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Comerciante Inacir Spessatto Kleinowski DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES, 05 DE MAIO DE 2014 | EDIÇÃO 155 “Tudo é possível quando existe o amor, a dedicação, o carinho e, principalmente, a paciência”.

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ComercianteInacir SpessattoKleinowski

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“Tudo é possível quando existe o amor, a dedicação, o carinho e, principalmente, a paciência”.

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Por Kátia Bortolini e Janete Nodari

Integração - O que a maternida-de mudou na tua vida?

Inacir - Tudo. Desde que você leva o filho para casa até a criação. Primeiro, você tem uma vida a dois. Após, tem que se adaptar a vida a três, a quatro e assim por diante... As demandas dos filhos começam com as cólicas, as dorzinhas, depois vêm às preocupações, os problemas e as alegrias. Mas, para mãe e pai tudo é possível quando existe o amor, a de-dicação, o carinho e, principalmente, a paciência. Tem que sentir amor, res-peito, fé, tem que ter Deus. Lembro--me de Maria, mãe de Jesus. Ela é exemplo. Sempre peço: Maria, me ensina a ser mãe.

Integração - Foi fácil conciliar o trabalho com a criação das filhas?

Inacir - Sim, porque enquanto eram pequenas, ficava com elas na parte da manhã. À tarde ia para a loja. Quando precisava também ir de ma-nhã, elas ficavam na loja. A Ana Paula colocava para dormir num edredon-zinho embaixo do caixa.

Integração - Muitos afirmam que é complicado educar filhos neste mundo pós-moderno, com informa-ções mundanas e apelos violentos por todos os lados. Alguma suges-tão para fazer o melhor possível?

Inacir - Sim, temos que dar res-ponsabilidade, liberdade e testemu-nho. Somos testemunho dentro do

comerciante Inacir Ana Spessatto Kleinowski, entrevistada desta

sobrecapa da edição de maio de 2014 do Jornal Integração da Serra retrata uma geração de mulheres na faixa dos 50 anos de municípios da região Nordeste do Estado que sa-íram do interior para traba-lhar, estudar, casar e ter fi-lhos. Muitas mulheres dessa geração, apontadas por mo-dernos estudos sociológicos como a “sem idade definida”, pela jovialidade, beleza e dis-posição em relação às suas mães e avós na mesma faixa etária, tiveram filhos, cedo, conciliaram maternidade e trabalho e após voltaram a estudar. Assim é a história de Inacir, casada há 32 anos com Gabriel e mãe de Gabriela, 29 anos e Ana Paula, 25 anos. Formada em Administração, trabalha com o marido e a filha Gabriela no gerenciamento da loja Triunfante, situada no centro da cidade. Com a história de Inacir, o Jornal Integração da Serra homenageia as mães de todas as idades, credos e culturas, pelos obstáculos vencidos para a manutenção da arte de ser mulher.

A afirmação é da comerciante Inacir, mãe de Gabriela e Ana Paula

Mês das mães

Sempre peço: “Maria, me ensine a ser mãe”Arquivo Pessoal

Inacir Ana Spessatto Kleinowski com as filhas Ana Paula (e), Gabriela e o marido Gabriel

que se faz. Já a liberdade, com res-ponsabilidade, induz ao acerto. Uma vez nos chamaram na escola por comportamento. Na ocasião, disse: minha filha, o que você faz, tem que assumir. Tudo o que você está cons-truindo é para a sua vida. Eu sou sua mãe, vai me fazer sofrer, mas você, é responsável pelo que está fazendo, se fizer bem é para você e se fizer mal também é para você.

“É preciso entender que as pessoas acertam e

erram. A beleza está em entender o outro na sua

diferença. As pessoas não têm defeitos, têm

diferenças. É você saber perdoar, rezar pelo teu

inimigo. É ter equilíbrio, tanto no casamento, como

na família”.

Integração - A religiosidade vem de tua base familiar?

Inacir - Sim. Claro que, na adoles-cência, tive minha fase de afastamen-to. Mas, para mim Deus sempre foi, é e será minha maior força. Sempre peço nas minhas orações: sou humana, Tu és Divino, então reanima minha fé. Às

vezes, sinto-me enfraquecida, mas sempre busco reacender a chama da fé. Temos um grupo de canto, o mo-vimento a pastoral, a comunidade, os amigos. Busco leituras, retiros.

Integração - Você conseguiu transmitir os valores da religiosida-de para as filhas?

Inacir - Os valores, sim. Estão bem presentes nas vidas delas. O impor-tante é o exemplo. Cito o padre Mar-celo Rossi, a mãe dele rezou muitos anos pela conversão dele. Temos que acreditar.

Integração - Você e seu marido gostam de participar de atividades comunitárias?

Inacir - Sim, muito. Atualmente, estamos bem envolvidos com a Bras-pol, entidade representativa da cul-tura brasileiro-polonesa. Meu marido Gabriel é descendente de poloneses. Participamos das missas das etnias, jantares e outros eventos. Sempre admirei a simplicidade e a acolhida do povo de descendência polonesa. Íamos muito à localidade de Dom Feliciano, onde meu marido nasceu. É um povo humilde, no sentido de receber e acolher bem. A religião católica é muito presente na cultura polonesa. Também somos cursilis-tas – MCC- Movimento Cursilista da Cristandade. Participamos, desde o inicio deste ano, da Pastoral da Famí-lia, que está sendo implantada agora

para reencontros de casais. Estamos na animação, preparamos os cantos. Procuramos educar, principalmente, na família, pelo testemunho. Eu pen-so que o ser é mais importante que o ter.

Integração - O que a religião re-presenta para a sua atuação como mãe, mulher e comerciante?

Inacir - Tudo. É o que me man-tém. É preciso entender que as pes-soas acertam e erram. A beleza está em entender o outro na sua diferen-ça. As pessoas não têm defeitos, têm diferenças. É você saber perdoar, re-zar pelo teu inimigo. É ter equilíbrio, tanto no casamento, como na família. Eu também tenho os meus momen-tos em que tenho que parar, somos humanos, muitas vezes as meninas da loja dizem, mas Ina, tu nunca te queixas? Se eu vou me queixar, como ficará a minha equipe? Procuro man-ter minha equipe motivada.

“Temos que dar responsabilidade,

liberdade e testemunho. Somos testemunho

dentro do que se faz. Já a liberdade, com

responsabilidade, induz ao acerto”.

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Integração - Esse foi o “norte” da educação com suas filhas?

Inacir - Com certeza. Mas, acertei em tudo? Claro que não! Mas, mesmo assim, sei que é importante passar valores para os filhos, e também, para a equipe da loja. Somos uma grande família. Na loja, temos uma psicóloga para aconselhamentos. Hoje em dia, a pessoa só fica, se o ambiente é bom, é harmonioso. Precisamos cuidar também do ambiente de trabalho.

“Para mim, Deus sempre foi, é e será minha maior força. Sempre peço nas

minhas orações: sou humana, Tu és Divino, então reanima minha fé. Às vezes, sinto-me

enfraquecida, mas sempre busco reacender a

chama da fé”.

Integração - Atualmente, há uma tendência a defender os filhos, mesmo no fundo sabendo que a ati-tude deles não foi a correta e tam-bém de tentar suprir com o material a ausência física...

Inacir - É verdade... eu não posso dizer que nunca fiz isso. Por exemplo, o pai pediu para o filho, o que você quer de presente? E o filho pergun-tou, quanto você ganha por dia? A criança pegou e deu a mesada para o pai, para que ele passasse um dia com ele. Sabemos que, na correria do dia a dia, não temos esse tempo. Temos que ter esse cuidado da dedi-cação do tempo para os filhos. Assim também é no casamento.

Integração - Da tua geração para a das tuas filhas, aumentou bastante a idade que a maioria das mulheres estão tendo filhos?

Inacir - Sim. Ganhei a Gabriela com 21 anos e a Ana Paula, com 25, em partos normais. Hoje, as mulhe-res, primeiro, querem se formar, ter sua independência para depois terem filhos, com data marcada para a cesa-

riana já no inicio da gestação...risos...Hoje, as mães ficam pouco tempo com os filhos. Eles sentem a falta dos pais. Hoje, falam muito em planejar. O planejamento familiar é importan-te, mas se pensarmos demais... risos...

Integração - Infância e juventu-de?

Inacir - Nós morávamos no inte-rior de Encantado, na Linha Auxilia-dora. Fui criada para casar, ter filhos. Éramos sete irmãos. Quando come-çou a surgir um olhar mais direcio-nado para os estudos, minha mãe pensou e nos disse: vocês precisam estudar. Com 14 anos, fui morar em Encantado com uma irmã mais velha para trabalhar e estudar. Trabalhava numa loja de dia e estudava à noite. Conheci o Gabriel nessa loja. Ele tinha ido morar na cidade para gerenciar o estabelecimento. Quando saí dessa loja para trabalhar como caixa num mercado ele começou a demonstrar seu interesse por mim. Estava sempre por perto comprando alguma coisa. No início, fiquei desconfiada. Lembra-va de mamãe dizendo: cuidado com os homens mais velhos, eles querem se aproveitar (risos), mulher tem que se valorizar. Casei com 18 anos. Em seguida, o Gabriel foi transferido para Santa Cruz do Sul e depois para Cri-ciúma, Santa Catarina. Depois, volta-mos para Encantado onde abrimos a loja Triunfante, em sociedade com meu irmão. Tempos depois, muda-mos para Guaporé, onde abrimos ou-tra Loja Triufante. Ambas continuam, com gerências independentes, que nem a nossa. Até hoje viajamos jun-tos para as compras. Faz 22 anos que moramos em Bento Gonçalves.

