bhaktivedanta narayana maharaja - madurya kadambini

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  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    rGu ru -Gau r gau Jayata

    M D H U RYA K D A M BIN

    GRA N DE M A SSA DE NU VENS DE NCTA RPOR

    RLA V IVA N THA CAK RA VA RTH KURA

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    Oferecemos este livro ao nosso querido mes re espi ri tual instrutort

    rla Bhaktivedanta N ray a Mah raja

    e a todos os seguidores sinceros de

    rla Prabhup daque sempre nos inspiraram em publi car essas

    jias devocionais para a satisfao de

    rGuru, s dhu e stra.

    Os ed it ores

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    M agalacaa

    h d-vapre nava-bhakti - asya-vi tate sajvansv gam

    rambhe k ma-taparttu-d na-damanvi v pagoll sin

    dr n me maru- khino pi saras-bh v ya bhy t prabhu

    rcaitanya k pa-niraku a-mah -m dhurya-k dambin

    A misericrdia de rK a Caitanya Mah prabhu uma incontrolvel

    massa de nuvens de nctar doce e extico, que rejuvenescecompletamente as sementes do processo nnuplo de bhakti no campo

    do corao, extingue o escaldante vero da luxria ao aparecer de

    repente e concede o xtase ao rio universal de entidades vivas. Que estas

    nuvens possam trazer de muito longe a misericrdia do Senhor e dar

    satisfao e prazer at mesmo a esta alma insignificante, uma rvore

    seca no deserto.

    bhakti prvai rit t ntu

    rasa pa yed yad- tta-dh

    ta naumi satata rpa

    n ma-priya-jana hare

    Apesar de os mah janasanteriores (Prahl da, Dhruva, Kum ras) terem

    adotado o caminho de bhakti, agora, pela misericrdia de rla Rpa

    Gosv m, podemos consegui r inteligncia para ver bhaktina sua forma

    completa como rasa. Peo as minhas constantes reverncias a ele, que

    muito querido do Senhor.

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    N D I C E

    Primeiro A guaceiroSegun do A guaceir oTerceir o A guaceiroQu arto A guaceiroQu into A guaceiroSexto A gu aceir o

    Stim o A guaceir oOitavo A guaceiro

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    I N TR OD U OUm poeta vai ava denominado K a d sa escreveu as seguintes estrofes

    na concluso da sua traduo do livro M dhurya-k dambini de rla Visvan tha

    Cakravarth kura:

    m dhurya k dambini granta jagata kaila dhanya

    cakravartmukhe vakt pani rk a caitanya

    keha kahena cakravartrrpera avat ra

    kahina ye tattva sarala karite prac ra

    ohe gua-nidhi rvi van tha cakravart

    krtana j niba tom ra gua mui m ha mati

    "rla Visvan tha Cakravarth kura abenoou o mundo inteiro por ter

    escrito o livro M dhurya-k dambini . Na realidade, rK a Caitanya

    Mah prabhu quem fala este livro. Ele o falou atravs da boca de r

    Cakravat. Algumas pessoas dizem que rCakravath kura uma

    encarnao de rla Rpa Gosv m. Ele muito peri to na arte de

    descrever verdades extremamente complexas de uma maneirafacilmente compreensvel. oceano de misericrdia, rla Visvan tha

    Cakravarth kura! Sou um grande tolo. Seja bondoso e revele o

    mistrio das suas qualidades transcendentais em meu corao. Esta a

    minha prece aos seus ps de ltus."

    Extrado da breve biografia de rla Visvan tha Cakravarth kura feita por

    rla Bhaktivedanta N r yaa Mah r ja no liv ro rBhakti-ras m ta-sindhu-bindudo mesmo autor.

    O que almas cadas e insignificantes como ns podemos dizer ao tentar

    glori ficar este liv ro?

    Os editores

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    O PRIM EIRO A GUA CEIRO D E NCTA RA SUPEREXCELN CIA DE BH A KTI

    Vamos continuar com base na evidncia das escrituras ( abda-pram a),

    que a melhor de todas as evidncias. Desta maneira, o rutideclara no Taittirya

    Upani ad, depois de discuti r di ferentes coberturas (annamaya,pr amaya), que o

    Brahman ( nandamaya) o abrigo ou suporte destas coberturas: brahma puccha

    prati h (2.5.2). Ento ele declara enfaticamente que o param- nanda-maya

    puru a superior at mesmo ao Brahman como par tpara-tattva, ou a verdade

    suprema, que a corporifi cao da rasa, ou prazer: raso vai sa, rasa hy ev ya

    labdhvnandbhavati.O Senhor a prpria rasa e alcanando esta rasa a jva se torna bem-

    aventurada (2.7.2). Neste contexto, o rmad Bh gavatam, o creme do Ved nta e o

    imperador de todas as evidncias, descreve o Senhor K a como a completa

    corpori ficao da rasa, ou doura:

    mall n n a anir n nara-vara str smaro mrtin n

    gop n sva-jano sat k iti-bhuj st sva-pito i u m tyur bhoja-pater vi r d av idu tattv a par a yogin

    v n para-devateti vidi to raga gata s graja

    "Os di ferentes grupos de pessoas na arena de luta consideravam K a

    de diferentes maneiras quando Ele entrou com o Seu irmo mais velho.

    Os lutadores vi ram K a como um raio, as pessoas comuns O vi ram

    como o melhor dos homens, as mulheres como o Cupido encarnado, os

    vaqueiros como o seu parente, os governantes impiedoso O viram como

    um castigador, os Seus pais como o seu filho, e o rei Bhoja como a

    morte. Os ignorantes O viram como a forma universal, os yogscomo a

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    Verdade Absoluta e os V is como a Sua suprema Deidade adorvel."

    (SB 10.43.17)

    Tambm no Bhagavad-gt (14.27) K a declara estar acima do Brahman.

    Portanto, todas estas evidncias nos fazem chegar concluso que rVrajar ja-

    nandana, K a, o filho do rei de Vraja, um personagem eterno, que possui Sua

    prpria forma, nomes, qualidades, passatempos etc., todos espirituais ( uddha-

    sattva). Ele s pode ser percebido pelo ouvido, olhos, mente e intelecto dos homens

    quando Ele deseja e por nenhum outro motivo material. Por seu bel-prazer Ele

    apareceu na dinastia Yadu como K a e na dinastia Raghu como R ma.

    Como o Senhor, Sua potncia interna bhakti no-diferente dEle, auto-manifesta e independe de qualquer causa material. O rmad Bh gavatam expl ica:

    yatu bhaktir adhok aje, ahaituky apratuhat , que signifi ca:"O servio devocional

    ao Senhor transcendental imotivado e ininterrupto" (SB 1.2.6).

    Aqui a palavra ahaituki, imotivado, significa que o servio devocional no

    tem causa material (hetu). O Senhor tambm diz:yad cchay mat-kath dau, "se de

    uma maneira ou outra uma pessoa se torna apegada em ouvir sobre Mim (SB

    11.20.8)", mad-bhakti v yad cchay , "de alguma maneira ele acaba alcanando oMeu servio devocional" (SB 11.20.11), e yad ccha-yaivopacit , "bhakti se

    incrementa por conta prpria." Desta maneira a palavrayad cchay deve significar

    por seu bel-prazer independente. No dicionrio o significado de yad cchay

    tambm "por contra prpria, independente".

    Alguns podem considerar esta palavra com o significado de "por boa

    fortuna, por sorte". Aqui este significado no se aplica, pois seria preciso indagar

    qual a causa da boa fortuna. Alguma atividade piedosa material ( ubha-karma)

    causa boa fortuna, ou ela independe de atividades piedosas? Se formos presumir

    que bhaktise origina da boa for tuna causada por atividades piedosas, isso signifi ca

    que bhakti depende do karmamaterial. Mas isso contaria a sua natureza auto-

    manifesta. E se pensarmos que esta boa fortuna no devida a atividades piedosas,

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    ento a causa indescritvel e desconhecida. Como a causa de bhakti inconclusa,

    como a boa fortuna pode ser descrita como a causa de bhakti?

    Se algum propuser que a causa de bhakti a misericrdia do Senhor, ento

    preciso encontrar a causa desta misericrdia. Novamente esta declarao precisa

    de outra explicao e inconclusa. Algum pode refinar esta declarao dizendo

    que a causa de bhakti a misericrdia imotivada (ni rup dhi ) do Senhor. No

    entanto, se esta misericrdia imotivada, devemos observar que o Senhor est

    dando bhakti igualitariamente em todo lugar. Uma vez que isso no observado,

    ento isso implicaria na falha de parcialidade (vai amya) por parte do Senhor.

    Desta maneira a misericrdia imotivada do Senhor tambm no deve ser aceita

    como a causa de bhakti.Algum pode questionar que o Senhor pune os demonacos e protege os

    devotos; isso no imparcialidade? Mas esta parcialidade que o Senhor mostra

    para com os Seus devotos no um defeito (daam) do Senhor, seria mais um

    ornamento (bhaam) que reala Sua natureza. A afeio do Senhor por Seus

    devotos, bhakta-v tsalya, o rei todo-poderoso que conquista todas as qualidades

    do Senhor e que reconcilia todas as contradies. Isso ser discutido

    completamente no oitavo aguaceiro.Ao se propor a misericrdia imotivada de um devoto como a causa da

    devoo em outra pessoa, possvel que algum possa argumentar que a

    misericrdia do devoto, como a do Senhor, pode ser parcial. Ao se considerar o

    madhyama-bhakta, pode-se notar que ele mostra parcialidade ou discrio ao

    distribuir miseri crdia. Mas o Bh gavatam aceita esta parcialidade como um

    maneirismo peculiar do madhyama-bhakta:prema-mait r-k popek a ya karoti sa

    mad-hyama, "misericrdia com o inocente e ignorar quem hostil a bhakt."(SB

    11.2.46)

    Como o Senhor subserviente aos Seus devotos (sva-bhakta-va ayat ), Ele

    permite que Sua misericrdia siga a misericrdia do Seu devoto. Portanto, esta

    proposta no completamente infundada. Porm, mesmo aceitando a misericrdia

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    do devoto como a causa de bhakti, ainda assim a causa desta misericrdia o

    prprio bhakti (sentimento) que reside em seu corao. Sem que o devoto tenha

    bhaktino possvel que ele d misericrdia a algum. Bhakticausa a misericrdia

    do devoto, que causa bhakti em outra pessoa. Bhakti causa bhakti. E assim se

    conclui que bhaktitem natureza independente e auto-manifesto.

    H uma declarao: ya ken py atibh gyena j ta raddho `sya sevane, "a

    pessoa que adquire f no servio ao Senhor por extrema boa fortuna..." Mas aqui

    devemos compreender o signif icado da palavra atibh gyena(extrema boa fortuna)

    como sendo o ato de alcanar a misericrdia do devoto (bhakta-k ruya), que

    supera a boa fortuna devido a atividades piedosas ( ubha-karma). No devemos

    considerar impossvel que um devoto conceda sua misericrdia sem esperarprimeiro pela ordem do Senhor. Ao aceitar a subservincia ao Seu devoto, o

    Senhor lhe garante o poder de conceder a Sua misericrdia (sva-k p akti ) dando

    proeminncia ao devoto. Apesar de o Senhor como o Param tm observar as

    atividades sensoriais dajva, o resultado de suas atividades passadas, Ele concede

    misericrdia especial aos Seus devotos (sva-pras da). Como est declarado no

    Bhagavad-git : mat-pras d t par anti ... (Bg. 18.62) e mat-sa sth m

    adhicchati... (Bg. 6.15), o prprio K a fala da Suapras da, ou miseri crdia, comosendo a maneira de alcanar a paz suprema e a Sua morada eterna. Estapras da

    assume a forma do Senhor dando ao Seu devoto o poder de conferir aos outros a

    prpria k pa- akti ou misericrdia do Senhor. Em outras palavras, recebemos a

    misericrdia do Senhor atravs da misericrdia do devoto que a concede, como j

    foi explicado.

