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Uso de Geotecnologias para Anlise e Compreenso das Dinmicas das reas de Proteo Permanente (APPs) do Canal Principal da Bacia Hidrogrfica do Rio Doce

Poro de Linhares / Esprito Santo

Andr Lus Demuner Ramos Andr Luiz Nascentes Coelho

Universidade Federal do Esprito Santo Depto. de Geografia/CCHN/UFES

Laboratrio de Cartografia Geogrfica e Geotecnologias Av. Fernando Ferrari, 514 - 29075-973 - Vitria - ES, Brasil

[email protected]; [email protected]

Abstract This Article main goal is propose a geographical analysis about the Permanent Protection Areas Main Channel Watershed in river Doce, the portion belonging to the municipality of Linhares - Esprito Santo - Brazil. Was employed the Ortofotomosaico resulting from the fitting of a collection of images aerophotogrametric orthorectified and computer application ArcGIS 9.3.1. Together these methodological bases were added to the use of a Geographic Information System (GIS) and the technology of Remote Sensing, which served as a support to present the results and final considerations. The results were satisfactory since tools, supported by a vast literature review pointed to the need for a new look at the reality studied, since it has become essential to think and order ruled in an environmental planning from the perspective Geographic. This study reveals important since it can be used as a subsidy to new scientific studies and future actions that seek to maintain environmental quality. Palavras Chave: Permanent Protection Area GIS Remote Sensing rea de Proteo Permanente SIG Sensoriamento Remoto.

1. Introduo Desde o princpio de sua existncia, o homem mantm relaes com o ambiente a fim de garantir sua sobrevivncia enquanto ser social, levando assim a transformao do elemento natural. O processo histrico de ocupao do espao, bem como suas transformaes, faz com que o meio tenha um carter dinmico. O processo de crescimento possui uma dinmica prpria, marcada por desajustes estruturais que influenciam decisivamente na qualidade de vida da populao (Galvo, 2005). O reflexo da falta de planejamento territorial apresentado de vrios modos, como, por exemplo, atravs da utilizao de reas potencialmente interessantes para determinado empreendimento invadidas pela expanso desordenada ou ento reas com srios riscos ambientais usadas como moradias (Xavier-da-Silva, 2004). Dessa forma, essas transformaes do meio geram uma degradao ambiental em estgio acelerado. Atualmente, medida que aumentam os efeitos da degradao sobre o ambiente natural, no se verificam aes prticas no sentido da preservao efetiva dos recursos naturais. Essa degradao, segundo Xavier-da-Silva (2004), acontece devido a um atraso quanto abordagem do ordenamento territorial, que decorrente da falta de conhecimentos cientficos - tecnolgicos por muitos administradores pblicos, ocorrendo ineficincia no que diz respeito formulao de um adequado planejamento. Se as mudanas no uso do solo e as mudanas do sistema natural sobre as condies de vida humana se apresentam negativos, pode-se deduzir que o sistema, como um todo, no sustentvel. Deve-se, ento, serem propostas medidas que alterem o padro de uso e ocupao do solo, no sentido de recuperar o sistema e induzir sua sustentabilidade. Tendo como base a idia de que o meio ambiente tem de ser entendido como algo integrado, no podemos esperar por decises que posterguem a continuidade de degradao, que permitam que poluidores continuem a destruir os ecossistemas, de modo a no garantir a

Anais XV Simpsio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba, PR, Brasil, 30 de abril a 05 de maio de 2011, INPE p.6169