Integração - Por que para Bento Gonçalves?

Inacir - Meu marido Gabriel sem-pre foi empreendedor. Ele escolheu o ponto no centro de Bento para abrir a loja. Passamos o ponto de Guaporé e viemos para cá. Criamos raízes aqui. Temos boas amizades, as meninas estudaram aqui e gostamos muito de participar na comunidade.

Integração - Como você vê Ben-to Gonçalves?

Inacir - Cresceu bastante. Apren-demos muito, principalmente, no co-

mércio. Hoje, o cliente é exigente, se você não oferece, ele tem muitas op-ções. Temos que estar bem prepara-dos. Não existe mais aquela coisa de concorrente, somos parceiros.

“Criamos raízes aqui. Temos boas amizades, as meninas estudaram

aqui e gostamos muito de participar da

comunidade”.

Integração - Como você se defi-ne como mãe, esposa, mulher?

Inacir - Eu sou muito jovem den-tro de mim. Tenho compromisso, cari-nho, amor, respeito por tudo ao meu redor. Se o outro está alegre, eu me alegro. Se está triste, me entristeço. Se eu vejo que uma pessoa precisa de ajuda, eu ajudo. Se cada um fizer o seu pouco, o mundo muda. Tudo faz diferença. Eu enfrento, no meu dia a dia, o que vier pela frente. Hoje eu te-nho que ser um pouco melhor do que

fui ontem. Amanhã, eu tenho que ser melhor do que hoje. Eu não estou pronta. Se eu fizer uma leitura, eu vou entender, mas se eu reler três, quatro vezes, eu vou entender melhor.

Integração - Algo a acrescen-tar...

Inacir - Estou fazendo aulas de violão. Tenho muito a aprender. Tudo eu estou buscando ser. Eu não sou perfeita. Sou cada dia um pouco melhor. Recomeço todos os dias. Se tivermos o pensamento e a vonta-de, fica mais fácil chegar ao objetivo. Cada dia, tento ser um pouco melhor.

“Eu não sou perfeita. Sou cada dia um pouco melhor.

Recomeço todos os dias. Se tivermos o pensamento e a vontade, fica mais fácil chegar ao objetivo. Cada dia, tento ser um pouco

melhor”.

“Tenho compromisso, carinho, amor, respeito por tudo ao meu redor. Se o outro está alegre, eu me alegro. Se está triste, me entristeço. Se eu vejo que uma pessoa

precisa de ajuda, eu ajudo. Se cada um fizer o seu pouco, o mundo muda”.

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A Brasília laranja, ano 1976, é o xodó da consultora de vendas Cátia Bagnara, 25 anos. Já o Fusquinha pre-to, ano 1979 é uma das paixões da acadêmica de Jornalismo Bruna Bello, 22 anos. Cátia e Bruna, desde o últi-mo dia 12 de abril, estão à frente da Associação Fusca Clube Bento Gon-çalves. Cátia na presidência e Bruna na vice. Pela primeira vez, a entidade tem mulheres no comando. “Enquanto era com os homens, as namoradas acom-panhavam e ajudavam na organização de eventos”, salienta a presidente. Com elas, cerca de 30 associados comparti-lham no clube a paixão por Fuscas e Brasílias, entre outros veículos a ar da Volkswagen.

Há 13 anos, o Fusca Clube promo-ve encontros para reunir colecionado-res e entusiastas dos tradicionais veí-culos. Além do Fusca Fest, que ocorre anualmente no mês de março, há três anos está sendo realizado o Gincafest. Segundo Cátia, os locais para a promo-ção da gincana são escolhidos dentro da rota turística da Região Uva e Vinho, para incentivar o turismo. O mais re-cente foi realizado em Faria Lemos, no último mês de março. “Além do Fusca Fest e o Gincafest, uma programação inclui campanhas, como a do agasa-lho, nos meses de maio e junho, com repasse para entidades carentes.”

As reuniões do Fusca Clube são mensais. Mas, os “fusqueiros” se en-contram toda a semana. “Saímos jun-tos, trocamos ideias. Os guris enten-

Duas mulheres à frente do Fusca Clube Bento Gonçalves

Na década de 1930, Adolf Hitler, então chanceler da Alemanha, pediu a seus engenheiros que fosse criado um “carro do povo”. O veículo deveria ser veloz e ser econômico. O resultado foi o Volkswagen, primeiro modelo do que hoje conhecemos como o Fusca, criado por Ferdinand Porsche. A primeira fá-brica da Volkswagen fora da Alemanha foi instalada em São Bernardo do Cam-po, na região ABC Paulista, em 1959. Até a produção cessar pela primeira vez, em 1986, foram vendidas mais de 3 milhões de unidades do veículo.

Antes disso o carro já era fabricado no Brasil desde 1953 em fábricas da-qui, mas com peças importadas. Modelos antigos do Fusca, quando ainda era chamado somente de VW Sedan, porém, já circulavam no Brasil desde 1950, trazidos diretamente da Europa. Havia apenas 30 exemplares disponíveis.

Dos 27 anos em que foi produzido no Brasil, o Fusca foi o carro que mais vendeu nacionalmente, durante 24 anos. Um dos admiradores ilustres foi o presidente Itamar Franco, que, por sua paixão pelo carro, reativou a produção nacional em 1993, após um período de estagnação da indústria automobilísti-ca. A fabricação seguiu por três anos.

dem de mecânica e estão sempre se ajudando quando o assunto é volks”, ressalta Bruna, que começou a fre-quentar o clube desde janeiro deste ano. “Sempre gostei de carros antigos. Com a aquisição e restauração de um Fusca meu marido e eu realizamos um sonho,” acrescenta.

Placa pretaDesde 2010, o Fusca Clube Bento

Gonçalves foi credenciado a fazer vis-torias e a emissão de Certificados de Originalidade para os veículos de seus associados. O espírito de colaboração e a paixão compartilhada por veículos a ar da Wolkswagen pode ser expandi-da. A Associação está admitindo novos sócios. Interessados ligar para Catia 9646.3361 ou Bruna 9174.3555 ou Fa-cebook: Fusca Clube Bento Gonçalves.

Cátia Bagnara e sua Brasília laranja 1976 Bruna Belo e Tom Miele com o fusca preto 1979

Fusca foi projetado por Ferdinand Porsche a pedido de Hitler

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DistribuiçãoGRATUITA ANO 13 | Nº 155 | MAIO 2014 | www.integracaodaserra.com.br

Editorial

Filósofo francêsque ensina a viver

Páginas 5 a 8

Histórias desuperação

Página 3

226 anos da Abolição da Escravatura no Brasil: o que mudou para os negros?

ESPECIAL MÃES

l TERRENO NO BAIRRO PLANALTO COM ÓTIMA FRENTEl CASA NA AVENIDA PLANALTOl TERRENO NA AVENIDA PLANALTOl TERRENO NO BAIRRO BOTAFOGO, IDEAL PARA CONSTRUÇÃO DE SALAS COMERCIAISl TERRENO NO BAIRRO LICORSULl TERRENO NO BAIRRO PROGRESSOl SALA COMERCIAL TÉRREA, CENTRAL, ALUGADA

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INVISTA EM UM IMÓVELE GANHE DA INFLAÇÃO

OFERTAS DO MÊS DE MAIO

Reafirmamos nessa edição nos-sa vocação: informações que fazem a diferença. Nas próximas páginas deste jornal/revista, apresentamos artigos interessantes como o do pro-fessor Rogério Gava que no caderno de cultura Mosaico, discorre sobre as reflexões de Montaigne, um filósofo francês que ensina a viver. Mais entre-vistas como a feita na sobrecapa com a comerciante Inacir Ana Spessatto Kleinowski e, no corpo do jornal, com o advogado Luiz Eduardo Mendes, presidente da Sociedade Educativa e Cultural 20 de novembro (página 3) e com o voluntário da Copa do Mundo, o também advogado Thiago Trivillin (página 11).

E o que dizer das histórias de mães coragem?

A começar pela mãe Inacir, na sobrecapa, e os comoventes relatos de Adriana, Raquel, Soely, Silvana e Alexandra, a filha, que também é mãe, mas que veio até o jornal para homenagear a mãe Maria Selma. A elas, e a todas as mães, nossa sincera homenagem.

Quer mais inspiração do que isso?

Então confira, na página 12, mu-nicípios que sediarão uma semana de programação especial alusiva ao Dia do Vinho. E, se inspire para visitar a 29ª Feira do Livro de Bento Gonçalves, até 18 de maio, na Via Del Vino, lendo reportagem no Caderno de Cultura Mosaico: uma publicação que faz a diferença na área cultural. Boa leitura!

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JúlioGiordani

Padre

02 Jornal Integração da Serra | 05 de maio de 2014Opinião

Os artigos publicados com assinatura são

de inteira responsabilidade do autor e

não traduzem, necessariamente, a opinião

do Jornal. Suas publicações obedecem ao

propósito de refletir as diversas tendências

e estimular o debate dos problemas de

interesse da sociedade. Por razões de clareza

ou espaço, os e-mails poderão ser publicados

resumidamente.

