bem estar querer e poder 31 03-13

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Page 1: Bem estar querer e poder 31 03-13
Page 2: Bem estar querer e poder 31 03-13

Editorial

Da reportagemde capa,merece atençãoumtrecho que, decertamaneira, revisaos preceitos do livro “O Segredo”.Muitosconfundiram a ideia da autoraLouise Hay pensandoque bastavafazero pedidoque o universoo entregaria, embrulhado parapresente, como numpassede mágica.Naverdade, se vocêdesejaalgo, devepassar a viver orientadoparaaquilo. Modificar suavisãoeolhar parao ambienteembuscade oportunidades queo levematéseuobjetivo. Só assimo querer levaao poder. Tambémhojechegaao fima reportagem especial sobreo Transtorno de DéficitdeAtenção eHiperatividade (TDAH).Nestaedição, o foco estánospais, e sua importância nacriação de uma redede apoioemtornodo filho portador da doença. Sim,ele vai precisar demais devocê.

24

Conheça as obras de Bernini,inclusive a Praça e a Basílicade São Pedro

16

Atriz Bianca Bin diz que sentiu o pesopor ser convidada por Sílvio de Abreupara viver a primeira vilã na carreira

13

Urologista escreve sobre incontinênciaurinária, problema que afeta 10milhões de brasileiros e cuja incidênciaaumenta com o avanço da idade

Poesia

ZELA PELA TUA CASA

A família é bênção divina a exigir

de nós disciplina, senso do dever

e responsabilidade.

Tua casa deve ser o templo do amor.

Teu altar, a fraternidade.

Tua devoção,

a verdade que vem de Deus.

Se ainda não tens uma família

feliz, aprende a construí-la.

Se teus familiares perambulam

por vias morais diversas, calma!

Vê que Deus te ligou a eles

como possibilidade de redenção.

Quem sabe, na vida do infinito

solicitaste a oportunidade

para socorreres aqueles que,

no passado, feriste?

Trecho do livro “Gotas de Sabedoria” (InterVidas)

COMPORTAMENTOBem-Estar ouve especialistas sobre como alcançar a felicidade e semgrandes frustrações nas principais áreas da vida para quem chegou àcasa dos 30 Páginas 10 e 11

AUTOCONHECIMENTOFísico e escritor Laércio Fonseca diz que a sociedade precisaassumir um novo estado de consciência, mais espiritualizadoe menos ligado a questões materiais Página 12

PAULO COELHOAutor best-seller brasileiro escreve sobre as novas experiênciasvividas no Caminho de Santiago de Compostela, 20 anos após aprimeira “viagem” Página 32

Agência O Globo/Divulgação

TV Globo/Divulgação

Turismo

Rubens Cardia

Televisão

Seu filho precisademais de você

Rui NogueiraDIÁRIO DA REGIÃO

Editor-chefe

Fabrício Carareto

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Editora-executiva

Rita Magalhães

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Coordenação

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Editor de Bem-Estar e TV

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Editora de Turismo

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Editor de Arte

César A. Belisário

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Pesquisa de fotos

Mara Lúcia de Sousa

Diagramação

Cristiane Magalhães

Tratamento de Imagens

Luciana Nardelli e Luis Antonio

Matérias

Agência Estado

Agência O Globo

TV Press

2 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 3: Bem estar querer e poder 31 03-13

OSCAMINHOSDA CURA

Corpo-mente

Salvador Hernandes

O relacionamento do ser huma-

no com o processo de adoecer sem-

pre foi marcado por muitas interro-

gações. Por que, afinal, adoecemos?

A história da Medicina é marcada

por descobertas importantes da

ciência, na tentativa de compreen-

der o que nos leva a ficar doentes ou

permanecer saudáveis. Hoje, não se

pode falar da origem das doenças

sem incluir estilo de vida, dieta,

meio social, meio ambiente e, o que

é talvez mais interessante, a cons-

ciência e as emoções. Antigamente,

se admitia que as pessoas adoeciam

porque entravam em contato com

os germes das doenças. Mas por que

nem todos que tinham contato com

estes germes adoeciam? A importân-

cia do terreno, da suscetibilidade in-

dividual foi aparecendo e as concep-

ções energéticas de saúde e doença

foram ganhando força.

Hoje temos um campo enorme

de pesquisas mostrando a interação

corpo-mente, como a hipótese mais

completa para se explicar porque

adoecemos. A enfermidade pode

nos colocar diante de um grande de-

safio que é cuidar daquilo que geral-

mente se chama de alma. Nossos

sentimentos, pensamentos e emo-

ções fazem parte da esfera da cons-

ciência, mas nossas estruturas cere-

brais são capazes de decodificar es-

sas informações e transformá-las

em informações bioquímicas. Ou se-

ja, se estou triste (e isto é um proces-

so da consciência, da alma, do espíri-

to, ou o nome que quisermos dar a

essa parte de nós que não é mate-

rial), meu cérebro percebe essa emo-

ção (não é ele que cria a tristeza...) e

produz uma série de informações

bioquímicas, resultando na produ-

ção de substâncias, chamadas de mo-

léculas de emoção. Estas moléculas

são hormônios, neurotransmisso-

res, peptídeos, que são secretados

em resposta aos estados emocionais

e caem na circulação sanguínea e

atingem todas as nossas células. A

consequência deste mecanismo é

que, se estou triste, todas as minhas

células estão tristes, pois todas elas

recebem esta informação. A cone-

xão corpo-mente é um processo bas-

tante lógico e preciso. Os cientistas

da área dedicam-se hoje ao comple-

xo estudo de saber quais moléculas

são produzidas para cada estado

emocional.

Assim, os fatores emocionais es-

tão sendo cada vez mais valorizados

nas modernas ideias sobre o proces-

so do adoecer. Até mesmo as predis-

posições genéticas a determinadas

enfermidades, que herdamos de nos-

sos pais e famílias, sofrem interfe-

rências dos quadros emocionais.

Um novo campo de pesquisa, que é

a Epigenética, estuda exatamente co-

mo nossos comportamentos podem

ativar ou desativar a expressão dos

nossos genes. Posso herdar genetica-

mente a predisposição para a hiper-

tensão ou para a depressão, mas o

meu comportamento, minha dieta e

estilo de vida podem “ligar” ou “des-

ligar” esse genes.

Analisemos ainda um outro

exemplo, para avaliarmos a comple-

xidade do processo: uma mulher

que fuma compulsivamente para ali-

viar a tensão de um casamento infe-

liz e desenvolve um câncer de pul-

mão. Retirar o pulmão afetado seria

a cura?

O que é curar? Se levarmos em

conta todos os fatores acima, a cura

é o processo que permite ao ser hu-

mano assumir o seu verdadeiro eu.

Parece paradoxal, mas a enfermida-

de é o mecanismo para nos trazer de

volta para o nosso equilíbrio físico e

emocional. É fundamental nos per-

guntarmos, quando doentes: o que

essa doença quer me ensinar? O que

preciso aprender? Os sintomas po-

dem ser vistos como sinais de alerta

ou formas de nos tornar conscientes

de necessidades que não estão sen-

do atendidas. A doença pode ser

considerada como uma forma oci-

dental de meditação! Ela pode obri-

gar a pessoa a parar e avaliar o que é

importante para ela.

No seu caminho de cura, assuma

as responsabilidades, mas evite a

postura de se sentir culpado pela

doença. Acima de tudo, abra-se para

as maravilhosas oportunidades de

crescimento e mudança que a enfer-

midade pode lhe proporcionar. �

SALVADORHERNANDES éinstrutor de ioga emeditação e coachespecializado emmedicinacomportamental

O que essa doença quer

me ensinar? O que preciso

aprender? Os sintomas

podem ser vistos como

sinais de alerta de

necessidades que não

estão sendo atendidas

Quem é

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 3

Page 4: Bem estar querer e poder 31 03-13

Sevocê deseja realmente algo, deve passar a viver orientadona busca desta

realização.Odesejo precisamodificar suavisão. Ésó assimque funciona

Querer é Poder

O universo CONSPIRAquando você se ajuda

4 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 5: Bem estar querer e poder 31 03-13

Gisele Bortoleto

[email protected]

“Queira/ Basta ser sincero e de-sejar profundo/

Você será capaz de sacudir omundo...” (Raul Seixas)

“Dizem os estudiosos que a von-

tade é uma potência da alma, talvez

a maior de todas, porque da sua boa

ou má educação, da sua fortaleza ou

deficiência depende o procedimen-

to do indivíduo, os atos da sua vida

e, por conseguinte, o êxito ou insu-

cesso na utilização da sua ativida-

de”, afirma o escritor norte-america-

no O.S. Marden no livro “Querer É

Poder” (ed. Nova Fronteira). Mas

ele mesmo lembra que não basta

querer. As três faculdades ou potên-

cias da nossa alma são a vontade, a

sabedoria e a atividade, e todas elas

devem concorrer simultaneamente

para o êxito feliz da vida humana. O

êxito – ressalta - é um produto de vá-

rios fatores, e, embora os principais

sejam a vontade e a sabedoria, há

outros, como a aptidão, o talento,

o ambiente, a educação e as cir-

cunstâncias de lugar e tempo ou

ocasiões, que contribuem podero-

samente para transformar o que-

rer em poder.

Querer não é exatamente uma

palavra mágica que faz com que as

coisas aconteçam. Embora seja o

princípio, o primeiro impulso da

vontade é a firme resolução de apli-

cá-la a um determinado fim. “Antes

de realizarmos um ato, devemos for-

mar a atenção de o realizar; e, antes

de formarmos essa atenção, deve-

mos examinar detidamente as con-

dições, as circunstâncias e a nature-

za do empreendimento que nos pro-

pomos efetuar, para nos certificar-

mos de que não é humanamente im-

possível realizá-lo, nem superior

aos meios ou possibilidades de que

dispomos ou de que eventualmente

possamos dispor”, escreveu ainda

Marden.

“Já sabemos que quando coloca-

mos intenção em nossas ações o uni-

verso conspira a nosso favor. Se vo-

cê deseja muito alguma coisa, lute

por ela. Com paixão, com força,

com coragem. Coloque foco, estabe-

leça metas e sobretudo aja sempre

dentro da verdade e da integridade.

Tenha a certeza, a convicção plena

e profunda de que você consegue ab-

solutamente tudo o que você quiser.

Às vezes, o universo coloca armadi-

lhas em seu caminho para testar a

sua determinação”, escreveu em um

artigo a especialista em ioga e ayur-

veda Márcia De Luca. Segundo ela,

quando queremos algo do fundo do

coração e empenhamos foco e aten-

ção nos nossos desejos, o universo

conspira a nosso favor para que pos-

samos conseguir.

No entanto, o médico psiquia-

tra, psicoterapeuta e escritor Flávio

Gikovate lembra em um artigo pu-

blicado em seu site que a afirmação

“querer é poder” pressupõe a con-

cepção de que a vontade da nossa ra-

zão é soberana. Ela (a afirmação) ad-

mite que basta que nossa mente

construa um projeto e passe a perse-

guir esta meta para que todo o resto

do organismo a siga. Assim, quando

as pessoas não alcançam um deter-

minado resultado, não é porque o

querer delas não seja suficiente,

mas não seria suficientemente for-

te. “Não desprezo, em hipótese algu-

ma, a eficiência da razão e a impor-

tância de se querer muito uma coisa

ou uma situação, para que se tenha

mais chance de chegar lá. Não des-

prezo também os chamados pode-

res paranormais da mente, de tal for-

ma que é possível que o querer mui-

to abra portas para que um determi-

nado evento aconteça. Porém, acho

fundamental fazermos algumas res-

salvas a respeito desse assunto. A

primeira delas é que não se deve in-

cluir no querer coisas ou atitudes

que dependam da vontade de outras

pessoas”, explica. Na realidade, as

pessoas sempre tomam o cuidado

de querer coisas até certo ponto pos-

síveis. Caso contrário, seria óbvio

que querer não é poder.

Entre o querer e o poder, há

uma estrada. Essa estrada é construí-

da com tijolos que vamos coletando

em nossa vida cotidiana. Eles estão

espalhados e misturados a tudo o

que vemos e fazemos. Quem não

possui desejo real não os nota e nem

vê a conexão que pode ser feita en-

tre eles. Enxergá-los depende de

uma visão única, um desejo obstina-

do e firme de quem vai construir

seu caminho em vez de simplesmen-

te deixar a vida o levar. “De fato,

querer é poder. Mas existe um cami-

nho maior do que imaginamos en-

tre essas duas palavras. Para enten-

der isso, é necessário que aprenda-

mos a dar nome correto aos nossos

pensamentos e emoções”, explica o

psicólogo cognitivo-comportamen-

tal Alexandre Caprio.

Alguns desejos não dependem

exclusivamente de nós. Querer na-

morar alguém, por exemplo, não de-

pende apenas do desejo de uma pes-

soa, mas sim de duas (e do respeito

que um deve ter em relação à opi-

nião do outro). Nesse caso, a persis-

tência do admirador pode encantar

ou desencantar.

Há alguns anos, o livro “O Segre-

do”, escrito pela norte-americana

Louise Hay, causou um alvoroço

em leitores do mundo todo. A

materialização do desejo real era a

base do livro. Na ocasião, muitas

pessoas começaram a fazer pedidos

aleatórios para o “universo” e aguar-

davam ser atendidas magicamente.

“Claro que muita gente não obteve

o fantástico retorno que o livro pro-

metia e passou a achar tudo aquilo

uma grande bobagem do momento.

Mas muitos daqueles leitores foram

alvo de um erro cognitivo muito co-

mum chamado abstração e memó-

ria seletiva, isto é, capturam apenas

as informações que são compatíveis

com suas crenças e visão de mundo,

descartando todo o resto”, explica

Caprio.

O livro – ressalta Caprio- defen-

dia na verdade uma visão muito di-

ferente das interpretações mágicas

que milhares de pessoas fizeram de

suas páginas. O que poucos assimila-

ram ensina que se você deseja real-

mente algo passa a viver orientado

para aquilo. Para que isso funcio-

ne, o desejo deve modificar sua

visão. Você passa a olhar para o

ambiente procurando elementos

e oportunidades que possam le-

var você à sua meta.

“Se você deseja realmente con-

quistar um cargo, começa a traçar

diretrizes e a trabalhar orientado

àquela meta de forma natural”, diz.

“Todos os elementos do mundo da

pessoa são analisados sob aquele

prisma. O indivíduo captura as

oportunidades que o levarão na dire-

ção que quer e avança de forma ine-

vitável. É como imaginar um gran-

de lago onde várias tábuas flutuam

de forma aleatória. Essas tábuas são

os eventos e oportunidades que sur-

gem em nossa vida a todo instante.

Se o indivíduo está determinado a

ir para a margem sul, passará a con-

centrar sua atenção apenas nas tá-

buas que o levam naquela direção.

Todas as outras deixam de ter im-

portância, porque existe uma meta,

um sonho, um objetivo a ser con-

quistado. Esse foco o faz avançar

em uma direção fixa, ao contrário

de outras pessoas, que ficam pulan-

do de tábua em tábua à deriva sem

saber direito o que querem.”

“Claro que querer já é um bom

começo, mas Nietzsche, em seu pen-

samento sobre aquilo que ele chama

de vontade de potência, afirma que

deve ser despertado em nós, antes

de mais nada, uma ‘vontade de von-

tade’, e isso sim é querer desentra-

nhar nossos recursos internos. Mas

não podemos tudo: devemos querer

conquistar o que sabemos fazer par-

te de nossa essência, para não cair-

mos na armadilha da inveja de que-

rer o que nosso vizinho conquis-

tou”, diz o psiquiatra Wilson

Daher.

Vontade de vontade é uma metá-

fora de que a vontade por si mesma

é isolada e inútil, mas a vontade de

ter vontade de alguma coisa é que

desperta em nós a vontade de potên-

cia, que é o nosso “poder-mais”, ex-

plica o psiquiatra. �

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 5

Page 6: Bem estar querer e poder 31 03-13

Série especial sobre

Transtorno de Déficit

de Atenção e

Hiperatividade (TDAH)

termina hoje com lições

de como pais e amigos

podem criar uma rede

de apoio em torno

da criança e do jovem

vítimas do problema

ASSUNTODE FAMÍLIA

Elen [email protected]

Os sinais do Transtorno de Défi-

cit de Atenção e Hiperatividade

(TDAH) nem sempre são identifica-

dos na escola ou em casa. A agitação,

desatenção ou impulsividade, caracte-

rísticas marcantes individualizadas

ou combinadas no quadro, acabam

sendo interpretadas como mau com-

portamento, desinteresse ou até mes-

mo uma fase temporária.

Não é bem assim. O problema é

real e precisa ser encarado para ofere-

cer melhor suporte ao portador de

TDAH e diminuir os possíveis prejuí-

zos em razão de dificuldades pessoais,

escolares e sociais.

Mais que a escola, a família é o

principal pilar capaz de oferecer quali-

dade de vida, promovendo um lar har-

monioso. Deve estar preparada para

dar limites e impor regras, mas acima

de tudo oferecer carinho, compreen-

são e paciência.

Da mesma forma que a escola pre-

cisa estar preparada e orientada para

receber a criança com TDAH, os

pais têm de buscar informações com

profissionais especialistas no assun-

to ou grupos de discussão de famílias

que possuem membros com o diag-

nóstico. O preparo é fundamental pa-

ra saber o que fazer, o que esperar e

como não deixar-se influenciar com

mitos que somente distorcem e difi-

cultam o tratamento.

