banco portuguÊs de gestÃo, sa relatório e contas 2008 · um pouco por todo o lado; ou, numa...
TRANSCRIPT
Relatório e Contas 2008
ÍNDICE Págs.
• Mensagem do Presidente do Conselho de Administração........................................ 03
• Órgãos Sociais .......................................................................................................... 07
• Participações no Capital Social ............................................................................... 10
• Enquadramento Macroeconómico............................................................................ 11
• Síntese da Actividade Desenvolvida pelo BPG em 2008 .......................................... 25
• Análise das Demonstrações Financeiras do Banco ................................................. 41
• Perspectivas da Actividade do BPG para 2009........................................................ 45
• Proposta de Aplicação de Resultados....................................................................... 50
• Referências Finais .................................................................................................... 50
• Demonstrações Financeiras ..................................................................................... 52
• Anexo às Demonstrações Financeiras ..................................................................... 57
• Relatório e Parecer do Conselho Fiscal................................................................... 138
• Certificação Legal das Contas.................................................................................. 140
2
Relatório e Contas 2008
MENSAGEM DO PRESIDENTE
Senhores accionistas,
Vivemos tempos interessantes – se me é permitido usar nestas circunstâncias um modismo
muito comum no mundo do Oriente, quando se pretende caracterizar um período em que se
acumulam eventos de natureza e proporções inéditas ou inesperadas, normalmente
acarretando consequências de curto prazo negativas para aqueles que as experimentam.
O ano de 2008 foi, deste ponto de vista, particularmente interessante. Assistimos nesse
período a múltiplas situações extremadas: desde o preço de matérias primas e bens
alimentares que, no primeiro semestre evidenciaram crescimentos que ameaçavam pôr em
causa o nível de vida de vários países e regiões e das suas populações, para, no segundo
semestre, se constatar a queda desses preços para níveis que poderão colocar em crise a
economia dos respectivos países e agentes produtores; ou a destruição de valor em escala
inimaginável atingindo empresas que constituíam pilares aparentemente indestrutíveis do
modelo e modo de produção adoptados pela generalidade dos países, constituindo um
verdadeiro abalo sísmico à escala global, cujas réplicas estão ainda hoje a fazer-se sentir
um pouco por todo o lado; ou, numa dimensão mais concreta e próxima de todos nós, à
destruição do emprego numa escala tal que veio a justificar e a obrigar a adopção pelas
várias autoridades governamentais, mesmo daquelas que se têm por mais ortodoxas na
defesa dos mecanismos de mercado, de políticas e programas de carácter marcadamente
intervencionista, sob pena de os efeitos da crise virem a colocar em risco os fundamentos
do modelo da economia de mercado em que assentam.
3
Relatório e Contas 2008
Não é este o local apropriado para elaborar sobre as origens e causas maiores da situação
crítica que hoje se vive em todo o mundo, praticamente sem excepção. Porque
incontroversas e relevantes para a melhor compreensão do posicionamento do Banco
Português de Gestão em todo este processo, julgo importante reter as seguintes noções:
- No centro da crise esteve e está o sector financeiro, quer enquanto fautor do
clima de desconfiança que se constituiu quanto à solidez e solvência das suas
instituições, quer quanto à sua capacidade de prover o crédito necessário ao
funcionamento das empresas e das economias, cumprindo a sua função básica
de transferir recursos de onde existem em excesso para onde eles fazem falta;
- A globalização das economias tem como principal consequência a rápida
contaminação de uma situação de recessão de uma para as outras, produzindo-se
um efeito em espiral que mutuamente se alimenta e potencia, colocando em
crise o conceito de “decoupling” segundo o qual se atribuía às economias
emergentes a capacidade de crescer em contraciclo a uma eventual
desaceleração ou mesmo recessão das economias mais desenvolvidas;
- A rapidez com que se modificam as percepções dos agentes económicos, sejam
eles governos, empresas ou cidadãos, adicionando um elemento acrescido de
volatilidade a que não é estranho o maior acesso e a disseminação da
informação proporcionada pelas novas tecnologias de informação pelos diversos
utilizadores.
4
Relatório e Contas 2008
A consideração destes elementos determinou que o Banco Português de Gestão neste
exercício ora findo conferisse prioridade e a maior atenção à gestão dos riscos que afectam
a actividade bancária, com sacrifício dos objectivos de negócio e de rendibilidade que,
noutras circunstâncias, teriam idêntica ponderação. A prevalência daquelas preocupações
não evitou a constituição de um resultado negativo, mas permitiu não só que a dimensão
desse resultado se contivesse em dimensão reduzida, como também, e sobretudo, que a
exposição do Banco a esses riscos fosse contida e mesmo trazida para níveis mínimos, tidos
por toleráveis e adequados.
Em consequência desta postura fundamental de prudência, o crescimento da carteira de
crédito foi pouco significativo e a carteira de negociação própria do Banco, com uma
dimensão inicial já de si reduzida, foi objecto de uma progressiva e acentuada diminuição
ao longo do exercício, designadamente em relação a activos financeiros de maior risco,
tendência esta que foi continuada no início de 2009.
Não tendo sido possível continuar o crescimento da carteira de crédito que tínhamos vindo
a observar em exercícios anteriores e não sendo viável extrair dos mercados financeiros a
rendibilidade que, em condições de normalidade, está associada a esse tipo de riscos, a área
de Corporate Finance e de Banca de Negócios viu a sua importância acrescida na economia
global da Instituição. De resto, o protagonismo desta área de negócios deverá ser reforçado
no futuro próximo, por via dos importantes dossiers em que se encontra envolvida, com
particular destaque para aqueles que se desenvolvem em países da Lusofonia, no
seguimento das orientações de posicionamento estratégico que o Banco tem vindo a
perfilhar.
5
Relatório e Contas 2008
É com esta nota positiva que julgo adequado terminar esta breve mensagem. Se as
condições macroeconómicas do País e de outras importantes regiões são ainda de molde a
suscitar as maiores preocupações e se as condições que prevalecem nos mercados
financeiros estão ainda longe de proporcionar um regresso sustentado à normalidade –
ditando assim a continuação da política de maior prudência quanto à exposição a riscos de
crédito e de mercado – temos, no entanto, boas razões para esperar que a estratégia
prosseguida pelo Banco na área de prestação de serviços venha a constituir cada vez mais
um esteio fundamental da actividade do Banco, cumprindo também por essa via a sua
vocação de proximidade e de apoio ao mundo da Economia Social.
O Presidente do Conselho de Administração
Carlos Augusto Pulido Valente Monjardino
6
Relatório e Contas 2008
Órgãos Sociais
Mesa da Assembleia Geral
Presidente: Vasco Alexandre Vieira de Almeida
Vice Presidente: Guilherme Manuel Soares Bernardo Vaz
Secretário: Pedro Luís Amaral da Cunha
Conselho de Administração
Presidente: Carlos Augusto Pulido Valente Monjardino
Vice Presidentes: Mário José Brandão Ferreira
Francisco José Fonseca da Silva
Vogais: Emanuel Jorge Marques dos Santos
Francisco Luís Murteira Nabo (Nota 1)
Jorge Abreu Parreira Pereira Moia
Luís António Gomes Moreno
Nota (1): Na sequência de pedido de renúncia do exercício das suas funções, o Senhor Dr.
Francisco Luís Murteira Nabo deixou de integrar o Conselho de Administração, com
efeitos a partir de 23/12/08.
7
Relatório e Contas 2008
Conselho Fiscal
Presidente: Henrique Carlos de Medina Carreira
Membros efectivos: Carlos Reinaldo Pinheiro da Silva
“PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade
de Revisores Oficiais de Contas, Lda.”, representada
por José Manuel Henriques Bernardo ou por Ana
Maria Ávila de Oliveira Lopes Bertão
Suplente: Jorge Manuel Santos Costa, ROC nº 847
Conselho Estratégico
Presidente: Augusto Carlos Serra Ventura Mateus
Vogais: Francisco Maria Guerra da Cruz Martins
Guilherme Vilaverde
Henrique Carlos de Medina Carreira
José Carlos Borges Batalha
Vítor José Melícias Lopes
8
Relatório e Contas 2008
(Directores e Principais Responsáveis)
Direcção de Banca Comercial – Maria João Sucena, Directora em exercício
Direcção de Banca de Negócios – Luís Barbosa, Director
Direcção de Contabilidade e Operações – Maria Filomena Oliveira, Directora
Direcção de Corporate Finance – Pedro Pimentel, Director
Direcção de Mercados Financeiros – João Folque, Director
Direcção Promoção de Negócios – Paula Elsa Moniz, Directora
Direcção de Serviços Jurídicos – Maria Amália Almeida, Directora
Direcção de Sistemas de Informação – Maria Alexandra Antunes, Directora
Núcleo de Promoção da Economia Social – Arnaldo Meireles, Director
Head of Compliance – António Terras Gouveia
9
Relatório e Contas 2008
PARTICIPAÇÕES NO CAPITAL SOCIAL
1. Participações Iguais ou Superiores a 2%
Accionistas com participações iguais ou superiores a 2% do Capital Social do BPG em
31/12/2008:
NOME NÚMERO DE % DE CAPITALACÇÕES SOCIAL
FUNDAÇÃO ORIENTE 5.209.920 74,43%STDP 311.647 4,45%FUNDAÇÃO STANLEY HO 252.000 3,60%CARLOS A.P.V. MONJARDINO 142.680 2,04%
2. Participações dos Membros dos Órgãos Sociais no Capital do BPG
MEMBROS DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ACÇÕES
Detidas Adquiridas Alienadas Detidasem 31/12/2007 em 2008 em 2008 em 31/12/2008
CARLOS A P V MONJARDINO 142.680 - - 142.680
10
Relatório e Contas 2008
ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO
A conjuntura internacional em 2008
Durante a primeira metade do ano de 2008, a maior controvérsia entre os vários analistas
centrou-se sobre a probabilidade dos cenários de “hard landing” ou de “soft landing” para a
economia dos EUA e sobre as consequências daí decorrentes para as restantes regiões
geográficas. Inclinando-se a balança das opiniões para a tese mais benigna, esta era
também sustentada pela evidência da escalada de preços das matérias primas energéticas,
industriais e agrícolas, tendência esta que, prenunciando sérios problemas humanos e
sociais em vários países e regiões menos dotados de recursos naturais e causando
crescentes preocupações ao nível do controlo da inflação nas economias de praticamente
todos os países, permitia no entanto fazer prevalecer a tese da relativa imunidade da
economia dos grandes países emergentes à desaceleração do crescimento que já se
constatava nos países mais desenvolvidos.
A segunda metade do ano veio pôr termo a esta controvérsia, fazendo convergir no tempo
uma sucessão de eventos que vieram alterar dramaticamente as percepções dos agentes
económicos, eliminando cenários mais optimistas e agravando em todos os azimutes as
expectativas de comportamento das economias e das empresas.
Sem preocupação de exaustividade, recorda-se alguns dos principais eventos que
determinaram a partir de Julho esta alteração:
- a queda substancial e continuada dos preços das “commodities”, com particular
relevo para o petróleo e seus derivados, corrigindo os excessos especulativos que
tinham dominado a sua evolução no I Semestre, mas também denunciando a
percepção da fragilidade das expectativas da procura mundial que claramente se
11
Relatório e Contas 2008
vinham a revelar sobrestimadas, designadamente por parte das economias
emergentes de maior dimensão;
- o agravamento da queda de preços ao nível do sector imobiliário, com particular
incidência nos EUA, mas também em vários países europeus onde se constituíram
“bolhas” de preços de algum significado (Espanha, Reino Unido) e ao qual as
instituições financeiras se encontravam bastante expostas;
- a progressiva agudização dos problemas de liquidez de várias instituições
financeiras de grande porte e dimensão internacional, atingindo o clímax com a
apresentação à insolvência da Lehman Bros. e salvamento in extremis da AIG,
ambas instituições americanas com uma densa teia de participações, contrapartes
e relações financeiras estabelecidas a nível mundial, concretizando, no caso
Lehman Bros., um risco sistémico que as autoridades daquele País optaram por
correr;
- o conflito Rússia / Geórgia que, se outras consequências maiores não teve,
determinou a saída maciça de capitais estrangeiros investidos naquele País, a
queda abrupta do seu principal índice bolsista, a redução drástica das reservas
externas utilizadas esterilmente na defesa infrutífera da cotação do rublo;
- a implosão das principais instituições financeiras da Islândia e, consequentemente,
da sua dívida externa, determinando uma situação de suspensão de pagamentos
com efeitos que ultrapassam a específica dimensão daquele País;
- a progressiva deterioração da confiança associada às finanças públicas de vários
países da Europa Central e de Leste, pressionando as respectivas divisas e
12
Relatório e Contas 2008
dificultando o recurso aos meios de que carecem para financiar os respectivos
deficits externos, dando lugar, por sua vez, à desvalorização acentuada dessas
moedas;
- o bloqueamento progressivo dos mercados interbancários, fruto da ausência de
confiança na solidez das instituições intervenientes, determinando sucessivas
intervenções das autoridades monetárias e governamentais de diferente natureza e
alcance, mas sempre com limitado sucesso;
- a ausência ou funcionamento intermitente dos mercados de dívida (para o que em
alguma medida terá contribuído a deterioração da credibilidade das notações de
risco emitidas pelas agências internacionais de rating) onde se financiam países,
bancos e grandes empresas, quer para transacção do stock em circulação, quer
para a emissão de novos títulos, eleva o custo para os emitentes a níveis que
impactam significativamente sobre os seus resultados e/ou tornam desinteressante
ou inviável a realização de novos investimentos;
- fechando o círculo, a escassez e encarecimento do crédito disponível para as
empresas e para as famílias, não pode deixar de ter severas implicações sobre as
suas decisões de investimento e de aquisições, com o consequente efeito
desmultiplicador sobre a procura de bens de investimento e de consumo e o
cortejo subsequente de ajustamento em baixa nas capacidades produtivas,
aumento do desemprego, redução do rendimento disponível, aumento da despesa
pública, etc.