Editor de Fotografia: André Pellizzari

Colaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto, Cristiane Grohe Genrich Arroyo, Ernani Cousandier, Paulo Capoani, Rogério Gava, Sinval Gatto Jr, Thompsson Didoné

Endereço: Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS

Fone: (54) 3454.2018 / 3451.2500

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Site: www.integracaodaserra.com.br Filiado à ADJORI.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRAPeriodicidade: MensalTiragem: 12.000 exemplaresCirculação: Bento Gonçalves, Santa Tereza, Monte Belo do Sul,

Pinto Bandeira, São Pedro, Vale dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria Lemos.

Propriedade: Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda.Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374Redação/Revisão: Janete NodariÁrea Comercial: Moacyr RigattiAdministrativo: Aline Festa

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Rede de Comunidades

A s ”Paróquias” estão com os dias contados. Vão terminar. Os Bispos do Brasil estão a to-

mar decisões oficiais. Há anos, a Igreja está se preparando para esta decisão histórica. A realidade mudou. Hoje, limites apenas “territoriais rurais” aju-dam um pouco. Vivemos num mun-do “urbano”, complicado, separado

por classes, bairros e favelas. Temos em casa, o globo e seus dramas. Nos-sa “missa paroquial” fica perdida.

Como será uma cidade, uma re-gião “sem-Paróquias”? Existem já muitas experiências no mundo e no Brasil. A ideia básica é o exemplo de Jesus e dos Apóstolos. Os batizados fazem suas reuniões, a Eucaristia e se organizam para ajudar os pobres, as lutas pela vida, são as comunidades.

Elas vão se integrando com agen-tes, presbíteros, bispos, construções, etc. Mas os séculos passaram. Hoje não basta “ir para a missa”, ter padre e paróquia. A vida fica muito longe e os jovens falem!

Então, como seria uma rede de comunidades? Um exemplo: uma cidade, que hoje tem várias paró-quias, poderia organizar-se assim. Ter várias equipes. Em cada equipe ter agentes, padres, leigos, movimen-tos pastorais. Cada equipe atende um setor de trabalho: colégios, saúde, jo-vens, trabalhadores, migrantes... Uma equipe ajudará a manter a integração dos setores. Não haverá “pároco”, mas coordenador geral, um casal, ou um leigo. Padre terá a missão de padre.

Que mudanças poderiam aconte-cer? Algumas sugestões:

1 - As “cabeças” saberem que os

séculos mudaram. A vida avançou.2 - “Religião” não basta. Devemos

levar a fé para lutas da vida.3 - No Brasil, 80% das comunida-

des nos fins de semana não tem Mis-sa.

4 - “Vamos sair das igrejas” – diz o Papa Francisco. Ir ao encontro do povo.

5 - Ter comunidades mais alegres, organizadas para o serviço ao povo.

6 - Menos construções e templos, mais encontros, formação, celebra-ção.

7 - Novos jeitos de secretaria e de contabilidade legal.

8 - Cidadania, ajudar o povo a crescer com vida e saúde.

9 - Ser comunidade, sem “donos” e sem “abandonados”.

10 - Única lei: “Jesus” – Ajudar as pessoas a serem gente, irmãos.

Hoje é mil vezes mais difícil ser igreja nas “paróquias”, longe da vida do povo do que nas comunidades, próximas da vida. A Igreja maior de-verá resolver o problema da falta da eucaristia em 80% das comunidades, os mais pobres que perdem seus di-reitos.

Vamos lutar para que terminem as “Igrejas do Bispo tal”, a “minha igreja”.Obra do artista

plástico Delmar Dal Piaz, de Bento

Gonçalves, que homenageia São

Francisco de Assis e colore a nossa

editoria Opinião

Desenho do Leitor

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História 0305 de maio de 2014 | Jornal Integração da Serra

Em 13 de maio, há 226 anos, o Bra-sil abolia a escravatura. O país foi a últi-ma nação das Américas a dar liberdade aos negros. Mas, muitos afro-brasileiros comemoram em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Em 20 de no-vembro de 1695, morreu degolado em Alagoas o negro Zumbi dos Palmares, defensor da libertação dos escravos. A lei federal 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, tornando obriga-tório o ensino sobre História e Cultura Afro-brasileira. Em 1888, os negros do Brasil ganharam liberdade, mas não re-cursos para usufruir dela. No Brasil, em vigor desde 2001, a política de cotas visa garantir espaço para negros e par-dos nas instituições de ensino superior. Os defensores dos sistemas de cotas raciais justificam sua implantação afir-mando que eles são necessários para compensar as faltas de contrapartidas à escravidão no Brasil.

Em Bento Gonçalves, em 9 de feve-reiro de 2000, foi fundada a Sociedade Educativa e Cultural 20 de Novembro, que recebeu, no último mês de abril, o prêmio Diversidade RS, da 2ª Jornada da Diversidade do Rio Grande do Sul, na categoria Cultura Negra. A entidade é presidida pelo advogado negro, Luís Eduardo Pereira Mendes, que reside em Bento Gonçalves desde 1989. “Esse prê-mio é o resultado do trabalho e ações

Maio: mês da Abolição da Escravatura no Brasil, país com predominância da raça negravoltados à cultura negra, como criação do Coral Ilu Ayiê (terra da vida), pro-moção Troféu Lanceiros Negros, parti-cipação nos desfiles de 7 de setembro, divulgação de informativo e calendário da Sociedade 20 de Novembro, pales-tras em educandários e organização do 1º Fórum aos Educadores Municipais da inclusão no currículo escolar do es-tudo da África e do negro brasileiro”, explana Mendes. Ele conta que a ideia de fundar a sociedade foi para agregar conhecimentos e desenvolver a cultu-ra, a dança, a história, a culinária, e até mesmo, para discutir as questões de preconceito racial no município.

“Tudo vem na esteira da constitui-ção de 1988. O trabalho começou no final de 1999. Eu escrevi um texto cha-mado ‘Sonhos e vidas’. Para cada negro ou negra que eu encontrava, entregava uma cópia e deixava o meu telefone. Realizávamos as reuniões no salão da Igreja Metodista,” relata Mendes. Hoje, com cerca de 300 associados, que não pagam mensalidade, a associação so-brevive com a colaboração de simpa-tizantes, homenageados, anualmente, com o troféu Lanceiros Negros. Os en-contros semanais são realizados nas casas, com pessoas de todos os bairros, desde a periferia até o centro.

Segundo Mendes, até meados dos anos 1970, os historiadores abordavam o processo de libertação do negro pela

ótica da cultura dominante, transparecendo que a abolição foi uma benevolência do bran-co para o negro. Hoje, se tem presente de que a liberdade foi fruto da luta e resistência dos escravos, em meio a uma socie-dade que aspirava por mudan-ças político-sociais, como o regi-me republicano e a abolição.

Na opinião de Mendes, as políticas públicas de inclusão são válidas (Estatuto da igual-dade, cotas, quilombo, inclusão no currículo escolar). “No entanto, nada interfere que, concomitantemente às políticas públicas de inclusão, seja de-senvolvido um projeto político-social de inclusão territorial do povo negro na República Federativa do Brasil, con-siderando que o desenvolvimento da pessoa humana na sua plenitude se dá a partir dos municípios.”

Mendes acentua que no período da pré-abolição, o então Ministro da Fa-zenda Rui Barbosa mandou queimar os livros fazendários que continham infor-mações da procedência dos escravos. “Foram perdidas nossas origens, o que impossibilita, por exemplo, o reconhe-cimento da dupla cidadania”.

PreconceitoEle é categórico quando diz que -

basta respeitar. “Racista é como fóssil de dinossauro, ainda tem por aí,” diz

ainda, referindo-se ao episódio envol-vendo o árbitro Márcio Chagas em Ben-to Gonçalves. “Foi só dar uma sopradi-nha, o racismo estava em fogo brando. Os comentários deixaram bem aceso o preconceito, só pelo fato de duvida-rem, se o caso realmente aconteceu. Isso, já demonstra que há diferenças. ‘O meu chapéu é o alto do céu’, cita Men-des. “O verso do músico Naná Vascon-celos é no sentido de que toda pessoa humana é um universo de possibilida-des. Agradecemos as pessoas que cola-boraram e colaboram com a entidade, principalmente, ao público que sempre prestigiou nossos eventos sociais.”

Em pé: Linda Moreschi Gonçalves, Oscar Gonçalves, Roberto Netto Boeira, Guilherme da Silva Xavier e Regina Borsatto. Sentados: José Luis de Deus Santiago, Vice-presidente;

Luís Eduardo Pereira Mendes, Presidente

Arquivo pessoal

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04 Jornal Integração da Serra | 05 de maio de 2014Entidades

As condições de trabalho no se-tor moveleiro despertaram a aten-ção de diversos órgãos: do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest), Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Ben-to Gonçalves (Sitracom-BG). Essas entidades constataram um elevado índice de profissionais que desen-volvem doenças ocupacionais e que sofrem acidentes em seus locais de trabalho.

“Esse quadro gera uma situa-ção de alto risco para o trabalhador e sua família. Quando ele não está bem em seu local de trabalho sua cidadania está ameaçada”, avaliou o vice-presidente do Sitracom BG, Ivo Vailatti.

