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“Barreiras de segurança pré-moldadas padrão Europeu2014

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“Barreiras de

segurança

pré-moldadas

padrão Europeu”

2014

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RELATÓRIO TÉCNICO

Barreira de Segurança New Jersey pré–moldada CE

A estrada sempre refletiu o avanço tecnológico das civilizações. A par de todo o desenvolvimento tecnológico

de que as estradas foram alvo, também os veículos evoluíram, tornando-se cada vez mais rápidos e acessíveis

às pessoas. Isto levou a um aumento exponencial do número de veículos, que associado às elevadas

velocidades passíveis de serem atingidas, tornou as estradas locais bastante perigosos.

Perante esta situação houve a necessidade de se criarem condições de segurança para os usuários das

estradas, atuando ao nível dos veículos, da infra-estrutura e da sensibilização do motorista.

Quanto aos níveis de segurança da infra-estrutura registram-se notórios avanços tecnológicos, como é o caso

da introdução das barreiras de segurança, dos atenuadores de impacto e das camadas de rodagem com boas

características de aderência e capacidade de drenagem.

A busca de soluções ao nível do desenvolvimento de sistemas de segurança rodoviária e, em particular, das

barreiras de segurança, tem registrado um aumento notável surgindo no mercado vários tipos de barreiras em

alternativa às soluções tradicionais, barreiras de perfil metálico e as barreiras rígidas de concreto tipo New

Jersey.

A primeira geração de barreiras rígidas foi desenvolvida para minimizar o número de invasões da faixa contrária

por veículos e também de reduzir o custo e o perigo que representava a manutenção das guardas semi-

flexíveis, principalmente em zonas acidentadas.

Os primeiros separadores centrais rígidos foram aplicados em New Jersey, em 1955, com apenas 457 mm de

altura. Eram semelhantes a uma pequena parede vertical com uma deflexão na base de cada lado. Problemas

operacionais da barreira levaram a alterações de seu perfil e a sua altura foi incrementada para 607 mm e,

posteriormente, em 1959, para 813 mm, representando basicamente o mesmo projeto utilizado até os dias de

hoje nas estradas da América Latina.

Ocorre que o separador New Jersey rígido não foi desenvolvido através de estudos baseados em crash-tests,

mas sim a partir da observação de acidentes contra barreiras e sucessivos aperfeiçoamentos do perfil, nos

estados da Califórnia e New Jersey.

Dessa forma, pesquisas foram estimuladas por governos e concessionárias de rodovias na Europa visando

aumentar a eficiência das barreiras. Os estudos, baseados em ensaios controlados (crash-tests) resultaram no

desenvolvimento tecnológico de barreiras de concreto flexíveis com perfil tipo New Jersey.

As barreiras de segurança em concreto armado, modelo europeu, são elementos pré-moldados no perfil New

Jersey, projetados para atuar como o mecanismo de desaceleração gradual e controlada dos veículos que se

chocam contra a barreira, bem como atuar com influência decisiva na recondução da trajetória do veiculo.

Estas barreiras apresentam diversas vantagens operacionais perante os dispositivos aplicados atualmente no

Brasil, apresentando como principais benefícios:

Redução no número de acidentes e, principalmente, redução da gravidade de acidentes

nas rodovias;

Menor investimento no longo prazo; e

Baixo impacto durante a implantação, beneficiando principalmente rodovias de alto

volume de tráfego e que atravessam centros urbanos.

O quadro abaixo apresenta a relação das principais vantagens e características desta tecnologia.

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Vantagem

Característica

Segurança

Estrutura Flexível

Um das principais características deste dispositivo são as ligações longitudinais.

Os vários elementos modulares pré-fabricados estão conectados de maneira a

formar uma cadeia continua e resistente. Para isto a barreira possui em sua parte

superior uma barra rotunda Diwidag de 6 m de comprimento com Ø 32 mm de

rosca 10 conectada através de uma luva de rosca inversa com pelo menos 6 cm

de profusão.

A montagem transversal da barreira, bloco a bloco, configura um elemento não

rígido, este comportamento é exatamente o contrario daquele que se pressupõem

com a matéria que é usada pela barreira, o concreto.

A eficácia deste comportamento flexível foi comprovado por crash-testes. Na

prática a energia cinética do impacto é dissipada pela energia necessária para o

deslocamento lateral da barreira e naquela energia potencial da oscilação que

ocorre com o veiculo. E é esta a condição preponderante na redução da

intensidade de acidentes.

De acordo com os crashes- testes realizados o deslocamento lateral com veículos

leves foi da ordem de 10 cm. Em caso de acidentes com veículos pesados, entra

em ação o sistema de ligação que no momento do impacto seu movimento

“charneira” absorve o choque de grande volume de massa ao mesmo tempo em

que o perfil New Jersey redireciona o veiculo à sua rota inicial.

Altura da Barreira

O elemento pré-fabricado regulamentado na Europa deve ter 1,00 metro de

altura, enquanto que a barreira tradicionalmente utilizada na América Latina

apresenta altura nominal de aproximadamente 80 cm.

