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1 ______________________________________________________________ BIANCA RAQUEL BIANCHI CELOTO PROJETO DE INTERVENÇAO: IMPLANTAÇAO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM EM PUERICULTURA EM UMA ESF NO MUNICIPIO DE FATIMA DO SUL ______________________________________________________________ CAMPO GRANDE 2011

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______________________________________________________________

BIANCA RAQUEL BIANCHI CELOTO

PROJETO DE INTERVENÇAO:

IMPLANTAÇAO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM EM PUERICULTURA EM

UMA ESF NO MUNICIPIO DE FATIMA DO SUL

______________________________________________________________

CAMPO GRANDE

2011

2

______________________________________________________________

BIANCA RAQUEL BIANCHI CELOTO

PROJETO DE INTERVENÇAO:

IMPLANTAÇAO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM EM PUERICULTURA EM

UMA ESF NO MUNICIPIO DE FATIMA DO SUL

Projeto de Intervenção: Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica e Saúde da Família, como requisito para obtenção do título de Especialista em Saúde pública. Orientadora Enfª. Dda Érika Kaneta

______________________________________________________________

CAMPO GRANDE

2011

3

Resumo Introdução: A infância representa uma fase vulnerável da vida. Sendo assim, a

implantação da consulta de enfermagem em puericultura é necessária para que

ações sejam desenvolvidas e através da prevenção poderá evitar varias doenças. A

puericultura é responsável por acompanhar integralmente o crescimento e

desenvolvimento da criança, abordando a prevenção, os cuidados com a

alimentação adequada e imunização. Assim, a detecção precoce dos distúrbios é

essencial para seu tratamento, podendo prevenir uma série de problemas,

fornecendo adequada supervisão higiênica, dietética, comportamental e nutricional,

reconhecendo as ameaças à saúde da criança e elaborando conduta clinica

adequada para resolvê-las. Objetivos: Implantar a puericultura nas crianças (0 - 2

anos) na unidade de saúde de família Vila Educacional no município de Fátima do

Sul/MS; bem como; Melhorar o acesso e garantir a qualidade do atendimento às

crianças (0 - 2 anos) através da puericultura; Sistematizar o acompanhamento do

crescimento e desenvolvimento das crianças de 0 - 2 anos, organizando a

assistência nessa faixa etária; Instrumentalizar a equipe de saúde para realização do

controle de crescimento e desenvolvimento, discutindo e definindo suas atribuições;

Capacitar equipe para identificar e captar precocemente crianças de risco para

acompanhamento na unidade de saúde; Promover educação para saúde

destacando os principais pontos na assistência da criança; Promover o aleitamento

materno e orientar a alimentação nos primeiros anos de vida; Aumentar os níveis de

cobertura vacinal através da observação do calendário vacinal da criança e

encaminhamento para a sala de vacina; Identificar precocemente os processos

patológicos, favorecendo o diagnostico e tratamentos oportunos. Metodologia:

Trata-se de um Projeto de intervenção onde foi implantada a consulta em

puericultura no serviço da ESF Vila Educacional no município de Fátima do Sul/MS,

a fim de avaliarmos e acompanharmos as crianças de 0 a 2 anos de idade.

Participaram 86 crianças de 0 a 2 anos de idade acompanhadas de suas mães.

Resultados e Discussões: Para a implantação foi necessária a capacitação teórica

e pratica dos profissionais envolvidos nesse processo. Convites foram

confeccionados e entregues em domicilio para as mães. Foi realizado um projeto

piloto o qual serviu de parâmetro para possíveis correções, onde foi constatado que

a ausência da mãe durante o projeto piloto ocasionou em falha na coleta de

informações sobre o desenvolvimento da criança. Foram convidadas 86 crianças

menores de dois anos, onde na primeira consulta 22 crianças acompanhadas de

seus responsáveis compareceram, destas apenas uma não correspondeu ao

desenvolvimento preconizado para sua idade, e foi encaminhado para o

fonoaudiólogo. Na segunda consulta foram acompanhadas 39 crianças, onde duas

crianças perderam peso devido a um resfriado, as demais tiveram aumento de peso

e altura adequada. Em relação ao desenvolvimento, apenas uma criança

encontrava-se com déficit de desenvolvimento, porem tinha uma causa base –

microcefalia, e já esta em tratamento e acompanhamento médico. Conclusões:

Com este projeto de intervenção podemos melhorar a qualidade do atendimento a

criança através do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento adequado,

4

pois a partir do mesmo é possível identificar precocemente alterações e buscar atuar

de forma precoce nas intercorrências. Também foi observado que os profissionais

envolvidos se mostraram mais comprometidos com o atendimento a criança e

proporcionou as mães das crianças um maior conhecimento acerca do crescimento

e desenvolvimento dos seus filhos e maior orientação da importância da alimentação

saudável através do aleitamento materno e complemento alimentar após os seis

meses.

Palavras chaves: consulta em puericultura; enfermagem em puericultura; Crescimento e desenvolvimento infantil.

5

SUMÁRIO

INTRODUÇAO ............................................................................................................ 6

OBJETIVOS .............................................................................................................. 10

Objetivo Geral ........................................................................................................ 10

Objetivos Específicos ............................................................................................. 10

JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 11

METODOLOGIA ........................................................................................................ 12

Projeto de intervenção ........................................................................................... 12

Considerações Éticas ............................................................................................ 12

Local do projeto de Intervenção ............................................................................. 12

RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 13

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 19

REFERENCIAS ......................................................................................................... 20

Anexo 1 – Ficha do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da

criança ................................................................................................................... 23

Anexo 2 – Orientação para a aplicação da ficha do acompanhamento do

crescimento e desenvolvimento da criança ........................................................... 24

Anexo 3 – Termo de autorização de uso de imagem e depoimentos .................... 25

6

INTRODUÇÃO

A infância representa uma fase vulnerável da vida uma vez que os

determinantes biológicos de mortalidade infantil estão ligados às condições externas

podendo ser socioeconômicas e ambientais como moradia, alimentação,

saneamento básico, higiene, ou ser referentes à disponibilidade de serviço de

saúde. (PACHECO, 2010)

Apesar de vulnerável, uma alimentação e nutrição adequada são essenciais

para manter a saúde, o crescimento e desenvolvimento infantil. (SILVA, ROCHA,

SILVA; 2009)

As taxas de mortalidade de crianças até cinco anos caíram em todo o mundo,

mas o avanço foi desigual. Quase 11 milhões de crianças ao redor do mundo ainda

morrem todos os anos antes de completar cinco anos. A maioria por doenças

evitáveis ou tratáveis: doenças respiratórias, diarréia, sarampo e malária. A

mortalidade infantil é maior em países com precários serviços de saúde básicos.

(VEJA, 2009).

Ainda morrem 60 em cada 1000 crianças nascidas vivas no Brasil, por

doenças completamente evitáveis através das ações de promoção e prevenção de

saúde, na qual a enfermagem se destaca pela sua constituição, afirma Monteiro e

Ferriari, 2000.

Segundo Datasus, 2010, no estado do Mato Grosso Do Sul, 3,79% das

crianças menores de cinco anos de idade encontram-se com baixo peso.

Em Janeiro de 2011 no Estado do Mato Grosso do Sul, 6,9% dos óbitos em

menores de cinco anos ocorreram devido a doenças diarréicas, ainda 48 crianças

foram internada por pneumonia e 27 crianças menores de cinco anos foram

internadas por desidratação, segundo registros extraídos do SIAB. Sendo que

pneumonia e desidratação são condições que poderiam ser minimizadas ou evitadas

por ações desenvolvidas na Atenção Básica à saúde. (SILVA, et.al, 2011).

