendo Davi e Bate-Seba fosse tratado por juízes humanos, sob a Lei mosaica,

ambos os transgressores teriam sido mortos, e, naturalmente, a prole do seu adultério, ainda por

nascer, teria morrido junto com a mãe. (De 5:18; 22:22) No entanto, Jeová mesmo tratou do

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caso e teve misericórdia com Davi, por causa do pacto do Reino (2Sa 7:11-16), sem dúvida,

porque o próprio Davi mostrara misericórdia (1Sa 24:4-7; compare isso com Tg 2:13) e por

causa do arrependimento que Deus observava por parte dos transgressores. (Sal 51:1-4) Mas,

eles não ficaram livres de toda punição. Pela boca do profeta Natã, Jeová pronunciou: “Eis que

suscito contra ti uma calamidade provinda da tua própria casa.” — 2Sa 12:1-12.

E assim veio a ser. O filho adulterino nascido a Bate-Seba logo morreu, embora Davi jejuasse e

chorasse sete dias por causa do filho doente. (2Sa 12:15-23) Em seguida, o filho primogênito de

Davi, Amnom, violentou sua própria meia-irmã Tamar e foi posteriormente assassinado pelo

irmão dela, para o pesar do pai deste. (2Sa 13:1-33) Mais tarde, Absalão, o terceiro e amado

filho de Davi, não apenas tentou usurpar o trono, mas abertamente desprezou e publicamente

desonrou seu pai por ter relações sexuais com as concubinas de Davi. (2Sa 15:1-16:22) Por fim,

a humilhação chegou ao clímax quando a guerra civil mergulhou o país numa luta de filho

contra pai, resultando na morte de Absalão, contrário aos desejos de Davi e para o seu grande

pesar. (2Sa 17:1-18:33) Enquanto fugia de Absalão, Davi compôs o Salmo 3, no qual diz: “A

salvação pertence a Jeová.” — Sal 3:8.

Mas, apesar de todas as suas falhas e pecados graves, Davi sempre mostrou a condição correta

de coração por se arrepender e por implorar o perdão de Jeová. Isto foi demonstrado no caso

que envolveu Bate-Seba, depois do qual Davi escreveu o Salmo 51, declarando: “Em erro fui

dado à luz . . . em pecado me concebeu minha mãe.” (Sal 51:5) Outro exemplo em que Davi

humildemente confessou seus pecados foi quando Satanás o incitou a fazer um censo dos

homens habilitados para as forças militares. — 2Sa 24:1-17; 1Cr 21:1-17; 27:24; veja

REGISTRO.

Compra do lugar para o templo. Quando terminou a pestilência resultante do erro do rei nesse

último exemplo, Davi comprou a eira de Ornã, e, como sacrifício a Jeová, ofereceu o gado

bovino junto com o trenó usado na debulha. Foi neste local que Salomão mais tarde construiu o

magnífico templo. (2Sa 24:18-25; 1Cr 21:18-30; 2Cr 3:1) Davi sempre acalentou no coração o

desejo de construir esse templo, e, embora isso não lhe fosse permitido, foi-lhe concedido

constituir uma grande força-tarefa para talhar pedras e reunir materiais que incluíam 100.000

talentos de ouro (US$ 38.535.000.000) e 1.000.000 de talentos de prata (US$ 6.606.000.000), e

cobre e ferro em quantidade impossível de se calcular. (1Cr 22:2-16) De sua fortuna pessoal,

Davi contribuiu ouro de Ofir e prata refinada no valor de mais de US$ 1.202.000.000. Davi

forneceu também os planos arquitetônicos, recebidos por inspiração, e organizou as dezenas de

milhares de levitas em suas muitas turmas de serviço, incluindo um grande coro de cantores e de

músicos. — 1Cr 23:1-29:19; 2Cr 8:14; 23:18; 29:25; Esd 3:10.

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Fim do reinado. Nos dias finais da vida de Davi, o rei, já com 70 anos, confinado ao leito,

continuou a colher a calamidade na sua família. Seu quarto filho, Adonias, sem o conhecimento

ou o consentimento de seu pai, e, pior, sem a aprovação de Jeová, tentou constituir-se rei.

Quando esta notícia chegou a Davi, ele agiu rapidamente para que seu filho Salomão, o

escolhido de Jeová, fosse empossado oficialmente como rei e se sentasse no trono. (1Rs 1:5-

48; 1Cr 28:5; 29:20-25; 2Cr 1:8) Davi aconselhou então Salomão a andar nos caminhos de

Jeová, a guardar os Seus estatutos e os Seus mandamentos, a agir com circunspeção em tudo,

pois assim haveria de prosperar. — 1Rs 2:1-9.