    -

    Por centenas de citaes das escri turas tais como: svecch vat ra caritair..., "o

    Senhor aparece e age por Sua vontade suprema... " (SB 4.8.57), svecch mayasya...,

    "por Sua vontade suprema..." (SB 10.14.2), aceita-se que o Senhor aparece por Sua

    vontade. No entanto, pela viso comum, algum pode dizer que Ele vem Terra

    para aliviar a carga malfica, estabelecer os princpios religiosos etc.

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    Do mesmo modo, s vezes se diz que os deveres prescritos feitos sem

    moti vaes pessoais (ni k ma-karma) e outras atividades piedosas so as portas de

    bhakti. No h defeito nestas afi rmativas. Mas o rmad Bh gavatam diz:

    ya na yogena sakhyena

    d na-vrata-tapo-'dhvarai

    vy khy -sv dhy ya-sanny sai

    pr pnuy d ya nav n api t

    "Mesmo que algum se dedique com grande empenho ao sistema de

    yoga mstica, especulao filosfica, caridade, votos, penitncias,sacrifcios ritualsticos, ensino de mantras vdicos aos outros, estudo

    dos Vedas ou ordem de vida renunciada, ainda assim no pode Me

    alcanar." (SB 11.12.9)

    Apesar de caridade, austeridades e outras atividades piedosas serem

    claramente negadas como as verdadeiras causas de bhakti, em outro verso do

    rmad B gavatam est dito que:

    d na-vrata-tapo-homa

    japa-sv dhy ya-sa,yamai

    reyobhir vividhai c nyai

    k e bhaktir hi s dhyate

    "O serv io devocional ao Senhor K a alcanado por caridade, votos

    estritos, austeridades, sacrifcios de fogo, japa, estudo dos textos

    vdicos, observncia de princpios regulativos, e, na verdade, por outras

    prticas auspiciosas."(SB 10.47. 24)

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    No entanto, esta declarao se refere ao bhaktino modo da bondade material

    (s ttviki-bhakti), que um membro do sistema dej na , e no transcendental. O

    verdadeiro bhakti um membro de prema (nirgua-prema-bhakti) e

    transcendental. Claro que algumas pessoas iro dizer que caridade significa dar a

    Vi u e aos vai avas, vrata, ou austeridades, significam votos como o de ekada ,

    e tapa significa renunciar gratificao dos sentidos para alcanar o Senhor.

    Portanto, estas atividades so todas membros (agas) de s dhana-bhakti. Dizer

    que se alcana bhaktipelas agasno est errado, isso s quer dizer que s dhana-

    bhakti causa s dhya-bhakti (estado de perfeio), bhakty saj tay bhakty (SB

    11.3.31). Desta maneira, a natureza imotivada de bhakti novamente evidenciada e

    todos os pontos contraditr ios foram destacados.

    reya-s ti bhaktim udasya te vibho

    kli yanti ye kevala-bodha-labdhaye

    te m asau kle ala eva i yate

    n nyad ya h sthla-tu vagh tin m t

    "Meu querido Senhor, o servio devocional a Voc o caminho semrival para a auto-realizao. Se algum abandona este caminho e se

    dedica ao cultivo de conhecimento especulativo, simplesmente ir se

    submeter a um processo problemtico e no alcanar o resultado

    desejado. Assim como uma pessoa que bate a casca de arroz vazia no

    pode obter o gro, quem simplesmente especula no pode alcanar a

    auto-realizao. O seu nico ganho aborrecimento." (SB 10.4.4)

    tyaktv sva-dharma cara mbuja harer

    bhajann apakvo `tha patet tato yadi

    yatra kva v bhadram abhd amu ya ki

    ko v rtha pto bhajat sva-dharmata

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    "Quem abandona as suas ocupaes materiais para se dedicar ao servio

    devocional ao Senhor s vezes pode cair enquanto est no estado

    imaturo, no entanto no existe perigo de ele ser mal-sucedido. Por outro

    lado, um no-devoto, apesar de estar completamente dedicado a

    dharma, no ganha nada com isso." (SB 1.5.17)

    purcha bhman bahavo pi yoginas

    tvad-apiteh nija-karma-labdhay

    vibudhya bhaktyaiva kathopantay

    prapedire 'jo yuta te gati par m

    " Senhor todo-poderoso, no passado muitos yogs neste mundo

    alcanaram a plataforma do servio devocional somente depois de

    oferecerem-Lhe todos os seus esforos. Atravs deste servio

    devocional, aperfeioado pelo processo de ouvir e cantar sobre Voc,

    eles chegaram a compreend-lO, Pessoa Infalvel, puderam render-se

    a Voc com facilidade e alcanaram a Sua morada suprema." (SB 10.14.5)

    Estes versos confirmam que os caminhos de j na, karmae yoga so

    completamente dependentes de bhakti para atingirem suas metas. No entanto, o

    caminho de bhakti nunca dependente, nem um pouco, de j na, karmaou de

    yogapara atingir a sua meta,prema. E o Senhor ainda declara:

    tasm n mad-bhakti-yuktasya

    yogino vai mad- tmana

    na j na na ca vair gya

    pr ya reyo bhaved iha

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    "Portanto, para o devoto que est dedicado ao Meu servio amoroso,

    com a mente fixa em Mim, j na e vai r gyageralmente no so

    benfi cos para alcanar a perfeio neste mundo." (SB 11.20.31)

    dharm n santyajya ya sarv n

    m bhajeta sa tu sattama

    "Quem abandona todos os caminhos e simplesmente Me adora o

    melhor entre os homens." (SB 11.11.32)

    Estes e muitos outros versos provam a completa independncia de bhakti. Oque mais preciso dizer? Bhakti essencial para dar os resultados da prtica de

    j na, karmaeyoga, mas bhaktino nem um pouco dependente destas prticas

    para atingir a sua meta. As escrituras declaram:

    yat karmabhir yat tapas

    j na-vair gyata ca yat

    yogena d na-dharmeareyobhir itarair api

    sarva mad-bhakti -yogena

    mad-bhakti labhate 'jas

    svarg pavarga mad-dh rma

    kathacid yadi v chati

    "Tudo o que alcanado atravs de karma, tapa, j na, vair gya, yoga,

    caridade, e todos os outros deveres para o aperfeioamento da vida,

    facilmente alcanado pelo Meu devoto atravs do servio devocional. Se

    de uma maneira ou de outra o Meu devoto deseja ser promovido para

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    os planetas celestiais, ou deseja a liberao, ou a residncia em Minha

    morada, ele alcana estas bnos facilmente." (SB 11. 20.32-3)

    bhagavad-bhakt i-hnasya

    j ti stra japas tapa

    apr asyaiva dehasya

    ma ana loka-rajanam

    "Sem devoo ao Senhor, bom nascimento, conhecimento das escrituras,

    canto de mantras e a realizao de austeridades so como decorar um

    corpo morto para o prazer das pessoas comuns." (Hari-bhakti-sudhodaya 3.11.12)

    Desta maneira, sem bhakti, todos estes esforos so infrutferos. Assim

    como o corpo depende da presena da alma, a prpria vida de j na, karmae

    yogadependem da extremamente elevada Bhakti-dev.

    Alm do mais, a dependncia de karma, j nae yogadas condies de

    pureza, local, tempo, candidato, materiais e do procedimento famosa nasescri turas. Isso no se aplica a bhakti:

    na de a-niyamas tatra

    na k la-niyamas tath

    nocchi dau ni edha ca t

    rharer n mni l ubdhaka

    " caador, para se cantar o nome do Senhor no h restries referentes

    a local, tempo, pureza e tudo mais." (Vi u Dharma)

    Na verdade, bhakti famosa por sua independncia completada:

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    sak d api parigita raddhay hetay v

    bh guvara nara m tr a t rayet k a n ma

    " Bh guvara, o nome de K a cantado uma nica vez, com f ou

    convico completa, pode liberar qualquer pessoa." (Padyaval, 26

    citado do Skanda Pur a, Prabh sa Ka a)

    Portanto, bhakti no depende da pureza do lugar, tempo, e nem mesmo de

    prtica. No possvel se dizer a mesma coisa de karma-yoga, onde at mesmo a

    mnima falha um grande obstculo para o progresso.

    mantro hna svarato varato v

    mithy prayukto na tam artham ha

    yathendra- atru svarato par dh t

    sa v ga vajro yajam na hinasti

    "Se um mantra entoado ou pronunciado incorretamente, no apenasele ineficaz, como pode agir como um raio para a pessoa que pretende

    o resul tado do sacri fcio. Como quando Tva ta desejou criar o inimigo

    de Indra, ele cometeu um leve equvoco na pronncia das palavras

    indra- atrudurante o yaja. Estas palavras ento funcionaram como

    um raio para V tr sura, que foi morto por Indra." (Paniniya ik a, 52)

    A necessidade de pureza interna (pureza de corao) para a prtica de

    j na-yoga bem conhecida. A pureza de corao surge da prtica de karma-yoga

    sem desejos pessoais. Portanto, a entrada em j na-yoga sempre dependente de

    ni k ma-karma-yoga. E se acidentalmente algum que praticaj na-yogacomente

    um pequeno ato indigno (dur c ra ) o stra o condena como um v nt , um

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    comedor de vmito: sa vai v nt y apatrapa(SB 7.15.36). Quando vistos sob este

    prisma, Ka sa, Hinayaka ipu e R vaa, apesar de serem j ns, no ficaram

    famosos comoj nsdevido sua m conduta.

    Por outro lado, no caminho de bhakti, apesar de algum poder ser atacado

    pela luxria ainda assim possui a qualificao (adhik ra ) para iniciar a prtica.