O envolvimento e a participação

dos pais é indispensável, principal-

mente porque é com eles que a crian-

ça tem maior contato e confiança. Por

isso, os pais têm de estar conscientes

de que precisam prestar atenção na

forma de realizar algumas atitudes co-

muns, com a forma de falar, dar uma

ordem, descrever atividades rotinei-

ras, entre outras.

O modo de dar um ordem, por

exemplo, precisa ser de forma clara e

objetiva, de preferência olhando nos

olhos. Isso para aumentar não so-

mente a compreensão do TDAH so-

bre a solicitação feita a ele, mas para

ter certeza de que está realmente

prestando atenção.

Ensinamentos voltados ao com-

portamento esperado em sociedade,

responsabilidade com atividades ini-

ciadas, oferecer estímulo e criar códi-

gos que todos da casa possam se comu-

nicar são algumas das estratégias que

a família pode colocar em prática em

casa e ver qual é o melhor retorno. Es-

tabelecer uma agenda para seguir ati-

vidades e compromissos e ter um am-

biente tranquilo para as tarefas pode

ser essencial para o TDAH durante

sua formação intelectual.

“A melhora comportamental e

acadêmica de crianças e adolescentes

portadores de TDAH depende da

participação e colaboração dos pais,

responsáveis e educadores. Ensinar

técnicas de organização, disciplina e

manejo do tempo são fundamentais,

Saúde

6 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 7: Bem estar querer e poder 31 03-13

assim como enfatizar regras cla-

ras, objetivas e ensinar limites.

Técnicas de reforço positivo e

elogios são fundamentais para a

melhoria da autoestima de crian-

ças e adolescentes portadores de

TDAH”, informa o psiquiatra

de crianças e adolescentes Gusta-

vo Teixeira, autor do recém-lan-

çado “Manual dos Transtornos

Escolares” (editora BestSeller) e

do livro “O Reizinho da Casa”

(editora Rubio).

Por isso, não adianta apenas

dar a medicação recomendada pe-

los profissionais, quando necessá-

ria, destaca a psicóloga Ana Caro-

lina Furquim de Campos Berto-

ni, diretora psicológica da clínica

Medicina do Comportamento,

em São Paulo. “É inviável tratar

uma criança ou adolescente com

TDAH sem a participação dos

pais e professores.”

O tratamento correto envol-

ve a recomendação da dosagem

correta do medicamento, a obser-

vação se não há comorbidades re-

lacionadas – outras doenças, co-

mo depressão, ansiedade, entre

outras –, acompanhamento psi-

cológico, adequação no meio es-

colar e do lar.

“É também extremamente

importante oferecer um tratamen-

to em que se crie uma rede de co-

laboração em torno da criança pa-

ra que o tratamento medicamen-

toso tenha sucesso”, orienta o

neurologista da infância e adoles-

cência Marco Antonio Arruda,

da Associação Brasileira de Défi-

cit de Atenção (ABDA).

Com o adolescente Gabriel Felipe, de 13

anos, a família tem conquistado retornos

com os estímulos e a imposição de

limites. A mãe, Ivani Colombi Cardoso

Santos, conta que a suspeita foi levantada

por um diretora da escola, que também

tinha filhos com TDAH. O diagnóstico foi

dado a Gabriel aos 4 anos.

Desde criança, Gabriel também frequenta

o projeto Gato de Botas e recebeu toda a

participação da família. A irmã fez um

mural com as atividades e horários que

Gabriel deveria cumprir, como os horários

para acordar, escovar os dentes,

descansar, fazer as tarefas da escola,

entre outras atribuições do dia. O mural

permaneceu na parede do quarto até o

ano passado.

“A princípio, me senti culpada e chorei

quando a diretora me chamou dizendo que

tinha notado a hiperatividade nele, mas

me tranquilizou dizendo que não era nada

grave. Na verdade, desde pequeno,

percebi que ele tinha um comportamento

diferente dos outros três irmãos, como

não juntar os brinquedos e esparramá-los

novamente”.

A mãe destaca que só a medicação não é

suficiente para o bom desenvolvimento do

filho, que também tem acompanhamento

psicopedagógico, neurológico, pratica

esportes e está envolvido em atividades

da igreja do bairro onde a família mora.

“Apesar do Gabriel ser hiperativo, nunca

foi agressivo. A dificuldade dele é de

concentração, de ficar muito tempo no

lugar, mas é um menino inteligente,

guarda tudo na cabeça. Mas quando

estava no 2º ano pedi para a escola que o

mantivesse na mesma série, pois ele não

tinha aprendido a escrever”, conta.A mãe de Gabriel diz que a família sempreo cercou de carinho, sem deixar de lado acorreção, quando necessária, dandolimites. “Não queríamos tratá-lo como umcoitadinho, mas uma criança comum, queàs vezes fica mais distraída, mas é

educado e caseiro, embora converse comtudo mundo. A família toda ficou envolvidae também o direcionamos para um ladoreligioso. Na igreja, ele também teve, portrês anos, um acompanhamento com umapsicóloga voluntária, que foi fundamentalpara o desenvolvido dele”, destaca Ivani.

‘NÃO QUERÍAMOS TRATÁ-LO COMOCOITADINHO’

Antes da suspeita e confir-

mação do diagnóstico do

Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade

(TDAH), as reclamações aos

pais sobre o mau comporta-

mento ou desinteresse de seus

filhos são frequentes. Segun-

do a neurologista Célia Roes-

ler, da Academia Brasileira de

Neurologia, “a maioria dos

pais imagina que se trata de

birra, má educação ou ainda

implicância das pessoas que re-

clamam do comportamento

de seus filhos”, diz. “Daí, acei-

tar que o filho pode de fato ter

um transtorno e procurar aju-

da médica é um longo cami-

nho que, às vezes, demora a

ser dado”, acrescenta.

O receio em aceitar o diag-

nóstico é o medo pela falta de

informação do que se trata o

TDAH. Outro fator é a toma-

da de consciência de que o fi-

lho precisa de medicação con-

trolada, em cima da qual se

criam mitos de que o remédio

vicia ou será prejudicial para a

criança, quando se trata exata-

mente do contrário.

A recomendação para as

famílias é que se informem

com os profissionais que es-

tão tratando seu filho para co-

nhecer melhor o transtorno e

o que pode ser feito para aju-

dar seu portador.

De acordo com a Associa-

ção Brasileira de Déficit de

Atenção (ABDA), é impor-

tante que elas busquem infor-

mações em programas de trei-

namento para pais, livros, ví-

deos, sites, páginas em redes

sociais e com outros genito-

res que têm filhos com o mes-

mo diagnóstico para trocar

experiências.

“O TDAH é um distúrbio

real decorrente da má regula-

ção no sistema dopaminérgi-

co, afetando, entre outras coi-

sas, a capacidade de concen-

tração. Sendo assim, é um

transtorno que acompanha o

indivíduo durante toda a vi-

da e que, se não tratado desde

o i n í c i o , p o d e t e r

consequências piores na vida

adulta, comprometendo o tra-

balho e os relacionamentos”,

afirma a neurologista Célia,

ao ressaltar a importância da

informação sobre o tema.

No livro “Manual dos

Transtornos Escolares”, do

psiquiatra de crianças e adoles-

centes Gustavo Teixeira, há in-

formações com embasamento

científico e material psicoedu-

cativo, em linguagem simples,

para pais, educadores e profis-

sionais da saúde mental da in-

fância e adolescência. “A

transmissão de informação

psicoeducacional pode propor-

cionar a diminuição de pre-

conceitos e permitir que crian-

ças e adolescentes se benefi-

ciem de um tratamento médi-

co correto.” (EV)

Lidando com a descoberta

Ham

ilton

Pava

m

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 7

Page 8: Bem estar querer e poder 31 03-13

Valorize o que há de melhor na criança

Evite fazer comparações entreos filhos

Procure conversar sempre com acriança e saber como ela está se sentindo

Estabeleça regras e limites em casa enão deixe de cumpri-los também

Não espere “perfeição”

Não cobre resultados, cobre empenho

Elogie sempre. O estímulo nuncaé demais

Dê instruções diretas e claras, uma decada vez

Estabeleça rotina diária para almoço,jantar, dever de casa, entreoutras atividades

Deixe o ambiente organizadoe harmônico

Mantenha a casa dentro de um

sistema de código ou sinal único para todaa família

Crie um local sadio, arejado eiluminado para as tarefas da escola

Evite encher o quarto da criança comestímulos, como brinquedos em excesso

Tenha disponibilidade para interagircom a criança

Use a criatividade e programeatividades diferentes aos finais de semana

Incentive seu filho a praticar umaatividade física regular, a criar vínculos deamizades e se tornar mais independente,de acordo com a idade

Ao chamar a atenção da criança, façaisso construtivamente e esclareçaos motivos

Incentive e cobre o uso de umaagenda - que pode ser eletrônica também

Escolha cuidadosamente a escolapara o sucesso da aprendizagem

Não envolva a criança com muitasatividades extracurriculares

Divida as tarefas em atividadesmenores para serem realizadas mais fácile rápido

Mantenha contato próximo comos professores

Busque ensinar a criança que ela nãodeve interromper suas atividades edeixá-las sem conclusão

Fonte: Associação Brasileira de Déficit de Atenção

(ABDA), www.tdah.org.br

A educadora e psicopedago-

ga Adriana Fóz, especialista

em neuropsicologia, conta

que as famílias nem sempre

têm o comportamento indica-

do em relação ao tratamento

com um ente com diagnósti-

co do Transtorno de Déficit

de Atenção e Hiperatividade

(TDAH). Há a incompreen-

são, a falta de informação, a

perda de energia e de oportu-

nidades educativas.

“Olhar para um disléxico

como se ele não o fosse, ou

olhar para um TDAH como

se ele não o fosse, é negligen-

ciar um caminho mais positi-

vo, competente de aprendiza-

gem e desenvolvimento.”

Entre as dificuldades, o

psiquiatra da criança e do

adolescente Gustavo Teixei-

ra acrescenta que está o pre-

conceito. Por isso, nada mais

essencial que intervenções de

grupos de apoio tanto aos fa-

miliares quanto aos portado-

res do TDAH.

“O objetivo desses encon-

tros é dividir experiências,

conhecimentos, criando as-

sim uma rede de apoio social.

Desta forma, pais e familia-

res podem ter a oportunidade

de discutir com os pais e fa-

miliares de outras crianças e

adolescentes que apresen-

tam o mesmo transtorno

comportamental, e assim tro-

car experiências, receber

apoio e informação para en-

tender melhor o que ocorre

com os próprios filhos”, diz

o psiquiatra.

Segundo a neurologista

Célia Roesler, após a confir-

mação do transtorno, além

da relutância em aceitar o

diagnóstico os pais também

precisam empenhar-se em

combatê-lo, participando ain-

da mais da vida escolar do fi-

lho, do acompanhamento psi-

cológico ou psicopedagógico,

e oferecer a medicação nos

horários indicados.

Contudo, a neurologista

pede atenção para evitar um

diagnóstico precoce e ajudar a

observar se o comportamento

do filho é decorrente real-

mente de um transtorno neu-

rológico ou dificuldade para

a aprendizagem. Isso porque

muitas crianças que não têm

habilidades na escola para as

atividades ensinadas e repassa-

das nem sempre têm TDAH.

Podem ter dislexia, discalculia

ou mesmo falhas no processo

educativo. (EV)

O diagnóstico do Transtor-

no de Déficit de Atenção e Hi-

peratividade (TDAH) segue al-

guns critérios médicos para ava-

liar e definir a presença do pro-

blema. Em maio, a Associação

Americana de Psiquiatra apre-

sentará novas diretrizes a res-

peito de distúrbios comporta-

mentais e mentais, que in-

cluem, dentro eles, o TDAH.

Existe expectativa na altera-

ção da idade para considerar os

sintomas, com maior abrangên-

cia. “Outra mudança importan-

te será a diminuição para o mí-

nimo de quatro sintomas de

desatenção para diagnóstico

de TDAH em jovens maiores

de 17 anos de idade e adul-

tos”, informa o psiquiatra da

criança e do adolescente Gus-

tavo Teixeira.

Ele explica que o Diagnos-

tic and Statistical Manual of

Mental Disorders (DSM) ou,

em tradução livre, Manual

Diagnóstico e Estatístico dos

Transtornos Mentais, é uma

publicação da Associação Psi-

quiátrica Americana que é

vista como referência. Neste

ano, será apresentada a 5ª edi-

ção, que define e melhora os

critérios de diagnósticos.

“Ela rege a nomenclatura

mundial das doenças psiquiá-

tricas, sendo adotada por mé-

dicos e pesquisadores em to-

do o mundo.” (EV)

Dicas para os paisA falta de informação

Mudançasesperadas

8 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 9: Bem estar querer e poder 31 03-13

Saiba mais

Os pais do adolescente Guilherme, de 13 anos, descobriram

que o filho tinha o transtorno há seis anos, devido às

características marcantes que o Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade (TDAH) provocava no filho. Hoje,

Guilherme vive com o pai Celso Freitas, após a morte da

mãe, há dois anos.Celso conta que o filho estava sempre

agitado, não dormia direito, não parava quieto na sala de

aula, conversava muito e atrapalha o ambiente escolar.

“Levei ele primeiro no psicólogo, que encaminhou para um

neurologista, que fez um exame e confirmou o TDAH. Ele

começou a tomar dois tipos de medicação e melhorou

bem no começo, mas depois da morte da mãe ele teve

uma piora.”

Desde o diagnóstico, o menino frequenta o projeto Gato de

Botas, em Rio Preto, mas ainda enfrenta dificuldades. Celso

conta que o filho já foi expulso da escola e todos os problemas

em sala de aula são atribuídos ao adolescente. “Converso

bastante com ele, vejo o que ele quer e sugiro trocas, caso ele

tenha um comportamento melhor. Ele até concorda, a princípio,

mas depois acaba esquecendo. Hoje, ele passa por avaliação a

cada dois meses”, conta o pai �

Um indivíduo com TDAH típico é aquele que:

Não consegue se concentrar ematividades que ele considera “chatas”,como estudo ou trabalho

Tem excesso de atenção em atividades,como brincar, assistir TV e usar o computador(hiperfoco)

Esquece as tarefas delegadas a ele

Perde os objetos pessoais com facilidade

É inquieta

Nunca apaga as luzes da casa

Deixa portas e gavetas abertas

Não repassa recados

Se distrai facilmente emconversas

longas e demoradas

Inicia diversas atividades ao mesmo

tempo, muitas vezes sem concluí-las

Fonte: Célia Roesler, neurologista

de crianças e adolescentes

‘Conversobastante com ele’

Os pais devem, primeira-

mente, ter com os profissio-

nais a certeza do diagnósti-

co, informando-se se não

existem outros distúrbios as-

sociados ao TDAH, uma si-

tuação que pode ocorrer. As

cobranças devem ser feitas

por meio de estímulos e moti-

vação, pois a criança quer

corresponder às expectativas

de seus pais, mas não conse-

guem sempre. O otimismo e

a persistência devem sempre

estar presentes na família.

Quando o diagnóstico é

dado aos pais, é importante

que eles criem uma rede de

colaboração com o filho para

lhe oferecer meios a fim de

que possa responder aos estí-

mulos oferecidos a ele.

Para a educadora e psico-

pedagoga Adriana Fóz, espe-

cialista em neuropsicologia,

de São Paulo, os pais podem

partir em busca de elos de in-

formação e afeto.

“Eles devem propiciar

um ambiente facilitador e

mostrar carinho e aceitação,

juntamente a limites claros e

coerentes”, informa.

Entre os exemplos do que

pode ser feito em casa, a edu-

cadora destaca facilitar a or-

ganização do TDAH, cons-

truindo um quadro de afaze-

res juntamente à criança.

“Pistas visuais são muito

positivas e mostram amor

mesmo que a criança enfren-

te dificuldades, assim como

também a necessidade de im-

por alguns limites.”

Isso é necessário porque

o portador de TDAH tem di-

ficuldades de manter a con-

centração em atividades que

exigem mais atenção, como o

estudo ou trabalho, por

exemplo, pois também tende

a esquecer com facilidade e

perder objetos.

Contudo, esse comporta-

mento pode ser contrastado

com o hiperfoco, o excesso

de atenção em outras ativida-

des ao mesmo tempo, como

brincar, assistir à televisão,

jogar videogame ou usar o

computador.

“Um indivíduo TDAH tí-

pico é aquele que não conse-

gue permanecer muito tem-

po sentado, fica impaciente

em filas, mexe as mãos e pés,

manipula objetos constante-

mente. Na criança, esses si-

nais se manifestam especial-

mente ao não suportar espe-

rar sua vez para brincar, não

se concentrar durante as au-

las e entregar as lições com

atraso, o que, muitas vezes,

prejudica o desempenho es-

colar”, conta a neurologista

Célia Roesler. (EV)

Comportamento em casaHamilton Pavam

Enquanto algumas escolas

possuem corpo docente prepa-

rado para oferecer a ajuda ne-

cessária à criança e ao adoles-

cente portadores do transtor-

no, outras não correspondem

ao que pedagogos e profissio-

nais da área da saúde recomen-

dam para complementar o tra-

tamento. É o caso do pai do

adolescente Guilherme, de 13

anos. Celso Freitas conta que

não tem tanta compreensão e

apoio da escola onde o filho es-

tuda. “Tudo é culpa do Gui-

lherme, e ele já foi até expul-

so”, reclama.

