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  • 1

    SOCIEDADE EDUCACIONAL PINHALZINHO

    HORUS FACULDADES

    Douglas Mesias Becker

    BASQUESTEBOL: ANLISE DA APLICAO DOS FUNDAMENTOS

    ASSOCIADOS AO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES.

    Pinhalzinho/ SC

    2015

  • DOUGLAS MESIAS BECKER

    BASQUETEBOL: ANLISE DA APLICAO DOS FUNDAMENTOS ASSOCIADOS

    AO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES.

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado

    Horus Faculdades como parte dos requisitos para a

    obteno do grau de licenciado em Educao Fsica.

    Orientador: Esp. Jos Ronaldo Marques

    Pinhalzinho/ SC

    2015

  • Dedico este trabalho, em especial aos meus pais,

    Hugo Jos Becker e Noemi F. Rigo Becker, ao meu

    irmo Dirlei M. Becker e minha namorada Alas T.

    Regner, pelo apoio incondicional, pela motivao e

    pela pacincia que tiveram comigo durante esta

    caminhada acadmica.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus pela fora e por sempre mostrar os caminhos

    corretos, iluminando e me impulsionando em todos os momentos. Com Sua ajuda, tive foras

    para chegar ao final dessa caminhada muito importante da minha vida. Deus me deu toda a

    coragem que eu precisava para ir alm dos meus limites; no me deixou faltar foras e

    vontade, para continuar nesta jornada mesmo tendo que caminhar 2 km para tomar o

    transporte para a faculdade, nos dois primeiros anos. Mas acredito que isso s foi um motivo

    maior para no desistir e chegar aqui onde estou.

    Aos meus pais, pois se no fosse pela insistncia e incentivo deles para dar sequncia

    aos estudos no estaria aqui escrevendo isso hoje. Ambos sero responsveis por cada sucesso

    obtido e cada degrau avanado para o resto da minha vida; ensinaram-me que apesar das

    inmeras dificuldades presentes em nossa vida, a felicidade est nos pequenos detalhes.

    Durante todos esses anos vocs tm sido para mim um grande exemplo de fora, de coragem,

    perseverana, para nunca desistir diante do primeiro obstculo encontrado. Ensinaram-me

    ainda o caminho do bem, da perseverana, da lealdade e da honestidade. Vocs so e sempre

    sero meu maior exemplo de vida de vitria, meus heris e simplesmente aqueles que mais

    amo. Obrigado por estarem sempre comigo.

    Um agradecimento especial ao meu irmo Dirlei, que alm de irmo um grande

    amigo e companheiro. Por me ajudar em inmeras vezes, por ser essa pessoa boa, de corao

    maravilhoso. Como sempre falo, se todos fossem pensar e agir como voc, o mundo seria

    diferente e melhor. Obrigado por tudo meu querido irmo mais velho, amo voc.

    Agradeo a minha namorada Alas, que conheci no meio dessa caminhada, mas no

    menos importante, por que com ela aprendi muitas coisas sobre a vida e aprendi que existe

    amor alm do amor da famlia. Ela me ajudou muito nos estudos e me incentiva sempre em

    tudo que fao; teve sempre muita pacincia comigo nas vezes que eu estava estressado por

    causa dos estudos. Obrigado, amo voc.

    Ao meu professor orientador Jos Ronaldo Marques, que muito dedicado e

    comprometido, instigou-me a pensar e resolver os problemas surgidos neste trabalho. E ao

    professor Milton, meu professor de Basquetebol da graduao, agradeo pela ajuda na

    formao do meu Trabalho de Concluso de Curso, emprestando livros e outros matrias.

  • Tambm aos demais professores que passaram o seu conhecimento nesses trs anos e

    meio. Muito obrigado por tudo.

    A todos os meus colegas um obrigado, em especial para o Alex Griebler, que alm de

    colega um amigo e parceiro, sempre disposto a ajudar e dar dicas.

  • As dificuldades que encontramos no podem ser obstculos

    e sim barreiras que se movem e nos leva rumo vitria.

    (Olinda Gremski Padilha)

  • BECKER, Douglas. Basquetebol: anlise da aplicao dos fundamentos associados ao

    desenvolvimento motor em escolares. 2015. 68 f. Trabalho de concluso de curso

    (licenciatura em Educao Fsica). Horus Faculdades, Pinhalzinho/ SC, 2015.

    RESUMO

    O presente estudo teve como principal objetivo analisar o desenvolvimento dos fundamentos

    do basquetebol e o nvel da condio motora em alunos iniciantes, crianas em idade entre

    treze a quatorze anos de uma escola da rede estadual do municpio de Maravilha. A amostra

    foi formada com 10 alunos, sendo os mesmos do sexo masculino. Foram feitos dois testes de

    coordenao motora e aplicados o pr-teste e o ps-teste. Entre os testes foram aplicadas dez

    aulas de basquetebol, trabalhando as regras, os fundamentos e o jogo, para assim avaliar a

    coordenao motora dos alunos. Nesta pesquisa utilizou-se a bateria de testes KTK

    (Korperkoordinationstest fur Kinder), desenvolvida por Kiphard e Schilling (1974). O teste

    KTK composto por quatro tarefas: Trave de Equilbrio, Salto Monopedais, Salto Lateral e

    Transferncia Sobre Plataforma. Cada teste foi avaliado conforme as tabelas em anexos. Aps

    a obteno dos resultados do Pr-teste e Ps-teste, avaliou-se o nvel da coordenao motora

    dos dez alunos em: Coordenao Alta, Boa, Normal, Perturbao na Coordenao e

    Insuficincia na Coordenao. O nvel da coordenao motora de cada aluno foi obtido

    atravs dos nmeros de escores em cada teste aplicado. Cada aluno teve quatro escores, que

    somados resultaram no Quociente Motor (QM) da tarefa. Os resultados obtidos em

    comparao com o Pr-teste e Ps-teste obtiveram uma melhora de 100%, sendo todos no

    Ps-teste em nvel de Coordenao Normal. Atravs deste teste, nota-se que as aulas de

    basquetebol na disciplina de Educao Fsica so de suma importncia para as crianas e

    jovens, pois melhoram e desenvolvem a coordenao motora dos mesmos.

    Palavras-chave: Basquetebol; Coordenao Motora; Teste KTK.

  • ABSTRACT

    This study had as the main purpose to analyze the development of basketball fundamentals

    and the level of motor condition in beginners, children between 13 and 14 years from a school

    of a state school in Maravilha, a Brazilian city in the state of Santa Catarina. The sample was

    formed with 10 students, and they are male. We did two tests of motor coordination and

    applied the pre-test and post-test. Among the tests were applied ten basketball lessons,

    working rules, fundamentals and the game, to evaluate the students motor skills. In this

    research we used the battery KTK test (Korperkoordinationstest fur Kinder), developed by

    Kiphard and Schilling (1974). The KTK test consists in four tasks: Stringer balance,

    Monopedais Jump, Side Jump and Transfer on Platform. Each test was evaluated according to

    tables in attachments. After obtaining the results of the Pre-test and post-test, we evaluated ten

    students level of coordination in: High Coordination, Fine, Normal, Disturbance in

    Coordination and failure in Coordination. The coordination level of each student was obtained

    from numbers of scores in each test. Each student had four scores, which together resulted in

    the Motor Quotient (QM) of the task. The results compared to the pre-test and post-test

    achieved an improvement of 100%, all of the Post-test are in Normal Coordination level.

    Through this test, it is noted that basketball classes in Physical Education is very important for

    children and young people, because they improve and develop their coordination.

    Keywords: Basketball; Motor coordination; KTK test.

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Trave de equilbrio.................................................................................................... 39

    Tabela 2: Saltos monopedais .................................................................................................... 40

    Tabela 3: Saltos laterais ............................................................................................................ 41

    Tabela 4: Transferncia de plataforma ..................................................................................... 41

    Tabela 5: Resultados das somas dos quatro testes, no pr e ps teste. ..................................... 43

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1- Dimenses da trave de equilbrio.............................................................................. 26

    Figura 2: Execuo da tarefa trave de equilbrio ...................................................................... 27

    Figura 3: Dimenses do bloco da espuma ................................................................................ 28

    Figura 4: Execuo dos saltos monopedais .............................................................................. 29

    Figura 5: Dimenses da plataforma de madeira para os saltos................................................. 31

    Figura 6: Execuo dos saltos laterais ...................................................................................... 32

    Figura 7: Dimenses da plataforma de madeira para transferncias sobre plataformas .......... 33

    Figura 8: Execuo das transferncias sobre plataformas ........................................................ 34

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1: Planilha da tarefa trave de equilbrio ....................................................................... 28

    Quadro 2: Planilha da tarefa saltos monopedais ....................................................................... 30

    Quadro 3: Planilha de tarefa saltos laterais .............................................................................. 33

    Quadro 4: Planilha da tarefa transferncias sobre plataformas ................................................ 35

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ..................................................................................................................... 9

    1.1 TEMA E DELIMITAO DO TEMA ............................................................................ 10

    1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 10

    1.3 PROBLEMA ..................................................................................................................... 11

    1.4 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 12

    2 REFERENCIAL TERICO .............................................................................................. 12

    2.1 HISTRIA DO BASQUETEBOL .................................................................................... 12

    2.2 O BASQUETEBOL ATUALMENTE .............................................................................. 14

    2.3 O ESPORTE NA ESCOLA .............................................................................................. 15

    2.4 A IMPORTNCIA DO BASQUETEBOL NA EDUCAO FSICA ........................... 18

    2.5 POR QUE O BASQUETEBOL EST SENDO POUCO PRATICADO ........................ 19

    2.6 .. O QUANTO O BASQUETEBOL PODE AUXILIAR NA COORDENAO MOTORA

    .................................................................................................................................................. 20

    2.7 INICIAO DO BASQUETEBOL NAS ESCOLAS ...................................................... 24

    2.8 DESCRIO DO TESTE KTK - KRPERKOORDINATION TEST FR KINDER .. 25

    3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ..................................................................... 35

    3.1 CARACTERIZAO DA PESQUISA ............................................................................. 35

    3.1.1 Quanto aos objetivos ..................................................................................................... 36

    3.1.2 Quanto aos procedimentos ............................................................................................ 36

    3.2 POPULAO E AMOSTRA ........................................................................................... 37

    3.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS ............................................................ 37

    4 ANLISE DOS DADOS ..................................................................................................... 38

    4.1 ANLISE DAS QUATRO TABELAS ............................................................................. 42

    5 CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................. 45

    REFERNCIAS ..................................................................................................................... 47

    ANEXOS ................................................................................................................................. 50

  • 9

    1 INTRODUO

    A Educao Fsica segundo Tanabe (2012) um conjunto de atividades que estuda a

    capacidade fsica e o movimento humano, possuindo como objetivo melhorar o

    condicionamento fsico e a sade dos praticantes, atravs de exerccios fsicos e atividades

    corporais.