    Apenas por praticar bhaktia luxr ia e as outras impurezas vo sendo destrudas.

    vikrita vraja-vadhbhir ida ca vi u

    raddh nvito nu uy d atha va nayed ya

    bhakti par bhagavati prati labhya k ma

    h d-rogam v apahinoty acitea dhra

    "Qualquer um que oua ou que descreva com f as atividades

    brincalhonas do Senhor com as gopsde V nd vana, tendo alcanado o

    servio devocional puro ao Senhor, rapidamente se torna sbrio e

    conquista a luxria, a doena do corao." (SB 10.33.39)

    Aqui, pela conjugao do verbopratilabhya(tendo alcanado) fica claro quebhakti se manifesta primeiro enquanto ainda existem desejos luxuriosos no

    corao. Ento, depois que ela se manifesta, os desejos luxuriosos vo sendo

    eliminados. Isso ocorre porque bhakti supremamente independente (parama-

    svatantra). Alm do mais, apesar de s vezes impurezas como k maaparecerem no

    corao do devoto, as escrituras declaram:

    api cet su-dur c ro

    bhajate m m ananya-bh k

    s dhur eva sa mantavya

    samyag vyavasito hi sa

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    "Mesmo que algum cometa aes das mais abominveis (su-dur c ra ),

    se estiver ocupado em servio devocional deve ser considerado santo

    porque est devidamente situado em sua determinao." (Bg. 9.30)

    b dhyam no pi mad-bhakto

    vi ayair ajitendria

    pr ya pragalbhay bhakty

    vi ayair n bhibhyate

    "Meu querido Uddhava, se o Meu devoto ainda no conquistou

    completamente os sentidos, ele pode ser agitado por desejos materiais,mas devido sua devoo inabalvel a Mim, ele no ser derrotado pela

    gratificao dos sentidos." (SB 11.14.18)

    Atravs destas evidncias fica claro que os stras nunca condenam tais

    devotos que iniciam o caminho de bhakti, mesmo que eles ainda estejam sendo

    afetados pela luxria e outras falhas. Os servos de Vi u julgaram A j mila como

    sendo um devoto, mesmo Aj mila proferindo o nome do Senhor por afeio aofi lho, sem inteno devocional. Apesar do canto de pessoas como A j mi la ser

    n m bh sa (canto impuro), pela luz das escrituras essas pessoas so

    universalmente louvadas como devotas.

    Portanto, fica evidente que pureza interna, pureza de local e de materiais, so

    necessrias para se obter resultados em karma, j nae yoga. A sua falta ou

    qualquer outra falha far com que o praticante encontre obstculos no progresso

    em seu caminho. Alm do mais, karma, j naeyogasempre dependem de bhakti,

    que na verdade quem concede os resultados nestes caminhos. Bhak i

    independente e no nem incrementado e nem obstrudo por nada mais.

    t

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    Tambm diramos que s as pessoas ignorantes dizem que bhakti apenas

    um meio de se alcanarj na , pois os strasdeclaram com a maior nfase a super-

    excelncia de bhaktiat mesmo sobre a meta final dej na, mok a :

    mukti dad ti karhicit sma na bhakti-yogam

    "O Senhor concede a liberao com muita facilidade, mas no bhakti."

    (SB 5.6.18)

    mukt n m api siddh n

    n r yaa-par yaasudurlabha pra ant tm

    koi v api mah -mune

    " grande sbio, entre muitos milhes de pessoas liberadas e perfeitas

    em j na , um devoto do Senhor N r yaa, que completamente

    pacfi co, extremamente raro." (SB 6.14.5)

    O prprio Senhor todo-poderoso, ao se encarnar como Upendra (o irmo

    mais novo de Indra), fez Indra ser Seu superior e ento lhe concedeu todo o apoio.

    Almas altamente eruditas realizaram que esta a exibio de Sua misericrdia

    insupervel, ao invs de uma posio inferior. Da mesma maneira, se j na s

    vezes parece ter uma posio superior a bhakti, s porque bhakti

    misericordiosamente faz o papel de sua assistente. Bhakti, apesar de

    transcendental e supremamente independente, aceita o modo material da bondade

    (s ttviki-bhakti) e se torna um membro dej na , apenas para lhe dar apoio.

    Bhakty saj tay bhakty (SB .11.3.31), o f ruto de s dhana-bhaktiprema-

    bhakti, que por si s a coroao de todos os ideais humanos (puru tha-mauli ).

    Portanto, a toda-penetrante, toda-atrativa, concessora de toda a vida, super-

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    excelente, supremamente independente e a natureza auto-manifesta de uma

    energia muito elevada, Bhakti-dev, surge do prprio Senhor, e foi descrita

    sucintamente. Se algum prefere outro processo para o avano espiritual alm de

    bhakti, deve ser considerado carente de todo bom senso. O que mais pode ser dito?

    Se algum rejeita o caminho de bhaktias escrituras no o consideram como sendo

    um ser humano: ko vai na seveta vin naretaram. "Apenas um no-humano

    poderia recusar servir ao Senhor."

    Assim termina o Primeiro Aguaceiro de Nctar do M dhurya K dam bin , deautoria de Mah mahop dhy ya rmad Vi van tha Cakravartentitulado "A

    Super-excelncia de Bhakti."

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    SEGUN DO A GUA CEIRO DE N CTARESTGIOS DE BH A KTI : DE RA DDH A SA DH U-SA GA E DA A BH A JA N A -

    KRIY E A S DIV ISES DE BH A JA N A -KRIY Neste trabalho no iremos encontrar uma dissertao sobre o dualismo e

    sobre o monismo, mas quem desejar ouvir sobre isso poder consultar um outro

    trabalho denominado Ai varya K dambin(infelizmente esta obra j no

    encontrada, e ela no deve ser confundida com um trabalho com o mesmo nome

    escrito pelo seu ik adiscpulo, rla Baladeva Vidy bhaa, que trata de outro

    tema).

    O bhaktipuro no est misturado com karmaej na e como uma rvoredos desejos aparecendo no campo dos sentidos. Este tipo de bhakti o refgio de

    devotos afortunados que fazem o voto determinado (dh ta-vrata) de nunca

    procurar outros frutos alm de bhakti, como as abelhas que vivem obcecadas pelo

    desejo de saborear apenas nctar (madhu-vrata). A vida desta rvore dos desejos

    o servio favorvel ao prazer transcendental do Senhor (anuklya). Como uma

    pedra filosofal, a prpria presena de bhakti faz o corao e os sentidos irem

    perdendo gradativamente as suas qualidades materiais impuras, como as do ferro,e irem adquirindo as qualidades espirituais puras, como as do ouro. A recm-

    brotada rvore de s dhana-bhakti desenvolve duas folhas voltadas para cima. A

    primeira delas chamada kle aghn(alvio de todo tipo de aflies materiais) e a

    segunda chamada ubhad (incio de toda a auspiciosidade).

    A superfcie interna destas duas folhas (como uma planta germinando est

    apontando para cima, as superfcies superiores das folhas esto de face uma para

    outra, portanto viradas para fora e as suas superfcies inferiores voltadas para fora)

    o domnio de um rei chamado r ga (r ga-bhakti) e muito lisa, sinal de ter

    nascida da cobia espontnea por tudo o que pertinente ao Senhor. Sua natureza

    superior devida afeio pura e imotivada pelo Senhor:

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    ye m aha pr iya tm suta ca

    sakh guru suh do daivam i am

    "Eu sou o seu filho querido, amigo, preceptor, bem-querente e Senhor

    amado." (SB 3. 25.38)

    A superfcie externa das folhas, governada por outro rei chamado vaidha

    (vaidhi-bhakti), um pouco spera, sinal de ter sido gerada da obedincia s

    regras das escrituras. Ela um pouco inferior, uma vez que a afeio espontnea

    pelo Senhor est ausente, pois o relacionamento com o Senhor est misturado com

    temor e venerao:

    tasm d bh rata sarv tm

    bhagav n varo harih

    rotavya krt itavya ca

    smartavya cecchat bhayam

    r

    r

    " Park it, desta maneira, quem deseja se tornar destemido deve ouv irsobre Mim, Me glorificar e se lembrar de Mim como a Super-alma, a

    Suprema Personalidade de Deus, o controlador supremo e o salvador de

    todas as misrias." (SB 2.1.5)

    No entanto, tanto gaquanto vaidhiso sintomas quase iguais de kle aghn

    (alvio de todos os tipos de aflies materiais) e ubhad (incio de toda a

    auspiciosidade).

    Existem cinco tipos de kle a que so destrudos por bhakti: avidy , asmit ,

    ga, dve a, abhinive a. Kle asignifica literalmente sofrimento ou aflio, mas

    aqui esta palavra pode ser usada no sentido de causas do sofrimento. Estas causas

    esto descri tas no Yoga Stras de P tajali , no terceiro strado S dhana P da, que

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    explica que na verdade existem cinco causas diferentes de avidy (ignorncia).

    Delas surge a tendncia a agir correta ou incorretamente, causando religio e

    irreligio e desta maneira atividades piedosas ou pecaminosas. De acordo com a

    reao (pr rabha) destas atividades piedosas ou pecaminosas, nos deparamos com

    a feli cidade ou com o sofrimento.

    Av idya : ignorncia; confundir o que temporrio como sendo permanente, o que cheio de misria como sendo algo bem-aventurado, o que impuro com o que

    puro e o que no o eu como sendo o eu .A sm it : falso ego; a identificao corprea de eu e meu e de aceitar somente apercepo di reta como sendo real.

    R ga: apego; o desejo de obter felicidade material e de minimizar o sofrimento.D ve a: dio, averso infeli cidade ou s causas de infelicidade.A b h in iv e a: estar apegado instintivamente aos desfrutes corpreos e temer que amorte nos separe deles.

    Os quatro efeitos do pecado, pr rabdha(maduro), apr rabdha(ainda no

    frutificado), rha ou ka (repousando como semente) e bja (semente

    germinando), tambm se incluem em kle a . Como os dois tipos de bhakti

    erradicam kle a , analogamente ambos concedem ubha ou auspiciosidade. O

    rmad Bh gavatam confirma:

    yasy sti bhaktir bhagavaty akican

    sarvair guais tatra sam sate sur

    har v abhaktasya kuto mahad-gu

    manorathen sati dh vato bahi

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    "Todos os semideuses e todas as suas qualidades elevadas se

    manifestam na pessoa que desenvolveu devoo pura pela Suprema

    Personalidade de Deus. No entanto, como pode possuir alguma boa

    qualidade quem no devoto e portanto conduzido pelos desejos

    materiais da sua mente?" (SB 5. 18. 12)

    ubha, ou auspiciosidade, consiste de qualidades como: desinteresse pelos

    assuntos materiais, interesse no Senhor Supremo, cordialidade, misericrdia,

    compaixo, humildade, simplicidade, equanimidade, tolerncia, sobriedade,

    respeitabilidade, veracidade e generosidade (durvi aya-vai ya, bhagavad-vi aya-sa ya, anuklya, k pa, k am , satya, s ralya, s mya, dhairya, g mbhrya,

    manadatva, am ni tva, sarva-sbhagatva).

    bhaktir pare nubhavo viraktir

    anyatra cai a trika eka-k la

    prapadyam nasya yath nata syus

    tu i pu i k ud-ap yo nu-gh sam

    "Devoo, experincia direta do Senhor Supremo e desapego; estas trs

    coisas ocorrem simultaneamente para quem se refugia na Suprema

    Personalidade de Deus, da mesma maneira que o prazer, a nutrio e o

    alvio da fome ocorrem simul taneamente e de maneira crescente, a cada

    bocado, para uma pessoa que est comendo." (SB 11. 2. 42).

    Por este verso podemos compreender que os dois sintomas (destruio da

    ignorncia e aparecimento de boas qualidades) ocorrem simultaneamente. Assim

    como existe alguma diferena no grau de desenvolvimento de duas folhas, h uma

    distino no passo do desaparecimento de qualidades indesejveis (a ubha) e no

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    do aparecimento das qualidades auspiciosas ( ubha). Desta maneira bhakti se

    desenvolve em estgios graduais especficos. Apesar de serem muito sutis e

    difceis de se notar, os sbios determinaram estes estgios atravs do escrutnio dos

    vrios sintomas.