13
Relatório e Contas 2008
Quebrar a espiral de destruição de valor que se auto alimentou e cresceu exponencialmente
a partir de um fenómeno aparentemente localizado e contido, como foram os chamados
“créditos subprime” é a tarefa com que se confrontam os responsáveis multilaterais,
governamentais, das autoridades monetárias e financeiras e, indirectamente, todos os
agentes da microeconomia, cuja motivação é essencial para que o regresso ao crescimento
económico se possa fazer mais cedo do que tarde.
14
Relatório e Contas 2008
A Economia Portuguesa em 2008
A crise dos mercados financeiros nas principais praças internacionais fermentou durante
meses, desde 2007 e ao longo de 2008, a espaços fazendo crer que os seus principais
efeitos poderiam conter-se nos limites desse sector, com menores consequências sobre a
economia real.
Com o decorrer do tempo, e com maior acuidade a partir do final do III Trimestre,
sucessivas estimativas e revisões de prognósticos, promovidas pelas diversas entidades
governamentais e não governamentais que acompanham a evolução económica, vieram a
constatar a verificação progressiva dos cenários mais indesejáveis, isto é, a desaceleração
do crescimento económico converteu-se em estagnação e esta deu lugar à recessão,
situação em que a economia do País actualmente se encontra. A precipitação das quebras
no consumo privado, na produção industrial, nas exportações, no emprego e no
investimento ocorrida nos últimos meses do ano absorveu os modestos ganhos acumulados
nos meses anteriores, invalidando as mais recentes estimativas (28/01/09) para a evolução
do PIB em 2008, por parte da generalidade das instituições internacionais e nacionais que
apontavam ainda para um ganho anual de algumas décimas.
No quadro do refluxo a que se assiste para a maior parte das variáveis que determinam e
caracterizam a evolução económica, algumas há cujo comportamento positivo, pela
excepção que representam, não deverá deixar de ser assinalado.
Em primeiro lugar, destaca-se a formação do saldo global das Administrações Públicas
que, correspondendo a – 2,2% do PIB, significa o cumprimento nesse ano do objectivo de
redução do deficit orçamental, facto tão mais assinalável quanto é certo que diversos
suportes da receita fiscal – designadamente na área dos impostos especiais sobre o
consumo, como sejam os do tabaco, produtos petrolíferos, automóveis, etc. – deverão ter
15
Relatório e Contas 2008
observado quebras consideráveis. O sucesso na contenção do deficit público tem dois
significados de sinal contrário: por um lado, confere às autoridades governamentais a
margem necessária para, em 2009, promover um conjunto de programas extraordinários de
apoio às famílias e às empresas, bem como de despesas de investimento, que
previsivelmente deverão conduzir o deficit público neste ano para valores próximos ou em
excesso de – 4% do PIB, dando assim corpo à implementação de uma política anticíclica
que deverá amortecer os efeitos da contracção ou estagnação do consumo privado, do
investimento privado e da procura externa; por outro lado, dir-se-á que os sinais
prenunciadores de recessão económica já se encontravam disponíveis há muito tempo,
ainda que não revelassem em toda a extensão a profundidade dessa recessão, pelo que se
poderá concluir que a postura governamental anticíclica, sendo adequada, peca por tardia.
Assinala-se em segundo lugar como elemento positivo da conjuntura económica a
moderação do crescimento dos preços, com particular relevo para os preços dos produtos
petrolíferos, dos produtos agrícolas e de algumas matérias primas industriais, os quais têm
um peso importante nas importações do País e, por essa via, desagravando o deficit externo
nacional. Também aqui deverá ser retida a ambiguidade das conclusões que deste
fenómeno se pode retirar: por um lado, a benignidade da inflação favorece a
implementação de políticas acomodatícias por parte das autoridades monetárias, as quais
impactam positivamente sobre a economia dos agentes económicos que recorrem ao
crédito, sejam eles famílias ou empresas. Por outro lado, a redução da inflação para níveis
próximos de zero e a manutenção das taxas de juro de intervenção em idêntico patamar
podem conduzir no limite a situações designadas por “armadilha da liquidez” em que a
política monetária se revela totalmente ineficaz para promover o investimento e o consumo,
determinando o adiamento das decisões de consumo e de investimento por parte dos
agentes económicos e retardando o início da retoma do crescimento.
Por paradoxal que pareça, assinala-se ainda como elemento positivo na economia
Portuguesa em 2008 o comportamento da variável desemprego, a qual se veio a cifrar em
16
Relatório e Contas 2008
7,7%, taxa inferior à registada em 2007. É certo que parte significativa do impacto sobre a
destruição de emprego decorrente dos ajustamentos que ocorrem e vão ocorrer nas
empresas causados pela contracção da procura externa só deverá reflectir-se em 2009 e,
porventura, ainda em 2010. No entanto, não deixa de qualificar-se como positivo no
enquadramento actual, sobretudo em confronto com o desempenho de outras economias, a
resiliência evidenciada pelo nível de emprego em Portugal, a qual poderá ser explicada pela
legislação laboral vigente no País, mas também pela estrutura dimensional do tecido
empresarial, onde a proliferação de micro e pequenas empresas torna menos frequente o
recurso a despedimentos colectivos como instrumento de adaptação das empresas à baixa
do ciclo económico (o avesso desta característica reflecte-se necessariamente sobre os
indicadores de produtividade empresarial).
Com o Produto praticamente estagnado em 2008, divergindo uma vez mais da média da
Zona Euro, a economia Portuguesa viu acentuar-se neste ano algumas das suas
características estruturais mais negativas, de que é exemplo o desequilíbrio das contas
externas e o correspondente endividamento externo. Seja por via da dívida pública, seja por
via da dívida privada, certo é que ambas as parcelas têm vindo a crescer e a sua
remuneração constitui um peso cada vez mais importante na balança de pagamentos,
contribuindo para um afastamento cada vez mais significativo entre o que se produz
(medido através do PIB) e o que se ganha (medido através do Rendimento Nacional). Mas
esse problema estrutural é agravado por um problema mais imediato: a obtenção (e em que
condições) dos capitais externos para financiar o stock e o incremento ao stock da dívida
externa. Num ambiente de escassez internacional de capital, de continuada aversão ao risco
por parte dos investidores e de acrescidas necessidades de financiamento externo por parte
de muitos países (mesmo daqueles que anteriormente tinham as suas contas equilibradas ou
mesmo superavitárias), a capacidade de captação de capitais alheios por parte de emitentes
nacionais (sejam eles o Estado Português, a Banca Portuguesa ou outras grandes empresas
que dispõem de notação de risco necessária à captação de fundos no mercado
17
Relatório e Contas 2008
internacional), é, por ora, condicionada a oportunidades de duração limitada e confronta-se
com condições de preço e de prazo extremamente exigentes.
Sendo negativa a revisão em baixa recentemente efectuada pela S&P quanto ao rating da
dívida pública Portuguesa – num movimento que envolveu vários outros países europeus –
esta acção não teve a relevância que se poderia recear: o mercado já há muito tempo se
tinha encarregado de ajustar o preço da dívida Portuguesa, exigindo um prémio
considerável em comparação com a dívida alemã ou francesa ou subindo
significativamente o custo da sua garantia, via Credit Default Swaps.
Os custos acrescidos suportados pelas entidades privadas que obtêm financiamento externo,
resultantes do actual enquadramento dos mercados de capitais e da percepção que estes têm
quanto ao estado de saúde da economia Portuguesa e das suas principais instituições, não
pode deixar de reflectir-se nos preços por aqueles cobrados aos seus clientes na venda dos
bens e serviços que comercializam, a menos que outros factores relevantes na composição
dos respectivos custos venham a permitir adequada compensação. A alteração da percepção
do mercado quanto ao risco da dívida dos emitentes nacionais é uma condição cuja
verificação é necessária para que as Instituições de Crédito nacionais possam disponibilizar
em termos mais acessíveis o crédito que os agentes económicos necessitam para o
desenvolvimento normal das suas actividades e para financiar os investimentos que têm por
adequados à sua expansão e crescimento.
Essa alteração de percepção só em escassa medida depende da Banca Portuguesa: a
avaliação do seu risco começa pela avaliação da economia Portuguesa e é a este nível que
se torna imperioso demonstrar que as muito necessárias mudanças da super estrutura estão
substancialmente feitas, evidenciando igualmente que se encontra aberto o caminho para as
também muito necessárias mudanças da estrutura económica nacional.
Não parece que 2008 tenha sido um marco importante na aproximação a esses objectivos.
18
Relatório e Contas 2008
OS MERCADOS FINANCEIROS EM 2008
1. TAXA DE JURO
As yields das Obrigações do Tesouro das economias desenvolvidas apresentaram uma
queda inédita em 2008, resultante de um movimento de flight to quality, consequência da
grave crise financeira.
Nos EUA, epicentro da crise, as yields dos prazos curtos caíram cerca de 200 bp´s, tendo a
taxa dos 2 anos atingido mínimos históricos abaixo de 1%. Esta queda dos prazos curtos
para além de estar relacionada com um movimento de refúgio por parte dos investidores,
beneficiou também dos cortes agressivos da taxa de referência, efectuados pelo Fed durante
2008. A Fed Funds passou de 4,25% no ínicio do ano, para os 0,25% actuais, à medida que
o FED tentava de uma forma cada vez mais agressiva responder à grave deterioração das
condições macro económicas. Mas não foram só as Treasuries com duration mais curta a
beneficiar da combinação do flight to quality com cortes agressivos pelo Fed. As yields dos
prazos mais longos 10-30 anos caíram igualmente cerca de 200 bp´s, à medida que os
investidores procuravam diversificar os prazos das suas aplicações e conseguir algum pick
up em termos de yield.
Na Europa, a situação não foi muito diferente, tendo as yields das obrigações
governamentais caído em média cerca de 200 bp´s. Assistiu-se também a um alargamento
de spreads entre os países Core europeus e os periféricos como é o caso de Portugal. O
spread da yield das obrigações a 10 anos entre Portugal e Alemanha, passou de cerca de 20
bps no início do ano para 100 bp´s no final. Este movimento explica-se essencialmente pelo
refúgio dos investidores em activos de alta qualidade, o que provocou também vendas das
19
Relatório e Contas 2008
obrigações de países emergentes com a consequente subida generalizada das yields. Isto,
combinado com as fortes desvalorizações cambiais que as moedas destes países sofreram,
provocou perdas significativas para os investidores em dívida emergente.
Quanto à chamada dívida privada, a evolução dos preços, durante 2008, foi diametralmente
oposta à da dívida pública. As obrigações corporate perderam grande parte do seu valor,
tendo as yields subido para níveis inimagináveis antes da crise. As obrigações dos Bancos
foram especialmente afectadas, em virtude das dificuldades crescentes sentidas por estes.
Os investidores neste tipo de activos foram fortemente penalizados, tendo em alguns casos,
e independentemente do rating atribuído às emissões que detinham, observado importantes
menos-valias, efectivas ou potenciais.
2. ACÇÕES
2008 pode ser considerado como um “Annus Horribilis” para a generalidade dos mercados
accionistas.
Nos EUA, os dois principais índices, S&P500 e Dow Jones encerraram o ano com perdas
superiores a 30%. Outro índice importante, o Nasdaq encerrou a perder mais de 40%. A
crise financeira, os maus resultados das empresas e a degradação dos indicadores
macroeconómicos explicam esta queda, que foi também alimentada pela quebra completa
da confiança dos investidores, mais sentida esta, a partir da falência da Lehman Brothers.
A volatilidade foi durante todo o ano elevada, tendo o Índice VIX atingido um máximo
histórico de 89,50 durante o mês de Outubro.
20
Relatório e Contas 2008
Na Europa, o ano foi ainda mais desfavorável, tendo os principais índices sofrido quedas
médias de 40%. A titubeante política monetária do Banco Central Europeu, que só
tardiamente começou a cortar taxas e a valorização do Euro durante a primeira metade do
ano, originaram um sentimento negativo dos investidores em relação às empresas
europeias.
Mercados periféricos como o Português, sofreram quedas mais acentuadas, ocorrendo
vendas em massa de posições detidas por investidores estrangeiros, que assim procuraram,
por questões relacionadas com segurança e liquidez, concentrar posições nos mercados
Core.
Se o comportamento das acções dos chamados desenvolvidos foi muito negativo durante
2008, o das acções dos chamados países emergentes foi ainda pior.
De facto, os emergentes foram grandemente afectados por uma fuga dos investidores
externos, provocada por um lado por um movimento de flight from risk e por outro, por
receios de desvalorizações adicionais das moedas destes países. No conjunto dos países
emergentes, destacamos pela positiva, o Brasil, cujo mercado, alicerçado num bom
desempenho económico e nas reservas disponíveis do Banco Central, caiu em linha com os
países desenvolvidos, apenas 41%.
21
Relatório e Contas 2008
3. MERCADO CAMBIAL
Em 2008, o mesmo movimento de flight to quality que provocou uma valorização
generalizada das obrigações do Tesouro e uma queda forte das acções, foi responsável por
uma considerável valorização do USD. O Euro viria a perder, com o fim da teoria do
decoupling, dado não ter ainda um estatuto de moeda refúgio comparável ao do USD. O
EUR/USD passou de 1.46 no início do ano, para 1.40 no final do mesmo, tendo no entanto
efectuado máximos de 1.60 em Março e mínimos de 1.23 em Outubro/Novembro.
As posições de carry trade foram substancialmente liquidadas, dada a percepção de risco
relacionada com as moedas dos países com taxas de juro mais altas, dando lugar a um
aparente paradoxo. Moedas de países com taxas de juro altas como a Austrália,
desvalorizaram, ocorrendo o inverso com o yen japonês, cujas taxas de juro são desde há
anos das mais baixas.
22
Relatório e Contas 2008
PERSPECTIVAS PARA 2009
A generalidade dos analistas considera que em 2009, os países desenvolvidos vão continuar
em recessão. As economias destes países vão sentir enormes dificuldades para reagir e
provavelmente surgirão indícios de deflação. O crescimento mundial não deverá ser
superior a 1%, com países emergentes como a China ou Brasil, a poder apresentar níveis
razoáveis de crescimento. O cenário mais provável é o de um agravamento da crise no I
semestre do ano, ocorrendo uma ligeira recuperação nos últimos meses do ano.