Testes indicaram que a barreira 20 cm mais alta é notadamente mais eficiente na

contenção de veículos, reduzindo drasticamente a probabilidade de capotagem e

tombamento para o outro lado da pista.

Implantação Por se tratar de um dispositivo composto por blocos pré-moldados, a montagem

da barreira flexível pode ser feita de forma bastante rápida, reduzindo-se os

impactos no tráfego e no local da intervenção, quando comparada ao sistema

rígido.

Esta versatilidade apresenta-se como muito eficiente, principalmente, em meios

urbanos, onde a instalação pode ser feita no período da noite. Como exemplo, um

trecho de 600 metros pode ser todo implantado em um turno noturno de 8 horas,

com apenas 4 operários.

Além de modelo rígido apresentar uma produtividade de implantação muito

menor, sofre forte influência das condições climáticas, causando transtornos ao

tráfego, na medida que gera congestionamentos e aumenta a insegurança de

trafegabilidade.

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Quanto ao solo de apoio, diferentemente dos modelos tradicionais que

necessitam de uma preparação especial, o New Jersey padrão Europeu pode ser

colocado em operação sobre uma base de conglomerado betumoso (o próprio

pavimento da estrada), sobre uma guia de concreto, que funcionam com um

comportamento equivalente em seu coeficiente de atrito para os casos de impacto

ou ainda sobre o próprio leito natural.

Manutenção A implantação de barreiras de segurança de acordo com a normas européias implica em menores investimentos de manutenção, bem como maior versatilidade na conservação das condições de segurança oferecidas pelo próprio dispositivo. A regulamentação europeia é muito mais rígida que a normatização aplicada no Brasil. Enquanto que no Brasil estipula-se que o concreto aplicado deve ter um fck (Resistência à compressão) mínimo de 25 MPa, na Europa exige-se um fck de 40MPa, 60% mais resistente. Isto implica em maior segurança aos usuários, bem como menores investimentos com a reposição e reconstrução de partes danificadas com acidentes. Ficou constatado pelos crashes-teste realizados que além da eficiência em proteger os ocupantes dos veículos testados, as perdas materiais também mostraram-se menores já que o choque ocorre sobre uma estrutura maleável e não fixa. Além disso, quando há necessidade de revitalização/recuperação da rodovia pode-se afastar a barreira CE e após a pavimentação reposicioná-la em seu local original. No caso das barreiras tradicionais, ocorre quando da revitalização, pelo fato de ser um sistema fixo, de a nova camada implantada reduzir a altura da guia base da barreira, reduzindo sua capacidade redirecionar o veículo.

Investimento O investimento em barreiras de segurança do tipo flexível é perene. A mesma versatilidade de implantação pode ser observada na remoção, proporcionando manter o investimento em caso de alterações de traçado. Neste caso, a barreira é removida e, após a alteração do traçado, é reposicionada, não necessitando mais recursos em matéria-prima. Pelas próprias características das estipuladas pela regulamentação européia, maiores dimensões e materiais de maior qualidade, o investimento inicial em barreiras flexíveis é maior. Porém, observa-se que no longo prazo vantagens não apenas econômicas, mas principalmente, sociais que justificam o investimento nesta nova tecnologia.

Regulamentação A barreira tipo New Jersey flexível é regulamentada pela UNI EN 1317. Esta

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regulamentação é utilizada juntamente com outras normas brasileiras e

européias para a aplicação da norma da ABNT NBR 15486:2007 no Brasil.

Aplicação A barreira tipo New Jersey flexível está presente em diversos países,

principalmente naqueles que apresentam cultura de possuírem rodovias de alto

padrão de qualidade, como é o caso de Alemanha, Itália, Suíça, França, Áustria

e Espanha. Apenas na Europa, estima-se existir mais de 100.000 km de estradas

cobertas com este tipo de barreira.

No Brasil, a implantação inicial deu-se pelo DER-SP (Edital 009/11-CO) e,

principalmente, por concessionárias, indicando a boa relação custo benefício no

longo prazo quando comparado aos dispositivos tradicionais.

Diferença entre as Barreiras – BR 277 Curitiba/Paranaguá (PR)

BR 277 CURITIBA/PARANAGUÁ – JUNHO/OUTUBRO 2011

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BR 277 MORRETES - PONTE RIO SAGRADO I – MAIO/DEZEMBRO 2011

BR 277 CASCAVEL/FOZ DO IGUAÇU – MAIO 2011 / JANEIRO 2012

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BR 277 MEDIANEIRA – ANO 2011/2012

SP 160 RODOVIA DOS IMIGRANTES – NOVEMBRO 2011

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SP 070 RODOVIA AYRTON SENNA – SETEMBRO 2012

BR 116 PELOTAS - PONTE PASSO DO PINTO – JULHO 2012

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AUTÓDROMO INTERNACIONAL DE CURITIBA – MARÇO 2012