Por outro lado, Gabriel Fe-

lipe, também da mesma idade,

conseguiu encontrar um supor-

te escolar melhor. “Eles (edu-

cadores) mantêm contato cons-

tante comigo e até auxiliam

nos horários em que o Gabriel

precisa tomar a medicação en-

quanto está na escola”, diz a

mãe, Ivani Colombi Cardoso

Santos. Uma das cartilhas de-

senvolvidas por profissionais

ligados à Associação Brasileira

de Déficit de Atenção (ABDA)

explica que a equipe escolar

precisa se unir para “planejar

e implementar as técnicas e es-

tratégias de ensino que melhor

atendam às necessidades dos

alunos que se encontram sob

sua responsabilidade. O mais

importante é o professor co-

nhecer o TDAH e reconhecer

que essas crianças necessitam

de ajuda”. (EV)

Os ‘dois lados’ da escola

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 9

Page 10: Bem estar querer e poder 31 03-13

O caminho para a

felicidade nesta

faixa etária está

ligado a escolhas

independentes de

imposições sociais

Jéssica Reis

[email protected]

“Deixa a vida me levar, vida

leva eu”, populares versos de

uma música de Zeca Pagodi-

nho, exemplifica exatamente o

jeito que muita gente gosta de

levar a vida, sem se prender a

receitas ou regras defendidas

(ou impostas) pela sociedade,

como casar antes dos 30, ter o

melhor emprego do mundo, en-

tre outros. Tem ainda aquela

velha história de que durante a

vida é preciso plantar uma árvo-

re, escrever um livro e ter um fi-

lho. Mas é bem mais possível

ser feliz seguindo as próprias

vontades.

A psicóloga Maria Apareci-

da Junqueira Zampieri, tera-

peuta de família e facilitadora

de EMDR, explica que as re-

gras que as pessoas adotam

nem sempre encontram eco

real internamente, mas como

têm muitas vezes uma forte ten-

dência a atender às expectati-

vas para se sentir aceitas, aca-

bam fazendo de tudo para estar

bem diante dos outros. “Corre-

mos o risco de não ouvir nossas

próprias expectativas e desejos.

Somos mobilizados pela neces-

sidade de aceitação e de perten-

cimento, sem perceber que esta-

mos abrindo mão de nós mes-

mos. Quanto maior nosso des-

compasso com nosso âmago,

maior o desequilíbrio e o risco

de sucumbirmos”, afirma.

Para a psicoterapueta Mar-

celle Vecchi, saber quem real-

mente é o que quer é o primeiro

passo para se libertar das regras

impostas pela sociedade, e para

responder a essas duas indaga-

ções é preciso desenvolver o au-

toconhecimento, do contrário,

as pessoas se tornam reféns das

opiniões alheias.

“As regras impostas pela so-

ciedade só caberiam se fôsse-

mos criados numa linha de pro-

dução, todos iguais, e isso é um

absurdo, visto que todos somos

diferentes e, em consequência

disso, com necessidades diferen-

tes. Hoje em dia, encontramos

ainda muitas pessoas que levam

suas vidas baseadas nas opi-

niões alheias e não de acordo

com suas vontades e necessida-

des. Essas pessoas não vivem

suas vidas, mas as dos outros, e

provavelmente alimentam em

seu interior uma enorme insatis-

fação pessoal. Isso também se

aplica ao campo profissional.

Um conselho é sempre escutar

sua voz interior. Nós temos essa

capacidade, mas poucos a utili-

zam para fazer isso: quando esti-

ver em um dilema, se concentre

em si mesmo e se faça a pergun-

ta, sinta por dentro qual respos-

ta o fará se sentir melhor, e acre-

dite nela. Isso é desenvolver

consciência interna”, recomen-

da Marcelle.

A psicóloga Beth Valentim

afirma que hoje é possível ser fe-

liz sem tantas regras, “optando

por menos, mas o menos que faz

diferença e pode ser o máximo

na vida de alguém”, ressalta.

Na vida profissional, por

exemplo, a coach de carreiras

Claudia Carraro diz que é possí-

vel levar uma vida profissional

de um jeito mais leve, sem tan-

tas exigências para si mesmo,

aprendendo a lidar com algu-

mas crenças que limitam a pes-

soa, como a busca da perfeição.

“A pessoa vai conseguir levar a

vida profissional mais leve se

trabalhar em algo que gosta.

Pois a angústia é enorme quan-

do alguém detesta o trabalho

que faz, pois passa a maior parte

do seu dia trabalhando.”

A especialista lembra que le-

var a carreira de uma forma

mais leve não significa relaxar e

não fazer o trabalho direito,

mas sim ter paz interior para en-

tender melhor as situações de di-

ficuldade e saber lidar melhor

com elas.

A revista Bem-Estar ouviu

essas especialistas sobre as prin-

cipais áreas da vida e como ser

feliz dentro do seu próprio tem-

po e sem grandes frustrações.

Afinal, a vida não começa ou ter-

mina aos 30.

Comportamento

A VIDAA VIDAAOS 30AOS 30

No filme “De Repente

30”, a personagem Jenna

Rink (Jennifer Garner) está

infeliz com a idade que tem,

13 anos, e acredita que os 30

anos é a idade do sucesso.

Ela desperta então com 30

anos de idade, com um óti-

mo emprego e dinheiro, mas

está longe da família e dos

amigos.

Muitas pessoas ainda

acreditam que têm de alcan-

çar o melhor emprego do

mundo ou ter conquistado

tudo até os 30 anos. Mas

Claudia Carraro, psicóloga e

coach de carreiras e lideran-

ças em São José dos Cam-

pos, dá um alerta: “Na mi-

nha prática profissional co-

mo coach e orientadora de

carreiras atendo muitas pes-

soas (homens e mulheres)

que estão infelizes e angus-

tiadas devido a essa crença

do sucesso aos 30 anos. E o

que percebo também é que

para quem não chegou a essa

idade acha que magicamen-

te vai alcançar o tal sucesso

automaticamente aos 30

anos e quem já passou e não

alcançou se sente mal. Imagi-

ne então quem está com 40

ou 50 anos?”

A coach de carreira diz

que, em primeiro lugar, é

preciso definir o que é suces-

so, pois para uns pode ser ga-

nhar muito dinheiro, para

outros trabalhar no que gos-

ta mesmo ganhando um salá-

rio mais modesto. “Digo

que é crença pensar sobre o

sucesso aos 30 anos, pois

não é a idade que faz a pes-

soa alcançar o sucesso e sim

o quanto ela investe para al-

cançar sua potencialidade

máxima”, afirma.

Claudia lembra do livro

“Fora de Série - Outliers”

(Sextante), de Malcom Gla-

dwell, em que o autor cita a

regra das 10 mil horas, dan-

do exemplos de Bill Gates e

Beatlles, que tiveram uma

prática de 10 mil horas para

alcançar a excelência e as-

sim terem sucesso. “Para

ele, sucesso é igual a talento

mais preparação. A excelên-

cia só vem depois que se pra-

tica muito, e isso pode acon-

tecer aos 15, 20, 30 ou 60

anos”, afirma. (JR)

Carreira

10 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 11: Bem estar querer e poder 31 03-13

Filhos

Relaçõesafetivas

Sto

ck

Images\D

ivulg

ação

Além do emprego dos so-

nhos, as pessoas têm o desejo de

adquirir bens materiais, seja por

status ou por necessidade, que na

verdade seria uma das consequên-

cias de ter um bom emprego e o

poder de compra. O que acontece

é que a sociedade atual está mais

interessada no “ter” do que no

“ser”. É importante para a pessoa

ter uma bela casa, o carro do ano,

roupas de marca, entre outros,

mas isso pode não ser o suficiente

para a realização pessoal.

A psicoterapeuta Marcelle

Vecchi lembra que é preciso ter

em mente que cada um é único,

com necessidades e sonhos tam-

bém únicos. “Para alguns, com-

prar um carro do ano trará realiza-

ção, outros preferem viajar... essa

necessidade de aquisição de bens

materiais, a meu ver, está dimi-

nuindo na população, percebo

que a necessidade de ser está au-

mentando, e a necessidade de ter

diminuindo: isso evidencia nossa

evolução. Nossas prioridades de-

vem ser embasadas no que nos

faz bem e no que nos traz realiza-

ção interna”, diz.

Ela afirma que com a aquisi-

ção de bens materiais geralmente

a satisfação é momentânea e não

duradoura. Mas quando a pessoa

se esforça para satisfazer suas ne-

cessidades, neste caso, a satisfa-

ção permanece por muito tempo.

Ainda segundo Marcelle, a

pessoa que tem como meta conse-

guir bens materiais pode se frus-

trar caso não consiga no tempo

que estipulou para si mesma. A

psicoterapeuta afirma que, com

a frustração, aflora o sentimento

de incapacidade. “Para que isso

não aconteça, seja flexível com

seus desejos e prazos, sem co-

branças desnecessárias. Se algo

não aconteceu como planejou

acredite que dessa forma foi me-

lhor para você, e que no tempo

certo, se isso for realmente im-

portante, você conseguirá.” (JR)

A área afetiva também

merece atenção quando fala-

mos das tais regras da socie-

dade. Quem é que nunca ou-

viu que tem de casar antes

dos 30 ou que está chegando

aos 30, ainda não encontrou

o grande amor da sua vida e,

portanto, vai ficar “encalha-

do”.Poroutro lado, temtam-

bém aquele ditado “antes só

do que mal acompanhado”.

As relações amorosas já

não seguem os mesmos pa-

drões e, segundo a psicóloga

e escritora Beth Valentim,

hoje as pessoas fazem o in-

verso: “Querem indepen-

dência e a busca da liberda-

de, depois o casamento. Po-

dem até viver juntas alguns

dias da semana ou ‘juntarem

os trapos’, mas priorizam a

estabilidade. Seja ela onde

for, mesmo no campo ou em

algum lugar onde possam

ser felizes. Ao contrário do

quese imagina, aspessoas es-

tão buscando esses momen-

tos em que os sentimentos

possam estar mais em conta-

to com a vida, a maioria ain-

da está presa às regras, mas

tudotemmostradoqueame-

lhor saída é a simplicidade.

Pode custar, demorar, mas a

humanidade vai mudar.”

E para quem acreditava

queparaser felizéprecisoca-

sar, a psicóloga diz que ho-

mens e mulheres podem

sim ser felizes mesmo sendo

solteiros. Mas ela diz que a

mulher está mais preparada

para ficar sozinha do que o

homem. “Homens e mulhe-

res podem ser felizes sem

uma família tradicional,

mas têm de ter outros objeti-

vos. Precisam ser felizes

com essa liberdade alcança-

da e bem cuidada. Criar, via-

jar, ter amigos, fazer coisas

que os preencham. Nem

semprequemtem umafamí-

lia tradicional é mais feliz do

queaqueles que não tem, is-

so nada significa, porque

a felicidade é de dentro pa-

ra fora e, se não estiver in-

teiro, não vai ser feliz

nem em uma multidão”,

explica Beth. � (JR)

Além de não querer consti-

tuir uma família, hoje é co-

mum pessoas que optam por

não se tornar pai ou mãe, mes-

mo ouvindo de todo mundo

que tem de ter um filho para

não se sentir sozinho.

A terapeuta de família Ti-

na Zampieri afirma que não

há receita para a felicidade:

nem sempre o que é bom para

um vale para todos. “A auto-

descoberta é imprescindível,

e isso não tem nenhuma rela-

ção com estudos ou carreira

profissional.”

Em relação aos filhos ela

diz que não há caminho certo

ou errado, há escolhas. E es-

colhas envolvem perdas e ga-

nhos. “O problema, em geral,

começa muito cedo na vida,

quando nossas respostas não

são validadas pelas pessoas

importantes de nossa vida.

Começamos a duvidar de nos-

sa capacidade de discernir,

de apreciar adequadamente,

de escolher. Essas feridas, as-

sociadas às expressões dos

adultos de nossa infância, re-

percutem por toda a vida e

nos deixam inseguros quanto

à nossa capacidade de esco-

lha. Isso nos faz sentir como

se sempre o que o outro esco-

lheu é melhor”, complemen-

ta a terapeuta.

Beth Valentim lembra

que já existe uma pesquisa

que afirma que casais sem fi-

lhos são mais felizes. “Talvez

porque se sintam mais livres

para viver o amor ou viajar,

sair por aí buscando realizar

propósitos individuais e estar

mais descansados devido às

agressões que seus rebentos

possam sofrer, preocupações,

entre outros”, diz. (JR)

Conquistas

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 11

Page 12: Bem estar querer e poder 31 03-13

Mudança de consciência passa pelo processo interno de espiritualização

[email protected]

Estamosvivendoumperíododetransfor-

mação muito grande em nosso planeta, prin-

cipalmente com relação à consciência do ser

humano. Mudanças radicais e profundas

têm sido registradas nos últimos 500 anos,

após 8 mil anos praticamente sem mudanças

estruturais. Mas com o desenvolvimento da

ciência é como se o mundo espiritual tivesse

liberado um novo conhecimento e dado iní-

cio a uma nova etapa para a civilização. E es-

sesúltimoscincoséculossemearamumamu-

dança profunda na nossa cultura, mais radi-

calmente ainda nos últimos 100 anos,

comumavançotecnológicomuitogran-

de.“Osgrandesprofetaseprofeciassem-

pre convergem para tempos de grandes

mudançasradicaisnaestruturadacivili-

zação, mas na verdade ninguém sabe

exatamente como irão ocorrer”, diz físi-

coLaércioFonseca,especializadoemas-

trofísica e que dirige há mais de 35 anos

a escola de treinamento interior Acade-

miaWUSANDJITAOetambémoEs-

paço Caminho da Luz. Ele é autor de li-

vroscomo“FísicaQuânticaeUfologia”,

“ManualdeSobrevivênciaàGuerraNu-

clear” e “Relacionamentos Afetivos: Se-

xo, tantra, amor e espiritualidade”.

O resultado dessas mudanças rápi-

das - ressalta Fonseca – deixou as

pessoas materialistas, infelizes. A

única saída para reverter o processo

é a espiritualização. Isso não signifi-

ca procurar uma religião e sim vol-

tar para si e buscar do lado de den-

tro as respostas. “Somos um poço

de potencial gigantesco. Se nos co-

nhecermos, vamos conhecer Deus,

que está dentro de nós mesmos,

mas a sociedade nunca nos ensinou

isso”, explica. “As religiões que aí estão

nos ensinaram a ser um mendigo de

Deus, a pedir o tempo todo e nunca a

olhar para dentro e conquistar as coisas

por si mesmo. As repostas não estão lá

fora e sim dentro de nós mesmos”, diz

Fonseca. É importante, segundo ele,

que as pessoas busquem essa saída em

vez de esperar uma crise planetária para

que possam mudar. “É preciso fazer uma re-

volução espiritual para que as pessoas este-

jam em paz com elas mesmas”, diz.

Sobre o processo de transformação do

planeta, Fonseca, que é autor de mais de 250

palestras em vídeo-conferências editadas em

DVDs e um total de nove livros publicados,

nasáreasdepsicologiaesotéricaeinterior,ali-

mentaçãonatural, terapiasespirituaiseholís-

tiscas, filosofia,entreoutros temas, faloucom

exclusividade à revista Bem-Estar.Revista Bem-Estar - A humanidade

pode enfrentar destruições em massapara atingir uma nova mudança deconsciência?

Laércio Fonseca - Pode. Dependendo

da região, uma guerra nuclear pode ser uma

tragédia para a região onde ela se instalar,

uma tragédia sem precedentes na história do

nosso planeta. Se isso acontecer, em qual-

quer parte do mundo, vamos ter uma retalia-

ção imediata numa guerra que durará 10 mi-

nutosaoinvés deanos,comoasguerrasante-

riores. Não se trata da extinção total da raça

humana, mas de passagens bastante difíceis.

O ser humano ao longo de sua história sem-

pre foi animalesco, com instintos primitivos

e de ódio. A sociedade é materialista e visa ao

lucro, trabalha para seu sustento material e

poucos fazem alguma coisa para seu cresci-

mento espiritual verdadeiro. Temos uma so-

ciedademontadanoconsumo,no“ter”enão

no“ser”, e issogera carma, comodizemos no

mundo esotérico. Uma hora a humanidade

se rompe como um todo. A qualquer mo-

mentopoderemospassarpormudançasradi-

cais profundas.

Bem-Estar - Essas mudanças de-vem resultar em quê, exatamente?

Fonseca -Todasasvezesqueahumani-

dade passa por uma crise profunda a civili-

zação passa por um processo de

reestruturação muito grande, um processo

de renovação. O que os grandes profetas

apontam é que esse tipo de mudança que

estaríamos vivendo agora seria uma das

maiores e mais profundas ocorridas em

nosso mundo, totalmente radical.

Bem-Estar - Por que tem aumenta-do o despertar das pessoas para o la-do espiritual e a cada dia aumenta onúmero em busca de respostas?

Fonseca - É muito simples. O mundo

materialnãoresolveosparadigmasdahuma-

nidade e as questões existenciais. As pessoas

têmtudo. Elaspodem enriquecer e ser famo-

sas, mas continuam profundamente vazias e

infelizes. Não tem saída. Elas precisam en-

contrar uma resposta que está além do que a

sociedade oferece para que ele seja feliz. Ter

uma casa e poder comprar é só uma parte do

processo do ser humano, que é um ser espiri-

tual,carregaumaconsciência,umanecessida-

de de se relacionar e ser feliz. Tudo isso é im-

portanteeoserhumanonãoencontra issona

sociedade.Não existe um processo de permi-

tirque eleentenda oqueestáacontecendo, as

respostasrealmenteconsoladoras.Ahumani-

dadevai ter deencontrarasaídanaespiritua-

lidade, que é a única porta que pode dar um

acalanto.