Nos Estados Unidos e Europa deverão ser tomadas uma série de medidas, cujos contornos
ainda não estão completamente definidos mas que poderão passar por mais pacotes de
estímulo às economias, cortes nos impostos, cortes adicionais de taxas (onde eles ainda são
possíveis) e injecções de liquidez, que entre outras consequências, deverão possibilitar uma
recuperação dos PIB’s no III e IV trimestres e uma gradual desaceleração do crescimento
do desemprego.
As acções não deverão sofrer valorizações consideráveis durante a primeira metade do ano,
devendo existir uma recuperação gradual da confiança e dos preços a partir do III e IV
trimestres. Os earnings poderão desiludir no início do ano, mas a recuperação gradual das
economias aliada à baixa expectativa existente para esta classe de activos e a múltiplos
relativamente baixos, deverão possibilitar alguma recuperação ainda este ano.
Quanto aos câmbios, a moeda americana deverá permanecer forte durante a primeira
metade do ano, sofrendo depois uma desvalorização gradual, à medida que se dissipe a
crise. O Euro poderá beneficiar de fluxos de flight from quality, sobretudo versus o USD.
23
Relatório e Contas 2008
Os países emergentes poderão na primeira metade do ano desacelerar mais acentuadamente
devido à crise, mas prevê-se uma recuperação gradual, em especial nos emergentes mais
sólidos como a China e Brasil, que deverão ainda beneficiar dos pacotes de obras públicas
promovidos pelos respectivos países.
Os países da Europa de Leste e sobretudo a Rússia, deverão permanecer vulneráveis. Os
investidores estrangeiros ainda deverão demorar bastante tempo até regressar a estes
mercados.
24
Relatório e Contas 2008
SÍNTESE DA ACTIVIDADE DESENVOLVIDA PELO BPG EM 2008
Corporate Finance e Banca de Negócios
O exercício de 2008 representou, fruto do enquadramento económico adverso quer a nível
nacional quer internacional, um forte desafio para a vertente de Serviços do Banco
Português de Gestão.
As dificuldades defrontadas foram especialmente acentuadas para o mercado português no
sentido em que, por um lado, as oportunidades decorrentes das grandes operações de
privatização ou Parcerias Público Privadas sofreram uma redução drástica sendo que o
investimento privado, não conseguiu gerar oportunidades alternativas para uma actuação
mais dinâmica da Banca de Investimento que permitissem compensar este fenómeno.
Apesar das dificuldades referidas, a estratégia para o desenvolvimento desta vertente do
Banco, resultante da orientação implementada a partir de 2007, revelou-se adequada,
mantendo o BPG no exercício de 2008 um registo de crescimento muito positivo que se
tem vindo a materializar numa maior diversidade de clientes, numa presença em quatro
países de língua oficial Portuguesa e em várias parcerias virtuosas.
A nossa crença de que os principais países lusófonos manteriam a sua capacidade de
crescer, mesmo num quadro de crise internacional, revelou-se acertada.
25
Relatório e Contas 2008
Assim, e na continuação do esforço já desenvolvido em exercícios anteriores, procurou-se
reforçar a aposta na oferta de serviços junto das Instituições da Economia Social e das
Instituições Governamentais desses Países.
Privilegiou-se o fomento de parcerias com clientes cujas curvas de experiência ou perfil
comercial o recomendavam, procurando-se combinar os proveitos oriundos de serviços de
assessoria com os que venham a ser obtidos através da eventual participação em estruturas
empresariais a cuja associação o Banco confira valia estratégica.
Em particular, o Banco Português de Gestão disponibilizou, com sucesso, os seus serviços
na estruturação de novas Instituições Financeiras que se espera venham a contribuir para
um desenvolvimento económico e social nos Países da sua implantação, mormente através
do sector da Economia Social.
O Banco acompanhou ainda roteiros de internacionalização de empresários portugueses
para as economias dos países lusófonos, numa perspectiva de assessoria técnica mas
também catalizou novos negócios, tendo tomado, em casos cuja matriz e risco-margem, se
apresentavam confortáveis, participações societárias minoritárias.
O contributo dos serviços e da banca de negócios para o crescimento da Situação Líquida,
no exercício de 2008, em decorrência deste posicionamento, aproximou-se dos dois
milhões de euros, representando um importante factor de sustentação da estratégia de
negócios conduzida pelo Banco.
26
Relatório e Contas 2008
Banca Comercial
A actividade de banca comercial é desenvolvida pelas seguintes Unidades Orgânicas:
Direcção de Banca Comercial / Núcleo de Promoção da Economia Social / Direcção de
Promoção de Negócios
A Direcção de Banca Comercial (DBC) tem como principais atribuições:
• a prospecção, negociação, apresentação a Conselho de Crédito, implementação e
monitorização das operações bancárias activas e passivas da sua carteira de clientes
actuais ou potencias (entidades privadas e de economia social).
complementarmente fazem ainda parte das competências da DBC:
• a oferta e a gestão dos diversos serviços de banca comercial disponibilizados pelo
BPG;
• o apoio às diferentes Direcções Comerciais na implementação e gestão das suas
operações bancárias;
O Núcleo de Promoção da Economia Social (NPES) tem como principais atribuições:
• o apoio aos clientes da economia social, através da prospecção e estruturação e
montagem de serviços e operações bancárias activas e passivas. Fazem também
parte das funções do NPES o levantamento e acompanhamento de dossiers de
assessoria a clientes da economia social.
Em 2008 e tendo em conta a conjuntura económica vivida a DBC e o NPES centraram a
sua actividade:
• no acompanhamento da sua carteira de clientes
• no crescimento selectivo da carteira de crédito
27
Relatório e Contas 2008
• na angariação de operações passivas, extrapatrimoniais (garantias) bem como de
operações de crédito passíveis de serem desintermediadas (papel comercial) e na
sindicação de operações.
A Direcção de Promoção de Negócios (DPN) tem como principais atribuições:
• o apoio a clientes localizadas sobretudo nas Regiões Autónomas dos Açores e
Madeira bem como em Portugal continental, designadamente a clientes de natureza
institucional. Os seus clientes compõem-se de entidades privadas, Publicas e de
Economia Social e a sua actividade consiste no levantamento, elaboração,
estruturação e apoio na implementação de operações activas/passivas, bem assim
como no levantamento/acompanhamento dos dossiers de assessoria aos clientes
atrás referidos.
Os principais indicadores da DBC/ NPES e DPN em 2008 podem sintetizar-se:
Ano de 2007 Ano de 2008 ^ % • Depósitos € 36 170 404 € 40.373 544 + 11,6 % • Crédito € 63.860 476 € 69 227 498 + 8,4 % • Garantias € 7.916.723 € 16.398.088 + 107,1 % • P Comercial € 3.000.000 € 4.000.000 + 33,3 %
A importância da Economia Social na área de banca comercial
O Banco Português de Gestão apresenta-se como uma Instituição de Crédito
particularmente vocacionada para trabalhar com os agentes do sector da Economia Social, e
assim acontece em todo o espectro das actividades desenvolvidas pelo Banco, seja na área
de prestação de serviços, seja no domínio da intermediação financeira, onde os principais
dossiers e clientes têm de comum essa matriz social.
28
Relatório e Contas 2008
Também na área da banca comercial ocorre essa penetração, ainda que com uma expressão
ainda não maioritária, situação a que não é estranha a maior disponibilidade de oferta
múltipla de produtos e serviços nesta área promovida por outras instituições financeiras
dotadas de redes de retalho, aptas e interessadas em satisfazer as necessidades correntes de
um sector cuja importância é cada vez melhor percebida pela Banca.
No entanto, este segmento de clientela é objecto nesta área de negócios, como nas
restantes, de particular atenção, não apenas pelo interesse na realização de operações
activas e na captação de recursos necessários ao respectivo “funding”, mas também pelo
potencial de “cross selling” que apresenta relativamente às outras áreas de actividade.
Tendo sido o exercício de 2008 complexo e difícil para a generalidade dos agentes
económicos, certamente também o foi para as entidades que se integram no sector da
Economia Social. A realidade conhecida pelo Banco Português de Gestão sugere que tais
dificuldades se traduziram sobretudo através do adiamento ou da suspensão de novos
projectos de investimento, designadamente do subsector do fomento à habitação onde as
Cooperativas de Habitação Económica têm tido uma presença significativa.
No crédito concedido em 2008 assistiu-se a uma diminuição do peso do segmento das
cooperativas de habitação pelas razões anteriormente referidas sendo no entanto esta
diminuição potencialmente compensada pelo crescimento que se perspectiva em outros
segmentos nomeadamente nos ligadas aos projectos de saúde (lares, residências assistidas,
cuidados continuados) e educação.
O crédito por assinatura (garantias prestadas), sendo um tipo de operações activas que o
Banco tende a privilegiar, observou em 2008 um crescimento em termos absolutos na área
29
Relatório e Contas 2008 da Economia Social, reflectindo uma adequada percepção por parte dos clientes das
vantagens comparativas que uma Instituição como o BPG lhes pode oferecer.
De sublinhar o comportamento positivo das Entidades do sector da Economia Social
relativamente aos recursos que têm confiado ao Banco, quer em termos de Depósitos à
Ordem, quer em Depósitos a Prazo. Esta nota é tão mais relevante quanto é certo que o
acréscimo de recursos captados neste sector ocorre em ambiente altamente competitivo e,
frequentemente, de alguma distorção que se observou no mercado das condições normais
da oferta de taxas de remuneração de depósitos por parte das Instituições de Crédito.
Considerando a acrescida importância do papel desempenhado pelos agentes que integram
os vários segmentos da Economia Social para a atenuação ou resolução de vários e sérios
problemas que afectam vastas camadas da população, quer se trate de construção de
habitação para fins sociais, quer da prestação de serviços assistenciais, de cuidados de
saúde para segmentos específicos da população ou para outras finalidades igualmente
relevantes em benefício dos estratos mais carenciados, o Banco propõe-se continuar a
apoiar estas categorias de clientes através da concessão de crédito, canalizando os recursos
disponíveis para o efeito adequados e procurando, através da captação de novos recursos
junto de instituições especializadas, apetrechar-se com os meios necessários para atingir
esse objectivo de crescimento.
30
Relatório e Contas 2008
Mercados Financeiros
Numa conjuntura complexa, como é aquela que se desenvolveu ao longo de 2008, a função
ALCO ganhou uma importância acrescida, dada a relevância dos riscos que nesse âmbito
são geridos, destes se destacando o risco de liquidez, domínio em que se focaram as
atenções gerais de toda a comunidade financeira. Efectivamente, o sucesso ou insucesso na
gestão das obrigações de pagamentos equivale, nas instituições financeiras –
diferentemente de outros sectores de actividade – à existência ou inexistência de condições
para a continuidade do negócio, como bem ficou demonstrado por vários exemplos
negativos ocorridos nesse ano à escala internacional, como também ao nível doméstico.
Igualmente as volatilidades que afectaram variáveis tão importantes como as taxas de juro
ou as relações cambiais merecerem um atento acompanhamento dos mercados, não tanto
pela magnitude da exposição do Banco a este tipo de riscos, a qual tem um significado
reduzido, mas pelo impacto de tais volatilidades no comportamento do mercado em geral e,
reflexamente, sobre a liquidez das instituições financeiras, em particular.
No que respeita à Tesouraria, o Banco reforçou os traços prudenciais que têm caracterizado
a sua gestão, cujo enfoque primordial assentou na garantia em todo o momento de liquidez
em excesso relativamente àquela que seria necessária ao normal funcionamento do Banco,
mesmo quando essa garantia tenha como contrapartida um decréscimo na rendibilidade dos
fundos aplicados. Em resultado desta política, foi possível manter uma regular actividade
de tomada e de cedência de fundos nos mercados interbancários, mesmo durante os
episódios de maior tensão que ameaçaram bloquear este importante instrumento de
liquidez, possibilitando igualmente as condições para que o esforço de captação de recursos
de clientes se efectuasse em termos não mais onerosos do que os praticados pelos bancos
de referência da praça.
31
Relatório e Contas 2008
A gestão da carteira própria do Banco, assentou nas decisões tomadas em cada momento
pelo Comité de Investimento.
As políticas de controlo da exposição risco de mercado, onde tem papel central a política
de diversificação de activos, quer ao nível sectorial e regional, quer ao nível das suas
diversas classes, não foram bastantes para evitar a formação de um resultado negativo,
embora tenham sido essenciais para que o mesmo se contivesse em montantes moderados e
controlados. De facto, um dos principais factores explicativos dos resultados negativos
observados na carteira própria do Banco, foi a ocorrência de significativas correlações
positivas (onde se esperava que não existissem ou tivessem mesmo sinal negativo) que se
estabeleceram entre acções e obrigações, entre mercados desenvolvidos e mercados
emergentes, entre acções e determinadas “commodities”, etc., limitando as opções de
refúgio dos investidores a um conjunto muito limitado de activos, de reduzida rendibilidade
e também eles não desprovidos totalmente de riscos de mercado.
Apesar do ano ter sido difícil, aliás como o foi para a generalidade das Instituições
Financeiras, não existiu qualquer tipo de resultado negativo associado com as grandes
falências de 2008 (produtos estruturados associados a subprime, Lehman, Fundos Madoff,
etc.) ou a riscos operacionais resultantes de desvios aos limites e procedimentos
prudenciais que se encontram estabelecidos.
Na gestão dos activos para clientes, o Banco seguiu também uma estratégia prudente, tendo
conseguido para a maioria dos clientes com contratos de gestão bater significativamente os
respectivos benchmarks. No entanto, e apesar deste esforço, como é expectável em ano de
circunstâncias excepcionalmente gravosas para os mercados, não foi possível oferecer
retornos positivos para os nossos clientes, determinando que os proveitos do Banco nesta
actividade tenham sido limitados às comissões fixas de gestão.