    A educao fsica buscava encontrar revelaes de craques nas aulas, e a melhoria do

    desempenho fsico dos alunos; hoje a nfase recai na reflexo sobre as produes humanas

    que envolvem alm do movimento. Como afirmam os autores Hora e Costa:

    O aluno em seu processo de aprendizagem deve ser pensado em sua totalidade e a

    Educao Fsica E scolar tem papel extremamente importante no sentido de fazer

    com que o educando explore e vivencie aspectos que vo muito alm de apenas

    movimentar-se. (HORA; COSTA, 2010, p.2)

    Com a grande diversificao das modalidades na Educao Fsica em escolas pblicas,

    com o passar dos anos, muitas delas no esto sendo ensinadas pelos educadores. O

    basquetebol tem sido um dos vrios ensinos menos utilizados tanto por desinteresse dos

    prprios professores, como dos alunos, e tambm muitas vezes por falta de um ambiente

    adequado para esta modalidade.

    Considerando que as atividades fsicas so de suma importncia para o

    desenvolvimento motor de crianas e jovens, e sabendo que o basquetebol um esporte que

    exige muita coordenao motora, com afirma o autor Giffoni (2010, p.1): O basquete um

    esporte coletivo que possibilita o desenvolvimento motor e psicolgico amplo se praticado de

    forma correta, buscamos aproximar esta modalidade da prtica escolar.

    Assim, buscamos conhecer as habilidades de 10 (dez) alunos de uma escola de

    Maravilha, que nunca praticaram basquetebol, atravs da avaliao do nvel de

    desenvolvimento motor, com a aplicao do teste KTK (Korperkoordinationstest fur Kinder),

    antes de dez aulas prticas de basquetebol e aps as aulas. O teste KTK composto por quatro

    tarefas sendo a Trave de Equilbrio, Saltos Monopedais, Saltos Laterais e Transferncia sobre

    Plataforma. Em todas as tarefas os alunos tem o direito de fazer um treino antes de fazer as

    tentativas vlidas.

    A seguir explicitam-se o tema que foi utilizado, a justificativa do trabalho, o problema,

    os objetivos do mesmo, alm do histrico e fundamentao da pesquisa.

  • 10

    1.1 TEMA E DELIMITAO DO TEMA

    Este trabalho tem como tema analisar o ensino do basquetebol no contexto escolar, ou

    seja, a evoluo dos alunos em uma modalidade pouco praticada, na Escola de Educao

    Bsica Joo XXIII. O tema surgiu por ser o basquetebol um esporte pouco difundido entre os

    professores nas escolas pblicas de Maravilha- SC. Assim, foi aplicado um teste de

    coordenao motora antes das dez aulas de basquetebol e tambm foi aplicado o mesmo teste

    aps as dez aulas com alunos entre doze e quatorze anos. Esses alunos aprenderam um pouco

    sobre a histria do basquetebol e suas regras, e aps foram aplicadas aulas prticas.

    O tema torna-se relevante rea de Educao Fsica, pois mostra como importante

    trabalhar as diversas modalidades, alm de desenvolver a coordenao motora e a capacidade

    fsica dos alunos.

    1.2 JUSTIFICATIVA

    Com o grande nmero de modalidades existentes na educao fsica algumas vo

    sendo poucas praticadas ou no listadas nos planos de aula dos professores. Quem sai

    perdendo com isso so os alunos, pois deixam de aprender uma modalidade diferente, sendo

    que essa modalidade pode desenvolver certas habilidades motoras que em outras modalidades

    no possvel trabalhar. Tudo que o aluno aprende na escola ou ainda que lhe faa bem, que

    lhe faa diferena tanto psicologicamente como fisicamente, vai ser levado para a vida em

    sociedade.

    Acredita-se que uma modalidade como o basquetebol que tem inmeros benefcios

    para a sade mental e corporal, no deve ser deixada de lado pelos profissionais da educao

    fsica.

    O desporto escolar tem por misso de promover a incluso, a aquisio de hbitos de

    vida saudvel e a formao integral dos jovens em idade escolar, atravs da prtica de

    atividades fsicas e desportivas.

    De acordo com o autor Ferreira et al. (2007, p. 58),

  • 11

    Acredita-se que o desporto tem um papel importante na socializao dos jovens,

    uma vez que o contato social permite que eles adquiram e desenvolvam valores

    sociais que so defendidos por esta. O desporto um contexto clssico de realizao

    pessoal. O indivduo ou as equipes confrontam-se para melhorar as suas prestaes

    (podendo ser avaliado em termos de sucesso ou fracasso). Assim, os indivduos ou a

    equipe so os responsveis pelo resultado e h um certo nvel de desafio que

    percebido.

    Certamente a iniciao esportiva no basquetebol deve ser estruturada com uma viso

    pedaggica do esporte visando s fases de desenvolvimento da criana.

    O ensino aprendizagem do basquetebol na escola importante no desenvolvimento da

    coordenao motora e a capacidade fsica dos alunos. O basquetebol um dos esportes

    coletivos mais complexos existentes. A sua prtica exige todas as habilidades psicomotoras

    do aluno, desde o fortalecimento dos braos, pernas e do sistema cardiorrespiratrio.

    A introduo de um esporte no praticado pelas crianas far com que as mesmas

    tenham interesse em aprender algo novo, tendo como objetivo, estimular a socializao dos

    alunos a formar equipes e competirem entre si. Com isto, os mesmos sero estimulados a criar

    valores, como ter respeito ao prximo, sabendo ganhar e perder com honestidade. Alm de

    desenvolver assim a coordenao motora e a capacidade fsica, gastaro mais energia, e

    simultaneamente perdem calorias de uma forma saudvel. Trabalha ainda o lado psquico em

    que o atleta necessita pensar rpido e usar o raciocnio para criar jogadas e se antecipar nas

    aes do adversrio.

    O basquetebol um esporte pouco difundido entre os professores nas escolas pblicas

    de Maravilha- SC, e por este motivo foram aplicadas aulas, em que os alunos com idades

    entre 13 a 14 anos aprenderam um pouco sobre a histria do esporte e suas regras. Em seguida

    foram aplicadas aulas prticas, sendo observado com o teste pr e ps-aulas o

    desenvolvimento da coordenao motora.

    1.3 PROBLEMA

    Atravs dessa problemtica, procuraremos desenvolver aulas prticas para as crianas

    com idades entre 13 a 14 anos, na Escola Educao Bsica Joo XXIII, as quais nunca

    praticaram basquetebol, por diversos motivos: tanto por falta de interesse dos alunos ou pelo

    fato dos professores no abordar a modalidade Basquetebol em seus planos de ensino. O

  • 12

    objetivo analisar como as crianas se adaptam a esta modalidade e, qual ser o nvel de

    desenvolvimento motor obtido pelas mesmas?

    1.4 OBJETIVOS

    1.4.1 Objetivo Geral

    Analisar o desenvolvimento dos fundamentos do basquetebol e o nvel da condio

    motora, em alunos iniciantes.

    1.4.2 Objetivos Especficos

    Verificar o nvel do desenvolvimento motor dos alunos pelos resultados dos pr e ps-

    testes;

    Reconhecer a evoluo dos fundamentos do Basquetebol aps a aplicao das dez

    aulas;

    Analisar o quanto importante que o desenvolvimento motor esteja de acordo com a

    faixa etria para a prtica do basquetebol escolar.

    2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 HISTRIA DO BASQUETEBOL

    O basquetebol surgiu em 1891 quando o diretor de uma escola designou uma tarefa

    para James Naismith. O objetivo era criar um esporte no qual os alunos pudessem praticar um

  • 13

    exerccio, motivados pela ao coletiva, no provocando muito contato fsico entre os

    jogadores, a ser jogado em um local fechado, pois o inverno costumava ser muito rigoroso.

    O autor Oliveira (2013, p.1) cita que

    Aps algumas reunies com seus assistentes e poucas evolues, j exausto, o

    professor deparou-se com algo que serviu como inspirao. Aps as tentativas de

    esboar no papel algo que fosse novo, os rascunhos eram amassados na forma de

    bolinhas e atirados no cesto de lixo. Algo simples, mas que poderia ser adaptado a

    um jogo formal, coletivo e competitivo.

    O objetivo do jogo j estava criado, necessitando somente decidir os materiais

    utilizados e as regras para que o jogo funciona-se corretamente.

    Em seguida como afirma o autor Oliveira (2013, p.1) A primeira bola utilizada foi

    uma cmara de ar de uma bola de Futebol, que permitia que a mesma quicasse com bastante

    facilidade no solo.

    Compreende-se que o professor James teve que adaptar uma bola para o primeiro jogo,

    utilizando da cmara de ar de uma bola de futebol, pois esta permitia que os alunos a

    quicassem com mais facilidade no solo.

    Referente s cestas o autor Ferreira (2010) afirma que o basquetebol iniciou-se com o

    uso de cestos de pssego, que possuam alvos para lanar as bolas. Estes cestos tinham uma

    altura mnima de aproximadamente 3 metros de altura do solo.

    O autor criou as treze primeiras regras do basquetebol e entre elas estavam: a bola

    deveria ser grande e o jogador no poderia correr com a bola - deveria pass-la, e no

    transport-la.

    No incio o novo jogo foi to empolgante que precisaram tirar os alunos do ginsio

    depois do horrio. O nome do jogo, Basketball, foi criado por um aluno Irlands.

    James no esperava que o novo jogo, com o tempo, se tornasse uma das modalidades

    esportivas mais praticadas em todo o mundo. A motivao pela inovao e modificao das

    regras fez com que o basquetebol evolusse aps sua criao.

    O Brasil foi o quinto pas do mundo e o primeiro da Amrica da Sul a conhecer essa

    modalidade. Como afirma Ferreira e Rose Junior (2010, p.10):

    O basquetebol foi introduzido em 1896 por Auguste F. Shaw, do Colgio

    Mackenzie. A seguir, o esporte foi introduzido tambm na Escola Normal da Praa e

    na ACM de So Paulo. A primeira partida oficial ocorreu em 1912, no Rio de

    Janeiro, e o primeiro campeonato brasileiro foi realizado em 1925.

  • 14

    No ano de 1896, o basquetebol foi introduzido no Brasil pelo professor Auguste, que

    veio para lecionar na escola Mackenzie, de So Paulo, trazendo em sua bagagem uma bola de

    basquetebol. Um pouco mais tarde foi criada a Federao Brasileira de Basketball,

    transformada mais tarde em confederao. Como afirmam os autores Ferreira e Rose Junior

    (2010, p.10): No ano de 1933, fundou-se a Federao Brasileira de Basketball, que em 1935

    passou a ser filiada Federao Internacional de Basquetebol Amador- FIBA. Em 1941, a

    FBB passou a ser denominada Confederao Brasileira de Basketball (CBB).

    2.2 O BASQUETEBOL ATUALMENTE

    O esporte atualmente praticado por mais de trezentos milhes de pessoas no mundo

    inteiro, nos mais de cento e setenta pases filiados FIBA.