Bem-Estar - A religião ajuda nesseprocesso?

Fonseca - Não. Ela mais atrapalha do

que ajuda, porque também não dá respostas.

As pessoas não passam por transformação

por causa dela. Elas estão ultrapassadas.

Não resolveram o problema da civili-

zação e se continuarem nesse ritmo

não vão resolver. O ser humano tem

de encontrar uma saída muito mais

avançada, um processo mais elevado

para tirá-lo dessas condições.

Bem-Estar - E podemos ser nos-sos próprios mestres na busca poressas respostas ou elas estão emalgum lugar?

Fonseca -Grandesmestresdahuma-

nidade deram o caminho a seguir, mas as

religiões distorceram todo esse processo.

Sem dúvida nenhuma, a grande religião

do futuro é a religiosidade sem religião: o

homemsendoumapessoaextremantere-

ligiosa e espiritualizada, mas em si e não

dependendo de uma instituição ou orga-

nização que lhe imponha suas regras e

leisaseguir.Anovaeraéohomemconsi-

go mesmo buscando as respostas dentro

dele mesmo.

Bem-Estar - E o que vai aconte-cer com aqueles que não acredi-tam nessa necessidade de mudan-ça de consciência?

Fonseca - Eles vão ficar atrasa-

dos no tempo e no espaço se não

acompanharem as mudanças de cons-

ciência e paradigma. Serão elefantes

brancos na civilização. Essas pessoas,

espiritualmente, terão de passar por

um processo de reciclagem ou irão fi-

car para trás. Existe uma outra socie-

dade, outra ordem evolutiva no plano

espiritual e estrutura diferente. A par-

tir de lá, os espíritos serão reestrutu-

rados e irão aprender, e as próximas

encarnações desses espíritos irão

acontecer de acordo com cada caso e

de acordo com o processo de como ca-

da um conduziu sua vida. �

UMA NOVA SAÍDAAutoconhecimento

A religião do futuro éa religiosidadesemreligião: ohomem sendo uma pessoaextremante religiosa eespiritualizada,massemdepender deuma instituiçãoouorganização que lhe imponhasuas regras eleis a seguir. Anovaeraéohomem consigomesmobuscando respostas dentrodele

Laércio Fonseca

12 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 13: Bem estar querer e poder 31 03-13

Incontinência urinária afeta 10 milhões de brasileiros. A melhor maneira

de prevenir o problema é consultar periodicamente seu médico

Rui NogueiraUrologista

Março é o mês mundial da

conscientização sobre a inconti-

nência urinária, quando a So-

ciedade Brasileira de Urologia

(SBU) deflagrou uma campa-

nha para informar e alertar a so-

ciedade sobre esta doença, que

afeta cerca de 10 milhões de ho-

mens e mulheres. A incontinên-

cia caracteriza-se pela perda

sem querer de urina através da

uretra (canal que leva a urina

da bexiga ao meio externo) e,

normalmente, aumenta com a

idade, mas pode afetar crian-

ças, adultos e idosos.

As estatísticas da SBU justi-

ficam a preocupação que as pes-

soas devem ter com a inconti-

nência urinária. A cada 25 pes-

soas, 1 pode ter a doença ao lon-

go da vida. Projetando para a

população brasileira atual, 8 mi-

lhões de pessoas estão propen-

sas a desenvolvê-la. Mas estima-

se também que, atualmente,

10% sofrem da perda de urina

involuntária, podendo este nú-

mero ser ainda maior, pois mui-

tos não buscam ajuda por ter

vergonha ou receio.

Entre as pessoas acima de

60 anos, a incidência é ainda

maior. A SBU calcula que de

15% a 30% das pessoas nesta fai-

xa etária apresentam algum

grau de incontinência. Já as

mulheres têm duas vezes mais

chances de ter que os homens.

São inúmeras as causas da

incontinência urinária: gené-

tica, fatores hormonais, obesi-

dade, infecção urinária ou va-

ginal, efeito colateral de me-

dicamentos, tabagismo, cons-

tipação, bexiga hiperativa,

obstrução da uretra por au-

mento da próstata, diabetes,

fraqueza de certos músculos

da região pélvica, envelheci-

mento, lesões medulares,

doenças do sistema nervoso e

como consequência de algu-

mas cirurgias, entre outras.

É possível prevenir a incon-

tinência urinária. A melhor ma-

neira de fazê-lo é se consultar pe-

riodicamente com o urologista,

o médico especialista na preven-

ção e no tratamento desta e de

outras doenças do aparelho

urinário.

Existem diferentes condições

quanto aos tipos, intensidade e

combinações de perda de urina.

O diagnóstico é feito por meio da

avaliação da história clínica, análi-

se de sangue e urina e, quando ne-

cessário, exames que avaliarão o

funcionamento da bexiga, como

o exame urodinâmico. Para cada

situação clínica existe um trata-

mento ideal.

Há o tratamento à base de

medicamentos orais ou toxina

botulínica do tipo A. Existem a

terapia comportamental e pro-

gramas de reabilitação da mus-

culatura pélvica. Outras alter-

nativas de tratamentos são os ci-

rúrgicos ambulatoriais (mini-

mamente invasivos), cirurgias

de implantação de esfíncteres

artificiais e ainda manipula-

ções do sistema nervoso perifé-

rico e central.

Como toda doença, a incon-

tinência urinária também pode

ser prevenida. Uma das manei-

ras de prevenir-se é realizar

exercícios para o fortalecimento

da musculatura do assoalho pél-

vico, que podem ser indicados

pelo urologista. Os exercícios

consistem em contrair os mús-

culos do assoalho pélvico por 10

segundos e depois relaxá-los

por 10 segundos. Estes exercí-

cios devem ser repetidos 10 ve-

zes, em três sessões diárias.

O obeso, se perder 5% ou

mais do peso, por exemplo,

pode melhorar os sintomas

da incontinência de maneira

significativa.

Desde já, você já pode preve-

nir-se buscando informações no

site www.incontinenciaurinaria.

com.br e agendando uma consul-

ta com seu urologista. �

Perda involuntáriaS

tock

Images\D

ivulg

ação

Rubens Cardia

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 13

Page 14: Bem estar querer e poder 31 03-13

Marcelo Adnet incorporaMarcelo Adnet incorpora

um odontologista comum odontologista com

espírito de herói emespírito de herói em

“O Dentista Mascarado”“O Dentista Mascarado”

Agência Estado

Um passo bem grande e importante

foi dado pelo humorista Marcelo Ad-

net. Ele deixou a MTV no ano passado,

foi contratado pela Rede Globo e no dia

5 de abril estreia como protagonista de

uma comédia policial que tem o objeti-

vo de arrancar muitas gargalhadas do te-

lespectador. Intitulada “O Dentista

Mascarado”, a série é escrita por dois no-

mes de sucesso na emissora: Alexandre

Machado e Fernanda Young, autores

de “Os Normais”, entre outros traba-

lhos. Além de um texto que já cria ex-

pectativa, o programa tem ainda o come-

diante Leandro Hassum e a atriz Taís

Araújo como estrelas em cena.

Adnet, que é casado com a humoris-

ta Dani Calabresa, que também deixou

a MTV e estreou há duas semanas no

“CQC”, da Band, está na fase da euforia

e da ansiedade. “O roteiro do seriado é

universal, ele propõe humor de todos os

tipos. É tão legal fazer isso, porque está

tudo ali. A gente não faz humor para si,

faz para o público e o menu está farto.

Acho que vão gostar”, declara o estrean-

te na Globo.

Para quem não conhece a trajetória

de Adnet, ele é reconhecido pela arte do

improviso. Faz teatro há mais de dez

anos, apresentou vários programas na

MTV e seu mais recente trabalho no ci-

nema é o filme “Os Penetras”.

Agora, ele vai ser o dentista Adalber-

to Paladino, um profissional que terá

sua vida transformada com a chegada

de uma paciente linda, a ardilosa Sheila

(Taís Araújo). A beldade não terá como

pagar pelo seu tratamento e Paladino de-

cide oferecer a ela o cargo de assistente

até que a dívida seja quitada. Logo em

seguida, seu amigo Sergio (Leandro

Hassum), o protético com quem ele divi-

de o consultório, descobre que a pilan-

tra desapareceu depois de ter roubado

seu estoque de anestesias e uma grande

encomenda de coroas de ouro.

Empenhados em resolver o caso,

eles vão usar suas ferramentas de traba-

lho e muita sorte para capturar a ladra.

Ao fim de uma louca e divertida jorna-

da, eles conseguem reaver parte dos

itens roubados, entregam um temido e

procurado criminoso à polícia e se

veem diante de um novo destino: o de

combater o crime.

Vera (Helena Fernandes), uma advo-

gada em constante busca por novos

clientes, vai descobrir que o trio traba-

lha na surdina e os pressionará a aceitá-

la no esquema.

“A rotina é intensa, tem muitas ex-

ternas, mas não me sinto cansado, estou

achando tudo superdivertido”, comen-

ta Adnet.

O humorístico propõe uma mistu-

ra de dois gêneros: policial e comé-

dia. “Este seriado tem um humor

mais abrangente, instiga vários tipos

de risadas. Acho que esse é o diferen-

cial”, aponta o diretor-geral da atra-

ção, José Alvarenga Jr.

Além das descobertas feitas por Pala-

dino, o público vai ver que ele sofre por

não ter sua profissão aceita pelo pai. Eu-

rico (Otávio Augusto), um renomado

delegado aposentado, recusa-se a acei-

tar que seu único filho tenha desonrado

a tradição policial da família ao se tor-

nar um dentista.

Miler (Diogo Vilela) será um inspe-

tor que ajudará Paladino e Sergio. Esse

policial estará sempre por perto e, ape-

sar de desconfiar da insistente proximi-

dade de Paladino e seus comparsas na

solução de crimes, ele nunca consegue

provar suas suspeitas.

“Quando decidimos misturar os gê-

neros, nos perguntamos quem seria o

personagem. Seria um advogado trapa-

lhão? Ou um policial maluco? Ficamos

buscando um personagem que nunca ti-

vesse sido feito antes. Aí, pensamos que

a pessoa mais improvável para comba-

ter o crime no mundo é o dentista. A

gente tem a impressão de que dentistas

são pessoas certinhas, limpinhas, com

tudo planejadinho”, explica o escritor

Alexandre Machado.

Segundo Fernanda Young, o gênero

policial em si tem uma grande influên-

cia das histórias em quadrinhos. Ela

conta que as referências da série são as

revistas em quadrinhos e os seriados po-

liciais das décadas de 1970 e 1980. “Es-

pero que o público embarque nessa lou-

ca história do Paladino conosco, porque

essa é a melhor forma de se divertir com

o seriado”, diz a autora.

A primeira temporada de “O Dentis-

ta Mascarado” será exibida nas noites

de sexta-feira. �

UM NOVO HUMORUM NOVO HUMOR

Estreia

LeandroLeandro

Hassum, TaísHassum, Taís

Araújo e MarceloAraújo e Marcelo

Adnet compõemAdnet compõem

elenco de novaelenco de nova

série escrita porsérie escrita por

Fernanda YoungFernanda Young

e o maridoe o marido

AlexandreAlexandre

MachadoMachado

TV

Glo

bo/D

ivulg

ação

TV - 14 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 15: Bem estar querer e poder 31 03-13

Seis eleitosAinda sem data para estrear, “Sangue Bom” (Glo-

bo), próxima novela das 19h da Globo, abordará

o mundo da moda e das celebridades que ga-

nham as capas das revistas. Na trama, Giane (Isa-

belle Drummond) ama Bento (Marco Pigossi),

que se envolve com Amora (Sophie Charlotte),

que gosta de Maurício (Jayme Matarazzo), que é

o grande amor de Malu (Fernanda Vascon-

cellos). Fabinho (Humberto Carrão) não gosta

de ninguém, a não ser ele mesmo, e faz de tudo pa-

ra conquistar fama e poder.

Mais para o elencoCorre nos bastidores a notícia de que a produção

de elenco da Globo estaria de olho nos atores e

atrizes de musicais que estão em cartaz no teatro.

Ao que tudo indica, os escolhidos deverão fazer

parte de “Sangue Bom”, de Maria Adelaide Ama-

ral e Vincent Villari, com direção de núcleo de

Dennis Carvalho.

Primeiras imagensDepois de ser apresentada à imprensa, a nova série

de Fernanda Young e Alexandre Machado, “O Den-

tista Mascarado” (Globo), ganha agora chamadas na

TV. Em uma delas, o protagonista Marcelo Adnet

(ex-MTV) aparece recitando um texto dramático de

Shakespeare. Enquanto isso, uma voz de fundo

anuncia, em tom de comédia, “Fique tranquilo: Ad-

net não veio pra Globo fazer tragédia”. A estreia será

no dia 5 de abril.

Para degustaçãoAté o dia 15 de abril, na Net, Claro e Vivo TV; e 3 de abril,

naSky,o canal Vh1estaráaberto. A ideiaé que os telespec-

tadoresconheçamanova identidadedaemissora.Destina-

do ao “novo jovem adulto”, na faixa de 18 a 34 anos, o Vh1

agregaumsinalde“+”aoseu logo,simbolizandoosdiver-

sos elementos positivos da vida do telespectador.

Reforço na parceriaA CNN International e o time Caterham F1 anuncia-

ram a renovação de sua parceria. Pelo acordo firma-

do, o canal mantém seu logo estampado nos carros e

nos uniformes dos pilotos da equipe pelo quarto ano

consecutivo. Caterham F1 Team surgiu em setem-

bro de 2009 como Lotus Racing, por Tony Fernan-

des, Meranun Kamarudin e SM Nasarudin.

Caixa de somNo dia 26 de abril, estreia a nova temporada do

“Som Brasil”, na Globo, sob o comando de Patrícia

Pillar. O primeiro programa será dedicado ao estilo

samba malandro e tem a participação de Sergio Lo-

roza, Diogo Nogueira, Aline Calixto e Flávia Mene-

zes. Na sequência, o tema será axé, que tem exibição

prevista para maio.

Retorno na tvNeste domingo (31), a partir das 20h50, Brasil e Esta-

dos Unidos deverão acompanhar a terceira tempora-

da de “Game of Thrones” (HBO). Ganhadora de

dois prêmios Emmy em 2011 e seis Globo de Ouro

em 2012, a atração é baseada nos famosos livros de

fantasia épica “As Crônicas de Gelo e Fogo”, de

George R.R. Martin.

Galisteu em realitySegundo a Band, em abril, Adriane Galisteu vol-

ta ao batente, no reality show “Quem Quer Casar

com Meu Filho?” Distante da telinha desde que

o “Muito+” foi cancelado, em outubro de 2012,

ela não assumiu nenhuma outra atração. Casada

com o empresário Alexandre Iódice, a apresenta-

dora, sempre que possível, leva o filho, Vittorio,

para ficar ao seu lado no trabalho.

Terra nossaSegundo o jornal “New York Post”, Lindsay Lohan

deverá passar pelo Brasil em breve, por motivos ain-

da não revelados. Antes disso, em abril, será exibido

nos EUA a participação dela na série “Anger Mana-

gement”, do FX. Na trama, ela será a paciente por

quem o terapeuta Charlie Goodson (Charlie Sheen)

irá se apaixonar.

Mídias diversasNo ano que vem, a integrante do “Saia Justa”,

Mônica Martelli deverá ampliar sua rede no

GNT. O espetáculo “Os Homens São de Marte

e é para Lá que Eu Vou”, com o qual ela ficou

anos em cartaz, vai virar programa no canal.

Por sinal, em outubro, a atriz começará a rodar

um filme baseado no mesmo texto.

Efeitos especiaisA produção de “Saramandaia”, próxima novela

das 23h da Globo, está atarefada. Dona Redon-

da, personagem obesa que explode por comer

muito; João Gibão, um homem que esconde

suas asas; e o professor Aristóbulo, um lobiso-

mem; terão tratamento de cinema. Um acordo

com Hollywood viabiliza a ideia de torná-los o

mais real possível.

Novos no elencoBethany Joy Lenz, de “One Tree Hill”, será vista

com frequência na oitava temporada de “Dexter”

(FX), que estreia nos EUA em 30 de junho. Ela se-

rá Cassie, vizinha do protagonista. Outro nome

que ganha um novo papel é Reg. E. Cathey. Ele es-

tará em “Grimm”. Desta vez, o ator será um asses-

sor político.

Futuro garantidoA série “Baby Daddy” (ABC Family) terá mesmo

uma terceira temporada. A decisão veio antes da es-

treia da segunda temporada, que está marcada para

o dia 29 de maio, nos EUA. Idealizada por Dan Be-

rendsen, a atração mostra a vida de Ben (Jean-Luc

Bilodeau), um jovem que descobre ser pai de uma

menina.

Novo trabalhoAmanda Peet (“The Good Wife”) será a estrela de

“Togetherness”, a nova comédia dos irmãos Mark

Duplass e Jay Duplass para a HBO. A série revelará

o cotidiano de dois casais que moram sob o mesmo

teto e se esforçam para manter suas relações, ao mes-

mo tempo em que correm atrás de seus desejos.

CanceladaNem mesmo o Globo de Ouro que Laura Dern ga-

nhou foi suficiente para segurar a série “Enlighte-

ned” (HBO) no ar. Em razão da baixa audiência, a

atração não terá uma terceira temporada. A atriz in-

terpretava uma ambiciosa executiva que, após uma

humilhação pública, decide ter uma existência mais

equilibrada e positiva.