Após um reinado de 40 anos, Davi morreu e foi sepultado na Cidade de Davi, tendo-se

mostrado digno de ser incluído na lista honrosa, feita por Paulo, das testemunhas que se

notabilizaram pela fé. (1Rs 2:10, 11; 1Cr 29:26-30; At 13:36; He 11:32) Ao citar o Salmo 110,

Jesus disse que Davi o escrevera “por inspiração”. (Mt 22:43, 44; Mr 12:36) Os apóstolos e

outros escritores bíblicos freqüentemente reconheceram Davi como profeta inspirado de Deus.

— Compare Sal 16:8 com At 2:25; Sal 32:1, 2, com Ro 4:6-8; Sal 41:9 com Jo 13:18; Sal 69:22,

23, com Ro 11:9, 10; Sal 69:25 e Sal 109:8 com At 1:20.

Pictórico. Os profetas freqüentemente se referiam a Davi e à sua casa real, às vezes em conexão

com os últimos reis de Israel que se sentaram no “trono de Davi” (Je

13:13; 22:2, 30; 29:16; 36:30), e às vezes num sentido profético. (Je 17:25; 22:4; Am 9:11; Za

12:7-12) Em certas profecias messiânicas focaliza-se a atenção no pacto do reino que Jeová fez

com Davi. Por exemplo, Isaías diz que aquele chamado “Maravilhoso Conselheiro, Deus

Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz”, será firmemente estabelecido no “trono de Davi” por

tempo indefinido. (Is 9:6, 7; veja também 16:5.) Jeremias assemelhou o Messias a “um renovo

justo” que Jeová ‘suscitaria a Davi’. (Je 23:5, 6; 33:15-17) Por meio de Ezequiel, Jeová fala do

Pastor messiânico como “meu servo Davi”. — Ez 34:23, 24; 37:24, 25.

Ao informar Maria de que ela teria um filho chamado Jesus, o anjo declarou que “Jeová Deus

lhe dará o trono de Davi, seu pai”. (Lu 1:32) “Jesus Cristo, filho de Davi”, era o herdeiro tanto

legal como natural do trono de Davi. (Mt 1:1, 17; Lu 3:23-31) Paulo disse que Jesus era o

descendente de Davi segundo a carne. (Ro 1:3; 2Ti 2:8) O povo comum também identificou

Jesus como o “Filho de Davi”. (Mt 9:27; 12:23; 15:22; 21:9, 15; Mr 10:47, 48; Lu 18:38, 39)

Era importante estabelecer isso, pois, conforme os fariseus admitiram, o Messias seria filho de

Davi. (Mt 22:42) O próprio ressuscitado Jesus também deu testemunho, dizendo: “Eu, Jesus, . . .

sou a raiz e a descendência de Davi.” — Re 22:16; também Re 3:7; 5:5.

[Diagrama na página 667]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

Page 10: Biblioteca on davi

GENEALOGIA DE DAVI

(Nomes dos homens em maiúsculas.)

BOAZ e Rute (sua esposa)

OBEDE

JESSÉ

 FAMÍLIA DE JESSÉ                     SOBRINHOS DE DAVI

  ELIABE (Eliú)

  ABINADABE

  SAMÁ (Simeá, Siméia, Simei)

                                      JONADABE

  NETANEL

  RADAI

  OZEM

  Zeruia

                                      ABISAI

                                      JOABE

                                      ASAEL

  -anônimo-

  Abigail

                                      AMASA

  DAVI

   ESPOSAS DE DAVI                    FILHOS DE DAVI

Page 11: Biblioteca on davi

    Mical

    Ainoã

                                      AMNOM

    Abigail

                                      DANIEL (Quileabe)

    Maacá

                                      ABSALÃO

                                      Tamar

    Hagite

                                      ADONIAS

    Abital

                                      SEFATIAS

    Eglá

                                      ITREÃO

    esposas, concubinas -anônimas-

                                      IBAR

                                      ELISUA (Elisama)

                                      NOGÁ

                                      ELIFELETE (Elpelete)

                                      NEFEGUE

                                      JAFIA

                                      ELISAMA

Page 12: Biblioteca on davi

                                      BEELIADA (Eliada)

                                      ELIFELETE

                                      JERIMOTE

    Bate-Seba

                                      -anônimo-

                                      SIMÉIA (Samua)

                                      SOBABE

                                      NATÃ

                                        |

                                      MARIA

                                      SALOMÃO (Jedidias)

                                        |

                                      JOSÉ

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