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sustentabilidade para as geraes presentes e futuras, visto que toda e qualquer prejuzo causado ao ambiente ser sentido pelos seres vivos atuais futuramente. Tendo em vista a elevada degradao ambiental e verificando o grau de fragilidade dos ecossistemas, apontasse as reas de Proteo Permanente (APPs) como um foco primordial de estudos, sabendo que atualmente esses espaos no esto sendo preservados e conseqentemente esto sofrendo os mais diversos impactos. No Brasil, as reas de Proteo Permanente foram definidas pelo Cdigo Florestal Brasileiro (Brasil, 1965). Posteriormente, de acordo com a Lei 6.938 (Brasil, 1981), essas reas forma consideradas como reservas ecolgicas. O conceito das reas de Preservao Permanente (APPs) presente no Cdigo Florestal brasileiro (Lei 4.771 de 15/09/1965), emerge do reconhecimento da importncia da manuteno da vegetao de determinadas reas - as quais ocupam pores particulares de uma propriedade, no apenas para os legtimos proprietrios dessas reas, mas, em cadeia, tambm para os demais proprietrios de outras reas de uma mesma comunidade, de comunidades vizinhas, e, finalmente, para todos os membros da sociedade (Galvo, 2005). As APPs foram criadas com o objetivo de preservao do ambiente natural, o que significa que no so reas destinadas a alterao de seu uso do solo, devendo estar cobertas com sua vegetao natural. A cobertura natural dessas reas tem por funo atenuar os processos erosivos e a lixiviao dos solos, contribuindo tambm para regularizao do fluxo hdrico, reduo do assoreamento e reservatrios e trazendo benefcios para a fauna e flora (Galvo, 2005). Com isso, o estudo da preservao ambiental das APP, via mapeamento e construo de informaes acerca da dinmica das reas de proteo permanente tem de ser valorizada, uma vez que combate esse modelo de degradao e visa valorizao e manuteno desse ambiente. Esse artigo baseia-se nessa temtica, apoiado no uso dos Sistemas de Informaes Geogrficas (SIGs), que possibilitam a extrao das informaes e a interpretao de dados, auxiliando na localizao dos fatos geogrficos. Nesta perspectiva, Fitz (2008, p. 19), define o SIG como sendo um sistema computacional que trabalha um nmero infinito de informaes de cunho geogrfico, com o objetivo de integrar dados, equipamentos e pessoas visando coletar, armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados espacialmente referenciados a um sistema de coordenadas conhecido. Ainda com base na Cartografia, ir se buscar na ferramenta - tcnica do Sensoriamento Remoto, outra vertente capaz de se interpretar a atual realidade de uso e ocupao das APPs, extremamente degradadas. Entende-se que o Sensoriamento Remoto se constitui em uma tcnica fundamental para a manuteno de registros atualizados do uso da terra e as imagens de satlites constituem fontes essenciais para obteno de informaes do dinamismo do meio fsico frente s atividades antrpicas. De acordo com Valrio Filho (1995), para o monitoramento da dinmica do uso da terra fundamental a utilizao de sistemas de alta capacidade para tratamento e anlise de informaes multi-temticas como so as tcnicas de Sensoriamento Remoto integradas com SIG. Com isso, busca-se na Cartografia, sustentada pelo uso das ferramentas do SIG e do Sensoriamento Remoto, tendo como base metodolgica a Geografia o entendimento do uso e ocupao das reas de Proteo Permanente (APPs). Coompreende-se que a Bacia Hidrogrfica do Rio Doce, tendo como foco, seu Canal Principal um locos chave para visualizar os processos de transformao das APPs. Dessa forma, o municpio de Linhares ganha destaque por ser um dos vrios que pertencem a tal