    A grande potncia dos dias atuais continua sendo os Estados Unidos que se apresenta

    como o pas do basquetebol. Os americanos alm de serem os responsveis pela criao do

    basquetebol possuem o campeonato profissional mais organizado e valorizado do planeta, a

    NBA (National Basketball Association), que possui equipes com atletas de vrias partes do

    mundo. Este campeonato ajudou e continua a ajudar a popularizar esse esporte, trazendo

    prestgio e brilho ao basquetebol mundial, motivando a sua prtica e expandindo a

    modalidade por todo o planeta. Mas muitos outros pases so potncias mundiais no

    basquetebol, um deles a Rssia. E cada ano que passa a movimentao de atletas pelo mundo

    aumenta como afirmam os autores Ferreira e Rose Junior (2010, p.11):

    Cada vez mais observamos a presena de europeus, asiticos e sul-americanos na

    NBA e WNBA e muitos norte- americanos migrando para outros centros. Tambm

    comum a ida de brasileiros para atuarem nesses grandes centros o que d ao

    basquetebol um carter globalizado.

    A NBA e WNBA so talvez as ligas internacionais de esportes mais conhecidas. A

    NBA no s um sucesso no Brasil, mas sim no mundo inteiro. A liga era chamada de

    Basketball Association of America (BAA), em portugus, Associao de Basquetebol da

    Amrica.

    Este basquetebol atual, mais nivelado, se deve ao fato do esporte estar globalizado.

    Houve tempos em que quase todos os torneiros de basquetebol eram vencidos pelos Estados

  • 15

    Unidos ou pela antiga Unio Sovitica. Porm, nos ltimos tempos o equilbrio entre as

    equipes vem crescendo. Um dos motivos das equipes de basquetebol estar em um nvel

    semelhante a grande movimentao de atletas pelo mundo. Com essa movimentao grande

    parte dos jogadores atua na NBA e na Europa, assim os jogadores no melhoram apenas

    tecnicamente, mas tambm taticamente. Com isso os jogadores trazem para suas equipes as

    caractersticas do jogo europeu ou norte americano. Assim, a tendncia que os torneios

    tornem-se mais equilibrados.

    Nas Amricas, o pas que se destacou na ltima dcada foi a Argentina. O Brasil

    vivenciou uma fase de grande declnio e tenta voltar a ocupar um lugar de destaque,

    principalmente no masculino. No feminino, segundo Ferreira e Rose Junior (2010, p.10): Os

    Estados Unidos continuam soberanos. Austrlia e Rssia mantm um excelente nvel,

    enquanto o Brasil considerado o 4 colocado no ranking da FIBA.

    Na atualidade destaque-se o trabalho realizado na Argentina, que vem melhorando seu

    rendimento no naipe feminino, como ocorreu com o masculino na ltima dcada.

    2.3 O ESPORTE NA ESCOLA

    O esporte atualmente vem conquistando um importante espao na escola. Na

    sociedade a prtica esportiva representa um estilo de vida saudvel, e vem sendo uma

    influncia cada vez maior dentre as atividades do homem. fonte de sade e de distrao. E

    muito disso deve-se a mdia, que tem uma grande parcela de influncia para o esporte estar

    to praticado e popular como est hoje em dia. Barbosa et al. (2010, p.1) afirma: Os canais

    abertos de televiso possuem desde blocos nos telejornais, at programas dirios, semanais ou

    internacionais especializados em esportes.

    H tambm as revistas e jornais da atualidade que tm grande circulao no pas, e

    apresentam cadernos ou sees dedicadas ao esporte.

    O esporte surpreende pela rapidez e amplitude de sua progresso e se impe pela

    atrao que desperta. Como aponta o autor Daiuto (1983, p.27): Incita ao, competio,

    superao de esforo e, deste modo, favorece o enriquecimento pessoal. um extraordinrio

    meio de expresso e revela, por oposio, os limites de cada um.

  • 16

    preciso ensinar desde cedo, para as crianas a importncia do esporte na vida. Para

    tal o melhor caminho envolver as crianas na prtica esportiva. E o melhor lugar ainda para

    as crianas praticar um esporte na escola, nas aulas de Educao Fsica. Estas aulas

    proporcionam s crianas e aos jovens o entendimento de que o esporte e educao esto

    ligados, que o esporte um meio de educao.

    A importncia da atividade fsica na educao dos jovens reconhecida h muito

    tempo. Segundo Daiuto (1983, p.31),

    O esporte contribui para um harmonioso desenvolvimento fsico dos jovens,

    prepara-os psicologicamente para o esforo, ajuda-os em seu equilbrio fsico e

    psquico, participa da formao da sua vontade, de seu carter, e favorece a

    adaptabilidade. A educao moderna deve preparar a criana para suas horas de

    lazer na adolescncia e na idade adulta. Para que o homem pratique o esporte

    durante a sua vida, necessrio que na infncia tenha adquirido o hbito e o prazer

    de pratica-lo. Compete escola adaptar os seus programas e sua pedagogia, de

    forma que tais hbitos e o citado interesse permaneam profundamente arraigados.

    A prtica do esporte extremamente importante para auxiliar na qualidade de vida das

    crianas e adolescentes. O esporte traz benefcios fsicos e fisiolgicos na formao corporal,

    pois com a prtica do esporte as crianas podero testar as capacidades motoras, emocionais e

    benefcios sociais, aprendendo os limites e os comportamentos importantes na convivncia

    social com outras pessoas, abrindo portas para a sociedade, contribuindo para a educao.

    Alm de trazer inmeros benefcios para a sade das crianas, o esporte praticado na

    infncia e na adolescncia pode fazer com que essas crianas desenvolvam essa atividade ao

    longo da vida. Em muitos casos depende apenas do professor de Educao Fsica e da sua

    forma pedaggica de ensinar. Para despertar tais hbitos preciso ensinar de tal maneira que

    as crianas sintam prazer e amor pela prtica do esporte.

    Como afirma Barbosa (2010 p.1): Se o esporte est presente na vida do indivduo, o

    mesmo, tem que ser inserido nas aulas de Educao Fsica escolar, apresentando o objetivo de

    auxiliar na formao do cidado e em sua convivncia na sociedade.

    O esporte ao longo do tempo se tornou um fenmeno de propores sociais ganhando

    grande espao principalmente no mbito escolar. O trabalho com o esporte na escola, alm de

    proporcionar aos alunos a vivncia de diferentes modalidades, deve fazer com que as crianas

    reflitam sobre os aspectos positivos e negativos que envolvem o esporte.

    Nas aulas de Educao Fsica, o esporte ajuda na socializao das crianas. Com um

    olhar didtico e pedaggico, lhes ser ensinada a maneira correta para participar, competir e

    colaborar em cada modalidade, sempre tirando dvidas e as desafiando, sem querer

  • 17

    transformar as crianas em superatletas, mas com o objetivo de que se tornem pessoas

    melhores.

    A prtica do esporte tanto na escola ou fora dela traz inmeros benefcios para quem

    est praticando. Nas aulas de Educao Fsica, ao favorecer o esporte, est se desenvolvendo

    o cognitivo, o afetivo e a coordenao motora ampla e fina das crianas; tambm estar

    melhorando o raciocnio, exercitando a memria e fazendo com que as crianas compreendam

    situaes, linguagens e estratgias novas. Os benefcios sero tambm sociais e emocionais. E

    os reflexos podem ser observados tambm na melhoria do aprendizado das crianas em sala

    de aula.

    Na escola o objetivo do professor de Educao Fsica tambm trazer novidades,

    atividades novas para as crianas, que as encantem, para que elas passem a gostar de praticar

    os esportes.

    Ao refletir sobre o esporte nas aulas de Educao Fsica escolar procura-se destacar

    uma educao em que os contedos sirvam de ferramenta para o processo de formao dos

    alunos. A maneira que utilizada o esporte nas aulas no sistema escolar deve caracterizar no

    o esporte da escola e sim o esporte na escola. Muito se questiona sobre as formas ideais de

    trabalhar o esporte no ambiente escolar, conflitando o esporte da escola e o esporte na escola.

    Como coloca o autor Santin (2007, p.257): O esporte na escola aquele que assumido,

    trazido de fora; e o esporte da escola, o esporte que a escola assume conforme os princpios de

    sua filosofia pedaggica. O adapta ao processo educacional.

    O esporte da escola mais o gesto tcnico, as regras e at mesmo os materiais so

    adaptados, nas modalidades praticadas no pode haver a excluso, o profissional deve ser

    agregado e as atividades devem ser trabalhadas de forma ldica. O esporte na escola deve

    trabalhar dando prioridade aos gestos tcnicos, reproduo de regras, os materiais devem ser

    especficos, existe excluso, os profissionais devem ser tecnicistas e as atividades devem ser

    todas de rendimento.

    Deve ser obrigatrio o esporte no ambiente escolar, e deve estar na grade curricular,

    pois como j dito, o esporte traz benefcios vida das pessoas. A nica incerteza como

    trabalhar o esporte no meio escolar. Esta questo depende muito da escola e o que ela quer

    passar para as crianas, pois um ensino mais rendimento e outro mais o trabalho ldico.

    Mas, independentemente da escolha a ser trabalhada, tanto o esporte na escola como o

    esporte da escola, sendo bem conduzidos podem ser um instrumento de formao da

    personalidade e do carter das crianas.

  • 18

    Sem fazer apologias polticas, mas preciso registrar que atualmente os governos em

    vrias esferas tm realizado um belssimo trabalho em relao ao incentivo ao esporte nas

    escolas atravs da criao de programas como Segundo Tempo e Mais Educao. Esses

    programas valorizam o tempo na escola, fazendo com que as crianas permaneam longe das

    ruas, e deixando os pais mais tranquilos, pois sabem onde seus filhos esto e o que esto

    realizando. Esse tempo alm do habitual nas escolas (extraclasse) proporciona s crianas a

    vivncia de atividades diferenciadas inclusive da prtica esportiva.

    2.4 A IMPORTNCIA DO BASQUETEBOL NA EDUCAO FSICA

    Os alunos no devem acreditar que a aula de Educao Fsica apenas uma hora de

    lazer, mas sim uma aula como as outras, de conhecimentos que podero trazer muitos

    benefcios. As aulas devem ser dinmicas, estimulantes e interessantes. O professor deve

    sempre inovar e diversificar, sendo criativo para desenvolver aulas prazerosas, contribuindo

    para que os alunos amem as aulas de Educao Fsica.

    O basquetebol, por ser uma atividade que contribui para desenvolver nas crianas os

    controles emocionais, psicolgicos e fsicos, trabalhando o seu praticante como um todo,

    merece ser includo nas aulas de Educao Fsica.

    Como afirma o autor Giffoni (2010, p.1):

    O basquetebol um esporte coletivo que possibilita o desenvolvimento motor e

    psicolgico amplo se praticado de forma correta sendo orientado por um bom

    profissional que respeita as limitaes fsicas e maturidade emocional dos

    praticantes.