    Primeiro, o aspirante a devoto desenvolve raddh , ou f. raddhasignifica

    confiar firmemente nas escrituras que versam sobre bhakti. Tambm significa ter

    um desejo legtimo de seguir estusiasticamente as atividades descritas nas

    escrituras para o avano na vida devocional (s dhana). Estes dois tipos de f

    podem ser tanto do tipo espontneo (sv bh viki ) quanto a despertada pela

    insistncia da pregao de outra pessoa (bal dutp dit ).

    De qualquer maneira que ela se desenvolva, a f faz com que o aspirantebusque refgio nos ps de ltus do Guru, e faz com que o aspirante indague ao

    Guru qual a conduta correta a ser seguida (sad c ra ). Por seguir as instrues do

    Guru, ela alcana a boa fortuna de ter relaes afetuosas com devotos da mesma

    ndole e a associao com devotos realizados (s dhusaga).

    Em seguida vem bhajana-kriy , e o aspirante comea a praticar diferentes

    tipos de atividades devocionais. Estas tambm so de dois tipos: instveis

    (ani hat ) e estveis (ni hat ). O servio devocional instvel progrideapesentando seis estgios: falsa convico (uts ha-may), esforo espordico

    (ghana-taral ), indeciso (vyu ha-vikalp ), esforo com os sentidos (vi aya-taral ),

    falta de capacidade para manter os votos (niyam k am ) e tendncia a desfrutar

    das facilidades oferecidas por bhakti(taraga-ragii).

    U t s h a-m ay um menino brmane que acabou de iniciar o estudo das escriturasacha que se tornou um acadmico erudi to, digno de ser louvado por todo mundo.

    Analogamente, uma pessoa que est bem no incio do servio devocional pode ter

    a ousadia de pensar que j mestre em tudo. Isso chamado uts ha-may, ou o

    orgulho provocado pelo entusiasmo.

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    Ghana- taral : o mesmo menino s vezes se aplica muito nos estudos, e outrasvezes, devido sua falta de habilidade de compreender as escrituras ou por falta

    de verdadeiro gosto em estud-las, ele fica negligente. Da mesma maneira, um

    devoto nefito s vezes pratica as diferentes formas de servio devocional e outras

    vezes as negligencia. Sendo s vezes diligente e outras vezes negligente, seu

    esforo chamado ghana-taral (condensado-diludo).

    Vydha-v ika lp : "Ser que devo apenas desfrutar a vida familiar alegremente,fazendo a minha esposa e fi lhos conscientes de K a e adorando a Deidade? Ou

    devo abandonar tudo e ir para V nd vana para me aperfeioar e dedicar tudo o

    meu tempo em ouvir e cantar sem distraes? Devo aguardar pelo estgio final,depois de desfrutar todo tipo de prazeres, e acabar chegando a concluso de que

    todo o mundo material apenas uma floresta em chamas de afl ies? Ou melhor

    que renuncie a tudo agora mesmo? Considere estes versos:

    t m k et mano m tyu t nai kpam iv v tam

    "A associao com mulheres o caminho da morte, como um pooprofundo oculto pela relva." (SB 3.31.40)

    yo dustyj n d ra-sut n suh d r jya h di-sp a

    jahau yuvaiva malavad uttam loka-l lasa

    "Aqueles apegos que so muito difceis de abandonar, esposa bonita,

    filhos obedientes, amigos devotados, vasto imprio tudo o que o

    corao deseja Mah r ja Bharata os abandonou como excremento

    mesmo em sua juventude devido sua atrao pela Suprema

    Personalidade de Deus, Uttama loka." (Bh g. 5.4.43)

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    Ento eu devo abandonar a incerta vida fami li ar ainda jovem? Por outro lado,

    no apropriado renunciar imediatamente. Ser que devo esperar pela morte dos

    meus pais idosos antes de renunciar?

    aho me pi tarau v ddhau bh ry b l tmaj tmaj

    an th m m te dn katha jvanti dukhit

    "Ora! Meus pais esto velhos e minha esposa est com uma criana de

    colo e outros filhos ainda menores. Sem eu eles no tero proteo e iro

    sofrer insuportavelmente. Como eles vo viver sem mim?." (SB 11.17 57)

    Alm do mais, se algum abandona a famlia antes de estar farto dela, sua

    mente ficar constantemente residindo na vida familiar, mesmo aps a renncia.

    at ptas t n anudhy yan

    m to ndha vi ate tama

    "Estando insatisfeito e sempre pensando nos membros familiares, elemorre e entra na mais escura ignorncia." (SB 1.17.58)

    Por estas declaraes do Senhor, posso perceber que no possuo fora para

    renunciar. Portanto, de agora em diante s vou trabalhar para manter o meu corpo

    vivo. Mais tarde, depois de satisfazer os meus desejos, irei para V nd vana e me

    dedicarei a adorar o Senhor vinte e quatro horas por dia. Alm do que, as

    escrituras salientam que:

    na j na na ca vair gya

    pr ya reyo bhaved iha

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    "J na e vai r gyano so benficas na prtica do servio devocional."

    (Bh g.11.20. 11)

    De acordo com este verso, a renncia uma falha para o cultivo de bhakti.

    No entanto, se ela surge como efeito de bhakti, esta renncia no uma falha, mas

    um efeito (anubh va) de bhakti e est subordinada a ele. claro, h a lgica

    (ny ya ):

    yad yad ramam ag t sa bhik ukas

    tad tad anna paripram aika ata

    "Em qualquer rama que o sanny sviva, ele sempre obtm mais

    do que o suf iciente para comer".

    Na vida renunciada no h preocupao quanto manuteno, portanto acho

    que devo renunciar. Mas por outro lado:

    t rt

    vad r g daya sten s t vat k -g ha g ham van moho 'ghri-niga o y vat k a na te jan

    "Meu querido Senhor K a, at que as pessoas se tornem Seus devotos,

    os seus apegos materiais permanecem como ladres, suas casas como

    prises e os seus sentimentos de afeio pela famlia permanecem como

    grilhes." (SB 10.14.36)

    A vida familiar s uma priso para aqueles que so apegados. Para um

    devoto, no h nada de mal na vida familiar. Portanto, devo permanecer em casa

    dedicado a cantar, ou em ouvir, ou seria melhor me dedicar ao servio? Como

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    Ambara Mah r ja permaneceu como chefe de famlia e realizou todas as agas

    de bhakti, deverei fazer a mesma coisa.

    E desta maneira a mente passa o tempo vacilando entre a vida de renncia e a

    vida familiar considerando diferentes opinies. Isso chamado vydha-vikalp ,

    ou especulao extensiva.

    Vi aya-sagar :vi ay vi ta citt n

    vi v ve a sudrata

    v rudig gata vastu

    vrajannaindr kim pnuy t

    "Aquele cujo corao est absorto no materialismo, est longe de

    alcanar a devoo a Vi u. Um homem que se di ri ge para o leste pode

    alcanar algo que est a oeste?"

    Ao ver que o desfrute material o est arrastando e comprometendo sua

    determinao em serv ir a K a, o devoto resolve renunciar aos seus hbitosmundanos e buscar abrigo no santo nome. Mas muitas vezes a sua tentativa em

    renuncicar acaba fazendo-o desfrutar daquilo que ele est tentanto renunciar. Uma

    pessoa assim exemplificada no rmad Bh gavatam:

    j ta- raddho mat-kath su nirvia sarva-karmasu

    veda dukh tmak n k m n parity ge py ani vara

    "Tendo despertado f nos tpicos sobre Mim, o Meu devoto fica

    desgostoso com as atividades materiais, sabendo que a gratificao dos

    sentidos conduz misria. No entanto, apesar de tentar, ele incapaz de

    abandonar os desejos materiais que s trazem misrias. Mas,

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    arrependendo-se de tais atividades, ele deve Me adorar com amor, f e

    firme convico." (SB 11.20.27-8)

    Esta contnua batalha com os seus desejos por gratificao sensorial devido

    aos hbitos anteriores, onde s vezes ele se depara com a vitria e s vezes com a

    derrota, chamada vi aya-sagar , ou esforo com prazer sensorial.

    N iyak am : Ento o devoto poder decidir: "De hoje em diante vou cantar umdeterminado nmero de voltas de japa e irei prestar umas tantas reverncias.

    Tambm irei prestar servios para os devotos. No vou falar mais nada a no ser

    sobre o Senhor e vou abandonar toda a associao com pessoas que falam assuntosmundanos." Apesar de o devoto fazer este tipo de resoluo todos os dias, ele no

    capaz de cumpri-la. Vi aya-sagar a falta de capacidade de abandonar a

    gratificao sensorial, enquanto que niyam k am a falta de capacidade de

    incrementar o servio devocional.

    Taraga-r agiFinalmente, bem sabido que a prpria natureza de bhakti seratrativa, assim muitas pessoas se tornam atradas pelo devoto, a morada de bhakti.E, como diz um velho adgio: "Por atrair o pblico a pessoa se torna rica", bhakti

    cria inmeras oportunidades de ganho material, adorao e de posio destacada

    (l bha, pja, prati th ). Estas so as ervas daninhas em volta da trepadeira de

    bhakti. Buscar o prazer individual (raga) junto a estas facilidades que so como

    ervas daninhas, que so pequenas marolas (taraga) no oceano de bhakti,

    chamado taraga-ragi, ou o deleite nas facil idades materiais.

    Assim termina o Segundo A guaceiro de Nctar do M dhurya K dambin, por

    Mah mahop dhy ya rmad Vi van tha Cakravart, enti tulado "Estgios de

    Bhakti de raddh a S dhu-saga e da para Bhajana-kriy e as Divi ses de

    Bhajana-kriy ."

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    TERCEIRO AGU A CEIRO DE N CTA RA LIV IA N DO OS ELEM EN TOS IN A USPICIOSOS

    Depois de bhajana-kriy o prximo passo anartha-niv tti, ou a limpeza dos

    hbitos indesejveis que obstruem o progresso de bhakti. Quanto sua origem os

    anarthas podem ser de quatro tipos: os que surgem dos pecados passados

    (du k totth ), os que surgem das atividades piedosas passadas (suk toth ), os que

    surgem de ofensas (apar dhotth ) e os que surgem de bhakti(bhaktyutth ).

    Anarthas d ev id o a ativ id ades passadas pecam in osas e pi ed osasOs anarthas que surgem das atividades pecaminosas passadas caem na

    categoria dos cinco tipos de kle asmencionados anteriormente: ignorncia, falso

    ego, apego, repdio e medo da morte. Os anarthasque surgem das atividades

    piedosas so os desejos dos desfrutes que se originam das atividades piedosas e o

    desejo de liberao. Alguns sbios tambm incluem os anarthasque surgem das

    ativ idades piedosas entre os cinco tipos de kle as.

    Anarthas devido a ap ar d haOs anarthasque surgem de apar dhareferem-se queles devido a n ma-

    aparadhas, mas no os devido a sev -apar dhas, tais como entrar no templo num

    palanquim e com sapatos. Os c ryas chegaram concluso que estas sev -

    apar dhasso usualmente ineficazes por serem anuladas pelo cantar do nome,

    pela recitao de oraes que tm o poder de anular os seus efeitos e pelo servio

    constante. A dedicao constante a estas atividades praticamente queima o broto

    do efeito de sev -apar dha. No entanto, se algum no for cuidadoso e tomar

    vantagem de estar sendo protegido dos efeitos de sev -apar dhadevido a estas

    atividades, a sev -apar dhase transforma em n ma-apar dha, um anarthaque vai

    obstruir o seu progresso. Ele passa a ser culpado da n ma-apar dhade cometer

    atividades pecaminosas apoiando-se na fora de cantar o santo nome: n mno bal d

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    yasya hi p pa-buddhir. A palavra n maneste verso representa todas as agasde

    bhakti que destroem anarthas, pois o santo nome o aga principal. At mesmo

    segundo o dharma- stra(escrituras que versam sobre os cdigos de karma), no

    se deve cometer atividades pecaminosas apoiando-se no poder de pr ya ci tta

    (medidas expiatr ias), pois caso o faa, ir incrementar o efeito do pecado ao invs

    de destru- l a.