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bacia hidrogrfica alm de conter em seu territrio a desembocadura fluvial. Visualiza-se ainda o estudo de uso e ocupao das APPs, condiconados ao muncipio, pos futuramente poder ser utilizado como ferramenta para projetos de revitalizao ambiental, ou seja, caso exista o interesse de se pensar um manejo das reas de interesse ambiental do municipio, pode-se comear por um passo inicial que a atual pequisa. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo principal apresentar uma proposta de anlise geogrfica acerca das reas de Proteo Permanentes (APPs) do Canal Principal da Bacia Hidrogrfica do Rio Doce, poro pertencente ao territrio do municpio de Linhares - Esprito Santo. 2. Metodologia de Trabalho Essa pesquisa, ao ser realizada, seguiu determinados procedimentos metodolgicos que so indispensveis para a sua caracterizao geogrfica e detalhamento dos elementos primordiais. Assim, segundo Fitz (2008, p.20) para trabalhar com geotecnologias, necessrio a compreenso de determinadas tcnicas especificas. Uma delas diz respeito ao uso de bases cartogrficas confiveis, o que se vincula diretamente a compreenso de regras bsicas para essa forma de representao da realidade. Essa pesquisa teve como base o uso do aplicativo computacional ArcGIS 9.3.1 e Ortofotomosaico do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos do Esprito Santo (IEMA) 2007/2008. O Ortofotomosaico um produto cartogrfico digital de escala 1:15.000 PEC A (Padro de Exatido Cartogrfica classe A), onde o erro de posicionamento de 90% dos pontos amostrados deve ser no mximo de 0,5 mm na escala da carta. Para a escala de 1/15.000, corresponde a um erro de posicionamento de no mximo 7,5 m. O Ortofotomosaico IEMA 2007/2008 um documento cartogrfico georeferenciado no Sistema de Projeo UTM, Datum WGS84, zona 24S. um documento cartogrfico resultante da montagem de uma coleo de imagens aerofotogramtricas ortoretificadas. No processo de ortoretificao, com o apoio de pontos de controle, normalmente obtidos com GPS de preciso, so removidas as distores presentes numa imagem aerofotogramtrica no corrigida, decorrentes do efeito conjunto da perspectiva cnica da cmera e do relevo do terreno fotografado. O aplicativo computacional ArcGis 9.3.1, disponvel no Laboratrio de Cartografia Geografia e Geotecnologias da Universidade Federal do Esprito Santo, no Departamento de Geografia. Como referncia metodolgica a pesquisa teve como foco central, a proposio dos quatro nveis da pesquisa geogrfica de Andr Libault (1971), que so a organizao da informao nos nveis compilatrio, correlatrio, semntico e normativo. Para caracterizao de uso e ocupao do solo das reas de Proteo Permanetes foram determinados 8 classes, que so: Agricultura; gua; rea Urbana; Eucalipto; Mata Nativa; Pastagem; Praia; e Sedimentos. Assim, nas prprias palavras de Libault toda pesquisa tem como princpio a coleta de dados e uma compilao dos mesmos. O objetivo abrir um caminho racional e no um conjunto de pistas incertas e divergentes sobre a pesquisa geogrfica. Buscar-se- um trabalho sistemtico que serva como universal, tanto para os computadores mais modernos quanto para os raciocnios simples e elementares (Libault, 1971 pg. 6). 3. Resultados e Discusso


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A rea de estudo, Linhares ES de grande adversidade ambiental, pois possui, em seu domnio, os trs grandes compartimentos geomorfolgicos, que so: regies serrana, tabuliformes e costeira (Xavier-da-Silva, 2004).

Tabela 1. Caracterizao Geomorfolgica do Municpio de Linhares/ Esprito Santo. Unidades Geomorfolgicas rea km2