Melhor da tvAs cenas com paisagens belíssimas, direção afiada e

fotografia exuberante em “Flor do Caribe” (Globo).

A trama de Walther Negrão, em alguns momentos,

chega a lembrar “O Conde de Monte Cristo”, obra

de Alexandre Dumas. Em contrapartida, o novelista

tem usado boas iscas de ação e personagens cativan-

tes para prender a atenção.

Pior da tvEm uma edição recente do “Quem Convence Ga-

nha Mais” (SBT), Christina Rocha se empolgou e

perdeu a paciência com uma participante que afir-

mou que, se pudesse, mataria todos os seus filhos.

A notícia foi parar no site da emissora com desta-

que. O problema todo se formou no palco e foi pa-

rar nos camarins. �

Fique LigadoAgência Estado

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 15 - TV

Page 16: Bem estar querer e poder 31 03-13

“Muita gente gosta da

Carolina e torce por

ela”, diz Bianca Bian,

em alta com sua

primeira antagonista

na TV

Agência Estado

Na reta final de “Guerra

dos Sexos”, Bianca Bin faz um

balanço da carreira e diz que

sentiu um pouco o peso por ter

sido convidada por Sílvio de

Abreu para viver a primeira vi-

lã na carreira, que na primeira

versão, em 1983, foi interpreta-

da por Lucélia Santos. Porém,

Bianca conta que a sorte tem

andado ao seu lado, já que bons

trabalhos têm aparecido duran-

te a sua trajetória. A atriz ressal-

ta que tudo aconteceu de forma

rápida na sua carreira e se consi-

dera uma privilegiada por ter a

arte como ofício.

Pergunta - Carolina é agrande vilã de “Guerra dos Se-xos”. Como é a repercussãoda personagem junto aos fãs?

Bianca Bin - Por incrível

que pareça, muita gente gosta

da Carolina e torce por ela.

Quando me abordam na rua pa-

ra falar sobre ela, seja pra elo-

giar ou dizer que a Carolina es-

tá muito ruim e aprontando de-

mais, fazem tudo com bom hu-

mor. O melhor é ver meu traba-

lho sendo reconhecido. Estou

muito feliz com essa repercus-

são e não esperava isso tudo.

Pergunta - Você já esteve

dos dois lados. Acabou de darvida a uma protagonista, em“Cordel Encantado”, e agorainterpreta uma antagonista.Vilã dá maior visibilidade aotrabalho?

Bianca - Sendo vilã ou moci-

nha, a visibilidade que temos

na TV já é enorme. Pra mim o

que engrandece um trabalho,

além de ter um bom persona-

gem nas mãos, é trabalhar com

prazer, com uma equipe baca-

na, pessoas dispostas, bons tex-

tos e boa direção. E, quanto a is-

so, tenho tido muita sorte!

Pergnta - O que é mais difí-cil fazer: a mocinha ou a vilãdissimulada?

Bianca - Acho que ambas

são difíceis.

Pergunta - Carolina foi in-terpretada por Lucélia Santosna primeira versão da novela.Ao ser convidada por Sílvio deAbreu, você sentiu o peso deter que corresponder a apos-ta do autor?

Bianca - Claro! Ainda mais

por se tratar da primeira vilã da

minha carreira. Sentia que ti-

nha que corresponder às expec-

tativas do autor e mais ainda

do público que já tinha visto

uma versão de sucesso.

Pergunta - Ficou com me-do de ter o seu trabalhocomparado com o de Lu-célia Santos?

Bianca - O Sílvio deixou

bem claro que ele estava rees-

crevendo tudo e que seria uma

nova novela. Como a outra ver-

são é de 1983, eu não vi nada,

não era nem nascida. E para

compor a Carolina não quis ter

essa interferência. Portanto,

não procurei vídeos da época.

Como a proposta era criar uma

nova versão e não apenas refa-

zer uma antiga, o medo de ter o

Entrevista

VILÃ DETALENTO

Fotos: TV Globo/Divulgação

TV - 16 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 17: Bem estar querer e poder 31 03-13

trabalho comparado não fazia

mais sentido.

Pergunta - Mais uma vezvocê repete a parceria comSílvio de Abreu…

Bianca - Ele apostou as fi-

chas dele em mim, confiou

mesmo no meu trabalho.

Ele nunca me viu fazendo vi-

lã, nunca me viu nesse lugar

e , mesmo sem teste ne-

nhum, me fez esse convite.

Então, eu estou muito hon-

rada de fazer a Carolina, de

ter essa oportunidade. Eu

saí da minha zona de confor-

to, que era fazer drama e mo-

cinha, para uma coisa com-

pletamente diferente. Eu de-

vo a minha carreira ao Síl-

vio porque ele me tirou de

“Malhação” e me deu a opor-

tunidade de fazer “Passio-

ne”, no horário nobre. E ago-

ra, recebi o meu primeiro

trabalho como uma vilã.

Pergunta - Para viver a Ca-rolina, de “Guerra dos Se-xos”, você mudou o visual epassou a adotar uma franja.Gostou do resultado final dolook?

Bianca - Eu fiz a franjinha

de novo, do começo da mi-

nha carreira, que eu amo! Ti-

rei o megahair e esse cabelo é

meu. Não mexi em cor, só o

corte mesmo. Sou cuidadosa

com o cabelo e com o corpo.

Filtro solar uso todos os dias.

Costumo usar um ‘adstrin-

gentezinho’ porque a minha

pele é muito oleosa, e no cabe-

lo é hidratação básica de 20

em 20 dias.

Pergunta - Você se casoucom Pedro Brandão. Como éa nova vida de casada?

Bianca - Estou muito fe-

liz! Realizada plenamente

no meu trabalho, na minha

profissão, e na minha vida

pessoal também. Não tenho

do que reclamar, sou uma

abençoada.

Pergunta - Apesar de ser jo-vem, você é considerada umadas atrizes mais talentosasda sua geração. Como vocêanalisa a sua trajetória na TV,desde a estreia, em “Malha-ção”, até agora, em “Guerrados Sexos”?

Bianca - Desde que me mu-

dei para o Rio de Janeiro, tu-

do aconteceu muito rápido.

Vim para fazer a oficina de

atores da Globo e, antes de

terminar, passei no teste e fui

fazer Malhação Foi uma lou-

cura, aprendi demais nesse

período. Venho emendando

um trabalho no outro. Devo

isso às pessoas que acredita-

ram no meu trabalho e me de-

ram boas oportunidades, tive

muita sorte também. Por is-

so, me considero uma privile-

giada. Estou muito feliz com

a carreira que venho cons-

truindo e ainda mais por ter

a arte como ofício. �

Sendo vilã oumocinha, avisibilidadeéenorme. Alémde ter umbompersonagem,oque valoriza umtrabalho é fazercom prazer

Como mocinha em “Cordel Encantado”, junto a Bruno Gagliasso

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 17 - TV

Page 18: Bem estar querer e poder 31 03-13

“Contos do Edgar”, na Fox, traz o terror e

suspense do escritor Edgar Allan Poe

com produção do cineasta brasileiro

Fernando Meirelles

Agência Estado

Em mais uma parceria com

a produtora do diretor Fernan-

do Meirelles, a O2 Filmes, o ca-

nal Fox estreia no dia 2 de

abril, às 22h15, a série original

“Contos do Edgar”, baseada

em contos do escritor norte-

americano Edgar Allan Poe

(1809-1849). Criação do dire-

tor e roteirista Pedro Mo-

relli, a nova atração mergu-

lha no universo romântico e

sombrio de Poe, que, entre o

terror e o suspense, criou

personagens misteriosas clás-

sicas, como a ausente Leno-

ra do poema “O Corvo”

(1845) e a jovem decadente

do conto “Berenice” (1835),

que inspirou o primeiro episó-

dio da série.

Às voltas com a produção

de seu novo longa, sobre o mi-

lionário grego Aristóteles Onas-

sis, Fernando Meirelles (“Cida-

de de Deus”, “O Jardineiro

Fiel”) tem se dedicado a vários

projetos para a televisão. Em

dezembro do ano passado, a

TV Globo exibiu a microssérie

“Xingu”, dirigida por Cao

Hamburger, o mesmo que ha-

via dirigido em 2006, para a

HBO, o seriado “Filhos do Car-

naval”, ambos produzidos pela

O2. Também estreou em mar-

ço deste ano, no NatGeo (outro

canal da Fox), uma série de cin-

co documentários, “A Verdade

de Cada Um”, em que pessoas

discorrem sobre suas paixões,

obsessões e crimes, como educa-

ção, consumismo, droga e extra-

ção de madeira.

Meirelles, de 57 anos, está

curtindo os ventos favoráveis

para a produção nacional na te-

levisão paga. Para quem come-

çou com programas criativos

para a TV Cultura, como “Er-

nesto Varela, o Repórter” em

1983 e o clássico infantil “Ra-

Tim-Bum” em 1989, a maré es-

tá mesmo boa agora com a obri-

gatoriedade de cotas para o au-

diovisual nacional - inclusive a

produção independente - na

TV paga.

“Gosto muito do veículo”,

reconhece Meirelles. Em entre-

vista à Agência Estado, por

e-mail, ele disse que andou

“meio desanimado com a televi-

são”, atribuindo o seu esfria-

mento à guerra pela audiência

dos últimos anos, que “simples-

mente foi acabando com a pos-

sibilidade de se fazer qualquer

programa um pouco mais ousa-

do sobre um tema que não fos-

se de interesse universal”.

Série

Da literatura paraDa literatura paraa TV com toquea TV com toquede cinemade cinema

TV - 18 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 19: Bem estar querer e poder 31 03-13

Terror tupiniquimPara além do realismo e

da beleza de “Xingu”, a sé-

rie de três capítulos que

narrou a saga dos irmãos

Villas-Boas pelos sertões

brasileiros, “Contos do Ed-

gar” vem com a ousadia es-

perada. A começar pela es-

colha de um eterno outsi-

der da literatura como fon-

te da obra. As histórias de

Poe, clássicas, terríficas, fo-

ram adaptadas para um ce-

nário underground na atua-

lidade da capital paulista.

E terá a estrela do tecno-

brega Gaby Amarantos na

pele da apavorante Bereni-

ce no episódio de estreia.

“Com a entrada em cena

das TVs a cabo e também

com a popularização das

TVs digitais, maiores e me-

lhores, a TV passou a ser

um lugar perfeito para a rea-

lização artística. Muitas sé-

ries desta nova safra são

bem melhores do que 98%

dos longas a que assisto.

Nas séries, há mais tempo

para desenvolvimento de

trama e de personagens”, ex-

plica Meirelles.

O diretor Pedro Morelli

conta que pensou em Poe pa-

ra deslanchar uma possível

dramaturgia nacional de sus-

pense e terror. “Li Edgard

Allan Poe na adolescência e

sempre ficou na minha cabe-

ça a vontade de trabalhar

com isso”, diz ele. “O terror

foi tão pouco explorado en-

tre nós, no cinema, na TV,

em audiovisual. Agora, há

um mercado infinito na TV.

No Brasil, o filme de suspen-

se nunca existiu de fato, em

massa. A gente só assistia no

cinema americano. E Poe é

um grande desse gênero. Na

verdade, ele o criou. Morreu

há mais de 150 anos e suas

histórias continuam impres-

sionando. Pensei em trazer

esse universo para a realida-

de brasileira e contemporâ-

nea. Vamos ver a reação do

público”, diz.

Filho do diretor (tam-

bém da O2) Paulo Morelli

(da série de TV e longa “Ci-

dade dos Homens”), Pedro

Morelli tem experiência em

cinema e vídeo, de diversos

curtas da faculdade e de pro-

dução independente, além

do longa que dirigiu com o

pai, “A Pele do Cordeiro”,

que está em fase de monta-

gem. Em “Contos do Ed-

gar”, Pedro dirige o primei-

ro e quinto episódios - res-

pectivamente, “Berê” e “Le-

nora”. No segundo episódio,

“Priscila”, a direção é dividi-

da com Quico Meirelles, fi-

lho do Fernando Meirelles.

A criação é de Morelli e Ga-

briel Hirschhorn, que escre-

veram os roteiros juntamen-

te com Vítor Brandt.

Foram adaptados sete

contos da obra de Poe. O últi-

mo episódio, “Lenora”, fa-

mosa personagem (morta)

do poema “O Corvo” (1845),

é uma adaptação dos contos

emblemáticos “O Gato Pre-

to” (1843) e “O Barril de

Amontillado” (1846). Como

na maioria dos contos de

Poe, a narração é feita em pri-

meira pessoa. Aqui é o Ed-

gar (Marcus de Andrade),

proprietário da dedetizadora

DDT Nunca Mais, quem

imagina as histórias horripi-

lantes que serão desenvolvi-

das na série.

“Criamos muita coisa em

cima da obra de Poe. A gen-

te já está reinventando por

ser uma adaptação dos con-

tos para a atualidade, num

universo brasileiro. Mas

também criamos tramas

maiores, que nos contos

são descrições. Alguns per-

sonagens na história origi-

nal são apenas sugeridos”,

explica o diretor.

A própria Berenice, uma

aristocrata que virou a Berê

da periferia de São Paulo,

cantora de boate com uma es-

tima lá por baixo, é uma

reinvenção. Pedro Morelli

diz que procurava uma can-

tora “brega” para fazer a

personagem quando deu

de cara na internet com o

vídeo “Xirley”, da Gaby

Amarantos. “Achei-a incrí-

vel. A própria história do

clipe batia com a nossa e aí

decidimos chamá-la.” �

Gaby se joga na cenaA estrela do tecnobrega Ga-

by Amarantos diz que já há al-

gum tempo queria fazer um tra-

balho de atriz. Mas foi cautelo-

sa. “Tinha de ser algo que não

consumisse muito tempo”,

afirma. O próprio Pedro Mo-

relli, ela conta, não sabia se

podia chama-la, pensando na

agenda cheia dela. Mas deu

tudo certo. “Quando li o ro-

teiro, me apaixonei de cara”,

diz Gaby, identificando-se

com a personagem. “Eu já vi-

vi um pouco do que ela pas-

sou. Também fui muito enga-

nada. Foi um desafio, pois

não me considero atriz, mas

valeu pelo exercício”.

Para fazer a doce e constran-

gida Berê, com seus dentes hor-

ríveis, a cantora teve de usar

prótese. Morelli diz que fazer

Gaby ficar feia foi tranquilo.

“Ela topou total. Todo mundo

tem a sua vaidade e a Gaby é

uma artista que busca a beleza,

está sempre mudando o visual.

É normal que o ator sofra com

isso, pois está fora da zona de

conforto dele. Mas a Gaby se

entregou, ela foi com tudo”.

A despeito do susto da can-

tora quando viu a prótese. “Eu

disse logo: ‘Não quero’. Era me-

donho, não estou exagerando.

Eu não podia me imaginar com

aqueles dentes, não existia aqui-

lo. Daí eles me mostraram fo-

tos de gente de verdade com

dentes assim”. No final, diz Ga-

by, a prótese reforçou o labora-

tório para compor a persona-

gem. “Eu olhava no espelho e

me sentia a Berenice”, conta.

Gaby Amarantos nasceu em

Belém do Pará e já havia feito

teatro no bairro que ela mora

até hoje, o Jurunas. “A gente fa-

zia umas pecinhas na igreja,

era informal”. A experiência

com o primeiro episódio de

“Contos do Edgar”, diz ela, foi

estimulante. “Gostei de fazer, é

uma pegada de cinema que eu

não conhecia e gostaria de fa-

zer mais. O Morelli foi ótimo

comigo, me deu segurança, esta-

va sempre por perto. Ele me

deixou muito à vontade”.

Mas Morelli pediu para

ela não ler o conto original.

“Disse que me emprestava o li-

vro depois”. Para uma perso-

nalidade vibrante como a de

Gaby, ela reconhece que mer-

gulhar no mundo “soturno”

de Poe foi um aprendizado.

“Eu exercitei esse outro lado

de uma forma também positi-

va. Fiz cenas muito fortes, em

cemitérios. Mal comecei nes-

te ramo e me jogaram logo no

fogo”, diverte-se.

Aos outros diretores e cria-

dores de audiovisual interessa-

dos, ela avisa que o canal já foi

aberto - tudo depende da agen-

da dela e, claro, se a trama e a

personagem forem interessan-

tes. Cita Laura Cardoso co-

mo um modelo de atriz. “Ela

é incrível, me emociona de to-

das as formas. É completa,

ela me faz ver a grandeza des-

sa profissão”.

TV

Glo

bo/D

ivulg

ação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 19 - TV

Page 20: Bem estar querer e poder 31 03-13

Andréa Beltrão, Fernanda Torres, Fábio Assunção

e Vladimir Brichta estão de volta na nova

temporada de “Tapas & Beijos”, em abril

Seriado

Agência Estado

No dia 2 de abril, os fãs da série “Ta-

pas & Beijos”, da TV Globo, vão matar

a saudade do programa, que está de vol-

ta à programação pelo terceiro ano con-

secutivo. A atração mostra as aventuras

de duas amigas inseparáveis, Sueli (An-

drea Beltrão) e Fátima (Fernanda Tor-

res), e seus ex-maridos, Jorge (Fábio As-

sunção) e Armane (Vladimir Brichta).

Um quarteto que dispensa apresenta-

ções e que já arrancou muitas gargalha-

das do telespectador.