32
Relatório e Contas 2008
Serviços de Estrutura
O suporte operacional, logístico e legal às áreas de negócio é um objectivo comum às
várias Direcções que integram a designação de Serviços de Estrutura, muito dependendo o
êxito das operações negociadas e acordadas no “Front Office” da qualidade do subsequente
tratamento que lhes é assegurado pelas áreas de estrutura.
O apoio jurídico é um dos mais eminentes exemplos da necessária simbiose entre o “Front”
e o “Back Office” (ambas as expressões utilizadas no seu mais amplo sentido figurativo)
para assegurar a mais correcta formatação da vontade dos intervenientes em contratos de
que o Banco é Parte e a sua estrita conformação com os quadros legais e normativos que
lhes sejam aplicáveis, o que, por sua vez, exige um atento acompanhamento e constante
actualização das frequentes e importantes alterações legais verificadas, nomeadamente ao
nível do Regulamento Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras e demais
regulamentação emitida pelas autoridades de supervisão, bem como da legislação de
carácter mais geral, com especial relevo para os quadros normativos respeitantes ao direito
falimentar, aos registos predial e comercial, aos actos notariais e outras matérias conexas.
Sendo esta uma das áreas mais importantes de actuação da Direcção dos Serviços Jurídicos,
não se limita este serviço a essas funções, competindo-lhe igualmente assegurar a defesa
dos interesses do Banco em processos administrativos ou judiciais, designadamente no
âmbito da recuperação de crédito em incumprimento.
Na sequência de profundas alterações normativas ocorridas em anos anteriores com
profundo impacto na organização interna das Instituições de Crédito (Adopção das Normas
Internacionais de Contabilidade, Basileia II, DMIF, etc.), o ano de 2008 foi também
marcado por processos de mudança de enorme significado que exigiram a maior atenção e
empenho por parte das Direcções de Contabilidade e Operações e de Sistemas de
33
Relatório e Contas 2008
Informação. Do conjunto dos projectos de trabalho executados ou em execução, destacam-
se os seguintes:
1. Mercado Único Europeu de Pagamentos
Neste âmbito, a área de desenvolvimento centrou-se na adaptação do sistema central a dois
grandes projectos europeus: TARGET2 (para os pagamentos de grande montante) e SEPA
- Single Euro Payments Area (para os pagamentos de retalho), em parceria com a SIBS.
No primeiro caso – TARGET2 – o Banco optou por ser um participante directo no sistema,
enquanto para o sistema SEPA, o Banco optou por ser um participante indirecto,
estabelecendo para o efeito um contrato de representação com uma Instituição de Crédito
nacional de primeiro plano.
2. Nova Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal
A implementação da nova Central de Responsabilidades de Crédito no Banco de Portugal
reveste-se de especial relevância, face ao cariz estratégico deste projecto e à sua elevada
exposição e visibilidade, não só para o Banco de Portugal como para todo o mercado
financeiro. Neste âmbito, teve o BPG que adaptar o seu sistema central para dar resposta
aos requisitos impostos pelo novo modelo de reporte. A solução desenvolvida consiste
essencialmente no tratamento da recolha, centralização e disseminação de saldos de
responsabilidades decorrentes de operações de crédito perante o BPG.
34
Relatório e Contas 2008
3. SAFT – PT (Standard Audit File for Tax Purposes)
Tratou-se de adaptar o sistema de informação do Banco à solução desenvolvida para
Portugal pela Direcção Geral de Impostos, em colaboração com a ASSOFT, através da qual
é preparado um ficheiro normalizado que contém dados contabilísticos fiáveis, que se
podem exportar de forma rápida, fácil e em qualquer altura, de um sistema contabilístico,
independentemente do programa utilizado e relativamente a um determinado período
específico de dados.
Através das funções de Auditoria Interna e de Compliance, o Banco tem buscado o
aprimoramento das metodologias de controlo e intensificado as avaliações de
riscos incorridos nos processos organizacionais, tendo presente os objectivos e as
disposições constantes das normas do Banco de Portugal e da CMVM resultantes
do processo relativo à “Better Regulation” do Sector Financeiro concluído pelas
entidades de supervisão em 2008.
Ao longo do exercício, foram realizadas verificações sobre processos e serviços,
incentivando-se sempre a interiorização e sedimentação de uma cultura de controlos.
Foram prosseguidas a melhoria e a intensificação do controlo da actividade mediante a
revisão ou o desenvolvimento de novas funcionalidades informáticas disponibilizadas para
as funções Auditoria Interna ou Compliance, aqui cumprindo destacar uma nova
ferramenta de monitorização de movimentos registados em contas de depósito, concebida
para potenciar a eficiência das medidas tomadas pelo Banco no sentido da prevenção do
branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo.
35
Relatório e Contas 2008
Gestão Global de Riscos
No Anexo às Demonstrações Financeiras, procede-se à divulgação da dimensão
quantitativa da exposição do Banco em relação aos riscos mais relevantes, pelo que nesta
sede se fará apenas referência mais detalhada sobre alguns aspectos da política de gestão de
riscos prosseguida pela Instituição, tendo em vista uma melhor informação e um
enquadramento mais esclarecido sobre as exposições efectivamente incorridas.
Em primeiro lugar, referir-se-á que o Banco procedeu a uma hierarquização dos vários
riscos possíveis, confrontando-os caso a caso com as actividades correntemente
desenvolvidas, tendo em vista a determinação da sua materialidade e relevância para a
Instituição. De facto, as várias categorias de risco assumem uma importância muito
variável em função do grau de exposição que em cada uma ocorre, sendo que tais
diferenças, bem marcadas no caso do BPG, significam necessariamente uma diferente
alocação de recursos para uma correcta gestão do risco em geral. Desta hierarquização,
resulta a noção da não materialidade de várias categorias de risco que são comuns noutras
instituições financeiras (de que são exemplo o risco de contraparte ou o risco de
“commodities”) e, no outro extremo, riscos que são típicos e inerentes às principais áreas
de negócio do Banco, como é o caso do risco de crédito e do risco de mercado. Em muito
menor grau de importância, mas não deixando de justificar atenta monitorização,
encontram-se categorias de risco como sejam o risco cambial, o risco de taxa de juro, o
risco de compliance e o risco operacional.
Não decorrentes desta ou daquela actividade, mas envolvendo a Instituição no seu todo, são
igualmente considerados os riscos de reputação, estratégico, de solvabilidade e de liquidez.
Deste grupo de categorias de risco, e considerando que as duas primeiras se encontrarão
adequadamente controladas quando as restantes também o estiverem, sobressaem os riscos
de solvabilidade e de liquidez, cujo controlo é vital para a continuidade do negócio.
36
Relatório e Contas 2008
Em segundo lugar, deverá reter-se o facto de a estrutura da exposição do Banco Português
de Gestão ao conjunto dos riscos inerentes ao exercício da actividade bancária não ter
sofrido modificações qualitativas no exercício de 2008, relativamente aos anos anteriores,
quanto à maior ou menor relevância das várias categorias de risco em análise, validando em
geral a hierarquia de riscos anteriormente estabelecida. Efectivamente, e pelas razões
melhor evidenciadas nas Notas em Anexo às Demonstrações Financeiras, a actividade
desenvolvida pelo BPG gera riscos cambiais e de taxa de juro continuadamente pouco
significativos, como igualmente se poderá concluir que, sem prejuízo do esforço
permanente de atenção que os procedimentos formais e operacionais do Banco requerem, o
controlo dos riscos de compliance e operacional, continua a assegurar o limitado alcance
inerente à exposição a estes riscos. No mesmo sentido se dirá, embora por razões diversas
(dada a expressiva amplitude dos ratios de solvabilidade evidenciados pelo BPG) que o
risco de solvabilidade não constitui de per se uma prioridade na política de gestão de riscos
do BPG.
Já o mesmo não se dirá quanto ao risco de liquidez, não tanto por razões intrínsecas ao
BPG, mas sobretudo pela dinâmica da sua envolvente, designadamente da observada nos
mercados interbancários, de cujo normal funcionamento muito depende a gestão de
tesouraria da generalidade das instituições financeiras. Os episódios de agudização das
tensões que neste âmbito ocorreram a partir da segunda metade de 2007 colocaram este
tema em lugar cimeiro nas preocupações de todos os responsáveis, aí se incluindo as
autoridades de supervisão, tendo como consequência, entre outras, a cuidada revisão da
política de gestão do risco de liquidez. Convindo quanto à importância decisiva da correcta
gestão deste risco, o Banco efectuou em devido tempo as necessárias opções de política,
preterindo a maior rendibilidade de activos financeiros em benefício da sua maior liquidez
e assegurando, mediante a celebração de compromissos irrevogáveis com instituições de
primeiro plano, a estabilidade de recursos susceptíveis de imediata utilização em situações
de contingência.
37
Relatório e Contas 2008
Em terceiro lugar, destaca-se como relevante nesta matéria o trabalho desenvolvido na
preparação de informação necessária aos modelos que foram construídos para efeitos de
obtenção de resultados com testes de esforço relativamente aos riscos de maior relevância
material para o BPG, quer com base em cenários, quer baseados em análises de
sensibilidade. Tratando-se de uma área de trabalho ainda em desenvolvimento, espera-se
que a mesma venha a proporcionar no futuro um espectro de informação mais vasto,
acrescendo utilmente aos instrumentos de gestão de que o Banco dispõe, sendo certo que a
sua utilidade já ficou bem evidenciada num período de tão elevada volatilidade como a que
se observou no ano findo.
À luz da sua importância material para a economia do Banco, justifica-se uma nota
adicional quanto aos riscos de mercado e de crédito.
O risco de mercado é especificamente acompanhado pelo Comité de Investimento, órgão
ao qual compete, além da definição das políticas de investimento e dos limites de exposição
a contrapartes e às várias classes de activos, a monitorização do cumprimento dessas
orientações. Para o efeito, e além da informação diária que lhe é proporcionada sobre as
operações efectuadas pela Sala de Mercados e sobre as posições assumidas na carteira do
Banco, o Comité de Investimento dispõe da informação proporcionada pelo modelo VaR e
que recobre praticamente a totalidade dos valores mobiliários com cotação integrados na
carteira própria do Banco.
A política de investimentos definida pelo Comité de Investimentos e que tem vindo a ser
observada coloca um especial ênfase sobre a diversificação de activos, designadamente
quanto à sua repartição em termos de classes de activos (renda variável, renda fixa, retorno
absoluto) e quanto à sua composição sectorial e regional. O benefício deste efeito de
diversificação que, no passado, permitiu reduzir consideravelmente o risco global das
38
Relatório e Contas 2008
exposições em carteira, teve em 2008 uma muito débil expressão, dada a sistemática
convergência e inesperada correlação de comportamentos que se veio a observar ao longo
do tempo nas diferentes classes de activos, de sectores e de regiões em que o Banco esteve
investido, fenómeno que está na base dos resultados desfavoráveis obtidos na carteira
própria do Banco nesse período.
O risco de crédito é objecto de assíduo acompanhamento pelo Conselho de Crédito,
incidindo fundamentalmente em dois momentos:
- ex- ante, em relação à aprovação das operações de crédito, através da reunião e análise
dos vários elementos relevantes para a caracterização do risco das operações e dos
mutuários, com emissão de parecer de risco por órgão independente da área comercial, no
qual se efectua igualmente a aferição da qualidade das garantias oferecidas e do pricing
proposto com a política de crédito que se encontra definida e ainda, onde pertinente, são
adicionalmente focados elementos relevantes para o controlo do risco de concentração e do
risco operacional que as operações em análise venham especificamente a colocar;
- ex- post, mediante sistemática informação sobre incumprimentos ou indícios de
deterioração da situação económica e financeira dos mutuários e seguimento regular e
individual da evolução de dossiers que, pela importância e/ou maior dificuldade
experimentada na recuperação de crédito em mora o justifiquem.
O Banco prossegue de forma consistente uma política de crédito a qual se orienta para o
crédito doméstico a empresas e outras entidades, designadamente oriundas do sector da
Economia Social, efectuando operações com diferentes finalidades e prazos diversificados,
em larga medida sustentados por garantias reais.
39
Relatório e Contas 2008
Observando-se um incremento de crédito em incumprimento entre 2007 e 2008 com algum
significado relativo, é de notar que tal incremento não resulta tanto da adição de novos
mutuários incumpridores, mas sobretudo da consideração como vencido da totalidade do
crédito anteriormente incluído nessa categoria apenas pelo montante de prestações em
mora.
De notar, a este propósito, que a existência de garantias reais - essencial para obviar a que,
em processo de contencioso, ocorram, afinal, perdas para o Banco – não obsta a que, pelo
decurso do tempo que estes processos normalmente consomem, se torne necessária a
constituição de adequadas provisões específicas para cumprimento das normas aplicáveis,
determinando um significativo e crescente excesso entre o montante de provisões
constituídas e o montante de perdas esperadas.
40
Relatório e Contas 2008
Análise das Demonstrações Financeiras do Banco
Observou-se em 2008 um crescimento inferior a 6%, da dimensão do Balanço do Banco, o
qual veio a situar-se num montante pouco superior a € 100 M. Esta taxa de crescimento
global, sendo positiva, é modesta e não pode deixar de ser contextualizada no quadro
macroeconómico global e nacional que prevaleceu naquele ano, exigindo um aturado
esforço de contenção ou mesmo redução na exposição aos riscos inerentes à actividade
bancária, o que necessariamente se reflecte sobre a dimensão dos activos financeiros
sujeitos a esses riscos.
Pese embora a acrescida selectividade com que foram apreciadas novas propostas de
crédito a clientes, esta rubrica do Balanço observou no exercício um crescimento mais
significativo – superior a 8% - o que sinaliza bem a disponibilidade do Banco para
continuar a disponibilizar aos seus clientes, já em carteira ou novos, o apoio financeiro de
que estes carecem e que a sua solidez estrutural justifica.