Plnicie Costeira 1.899 Plancie de Tabuleiros 1.302

Regio Serrana 352

A Regio Serrana est situada sobre rochas pr-cambrianas. Esse compartimento geomorfolgico drenado por uma rede hidrogrfica dendrtica. Numerosos vales recentes apresentam um aspecto de ravinas mortas recobertas pela vegetao. Isso traduz uma interrupo da eroso e indica um fraco carreamento de sedimentos grosseiros para os cursos de gua (Suguio K., et al., 1982). A Plancie de Tabuleiros est instalada sobre os sedimentos da Formao Barreiras, esta provncia caracterizada por interflvios de superfcie plana com uma declividade para o mar da ordem de 1,2 m/km. Sobre esta superfcie se instalou uma drenagem de estruturas subparalelas e angulares. A estrutura subparalela unidirecional, determinada pela declividade de superfcies original sobre a qual se alojam a drenagem e a estrutura angular, parece estar ligada a problemas de fraturamento. Os vales so freqentemente muito largos e tambm tm os fundos planos colmatados por sedimentos quaternrios. Esses vales so ocupados por cursos de gua muito pequenos em relao a sua dimenso. A plancie de tabuleiros era a rea que detinha a maior diversidade de estruturas de espcies florestais (Suguio K., et al., 1982). A Plancie Costeira corresponde s acumulaes marinhas e fluviomarinhas que compem as feies morfolgicas caractersticas da faixa litornea. Nessa categoria esto includos, principalmente, as plancies e terraos marinhos e fluviomarinhos (Radambrasil, 1987). Todas essas feies configuram o municpio de Linhares, que faz parte da Bacia Hidrogrfica do Rio Doce. A Bacia Hidrogrfica do Rio Doce de domnio federal est localizada na Regio Sudeste do Brasil entre os estados de Minas Gerais e Esprito Santo, destacando como principais caractersticas, rea da bacia de 83.465 km, sendo plana delimitada pelo divisor de guas, dando fundamental para definir a potencialidade hdrica de uma determinada bacia hidrogrfica. Sendo dividida entre dois estados, Minas Gerais e Esprito Santo, a rea da bacia mineira de 71.863 km e a rea bacia capixaba de 11.602 km. A bacia apresenta ainda um permetro de 2.848 km que constitui o comprimento mdio ao longo do divisor de guas, tendo o comprimento total do canal principal de 853 km da nascente foz (Coelho, 2007). No estado do Esprito Santo, a Bacia Hidrogrfica do Rio Doce ocupa lugar de destaque com maior volume de gua superficial e de rea ocupada no territrio. Ao longo das ltimas dcadas a bacia passou por um intenso processo de ocupao, transformao e interferncias direta no canal principal e transposio de gua, resultando em efeitos nas vazes (m/s) e geoformas do canal (Coelho, 2007).


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Figura 1: Localizao da rea de Estudo.

Os constantes impactos das atividades predatrias do homem sobre os recursos naturais, tem proporcionado em diversas reas do globo terrestre nveis crticos de degradao ambiental. De acordo com Santos (1996) a tendncia do mundo atual, atravs de seus avanos tecnolgicos, uma acelerao cada vez maior dos processos de transformao das paisagens naturais em paisagens artificializadas. Conseqentemente, a necessidade de melhor compreender a dinmica da natureza tem colocado, nas ltimas dcadas, o meio ambiente como objeto de estudo em diversas reas do conhecimento humano. A atual expanso das reas para atividades comerciais a provvel causa de inmeros desequilbrios naturais. Na busca de novas reas agricultveis, muitas vezes no se leva em considerao a adequabilidade de uso das terras, mas as facilidades do manejo, como topografia, aparente fertilidade dos solos ribeirinhos, com desmatamento desordenado e conseqente extino da mata ciliar, fundamental para a permanncia dos mananciais, o que demonstra o total desrespeito legislao vigente. A ocupao do solo no pas deu-se de forma desordenada, com srios prejuzos ao meio ambiente, como a supresso indiscriminada da cobertura vegetal nativa, e a decorrente perda de biodiversidade, a degradao do solo e o assoreamento, e a poluio e contaminao dos recursos hdricos. Neste contexto, tornam-se necessrios estudos com o objetivo de caracterizar e monitorar o meio fsico, e que dem suporte a execuo de aes voltadas recuperao dessas reas. A expresso uso da terra pode ser compreendida como a forma pela qual o espao est sendo ocupado pelo homem, ou seja, a utilizao cultural da terra, enquanto que o termo cobertura da terra refere-se a todo o seu revestimento (Novo, 1988). Levantamentos sobre recursos naturais e uso da terra so de fundamental importncia como subsdio ao planejamento, monitoramento e controle do processo de ocupao do solo. Ainda nesse sentido observamos que levantamento do uso da terra de grande importncia, na medida em que os efeitos do uso desordenado causam deteriorao no ambiente (Ross, 1994). A caracterizao do uso e da ocupao da terra contribui para o entendimento da espacializao das principais atividades da regio e uma compreenso das inter-relaes entre as formas de ocupao e a intensidade dos processos responsveis pela degradao do meio.


