basalto malveira

6
FICHA-RELATÓRIO SOBRE BASALTO, região da Malveira No Projecto Rocha Amiga Professora responsável: Patrícia Oliveira Malveira, Maio 2008

Upload: antonio-oliveira

Post on 10-Aug-2015

31 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Basalto Malveira

FFIICCHHAA--RREELLAATTÓÓRRIIOO

SSOOBBRREE

BBAASSAALLTTOO,, rreeggiiããoo ddaa MMaallvveeiirraa

No Projecto Rocha Amiga

Professora responsável: Patrícia Oliveira

Malveira, Maio 2008

Page 2: Basalto Malveira

Basalto, região da Malveira

no Projecto Rocha Amiga * 2008 1

Classificação Categoria principal: Magmática Categoria subordinada: Vulcânica Classificação científica: Basalto

Descrição em amostra de mão Basalto alcalino, holocristalino, de textura afanítica e estrutura maciça. Nalgumas amostras é possível observar fenocristais de olivina, piroxena e ulvospinela. Apresenta uma matriz (conjunto de minerais de pequenas dimensões) com piroxena, ulvospinela, plagioclase e olivina, como fases principais. Esta característica pode ser confirmada na observação da amostra em lâmina delgada (Figuras 2 e 3). A olivina (crisólito), independentemente dos vários hábitos cristalinos que apresenta, encontra-se bastante alterada.

Figura 2: Microfotografia do basalto em nicóis paralelos

Fonte: http://www.dct.uminho.pt/rpmic/ma8_net.html

Figura 3: Microfotografia do basalto em nicóis cruzados

Fonte: http://www.dct.uminho.pt/rpmic/ma8_net.html

Figura 1: Basalto em amostra de mão

Page 3: Basalto Malveira

Basalto, região da Malveira

no Projecto Rocha Amiga * 2008 2

Localização Região: Malveira Distrito: Lisboa Local: Escola Básica 2, 3 Professor Armando de Lucena (Latitude 38°56'1.58"N; Longitude 9°15'31.85"O, segundo Google Earth) Penedo do Lexim (Latitude 38°53'31.83"N; Longitude 9°18'41.71"O, segundo Google Earth)

Figura 4: Localização da Escola

e dos diversos locais de interesse geológico da região na Carta Geológica de Portugal, Folha 34-A, Sintra, 1:50 000

Mapa litológico simplificado de Portugal

Continental (Atlas do Ambiente Digital

– DGA)

Page 4: Basalto Malveira

Basalto, região da Malveira

no Projecto Rocha Amiga * 2008 3

Contexto geológico Este basalto é uma das rochas mais abundantes e representativas do Complexo Vulcânico de Lisboa, instalado entre o Cretácico superior e o Eocénico inferior, há cerca de 72 M.a. Assim, esta rocha formou-se num importante episódio da actividade ígnea meso-cenozóica que acompanhou a abertura do Atlântico Norte. O basalto resultou de uma das fases de emissão efusiva, em que aparelhos do tipo central libertaram escoadas lávicas. Devido ao arrefecimento do material magmático num processo relativamente lento, foi possível a formação de prismas de secção aproximadamente hexagonal - disjunção prismática ou colunar (Fig. 5)

Tipo de paisagem Nesta região, verifica-se um modelado de terreno muito acidentado, com a paisagem dominada pela Serra da Malveira. Existem ainda diversas elevações que atingem cotas entre os 200 e os 400 metros e se apresentam dispersas por toda a área (Figura 4). Algumas destas elevações, em particular, o Penedo do Lexim, a Serra do Funchal e os Cabeços de Alcainça e de Cartaxos, correspondem a antigas chaminés vulcânicas, pertencentes ao Complexo Vulcânico de Lisboa.

Figura 5: Aspecto da disjunção colunar e esquema representativo das tensões que dão origem à fracturação da rocha aquando do seu arrefecimento

Fonte: http://www.geopor.pt/gne/campo/sintra/sintra.html; http://oficina.cienciaviva.pt/quatroseis/lomba_piano_prismas.htm

Figura 7: Serra do Funchal, Malveira Figura 6: Penedo do Lexim

Page 5: Basalto Malveira

Basalto, região da Malveira

no Projecto Rocha Amiga * 2008 4

Tipo de solos e vegetação Na zona predominam os solos acastanhados argilosos, pouco profundos, típicos de regiões basálticas e que contribuem para a abundância de zonas com vegetação rasteira, utilizada para pastoreio. No entanto, nalgumas encostas como as do Penedo do Lexim, existem também matagais de carrascos.

Valor patrimonial O basalto, apesar de estar muito representado nas ilhas dos Açores e da Madeira, está bastante limitado em Portugal continental. O exemplo descrito testemunha a actividade vulcânica existente na região de Lisboa, sendo, por isso, bastante relevante no contexto da Geologia de Portugal. Esta situação pode comprovar-se pela existência de um local classificado na zona: o Penedo do Lexim (Figuras 4 e 6) considerado Imóvel de Interesse Público e onde são frequentes as escavações arqueológicas. O valor deste património geológico tem também vindo a ser comprovado pela sua referência em projectos nacionais como “Projecto Ciência Viva” que incluem diversos meios de divulgação como folhetos e sítios na Internet.

Interesse económico Os basaltos são explorados para a obtenção de britas para tapetes rodoviários, sendo também utilizados pelas populações locais na construção de muros. Esta rocha foi também bastante utilizada para calcetamento das ruas da região de Lisboa, no entanto, a sua exploração em pedreiras tem vindo a decair.

Figura 8: Utilização do basalto em muros, Serra do Funchal

Page 6: Basalto Malveira

Basalto, região da Malveira

no Projecto Rocha Amiga * 2008 5

Bibliografia consultada RAMALHO, M. et al (1993) – Carta Geológica de Portugal na escala 1/50000. Notícia

Explicativa da Folha 34-A – Sintra. Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa http://earth.google.com/

http://oficina.cienciaviva.pt/quatroseis/lexim.htm http://oficina.cienciaviva.pt/quatroseis/lomba_piano_prismas.htm http://www.geopor.pt/gne/campo/sintra/sintra.html http://www.dct.uminho.pt/rpmic/ma8_net.html http://profs.ccems.pt/RicardoPimentel/nova_pagina_19_ficheiros/zeolitos_em_portugal.htm