Logo no primeiro episódio deste

ano, o público vai ver que as férias de

Sueli e Fátima foram um verdadeiro de-

sastre e os relacionamentos delas estão

em crise. “Na nova temporada, a Fáti-

ma e a Sueli estão separadas, mas conti-

nuam emboladas com os antigos mari-

dos. A situação se complica principal-

mente com a chegada dos novos perso-

nagens, como o Leléu (Felipe Abib) e a

Márcia (Malu Galli), que entram na vi-

da dos ex-casais e formam novos triân-

gulos amorosos”, adianta Andréa

Beltrão.

Tudo começa com Armane, que

abandona Fátima durante a viagem.

Sua loja pega fogo e ele logo desconfia

de sua ex-mulher, Clotilde. O estabele-

cimento não tinha seguro e o advogado

Tavares (Kiko Mascarenhas), represen-

tando o pai de Clotilde, faz uma propos-

ta irrecusável: ele quer financiar a re-

construção da loja, desde que o comer-

ciante se case novamente com Clotilde.

Confusão à vista, já que, como todos sa-

bem, Fátima odeia a “barata cascuda”.

Já Jorge culpa Fátima por ter arrui-

nado sua viagem com Sueli, pois ela fi-

cou se lamentando após ter sido aban-

donada por Armane Ao retornar à Co-

pacabana, o dono da boate La Conga en-

contra Márcia, mãe de Bia (Malu Rodri-

gues) em sua casa. Ela foi despejada e a

filha a acolheu. A presença de Márcia

será um incômodo maior para Sueli,

pois ela preencherá o papel de dona de

casa que um dia foi seu.

A situação vai ficar muito embaraço-

sa para o empresário, que ameaçará co-

locar Márcia para fora de casa, mas Bia

não vai deixar isso acontecer.

Fátima e Sueli mais uma vez estão

enroladas financeiramente e voltam pa-

ra seus empregos na Djalma Noivas em

busca do generoso chefe Djalma (Otá-

vio Muller), só que mais uma novidade

mudará a rotina delas. Flavinha (Fer-

nanda de Freitas) agora assume o co-

mando da loja. Após o infarto, Djalma

decidiu se afastar de qualquer estresse.

Além de as amigas não consegui-

rem a grana adiantada de que precisa-

vam, as duas vão ter o aluguel do

apartamento reajustado. “Elas vol-

tam para o subúrbio, vão morar no

Méier. Eu adorei! As duas persona-

gens precisam pegar o ônibus, tem

problema na hora de pagar a conta,

perdem o celular. Do ponto de vista

de dramaturgia, é um complicador

que deixa a trama mais engraçada”,

confidencia Fernanda Torres.

Em meio ao caos que elas passam,

Chalita (Flávio Migliaccio) assume o

apartamento delas para que sua mu-

lher, Lucilene (Natália Lage), more no

local. Porém, o casamento é de facha-

da. Trata-se de um negócio para que o

comerciante não seja mandado de volta

para o Líbano. Só que Chalita tem o co-

ração mole e vai se apaixonar e fazer to-

das as vontades da moça. Para compli-

car mais ainda a história, Lucilene arru-

ma um novo namorado, Leléu, que é ex

de Fátima.

Mauricio Farias, diretor-geral de

“Tapas & Beijos”, afirma que essa tem-

porada será melhor que as anteriores.

“Neste ano a gente terá uma temporada

ainda melhor, resultado natural do nos-

so trabalho. É um grupo muito talento-

so e muito experiente também. Todos

são unidos, participativos, integrados e

acho que isso trará certamente um resul-

tado melhor ainda”, observa.

A série “Tapas & Beijos” continua

com exibição nas noites de terça-feira,

sempre após a novela “Salve Jorge”. �

Risoem alta frequência

Andréa Beltrão e Fernanda Torres vivem as inseparáveis amigas Sueli e Fátima na série

TV Globo/Divulgação

TV - 20 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 21: Bem estar querer e poder 31 03-13

“Eu me recupero com oração”, diz Laryssa Dias a respeito

de sua personagem em “Salve Jorge”, Waleska

Agência Estado

Enquanto personagens me-

dianos da trama de “Salve Jor-

ge” simplesmente desaparece-

ram, outros pequenos foram ga-

nhando cada vez mais espaço e

roubaram a cena. Esse é o caso

de Waleska, garota de progra-

ma brasileira que aceitou uma

vantajosa oferta de Wanda (To-

tia Meirelles) para trabalhar na

Turquia e acabou como mais

uma vítima do tráfico interna-

cional de pessoas. Por trás do

drama da moça está a atriz La-

ryssa Dias, de 29 anos, que vive

o sonho de trabalhar em sua pri-

meira novela. Mas essa não é a

única experiência profissional

de Laryssa com roteiros que en-

volvem o mundo do crime. An-

tes de ser descoberta por Glória

Perez, a bela participou de

duas temporadas da série poli-

cial “9MM São Paulo”, do ca-

nal Fox. Lá, ela deu vida à

Núbia, personagem que teve

um caso com o policial protago-

nista da série e também com

um traficante de drogas. Em

uma entrevista exclusiva, La-

ryssa conta sobre seu início na

carreira artística e sobre o privi-

légio de estrear em uma novela

no horário nobre da TV Globo.

Pergunta - Como você op-tou pela carreira de atriz?

Laryssa Dias - Comecei a

despontar para a área artística

bem novinha, com apenas cin-

co anos. Fazia aulas de lamba-

da, jazz, balé e aprendi a cantar

com meu pai, que toca violão e

guitarra. Ele tocava e eu canta-

va. Mais tarde, aos 10 anos, co-

mecei a me interessar muito

por novelas e peças infantis.

Costumava brincar de fazer ce-

nas com minhas amigas do pré-

dio no qual morávamos. Era tu-

do improviso, uma diversão.

Aos 12 anos pedi aos meus pais

para fazer teatro e eles me ma-

tricularam na “Casa do Tea-

tro”, em São Paulo, com super-

visão da atriz Lígia Cortez. Nes-

te momento, com esta idade, de-

cidi que seria atriz.

Pergunta - Você começouna série “9MM São Paulo”,do canal FOX. Como foi fazeruma série policial?

Laryssa - Sim, esta série po-

licial foi meu primeiro traba-

lho profissional como atriz.

Era recém-formada em artes cê-

nicas, fui chamada para um tes-

te e aprovada. Foi maravilhoso.

Eu aprendi muito e trabalhei

com profissionais geniais. Con-

sidero um trabalho inicial im-

portante para minha carreira.

Pergunta - Como o papelda Waleska chegou até você?

Laryssa - Eu fui chamada

para fazer um teste para a perso-

nagem. Um mês depois, recebi a

notícia que a direção da novela e a

autora tinham me aprovado.

Pergunta - E como foi o la-boratório para compor a per-sonagem? Você se inspirouem alguém?

Laryssa - Ah, foi intenso.

Tive que me aprofundar e co-

nhecer de perto dois universos:

o da prostituição e o do tráfico

de pessoas. Participei de

workshops, assisti a filmes e do-

cumentários, visitei casas no-

turnas variadas. Também con-

versei com ex-traficadas, com

os familiares delas, com delega-

dos, responsáveis por ONGS e

com muitas meninas que tra-

balham como garota de pro-

grama. Precisei entender

quais as motivações, sonhos e

pensamento destas garotas.

Não me inspirei em ninguém,

mas reuni esse material todo e

comecei a procurar a Wa-

leska, até descobri-la.

Pergunta - Quais livros efilmes ajudaram mais nesteprocesso?

Laryssa - Foi importante

para a construção da persona-

gem o livro ‘O Ano em que Tra-

fiquei Mulheres’, de Antonio

Salas. E os filmes ‘Tráfico Hu-

mano’, ‘A informante’ e ‘Lilya

4-ever’.

Pergunta - Você esperavaque a Waleska crescesse natrama?

Laryssa - Sim, porque ela

é uma figura que representa

bem o núcleo das traficadas.

Eu sou apaixonada por ela,

pela sua força.

Pergunta - Como é a rea-ção do público ao drama daWaleska?

Laryssa - É comovente. Di-

ria que é um reconhecimento

participativo. Onde estou, sou

abordada com sugestões de fuga

ou de vingança. Isso mostra o

quanto o público abraçou a causa,

está atento e discutindo este te-

ma. A novela traz informação à so-

ciedade. E a informação é uma

ferramenta poderosa.

Pergunta -Cenas deabuso fí-sico e emocional tocam você?

Laryssa - A maioria das ce-

nas do meu núcleo costuma ser

tensa. Muitas vezes saio do es-

túdio de gravações profunda-

mente tocada. Mas entendo

que faz parte do meu traba-

lho e após um tempo, uma

oração, um banho de mar, eu

me recupero.

Pergunta - Qual a cenamais difícil que você fez atéagora?

Laryssa - Acho que a cena

mais difícil foi a despedida da

Jéssica (Carolina Dieckmann)

e da Morena (Nanda Costa). A

Waleska criou laços com elas e

a volta ao Brasil era em condi-

ções extremas. Senti muito me-

do por elas. Foi muito triste e

difícil me despedir.

Pergunta - Como é gravarcom ícones como Vera Fis-cher, Totia Meirelles ou mes-mo Carolina Dieckmann?

Laryssa - Maravilhoso. To-

das são colegas queridas e gene-

rosas. Com a Carol tive mais

convivência. Ela foi uma parcei-

ra muito presente. Quando sou-

be, no primeiro dia de grava-

ção, que era a minha primeira

novela, ela disse: “Sério? Pode

contar comigo!”. Aprendi mui-

to com ela.

Pergunta - Você é de SãoPaulo, mas grava no Rio de Ja-neiro. Como tem feito?

Laryssa - Viajo toda sema-

na para gravar no Rio de Janei-

ro e retorno aos finais de sema-

na para São Paulo. É uma corre-

ria boa

Pergunta - Quais os planospara o fim da novela. Preten-de tirar férias ou possui al-gum projeto engatilhado?

Laryssa - Trabalhar e estudar.

Nãoseiaocertocomoficarãoascoi-

sas.Cinemaealgunscursosnoexte-

rior estão em meus planos tam-

bém. Quero novos desafios e novas

oportunidades. �

Conversa

ANDAR COM FÉ

“A novela traz

informação à

sociedade. E a

informação é

uma ferramenta

poderosa”,

defende a atriz

TV Globo/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 21 - TV

Page 22: Bem estar querer e poder 31 03-13

MALHAÇÃO - 17H45

Segunda-feira - Nando conta pa-

ra Roberta que foi sequestrado.

Juliana fala para Fábio que se

casará com Nando. Domingui-

nhos lembra a Charlô que todos

os homens da família possuem

uma marca de nascença. Rober-

ta não acredita em Nando e o

manda embora de sua casa. Ki-

ko confirma a história de Nan-

do, e Roberta decide procurá-lo.

Semíramis pede para Ulisses

voltar para casa. Lucilene expli-

ca a Kiko sua ideia para que ele

conquiste Frô. Nando se esfor-

ça para contar a Roberta que vai

se casar com Juliana. Charlô es-

tranha ao ver Dominguinhos

com medo de tempestade.

Charlô e Dominguinhos ficam ca-

da vez mais próximos.

Terça-feira - Nando e Roberta

conversam emocionados. Vânia

vai atrás de Ulisses na acade-

mia. Kiko aceita o plano de Luci-

lene e Dalete. Semíramis não

deixa Frô entrar em casa. Nan-

do se despede de Roberta. Feli-

pe afirma que irá desmascarar

Nando. Nando elogia Roberta

para Ulisses. Vânia tenta se en-

tender com Lucilene. Carolina in-

sinua a Nieta que Felipe está in-

teressado em Roberta. Nenê

beija Charlô na frente de Domin-

guinhos. Juliana aparece de-

pois que Nando rasga o cheque

de Felipe.

Quarta-feira - Juliana faz as pa-

zes com Nando e volta para a ca-

sa de Felipe. Olívia revela para

Charlô que Dominguinhos não

gostou de vê-la beijar Nenê. Isa-

dora combina com Ronaldo de

testar Carolina. Kiko conversa

com Ronaldo sobre o plano de

Lucilene. Charlô e Roberta traba-

lham juntas. Vânia tem uma

ideia para ajudar Nando a voltar

a ser modelo. Kiko arma para ci-

ma dos publicitários. Juliana

procura Roberta.

Quinta-feira - Juliana pede per-

dão a Roberta. Kiko conta para

Ary e Iracema que colocou uma

poção em suas bebidas. Domin-

guinhos garante a Olívia que pro-

vará para Charlô que não é Otá-

vio. Frô dá a boneca russa para

Juliana e Nando. Kiko convence

Roberta a ir com ele à festa de

noivado de Nando e Juliana. Do-

minguinhos ouve Zenon falar

com Olívia que usará a poção de

Kiko em sua bebida. Roberta

chega à festa e Juliana fica inco-

modada com o comportamento

de Nando.

Sexta-feira - Frô avista Kiko e

não o reconhece. Manoela e

Ciça convidam Fábio para jan-

tar. Nieta percebe que Carolina

tem vergonha dela. Ciça pede

para Fábio ficar com Manoela.

Felipe vai à festa de noivado de

Juliana. Fábio fala para Manoe-

la que gosta de tê-la como ami-

ga. Dominguinhos vê Olívia e

Zenon prepararem uma bebida

para ele. Felipe se enfurece ao

ver Nando, e Roberta tenta

contê-lo. Dominguinhos não

consegue trocar a taça que es-

tá com Olívia. Roberta sai com

Felipe da festa. Juliana e Nan-

do discutem sobre o local onde

passarão a noite.

Sábado - Zenon entrega a Do-

minguinhos a taça preparada pa-

ra ele. Nando não aceita morar

no apartamento de Juliana. Do-

minguinhos consegue trocar

sua taça. Roberta leva Felipe pa-

ra dançar. Nando chega à casa

de Ulisses e se surpreende ao

encontrar Analú. Nando chega

ao apartamento de Juliana e os

dois fazem as pazes. Dino rece-

be o resultado da perícia feita

no spray. Roberta desconfia

de que os diamantes estejam

na boneca russa. Dino pres-

siona Carolina para saber se

foi ela quem sabotou o desfile

de Roberta.

FLOR DO CARIBE - 18H15

Segunda-feira - Cassiano e Du-

que conseguem fugir em direção

à mata, mas são perseguidos pe-

los capangas de Dom Rafael. Do-

nato percebe a dificuldade que te-

rá para ser aceito pelos pescado-

res. Hélio encontra Donato e con-

ta ao pai que é assistente da dire-

toria do Grupo Albuquerque. Dio-

nísio discute com Alberto sobre a

desativação da mina. Alberto não

concorda com a análise de Hélio

sobre a situação da mina e acaba

discutindo com Dionísio. Cassia-

no faz um pouso forçado no meio

do pasto. Cassiano e Duque atra-

vessam o pântano e são sur-

preendidos por um crocodilo.

Terça-feira - Isabel aceita o convi-

te de Ciro, Amadeu e Rodrigo pa-

ra conhecer sua casa. Cassiano

colhe uma flor do Caribe para dar

a Ester quando chegar ao Brasil.

Bibiana tenta animar Donato Cas-

siano e Duque conseguem embar-

car em um ônibus que passa pela

estrada. Dom Rafael manda os

capangas procurarem Cassiano e

Duque. Donato discute com Hé-

lio. Amaralina oferece ajuda para

esconder Cassiano e Duque em

uma casa noturna. Isabel avisa a

Rodrigo e aos amigos da repúbli-

ca que vai morar com eles. Cas-

siano fica encantado ao ver Cris-

tal dançando na casa noturna.

Quarta-feira - Cassiano e Duque

reconhecem a filha de Dom Ra-

fael Ciro cede seu quarto para Isa-

bel. Dom Rafael sente saudades

da filha. Cristal beija Cassiano.

Cristal avisa a Cassiano e Duque

que tentará ajudá-los a voltar pa-

ra o Brasil. Alberto reclama com

Ester por sua ausência de casa.

Rodrigo, Ciro e Amadeu ficam sur-

presos aos descobrir que Isabel

é tenente da aeronáutica. Cristal

avisa a Cassiano e Duque que

conseguiu que eles embarcas-

sem em um navio mercante para

o Brasil.

Quinta-feira - Hélio entrega um

cheque a Bibiana para pagar o

barco de Donato, e pede à mãe

segredo sobre a origem do dinhei-

ro Alberto fica zangado com Ester

ao perceber que foi ela quem tra-

mou a prisão de seus clientes.

Cristal aconselha Cassiano e Du-

que a se esconderem até sua par-

tida para o Brasil. Duque e Cas-

siano se disfarçam como dançari-

nas para escapar dos capangas

de Dom Rafael. Ester chama Al-

berto para conversarem.

Sexta-feira - Ester tenta conver-

sar com Alberto, mas o empresá-

rio prefere não confrontá-la. Cris-

tal oferece dinheiro para ajudar

Cassiano e Duque. Ester se emo-

ciona ao se recordar de Cassia-

no. Natália conhece Juliano. Cas-

siano e Duque resolvem pegar

um ônibus para ir até o navio mer-

cante que os levará para o Brasil.

Ariana some e Candinho se de-

sespera. Cassiano e Duque em-

barcam no navio mercante. Alber-

to pede perdão a Ester. Duque diz

a Cassiano que está preocupado

com Amaralina. Cassiano e Du-

que são surpreendidos com a pre-

sença de Amaralina no navio.