Diante da situação, os órgãos querem criar uma força-tarefa que tenha o poder de monitorar os ris-cos a que estão expostos os empre-gados e orientar os empregadores para que corrijam os problemas. “Essa é uma atividade que o Sindi-cato já desenvolve com o setor da construção civil. Nossos técnicos em Segurança do Trabalho percor-rem canteiros de obras e auxiliam no cumprimento das normas de se-gurança”, esclarece Vailatti. Eles não têm poder para aplicar qualquer penalidade, mas desenvolvem uma

Cerca de 80 estudantes do 2º ano do Ensino Médio dos colégios Ma-rista Aparecida, Scalabriniano Nossa Senhora Medianeira e Sagrado Cora-ção de Jesus estão participando do Programa Miniempresa Junior Achie-vement, ministrado no município

Alunos de três colégios participam do Programa Júnior Achievement

Professores voluntários conheceram a metodologia do Programa Miniempresa

Cassiane Osório/Conceitocom Brasil

com o apoio do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gon-çalves (CIC/BG). O objetivo do pro-grama, com duração de 15 semanas, é despertar o empreendedorismo nos jovens por meio da visão clara do mundo dos negócios. As ativida-

des, iniciadas no último mês de abril, acontecem em jornadas semanais de 3h30min cada, feitas na sede das pró-prias escolas participantes.

Sobre o ProgramaJunior AchievementA Junior Achievement está pre-

sente em mais de 120 países em todo o mundo. No Brasil, onde está em praticamente todos os estados, já foram mais de 3,3 milhões de alu-

nos beneficiados e 120 mil voluntá-rios envolvidos No Rio Grande do Sul tem sede em Porto Alegre, com várias empresas e entidades que mantém e apoiam as ações, como a Miniem-presa, sempre com o objetivo de consolidar a cultura empreendedora formando uma geração de lideranças nas áreas empresarial, educacional, social e política. Mais informações no site do projeto: www.jabrasil.org.br/jars.

Sindicato quer melhores condições de trabalho no setor moveleiro

campanha permanente de cons-cientização para a prevenção de acidentes. “Em situações em que os responsáveis se negam a cumprir as normas, o Ministério Público do Trabalho é acionado e então o risco do embargo à obra é grande”, co-menta o vice-presidente.

A intenção é levar este tipo de ação para o setor moveleiro, de forma que haja a mesma cam-panha permanente de conscien-tização para evitar os acidentes e também as doenças relacionadas ao trabalho. “Esperamos que haja uma compreensão por parte dos empresários do setor, para que permitam uma avaliação por parte dos técnicos. Acompanhamos os avanços tecnológicos e o aumento dos lucros, mas precisamos ter uma atenção especial com o bem estar do trabalhador. Essa é uma ques-tão de cidadania e dignidade. Além disso, as empresas podem ganhar mais se garantirem a segurança e a saúde de sua mão de obra”, con-cluiu Vailatti.

No próximo dia 13 de maio, o Sindicato realiza audiência pública com a participação do procurador do Ministério Público do Trabalho, Ricardo Garcia. O evento visa es-clarecer sobre as atividades de pre-venção de acidentes de trabalho e está aberto a todos os profissionais do setor.

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MãesE S P E C I A L

0505 de maio de 2014 | Jornal Integração da Serra Mês das Mães

Este ano o Dia das Mães será inesquecível para a funcionária pública Adriana Raffainer, 46 anos. Em 22 de fevereiro de 2014, numa cesária de emergência, devido ao rompimento da bol-sa amniótica, às 9h16min veio ao mundo: Cons-thanza, sua primeira filha. “Ela nasceu prematu-ra, com 36 semanas. Consthanza, que já era o centro das atenções ainda na barriga, agora é nossa razão de viver. Ela me deu a graça de ser mãe em toda a plenitude”, conta Adriana. “Es-tou num momento sereno da minha vida, com-partilhado com um companheiro maravilhoso, que me completa”, acrescenta ela.

Adriana, quando criança, dizia que seria mãe de cinco filhos (risos). “Fui criada na casa de minha avó, que teve onze filhos. Acho que desde então me identifiquei com um lar cheio de irmãos e, por isso, cheio de vida, movimen-to, alegria. Meu primeiro casamento foi aos 25 anos. Quando comecei a pensar em ter um bebê, as tentativas foram infrutíferas. Médicos, exames e, finalmente, o diagnóstico: endome-triose. Tratamento e, dado o tempo de pausa, retomamos as tentativas, novamente infrutífe-ras. Nesta vez, foi identificado um mioma que necessitava retirada cirúrgica, por não favore-cer a gestação,” recorda.

Após três anos de uma segunda união, com a relação fortalecida, mais um mioma apareceu para adiar, novamente, os planos de Adriana e de Luis Gustavo Moraes Quines. “Nova cirur-gia, nova pausa. E, de novo as tentativas, agora com ajuda de um anjo, em forma de médica, que surgiu em nossa vida. Mas, com a utiliza-ção de hormônios, mais dois miomas aparece-

Histórias de superação de mães em suas várias facetas

Confira depoimentos do dia a dia de mulheres que tiveram suas vidas transformadas pela maternidade

Textos: Janete Nodari

Adriana: mãe vencedoraram – um pequeno e localizado em um local que não interferiria na gestação; o outro, embora não muito grande, alterava o endométrio, impossibili-tando a implantação do embrião. Não restava outra alternativa: nova cirurgia e mais uma pausa. Esse bi-nômio de intervenções-tentativas durou quase oito anos. Foram, sim, inúmeras as dificuldades. e os per-calços foram adiando dolorosa e forçosamente as tentativas. Até que, ao final de julho de 2013, o teste deu positivo! Ver e ouvir aquele coraçãozinho mili-métrico pulsando forte foi simplesmente in-des-cri--tí-vel! Ficamos em estado de graça. À euforia inicial do resultado positivo, seguiram-se três meses de apreensão, vivida por toda a família. Estávamos muito unidos e felizes, mas o fantasma do pri-meiro trimestre e do inesperado crescimento do mioma (que até então estava estagnado), nos rondava,” conta Adriana. Ela acrescenta que as ajudas de uma nutricionista e de uma fisioterapeuta gestacional, deram o suporte para o crescimento da “ado-rada barriga”.

O que eu posso dizer para quem de-seja ter filhos é: se você quer muito ser mãe, não desista no primeiro empecilho que a vida lhe apresentar, nem no segun-do, nem no terceiro... não há nada mais maravilhoso do que ver o rostinho do seu bebê, sentir o seu cheirinho, o coraçãozi-nho pulsar junto ao seu, tocar suas mão-zinhas, pezinhos. A primeira mamada per-feita, o primeiro olho no olho, o primeiro sorriso. E já era, você estará perdidamente apaixonada... e para sempre”, complementa a mamãe, alimentando ao seio a pequena Consthanza.

Nica Howes

Adriana e a filha Consthanza

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MãesE S P E C I A L

Mês das Mães06 Jornal Integração da Serra | 05 de maio de 2014

Raquel de Oliveira Martinelli, auxiliar administrativa, 31 anos, terá seu primeiro Dia das Mães, como mamãe. No dia 2 de feve-reiro, às 9h26min, ela deu à luz a Bernardo, em parto natural.

Raquel faz parte do time das corajosas, que não temem a dor do parto. Conforme o Ministério da Saúde, no Brasil, 53% dos be-bês nascem de cesária. “Tive uma gravidez tranquila, desde o início optei por parto normal. Muitas pessoas estranharam a decisão, mas continuei com a ideia até o final,” relata. Ela acrescenta que, ao internar-se, às 6 horas, do dia 2 de fevereiro, já estava com três centímetros de dilatação. “As dores fortes iniciaram uma hora depois. Às 8 horas, com 8 cen-tímetros de dilatação, me senti

Raquel: mãe protagonista

pronta. Às 9h26min, estava com o “amor da minha vida” nos meus braços, na companhia do papai Ronan Fracalossi, que assistiu ao parto,” enfatiza Raquel.

Raquel assumiu o protagonis-mo do parto, demonstrando pos-tura ativa na hora do nascimento de Bernardo. “Apesar de os últimos meses terem sido difíceis, devido ao calor excessivo deste último verão, vou novamente escolher parto normal na próxima gravi-dez”, adianta ela. Raquel salienta que este será um Dia das Mães diferente. “Pensei que ia demorar mais para viver este dia como uma delas. Imaginei-me, por anos, ain-da parabenizando e homenagean-do a minha mãe. Agora, além de homenageá-la, também receberei este mesmo carinho.”

Ronan Fracalossi

Raquel e o pequeno Bernardo

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Mês das Mães 0705 de maio de 2014 | Jornal Integração da Serra

A comerciante aposentada Soe-ly Mileski, 49 anos, é mãe em tempo integral. Para o desenvolvimento do filho Mateus, 13 anos, ela precisou entrar na era digital. Mateus abre um sorriso para ela, principalmente, quando os dois estão jogando a Fa-zendinha no facebook. Mateus tem Síndrome de West, atrofia ótica e tra-ços de autismo. Ele precisa desenvol-ver-se com estímulos visuais.

Para Soely não existe obstáculo na criação do filho do coração. “Tive quatro gestações interrompidas. Adotei Mateus com um dia de vida,“ relata. Ela acrescenta que o médico deu um empurrãozinho para a ado-ção, mas a decisão foi em conjunto com o marido Claudir.

Aos sete meses, Mateus passou a apresentar crises convulsivas. Perdeu toda a parte motora. “Eu enfrentei muitos desafios, muita pressão para devolver o menino, mas se Deus me

MãesE S P E C I A L

Soely: mãe guerreiradeu essa criança é porque Ele sabia que teria capacidade para criá-lo, “ diz convicta Soely.

Com um ano de idade, o menino devia se alimentar por sonda. Para não ver o sofrimento da criança, So-ely liquidificava toda a alimentação. A cada 15 minutos, oferecia ao filho algumas colheres de alimento, dis-pensando a sonda.

Hoje, Mateus, que frequenta a Escola Especial Caminhos de Viver, a Associação Gota D´Água e a Asso-ciação de Deficientes Visuais de Ben-to Gonçalves, vem demonstrando melhoras. “Ele dança, adora música,” enfatiza a mãe. Eu o acompanho na fisioterapia, na hidroginástica, fono-audióloga e pedagoga. Eu sempre acompanhei, e continuarei acom-panhando, no que for preciso, mi-nha vida é o Mateus,” complementa Soely, já adiantando disposição em adotar outra criança.

Soely e Mateus: amor incondicional

Arquivo Pessoal

Mel de todas as fomesAbraço de todos os medosCalmante das grandes doresDas horas incertasDos precisos momentosDas frases completasDa boa comidaDa roupa surradaDa cara vincadaDo choro engolidoE o coração, quase quieto!Acolhe o filhoAbraça o netoAcalanta o bisnetoRecolhe da vidaMigalhas do chãoSem nada esperarSó pensa em amamentar!

Vera Beatriz Teixeira Gomes

mãemãemãemãe

Alexandra, Alexandro, Edson André e Andréia com a mãe Maria Selma Ferreira Lara

A primeira gestação de Maria Sel-ma Ferreira Lara, 69 anos, foi perme-ada por momentos difíceis. O bebê, chamado Edson André, nasceu pre-maturo e, segundo os médicos, com poucas chances de vida. Alexandra, a filha mais nova conta que, a mãe ficou vários meses indo ao hospital todos os dias, período em que “o pe-queno foi se desenvolvendo, ganhan-do peso, até ter alta.” Ela acrescenta que a mãe passou muitas noites em claro. Com diferença de nove meses, Maria Selma engravidou da segunda filha, Andréia. “Minha irmã, ainda pe-quena, teve um tumor que atingiu a audição e a visão. Foi realizada uma cirurgia para retirada do câncer. Mais dias de demonstração de fé e cora-gem por parte de minha mãe,” salien-ta Alexandra.

Quando Alexandra nasceu, em 1981, sua mãe teve mais um parto difícil. Naquela época, a família mu-dou-se de Porto Alegre para Bento Gonçalves, onde a mãe trabalhava fazendo faxina em casa de paren-tes, contando, principalmente, com

Selma:mãe coragem

Em 1987, chega mais um filho: Ale-xandro.

Os filhos, agora, adultos, já traba-lhando, conseguiram comprar uma casa para os pais, Maria e José, que completaram 44 anos de casamento no último mês de março. Mas, a vida iria testar novamente a coragem de Selma. Andréia, a segunda filha, so-freu um grave acidente automobilís-tico, que vitimou a neta de dois anos. “Mais uma vez, minha mãe, com fé e coragem, passou um ano se dividin-do entre Bento e Curitiba, ajudando a filha”, lembra Alexandra. Ela salienta que a mãe nunca esmoreceu, mesmo com dificuldades de saúde, ela dá o exemplo para os sete netos. “Hoje, minha mãe, devido a doença vitiligo, sai pouco de casa. Queremos que ela saiba, neste Dia das Mães, que ela é a pessoa mais perfeita do mundo, de-dicada e guerreira”, afirma Alexandra, deixando transparecer emoção pela oportunidade de homenagear a mãe.

a ajuda de uma tia: Marcelina dos Santos.

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MãesE S P E C I A L

Moda&BelezaCristiane Grohe

[email protected]

G. Arroyo

Mês das Mães08 Jornal Integração da Serra | 05 de maio de 2014

Dia de SpaUm pouco mais comum, porém uma excelente alternativa. Com o dia

de Spa ela relaxa, cuida da pele, do corpo e dos cabelos longe de tudo aqui-lo que a incomoda durante a semana (o trabalho, o telefone que toca sem parar os problemas que não param de chegar, etc.). Uma mamãe relaxada, renovada e feliz depois de um dia só pra ela.

“Depois de rezar muito e pedir a Deus que eu pudesse ser mãe, fui atendida.” A afirmação é de Silvana Pauletti, autônoma, 51 anos. Quando ela completou cinco anos de casada, engravidou do filho Dener, hoje com 18 anos.

A gravidez, que parecia transcorrer normalmente foi abalada. “Contraí brucelose, doença com grande possibilidade de ser transmitida ao feto. Eu já sabia que era um menino e, segundo os médicos, meu filho corria o risco de nascer com problemas,” relembra Silvana.

A fé em Deus e a realização da Novena a Nossa Senhora de Schoenstatt davam ânimo à família. Ainda, conforme Silvana, no dia do nascimento, ela teve complicações na cesária. ”Por erro do médico anestesista, fui ver meu filho somente após nove horas. Graças a muitas orações, meu filho Dener nasceu saudável e lindo. Hoje ele está com 18 anos, é minha vida, meu tudo, meu mundo,” salienta Silvana.

Arquivo Pessoal

Silvana:mãe fervorosa

Silvana e o filho Dener

Elas já não têm mais tanto tempo de ficar cuidando do buquê de flores que você deu de presente. A agenda delas e da família é quase sempre muito cheia para conseguir marcar um almoço com todo mundo junto. Os chocolates já perderam a graça. E agora, o que dar de presente no Dia das Mães?

Que tal pensar em presentes diferentes e cheios de personalidade? Obser-ve sua mãe e veja uma de nossas sugestões de presentes:

Mãe chefSua mãe ama cozinhar? Vive inventando mil pra-

tos e sempre quer dar um gostinho especial naquilo que ela já faz e é uma delícia de lamber o prato? Dê para ela uma cesta de temperos diferentes e um livro de receitas! Escolha um livro de culinária de outro país ou de receitas com um ingrediente específico. Já para os temperos, vale dar aquela fuçadinha na cozi-nha ou pedir ajuda aos atendentes das lojas especia-lizadas na venda dos condimentos.

Reprodução

Mãe demalasprontasEla sacrificou

muitos dos so-nhos e vontades dela em nome dos seus. Que tal você retribuir tudo isso em grande estilo? Egito, Buenos Ai-res, Rio de Janeiro, Gramado – não im-porta o destino. Se você tem como, pa-gue para sua mãe a viagem que ela sempre quis fazer.

Mural de coraçãoTá com a grana curta? Então é a hora de você

começar a procurar todas as melhores fotos da fa-mília, aqueles momentos inesquecíveis e fazer um belo mural de fotos! Podes fazer um vídeo com as imagens e uma das músicas que ela mais gosta. Uma opção simples e feita de coração.

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JaneteNodari

[email protected]

05 de maio de 2014 | Jornal Integração da Serra 09

Social

O diretor de eventos da ExpoBento 2014, Mauri Demarchi, apresentou a programação dos jogos

Em pose no dia do sim, Rozangela Maria e Patrick Sartori

Em momento especial, os 10 anos de Wesley Santos

André Pellizzari Fotografia

O casal Maria Inês Sgarioni Moro e Mauro Marcos Moro na entrega do Prêmio Mérito Lojista 2013 da CDL, no Dall´Onder Grande Hotel

Janete Nodari

A formanda Helen

Cristina Cobalchini

na sua colação de

grau em Secretária Executiva

Bilíngue, no último dia 12 de abril

André Pellizzari Fotografia

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Conceitocom Brasil

Em visita ao Jornal Integração da Serra, o presidente do Circolo Trentino di Bento Gonçalves, Sandro Giordani, convidando a diretora Kátia Bortolini e equi-pe para a Semana da Cultura e da Arte Italiana em Bento Gonçalves, de 19 a 25 de maio e também para a Exposição Fotográfica “Giorno Nazionale del’Itália”, no dia 02 de junho, no Salão Nobre da prefeitura.

Semana da Cultura e da Arte ItalianaAline Festa

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Saúde10 Jornal Integração da Serra | 05 de maio de 2014

Os serviços de Quimioterapia e Radioterapia do Hospital Tacchini estão sendo prestados em um único prédio, situado na rua General Osório, 253. Com a junção, surgiu o Centro Regional de Oncologia, inaugurado no último dia 24 de abril.

No local, já era prestado o servi-ço de Radioterapia, inaugurado em

Quimioterapia e Radioterapia do Tacchini num só localagosto de 2013. O setor de Quimio-terapia antes funcionava no prédio C, agora ocupado com a expansão do Pronto-Socorro.

As novas instalações, que dobra-ram a capacidade de atendimento, receberam mais de R$ 1 milhão em investimentos. Foram construídos oito novos consultórios e instalados

32 leitos para quimioterapia. A área construída foi ampliada de 345 para 677 metros quadrados.

Classificado como uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), o Hospital Tacchini é refe-rência em oncologia para 22 municí-pios situados na região Nordeste do Estado, atendendo a uma população

de aproximadamente 296 mil habi-tantes. Em 2013, o Tacchini atendeu pelo SUS a 1625 pacientes para trata-mento de câncer nas modalidades ra-dioterapia e/ou quimioterapia. Hoje, além dos tratamentos de quimiotera-pia e radioterapia, o hospital também possibilita a realização de cirurgia e hormonioterapia.

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Humberto Godoy, Hilton Mancio, Armando Piletti e Antonio Stringhini, da Administração e Conselho do Tacchini e o vice-prefeito Mario Gabardo

Equipe médica e de enfermagem que atua no Centro de Oncologia abençoada pelo padre Izidoro Bigolin

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RodrigoDe MarcoAcadêmico de Jornalismo

[email protected]

Esportes05 de maio de 2014 | Jornal Integração da Serra 11

Da arquibancada

CristianeGrohe G.

[email protected]

ArroyoNo futebole na vida

A queda doAlviazul

O advogado Thiago Trivilin, 28 anos, está de mochila pronta para tra-balhar como voluntário na Copa do Mundo nos jogos que acontecerão no estádio Beira Rio, em Porto Alegre. Trivilin foi selecionado pelo Programa de Voluntários da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014. “Meu objetivo, ao participar do programa, é crescer profissional-mente, com visão de futuro”. O proces-so de seleção iniciou com a inscrição online realizada por Trivilin, em agosto de 2012, para participar da Copa das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo em 2014. O processo de sele-ção foi composto por diversas fases, algumas presenciais e outras online. Na primeira fase cerca de 130 mil pessoas, entre brasileiros e estrangeiros, se ins-creveram no programa, que também

O que esperar do Clube Esportivo de Bento Gonçalves? O Gauchão ainda não havia começado e as notícias eram as melhores possíveis. O Esportivo tinha como meta ser o campeão do interior e consequentemente conquistar uma vaga na série D do Campeonato Brasileiro. Foi feito um investimento de peso no treinador escolhido para ficar à frente da equipe. O mineiro Emerson Ávila foi anunciado como o grande nome para alçar o clube às vitórias. Após alguns resultados ruins, porém, houve a demissão e o abatimento refletiu em campo, com o clube sofrendo derrotas conse-cutivas. O carioca Flávio Campos seria a salvação. Não fosse um episódio extracampo.

A campanha do Esportivo no Gauchão estava longe de ser aplaudida. Com um futebol de pouca qualidade técnica e o fraco número de torcedores no Estádio, a reação do Alviazul foi se ofuscando em um fracasso coletivo. A equipe serrana corria sérios riscos de ser rebaixada para a segundona gaúcha, e para evitar esse constran-gimento teria que reagir. A vitória diante do Veranópolis em Bento poderia ter sido o alívio imediato, porém foi o começo de um pesadelo.

O futebol vencedor dentro das quatro linhas foi derrotado pela violência inex-plicável. Além de ofensas no decorrer da partida, o árbitro Márcio Chagas da Silva foi surpreendido ao se dirigir para seu veículo no estacionamento do clube (o resto da história todos sabemos). O Clube foi punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) com o rebaixamento para a série B do Gauchão, além da multa de R$ 30 mil e a perda de seis mandos de campo. Não há mais nada a ser feito a não ser uma volta triunfal para o Gauchão de 2016. Para isso, no entanto, o Esportivo terá de mostrar força na segunda gaúcha (sendo campeão) e retornar a trilhar um caminho de conquistas e glórias.

O atual goleiro do Grêmio, Marcelo Grohe, 27 anos, começou a carreira profissional no tricolor em 2005. Antes disso, ainda passou pelas categorias de base. Só esse ano é que conquistou o posto de titular absoluto. Antes disso, investiu tempo e paciência sendo re-serva de goleiros como Galatto, Victor e Dida. O camisa 1 do Grêmio, esperou nove anos para chegar no posto que ele tanto almejou. Em entrevistas sempre demonstra ponderação e bom-humor que poucos profissionais têm. Mesmo quando as coisas não dão tão certo, ele res-ponde tranquilamente aos repórteres.

Talvez o exemplo de Grohe possa ser usado por todos nós e prin-cipalmente dentro das empresas. Vestir a camisa, acreditar em si e nos líderes e exemplos, paciência para “agarrar” o momento certo, podem ser o trunfo principalmente para quem está entrando no mercado de trabalho. Vivemos num mundo imediatista e podemos usar o tempo que o Marcelo Grohe ficou no banco aprendendo, para aplicar no nos-so dia a dia. Humildade, estudar sempre, observar, não desistir e as coisas acontecem. Pelo menos é o que o avalio olhando para história do Grohe. Pare e pense: você não está jogando o seu tempo fora, você está sempre ganhando aprendizagem e no momento certo você será o titular absoluto.

Advogado de Bento voluntário na Copa do Mundoenglobou a Copa das Confederações, em 2013. Desses, 90 mil avançaram ao processo seletivo e somente sete mil foram selecionados. Trivilin foi o único voluntário da Serra Gaúcha seleciona-do para atuar na Copa das Confede-rações. Para o Mundial, o número de inscritos passou de 190 mil. Cerca de 15 mil pessoas foram selecionadas para trabalhar nas doze cidades-sedes: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Segundo o advogado, que pas-sou por entrevista individual, teste de inglês e treinamentos promovidos para a seleção de voluntários, a FIFA é muito organizada e sabe o que está fazendo.

Inicialmente, Trivilin recusou a oferta de “Líder de Credenciamento”

para atuar no Estádio Beira-Rio. Foi rea-locado para trabalhar como voluntário de Tecnologia da Informação, uma área iminentemente técnica. Para isso reali-zou o treinamento online de Gerência de Tecnologia – TI (abrangendo os cur-sos de Gerenciamento de Tecnologia; Segurança, Saúde e Boas Práticas; e Sustentabilidade).

Porto Alegre receberá cerca de mil voluntários para o Mundial, de maio a julho de 2014. “Terei uma escala de trabalho intercalada entre o dia 10 de junho ao dia 1 de julho, de nove horas diárias, e estarei presente nos jogos de França x Honduras (15 de junho), Aus-trália x Holanda (18 de junho), Coréia do Sul x Argélia (22de junho), Nigéria e Argentina (25 de junho) e no Jogo das Oitavas de Final (30 de junho), conci-

liando com minhas atividades profis-sionais e acadêmicas,” explica o advo-gado, que atualmente cursa MBA em Administração de Empresas.

Thiago Trivilin está de mochi-la pronta para trabalhar como volun-tário na Copa do Mundo

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Empresas12 Jornal Integração da Serra | 05 de maio de 2014

Neste ano, o Dia do Vinho terá programação estendida. Com o tema “Viva o Vinho! Brinde a Vida”, acontecem pro-gramações especiais em oito municípios da região Uva e Vinho e em cinco municípios da região Campanha Gaúcha, de 23 de maio a 1 de junho. O Sindicato dos Hotéis Res-taurantes Bares e Similares Região Uva e Vinho (SHRBS) e o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) pretendem mobilizar pelo menos 200 empreendimentos com oferta de ativida-des. Da Serra, integram a programação os municípios de Antônio Prado, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupi-lha, Flores da Cunha, Garibaldi, Monte Belo do Sul e Pinto Bandeira. Da Campanha, estão representados no evento os municípios de Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Itaqui e Santa-na do Livramento.

A 5ª edição do Dia do Vinho conta também com o apoio das entidades Sindivinho, Bento Convention Bureau, Caxias

Milhares de pessoas visitaram o Vale dos Vinhedos entre os feriados de Páscoa, Tiradentes e Dia do Tra-balho para desfrutar do clima ameno de outono e as belas paisagens pro-porcionadas pela estação ao destino turístico. Também nesses últimos fe-riados, centenas de pessoas aprovei-taram momentos de lazer, descanso e diversão no Hotel Villa Michelon. A ocupação do hotel atingiu sua totali-dade, comprovando a excelente hos-pitalidade do estabelecimento.

Inserido no Vale dos Vinhedos, roteiro que conta com mais de 30

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“Viva o Vinho! Brinde a Vida” de 23 de maio a 1 de junhoProgramações alusivas ao Dia do Vinho acontecerão em 13 municípios

Convention & Visitors Bureau, SHRBS de Garibaldi, Afavin, Asprovinho e Atuaserra.

Descontos de até 30%Durante a Semana do Vinho estão previstos descontos

na compra ou degustações nas vinícolas participantes, de 10% a até 40%, promoções em hotéis, cursos de degus-tação, gastronomia, além dos tradicionais Workshops de Mídias Sociais e o Brinde Coletivo. Um novo site, pelo ende-reço www.diadovinho.com.br.

A saberEm 12 de dezembro de 2003 ocorreu a promulgação

da lei que instituiu o Dia do Vinho no Rio Grande do Sul. O projeto partiu do então deputado estadual Iradir Pietroski (PTB) e definiu como data o primeiro domingo de junho.

Projetos de quartos de bebêcom assinatura da Gica Kids

Com a chegada de uma crian-ça, a casa muda literalmente. Afinal, todo bebê necessita de um cantinho só dele. Pensando nisso, a Gica Kids planeja o quarto das crianças com a união do designer personalizado e o bom-gosto da decoração. Conforme a sócia-proprietária, a designer Janaí-na Zaffari, nossas necessidades estão sempre mudando e o nascimento de um bebê é um exemplo disso. “As tendências são de móveis infantis re-vestidos em laca acetinada. Também, os berços equipados com sistemas

patenteados como antirrefluxo e pro-tetores de grade,” comenta.

Ainda segundo a designer, mó-veis com cristais swarovski, detalhes em acrílico, gavetas usinadas e tra-mas decorativas sintéticas são os di-ferenciais de criação dos produtos da loja. A Gica Kids é administrada pelas irmãs Janice e Janaína Zaffari. Locali-zada na Avenida Planalto, 659, Vive-rone Planalto, em Bento Gonçalves. Fone: 54. 3055. 0399. Para seu maior conforto acesse o sitewwww.gicaki-ds.com.br e faceboock.com/gicakids.

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Turistas lotaram o Hotel VillaMichelon nos últimos feriadões

Joceli Barroso

vinícolas abertas à visitação e degus-tação, o hotel oferece acomodações em apartamentos luxo, superluxo com hidromassagem e suítes espe-ciais. Além de atender os adultos com piscina, quadras poliesportivas e inú-meras atrações em meio à exuberan-te natureza, o Villa Michelon oferece aos hóspedes mirins uma série de atividades, entre elas visita ao pomar e à horta ecológica, área para trilhas ecológicas e minifazenda, tudo sob o olhar atento das recreacionistas.

Pacotes especiais e reservas no site www.villamichelon.com.br.

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Caderno de Cultura e Arte | Nº 10 | Maio 2014

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

Tchê e Tchóem quadrinhos

Programe-se com a agenda cultural

Ilustração: Ernani Cousandier

Páginas 06 e 07

Uma prosa comMontaigne

As reflexões do filósofo francês que ensina a viver

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02 | Mosaico | 05 de maio de 2014

Primeiras Palavras

8 de maio, dia do profissional deMarketing, um ser multidisciplinar

MachadoMBA em Marketing pela FGV,

coordenadora de Marketing da Cinex e Diretora de Comunicação

do Sindmóveis

Vanessa

RogérioGava

Escritor e [email protected]

Marketing: estratégico, digital, de relacionamento, de produtos, de vendas, 3.0, pessoal, verde, social, cul-tural, esportivo, de guerrilha, viral, endomarketing, tele-marketing. As vertentes são muitas e, com a evolução do mercado, diversas outras surgirão e o profissional de ma-rketing precisa estar a par de todas para saber quando aplicá-las em sua empresa. Que desafio, não é?

É como dizer que uma pessoa precisa estar conec-tada com todas as etapas de criação do produto - cada detalhe absorvido ajuda a engrandecer o processo - para buscar nas pequenas entrelinhas a solução genial que estava faltando para o consumidor: ficar satisfeito.

Multidisciplinar é a palavra que achei para tentar de-

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O debate corria solto no rádio. De um lado, um en-trevistado pintava o mercado como o próprio diabo, o grande responsável pelas mazelas e injustiças sociais. Enquanto outro vociferava contra a incompetência do Es-tado a se meter na vida econômica. Daí para a ideologia tomar conta do programa foi um pulo, e o bom senso foi para o brejo. Só me restou trocar de estação.

Entre paladinos do Estado e catequistas do mercado, não fico com nenhum. Pelo simples motivo de que preci-samos tanto do Estado, quanto do mercado. Quando o mercado padece, logo as consequências chegam. Cuba e Venezuela estão aí para provar. Quando o estado se abs-tém de seu papel regulador, os prejuízos também vêm a galope. A crise de 2008 nos EUA deu provas suficientes disso. A saída, ao que parece, é uma economia livre, mas regulada, onde o mercado não corre absolutamente sol-to, mas também o Estado não atravanca. Nem atrapalha.

O Estado não é lá muito bom para criar riqueza, acho que o leitor e a leitora concordam. O mercado é muito mais eficiente nisso. Por outro lado, esse mesmo merca-do não é assim afeito a criar justiça social. Pelo simples motivo desse não ser seu objetivo. O objetivo do merca-do – e não poderia ser outro – é a troca de mercadorias e serviços com a respectiva geração de lucro. Mas nem tudo pode estar submetido à lógica do capital. Saúde, justiça, moral, dignidade, educação, são exemplos. Não

finir o perfil deste profissional. Ele precisa ficar antenado com o mundo, com o seu público-alvo e com todos os setores da empresa. Deve estar atento aos momentos que antecedem a compra até o momento da pós-venda. Encantar e satisfazer o cliente é seu desafio!

Como diz um de nossos mentores, Peter Drucker: “A meta do marketing é conhecer e entender o consumidor tão bem, que o produto ou serviço se molde a ele e se venda sozinho”.

Desafios nada fáceis, mas que seduzem, viciam, tra-zem adrenalina e nos envolvem todos os dias.

Parabéns para você que escolheu essa profissão. Pa-rabéns a você, profissional de Marketing!

Estado e Mercadose pode mercantilizar a sociedade.

Um mercado livre, mas regulado, parece ser a fórmu-la de uma sociedade realmente liberal. O mercado com o mínimo de interferência do Estado, mas não totalmente sem interferência. O mercado gerando riqueza e o Estado zelando pelo o que não pode estar à venda. As empresas produzindo e criando empregos, e o Estado compensan-do os efeitos colaterais nocivos e injustos provenientes justamente dessa liberdade. Estado e mercado em fino equilíbrio, eu diria.

Esse, penso, é o grande mal entendido que às vezes toma conta do debate político-econômico-social (e mais uma vez temos eleições pela frente, estejamos prepara-dos...). Socialistas radicais e liberais exacerbados con-fundem liberalismo com ultraliberalismo. Esquecem que um governo realmente liberal favorece a liberdade eco-nômica e política, sem, no entanto, eximir-se de intervir na economia quando isso se faz necessário. Enquanto que para o liberal ingênuo o mercado resolve tudo, para aquele menos eufórico – e mais lúcido – haverá sempre uma parte não-mercantilizada da sociedade, aquela pela qual justamente o Estado deve zelar. É por isso que o libe-ralismo me parece uma perspectiva econômica e política bastante razoável para os nossos dias. Mesmo porque, ao que eu saiba, não se encontrou até hoje alternativa melhor para gerar riqueza e promover o bem estar social.

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Programe-se

A programação da 29ª Feira do Livro de Ben-to Gonçalves destaca a leitura nos formatos im-presso e digital, de 7 a 18 de maio. Pela primeira vez, a Feira tem um casal como patronos. São os escritores Gilmar Caio e Fabiane Sassi Caio, resi-dentes em Bento Gonçalves. O escritor homena-geado será Uili Bergamin, que reside em Caxias do Sul.

PsicologiaO quê - XV Simpósio de Pesquisa e Inter-câmbio Científico da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicolo-gia (ANPEPP)Quando - 6 e 9 de maio de 2014Onde - Centro de Convenções do Dall’ Onder Grande Hotel

Feira do LivroO quê – Abertura oficial 29ª Feira do Livro de Bento GonçalvesQuando - 7 de maio, 17 hHomenagem ao casal patrono e ao escri-tor homenageadoOnde - Via Del Vino AmazôniaO quê - apresentação do livro “Amazônia - estradas d´água”, de Fabiano Mazzotti e Marli Tasca MarangoniQuando - 8 de maio, 19hOnde - Bistrô Café com Arte

Dia do DesafioO quê - lançamento do Dia do Desafio 2014Quando - 14 de maio, 9hOnde - Unidade do SESC Bento Gonçalves

RestauroO quê - entrega das obras de restauração do Santuário Santo AntônioQuando - 15 de maio, 19h30Onde - Igreja Matriz Santo Antônio

Memórias de Bento GonçalvesO quê - lançamento do livro “ Século XX - Memórias de Bento Gonçalves”Quando - 16 de maio, 19h30Onde - Showroom técnico Cinex, Bento Gonçalves

DançaO quê - Espetáculo Picasso, da Cia La Cue-va de dança e música flamencaQuando - 17 de maio, 20hOnde - Fundação Casa das Artes

Jantar do CodeguimO quê - Jantar do Codeguim (136ª Festa de Santo Antônio)Quando - 23 de maio, 20hOnde - Salão Paroquial Animação - Pértile

Exposição FotográficaO quê - Exposição Fotográfica “Giorno Nazionale del Italia”Quando - 2 a 6 de junhoOnde - Prefeitura de Bento Gonçalves

“Bocheiros” na telinha

O filme “Bocheiros” rodado, em 2013, em Santa Tereza será exibido pela TVE-RS nos dias 13, 14, 15 e 16 de maio, às 20h. O roteiro sobre a rivalidade entre duas cida-des fictícias, que se mobilizam em torno do Campeonato Mundial de Bochas tem a dire-ção de Boca Migotto.

29ª Feira do Livro de Bento GonçalvesEvento, na Via del Vino, tem como tema o livro, a leitura e as novas tecnologias

Escritor homenageadoUili Bergami é natural de Bento Gonçalves, passou a ado-

lescência em Cotiporã e já adulto estabeleceu-se em Caxias do Sul, onde cursou diversas oficinas literárias. Coordena ações como as Rodas de Leitura, Concurso Anual Literário e Livros para Ouvir, esta última finalista do Viva Leitura 2011, o mais importante prêmio de incentivo à leitura do Brasil. Como escritor, recebeu mais de 50 distinções literárias, algu-mas de nível nacional e internacional. É um dos ficcionistas mais lidos da Serra Gaúcha. Seus textos já foram adaptados para o cinema, peças de teatro e radiofônicas, espetáculos de dança, exposições fotográficas e outras linguagens artísti-cas. É autor dos livros: ‘O Sino do Campanário’ (contos), ‘Cela de Papel’ (novela), ‘Do Útero do Mundo’ (poesias), ‘A Ilha Má-gica’ (juvenil), ‘Contos de Amores Vãos’ (contos), ‘Tetraedro’ (crônicas), ‘Luiz Pizzetti - Uma consciência que pulsa’ (biogra-fia), ‘A Mordaça’ (juvenil) e ‘O suor dos fortes’ (poemas). Tam-bém escreve para jornais e revistas e participa de eventos culturais no Estado.

Casal patronoFabiane Sassi Caio é bento gonçalvense, for-

mada em Letras, professora e escritora de livros infantis. Participou da elaboração e execução de Oficinas Literárias de incentivo a leitura e a produ-ção textual. Sua paixão é contar histórias, entre elas estão os livros que publicou: ‘Quem está aí?’ e também as que é coautora: ‘Andorinha Dori-nha’, ‘O Segredo Arco-Irís’, ‘Geovanella e Bartoldo em Terra à Vista’, ‘Qual é o Mistério?’ e ‘Peteleco’. Obteve premiações em concursos literários em Bento Gonçalves e Veranópolis e está sempre tra-balhando em um novo projeto.

Dom QuixoteA campanha de divulgação do evento, dentro

da proposta de valorização de talentos locais, foi concebida por universitários de Bento Gonçalves. O tema remete ao personagem clássico de Dom Quixote, desde a sua criação, no ano de 1605. A programação inclui espetáculos teatrais, musi-cais, contação de histórias e oficinais literárias, entre outras atividades.

Gilmar Caio, natural de Bento Gonçalves, é formado em Letras, Pós-Graduado em Leitura e Produção Textual, é coautor das obras: ‘Em/Can-tos da Floresta’, ‘Andorinha Dorinha’, ‘Do Que é Feito o Paraíso’, ‘Qual é o Mistério’, ‘Peteleco’ e autor da obra ‘Gol de Letras’. Recebeu premia-ções em concursos literários de Bento Gonçal-ves, Veranópolis, Caxias do Sul e Porto Alegre. Tem participado da elaboração e execução de Oficinas Literárias, de incentivo a leitura, conta-ções de histórias e produção textual em várias cidades.

Fotos: Janete Nodari

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(*) E os grilos e os sapos e os pássaros noturnos envolvem com um canto unânime a cintura morena da noite. Andrés Henestrosa

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FilosofiaPor Rogério Gava

Prêmio Jabuti 2012Ilustrações: Ernani Cousandier

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Uma Prosa com Montaigne

Sobre preocupar-se com o futuroNunca estamos em nós; estamos sempre além. O

temor, o desejo, a esperança jogam-nos sempre para o futuro, sonegando-nos o sentimento e o exame do que é, para distrair-nos com o que será, embora en-tão já não sejamos mais. Todo espírito preocupado com o futuro é infeliz.

Sobre os males e seus efeitosOs homens, diz antigo ditado grego, atormentam-

-se com a ideia que têm das coisas e não com as

A história da filosofia não seria a mesma sem Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592). Fi-lho de família abastada, esse sábio francês foi soldado, administrador, viticultor, prefeito, via-jante, nobre, pai de família. Aos 38 anos afasta--se do mundo e se recolhe em seu castelo para escrever. Nasce Os Ensaios, sua obra-prima literária. Não cria propriamente um sistema fi-losófico, nem era esse seu objetivo. Montaigne

adverte ao leitor já na abertura de sua obra que seus fins foram apenas domésticos e privados. Escrevia de modo leigo, para os amigos. Escre-via livremente. Para entender e se entender.

Nos últimos vinte anos de vida Montaigne anotará as cerca de mil páginas de reflexões que chegaram até nós. Escritas, revistas e reto-cadas na solidão e calmaria de seu refúgio em Périgord, na região de Borde-

aux, sudoeste da França. Os Ensaios é leitura cativante e saborosa. Leitura que permanece atual. Mesmo 400 anos depois de seu apare-cimento. Mesmo em tempos de faces, tubes e tablets.

Montaigne foi generoso. Legou-nos 107 en-saios. Inventou, pode-se dizer, um novo gênero

literário. O ensaio, ou seja, a “tentativa”. Tentativa de entender a vida e seu mis-

tério. O homem e seu caminho. Só pa-rou de tentar quando a morte o levou.

As reflexões que seguem apa-nham um pouco de sua sabedoria

perene.

Montaigne Ensina a Vivercoisas em si. Seria grande passo, em alívio de nossa miserável condição, se se provasse que isso é uma verdade absoluta. Pois se o mal só tem acesso em nós porque julgamos que o seja, parece que estaria em nosso poder, ou não o levarmos a sério ou o colo-carmos a nosso serviço. Se tal coisa depende de nós, por que não a resolveremos, liquidando-a ou tirando vantagem dela? Se aquilo a que chamamos mal não é nem mal nem tormento, e se somente nossa fanta-sia lhe atribui tal qualidade, podemos modificá-lo. E, em o podendo, é absurdo de nossa parte, e sem que

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nada nos obrigue, apegarmo-nos à solu-ção mais aborrecida. E por que atribuir à doença, à indigência, ao desprezo um gosto ácido e mau se podemos os mo-dificar? Pois o destino apenas suscita o incidente; a nós cabe determinar a qua-lidade de seus efeitos.

Sobre o medoO medo é a coisa de que mais medo

tenho no mundo. Ele ultrapassa, pelos incidentes agudos que provoca, qual-quer outra espécie de acidente. O pavor expulsa então de meu coração toda sa-bedoria.

Sobre aprender a morrerDiz Cícero que filosofar não é outra coisa

senão preparar-se para a morte. Isso, talvez, porque o estudo e a contemplação tiram a alma para fora de nós, separam-na do corpo, o que, em suma, se assemelha à morte e constitui como que um aprendizado em vista dela. Ou en-tão é porque de toda a sabedoria e inteligência resulta finalmente que aprendemos a não ter receio de morrer.

Sobre vícios e víciosO mundo não é senão variedade e desseme-

lhança. Os vícios têm, entretanto, em comum, o fato de serem vícios. Contudo, acrescentam os estoicos, embora igualmente vícios não sejam iguais entre si. Assim, aquele que ultrapassou em cem passos dado limite é sem dúvida mais culpado do que aquele que apenas deu dez pas-sos. Nem se dirá que o sacrilégio não é pior do que o roubo de um repolho de nossa horta.

Não levar em consideração a escala de gravi-

dade dos pecados, confundindo-os, é por certo, perigoso, pois disso tirarão vantagem os assas-sinos, os traidores e os tiranos. Não é justo que sua consciência se alivie com a ideia de que fulano é preguiçoso, lascivo ou pouco assíduo à missa. Todos têm tendência a agravar o pecado de outrem e atenuar o próprio.

Sobre dizertolicesTodos estão sujei-

tos a dizer tolices; o mal está em enunciá--las com presunção. (...) Não dou maior atenção às bobagens que me esca-pam. (...) Nosso ser é um aglo-merado de qualidades que são ao mesmo tempo defeitos.

Sobre livros e lerNão busco nos livros se-

não o prazer de um alegre passatempo, e nesse estu-do não me prendo senão ao que possa desenvolver em mim o conhecimento de mim mesmo e me auxilie a viver e morrer bem.

Sobre a vida(extraído de seu último ensaio)

A vida deve ser um objetivo em si mesma, uma finalidade em si mesma.

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“Mamma mia que Festa!!!” É o lema da 6ª edição da Festa in Vêneto, que acontece em Cotiporã de 08 a 11 de maio, com mais de 70 expositores entre indústria, comér-cio, serviços e artesanato. Através do slogan ”ConVIVA”, o evento propõe a experiência e a vivência da gastronomia de Cotiporã. Os sabores serão revelados através das mãos das nonnas que cultivam na cultura italiana o legado das antigas receitas. Na Casa da Mamma serão oferecidos, du-rante todo o evento, pães quentinhos e biscoitos tirados dos fornos à lenha, cappelletti in brodo, pizza, copa, salame, queijo e vinhos.

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Cotiporã promove Festa in Vêneto propondoa vivência e a experiência de sua gastronomia

ShowsNa quinta-feira, dia 08 de maio - show com Família Paga-

nini e Grupo Girotondo, na sexta, dia 09 de maio - show com Os Serranos, no sábado, dia 10 de maio - Fat Duo, Detonau-tas e The Loon’s of Moon Band, após DJ com Som Delta. À tarde acontece show infantil da Galinha Pintadinha, no do-mingo, dia 11 de maio, encerrando as atividade da Festa in Vêneto, show do Grupo Rodeio.

Programação completa e venda de passaportes para to-dos os shows nos pontos de venda no site www.festainve-neto.com.br.

Divulgação