Em Fátima do Sul, das crianças acompanhadas pelo SISVAN em 2010,

4,67% se encontravam abaixo do peso para a idade, 90,66% peso adequado e

4,67% peso elevado para idade. (SISVAN, 20101)

Na área de abrangência da ESF Vila Educacional, as crianças acompanhadas

pelo SISVAN em 2010, 4,8% se encontravam abaixo do peso para a idade, 89,42 %

peso adequado e 5,77% peso elevado para idade. (SISVAN, 2010)

7

O Município de Fátima do Sul possui uma área de 315 Km² (0,09% do

Estado), distante a 232 km da capital, localizado no centro Sul do estado a uma

altitude média e 353m, tendo dentro dos seus limites os distritos de Culturama e

Novo Planalto. Com uma população estimada em 19.333 habitantes segundo IBGE,

2010, conforme se observa no quadro 1 abaixo.

Quadro 1: População do município de Fátima do Sul.

Faixa etária

2010

Sexo

Masculino Feminino

< de 1 ano 115 110

1 a 4 anos 487 471

5 a 9 anos 632 638

10 a 14 anos 672 696

15 a 19 anos 788 750

20 a 39 anos 2801 2926

40 a 59 anos 2496 2831

60 e mais 1444 1476

Total 9435 9898

Fonte: CENSO/IBGE/2010

A área de abrangência da ESF Vila Educacional é composta por 1.246

famílias somando 3.803 pessoas, sendo que 1.831 do sexo masculino e 1.972 do

sexo feminino. A maior parte da população é composta por adulto-jovens, sendo

31,48 % da população na faixa etária dos 20 aos 39 anos, as demais faixas etárias

estão bem divididas, sendo 0,89 % < de 1 ano, 5,3 % 1 a 4 anos, 2,47 % 5 a 6 anos,

4,25 % 7 a 9 anos, 8,8 % 10 a 14 anos, 8,7 % 15 a 19 anos, 13,99% 40 a 49 anos,

10,42 % 50 a 59 anos e 13,56 % > de 60 anos, a idade de maior prevalência são os

adultos jovens seguidos da população idosa, como se observa no quadro 2 abaixo.

8

Quadro 2: População por faixa etária e sexo da unidade de saúde da família Vila

Educacional, de janeiro a dezembro de 2010.

FONTE: Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB – 2010.

A implantação da consulta de enfermagem em puericultura é necessária para

que ações sejam desenvolvidas e assim, através da prevenção, poderá evitar várias

doenças. Entre as ações de prevenção, destacam–se as ações educativas que

devem ser dirigidas à mulher e à criança, dando destaque a importância do

aleitamento materno exclusivo ate os seis meses de vida e complementado ate dois

anos ou mais. (BRASIL, 2009)

A puericultura é responsável por acompanhar integralmente o crescimento e

desenvolvimento da criança, abordando a prevenção, os cuidados com a

alimentação adequada e imunização, objetivando uma criança sadia e garantindo

um adulto saudável. Assim, a detecção precoce dos distúrbios é essencial para seu

tratamento, podendo prevenir uma série de problemas, fornecendo adequada

supervisão higiênica, dietética, comportamental e nutricional. (FRAGA, et. al, 2008),

reconhecendo as ameaças à saúde da criança e elaborando conduta clinica

adequada para resolvê-las. (RIVORÊDO, BONILHA; 2005).

Ações simples, como, pesar, medir, avaliar novas habilidades adquiridas pela

criança utilizando o cartão, nem sempre são realizadas de forma correta e

sistemática pelas equipes de saúde, sendo imprescindível o registro adequado e

freqüente dos dados pela equipe (OLIVEIRA, CADETTE; 2008). E para que estas

ações colaborem para o progresso da saúde infantil, é necessária a capacitação

técnica e o seguimento de normas já estabelecidas, bem como o trabalho integrado

das equipes de atenção à criança, articulando as ações básicas de saúde. (BRASIL,

2002).

Entre as diversas ações que priorizam promover a saúde, prevenir e curar as

doenças das crianças está à consulta de enfermagem, a qual visa prestar uma

assistência integral, resolutiva, contínua e de boa qualidade para atender as

SEXO FAIXA ETARIA

<1 1- 4 5-6 7- 9 10- 14 15-19 20-39 40-49 50-59 >60 TOTAL

MASCULINO 17 94 52 74 174 146 574 250 190 260 1.831

FEMININO 18 101 38 73 177 169 606 298 209 380 1.972

TOTAL 35 195 90 147 351 315 1.183 548 399 540 3.803

9

necessidades da população cadastrada e atendida na unidade de saúde. (LIMA, et.

al, 2009).

A cada fase de crescimento que a criança atravessar desenvolverá também

suas habilidades e potencialidades considerando seu desenvolvimento físico e

intelectual em satisfazer suas necessidades. (SIGAUD et al, 2006).

O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, do nascimento até os

cinco anos de idade, é de fundamental importância para a promoção à saúde da

criança e prevenção de agravos, e possibilita identificar situações de risco e busca

atuar de forma precoce nas intercorrências (MESQUITA, BRANDT; 2006)

O processo de cuidar, nessa abordagem, compreende a sistematização de

ações específicas de enfermagem, voltadas ao atendimento das necessidades da

pessoa e não apenas à resolução de problemas. O cuidar da criança visa à

promoção, a manutenção e a recuperação de seu processo de desenvolvimento, de

modo a propiciar seu melhor funcionamento pessoal e social. (SIGAUD et al, 2006).

Portanto, é necessário o acompanhamento do desenvolvimento da criança,

não só pelos familiares, mas também por nós, profissionais de saúde, para ajudar na

identificação precoce das possíveis alterações, a fim de encaminhá-la para

tratamento. (ALMEIDA, SABATÉS, 2008).

10

OBJETIVOS

Objetivo Geral:

Implantar a puericultura nas crianças (0 - 2 anos) na unidade de saúde de

família Vila Educacional no município de Fátima do Sul/MS.

Objetivos Específicos:

Melhorar o acesso e garantir a qualidade do atendimento às crianças (0 - 2

anos) através da puericultura;

Sistematizar o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das

crianças de 0 - 2 anos, organizando a assistência nessa faixa etária;

Instrumentalizar a equipe de saúde para realização do controle de

crescimento e desenvolvimento, discutindo e definindo suas atribuições;

Capacitar equipe para identificar e captar precocemente crianças de risco

para acompanhamento na unidade de saúde;

Promover educação para saúde destacando os principais pontos na

assistência da criança;

Promover o aleitamento materno e orientar a alimentação nos primeiros anos

de vida;

Aumentar os níveis de cobertura vacinal através da observação do calendário

vacinal da criança e encaminhamento para a sala de vacina;

Identificar precocemente os processos patológicos, favorecendo o diagnostico

e tratamentos oportunos.

11

JUSTIFICATIVA

A implantação do serviço de puericultura na equipe de saúde da família Vila

Educacional é uma das atribuições da enfermagem, a qual deve deter o

conhecimento sobre crescimento e desenvolvimento da criança e aplicá-lo de forma

coerente.

A puericultura tem como finalidade uma melhor avaliação e acompanhamento

da criança, e a enfermagem tem como função realizar anotações referentes ao

crescimento e desenvolvimento da criança no prontuário de cada paciente. Pois o

crescimento e desenvolvimento é um período de extrema vulnerabilidade biológica.

E o acompanhamento sistemático do crescimento da criança constitui o eixo central

desse atendimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

Desta forma possibilitando o acompanhamento dessa criança que se encontra

na fase de desenvolvimento identificando possíveis alterações e corrigindo-os

quando possível.

12

METODOLOGIA

Projeto de intervenção

Trata-se de um projeto de intervenção, atividade organizada para resolver um

problema identificado e transformar a idéia em ação, definir o diagnóstico e

solucioná-lo.

Considerações Éticas

As mães das crianças que compareceram ao projeto, foram esclarecidas que

se tratava de um projeto de intervenção e que não receberiam nenhuma forma de

pagamento pela participação neste projeto e que deveriam assinar o termo de

cessão de uso de imagem (anexo 2), para eventual exposição do trabalho.

Local do projeto de Intervenção

O projeto foi realizado, na associação de moradores da Vila Educacional, Rua

Major Pedro cedida para esse fim. As agentes comunitárias de saúde entregaram

em domicilio convites impressos as mães das crianças de 0 a 2 anos, somando um

total de 86 crianças.