    O basquetebol, como todos os esportes, s traz benefcios para a nossa sade. Por ser

    uma atividade dinmica, predominante aerbica, envolve uma srie de benefcios. A prtica

    desse esporte bastante completo exige grande capacidade de exploso, equilbrio e tambm de

    fora muscular.

    Alm disso, um esporte de muita velocidade e exige uma grande variedade de

    movimentos. Desta forma so desenvolvidos coordenao motora, concentrao, preciso e o

    domnio. Tambm psicologicamente possibilita a integrao social e o esprito de equipe,

    aumentando a autoestima.

  • 19

    Na parte fsica o esporte treina principalmente a coordenao motora, que ajuda no

    controle do corpo e evita quedas, a resistncia aerbica, que fortalece o corao, a

    fora, que desenvolve e musculatura como um todo e a velocidade de deslocamento

    e membros. Este esporte, diferente de outros de quadra, mais ativo, pois todos os

    jogadores atacam e defendem, esto todos correm bastante. Na parte psicolgica o

    basquete estimula a socializao por ser um esporte de equipe onde todos devem

    cooperar para o time vencer. Estimula valores como respeito ao prximo sabendo

    ganhar e perder, honestidade e cumprimento das regras, capacidade de superar

    desafios. Trabalha ainda o lado psquico onde o atleta deve pensar rpido e usar o

    raciocnio para criar jogadas e se antecipar nas aes do adversrio. (GIFFONI,

    2010, p.1).

    Ao praticar o basquetebol as crianas estaro desenvolvendo o fsico e a coordenao

    motora; fazer exerccios fundamental para o corpo ficar forte e sadio. O basquetebol uma

    modalidade que promove a incluso social. O basquetebol um esporte diferente de outros de

    quadra; mais ativo, pois todos os jogadores atacam e defendem, esto sempre em constante

    movimentao, correndo bastante. Alm disso, o basquetebol incentiva a socializao por ser

    um esporte de grupo onde todos devem colaborar para o time vencer.

    um esporte que exige a capacidade de raciocnio rpido, que exige criar estratgias.

    Exige tambm a superao de si mesmo e dos adversrios, disciplina e rpida ao de resolver

    problemas inesperados. O basquetebol educa o aluno de forma que ao desenvolver estas

    capacidades, o aluno se utilizar delas dentro do jogo e tambm para resolver problemas de

    seu cotidiano, na sociedade onde ele vive. Esta modalidade auxilia na aprendizagem em sala

    j que um esporte que depende muito do rpido raciocnio.

    2.5 POR QUE O BASQUETEBOL EST SENDO POUCO PRATICADO

    O Brasil j possuiu vrios grandes jogadores e jogadoras de basquetebol, alm de ter

    vrios praticantes na modalidade espalhados por diversos cantos do pas. As evidncias que o

    esporte tinham antigamente j no so mais as mesmas, pois a quantidade de patrocinador dos

    jogos de futebol bem maior do que as do basquetebol, sendo esse um dos vrios motivos

    pelo qual o basquetebol est sendo pouco praticado.

    O basquetebol no to comentado e divulgado na mdia como o futebol, e isso pode

    contribuir para torn-lo menos popular. Se o basquetebol ganhar espao nos meios de

    comunicao, seria um grande estmulo para maior interesse dos alunos pelo desporto. Abriria

  • 20

    caminho para o basquetebol nas aulas de Educao Fsica, pois se acredita que o desinteresse

    por parte dos alunos est relacionado principalmente ao fato de no ter espao na televiso

    aberta. Em muitos casos se as crianas no veem, no conhecem; se no conhecem no

    sentem desejo de praticar.

    Porm, se o basquetebol receber investimentos e incentivos da mdia, possvel que

    ocorram mudanas, considerando que hoje os meios miditicos tm grande alcance e poder de

    persuaso. Certamente o interesse dos alunos ao assunto aumentar, e isso facilitar a

    introduo e o desenvolvimento do basquetebol na escola, sendo reflexo do que visto nos

    meios de comunicao. Hoje ao propor a prtica do basquetebol na escola percebe-se um

    interesse muito nfimo ou at nenhum desejo de conhecer ou praticar o esporte.

    Por isso preciso provocar mudanas na pedagogia do esporte, como afirmam Filho e

    Silva (2014, p.1):

    Por isso necessrio imediatamente uma transformao didtica pedaggica do

    esporte, onde o basquetebol possa ter seu espao garantido, no pensando nas

    formaes de atletas, e sim j dito, proporcionar aos alunos as vivencias dessas

    prticas, trabalhando o ldico e num processo gradativo a partir de sua incorporao

    no contexto escolar.

    No pas do futebol, ensinar basquetebol uma tarefa difcil. Usar as mos e no os ps

    foge cultura dominante. A falta de dolos e de transparncia do esporte dificulta todo o

    processo de ensino.

    Ao ensinar o esporte, existem diversos mtodos pedaggicos e formas de se ensinar.

    No meio de tantas dificultadas pedaggicas e culturais, buscam-se sempre estratgias que

    facilitam o ensino do basquetebol. O jogo pode ser definido como uma atividade ldica com

    regras pr-estabelecidas, que traga alegria e prazer para os alunos.

    O importante desenvolver nos alunos o interesse por essa prtica esportiva, pois o

    basquetebol favorece o trabalho com o cognitivo, das agilidades motoras desconhecidas, alm

    de aprimorar conhecimentos.

    2.6 O QUANTO O BASQUETEBOL PODE AUXILIAR NA COORDENAO MOTORA

    O basquetebol um esporte bastante completo, que exige de seus praticantes grande

    capacidade de exploso fsica e tambm de fora muscular. Pela velocidade do jogo e grande

  • 21

    variedade de movimentos exigidos, o basquetebol desenvolve a coordenao motora, a

    concentrao, a preciso e o domnio do espao. Como todos os esportes o basquetebol

    psicologicamente, possibilita a integrao social e o esprito de equipe, aumentando a

    autoestima e a competitividade saudvel.

    Segundo Teixeira et al. (2011), quando falamos de coordenao motora ou habilidades

    motoras especficas de uma modalidade, estamos falando de habilidades motoras

    especializadas, falamos da associao dos movimentos maduros e refinados e de movimentos

    complexos e especficos adaptados para as exigncias especficas, principalmente de uma

    prtica desportiva. Alm de combinao de movimentos, a prtica desportiva desenvolve uma

    srie de habilidades motoras e psicossociais que ajudam os seus praticantes no s no

    contexto do jogo, mas fora dele.

    Quando se trata de habilidades de movimento especializado, fala-se da associao dos

    movimentos maduros e refinados e de movimentos complexos e especiais, adaptados s

    exigncias de uma atividade desportiva.

    A fase de desenvolvimento das habilidades motoras especializadas apresenta trs

    estgios: Estgio de transio (estgio de aprender a treinar): Este estgio

    caracterizado pelas primeiras tentativas do indivduo de refinar e associar

    habilidades de movimento maduro. Nesse estgio de transio ou de aprender a

    treinar, futuros atletas aprendem como treinar para obter melhor habilidade e

    performance. Para a maioria das crianas de 8 a 12 anos, este um perodo crtico,

    durante o qual as habilidades de movimento fundamental maduro so refinadas e

    aplicadas aos esportes e jogos da cultura; Estgio de aplicao (estgio de treinar a

    treinar): Durante o estgio de aplicao, o indivduo torna-se mais consciente de

    seus dotes e limitaes fsicas pessoais e, assim, dirige seu foco para determinados

    tipos de esportes, tanto em ambientes competitivos quanto recreacionais. A nfase

    est em aprimorar a proficincia; e Estgio de aplicao ao longo da vida (estgio de

    treinar para competir/participar): No estgio de aplicao ao longo da vida treinar para competir/participar - os indivduos geralmente reduzem o alcance de suas

    buscas atlticas pela escolha de algumas atividades para se engajar regularmente em

    situaes competitivas, recreativas ou do dia-a-dia. (GALLAHUE, 2005 apud

    TEIXEIRA, 2011, p.1).

    Ao longo dos estgios ou das etapas os indivduos vo melhorando e aprimorando suas

    habilidades, tornando-se mais consciente de seus dotes e limitaes fsicas pessoais,

    encaminhando seu foco de atividades para determinado tipo de esporte.

    A aprendizagem desportiva, seja em qualquer modalidade esportiva, deve ser

    trabalhada em etapas e cada etapa deve estimular no aluno, o prazer, o interesse e tornar-se

    significante na trajetria esportiva. Motivar e desenvolver a autoconfiana, criando

    oportunidades para os alunos tornarem-se aptos prtica e terem o controle sobre seu corpo e

  • 22

    movimentos, faz os mesmos prosseguirem com sucesso nas mais diversas atividades fsicas e

    esportivas.

    Proporcionar novos desafios s crianas, consequentemente conduz a novas

    aprendizagens e conquista de novas habilidades.

    O basquetebol considerado uma modalidade esportiva composta de uma sucesso de

    esforos intensos e breves, realizados em ritmos diferentes. A prtica do basquetebol ajuda no

    desenvolvimento motor, social e cognitivo de seus participantes, envolve o trabalho de

    capacidades motoras, condicionantes e coordenativas. um esporte complexo que exige altos

    nveis de preparao e condicionamento fsico para sua prtica.

    Nas crianas o basquetebol auxilia tambm, segundo Teixeira et al. (2011): Em

    caractersticas psicomotoras e de coordenao, colabora no desenvolvimento de percepo

    espao temporal; coordenao multimembros; coordenao culo-manual; destreza manual;

    estabilidade brao-mo e preciso.

    um jogo que exige coordenao motora e movimentos de grande intensidade, que

    permitem o aprimoramento da capacidade fsica. As habilidades envolvidas no basquetebol

    so arremessos, passes, saltos, corridas, dribles, rebotes e a execuo slida de jogadas

    ofensivas e defensivas.

    O basquetebol exige o desenvolvimento de trs capacidades motoras condicionais

    bsicas: a fora, velocidade e resistncia, sendo aerbia e anaerbia.

    Severino (2009) refora que a fora necessria no que diz respeito boa execuo

    dos fundamentos bsicos do jogo como o arremesso, rebotes, mudanas de direes e fora de

    resistncia. A velocidade importante porque ela possibilita ao praticante a capacidade de se

    deslocar rapidamente, estando ou no com a posse de bola. Tambm para uma sada rpida,

    para interceptar um passe e para se deslocar-se. A resistncia definida como a responsvel

    pela sustentabilidade da condio bsica do praticante do basquetebol.

    As capacidades so determinadas geneticamente, isto , toda pessoa nasce com uma

    certa quantidade de fora, resistncia, flexibilidade, por exemplo, mas ningum

    nasce com habilidade para jogar futebol, handebol ou basquetebol. Isso tem que ser

    aprendido, desenvolvido. Portanto, a habilidade motora no caso, uma forma de

    movimento especfico, dependente da experincia deste movimento que foi

    automatizado com a repetio. (TAVARES, 1998, p.1).

    O desenvolvimento motor, na infncia, caracteriza-se pela aquisio de habilidades

    motoras, que oportunizam um domnio do corpo esttico ou dinmico; andar, correr, saltar,

    receber, arremessar e chutar uma bola. Essas habilidades bsicas so adquiridas na vida diria

  • 23

    das crianas, tanto na escola com em casa. Essas habilidades so denominadas como motoras

    bsicas, contribuindo para a aquisio de habilidades motoras especializadas, que so

    necessrias nas prticas esportivas. Muitas dessas habilidades dos movimentos so

    aprimoradas com a repetio.

    O basquetebol exige que seus praticantes possuam um razovel grau de capacidades

    motoras, pois como afirma Coutinho (2007, p.32): a maioria dos movimentos necessrios

    sua prtica no so movimentos naturais e devero, portanto, ser ensinados pelos

    professores.

    Para que esse ensinamento seja feito de uma forma correta, importante seguir e

    respeitar algumas fases de aprendizagem motora ligadas ao basquetebol. Tais fases de

    aprendizagem so colocadas pelo autor Coutinho (2007, p.32), que aponta trs delas:

    Primeira fase de Coutinho (2007): Coordenao rstica dos movimentos ou fase de

    iniciao desportiva: caracterizada pela execuo de movimentos rsticos e grosseiros no

    qual acontece um excesso de gastos de energia. Outra caracterstica de a mesma ser

    imprecisa e pouco prtica, os ritmos so rpidos e os perodos de relaxamento so curtos

    ocasionando a descoordenao dos movimentos. Esta fase requer dos alunos um grau de

    dificuldade que exige o esporte, no qual o professor far um relato sobre as exigncias do

    esporte, salientando que ele vai ser praticado futuramente em partes;

    Segunda fase de Coutinho (2007): Coordenao fina dos movimentos ou fase de

    aperfeioamento: Depois de adquirida na fase anterior a forma grosseira, aqui se desenvolve

    uma forma fina aps muitas repeties do movimento. Essas repeties so mais harmnicas

    de forma mais racional e conveniente. O processo de inibio e excitao forma o crebro,

    permitindo um movimento coordenado e preciso. nesta fase que o professor deve

    apresentar os fundamentos bsicos, ensinando aos alunos o aprendizado inicial dos sistemas

    tticos defensivos ofensivos inerentes ao esporte;

    Terceira fase de Coutinho (2007): Estabilizao dos movimentos ou fase de treinamento:

    Nesta fase executado o melhoramento qualitativo do movimento para que a coordenao

    fina da fase anterior se desenvolva em uma coordenao finssima. Assim, realada a

    fixao dos movimentos tornando-os automticos e executados com grande perfeio, pois os

    alunos demonstraro maior velocidade, segurana, preciso, fluidez, finalizando com a

    sensao de facilidade da execuo e ausncia de esforos.

  • 24

    A partir dessas fases em que o aluno comea a executar um trabalho mais especfico

    de condicionamento fsico, bem como atuar de forma mais competitiva, j contar com uma

    bagagem de noes dos sistemas tticos adotados no jogo.

    Com a prtica do basquetebol so adquiridos vrios benefcios tanto em nvel motor

    desenvolvendo velocidade, agilidade, fora, equilbrio coordenao, flexibilidade quanto a

    prpria capacidade cardiorrespiratria envolvendo exerccios aerbicos e anaerbicos. Outros

    benefcios so em nvel cognitivo, desenvolvendo o raciocnio, melhorando a percepo

    espao- temporal, a ateno e a concentrao dos praticantes de basquetebol. Em nvel afetivo

    favorece a socializao, autoestima, ajuda no controle da ansiedade e at mesmo o esprito de

    luta dos praticantes.

    A aprendizagem motora desportiva, seja em qualquer modalidade, deve ser trabalhada

    em etapas e cada etapa deve estimular no aluno o prazer, o interesse, tornando-o significante

    na trajetria esportiva do mesmo.

    2.7 INICIAO DO BASQUETEBOL NAS ESCOLAS

    Cada dia mais crianas praticam esportes, sejam eles individuais ou coletivos. Nunca

    antes se evidenciou tanto a importncia do esporte e da recreao na vida das crianas como

    atualmente. Mas ainda o mais importante fazer com que as crianas desfrutem da atividade

    fsica em benefcio da sade, e que sejam adultos ativos futuramente.

    A iniciao esportiva o primeiro contato da criana com a prtica esportiva de forma

    orientada, organizada e sistematizada. Na fase de iniciao:

    O esporte precisa ter uma finalidade eminentemente educativa, e, para isso, deve

    receber um tratamento pedaggico adequado a esse propsito. Nesse contexto, a

    pedagogia de esporte deve levar em conta suas mltiplas possibilidades,

    compreendendo seus diferentes significados; deve ter a participao efetiva como

    um princpio, deve negar a especializao precoce, deve pautar-se pela

    diversificao de movimentos e estmulos, deve ter o jogo como um recurso

    pedaggico importante e de instrumentalizar o aluno/jogador para conviver com esse

    fenmeno de forma prazerosa, segura, saudvel e duradoura. (PAES, 2009, p.09).

    Nos dias atuais, temos observados um aumento nas discusses sobre as metodologias

    de ensino-aprendizagem dos desportos. O procedimento pedaggico trar futuramente

    vantagens motoras, psicolgicas, tcnicas e tticas alm de no expor a criana a um processo

  • 25

    que poder acarretar em problemas sua histria de vida esportiva, como tambm a sua

    formao.

    Pode-se entender que a iniciao esportiva o perodo em que a criana comea a

    aprender, de forma especfica e planejada, a prtica esportiva. necessrio que se conheam e

    respeitem suas caractersticas para que ela no seja transformada em um mini adulto.

    A especializao precoce o termo utilizado para expressar o processo pelo qual as

    crianas tornam-se especializadas em um determinado esporte, mas numa idade no

    apropriada para tal. Em muitos casos a prtica especializada das habilidades de um

    determinado esporte, sem a prtica das atividades motoras, quase sempre traz como

    consequncia o abandono prematuro da prtica esportiva.

    A iniciao nos jogos desportivos um perodo que alcana o momento em que as

    crianas iniciam-se nos esportes at a deciso por praticarem uma modalidade.

    Esta proposta est diretamente relacionada iniciao do basquetebol nas escolas. O

    objetivo principal auxiliar na insero de atividades ldicas que possibilitem tanto o

    desenvolvimento das capacidades motoras do aluno com tambm a associao a uma

    educao que pode ser conquistada atravs daquilo que a criana tem de melhor, o talento

    para brincar.

    2.8 DESCRIO DO TESTE KTK - KRPERKOORDINATION TEST FR KINDER

    O KTK um teste criado para avaliar a coordenao motora de crianas com

    deficincia. Nesta pesquisa utilizou-se a bateria de testes KTK (Korperkoordinationstest fur

    Kinder), que segundo Carminato (2010, p.37) foi desenvolvido por Kiphard e Schilling em

    1974. O KTK composto por quatro tarefas. Trata-se de uma bateria homognea que utiliza

    as mesmas tarefas para vrias idades. Mas as crianas desta pesquisa no possuem

    deficincias visveis e nem leses cerebrais ou desvios comportamentais.

    Como afirma o autor Ferreira (2010, p.52):

    A aplicao do teste baseia-se em quatro tarefas, para as quais so prescritos

    exerccios-ensaios, a fim de haver uma adaptao da criana tarefa e ao material.

    Pretende-se que, pelo grau crescente de dificuldades em cada tarefa, a criana

    chegue gradativamente ao seu limite de rendimento.

  • 26

    Antes de cada tarefa ser executada de forma vlida, o avaliado tem a oportunidade se

    exercitar-se, para adaptar-se ao material. O teste consiste na aplicao das quatro tarefas da

    bateria KTK, as quais sero descritas a seguir conforme Carminato (2010).

    Tarefa 1: Trave de Equilbrio: Possui como objetivo a estabilidade do equilbrio em

    marcha para trs sobre a trave. Foram utilizadas trs traves de 3 metros de comprimento e 3

    centmetros (cm) de altura, com larguras de 6 cm, 4,5 cm e 3 cm. Como superfcie de apoio

    para sada, coloca-se frente uma plataforma. As trs traves de equilbrio so colocadas

    paralelamente, tal como demonstrado na figura 1.

    Figura 1- Dimenses da trave de equilbrio

    Fonte: Gorla, Arajo e Rodrigues, (2009), p.104.

    Execuo: A tarefa consiste em caminhar de costas sobre as trs traves de madeiras

    com espessuras diferentes. So vlidas trs tentativas em cada trave. No permitido tocar o

    solo com os ps. Sempre o avaliado tem o direito de fazer um pr-exerccio para se adaptar a

    trave. Se o avaliado tocar o p no cho nas tentativas vlidas, o mesmo devera voltar

    plataforma do incio e fazer a prxima passagem vlida. A figura 2 demonstra a execuo da

    tarefa descrita:

  • 27

    Figura 2: Execuo da tarefa trave de equilbrio

    Fonte: O autor (2015).

    Avaliao da Tarefa: em cada trave so contabilizadas trs tentativas vlidas,

    totalizando nove tentativas. Conta-se a quantidade de apoios (passos) sobre a trave no

    deslocamento retaguarda. Se o aluno est parado sobre a trave, o primeiro p de apoio no

    tido como ponto de valorizao. S a partir do momento do segundo apoio que se comea a

    contar os pontos. O avaliador deve contar em voz alta a quantidade de passos, at que um p

    toque o solo ou at que sejam atingidos oito pontos (passos). Por exerccio e por trave, s

    podem ser atingidos oito pontos. A mxima pontuao possvel ser de 72 pontos. O resultado

    ser igual ao somatrio de apoios retaguarda nas nove tentativas.

    Planilha da tarefa Trave de Equilbrio: Anota-se o valor de cada tentativa

    correspondente a cada trave (Quadro 1), fazendo-se a soma horizontal de cada uma. Depois de

    somar as colunas horizontais faz-se a soma na vertical, obtendo-se dessa forma o valor bruto

    da tarefa. Aps realizar este procedimento, verifica-se na tabela de pontuao n.1 (Anexo 2),

    na coluna esquerda o valor correspondente ao nmero do escore e relaciona-se com a idade do

    indivduo. Nesse cruzamento das informaes obtm-se o Quociente Motor (QM) da tarefa.

  • 28

    Quadro 1: Planilha da tarefa trave de equilbrio

    Trave 1 2 3 Soma

    6,0

    4,5

    3,0

    Escore

    QM1

    FONTE: Gorla, Arajo e Rodriguez (2009).

    Tarefa 02 Saltos Monopedais: O objetivo desta tarefa desenvolver a coordenao

    dos membros inferiores, energia dinmica/fora. So usados 12 blocos de espumas, medindo

    cada um 50 cm x 20 cm x 5 cm, tal como demonstra a figura a seguir.

    Figura 3: Dimenses do bloco da espuma

    Fonte: Gorla, Araujo e Rodriguez (2009) p.106.

    Execuo: A tarefa consiste em saltar, com uma das pernas, um ou mais blocos de

    espuma, colocados uns sobre os outros. O avaliador demonstra a tarefa, saltando com uma das

    pernas por cima de um bloco de espuma colocado transversalmente na direo do salto, com

    uma distncia de impulso de aproximadamente 1,50 m. A altura inicial a ser contada como

    passagem vlida, baseia-se no resultado do exerccio-ensaio e na idade do indivduo. Com

    isso, deve ser alcanado, mais ou menos, o mesmo nmero de passagens a serem executadas

    pelos sujeitos nas diferentes faixas etrias. Esto previstos dois exerccios ensaio para cada

    perna (direita e esquerda). O indivduo saltando com xito numa perna, inicia a primeira

    passagem vlida, com 5 cm de altura (um bloco). Isto vlido para a perna direita e esquerda

    separadamente. Se o indivduo no consegue passar esta altura saltando numa perna, inicia a

    avaliao com nvel zero. Se na passagem vlida, na altura recomendada, o indivduo

  • 29

    cometer erros, esta tentativa anulada. O indivduo reinicia a primeira passagem com 5 cm

    (um bloco).

    Alturas recomendadas para o incio do teste em idades: de 5 a 6 anos =nenhum bloco

    de espuma; de 6 a 7 anos = bloco de espuma com 5 cm; de 7 a 8 anos =3 blocos totalizando

    15 cm; de 9 a 10 anos =5 blocos totalizando 25 cm; de 11 a 14 anos = 7 blocos de espuma,

    totalizando 35 cm.

    Para saltar os blocos de espumas, o indivduo precisa de uma distncia de mais ou

    menos 1,50 m para impulso, que tambm deve ser passada em saltos com a mesma perna.

    Aps ultrapassar o bloco, o indivduo precisa dar, pelo menos, mais dois saltos com a mesma

    perna, para que a tarefa possa ser aceita como realizada. Esto previstas at trs passagens

    vlidas por perna, em cada altura, conforme Figura 4.

    Figura 4: Execuo dos saltos monopedais

    Fonte: O autor (2015).

    Avaliao da tarefa: Para cada altura, as passagens so avaliadas da seguinte forma:

    Primeira tentativa vlida (3 pontos); segunda tentativa vlida (2 pontos); terceira tentativa

    vlida (1 ponto). Nas alturas iniciais a partir de 5 cm, so dados 3 pontos para cada altura

    ultrapassada, quando a primeira passagem tiver xito. Como erro, considera-se o toque no

    cho com a outra perna, ou derrubar os blocos, ou ainda, aps ultrapassar os blocos de

    espumas, tocar com os dois ps juntos no cho. Depois de passar os blocos de espumas, a

  • 30

    criana deve dar mais dois saltos. Caso o avaliado erre nas trs tentativas vlidas numa

    determinada altura, a continuidade somente feita se nas duas passagens anteriores, houver

    um total de 5 pontos. Caso contrrio, a tarefa interrompida. Isso vlido para as duas

    pernas. Com os doze blocos de espumas (altura = 60 cm) podem ser alcanados no mximo

    39 pontos por pernas, totalizando assim 78 pontos.

    Quadro 2: Planilha da tarefa saltos monopedais

    Fonte: Gorla, Araujo e Rodriguez (2009), p.108.

    Os valores so anotados nas respectivas alturas, sendo que, se o indivduo comear a

    tarefa com uma altura de 15 cm, por exemplo, nos nmeros anteriores sero anotados os

    valores de trs pontos. As alturas que no so ultrapassadas aps o trmino da tarefa so

    preenchidas com o valor zero. Somam-se horizontalmente os pontos para a perna direita e

    esquerda e verticalmente na coluna soma-se para obter o resultado do valor bruto da tarefa.

    Aps realizar este procedimento verificada na tabela de pontuao nmero 2 (Anexo 2),

    para o sexo masculino, na coluna esquerda o valor correspondente ao nmero do escore e

    relaciona-se com a idade do indivduo. Nesse cruzamento das informaes obtm-se o

    Quociente Motor (QM) da tarefa.

    Tarefa 03 Saltos Laterais: Com o objetivo desta tarefa a velocidade em saltos

    laterais. Os materiais usados so uma plataforma de madeira (compensado) de 60 x 50 x 0,8

    cm, com um sarrafo divisrio de 60x 4 x 2 cm e um cronmetro, como demonstra a figura 5.

    Altura 00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Soma

    Direita

    Esquerda

    Escore

    QM2

  • 31

    Figura 5: Dimenses da plataforma de madeira para os saltos

    Fonte: Gorla, Arajo e Rodriguez (2009) Pagina 106.

    Execuo: A tarefa consiste em saltitar de um lado a outro, com os dois ps ao mesmo

    tempo, o mais rpido possvel, durante 15 segundos. O avaliador demonstra a tarefa,

    colocando-se ao lado do sarrafo divisrio, saltitando por cima dela, de um lado a outro, com

    os dois ps ao mesmo tempo. Deve ser evitada a passagem alternada dos ps. O avaliado tem

    o direito de saltitar cinco vezes no exerccio-ensaio. No considerado erro enquanto os dois

    ps forem passados, respectivamente, sobre o sarrafo divisrio, de um lado ao outro. Se o

    indivduo toca o sarrafo divisrio, saindo da plataforma, ou parando de saltitar durante um

    momento, a tarefa no interrompida, porm, o avaliador deve instruir, imediatamente, o

    indivduo. Caso necessrio haver uma nova instruo e demonstrao da tarefa. Se houver

    interferncia por meio de estmulos externos que desviem a ateno do executante, a tentativa

    no considerada vlida reiniciando a tarefa. No so permitidas mais que duas tentativas no

    avaliadas. No total, so executadas duas passagens vlidas como demonstrado na prxima

    figura.

  • 32

    Figura 6: Execuo dos saltos laterais

    Fonte: O autor (2015).

    Avaliao da Tarefa: Anota-se o nmero de saltos dados, em duas passagens de 15

    segundos. Saltitando para um lado conta-se 1 ponto; voltando, conta-se outro e assim,

    sucessivamente. Como resultado final da tarefa, tem-se a somatria de salteamentos das duas

    passagens vlidas. Anotam-se os valores da primeira e segunda tentativas vlidas e, em

    seguida, somam-se estes valores na horizontal, obtendo-se o valor bruto da tarefa. Aps

    realizar este procedimento, verifica-se na tabela de pontuao nmero 3 para o sexo

    masculino (Anexo 3), na coluna esquerda o valor correspondente ao nmero do escore e

    relaciona-se com a idade do indivduo. Nesse cruzamento das informaes obtm-se o

    Quociente motor (QM) da tarefa.

  • 33

    Quadro 3: Planilha de tarefa saltos laterais

    Saltar 15 segundos

    1 2 Soma

    Escore

    QM3

    Fonte: Gorla, Arajo e Rodriguez (2009), p.111.

    Tarefa 04 Transferncias sobre Plataformas: O objetivo desta tarefa a verificao

    da lateralidade e a estruturao espao-temporal. Os materiais usados so um cronmetro e

    duas plataformas de madeira com 25 x 25 x 1,5 cm e em cujas esquinas se encontram

    aparafusados quatro ps com 3,5 cm com altura, tal como na figura 7. Na direo de deslocar

    necessria uma rea livre de 5 a 6 metros.

    Figura 7: Dimenses da plataforma de madeira para transferncias sobre plataformas

    Fonte: Gorla, Arajo e Rodriguez (2009), p.111.

    Execuo: A tarefa consiste em deslocar-se, sobre as plataformas que esto colocadas

    no solo, em paralelo, uma ao lado da outra, com um espao de cerca 12,5 cm entre elas. O

    tempo de durao ser de 20 segundos e o indivduo tem duas tentativas para a realizao da

    tarefa. Primeiramente, o avaliador demonstra a tarefa da seguinte maneira: fica em p sobre a

    plataforma da direita colocada a sua frente; pega a da esquerda com as duas mos e coloca-a

    de seu lado direito, passando a pisar sobre ela, livrando ento a da sua esquerda, e assim

  • 34

    sucessivamente. Essa tarefa trata-se em princpio da velocidade da transferncia. O avaliador

    deve avisar que, se colocar as plataformas muito perto ou muito afastadas, pode trazer

    desvantagens no rendimento a ser mensurado. Se houver interferncias externas, que desvie a

    ateno do avaliado, a tarefa interrompida. No caso de haver apoio das mos, toque de ps

    no cho, queda ou quando a plataforma for pega apenas com uma das mos, o avaliador deve

    instruir ao avaliado a continuar e se necessrio, fazer uma rpida correo verbal, sem

    interromper a tarefa. No so permitidas mais do que duas tentativas falhas. So executadas

    duas passagens de 20 segundos, devendo ser mantido um intervalo de pelo menos 10

    segundos entre elas. O avaliador conta os pontos em voz alta; ele deve assumir uma posio

    em relao ao avaliado (distncia no maior que dois metros). Aps a demonstrao pelo

    avaliador, segue-se o exerccio-ensaio, no que o avaliado deve transferir de trs a cinco vezes

    a plataforma, conforme demonstrado na figura 8:

    Figura 8: Execuo das transferncias sobre plataformas

    Figura 8. Fonte: O autor. (2015)

    Avaliao da tarefa: Conta-se tanto o nmero de transferncias das plataformas quanto

    do corpo, num tempo de 20 segundos. Conta-se um ponto quando a plataforma livre for

    apoiada do outro lado; dois pontos quando o avaliado tiver passado com os dois ps para a

    plataforma livre, e assim sucessivamente. So somados os pontos de duas passagens vlidas.

    Anotam-se os valores da primeira e segundas tentativas vlidas e, em seguida, somam-se estes

  • 35

    valores na horizontal, obtendo-se o valor bruto da tarefa. Aps realizar este procedimento,

    verifica-se na tabela nmero 4 (Anexo 4), para sexo masculino, na coluna esquerda, o valor

    correspondente ao nmero do escore e relaciona-se com a idade do avaliado. Nesse

    cruzamento das informaes obtm-se o Quociente Motor (QM) da tarefa.

    Quadro 4: Planilha da tarefa transferncias sobre plataformas

    Deslocar 20 segundos

    1 2 Soma

    Escore

    QM4

    Fonte: Gorla, Arajo e Rodriguez (2009), p.113.

    3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    3.1 CARACTERIZAO DA PESQUISA

    Ser realizada uma pesquisa de campo de cunho qualitativo envolvendo alunos de 13 a

    14 anos de uma escola localizada em um bairro da cidade de Maravilha- SC. O objetivo

    analisar o ensino e evoluo do basquetebol, em alunos iniciantes nesta modalidade, e se h

    uma melhoria das habilidades motoras, aplicando os testes antes e depois de dez aulas de

    basquetebol. A presente pesquisa tem como carter uma abordagem qualitativa.

    Uma pesquisa qualitativa, segundo Gerhardt e Silveira (2009), no se preocupa com

    representatividade numrica, mas sim, com o aprofundamento da compreenso de um grupo

    social, de uma organizao, etc.

  • 36

    3.1.1 Quanto aos objetivos

    Quanto aos objetivos classifica-se como explicativa, pois tem como objetivo principal

    a avaliao do nvel de desenvolvimento motor e a anlise do ensino e evoluo do

    basquetebol, com os alunos iniciantes na modalidade.

    Uma pesquisa explicativa para (Gil 2007 apud GERHARDT e SILVEIRA, 2009,

    p.35):

    Este tipo de pesquisa preocupa-se em identificar os fatores que determinam ou que

    contribuem para a ocorrncia dos fenmenos. Este tipo de pesquisa explica o

    porqu das coisas atravs dos resultados oferecidos. Uma pesquisa explicativa pode

    ser a continuao de outra descritiva, posto que a identificao de fatores que

    determinam um fenmeno exige que este esteja suficientemente descrito e

    detalhado. Pesquisas desse tipo podem ser classificadas como experimentais e ex-

    postfacto.

    3.1.2 Quanto aos procedimentos

    Quanto aos procedimentos metodolgicos foi realizado um estudo de campo

    envolvendo alunos entre 13 e 14 anos de idade. Sero aplicados testes antes e aps dez aulas

    de basquetebol, verificando a evoluo das habilidades motoras.

    Inicialmente ser realizada uma pesquisa bibliogrfica. Para Fonseca (2002 apud,

    GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p.37):

    A pesquisa bibliogrfica feita a partir do levantamento de referncias tericas j

    analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrnicos, como livros, artigos

    cientficos, pginas de web sites. Qualquer trabalho cientfico inicia-se com uma

    pesquisa bibliogrfica, que permite ao pesquisador conhecer o que j se estudou

    sobre o assunto. Existem, porm pesquisas cientficas que se baseiam unicamente na

    pesquisa bibliogrfica, procurando referncias tericas publicadas com o objetivo de

    recolher informaes ou conhecimentos prvios sobre o problema a respeito do qual

    se procura a resposta.

    A fim de observar e identificar a melhora das crianas no jogo de basquetebol, e a

    melhora das habilidades motoras torna-se necessrio o estudo de campo, compreendido por

    Fonseca (2002 apud GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p.37): A pesquisa de campo

  • 37

    caracteriza-se pelas investigaes em que, alm da pesquisa bibliogrfica e/ou documental, se

    realiza coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa.

    3.2 POPULAO E AMOSTRA

    A pesquisa foi realizada com dez alunos entre 13 e 14 anos de idade, na Escola

    Educao Bsica Joo XXIII na cidade de Maravilha- SC. Optou-se por realizar esses testes

    nesta escola, por ser uma das escolas em que este acadmico efetuou estgio e pode confirmar

    que alguns alunos no tinham o conhecimento na prtica da modalidade basquetebol. Os

    alunos que foram escolhidos para realizar os testes so alunos que nunca tinham praticado

    basquetebol; foi feito um levantamento de todos os alunos da escola entre essa faixa etria que

    nunca praticaram esta modalidade, e destes selecionados apenas dez alunos para realizar os

    testes. A amostra ocorrer com a aplicao das aulas e dos testes para todos os alunos

    escolhidos.

    3.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

    O instrumento de coleta de dados utilizado para investigao consistiu em uma

    avaliao do comportamento motor atravs dos testes denominados o KTK

    (Krperkoordination test fr kinder) o teste de coordenao motora dos autores Gorla e

    Arajo (2007), que composto por quatro provas distintas: Trave de Equilbrio, Salto

    Monopedais, Salto Lateral e Transferncia sobre Plataforma.

    As teorias de Kiphard e Schilling (1970); Schilling e Kiphard (1974) e Kiphard (1976)

    sobre o desenvolvimento da coordenao e suas insuficincias nas crianas de idade escolar

    levaram elaborao de uma bateria de avaliao da capacidade de desempenho da

    coordenao motora. Os dados foram analisados de forma descritiva e atravs de grficos

    comparativos.

    A pesquisa foi realizada em Maio de 2015. Fizeram parte do estudo 10 (dez) crianas,

    sendo todas do sexo masculino com idade entre 13 e 14 anos. Essas crianas foram escolhidas

  • 38

    pelo fato de nunca terem participado de aulas de basquetebol ou jogado o mesmo. O estudo

    foi realizado por meio de pesquisa bibliogrfica e uma avaliao do nvel de desenvolvimento

    motor de crianas com idade entre 13 e 14 anos de idade. O pr-teste foi realizado antes das

    dez aulas de basquetebol e o ps-teste aps as aulas. Cada aluno foi classificado nas quatro

    habilidades motoras, conforme seu nvel de desenvolvimento.

    Os avaliados foram submetidos aos seguintes procedimentos na realizao de cada

    tarefa:

    Trave de Equilbrio: foram utilizados trs traves de 3 metros de comprimento e 3

    centmetros de altura, com larguras de 6 centmetros, 4,5 e 3 centmetros. Com isso, as traves

    alcanam uma altura total de 5 cm. Como superfcie de apoio para sada, coloca-se frente da

    trave, uma plataforma. O objetivo da mesma a estabilidade do equilbrio em marcha para

    trs sobre a trave.

    Saltos Monopedais: So usados 12 blocos de espumas, cada uma medindo 5

    centmetros de alturas. O objetivo a coordenao dos membros inferiores, energia

    dinmica/fora.

    Saltos Laterais: usado uma plataforma de madeira medindo de 60x50x0,8 centmetros,

    com um sarrafo divisrio de 60x4x2 centmetros e um cronmetro. O objetivo a velocidade

    em saltos alternados.

    Transferncias sobre Plataformas: Um cronmetro e duas plataformas de madeira com

    25 x 25 x 1,5 cm em cujas esquinas se encontram aparafusados quatro ps com 3,5 com de

    altura. Na direo de deslocar necessria uma rea livre de 5 a 6 metros. Para esta atividade

    o objetivo a lateralidade e a estruturao espao-temporal.

    Assim, pode-se chegar ao mais legtimo resultado sobre os fatores que influenciaram o

    desempenho das habilidades motoras das crianas pesquisadas.

    Os dados coletados foram analisados e sero apresentados atravs de grficos para

    melhor interpretao.

    4 ANLISE DOS DADOS

    Aps a coleta, apresentam-se os dados atravs de grficos relacionados ao estgio de

    desenvolvimento motor das crianas pesquisadas na escola, comparando os dez alunos antes

  • 39

    das aulas de basquetebol e aps as aulas de basquetebol nos quatro testes de coordenao

    motora. De posse dos dados, partiu-se para a anlise, sustentada teoricamente por autores que

    ajudaram a entender e compreender essa temtica.

    Realizamos as anlises na seguinte sequncia: Habilidades motoras, Trave de

    equilbrio, saltos monopedais, saltos laterais e transferncia de plataforma.

    Abaixo se apresentam os valores encontrados na avaliao proposta por Gorla e

    Arajo (2007). O teste foi aplicado em duas etapas, Pr e Ps-teste (7/04 a 12/05/2015). Aps

    a soma dos quatro valores dos quatro testes, verificou-se na Tabela o valor correspondente

    pontuao dos mesmos. Com esses valores, pode-se obter a classificao da coordenao

    motora dos avaliados. (Ver tabelas a seguir).

    Anlise do teste aplicado antes da interveno e aps a interveno nos dez alunos

    participantes da pesquisa. Aonde ser obtido o Quociente Motor (QM), em cada tarefa.

    Tabela 1: Trave de equilbrio

    Alunos Pr-Teste Escore QM Ps-Teste Escore QM

    Aluno 1 71 118 72 119

    Aluno 2 70 117 71 118

    Aluno 3 72 119 72 119

    Aluno 4 70 117 72 119

    Aluno 5 71 118 72 119

    Aluno 6 71 118 72 119

    Aluno 7 70 117 72 119

    Aluno 8 72 119 71 118

    Aluno 9 71 118 72 119

    Aluno 10 72 119 72 119

    Fonte: o autor (2015)

    Sobre equilbrio apontam os autores Ricardo e Vincius (2010, p.31): Toda e qualquer

    atividade motora realizada pelo ser humano gera um desequilbrio, alterando a sua postura

    inicial. O equilbrio um tipo de resposta acionada para contrapor-se s foras que tendem a

    alterar essa postura.

    Observa-se na tabela acima, no teste de trave de equilbrio, que apenas dois alunos

    ficaram no mesmo nvel, um diminuiu e sete tiveram uma melhora na coordenao motora,

    envolvendo o equilbrio. Ento 70% dos avaliados tiveram uma melhora considervel. Isso

  • 40

    reflete que o basquetebol tem influncia sobre a coordenao motora, pois o equilbrio est

    envolvido em alguns fundamentos bsicos do basquetebol.

    Como afirma o autor Werneck (2002, p. 9): O sucesso nos arremessos depende da

    postura, do equilbrio e da concentrao, para que fora, direo e coordenao dos

    movimentos sejam perfeitas. Mas o equilbrio tambm faz parte dos fundamentos como o

    drible e o rebote.

    Tabela 2: Saltos monopedais

    Alunos Pr-Teste Escore QM Ps-Teste Escore QM

    Aluno 1 35 45 39 49

    Aluno 2 31 41 40 50

    Aluno 3 30 40 36 46

    Aluno 4 29 39 39 49

    Aluno 5 33 43 37 47

    Aluno 6 33 43 39 49

    Aluno 7 31 41 35 45

    Aluno 8 32 42 35 45

    Aluno 9 36 46 38 48

    Aluno 10 32 42 40 50

    Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2015.

    Nessa tabela o teste avaliado foi Saltos Monopedais, em que houve uma melhora de

    100% na coordenao motora ao comparar o pr-teste e o ps-teste. Os saltos no basquetebol

    so de grande importncia em alguns fundamentos, como o arremesso, o rebote, em uma

    defesa ou at mesmo para pegar uma bola ou pass-la. Como afirma o autor Gallahue (2008,

    p. 448): o salto semelhante corrida, exceto pelo fato de que uma fase de voo mais longo

    est envolvida e o salto geralmente realizado como uma habilidade nica, e no como uma

    habilidade repetida.

    Portanto, os saltos quando necessrios em um jogo de basquetebol exigem uma grande

    fora dos membros inferiores para execut-lo. Gorla, Arajo e Rodrigues (2009) afirmam que

    saltos monopedais tm o objetivo de coordenao dos membros inferiores, alm de energia e

    dinmica/fora.

  • 41

    Tabela 3: Saltos laterais

    Alunos Pr-Teste Escore QM Ps-Teste Escore QM

    Aluno 1 54 79 71 104

    Aluno 2 58 85 64 95

    Aluno 3 40 60 72 105

    Aluno 4 52 76 69 101

    Aluno 5 56 81 67 98

    Aluno 6 57 83 73 107

    Aluno 7 60 88 67 98

    Aluno 8 50 73 73 107

    Aluno 9 60 88 68 99

    Aluno 10 54 79 68 99

    Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2015.

    Ao analisar a tabela dos saltos laterais, verificou-se que houve uma melhora em 100%

    da coordenao motora entre o pr-teste e o ps-teste. Como no pargrafo citado acima, o

    salto muito importante em jogo de basquetebol, e neste teste envolve a velocidade e ainda o

    salto. A velocidade est envolvida no drible e em voltar para a defesa ou contra ataque.

    Sobre a variao de velocidade no basquetebol, Werneck (2002, p.7) conclui:

    O drible com variao de velocidade uma finta importantssima no contra-ataque.

    O marcador imprime forte presso na marcao e adqua sua velocidade do

    adversrio com a posse de bola. Qualquer acelerao ou desacelerao na corrida

    far o marcador perder contato o tempo suficiente para a finalizao da cesta.

    Tabela 4: Transferncia de plataforma

    Alunos Pr-Teste Escore QM Ps-Teste Escore QM

    Aluno 1 40 72 52 101

    Aluno 2 55 108 65 130

    Aluno 3 33 57 55 108

    Aluno 4 49 93 59 117

    Aluno 5 39 48 57 113

    Aluno 6 33 57 59 117

    Aluno 7 34 59 63 127

    Aluno 8 43 79 64 129

    Aluno 9 41 74 63 127

    Aluno 10 37 65 63 127

    Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2015.

  • 42

    Na quarta tabela a avaliao realizada foi na transferncia de plataforma, onde ocorreu

    uma melhora de 100% da coordenao motora no pr-teste e ps-teste. O objetivo era o

    trabalho da lateralidade e do espao temporal. E, segundo Teixeira (2011, p.1): Nas crianas,

    o basquetebol auxilia tambm, em caractersticas psicomotoras e de coordenao, colabora no

    desenvolvimento de percepo espao temporal; coordenao multimembros; coordenao

    culo-manual; destreza manual; estabilidade brao-mo e; preciso.

    No basquetebol, em um arremesso, como por exemplo, a bandeja, trabalha-se com a

    lateralidade, pelos seus movimentos, antes de executar a cesta.

    Toda pessoa possui um lado do corpo que utiliza mais nas atividades do dia a dia.

    Como afirmam os autores Ricardo e Vincius (2010, p. 30):

    ...todo o indivduo j nasce, por questes genticas, com seu crebro pronto para ser

    destro ou canhoto, mas se a criana for estimulada desde cedo a utilizar apenas uma

    das mos quando for pegar ou manusear um objeto, provavelmente, esta ser a mo

    que ela desenvolver mais.

    4.1 ANLISE DAS QUATRO TABELAS

    Para anlise das tabelas 1 a 4, observamos o Pr-teste e o Ps-teste, sendo o primeiro

    teste antes das dez aulas de basquetebol e o segundo aps as aulas.

    As aulas foram aplicadas do seguinte modo: a primeira aula, aula terica, falando

    sobre a histria e as regras do basquetebol, explicando e mostrando as regras na prpria

    quadra. Em seguida foram dadas aulas prticas comeando com os fundamentos e partindo

    para o jogo.

    Com esses nmeros obtidos nas tabelas anteriores, j pode ser observada a diferena

    dos nmeros Pr-testes e os Ps-Testes, sendo que o Ps-teste apresenta uma melhora

    considervel no desempenho motor das crianas nos quatro testes.

    Segundo Ferreira (2010, p.72):

    O KTK um teste que tem como objetivo avaliar a coordenao motora de crianas

    com deficincia Intelectual atravs de quatro tarefas. A partir destas tarefas

    pretende-se avaliar cinco fatores, que segundo GORLA (2004), so os principais

    componentes da coordenao motora de uma pessoa, sendo estes componentes o

    equilbrio, o ritmo, a lateralidade, a velocidade e a agilidade.

  • 43

    Como o autor Ferreira ressalta, esse teste tem o objetivo de avaliar a coordenao

    motora de crianas com deficincia; sendo que esse teste foi aplicado para dez alunos sem

    deficincias visveis.

    Tabela 5: Resultados das somas dos quatro testes, no pr e ps teste.

    PR-TESTE ESCORES RESULTADOS PS-TESTE ESCORES RESULTADOS

    Aluno 1 72 Perturbao na

    coordenao

    Aluno 1 91 Coordenao

    normal

    Aluno 2 84 Perturbao na

    coordenao

    Aluno 2 98 Coordenao

    normal

    Aluno 3 60 Insuficincia na

    coordenao

    Aluno 3 93 Coordenao

    normal

    Aluno 4 76 Perturbao na

    coordenao

    Aluno 4 95 Coordenao

    normal

    Aluno 5 64 Insuficincia na

    coordenao

    Aluno 5 92 Coordenao

    normal

    Aluno 6 68 Insuficincia na

    coordenao

    Aluno 6 97 Coordenao

    normal

    Aluno 7 69 Insuficincia na

    coordenao

    Aluno 7 96 Coordenao

    normal

    Aluno 8 72 Perturbao na

    coordenao

    Aluno 8 100 Coordenao

    normal

    Aluno 9 76 Perturbao na

    coordenao

    Aluno 9 98 Coordenao

    normal

    Aluno 10 69 Insuficincia na

    coordenao

    Aluno 10 98 Coordenao

    normal

    Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2015.

    Os resultados obtidos, demonstrados na tabela acima no primeiro teste foram (Pr-

    aulas): Cinco alunos apresentaram perturbao na coordenao motora e 5 apresentaram

    insuficincia na coordenao motora (escores de 72, 84, 76, 72,76 60, 64, 68, 69, 69). No

    segundo teste (Ps-aulas) os resultados indicaram que todos os alunos tiveram uma melhora

    na coordenao desde o primeiro momento, quando alunos apresentaram perturbao e

    insuficincias na coordenao. No segundo teste todos passaram para coordenao motora

    normal com os escores 91, 98, 93, 95, 92, 97, 96, 100, 98, 98.

  • 44

    Os dez alunos tiveram progressos na coordenao aps as dez aulas de basquetebol,

    com melhora nos escores (de 72 para 91, de 84 para 98, de 60 para 93, de 76 para 95, de 64

    para 92, de 68 para 97, de 69 para 96, de 72 para 100, de 76 para 98, de 69 para 98).

    Verificou-se que, houve uma grande diferena com os alunos antes das aulas de

    basquetebol e aps as aulas, quanto ao nvel de coordenao motora. Portanto, a partir dos

    resultados encontrados conclui-se que os alunos ao praticar basquetebol tm uma melhora

    significativa no desempenho da coordenao motora.

    Segundo Costa (2010, p.12) possvel dizer que:

    O basquetebol um esporte bastante complexo, onde estar sendo desenvolvida a

    coordenao motora especfica, enfatizando, tais situaes, visando o

    aperfeioamento dos fundamentos tcnicos, tticos e das capacidades fsicas atravs

    dos treinamentos e competies, valorizando as capacidades cognitivas, ou seja, a

    tomada de deciso frente aos adversrios, agindo de acordo com a imprevisibilidade,

    especificamente no basquetebol.

    Este um esporte que no deve ser deixado de lado pelos professores nas escolas, pois

    como foi visto, o basquetebol tem grande importncia do desenvolvimento da coordenao

    motora. um esporte que exige grande capacidade de exploso fsica e tambm fora

    muscular, exigindo a concentrao, a preciso e o domnio do espao.

  • 45

    5 CONSIDERAES FINAIS

    Concluindo a nossa pesquisa acreditamos ter atingido os objetivos propostos nesse

    trabalho. Foram realizados testes de avaliao motora das habilidades fundamentais que

    possibilitaram avaliar os nveis de desenvolvimento motor de cada aluno. Foram aplicados o

    Pr-teste e o Ps-teste, e entre os testes foram realizadas dez aulas de basquetebol, para o

    conhecimento e prtica dos fundamentos, das regras e do jogo como um todo.

    Essas dez aulas foram aplicadas da seguinte maneira: a primeira aula teve explicao

    terica sobre a histria, o surgimento e a vinda do basquetebol ao Brasil, as regras, os

    fundamentos. Os alunos tambm assistiram a um vdeo sobre o basquetebol e outro vdeo de

    um jogo. Na quadra houve momento de tirar dvidas e falar sobre as regras e dimenses da

    quadra. A partir da segunda aula tiveram incio as aulas prticas, observando o domnio e

    conduo da bola, o passe, a recepo, o drible, o ritmo binrio, o rebote e os arremessos, ou

    seja, todos os fundamentos. As aulas iniciaram com treinamentos dos fundamentos e

    encerravam com um jogo pr-desportivo. Na ltima aula foi organizado um jogo de 4 tempos

    de 10 minutos cada, e em cada intervalo houve momentos de explicao e de sanar dvidas

    sobre o jogo de basquetebol.

    O teste aplicado composto por quatro tarefas: Trave de Equilbrio, Salto

    Monopedais, Salto Lateral e Transferncia sobre Plataforma, e aps a anlise dos dados

    verificou-se uma considervel melhora da coordenao motora ao comparar o Pr-teste e o

    Ps-teste.

    Com relao aos testes aplicados, no Pr-teste, todos tiveram um pouco de

    dificuldades ou demora em realizar os mesmos. Na Trave de Equilbrio vrias vezes os alunos

    tiveram que voltar ao incio da prova, pois se desequilibravam e colocavam o p no cho antes

    de atingir os 8 passos. Nos Saltos Monopedais, tambm tiveram um pouco de dificuldade

    principalmente a partir dos 35 centmetros. Houve casos que derrubaram as espumas, ou

    caam sobre as mesmas, ou ainda no davam os dois pulos necessrios aps passar as espumas

    exigidas no teste. Nos Saltos Laterais e na Transferncia de Plataforma grande parte dos

    alunos se saiu bem, obtendo um resultado bom j no pr-teste.

    Todos os alunos tiveram uma grande melhora na coordenao motora no Ps-teste. Na

    Trave de Equilbrio tiveram menos erros, repetindo menos a prova e terminando o teste em

    tempo inferior ao verificado no Pr-teste. Nos Saltos Monopedais, os alunos tiveram mais

  • 46

    dificuldades a partir dos 50 centmetros tendo os mesmos erros que no Pr-teste. Nos Saltos

    Laterais e na Transferncia de Plataforma tiveram uma evoluo melhor ainda no Ps-teste.

    Analisando o Pr-teste e o Ps-teste, percebemos a importncia do trabalho com a

    modalidade do basquetebol nas escolas. Os alunos de 13 a 14 anos que participaram desta

    pesquisa tiveram uma evoluo de 100% na coordenao. Pode-se deduzir um desempenho

    ainda superior se j tivessem praticado