Sábado - Amaralina avisa a Du-

que e Cassiano sobre a presença

do avô no Brasil, e resolve dividir

a cabine do navio com eles. Julia-

no leva um peixe para Natália. Es-

ter discute com Dionísio por ele

não aceitar que William brinque

com seus bisnetos. Taís tenta

convencer Ester a esquecer

Cassiano. Quirino pede satisfa-

ções a Dionísio sobre o modo

como ele tratou William. Quiri-

no pede demissão. Chico deixa

a família impaciente ao afirmar

que Cassiano voltará. Candi-

nho viaja em busca de Ariana.

Segunda-feira - Alemão ameaça

Lia e a aconselha a garota a não

se envolver na relação de Vitor e

Sal. Marcela conta para Lorenzo

que discutiu com Raquel na fren-

te de Lia. Fatinha acolhe Lia no

hostel. Lia conta a verdade para

Vitor sobre a conversa que teve

com Alemão e pede que o namo-

rado acredite nela. Alemão e Cai-

xote voltam para Brasília. Lia diz

a Gil e Marcela que não se sente

bem para ir ao colégio. Orelha

propõe fazer um filme baseado

nos textos do caderno de Morga-

na e convoca Pilha como protago-

nista. Marcela e Isabela pensam

em arrumar um namorado para

Raquel. Rita convida Fera para

voltarem a estudar juntos. Vitor

procura Olavo.

Terça-feira - Vitor conta toda a ver-

dade sobre seu caso para Olavo,

que o orienta a se afastar de Lia.

Raquel discute com Lorenzo por

causa de Marcela. Olavo confron-

ta Sal e revela que Vitor já contou

toda a verdade. Isabela conven-

ce Leandro a adotarem uma

criança. Sal provoca Bruno e Fati-

nha. Vitor e Sal se enfrentam,

mas Axel aparta a discussão.

Marcela convoca Lia para arru-

mar seu quarto novo. Marcela faz

perguntas sobre Raquel para Lia,

que fica intrigada. Vitor termina o

namoro com Lia.

Quarta-feira - Lia se desespera

com a decisão de Vitor, e os

dois acabam discutindo. Bruno

é designado para trabalhar com

Elisa, sua concorrente direta no

trabalho. Marcela consola Lia.

Sal conversa com Vitor, que avi-

sa ao irmão que voltará para Bra-

sília. Lia decide ir atrás de Vitor,

mas acaba cruzando com Sal,

que aconselha a garota a desis-

tir de seu irmão. Olavo insinua

que Vitor pode ter problemas

com a justiça ao voltar para Bra-

sília. Bruno pensa no Misturama

como espaço para a festa de fim

de ano da agência onde traba-

lha, mas Elisa discorda. Vitor

procura Lia e Sal vê os dois jun-

tos. Fatinha vê Bruno com Elisa.

Vitor e Lia preparam uma noite

especial de despedida.

Quinta-feira - Lia fica apreensiva

de estar em um local afastado

com Vitor, mas fica feliz ao lado

dele. Elisa provoca Fatinha, que

repreende Bruno. Fera e Rita con-

versam sobre os pais do menino.

Bruno tem dúvidas sobre sua vo-

cação profissional, mas se con-

centra em conseguir o emprego

na agência. Vitor deixa Lia em ca-

sa e os dois se despedem. Rômu-

lo chega ao Misturama e encontra

Paulina. Tatá brinca de pique-es-

conde com Juca, quando se as-

susta e pede ajuda a Lia.

Sexta-feira - Lia descobre que Ta-

tá entrou na puberdade e tranquili-

za a irmã. Rômulo pede perdão aPaulina. Olavo diz a Sal que sepreocupa com ele. Fatinha contapara Bruno que Elisa a adicionoucomo amiga em sua rede social.Lia, Paulina e Raquel brincamcom Tatá, que fica envergonhada.Olavo pede para conversar comRaquel, mas Lia impede. Fatinhae Pilha conquistam os papéis deprotagonistas do filme de Orelhae Morgana. Elisa entrega o convi-te da festa da agência para Fati-nha, que fica confusa com a atitu-de da menina. Raquel recebe no-vo presente do suposto admira-dor secreto. Fatinha se recusaa dar um beijo em Pilha e desis-te de estrelar o filme. Sal inves-te em Lia.

Resumo das novelas

GLOBO

GUERRA DOS SEXOS - 19H30

TV - 22 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 23: Bem estar querer e poder 31 03-13

Segunda-feira - Norberto avisa queArnaudnãopodefalharaomatarDa-nilo e ordena que sequestre Taís.Adriana teme não se adaptar ao es-critório de advocacia e Eduardo acontrata como secretária particular.Taísavisaquevai ao lançamentodolivro de Danilo e Abigail se revolta.Horácio diz que Norma deve ir a Pin-damonhangaba dentro de uma se-mana, deixando Breno e Patrick as-sustados.Arnaudacerta fatalmenteDanilo, assim que ele termina seudiscurso. Isabel o ampara. EduardoprocuraTaís,masFabianacarregaaadolescentepara fora da livraria.Terça-feira - Norberto comemoraquando Fabiana avisa que Arnaud

matou Danilo e raptou Taís. Horáciopressiona Norma e diz que a jovemdeve secasar com Breno antesquesuagravidezapareça.Eduardoe Isa-belnotamosumiçodeTaíse,deses-perados, acusam Fabiana. O donoda pastelaria tem os braços imobili-zadosesua filhao impedede irparaacasadeCremilda.Abigail ficaaflitaao saber do sequestro de Taís e bri-gacomÁlvaro.NorbertoprendeTaísem um calabouço e vigia a meninaenquantoa tortura.Quarta-feira - Taís enfrenta Norbertoe Fabiana fica pasma com a torturado vilão. Cremilda briga com Osório,que finge ter sidoespancado pelo ir-mão gêmeo. Norberto resolve mos-

trar as imagens de Taís presa e usao blog da adolescente para a exibi-çãoemtemporeal.LuizaconsolaAn-dré, os dois se beijam e Josefina seassusta ao ver o casal. Arthur tentaassediar Norma, que ameaça baternopatrão.Aempregadaescapagra-çasà visita de Lígia, que pede ajudaao ex-marido para encontrar Norber-to.Norma pede demissão e Lígia fi-ca furiosa ao saber que Arthur estáassediando a empregada domésti-ca. Diva e Dóris são surpreendidaspela visita da polícia.Quinta-feira - Isabel se desesperaao ver Taís aprisionada e decide ir àpolícia. Marcos e Rafael criam ummanifesto na internet para libertar

Taís. Patrick se prepara para o “GotTalent” e, apesar dos percalços,passa para a próxima fase. Mirelae Vicente comemoram o burburi-nho da campanha “Libertem aTaís”, mas Marcos sofre ao pen-sar na jovem. Os dois acabam sebeijando. Norberto pede que os in-ternautasdecidam se Taís deve ounão viver. Isabel sofre ao ver a en-quete. Eduardo comprova que avozdo vídeo é deNorberto, quandoé surpreendido pelas acusaçõesde Abigail. Angustiado, André diz àCatarina que pretende se mudardo apartamento.Sexta-feira - Norberto finge não sa-ber o paradeiro de Taís e Arthur en-

frentaofilho.EduardocontaqueAbi-gail foi presa e Isabel fica perplexa.Dóristentaaparecerduranteagrava-ção de “Socorro Paquetá”, mas ZéMariabrigaediz queela éapenas fi-gurante.Norberto promete não ma-tar Taís e garante a Arthur que vaise livrar da menina. Isabel discu-te com Eduardo e os dois se es-pantam ao ver que o vídeo deTaís parou de ser exibido. Lucastenta consolar Catarina, que con-fessa se sentir sozinha e os doistrocam um beijo apaixonado. Lui-za se surpreende ao ver André,quando Marlene apresenta PedroHenrique à filha, deixando o fotó-grafo enciumado.

Segunda-feira - Graça parte para ci-madeSuzanaeachamaparabriga.Os alunos do quinto ano chamamValériadeperiguete,ela fica furiosa.Davi leva Valéria para casa e volta apedi-la em namoro. Jaime chega epergunta o que está acontecendo.Ele defende Cirilo. Ao ver Maria Joa-quina e Jorge humilhando Cirilo, Jai-meosameaça.Laurapuxaocabelode Maria Joaquina ao saber que elamaltratou Cirilo. Olívia chega ao pá-tio e flagra osalunos brigando.Terça-feira - Renê dá um beijo emHelena na sala de aula. Ela ficaapreensiva. Ele a pede em namoro.

Ela aceita. Olívia leva os alunos quebrigaram para a diretoria. Renê estána casa de Helena, Suzana chega ediz que sente a falta da amizade de-les, quer reparar oserros quecome-teu. Jorge comenta com Maria Joa-quina que devia ter feito uma letrafeia na carta, pois a letra de Cirilo éum garrancho. José revela a Miguelque Cirilo sofre muito com o jeitoque Maria Joaquina o trata. Ele per-gunta a Miguel se Maria Joaquina éracista.Quarta-feira -MiguelvaiàcasadeCi-rilo e entrega a ele carta escrita porMaria Joaquina pedindo desculpas.

Natália está em casa, sente doresfortes e desmaia. Rabito corre até aescola e começa a latir. Mário tentaajudar Natália como pode. Ele fazchá para a madrasta. As dores deNatália pioram, ela pede para Máriobuscar ajuda. O garoto vai à casada professora Helena. Ao ver Natá-lia gemendo de dor, Helena se de-sespera.Mário vai ao hospital bus-car Dr. Miguel. Natália é levada deambulância para o hospital. Márioentrega flores para Natália, que obeijaepedeperdãoportersido injus-ta tantas vezes.Quinta-feira - Na escola, todos co-

mentam que Mário salvou sua ma-drasta. Ao chegar à escola, Mário éaplaudido pela turma. Cirilo entregaacartaquerecebeudeMariaJoaqui-na a Valéria e Alícia, para elas mos-trarem a todos os alunosda escola.Os alunos elogiam a atitude de Ma-riaJoaquina,masapatricinhafica fu-riosa. Jorge conta a Daniel e Davique Maria Joaquina foi obrigada pe-lopai aescreveracarta. Jaime,Davie Daniel ameaçam Jorge, caso elefale a verdade a Cirilo. Jaime dá umempurrãoemJorge, que cai e diz terbatido a cabeça Olívia os flagra bri-gando e os leva para a diretoria. Olí-via perguntaqual o motivoda briga.

Sexta-feira - Helena conversa com

RafaeleJaimenasaladosprofesso-

res.Elaapoiapaie filho.Ricardo,pai

de Valéria, recebe a notícia de que

sua empresa vai entrar em falência.

Rosa comenta que está preocupa-

dacomValéria.Ricardoafirmaqueo

melhor é poupar Valéria do pesade-

lo. Os alunos se juntam para conse-

guir os tecidos para Valéria confec-

cionar os vestidos. Roberto, Paula,

Rafaelestranhamofatodesuasrou-

pasapareceremcortadas.Nodiase-

guinte,Valéria recebeosretalhosde

tecidosde amigos.

Segunda-feira - Helô explica co-

mo seria a participação de Shei-

la na investigação. Lurdinha per-

gunta se Sidney tem alguma notí-

cia sobre a pulseirinha de sua ir-

mã que divulgou no site. Rayan-

ne conta para Delzuite o que des-

cobriu sobre Pescoço. Sheila

aceita ajudar Helô. Morena foge

do esconderijo. Wanda se encon-

tra com Nunes, que tenta avisar

a Helô sobre a presença dela.

Demir revela para Zyah que Bian-

ca não deixou a Capadócia. Es-

ma não concorda que Ayla desa-

fie a rival. Wanda tenta conven-

cer Nunes de sua inocência e o

ameaça para impedi-lo de cha-

mar Helô. Theo vê Morena na

igreja de São Jorge.

Terça-feira - Theo e Morena se

beijam. Nunes consegue falar

com Helô. Lívia repreende Wan-

da por ter ido atrás do coronel.

Lucimar descobre que a filha fu-

giu. Érica e Áurea se preocupam

com o sumiço de Theo. Helô e

Barros procuram Morena na ca-

sa de Theo. Morena volta para o

esconderijo e Lucimar a repreen-

de. Aída convida Antônia para

seu casamento. Delzuite afirma

que não reatará após a traição

de Pescoço. Lurdinha entra em

contato com Aisha pela internet.

Zyah observa Bianca dançar no

restaurante. Os capangas de

Mustafá sequestram Russo.

Márcia fala para Theo que acredi-

ta que Érica esteja grávida.

Quarta-feira - Theo fica abalado

com a possível gravidez de Éri-

ca. Mustafá questiona Russo so-

bre Morena. Waleska fala para

Almir sobre as meninas trafica-

das. Russo promete se vingar

de Mustafá. Carlos comunica a

Leonor que sairá de casa depois

do casamento de Aída. Um poli-

cial avisa a Ricardo que Wanda

chegou ao hotel onde Lívia está.

Lurdinha avisa a Delzuite que

ela e Aisha farão um teste de

DNA. Theo revela para Helô que

Lívia guarda seringas em sua

bolsa.

Quinta-feira - Helô afirma para Ri-

cardo que Lívia assassinou Jés-

sica e Raquel. Lurdinha não dei-

xa que Aisha veja que ela mora

em uma comunidade. Mustafá

fala para a filha que eles irão pa-

ra o Brasil. Os capangas de Rus-

so observam Sarila com o neto

no colo. Antônia e Celso discu-

tem na frente do juiz. Helô obser-

va a bolsa de Lívia no casamen-

to de Aída e Nunes. Zyah e Bian-

ca se beijam na caverna. Os ca-

pangas de Russo cercam a casa

de Esma e Kemal. Tamar desco-

bre que seu bebê não está no

berço.

Sexta-feira - Sarila invade as ca-

sas dos vizinhos à procura do ne-

to. Zyah e Bianca se declaram

um para o outro. Amanda se en-

furece com a presença de Antô-

nia no casamento de Aída. Helô

percebe a tensão de Lívia ao fa-

lar de Theo. Lucimar fala para

Morena que Wanda está no Rio

de Janeiro. Amanda entrega a Aí-

da o pendrive que recebeu de Yo-

landa. Lívia vai à casa de Theo e

ele se recusa a falar com ela.

Mustafá descobre que o filho de

Demir foi raptado e percebe o re-

cado de Russo. Sarila ofendeBianca e Zyah tenta defendê-la.Lurdinha comenta com Sheilaque Vanúbia foi chamada paradançar fora do Brasil. O bebê deTamar volta misteriosamente pa-ra casa e todos comemoram.Theo procura Lívia.Sábado - Theo pede para Lívianunca mais procurá-lo. Lívia diza Stenio que foi agredida porTheo e o denuncia. Helô questio-na Theo sobre seu envolvimentocom Lívia. Rosângela marca en-contro com Vanúbia. Mustafá es-tranha a presença de Bianca norestaurante de Cyla. Sarila en-contra algo na manta de seu ne-to e fica intrigada. Theo não con-segue contar para Érica que es-teve com Lívia e decide dormirno regimento. Morena e Theo seencontram.

Resumo das novelas

BALACOBACO - 22H30

CARROSSEL - 20H30

SALVE JORGE - 21H00

GLOBO

RECORD

SBT

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 23 - TV

Page 24: Bem estar querer e poder 31 03-13

Turismo

ROMA DEROMA DEBERNINIBERNINI

TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 25: Bem estar querer e poder 31 03-13

Obras do artista que criou a Praça de São Pedro, no Vaticano,

se espalham por monumentos famosos na capital italiana

Agência O Globo

Você pode até não saber,

mas viu muito Gian Lorenzo

Bernini ao longo dos últimos

dias, quando o processo de es-

colha do papa Francisco do-

minou o noticiário. Se as câ-

meras focalizavam a Praça

São Pedro, com seu impres-

sionante conjunto de 284 co-

lunas jônicas formando uma

espécie de abraço em frente à

sacada mais vigiada de Ro-

ma, lá estava Bernini.

Se alguma imagem mostra-

va o interior da Basílica de São

Pedro, inevitavelmente Berni-

ni aparecia. Ao longo da maior

parte do século 17 nenhum ar-

tista foi tão importante em Ro-

ma quanto este napolitano, que

prestou serviços a oito papas di-

ferentes e deixou sua marca por

toda a cidade.

São dele a Fontana dei Quat-

tro Fiumi, a igreja de San’An-

drea al Quirinare, o obelisco da

Piazza della Minerva (do ele-

fantinho) e a escultura Apolo e

Dafne, uma das estrelas da im-

perdível Galleria Borghese.

Suas obras estão espalhadas pe-

los pontos turísticos obrigató-

rios, mas justificam um roteiro

próprio.

A Fontana dei Quattro

Fiumi é a mais bonita

da Piazza Navona

Agência

OG

lobo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 25 - TURISMO

Page 26: Bem estar querer e poder 31 03-13

Escultor e arquiteto mais importante

do barroco italiano, Bernini inspira

um roteiro artístico por ruas e praças

de Roma e do Vaticano

Agência O Globo

Recomenda-se usar sapatos

confortáveis para fazer a pé o ro-

teiro pelas principais obras de

Gian Lorenzo Bernini em Ro-

ma e no Vaticano, que pode ser

cumprido em único dia.

O artista napolitano, nasci-

do em 1589, era filho do tam-

bém escultor Pietro Bernini e

cuja carreira se prolongou por

60 anos.

A Roma de Bernini é na

realidade a área mais nobre

da cidade no século 17, onde

viviam nobres, altos comer-

ciantes, membros do alto cle-

ro e Papas, estes os principais

mecenas do artista.

