benchmarking internacional referencial -...

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AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV) BENCHMARKING INTERNACIONAL REFERENCIAL - RSS ARM_TEC_02_03_REL_Benchm_Ref_RSS _06_20150715_Vf Julho de 2015 Consórcio:

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AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO

INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM

RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E

VOLUMOSOS (RCCV)

BENCHMARKING INTERNACIONAL

REFERENCIAL - RSS

ARM_TEC_02_03_REL_Benchm_Ref_RSS _06_20150715_Vf

Julho de 2015

Consórcio:

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CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)

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PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE

SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)

Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte

Consórcio: IDP FERREIRA ROCHA Status: Externo

Título do documento: BENCHMARKING INTERNACIONAL REFERENCIAL - RSS

Nome/código:ARM_TEC_02_03_REL_Benchm_Ref_RSS _06_20150715_Vf

Versão: Final

Elaboração:

Ο Alex Quiroga

Ο Ana Silveira

Ο Cristiano Figueiredo Lima

Ο Cynthia Fantoni

Ο Delfim José Leite Rocha

Ο Eduard Millet

Ο Gonzalo Herranz

Ο Gustavo Tetzl Rocha

Ο Henrique Ferreira Ribeiro

Ο Henrique S. L. V. Gomes

Ο Isadora Braga Camargos

Ο Jesus Blasco Goméz

Ο José Claudio Junqueira Ribeiro

Ο Juan Carlos Rives Lopes

Ο Juliana Felisberto

Ο Luciana de Nardi

Ο Marcos Antônio de Almeida Rodrigues

Ο Maria Antônia Vieira Martins Starling

Ο Murilo Zaparoli

Ο Renato Nogueira de Almeida

Ο Solange Vaz Coelho

Ο Thiago de Alencar Silva

Ο Vicente Jiménez de la Fuente

Data: 16/09/2014

Revisão: Jesus Blasco Goméz, Juan Carlos Rives Lopes, Thiago de

Alencar Silva, José Claudio Junqueira Ribeiro Data: 06/03/2015

Aprovação: Jesús Blasco Goméz Data: 15/07/2015

Observações: O Produto em sua primeira versão foi entregue em 12/08/2014 e as considerações para

revisão foram encaminhadas em 16/09/2014. Houve uma nova apresentação no dia 28/10/2014 e outras considerações foram encaminhadas. Uma nova apresentação do documento foi realizada em 06/03/2015 que originou uma nova leva de considerações por parte dos revisores que foram consideradas nesta versão final. Esta é, portanto, a versão final, após todas as possíveis considerações de todos que acompanham o projeto.

Aprovação do Gestor:

Nome: Visto:

Data da Aprovação:

Consórcio:

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APRESENTAÇÃO

Este documento consolidado denominado Benchmarking Referencial Internacional dos

Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) congrega, de forma analítica, as principais

tendências em âmbito internacional para a gestão e gerenciamento dos RSS. Este

documento, formalmente denominado Produto 03 – Benchmarking Internacional

Referencial é o primeiro produto da Fase 02 do PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO

INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

(RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV) e foi elaborado

pelo Consórcio formado pelas empresas IDP Ingeniería y Arquitectura Iberia e Ferreira

Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha) sob coordenação

da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) e

seu Grupo de Acompanhamento (GA).

Como definido inicialmente, a elaboração do Plano está estruturada em três fases:

Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RSS na Região Metropolitana de Belo

Horizonte (RMBH) e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.

Fase 02: Elaboração de proposta para a gestão e o gerenciamento dos RSS, e

Fase 03: Preparação para elaboração e implantação das alternativas para gestão

e gerenciamento dos RSS.

O prazo previsto para a conclusão do projeto é de 22 (vinte e dois) meses e como o início

foi em janeiro de 2014 seu término está previsto para setembro de 2015.

A Fase 01, finalizada em setembro de 2014, teve a função de levantar dados e apresentar

o Diagnóstico da Situação Atual dos RSS na RMBH e Colar Metropolitano de Belo

Horizonte e, por sua vez, foi composta por três produtos, além de um Resumo Executivo,

conforme esquema apresentado no Quadro 1.

Quadro 1 - Etapas da Fase 01 - Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos.

Fonte: Plano de Trabalho Atualizado aprovado, Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RSS na RMBH e Colar Metropolitano de BH

Produto 00: Balizamento técnico, legal e

metodológico para elaboração do Plano

Produto 01: Geração e fluxo de gestão e

gerenciamento dos RSS

Produto 02: Levantamento de planos e projetos,

executados e em execução, para gestão e gerenciamento dos RSS

Resumo Executivo:Síntese analítica de dados

e informações

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A Fase 02 teve início paralelamente com a etapa final da Fase 01 e com a elaboração do Produto 03, e é composta por seis produtos, conforme descrito de forma sintética no quadro que se segue.

Quadro 2 - Etapas da Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição final dos RSS.

Fonte: Plano de Trabalho Atualizado aprovado, Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição final dos RSS

Produto 03: Benchmarking

Referencial Nacional e

Internacional de Gestão e

Gerenciamento de RSS

Produto 04 -Alternativa de

Gestão e Gerenciamento

de RSS recomendada

Produto 05 -Alternativas

para o Transbordo,

Tratamento e Disposição Final

Produto 07 -Possibilidades de Implantação

de Soluções Integradas

Produto 06 -Áreas

Favoráveis para Instalação de Infraestruturas

de RSS

Produto 08 -Sistema de

Gerenciamento Proposto

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Pag. 5

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................3

SUMÁRIO ..........................................................................................................................5

LISTA DE QUADROS ........................................................................................................9

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................11

LISTA DE SIGLAS ...........................................................................................................13

INTRODUÇÃO .................................................................................................................14

1.0. ASPECTOS METODOLÓGICOS ..........................................................................16

2.0. IDENTIFICAÇÃO E INERTIZAÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÕES.....................17

3.0. OBJETIVOS DE UM BENCHMARKING REFERENCIAL ......................................18

3.1. O PROCESSO DE BENCHMARKING ...............................................................18

3.2. BENEFÍCIOS DO BENCHMARKING .................................................................19

4.0. OBJETIVOS DO PRODUTO 03 - BENCHMARKING REFERENCIAL

INTERNACIONAL PARA OS RSS ...................................................................................20

4.1. ESTRUTURA DE ANÁLISE DE BENCHMARKING DE RESÍDUOS SÓLIDOS

DOS SERVIÇOS DE SÁÚDE ..........................................................................................21

5.0. BENCHMARKING REFERENCIAL RSS ...............................................................23

5.1. INTRODUÇÃO...................................................................................................23

5.2. CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DOS RSS ........................................24

5.3. VISÃO GLOBAL DA LEGISLAÇÃO ...................................................................34

5.3.1. Âmbito geral de tratamento ....................................................................................... 34

5.3.1.1. Austrália/Nova Zelândia ................................................................................ 34

5.3.1.2. Estados Unidos .............................................................................................. 34

5.3.1.3. Europeu ........................................................................................................ 34

5.3.1.4. Autonômico .................................................................................................. 35

5.3.2. Incineração ............................................................................................................... 36

5.3.2.1. Europeu ........................................................................................................ 36

5.3.2.2. Estadual ........................................................................................................ 37

5.4. COMPOSIÇÕES TÍPICAS DOS RSS ................................................................37

5.4.1. Tipos de resíduos ..................................................................................................... 37

5.4.2. Caracterização básica dos resíduos hospitalares ...................................................... 38

5.5. CENTROS DE TRATAMENTO DE ACORDO COM A GESTÃO .......................42

5.5.1. Gerenciamento intraestabelecimento ........................................................................ 44

5.5.2. Gerenciamento extraestabelecimento ....................................................................... 44

5.5.3. Recuperação e reciclagem de RSS ........................................................................... 44

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Pag. 6

5.5.4. Segregação e acondicionamento dos RSS................................................................ 45

5.5.5. Sistema de segregação ............................................................................................ 46

5.5.6. Segregação básica, tipos de contêineres, códigos de cores e identificação ............... 46

5.5.7. Segregação dos resíduos não perigosos ................................................................... 47

5.5.8. Segregação dos resíduos perigosos ......................................................................... 49

5.5.9. Recipientes de resíduos: as especificações e disposições locais............................... 50

5.5.10. Coleta no estabelecimento de saúde ......................................................................... 54

5.5.11. Coleta e transporte externos ..................................................................................... 55

5.5.12. Ciclo do manejo dos RSS ......................................................................................... 57

5.5.13. Critérios para a seleção do tratamento ...................................................................... 60

5.5.14. Tecnologias para o tratamento dos RSS ................................................................... 61

5.6. EXEMPLOS DE PLANTAS INDUSTRIAIS PARA O TRATAMENTO DE RSS ...64

5.7. DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS PARA O TRATAMENTO DOS RSS ..........67

5.7.1. Incineração ............................................................................................................... 67

5.7.2. Impactos ambientais do tratamento por incineração .................................................. 71

5.7.2.1. Filtro de mangas ............................................................................................ 73

5.7.2.2. Filtros eletrostáticos (precipitador ou eletrofiltro) ......................................... 75

5.7.2.3. Lavadores de gases:....................................................................................... 75

5.7.2.4. Filtros de carvão ativado ............................................................................... 75

5.7.3. Esterilização por autoclave ....................................................................................... 76

5.7.3.1. Impactos ambientais do tratamento por autoclave........................................ 79

5.7.4. Desinfecção por micro-ondas .................................................................................... 82

5.7.4.1. Especificações técnicas do equipamento ....................................................... 82

5.7.4.2. Aspectos técnico-operativos .......................................................................... 83

5.7.4.3. Impactos ambientais do tratamento por micro-ondas ................................... 84

5.7.5. Pirólise...................................................................................................................... 84

5.7.5.1. Resíduos mais apropriados para o tratamento .............................................. 86

5.7.5.2. Vantagens/inconvenientes ............................................................................ 86

5.7.6. Aterro Sanitário especial para RSS ........................................................................... 89

5.7.6.1. Impactos ambientais da disposição em aterros sanitários .............................. 90

5.8. CENTROS PARA O TRATAMENTO DE RSS ...................................................90

5.8.1. Planta Tipo I: Centro de tratamento de RSS externo ................................................. 90

5.8.1.1. Descrição do processo de tratamento ........................................................... 91

5.8.1.2. Recepção de resíduos .................................................................................... 91

5.8.1.3. Armazenamento de resíduos ......................................................................... 91

5.8.1.4. Esterilização .................................................................................................. 92

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5.8.1.5. Área técnica .................................................................................................. 94

5.8.1.6. Pós tratamento ............................................................................................. 94

5.8.1.7. Lavagem dos containers/recipientes/bombonas............................................ 94

5.8.1.8. Saída de resíduos da planta ........................................................................... 95

5.8.1.9. Circuito fechado de refrigeração ................................................................... 95

5.8.1.10. Descrição dos equipamentos ......................................................................... 96

5.8.2. Planta tipo II: Centro de tratamento de RSS Interno .................................................. 97

5.8.2.1. Descrição do processo de tratamento ........................................................... 97

5.8.2.2. Recepção de resíduos .................................................................................... 97

5.8.2.3. Armazenamento de resíduos ......................................................................... 97

5.8.2.4. Esterilização .................................................................................................. 99

5.8.2.5. Compactador de resíduos .............................................................................. 99

5.8.2.6. Lavagem dos containers/recipientes/bombonas.......................................... 100

5.8.2.7. Saída de resíduos da planta ......................................................................... 100

5.8.2.8. Descrição dos equipamentos ....................................................................... 100

5.8.2.9. Impactos ambientais de um Centro para tratamento de RSS ....................... 100

6.0. MODELOS DE GESTÃO DOS RSS .................................................................... 101

6.1. OBJETIVOS DOS MODELOS DE GESTÃO .................................................... 101

6.1.1. Infraestruturas mínimas disponíveis para a gestão dos RSS ................................... 101

6.1.2. Sistemas de segregação e classificação ................................................................. 101

6.1.3. Zona de acondicionamento ..................................................................................... 101

6.1.4. Zona de tratamento ................................................................................................. 101

6.1.5. Célula ou depósito de segurança para RSS ............................................................ 102

6.2. ESTRATÉGIA 3RS - REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR ........................... 103

6.3. RESPONSABILIDADES .................................................................................. 104

6.4. INSTRUMENTOS ECONÔMICOS................................................................... 105

6.5. ALTERNATIVAS DE CONSCIENTIZAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........ 105

6.6. CAMPANHAS DE SENSIBILIZAÇÃO .............................................................. 107

7.0. ALTERNATIVAS INTERNACIONAIS DE IMPULSO AO SETOR DE RECICLAGEM

DOS RSS ...................................................................................................................... 117

8.0. MEDIDAS A PROMOVER ................................................................................... 118

9.0. RISCOS ASSOCIADOS À ELIMINAÇÃO DOS RSS ........................................... 119

10.0. COMPARATIVO ENTRE MODELOS DE GESTÃO ......................................... 120

11.0. ESTIMATIVA DE CUSTOS .............................................................................. 123

12.0. MÉTODOS DE FINANCIAMENTO .................................................................. 132

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Pag. 8

12.1. CONCESSÃO DE SERVIÇOS ......................................................................... 132

13.0. CONSIDERAÇõES finais E RECOMENDAÇõES ............................................ 139

14.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 142

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Pag. 9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Etapas da Fase 01 - Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos. -------------- 3

Quadro 2 - Etapas da Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e

disposição final dos RSS. ------------------------------------------------------------------------------------ 4

Quadro 3 - Ficha standard para determinar a quantidade de resíduos gerados por dia em

um estabelecimento de saúde que atende 24h/dia no Peru. -------------------------------------- 26

Quadro 4 - Índice de geração de resíduos para 08 hospitais da região de Lima, Peru. 2014.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 26

Quadro 5 - Índice de geração de resíduos (Kg/leito-dia) para 13 estabelecimentos de saúde

localizados em países da América Latina.-------------------------------------------------------------- 27

Quadro 6 - Parâmetro de geração de RSS (Kg/leito-dia) para diferentes países. ----------- 27

Quadro 7 - Características dos Sistemas de Classificação de Resíduos de Serviço de

Saúde estabelecida por alguns países e órgãos de referência mundial. ---------------------- 29

Quadro 8 - Alternativas de valorização e tratamento de acordo com o Código Europeu de

Resíduos (CER- 2000/532/CE) para os RSS codificados de pela IN 13 de 2012 Ibama e,

quando cabível, de acordo com a RDC ANVISA 306/2004. --------------------------------------- 31

Quadro 9 - Valorização de RSS, de acordo com a Normativa Europeia CER- 2000/532/CE

para os resíduos classificados pela IN 13, 18/13/2012. -------------------------------------------- 33

Quadro 10 - Tratamento de RSS, de acordo com a Normativa Europeia CER- 2000/532/CE

para os resíduos classificados pela IN 13, 18/13/2012. -------------------------------------------- 33

Quadro 11 - Classificação dos RSS tomando como referência o Decreto 83/99, de 3 de

junho, pelo qual se regulam as atividades de produção e gestão de resíduos infectantes e

citotóxicos da Comunidade de Madrid, Espanha. ---------------------------------------------------- 40

Quadro12 - Classificação dos RSS tomando como referência “Decreto 83/99, de 3 de junio,

por el que se regulan las actividades de producción y gestión de los resíduos infectantes y

citotóxicos de la Comunidad de Madrid – España”--------------------------------------------------- 41

Quadro 13 – Classificação dos RSS no Peru de acordo com “Guía de manejo de resíduos

sólidos hospitalarios, Peru, 2011”. ------------------------------------------------------------------------ 42

Quadro 14 - Modelo de cores e classes para armazenamento de RSS de acordo com o

estipulado pela OMS. ----------------------------------------------------------------------------------------- 47

Quadro 15 - Métodos de tratamento recomendados para RSS de acordo com o Manual

para o manejo de resíduos em estabelecimentos de saúde, Pro Salute Novi Mundi, 2010.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 61

Quadro 16 - Tecnologias de tratamento de RSS mais utilizadas em âmbito global. ------- 63

Quadro 17 - Planta de Tratamento Térmico para RSS em Astúrias, Espanha. -------------- 64

Quadro 18 - Centro para tratamento de resíduos químico/resíduos de serviços de saúde

em Hong Kong, Japão. --------------------------------------------------------------------------------------- 66

Quadro 19 - Planta de Esterilização de resíduos dos serviços de saúde em Vizcaya,

Espanha. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 66

Quadro 20 - Preços (Euros) de referência na Espanha para o equipamento Filtro de Manga,

2014. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 74

Quadro 21 - Fatores ambientais, ações impactantes e impactos provocados pela utilização

de tratamento de RSS por autoclave. -------------------------------------------------------------------- 80

Quadro 22 - Análise comparativa entre o tratamento por incineração e por pirólise.------- 88

Quadro 23 - Tempo máximo de armazenamento de resíduos dos serviços de saúde antes

do processo de esterilização. ------------------------------------------------------------------------------ 98

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Pag. 10

Quadro 24 - Tempo máximo de armazenamento final de RSS tipo Citotóxico nas ilhas

Canarias, Espanha. ------------------------------------------------------------------------------------------- 98

Quadro 25 - Comparação entre modelos de gestão para os RSS utilizados em localidades

geográficas diferentes. ------------------------------------------------------------------------------------- 121

Quadro 26 - Descrição dos custos de construção e operação de uma planta de tratamento

de RSS --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 123

Quadro 27 - Investimento estimado e custos de operação para processos e tratamento de

RSS -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 124

Quadro 28 - Custos do tratamento de resíduos dos serviços de saúde na Suíça. -------- 125

Quadro 29 - Investimento inicial para implantação de incineradores na Indonésia. ------ 125

Quadro 30 - Investimento inicial para implantação de incineradores na África.------------ 125

Quadro 31 - Investimento inicial de central incineradora adequada aos padrões

internacionais de segurança. ----------------------------------------------------------------------------- 126

Quadro 32 - Investimento inicial para o tratamento de RSS por processos complementares

em diversos países do mundo. -------------------------------------------------------------------------- 128

Quadro 33 - Custos de investimento para tecnologias de pirólise na Europa, 2014. ----- 130

Quadro 34 - Custos de investimento para planta de esterilização na Europa, 2014.----- 131

Quadro 35 - Modalidades de Associações Público Privadas mais usadas e a transferência

de riscos. ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 136

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Pag. 11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Relação entre Plano, Gestão e Gerenciamento. ..............................................14

Figura 2 - Modelo de ciclo de melhoria contínua. .............................................................21

Figura 3 - Exemplo da codificação de resíduos definidos pelo Ibama, pela IN 13 de

18/12/2002. ......................................................................................................................28

Figura 4 - Pirâmide de hierarquização das estratégias para uma gestão adequada de

resíduos. ..........................................................................................................................43

Figura 5 - Exemplo de embalagem utilizadas para o processo de tratamento de RSS. ...50

Figura 6 - Exemplo de embalagem plástica utilizadas para RSS. ....................................51

Figura 7 - Embalagem alternativa para armazenamento de resíduos perfurocortantes. ...52

Figura 8 - Exemplos de embalagens alternativas para o armazenamento de resíduos

perfurocortantes. ..............................................................................................................53

Figura 9 - Exemplos de embalagens próprias para o armazenamento de resíduos

perfurocortantes. ..............................................................................................................54

Figura 10 - Os sacos de resíduos infectantes devem ser lacrados antes do descarte. ....55

Figura 11 - Esquema para a gestão extraestabelecimento de resíduos dos serviços de

saúde utilizado pela administração da Catalunha e divulgado pelo seu departamento de

meio ambiente em 2010...................................................................................................57

Figura 12 - Diagrama de fluxo recomendado para otimização e adequação dos RSS. ....59

Figura 13 - Incinerador Estático. ......................................................................................65

Figura 14 - Incinerador de Forno Rotativo. .......................................................................65

Figura 15 - Sistema de coleta de cinzas. .........................................................................65

Figura 16 - Vista panorâmica da Planta de Tratamento. ..................................................66

Figura 17 - Contêineres de 1.100 litros. ...........................................................................67

Figura 18 - Contêineres de 60 litros. ................................................................................67

Figura 19 - Exemplo do diagrama de processo de uma planta de incineração. ................68

Figura 20 - Características de um forno rotativo. .............................................................70

Figura 21 - Detalhe de um filtro de manga. ......................................................................74

Figura 22 - Detalhe de um lavador de gases verticais. .....................................................75

Figura 23 - Componentes de um filtro de carvão ativado. ................................................76

Figura 24 - Esquema representativo do funcionamento do tratamento de RSS por

autoclave. ........................................................................................................................78

Figura 25 - Exemplo do diagrama de processo de uma planta de pirólise. ......................87

Figura 26 - Imagem ilustrativa do fluxo de Tratamento de Resíduos da Saúde por

esterilização .....................................................................................................................93

Figura 27 - Corte transversal do solo dotado de sistema de impermeabilização e suas

respectivas camadas. .................................................................................................... 103

Figura 28 - Campanha para segregação de resíduos em um Hospital de Buenos Aires,

Argentina, 2010. ............................................................................................................ 108

Figura 29 - Campanha para segregação de resíduos em um Hospital de Buenos Aires,

Argentina, 2010. ............................................................................................................ 109

Figura 30 - Campanha para segregação de resíduos em um Hospital de Buenos Aires,

Argentina, 2010. ............................................................................................................ 110

Figura 31 - Campanha para segregação de resíduos em um Hospital de Buenos Aires,

Argentina, 2010. ............................................................................................................ 111

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Pag. 12

Figura 32 - Campanha de sensibilização para a disposição adequada de RSS na Índia.

...................................................................................................................................... 112

Figura 33 - Material informativo destinado aos trabalhadores de um estabelecimento de

saúde na Índia. .............................................................................................................. 113

Figura 34 - Capa do documento para a gestão de RSS publicado pelo Governo de Navarra,

Espanha. ....................................................................................................................... 114

Figura 35 - Parte do documento de gestão dos RSS do Governo de Navarra, Espanha.

...................................................................................................................................... 115

Figura 36 - Parte do documento de gestão dos RSS publicado pelo Governo de Navarra,

Espanha. ....................................................................................................................... 116

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Pag. 13

LISTA DE SIGLAS

3R REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR

ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

ANVISA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

AORN ASSOCIATION OF OPERATING ROOM NURSES

CCAA COMUNIDADES AUTÔNOMAS

CDR COMBUSTÍVEL DERIVADO DE RESÍDUOS

CER CÓDIGO EUROPEU DE RESÍDUOS

CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

EPA ENVIRONMENTAL PROTECCTION AGENCY

GA GRUPO DE ACOMPANHAMENTO

HIV VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

IDEA INSTITUTO PARA DIVERSIFICAÇÃO DA ENERGIA (ESPANHA)

IPCC PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

MAGRAMA MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E MEIO RURAL E MARINHO

MINSA MINISTÉRIO DA SAÚDE DO PERU

MTD MANUAL DE MELHORIAS TÉCNICAS DISPONÍVEIS

OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

ONG ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL

PCI PODER CALORÍFICO INFERIOR

PEAD POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE

PNUMA PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE

PVC POLICLORETO DE VINIL

RDC RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA

RD REAL DECRETO

RMBH REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

RSS RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

T TRATAMENTO

V VALORIZAÇÃO

WHO WORLD HEALTH ORGANIZATION

WMAA WASTE MANAGEMENT ASSOCIATION OF AUSTRALIA

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Pag. 14

INTRODUÇÃO

Um plano de gestão de resíduos, em linhas gerais, tem a função de orientar a gestão e o

gerenciamento dos resíduos para a região a que se aplica. O Plano Metropolitano de

Gestão Integrada dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) está sendo elaborado para

promover uma melhoria contínua no fluxo desses resíduos, considerando a realidade e as

soluções mais adequadas para os municípios da Região Metropolitana (RMBH) e Colar

Metropolitano de Belo Horizonte. A gestão dos resíduos é de responsabilidade

governamental, intransferível, e abarca a definição de estratégias, políticas, diretrizes e

metas que balizam o gerenciamento dos resíduos -de responsabilidade do gerador-, e

guarda um cunho mais operacional, como demonstrado na Figura 1.

Figura 1 - Relação entre Plano, Gestão e Gerenciamento. Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Quando concluído, este Plano, que está sendo elaborado a partir das premissas da

pluralidade e da representatividade da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte,

contribuirão para um processo de gestão e gerenciamento dos resíduos de forma mais

eficiente, uma vez que:

A situação atual será conhecida.

Estarão definidos, com a perspectiva metropolitana, diretrizes, objetivos e metas.

Serão fomentados a implantação e aperfeiçoamento da gestão e a inertização de

dados e informações.

Serão planejadas, alinhadas, ordenadas e monitoradas as atividades do

gerenciamento.

Serão otimizados esforços, em busca de maior eficiência e menor custo das

atividades.

Este Benchmarking Referencial Internacional de Gestão e Gerenciamento dos RSS da

RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte apresenta, de forma objetiva, os meios,

processos, tecnologias e alternativas para a gestão e gerenciamento dos RSS mais

PLANO = orientativo / diretrizes, objetivos e

metas

GERENCIAMENTO = operacional /

responsabilidade do gerador

GESTÃO = estratégico / responsabilidade do

poder público

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Pag. 15

utilizados em âmbito internacional. Os dados e informações apresentadas não representam

as alternativas mais adequadas à realidade da RMBH e Colar Metropolitano, mas são

exemplos de algumas possibilidades de sucesso praticadas em outros países. Vale

ressaltar que todas as referências apresentadas neste documento devem passar por uma

análise criteriosa que leve em consideração as características intrínsecas da região de

abrangência do Plano, com o objetivo de estudar a sua viabilidade de aplicação para a

gestão e gerenciamento dos RSS. Salienta-se que esta referida análise será o capítulo

inicial do próximo produto, o Produto 04.

A organização deste documento, bem como dos demais produtos que serão desenvolvidos

para a Fase 02, segue recomendações descritas pela Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS) para a elaboração de planos de gestão de resíduos, permitindo sua fácil

integração a outros planos desenvolvidos, ou a desenvolver, nos municípios da região e

do Estado de Minas Gerais.

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Pag. 16

1.0. ASPECTOS METODOLÓGICOS

O Benchmarking Referencial Internacional para os RSS foi elaborado a partir de dados

secundários, de forma que alguns deles foram parcialmente complementados por dados e

informações primárias, como, por exemplo, aqueles relativos à gestão e gerenciamento

dos RSS em estabelecimentos de saúde localizado no Peru. Neste documento estão

reunidas informações, dados publicados por instituições governamentais internacionais,

entidades representativas, acadêmicas e, em alguns momentos, são apresentados

materiais comerciais e de comunicação visual de empresas de tecnologias para o

gerenciamento de RSS, bem como de empreendimentos de saúde ao redor do mundo.

Vale ressaltar que, em todos os casos, o consórcio não está sendo beneficiado, de

qualquer forma, pela apresentação e divulgação destas informações.

Foram coletadas informações relativas à gestão e ao gerenciamento de RSS nos seguintes

locais: Nova York, Canadá, Espanha, Austrália e Peru. Além de informações publicadas

pelos respectivos órgãos/secretaria de saúde destas localidades, foram também utilizadas,

para fins de parâmetros em âmbito mundial, os dados e referências defendidos pela

Organização Mundial de Saúde (OMS), pela Cruz Vermelha, entre outros.

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Pag. 17

2.0. IDENTIFICAÇÃO E INERTIZAÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÕES

O Benchmarking Referencial Internacional para a gestão e o gerenciamento de RSS,

juntamente com os produtos do Diagnóstico da Fase 01, são essenciais ao

desenvolvimento dos próximos produtos do Plano, uma vez que as informações do

Diagnóstico, quando cruzadas com aquelas levantadas no benchmarking, resultarão na

base de dados que seguirá para análise das alternativas mais viáveis para a

gestão/gerenciamento dos RSS gerados na RMBH e Colar Metropolitano.

Vale salientar que o Plano é um projeto dinâmico, ou seja, durante sua elaboração podem

surgir, a qualquer momento, novas informações que, caso sejam relevantes, podem ser

incorporadas aos documentos e à base de dados, de forma que esta atualização poderá

indicar um redirecionamento para os produtos subsequentes.

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Pag. 18

3.0. OBJETIVOS DE UM BENCHMARKING REFERENCIAL

A técnica de benchmarking tem sido comumente empregada para medir, comparar e

estabelecer o nível de desempenho alcançado por uma empresa, sistema ou produto.

É, portanto, uma técnica, comparativa que possui como metodologia a análise de:

Gestão da empresa e práticas operacionais.

Processos e melhores práticas.

Nível tecnológico e melhores técnicas disponíveis.

Planejamento de recursos e organização da empresa.

Programas ambientais: controle e fiscalização ambiental.

O Benchmarking apresentado neste documento, como já mencionado em itens anteriores,

possui um caráter referencial e consultivo. Não consta, neste documento, um capítulo

dedicado a uma análise comparativa dos métodos praticados em outros países entre

aquelas praticadas na área de estudo. Da mesma forma, não será avaliado neste

documento quais das alternativas propostas é a mais indicada para a RMBH e Colar

Metropolitano. Este conteúdo será apresentado no Produto 04, no qual serão definidas, de

acordo com as características socioeconômicas, regionais e ambientais, as alternativas

mais adequadas a RMBH e Colar Metropolitano.

3.1. O PROCESSO DE BENCHMARKING

O processo de benchmarking em uma empresa, para um produto ou uma tecnologia, segue

comumente um modelo de ciclo de melhorias continuas, onde as etapas se dividem em

quatro grandes blocos, a saber: PLANEJAR FAZERCONSTATARAGIR. Cada bloco

incorpora, ao menos, as seguintes atividades:

PLANEJAR: etapa na qual se definem as ações, objetivos e recursos.

FAZER: executar as ações previstas.

CONSTATAR: avalia-se e quantificam-se os resultados das ações.

AGIR: validar os resultados.

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Pag. 19

3.2. BENEFÍCIOS DO BENCHMARKING

O exercício de análise do benchmarking apresenta o cenário de alternativas técnicas e

modelos de gestão por meio de uma análise dos dados de população, economia e geração

de resíduos.

Se seguirmos o esquema de fases indicado anteriormente, nos daremos conta que é

fundamental estar de posse de dados fidedignos à realidade, já que os objetivos são

concebidos ad-hoc1 aos dados existentes, contemplando uma faixa mínima e média de

incerteza, a qual nos contempla com cenários de mínima geração e máxima geração

projetada para os próximos anos.

Os valores de referência para abordar o estudo de benchmarking serão obtidos dos

produtos 01 e 02, da Fase 01. Estes valores foram fundamentados em trabalhos de estudo

e pesquisa de origem, de forma a minimizar o uso de valores estatísticos teóricos. No

momento de redação do presente estudo de benchmarking, os valores e dados dos

produtos 01 e 02 estavam passando por revisão do consórcio e, por isso, o presente

documento passou a ser denominado de Benchmarking Referencial.

1

1 Ad hoc vem do latim e significa “para esta finalidade”. É um termo um pouco difícil de entender,

devido à sua utilização em várias áreas. Mas é um termo bastante amplo e de conteúdo muito

interessante.

Se ad hoc quer dizer algo que serve a uma finalidade, tem-se, por premissa, que este algo veio

suplementar ou incrementar algo que estava faltando e que não foi planejado prioritariamente como

parte do projeto para se alcançar determinado objetivo. Em termos simples, ad hoc seria uma solução

para um problema que não foi inicialmente previsto.

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4.0. OBJETIVOS DO PRODUTO 03 - BENCHMARKING REFERENCIAL INTERNACIONAL PARA OS RSS

O objetivo de um plano de gestão de resíduos, neste caso dos resíduos dos serviços da

saúde, é de orientar a gestão e o manejo dos resíduos por meio de ferramentas, tais como:

os princípios diretos que emanam das regulações legais em matéria de resíduos, objetivos

estratégicos como, por exemplo, o de garantir a proteção do meio ambiente e a saúde das

pessoas, maximizar o aproveitamento dos recursos contidos nos resíduos de acordo com

os critérios de sustentabilidade e, por fim, promover eficiência técnica e econômica.

Dentre os objetivos gerais deste produto podem ser destacados: objetivos orientados à

prevenção, à melhoria da gestão, ao controle e planejamento das ações dos cidadãos e da

sociedade, além dos objetivos relacionados com o desenvolvimento de mercado de uma

determinada região. Estes pilares são as bases das diferentes atuações que devem ser

focadas em qualquer plano de resíduos, independente de sua localização geográfica.

Portanto, o presente documento tem por objetivo:

Que haja um maior conhecimento da situação atual, ao nível internacional, do

tratamento dos RSS gerados em diferentes tipos e portes de estabelecimentos de

saúde. Apresentação de alguns exemplos internacionais de planos de gestão de

RSS, assim como bibliografia básica da Organização Mundial de Saúde (OMS),

Cruz Vermelha Internacional e alguns outros países da América Latina, Europa,

Oceania, dentre outros.

Mostrar de forma comparativa, as distintas classificações por grupos ou subgrupos

dos RSS utilizadas por diferentes países para a sua gestão e, desta forma, poder

estabelecer uma conjuntura entre a classificação estabelecida no Brasil segundo a

normativa 13 de 18 de dezembro de 2012 (IBAMA) e a valorização/tratamento

recomendado pela normativa europeia para cada tipo/grupo de resíduo, tendo em

vista o Código Europeu de Resíduos- CER aprovado pela decisão 2005/532/CE.

Oferecer uma visão geral da normativa em diferentes países para a gestão, o

gerenciamento e tratamento dos RSS.

Explicar, de forma genérica, as possíveis formas de gestão de RSS nos

estabelecimentos de saúde, de forma intra e extraestabelecimento, formas de

segregação e acondicionamento dos resíduos, bem como os métodos de coleta e

transporte, etc.

Enumerar e explicar as diferentes classes de tratamento dos resíduos dos serviços

de saúde (ex. Incineração, autoclave, pirólise, micro-ondas, etc.), assim como sua

tecnologia, pontos fortes, pontos que podem ser aprimorados, impactos ambientais

e alguns custos de referência ao nível global.

Mostrar alguns exemplos de caráter internacional para as plantas de tratamento de

RSS atualmente em funcionamento, identificando de forma geral os processos e a

tecnologia incluída no tratamento. Descobrir, em termos gerais, quais são as

infraestruturas mínimas de que é composta uma planta de tratamento de RSS.

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Pag. 21

Descrever em nível comparativo, tomando como base os diferentes planos de

gestão e bibliografia consultados, as diferentes estratégias para a melhoria na

gestão, tais como: a divisão de responsabilidades e alguns instrumentos

econômicos para a gestão dos RSS, algumas alternativas de conscientização

ambiental e exemplos de campanhas de sensibilização, além de métodos de

financiamento praticados em âmbito mundial.

Figura 2 - Modelo de ciclo de melhoria contínua. Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

4.1. ESTRUTURA DE ANÁLISE DE BENCHMARKING DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOS SERVIÇOS DE SÁÚDE

No presente item será exposta a estrutura empregada para tratar o estudo de

benchmarking para os Resíduos dos Serviços de Saúde, sendo este um dos focos do Plano

que será elaborado.

Cada item está composto por:

Introdução: resíduos e suas características peculiares.

Classificação do resíduo: codificação e descrição básica de tratamento e

valorização.

Composição do resíduo: formas de classificação em alguns países do mundo.

Tratamentos e subprodutos obtidos: sistemas de tratamento e, caso exista,

aplicação dos subprodutos obtidos.

Verificação e análise.

Auditorias internas

Medidas preventivas e

corretivas.

Avaliação diretiva

Definição diretiva dos

objetivos

Realização das ações

Comunicação interna

Ativação de recursos

Definição de recursos e

objetivos

Definição de recursos

P F

C A

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Exemplos de tecnologias: fichas técnicas das plantas de tratamento e dos

equipamentos de pré-tratamento dos RSS.

Explicação de três plantas tipo/modelo: tecnologia e tipos de material

tratado/processado de RSS.

Modelos de gestão: explicação de alguns modelos de gestão a nível

internacional.

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5.0. BENCHMARKING REFERENCIAL RSS

5.1. INTRODUÇÃO

O inegável crescimento econômico experimentado pela sociedade nos últimos anos tem

nos proporcionado alguns níveis de bem estar indispensáveis apenas há algumas décadas.

Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que se elevam os níveis de saúde da população,

se incrementa a geração de subprodutos e resíduos associados às atividades relacionadas

com a saúde e a pesquisa.

Neste contexto, a preocupação ambiental gerada pelos Resíduos dos Serviços de Saúde

(RSS) vem tornando necessária uma abordagem rigorosa no que se refere ao seu

tratamento, de tal maneira que todos os processos que compõem sua gestão integral

necessitam de mecanismos adequados de controle ambiental e de segurança.

Os RSS são considerados um vetor de especial importância à Organização Mundial de

Saúde (OMS) que, por sua vez, enfatiza de inúmeras formas a importância do

planejamento e da gestão adequada deste tipo de resíduo. De acordo com a OMS

(Convênio de Basileia e PNUMA 2005), tal gestão deve incluir seis objetivos básicos,

descritos de seguida.

Desenvolver o marco legal e normativo para a gestão dos resíduos de serviços de

saúde.

Racionalizar as práticas de gestão de resíduos nos centros de saúde.

Desenvolver o investimento financeiro específico e recursos operativos dedicados

à gestão de resíduos.

Medidas de fomento e lançamento de campanhas e cursos de formação.

Estabelecer um plano de monitoramento.

Reduzir a contaminação associada à gestão de resíduos.

Nos últimos anos, com o aparecimento de novas enfermidades de fácil transmissão, foi

incrementado o uso de materiais descartáveis nos serviços de saúde a nível mundial. Em

consequência, houve também um incremento da participação percentual dos resíduos dos

serviços de saúde na composição total de resíduos gerados em uma determinada

localidade.

Dentro dos diferentes geradores de resíduos, a cadeia de RSS gera resíduos com um alto

potencial infeccioso e maligno, mais do que qualquer outro tipo de resíduo, principalmente

quando não devidamente segregado e tratado. Por isso, e também pelo alto custo dos

processos de tratamento, uma gestão adequada de todas as etapas da gestão e do

gerenciamento de RSS é imprescindível.

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Pag. 24

5.2. CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DOS RSS

Em países nórdicos e europeus, percebe-se que a geração de RSS, da mesma forma que

acontece com outras tipologias de resíduos sólidos municipais, segue uma tendência

ditada pela sazonalidade e rotina da população que, por sua vez, é fortemente alterada em

decorrência da variação de temperatura entre as diferentes estações do ano. Na Espanha,

por exemplo, pode-se citar a elevada incidência de consultas, visitas a estabelecimentos

de saúde e intervenções médicas no período de férias escolares, o que impacta

significativamente na geração de RSS de municípios que oferecem uma infraestrutura

adequada, seja em termos de serviços de saúde ou que, por algum motivo, são referência

em tratamentos específicos. Do mesmo modo, as épocas primaverais geram grande

impacto sobre a população sensível às reações alérgicas.

A crescente natalidade e aumento da longevidade nos países emergentes acarretam

também uma elevada taxa de pacientes recém-nascidos e idosos, os quais apresentam a

maior variedade de sintomatologias e especialidades de atenção à saúde. Além deste, é

sempre conveniente destacar as taxas de acidentes (automóveis e motocicletas) que

podem incrementar a geração de resíduos dos serviços de saúde de forma impactante.

Para os polos de geração de resíduos da construção civil - que podem ser obras de

reconstrução, reforma ou novas obras, sendo que novas obras são identificadas por uma

nova licença - o módulo utilizado como parâmetro para indicar a quantidade de resíduo

produzido é a quantidade de resíduo, em toneladas, gerado por m2 e a altura do edifício.

De forma análoga, os resíduos dos serviços de saúde são identificados e marcados em um

mesmo hospital ou estabelecimento de saúde, de forma que o módulo de análise

empregado na maioria das vezes é definido como “paciente/dia ajustado”.

O referido módulo, “paciente/dia ajustado”, é uma cifra de referência utilizada pelos

hospitais e centros de atenção à saúde pública para calcular as taxas de ocupação, a carga

de trabalho do pessoal, custos de operação por paciente e muitos outros indicadores

necessários para analisar a viabilidade econômica do negócio ou estabelecimento,

incluindo obviamente a gestão dos resíduos (Health Information Tennessee, Department

of Health: Definition of Terms, 2014).

O módulo “paciente/dia ajustado” é um ajuste dos dias de hospitalização, o qual permite

o cálculo das entradas brutas (R$) como uma relação ao cuidado do paciente. A receita

bruta por paciente inclui todas as receitas hospitalares, inclusive aquelas advindas dos

pacientes de consultas externas e dos novos nascimentos.

Para que a informação paciente/dia seja realista e esteja relacionada com os ingressos

brutos dos dias de hospitalização, é preciso ajustar, aplicando a relação dos ingressos

brutos totais, os ingressos de hospitalização para os dias de hospitalização reportados.

A fórmula utilizada para o cálculo de paciente/dia ajustado, de acordo com a Definição de

Termos do Departamento de Saúde do Estado do Tennessee, Texas, publicado em 2014,

é:

𝐷𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑠𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎ç𝑎𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 ∗𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒

𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 ℎ𝑜𝑠𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜

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Onde:

Receita bruta por paciente = receita por paciente hospitalizado + receita por paciente de

consultas externas + receita por nascimento

Em seguida, é descrito um exemplo fictício de cálculo do módulo paciente /dia ajustado

para um hospital (How, Other business Management by Stacy Morgan, 2010):

1. Com os dados de: receita bruta por paciente hospitalizado (U$$ 6,0 milhões),

receita bruta por novos nascimentos (US$ 4,5 milhões) e receitas por consultas

externas (US$ 1,0 milhão). Para obter a receita bruta faríamos o seguinte cálculo:

US$ 6,000,000 + US$ 4,500,000 + US$ 1,000,000 = US$ 11,500,000

2. Cálculo do número de dias de hospitalização totalizando o número de dias que cada

paciente permaneceu internado. Se 200 pacientes estiveram 3 dias, 120 paciente

2 dias e 430 pacientes por 1 dia:

(3x200) + (2x120) + (1x430) = 1,270 dias de hospitalização

3. Multiplicar o número de dias de hospitalização pela receita bruta e, então, dividi-lo

pelas receitas de hospitalização:

1,270 x US$ 11,500,000 = US$ 14,605,000,000

US$ 14,605,000,000 / 6,000,000 = 2,434.16 Paciente/dia ajustado

Por sua vez, existe outro indicador, o qual se denomina Indicador de geração por leito

(Kg/leito-dia), o qual mede a geração total em kg dos resíduos sólidos gerados em um dia,

em relação ao número total de camas ocupadas (Relatório de Diagnóstico da gestão

integral de resíduos sólidos hospitalares do Hospital Nacional 02 de Maio em Lima, Peru,

Consultoria Progreso, 2014).

A fórmula para sua determinação é:

Geração Diária por leito = total (Kg) gerados Número de leitos ocupados

Onde:

Total de Kg gerados: quantidade de RSS gerados por dia.

Número de leitos: quantidade de leitos do hospital ocupados este dia.

Em continuação, é detalhada uma ficha standard (modelo) para determinar a quantidade

de resíduos gerados por dia em um estabelecimento de saúde que atende 24 horas. Tal

informação foi adaptada do Manual para o manejo de Resíduos Sólidos gerados em

estabelecimentos de saúde do Peru, publicado com o apoio da Fundação Suíça para

Cooperação de Desenvolvimento técnico (SWISSCONTACT), no ano 2000.

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Quadro 3 - Ficha standard para determinar a quantidade de resíduos gerados por dia em um estabelecimento de saúde que atende 24h/dia no Peru.

Determinação da quantidade de resíduos gerados em um dia (amostra de 24 horas) Instituição

Data

Responsável

Área de geração

(A) Número de Pacientes*

Resíduos Total de resíduos Comuns Infectantes Especiais

Peso Índice Peso/A

Peso Índice

Peso/A Peso

Índice Peso/A

Peso Índice

Peso/A

Fonte: Manual para o manejo de Resíduos Sólidos gerados em estabelecimentos de saúde Fundação Suíça de Cooperação

para o Desenvolvimento Técnico SWISSCONTACT, 2000. Disponível em: http://www.swisscontact.bo/sw_files/mqaaexcidnh.pdf.

Tomando como referência 08 hospitais da região metropolitana da cidade de Lima (Peru),

é possível mostrar os índices de geração de resíduos (kg/leito-dia) para os diferentes

centros.

Quadro 4 - Índice de geração de resíduos para 08 hospitais da região de Lima, Peru. 2014.

Hospital Fonte Número de

leitos Índice de geração

(Kg/leito-dia)

Hospital Nacional Sergio E. Bernales Elaboração própria 408 3,13 Hospital Nacional Dos de Mayo Elaboração própria 765 3,11 Hospital de Emergencias Pediátricas Elaboração própria 45 4,67

Hospital Nacional ArzobispoLoayza Elaboração própria 841 3,23

Instituto Nacional Materno Perinatal Elaboração própria 408 2,37 Instituto Nacional de Ciências Neurológicas

Elaboração própria 201 2,45

Hospital de Emergências José Casimiro Ulloa

Elaboração própria 82 7,91

Hospital Santa Rosa Elaboração própria 228 2,77 Fonte: Consultora Progreso, outubro 2014.

O estudo, publicado em 2012 por Rodrigo Rafael Vergara Perez, denominado

“Classificação e caracterização de resíduos hospitalares gerados em treze

estabelecimentos de saúde em uma cidade latino-americana” foca sua análise na

determinação da caracterização dos RSS e determinação dos índices de geração por leito

de 13 centros de saúde localizados em alguns países da América Latina, excluindo a

Colômbia. Em tal estudo foram considerados estabelecimentos de grande, médio e

pequeno porte, tanto públicos quanto privados, obtendo-se:

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Quadro 5 - Índice de geração de resíduos (Kg/leito-dia) para 13 estabelecimentos de saúde localizados em países da América Latina.

Hospital Número de camas Índice de geração

(Kg/leito-dia)

Clínica 1 12 1.04

Clínica 2 15 0.58

Clínica 3 14 0,38

Clínica 4 10 0,78

Clínica 5 11 0,23

Clínica 6 14 0,23

Clínica 7 24 0,27

Clínica 8 42 0,10

Clínica 9 4 0,34

Hospital 10 15 0,30

Hospital 11 101 1,76

Hospital General 12 70 1,43

Hospital General 13 23 0,04 Fonte: Vergara Pérez, Rodrigo Rafael. Cuantificación y caracterización de residuos hospitalarios generados en trece centros

de atención de la salud en una ciudad latinoamericana del año 2012.

O documento publicado pela Organização Mundial de Saúde, em 1998, denominado

Manejo de resíduos do setor de saúde (The teacher’s guide, Management of wastes from

health-careactivities. World Health Organization. Geneva, 1998), estabelece os seguintes

valores como parâmetro de geração de resíduos em kg/leito-dia:

Quadro 6 - Parâmetro de geração de RSS (Kg/leito-dia) para diferentes países.

Fonte: Organização Mundial da Saúde, WHO. Disponível em: http://www.who.int/injection_safety/toolbox/docs/en/Teachersguide.pdf, p. 41.

De todos os resíduos gerados por atividades de atenção à saúde, aproximadamente 80%

corresponde a resíduos comuns, os restantes 20% são considerados materiais perigosos

que podem ser infecciosos, tóxicos ou radioativos (Medical Waste Management,

International Committee of the Red Cross, 2011).

Ainda de acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, em relação aos resíduos

perfurocortantes, estima-se que, a cada ano, sejam administradas no mundo 16 milhões

de injeções, mas nem todas as agulhas e seringas são eliminadas depois de maneira

adequada e correta (Medical Waste Management, Internacional Committee of the Red

Cross, 2011).

O Comitê internacional da Cruz Vermelha e a Organização Mundial de Saúde (Medical

Waste Management, Internacional Committee of the Red Cross, 2011 e World Health

Região Índice de geração

(Kg/leito-dia)

América do Norte 7 – 10

América Latina 3

Europa Ocidental 3 – 6

Europa Oriental 1,4 – 2

Ásia Oriental, países desenvolvidos 2,5 – 4

Ásia Oriental, países em desenvolvimento médio 1,8 – 2.2

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Organization) consideram que, independentemente da localização geográfica, os resíduos

dos serviços de saúde procedem basicamente de:

Hospitais e outros estabelecimentos assistenciais.

Laboratórios e centros de análise clínica.

Estabelecimentos de saúde nos quais se praticam autópsias e se prestam

serviços mortuários.

Laboratório de investigação e testes com animais.

Bancos de sangue e centros de doação.

Residências de idosos.

O benefício da correta classificação dos resíduos de serviços de saúde (RSS) está em

possibilitar a correta manipulação, por parte dos geradores, sem oferecer riscos aos

trabalhadores, à saúde coletiva e ao meio ambiente

(http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=

10528).

No Brasil, os resíduos são identificados segundo a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 13, de

18 de DEZEMBRO de 2012, Ibama. Esta classificação é utilizada pelo Cadastro Técnico

Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais,

pelo Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental e pelo

Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos que engloba todos os tipos de

resíduos e identifica o processo ou atividade geradora, seus constituintes e características,

e ainda faz uma comparação destes constituintes com a listagem de resíduos e

substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. Os resíduos constantes

na referida lista, quando indicados com (*) são classificados como resíduos perigosos pela

sua origem, ou porque, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e

mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental,

de acordo com a lei, regulamento ou norma técnica. Os diferentes tipos de resíduos são

totalmente definidos pelo seu código – ver tabela abaixo - que possui 06 (seis) dígitos para

os resíduos e, respectivamente, dois e quatro dígitos para os números dos capítulos e

subcapítulos.

Figura 3 - Exemplo da codificação de resíduos definidos pelo Ibama, pela IN 13 de 18/12/2002.

Fonte: World Wide Web, 2014

De acordo com o Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (BRASIL,

2006), a classificação dos RSS vem sofrendo um processo de evolução contínuo, à medida

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que são introduzidos novos tipos de resíduos nas unidades de saúde, como resultado do

conhecimento do comportamento destes perante o meio ambiente e a saúde e ainda como

forma de estabelecer uma gestão segura, com base nos princípios da avaliação e

gerenciamento dos riscos envolvidos na sua manipulação.

A classificação dos RSS pode obedecer a diversos sistemas, tais como o Sistema Alemão,

o Sistema da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Sistema Britânico, o Sistema

Environmental Protection Agency (EPA) – Agência de Proteção Ambiental dos Estados

Unidos, o Sistema da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), além da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Conselho Nacional de Meio

Ambiente (CONAMA), cujas descrições estão expostas no quadro abaixo.

Quadro 7 - Características dos Sistemas de Classificação de Resíduos de Serviço de Saúde estabelecida por alguns países e órgãos de referência mundial.

Sistema de classificação

Grupos

ALEMANHA

Tipo A: Resíduos comuns.

Tipo B: Resíduos potencialmente infecciosos.

Tipo C: Resíduos Infectocontagiosos.

Tipo D: Resíduos Orgânicos Humanos.

Tipo E: Resíduos perigosos.

OMS

Resíduos gerais.

Resíduos patológicos.

Resíduos radioativos.

Resíduos químicos.

Resíduos infecciosos.

Objetos perfurocortantes.

Resíduos farmacêuticos.

BRITÂNICO

Grupo A: Todos os resíduos gerados nas áreas de tratamento de pacientes, materiais de pacientes portadores de enfermidades infecciosas e restos humanos. Infectados ou não.

Grupo B: Materiais perfurocortantes.

Grupo C: Resíduos gerados por laboratórios e salas de autópsias.

Grupo D: Resíduos químicos e farmacêuticos.

Grupo E: Roupa de cama utilizada, recipiente para coleta de urina e recipientes para colostomias.

CONAMA Resolução nº 358 de 29 de Abril de 2005.

GRUPO A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção.

GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

GRUPO C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.

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Sistema de classificação

Grupos

GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

GRUPO E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

Environmental Protection Agency - EPA

Culturas.

Resíduos patológicos.

Resíduos de sangue humano e hemoderivados.

Resíduos perfurocortantes.

Resíduos de animais.

Resíduos de isolamento.

Resíduos perfurocortantes não utilizados.

ABNT – NBR 12808 de janeiro de 1993

Tipo A: Resíduos infectantes.

Tipo B: Especial.

Tipo C: Resíduos comuns.

Fonte: Silva S, 2001. Disponível em:

http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10528.

Apresenta-se, a seguir, uma tabela resumo dos resíduos relativos ao capitulo 18 (Resíduos

de Saúde) da lista Brasileira de resíduos (Ibama) supracitada– apresentando a

valorização/tratamento respectivo recomendado pela normativa europeia (Código Europeu

de Resíduos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE).

Ressalta-se que foram utilizadas a valorização/tratamento recomendado pela normativa

europeia, já que a lei brasileira, à exceção da Resolução ANVISA RDC 306/2004, não

define as alternativas de tratamento/valorização para tais resíduos. A seguinte tabela

resumo apresenta tais opções segundo a classe de resíduos e o tratamento daqueles

definidos no código 18.01 (apresentam presença possível de agentes biológicos que, por

suas características de maior virulência e concentração, podem representar risco de

infecção), 18.02 (resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à

saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade) e 18.03 (Materiais resultantes de

atividades humanas que contenham radionuclídeos).

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Quadro 8 - Alternativas de valorização e tratamento de acordo com o Código Europeu de Resíduos (CER- 2000/532/CE) para os RSS codificados de pela IN 13 de 2012 Ibama e, quando cabível, de acordo com a RDC ANVISA 306/2004.

Código Descrição Valorização Tratamento

18 01- Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior

virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção:

18 01 01(*) Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência.

--- T23/T34

18 01 02(*) Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes com elevado risco individual e elevado risco para a comunidade, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido.

--- T23/T34

18 01 03(*) Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta.

--- T23/T34

18 01 04(*) Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

--- T23/T34

18 01 05(*) Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anatomopatológico ou confirmação diagnóstica.

--- ---

18 01 06(*) Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 cm ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares.

--- T23/T34/T12

18 01 07(*) Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.

--- T23/T34/T12

18 01 08(*) Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.

--- T23/T34/T12

18 01 09(*) Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes com elevado risco individual e elevado risco para a comunidade, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.

--- T23/T34/T12

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Código Descrição Valorização Tratamento

18 01 10(*) Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.

--- T23/T34

18 01 11(*) Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

--- T34/T12

18 01 12(*) Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica.

--- T34/T12

18 01 13(*) Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações.

--- T23/T34/T12

18 01 14(*) Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.

--- T34/T12

18 01 15(*) Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

--- T23/T34/T12

18 02 - Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e

toxicidade:

18 02 01(*) Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos – imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; antiretrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos sujeitos a controle especial.

--- T12/T21/T33

18 02 02(*) Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.

V21/V46 T13/T22/T33

18 02 03(*) Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores). (2)

V46 T12/T21

18 02 04(*) Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas.

--- T33/T12

18 02 05(*) Outros produtos considerados perigosos. --- T23/T34/T12

18 03 - Materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos:

18 03 01(*) Materiais resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação (1)

V21/V46 T13/T22/T33

18 04 01(*) Componentes perigosos de equipamento elétrico e eletrônico podem incluir acumuladores e pilhas mencionados em 16 06 e assinalados como perigosos, disjuntores de mercúrio, vidro de tubos de raios catódicos e outro vidro ativado, etc.

--- T12/T21

(1) Conforme especificado na Resolução CNEN n°112, de 24 de agosto de 2011, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os materiais cuja reutilização é imprópria ou não prevista.

(2) A RDC ANVISA 306/2004 apresenta divergências com a Normativa nº13 Ibama visto que por meio de tal resolução os reveladores utilizados em radiologia podem ser submetidos a processo de neutralização para alcançarem pH entre 7 e 9, sendo posteriormente lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes. Ainda de acordo com esta mesma resolução, os fixadores usados em radiologia podem ser submetidos a processo de recuperação da prata ou então serem encaminhados

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Código Descrição Valorização Tratamento

a Aterro de Resíduos Perigosos-Classe I ou serem submetidos a tratamento de acordo com as orientações do órgão local de meio ambiente, em instalações licenciadas para este fim.

Fonte: Normativa Ibama nº 13 de 18 de dezembro de 2012. e Normativa Europeia (Código Europeu de Resíduos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE).

A valorização (V) e tratamento (T) recomendados aos resíduos segundo o Código Europeu

de Resíduos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE é:

Valorização

Quadro 9 - Valorização de RSS, de acordo com a Normativa Europeia CER- 2000/532/CE para os resíduos classificados pela IN 13, 18/13/2012.

Código Classe de valorização Destino

V21 Regeneração de solventes Novos solventes

V46 Recuperação de produtos fotográficos ---

Fonte: Código estabelecido pela Normativa nº 13 de 18 de dezembro de 2012 (BRASIL, IBAMA).e Classe de valorização e destino de acordo com o Código Europeu de Resíduos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE. Elaboração própria, IDP Ferreira Rocha, 2014.

Tratamento

Quadro 10 - Tratamento de RSS, de acordo com a Normativa Europeia CER- 2000/532/CE para os resíduos classificados pela IN 13, 18/13/2012.

Código Classe de tratamento Subproduto

T12 Depósito controlado de resíduos não especiais ---

T13 Aterro sanitário de resíduos especiais ---

T21 Incineração de resíduos não halogenados ---

T22 Incineração de resíduos halogenados ---

T23 Incineração de resíduos de serviços de saúde ---

T33 Estabilização ---

T34 Esterilização (Autoclave) --- Obs.: O símbolo – significa que não existem subprodutos ou que estes ainda não foram identificados.

Fonte: Código estabelecido pela Normativa nº 13 de 18 de dezembro de 2012 (BRASIL, IBAMA) e Classe de valorização e destino de acordo com o Código Europeu de Resíduos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE. Elaboração própria, IDP Ferreira Rocha, 2014.

Os resíduos e subprodutos oriundos dos serviços de saúde são potencialmente infecciosos

e podem causar danos e, inclusive, lesões à população e aos trabalhadores que lidam com

estes resíduos, tais como:

Queimaduras por radiação.

Feridas por objeto perfurocortante.

Intoxicação e contaminação por liberação ao meio ambiente de produtos

farmacêuticos, em particular antibióticos e fármacos citotóxicos.

Intoxicações e contaminação por águas residuais.

Intoxicação e contaminação por elementos ou compostos tóxicos, como o

mercúrio e as dioxinas que são liberadas no ato de incineração dos resíduos.

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5.3. VISÃO GLOBAL DA LEGISLAÇÃO

A legislação em âmbito geral para a gestão dos resíduos dos serviços de saúde está

catalogada por “Diretivas” se fizermos referência ao âmbito europeu. Ainda em relação à

Europa, se centramos no âmbito estatal, estamos nos referindo a Decretos Reais ou

“Reales Decretos” e, no caso da Espanha, se descermos ao nível local estaremos nos

referindo à legislação das Comunidades Autônomas (Ex. Aragão, Catalunha, Andaluzia,

etc.), que se baseia em Leis e Decretos de marco local.

Em âmbito internacional, encontramos ainda os denominados “Standards” que se aplicam,

por exemplo, à Austrália e à Nova Zelândia.

5.3.1. Âmbito geral de tratamento

5.3.1.1. Austrália/Nova Zelândia

Na Austrália e na Nova Zelândia, a legislação a nível de gestão dos resíduos é denominada

“Standards”.

AS 3816: Standard Australiano que marca a gestão dos resíduos dos serviços de

saúde publicada em junho de 1998.

NZS 4304, 2002: Standard na Nova Zelândia que marca a gestão dos resíduos dos

serviços de saúde, mediante uma guia para o tratamento e disposição dos resíduos

humanos e animais que envolve o gerador, o transportador e as instalações de

tratamento, assim como o esquema para a classificação, segregação,

empacotamento/conteinerização, etiquetagem, armazenamento, transporte e

disposição ou tratamento dos RSS.

5.3.1.2. Estados Unidos

Medical Waste tracking Act ou Ato de rastreabilidade dos resíduos de serviços de

saúde, publicado pela Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos

(Environmental Protection Agency of the United States – EPA), que estabelece os

padrões mínimos para a segregação, acondicionamento, identificação por etiqueta

e armazenamento dos resíduos de serviços de saúde. Adicionalmente a este ato, a

EPA propõe três tecnologias para o tratamento; Incineração e autoclave

(intraestabelecimento ou extraestabelecimento), unidade de micro-ondas e

sistemas químicos e mecânicos de tratamento.

Vale ressaltar que no Brasil, em alguns estados, não é permitida a instalação de

um equipamento para Incineração dos RSS dentro do estabelecimento de saúde.

5.3.1.3. Europeu

A legislação europeia estabelece várias diretivas que marcam a gestão e tratamento dos

resíduos dos serviços de saúde. As diretivas de aplicação neste âmbito são:

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Diretiva 75/442/CEE: marca as linhas gerais da gestão de resíduos, ainda que não

se trata especificamente de resíduos dos serviços de saúde.

Diretiva 91/156/CEE: modifica a anterior.

Diretiva 78/319/CEE relativa à gestão de resíduos tóxicos e perigosos que também

são gerados nos estabelecimentos de saúde. Foi modificada por:

Diretiva 91/689/CEE: descreve categorias de resíduos perigosos e inclui

substâncias anatômicas, resíduos dos serviços de saúde ou outros resíduos

clínicos, produtos farmacêuticos, medicamentos, produtos veterinários.

Diretiva 94/31/CEE: modifica a 91/698/CEE.

Diretiva 90/394/CEE: sobre proteção dos trabalhadores contra os riscos

relacionados com a exposição a agentes cancerígenos no trabalho.

Diretiva 90/679/CEE: sobre a proteção de trabalhadores contra os riscos

relacionados com a exposição a agentes biológicos durante o trabalho.

Diretiva 90/904/CEE: decisão do Conselho “Lista de Resíduos Perigosos”.

5.3.1.4. Autonômico

No âmbito Autônomo, na Espanha, serão indicados a seguir os doze decretos legais sobre

resíduos dos serviços de saúde:

Decreto Foral 296 (Boletín Oficial de Navarra - BON) de 1 de janeiro de 1993, núm.

120. – Navarra.

Decreto 51/1993, de 11 de novembro de 1993, sobre gestão de resíduos dos

serviços de saúde. BOLR (Boletín Oficial de La Rioja) de 16 novembro de 1993,

núm. 139. – La rioja.

Decreto 204/1994, de 15 de setembro, de Ordenação da Gestão dos Resíduos dos

serviços de saúde. BOCYL (Boletín Oficial de Castilla y León) de 21 de setembro

de 1994, núm. 138. - Castilla y León.

Decreto 240/1994, de 22 de novembro, pelo qual se aprova o Regulamento

Regulador da Gestão dos Resíduos dos serviços de saúde. DOGV (Diário Oficial

de la Generalitat Valenciana) de 5 de dezembro de 1994, núm. 2401. – Comunidade

Valenciana.

Decreto 29/1995, de 21 de fevereiro, sobre gestão dos resíduos dos serviços de

saúde. BOA (Boletin Oficial de Aragón) de 06 de março de 1995, núm. 27. – Aragón.

Decreto 136/1996, de 5 de julho. Conselho de Saúde e Consumo. BO Islas Baleares

(Boletín Oficial de las Illes Balears) de 20 de julho de 1996, núm. 91. – Islas

Baleares.

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Decreto 460/1997, de 21 de novembro, pelo qual se estabelece a normativa para a

gestão dos resíduos dos estabelecimentos de saúde na Comunidade de Galícia.

DOG (Diário oficial da Galícia) de 19 de dezembro de 1997, núm. 245. – Galícia.

Decreto 141/1998, de 1º de dezembro, pelo qual se ditam normas de gestão,

tratamento e eliminação dos resíduos de serviços de saúde e infectantes ou

biológicos. BOE (Boletim Oficial de Extremadura) de 10 de dezembro de 1998, núm.

141. – Extremadura.

Decreto 27/1999, da gestão dos resíduos dos serviços de saúde. DOGC (Diário

oficial da Generalitat da Catalunha), de 16 de fevereiro de 1999, núm. 2828. –

Cataluña.

Decreto 83/1999, de 3 de junho, pelo qual se regulam as atividades de produção e

de gestão dos resíduos infectantes e citotóxicos na Comunidade Autônoma de

Madrid. BOCM (Boletim Oficial de la Comunidad Autonoma de Madrid) de 14 de

junho de 1999, núm. 139. – Madrid.

Decreto 76/2002, de 26 de março, pelo qual se regulam as condições para a gestão

dos resíduos de serviços de saúde na Comunidade Autônoma do País Vasco.

BOPV (Boletim oficial do País Vasco) de 22 de abril de 2002, núm. 2355. – País

Vasco.

Decreto 68/2010, de 7 de outubro, pelo qual se regulam os resíduos dos serviços

de saúde e similares da Comunidade Autônoma de Cantábria. BOCT (Boletim oficial

de Cantábria) de 21 de outubro de 2010, núm. 203. – Cantábria.

5.3.2. Incineração

5.3.2.1. Europeu

O setor de incineração de resíduos tem sido objeto de extensos requisitos legislativos a

nível regional, nacional e europeu durante muitos anos.

Além dos requisitos estabelecidos pelo Painel Intergovernamental em Mudanças

Climáticas (IPPC - Intergovernamental Panelon Climate Change), o setor de incineração

está também sujeito aos requisitos da legislação europeia. Atualmente, estão vigentes as

seguintes diretivas da UE (União Européia) para as plantas incineradoras de resíduos de

acordo com o Manual de Melhorias Técnicas Disponíveis (MTD) que apresenta as

referências europeias para a Incineração de resíduos, Ministério do Meio Ambiente e Meio

Rural e Marinho – MAGRAMA, Governo da Espanha, publicado em 2011:

89/369/CEE para novas plantas incineradoras de resíduos;

89/429/CEE para plantas incineradoras de resíduos existentes;

94/67/CE para a incineração de resíduos perigosos (incluindo co-incineração);

2000/76/CE para a incineração de resíduos (incluindo co-incineração).

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Cabe assinalar que a Diretiva 2000/76/CE repete progressivamente as três primeiras

diretivas e fixa os requisitos mínimos com respeito às emissões permissíveis,

monitorização e determinadas condições operativas. Esta diretiva requer que suas normas

adotem os seguintes marcos definidos, em 2011, pelo Ministério do Meio Ambiente, Meio

rural e Marinho do Governo Espanhol:

Plantas incineradoras de resíduos novas, a partir de 28 de dezembro de 2002.

Plantas incineradoras de resíduos existentes, a partir de 28 de dezembro de 2005

o mais tardar.

Atualmente, as plantas incineradoras de resíduos existentes, devem cumprir com as

Diretivas 89/369/CEE, 89/429/CEE e 94/67/CE.

5.3.2.2. Estadual

No âmbito Estadual, na Espanha, temos o Decreto Real 653/2003, de 30 de maio, sobre a

incineração de resíduos, o qual tem por objetivo estabelecer as medidas que devem ser

ajustadas às atividades de incineração e co-incineração de resíduos, com a finalidade de

impedir ou limitar os riscos para a saúde humana e os efeitos negativos sobre o meio

ambiente derivados deste tipo de atividade.

5.4. COMPOSIÇÕES TÍPICAS DOS RSS

5.4.1. Tipos de resíduos

De acordo com os diferentes planos de gestão de RSS consultados (Espanha, EUA,

Austrália e Canadá), os resíduos e subprodutos de RSS podem apresentar características

diversificadas. Estas referências os catalogam, em termos gerais, como:

i. Resíduos infecciosos: resíduos contaminados com sangue ou derivados

sanguíneos, cultivos ou cepas de agentes infecciosos, resíduos de pacientes

internados em sala de isolamento ou tratamento intensivo, amostras de

diagnósticos descartadas com sangue ou líquido corporal de animais infectados

usados em pesquisa de laboratório e alguns tipos de material (isopor, gaze,

cotonetes) ou equipamento de uso médico descartáveis e contaminados.

ii. Resíduos de anatomia patológica e laboratório: partes corporais e

cadáveres de animais que podem estar contaminados.

iii. Objeto perfurocortante: seringas, agulhas, bisturis e lâminas descartáveis,

etc. A OMS calcula que, no ano de 2000, a aplicação de injeções com seringas

contaminadas causou no mundo 21 milhões de infecções do vírus da hepatite B,

dois milhões de infecções do vírus da hepatite C e 260.000 infecções de vírus da

HIV. Se tais seringas tivessem sido eliminadas de maneira correta e adequada,

muitas destas infecções teriam sido evitadas. A reutilização de seringas e agulhas

descartáveis para aplicação de injeções é especialmente comum em alguns países

africanos, asiáticos e da Europa Central e Oriental.

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Pag. 38

A tudo isso, nos países em desenvolvimento existe ainda o risco ligado à prática de

buscar nos resíduos dispostos em aterros sanitários e a seleção manual dos

resíduos perigosos nos estabelecimentos de saúde, quando não ocorre na origem

de geração duas práticas que são muito frequentes em várias regiões do mundo.

Os manipuladores de resíduos correm um risco imediato de lesão por objeto

perfurocortantes e de exposição a materiais tóxicos ou infecciosos.

iv. Produtos químicos: por exemplo, mercúrio, dissolvente e desinfetante;

v. Produtos farmacêuticos: medicamentos vencidos, não utilizados ou

contaminados, vacinas e soros.

Em junho de 2000, foi diagnosticada uma forma leve de vírus em seis meninos que

estavam brincando com ampolas de vidro que continham vacinas antivariólicas

vencidas em um aterro ao ar livre em Vladivostok (Rússia). Apesar de a infecção

não ser potencialmente mortal, as ampolas com vacina deveriam ter sido tratadas

e antes do descarte.

vi. Resíduos genotóxicos: resíduos muito perigosos, mutagênicos,

teratogênicos ou cancerígenos como os medicamentos citotóxicos utilizados para

tratar o câncer, assim como seus metabolitos.

vii. Rejeitos radioativos: embalagens de vidro contaminado com material

radioativo de diagnóstico ou material de radioterapia.

Em todo o mundo está muito dissipado o uso de fontes de radiação com fins

medicinais e com outras finalidades e objetivos. Ocasionalmente, a população se

vê exposta a rejeitos radioativos resultantes de algum tipo de radioterapia que não

foram corretamente eliminados.

Existem registros de graves acidentes no Brasil: em 1988, 4 pessoas mortas e

outras 28 com graves queimaduras por radiação

(http://www.Saúde.go.gov.br/index.php?idMateria=85873); no México e Marrocos,

no ano de 1983, Argélia em 1978 e México em 1962

(http://www.ib.cnea.gov.ar/~protrad/biblioteca/1Acc%20amer%20latin.pdf).

Ainda que de altíssima importância, ainda não foram estudados com a devida

profundidade os riscos ligados a outros tipos de resíduos de atenção à saúde, em

particular os resíduos sanguíneos e as substâncias químicas. Ainda é preciso

aprofundar a respeito, mas, enquanto isso não acontece, prevalecem as medidas

de prevenção.

viii. Resíduos com metais pesados: por exemplo, termômetros de mercúrio

quebrados.

5.4.2. Caracterização básica dos resíduos hospitalares

De acordo com o estudo “Comparison of health care waste management planning in

“developed” and “developing” countries, 2007 – 2012” publicado pelo SITA Centre for

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Sustainable Waste Management em 2007 e atualizado em 2013, em conjunto, os resíduos

infecciosos e de anatomia patológica constituem a maior parte dos resíduos perigosos, até

15% do total dos resíduos hospitalares resultantes das atividades de atenção à saúde.

Os objetos perfurocortantes representam aproximadamente 1% do total, mas quando não

geridos adequadamente são um dos principais veículos de transmissão de enfermidades.

De acordo com nota descritiva da Organização Mundial de Saúde (nº 254, 2011) que versa

sobre os rejeitos das atividades de atenção à saúde, os produtos químicos e farmacêuticos

representam cerca de 3% dos resíduos da atenção à saúde, enquanto que para os

genotóxicos este valor equivale a 1% do total para os resíduos que contêm material

radioativo ou metais pesados.

Nos países considerados desenvolvidos, a geração média de RSS é de 0,5 kg de resíduos

perigosos por leito por dia, enquanto que nos países considerados em processo de

desenvolvimento a média se situa em 0,2kg por leito por dia. Entretanto, no último caso, os

resíduos gerados pelos serviços de saúde que são perigosos, mas não são devidamente

segregados daqueles não perigosos é muito maior e na realidade a quantidade gerada de

resíduos infectados é bem superior mesmo que a geração média por leito seja 50% inferior

(UNDP GEF Global Demonstration Project on Healthcare Waste New York, November

2007).

O Quadro a seguir apresenta a classificação dos RSS tomando como referência o Decreto

83/99 de 3 de junho pelo qual se regulam as atividades de produção e gestão dos resíduos

infectantes e citotóxicos da Comunidade de Madrid, Espanha (Decreto 83/99, de 3 de junio,

por el que se regulan las actividades de producción y gestión de los resíduos biosanitarios

y citotóxicos de La Comunidad de Madrid - España).

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Quadro 11 - Classificação dos RSS tomando como referência o Decreto 83/99, de 3 de junho, pelo qual se regulam as atividades de produção e gestão de resíduos infectantes e citotóxicos da Comunidade de Madrid, Espanha.

Classificação dos RSS

Classe I Resíduos gerais Papel, papelão, comida, vidro.

Classe II Resíduos infectantes similares a urbanos

Resíduos infectantes que não estejam incluídos em nenhum dos grupos seguintes.

Classe III Resíduos infectantes especiais

Grupo I: Resíduos de pacientes com infecções altamente virulentas.

Grupo 2: resíduos contaminados com fezes de pacientes afetados por cólera ou disenteria.

Grupo 3: resíduos contaminados com secreções respiratórias de pacientes com tuberculose ou febre Q.

Grupo 4: Filtros de diálises de pacientes portadores de Hepatite B, Hepatite C ou Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).

Grupo 5: resíduos perfurocortantes.

Grupo 6: Cultivos e reservas de agentes infecciosos (Placas de Petri, hemocultivos, extratos líquidos).

Grupo 7: resíduos de animais infecciosos.

Grupo 8: Recipientes que contenham mais de 100 ml de amostras de sangue ou produtos derivados em quantidades superiores a 100 ml.

Grupo 9: Qualquer resto anatômico humano reconhecível como tal.

Classe IV Cadáveres e restos humanos de entidade suficiente

------

Classe V Resíduos químicos Resíduos caracterizados como perigosos segundo a legislação vigente, segundo sua contaminação química.

Classe VI Resíduos citotóxicos

São os resíduos compostos por medicamentos citotóxicos e todo o material que tenha estado em contato com estes, que apresentem riscos carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos.

Classe VII Resíduos contaminados por substâncias radioativas

------

Fonte: Decreto 83/99, de 3 de junho, pelo qual se regulam as atividades de produção e gestão dos resíduos dos serviços de saúde, de origem biológica e citotóxicos da Comunidade de Madrid-Espanha.

Por outra parte, a classificação dos RSS em Nova York, tomando como referência

“Managing Regulated Medical Waste, Law 1389 EHR NYCRR, 1995” está descrita na

tabela seguinte, onde se descrevem as 5 subcategorias de resíduos de saúde reguladas

no município:

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Quadro12 - Classificação dos RSS tomando como referência “Decreto 83/99, de 3 de junio, por el que se regulan las actividades de producción y gestión de los resíduos infectantes y citotóxicos de la Comunidad de Madrid – España”

Classificação dos RSS

Subcategoria I Cultivos e cepas

Estes resíduos incluiriam cultivos e cepas de agentes infeciosos para os seres humanos, e produtos biológicos associados. Tanto os que procedem dos laboratórios de investigação, industriais, médicos ou patológicos assim como os resíduos da produção de produtos biológicos. São descartadas as vacinas vivas ou atenuadas, ou placas de cultivo e elementos utilizados para transferir, inocular e misturar cultivos.

Subcategoria II Resíduos patológicos humanos

Estes resíduos incluem tecidos, órgãos e partes do corpo (exceto os dentes e as estruturas contiguas de osso e as vísceras), os fluidos corporais que se removam durante a cirurgia, autopsia ou outros procedimentos médicos, as amostras de fluidos corporais e seu conteúdo, e material descartado saturado com tais fluidos corporais diferentes da urina.

Subcategoria III Sangue humano e resíduos com sangue

Nestes resíduos devem ser incluídos: (I) os resíduos e componentes de sangue humano descartados, os containers com o sangue que flui livremente ou componentes do sangue ou de material saturado descartados que contém sangue ou componentes sanguíneos que fluem livremente, e (II) materiais saturados com sangue ou seus produtos que no representem um risco significativo para a saúde pública.

Subcategoria IV Perfurocortantes

Estes resíduos deverão incluir, mas não se limitar a objetos perfurocortantes descartados e objetos utilizados em animais ou no cuidado humano do paciente, a investigação médica, ou dos laboratórios clínicos ou farmacêuticos, agulhas hipodérmicas médicas, por via intravenosa, ou de outro tipo, seringas hipodérmicas ou intravenosas, pipetas Pasteur, folhas de bisturi, ou bolsas de sangue.

Subcategoria V Resíduos animais

Estes resíduos incluem os materiais descartados incluindo cadáveres, partes do corpo, os fluidos corporais, sangue, ou roupas de cama procedentes de animais que se sabe estão contaminados com agentes infecciosos (ou seja, os organismos zoonóticos) ou de animais inoculados durante a investigação, a produção de produtos biológicos, ou provas farmacêuticas com agentes infecciosos.

Fonte: Managing Regulated Medical Waste, Law 1389 EHR NYCRR, 1995, Elaboração própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

No Peru, tomando como referência a “Guía de manejo de resíduos sólidos hospitalarios, Peru, 2011”, os RSS são classificados de acordo como mostra o Quadro 13 a seguir:

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Quadro 13 – Classificação dos RSS no Peru de acordo com “Guía de manejo de resíduos sólidos hospitalarios, Peru, 2011”.

CLASIFICAÇÃO DOS RSS

Comuns

Resíduos semelhantes aos domésticos, gerados nos consultórios (papel, papelão, plástico…), restos de alimentos (não incluídos os de pacientes), papel, máscaras de nebulização, sacolas de polietileno, frascos de soro, papel toalha e sacolas.

Infectantes ou biológicos

São resíduos contaminados com líquidos orgânicos, sacolas com sangue humano e hemoderivados, resíduos cirúrgicos e anatômico patológicos, restos de alimentos de pacientes, luvas, abaixa-línguas, máscaras descartáveis, vendas, gases, curativos (tipo band-aid), sondas e esparadrapos, material perfurocortantes e roupa manchadas com fluidos corporais.

Especiais

Resíduos químicos perigosos (recipientes ou materiais contaminados por substâncias ou produtos químicos com características tóxicas, corrosivas e inflamáveis, explosivos, reativas…), resíduos farmacêuticos composto por medicamentos vencidos, resíduos radioativos e embalagens de desinfetantes.

Fonte: Adaptado do Guia de manejo de resíduos sólidos hospitalarios, Peru, 2011. Elaboração própria, Consórcio IDP

Ferreira Rocha, 2014.

Como se pode observar, a classificação de RSS varia de acordo com o país. Mas, de forma

definitiva, o resíduo que compõe as diferentes classes e subgrupos é o mesmo. Em

consequência, a gestão dos RSS é praticamente a mesma para cada um dos exemplos

citados.

5.5. CENTROS DE TRATAMENTO DE ACORDO COM A GESTÃO

A proteção da saúde pública por meio da gestão dos resíduos pode ser realizada mediante

uma limitada variedade de métodos. Estas podem ser resumidas em uma ordem de

preferência chamada hierarquia de resíduos a qual se baseia no conceito dos 3R’s (reduzir,

reutilizar e reciclar) e, em termos gerais, se referem ao uso sustentável dos recursos.

Por norma geral, a melhor gestão dos resíduos terá como objetivo evitar a produção de

resíduos e, portanto, minimizar a quantidade de entrada no fluxo. Como segunda opção,

está a reutilização de algumas frações do resíduo gerado. É importante reforçar que os

resíduos que não podem ser recuperados devem ser tratados com o objetivo de

reduzir o impacto à saúde humana e ao meio ambiente.

O seguinte gráfico (figura) representa a tendência atual de hierarquia das diferentes

estratégias de gestão de resíduos considerada adequada pelos países consultados

(Espanha, Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Canadá).

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Figura 4 - Pirâmide de hierarquização das estratégias para uma gestão adequada de resíduos. Fonte: www.raee.org.co, abril de 2014.

A correta gestão dos RSS deve ter como prioridade principal evitar o possível risco da

saúde e das pessoas, impedindo a proliferação de enfermidades e mantendo as condições

de salubridade do ecossistema.

Dependendo das necessidades e características de atendimento executado pelo

estabelecimento de saúde, pode haver dois tipos distintos de gestão dos RSS: gestão

intraestabelecimento e gestão extraestabelecimento.

A lista apresentada a seguir relaciona algumas leis, decretos, entre outros tipos de

regulações, que citam ou mencionam a hierarquia apresentada pela figura acima, de forma

que é possível se ter uma noção em termo de importância de tal hierarquia para a gestão

dos RSS ao redor do mundo.

“Decreto 27 de 1999, de 9.2 (presid. DOGC 16.2.1999)”: gestão dos resíduos dos

serviços de saúde em Barcelona – Espanha. “Decreto 83 de 1999, de 3.6

(Consejería Medio Ambiente y Desarrollo Regional. BOCM 14.6; Rect. 1.7.1999)”.

Regula as atividades de produção e gestão dos resíduos biosanitários e citotóxicos

da Comunidades de Madrid, Espanha.

“Regulation of Medical Waste in the United States, Volume 11, Article 2 - April 1994”,

“Industry code practice for the management of clinical and related waste 6th edition,

Waste Management Association of Australia June 2010” Código industrial para

prática do manejo de resíduos clínicos e similares, 6º edição. Associação

Australiana para a Gestão de Resíduos, Junho de 2010.

“Developing Integrated Solid Waste Management Plan, Volume 1. Waste

Characterization and Quantification with Projections for future United Nations

Environment Programme 2009, Canadá”.Caracterização e Quantificação com

projeções para o futuro, Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, 2009,

Canadá.”

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5.5.1. Gerenciamento intraestabelecimento

O gerenciamento realizado dentro do centro e/ou estabelecimento, incluí todas as

atividades que incluem desde a coleta dos resíduos, aos tipos de recipientes utilizados

para acondicioná-los, as características do transporte dentro do estabelecimento de saúde,

assim como o tipo de armazenamento, tanto temporário como final, e o tratamento no

próprio estabelecimento gerador do resíduo.

5.5.2. Gerenciamento extraestabelecimento

Este gerenciamento compreende as diferentes operações desenvolvidas no âmbito

externo dos estabelecimentos de saúde as quais incluem as seguintes atividades: coleta,

transporte, acondicionamento, tratamento e disposição final adequada dos resíduos, assim

como a vigilância e controle de todas estas operações.

Os resíduos dos serviços de saúde devem ser gerenciados dentro do estabelecimento de

saúde de forma diferenciada, em função de sua periculosidade de forma que a segregação

destes deve ser feita de acordo com a classificação determinada pela legislação local

vigente. Em termos gerais, experiências no Brasil e no exterior mostram que quando esta

gestão interna não é realizada de forma satisfatória, os resíduos dos serviços de saúde

com características e composição similar aos resíduos sólidos urbanos, ou seja, não

perigosos, podem ser contaminados por aqueles que apresentam alto nível de

periculosidade e, portanto, na maioria dos casos, são geridos como resíduos perigosos, o

que acaba por onerar o serviço de tratamento/esterilização.

Entretanto, antes mesmo da segregação, a minimização deveria ser considerada e, além

disso, é sempre interessante promover a reciclagem das frações que cumprem com as

condições mínimas de segurança e salubridade como listados nos estudos de caso citados

no Greening Canadian Hospitals, Community Research Connections publicado em 2010.

5.5.3. Recuperação e reciclagem de RSS

A recuperação e reciclagem de RSS são atividades realizadas por uma ampla gama de

entidades incluindo municípios, empresas privadas, entidades e instituições públicas como

escolas e hospitais. Podem ser incluídas em muitos casos instalações de caráter

temporário, como acampamentos médicos para atender necessidades pontuais de

atendimento, na área da saúde, em zonas de difícil acesso ou de poucos recursos.

No conteúdo total de materiais de resíduos gerados pelos serviços de saúde, pode ser

encontrada uma importante quantidade de materiais potencialmente recicláveis como, por

exemplo, papel, papelão, embalagens, tubos, etc. Estes materiais também podem ser

reciclados, quando for necessária sua desinfecção para a eliminação de possíveis

patógenos. Entretanto, em alguns países, este procedimento pode ser considerado ilegal

e, por isso, é sempre imprescindível consultar a legislação local vigente no momento de

planejar o gerenciamento dos resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde.

No caso da Espanha, ainda que não exista uma legislação específica para os resíduos dos

serviços de saúde, sua gestão está regulada pela Lei de resíduos nº 10 de 21 de abril de

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1998 e pelo Plano Nacional Integrado de Resíduos da Espanha (PNIR) 2008 – 2015.

Ambos têm por objetivo prevenir a geração de resíduos, estabelecer o regime jurídico de

sua produção e de sua gestão, além de fomentar sua redução, reciclagem e outras formas

de valorização, seguindo esta ordem de prioridade.

Devido ao fato de que as Comunidades Autônomas (CCAA) devem elaborar os planos

autonômicos de resíduos, a maioria delas dispõe de normativas (anteriores e posteriores

à Lei 10/1998) que especificam as medidas a adotar no interior do centro produtor, assim

como as obrigações do gestor que recolhe, trata e elimina os resíduos dos serviços de

saúde. Até o presente momento, a maioria das CCAA´s dispõe de legislação sobre o fato

com um grau de desenvolvimento muito distinto entre elas, exceto Andaluzia, Astúrias,

Murcia e Castilha de la Mancha.

Além disso, algumas comunidades, não somente desenvolvem esta normativa como a

atualizaram como, por exemplo, Extremadura, Catalunha, Madri e Pais Vasco. No caso da

Comunidade Autônoma da Catalunha, o Decreto 27/1999, de 09 de fevereiro

(http://www.upf.edu/sintesi/1999/rd27.htm) sobre a gestão dos resíduos de serviços de

saúde, especifica em seu item 5.8 que o tipo de material utilizado na fabricação de sacolas

e recipientes de coleta tem que ser preferivelmente reciclado e, ainda, em seu artigo 15,

(item e) a obrigatoriedade da minimização e reciclagem dos resíduos nos estabelecimentos

de saúde.

Na Europa, a Diretiva Comunitária 91/156/CEE relativa aos resíduos e, em seu anexo IIB,

especifica as operações que permitem a utilização de processos de valorização dos RSS.

5.5.4. Segregação e acondicionamento dos RSS

Neste item serão apresentados os princípios básicos gerais definidos pela Organização

Mundial de Saúde (OMS) –“Safe Management of wastes from Health-care activities, World

Health Organization, 2014” - para a segregação de resíduos hospitalares e o seu

acondicionamento e transporte até o tratamento ou disposição final:

Os resíduos dos serviços de saúde são gerados em uma área médica e devem

ser segregados em diferentes frações em função de seu risco potencial.

Devem existir containers/recipientes em número e tipo suficiente em cada área

médica para acondicionar os resíduos gerados.

Uma vez que os recipientes/containers estejam cheios, devem ser etiquetados

para possibilitar a identificação e origem dos resíduos e permitir uma posterior

rastreabilidade dos mesmos até que sejam obtidos os correspondentes certificados

de tratamento final. É conveniente que no momento de identificação existam

balanças ou que seja indicada a capacidade (litros ou m3) do recipiente, como por

exemplo, tipicamente são utilizados recipientes de 120 litros (Bibliografia de

carácter general sobre gestión de los Resíduos Sanitarios).

Um acondicionamento local fechado dentro ou nas proximidades de uma área

médica pode ser necessário se os resíduos não são recolhidos com uma certa

frequência. Esta é uma prática considerada interessante do ponto de vista logístico,

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considerando que a área médica é um local no qual convivem os trabalhadores

responsáveis por etapas distintas do manejo de RSS como “entrega”, transporte e

tratamento e/ou disposição final.

Os resíduos perigosos e não perigosos não devem ser misturados durante a

coleta, o transporte e o armazenamento, ou seja, devem ser manejados em fluxos

independentes.

Os funcionários que lidam com os resíduos devem entender os riscos,

procedimentos de segurança para os serviços que realizam assim como devem

portar sempre os equipamentos de proteção individuais correspondentes e, ainda,

na correta aplicação dos recipientes secundários (bolsas ou recipientes rígidos

quando contém elementos perfurocortantes).

Estas são, portanto, orientações gerais e básicas, definidas pela OMS para todo e qualquer

estabelecimento de saúde, independente de sua localização geográfica e porte, deve

seguir de forma a alcançar um patamar mínimo de higiene e segurança à população e meio

ambiente.

5.5.5. Sistema de segregação

A correta segregação dos resíduos dos serviços de saúde é responsabilidade do gerador

ou estabelecimento de saúde que o produz, qualquer que seja sua posição na organização.

A gestão das instalações relacionadas aos serviços de saúde deve assegurar a existência

de um sistema de segregação eficiente, de um transporte e acondicionamento adequado

e, ainda, a adesão de todos funcionários, de forma a garantir o seu correto funcionamento.

5.5.6. Segregação básica, tipos de contêineres, códigos de cores e identificação

Em matéria de segregação, o ideal é que seja implantado um sistema a nível nacional que

estabeleça as categorias de segregação dos resíduos para sua utilização e um sistema de

códigos de cores para o seu armazenamento em embalagens/ recipientes. No Brasil, o

padrão de cores para recipientes de acondicionamento é definido pela Resolução

CONAMA Nº 275/2001. A OMS, por sua vez, por meio do documento “Safe Management

of wastes from health-careactivities, World Health Organization, 2014” apresenta o seguinte

modelo:

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Quadro 14 - Modelo de cores e classes para armazenamento de RSS de acordo com o estipulado pela OMS.

Tipo de resíduo Cor do recipiente e marcador Classe do recipiente

Resíduos altamente infecciosos

Amarelo, marcado como "altamente infeccioso", com o símbolo de risco biológico.

Sacola de plástico forte, a prova de vazamentos, ou recipientes susceptíveis ao tratamento em autoclave.

Outros resíduos infecciosos, patológicos e resíduos anatômicos

Amarelo com o símbolo de risco biológico.

Sacola de plástico a prova de vazamentos ou o recipiente.

Perfurocortantes Amarelo, marcado "cortante - Sharps", com o símbolo de risco biológico.

Recipiente a prova de furos.

Químicos e resíduos farmacêuticos

Marrom, marcado com símbolo de perigo apropriado.

Sacola de plástico ou recipiente rígido.

Rejeitos radioativos Identificado com o símbolo de radiação. Caixa de chumbo.

Resíduos gerais Preto Sacola de plástico.

Fonte: Adaptado da publicação da OMS, Manejo seguro para resíduos originados de atividades de saúde, 2014. (Safe

Management of wastes from health-care activities, World Health Organization, 2014).

5.5.7. Segregação dos resíduos não perigosos

É recomendável que, dentro de cada categoria geral/macro (não perigosos, potencialmente

infecciosos e perfurocortantes), seja realizada uma separação mais complexa. Neste

sentido, pode ser citado o exemplo dos resíduos não perigosos, que podem ser divididos

em materiais recicláveis, resíduos biodegradáveis e não recicláveis. Caso ocorra uma

mistura destas frações aos resíduos perigosos no momento da geração a recuperação dos

materiais recicláveis fica comprometida (Alternatives for treatment and disposal cost

reduction of regulated medical wastes, Byeong-Kyu Lee, 2003).

Os resíduos orgânicos podem ser coletados das diferentes áreas do estabelecimento de

saúde e posteriormente, caso a legislação permita, podem passar por um processo de

compostagem. Em alguns países é permitida, após o processo de esterilização, a utilização

destes resíduos para alimentação animal. Ressalta-se que no Brasil o artigo 48 da Lei

12.305/2010 proíbe, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, a utilização dos

rejeitos dispostos como alimentação. Portanto, este é outro exemplo de que todas as ações

previstas no planejamento para o manejo dos RSS devem ser avaliadas caso a caso de

forma a não infringir a legislação local.

Já os resíduos biodegradáveis não perigosos, como, por exemplo, flores, dentre outros,

podem ser descartadas juntamente com os resíduos de cozinha.

Em relação ao tratamento da fração orgânica dos resíduos de serviços de saúde de

estabelecimentos de saúde foram encontradas na bibliografia, distintas formas de atuação

e utilização das mesmas. Por exemplo, no documento “Experiência no manejo dos

resíduos sólidos dos serviços de saúde” de Maria de Mar Martinez é proposta a segregação

dos mesmos em duas partes.

A primeira como resíduo comum, dentro da qual se inclui os resíduos

biodegradáveis (aqueles que se desintegram no ambiente sem alterá-lo nem

produzir risco algum para a saúde). Nestes resíduos se encontram restos de

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vegetais, alimentos, papéis que são aptos para a reciclagem, madeiras e outros

resíduos que podem se decompor facilmente e que não tenham estado em contato

com agentes patogênicos.

A segunda fração é composta por resíduos biomédicos, os quais são resíduos

provenientes de pacientes infectados por algum elemento contagioso e que serão

tratados como qualquer outro resíduo infectante ou biológico.

O mesmo documento apresenta uma descrição da disposição final dos resíduos dos

serviços de saúde gerados no Hospital Pablo Tobón Uribe da cidade de Medelín, na

Colômbia. Neste estabelecimento os resíduos dos serviços de saúde, denominados

biodegradáveis, são tratados no próprio hospital por métodos de compostagem e com a

utilização de minhocário. Os resíduos de alimentos, antes e depois de sua preparação, são

entregues pelo serviço de alimentação para serem triturados e, posteriormente, são

levados ao minhocário. O mesmo processo é realizado para os resíduos vegetais

procedentes de podas e jardinagem.

No artigo “Fechando o ciclo dos nutrientes: Hospitais que reciclam seus resíduos

orgânicos” (Cerrando el ciclo de los nutrientes: Hospitales que reciclan sus resíduos

orgânicos) elaborado pela ONG Saúde sem Danos da Cidade de Buenos Aires, Argentina,

é estimado que entre 18% e 20% da fração total resíduos orgânicos gerados habitualmente

nos hospitais sejam similares à fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos. O mesmo

artigo reforça o fato de que trabalhar com essa fração numérica representa reduzir

notavelmente a quantidade de resíduos que um hospital envia a disposição final.

Algumas experiências exitosas descritas no artigo são:

Estabelecimento de Saúde: Fletcher Allen Health Care

Local: Município de Vermont, Estados Unidos da América.

Fonte: http://noharm.org/lib/downloads/food/Food_Waste_Recovery_FA.pdf

Experiência: desde o ano de 1993, o Medical Center Hospital de Vermont, desenvolve

um programa de recuperação de resíduos orgânicos que lhe permite economizar US$ 1400 por ano em custos de transporte de resíduos a aterros sanitários. Nesta instituição de 500 leitos, são preparadas 4.000 refeições por dia para os pacientes e clientes da cafeteria. Como parte do programa, o pessoal foi treinado em temas de segregação dos resíduos, assim como os corretos procedimentos de manejo e armazenamento.

No hospital não foram registrados problemas de maus odores nem de vetores. O responsável pelo processo da instituição assinala que isso se deve ao fato de que o composto se mantém em movimento e que há limpeza diária dos containers. O pessoal do Fletcher Allen Health Care acredita que a compostagem é parte da missão do hospital

para cuidar da saúde da comunidade.

Estabelecimento de Saúde: Hospital de San Ramón.

Local: Município de San Ramon, Costa Rica.

Fonte: http://www.sanramonmedctr.com/es-MX/Pages/default.aspx

Experiência: as atividades de compostagem se iniciaram há mais de 10 anos, utilizando resíduos vegetais e melado de cana de açúcar aproveitando uma área pequena do hospital. Desde o início, foram geradas grandes quantidades de adubo orgânico que é

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utilizado nas zonas verdes do hospital. O projeto foi redesenhado na busca de melhorias com o passar do tempo. A comissão de resíduos do hospital, por exemplo, depois de visitar outros projetos optou por incorporar o uso de minhocário ao processo.

Estabelecimento de Saúde: St. Luke’s Hospital

Local: Município de Duluth, Estado de Minnesota, Estados Unidos da América.

Fonte: http://noharm.org/lib/downloads/food/Menu_of_Change.pdf

Experiência: desde o ano de 2003 é desenvolvido o projeto denominado “Alimentos saudáveis no cuidado da saúde”, pioneiro neste tema no estado de Minnesota.

O marco do projeto se encontra no programa de compostagem do hospital que permite desviar do fluxo dos resíduos dos serviços de saúde, aproximadamente 18 toneladas/ano de resíduos que podem passar por processos de reciclagem, compostagem, entre outros. O êxito da iniciativa ajudou a demonstrar a viabilidade destas atividades a nível institucional, o que ofereceu resultados à promulgação de uma normativa que obriga a compostagem nas instituições e restaurantes da cidade.

5.5.8. Segregação dos resíduos perigosos

O recomendado e previsto por lei na maioria dos países consultados, determina que os

resíduos altamente infecciosos devam ser recolhidos, devidamente segregados e passar

por um tratamento prévio para sua desinfecção no local da geração. Uma vez desinfetados,

os resíduos podem ser transportados para uma área externa em recipientes específicos

devidamente identificados como resíduos infectantes.

Para fins de comparação com a legislação brasileira vigente, de acordo com a classificação

da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) RDC nº 306, de 07 de dezembro de

2004 e Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005, é obrigatória a segregação

dos resíduos no momento da geração, submetendo-os à inativação microbiana quando

necessário, na própria unidade geradora.

De acordo com o publicado pelo Comitê Internacional de Gestão de Resíduos da Cruz

Vermelha em 2011 (Medical Waste Management, International Committee of the Red

Cross, 2011), resíduos anatômicos, partes do corpo particularmente reconhecíveis ou

material fetal, devem ser manejados de acordo com as preferências religiosas e culturais

vigentes, sendo que, o mais utilizado é o enterro ou cremação autorizada. Em zonas e

regiões carentes de recursos financeiros, é comum a prática da eliminação da placenta e

outros resíduos anatômicos não reconhecíveis em um poço no qual podem se biodegradar

de forma natural.

Ainda de acordo com a mesma referência, resíduos cortantes ou perfurocortantes e

combinação de agulhas e seringas devem ser colocados diretamente em um recipiente

rígido devidamente adequado para acondicionamento deste tipo de material.

Os resíduos químicos e farmacêuticos devem ser segregados e recolhidos em separado

e, nesta subcategoria, se enquadram: mercúrio, pilhas, resíduos que contem cádmio,

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fotoquímicos, colorantes e reagentes de laboratórios, medicamentos citotóxicos e outros

produtos farmacêuticos.

Todos os subgrupos citados devem estar claramente identificados (com etiquetas

específicas), de forma que seja possível identificar o tipo de resíduo, o nome de suas

principais substâncias químicas e os riscos vinculados aos produtos químicos corrosivos,

inflamáveis, explosivos ou tóxicos, considerando ainda as exigências de compatibilidade

química dos resíduos entre si, assim como de cada resíduo com os materiais das

embalagens de forma a se evitar reação química entre os componentes do resíduo e da

embalagem. Os resíduos químicos, em estado líquido, nunca devem ser misturados ou

eliminados pelo sistema hidráulico-sanitário, estes devem ser armazenados em recipientes

rígidos à prova de vazamentos.

5.5.9. Recipientes de resíduos: as especificações e disposições locais

Como norma geral, os recipientes de resíduos devem ser resistentes e impermeáveis e,

ainda, forrados com uma bolsa de plástico resistente.

A espessura recomendada para sacolas de resíduos infecciosos é de 70 microns

(ISO 7765, 2004). Os plásticos utilizados para recipientes ou sacolas devem estar livres

de cloro. O resíduo deve estar adequadamente acondicionado em embalagens próprias

como, por exemplo, as do tipo grau cirúrgico ou tipo “não tecido SMS” já que sacolas

simples de plástico não podem suportar temperaturas de 121 ºC. No Brasil, estas

embalagens devem seguir os padrões da ABNT NBR 9191 e ABNT NBR 7500 sendo

resistentes a temperaturas de até 125ºC, normalmente, constituídos em polietileno de

alta densidade (PEAD) virgem, com solda lateral, contínua, homogênea e uniforme e o

mais comum é que sejam encontrados em volumes de 15 L, 30 L, 50 L, e 100 L.

Figura 5 - Exemplo de embalagem utilizadas para o processo de tratamento de RSS. Fonte: Plásticos Juremos, http://www.plasticosjurema.com.br/wp/?page_id=2473.

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Figura 6 - Exemplo de embalagem plástica utilizadas para RSS.

Fonte: Frilabo, disponível em: http://www.frilabo.pt/pt/product/sacos-p-autoclave-3l-255x400mm-500und-134c.

Os recipientes ou containers devem ter tampas devidamente ajustáveis, desmontáveis com

a mão ou, preferivelmente, operadas por um pedal. Tanto o recipiente como a sacola

devem apresentar a coloração correta para os resíduos que estão destinados a receber e

etiquetados de maneira clara.

Os recipientes para objetos perfurocortantes, quando confeccionados em plástico ou metal,

podem ser planejados para desinfecção e posterior reutilização sendo que as caixas de

papelão plastificadas ou em material plástico são necessariamente descartáveis. Opções

de baixo custo incluem a reutilização de garrafas de plástico ou latas de metal que, caso

sejam utilizadas, a etiqueta do produto original deve ser eliminada ou obstruída de forma

que os recipientes devem estar claramente etiquetados como: “RECIPIENTE DE

OBJETOS PERFUROCORTANTES”.

As figuras abaixo apresentam uma alternativa ambientalmente interessante, eficiente e

econômica para o acondicionamento de perfurocortantes.

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Figura 7 - Embalagem alternativa para armazenamento de resíduos perfurocortantes.

Fonte: Designaholic. Disponível em: http://designaholic.mx/2012.

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Figura 8 - Exemplos de embalagens alternativas para o armazenamento de resíduos perfurocortantes. Fonte: https://resourceefficiency.wordpress.com/category/hospital-waste-mgt/.

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O

recipiente de resíduo adequado para cada Grupo e subgrupo, ou seja, sacolas, containers,

caixas para perfurocortantes, etc., devem estar disponíveis para os funcionários em cada

uma das áreas médicas e em todas as possíveis zonas de geração de resíduos.

O êxito da segregação pode estar na certificação de que os containers são suficientemente

grandes para o volume de resíduo gerado em determinado local e pelo período

compreendido entre as coletas.

5.5.10. Coleta no estabelecimento de saúde

A publicação “Safe Management of waste from health-careactivities, 2014” da Organização

Mundial de Saúde (OMS - World Health Organization) descreve qual deve ser o processo

de coleta dos resíduos nos estabelecimentos de saúde.

De acordo com a referida publicação os horários de coleta devem ser fixos e adequados à

quantidade de resíduos produzidos em cada área do estabelecimento de saúde. Os

resíduos em geral, não infectantes ou que não apresentem risco potencial, não devem ser

coletados ao mesmo tempo e não devem ser transportados no mesmo veiculo utilizado

para os resíduos infecciosos ou perigosos.

Os recipientes com os resíduos e objetos perfurocortantes devem ser preenchidos até não

mais de três quartos de sua capacidade. Uma vez alcançado este nível, devem ser lacrados

e preparados para sua coleta.

Figura 9 - Exemplos de embalagens próprias para o armazenamento de resíduos perfurocortantes. Fonte: http://www.ecocapitalinternacional-sa.com/.

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Figura 10 - Os sacos de resíduos infectantes devem ser lacrados antes do descarte. Fonte: Cartilha de orientação de descarte de resíduo no sistema da faculdade de medicina da USP- Hospital das Clínicas.

Os recipientes plásticos não devem ser etiquetados, mas podem ser lacrados com uma

etiqueta adesiva de plástico ou corda. Os recipientes utilizados para reposição dos

containers ou bombonas deverão estar disponíveis em cada lugar de coleta de resíduos

de maneira que os containers cheios possam ser substituídos de forma rápida e eficaz.

As sacolas e recipientes com os resíduos devem ser etiquetadas com a data, o tipo de

resíduo e local de geração para que possam ser rastreadas até sua disposição final e,

sempre que possível, o peso também deve ser registrado de forma rotineira.

A coleta deve ser diária para a maioria dos resíduos, sendo que quando programada deve

coincidir com o padrão de geração de resíduos durante o dia, ou seja, se em uma área do

estabelecimento a rotina da manhã começa com a troca de bandagens, os resíduos

infecciosos poderiam ser recolhidos no meio da manhã para evitar que as bandagens sujas

permaneçam na área médica durante mais tempo do que o necessário.

Em comparação com uma ala comum da área médica um necrotério/câmara fria, por

exemplo, para depósito de cadáveres apresenta relativa e proporcionalmente uma

tendência maior de geração de resíduos potencialmente infecciosos e, neste caso, a esta

área deve ser estar prevista no planejamento uma frequência maior de coleta durante o

dia.

5.5.11. Coleta e transporte externos

A coleta e o transporte dos resíduos específicos e de riscos citotóxicos devem ser

realizados por meio de um transportador autorizado, de forma que os resíduos mal

acondicionados ou mal etiquetados não devem ser recebidos.

Entre a retirada dos resíduos do estabelecimento gerador até a entrega ao gestor

autorizado para o seu tratamento não devem se passar mais de 72 horas e caso não exista

outra alternativa e este tempo tiver que ser excedido (até 5 dias), então o acondicionamento

deve ser refrigerado (Guía de gestión de residuos sanitarios, Generalitat de Catalunya, año

2000).

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O transporte externo dos RSS deve cumprir, no mínimo, os seguintes requisitos definidos

pela OMS, 2014 (Safe management of wastes from health-care activities, Wolrd Health

Organization, 2014):

Os veículos usados devem ser dotados de caixa fechada de segurança, as

superfícies internas devem ser lisas e as quinas devem ser arredondadas para

permitir uma limpeza mais profunda. Além disso, deve haver sistemas de retenção

para líquidos e para realizar sua retirada e limpeza.

O veículo deve estar equipado com uma divisória entre a cabine do condutor e a

carroceria do veículo, de forma a reter a carga em caso de colisão.

Cumprimento da norma vigente relativa aos resíduos perigosos.

As embalagens e recipientes devem estar corretamente identificadas, incluindo a

simbologia referente ao resíduo que está sendo armazenado e outros dados que

possam ser solicitados.

O veículo deve ser marcado com o nome e endereço do transportador dos

resíduos.

Existem no mercado tecnologias para o correto tratamento dos resíduos dos serviços de

saúde, as quais compõem as principais linhas de tratamento para a gestão e

gerenciamento de RSS.

Na seguinte figura, é apresentado o esquema de gestão dos resíduos dos serviços de

saúde, segundo o estipulado no documento Gestão extra Centro dos Resíduos dos

Serviços de Saúde publicado em 2010 pelo Departamento de Meio Ambiente da Catalunha

(Gestió extracente del residus sanitaris, Generalitat de Catalunya, Departament de Medi

Ambient, 2010).

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Figura 11 - Esquema para a gestão extraestabelecimento de resíduos dos serviços de saúde utilizado pela administração da Catalunha e divulgado pelo seu departamento de meio ambiente em 2010.

Fonte: Gestió Extracentre dels Residus Sanitaris, Generalitat de Catalunya, Departament de Medi Ambient, 2010,

disponível em: http://www.diba.cat/documents/713456/3499958/APS.pdf?version=1.0.

5.5.12. Ciclo do manejo dos RSS

O manejo técnico dos RSS compreende uma série de etapas, as quais seguem uma ordem

lógica, iniciando-se desde a preparação de todos os serviços e áreas do estabelecimento

de saúde, com os insumos e equipamentos necessários para o manejo seguro do resíduo,

seguindo com a segregação - etapa fundamental por que requer o compromisso e

participação ativa de todo o pessoal do estabelecimento de saúde - até o armazenamento

final e coleta externa, ou seja, a evacuação dos resíduos ao exterior (Fundación NATURA.

Guía de Diagnóstico y Caracterización de Desechos Hospitalarios. Quito, Ecuador. 1998).

O transporte interno, o armazenamento e o tratamento são operações, normalmente,

executadas pelo pessoal da limpeza para o qual se requer uma logística adequada, além

de profissionais devidamente treinados.

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As etapas estabelecidas para o manejo de RSS segundo a Norma Técnica Procedimentos

para o manejo dos Resíduos Sólidos Hospitalares, elaborado pelo Ministério da Saúde

(MINSA) do Peru no ano de 2004, são as seguintes:

Acondicionamento.

Segregação e armazenamento primário.

Armazenamento Intermediário.

Transporte Interno.

Armazenamento final.

Tratamento.

Coleta externa.

Disposição final.

Em seguida são descritos em um diagrama de fluxo, o ciclo recomendado para ser seguido

de forma a aperfeiçoar e adequar o manejo dos RSS, de acordo com o publicado no Manual

para o manejo de resíduos em estabelecimentos de saúde, Pro Salute, Novi Mundi, 2010

publicado pela Fundacion Natura, por meio do seu comitê Intersinstitucional para o Manejo

de Resíduos dos Serviços de Saúde (PRO SALUTE NOVO MUNDI, 2010).

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NAO

ARMAZENAMENTO FINAL TRANSPORTE INTERNO

RESIDUO

BIOCONTAMINADORESIDUOS ESPECIAIS RESIDUO COMUM

RESIDUO

CITOSTÁTICOSRESIDUO QUÍMICO RESIDUO RADIATIVO

O ESTABELECIMENTO

CONTA COM SISTEMA DE

TRATAMENTO PARA ESTE

TIIPO DE RESIDUO

Não

TRATAMENTO

COLETA E TRANSPORTE

INTERNO

TRATAMENTO EXTERNO DISPOSIÇAO FINAL

SEGREGAÇÃO

TRANSPORTE INTERNO

CICLO DA GESTAO DOS RESIDUOS SÓLIDOS DOS RESÍDUOS DA SAUDE - RSS

SIM

SIM

O ESTABLECIMENTO CONTA

COM ARMAZENAMENTO

INTERMEDIARIO

ALRMAZENAMENTO

INTERMEDIARIO

Figura 12 - Diagrama de fluxo recomendado para otimização e adequação dos RSS. Fonte: Manual para o manejo de resíduos no estabelecimento de saúde, Pro Salute, Novi Mundi, 2010. Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

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Pag. 60

5.5.13. Critérios para a seleção do tratamento

Para a seleção do tipo de tratamento mais adequado dos RSS, é conveniente avaliar vários fatores, como os que estão elencados no “Regulation of Medical Waste in the United States, Volume 11, Article 2, 1994”:

Características do resíduo.

Volume dos resíduos a tratar.

Fatores de segurança e meio ambiente.

Eficiência do tratamento.

Volume e redução de massa.

Requerimentos prévios (ambientais, orçamentários, investimentos, etc.) para a

instalação.

Disponibilidade de espaços para os equipamentos.

Infraestruturas requeridas.

Requerimentos operacionais e de manutenção.

Habilidades requeridas para operar a tecnologia.

Custos de instalação.

Custos de operação e de manutenção.

Número de horas diárias de operação da planta em função da quantidade de

RSS a tratar.

Ao selecionar uma opção de gestão dos RSS, devem ser consideradas as seguintes

conveniências econômicas, além dos requisitos legais previstos na legislação local vigente:

Condições específicas, locais que podem causar suspensões acidentais de

operação ou baixo rendimento da mesma.

Condições futuras e trocas potenciais, tais como os relacionados com

regulações e padrões.

Atitudes contrárias e a eventual oposição pública a uma ou mais opções de

tratamento ou eliminação.

Os equipamentos para a aplicação da tecnologia de tratamento dos resíduos de serviços

de saúde, como de qualquer outra tipologia devem estar devidamente autorizados para

seu funcionamento.

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Pag. 61

Na tabela seguinte são descritos os métodos de tratamento recomendados para RSS de acordo com o Manual para o manejo de resíduos em estabelecimentos de saúde, Pro Salute, Novi Mundi, 2010.

Quadro 15 - Métodos de tratamento recomendados para RSS de acordo com o Manual para o manejo de resíduos em estabelecimentos de saúde, Pro Salute Novi Mundi, 2010.

Métodos de tratamento

Tipos de resíduos

Autoclave Incineração Desinfecção

química Micro-ondas

Aterro sanitário

Técnicas auxiliares

Gerais • Reciclagem

Infecciosos

Laboratório • • • • • Patológicos1 • •

Sangue derivados

• • • •

Perfurocortantes • • • • Aglutinação

Áreas críticas • • • •

Investigação2 • •

Especiais

Químicos • •

Neutralização química

Radioativos Decaimento

Farmacêuticos • •

Aglutinação reciclagem

Líquidos em geral

Notas: 1. Logo após a trituração pode submeter-se a outros tratamentos. 2. Célula especial com isolamento e impermeabilização

Fonte: Manual para el manejo de residuos en establecimientos de la salud, Pro salute Novi Mundi, 2010.

5.5.14. Tecnologias para o tratamento dos RSS

No setor internacional de tratamento de resíduos dos serviços de saúde, observam-se

certos avanços notórios no que se refere a métodos de tratamento para os resíduos

gerados. Na Alemanha, por exemplo, são utilizados métodos de oxidação (incineração)

para tratar os resíduos provenientes dos hospitais, entretanto a logística sofreu uma grande

alteração. Em 1983, existiam em funcionamento 554 pequenas plantas de incineração nos

hospitais. Fechadas em 2002, estas plantas foram substituídas por esterilizadores e/ou por

uma gestão por meio de plantas centralizadas de incineração específica para resíduos

infectantes (Healthcare Treatment, United Nations and Basel Convention, 2005).

A mesma tendência foi observada nos demais países da União Europeia. Na Irlanda, 100%

dos resíduos dos serviços de saúde infectantes e biológicos são tratados por esterilização

(os resíduos químicos não passam por este processo), o mesmo é feito na Espanha e

Portugal. Na França e Reino Unido, a quantidade de resíduos esterilizados supera a

quantidade que é encaminhada para incineradores.

A mesma situação vem ocorrendo a nível internacional, de tal maneira que nas

recomendações revisadas na Convenção de Basiléia sobre os resíduos dos serviços de

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saúde foi estabelecido que: “... serão selecionados métodos distintos à esterilização por

vapor somente se esta é impraticável ou inapropriada...”.

No tratamento de resíduos dos serviços de saúde existem diferentes, mas não muitas

tecnologias de tratamento. Ditas tecnologias permitem, em alguns dos casos, a redução

do volume dos resíduos de entrada, desinfeção mediante esterilização por vapor quente,

esterilização por altas temperaturas, neutralização química dos resíduos, entre outras

(Manual para el manejo de residuos en establecimiento de la salud, Pro Salute Novi Mundi,

2010).

Em sequência, estão enumeradas e descritas as diferentes tecnologias existentes para o

tratamento de RSS e seu âmbito de aplicação.

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Quadro 16 - Tecnologias de tratamento de RSS mais utilizadas em âmbito global.

Tecnologias mais usadas para o tratamento de RSS

Parâmetro Incineração Autoclave Micro-ondas Aterro sanitário

APLICAÇÃO Permite o tratamento de resíduos anatômicos e patológicos.

Permite o tratamento de resíduos sólidos não orgânicos tais como os perfurocortantes.

Eficaz para a destruição de patógenos, muito efetivo para penetrar sacolas de lixo.

Disposição final de rejeito do tratamento.

TRATAMENTO COMPLEMENTAR

Não necessita. Trituração, compactação. Trituração, compactação. Desinfecção ou célula especial totalmente isolada.

INSUMOS UTILIZADOS Combustível e eletricidade. Água e eletricidade. Água e eletricidade. Capas impermeabilizantes e capas de cobertura.

VANTAGENS

Redução de 75% do peso e 90% do volume

Eliminação total de patógenos, quando operado adequadamente.

Alto grau de efetividade.

Destrói qualquer material que contenha carbono orgânico.

Aplicável a quase todo tipo de resíduo.

Os restos são irreconhecíveis e definitivamente não recicláveis.

Alto grau de efetividade.

Não existem emissões gasosas perigosas.

Fácil operação, não há riscos.

Efluentes estéreis.

Reduz o volume em 60%.

Não gera emissões gasosas perigosas.

Baixo risco de operação.

Não gera efluente.

Alto grau de efetividade.

Contaminação mínima.

Baixo custo.

DESVANTAGENS

Alto custo em combustível.

Risco na operação.

Custo elevado para manutenção.

Risco de possíveis emissões e substâncias tóxicas na atmosfera.

Necessita um tratamento posterior para tornar os resíduos irreconhecíveis.

Requer linha de vapor.

Não reduz o volume dos resíduos tratados.

Pode produzir maus odores e produz aerossóis.

É necessário empregar sacolas e recipientes especiais para este tipo de tratamento.

Alto custo de investimento.

Alto custo de manutenção.

Requer pessoal treinado para sua operação.

Nem todos os parasitos ou bactérias são eliminados.

Não é apropriado para tratar entre 800 e 1000 Kg de resíduos.

Riscos de contaminação do solo.

Existem poucos aterros sanitários nas diferentes cidades.

RISCOS AOS FUNCIONÁRIOS

Produtos irritantes e cancerígenos. Não apresenta. Não apresenta. Produtos infectantes e tóxicos.

CUSTOS DE INSTALAÇÃO*

Médio a alto Altos Altos Médio a alto

CUSTOS DE FUNCIONAMIENTO

Médio a alto Médio Médio a alto Baixos

*Em termos gerais relativizados com os custos de funcionamento. Fonte: Manual para o manejo de resíduos em estabelecimentos de saúde, Pro Salute Novi Mundi, 2010. Elaboração própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

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Em seguida, será apresentada uma série de exemplos de centros de tratamento dos RSS

existentes e em operação em diversas localidades nos países estudados.

5.6. EXEMPLOS DE PLANTAS INDUSTRIAIS PARA O TRATAMENTO DE RSS

Quadro 17 - Planta de Tratamento Térmico para RSS em Astúrias, Espanha.

NOME DA INSTALAÇÃO PLANTA DE TRATAMENTO TÉRMICO

Localização: Principado de Astúrias - Espanha Investimento: 80% Co-financiada pelos fundos de coesão da EU

Tecnologia/construtor: Cogersa Subproduto obtido: Valorização energética

Capacidade nominal: 20 t/hora Ano início da operação: 2000 – 2003

Descrição: A planta de tratamento térmico dispõe de 2 linhas de incineração independentes (forno estático e forno rotativo), as quais são alimentadas por resíduos infecciosos da rede sanitária asturiana e cadáveres de animais de estimação. No caso do forno rotativo, podem ser tratados subprodutos farináceos de origem animal, como por exemplo, farinha óssea, óleos usados, absorventes contaminados, confiscados, etc. A instalação conta com uma sala de desinfecção e lavagem de containers.

O processo de incineração é similar em ambas as linhas, já que se realiza em duas câmaras consecutivas. Na primeira câmara são tratados os resíduos em temperaturas superiores a 850ºC ou 1100ºC, dependendo da natureza do resíduo, e cumprindo com a normativa de incineração de resíduos vigente.

Ambos os fornos aproveitam como combustível o biogás gerado no aterro de resíduos não perigosos, evitando o consumo de matérias primas.

Cada linha de incineração conta com seu próprio sistema de depuração via seco no qual os gases ácidos são neutralizados com bicarbonato de sódio e os compostos orgânicos e metais são absorvidos sobre carvão ativado. Os pós de depuração são retidos sobre um filtro de manga e são eliminados em um depósito de segurança.

O centro permite ainda, a recuperação energética dos resíduos mediante um turbogrupo de condensação de dupla etapa com uma potência de 1000 KW que aproveita o calor gerado durante o resfriamento dos gases para sua posterior depuração.

Os resíduos gerados por ambas as linhas, tais como escórias e pós de depuração, são recolhidos e eliminados no depósito de segurança de resíduos especiais.

Tecnologias empregadas:

Incinerador estático.

Incinerador rotativo.

Filtro manga.

Turbogrupo para a geração de eletricidade.

Gerador elétrico movido a biogás.

Depósito de resíduos especiais.

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Figura 13 - Incinerador Estático.

Figura 14 - Incinerador de Forno Rotativo.

Figura 15 - Sistema de coleta de cinzas.

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Quadro 18 - Centro para tratamento de resíduos químico/resíduos de serviços de saúde em Hong Kong, Japão.

NOME DA INSTALAÇÃO CENTRO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS

QUÍMICOS/SANITÁRIOS

Localização: Hong Kong - Japão Investimento: 100% Público

Tecnologia/construtor: Ecospace Ltd. Subproduto obtido: Valorização energética

Capacidade nominal: 100.000 t/ano Ano início de operação: 1993

Descrição: O centro de tratamento é a única planta de tratamento de resíduos de serviços de saúde em Hong Kong e uma das instalações de tratamento de resíduos perigosos mais completas e sofisticadas da Ásia. Foi desenhado e é operado de acordo com as mais restritas normas ambientais e de segurança internacional. Principais atividades O centro proporciona os serviços de coleta, tratamento e eliminação de quase todos os tipos de resíduos químicos/hospitalares gerados em Hong Kong. O pacote de serviços que ele proporciona inclui:

Atenção ao cliente.

Análise e classificação de resíduos clínicos.

Serviços de análises laboratoriais.

Tratamento e valorização dos resíduos, como mercúrio e óxido de cobre.

Serviços de resposta de emergência.

O processo de tratamento incluía incineração dos RSS, tratamento físico/químico, separação dos óleos/água, estabilização do cobre e a recuperação do mercúrio (para outros tipos de resíduos que não os RSS). O centro conta, ainda, com equipamentos de valorização energética dos gases de escape (turbogrupo) e, no ano de 2012, realizou um recuperação térmica de 52,411 MWh para autoconsumo.

Certificações

ISSO 9001/14001 certificado em Julho de 2010 e setembro de 2011, respectivamente.

Tecnologia empregada para RSS

Incinerador estático.

Incinerador rotativo.

Filtro manga. Turbogrupo para geração de calor.

Quadro 19 - Planta de Esterilização de resíduos dos serviços de saúde em Vizcaya, Espanha.

NOME DA INSTALAÇÃO: PLANTA DE ESTERILIZAÇAO DE

RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE (GORDEXOLA)

Figura 16 - Vista panorâmica da Planta de Tratamento.

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Localização: Vizcaya - Espanha Investimento: 100% pública

Tecnologia/construtor: Sterile Services Sl Subproduto obtido: Material esterilizado

Capacidade nominal: 1.500 t/ano Ano início de operação: 2010

Descrição: O sistema base do processo de tratamento e a Esterilização térmica a vapor. O esquema geral do processo é relativamente simples:

- Na parte da nave, definida como área de “material sem tratamento”, são descarregados os caminhões oriundos dos centros de coleta, de forma que a boca de carga permaneça dentro da nave. Na ocorrência de um vazamento de líquidos contaminados, estes permanecem confinados no solo impermeabilizado da nave.

- O caminhão é pesado e identificado de forma adequada. - Os resíduos são armazenados em uma câmara frigorífica mantida a uma temperatura

inferior a +4ºC para frear um possível crescimento dos microrganismos que possam conter. - São retirados os containers da câmara e os carros de esterilização são alinhados. Os

containers/recipientes/bombonas esvaziados passam por processo de lavagem. - A autoclave é carregada seguindo o processo de esterilização. - Uma vez concluído o ciclo de esterilização, os carros utilizados são extraídos da autoclave

pela porta específica para passagem de “material tratado” e os resíduos esterilizados, que, após o processo, podem ser considerados similares aos resíduos urbanos, são passados de novo à contêineres de grande capacidade que permanecem à espera de um caminhão de transporte de resíduos sólidos urbanos que os transporte até à planta incineradora.

Tecnologia empregada:

Esterilizador de autoclave.

Triturador.

Lavador de containers/recipientes/galões.

5.7. DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS PARA O TRATAMENTO DOS RSS

As tecnologias que serão descritas em continuação foram identificadas como ideais para

o tratamento dos RSS em todos os planos de gestão consultados: Reino Unido, Canadá,

Estados Unidos, Espanha, Japão e Austrália.

5.7.1. Incineração

É um processo de combustão que transforma a matéria orgânica dos resíduos em materiais

inertes sob a forma de cinzas e gases. O sistema garante a eliminação dos agentes

Figura 18 - Contêineres de 60 litros. Figura 17 - Contêineres de 1.100 litros.

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Pag. 68

patogênicos e consegue uma redução física significativa dos resíduos, tanto em peso,

como em volume.

Este método é utilizado para tratar os resíduos infecciosos ou resíduos de anatomia

patológica e laboratório (a exceção dos rejeitos radioativos) permitindo uma redução em

volume de 90% em forma irreconhecível e inerte. Os incineradores devem contar com uma

câmara dupla primária, que alcança temperaturas entre 600 e 850ºC e com câmara

secundária com temperaturas superiores a 1200ºC, além de contar com filtro e lavador de

gases (Universidad Nacional, Modulo de formación, sistema de tratamiento térmico o

químico de los resíduos, 2014).

Os incineradores pirolíticos contam com uma câmara primária de aço com resistência a

temperaturas altas e revestida com materiais refratários cuja finalidade é de proporcionar

uma maior retenção do calor produzido pelos queimadores.

Os queimadores consistem em um bico pulverizador do combustível por meio de uma

mistura de ar e pressão que é acesa mediante uma faísca produzida por um sistema que

faz parte do equipamento.

A câmara secundária possui um tamanho menor que a primária e consiste também em

uma estrutura de aço revestida de material refratário que suporta maiores temperaturas.

Na câmara secundária os gases produzidos pela combustão dos resíduos sólidos são

incinerados mediante um queimador adicional e a temperatura alcançada supera os

1200ºC.

Em continuação, se mostra o diagrama de processo de uma planta de incineração na qual

o resíduo fica suspenso em uma base feita de material cerâmico resistente em formato de

uma malha quadriculada, como publicado no documento denominado Situação e potencial

da valorização energética direta de resíduos pelo Instituto para a Diversificação da Energia

- IDEA (Espanha, 2011-2020).

Figura 19 - Exemplo do diagrama de processo de uma planta de incineração.

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Fonte: Situación y potencial de valorización energética directa de resíduos, Instituto para la Diversificación de la Energia –

IDEA, España 2011 – 2020.

A incineração de resíduos dos serviços de saúde que apresentam risco biológico requer

temperaturas e tempo de exposição mínima para assegurar a destruição de todos os

microrganismos presentes no material de entrada. Temperaturas da ordem de 1200ºC na

câmara de combustão secundária, com tempos de residência da ordem de 1 segundo,

permitem obter uma adequada incineração dos elementos tóxicos gerados na câmara

primária (Xavier Elias Castells, Tratamiento y valorización energética de los resíduos,

2005).

A composição dos resíduos e a taxa de alimentação do incinerador são aspectos

fundamentais para uma correta operação e uma adequada proteção do incinerador. A

regulação do conteúdo de umidade e da proporção de plástico é necessária para evitar

variações excessivas da temperatura que podem originar em um tratamento inadequado

e, ainda, em danos ao equipamento.

O operador do equipamento de incineração pirolítica deve contar com a certificação

correspondente que acredite sua capacidade técnica no manejo operativo do equipamento.

A alternativa de incineração como sistema de tratamento de resíduos dependerá das

características dos resíduos e da instalação da planta de incineração. A segunda versão

do Guia para a gestão Integral de resíduos perigosos, publicado pelo centro coordenador

da Convenção de Basiléia em 2005, apresenta as seguintes recomendações:

Que o resíduo esteja apto para entrar em um processo de incineração,

majoritariamente orgânico e conter quantidades mínimas de metais os quais podem

se volatilizar durante o processo. Além destes aspectos gerais, as condições

específicas nas quais ocorre a incineração para os contaminantes presentes devem

ser sempre verificadas.

Que o incinerador esteja desenhado para o tratamento de resíduos perigosos, em

particular que sejam cumpridos os parâmetros de temperatura, turbulência e tempo

de residência necessária. Neste caso, devem ser verificadas se existem restrições

especificas para alguns grupos de compostos.

Que a operação do incinerador seja a adequada. Para efeitos de controlar o

desempenho dos incineradores são realizados ensaios de queima.

Que conte com sistema de tratamento e controle de emissões atmosféricas estejam

de acordo com os resíduos processados.

Que sejam cumpridos os padrões de emissão atmosféricas estabelecidos pela

legislação local ou caso não existam normas nacionais sugere-se comparar suas

emissões com padrões internacionais.

Alguns exemplos dos resíduos que podem ser incinerados são:

Medicamento e produtos farmacêuticos.

Solventes orgânicos.

Óleos minerais.

Resinas e pintura.

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PCB´s (bifenilas policloradas).

Alcatrão.

Resíduos orgânicos tóxicos.

Resíduos sólidos dos serviços de saúde.

Existem outros resíduos que por suas características não deveriam passar pelo processo

de incineração. Dentre eles, temos aqueles que apresentam altas concentrações de

arsênio, mercúrio, flúor, bromo, iodo, chumbo e compostos orgânicos siliconados. As

plantas de incineração fixam os limites máximos de concentração deste tipo de substâncias

nos resíduos que entram no sistema.

Para que a instalação e operação de uma planta de incineração de resíduos perigosos

sejam viáveis é preciso contar com uma quantidade mínima de resíduos. Esta quantidade

surgirá de um estudo econômico, aonde serão considerados, por um lado, os custos de

investimento e operação e por outro o custo da incineração de resíduo, que deverá ser um

valor razoavelmente competitivo. Este último pode estar entre 400 a 1000 US$/t, como

previsto no Guia para a gestão Integral de resíduos perigosos em seu segundo livro

publicado no ano de 2005 (Guía para la gestión integral de resíduos peligrosos, tomo II,

Centro coordinador del convenio de Basilea, 2005).

Em seguida será apresentado um esquema gráfico de incineração de um forno rotativo

recomendado para o tratamento dos RSS de acordo com o documento Controle e

Prevenção Integrada de Poluição, Documento referência para a melhor tecnologia

disponível para incineração de resíduos (Integrated Pollution Prevention and Control

Referente Document on the Best Available Technique for Waste Incineration, 2006).

Figura 20 - Características de um forno rotativo.

Fonte: Takuma rotatory Kiln, 2011.

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5.7.2. Impactos ambientais do tratamento por incineração

Os resíduos e sua gestão constituem uma importante questão para o meio ambiente. O

tratamento térmico dos resíduos pode, portanto, ser considerado uma resposta às

ameaças ao meio ambiente quando, na maioria dos casos, supõe-se a existência de fluxos

de resíduos sem qualquer tipo de gestão e tratamento adequados. O objetivo do tratamento

térmico consiste em reduzir o impacto ambiental global que, de outro modo, teriam os

resíduos. Não obstante, é importante dizer que as incineradoras geram emissões e

consomem recursos em um grau e em uma magnitude que dependem do desenho e

funcionamento da instalação.

De acordo com documento publicado pela Comissão Europeia em 2005, denominado

“Prevenção e Controle integrado da Contaminação, melhores técnicas disponíveis no setor

da incineração de resíduos” os impactos potenciais das incineradoras de resíduos podem

estar incluídos nas seguintes categorias principais:

Emissões ao ar e á água (odores incluídos).

Produção de resíduos.

Ruídos e vibrações.

Consumo e produção de energia.

Consumo de matérias primas (reativos).

Emissões fugitivas principalmente do armazenamento de resíduos.

Redução dos riscos derivados do armazenamento, manipulação e transformação

de resíduos perigosos.

Outros impactos que podem repercutir significativamente no impacto ambiental global de

toda a cadeia de gestão dos resíduos podem estar atrelados às seguintes operações:

Transporte dos resíduos que são recebidos dos seus respectivos rejeitos derivados

do processo de tratamento.

Pré-tratamento extensivo de resíduos (por exemplo, preparação de combustíveis

derivados de resíduos - CDR).

A aplicação e o cumprimento de modernas normas de emissão e o uso de avançadas

tecnologias de controle da contaminação tem reduzido as emissões ao ar em níveis, pelo

que os riscos de contaminação pelas incineradoras de resíduos são considerados muito

baixos. O uso constante e efetivo destas técnicas de controle de emissões ao ar é uma

questão ambiental chave que deve ser observada e discutida em nível político e técnico

com toda a sociedade (Prevención y control integrado de la contaminación, mejores

técnicas disponibles en el sector de la incineración de resíduos, Comisión Europea, 2005).

Além de garantir um tratamento eficaz dos resíduos que, possivelmente, não ocorreria de

outro modo pela ausência de uma gestão adequada, muitas incineradoras desempenham

um papel primordial na recuperação de energia a partir dos resíduos. Em alguns casos,

nos quais foram aplicadas medidas específicas para aumentar a capacidade, em t/h ou

t/ano, das incineradoras (em sua maioria, de resíduos sólidos urbanos) para aperfeiçoar a

valorização energética dos resíduos, o impacto ambiental positivo superou o impacto

negativo, já que ocorreu um incremento muito superior na geração de energia. Uma grande

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oportunidade ambiental para o setor é, por conseguinte, aumentar seu potencial como

administrador de fonte de geração de energia.

No caso dos impactos ambientais derivados da cremação de cadáveres ou de partes

anatômicas de corpos humanos, os processos de incineração (cremação) emitem

contaminantes atmosféricos por três fluxos diferentes (Artigo Incineración: Cremación de

cadáveres, Ecología y Medio Ambiente, Departamento de ciencias de ingeniería ambiental

de la Universidad de Florida, 2008):

Combustão.

Combustão incompleta.

Volatilização de metais preexistentes no corpo humano a incinerar.

No caso da combustão, esta é responsável pela emissão da matéria em forma de partículas

de cloreto de hidrogênio e de outras emissões que dependem dos elementos presentes na

atmosfera.

A combustão incompleta, durante a incineração, produz monóxido de carbono, assim como

também a volatilização de metais ou deposição de metais sobre as cinzas que são emitidas

à atmosfera, sendo responsável ainda pela emissão de agentes contaminantes como o

mercúrio, cádmio e chumbo.

Monóxido de carbono: para reduzir ao máximo a produção de monóxido de carbono o

processo da combustão deve ocorrer na presença de bastante oxigênio na temperatura

apropriada.

Matéria em forma de partículas: o pó, as cinzas e restos de resíduos desprendem

partículas de matéria resultantes da incineração. Algumas destas partículas são

consumidas durante a pós-combustão, mas algumas, inevitavelmente, escapam à

atmosfera.

Cloreto de hidrogênio: o cloreto de hidrogênio pode ser produzido quando ocorre a

combustão do plástico de próteses que não podem ser separadas de partes anatômicas

de cadáveres antes do início do processo de incineração. É estimado que para cada libra

de plástico tratado com cloro, no processo de incineração (cremação), sejam liberadas

0,55 libras de cloreto de hidrogênio gasoso (Artigo Incineración: Cremación de cadáveres,

Ecología y Medio Ambiente, Departamento de ciencias de ingeniería ambiental de la

Universidad de Florida, 2008):

Óxido de Nitrogênio (NOx): os óxidos de nitrogênio são o resultado comum da combustão

na presença de nitrogênio. O NOx é formado no processo de cremação porque está contido

na atmosfera e também pelo fato de que ¼ do corpo humano ser composto por nitrogênio.

Dióxido de Enxofre (SO2): os óxidos de enxofre estão presentes nos restos mortais

incinerados.

Dioxinas: as dioxinas são formadas durante o processo de combustão na queima de

produtos tratados com cloro, tais como plásticos. Estas partículas são consideradas

“partículas pesadas” (Review regarding the technological, environmental and economical

aspects of the new peoposed medical waste treatment method, MEDWASTE, 2012).

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Mercúrio, cádmio e chumbo: o mercúrio se incorpora ao processo contaminante porque

está presente no corpo que é incinerado. A principal fonte de mercúrio no corpo são os

preenchimentos feitos com amalgama dental, a qual contém mais de 0,5 gramas de

mercúrio. O mercúrio escapa destes preenchimentos devido à pressão baixa do vapor que

emite o corpo em processo de incineração aumentando os níveis de mercúrio já presentes

no corpo. As temperaturas intensas da cremação ocasionam que o mercúrio presente nos

preenchimentos se volatilize e somado ao mercúrio presente no corpo geram uma grande

quantidade de mercúrio lançadas a atmosfera. Os estudos têm encontrado valores como

200 microgramas de mercúrio por metro cúbico de ar durante o processo de cremação de

um corpo com preenchimentos dentais de amalgama (Artículo Incineración: Cremación de

cadáveres, Departamento de ciencias de ingeniería ambiental de la Universidad de Florida,

2008).

Dentre os sistemas empregados para minimizar os impactos ambientais como a liberação

de dioxinas e de metais pesados à atmosfera encontram-se aqueles denominados

sistemas de depuração de gases, entre os quais se encontram: filtro de mangas, filtro

eletrostático, lavadores de gases e filtro de carvão ativado.

5.7.2.1. Filtro de mangas

São compostos pelo próprio filtro e do sistema de limpeza que pode ser de ar condicionado,

à contracorrente em fluxo contínuo, pneumático ou fluxo de ar em direção oposta, por

vibração ou por golpe.

A separação das partículas sólidas é feita fazendo passar o ar com partículas em

suspensão mediante um ventilador, por meio da tela da qual a sacola é formada. Desta

forma as partículas são retidas entre os interstícios da tela formando uma torta filtrante.

Desta maneira a torta vai se engrossando com o que aumente a perda de carga do sistema.

Para evitar que o caudal diminua se procede a efetuar uma limpeza periódica das mangas.

Os filtros de manga consistem de uma série de sacolas com forma de mangas,

normalmente de fibra sintética ou natural, colocadas em suportes, para conferir-lhes

consistência, e fechados em uma carcaça de forma e dimensões muito similares às de uma

casa. O gás sujo, ao entrar no equipamento, flui pelo espaço que está debaixo da placa

nas quais se encontram sujeitas as mangas e até acima para introdução nas mangas. Em

seguida, o gás flui até o espaço exterior às mangas deixando para trás os sólidos que

estavam em suspensão, anteriormente. O gás limpo flui para o espaço exterior dos sacos

e é conduzido por uma série de condutos até a chaminé de escape.

Contém ainda uma série de painéis para distribuir o ar, dispositivos para a limpeza das

mangas e um silo para recolher as partículas captadas (Grupo Emison España, 2014).

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Figura 21 - Detalhe de um filtro de manga.

Fonte: http://dc351.4shared.com/doc/7rKEWJM7/preview.html.

Os preços dos filtros de manga dependem das dimensões e da temperatura que devem

suportar (García Mora, John Jairo. Artículo Incineración de Resíduos Sólidos). Na tabela

seguinte, são descritos os preços de marcado dos filtros atualizados pelo Grupo Emison

da Espanha em 2014.

Quadro 20 - Preços (Euros) de referência na Espanha para o equipamento Filtro de Manga, 2014.

Filtros Manga

Caudal m3/h Dimensões Peso Kg

Preço 100 ºC

Preço 200 ºC

Preço 300 ºC

Preço 400 ºC

Preço 500 ºC

4 x 2 100 - 250 40 x 310 x 40 100 7.750 8.525 9.805 11.275 12.975

6 x 2 150 - 360 40 x 310 x 60 125 8.900 9.790 11.260 12.950 14.900

9 x 2 215 - 550 60 x 310 x 60 150 10.550 11.605 13.350 15.350 17.650

9 x 3 325 - 800 60 x 420 x 60 200 11.510 12.670 14.560 16.750 19.250

12 x 3 430 -1.000 60 x 420 x 75 225 12.600 13.860 15.950 18.330 21.080

16 x 2.5 500 -1.200 75 x 380 x 75 250 14.500 15.950 18.350 21.100 24.230

16 x 3 575 -1.500 75 x 430 x 75 260 16.750 18.450 21.188 24.370 28.025

20 x 3 700 -1.800 75 x 440 x 100 280 18.050 19.860 23.840 26.260 30.200

25 x 3 1.000 2.200 100 x 440 x 100 300 20.780 22.860 26.290 30.230 34.770

30 x 3 1.100 - 2.700 100 x 450 x 110 320 23.350 25.690 29.540 33.970 39.070

36 x 3 1.300 - 3.300 110 x 450 x 110 350 26.400 29.040 33.400 38.410 44.170

42 x 3 1.500 - 3.800 110 x 450 x 130 380 29.550 32.505 37.380 42.990 49.450

49 x 3 1.800 - 4.400 110 x 450 x 130 400 33.220 36.550 42.025 48.330 55.575

56 x 3 2.000 - 5.000 130 x 460 x 150 460 36.910 40.601 46.700 53.700 61.750

64 x 3 2.300 - 5.750 150 x 465 x 150 500 41.130 45.250 52.030 59.850 68.810

72 x 3 2.600 - 6.500 150 x 465 x 160 510 45.090 49.600 57.040 65.600 75.440

81 x 3 2.900 - 7.400 160 x 465 x 160 540 49.370 54.310 62.460 71.825 82.600

*Valores em Euros. Fonte: Grupo Emison, Espanha, 2014.

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5.7.2.2. Filtros eletrostáticos (precipitador ou eletrofiltro)

São compostos de eletrodos que carregam eletricamente as partículas sólidas que irão se

precipitar nos eletrodos positivos de precipitação, aonde um sistema provoca vibrações

que as lança às caixas correspondentes caso o eletrofiltro esteja seco. Se o eletrofiltro

estiver úmido as partículas sólidas são arrastadas com a água.

5.7.2.3. Lavadores de gases:

- Sistema seco: se injeta um absorvente em forma de pó, que captará o gás e que será recolhido no filtro de manga.

- Sistema semi-seco: se injeta uma massa semilíquida do absorvente (misturado em água) que ao entrar em contato com o gás se evapora e atua como o sistema seco.

- Sistema úmido: se utilizam torres de lavagem, nas quais se pulveriza o líquido

lavador e se passa o gás através dele. É recomendável aplicar um lavador alcalino para

produtos ácidos e um lavador ácido para produtos alcalinos.

No seguinte gráfico, apresenta-se com detalhe um lavador de gás vertical o Scrubber.

Figura 22 - Detalhe de um lavador de gases verticais.

Fonte: ABISA, Abastecimientos internacionales.

Devem ser utilizados circuitos semicerrados, que se purgam quando a concentração do

resíduo alcança níveis calculados previamente. Neste momento, se extrai o líquido ou o

lodo que será tratado segundo suas características.

5.7.2.4. Filtros de carvão ativado

São utilizados na etapa final da depuração dos gases de combustão na incineradora de

resíduos sendo que é usual a utilização de coque ativado.

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O sistema se baseia em instalar várias capas separadas por placas reforçadas de forma

que o gás seja distribuído homogeneamente, que podem ser renovados ou limpados

quando seja necessário.

Este sistema é muito eficaz na redução das dioxinas, dos furanos, alguns metais pesados,

certos compostos halogenados, muitos derivados do enxofre, etc. (Seoanez Calvo

Mariano, Resíduos. problemática, descripción, manejo, aprovechamiento y destrucción).

A regeneração do carbono ativo é realizada mediante a pirólise do material a 800ºC em

uma atmosfera controlada para evitar a ignição do carbono. Contudo, sempre se produzem

pequenas perdas de carbono que devem ser restituídas. Uma vez que o processo de

regeneração tenha sido finalizado, o carvão ativo pode ser reutilizado no processo sem

perda de eficácia (Xavier Elias Castells, Tratamiento y valorización energética de resíduos,

2005).

Os componentes de um filtro de carvão ativado podem ser visualizados na figura a seguir.

Figura 23 - Componentes de um filtro de carvão ativado. Fonte: SIDAL Industrial machine, 2014.

5.7.3. Esterilização por autoclave

No processo, se utiliza o vapor saturado à pressão em uma câmara conhecida como

autoclave dentro da qual os resíduos são submetidos a temperaturas de 134ºC a 137ºC

com a finalidade de destruir os agentes patógenos que estão presentes nos resíduos.

Neste tipo de tratamento a temperatura e o tempo são parâmetros fundamentais para a

eficiência do tratamento. As temperaturas de operação devem estar entre 134ºC a 137ºC

por um tempo de 30 minutos, no mínimo.

O equipamento consiste em uma câmara hermética, de aço inoxidável, dentro da qual se

colocam os resíduos. Esta câmara deve resistir a altas pressões e vácuos. Nesta câmara

são colocados os resíduos que serão esterilizados.

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Em primeiro lugar, é produzido um vácuo para extrair o ar da câmara, logo se injeta vapor

de água no interior com a finalidade de evitar a formação de bolhas de ar aonde a

temperatura não alcança os valores adequados. Em seguida, é realizado um segundo

vácuo extraindo o conteúdo de ar e vapor da câmara. Prevê-se que, neste momento, a

câmara não terá bolsas de ar e imediatamente depois se injeta vapor.

Conta com um sistema de controle de aumento da temperatura até 137ºC, momento no

qual é iniciada a contagem do tempo de tratamento de 30 minutos (Environmental

Protection Agency – EPA, Steam autoclave treatment, 2004).

Para a utilização de autoclaves é requerido que o estabelecimento de saúde conte com

uma rede de vapor administrado por caldeiras. Esta aplicação não reduz nem destrói a

massa de resíduos e, por isso, é necessário um tratamento posterior capaz de tornar os

resíduos que saem da autoclave impossíveis de serem reconhecidos - aplicável a seringas

e agulhas hipodérmicas - com a finalidade de evitar seu reuso ilegal propiciado pela

separação informal existente em alguns lugares que não contam com aterro sanitário. Além

da autoclave é necessário também um triturador e um compactador de resíduo.

Os resíduos infectantes que apresentam uma densidade baixa, menor de 110 kg/m3 (ou

0,110 t/m3), tais como materiais plásticos, são mais adequados para o uso de esterilização

a vapor. Já os resíduos que apresentam uma densidade em peso mais elevada, superior

a 250 kg/m3 (ou 0,250 t/m3), como peças anatômicas, material animal ou aqueles ricos em

fluidos dificultam a penetração do vapor e requerem um tempo maior de esterilização.

No caso de embalagens de plástico, como, por exemplo, feitas de polietileno, apesar de

serem resistentes ao calor impedem a penetração do vapor e, neste caso, é necessário

destampá-los para que o processo de esterilização seja efetivo.

O volume de resíduos é um fator importante na esterilização mediante o vapor.

Considerando que manutenção da temperatura de esterilização pode ser dificultada pela

alimentação de um volume muito elevado de resíduo, pode ser mais efetivo tratar uma

quantidade grande de resíduos em duas etapas, ao invés de uma etapa única.

Em continuação, é apresentado um esquema gráfico do processo de tratamento por

autoclave (Treatment and disposal technologies for health-carewaste, Scotsafe Ltd,

Glasgow, Scotland, 2004).

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Figura 24 - Esquema representativo do funcionamento do tratamento de RSS por autoclave.

Fonte: ScotsafeLtd. Glasgow, Scotland.

Dentre as vantagens que a esterilização por autoclave oferece, quando comparada com a

incineração, podem ser listadas as seguintes (Tratamiento de resíduos biosanitarios, Grupo

Tecnomatrix, 2011):

É um procedimento de extrema simplicidade, os materiais para descontaminação

são introduzidos na câmara do esterilizador e se submetem a vapor saturado

durante um tempo determinado. Contrariamente ao que ocorre no tratamento de

incineração, o pessoal que trabalha na planta incineradora deve estar altamente

qualificado já que seu manejo é complexo e o processo apresenta um risco

moderado.

É um procedimento “limpo”. Ao trabalhar com vapor de água, não se utiliza nenhum composto químico que poderia produzir resíduos tóxicos. O resíduo gerado pelo esterilizador é sempre água esterilizada.

É um procedimento facilmente controlável por meio do monitoramento e registro dos parâmetros físicos do esterilizador, assim como com o uso de controles bacteriológicos existentes no mercado.

A aplicação da técnica de esterilização como alternativa à incineração para o tratamento de resíduos infectantes não é algo novo. Na verdade, vem sendo utilizado há mais de 3 anos para a destruição de amostra e cultivos nos laboratórios de microbiologia e centros experimentais.

Por outra parte, em relação ao tratamento de desinfecção, a esterilização também possui certas vantagens (Tratamiento de resíduos biosanitarios, Grupo Tecnomatrix, 2011):

Ao trabalhar com temperaturas mais elevadas, o nível de compactação da carga é maior, portanto diminuí o volume residual.

É possível a validação dos ciclos com os controles biológicos existentes no mercado para a esterilização por vapor de (Bacilus Sterothermophilus). Desta maneira, será

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garantida a eficácia do tratamento sem que este implique um custo adicional significativo.

Em nível tecnológico, devido à própria configuração dos esterilizadores de hoje em dia, estes aportam, sem uma necessidade de investimento extra para o usuário, a possibilidade de esterilizar a carga com os mesmos meios e instrumentos que se tivesse sido feita a desinfecção.

Os controles mecânicos e registros impressos permitem o controle e seguimento dos distintos parâmetros dos ciclos de esterilização.

Uma das principais vantagens deste sistema é a redução do volume de resíduos em quase

80% graças à trituração. Na Europa, com o sistema de ciclo de vácuo fracionado se

consegue cumprir com os requerimentos para o tratamento de resíduos infectantes. Assim,

normalmente se exige a esterilização e não a desinfecção. O processo com vácuos

fracionados (extraindo o ar e injetando vapor repetidamente) facilita a penetração do

agente esterilizante. Com este tipo de ciclo, a uma temperatura de 134ºC, se garante não

somente a desinfecção, como também, a esterilização, alcançando o nível Log6 de

esterilização (eliminação de 99,9999% dos germes) (Artículo Métodos de limpieza,

desinfección y esterilización, revista Bioterios, 2013).

5.7.3.1. Impactos ambientais do tratamento por autoclave

Durante a instalação e funcionamento de uma Autoclave, algumas ações podem ser

tomadas para evitar o impacto sobre o meio ambiente (Memoria de Impacto Ambiental

Planta de Esterilización de Resíduos Sanitarios de Gordexola - España, Sterile Services,

2013).

Dentre as ações permanentes, que podem ser observadas durante a fase de instalação da

planta, estão:

Construções.

Investimento econômico.

Por outro lado, dentro do grupo de ações geradas durante a fase de funcionamento

consideramos aquelas devidas a:

Presença de resíduos dos serviços de saúde.

Água residual da limpeza de containers.

Manejo da operação da planta.

Condensados residuais do processo de esterilização.

Coleta de resíduos urbanos.

Circulação de veículos.

Criação de emprego.

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Estas ações definidas de forma particular estão listadas em continuação (Memória de Impacto Ambiental Planta de Esterilización de Resíduos Sanitarios de Gordexola - España, Sterile Services, 2013). Quadro 21 - Fatores ambientais, ações impactantes e impactos provocados pela utilização de tratamento de RSS por autoclave.

Fatores ambientais afetados

Ações impactantes ao meio ambiente

Impactos provocados

QUALIDADE DO AR Presença de RSS.

Circulação de veículos.

Diminuem a qualidade do ar e aumenta a concentração de gases contaminantes.

NÍVEIS DE PÓ E DE EMISSÕES

Acondicionamento do galpão ou da infraestrutura que abriga os equipamentos.

Circulação de veículos.

Aumento do nível de pó, o que implica menor visibilidade e contaminação atmosférica em geral.

NÍVEL DE RUÍDO Acondicionamento do galpão ou da infraestrutura que abriga os equipamentos.

Circulação de veículos.

Poluição acústica.

SOLO FÉRTIL Água residual da limpeza de contêineres.

Redução de fertilidade e perda de solo fértil.

ÁGUA SUBTERRÂNEA Condensados residuais do tratamento.

Esterilização.

Diminuição da filtração e à recarga. Diminuição da qualidade da água subterrânea.

ÁGUA SUPERFICIAL Água residual da limpeza de contêineres.

Aumento do consumo. Diminuição do recurso.

PAISAGEM Acondicionamento da nave. Perda da naturalidade valor paisagístico.

REDE DE COMUNICAÇÕES

Circulação de veículos. Aumento de circulação de veículos.

DEPÓSITO DE RESÍDUOS

Acondicionamento do galpão ou da infraestrutura que abriga os equipamentos.

Condensados residuais de esterilização.

Coleta de resíduos urbanos.

Aumento do volume disposto em aterros especiais para RSS.

QUALIDADE DE VIDA Acondicionamento do galpão ou da infraestrutura que abriga os equipamentos

Presença de RSS

Aumenta a qualidade de vida das pessoas dependentes diretas ou indiretamente relacionadas na exploração.

MAUS ODORES Presença de RSS

Água residual da limpeza de containers

Geração de odores desagradáveis

EMPREGO FIXO Manejo da exploração

Criação de emprego

Aumento da população ativa

EMPREGO EVENTUAL Manejo da exploração

Criação de emprego

Aumento da população ativa

ATIVIDADE ECONÔMICA

Manejo da exploração

Criação de emprego

Investimento econômico

Aumento de receitas na economia local

Fonte: Memória de Impacto Ambiental Planta de Esterilización de Resíduos Sanitarios de Gordexola - España, Sterile Services, 2013.

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Em relação ao tipo de embalagem mais recomendada para a utilização do processo de

esterilização por autoclave, seguem algumas recomendações extraídas de um manual

publicado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para utilização do

equipamento denominado Autoclave HB CISA, equipamento projetado e fabricado

seguindo os regulamentos de segurança e eficácia aceitos em diversos países, para

atender as necessidades de esterilização nos estabelecimentos de saúde (A data de

publicação do documento não foi encontrada, mas o mesmo pode ser acessado pelo seguinte link:

http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/REL/REL[23433-1-2].PDF).

O acondicionamento dos resíduos para utilização neste equipamento deve ser feito com

embalagens permeáveis ao vapor, além de resistentes a condições úmidas e secas,

flexíveis e que não permitam a penetração do microrganismo após o processo de

autoclavação. Além disso, não devem conter na sua composição produtos tóxicos,

corantes ou liberar resíduos. Devem favorecer o fechamento ou selagem e apresentarem

facilidade na abertura sem ocasionar risco de contaminação do seu conteúdo. O

empacotamento dos artigos para esterilização pode se dar por meio da utilização de

embalagens diversas cujos requisitos recomendados pela Associação Americana de

Enfermeiros de Centro Cirúrgico (Association of Operating Room Nurses – AORN) são:

Ser apropriada para as instalações e método de esterilização.

Proporcionar selagem adequada e resistente.

Proporcionar barreira adequada.

Ser compatível e resistir às condições físicas de esterilização.

Permitir adequada remoção de ar.

Permitir penetração e remoção do agente esterilizante.

Proteger o conteúdo do pacote de danos físicos.

Resistir a punções e rasgos.

Ausência de furos.

Não conter ingrediente tóxico.

Não gerar partículas.

Apresentar custo x benefício positivo.

Ser usada de acordo com as instruções descritas pelo fabricante.

As dimensões dos pacotes dependerão da autoclave utilizada na esterilização. Sendo

fundamental o registro do seu conteúdo, data de esterilização e prazo de validade. O

procedimento de preparação prevê a escolha de um pacote adequado, considerando que

o conteúdo não deve ocupar mais de ¾ de seu volume. Além disso, deve-se posicionar o

conteúdo de forma a garantir o manuseio na abertura e retirada no momento de utilização;

os instrumentos devem estar acessíveis; os tecidos devem manter-se intactos até o

momento da retirada.

Invólucros para esterilização:

Tecido de algodão cru, duplo, com trama têxtil adequada.

Embalagem de papel grau cirúrgico.

Filme poliamida entre 50 e 100 micras de espessuras.

Containers metálicos com filtro microbiológico.

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Containers permitem que um conjunto de instrumentos não precise ser dividido. Porém,

deve-se observar que este container não possua uma massa muito grande, superior a 7

kg, sob o risco de influenciar na distribuição térmica dentro da câmara e na condensação

excessiva do vapor d’água. Nesta situação, o recomendável é dividir a carga em diversos

containers.

A embalagem de papel com grau cirúrgico para esterilização a vapor é adequada para

tecidos e para os instrumentos cirúrgicos, porém, não é adequada para bandejas de

medicamentos, materiais de pequeno porte ou materiais heterogêneos entre si que

dependam de suporte. A técnica de embalagem deve permitir a abertura do pacote sem

agredir a esterilidade dos objetos nele contido, por isso é necessário embalar os pacotes

em dupla camada retangular usando um método que permita garantir a proteção efetiva de

uma fácil abertura e uma extração antisséptica do material esterilizado.

O uso de duplo grau cirúrgico é necessário porque, devido à presença de micro furos, pode

não ser barreira absoluta contra os microrganismos. A embalagem além de ser possível

remover a camada externa antes da introdução do pacote em uma área de carga inferior

de microrganismos, possui a vantagem de prevenir a entrada de poeira microscópica nela

depositada durante a embalagem externa. Quando na confecção de uma embalagem, não

utilizar alfinetes ou clipes para fechá-la.

Cuidar para que materiais pontiagudos e cortantes estejam protegidos por suportes de plástico e que todas as bordas das bolsas estejam soldadas adequadamente.

5.7.4. Desinfecção por micro-ondas

Processo pelo qual se aplica uma radiação eletromagnética de curta longitude de onda a

uma frequência característica. A energia irradiada em tal frequência afeta exclusivamente

as moléculas de água contidas na matéria orgânica provocando uma troca em seus níveis

de energia manifestados através de oscilações em alta frequência. As moléculas de água

chocam entre si, friccionam e produzem calor elevando a temperatura da água contida na

matéria, causando então a desinfecção dos resíduos (Treatment Alternatives for Medical

Waste Disposal, Program for Appropriate Technology in Health (PATH), 2005).

A aplicação desta tecnologia implica a trituração e redução prévia dos resíduos infectantes

em pequenas partes a fim de melhorar a eficiência do tratamento. Em seguida, é injetado

vapor ao material granulado e logo depois este é transportado automaticamente até a

câmara de tratamento aonde cada partícula é exposta a uma série de geradores de micro-

ondas convencionais que produzem o efeito mencionado acima.

Ao final do processo o produto está tratado e preparado para ser disposto em aterro

sanitário. Há uma redução de 60% do volume do resíduo entrante, após o tratamento.

5.7.4.1. Especificações técnicas do equipamento

O equipamento é composto por: sistema de alimentação automática, unidade de trituração,

geradores de micro-ondas e transportador tipo gusano.

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O sistema de alimentação automática levanta os resíduos sólidos até uma câmara na parte

superior do equipamento aonde os resíduos são triturados previamente ao processo

possibilitando a obtenção de uma massa homogênea de resíduos.

Devido ao princípio de funcionamento das micro-ondas o vapor de água é injetado logo

após a trituração com a finalidade de elevar a umidade dos 50% a 60% iniciais até 90%

aproximadamente. Após esta etapa, os resíduos são transportados mediante rosca sem

fim até os geradores de micro-ondas que irradiam ondas de alta frequência durante 30

minutos (Tratamiento y valorización energética de resíduos, Xavier Elias Castell, 2005).

As temperaturas de operação são de 95ºC.

5.7.4.2. Aspectos técnico-operativos

Este método de tratamento reduz o volume dos resíduos infectantes, mediante o uso de

triturador, em 60% do volume original. Não há emissão de gases danosos, contudo estes

podem ser liberados da câmara de tratamento de materiais voláteis durante a operação. O

processo também não gera efluentes líquidos e o produto final e irreconhecível. Em geral

o impacto ambiental que oferece este tratamento é relativamente baixo. Não obstante,

possui complexidade operativa, requer um triturador e uma bateria de geradores de micro-

ondas, de um elevador, um transportador por rosca sem fim e de altas demandas de

energia elétrica (60Kw para um tratamento de 100 kg/hora).

Para garantir a esterilização completa dos resíduos infectantes, os parâmetros que devem

ser tomados em conta para este tipo de tratamento são a temperatura, pressão e tempo.

Alguns parâmetros podem ser fixados em função das características operativas e o tipo de

patógeno que se deseja eliminar. Este método requer um investimento econômico elevado,

tanto para instalação, custos operacionais e de manutenção e este fato inviabiliza sua

implantação em vários países (Tecnologías de tratamiento de Resíduos Sólidos de

establecimientos de la salud, MINSA – Peru, 1998).

Dentro dos aspectos técnicos operativos cabe destacar os numerosos problemas que

surgiram nos últimos anos com os sistemas que utilizam micro-ondas, principalmente

devido a trituração previa (problemas importantes na manutenção das lâminas do triturados

com a entrada de pessoal de manutenção a uma zona altamente contaminada), unido aos

altos custos de funcionamento dos mesmos, tem reforçado o uso da esterilização a vapor

como sistema de tratamento.

É importante ter em conta que estes equipamentos apresentam a vantagem de não utilizar

nenhum agente químico, nem para geração de vapor. Entretanto, estes equipamentos

realizam uma desinfecção a 100ºC e não uma esterilização.

As vantagens que são obtidas com o tratamento de desinfecção mediante a tecnologia de

micro-ondas são (Microwaves ecofriendly alternative for a safe treatment of medical waste,

MEDWASTE, 2012):

Construção no local aonde os resíduos dos serviços de saúde são gerados.

Baixos custos operativos.

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Cobre todos os resíduos de procedência com risco biológico e contaminado.

É completamente seguro para o pessoal, já que não há transferência e classificação

antes de seu tratamento.

Resolve o problema da descontaminação de agulhas, seringas e tecidos.

Pode ser operado por pessoal com baixa qualificação. O ciclo completa é

automático e se prolonga aproximadamente por 45 minutos.

Baixos custos de operação – 0,12 €/kg aproximadamente.

Reduz os custos de gestão dos RSS.

Capacidade escalável se necessário.

5.7.4.3. Impactos ambientais do tratamento por micro-ondas

Um dos poucos impactos ambientais que apresenta o tratamento dos resíduos por micro-

ondas é que apresenta riscos de liberar material tóxico volátil durante o processo de

tratamento, a moenda está sujeita a falhas mecânicas e não se destroem todos os

patógenos nem bactérias espuroladas (HDT 69/70: Manejo de resíduos en centros de

atención de salud, Gladys Monge, 1997).

5.7.5. Pirólise

A pirólise é uma degradação térmica de uma matéria na ausência de oxigênio pelo qual

tais substâncias se decompõem mediante calor, sem que sejam produzidas as reações de

combustão.

As características básicas de tal processo estão detalhadas em seguida (Estudio Técnico – IDAE – Situación y potencial de valorización energética directa de resíduos, 2011 a 2020, España):

O único oxigênio presente é o contido nos resíduos que serão tratados.

As temperaturas de trabalho oscilam entre os 300ºC e os 800ºC.

Como resultado do processo se obtém:

Gás de síntese, cujos componentes básicos são CO, CO2, H2, CH4 e compostos

mais voláteis procedentes do cracking das moléculas orgânicas, conjuntamente

com as já existentes nos resíduos.

Resíduo líquido, composto basicamente por hidrocarbonetos de cadeias longas

como alcatrão, óleos, fenóis ou ceras formados ao condensar a temperatura

ambiente.

Resíduo sólido, composto por todos aqueles materiais não combustíveis, os quais

são não tenham sido transformados ou procedem de uma condensação molecular

com um alto conteúdo em carbono, metais pesados e outros componente inertes

de resíduos.

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Ao não ocorrer a reação de oxidação dos compostos mais voláteis, o Poder

Calorífico Inferior (PCI) do gás de síntese procedente do processo de pirólise chega

a oscilar entre 10 e 20 MJ/Nm3.

As condições de operação com as quais ocorrem a pirólise podem variar diferenciando-se

três tipos:

I. Pirólise lenta: processo descontínuo (P – atm, T = 400ºC – 500ºC) no qual a

velocidade de aquecimento é reduzida, (< 2ºC/s), prolongando seu tempo de reação

entre 5 minutos a várias horas.

II. Pirólise rápida: processo contínuo, a vácuo e a temperaturas elevadas, pelo qual a

velocidade de reação é maior que no caso anterior. Os produtos volatilizados

permanecem alguns segundos no reator, evitando as reações de condensação. É

utilizado comumente para biomassa.

III. Pirólise “flash”: processo contínuo, no qual o tempo de residência dos gases é <0,5

segundos e a transmissão de calor é muito rápida. Pode ser utilizada nos casos em

que o material a ser pirolisado tem um alto conteúdo em voláteis.

Assim mesmo, dependendo da temperatura de reação se classificam em:

Processos de baixa temperatura <550 ºC se produzem principalmente alcatrão,

óleos e resíduos carbonáceos.

Processo de temperatura média entre 550ºC e 800ºC que obtém elevado

rendimento de gás.

Processos a alta temperatura: > 800ºC e produzem elevadas quantidades de gás,

devido ao crakcing de alcatrão.

As baixas temperaturas de trabalho provocam uma menor volatilização de carbono e outros

contaminantes precursores na corrente gasosa, como metais pesados ou dioxinas. Por

isto, os gases de combustão necessitarão teoricamente de um tratamento menor para

cumprir os limites mínimos de emissões fixados na Diretiva de incineração (a nível Europeu

- Directiva 2000/76/CE del Parlamento Europeo y del Consejo, de 4 de dezembro, relativa

a incineração de resíduos atualizada mediante a Directiva 2010/75, sobre as emissões

industriais). Os compostos que não se volatilizam permanecem nos resíduos da pirólise e

necessitarão de uma gestão adequada.

Os resíduos sólidos procedentes da pirólise podem conter carbono, em uma proporção

superior a 40%, contendo uma proporção significativa de energia dos resíduos de entrada

(Estudio Técnico – IDAE – Situación y potencial de valorización energética directa de

resíduos, 2011 a 2020, España).

Por este motivo, a recuperação energética do forno é importante para a eficiência energética. Esta pode ser conduzida de distintas maneiras:

Combustão de gases e óleos obtidos, mediante ciclo de vapor para a produção de energia elétrica.

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Aplicação como etapa prévia a um processo de gaseificação.

Uso de produtos sólidos como combustível nas instalações industriais, como por exemplo, em plantas cimenteiras.

Os fornos tipicamente usados no processo de pirólise são:

Fornos rotativos.

Fornos de tubos aquecidos externamente (heated tubes).

Dados os processos implantados de plantas com este tipo de tecnologia, a pirólise se

estabelece como uma etapa prévia à combustão para melhorar seu rendimento energético.

Além disso, os resíduos recebidos devem ser selecionados de forma a permanecer aqueles

com conteúdo energético mais elevado e, também, para a aplicação de um pré-tratamento

para sua adequação às característica do processo.

5.7.5.1. Resíduos mais apropriados para o tratamento

Para poder tratar os resíduos mediante pirólise, deve-se atentar para o cumprimento de

uma série de requisitos. Entretanto, é difícil definir a tipologia de resíduos considerados

como adequados ou inadequados, dado que este fator está muito relacionado com o tipo

de reator usado e as condições de operação. Basicamente, são considerados como

resíduos mais aptos, papel, papelão, raspas de madeira, resíduos de jardim e alguns

plásticos selecionados (Estudio Técnico – IDAE – Situación y potencial de valorización

energética directa de resíduos, de 2011 a 2020, España).

Em qualquer caso, independentemente da escala, o critério utilizado para a gaseificação

pode ser descrito a seguir:

1. Os resíduos devem proceder de um sistema de coleta seletiva e/ou em seu descarregamento devem ser submetidos a um sistema de classificação prévio à planta de pirólise.

2. Não são admitidos os resíduos volumosos, os metais, os materiais de construção, os resíduos perigosos, vidro e alguns plásticos, como o PVC.

3. Requer trituração, secagem e homogeneização dos resíduos, sendo os limites de aplicação distintos para cada tipo de processo.

5.7.5.2. Vantagens/inconvenientes

As vantagens no processo de pirólise incluem:

A possibilidade de recuperar frações orgânicas, como, por exemplo, o metanol.

A possibilidade de gerar eletricidade usando motores de gás ou turbinas de gás para a geração, no lugar de caldeiras a vapor.

Reduzir o volume dos gases de combustão, para reduzir o custo de investimento no tratamento de gases de combustão.

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As vantagens de emissão dos gases de combustão conseguidos neste processo serão reduzidas, quando for realizado um processo a altas temperaturas como a gaseificação ou a combustão.

Como inconveniente, podem ser listadas as seguintes:

O uso limitado de certos resíduos.

Requer um bom controle de operação do processo.

A tecnologia não esta amplamente aprovada.

Requer um mercado para o gás de síntese. Normalmente se utiliza em uma etapa posterior de combustão.

A aplicação da pirólise ao tratamento de resíduos tem ganhado aceitação na indústria. Não

obstante, esta tecnologia não chega a eliminar os resíduos, mas sim os transforma em

carbono, água, resíduos líquidos, partículas, metais pesados, cinzas ou resíduos tóxicos,

vertendo ao ar substâncias relativamente inócuas, em alguns casos, e muito tóxicas em

outros. (Estudio de valorización energética de RSU, Instituto Nacional de Tecnología

Industrial, 2010, Argentina).

Em seguida se detalha o diagrama de processo de uma planta de pirólise.

Figura 25 - Exemplo do diagrama de processo de uma planta de pirólise.

Fonte: Situación y potencial de valorización energética directa de resíduos, Instituto para la Diversificación de la Energía –

IDEA, España 2011 – 2020.

Na Figura 25, as letras que representam cada etapa de um sistema de tratamento por

pirólise correspondem a:

A - Zona de descarga e trituração.

B - Pirólise.

C - Coleta e seleção de resíduos procedentes do sistema.

D - Recuperação de energia.

E - Depuração de gases.

Em seguida será apresentada uma tabela comparativa entre o processo de incineração e

o processo de pirólise para os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) - (Estudio de valorización

energética de RSU, Instituto Nacional de Tecnología Industrial, 2010, Argentina).

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Quadro 22 - Análise comparativa entre o tratamento por incineração e por pirólise.

Etapa Incineração Pirólise

Processo de combustão

Maximiza a conversão de RSU a CO2 e H20.

Grandes quantidades de excesso de ar.

Ambiente altamente oxidante.

Operado a temperaturas inferiores ao ponto de fusão das cinzas. A matéria mineral é convertida a cinzas de fundo e voláteis.

Maximiza a conversão de RSU em CO e H2.

Quantidades controladas ou ausência de oxigênio.

Ambiente redutor.

Operado a temperaturas superiores ao ponto de fusão das cinzas. A matéria mineral e convertida em escória vítrea e finas partículas (char).

Limpeza de gases

Os gases de combustão são tratados a pressão atmosférica.

O gás de combustão é utilizado na geração de eletricidade e descarga a atmosfera após pré-tratamento.

O enxofre do combustível é convertido em SOx e descarregado nos gases de combustão.

O gás de síntese é tratado a pressão maiores que a atmosférica.

O gás de síntese é usado na geração de eletricidade prévia a sua descarga a atmosfera.

Recuperação de enxofre reduzido em forma de enxofre elementar puro.

Manejo de rejeitos

As cinzas são coletadas, tratadas e depositadas como resíduo perigoso ou em construção de estradas.

A escória não é lixiviada, não é perigosa e pode ser empregada em materiais de construção (aditivo a lã de rocha para a proteção contra incêndio).

Fonte: Estudio de valorización energética de RSU, Instituto Nacional de Tecnología Industrial, 2010, Argentina.

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5.7.6. Aterro Sanitário especial para RSS

O aterro sanitário é uma técnica para a disposição dos resíduos sólidos em geral que

também pode ser utilizado para resíduos dos serviços de saúde, desde que a norma

ambiental local vigente o permita. Este método utiliza princípios de engenharia para

confinar os resíduos na menor área possível, reduzindo seu volume ao mínimo possível e

para cobrir os resíduos assim depositados com uma capa de terra com a frequência

necessária, de pelo menos uma vez ao final de cada jornada. É uma técnica manual que

requer a impermeabilização da base, estrutura para drenagem de águas pluviais e de

lixiviados composta por brita granítica ou sílica não calcária, com tubos de drenagem

embutido; captação de biogás, cercamento perimetral, sinalização e placas de informação,

entre outras, seguindo sempre, como já citado, a legislação local vigente (ver item 7.1.5.

Célula ou depósito de segurança para RSS que explica as normativas aplicáveis para a

disposição de RSS em células de segurança em aterros sanitários na Europa).

O aterramento deve contemplar medidas técnico-sanitárias de construção e manutenção

de aterros sanitários. Devem ser identificadas e definidas zonas isoladas para o

aterramento de RSS em área aonde não haja trânsito de pessoas, animais, veículos ou

deficientes físicos e, além disso, o terreno deve apresentar características impermeáveis

habilitando células de confinamento de resíduos e efetuando o aterramento com

profundidade de acordo com o regulamento técnico viável (Guía para la gestión integral de

resíduos peligrosos, tomo II, Centro coordinador del convenio de Basilea, 2005).

A administração do estabelecimento de saúde deve assegurar-se que a empresa

encarregada da disposição final e aterramento controlado, conte com a autorização de

funcionamento e registros outorgados pelo Ministério do Meio Ambiente e municípios

correspondentes (España: Decreto 1481 de 2001, de 27 de diciembre, por el que se regula

la eliminación de resíduos mediante depósito en vertedero).

Os critérios básicos para a admissão de resíduos nos Aterros Especiais para RSS,

segundo o Guia para a Gestão Integral de Resíduos Perigosos, Capítulo II publicado pelo

Centro Coordenador do Convênio de Basileia, em 2005, são:

Ausência de líquidos livres.

% máximo conteúdo de umidade.

% máximo de conteúdo de matéria orgânica biodegradável.

Ausência de óleos e solventes orgânicos.

Ausência de substâncias que podem afetar a integridade dos materiais de

impermeabilização.

Ausência de materiais que podem afetar o normal funcionamento dos sistemas de

drenagem de lixiviados.

Limites de concentração de contaminantes no ensaio de lixiviação.

Resíduos que geram lixiviados que contenham contaminantes que não podem ser

removidos eficientemente.

Na Planta de Tratamento.

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Resíduos explosivos, inflamáveis, corrosivos ou reativos.

Pós finos sem acondicionamento prévio.

5.7.6.1. Impactos ambientais da disposição em aterros sanitários

Dentre os impactos ambientais mais importantes da disposição de resíduos em aterros

sanitários, segundo a RD 1481/2001 de 27 de dezembro, pelo qual se regula a eliminação

de resíduos mediante depósito em aterro na Espanha, encontramos:

1. Emissões de metano a atmosfera.

2. Alto impacto visual na área do aterro.

3. Alto risco de contaminação dos aquíferos.

4. Sobrevoo de aves sob a zona de disposição.

5. Incremento da população de roedores.

5.8. CENTROS PARA O TRATAMENTO DE RSS

De acordo com as tecnologias descritas anteriormente e com base na necessidade de

tratamento dos distintos estabelecimentos de saúde, podem se destacar duas possíveis

instalações para o tratamento dos RSS.

Planta Tipo I: centro de tratamento de RSS no qual se tratam os resíduos

segundo o modelo Extraestabelecimento, ou seja, parte da gestão realizada dentro

do centro - coleta e acondicionamento - e o transporte e tratamento é realizado fora

do estabelecimento de resíduos de serviços de saúde.

Planta tipo II: centro de tratamento de RSS no qual são tratados os resíduos

seguindo o modelo Intraestabelecimento no qual todo o manejo dos resíduos é

realizado dentro do centro, ou seja, a coleta, transporte, acondicionamento e

tratamento dos resíduos.

5.8.1. Planta Tipo I: Centro de tratamento de RSS externo

Esta instalação possui infraestruturas e equipamento necessários mínimos para o

tratamento e valorização dos RSS que tem sua origem em todo o âmbito da saúde,

hospitais, centros e estabelecimentos de saúde, etc.

Este tipo de centro propõe um sistema de gestão de resíduos infectantes baseado na

prevenção dos riscos reais em uma gestão considerada avançada, que prevê uma drástica

redução dos resíduos que, dado seu potencial infeccioso, deve ser eliminado de forma

especialmente diferenciada daquela utilizada para os RSU mediante um tratamento de

esterilização por vapor.

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Paralelo à linha de esterilização por vapor, se propõe uma linha de tratamento térmico a

qual nos permite tratar resíduos potencialmente infecciosos e resíduos químicos e nos

permite, também, reduzir aproximadamente 70% de peso e 90% do volume inicial dos

resíduos entrantes (Universidad Nacional, Módulo de formación, sistema de tratamiento

térmico o químico de los residuos, 2014).

A esta última linha pode ser incluído um equipamento de valorização dos gases de escape

mediante microturbinas para a produção de eletricidade ou energia térmica, segundo as

necessidades.

5.8.1.1. Descrição do processo de tratamento

O hospital realiza a coleta de todos os resíduos em sacolas, exceto os objetos

perfurocortantes que são coletados em recipientes destinados a tal fim. São coletados os

resíduos das unidades de hospitalização, as quais incluem as dependências de laboratório,

banco de sangue, urgência e partos.

O transporte do resíduo é realizado no próprio carro que transporta as sacolas ou em

containers/recipientes adequados a normativa vigente, desde o ponto de geração até o

abrigo externo para os resíduos dos serviços de saúde gerados no mesmo centro, com

uma periodicidade máxima determinada. Mediante um transportador autorizado de

resíduos de serviços de saúde, os resíduos são recolhidos e transportados à planta de

esterilização.

5.8.1.2. Recepção de resíduos

Dos diferentes estabelecimentos de saúde os RSS são transportados até a planta de

tratamento aonde são encaminhados à recepção da carga e pesagem em uma balança,

de forma que o peso do resíduo recebido possa ser registrado.

Antes de seu acondicionamento ou tratamento, recomenda-se passar todo o resíduo por

um detector de radioatividade para assegurar que não existem rejeitos radioativos no meio

da carga recebida que não seriam inativados mediante o tratamento de esterilização.

Os containers/recipientes devem conter uma etiqueta de identificação contendo a

informação do hospital ou centro de origem, um número de referência, a data de entrega e

o tipo de resíduos que contém, dentre outros dados que podem ser de importância. A

comprovação do resíduo é realizada por meio de código de barras (Industry code of

practice for the management of clinical and related waste, Waste Management Association

of Australia - WMAA, 2010).

5.8.1.3. Armazenamento de resíduos

Os resíduos são armazenados em ambiente refrigerado dentro de suas sacolas ou

containers/recipientes/bombonas correspondentes. Este ambiente refrigerado atua como

regulador da produção de resíduos que é definida segundo o ritmo de processamento no

esterilizador e o regime de entrada de resíduos.

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A câmara frigorífica foi especialmente desenhada para armazenar os RSS à medida que

esperam para passar pela esterilização. Desta maneira é impedido o crescimento de

bactérias até o momento de entrada no tratamento.

Segundo as regulações locais, há um limite para permanência dos resíduos dentro do refrigerador antes de serem esterilizados (Industry code of practice for the management of clinical and related waste, Waste Management Association of Australia - WMAA, 2010).

5.8.1.4. Esterilização

O número de esterilizadores a vapor será previsto com uma margem de segurança, de

acordo com a quantidade de resíduos que se deseja processar, assim como os elementos

necessários para o seu funcionamento adequado e eficiente.

No mercado existe uma ampla gama de esterilizadores capazes de trabalhar por 24h sem

interrupção, com uma produção máxima de 12.600 kg/dia (Antonio Matachana S.A. 2014).

Os containers/recipientes/bombonas sejam eles de plástico, papelão ou até mesmo

sacolas, contendo os resíduos contaminados são carregados no container que irá alimentar

o esterilizador. Este que possui programas de esterilização a 137ºC que deverá ser

validado e adequado de acordo com o tipo de container a processar.

Uma vez que o resíduo tem sido carregado no esterilizador, o programa de esterilização é

colocado em funcionamento segundo os passos (Antonio Matachana S.A., 2014):

Eliminação do ar por vácuo alternando vácuos com injeção de vapor e aquecendo

a câmara.

Ao introduzir o vapor a pressão aumenta. Quando a pressão na câmara alcança os

2,2 kg/cm2 a temperatura chega a 137ºC iniciando a esterilização.

Um dispositivo especial trata o ar e outros condensados que, antes da esterilização,

possam ter entrado em contato com os resíduos contaminados, garantido a NÃO

CONTAMINAÇÃO do exterior.

A fase de esterilização dura 30 minutos com a finalidade de garantir a eficiência e

o propósito do sistema.

Despressurização da câmara. Por vácuo são eliminados o vapor e os eventuais

condensados.

Finalmente é introduzido ar atmosférico para despressurizar a câmara e permitir a

abertura da porta.

O resíduo já descontaminado é descarregado e transferido à área de pós-

tratamento. Neste momento, os resíduos podem ser tratados como um resíduo urbano.

Na seguinte ilustração, é descrito o processo do tratamento por esterilização (autoclave)

para uma gestão extraestabelecimento de acordo com o documento Gestió Extracentre

dels Residus Sanitaris, Generalitat de Catalunya, Departament de Medi Ambient, 2010.

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Figura 26 - Imagem ilustrativa do fluxo de Tratamento de Resíduos da Saúde por esterilização Fonte: Gestió Extracentre dels Residus Sanitaris, Generalitat de Catalunya, Departament de Medi Ambient, 2010.

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5.8.1.5. Área técnica

O vapor pode ser gerado em um gerador de vapor a gasolina ou gás natural incorporando

o equipamento de tratamento de água requerido.

O ideal é que o gerador e tratamento de água sejam alojados em uma área técnica, junto

ao compressor de ar necessário para o acionamento das válvulas pneumáticas do

esterilizador.

5.8.1.6. Pós tratamento

Nesta etapa, prevê-se a existência de um triturador e/ou compactador adequado à

produção do esterilizador, com a finalidade de reduzir o volume do resíduo.

Para alimentar o silo do triturador, prevê-se a utilização de um elevador/balança compatível

com os containers/recipientes/bombonas que saem do esterilizador. Assim, a instalação

contempla os seguintes equipamentos.

Equipamento elevador/balança: desenhado para esvaziar progressivamente os

containers contendo os resíduos já esterilizados.

Equipamento de trituração: o material é alimentado por meio de um silo localizado

em cima da câmara de trituração. As lâminas rotativas com as uniões colocadas em

sua circunferência levam o material até o centro da câmara de trituração e à medida

que o material vai passando através das lâminas, cai por gravidade debaixo do

triturador, suportado mediante uma estrutura com altura de 2 metros desde a boca de

descarga.

Pode-se disponibilizar de uma estrutura de aceso ao triturador para manutenção.

Depois da trituração, com a frequência que o fluxo de tratamento da Planta determinar, os

resíduos poderão ser compactados e vertidos ao caminhão transportador que levará os

resíduos ao aterro.

5.8.1.7. Lavagem dos containers/recipientes/bombonas

A planta possuirá um equipamento de limpeza e desinfecção de alta pressão com lança

pulverizadora de água quente a elevada temperatura, com a finalidade de lavar os

containers/recipientes/bombonas utilizados no processo de esterilização, uma vez que

estes são esvaziados.

São previstas conexões em diferentes pontos da planta para a conexão deste equipamento

para que possíveis efluentes sejam limpos e/ou desinfetados.

Nas saídas de água da planta deverão existir um controle de pH de água capaz de

adicionar os produtos necessário para assegurar que os efluentes residuais gerados na

planta estejam em acordo com as requisições legais vigentes.

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5.8.1.8. Saída de resíduos da planta

Terminado o processo de esterilização, os RSS tratados terão sido neutralizados e

convertidos em um resíduo com característica biológica similar aos resíduos sólidos

urbanos. Portanto, pode ser disposto como tal sem nenhuma medida especial.

5.8.1.9. Circuito fechado de refrigeração

Atualmente a maioria dos sistemas são refrigerados com uso de água da rede ou por meio

de sistema aberto de refrigeração, como, por exemplo, torres de refrigeração. Contudo,

estes sistemas apresentam as seguintes desvantagens:

Consumo de água insustentável para o meio ambiente já que funcionam por

evaporação e saturação de umidade, com o qual parte do circuito esta perdendo

água continuamente e parte na recirculação da água durante a eliminação de

impurezas.

Composição da água pode se tornar danosa para os sistemas internos da máquina.

Pouco o nenhum controle de temperatura de processo.

No caso das torres de resfriamento podem haver problemas de Legionella

pneumophila, controle, etc.

o A Legionella pneumophila é uma bactéria que ficou conhecida

devido a um trágico acidente onde numa convenção da American

Legion em 1976, no Bellevue Strafford Hotel, Filadélfia aonde 34

participantes faleceram repentinamente e 221 contraíram uma

pneumonia grave.

o No Brasil não há uma grande preocupação com a bactéria

Legionella, diferentemente de outros países que possuem legislação

e normas técnicas obrigatórias para minimizar o seu risco. Esta

bactéria vive na água, ou seja, ela está no meio ambiente e pode

provocar no ser humano a enfermidade conhecida como mal dos

legionários. Das doenças documentadas, há desde uma febre muito

alta e sintomas similares aos da gripe (conhecida como Febre

Pontiac) até uma pneumonia atípica que pode ser leve ou gravíssima

chegando a levar ao óbito. A Legionella provoca exclusivamente

doenças respiratórias e, para isso, é necessário que o hospedeiro

aspire pequenas partículas de água contaminadas com a bactéria.

o Quanto à sua infecção, os especialistas explicam. Há graus de

suscetibilidade: homens (reportados em 75% dos casos), idade

acima de 40 anos, problemas respiratórios pré-existentes, fumantes

e doenças que afetam o sistema imunológico. Há também o fato de

que muitos são os casos contraídos em ambiente hospitalar. É

nesses ambientes que os maiores índices de mortalidade se

apresentam (taxas que chegam a 28% – a média geral de

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mortalidade das infecções hospitalares está em torno dos 13%).

(Setri, consultoria em sustentabilidade, http://www.setri.com.br/)

A alta tecnologia, grande eficácia e exigência de maior produtividade dos atuais sistemas

de esterilização, nos levaram a implantação de sistemas mais condizentes com as

exigências e demandas atuais.

O ideal é que cada máquina seja adaptada ao processo de instalação dos sistemas de

refrigeração que se pretende utilizar. Nos novos equipamentos já estão previstos sistemas

de refrigeração separados para os eventuais condensadores e bomba de vácuo.

Nos equipamentos padronizados é estabelecido que parte da condensação possa ser

refrigerada com um sistema de Aero-refrigerante que permite elevadas temperaturas de

saída de água, sobretudo no verão, de forma que este sistema oferece os seguintes

benefícios:

Consumo de água é nulo.

Baixo consumo energético.

Circuito hidráulico fechado.

Sistema com muito baixo custo de manutenção.

Em outros equipamentos é estabelecido que a bomba de vácuo possa ser refrigerada com

um resfriador específico para este tipo de processo que precisa de temperaturas de água

entre 15ºC até 20ºC. Os resfriadores ECA oferecem os seguintes benefícios:

Consumo de água é nulo.

Controle total da temperatura.

Circuito hidráulico fechado ou aberto.

Máximo rendimento do sistema de vácuo.

5.8.1.10. Descrição dos equipamentos

Os equipamentos que compõem uma planta de tratamento de RSS são descritos em

continuação:

Esterilizador por vapor (Autoclave).

Incinerador.

Triturador.

Grupo de aproveitamento energético.

Compactador.

A descrição dos equipamentos está inserida no item 2.6. Descrição das tecnologias para

o tratamento de RSS.

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5.8.2. Planta tipo II: Centro de tratamento de RSS Interno

Esta instalação deve estar equipada com as infraestruturas e equipamentos mínimos

necessários para o tratamento e valorização dos RSS, que possuem sua origem em todo

o âmbito dos estabelecimentos de saúde (hospitais, centros médicos e postos de saúde,

etc.).

Este tipo de Centro propõe um sistema de gestão de resíduos infectantes baseado na

prevenção dos riscos reais em uma gestão considerada avançada, pois prevê uma drástica

redução dos resíduos com potencial infeccioso mediante um tratamento de esterilização

por vapor. Ao final do tratamento os resíduos podem ser gerenciados como se fossem

resíduos sólidos urbanos.

5.8.2.1. Descrição do processo de tratamento

O hospital realiza a coleta de todos os resíduos em sacolas, exceto os objetos

perfurocortantes que são coletados em recipientes específicos. São coletados os resíduos

das unidades de hospitalização, as quais incluem as dependências de laboratório, banco

de sangue, urgência, partos, etc.

O transporte dos resíduos é realizado no próprio coletor que transporta as sacolas ou em

containers/recipientes/bombona adequados à normativa vigente, desde o ponto de

geração até o armazenamento de resíduos de serviços de saúde do mesmo

estabelecimento de saúde. A periodicidade máxima deve ser estimada para evitar o

acúmulo de resíduos no local de armazenamento. O recolhimento dos resíduos do abrigo

externo deve ser feito por um transportador autorizado que os encaminha até a planta de

esterilização, caso seja necessário.

5.8.2.2. Recepção de resíduos

A planta de tratamento recebe resíduos provenientes dos diferentes estabelecimentos de

saúde. Na recepção dos resíduos é realizada a pesagem, em balança, dos resíduos sendo

que todas as informações ficam registradas. Normalmente são utilizados

containers/recipientes/bombonas de 240 litros que, além de fáceis de serem transportadas,

são também resistentes.

Antes de seu acondicionamento ou tratamento, recomenda-se passar todo o resíduo por

um detector de radioatividade de forma a assegurar a inexistência de rejeitos radioativos

no meio do volume recebido que, caso estivessem presentes, não seriam inativados

mediante o tratamento de esterilização.

5.8.2.3. Armazenamento de resíduos

Os resíduos são armazenados em ambiente refrigerado especialmente desenhado para

armazenar os RSS à medida que esperam para passar pela esterilização de modo a frear

o crescimento de bactérias até o momento de entrada no tratamento.

Segundo as regulações locais, existe um tempo máximo no qual os resíduos devem

permanecer no refrigerador antes de passar pelo processo de esterilização (Medical Waste

Management, International Committee of the Red Cross, 2011).

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O quadro a seguir apresenta o tempo máximo recomendado para o armazenamento final dos resíduos de serviços de saúde especiais e citotóxicos segundo o critério de segregação no País Vasco – Espanha (Recogida, transporte y almacenamiento de residuos sanitarios, Instituto Nacional de Seguridad y Higiene em el trabajo, Nota Técnica de prevención, 2010). Quadro 23 - Tempo máximo de armazenamento de resíduos dos serviços de saúde antes do processo de esterilização.

Tempo máximo de armazenamento final de resíduos de serviços de saúde especiais e

citotóxicos segundo critérios de segregação no país Vasco

Tipo de resíduos Tº C depósito final

Acima de 4ºC Entre 4 e-18ºC (refrigeração)

RSS especiais 72 horas 7dias

Resíduos cortantes e perfurocortantes, vacinas, resíduos urbanos, restos de medicamentos

90 dias -

Resíduos de estabelecimentos de serviços de saúde sem bloco cirúrgico e que não geram 100 kg/mês do resto dos resíduos de serviços de saúde especiais

7dias 30 dias

Citotóxico 72 horas - Fonte: Recogida, transporte y almacenamiento de resíduos de serviços de saúde, Instituto Nacional de Seguridad y Higiene en el trabajo, Nota Técnica de prevención, 2010.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda os seguintes períodos como tempo máximo, desde o armazenamento até o tratamento dos RSS:

Fonte: Adaptado de World Health Organization (OMS), Elaboração Própria Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Já o tempo máximo de armazenamento final (dias) dos resíduos de serviços de saúde

especiais e citotóxicos em Canárias – Espanha, dependendo do volume de RSS gerados

(Recogida, transporte y almacenamiento de resíduos sanitarios, Instituto Nacional de

Seguridad y Higiene en el trabajo, Nota Técnica de prevención, 2010) é:

Quadro 24 - Tempo máximo de armazenamento final de RSS tipo Citotóxico nas ilhas Canarias, Espanha.

Tempo máximo de armazenamento final de RSS especiais e citotóxicos nas Ilhas Canárias

Geração kg/mês de RSS

Dias máximos de armazenamento segundo Tº C depósito final

Acima de 4ºC Entre 4 e -18ºC (refrigeração)

Abaixo de -18ºC (Congelamento)

Superior a 800 3 10 30

Entre 80-800 3 20 60

Entre 8-80 3 30 90

Inferior a 8 3 30 120

Fonte: Recogida, transporte y almacenamiento de residuos sanitarios, Instituto Nacional de Seguridad y Higiene en el trabajo, Nota Técnica de prevención, 2010

MESES FRIOS:

72 HORAS

MESES MUITO

QUENTES:

24 HORAS

MESES ATEMPERADOS:

48 HORAS

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5.8.2.4. Esterilização

O número de esterilizadores a vapor será previsto com uma margem de segurança de

acordo com a quantidade de resíduos que se deseja processar assim como os elementos

necessários para o seu funcionamento adequado e eficiente.

No mercado existe uma ampla gama de esterilizadores capazes de trabalhar por 24h sem

interrupção, com uma produção máxima que pode variar de 15 a 65 Kg/hora (Antonio

Matachana S.A., 2014). Portanto, o equipamento ideal deve ser aquele que atende a

demanda de geração do estabelecimento de saúde em questão.

Os containers/recipientes/bombonas sejam eles de plástico, papelão ou até mesmo

sacolas, contendo os resíduos contaminados são carregados no container que irá alimentar

o esterilizador. Este que possui programas de esterilização a 134ºC que deverá ser

validado e adequado de acordo com o tipo de container a processar.

Uma vez que o resíduo tem sido carregado no esterilizador, o programa de esterilização é

colocado em funcionamento segundo os passos (Antonio Matachana S.A., 2014):

Eliminação do ar por vácuo alternando vácuos com injeção de vapor e aquecendo

a câmara.

Ao introduzir o vapor a pressão aumenta. Quando a pressão na câmara alcança

2,2 kg/cm2 a temperatura é de 134ºC e então se inicia a esterilização.

Um dispositivo especial trata o ar e outros condensados que, antes da

esterilização, possam ter entrado em contato com os resíduos contaminados,

garantido a NÃO CONTAMINAÇAO do exterior.

A fase de esterilização dura 30 minutos com o a finalidade de garantir a eficiência

e propósito do sistema.

Despressurização da câmara. O vapor e os eventuais condensados são eliminados

à vácuo.

Finalmente é introduzido ar atmosférico para despressurizar a câmara e permitir a

abertura da porta.

O resíduo já descontaminado é descarregado e transferido da área de pós-

tratamento e, a partir deste momento, pode ser gerenciado como resíduo sólido

urbano.

5.8.2.5. Compactador de resíduos

Para certas produções, pode-se considerar a possibilidade de instalação de um

compactador com a finalidade de reduzir o volume final de resíduos. Assim, após a

esterilização, os resíduos são depositados em um container para redução do seu volume.

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5.8.2.6. Lavagem dos containers/recipientes/bombonas

Para esta planta está incluída a utilização de um equipamento de limpeza e desinfecção a

alta pressão com lança pulverizadora de água quente a elevada temperatura, com a

finalidade de lavar os containers/recipientes/bombonas utilizados no processo de

esterilização, uma vez que estes são esvaziados.

5.8.2.7. Saída de resíduos da planta

Terminado o processo de esterilização, os RSS tratados terão sido neutralizados e

convertidos em resíduos similares a resíduos sólidos urbanos e, portanto, podem ser

dispostos como tal sem nenhuma medida especial.

5.8.2.8. Descrição dos equipamentos

Para a planta de tratamento intraestabelecimento, o único equipamento previsto é o

esterilizador a vapor, ou comumente chamado de Autoclave cuja descrição completa está

disposta no item 2.6. Descrição das tecnologias para o tratamento de RSS.

Em casos nos quais a produção de resíduos infectantes ou citotóxicos seja alta, uma

alternativa, caso a legislação permita, é a instalação de uma incineradora de pequeno

porte, logo após a autoclave.

5.8.2.9. Impactos ambientais de um Centro para tratamento de RSS

A implantação de um Centro de Tratamento de RSS acarreta alguns impactos ambientais

positivos em nível de:

Redução dos riscos de infecção derivadas da decomposição e de uma

possível gestão inadequada de RSS.

Na maioria dos casos é possível levar em consideração o aproveitamento

energético dos gases de escape do processo, mediante a geração de eletricidade

ou calor, caso seja necessário para autoconsumo do estabelecimento, o que o

transforma em um empreendimento energeticamente autossustentável.

Evita-se a disposição descontrolada e, portanto, a contaminação de

aquíferos ou de correntes superficiais.

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6.0. MODELOS DE GESTÃO DOS RSS

6.1. OBJETIVOS DOS MODELOS DE GESTÃO

Dentro dos objetivos mais relevantes estabelecidos para os diferentes modelos de gestão

para os resíduos dos serviços de saúde, tomados como referência Espanha, Estados

Unidos, Austrália e Canadá, é possível descrever os seguintes:

Estabelecer políticas para os responsáveis dos distintos centros de saúde ou

hospitais sobre a gestão dos resíduos que são gerados.

Proteger a saúde dos pacientes e do público em geral.

Minimizar os riscos de manipulação para os trabalhadores.

Minimizar o impacto das atividades sanitárias no meio ambiente e na saúde pública.

Selecionar as melhores medidas de separação, acondicionamento, transporte, intra

e extraestabelecimento dos resíduos de serviços de saúde.

Prever um plano de atuação alternativo frente qualquer contingência que possa, por

ventura surgir no dia a dia do gerenciamento de RSS.

6.1.1. Infraestruturas mínimas disponíveis para a gestão dos RSS

Para a correta gestão dos RSS enunciados nos distintos planos de gestão de referência é

indispensável, dependendo do tipo de gestão do estabelecimento, ou seja, interno ou

externo, contar com uma rede de infraestruturas que garantem o correto tratamento dos

RSS.

6.1.2. Sistemas de segregação e classificação

Dependendo do resíduo gerado no estabelecimento ao qual se deseja implantar uma

gestão adequada, deverão estar disponíveis uma determinada variedade de sacolas,

devidamente identificadas e classificadas.

6.1.3. Zona de acondicionamento

O acondicionamento dos resíduos deve ser feito em local adequado para cumprir com a

sua função, devidamente refrigerado, se for o caso, e com um máximo de 72 horas antes

de seu tratamento (Recogida, transporte y almacenamiento de resíduos sanitarios, Instituto

Nacional de Seguridad y Higiene en el trabajo, Nota Técnica de prevención, 2010).

6.1.4. Zona de tratamento

Nesta zona, dependendo dos tipos de resíduos, será realizado um tratamento térmico,

externo ou não - sempre atentando as exigências da legislação vigente - acompanhado de

uma redução acentuada de volume, ou um tratamento de esterilização complementado

com uma trituração para os resíduos que sejam adequados a tal tratamento.

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6.1.5. Célula ou depósito de segurança para RSS

A normativa atualmente vigente na Espanha determina e define quais os tipos de resíduos

podem ou não ser encaminhados para os aterros controlados que, analogicamente, em

termos técnicos se equivalem à infraestrutura a qual chamamos de aterro no Brasil.

Na Espanha, o Real Decreto, 1481/2001 de 27 de Dezembro, pelo qual se regula a

eliminação de resíduos mediante disposição em aterro, estabelece em seu Artigo 4º as

diferentes classes de aterro, classificando-os nas categorias seguintes: aterro para

resíduos perigosos, aterros para resíduos não perigosos e aterros para resíduos inertes. O

mesmo decreto apresenta, em seu artigo 6º, os resíduos que poderão ser recebidos por

cada uma das classes de aterro descritas anteriormente, a saber: Artigo 6º- Resíduos que

podem ser admitidos nas diferentes classes de aterros.

1. Somente poderão ser depositados em aterro os resíduos que tenham passado por

algum tipo de tratamento prévio. Esta disposição não se aplicará aos resíduos

inertes cujo tratamento seja tecnicamente inviável nem a qualquer outro resíduo

cujo tratamento não contribua aos objetivos estabelecidos no artigo 1º, reduzindo o

volume de resíduo ou o perigo a saúde humana e ao meio ambiente.

2. Os aterros de resíduos perigosos somente irão admitir resíduos perigosos que

cumpram os requisitos fixados no anexo II para tal classe de aterros.

3. Os aterros de resíduos não perigosos poderão admitir:

a. Resíduos urbanos.

b. Resíduos não perigosos de qualquer outra origem que cumpra com os

critérios pertinentes de admissão de resíduos em aterros de resíduos não

perigosos fixados no anexo II.

c. Resíduos perigosos não reativos, estáveis ou provenientes de um processo

de estabilização, cujo comportamento de lixiviação seja equivalente ao dos

resíduos não perigosos mencionados no parágrafo “b)” anterior, e que

cumpram com os critérios pertinentes de admissão estabelecidos, em seu

caso, o anexo II. Tais resíduos perigosos não serão depositados nas células

destinadas aos resíduos não perigosos biodegradáveis.

4. Os aterros de resíduos inertes somente admitiram resíduos inertes que cumpram

os critérios de admissão fixados no anexo II para tal categoria de aterros.

Em continuação, é apresentada uma imagem ilustrativa das camadas de

impermeabilização de fundo que um aterro de resíduos perigosos deve possuir com o

objetivo de garantir a estanqueidade e reduzir ao máximo qualquer possível dano que pode

ser causado ao meio ambiente.

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Figura 27 - Corte transversal do solo dotado de sistema de impermeabilização e suas respectivas camadas.

Fonte: Real Decreto 1481/2001, de 27 dezembro por meio do qual se regula a eliminação de resíduos mediante disposição em aterros.

As estruturas técnicas que um aterro especial para a disposição de RSS deve apresentar

consistem basicamente em:

Capa impermeável composta por argila ou lâmina bentônica.

Lâmina de Polietileno de Alta Densidade ou PEAD com 2 mm de espessura.

Geotêxtil de proteção entre 500 gm/m2 a 600 gm/m2.

Capa drenante de lixiviados composta por brita granítica ou sílica não calcária,

com tubos de drenagem embutidos.

Geotêxtil de proteção de ≈ 300 gm/m2.

Poços de controle de lixiviados.

Em relação ao biogás: devido ao conteúdo reduzido de matéria orgânica do resíduo

ser inferior a 3% a geração de biogás não é muito expressiva, mas pode ser

planejado um sistema para captação do percentual que for gerado.

6.2. ESTRATÉGIA 3RS - REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR

As três práticas fundamentais de Reduzir, Reutilizar e Reciclar – 3R- combinadas com a

eliminação dos materiais nos quais não é possível realizar nenhum tipo de valorização

fazem parte da estratégia básica da gestão de resíduos nos planos de gestão tomados

como referência. Cada uma destas práticas é parte fundamental do processo.

A melhoria da gestão dos resíduos de atenção à saúde sobre cai nos seguintes elementos

básicos:

Implantação de um sistema integral que tenha em conta a atribuição de

responsabilidades, a designação de recursos e a manipulação e evacuação dos

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resíduos. Trata-se de um processo em longo prazo, que passa pela introdução

gradual de melhorias.

Sensibilização sobre os riscos ligados aos resíduos de atenção à saúde e melhor

conhecimento das práticas seguras e confiáveis.

Seleção de métodos de gestão seguros e ecologicamente inócuos a fim de proteger

as pessoas de todo o perigo envolvido no ato de recolher, manipular, armazenar,

transportar, tratar ou eliminar os resíduos.

Para que se torne realidade um avanço nos processos e métodos de gestão de RSS é

indispensável o compromisso do poder Público, ainda que seja possível e também

essencial uma atuação imediata em escala local.

Para que a estratégia tenha êxito e consiga cumprir com os objetivos previstos é requerido

o compromisso e atenção de todas as partes envolvidas e peças chave do processo de

geração, acondicionamento, transporte e tratamento do RSS – ciclo de vida do processo

(Guideline for the Management of Biomedical Waste in Canada, Canadian Council of

Ministers of the Environment, 1992).

6.3. RESPONSABILIDADES

A responsabilidade de implantação e cumprimento da normativa referente à classificação,

coleta e acondicionamento, armazenamento e posterior entrega dos RSS gerados a um

gestor autorizado e, ainda, se for o caso, àquelas que se aplicam ao tratamento e

eliminação dos mesmos, corresponde ao diretor ou ao gerente do estabelecimento de

saúde gerador dos resíduos (Gestión de Resíduos Sanitarios NTP 838, Instituto Nacional

de Seguridad e Higiene en el Trabajo, España, 2012).

Uma vez que tenham sido transferidos, do gerador ao gestor, este último é o maior

responsável pelo transporte, tratamento e eliminação dos mesmos.

Por outro lado, se o gestor não está autorizado, responderá solidariamente junto como o

gerador frente a algum percalço ocorrido. Ademais, existe uma obrigação de restaurar a

realidade física a qual foi de alguma forma danificada e de indenizar os lesionados

envolvidos no caso.

Os produtores e os gestores de resíduos de serviços de saúde específicos e citotóxicos

devem manter em dia e atualizado o Livro Oficial de Controle indicando a origem, a

quantidade, destino, transporte, tratamento, etc. dos resíduos.

Tanto o gestor quanto o gerador dos RSS devem apresentar um relatório anual à

autoridade competente em matéria de cada Comunidade Autônoma (Catalunha, Astúrias,

Galícia, etc.).

Por último os produtores, entre outras responsabilidades, devem ter sempre atualizado o

livro de registro de incidentes e acidentes. Além disso, devem elaborar o Plano de Gestão

de Resíduos com um conteúdo mínimo, indicando:

O responsável pelo plano.

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Os equipamentos e métodos utilizados na gestão intraestabelecimento/interna.

As quantidades geradas de resíduos e os métodos utilizados para reduzir estas

quantidades.

A frequência de evacuação dos armazenamentos de resíduos.

As medidas de prevenção utilizadas.

A gestão extraestabelecimento ou externa.

6.4. INSTRUMENTOS ECONÔMICOS

O financiamento para a construção e operação de Centrais de Tratamento de RSS pode

vir tanto do setor privado, quanto do setor Público (Governo). A coleta e a eliminação dos

RSS é um pequeno componente do gasto público total do orçamento específico reservado

para os gastos com atenção à saúde. Para o estabelecimento de saúde de titularidade

pública, o governo pode utilizar as receitas fiscais ou dos fundos de seguros da saúde caso

exista um sistema nacional de seguridade social para pagar toda a parte do custo do

sistema de saúde.

Ao que concerne ao sistema privado de saúde, o governo pode impor regulações diretas

para que estas instalações programem seus próprios sistemas de gestão de RSS, ou

obrigá-los a utilizar as instalações operativas, públicas ou privadas, para o tratamento dos

resíduos. Os custos de gestão de resíduos em um centro privado podem ser cobertos por

taxas cobradas aos pacientes hospitalizados e aos pacientes de cirurgias ambulatórias,

por meio do pagamento de seguros privados e do governo, subvenções, doações, cantinas,

venda de alimentação/comida, dentre outras fontes de receita (Safe Management of wastes

from health-careactivities, World Health Organization, 2014).

Na maioria dos planos de gestão de RSS consultados para garantir o cumprimento dos

objetivos estabelecidos, é estipulada a necessidade de criação de um novo instrumento

econômico. Tendo em vista que o investimento e operação dos diferentes centros se dão

por conta da Administração Pública, se faz necessária a implantação de uma taxa de

gestão de RSS com o propósito de garantir a operabilidade dos centros e a correta gestão

dos resíduos.

6.5. ALTERNATIVAS DE CONSCIENTIZAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A execução de programas de divulgação e conscientização cidadã tem como finalidade,

apresentar a problemática, normativa de aplicação e o modelo de gestão dos RSS, tanto

ao setor diretamente relacionado com as administrações públicas quanto ao público em

geral. Esta atuação é considerada imprescindível para viabilizar a gestão dos RSS e

consolidar o Plano.

As estratégias que devem ser abordadas no momento de implementação de um programa

de Educação Ambiental podem ser estruturadas em formais e informais.

Formais: este termo faz referência aos processos educativos gerados em

contextos escolares, professorados, técnicos e universitário.

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Em geral, os objetivos da educação formal se baseiam na conscientização e na

mudança de atitudes. Aliás, podem ser geradas mudanças mais profundas em

outros aspectos do comportamento ambiental dos cidadãos. A medida que a

consciência ambiental é desenvolvida e manifestada, especialmente, no

compromisso com a participação cidadã no desenho e execução de políticas de

gestão ambiental.

Informais: a Educação Ambiental informal utiliza de espaços fora do sistema

educativo institucional formal aonde se constroem saberes, atitudes, valores

ambientais que possibilitam a tomada de consciência social em relação ao valor

local e global dos temas e problemas ambientais.

Em geral contribuem a gestão sustentável dos recursos naturais com estratégias de

educação, comunicação e capacitação in situ.

O ambiente na qual são realizadas as atividades de educação ambiental podem ser

classificados em:

Espaços de participação cidadã como agrupamentos, ONGs, municípios, sedes de

partidos políticos, sindicatos, colégios profissionalizantes e técnicos, empresas, redes

socioambientais, fundações, centros regionais de investigação e desenvolvimento.

Serviços de Informação Ambiental entre outros.

Espaços comunitários como bairros, família, associações de bairros, centros

religiosos, centros educativos de apoio escolar, centros de saúde e qualquer lugar

aonde se desenvolvam programas educativos para promover a qualidade de vida com

a necessária responsabilidade dos diversos atores comunitários envolvidos.

O programa de educação ambiental na gestão dos resíduos pode utilizar as seguintes

ferramentas de comunicação e sensibilização da população:

Folhetos informativos.

Campanhas de divulgação.

Documentos escritos que descrevem a origem de impactos ambientais locais.

Painéis com imagens, representações, registros fotográficos, mapas de temas

específicos que preocupam, como por exemplo, a coleta dos resíduos e as

disposições finais não controladas, impactos na paisagem e no tempo, clima.

Vídeos em programas informativos de televisão e rádio.

Redes de rádios comunitárias.

Internet.

Pesquisas de opinião sobre as necessidades na gestão dos RSS por parte da

população.

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6.6. CAMPANHAS DE SENSIBILIZAÇÃO

Para a sensibilização dos trabalhadores, usuários dos estabelecimentos de saúde e

Público em geral, foram escolhidos vários exemplos de referência que estão

implementados atualmente em centros de saúde em distintos âmbitos geográficos.

O primeiro exemplo, apresentado abaixo, se refere ao programa de sensibilização e

conscientização dos trabalhadores e usuários dos serviços do Hospital Italiano de Buenos

Aires iniciado em 2010. Estas imagens ilustram a forma correta de segregação dos

resíduos do hospital, as quais estão definidas nas políticas de cuidado ambiental da região

em questão com a finalidade de fortalecer a correta segregação e a reciclagem na

instituição.

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Figura 28 - Campanha para segregação de resíduos em um Hospital de Buenos Aires, Argentina, 2010.

Fonte: Segregación correcta de los resíduos no reciclables o comunes, Hospital Italiano de Buenos Aires, 2010.

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Figura 29 - Campanha para segregação de resíduos em um Hospital de Buenos Aires, Argentina, 2010.

Fonte: Segregación correcta de los resíduos reciclables, Hospital Italiano de Buenos Aires, 2010.

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Figura 30 - Campanha para segregação de resíduos em um Hospital de Buenos Aires, Argentina, 2010.

Fonte: Segregación correcta de los resíduos patogénicos, Hospital Italiano de Buenos Aires, 2010.

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Figura 31 - Campanha para segregação de resíduos em um Hospital de Buenos Aires, Argentina, 2010. Fonte: Segregación correcta de los resíduos peligrosos, Hospital Italiano de Buenos Aires, 2010.

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Como segundo exemplo, chama a atenção material elaborado pela ONG TOXICSLINK

(www.toxicslink.org) destinado a população em geral, na qual se detalham os possíveis

efeitos do manejo incorreto de resíduos de serviços de saúde. Adicionalmente, se incluem

outros exemplos da mesma fonte que pode ser utilizado como referência para a

sensibilização em qualquer estabelecimento de saúde.

Figura 32 - Campanha de sensibilização para a disposição adequada de RSS na Índia. Fonte: Tríptico dirigido a la población en general, www.toxicslink.org.

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Figura 33 - Material informativo destinado aos trabalhadores de um estabelecimento de saúde na Índia.

Fonte: Tríptico dirigido aos trabalhadores de um estabelecimento de saúde www.toxicslink.org.

No caso do governo de Navarra na Espanha, o documento “La gestión de los resíduos en

los centros sanitários”, elaborado pelo Governo de Navarra, no ano de 2009, pelo qual é

estabelecido os pilares fundamentais para a prevenção, minimização dos riscos ambientais

e laborais nos estabelecimentos de saúde daquela localidade.

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Figura 34 - Capa do documento para a gestão de RSS publicado pelo Governo de Navarra, Espanha.

Fonte: Documento la gestión de los residuos sanitarios en los centros sanitarios, Gobierno de Navarra – España, 2009.

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Figura 35 - Parte do documento de gestão dos RSS do Governo de Navarra, Espanha.

Fonte: Documento la gestión de los residuos sanitarios en los centros sanitarios, Gobierno de Navarra – España, 2009.

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Figura 36 - Parte do documento de gestão dos RSS publicado pelo Governo de Navarra, Espanha.

Fonte: Documento la gestión de los residuos sanitarios en los centros sanitarios, Gobierno de Navarra – España, 2009.

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7.0. ALTERNATIVAS INTERNACIONAIS DE IMPULSO AO SETOR DE RECICLAGEM DOS RSS

A geração de RSS é, em sua maioria, procedente do âmbito hospitalar, de laboratórios

públicos/privados, consultórios médicos em geral, estúdios de tatuagem, clínicas

veterinárias, etc. No caso das comunidades autônomas da Espanha, a gestão destes

resíduos deve estar contemplada no Plano de Gestão do RSS de tais estabelecimentos de

forma que os gastos com o tratamento dos RSS, quando originados de estabelecimentos

públicos, são então incluídos nos orçamentos anuais da respectiva comunidade autônoma,

do município, do conjunto de municípios ou ainda do órgão público ao qual compete a

responsabilidade pela gestão destes estabelecimentos. Ou seja, anualmente a

Administração Pública consegue dimensionar o custo total com o tratamento de RSS dos

estabelecimentos de saúde da região.

Considerando que o aspecto econômico relativo ao gerenciamento de RSS é fortemente

impactado pelo volume de resíduos encaminhado ao tratamento térmico, seria lógico

pensar que todo estabelecimento de saúde deveria possuir como objetivo primordial o

investimento em práticas e metodologias para a correta segregação de resíduos gerados

intraestabelecimento, pois tais ações podem reduzir consideravelmente o volume total de

RSS que obrigatoriamente necessitaria de um tratamento especial. Portanto, partindo do

pressuposto que as ações de promoção da segregação e reciclagem de RSS são um

interesse óbvio do próprio estabelecimento, então, pode-se dizer que seriam

desnecessários ou redundantes quaisquer incentivos externos para impulsionar tal

atividade. Afinal de contas, a gestão adequada dos RSS é uma obrigação do gerador e se

realizada de forma adequada, conforme a instrução legal e normativa pode economizar

uma parcela dos recursos financeiros os quais podem, então, ser aplicados para a melhoria

de outras áreas.

De qualquer forma, vale ressaltar que o percentual passível de recuperação ou reciclagem

dos RSS é baixo por sua origem de geração e pela própria constituição dos mesmos:

perfurocortantes, infectantes ou biológicos (sangue, restos humanos), medicamentos

citotóxicos. Ou seja, em sua maioria, obrigatoriamente, devem ser destruídos ou

esterilizados mediante tratamentos térmicos ou por autoclave.

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8.0. MEDIDAS A PROMOVER

Dentro das medidas a incluir nos distintos planos de gestão tomados como referências são

citadas os seguintes:

A reutilização e a reciclagem dos resíduos (que por suas características o permitam,

por exemplo: papel, embalagens plásticas não contaminadas).

O processamento dos resíduos orgânicos (majoritariamente oriundos da cozinha)

para que possam servir de composto orgânico e outros usos devidamente

regulamentados pela legislação local vigente.

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9.0. RISCOS ASSOCIADOS À ELIMINAÇÃO DOS RSS

Mesmo que o tratamento e a disposição final dos resíduos de serviços de saúde reduzam

os riscos, é possível que surjam riscos sanitários indiretos devido a liberação ao meio

ambiente de contaminantes tóxicos como consequência do processo de tratamento ou

evacuação, que podem ser - (Medical Waste Management, International Committee of the

Redcross, 2011), (Treatment Alternatives for Medical Waste Disposal, Program for

Appropriate Technology in Health (PATH), 2005):

Quando não foram bem construídos, os aterros podem contaminar aquíferos e

contaminar o ar.

A incineração de resíduos tem sido uma prática muito aplicada, mas quando

incompleta ou quando são incinerados materiais que não devem ser administrados

neste tipo de tratamento, alguns contaminantes podem ser liberados na atmosfera,

assim como cinzas residuais. Ao serem incinerados, os produtos que contém cloro

podem liberar dioxinas e furanos, substâncias que são cancerígenas e pode ter

efeitos prejudiciais para a saúde do ser humano. A incineração de metais pesados

ou produtos com alto conteúdo de metais (em particular chumbo, mercúrio e

cádmio) pode provocar a dispersão no meio de metais tóxicos. As dioxinas, furanos

e metais são persistentes e se acumulam nos organismos vivos. Por isto não há

que se incinerar nenhum tipo de material que contenha cloro ou metais.

Somente as incineradoras modernas que operam com temperaturas entre 850ºC e

1100ºC e contam com um sistema especial de depuração de gases podem cumprir

as normas internacionais de emissão de gases.

Hoje em dia existem soluções alternativas a incineração, como, por exemplo, a

esterilização por autoclave ou a desinfecção por micro-ondas, o tratamento por

vapor combinado com agitação dos materiais tratados e o tratamento químico.

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10.0. COMPARATIVO ENTRE MODELOS DE GESTÃO

Em seguida, foi elaborado um quadro comparativo dos diferentes modelos de gestão, tomando como base o país, da forma de declaração da geração de resíduos, mecanismos de arrecadação e devolução, normativa de referência e uso proposto do produto final valorizado.

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Quadro 25 - Comparação entre modelos de gestão para os RSS utilizados em localidades geográficas diferentes.

País Cidade Classificação de RSS Gestão Classe de tratamento

Mecanismos econômicos

Referência

Espanha

Barcelona - Resíduos sem risco: Grupo I e II - Resíduos com risco: Grupo III e IV

Intraestabelecimento / Extraestabelecimento

Autoclave / incineração

Imposto pela gestão do resíduo

Decreto 27 de 1999, de 9.2 (presid. DOGC 16.2.1999). Gestão de los resíduos de serviços de saúde

Madrid

- Resíduos classe I: Gerais - Resíduos classe II: Biocontaminados similares. urbanos - Resíduos classe III: Biocontaminados especiais - Resíduos classe IV: Cadáveres e restos humanos - Resíduos classe V: Químicos - Resíduos classe VI: Citotóxicos - Resíduos classe VII: Contaminados subst. radioativas

Intraestabelecimento / Extraestabelecimento

Autoclave / incineração

Imposto pela gestão do resíduo

Decreto 83 de 1999, de 3.6 (Consejería Medio Ambiente y Desarrollo Regional. BOCM 14.6; Rect. 1.7.1999) Regula las actividades de Producción y Gestión de los resíduos biosanitarios y citotóxicos de la Comunidad de Madrid

EUA Nova York

- Subcategoria I: Resíduo Biológico - Subcategoria II: Resíduos humanos - Subcategoria III: Sangue humano e produtos - Subcategoria IV: Objetos perfurocortantes - Subcategoria V: Resíduos animais

Intraestabelecimento / Extraestabelecimento

Autoclave / incineração

Imposto pela gestão do resíduo

-Regulation of Medical Waste in the United States, Volume 11, Article 2 - April 1994 -Public Health Law 1389 - Chapter 180

Austrália Austrália

- Classe I: resíduos perfurocortantes - Classe II: resíduos de laboratório o diretamente associados no processamento de amostras - Classe III: Resíduos de tecidos humanos, incluídos os materiais ou soluções que contem ou estão contaminadas com sangue - Classe IV: Tecidos animais ou cadáveres associados a investigação

Intraestabelecimento / Extraestabelecimento

Autoclave / incineração

Imposto pela gestão do resíduo

-Industry code practice for the management of clinical and related waste 6th edition, June 2010 Waste Management Association of Australia

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Canadá Canadá

- Resíduos não perigosos: - Resíduos perigosos:

classe I: Restos humanos, componentes veterinários e farmacêuticos

classe II: Líquidos o fluidos, substâncias orgânicas não halogenadas

classe III: Compostos químicos

Intraestabelecimento / Extraestabelecimento

Autoclave / incineração

Imposto pela gestão do resíduo

"Developing Integrated Solid Waste Management Plan" Volume 1. Waste Characterization and Quantification with Projections for future United Nations Environment Programme 2009

Fonte: Elaboração Própria com base nos documentos referenciais. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

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11.0. ESTIMATIVA DE CUSTOS

Para o tratamento e disposição final de RSS, os custos operativos e de capital dependem

da tecnologia de tratamento selecionada. Além disso, os custos de aquisição dos

equipamentos e o custo das instalações, operações e manutenção e dos provedores de

tecnologia de tratamento também podem proporcionar estimativas de custo de operação

por quilograma de resíduos tratado. Não obstante, é importante obter e validar dados sobre

a qualidade dos materiais consumidos, tais como: energia e serviços públicos consumidos

além dos preços unitários com combustível, eletricidade, água e outros serviços para

comprovar a exatidão dos custos de operação proporcionados pelos provedores.

Um processo similar se utiliza na estimativa dos custos em um centro de tratamento, exceto

se a quantidade de resíduos a tratar por dia se baseia nos resíduos gerados por todos os

estabelecimentos de saúde (atuais ou em projetos), os quais enviam seus resíduos ao

centro de tratamento para sua gestão. Por outra parte, os custos da coleta e do transporte

também devem ser calculados, baseados no volume total de resíduos que deve ser

coletado por dia, a frequência de coleta, o número e tamanho dos veículos, as rotas de

coleta, custo de combustível, entre outros.

No quadro seguinte estão enumerados os elementos que devem ser incluídos na avaliação

dos custos de um sistema de gestão de rejeitos derivados do tratamento de RSS

(Incineración, autoclave, etc.), (Cost related to health-care waste management, World

Health Organization, 2012).

Quadro 26 - Descrição dos custos de construção e operação de uma planta de tratamento de RSS

Custos de construção e operação de uma planta de tratamento de RSS

Local

Custo da parcela

Permissão para operação

Preparação do local e infraestrutura

Provisão de serviços ao local

Honorário de consultoria

Consultor ambiental /gestão de resíduos

Engenheira

Arquitetura e planejamento

Honorário de advogados

Custos de construção

Construção da planta de tratamento

Salas de armazenamento de resíduos

Oficinas

Planta de tratamento (Incineração, Autoclave, etc.)

Custos de investimento

Custos de transporte e armazenamento

Caminhões de coleta de resíduos

Custos diretos de operação

Necessidade de mão de obra (Diretor, operadores, motoristas, etc.).

Sacolas amarelas identificadas com etiquetas específicas para cada tipo de resíduo.

Sacolas pretas para resíduos não perigosos

Containers para objetos perfurocortantes

Custos de transporte

Serviços (combustível, água, eletricidade, telefone)

Produtos químicos (ex. Para a limpeza de gases de combustão)

Custos indiretos de operação

Treinamento da mão de obra

Manutenção e substituição de peças

Manutenção de veículos

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Custos de construção e operação de uma planta de tratamento de RSS

Containers para o transporte do resíduo desde o hospital/estabelecimento de saúde até a planta de tratamento ou eliminação

Os custos dos equipamentos

Carros para a coleta das sacolas de resíduos das diferentes áreas

Balanças para a pesagem das sacolas de resíduos

Refrigeração para o armazenamento dos resíduos, se necessário.

Custos de financiamento

Juros do financiamento

Impostos

Custos de auditoria e contabilidade

Uniformes e equipamentos de segurança para o pessoal

Custos de eliminação de resíduos depois do tratamento.

Vigilância do cumprimento das emissões de gases de combustão ou validação dos níveis de desinfecção.

Gestor de Projetos e custos administrativos da organização responsável para a operação e execução em longo prazo do projeto.

Fonte: Adaptado de Cost related to health-care waste management, World Health Organization, 2012.

Para se assegurar que um projeto de gestão de resíduos seja autossustentável, os cargos

devem refletir o custo total das operações, manutenção, amortização da dívida e dos juros

do financiamento. A inclusão de um fator de amortização garante a recuperação dos fundos

e possibilita o resgate do capital necessário para financiar a construção da planta e

substituição de equipamentos. Se as receitas percebidas não cobrem todos os gastos, o

sistema de gestão de resíduos necessitará ser subvencionado e será necessário desenhar

um plano de financiamento.

A variação estimada de capital e custo de operação no ano de 2003 para os métodos de

tratamento disponíveis (Díaz y Savage, 2003), mostram que para incineradores de

pequena escala, com insuficiente ou nenhum controle da contaminação e capacidade de

tratamento entre 3 e 6 kg/hora, os custos de investimento podem estar entre US$ 800 a

US$ 6.000 e os custos de operação permanecem por volta de US$ 0,06 a 0,10 por kg de

resíduos.

Quadro 27 - Investimento estimado e custos de operação para processos e tratamento de RSS

Capital estimado e custos de operação para métodos de tratamento disponíveis

Método Capacidade (kg/hora)

Custo de capital (US$ x 1000)

Custos operativos (US$/kg)

Autoclave 23 – 3600 30 – 1780 0,13 – 0,36

Tratamento químico

11 – 6800 20 – 890 0,15 – 2,20

Micro-ondas 23 – 410 70 – 710 0,10 – 0,42

Incineração 250 – 4000 120 - 6000 0,15 – 0,30

Fonte: Adaptado de Diaz & Savage, 2003 y Safe management of wastes from health-care activities, WHO, 2014.

Como marco referencial, serão descritos em seguida os custos de investimento/tratamento

para tratamentos térmicos na Suíça, Indonésia e África (J. Emmanuel, personal

communication, data compiled for the UNDP GEF Global Healthcare Waste Project, 2012).

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Quadro 28 - Custos do tratamento de resíduos dos serviços de saúde na Suíça.

Custos de tratamento de resíduos de serviços de saúde na Suíça

Método de tratamento Custo (US$/t)

Incineração 380

Desinfecção térmica úmida (Autoclave) 400

Desinfecção química 200

Fonte: Adaptado de Cost related to health-care waste management, World Health Organization, 2012.

Quadro 29 - Investimento inicial para implantação de incineradores na Indonésia.

Custos de investimento para incineradoras na Indonésia

Capacidade Descrição do equipamento Custo (US$)

50 kg/hora

Carga manual, extração manual de cinzas, sistema de duas câmaras (temperatura > 1000°C), sem depuração de dos gases de combustão.

48.600

50 kg/hora

Carga manual, extração manual de cinzas, sistema de duas câmaras (temperatura > 1000°C), inclui depuração de gases de combustão por torre de lavado.

58.140

100 kg/hora Carga manual, extração manual de cinzas, sistema de duas câmaras (temperatura > 1000°C), sem depuração de dos gases de combustão.

57.600

100 kg/hora

Carga manual, extração manual de cinzas, sistema de duas câmaras (temperatura > 1000°C), incluí depuração de gases de combustão por torre de lavado.

68.400

Fonte: Adaptado de J. Emmanuel, personal communication, data compiled for the UNDP GEF Global Healthcare Waste Project, 2012.

Quadro 30 - Investimento inicial para implantação de incineradores na África.

Custos de investimento para incineradora na África

Capacidade Descrição do equipamento Custo (US$)

50 kg/hora Sistema de duas câmaras, movido a diesel, carga manual, extração manual de cinzas, sem controle de contaminação do ar.

71.000

50 kg/hora

Sistema de duas câmaras, movido à gasolina, queimadores totalmente automáticos, carga manual, extração manual de cinzas, sem controle de contaminação do ar.

87.000

55 kg/hora

Sistema de duas câmaras, movido a gasolina (temperatura >1000°C), extração manual de cinzas, não há limpeza de gases de combustão.

93.000

75 kg/hora

Sistema de duas câmaras, movido a diesel (temperatura > 1000°C), carga manual, extração manual de cinzas, não há limpeza de gases de combustão.

99.000

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Custos de investimento para incineradora na África

Capacidade Descrição do equipamento Custo (US$)

75 kg/hora

Sistema de duas câmaras, movido a gasolina (temperatura > 1000°C), carga manual, extração manual de cinzas, não há limpeza de gases de combustão.

104.000

75 kg/hora

Sistema de duas câmaras, movido à gasolina, carga manual, extração manual de cinzas, queimadores totalmente automáticos, não há limpeza de gases de combustão.

109.000

Fonte: Adaptado de J. Emmanuel, personal communication, data compiled for the UNDP GEF Global Healthcare Waste Project, 2012.

Os custos de investimento para centrais de incineração que cumprem com os padrões internacionais, são os seguintes (Safe Management of Wastes from health-care activities, WHO, 2014): Quadro 31 - Investimento inicial de central incineradora adequada aos padrões internacionais de segurança.

Custos de investimento centrais incineradoras

Capacidade Descrição do equipamento Custo (US$)

135 kg/hora

Incinerador pirolítico de duas câmaras com queimadores de gás, sistema de alimentação de resíduos, caldeira de recuperação de calor com extração induzida, chaminé, controles de computador, controle de emissões (O2, CO, SO2, NOx, HCl e partículas) e sistema de limpeza de gases de combustão por lavador úmido.

657.000

135 kg/hora

Incinerador pirolítico de duas câmaras com queimadores de gás, sistema de alimentação de resíduos, caldeira de recuperação de calor com extração induzida, chaminé, controles de computador, controle de emissões (O2, CO, SO2, NOx, HCl e partículas) e sistema catalítico de limpeza de gases para reduzir as dioxinas.

1.250.000

300 kg/hora

Incinerador pirolítico de duas câmaras com queimadores de gás, sistema de alimentação de resíduos, caldeira de recuperação de calor com extração induzida, chaminé, controles de computador, controle de emissões (O2, CO, SO2, NOx, HCl e partículas) e sistema de limpeza de gases de combustão por lavador úmido.

952.000

300 kg/hora

Incinerador pirolítico de duas câmaras com queimadores de gás, sistema de alimentação de resíduos, caldeira de recuperação de calor com extração induzida, chaminé, controles de computador, controle de emissões (O2, CO, SO2, NOx, HCl e partículas) e sistema catalítico de limpeza de gases para reduzir as dioxinas.

1.770.000

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Pag. 127

Custos de investimento centrais incineradoras

Capacidade Descrição do equipamento Custo (US$)

600 kg/hora

Incinerador pirolítico de duas câmaras com queimadores de gás, sistema de alimentação de resíduos, caldeira de recuperação de calor com extração induzida, chaminé, controles de computador, controle de emissões (O2, CO, SO2, NOx, HCl e partículas) e sistema de limpeza de gases de combustão por lavador úmido.

1.410.000

600 kg/hora

Incinerador pirolítico de duas câmaras com queimadores de gás, sistema de alimentação de resíduos, caldeira de recuperação de calor com extração induzida, chaminé, controles de computador, controle de emissões (O2, CO, SO2, NOx, HCl e partículas) e sistema catalítico de limpeza de gases para reduzir as dioxinas.

2.560.000

800 kg/hora

Incinerador pirolítico de duas câmaras com queimadores de gás, sistema de alimentação de resíduos, caldeira de recuperação de calor com extração induzida, chaminé, controles de computador, controle de emissões (O2, CO, SO2, NOx, HCl e partículas) e sistema de limpeza de gases de combustão por lavador úmido.

1.620.000

800 kg/hora

Incinerador pirolítico de duas câmaras com queimadores de gás, sistema de alimentação de resíduos, caldeira de recuperação de calor com extração induzida, chaminé, controles de computador, controle de emissões (O2, CO, SO2, NOx, HCl e partículas) e sistema catalítico de limpeza de gases para reduzir as dioxinas.

2.800.000

1.350 kg/hora

Incinerador pirolítico de duas câmaras com queimadores de gás, sistema de alimentação de resíduos, caldeira de recuperação de calor com extração induzida, chaminé, controles de computador, controle de emissões (O2, CO, SO2, NOx, HCl e partículas) e sistema de limpeza de gases de combustão por lavador úmido.

2.220.000

1.350 kg/hora

Incinerador pirolítico de duas câmaras com queimadores de gás, sistema de alimentação de resíduos, caldeira de recuperação de calor com extração induzida, chaminé, controles de computador, controle de emissões (O2, CO, SO2, NOx, HCl e partículas) e sistema catalítico de limpeza de gases para reduzir as dioxinas.

3.520.000

Nota: a diferença entre preços de incineradoras da mesma capacidade pode ser encontrada nos custos do tipo de tratamento dos gases de escape. Os custos não incluem infraestruturas para as provas periódicas de dioxinas/furanos e outros contaminantes. Fonte: Safe Management of Wastes from health-care activities, World Health Organization, 2014.

Dentro dos tratamentos para os resíduos dos resíduos de serviços de saúde (RSS),

existem os denominados tratamentos alternativos (principalmente autoclave e micro-

ondas). Em seguida faz-se referência aos custos de investimento associados a estas

tecnologias.

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Quadro 32 - Investimento inicial para o tratamento de RSS por processos complementares em diversos países do mundo.

Custos de investimento para tratamentos alternativos

Classe País Capacidade Descrição dos equipamentos Custo (US$)

Autoclave

com

containers de

rejeitos e

compactador

(se forem

utilizados

para triturar

agulhas) ou

trituradora.

Programa de

desenvolvimento

das Nações

Unidas

(UNDP)

desenvolvido

na Tanzânia.

150 – 200

litros

Autoclave Horizontal de parede

simples usando pulsos de

pressão de vapor, função da

caldeira com múltiplas opções

de energia (eletricidade, gás,

outros combustíveis), pequenos

compactadores ou trituradores,

contêineres autoclaváveis de

uso múltiplo.

5.000 –

5.000

Autoclave

com

triturador

integrado

França 200 litros

Triturador é inserido diretamente no processo de tratamento (antes do tratamento).

93.658

Autoclave e

triturador

Índia e

Alemanha 200 litros

Autoclave horizontal, dupla parede com múltipla aspiração de vácuo, Controle de PLC (Power Line Comunication) e trituradora de alto torque (Alemanha) para resíduos tratados.

86.000

Autoclave e

triturador USA 360 kg/h

Autoclave de vácuo e triturador de alto torque com assistência de carga e basculante hidráulico de lixeiras de resíduos.

313.000

Autoclave

e

triturador

Argentina 720 kg/h Autoclave de vácuo que incluí elevador de containers e carros com triturador de alto torque.

220.000

Autoclave

e

triturador

Argentina 1.200

kg/h

Autoclave de vácuo que incluí elevador de containers e carros com triturador de alto torque.

272.000

Autoclave Índia 117 litros Sistema de pré-aspiração, totalmente automático.

24.000

Autoclave África do Sul 135 litros Sistema de pré-aspiração.

27.516

Autoclave África do Sul 160 litros

Sistema de pré-aspiração. 32.000

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Pag. 129

Custos de investimento para tratamentos alternativos

Classe País Capacidade Descrição dos equipamentos Custo (US$)

Autoclave Espanha 200 litros Sistema fraccionado, instalação e operação incluída.

38.558

Autoclave Índia 200 litros Autoclave horizontal, aspiração múltipla, e controle de PLC (Power Line Comunication).

38.000

Autoclave Países baixos 250 litros

Sistema de pré e pós aspiração dupla, parede totalmente automática, vapor administrado por um gerador elétrico de vapor, carro de carga, compressor de ar.

34.535

Autoclave Países baixos 340 litros

Sistema de pré e pós-aspiração dupla, parede totalmente automática, vapor administrado por um gerador elétrico de vapor, carro de carga, compressor de ar.

55.530

Autoclave Índia 340 litros Autoclave de vácuo com porta corredora automática e controle PLC (Power Line Comunication)

31.000

Autoclave Espanha 400 litros

Sistema fracionado, carregador de carregadeira, marco de carregamento e compressor de ar incluindo instalação e operação.

71.000

Autoclave USA 450 kg/h

Autoclave de vácuo horizontal, incluí carros, queimador, sistema de tratamento de água e controle PLC (Power Line Comunication)

222.000

Autoclave Austrália 550 litros

Autoclave retangular com ciclos pré-programados para resíduos de serviços de saúde sólidos e líquidos.

83.000

Autoclave USA 570 litros

Autoclave de vácuo com controle de PLC (Power Line Comunication), incluí containers e gerador elétrico de vapor.

112.000

Autoclave Argentina 600 kg/h Autoclave de vácuo que incluí elevador de containers e carros.

150.000

Micro-ondas e triturador

Bélgica 75 kg/h Sistema de micro-ondas contínuo com triturador interno, operação automática.

428.000

Micro-ondas e trituração

Luxemburgo 250 kg/h

Sistema móvel que incluí triturador é necessário containers e bolsas especiais, incluindo os containers.

630.249

Micro-ondas e trituração

USA 818 kg/h Alimentação automática, o triturador faz parte do sistema.

566.805

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Pag. 130

Custos de investimento para tratamentos alternativos

Classe País Capacidade Descrição dos equipamentos Custo (US$)

Hidrólise alcalina

USA 14 kg/h

Digestor totalmente automatizado para resíduos patológicos, animais, citotóxicos específicos, formaldeído e glutaraldeído, com os acessórios do sistema e monitoramento remoto.

99.000

Hidrólise alcalina

USA e Países Baixos

15 kg/h

Digestor tecido com fibras artificiais, cáustico para resíduos patológicos (anatômicos), controles automáticos, incluindo a cesto de acero.

40.000

Nomenclaturas = GEF, Global Environment Facility; PLC, programmable logic controls; UNDP, United Nations Development Programme; USA, United States of America. Fonte: J Emmanuel, personal communication, data compiled from 2007 to 2011 for the UNDP GEF Global Healthcare Waste Project.

A seguir, serão apresentados, os custos de investimento para a tecnologia de incineração

pirolítica, atualizados para 2014 pela empresa ATI Environment. Quadro 33 - Custos de investimento para tecnologias de pirólise na Europa, 2014.

Custos de investimento para incineradoras em Europa – ano 2014

Capacidade Descrição do equipamento Custo (€)

100 - 120 kg/hora

Carga automática, extração manual de cinzas, sistema de duas câmaras (temperatura > 1000°C), controle automático, sistema de depuração dos gases de combustão de acordo com a normativa europeia (filtro catalítico + filtro carbono ativado).

382.000

200 kg/hora

Carga automática, extração manual de cinzas, sistema de duas câmaras (temperatura > 1000°C), controle automático, sistema de depuração dos gases de combustão de acordo com a normativa europeia (filtro catalítico + filtro carbono ativado).

680.000

1,000 kg/hora

Carga automática, extração manual de cinzas, sistema de duas câmaras (temperatura > 1000°C), controle automático, sistema de depuração dos gases de combustão de acordo com a normativa europeia (filtro catalítico + filtro carbono ativado).

3.200.000

Fonte: Empresa ATI Environment, França, 2014.

Para fins de comparação, serão apresentados também os custos de investimento para a

tecnologia de Esterilização por autoclave, atualizados para 2014 pela empresa Antonio

Matachana S.A. (Espanha):

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Pag. 131

Quadro 34 - Custos de investimento para planta de esterilização na Europa, 2014.

Custos de investimento para planta de esterilização na Europa no ano de 2014

Capacidade Descrição do equipamento Custo (€)

800 kg/hora

Balança, câmara frigorifica, esterilizador por vapor, sistema de carregamento, carro para armazenamento de resíduos de 1.100 litros, gerador de vapor, descalcificador de água, compressor de ar, equipamento de trituração, equipamento de limpeza para containers, software de gestão.

600.000

1.500 kg/hora

Balança, câmara frigorífica, esterilizador por vapor, sistema de carregamento, carro para armazenamento de resíduos de 1.100 litros, gerador de vapor, descalcificador de água, compressor de ar, equipamento de trituração, equipamento de limpeza para containers, software de gestão.

950.000

1,950 kg/hora

Carga automática, extração manual de cinzas, sistema de duas câmara (temperatura > 1000ºC), controle automático, sistema de depuração dos gases de combustão de acordo com a normativa europeia filtro catalítico + filtro carvão ativado + filtro cerâmico).

1.000.000

Fonte: Empresa Antonio Matachana S.A., España, 2014 (http://www.matachana.com/).

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Pag. 132

12.0. MÉTODOS DE FINANCIAMENTO

Para o estabelecimento de padrões sustentáveis e bons para a gestão de RSS, é essencial

à disponibilidade de uma linha de recursos distinta na dotação orçamentária anual para a

gestão dos resíduos nos centros de tratamento. Isto permite que as etapas de operação,

manutenção e supervisão dos estabelecimentos de saúde sejam realizadas de forma

eficiente pelos seus gestores. A ausência de um orçamento limitará severamente a

previsão e planejamento de possíveis melhorias a gestão praticada.

Antes que se projete a construção de uma nova planta de tratamento de resíduos para um

determinado estabelecimento de saúde, deve se considerar a possibilidade de trabalhar

em conjunto com outros estabelecimentos de saúde, com o propósito de que os resíduos

recolhidos em conjunto sejam tratados em uma planta centralizada. O potencial de

economia de custos deve ser calculado cuidadosamente, sendo possível reduzir

significativamente os custos no investimento, na manutenção e na operação, quando os

resíduos forem tratados em um Centro de Tratamento de resíduos.

Ao realizar uma avaliação comparativa detalhada dos riscos, benefícios e custos dos

distintos métodos de tratamento centralizados ou descentralizados a decisão de investir

deve incluir as seguintes considerações (Barlow, J., Roehrich, J.K. and Wright, S. ,2013):

A caracterização dos resíduos.

Quantidade de resíduos gerados.

Disponibilidade de veículos de transporte ou companhias transportadoras.

Infraestruturas disponíveis (vias, tráfico, etc.).

Disponibilidade e capacidade de tecnologia de tratamento.

Disponibilidade de mão de obra com as habilidades e a experiência requerida.

Orçamento e custos.

No momento da seleção da tecnologia deve ser considerada ainda a disponibilidade de

agentes e técnicos locais e manutenção especializada, reparação e peças de reposição.

Sem técnicos locais, as tecnologias importadas podem acarretar gastos de importação

altos e longos períodos de espera para receber as reposições e assistências técnicas

externas em caso de falhas no funcionamento.

12.1. CONCESSÃO DE SERVIÇOS

Nos últimos tempos a privatização das operações de gestão de resíduos está sendo, cada

vez mais, adotada como estratégia em vários países, para estabelecer um método

alternativo de financiamentos dos diferentes tipos de obra pública entre as quais se inclui

aquelas de atenção à saúde. A privatização mediante o modelo de concessão pode ser

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Pag. 133

uma opção desejável, sobretudo para os métodos de tratamento que requerem elevados

investimentos iniciais para a construção da infraestrutura e aquisição dos equipamentos.

Uma concessão é o outorgamento do direito de exploração por um período de tempo

determinado (normalmente médio-longo), de bens e serviços por parte de uma

Administração pública ou empresa a outra, geralmente privada.

A concessão tem por objeto a administração dos bens públicos mediante o uso,

aproveitamento, exploração das instalações ou a construção de obras e novos terminais

de qualquer tipo, seja marítimo, terrestre ou aquático, dos bens de domínio Público (RD

legislativo 3/2011, de 14 de noviembre, por el que aprueba el texto refundido de la Ley de

Contratos del Sector Público, España).

A propriedade dos ativos se reverte à administração ao final do período de concessão

incluindo os ativos adquiridos pelo operador. Em uma concessão o operador normalmente

obtém suas receitas diretamente dos consumidores já que tem uma relação direta com o

consumidor. Uma concessão inclui, por sua vez, o sistema completo de infraestruturas (ao

operador, isto pode acrescentar os ativos existentes, assim como a construção e operação

de novos ativos).

Existem na atualidade distintos modelos de estruturas de concessão ou Associações

Público Privadas (APP), BLT “Build-Lease-Transfer”, DBFO “Design-Build-Finance-

Operate”, DBOT “Design-Build-Operate-Transfer”, DCMF “Design-Construction-Manage-

Finance), BOOT “Build-Own-Operate-Transfer”, BOO “Build-Own-operate” y DBO “Design-

Build-Operate”, destes descrevemos os mais utilizados no âmbito global (Wilde Sapte LLP,

Denton (2006) Public Private Partnerships: BotTechniquesand Project Finance).

Associações (ou Parcerias) Público-privadas APP: implica um contrato entre

uma entidade do setor público e uma parte privada, na qual a parte privada presta

um serviço público e assume substancialmente o risco financeiro, técnico e

operativo no projeto. Em alguns tipos de APP, o custo de utilização de um

determinado tipo de serviço fica a cargo exclusivo do usuário e não do contribuinte.

Em outro tipo (iniciativa de financiamento privado), o investimento de capital é feito

pelo setor privado na base de um contrato com o governo para a prestação de um

serviço, e o custo da prestação do serviço se confirma em sua totalidade ou em

parte pelo governo.

As contribuições do Governo para uma APP (ou PPP) também podem ser em

espécie (em particular a transferência dos ativos existentes). Nos projetos que tem

como objetivo a criação de bens públicos como o setor de infraestrutura o governo

pode proporcionar uma subvenção de capital, na forma de uma subvenção única,

com a finalidade de torná-lo mais atrativo para os investidores privados. Em alguns

outros casos, o governo pode apoiar o projeto mediante a eliminação das receitas

anuais garantidas por um período de tempo fixo (Healthcare Public Private

Partnerships, Department of Health, United Kingdom, 2013).

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Pag. 134

Design Build – DB: o setor público financia o desenho e a construção das

infraestruturas necessárias, o setor privado desenha e constrói os ativos para

cumprir com os produtos acordados dentro de um orçamento estabelecido pelo

setor Público.

Design-Build-Operate-(Maintenance) – DBO(M): neste tipo de contrato, o setor

público possui e financia a construção de novos ativos. O setor privado desenha,

constrói e opera todos os ativos para cumprir com certos produtos acordados. A

documentação para o DBO é normalmente mais sensível que para um BOOT, já

que não há documentação de financiamento e tipicamente consistem em um

contrato de obra civil mais um contrato de operação ou uma seção anexa ao

contrato que abarque as operações (PPP in Infrastructures Resource Center, The

World Bank, 2012).

O operador não assume nenhum risco de financiamento, normalmente será paga

uma quantia pelo desenho e construção da planta e logo uma cota de operação

para o período operativo.

Design-Build-Finance – DBF: com este modelo o setor Público adjudica ao setor

privado o desenho, a construção o financiamento total ou parcial de uma instalação.

A responsabilidade da manutenção em longo prazo e a exploração da instalação

fica a cargo do setor Público. Este enfoque permite que o patrocinador do projeto

possa englobar todo ou parcialmente o financiamento durante a fase de construção

do projeto (U.S. Department of infrastructures, Federal Administration, 2010).

Build-Own-Operate-Transfer– BOOT – é uma forma de financiamento de projetos

aonde uma entidade privada recebe em concessão do setor público ou privado para

financiar, desenhar, construir e operar uma planta declarada no contrato de

concessão durante um tempo determinado. Isto permite que o proponente do

projeto possa recuperar os gastos do investimento operação e manutenção do

projeto (PPP in Infraestructures Resource Center, The World Bank, 2012).

Devido a natureza de longo prazo do acordo, a taxa ou imposto aumenta durante o

período que dura a concessão e frequentemente está vinculada a uma combinação de

variáveis internas e externas, o que permite ao proponente alcançar uma taxa interna

de retorno satisfatória para seu investimento.

Alguns exemplos de países que utilizam o modelo de concessão BOOT são: Canadá,

Austrália, Nova Zelândia, Tailândia, Turquia, Taiwan, Arábia Saudita, Israel, Índia, Irã,

Croácia, Japão, China, Vietnam, Malásia, Filipinas, Egito em alguns estados dos

Estados Unidos como Califórnia, Florida, Indiana e Virgínia.

Nas APP (ou PPP´s) aonde se inclui o financiamento do projeto, as empresas privadas

podem utilizar diferente possibilidades para financiar seus custos de alcance total do

contrato. Em alguns casos o setor privado pode apresentar autofinanciamento e

confrontar por conta própria os custos da implementação até que o setor privado tenha

disponibilidade de repor estes custos. Em outros casos, o desenho-construção pode

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Pag. 135

ser financiado mediante empréstimos por meio de linhas de crédito ou utilização da

combinação de ambos.

No caso de que grandes quantidades de dinheiro sejam necessárias durante longos

períodos de tempo, o projeto pode requerer propostas específicas de financiamento.

Os credores do empréstimo valorizam o risco do projeto de acordo com a capacidade

financeira do patrocinador (U.S. Department of infrastructures, Federal Administration,

2010).

A decisão sobre qual dos enfoques de financiamento deverá ser utilizado é valorizada

diretamente pelo tamanho da empresa que desenha e constrói, e esta depende em

grande parte pelo seu tamanho, pela quantidade de dinheiro em espécie, créditos aos

quais tem acesso e tolerância ao risco.

Em seguida, serão apresentadas as modalidades de APP (ou PPP) mais usadas e a

transferência de riscos (Primer foro de infraestructuras gobierno y empresa, Estado

Libre Asociado de Puerto Rico, 2013).

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Pag. 136

Aumenta a transferência de risco para o sector privado

Quadro 35 - Modalidades de Associações Público Privadas mais usadas e a transferência de riscos.

DB DBO(M) DBF DBFO(M)

Design-Build Design-Build-

Operate-(Maintain) Design-Build-

Finance Design-Build-Finance-

Operate-(Maintain)

Governo define os requisitos do Projeto

e assume o financiamento.

Setor privado

assume o risco de desenho construção

e tipicamente qualquer sobre custo.

Setor privado constrói e maneja o

projeto.

Setor privado recebe os pagamentos periódicos pela

operação.

Setor privado realiza o

financiamento e a construção.

Setor privado

recebe pagamentos por meio do projeto

para compensar por custos de

desenvolvimento.

Setor privado financia, constrói e opera

(mantem) o projeto mediante um contrato em

longo prazo.

Governo ou usuários provem pagamento para

cobrir custos de desenvolvimento e gastos

de operação e manutenção.

Não há transferência de

risco a longo prazo

Contrato/Acordo a longo prazo.

Contrato de aliança à longo

prazo com financiamento

privado.

Contrato de aliança com financiamento privado e

propriedade.

Fonte: Adaptado do primeiro fórum de primeiro foro de infraestruturas governo y empresa, Estado Libre Associado de Puerto Rico, 2013.

No caso do Reino Unido, no ano de 1991, foram iniciados os acordos de Associação

Público Privadas no setor da saúde. No ano de 1896, foi firmado o primeiro contrato DBFO

com a construção e operação do hospital de Norwich com uma capacidade de 1000 leitos,

o projeto foi finalizado dentro do orçamento e 5 meses antes do período previsto no

planejamento, em 2001 (Healthcare Public Private Partnerships, Department of Health,

United Kingdom, 2013).

No ano de 2006, foi firmado o maior contrato de APP (ou PPP) no setor hospitalar com um

orçamento de £1.1 bilhões (£ = Libra Esterlina) no projeto dos hospitais de St.

Bartholomew’s y Royal London e a finalização dos projetos mencionados estão previstas

para o ano de 2016.

Desde 2011, foram aprovados ou estão em aprovação mais de 130 contratos de APP (ou

PPP) no setor hospitalário no Reino Unido.

As vantagens mais relevantes deste tipo de contratos são (PPP in Infraestructures

Resource Center, The World Bank, 2012):

Promover o investimento do setor privado.

Injetar novos capitais estrangeiros no País.

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Pag. 137

Transferência de tecnologia e know-how.

Finalização de projetos dentro do prazo e orçamentos previstos.

Proporcionar fontes financeiras adicionais para outros projetos prioritários.

Liberar carga de orçamento público para o desenvolvimento de outras novas

infraestruturas.

Estes acordos implicam em esquemas de financiamento privado aonde uma empresa

privada desenha, constrói e opera os centros de tratamento, e presta seus serviços de

coleta e eliminação às instalações governamentais e de assistência sanitária privada por

meio de contratos negociados em longo prazo (15 ou 20 anos), (Libro verde sobre la

colaboración público-privada y el derecho comunitário em materia de contratación pública

y concesiones, Comisión de las comunidades europeas, 2004).

Uma das razões para a privatização da gestão de resíduos é a maior eficiência do setor

privado, quando comparado ao setor público. Por exemplo, o setor privado tem uma maior

flexibilidade nas políticas de compra e de pessoal, o acesso mais fácil a capital

(investimento) dos fundos, uma adaptação mais rápida às novas tecnologias e às novas

necessidades de mercado.

Outro dos benefícios da privatização é que as organizações dedicadas à prestação de

serviços de operação e manutenção de gestão de resíduos, com frequência dispõem de

mais recursos para manter o nível de prestações do centro de tratamento.

Não obstante, uma desvantagem percebida da privatização é a perda potencial do controle

global das operações de gestão de resíduos dos centros de tratamento. O risco de não

cumprimento do serviço se reduz ao mínimo já que conta com um excelente equipamento

de gestão de contratos e uma negociação de contrato com sanções caso o serviço seja

mal executado.

Os seguintes itens devem ser incluídos em um acordo negociado entre o operador privado

e a agência pública (La privatización de los servicios públicos en España, ATTAC, 2012).

Definir a frequência e medida de qualidade e limpeza que devem alcançar em cada

área do centro de tratamento junto com um sistema de monitoramento e sanções

por serviço deficiente acordado entre as partes.

Outras medidas para definir o nível mínimo de serviço, sobretudo no que diz

respeito à confiabilidade, a segurança, os riscos a saúde pública e uma eventual

ampliação do contrato de serviço caso o estabelecimento de saúde amplie seu

escopo de atividades.

Futuros incrementos nos custos resultantes de fatores que não podem ser

avaliados plenamente desde o princípio e uma fórmula no contrato para o cálculo

da inflação futura nos custos.

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Pag. 138

Âmbito ambiental.

Futura transferência da propriedade das instalações.

A inspeção regular e o controle regulamentar.

Exploração da viabilidade da cooperação entre dois ou mais estabelecimentos de

saúde, como um meio de reduzir ao mínimo os custos totais.

Cláusula de rescisão no contrato para permitir revisões periódicas do serviço de

resíduos e outras revisões do contrato.

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Pag. 139

13.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Como considerações finais do presente documento, temos:

o Em nível de módulo de análise empregado para estimar a produção dos

resíduos de serviços de saúde, o indicador de geração por leito (kg/leito-dia) é

aquele que mede a geração total em kg dos resíduos sólidos gerados em um

dia, em relação ao número total de leitos ocupados, para o Grupo A -

Potencialmente Infectantes, Grupo B - Resíduos Químicos, Grupo D - Resíduos

Comuns e Grupo E - Resíduos perfurocortantes. Este parâmetro está bem

aceito e utilizado por mais de uma das referencias consultadas, existindo, por

sua vez, mais valores médios de referência em estudos e citações.

o No que se refere à classificação dos resíduos sólidos de serviços de saúde, os

diferentes planos de gestão e as diversas bibliografias consultadas (incluindo a

brasileira), convergem nos mesmos agrupamentos, como infectantes ou

biológicos, especiais - Grupo B - químicos, comuns, perfurocortantes e

radioativos (que esta fora do âmbito deste documento) mesmo que se diferem

da forma como são agrupados.

o Referente à legislação existente, é importante ressaltar que existem no âmbito

europeu legislações bem desenvolvidas para os processos de incineração dos

resíduos, incluindo melhorias continuas nos parâmetros de controle. No caso

da Espanha, especificamente, o Ministério do Meio Ambiente, Meio Rural e

Marinho, no ano de 2011, publicou um Manual de Melhorias Técnicas

Disponíveis - MTD – denominado Referências Europeias para a Incineração de

Resíduos, tendo como base a Lei 16/2002 de Prevenção e Controle Integrado

da Contaminação que incorpora ao ordenamento jurídico a Diretiva 96/61/CE.

o Em relação às plantas de tratamento atualmente em funcionamento, se observa

que várias delas possuem o tratamento térmico como eixo principal

(incineração), mas pouco a pouco o tratamento por esterilização por meio de

autoclave vem ganhando terreno por seus benefícios ao meio ambiente e

simplicidade operacional.

o No que tange às diferentes tecnologias de tratamento dos resíduos dos serviços

de saúde, foi feita uma analise comparativa, em nível macro, daquelas

existentes atualmente no mercado mostrando seus pontos fortes e seus pontos

fracos ou que podem ser otimizados e, ainda o impacto ambiental, dentre

outros. Neste respeito é importante considerar que a tecnologia de tratamento

térmico (incineração) e de esterilização por vapor (autoclave) são duas

alternativas que, pouco a pouco, foram se convertendo em tecnologias

complementares uma à outra. Ou seja, o tratamento por incineração passou por

um processo de ganho de confiança nos últimos 20 anos até ser considerado

um tratamento básico e imprescindivel para RSS. Aos poucos foi se

introduzindo a técnica de esterilização por vapor a qual tem mostrado

excelentes resultados já comprovados no tratamento de resíduos infectantes

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gerando assim, uma redução no volume de resíduos tratados por incineração

que se limita, portanto, muitas vezes, ao tratamento de resíduos Grupo B -

especiais.

o Ainda que o tratamento térmico por incineração não tenha muita adesão, se

operado de maneira correta, com um controle efetivo de gases de escape pode

ser considerada uma tecnologia segura e confiável.

o Tal como comentado anteriormente, as duas tecnologias, Térmica e

Esterilização por vapor, formam um bom equipamento de tratamento dos RSS

e proporcionam redução de volume de saída - quando comparado ao volume

de entrada - e caso o resíduo resultante do tratamento em ambos os casos seja

considerado não perigoso e o seu destino final seja um aterro sanitário de

resíduos sólidos urbanos, o seu volume não oferecerá grande impacto na vida

útil deste.

o Por serem tecnologias muito conhecidas, para a incineração e autoclavagem

existe pessoal e empresas de instalação e manutenção com experiência de

mercado.

o A combinação incineração/autoclave é uma alternativa coerente com a

realidade da RMBH e CM, em termos técnicos e econômicos, pelo menos em

uma instancia e análise primária, e que deve vir a ser considerada para o

tratamento dos RSS da região metropolitana de Belo Horizonte.

o Em relação aos subprodutos valorizáveis gerados em um ES, pode se por meio

da promoção da segregação na origem podem ser obtidos resíduos

reutilizáveis, valorizáveis e com potencial de reciclagem como papel, papelão,

plástico e demais materiais que não estão catalogados como infectantes ou

perigosos tais como recomendam alguns planos de gestão de RSS

consultados.

o Para uma fase posterior, pode se propor a compostagem dos resíduos

orgânicos procedentes da área da cozinha, tal como já ocorre em algumas

referências consultadas e caso a legislação local vigente o permitir.

o Em relação aos instrumentos econômicos, é importante ressaltar que na maioria

dos planos de gestão e bibliografia consultada, a gestão (coleta e eliminação)

dos resíduos dos serviços de saúde é um pequeno componente do total do

orçamento do Estado destinado à saúde.

o O capítulo de estimativa de custos nos dá uma visão global dos preços para a

implantação de distintas tecnologias de tratamento (incineradoras em diferentes

partes do mundo, autoclaves, micro-ondas, etc.), ainda que em alguns casos

sejam dados um pouco desatualizados, algumas referências que estimam o

custo global destas tecnologias podem ser utilizadas para o planejamento inicial

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da implantação de um sistema de tratamento para toda a Região Metropolitana

de Belo Horizonte e Colar Metropolitano segundo a capacidade de tratamento.

o Relativo aos métodos de financiamento, as Parcerias Público Privadas são um

instrumento que cada vez mais permite aos entes governamentais, financiar

projetos de âmbito público por meio de um convênio com uma empresa privada.

Neste modelo a parte privada presta um serviço e assume substancialmente

uma parte do risco financeiro, técnico e operativo do projeto. A contribuição do

ente governamental pode ser em espécie (normalmente os terrenos, linhas

elétricas, etc.), por isso é um modelo de financiamento que se utiliza hoje em

dia com mais frequência.

É importante estudar com detalhe os distintos modelos de Parceria Público

Privada já que se trata de uma ferramenta que pode ser considerada no Plano

Metropolitano de Gestão de Resíduos da RMBH e seu Colar Metropolitano.

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