1º passo: Capacitação da equipe

2º passo: Confecção do convite para as mães.

3º passo: Entrega de convite pelas agentes comunitárias de saúde.

4º passo: Projeto piloto na creche abelhinha

5º passo: Consulta em puericultura, compreendendo o cadastro na ficha de

acompanhamento e desenvolvimento da criança, cadastro no SISVAN e entrevista

SISWEB, mensuração do peso e altura, avaliação das condições de saúde das

crianças, estado de desenvolvimento e crescimento e educação em saúde.

13

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A implantação da consulta de enfermagem em puericultura na ESF Vila

Educacional foi de suma importância para melhorar o acesso e a qualidade do

atendimento a criança, já que será designado um dia especifico para esta atividade.

A atividade iniciou no dia 02 de junho onde aconteceu a capacitação teórica,

seguida pela capacitação pratica no dia 03 de junho conforme mostram foto 1 A e B

abaixo. A capacitação contou com a participação da auxiliar de enfermagem, técnica

de enfermagem, auxiliar de consultório dentário, agentes comunitários de saúde e

recepcionista para o bom atendimento ao binômio mãe e filho e captação das

crianças de risco.

Foto 1 A.

14

Foto 1 B.

Após discussão com a equipe percebeu-se como foi importante a capacitação

para o enriquecimento do conhecimento dos integrantes da equipe. Tanto a

capacitação teórica como a capacitação pratica, demonstradas por fotos, foi de

grande importância para a equipe, que vem desenvolvendo o trabalho com maior

qualidade que anteriormente. Os funcionários relataram que foi muito valiosa a

capacitação.

Convites foram confeccionados, conforme imagem 1 abaixo, para serem

entregues as mães mostrando uma maior responsabilidade e interesse em que a

mãe compareça a puericultura.

Imagem 1

Dia 06 de junho as agentes comunitárias de saúde entregaram os convites às

mães de todas as crianças menores de 2 anos pessoalmente em domicilio e

orientaram quanto à importância do comparecimento conforme foto 2 abaixo.

15

Foto 2.

Fizemos um projeto piloto no dia 09 de junho de 2011 na creche abelhinha,

conforme foto 3 abaixo, o qual serviu de parâmetro para possíveis correções, onde

foi constatado que a ausência da mãe durante o projeto piloto ocasionou em falha na

coleta de informações sobre o desenvolvimento da criança.

Foto 3.

Após discussões com a equipe verificou-se a importância do bom

funcionamento para que o horário não extrapolasse.

16

No primeiro momento da consulta em puericultura, fizemos o Cadastramento

da criança na ficha de acompanhamento e desenvolvimento em ficha especifica

conforme anexo 1, que nos serve de base para o acompanhamento de cada criança.

No segundo momento fizemos um cadastramento da criança no SISVAN e

entrevista no SISWEB, o qual contem as seguintes informações: nome da criança e

da mãe, endereço completo com referência e telefone para contato, data de

nascimento, data do atendimento, peso e altura, tipo de alimentação, peso ao

nascer, raça/cor, escolaridade, documento/certidão de nascimento, doenças ou

intercorrências e entrevista com os hábitos alimentares da criança.

A consulta em puericultura nos serve para avaliação das condições de saúde

das crianças e seu estado de desenvolvimento e crescimento. Abrangem educação

para saúde, condutas preventivas e curativas.

As seguintes ações foram cumpridas durante consulta: recepção do cliente;

solicitação do cartão de vacina; colhemos e anotamos informações sobre história

pregressa e familiar; indagamos e anotamos dados sobre alimentação; vacinação e

hábitos; descrevemos o estado clínico encontrado e formulamos hipótese

diagnóstica, anotamos condutas (tratamento, orientações, encaminhamentos);

orientamos as mães ou responsáveis pela criança sobre: higiene, alimentação,

aleitamento materno, prevenção de acidentes, vacinas; registramos intercorrências

no gráfico de crescimento e encaminhamos para consulta médica quando se fez

necessário; orientamos sobre a próxima consulta; encaminhamos para vacina e/ou

pós-consulta.