Se as operações de crédito em balanço apresentam um crescimento moderado, já as
operações de crédito fora de balanço (garantias prestadas) revelam um incremento
assinalável, praticamente dobrando a exposição nessa rubrica com que o exercício de 2007
foi terminado. Esta evolução inscreve-se na orientação oportunamente estabelecida pelo
Banco no sentido de privilegiar este tipo de operações, não só porque o seu risco de
incumprimento tende a ser menor, tratando-se, como é a generalidade dos casos, de
garantias de boa execução, como também o consumo de recursos associado à prestação de
garantias e sua gestão corrente é significativamente menor.
As aplicações de tesouraria – traduzidas em depósitos de curto prazo junto de Instituições
de Crédito – mantiveram-se praticamente ao mesmo nível do exercício anterior, reflectindo
41
Relatório e Contas 2008
a política de gestão do risco de liquidez estabelecida pela Instituição e evidenciando uma
clara opção pela manutenção de elevadas margens de segurança, em detrimento da procura
de maximização da rendibilidade dos recursos líquidos disponíveis.
A carteira própria do Banco constituída por valores mobiliários não sofreu alteração
significativa no seu montante global. No entanto, quer ao nível da sua composição por
classes de activos, quer ao nível da sua classificação em termos dos objectivos e finalidades
com que foram adquiridos, ocorreram alterações de substância, nomeadamente através da
substituição de activos financeiros de maior volatilidade por outros de menor risco, tendo
em conta a progressiva adaptação e antecipação à deterioração das condições do mercado
de capitais que se observou ao longo de 2008.
Os recursos de clientes registaram um muito interessante aumento, superior a 11%, facto a
assinalar, tão mais quanto é certo que esta evolução ocorre num contexto de acentuada e
acesa competição pela obtenção deste tipo de funding, tido por menos dispendioso por
parte da generalidade das Instituições de Crédito.
Também os recursos obtidos pelo BPG junto de outras Instituições de Crédito observou um
incremento de algum significado, sinalizando a boa receptividade de que o Banco desfruta
junto dos seus contrapartes para a realização deste tipo de operações que, de resto, têm
como principal objectivo acrescentar segurança à gestão do risco de liquidez.
Ao nível da Demonstração de Resultados, e sendo que o “bottom line” é negativo, pelas
razões que adiante se aponta, são de salientar também alguns registos que contribuíram
muito positivamente para a formação do resultado final.
42
Relatório e Contas 2008
Em primeiro lugar, veja-se o crescimento observado na margem financeira, de cerca de
27%, consequência não só do crescimento da carteira de crédito e da carteira de valores
mobiliários de renda fixa, mas também da bem sucedida contenção dos custos de funding
do Balanço da Instituição.
Em segundo lugar, é de destacar a contenção observada nos custos com pessoal, nos gastos
gerais administrativos e nas amortizações e depreciações, rubricas onde, em todos os casos,
foi mesmo conseguida uma redução sobre os montantes despendidos no exercício anterior.
Os proveitos obtidos na prestação de serviços (Corporate Finance) mantiveram-se
praticamente em linha com os resultados da mesma origem obtidos no ano anterior, registo
que não poderá deixar de considerar-se como globalmente positivo, atento o complexo
contexto que dominou a economia doméstica em 2008 e que sublinha o interesse da
reorientação estratégica que tem vindo a ser prosseguida, no sentido de reforçar a
intervenção do Banco noutros países menos afectados pela recessão.
Embora sem expressão ao nível da Conta de Resultados neste exercício, não deverá deixar-
se de fazer referência à evolução muito positiva experimentada por uma das empresas
participadas pelo Banco, dando lugar à fundada expectativa de, quando oportuno, vir a
realizar através da sua alienação, significativas mais-valias.
É ao nível da operação em mercados financeiros que reside a principal explicação para a
formação de resultados negativos pelo Banco. Desde logo, por via da redução de comissões
de intermediação financeira, mormente das comissões de “success fee” na gestão
discricionária de carteiras de clientes, mas também e principalmente pelas menos -valias
observadas na carteira própria, quer levadas a resultados (carteira de negociação), quer
levadas a reservas de reavaliação (carteira de disponíveis para venda). Quer na gestão da
carteira própria, quer na gestão das carteiras de clientes, o facto de os resultados obtidos se
compararem em geral bastante favoravelmente com os “benchmarks” do mercado não pode
43
Relatório e Contas 2008
deixar de ser assinalado, reflexo do exercício do controlo de risco e da qualidade do
desempenho dos respectivos gestores. No entanto, nem um nem outro foram suficientes
para evitar totalmente as consequências de quebras de valor com poucos ou nenhuns
precedentes históricos, quer na sua extensão, quer quanto ao largo espectro de activos
financeiros que foram atingidos pela derrocada de preços.
Também ao nível do risco de crédito se assistiu a alguma deterioração da sua qualidade,
forçando à constituição de provisões específicas em dimensão bastante superior ao previsto
no início do exercício, pressionando por essa via os resultados do Banco. É bem certo que a
generalidade do crédito em situação de incumprimento se encontra apoiado em
confortáveis garantias reais, cuja execução, no limite, assegurará o adequado ressarcimento
do Banco. Deste ponto de vista, as provisões constituídas, porque claramente em excesso
sobre as provisões económicas, constituem uma reserva de valor de que o Banco, no futuro,
poderá vir a beneficiar.
Os principais indicadores de gestão do Banco, cujas definições se encontram estabelecidas
na Instrução do Banco de Portugal nº 16/2004 (solvabilidade, qualidade da carteira de
crédito, rendibilidade e eficiência) são apresentados no quadro seguinte, permitindo para
cada um deles a percepção da respectiva evolução nos últimos dois exercícios:
2008 2007Solvabilidade
FP/(Req FP*12,5%) 31,5% 30,6%
FP base/(Req FP*12,5%) 31,2% 30,3%
Qualidade do Crédito
Crédito com Incump/ CT 2,31% 1,67%
Crédito com Incump liq/ CT liq 1,19% 0,86%
Rentabilidade
RAI/ATV LIQ MED -2,43% 1,34%
PROD BANC/ATV LIQ MED 2,94% 5,80%
RAI/CPP MED -6,53% 3,68%
Eficiência
(CST FUNC+AMORT)/PROD BANC 145,03% 71,72%
CST PES/PROD BANC 87,92% 43,53%
44
Relatório e Contas 2008
Perspectivas da actividade do BPG para 2009
São muitas as incertezas que marcam o início do corrente ano, potenciadas pela velocidade
adquirida na formação de resultados de sinal negativo, quer por parte das economias
nacionais, quer pelas empresas. As perspectivas mais optimistas que há um ano atrás se
colocavam quanto a um cenário de “soft landing” a ocorrer nas economias mais
desenvolvidas (EUA e UE), conjugado com a capacidade de algumas das mais importantes
economias emergentes preservarem no essencial a sua capacidade de crescimento,
revelaram-se totalmente frustradas.
Neste início de 2009, sucedem-se as informações que revelam desempenhos no último
trimestre de 2008 muito inferiores às expectativas – que já tinham sido revistas em baixa –
da generalidade dos países, conduzindo, por sua vez, a nova redução de expectativas
globais, regionais e nacionais por parte das entidades governamentais e não
governamentais. Onde a previsão era de estagnação, passou a ser de recessão; onde a
recuperação era prevista para o final de 2009, passou este momento a ser reportado para
2010 e nalguns casos, para bastante mais tarde.
E isto, mau grado a infusão maciça de recursos e de instrumentos de política económica e
financeira, destinados a vivificar empresas, sectores e mercados, que governos americanos,
europeus e de outras regiões tentam contrapor à contracção da actividade económica
verificada “urbi et orbi”. Esta proactividade governamental não se revelou até agora eficaz
na debelação das causas da recessão, agravando o risco da cedência a políticas
proteccionistas à medida em que ressurgem tensões sociais localizadas, provocadas pelos
efeitos mais gravosos da destruição de emprego e de riqueza.
45
Relatório e Contas 2008
A situação em Portugal não pode deixar de ser analisada no contexto internacional em que
se insere, com todas as incertezas que daí decorrem. É bem certo que a sua inclusão na
Zona Euro lhe confere defesas que, de outro modo, não existiriam, no sentido de evitar o
tipo de crises que já ocorreram noutros países de pequena dimensão (Islândia) e que
ameaçam outros países europeus que mantêm as respectivas moedas nacionais. É também
certo que o bem sucedido esforço de regeneração das finanças públicas efectuado nos
últimos anos permite a implementação de políticas anticíclicas de aumento da despesa
pública, sem pôr em causa os objectivos de consolidação orçamental a médio prazo com
que o País se encontra comprometido. Mas é certo igualmente que o tecido económico
nacional, a estrutura empresarial, a estrutura da composição e destinos das exportações
nacionais não só não ultrapassaram debilidades e vulnerabilidades há muito tempo
detectadas, como se acentuaram dependências que tornam o País particularmente sensível à
conjuntura económica prevalecente em alguns dos seus principais parceiros económicos. O
esforço de diversificação na captação de clientes de bens e serviços, e bem assim de
investidores, junto de economias menos atingidas pela recessão global é ainda demasiado
incipiente para poder compensar as perdas esperadas no relacionamento económico com a
Zona Euro e outros países relevantes na dimensão externa da economia Portuguesa.
Em resultado desta conjugação de elementos e de forças de sinais diferentes e por vezes
contrários que actuam sobre a formação do PIB nacional, poderá concluir-se que este
deverá ter uma evolução negativa em 2009, ainda que seja expectável que a dinâmica dessa
evolução seja positiva. Ou seja, a contracção da actividade económica em Portugal não
deverá ser tão pronunciada que determine a manifestação de crise aberta e prolongada,
devendo registar-se ao longo do ano uma progressiva aproximação aos objectivos de
crescimento, os quais, no entanto, provavelmente só poderão ser atingidos no ano seguinte.
Tendo em conta esta perspectiva – e bem assim a que decorre da consideração dos cenários
de comportamento dos mercados de capitais a nível internacional, o posicionamento do
Banco Português de Gestão relativamente às suas mais importantes áreas de negócio deverá
46
Relatório e Contas 2008
ser ajustado e cuidadosamente monitorizado ao longo do tempo, tendo em conta as
seguintes linhas de orientação:
a) Banca Comercial
i) O objectivo de crescimento da dimensão da carteira de crédito em
balanço será condicionado à obtenção de recursos alheios estáveis, aqui
se incluindo recursos de clientes;
ii) Paralelamente ao objectivo de crescimento global, o Banco tem
igualmente o objectivo de privilegiar a concessão de crédito ao sector da
Economia Social, designadamente aos agentes que operam nas áreas de
saúde e apoio social;
iii) Enquanto a margem financeira não deverá observar um crescimento
significativo relativamente ao ano transacto, dadas as premissas
anteriores e o comportamento em baixa dos principais indexantes da
taxa de juro, as comissões e outros resultados desta área de negócio
deverão proporcionar a esta área um contributo para a formação de
resultados finais em linha com a importância que esta tem tido em anos
anteriores.
b) Mercados Financeiros
i) Intermediação financeira por conta de clientes: sem prejuízo do
prosseguimento da actividade englobada pela intermediação financeira,
é na gestão discricionária de carteiras de valores mobiliários que o
Banco tem melhor provado a sua capacidade de acrescentar valor aos
clientes, pelo que será nesta área de negócios que se colocarão as
prioridades de trabalho;
47
Relatório e Contas 2008
ii) Gestão de carteira própria: embora dentro de limites de exposição ao
risco que são necessariamente muito controlados, o Banco manterá e
deverá aumentar de forma progressiva os recursos adequados para o
efeito, procurando rendibilizar recursos que não se revelam necessários à
gestão da liquidez da Instituição;
iii) Sendo incontornável a volatilidade que caracteriza a actividade nos
mercados financeiros, a qual se extremou no passado recente, o
resultado esperado desta área de negócios situa-se num largo intervalo,
atribuindo-se naturalmente maior probabilidade à formação de um
resultado e de um contributo significativamente positivos para os
resultados globais da Instituição.
c) Corporate Finance / Banca de Negócios
i) Fruto das linhas de orientação anteriormente definidas, têm estas duas
áreas de negócio conferido prioridade à captação de clientes e de
oportunidades de negócio fora do espaço nacional, com particular
atenção aos países lusófonos, devendo sublinhar-se a justeza desta
orientação à luz dos condicionalismos que têm fortemente limitado o
desenvolvimento destas actividades no espaço doméstico;
ii) Esta orientação deverá prosseguir em 2009, devendo mesmo observar-se
o seu reforço, tendo em vista a qualidade e quantidade de novos dossiers
que têm vindo a ser trabalhados, envolvendo países não anteriormente
cobertos e cuja conclusão bem sucedida abre novas e interessantes
oportunidades, quer do ponto de vista da rendibilidade, quer do ponto de
vista da afirmação da imagem externa do Banco;
iii) A possibilidade de conclusão em 2009 de vários dossiers de maior porte
permite perspectivar um importante contributo da área de Corporate
48
Relatório e Contas 2008
Finance para os resultados do Banco, perspectivando-se igualmente que
a conclusão de negociações em curso relativamente a participações
financeiras oportunamente tomadas pelo Banco permitam vir a creditar a
área de Banca de Negócios com resultados também significativos.
49
Relatório e Contas 2008
PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS
No exercício de 2008, o Banco Português de Gestão obteve um resultado negativo depois
de impostos de € 1.593.255,11.
Tendo a expectativa de que venha a ser retomada já a partir de 2009 a capacidade de
produção de resultados positivos que foram uma constante do Banco até 2007, o Conselho
de Administração propõe que o montante dos resultados obtidos no exercício seja levado,
na sua totalidade, a Resultados Transitados.
REFERÊNCIAS FINAIS
O Conselho de Administração, ao concluir o presente relatório, considera oportuno destacar
as seguintes entidades às quais é devido o muito apreço e reconhecimento pelo
acompanhamento que, no exercício das suas competências, asseguraram à actividade
desenvolvida pelo Banco Português de Gestão, em muito beneficiando a Instituição, no
rigor e qualidade do seu desempenho, da esclarecida supervisão por aquelas proporcionada:
◊ O Banco de Portugal e a Comissão de Mercados de Valores Mobiliários, na sua
qualidade de Autoridades de Supervisão;
◊ Os Membros dos restantes Órgãos Sociais, particularmente do Conselho Fiscal.
◊ Os Stakeholders – Accionistas, Clientes, Colaboradores – são igualmente credores
do reconhecimento do Conselho de Administração, pelo apoio de uns e pelo esforço
de outros, na procura do objectivo da excelência, que a todos é comum.
50
Relatório e Contas 2008
Uma nota final de reconhecimento ao Senhor Dr. Francisco Luís Murteira Nabo que, a seu
pedido, deixou no final do ano transacto de integrar o Conselho de Administração, pela
valiosa colaboração prestada no exercício daquelas funções, da qual muito beneficiou o
Banco Português de Gestão.
Lisboa, 5 de Março de 2008
Presidente
Carlos Augusto Pulido Valente Monjardino
Vice Presidentes
Mário José Brandão Ferreira
Francisco José Fonseca da Silva
Vogais
Emanuel Jorge Marques dos Santos
Jorge Abreu Pereira Parreira Moia
Luís António Gomes Moreno
51
Relatório e Contas 2008
ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Exercício findo em 31 de Dezembro de 2008 (Montantes expressos em Euros)
INTRODUÇÃO
O Banco Português de Gestão (BPG ou Banco) é uma instituição de crédito de capitais
privados, constituída sob a forma de sociedade anónima por escritura pública em 29 de
Setembro de 2000, com o nº de Contribuinte 504655361, registada na Conservatória do
Registo Comercial de Lisboa com o nº 9427, tendo iniciado a sua actividade em 26 de
Dezembro do mesmo ano.
A sede do Banco está localizada na Rua do Salitre, nº 167 em Lisboa e dispõe ainda,
para o desenvolvimento da sua actividade, de um escritório de representação no Porto.
Constituído inicialmente com um capital social de € 18 000 000, no último trimestre de
2001 o Banco procedeu a um aumento de capital para € 35 000 000, diversificando a sua
estrutura accionista, com a entrada, entre outros, de diversas entidades que integram o
sector da Economia Social, como sejam Cooperativas de Habitação, Misericórdias,
Instituições Particulares de Solidariedade Social, etc.
O Banco apresenta-se como uma instituição especialmente direccionada para a
economia social, numa dupla óptica, por um lado, procurando soluções e oferecendo
produtos e serviços financeiros com elevado grau de eficiência para os agentes que actuam
nesta área (IPSS`s, Misericórdias, Institutos, Autarquias, Fundações, Cooperativas, etc.) e,
por outro lado, intervindo nos sectores emergentes em termos de estruturação de serviços
financeiros dos quais se destacam os sectores da saúde, turismo, novas tecnologias e
energias renováveis.
57
Relatório e Contas 2008
NOTA 1 – BASES DE APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS E COMPARABILIDADE
O Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras referidas a 31 de Dezembro de
2008 e relativas ao exercício de 2008 foram aprovados pelo Conselho de Administração do
Banco, em 05/03/09, devendo os mesmos ser sujeitos à aprovação da Assembleia Geral,
convocada para o efeito, a realizar em 31/03/09.
As Demonstrações Financeiras e o Relatório de Gestão reportam ao BPG enquanto
instituição individual e encontram-se expressas em Euro (€), sendo os montantes
divulgados nas Demonstrações Financeiras referidos à unidade daquela moeda.
As Demonstrações Financeiras do Banco Português de Gestão foram preparadas no
pressuposto da continuidade das operações, a partir dos registos contabilísticos e respectivo
suporte documental, mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de
Contabilidade Ajustadas (NCA), e demais disposições emitidas pelo Banco de Portugal, de
acordo com a competência que lhe é conferida pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de
Dezembro.
As NCA traduzem-se na aplicação às demonstrações financeiras individuais das Normas
Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como adoptadas pela União Europeia, no
âmbito do disposto no Regulamento (CE) nº1606/2002 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 19 de Julho de 2002, na sua transposição para a legislação Portuguesa através
do Decreto-Lei nº35/2005, de 17 de Fevereiro e do Aviso 1/2005, do Banco de Portugal,
com excepção de algumas matérias especificamente reguladas pelo Banco de Portugal, a
saber, valorimetria e provisões da carteira de crédito e garantias, valorimetria dos activos
tangíveis e contabilização de responsabilidades com pensões e benefícios pós emprego,
sendo as aplicáveis ao Banco conforme segue:
i) A carteira de crédito e garantias está sujeita à constituição de provisões para riscos
específicos e riscos gerais de crédito, nos termos do Aviso do Banco de Portugal nº 3/2005,
de 21 de Fevereiro e a valorimetria desta componente deverá ser efectuada de acordo com o
disposto no Aviso nº 1/2005; e
58
Relatório e Contas 2008
ii) Os activos tangíveis serão mantidos ao custo de aquisição, salvo quando se
verifiquem reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso em que as mais-
valias daí resultantes serão incorporadas em sub rubrica apropriada da conta "Reservas
legais de reavaliação”.
Os IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting
Standards Board (IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting
Interpretation Committee (IFRIC), e pelos respectivos órgãos antecessores.
Durante o exercício de 2008 entraram em vigor as seguintes interpretações, mas que se
concluiu não serem relevantes nas actividades desenvolvidas pelo Banco:
IFRIC 12 - “Acordos de concessão de serviços” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2008;
ainda não adoptada pela União Europeia em 31 de Dezembro de 2008) - Esta interpretação
aborda o tratamento contabilístico a aplicar em situações de acordos de concessão de
serviços. Não se aplica à actividade do Banco.
IFRIC 14 – “IAS 19 - O limite em activos por benefícios definidos, requisitos mínimos de
financiamento e sua interacção” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2008) - Esta
interpretação clarifica o tratamento contabilístico a adoptar no caso de necessidade de
financiamento estatutário ou contratual existindo lucros em fundos de pensões que possam
ser reconhecidos. Não se aplica ao Banco dado que não existem responsabilidades com
pensões.
Adicionalmente, em 2008 foram introduzidas alterações aos IAS 39 e IFRS 7 que
resultaram essencialmente em:
i) Possibilidade de transferir instrumentos de dívida das categorias de “negociação” ou
“disponíveis para venda” para a categoria de “crédito e saldos a receber”.
ii) Possibilidade de reclassificação, de quaisquer instrumentos financeiros não derivados
da categoria de “negociação” para outra categoria, quando se verificam “circunstâncias
raras”.
59
Relatório e Contas 2008
iii) Obrigatoriedade de serem apresentadas divulgações específicas sobre as
reclassificações efectuadas entre classes, não só no exercício em que se verificaram, mas
também nos exercícios seguintes até ao desreconhecimento dos activos reclassificados.
Em 2008 foram ainda aprovadas pelo IASB e IFRIC, alterações a normas contabilísticas
existentes e novas interpretações, cuja aplicação apenas é obrigatória para exercícios a
iniciarem em ou após 1 de Janeiro de 2009, tendo o BPG decidido, em relação às que lhe
serão aplicáveis, não as adoptar antecipadamente. O Banco encontra-se a avaliar o impacto
da adopção destas alterações e interpretações e, apesar de não ter ainda concluído a análise,
considera que o impacto da adopção das mesmas não será relevante no contexto das
actividades actuais do Banco. As referidas normas e interpretações com aplicação
obrigatória nos exercícios que iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2009, são conforme
segue:
IFRS 3 (alteração) - “Concentrações de actividades empresariais” e consequentes alterações
à IAS 27 “Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas” (entrada em vigor a 1 de
Julho de 2009) – A revisão destas notas irá alterar a contabilização das aquisições e vendas
de empresas subsidiárias integradas no perímetro de consolidação. Estas alterações não têm
aplicação para o Banco.
IAS 1 (revisão) - “Apresentação das demonstrações financeiras” (entrada em vigor a 1 de
Janeiro de 2009) -A revisão desta norma define requisitos gerais para a apresentação das
demonstrações financeiras, algumas orientações sobre a estrutura das notas e o conteúdo
mínimo a observar.
IAS 32 (alteração) – “Instrumentos financeiros: apresentação” (entrada em vigor em 1 de
Janeiro de 2009; adoptada pela União Europeia conforme publicação no Jornal Oficial em
22 de Janeiro de 2009) e consequente alteração à IAS 1 “Apresentação das demonstrações
financeiras” – Estas alterações definem o tratamento contabilístico dos instrumentos
financeiros com opção de venda e obrigações decorrentes na sua liquidação”.
IFRS 2 (alteração) - “Pagamentos baseados em acções” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de
2009) – Trata-se de uma adenda à actual IFRS 2. Vem clarificar a definição de condições
60
Relatório e Contas 2008
de aquisição dos direitos inerentes a um plano de pagamentos com base em acções e o
tratamento contabilístico a aplicar no cancelamento dos programas. Esta alteração não tem
aplicação para o Banco.
IFRS 8 (nova) - “Segmentos Operacionais” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2009) -
Esta norma substitui a IAS 14 e determina a utilização da “visão da gestão”, de acordo com
a qual a informações por segmentos é apresentada na mesma base da informação reportada
internamente pela gestão.
IAS 23 (alteração) - “Custos de empréstimos obtidos” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de
2009) - Esta alteração vem eliminar a opção que permitia o reconhecimento imediato como
custo das despesas incorridas com a contratação de financiamento associado à aquisição,
construção ou produção de um activo. Essas despesas devem agora ser capitalizadas como
parte do custo do activo.
IFRS 1 e IAS 27 (alterações) - “Adopção pela primeira vez das IFRS” e “Demonstrações
Financeiras Consolidadas e Separadas” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2009;
adoptadas pela União Europeia conforme publicação no Jornal Oficial em 24 de Janeiro de
2009) - Estas alterações relativas ao custo do investimento em subsidiárias,
empreendimentos conjuntos e associadas são aplicáveis apenas às entidades que apliquem
pela primeira vez as IFRS. Esta alteração não tem aplicação para o Banco.
IAS 39 (alteração) - “Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração” (entrada em
vigor a 1 de Julho de 2009; ainda não adoptada pela União Europeia em 31 de Dezembro
de 2008) - Esta alteração vem clarificar como é que os princípios, que determinam se um
risco coberto ou uma porção de fluxos de caixa são elegíveis para serem designados como
coberturas, devem ser aplicados em circunstâncias particulares.
IFRIC 13 - “Programas de fidelização de clientes” (entrada em vigor a 1 de Julho de 2008)
- Esta interpretação aborda o tratamento contabilístico a aplicar para os programas de
fidelização de clientes. Esta interpretação não tem relevância para o Banco.
IFRIC 15 - “ Acordos para a construção de imóveis” (entrada em vigor a 1 de Janeiro de
2009; ainda não adoptada pela União Europeia em 31 de Dezembro de 2008) - Esta
61
Relatório e Contas 2008
interpretação clarifica qual a Norma a adoptar (IAS 11 ou IAS 18) para o tratamento
contabilístico a adoptar no reconhecimento de proveitos decorrentes da venda de imóveis
por empresas que realizaram a construção directamente ou através de sub empreiteiros.
IFRIC 16 - “Coberturas do investimento líquido em moeda estrangeira” (entrada em vigor a
1 de Outubro de 2008; ainda não adoptada pela União Europeia em 31 de Dezembro de
2008) - Esta interpretação clarifica o tratamento contabilístico a adoptar nas demonstrações
financeiras consolidadas, em operações de cobertura de investimento líquido em moeda
estrangeira. Esta interpretação não tem aplicação para o Banco.
IFRIC 17 - “Atribuição de activos não monetários aos proprietários” (entrada em vigor em
1 de Julho de 2009; ainda não adoptada pela União Europeia em 31 de Dezembro de 2008)
- Esta interpretação vem clarificar o tratamento contabilístico a adoptar na distribuição de
activos não monetários aos accionistas.
Como parte do projecto anual de melhorais às Normas Internacionais de Relato Financeiro
o IASB publicou alterações de dois tipos: as que traduzem alterações contabilísticas com
efeitos na apresentação, reconhecimento ou mensuração e as que apenas reflectem
alterações de terminologia ou editoriais, estas últimas com impacto mínimo, ou mesmo sem
qualquer impacto, em termos contabilísticos. Estas alterações, que abrangem 20 Normas,
produzem efeito a partir de 1 de Janeiro de 2009 (com excepção da alteração ao IFRS5 que
entra em vigor em 1 de Julho de 2009), foram adoptadas pela União Europeia na sequência
da publicação no Jornal Oficial em 24 de Janeiro de 2009.
62
Relatório e Contas 2008
NOTA 2 - PRINCIPAIS CRITÉRIOS VALORIMÉTRICOS E POLÍTICAS
CONTABILÍSTICAS UTILIZADOS
As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das
demonstrações financeiras, foram as seguintes:
2. Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e mensuração
2.1 Activos financeiros
Os activos financeiros são reconhecidos pelo Banco na data de negociação ou
contratação. Nos casos em que por imposição contratual ou legal/regulamentar os direitos e
obrigações subjacentes se transferem em datas diferentes, será utilizada a última data
relevante.
O BPG classifica os seus activos financeiros nas seguintes categorias: activos
financeiros avaliados ao justo valor através de resultados, activos financeiros disponíveis
para venda, créditos e outros valores a receber e activos financeiros detidos até à
maturidade.
A Administração determina a classificação dos seus investimentos no reconhecimento
inicial, excepção feita aos activos financeiros abrangidos pela alteração à IAS 39 supra
referida.
Entende-se por justo valor o montante pelo qual um determinado activo pode ser
transferido ou liquidado entre contrapartes de igual forma conhecedoras e com igual
interesse em efectuar a transacção. Na data de transacção ou negociação de uma operação,
o justo valor é geralmente o valor pelo qual foi efectuada a transacção.
Subsequentemente ao reconhecimento inicial, o justo valor dos activos financeiros é
determinado com base em:
• preços de um mercado activo;
• técnicas de valorização incluindo modelos de desconto de fluxos de caixa
(“discounted cash flows”) conforme seja apropriado; ou
63
Relatório e Contas 2008
• obtenção de preços junto de contraparte independente.
Um mercado é considerado activo, e portanto líquido, se transacciona de uma forma
regular.
Os activos financeiros são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor adicionado dos
custos de transacção, excepto nos casos de activos e passivos financeiros ao justo valor
através de resultados, caso em que estes custos de transacção são directamente
reconhecidos em resultados.
Os activos financeiros são desreconhecidos quando expiram os direitos contratuais do
Banco ao recebimento dos seus fluxos de caixa ou o Banco tenha transferido
substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção.
2.1.1. Activos financeiros de negociação avaliados ao justo valor através de resultados
Esta categoria inclui os activos financeiros detidos para negociação e os activos
financeiros designados na opção de justo valor.
Um activo financeiro é classificado nesta categoria se o principal objectivo associado à
sua aquisição for a venda no curto prazo ou se for designado na opção de justo valor pela
gestão, respectivamente.
Apenas podem ser designados na opção de justo valor os activos financeiros que
cumpram os seguintes requisitos:
• eliminem ou reduzam significativamente uma inconsistência na mensuração ou no
reconhecimento (por vezes, denominada “uma falta de balanceamento
contabilística”);
• um grupo de activos financeiros é gerido e o seu desempenho avaliado numa base
de justo valor, de acordo com uma estratégia documentada de gestão do risco ou de
investimento, e a informação sobre o grupo é fornecida internamente ao pessoal
chave da gestão da entidade nessa base; ou
64
Relatório e Contas 2008
• se um contrato contiver um ou mais derivados embutidos, que segundo o IAS 39
teriam de ser bifurcados.
Os instrumentos financeiros derivados também são classificados nesta categoria como
activos financeiros detidos para negociação, excepto quando fazem parte de uma relação de
cobertura.
A avaliação destes activos e passivos é efectuada diariamente com base no justo valor.
O valor de balanço dos instrumentos de dívida que se encontram registados nesta categoria
inclui o montante de juros corridos e não cobrados.
Os ganhos e perdas resultantes de variações de justo valor são reconhecidas em
resultados.
Na sequência das alterações aos normativos de relato financeiro, IAS 39 e IFRS 7, e
atendendo às circunstâncias de excepção que prevaleciam nos mercados, que justificaram
essa alteração, o Banco procedeu à reclassificação da grande parte dos títulos da sua
carteira de negociação.
Como resultado da alteração de propósitos com que os títulos foram adquiridos, face à
dimensão das alterações observadas nos mercados, o Banco reconhecendo que o propósito
inicial de investir em determinados valores mobiliários com vista à realização de mais-
valias no curto prazo deixou de ter condições para se concretizar, modificou essa intenção,
decidindo manter em carteira os títulos por um tempo indeterminado, sem prejuízo da sua
eventual alienação a qualquer momento, designadamente por razões determinadas pela
gestão do risco de mercado e de limitação de perdas por menos-valias, designadamente
quanto a títulos de rendimento variável.
Assim, e relativamente aos títulos de renda variável (acções e unidades de participação
em fundos mobiliários), foram os mesmos transferidos para a carteira de Activos
Disponíveis para Venda, continuando a ser mensurados ao justo valor, sendo as respectivas
mais e menos-valias reconhecidas em Reservas de Reavaliação.
Relativamente aos títulos de renda fixa, que foram transferidos para “outros créditos e
valores a receber”, foi observado o seguinte:
65
Relatório e Contas 2008
i) são activos financeiros não derivados;
ii) não contêm derivados embutidos;
iii) dão lugar a fluxos monetários fixos ou determináveis;
iv) não contêm cláusulas ou opções que possam resultar em perda de
investimento inicial, para além das eventuais perdas decorrentes da
deterioração do crédito;
v) os mercados regulamentados onde estes valores eram transaccionados não
registaram, em geral, quaisquer transacções desde a sua aquisição para a
carteira do Banco;
vi) a evidência recolhida pelo Banco, permite constatar que na data da
decisão de transferência de carteira ou na sua vizinhança temporal:
a) não existem preços para estes activos em mercados regulamentados;
b) o número de providers disponibilizando através da Bloomberg preços
para ofertas de compra é muito reduzido;
c) mesmo nos casos em que tais ofertas existem, elas não se traduzem na
disponibilidade para, ao preço anunciado, efectuar transacções para as
quantidades de títulos detidas pelo BPG;
d) é patente o alargamento generalizado do spread médio entre os preços
de bid & ask anunciados pelos providers;
e) é patente o alargamento da diferença entre os preços bid anunciados
pelos providers;
vii) nenhum dos títulos em questão se encontra afectado por imparidade,
mantendo notação de risco na categoria de “investment grade”.
Efectuada a transferência destes títulos para a carteira de “Crédito e saldos a receber”,
foram os mesmos valorizados nessa carteira à data de 30/06/08 ao justo valor, aplicando-
se-lhes desde então a metodologia de mensuração descrita no ponto 2.1.4. (Activos
financeiros detidos até à maturidade). Dada a qualidade de crédito dos títulos em questão, a
sua relativamente curta “duration” e a reduzida dimensão das posições detidas em cada um,
66
Relatório e Contas 2008
o banco poderá manter estes títulos na categoria em que ora se encontram classificados até
à sua maturidade.
2.1.2. Activos financeiros disponíveis para venda
Esta categoria inclui:
• (i) activos cuja intenção é a sua detenção por um período de tempo indeterminado
incluindo participações financeiras com carácter de estabilidade,
• (ii) outros instrumentos financeiros que no reconhecimento inicial aqui foram
enquadrados,
• (iii) ou que não se enquadrem nas restantes categorias previstas no IAS 39, acima
descritas.
Os activos financeiros classificados como disponíveis para venda são registados ao
justo valor, excepto no caso de instrumentos de capital próprio não cotados num mercado
activo e cujo justo valor não possa ser determinado com fiabilidade, que permanecem
registados ao custo.
As variações, ganhos ou perdas, resultantes de alterações no justo valor destes activos
são reconhecidas directamente nos capitais próprios na rubrica de reservas de reavaliação
de justo valor, até que os investimentos sejam desreconhecidos ou seja identificada uma
perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas potenciais
reconhecidos no capital próprio é transferido para resultados.
As variações cambiais associadas a estes investimentos são reconhecidas também em
reservas, no caso de acções, e em resultados, no caso de instrumentos de dívida. Os juros
corridos, diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) e
comissões incrementais, são registados em resultados, de acordo com o método de taxa
efectiva. Os dividendos são também reconhecidos na demonstração dos resultados na data
em que são recebidos.
67
Relatório e Contas 2008
Em caso de evidência de imparidade, resultante de um ou mais eventos que ocorreram
após o seu reconhecimento inicial, tais como:
(i) para os títulos cotados, uma desvalorização continuada ou de valor significativo na
sua cotação, e
(ii) para títulos não cotados, quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no
valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, que possa ser estimado
com razoabilidade,
a perda potencial acumulada em reservas, correspondente à diferença entre o custo de
aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda de imparidade no investimento
anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período
subsequente o montante da perda de imparidade diminui, a perda de imparidade
anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resultados do exercício até à
reposição do custo de aquisição, excepto no que se refere a acções ou outros instrumentos
de capital, caso em que a reversão da imparidade é reconhecida em reservas.
2.1.3. Créditos e outros valores a receber e provisões
Os créditos e outros valores a receber compreendem os activos financeiros
correspondentes ao fornecimento de dinheiro, bens ou serviços a um devedor. Este conceito
abrange a actividade típica da concessão de crédito a clientes, incluindo operações de
locação financeira mobiliária e imobiliária, bem como os créditos titulados (papel
comercial e obrigações emitidas por empresas), que não sejam transaccionados num
mercado activo e para os quais não haja intenção de venda.
Os créditos e outros valores a receber são inicialmente reconhecidos pelo justo valor,
que em geral corresponde ao valor da transacção e inclui comissões, taxas ou outros custos
e proveitos associados às operações de crédito.
Os juros, comissões e outros custos e proveitos que sejam considerados incrementais
(associados à operação de crédito) são periodificados ao longo da vida das operações de
acordo com o método pró-rata temporis, quando se tratem de operações que produzam
68
Relatório e Contas 2008
fluxos de rédito ao longo de um período superior a um mês, independentemente do
momento em que são cobradas ou pagas.
As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis ou
revogáveis são registados em contas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos
de comissões, juros ou outros proveitos registados em resultados ao longo da vida das
operações.
Os créditos a clientes só são desreconhecidos do balanço quando expiram os direitos
contratuais do Banco à sua recuperação ou forem transferidos substancialmente todos os
riscos e benefícios associados à sua detenção.
O Banco classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros
decorridos que sejam 30 dias após o seu vencimento.
Nos créditos em contencioso são consideradas vencidas todas as prestações de capital
(vincendas e vencidas).
O Banco aquando da renegociação dos créditos em situação de incumprimento, acautela
que sejam cumpridas as orientações do Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, no que respeita
ao pagamento integral dos juros vencidos ou ao reforço das garantias recebidas, associadas
ao crédito. Estes créditos após a aprovação pelos órgãos respectivos, passam a ser tratados
como novos créditos.
O Banco procede ao abate de créditos ao activo “write-offs” das operações que
considera irrecuperáveis e cujas provisões e imparidade estejam constituídas pelo valor
total do crédito. Estes créditos são registados em rubricas extrapatrimoniais até ao
momento da extinção definitiva das responsabilidades de cada operação de crédito, por
liquidação ou por cessação formal do direito a receber nos termos legais aplicáveis.
69
Relatório e Contas 2008
Provisões para crédito e juros vencidos, para créditos de cobrança duvidosa e para
riscos gerais de crédito
O Banco constitui provisões para crédito e juros vencidos, para créditos de cobrança
duvidosa e para riscos gerais de crédito, de acordo com a actual versão do Aviso nº 3/95 do
Banco de Portugal.
(i) Provisão para crédito e juros vencidos
Esta provisão, apresentada no activo como dedução à rubrica Créditos a Clientes,
destina-se a fazer face aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem
prestações vencidas e não pagas, de capital ou juros. Conforme disposto pelo Aviso nº
3/95 do Banco de Portugal, o montante a provisionar é função do período decorrido
após o respectivo vencimento e da eventual existência de garantias, excluindo os
créditos concedidos ao Sector Público Administrativo.
(ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa
As provisões para créditos de cobrança duvidosa, são apresentadas no activo como
dedução à rubrica Créditos a Clientes e destinam-se a fazer face aos riscos de realização
do capital vincendo relativamente a créditos daquela natureza que apresentem
prestações vencidas e não pagas de capital ou juros. São considerados nesta situação:
a) as prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se verifique,
relativamente às respectivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das
seguintes condições:
(i) excederem 25% do capital em dívida, acrescido dos juros vencidos;
(ii) estarem em incumprimento há mais de:
− seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos;
− doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a 5 e inferior a 10 anos;
− vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a 10 anos.
70
Relatório e Contas 2008
Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da
constituição de provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito
vencido dessas operações.
b) os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a sua
reclassificação prevista na alínea anterior, o crédito e juros vencidos de todas as
operações relativamente a esse cliente, excederem 25% do crédito total, acrescido dos
juros vencidos. Estes créditos são provisionados com base na aplicação de metade das
taxas de provisionamento aplicáveis aos créditos vencidos.
(iii) Provisão para riscos gerais de crédito
A provisão para riscos gerais de crédito, apresentada no passivo na rubrica Provisões,
cujo valor satisfaz as orientações do Banco de Portugal fixadas no aviso acima
mencionado, é de natureza geral e destina-se a fazer face a riscos de crédito não
identificados especificamente.
Encontra-se registada no passivo, na rubrica "Provisões para riscos e encargos -
outras provisões", e corresponde a 1,5% do total do crédito ao consumo não vencido e a
1% do total do crédito não vencido concedido pelo Banco, incluindo o representado por
aceites, garantias e outros instrumentos de natureza análoga. Para créditos garantidos
por hipoteca sobre imóvel ou operações de locação financeira imobiliária, em ambos os
casos quando o imóvel se destine a habitação do mutuário, a provisão a aplicar é de
0,5%. À base de cálculo desta provisão são deduzidos os créditos concedidos ao Sector
Público Administrativo.
2.1.4. Activos financeiros detidos até à maturidade
Os investimentos a deter até à maturidade são activos financeiros não derivados com
pagamentos fixos ou determinados e maturidade fixa, que o BPG demonstrou intenção e
capacidade de manter até à maturidade. A venda de uma parte significativa destes activos
dá origem a uma reclassificação para a rubrica de disponíveis para venda.
71
Relatório e Contas 2008
No reconhecimento inicial os activos financeiros detidos até à maturidade são
registados pelo justo valor, que geralmente inclui valores de comissões ou taxas.
Posteriormente, estes activos financeiros são valorizados ao custo amortizado de acordo
com o método de taxa de juro efectiva e sujeitos a testes de imparidade.
Os juros corridos, as diferenças entre o valor de aquisição e o valor nominal (prémio ou
desconto) e os valores de comissões ou taxas consideradas incrementais são registados em
resultados (de acordo com o método de taxa efectiva).
As perdas por imparidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do
activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de
recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do activo financeiro. Estes activos
são apresentados no balanço líquidos da imparidade reconhecida.
2.2. Passivos financeiros
Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação
contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo
financeiro, independentemente da sua forma legal.
Os passivos financeiros ao justo valor através de resultados são registados ao justo
valor e incluem os instrumentos financeiros derivados com valor negativo e vendas a
descoberto.
Os Outros passivos financeiros incluem recursos de instituições de crédito e de clientes,
empréstimos, responsabilidades representadas por títulos e outros passivos subordinados.
Estes passivos financeiros são registados:
(i) inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de transacção incorridos; e
(ii) subsequentemente ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva.
Caso o Banco recompre dívida emitida, esta é anulada do balanço e a diferença entre o
valor de balanço do passivo e o valor de compra é registado em resultados.