    Agora considere o poder destas citaes das escrituras:

    na hy agopakrame dhva so

    mad-dharmasyoddhav v api

    may vyavasita samyanirguatv d an a i

    " Uddhava, como Eu o estabeleci pessoalmente, o caminho do servio

    devocional transcendental e livre de toda motivao material.

    Certamente um devoto nunca sofre sequer a mnima perda ao adotar

    este caminho." (SB 11.29.20)

    vi e ato da arno a japa-m trea siddhid

    "Este mantrade dez slabas confere toda a perfeio simplesmente por

    recit-lo."

    Negligenciar ou falhar em completar alguns dos agas de bhakti produz

    n ma-apar dha? Nunca! Cometer atividades pecaminosas apoiando-se na fora de

    cantar os santos nomes indica cometer pecados intencionalmente, pensando que o

    poder das atividades devocionais anular os efeitos malficos das atividades

    pecaminosas. Pecado significa agir de acordo com o que condenado pelas

    escrituras e estas atividades requerem expiao. Ao contrrio do que ocorre no

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    caminho de karma, onde os strascondenam a falha em executar o ritual com

    perfeio, eles jamais condenam a falha em realizar todos os agasdo caminho de

    servio devocional. Quanto a isso no h por que se temer uma ofensa:

    ye vai bhagavat prokta

    up y hy tma-labdhaye

    aja pu sam avidu

    v iddhi bh gavat n hi t n

    y n sth ya naro r jan

    na pram dyeta karhicitdh van nimlya v netre

    na skhalen na pated iha

    "At mesmo pessoas ignorantes podem vir a conhecer o Senhor

    Supremo muito facilmente se elas adotarem estas medidas faladas pelo

    prprio Senhor Supremo, o processo conhecido como bh gavata-

    dharma, ou servio devocional Suprema Personalidade de Deus. rei,quem aceita este caminho de servio devocional nunca ficar confuso.

    Ele pode at correr de olhos fechados, e ainda assim no estar sujeito a

    cair." (SB 1.2.34-5)

    Aqui a palavra nimlya (de olhos fechados) indica que a pessoa tem olhos

    (no cega), mas que os fechou. A palavra dh van (correr) significa progredir

    rapidamente, a passos largos, de maneira no-convencional. E na-skhaletsignifica

    sem tropeos. Estes so os significados diretos. Este verso se refere pessoa que se

    abriga no servio devocional e que est praticando os agas primrios. O

    signi ficado que tal pessoa, apesar de conhecer todos os agas de bhakti, mesmo

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    que negligencie alguns dos agassecundrios como um ignorante, jamais comete

    qualquer apar dhae nem f ica pr ivado da meta final.

    Fechar os olhos no significa ignorncia das escrituras (os rutie sm ti so

    considerados os dois olhos), pois isso contradiz o significado direto. Fechar os

    olhos e correr, ou deliberadamente negligenciar alguns agasde bhaktie buscar a

    meta com ansiedade, no libera o devoto para cometer as trinta e duas sev

    apar dhas. Como j salientamos, este verso se refere pessoa que se abrigou

    sinceramente no processo de bhakti como indicado pelo prprio Senhor, e neste

    caso no h a questo de sev -apar dhaintencional. Nunca se deve cometer as

    trinta e duas sev -apar dhasdeliberadamente, comeando com entrar no templo

    sobre um palanquim ou usando sapatos. Os s strascondenam claramente umapessoa que comete sev -apar dhadeliberadamente, concedendo-lhe a designao

    de animal de duas pernas: harer apy apar dh n ya kury d dvipada-p ana.

    -

    Se as n ma-aparadh s, recentes ou antigas, forem cometidas

    inconscientemente embora sua presena possa ser deduzida pelo seu efeito,

    causando a falta de avano a pessoa deve cantar o santo nome constantemente.

    Com este cantar ela vai ficando firme em bhaktie vai gradualmente neutralizando

    as apar dhas. No entanto, se elas forem cometidas com pleno conhecimento, hnecessidade de alguns outros processos para sua remoo.

    Vai ava e Guru ap ar d haS dhu-nind , ou criti car os vai avas, a primeira das dez ofensas contra o

    santo nome. Nind tambm implica em animosidade, malcia e coisas do gnero.

    Se por acaso ocorrer uma ofensa assim a pessoa deve se arrepender: "Oh, sou uma

    pessoa de baixa classe, cometi uma ofensa contra uma pessoa santa!" Uma pessoa

    queimada pelo fogo aliviada pelo fogo (segundo as tcnicas de tratamento

    yurvdico). Por esta lgica, a pessoa deve anular a sua ofensa lamentando-se e

    caindo aos ps do vai ava, satisfazendo-o por oferecer-lhe reverncias, louvores e

    respeitos. Se o vai ava ainda assim ficar insatisfeito, a pessoa deve prestar-lhe

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    serv ios favorveis, de acordo como o desejo do vai ava, durante mui tos dias. s

    vezes a ofensa to grave que a ira do vai ava no acaba.

    O apar dhi , num remorso extremado, julgando-se a pessoa mais

    desafortunada e condenada a milhes de anos no inferno devido sua ofensa,

    deve abandonar tudo e buscar abrigo completo em n ma-sakrtanaconstante. No

    devido tempo o poder div ino do n ma-krtanacertamente livrar esta pessoa desta

    ofensa. No entanto, a pessoa no deve se justi fi car dizendo: "O Padma Pur a

    declara que: n m par dha-yukt n n m ny eva haranty agham santo nome

    por si s capaz de liberar um ofensor (Brahma Kha a, 25.23). Portanto vou buscar

    abrigo neste meio supremo de purificao. Qual a necessidade de me humilhar

    oferecendo repetidas reverncias e servio ao vai ava que eu ofendi?" Este tipo dementalidade torna a pessoa culpada de mais apar dhas. E ningum deve pensar

    que a ofensa de s dhu-nind discrimina entre tipos de vai avas. Ela no se refere

    apenas a quem est plenamente qualificado com as virtudes mencionadas no

    stra:s

    k p lur ak ta-drohas

    titik u sarva-dehin msatya-s ro navady tm

    sama sarvopak raka

    " Uddhava, uma pessoa santa misericordiosa e nunca injuria os

    outros. Mesmo se os outros so agressivos ela tolerante e complacente

    com todas as entidades vivas. A fora e o significado de sua vida vm

    da prpria verdade, e ela est livre de toda a inveja e cimes, e sua

    mente equilibrada na felicidade e na aflio materiais. Desta maneira,

    ela se dedica o tempo todo em trabalhar para o bem dos outros." (SB

    11.11.29)

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    Uma pessoa nunca deve minimizar sua ofensa apontando algum outro

    defeito do devoto. Quanto a isso o Padma Pur a diz: sarv c ra viv rjit

    ahadhiyo vr ty jagadvacak "mesmo uma pessoa de mau carter,

    desprovida de comportamento apropriado, uma pessoa trapaceira, desprovida de

    sa sk ras e cheia de desejos mundanos, se for rendida ao Senhor, deve ser

    considerada um s dhu." (Brahma Kh a, 25. 9-10) O que dizer ento de um

    vai ava!

    s vezes comete-se uma ofensa sria a um mah -bh gavata, mas ele no fica

    irado devido sua natureza elevada. No entanto, o ofensor deve cair aos ps deste

    devoto e ver uma maneira de satisfaz-lo para se purificar da ofensa. Apesar de o

    vai ava poder perdoar as ofensas, a poeira dos ps de ltus dele no toleraofensas e concede os frutos da ofensa ao culpado. Por isso se diz que:

    ser ya mah pru a-p da-p subhi r

    nirasta-tejasu tad eva obhanam

    "Aqueles que invejam santos elevados so certamente degradados pela

    poeira dos seus ps de ltus." (SB 4. 4.13)

    No entanto, no se pode aplicar regras convencionais para os poderosos,

    espontneos e muito elevados mah -bh gavatas, que s vezes podem conceder a

    sua imensurvel misericrdia at mesmo para as pessoas mais desprezveis ou

    ofensivas. Por exemplo, apesar de Mah r ja Rahgana fazer Ja a Bharata carregar

    o seu palanquim e o rei ainda censur-lo com uma srie de improprios, ainda

    assim Ja a Bharata concedeu-lhe sua misericrdia. Analogamente, Cedir ja

    Uparicara Vasu concedeu sua misericrdia aos daityasatestas e hereges que o

    agredi ram como est relatado no Vi u-dharmottara Pur a. Uma vez Uparicara

    Vasu foi amaldioado a ir para P t laloka, mas mesmo assim continuou fazendo

    bhajana. Nessa ocasio os daityaso atacaram, mas o poder de suas armas foi

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    ineficaz contra ele. Ento eles comearam a pregar atesmo acreditando que

    poderiam prejudic-lo desta maneira. Vendo a determinao dos daityas em

    prejudic-lo, Vasu lhes concedeu sua misericrdia e eles se tornaram devotos. Da

    mesma maneira, rNity nanda mostrou Sua miseri crdia at para o muito

    pecaminoso M dh i, que O feri ra na testa, causando sangramento.

    Devemos considerar a terceira apar dha, ou guru-avaja, desrespeito ao

    Guru, da mesma maneira que a primeira apar dha.

    Equi v ocar-se com a posio de V i u, iv a e d os semi d eusesAgora iremos considerar a segunda apar dha, a de equivocar-se com a

    posio de Vi u, iva e dos semideuses. Os seres conscientes (caitanya) so dedois tipos: independentes e dependentes. O Ser independente o Senhor todo-

    penetrante (vara), e os seres dependentes so as partculas de conscincia,

    energias do Senhor, que s permeiam os corpos individuais (jvas). vara-caitanya

    de dois tipos: aquele que nunca tocado por m y e o outro que, para os

    passatempos do Senhor, aceita o contato com m y . O primeiro tipo de vara

    chamado por nomes como N r yaa e Hari :

    r

    har ir hi ni rgua s k t

    puru a prak te para

    sa sarva-d g upadra t

    ta bhajan nirguo bhavet

    "O Senhor Hari na verdade a Suprema Personalidade de Deus,

    transcendental natureza material e no tocado pelos modos da

    natureza. Ele a testemunha que tudo v. Quem O adora se libera dos

    modos da natureza." (SB 10. 88.5)

    O segundo tipo de va a chamado por nomes como iva.

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    iva akti-yuta a vat, tri-lingo gua-sa v ta.