No dia 15 de junho às 7 horas na associação de moradores, cedida para este

fim, aconteceu à implantação da consulta de puericultura na ESF Vila Educacional,

conforme se observa na foto 4. Foram convidadas 86 crianças menores de 2 anos,

das quais somente 22 crianças acompanhadas de seus responsáveis

compareceram, conforme se observa na foto abaixo.

17

Foto 4.

Das 22 crianças acompanhadas 14 eram do sexo masculino e 8 sexo

feminino. As crianças estavam entre as seguintes faixas etárias: 14 menores de 6

meses, 4 entre 6 a 12 meses, 3 entre 12 a 18 meses, 1 entre 18 a 24 meses.

Apenas 1 criança não correspondeu ao desenvolvimento preconizado para

sua idade, era um menino de 22 meses que não desenvolveu sua fala

adequadamente e foi encaminhado para o fonoaudiólogo.

Em reunião com a equipe foi realizado a avaliação da atividade e devido à

escassa participação das crianças acompanhadas de suas mães devido ter ocorrido

no período matutino optou-se em transferir para o período vespertino.

No dia 11 de julho às 14 horas, aconteceu nossa segunda consulta de

puericultura da ESF Vila Educacional, conforme foto 5 abaixo. Foram

acompanhadas 39 crianças, 21 do sexo masculino e 18 do sexo feminino. As

crianças estavam entre as seguintes faixas etárias: 15 menores de 6 meses, 8 entre

6 a 12 meses, 8 entre 12 a 18 meses, 8 entre 18 a 24 meses, conforme registro

fotográfico abaixo.

18

Foto 5.

Das crianças que compareceram nesta segunda consulta, 15 delas também

compareceram na primeira consulta, as demais 24 crianças compareceram pela

primeira vez. Em relação ao crescimento, duas crianças que compareceram em

ambas as consultas perderam peso e segundo suas mães foi devido a um resfriado,

as demais tiveram aumento adequado de peso e altura. Em relação ao

desenvolvimento, apenas 1 criança encontrava-se com déficit de desenvolvimento,

porém tinha uma causa base – microcefalia, e já esta em tratamento e

acompanhamento médico especializado.

19

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A consulta em puericultura promove a interação profissional-criança-família.

Nesse processo, o sucesso do cuidado não depende apenas das informações

transmitidas pelo profissional, mas também da participação da família.

O momento da consulta em puericultura deve ser caracterizado pela atenção

à criança de forma integral, abordando seu crescimento físico, desenvolvimento

biopsicossocial e espiritual em seu contexto familiar. Essa prática possibilita a

atenção à população infantil em suas necessidades e contempla os princípios da

integralidade, equidade e universalidade das ações de saúde, favorecendo a

qualidade da assistência que é de direito da criança e sua família.

A puericultura implantada na rotina de trabalho da Equipe de Saúde da

Família Vila Educacional teve um impacto muito positivo, pudemos avaliar o

crescimento e desenvolvimento das crianças e orientar as mães de uma forma mais

próxima e com maior qualidade.

Com este projeto de intervenção podemos melhorar a qualidade do

atendimento a criança através do acompanhamento do crescimento e

desenvolvimento adequado, pois a partir do mesmo é possível identificar

precocemente alterações e busca atuar de forma precoce nas intercorrências.

Também foi observado que os profissionais envolvidos se mostraram mais

comprometidos com o atendimento a criança.

Os benefícios deste estudo foram de proporcionar as mães das crianças um

maior conhecimento acerca do crescimento e desenvolvimento dos seus filhos e

maior orientação da importância da alimentação saudável através do aleitamento

materno e complemento alimentar após os seis meses.

Com este projeto de intervenção acredito que houve um acréscimo na pratica

enquanto enfermeiro e um crescimento profissional significativo, sendo o curso

corresponsável por este processo de amadurecimento e é de grande valia a relação

da teoria com a aplicação na pratica do dia a dia.

20

REFERÊNCIAS

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adolescente e sua família no hospital. São Paulo: Manole, 2008.

BONILHA, L. R. C. M.; RIVORÊDO, C. R. S. F. Puericultura: duas concepções

distintas. Jornal de Pediatria – Sociedade Brasileira de Pediatria - Vol. 81,

Nº1, 2005. Disponivel em <http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n1/v81n1a04.pdf>,

Acesso em 14 de abr de 2011.

BRASIL. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTIVA - IBGE,

2010. Disponivel em: http://www.ibge.gov.br/home/. Acessado em: 26 de abr de

2011.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento

de Atenção Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e

desenvolvimento infantil / Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde.

Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de

Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e

alimentação complementar. Ministério da Saude Secretaria de Atenção a

saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Editora do Ministério da

Saúde, 2009.

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http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php. Acessado em: 25 de mai de

2011.

FRAGA, et. al. Consulta de enfermagem em puericultura em uma creche

Eunice: uma atividade de promoção da saúde. Coronel Fabriciano-MG -

29/09/2008 a 01/10/2008. Disponível em:

<http://www.unilestemg.br/pic/sic_09/resumos/saude/consulta%20de%20enferma

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Acesso em. Acessado em: 25 de mai de 2011.

LIMA,G. G. T. et, AL. Registros do enfermeiro no acompanhamento do

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MESQUITA, G. R.; BRANDT, N. C. Avaliação do desenvolvimento infantil na

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mes, 2006, pp. 223-237. Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da

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MONTEIRO, A.I.; FERRIANI, M.G.C. Atenção à saúde da criança: perspectiva da

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SIGAUD, C. H. S. et ,al : Enfermagem Pediátrica. EPU; São Paulo. 2006

22

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VEJA. Os Objetivos do Milenio. Disponível em:

<http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/objetivos-milenio> Acesso em 28 de

mai. 2011. Fonte: PNUD.

23

Anexo 1 – Ficha do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da

criança

24

Anexo 2 – Orientação para a aplicação da ficha do acompanhamento do

crescimento e desenvolvimento da criança

Ao se aplicar a ficha, algumas das seguintes situações podem ocorrer:

Presença das respostas esperadas para a idade. A criança está se

desenvolvendo bem e o profissional de saúde deve seguir o calendário de

consulta;

Falha em alcançar algum marco do desenvolvimento para a idade. Antecipar

a consulta seguinte; investigar a situação ambiental da criança, relação com a

mãe, oferta de estímulos. Sugere-se orientar a mãe para brincar e conversar

com a criança durante os cuidados diários;

Persistência do atraso por mais de duas consultas (ou ausência do marco no

último quadro sombreado). Se verificado, encaminhar a criança para

referência ou serviço de maior complexidade.

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Anexo 3 – Termo de autorização de uso de imagem e depoimentos

Eu_________________________________,CPF____________,

RG________________, depois de conhecer e entender os objetivos, procedimentos

metodológicos, riscos e benefícios da pesquisa, bem como de estar ciente da

necessidade do uso de minha imagem e/ou depoimento, especificados no Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), AUTORIZO, através do presente termo,

os pesquisadores Bianca Raquel Bianchi Celoto do projeto de pesquisa intitulado

“Implantação da consulta de enfermagem em puericultura em uma ESF no

município de Fátima do Sul” a realizar as fotos que se façam necessárias e/ou a

colher meu depoimento sem quaisquer ônus financeiros a nenhuma das partes.

Ao mesmo tempo, libero a utilização destas fotos (seus respectivos negativos) e/ou

depoimentos para fins científicos e de estudos (livros, artigos, slides e

transparências), em favor dos pesquisadores da pesquisa, acima especificados,

obedecendo ao que está previsto nas Leis que resguardam os direitos das crianças

e adolescentes (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei N.º 8.069/ 1990),

dos idosos (Estatuto do Idoso, Lei N.° 10.741/2003) e das pessoas com deficiência

(Decreto Nº 3.298/1999, alterado pelo Decreto Nº 5.296/2004).

Fátima do Sul, __ de ______ de 2011

_____________________________

Pesquisador responsável pelo projeto

_______________________________

Sujeito da Pesquisa

_______________________________

Responsável Legal (Caso o sujeito seja menor de idade)