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O levantamento do uso da terra em uma dada regio tornou-se, ento, um aspecto de interesse fundamental para a compreenso dos padres de organizao do espao. Para operacionalizar o uso e ocupao do solo de uma regio necessrio o conhecimento da forma em que o ambiente reage a presses antrpicas impostas. A utilizao de Sensoriamento Remoto e de Sistema de Informao Geogrfica (SIG) no estudo das transformaes do uso da terra so muito apropriados, principalmente na elaborao de uma base georreferenciada que promove a representao e a anlise do espao geogrfico de forma dinmica. Entende-se tambm que a cartografia apoiada na utilizao e na confeco de mapas pode gerar resultados que possibilitam acompanhar temporalmente as transformaes ocorridas na rea de estudo e facilitam a visualizao dos resultados. Assim, chegou concluso que iria se usar os trabalhos anteriores desenvolvidos por Xavier-da-Silva (2004) que consideraro como uma mdia as reas de Proteo Permanentes com cada margem tendo um tamanho de 500 metros a partir da margem. Diante disso, verificou-se que a margem superior tem como rea de APP, ou seja, dentro do limite legal em que necessrio a preservao (tomando em considerao 500 metros a partir da margem) uma rea equivalente a 4092 hectares. A margem inferior seguindo os mesmo parmetros tem uma rea equivalente a 4003 hectares. Apontamos que o municpio de Linhares tem uma rea de aproximadamente 350 mil hectares (ha). A rea ocupada do Canal Principal do Rio Doce pertencente ao municpio tem aproximadamente 9.300 ha e as APPs do Canal Principal, somando ambas as margens tem 8095 ha. Diante disso, temos nos 8095 hectares de APPs, a seguinte situao:

Tabela 2. Caractersticas de Uso e Ocupao das APPs

Descrio Hectares (ha) %

Agricultura 167,23 2,07

gua 2,59 0,04

rea Urbana 214,81 2,66

Eucalipto 91,77 1,14

Mata Nativa 4660,53 57,58

Pastagem 2733,40 33,77

Praia 180,11 2,23

Sedimentos 44,88 0,56 Notamos que a grande maioria da rea ainda apresenta a caracterstica de Mata Nativa, com 4660 ha, todavia se notarmos a rea de Pastagem com 2733 ha verificamos que existe a necessidade de um cuidado maior quanto preservao dos ambientes naturais. Outro importante fator, diz respeito rea ocupada pelos Sedimentos (44, 88 ha), ao tomarmos as relaes de dinmica e gnese hdrica esse um dado significativo que representa uma grande quantidade de sedimentos depositados em ambas as margens, e que esto em processo de eroso decorrente da no manuteno da qualidade ambiental. Outro item de destaque diz respeito elevada rea representada pela cultura do eucalipto. Sabe-se que essa cultura fomentada por incentivos florestais como uma cultura de reflorestamento, todavia existe por traz desse debate um carter econmico e uma viso de monocultura, que ocupa grande rea de reservas naturais. Assim, os 91,77 ha de eucalipto plantados nas APPs, destoa completamente com a legislao, onde deveriam ser reas protegidas e no ocupadas. Qualquer ocupao


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prejudicial, ainda mais quando vemos nessas reas uma cultura que degrada consideravelmente o ambiente. Podemos salientar ainda, as reas urbanas, que com o crescimento urbano e o processo industrial vem ocupando as APPs. Nesses casos, tendo por base estudos e projetos j desenvolvidos, o que se aponta para a conteno desse crescimento sobre essas reas e a restaurao de fragmentos existentes.

Figura 2. Uso e Ocupao das reas de Proteo Permanente (APPs) do Canal Principal da Bacia Hidrogrfica do Rio Doce, Linhares/Esprito Santo. 4. Concluses Nessa pesquisa foi possvel compreender que para o municpio de Linhares/ES, as APPs no esto sendo respeitadas e com isso torna-se urgente a necessidade de preservao e recuperao dos recursos naturais. Preservar o meio ambiente uma necessidade crescente, tanto para assegurar a continuidade de espcies vegetais e animais para a posteridade quanto para a melhoria das condies da vida e para a existncia futura de ns mesmos. Com isso, qualquer que seja a organizao espacial do uso da terra em um perodo raramente permanente. Deste modo, h necessidade de atualizao constante dos registros de uso da terra, para que suas tendncias possam ser analisadas. Alm disso, quanto melhor for documentao bsica utilizada, melhores sero os mapas produzidos. Portanto, para atender a essa demanda, as pesquisas e estudos ao retratar a questo da ambiental, os mapas tm de levar em considerao vrios aspectos cartogrficos. Um desses elementos a dinmica das reas, ou seja, as mudanas que ocorrem no meio ao longo da interao do homem com o ambiente. Para satisfazer a essa demanda, os mapas tem de mitigar duas demanda do dinamismo, que so indispensveis para a representao das caractersticas de modificao. Assim, os mapas podem ser mapas estticos: que pressupem


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uma representao em um momento temporal de algum aspecto ambiental; e, mapas dinmicos: que pressupem a existncia de uma evoluo no tempo ou no espao da representao ambiental (Viana, 2007). importante a utilizao de tcnicas aplicadas a produtos de Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informaes Geogrficas (SIGs) como uma ferramenta para auxiliar o monitoramento e planejamento ambiental, especialmente nas reas onde ainda existem fragmentos de mata nativa que possuem elevado valor para preservao da biodiversidade local. Diante disso, as ferramentas tecnolgicas (SIG e uso do Sensoriamento Remoto), fazem com que a Geografia deixe de ser apenas uma Geografia que fornece informao e possibilita diagnsticos sociais, econmicos e da natureza, que continuam imprescindveis, e passou a ser uma Geografia prospectiva, que permite projetar os rumos do futuro prximo e estabelecer um planejamento de uso dos recursos naturais no contexto do desenvolvimento sustentvel econmico, social e ambiental (Ross, 2006). Referncias Bibliogrficas BRASIL. Lei 4.771, de 15 de Setembro de 1965. (Cdigo Florestal Brasileiro). BRASIL. Lei 6.938, de 31 de Agosto de 1981. (Poltica Nacional de Meio Ambiente). COELHO, Andr Luiz Nascentes. Alteraes hidrogeomorfolgicas no Mdio-Baixo Rio Doce/ES. Tese de Doutorado. Universidade Federal Fluminense, Instituto de Geocincias de Geografia. 2007. FITZ, Paulo R. Geoprocessamento sem complicao, So Paulo. Ed. Oficina de Textos, 2008. GALVO, A.P.M. et al. Restaurao florestal: fundamentos e estudos de caso. Embrapa Florestas, 2005. LIBAULT, A. Os quatro nveis da pesquisa geogrfica. In: Mtodos em Questo n1. So Paulo. IGEOG-USP, 1971. 20 p. ROSS, J. Ecogeografia do Brasil. Subsdios para o planejamento ambiental. So Paulo: Oficina de textos, 2006. ROSS, J. L. S. Anlise emprica da fragilidade dos ambientes antropizados. Geografia, v.8, p.63-74, 1994. SANTOS, M. A

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