    "O Senhor iva est sempre unido sua energia pessoal, aceita

    voluntariamente as trs guas e parece estar coberto por elas. (SB

    10.88.3)

    Apesar de iva parecer estar coberto pelas guas, no devemos pensar que

    ele pertence categoriajva, pois o Brahma-sa hita diz:

    k ra yath dadhi vik ra-v i e a-yog t saj yate na hi tata p thag asti heto

    ya ambhut m api tath samupaiti k ry d

    govindam adi-puru a tam aha bhaj mi

    "O iogurte uma transformao do leite, mas no leite e nem

    diferente do leite que o origina. Adoro ao Senhor primordial, Govinda,

    de quem o Senhor iva uma transformao similar para o trabalho dadestruio." (Brahma-sa hita, 5.45)

    Os Pur as e outras escrituras s vezes glori fi cam o Senhor iva como vara.

    Mas o rmad Bh gavatam expl ica:

    sattva rajas tama iti prak ter guas tair

    yukta para puru a eka ih sya dhatte

    sthity- daye hari-virici-hareti sa j

    rey si tatra khalu sattva-tanor n n syu

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    "A transcendental Personalidade de Deus est associada indiretamente

    com os trs modos da natureza - bondade, paixo e ignorncia - e

    apenas para a criao, manuteno e destruio do mundo material

    que Ele aceita as trs formas quali tativas de Brahm , Vi u e iva.

    Destas trs, todos os seres humanos podem obter o benefcio final de

    Vi u, a forma na qualidade da bondade." (SB 1.2.23)

    Neste verso pode-se compreender que Brahm tambm pode ser considerado

    vara. Mas devemos compreender a posio de Brahm como vara, como sendo

    umajva investida de poder pelo Senhor Supremo (vara-ave a).

    bh sv n yath na- akale u ni je u teja

    svya kiyat prakaayati api tadvad atra

    brahm ya e a jagad-a a-vidh na-kart

    govindam di-puru a tam aha bhaj mi

    "Adoro o primordial Senhor Govinda por cuja graa Brahm tem o

    poder de criar o Universo, assim como o sol manifesta uma poro dasua prpria luz numa jia refulgente como a sryak nta." (Brahm -

    sa hita, 5.49)

    p rthiv d d ruo dhmas

    tasm d agnis traymaya

    tamasas tu rajas tasm t

    sattva yad brahma-dar anam

    "A madeira uma transformao da terra, mas a fumaa melhor do

    que a madeira. O fogo superior fumaa, pois com ele podemos

    realizar yaja. Analogamente, a paixo (rajas) melhor do que a

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    ignorncia (tamas), mas a bondade (sattva) melhor porque com ela

    possvel se realizar a Verdade." (SB 1.2.24)

    Assim como a fumaa superior madeira, da mesma maneira o modo da

    paixo superior ao da ignorncia. Mas assim como na fumaa no se pode

    perceber o fogo, da mesma maneira na fumaa de rajo-gua, no se pode perceber

    a refulgncia gnea do Senhor. No gneo modo da bondade pode-se quase perceber

    diretamente a refulgncia pura do Senhor. Assim como o fogo est presente dentro

    da madeira, apesar de no poder ser notado, assim tambm o Senhor est presente

    de forma invisvel at mesmo no modo da ignorncia. Num sono profundo e sem

    sonhos (su upt i ), a caracterstica de tamo-gua, experimenta-se uma felicidadequase similar felicidade da realizao do Senhor em Seu aspecto impessoal

    (nirbheda-j na-sukha). Deve-se compreender as tattvas considerando-as desta

    maneira.

    Os seres conscientes que so dependentes do Senhor, as jvas, so de dois

    tipos: aquelas que no esto cobertas pela ignorncia e aquelas que esto cobertas

    pela ignorncia devat s, homens, animais. Asjvas que no esto encobertas

    pela ignorncia so de dois tipos: aquelas que esto sob influncia da ai varya-aktido Senhor e as que no esto infl uenciadas por esta akti.

    Aquelas que no esto sob a influncia da ai varya- akti so de dois tipos

    principais: aquelas que praticam j na e imergem no Senhor (uma condio

    lamentvel) e aquelas que praticam bhakti para permanecerem diferenciadas do

    Senhor e saboreiam uma bem-aventurana nectrea (um estado no-lamentvel).

    Aquelas que so inf luenciadas pela ai varya- akti tambm so de dois tipos: as que

    esto absortas em j na pertencendo esfera espiritual e as que esto absortas na

    criao e outras funes da esfera material. primeira classe pertencem seres

    como os quatro Kum ras e segunda seres como Brahm e os semideuses.

    Podemos considerar que Vi u e iva so no-di ferentes, sendo a mesma

    vara-caitanya. No entanto, um devoto sem desejos materiais (ni k ma ) deve

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    discernir quem digno de ser adorado ou no, baseando-se em nirguae sagua;

    isto , sem qualidades materiais (Vi u) e em contato com as qualidades materiais

    (iva, Brahm ). Sendo tipos diferentes de caitanya, Brahm e Vi u so

    completamente di ferentes: Brahm uma jva e Vi u vara. s vezes os

    Pur as descrevem Brahm e Vi u como sendo idnticos. Mas preciso que se

    compreenda isso atravs do exemplo do sol e da jia sryak nta, que est

    carregada com a luz do sol. A jia sryak nta, assim como uma lente, que rene os

    raios do sol e manifesta o calor do sol queimando roupa e papel. apenas desta

    maneira que se deve considerar Brahm como no-di ferente de Vi u. Em alguns

    mah kalpas, at mesmo iva pode ser uma jva investida de poder pelo Senhor

    como Brahm : kvacij jva vi e atva harasyokta vidher iveti. "Assim como nocaso de Brahm , s vezes umajvaassume o papel de iva."

    Desta maneira iva s vezes classifi cado juntamente com Brahm e

    portanto se diz:

    yas tu n r yaa deva

    brahma-rudr di-daivatai

    samatvenaiva vk etasa p a bhaved dhruvam

    "Aquele que considera Brahm , iva e os outros semideuses no mesmo

    nvel do Senhor N r yaa certamente um atesta." (Hari-bhakti -vil sa

    1.117, do Vai ava-tantra)

    Aqueles que no conhecem bem o assunto dizem que Vi u o Senhor, no

    iva; ou que iva o Senhor e no Vi u. Ou pensam: uma vez que sou um devoto

    de Vi u no devo considerar iva e vice-versa. Absortos em tais argumentos estas

    pessoas cometem n ma-apar dha. Se estes ofensores puderem ser iluminados por

    algum devoto com o conhecimento exato sobre este assunto, eles podero realizar

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    desta maneira que Vi u e iva so no-diferentes. Com esta realizao e por fazer

    n ma-krtana, eles podem neutralizar a sua n ma-apar dha.

    Desrespeito pelas escriturasruti- stra-nind a quarta ofensa. principalmente o desrespeito pelas

    escrituras ruti, considerando que elas no mencionam nada sobre bhakti e que

    portanto s so glorificadas pelas pessoas de mentalidade mundana. Neutraliza-se

    esta ofensa usando-se a mesma boca que criticou o ruti, que prope karmae

    j na , e elogiar repetidamente estas escrituras, bem como os praticantes do

    processo descrito nestas escrituras (karmsej ns), e cantar o santo nome em voz

    alta. O ofensor obtm alvio quando recebe a grande boa fortuna de compreendereste assunto de forma apropr iada atravs de um devoto erudi to. Para estas pessoas

    que tm natureza independente, completamente cegas devido aos desejos

    materiais e incapazes de praticar bhakti, os rutismuitos misericordiosamente

    tentam faz-las aceitar a autoridade dos stras.

    Devemos compreender que se comete e que se eliminam as outras seis

    ofensas da mesma maneira.

    Anarthas que sur gem d e bhakti.A seguir, os anarthasque surgem de bhakti. Assim como inmeras ervas

    daninhas crescem junto da planta principal, juntamente com bhakti aparece a

    riqueza e outras facilidades, adorao e o respeito que os outros nos conferem,

    uma posio confortvel, adorao e fama ( bha, pj , prati h ). Estas ervas

    daninhas crescem vigorosamente e invadem o corao do devoto com a sua

    influncia, retardando o crescimento da planta principal a ser cul tivada, bhakti.

    l

    -

    A nar tha-n iv t t i, anu lao d os anarthas

    Cada um dos quatro tipos de anarthas tem cinco gradaes de anulao

    (anartha-niv tti): limitada ou parcial (eka de a-v r tin), penetrante (bahu-de a-

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    v rtini ), quase completa (pr yiki ), completa (pr ) e absoluta ( tyantik). Desta

    forma a anulao dos anarthas que surgem de apar dhasocorre da seguinte

    maneira. No incio das atividades devocionais (bhajana-kriy ) a anulao parcial

    de acordo com a ny ya : a cidade queimada, a roupa puda (de acordo com a

    lgica gr mo-dagdha pao bhagna, quando ouvimos dizer que uma cidade foi

    queimada, podemos imaginar que alguma coisa dela ainda existe, ou se uma roupa

    est puda, os trapos ainda devem existir). Por continuar a prtica, com o

    aparecimento de ni h , a erradicao maispenetrante. Com o aparecimento de

    rati, ou bh va , a erradicao quase completa. Com o aparecimento deprema, a

    erradicao completa. Ao alcanar a associao com o Senhor, a erradicao dos

    anarthas absoluta, sem possibilidade de eles reaparecerem.Portanto, se algum por acaso acha que h episdios em que os anarthas

    voltaram mesmo aps se alcanar os ps de ltus do Senhor, deve abandonar este

    tipo de pensamento da mente com a inteligncia. No caso de Citraketu, que j

    havia alcanado os ps de ltus do Senhor, a sua mah -apar dhaacidental a iva

    foi aparente, no verdadeira, pois no houve efeito deletrio devido ao seu

    equvoco.

    Tanto como um associado do Senhor, quanto como ao assumir a forma dodemnio V tr sura, a sua fortuna empremaainda era evidente.

    A aparente ofensa de J ya e Vi j ya foi causada pelo desejo deles estimulado

    por prema. Os dois tiveram o seguinte desejo: " Prabhu! Senhor dos senhores!

    N r yaa! Voc est ansioso em desfrutar o prazer de lutar, mas alm de ns

    todos so muito fracos para se opor a Voc. Apesar de sermos fortes, no somos

    Seus inimigos. Faa-nos Seus inimigos, de uma maneira ou de outra, e desfrute da

    felicidade de lutar. No podemos suportar qualquer lapso na Sua perfeio.

    Diminua a Sua afeio por Seus devotos e por favor, satisfaa a orao dos Seus

    servos fervorosos."

    A erradicao dos anarthas que surgem das atividades pecaminosas

    passadas a seguinte. Com a realizao de bhajana-kriy a erradicao quase

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    completa, com o aparecimento de ni a erradicao completa e com o

    aparecimento de saktiela absoluta.

    A erradicao dos anarthas que surgem com bhakti a seguinte: com

    bhajana-kriy a erradicao parcial. Com o aparecimento de ni h ela completa

    e com o aparecimento de ruciela absoluta. Esta a concluso das sbias almas

    auto-realizadas depois de considerarem completamente o assunto.

    Algum pode argumentar que estes estgios de anartha-niv tti no se

    aplicam aos devotos, citando centenas de versos do stra, tais como:

    a ha sa harad akhi l a sak d

    uday d eva sakala-lokasyatarair iva timi ra-jaladh

    jayati jagan-magala harer n ma

    "Assim como o sol nascente destri toda a escurido do mundo que

    to profunda quanto o oceano, assim tambm ao se proferir o santo

    nome todos os pecados so destrudos. Todas as glrias ao santo nome,

    que concede toda a auspiciosidade para o Universo inteiro! (rrdharaSv m- Pady val, 16)."

    na hi bhagavann agha itam ida

    tvad-dar an n n akhi la-p pa-k aya

    yan-n ma sakre chrava t

    pukka o pi vimucyate sa s r t

    " meu Senhor, simplesmente por v-lO nos livramos imediatamente de

    toda a contaminao material. Isso no impossvel, porque se

    meramente por ouvir o Seu santo nome apenas uma vez, at mesmo um

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    ca la pode obter a liberao deste mundo material, o que dizer por

    v-lO pessoalmente? (SB 6.16.44)"

    Ou citando o caso de Aj mi la, onde ao proferir o nome do Senhor em n ma

    abh saforam-lhe removidos todos os anarthase at mesmo avidy (ignorncia, a

    causa pr imordial da pri so material) e ele obteve os ps de ltus do Senhor.

    -

    t

    t

    Tudo isso verdade. No resta dvida de que o santo nome tem este poder

    inestimvel. Mas o santo nome, estando insatisfeito com as ofensas cometidas

    contra ele, no manifesta o seu pleno poder ao ofensor. Esta a verdadeira razo

    de continuarem as tendncias pecaminosas no ofensor. No entanto, os servos da

    morte (yamadtas) no tm poder para atacar uma pessoa assim (como foi o casode Aj mila).

    sak n mana k a-pad ravindayor

    nive ita tad-gua-r gi yair iha

    na te yama p a-bh ca tad-bha n

    svapne pi pa yanti hi cra-ni k

    "Apesar de no terem realizado K a completamente, as pessoas que

    pelo menos uma vez se renderam completamente aos Seus ps de ltus,

    fi cando de alguma maneira atradas pelo Seu nome, forma, qualidades e

    passatempos, realizaram o verdadeiro mtodo de expiao. Estas

    pessoas no iro se defrontar com Yama ou com os seus servos nem

    sequer em sonhos." (SB 6.1.19)

    Apesar disso ser verdade, elas no tm outro meio de purifi cao a no ser se

    liberarem da n ma-apar dha. Na discusso das dez ofensas ao santo nome o

    Padma Pur a diz:

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    n mno bal d yasya hi p pa-buddhir

    na vidyate tasya yamair hi uddhi

    "Quem comete pecados apoiando-se na fora de cantar o santo nome

    no pode ser purificado mesmo praticando as regras e regulaes de

    yogapor mi lhares de anos." (Padma Pur a, Brahma Kha a, 25.16)

    Neste verso a palavrayama(yamair) se refere s regras e regulaes (yama,

    niyama) do yoga- stra. Em outras palavras, apesar do apar dhficar livre de

    Yama, o senhor da morte,yamaou as outras medidas de purificao no podem

    liber-lo do anartha.

    O caso do ofensor que perde a misericrdia do santo nome similar ao de

    um subordinado que perde o apoio de um amo altamente rico e poderoso por ser

    ofensivo. Como resultado das ofensas o servo passa a sofrer de pobreza e de todo

    tipo de aflies. Devemos ter em conta que todo amo (karma, j na, yoga)

    negligencia um servo ofensivo. Porm, se o servo ofensivo corrige o seu

    comportamento e retorna ao amparo do amo, o amo vai gradualmente

    concedendo-lhe miseri crdia e o sofr imento desta pessoa vai sendo eliminado. Da

    mesma maneira, o devoto ofensivo primeiro sofre algumas misrias. Assim que ele

    volta a servir com sinceridade aos devotos, ao stra e ao Guru, o nome vai

    gradativamente manifestando sua misericrdia e elimina todas as suas ms

    propenses. Desta maneira ningum pode argumentar contra a eliminao gradual

    dos anarthas.

    A lgum pode argumentar que nunca cometeu qualquer apar dha, ento por

    qual motivo no est obtendo a plena misericrdia do santo nome? No se deve

    fazer declaraes como esta. Talvez ele no tenha cometido apar dhas

    recentemente. Ele pode t-las cometido no passado, pois podemos deduzir a

    presena de apar dhasatravs dos seus efeitos. O efeito que a pessoa no vai

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    manifestar qualquer sintoma de prema ao realizar n ma-krtana, como est

    descri to no rmad Bh gavatam:

    tad a ma-sar h daya bateda

    yad g hyam air hari-n ma-dheyai

    t

    na v ikriyet tha yad v ik ro

    netre jala g tra-ruhe u har a

    "Se ao cantar o santo nome no houver uma mudana no corao,

    lgrimas nos olhos ou arrepios pelo corpo, tem-se certamente um

    corao de ao." (SB 2.3.24)

    Outra dv ida surge diante do seguinte verso do Bhakti -ras m ta-sindhu

    sobre o tema de apar dha:

    ke te par dh viprendra

    n mno bhagavata k

    v inighnanti n k tya pr k ta hy nayanti hi

    " brmanes destacados, quais so as ofensas contra o santo nome do

    Senhor que cancelam os resultados de todos as atividades piedosas e

    que conduzem a uma concepo material at mesmo dos temas

    espiri tuais?" (Padma Pur a, Brahma Kha a, 25.14)

    Em outras palavras, por ouvir e cantar repetidamente sobre o nome,

    qualidades, etc. do Senhor deve-se alcanar prema, por servir os trthas sagrados

    alcana-se a perfeio e por saborear repetidamente o ghee, leite, btel e outros

    tipos de pras dam do Senhor todos os desejos de gratificao sensorial sero

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    destrudos. Ento, quais so as grandes ofensas que cancelam os frutos e que fazem

    com que todas estas potentes atividades espirituais parecerem ser materiais? Esta

    pergunta muito importante e preocupante. Se for assim, pode-se deduzir que a

    pessoa que comete n ma-apar dhase torna contrria ao Senhor e portanto no

    pode buscar abrigo no Guru ou praticar outras atividades devocionais?

    Isso verdade. Assim como durante um ataque de febre alta h perda do

    apetite e a pessoa se v impossibilitada de comer, tambm a pessoa que comete

    apar dhas srias perde o interesse em ouvir, cantar e em outras atividades

    devocionais. No h a menor dvida quanto a isso. No entanto, quando a febre

    cede um pouco, volta a surgir algum apetite. Mas enquanto isso, os alimentos

    nutri tivos no podem ser assimilados para a completa nutri o de um paciente quesofre de febre crnica. Eles podem conceder algum benefcio, mas so incapazes de

    aliviar a condio precria do paciente. No entanto, os remdios e uma dieta para

    doentes, com o tempo, restauram a sade. Ento a potncia plena da comida

    normal pode ser utilizada pelo corpo. Da mesma maneira, depois de um longo

    perodo de sofrimento sob o efeito da apar dha, a sua intensidade vai se reduzindo

    e o devoto desenvolve um pouco de gosto pelas atividades devocionais. E a ele

    est novamente apto para bhakti. As doses repetidas de ouvir e cantar o nome doSenhor e outras prticas devocionais vo ento revelando tudo progressivamente.

    Os santos descrevem isso da seguinte maneira:

    dau raddh tata s dhu-sago tha bhajana-kri y

    tato nartha-niv tti sy t tato ni h rucis tata

    ath sakis tato bh vas tata prem bhyudacati

    s dhak n m aya prema pr durbh ve bhavet krama

    "A progresso do desenvolvimento de bhakti no s dhaka at o

    aparecimento de prema a seguinte: comeando com f ( raddh ),

    segue-se a associao com os devotos (s dhu-saga), prtica de

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    atividades devocionais (bhajana-kriy ), cessao de hbitos indesejveis

    (anartha-niv tti), firmeza (ni h ), gosto (ruci), apego ( sakti), bh va (o

    estgio que antecede o amor a Deus) e ento finalmente surge oprema

    (amor puro por K a)." (Bhakti-ras m ta-sindhu, 1.4.15-6)

    Alguns supem a presena de n ma-apar dhaao verem a ausncia dos

    sintomas deprema, bem como traos de atividades pecaminosas nos devotos que

    esto praticando krtanae outros servios devocionais. Eles tambm supem que

    as reaes do karma passado (pr radha) ainda no foram destrudas ao

    observarem afl ies materiais em tais devotos. J salientamos que Aj mi la cantou

    sem apar dha, chamando o seu f ilho N r yaa e repetindo este nome muitas vezesao dia. Apesar da ausncia de n ma-apar dha, ele no manifestou os sintomas de

    prema e tambm estava inclinado a manter relaes pecaminosas com uma

    prosti tuta. Yudhi hira e os P avas alcanaram a associao com o prpr io

    Senhor Supremo e com certeza estavam livres das reaes do karmapassado.

    Ainda assim eles ti veram que suportar inmeras aparentes misrias materiais.

    Da mesma maneira que uma rvore frutfera s frutifica na estao

    apropriada, o santo nome, apesar de estar satisfeito com uma pessoa que nocomete ofensas, s lhe revela a sua misericrdia no devido tempo. Para um devoto,

    os pecados acumulados cometidos devido aos maus hbitos passados so to

    inofensivos quanto a mordida de uma serpente sem presas. As doenas,

    lamentao e outros sofrimentos dos devotos no so devidos a pr rabha. O

    prprio Senhor diz que:

    yasy ham anug hami

    hari ye tad-dhana anai

    tato dhana tyajanty asya

    svajan dukha-dukhitam

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    "Se Eu favoreo algum, gradualmente retiro-lhe toda a sua riqueza.

    Sem nenhum dinheiro, sua famlia e os seus parentes o rejeitam e assim

    ele sofre uma aflio atrs da outra." (SB 10.88.8)

    nirdhanatva mah -rogo mad-anugraha lak aam

    "A pessoa sem a doena grave da possesso material objeto da Minha

    misericrdia."

    Portanto, o habilidoso Senhor, que sempre visa o bem-estar do Seu devoto,

    lhe d todo tipo de sofrimento como Sua miseri crdia, com o plano de incrementara humildade do devoto e de faz-lo ansiar pelo Senhor. Como neste caso no

    existem resultados das suas atividades pecaminosas anteriores, no se pode dizer

    que o devoto est sofrendo o efeito da vida pecaminosa passada.

    Assim termina o Terceiro Aguaceiro de Nctar do M dhurya K dambin, por

    Mah mahop dhy ya rmad Vi van tha Cakravart, entitulado "Al iviando os

    Elementos Inauspiciosos."

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    QUA RTO A GUA CEIRO D E NCTARO N CTA R COMEA A FLUIR

    Previamente, na discusso dos dois tipos de bhajana-kri y , ani ht e

    ni ht , foram descritos os seis tipos de ani ht -bhajana-kriy . No foi descrito

    ni ht -bhajana-kri y e ento foi discutido anartha-niv tti. Isso porque o rmad

    Bh gavatam diz:

    rvat sva-kath k a

    puya- ravaa-krtanah dy anta stho hy abhadr i

    vidhunotisuh t sat

    na ta-pr ye v abhadre u

    nitya bh gavata-sevay

    bhagavaty uttama- loke

    bhaktir bhavati nai hik

    "O Senhor K a, que afetuoso com Seus devotos e situado em seus

    coraes, limpa todos os elementos inauspiciosos dos coraes daqueles

    que desenvolveram anseio em ouvir Suas mensagens, que so por si s

    virtuosas quando ouvidas e cantadas apropriadamente. Pelo ouvir com

    freqncia regular o rmad Bh gavatam e por prestar servio aos

    devotos puros, tudo o que indesejvel para o corao quase que

    completamente destrudo e o servio amoroso Personalidade de Deus,

    que louvado com canes transcendentais, se estabiliza como um fato

    irrevogvel." (SB 1. 2.17-8)

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    O primeiro verso ( vat sva-kath k a ...) se refere ao estgio de

    instabil idade, ou ani hi t -bhakti . No segundo verso aparece fi rmeza, ou nai hik-

    bhakti. A limpeza dos elementos inauspiciosos (abhadr i vidhunoti) que est

    entre os dois estgios, se refere ao estgio de anartha-niv tti. As palavras na a-

    pr ye v abhadre u(a inauspiciosidade quase que destruda) significam que uma

    pequena quantidade de anarthas ainda no foi destruda. Portanto, a ordem

    correta de acordo com o rmad Bh gavatam ani hit -bhajana-kriy , anartha-

    niv tti e depois ni hit -bhajana-kriy . Agora no devido lugar, ser discutido

    ni hi t -bhakti .

    t

    Ni h significa ter a qualidade de estabilidade, ou nai calyam (no-

    movimento). Apesar de o devoto se esforar pela estabilidade todos os dias,enquanto os anarthasestiverem presentes ela no ser alcanada. Isso devido a

    estes cinco obstculos persistentes: laya (sono), v ik epa(distrao), apratipatti

    (indiferena ou desinteresse pelos temas espirituais), ka ya (tendncia a manter

    maus hbitos) e r sasv da (gosto pelo desfrute material). Depois do estgio de

    anartha-niv tti, quando todos estes obstculos estiverem quase que completamente

    destrudos, alcana-se a estabilidade. Desta maneira, o sintoma de ni h a

    ausncia destes cinco obstculos.Laya significa a tendncia de dormir durante o krtana, ravaam e

    smaraam (japa), na ordem da tendncia crescente. Vik epasignifica distrao,

    interesse por tpicos mundanos ao realizar servio devocional (conversar durante

    o cantar dejapa). Apratipatti se refere falta de habilidade ocasional para fazer

    krtanaou outro servio apesar da ausncia de layaou de v ik epa. Ka ya se refere

    tendncia inata contra qualidades como a ira, cobia e orgulho. Ras sv da

    significa a falta de habilidade em absorver a mente no krtanae em outros servios

    ao se obter a oportunidade de gratificao sensorial material. N i hit -bhak i

    aparece na ausncia destas faltas.

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    tad rajas-tamo-bh v

    k ma-lobh daya ca ye

    ceta etair an viddha

    sthita sattve prasdati

    "Logo que o servio amoroso irrevogvel estabelecido no corao, os

    efeitos dos modos da natureza da paixo e ignorncia, tais como a

    luxria e ganncia, desaparecem do corao. Ento o devoto se

    estabelece na bondade, e se torna completamente feliz." (SB 1.2.19)

    Aqui a palavra ca, usada em seu sentido coletivo, se refere presena dapaixo e ignorncia. No entanto, a palavra etair an viddha (no mais afetado

    por isso) indica que estas impurezas, apesar de estarem presentes em um grau

    diminuto at o estgio de bh va , j no mais atuam como obstculos para bhakti.

    Ni h de dois tipos: diretamente relacionada com bhakti (s k t-bhaktir-

    v rtin) e relacionadas com elementos favorveis a bhakti(bhakty-anukula-vastur-

    v rtin). S k t-bhakti tem formas ilimitadas, mas existem trs divises bsicas:

    corprea, vocal e mental (k yik, v cik, m nas). De acordo com alguns sbios,primeiro se obtm a estabilidade nos servios corpreos, depois nas atividades

    vocais (krtana) e finalmente nas atividades mentais (lembrana, meditao). No

    entanto, outros no concordam com esta progresso dizendo que a avidez em

    servir ao Senhor de uma maneira em particular se desenvolve primeiro devido s

    naturezas individuais dos devotos, cuja determinao corprea, vocal ou mental

    podem variar.

    Elementos favorveis a bhakti se relacionam com a humildade, disposio

    em prestar respeito aos outros, benevolncia e compaixo. No entanto s vezes

    algum pode notar estabilidade nestas qualidades num devoto auto-controlado

    que no tem estabilidade em bhakti. Enquanto outra pessoa pode no notar

    estabilidade nestas qualidades num devoto arrogante que alcanou estabilidade

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    em bhakti. Apesar disso, pela presena ou ausncia de estabilidade em bhakti

    (s k t-bhakti ), mais do que na evidncia das quali dades de bhakti, que os sbios

    podem avaliar a presena ou ausncia de ni h . Aqueles que so inexperientes so

    incapazes de notar a verdade. Isso est confirmado nos versos que acabamos de

    citar: bhaktir bhavanti nai hik, com o aparecimento de nai hik-bhakti, tada

    rajas-tamo-bh v ... etair an viddha , apesar de haver traos de qualidades

    nascidas de rajoe tamo-gua, eles j no afetam o devoto.

    Em suma, o que foi evidenciado que a negligncia ou intensidade do

    esforo, bem como a dificuldade ou facilidade em ouvir, cantar e prestar outros

    servios devocionais so o critrio para determinar os dois tipos de bhakti: estvel

    e instvel.

    Assim termina o Quanto Aguaceiro de Nctar do Madhurya K dambin, por

    Mah mahop dhy ya rmad Vi van tha Cakravart, enti tulado "O Nctar Comea

    a Fluir."

  • 8/3/2019 Bhaktivedanta Narayana Maharaja - Madurya Kadambini

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    QUIN TO A GUA CEIRO DE N CTA RA L C A N A N D O O GOSTO

    Quando o devoto recebe em seu corao a medalha de ouro de bhakti,

    brilhando intensamente devido ao fogo da prtica determinada e propelido por

    sua prpria energia, ento aparece ruci. Quando uma pessoa desenvolve gosto

    pelas atividades de bhakti, tais como ouvir e cantar, muito mais intensas do que a

    atrao por qualquer outra coisa, isso chamado ruci. Ao contrrio dos outros

    estgios, em rucia prtica constante de servio devocional como o ouvir e cantar

    no causa nenhum pouco de fadiga. Ruci rapidamente produz uma grande

    dependncia das atividades de bhakti. Isso semelhante ao menino brmane que,por estudar as escrituras diariamente com muito empenho, logo capta o seu

    significado, e ento no v nenhuma dificuldade em se aplicar nos estudos. Alm

    do mais ele sente prazer em se empenhar nesta tarefa.

    A verdadeira concluso pode ser compreendida pelo seguinte exemplo.

    Devido a uma doena no fgado, a habilidade de sentir paladar fica afetada e o

    acar cndi fica com gosto desagradvel. No entanto, o acar cndi tambm o

    remdio que cura a doena. Ao compreender isso uma pessoa doente ir tomar oacar cndi diariamente, mesmo que ele parea ter o sabor amargo, acabar se

    curando da doena e ir desenvolver um verdadeiro gosto pelo cndi. Da mesma

    maneira, o corao da jva, infectado pela ignorncia e por outros kle as, fica

    curado com o remdio de repetidamente ouvi r, cantar e praticar outras atividades

    devocionais. E ento, ela acaba desenvolvendo gosto por estas atividades.

    Ruci de dois tipos: aquele que depende da excelncia dos elementos

    (vastu-vai i y- pek i), e aquele que no depende disso (vastu-vai i y-

    anapek i). Excelncia dos elementos se refere a uma excelncia de detalhes em

    relao ao nome, forma, qualidade, passatempos etc. do Senhor. Por exemplo, uma

    pessoa pode s sentir prazer no krtana se ele for agradvel de ouvir e cantado

    artisticamente. Algum pode s saborear temas sobre o Senhor se eles forem

    i

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    cuidadosamente adornados com as qualidades poticas. Ou s pode desfrutar da

    adorao Deidade se o local, implementos, materiais e tudo mais estiverem de

    acordo com o seu gosto. Isso chamado de dependncia da excelncia dos

    elementos. semelhante a uma pessoa que possui pouco apetite e que quer saber

    sobre a variedade e qualidade das preparaes da refeio. A causa disso uma

    pequena impureza no corao do devoto. Portanto, devemos compreender que a

    dependncia de excelncia dos elementos de krtana e de outras prticas

    devocionais uma mcula de impureza no corao (do bh sa ).

    Uma pessoa com o segundo t ipo de ruciexperimentar grande prazer desde

    o incio da execuo de quaisquer prticas devocionais, como ravaae krtana. No

    entanto, se h uma excelncia nos elementos, ento ela fica extremamente feliz eem xtase. Isso significa que ela no possui nenhum vestgio de mcula no corao.

    " amigo, por que voc est abandonando o nctar dos nomes de Kr a e

    falando sobre coisas inteis como vida familiar, segurana e tudo mais? O que

    posso dizer para voc? Eu mesmo sou to patife que, apesar de ter recebido a

    pedra preciosa de bhaktipela misericrdia do mestre espiritual, por infelicidade a

    mantenho atada na barra da minha roupa. Sem conhecer o seu valor, estive em

    busca algumas conchinhas, uma pequena ninharia de felicidade nas praias dooceano das atividades mundanas. Desta maneira, vagando de l para c, passei

    anos da minha vida em vo. No praticando nenhuma atividade de bhakti, eu

    simplesmente demonstrei letargia."

    "Oh! Sou to infeliz que pelo meu gosto fico lambendo o amargor da tola

    tagarelice profana como se ela fosse nctar, mas permaneo aptico ao ouvir os

    nomes, passatempos e qualidades do Senhor. Sou to cado! Quando comeo a

    ouvir sobre o Senhor, procuro dormir confortavelmente. Mas ao ter uma

    oportunidade de conversa intil, minha ateno logo volta e fico bem desperto.

    Desta maneira, eu sempre maculei a assemblia de devotos. Quantas atividades

    pecaminosas pratiquei, at mesmo na velhice, s para satisfazer minha barriga

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    miservel? Por todos estes pecados, nem sei quanto tempo terei de permanecer

    sofrendo no inferno."

    E desta maneira o devoto se arrepende do estado anterior. Ento, de alguma

    maneira, depois de algum tempo, o devoto fica igual a uma abelha saboreando no

    nctar do fruto da rvore dos desejos do Mahopani ad(rmad Bh gavatam). Ele

    permanece o tempo todo com os devotos, sentando-se com eles para conversar

    sobre os nectreos passatempos do Senhor, saboreando-os e glorificando-os

    continuamente, sem desejar ouvir nenhum outro assunto. Ele entra no dh ma

    sagrado e se torna fixo no servio devocional puro ao Senhor (seva-ni h ). As

    pessoas ignorantes pensam que ele est ficando louco.

    Para comear este novo estgio danante de alegria devocional, servindo emedi tando sobre o Senhor, ruci, a instrutora da dana, leva o devoto pessoalmente

    pelas mos para ensin-lo. Desta maneira, ele comea a experimentar uma bem-

    aventurana extraordinria, inimaginvel. Quem pode descrever em qual

    plataforma de bem-aventurana ele agora ir residir quando chegar a poca de

    danar no ritmo das duas pr incipais mestras da dana, bh va eprema?

    Assim termina o Qu