Um de seus maiores admi-

radores foi Urbano 8˚, que lhe

encomendou, em 1624, uma

de suas obras mais conhecidas,

o baldaquino da Basílica de

São Pedro.

As quatro colunas retorci-

das (numa alusão às colunas

salomônicas) estão sobre o tú-

mulo de São Pedro, no centro

da nave principal. O bronze, es-

curo e dourado, usado nas colu-

nas foi retirado do teto do

Panteão.

Na época, diziam: “O que

os bárbaros não fizeram, Bar-

berini fez”, em alusão ao no-

me de batismo do Papa Ma-

ffeo Barberini.

As colunas, retorcidas e

cheias de detalhes são um dos

maiores exemplos da estética

do barroco italiano, movi-

mento do qual Bernini foi o

maior expoente.

O baldaquino não é a única

obra de Bernini na basílica. Ele

foi o encarregado da decoração

da nave principal da versão

atual da igreja, concluída em

1626, após 120 anos de refor-

mas. São de Bernini a cadeira

de São Pedro, no fundo do al-

tar, um trono que conteria os

restos da cadeira usada pelo

apóstolo; as estátuas de São

Longuinho e de Constantino, o

primeiro imperador romano

cristão; o baixo relevo sob a

porta principal; o túmulo da

condessa Matilda; e a Capela

do Santíssimo Sacramento,

além da restauração da Escada

Régia, que liga a basílica ao Pa-

lácio Apostólico.

Urbano 8º encomendou ain-

da um túmulo para ele próprio,

em bronze dourado e mármo-

re. Outro túmulo célebre da

basílica é o de Alexandre 7º. A

obra, com vários tons de már-

more, traz um esqueleto de

bronze cercado pelas figuras da

Verdade, da Justiça, da Prudên-

cia e da Caridade.

Bernini tinha razão em ca-

prichar no monumento em me-

mória ao Papa que encomen-

dou a ele uma de suas obras

mais notáveis, a colunata da

Praça de São Pedro, em 1656.

Como dois braços, as galerias

se tornaram um dos ícones do

Vaticano.

No alto, 140 imagens de Pa-

pas, santos e mártires católicos

desenhados por Bernini e escul-

pidos por outros artistas.

Roma

Os papas como mecenasde maiores obras

Estátua de São Longuinho na Basílica de São Pedro: obras de Bernini estão espalhadas por pontos turísticos

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 27: Bem estar querer e poder 31 03-13

Alexandre 7º foi um dos maio-

res patrocinadores de Bernini,

confiando ao artista obras de

grande porte, como as realizadas

na Piazza del Popolo, as reformas

da Porta del Popolo e da da igreja

de Santa Maria del Popolo (onde

estão suas famosas esculturas dos

profetas Daniel e Abacuc).

No mesmo local, Bernini cola-

borou na finalização das igrejas

gêmeas de Santa Maria di Monte-

santo e Santa Maria dei Miracolo

e no desenho das ruas em volta, o

célebre tridente.

Deixe as colunas para trás

e siga pela Via della Concilia-

zione em direção à ponte de

Sant’Angelo, onde anjos es-

culpidos por Bernini a pedi-

do do papa Clemente 9º repre-

sentam a Paixão de Cristo.

Já do outro lado do rio Ti-

bre, pegue a aprazível Lungote-

vere Tor di Nona até a Via Giu-

seppe Zanardelli, que dá acesso

à Piazza Navona, uma das para-

das obrigatórias em qualquer

visita à cidade.

A aristocrática praça, cercada

de cafés e restaurantes convidati-

vos, chama a atenção pelo forma-

to estreito e longo (herança do an-

tigo estádio para jogos e competi-

ções que funcionava na Roma An-

tiga) e pelas três belas fontes insta-

ladas ali.

A central e mais bonita, adivi-

nhem, é de Bernini. A Fontana

dei Quattro Fiumi (Quatro Rios)

ficou pronta em 1644 e tem figu-

ras épicas, representam os rios Ni-

lo, Ganges, Prata e Danúbio.

Todas parecem se apoiar no

Obelisco Domiciano, de 17 me-

tros de altura, feito no Egito, no

século 1º, e restaurado por Berni-

ni. Quem financiou o projeto foi

o papa Inocêncio 10, da família

Pamphili, que dá nome, aliás, ao

palazzo mais imponente da pra-

ça, onde atualmente funciona a

embaixada brasileira.

É também de sua autoria a fi-

gura central da Fontana del

Moro, na parte sul da praça, fei-

ta por Giacomo della Porta um

século antes. Não muito longe

dali, mais ao sul, perto do anti-

go gueto judaico, está outra

obra de Della Porta que Berni-

ni ajudou a melhorar.

A fonte da acanhada Piazza

Mattei sofria com problemas de

pressão e Bernini foi chamado a

ajudar. Durante a reforma, ele tro-

cou os golfinhos, por onde jorra-

va a água na parte superior, por

quatro tartaruguinhas. A ideia

deu certo e acabou rebatizando a

obra, hoje conhecida como Fonta-

na delle Tartarughe.

Seguindo para o norte (Via Pa-

ganica e depois Via dei Cestari),

uma caminhada leva até outra

curiosa página da história ber-

niniana. Na Piazza della Miner-

va, em frente à igreja de Santa

Maria Sopra Minerva e atrás

do Panteão, está o Pulcino della

Minerva.

Ao contrário do que o nome

sugere, não se trata de um por-

co e sim de um pequeno elefan-

te que carrega nas costas o me-

nor dos obeliscos egípcios de

Roma, com pouco mais de cin-

co metros de altura.

Bernini é também o autor do

desenho do Palácio Montecito-

rio, a Câmara dos Deputados da

Itália, a poucos metros do

Panteão. Encomendado pelo car-

deal Ludovisi, sobrinho do pa-

pa Gregório 15, a obra foi inter-

rompida após a morte do pontí-

fice. Foi concluída anos mais

tarde, pelo ex-discípulo de Ber-

nini, Carlo Fontana. (AG)

Os anjos da

ponte do Castel

Sant’Angelo

representam a

Paixão de

Cristo

As dimensões

reduzidas do

monumento na

Piazza della

Minerva levaram

o elefante a ser

chamado de

porco

Piazza del Popolo, onde

estão algumas das

grandes obras

arquitetônicas de

Bernini em Roma

O bom patrocinador da arte

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 27 - TURISMO

Page 28: Bem estar querer e poder 31 03-13

A técnica de resumir momentos fundamentais em expressões faciais era o ponto forte de Bernini

Agência O Globo

Se os deputados italianos

hoje batem ponto num prédio

de Bernini, o presidente da Re-

pública está a poucos passos de

outra importante obra. Vizinha

ao Palácio do Quirinal, residên-

cia oficial do presidente, a igre-

ja de Sant’Andrea al Quirinal

(1670) foi construída para um

seminário jesuíta e se destaca

pelo exótico formato oval.

Da bela fachada de mármo-

re, sai um muro também curvi-

líneo que protege os jardins in-

ternos e aumenta o caráter úni-

co desta obra.

Ela é ponto de partida para

um roteiro berniniano na zona

nordeste de Roma.

Perto dali está a agitada Pia-

zza Barberini, onde duas das

primeiras fontes feitas pelo es-

cultor observam o trânsito in-

tenso. A mais famosa é a Fon-

tana del Trintone (1643). Ne-

la, Tritão, mezzo homem, me-

zzo peixe, bebe água de uma

concha, uma cena dramatica-

mente barroca.

No outro lado da praça, a

Fontana delle Api (1644) tem

uma curiosa forma de concha.

Ambas foram patrocinadas por

Urbano 8º, que já havia encarre-

gado o então jovem Bernini de

completar o palácio de sua famí-

lia, o Palazzo Barberini, em

1629, que dá nome à praça.

Hoje funciona ali o Museu

Nacional de Arte Antiga,

que, entre quadros de Carava-

ggio e Rafael, guarda ‘Davi

com a cabeça de Golias’, rara

pintura de Bernini.

Seguindo à direita está a

Piazza di Spagna onde se en-

contra, em frente à famosa esca-

daria, a Fontana della Barcac-

cia (1627), em forma de barco,

feita em parceria com Pietro

Bernini, pai de Gian Lorenzo.

A partir da Piazza Barberi-

ni se chega também à Igreja de

Santa Maria della Vittoria, no

fim da Via Barberini. Esse tem-

plo está no mapa graças ao ‘Êx-

tase de Santa Teresa’ (1646),

uma das esculturas mais rele-

vantes de Barberini.

A técnica de resumir mo-

mentos fundamentais em ex-

pressões faciais era o ponto for-

te de Bernini. E já podia ser vis-

ta desde os primeiros bustos,

como o dedicado ao bispo San-

toni, de 1615, exposto na Igreja

de Santa Praxedes, que está a

poucos metros da última para-

da do roteiro.

Foi na Basílica de Santa Ma-

ria Maggiore, no bairro do

Monti, que o escultor foi enter-

rado, em 1680.

Roma

Fontes, palacetes eexpressões reveladoras

Visitantes passeiam de

barco na Villa Borghese,

uma das principais áreas

de lazer de Roma

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 29: Bem estar querer e poder 31 03-13

Um roteiro inspirado em

Bernini não seria completo

sem a Galeria Borghese. Na ver-

dade, o museu, parte da Villa

Borghese (uma das maiores

áreas verdes da cidade), é pon-

to obrigatório para qualquer vi-

sita à capital italiana. Lá estão

algumas das esculturas mais im-

portantes de Bernini.

O palacete foi construído pe-

lo cardeal Scipione Borghese,

sobrinho do papa Paulo 5º, ati-

vo mecenas na Roma da primei-

ra metade do século 17. A

maior parte do acervo do mu-

seu foi encomendada por ele,

que financiou, entre outros, o

Davi de Bernini (1624), expos-

to na sala 2, marco do barroco

italiano.

Muitos esculpiram Davis,

inclusive Michelangelo, sem-

pre antes ou depois da batalha.

Bernini foi o primeiro a retra-

tar o momento exato em que o

herói se prepara para atirar a pe-

dra. O lábio inferior tenso e o

movimento do corpo são exem-

plos do gênio de Bernini.

A noção de movimento está

presente em outras duas escul-

turas. Em ‘Apolo e Dafne’

(1624, sala 3), Bernini mostra

Dafne se transformando em ár-

vore no instante em que Apolo

a alcança.

Outra passagem da mitolo-

gia greco-romana inspirou-o

em ‘O rapto de Proserpina’.

Bernini (1622, sala 4) conse-

gue dar um efeito impressio-

nante ao retratar as mãos de

Plutão no corpo da mulher,

que ele tenta arrastar para o

mundo inferior. Ali o mármore

parece pele de verdade.

‘A Verdade revelada pelo

Tempo’, o busto de Paulo 5º

(quem primeiro o comparou

a Michelangelo) e uma série

de autorretratos também es-

tão no museu.

Muitas obras do acervo ori-

ginal da Borghese, de Bernini e

outros artistas, foram vendi-

das por seus parentes ao Mu-

seu do Louvre. Curiosidade:

Bernini foi convidado para a

construção do museu pelo rei

Luis 14, mas seu projeto foi

reprovado. � (AG)

Serviço

A Galeria Borghese abre de terça-feira a

domingo, das 8h30 às 19h30. Os

ingressos custam 11 euros e podem

ser comprados no

site tosc.it.

Outras informações sobre o museu

estão em galleriaborghese.it.

O Davi de

Bernini

retratado no

momento da

batalha

A Fontana delle Api tem formato de concha e está na Piazza Barberini

Apolo e Dafne,

obra-prima de

Bernini, na

Galeria

Borghese

Mármore em movimento

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 29 - TURISMO

Page 30: Bem estar querer e poder 31 03-13

Localizada na América do Sul, a montanha é um ‘tepui’, espécie de platô cercado por falésias

Os amigos rio-pretenses Marciana, Luzia e João Tadeu

mais a carioca Angelina fizeram uma expedição ao Monte Rorai-

ma, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, de 3 a

13 de dezembro de 2012.

O grupo está acostumado a fazer caminhadas de longo

percurso, mas esta foi uma experiência única.

Andando por aí

Monte Roraima

Quarteto arrojado:

Marciana, Luzia,

Angelina e João Tadeu

são companheiros de

longos caminhos pelo

mundo afora, cheios

de aventura

Foto

s:Arq

uivo

pessoal

TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 31: Bem estar querer e poder 31 03-13

Formação rochosa

típica do Planalto das

Guianas

Marciana, em primeiro plano, já fez a pé o Caminho de Compostela (Espanha) e o de São Francisco (Itália)

Escalada : a montanha, de 2.810 metros, é o 2º ponto mais alto do Brasil

Um dos lugares mais antigos do planeta, o monte tem aura mística

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 / 31 - TURISMO

Page 32: Bem estar querer e poder 31 03-13

Paulo Coelho

VINTE ANOSDEPOIS: AVEFENIX

Escritor

O verdadeiro crédito

vai para aquele que

está na arena, com o

rosto sujo de poeira,

suor e sangue, lutando

com coragem

Percorrendo o caminho de Santia-

go vinte anos depois, paro em Villa-

franca Del Bierzo. Ali, uma das figu-

ras mais emblemáticas do percurso,

Jesus Jato, construiu um refúgio para

peregrinos. Vieram as pessoas da al-

deia, e achando que Jato era um bru-

xo, incendiaram o local; ele não se

deixou intimidar, e junto com Mari

Carmen, sua mulher, recomeçou tu-

do de novo – o local passou a chamar-

se Ave Fênix, o pássaro que renasce

das cinzas.

Jato é famoso por preparar a “quei-

mada”, uma espécie de bebida alcoóli-

ca de origem celta, que bebemos em

uma espécie de ritual, também celta.

Nesta noite fria de primavera, estão

no Ave Fênix uma canadense, dois

italianos, três espanhóis, e uma aus-

traliana. E Jato conta para todos um

acontecimento que ocorreu comigo

em 1986, e que não tive coragem de

colocar no livro “O Diário de um ma-

go”, certo de que os leitores não acre-

ditariam.

- Um padre local passou aqui, avi-

sando que um peregrino havia passa-

do por Villafranca naquela manhã, e

não havia chegado no Cebreiro (pró-

xima etapa), estando com toda certe-

za perdido na floresta – diz Jato. –

Fui procurá-lo, e só o encontrei às

duas horas da tarde, dormindo em

uma caverna. Era o Paulo; ao desper-

tá-lo, ele reclamou: “será que não pos-

so dormir uma simples hora neste ca-

minho?” Expliquei que não havia

dormido apenas uma hora; estava ali

há mais de um dia.

Eu me lembro como se fosse hoje:

estava sentindo-me cansado e depri-

mido, resolvi parar um pouco, desco-

bri a caverna, deitei-me no chão.

Quando abri os olhos e vi o tal sujei-

to, tinha certeza que não havia passa-

do mais de alguns minutos, porque

nem sequer me havia mexido. Até

hoje não sei exatamente como isso

aconteceu, e tampouco procuro ex-

plicações – aprendi a conviver com

o mistério.

Todos bebemos a “queimada”,

acompanhando Jato em seus

“uuuh!” enquanto ele diz os versos

ancestrais. No final, a canadense se

aproxima de mim.

- Não sou o tipo de pessoa que está

em busca de tumbas de santos, rios sa-

grados, locais de milagres ou apari-

ções. Para mim, peregrinar é cele-

brar. Tanto meu pai como minha

mãe morreram cedo, de ataque cardía-

co, e talvez eu tenha propensão para

isso.

“Portanto, como posso partir ce-

do desta vida, preciso conhecer o má-

ximo do mundo, e ter toda a alegria

que mereço”.

“Quando minha mãe morreu, eu

prometi a mim mesmo me alegrar

sempre que o sol nascesse de novo a

cada manhã. Olhar o futuro, mas nun-

ca sacrificar o presente por causa dis-

so. Quando o amor cruzasse o meu ca-

minho, sempre aceitá-lo. Viver cada

minuto, jamais adiar qualquer coisa

que possa me deixar contente.”

Lembro-me de 1986, quando tam-

bém deixei tudo de lado para fazer es-

te percurso que terminaria por mu-

dar minha vida. Naquela época, mui-

ta gente me criticou, achando que era

uma loucura – apenas minha mulher

me deu o apoio suficiente. A canaden-

se diz que o mesmo se passou com

ela, e me estende um texto que carre-

ga consigo:

- É parte de um discurso que o pre-

sidente americano Theodore Roose-

velt pronunciou na Sorbonne de Pa-

ris, no dia 23 de abril de 1910.

Leio o que está no papel:

“O crítico não conta absolutamen-

te nada: tudo que faz é apontar um de-

do acusador no momento em que o

forte sofre uma queda, ou na hora em

que o que está fazendo algo comete

um erro. O verdadeiro crédito vai pa-

ra aquele que está na arena, com o ros-

to sujo de poeira, suor, e sangue, lu-

tando com coragem”.

“O verdadeiro crédito vai para

aquele que erra, que falha, mas que

aos poucos vai acertando, porque não

existe esforço sem erro. Ele conhece

o grande entusiasmo, a grande devo-

ção, e está gastando sua energia em al-

go que vale a pena. Este é o verdadei-

ro homem, que na melhor das hipóte-

ses irá conhecer a vitória e a conquis-

ta, e que na pior das hipóteses irá

cair; mas mesmo em sua queda é gran-

de, porque viveu com coragem, e este-

ve acima daquelas almas mesquinhas

que jamais conheceram vitórias ou

derrotas.” �

32 / São José do Rio Preto, 31 de março de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO