Bem-vindo ao módulo de Introdução à Privacidade na Internet. Neste módulo iremos aprender como proteger e manter a privacidade online.

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A privacidade ajuda a reforçar a confiança do utilizador nos serviços online, no entanto, a privacidade online está sob pressão constante de ser comprometida. Promover leis rigorosas e tecnologicamente neutras de privacidade de dados, princípios direcionados para a privacidade e princípios éticos de recolha e manipulação de dados é uma abordagem essencial para proteger e promover a privacidade online.

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A privacidade é um direito importante e um vetor essencial da autonomia, dignidade e liberdade de expressão de um indivíduo. No entanto, não há nenhuma definição de privacidade universalmente aceita. As pessoas têm perspetivas diferentes sobre a privacidade. Aqui está uma forma eficaz de pensar sobre a privacidade quando você está online: “A capacidade de determinar quando, como e até onde os seus dados pessoais podem ser recolhidos e usados.” O que são “dados pessoais”? Basicamente, são informações sobre si.

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Na era digital de hoje, a recolha de informações é rápida, fácil e mais barata do que nunca. O progresso feito em várias frentes tecnológicas contribuiu para este novo mundo. Por exemplo: O armazenamento de dados é barato, tornando os dados acessíveis online por longos períodos de tempo.

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A partilha de dados pode ser rápida e distribuída, permitindo que os dados sejam facilmente partilhados e copiados várias vezes.

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As ferramentas da Internet são capazes de reconhecer imagens, rostos, som, voz e movimento, tornando fácil seguir dispositivos e indivíduos online ao longo do tempo e em diversos locais.

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Estão a ser desenvolvidas ferramentas sofisticadas para ligar, correlacionar e agregar dados em larga escala que aparentemente não estão relacionados.

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Está a tornar-se cada vez mais fácil identificar indivíduos – e classes de indivíduos – a partir de dados supostamente anónimos ou sem identificação.

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Há cada vez mais sensores em objetos e dispositivos móveis ligados à Internet.

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Muitos sítios seguem as atividades online dos utilizadores (por exemplo, os sítios em que navegam) com cookies e outras técnicas de monitorização para publicidade direcionada e outros fins. Com dispositivos móveis e equipados com sensores de localização, também são geradas e recolhidas grandes quantidades de dados de geolocalização em tempo real.

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Todos os dias, os utilizadores expõem mais dados pessoais online, muitas vezes inconscientemente, e a Internet das Coisas irá aumentar drasticamente esta situação. Além disso, os dados pessoais tornaram-se um bem rentável, o que significa que os serviços online querem recolhê-los e usá-los. Estes fatores têm o potencial de criar desafios de privacidade a uma escala muito maior do que já foi visto.

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Em resumo, é importante encorajar o desenvolvimento e a aplicação de estruturas de privacidade que põem em prática uma abordagem ética quanto à recolha e manuseamento dos dados. Estruturas que incorporem, entre outras coisas, os conceitos de imparcialidade, transparência, participação, responsabilização e legitimidade.

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Apesar de não haver nenhuma lei de proteção da privacidade ou dos dados que se aplique por toda a Internet, várias estruturas de privacidade nacionais e internacionais convergiram em grande escala para formar um conjunto de princípios de privacidade base.

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Os princípios seguintes derivam das Diretrizes sobre a Privacidade de 2013 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), e são amplamente reconhecidos como uma boa base para desenvolver políticas e práticas de privacidade online.

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Devem haver limites à recolha de dados pessoais. Quaisquer dados desse tipo devem ser obtidos por meios legais e justos e, sempre que apropriado, com o conhecimento ou consentimento da pessoa em causa (o indivíduo).

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Os dados pessoais devem ser relevantes aos fins para os quais serão usados, e, na medida do necessário para esses fins, devem ser precisos, completos, e estar atualizados.

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Os fins para os quais os dados pessoais são recolhidos devem ser especificados. A utilização deve limitar-se a esses fins ou a outros fins que não sejam incompatíveis.

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Os dados pessoais não devem ser divulgados, disponibilizados, ou utilizados para outros fins, exceto com o consentimento do indivíduo ou quando autorizado pela lei. É de salientar que muitos destes princípios pressupõem a transparência quanto a quem recolhe os dados e para que fins serão utilizados.

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Os dados pessoais devem ser protegidos por salvaguardas de segurança adequadas.

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Deve haver uma política geral de abertura sobre desenvolvimentos, práticas e políticas relativamente aos dados pessoais.

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Os indivíduos devem ter o direito a obter informações sobre os seus dados pessoais detidos por outros e a que sejam eliminados, retificados, completados, ou alterados, conforme apropriado.

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Quem recolhe dados pessoais deve ser responsável por cumprir com os princípios de privacidade.

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Os responsáveis pela formulação de políticas devem considerar vários desafios-chave ao determinar ações relacionadas com a privacidade online. Alguns desafios amplamente reconhecidos incluem: • Determinar quais dados precisam de ser protegidos • Diferentes requisitos legais de proteção de dados • Proteger a privacidade quando os dados cruzam fronteiras; e • Consentimento real e significativo • Informações sobre si partilhadas sem o seu consentimento (e muitas vezes sem

o seu conhecimento)

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Normalmente, as leis de proteção de dados e de privacidade aplicam-se a dados pessoais, também conhecidos em alguns países como informações pessoais. Uma definição comum para dados pessoais é “qualquer informação relativa a um indivíduo identificado ou identificável”. Contudo, nem todas as definições são iguais. Além disso, pode ser difícil determinar quais dados devem ser considerados dados pessoais num contexto particular. Igualmente, a rápida evolução dos serviços, além da tecnologia usada para processar os dados, tornam um desafio contínuo determinar que dados devem ser protegidos.

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As leis de proteção de dados e da privacidade não são as mesmas em todos os países. Alguns países ainda não têm leis de proteção de dados ou de privacidade. Isto significa que alguns dados podem ser protegidos por lei num país, e noutro não. Além disso, mesmo quando os dados estão abrangidos pelas leis de ambos os países, as proteções podem variar (p. ex., a recolha de dados pode estar ou não incluída). Para complicar ainda mais, mais de um país pode afirmar que é a sua lei que se aplica. Por exemplo, um país pode afirmar que se aplica a sua lei de proteção de dados porque os dados pessoais pertencem aos seus cidadãos, enquanto outro país pode afirmar que é a sua lei que se aplica porque a empresa que recolhe os dados está sediada no seu território. Colocar em prática os direitos e expectativas da privacidade individual pode ser particularmente problemático quando a legislação dos países está em conflito direto ou é incompatível de outra forma.

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Em particular, as controvérsias recentes relacionadas com a vigilância em massa levantaram a questão de as cláusulas “necessárias e proporcionais” na legislação proporcionarem ou não uma proteção suficiente aos cidadãos. Os debates globais sobre a vigilância para fins de segurança nacional destacam como é difícil para os países concordarem sobre qual o nível apropriado de intrusão na vida privada dos cidadãos.

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A Internet atravessa as fronteiras nacionais, mas as leis da privacidade e de proteção de dados baseiam-se na soberania nacional. Como tal, são necessárias provisões especiais para proteger os dados pessoais que saem de um país e entram noutro, para garantir a continuidade da proteção de dados para os utilizadores. As abordagens variam, mas tendem a ter em consideração se o país recetor tem uma proteção “adequada”. Surgiram vários enquadramentos para facilitar os fluxos de dados transfronteiriços dentro de uma determinada região ou entre regiões.

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As leis de privacidade e proteção de dados tipicamente permitem algum grau de recolha e utilização de dados pessoais se o indivíduo der o seu consentimento. Em teoria, esta abordagem capacita os utilizadores da Internet no sentido de terem algum grau de controlo ou opção relativamente à forma como os seus dados são recolhidos e utilizados por terceiros. No entanto, na prática, os utilizadores de serviços online podem não ler ou podem não compreender aquilo com que estão a concordar (por ex., porque os termos do serviço são longos e estão escritos numa linguagem jurídica complexa). Mesmo que compreendam os termos, os utilizadores podem não ser capazes de negociá-los. O uso alargado de dispositivos móveis com sensores e ecrãs pequenos nos quais se apresentam as opções de privacidade, bem como as frequentes utilizações secundárias dos dados pessoais (por ex., publicidade dirigida) criam desafios adicionais para os prestadores de serviços comunicarem as opções de privacidade e para os utilizadores exercerem controlo sobre os seus dados pessoais. Uma abordagem técnica poderá consistir em incentivar o desenvolvimento de

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sistemas que façam com que seja mais simples para o utilizador compreender e gerir as suas preferências e os dados que são recolhidos pelos dispositivos inteligentes e ligados em rede que os rodeiam.

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As informações a seu respeito podem ser partilhadas com terceiros sem o seu conhecimento ou consentimento. Isso pode acontecer por causa de algo que você ou outra pessoa faça.

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As suas fotografias podem ser assinaladas com marcadores nas redes sociais por outras pessoas. A colocação de marcadores nas fotografias pode ser utilizada para ensinar as aplicações de reconhecimento facial a reconhecer o seu rosto noutras fotografias. Além disso, relacionar o seu nome ou um pseudónimo com a sua fotografia significa que pode ser identificado noutras fotografias ou vídeos que estejam na Internet. Isto pode revelar • onde está • com quem está • o que está a fazer • o que vai fazer Estas informações podem ser combinadas para produzir um perfil seu, dos seus contactos sociais e profissionais, dos locais aonde vai, quais são os seus interesses, quais as atividades em que participou, e assim por diante. Pode nem sequer estar

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ciente de que isto está a acontecer. Não pode controlar todas as imagens suas que aparecem na Internet, mas pode optar por não colocar marcadores das pessoas nas suas fotografias.

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As fotografias que publica online podem conter marcadores geográficos que mostram onde e quando foram tiradas. Estas informações podem ser utilizadas para localizar a sua casa, qual a escola que os seus filhos frequentam, ou quando não está em casa.

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Uma vez que os dados pessoais têm valor monetário e estratégico para terceiros, valor esse que pode não estar alinhado com os interesses do indivíduo, é um desafio garantir que só são recolhidos e utilizados de forma adequada. A adesão aos princípios orientadores seguintes pode ajudar a atingir este fim.

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Interoperabilidade global: incentivar normas (tanto técnicas como de regulamentação) de privacidade desenvolvidas de forma aberta, globalmente interoperáveis, que facilitem os fluxos de dados transfronteiriços ao mesmo tempo em que protegem a privacidade.

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Colaboração: promover a colaboração de múltiplas partes interessadas e uma abordagem holística que garanta valor a todas as partes interessadas.

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Ética: incentivar enquadramentos de privacidade que apliquem uma abordagem ética à recolha e manuseamento de dados. As abordagens éticas incorporam, entre outras coisas, os conceitos de justiça, transparência, participação, responsabilização e legitimidade na recolha e manuseamento dos dados.

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Impacto na privacidade. Compreender o impacto da recolha e utilização de dados na privacidade. Considerar as implicações dos metadados na privacidade. Reconhecer que a mera possibilidade de recolha de dados pessoais pode interferir com o direito à privacidade. Além disso, compreender que a privacidade do indivíduo pode sofrer um impacto mesmo que o indivíduo não seja identificável, mas possa ser destacado dos restantes.

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Anonimato e pseudónimos: os indivíduos devem ter a capacidade de comunicar de forma confidencial (por ex., utilizando encriptação), sob um pseudónimo e/ou de forma anónima na Internet.

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Minimização de dados: incentivar práticas de minimização de dados. Insistir na recolha seletiva de dados e na utilização apenas dos dados necessários durante o tempo que seja necessário.

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Opção: capacitar os utilizadores no sentido de negociarem termos justos de recolha e manuseamento de dados, em pé de igualdade com quem faz a recolha de dados, bem como serem capazes de dar um consentimento com significado.

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Ambiente jurídico: promover leis robustas, tecnologicamente neutras, e a respetiva adesão e entrada em vigor efetiva. Estas leis devem concentrar-se nos resultados pretendidos de privacidade e não especificar meios tecnológicos em particular para dirigir as práticas de privacidade.

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Ambiente técnico: incentivar ambientes abertos que sustentem o desenvolvimento de protocolos e normas na base do consenso que sustentem soluções que melhorem a privacidade.

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Ambiente empresarial: incentivar as empresas a reconhecer que as abordagens que respeitam a privacidade podem conferir vantagens competitivas e podem reduzir a sua exposição ao risco jurídico e reputacional.

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Princípios de privacidade desde a conceção: promover a privacidade desde a conceção ao longo de todo o ciclo de desenvolvimento, implementação e aplicação. Os princípios de privacidade desde a conceção também devem ser aplicados ao desenvolvimento de normas, aplicações, serviços e processos empresariais.

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Ferramentas. Promover o desenvolvimento de ferramentas utilizáveis que capacitem os utilizadores no sentido de expressarem as suas preferências de privacidade e para comunicarem de forma confidencial (por ex., encriptação) e de forma anónima ou sob um pseudónimo; e permitir aos prestadores de serviços a oferta de opções e visibilidade relativamente ao que está a acontecer aos dados dos utilizadores.

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Parabéns! Você concluiu o módulo de Introdução à Privacidade na Internet.

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