72
Relatório e Contas 2008
2.3. Instrumentos financeiros derivados
Os Instrumentos financeiros derivados são registados ao justo valor, na data em que o
Banco negoceia os contratos e são subsequentemente remensurados ao justo valor. O justo
valor é obtido através de preços de mercados cotados em mercados activos, incluindo
transacções de mercado recentes, e modelos de avaliação, nomeadamente modelos de
fluxos de caixa descontados.
Os derivados são considerados como activos quando o seu justo valor é positivo e como
passivos quando o seu justo valor é negativo.
Certos derivados embutidos em outros instrumentos financeiros, como seja a indexação
da rendibilidade de instrumentos de dívida ao valor das acções ou índices de acções, são
bifurcados e tratados como derivados separados, quando o seu risco e características
económicas não sejam íntima e claramente relacionadas com os do contrato hospedeiro e
este não for mensurado ao justo valor com variações reconhecidas em resultados. Estes
derivados embutidos são mensurados ao justo valor, com as variações subsequentes
reconhecidas na demonstração de resultados.
Os derivados são também registados em contas extrapatrimoniais pelo seu valor teórico
(valor nocional).
O Banco só possui derivados de negociação, os quais são mensurados ao justo valor,
sendo as alterações no seu valor reconhecidas imediatamente em resultados.
2.4. Activos e passivos em moeda estrangeira
As operações em moeda estrangeira são registadas de acordo com os princípios do
sistema "multi-currency", sendo cada operação registada exclusivamente em função das
respectivas moedas.
Os activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos para
euros à taxa de câmbio em vigor na data do balanço. As diferenças cambiais resultantes
desta conversão são reconhecidas em resultados.
73
Relatório e Contas 2008
Os activos e passivos não monetários registados ao custo histórico, expressos em
moeda estrangeira, são convertidos à taxa de câmbio à data da transacção. Activos e
passivos não monetários expressos em moeda estrangeira registados ao justo valor são
convertidos à taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor foi determinado.
Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo
são imediatamente registadas na posição cambial.
Sempre que estas operações conduzam a variações dos saldos líquidos das diferentes
moedas há lugar à movimentação das contas de posição cambial, à vista ou a prazo, cujo
conteúdo e critério de reavaliação são como segue:
a) Posição cambial à vista
A posição cambial à vista em cada moeda é dada pelo saldo líquido dos activos e
passivos dessa moeda, excluindo a posição cambial à vista coberta por operações a
prazo de permuta de divisas e adicionando os montantes das operações à vista a
aguardar liquidação e das operações a prazo que se vençam nos dois dias úteis
subsequentes. A posição cambial à vista é reavaliada diariamente com base nos
câmbios indicativos do dia divulgado pela Bloomberg, dando origem à movimentação
da conta de posição cambial (moeda Euro), por contrapartida de custos ou proveitos.
b) Posição cambial a prazo
A posição cambial a prazo em cada moeda é dada pelo saldo líquido das operações a
prazo a aguardar liquidação e que não estejam a cobrir a posição cambial à vista, com
exclusão das que se vençam dentro dos dois dias úteis subsequentes.
Todos os contratos relativos a estas operações são reavaliados às taxas de câmbio a
prazo do mercado ou, na ausência destas, através do seu cálculo com base nas taxas de
juro das respectivas moedas para o prazo residual de cada operação. As diferenças
entre os contravalores em euros às taxas de reavaliação a prazo aplicadas e os
contravalores em euros às taxas contratadas representam o custo ou o proveito da
74
Relatório e Contas 2008
reavaliação da posição cambial a prazo, sendo registadas numa conta de reavaliação da
posição cambial por contrapartida de contas de custos ou proveitos.
2.5. Outros Activos – Imóveis adquiridos em reembolso de crédito próprio
Os activos, imóveis, recebidos em dação em cumprimento de operações de crédito são
registados nesta rubrica, dado que nem sempre se encontram em condições de venda
imediata e o prazo de detenção destes activos pode ser superior a um ano.
Relativamente a estes imóveis recebidos o Banco tem como assegurados os seguintes
requisitos:
• a probabilidade de ocorrência de venda ser elevada;
• os activos estão disponíveis para venda imediata no seu estado actual.
Estes activos foram registados inicialmente pelos valores acordados no contrato de
dação, acrescido dos custos inerentes à transacção.
Estes imóveis são objecto de avaliações periódicas que darão lugar a perdas por
imparidade sempre que o valor dessas avaliações seja inferior ao valor por que se
encontram registados.
2.6. Reconhecimento de juros
Os resultados decorrentes de juros de instrumentos financeiros mensurados ao custo
amortizado, de acordo com o método da taxa efectiva, são reconhecidos nas rubricas de
juros e proveitos similares ou juros e custos similares.
A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta os pagamentos ou recebimentos futuros
estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um
período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro.
Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros
considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções
de pagamento antecipado), não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito
75
Relatório e Contas 2008
futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam consideradas parte integrante da taxa de
juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente
relacionados com a transacção.
No caso de activos financeiros para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade,
os juros registados em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada na
mensuração da perda por imparidade.
2.7. Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões
Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos em geral, de acordo com o
princípio contabilístico da especialização de exercícios, da seguinte forma:
• rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo
são reconhecidos em resultados quando o acto significativo tiver sido concluído;
• rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são
prestados são reconhecidos em resultados no período a que se referem;
• rendimentos de serviços e comissões que são considerados uma parte integrante da
taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro são registados em resultados, de
acordo com o método da taxa de juro efectiva.
Os rendimentos de serviços e comissões associados à prestação de serviços na área de
“Corporate Finance” são reconhecidos em resultados, na medida em que são prestados por
contrapartida da rubrica de Outros activos, independentemente de serem de imediato
facturados, ou quando o plano financeiro difere do plano de realização do trabalho e assim
dá origem ao registo dos acréscimos de proveitos associados. Os custos inerentes a estes
serviços são essencialmente constituídos por custos com o pessoal, que são registados em
resultados, na rubrica correspondente, à medida em que são incorridos.
76
Relatório e Contas 2008
2.8. Activos intangíveis
O Banco regista nesta rubrica, essencialmente, custos de aquisição de sistemas
informáticos, quando o impacto esperado se repercute para além do exercício em que o
custo é incorrido.
Os activos intangíveis são registados ao custo de aquisição e amortizados pelo método
das quotas constantes e por duodécimos, ao longo do período de vida útil esperada, que em
geral corresponde a um período de três anos.
Os custos de manutenção de software são reconhecidos como custos quando incorridos.
2.9. Activos tangíveis
Encontram-se nesta rubrica os activos tangíveis utilizados pelo Banco para o
desenvolvimento da sua actividade e encontram-se registados ao custo de aquisição,
incluindo despesas que lhes são directamente atribuíveis, deduzidos de amortizações
acumuladas e perdas por imparidade.
As amortizações dos activos tangíveis são calculadas segundo o método das quotas
constantes, ao longo do período de vida útil estimado do bem, correspondendo ao período
em que se espera o activo esteja disponível para uso:
Anos de vida útil
Mobiliário e Material 10
Máquinas e Ferramentas 4 -10
Equipamento Informático 4 - 10
Instalações interiores 4 - 10
Material de Transporte 4
Outros 8
77
Relatório e Contas 2008
Os custos subsequentes com activos tangíveis são reconhecidos apenas se for provável
que deles resultem benefícios económicos futuros para o Banco. Todas as despesas de
manutenção e reparação são reconhecidos como custo, de acordo com o princípio da
especialização dos exercícios.
Estes activos são sujeitos a testes de imparidade sempre que eventos ou circunstâncias
indiciam que o valor de balanço excede o seu valor recuperável, sendo a diferença, caso
exista, reconhecida em resultados. O valor recuperável é o maior de entre o valor de
mercado do activo, deduzido de custos de venda, e o seu valor de uso.
2.10. Locação Financeira
A contabilização de um contrato de locação é efectuada de acordo com o tipo de
contrato, isto é, se o Banco assume o papel de locador ou locatário:
Como locador:
Os activos em regime de locação financeira são registados no balanço como crédito
concedido, sendo este reembolsado através das amortizações de capital constantes do
plano financeiro dos contratos. Os juros incluídos nas rendas são registados como
proveitos financeiros;
Como locatário:
Os activos adquiridos em regime de locação financeira são registados, por igual
montante, no activo imobilizado e no passivo, processando-se as respectivas
amortizações.
As rendas relativas a contratos de locação financeira são desdobradas de acordo com o
respectivo plano financeiro, reduzindo-se o passivo pela parte correspondente à
amortização do capital. Os juros e encargos suportados são registados como custos
financeiros durante o prazo da locação.
78
Relatório e Contas 2008
2.11. Provisões e Imparidade em Activos Financeiros
Provisões
São reconhecidas provisões quando
• o Banco tem uma obrigação presente, legal ou construtiva;
• seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido;
• quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.
Imparidade
São reconhecidos indícios de imparidade sempre que:
• se verifique incumprimento das cláusulas contratuais, nomeadamente nos
pagamentos de juros ou capital;
• se verifiquem dificuldades financeiras significativas do devedor ou emissor da
dívida;
• se verifique existência de elevada probabilidade de declaração de falência do
devedor ou emissor da dívida;
• se verifique comportamento histórico das cobranças que permita deduzir que o
valor nominal possa não ser recuperado na totalidade;
• se conheça informação sobre alterações significativas com impacto adverso na
envolvente tecnológica, de mercado, económica ou legal em que o emissor
opera, e que indique que o custo do investimento não venha a ser recuperado;
• se verifique um declínio prolongado e significativo do valor de mercado abaixo
do preço de custo.
2.12. Benefícios aos empregados
O Banco não subscreveu o Acordo Colectivo de Trabalho Vertical do sector bancário,
estando os seus trabalhadores abrangidos pelo Regime Geral de Segurança Social. O Banco
não tem qualquer responsabilidade por pensões, complementos de reforma ou outros
benefícios de longo prazo a atribuir aos seus empregados.
79
Relatório e Contas 2008
O Banco pode atribuir remunerações extraordinárias aos empregados, não decorrentes
de obrigações contratuais. Estas remunerações são atribuídas por deliberação do Conselho
de Administração, numa data não determinada de um dado exercício e são pagas nesse
mesmo exercício.
No entanto, sempre que se verifiquem determinados pressupostos, designadamente o
cumprimento por excesso dos objectivos de negócio previstos para o período, poderá o
Conselho de Administração prever nesse período uma dotação para remuneração
extraordinária a ser paga aos colaboradores.
2.13. Impostos sobre os lucros
O Banco está sujeito ao regime fiscal consignado no Código do Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Colectivas (Código do IRC).
Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos.
Os impostos sobre lucros são reconhecidos em resultados, excepto quando estão
relacionados com itens que são reconhecidos directamente nos capitais próprios, caso em
que são também registados por contrapartida dos capitais próprios.
Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado
tributável apurado de acordo com as regras fiscais em vigor e utilizando a taxa de imposto
aprovada que, em 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2007 era de 25%
acrescida da derrama de 1,5%, calculada sobre o lucro tributável.
O Banco regista impostos diferidos decorrentes das diferenças temporárias entre os
valores contabilísticos dos activos e passivos e a sua base fiscal, para efeitos de tributação
em sede de IRC. Os prejuízos fiscais reportáveis são também registados como impostos
diferidos activos.
Os impostos diferidos passivos são geralmente reconhecidos para todas as diferenças
temporárias tributáveis.
80
Relatório e Contas 2008
Os impostos diferidos activos são reconhecidos apenas na medida em que seja
expectável que existam lucros tributáveis no futuro capazes de absorver as diferenças
temporárias dedutíveis.
A taxa utilizada no cálculo do imposto diferido é a aplicável para o exercício de 2008 e
coincide com a taxa em vigor em 31 de Dezembro de 2007.
Os prejuízos fiscais apurados num exercício são dedutíveis aos lucros fiscais dos seis
anos seguintes.
O cálculo dos impostos correntes e diferidos relativo a alguns dos impactos da transição
para as NCA, foram baseadas em pressupostos, que carecem de confirmação no futuro por
parte das autoridades fiscais.
2.14. Valores recebidos em depósito
Os valores recebidos em depósito, nomeadamente os títulos que compõem carteiras de
clientes, encontram-se registados pelo seu valor de mercado e caso não exista cotação ao
valor nominal.
2.15. Caixa e equivalentes de caixa
Para efeitos da preparação da demonstração dos fluxos de caixa, o Banco considera
como “Caixa e seus equivalentes” os valores registados no balanço de aplicações de muito
curto prazo, disponíveis de imediato sem perda de valor com maturidade inferior a 3 meses
a contar da data de início da aplicação, onde se incluem a caixa, as disponibilidades e as
aplicações em instituições de crédito.
2.16. Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas
contabilísticas
Na elaboração das demonstrações financeiras o Banco efectuou estimativas e utilizou
pressupostos que afectam as quantias relatadas dos activos e passivos. Estas estimativas e
81
Relatório e Contas 2008
pressupostos são apreciados regularmente e baseiam-se em diversos factores incluindo
expectativas acerca de eventos futuros que se consideram razoáveis nas circunstâncias.
Utilizaram-se estimativas e pressupostos nomeadamente nas seguintes áreas
significativas:
Imparidade e Provisões
Para crédito concedido (não titulado)
O Banco apreciou a sua carteira de crédito no sentido de apurar sobre a necessidade de
registar perdas por imparidade e/ou provisões para crédito, adicionais aos limites mínimos
definidos pelo Banco de Portugal.
Sempre que considerado necessário estas provisões são complementadas de forma a
reflectir a estimativa do Banco sobre o risco de incobrabilidade associado aos clientes. Esta
avaliação é efectuada pelo Banco com base no conhecimento específico da realidade dos
clientes e nas garantias associadas às operações de crédito.
Para outros créditos e valores a receber (titulados)
Na sequência da alteração introduzida à IAS 39, o Banco transferiu da carteira de
negociação para a carteira de créditos e valores a receber, com referência a 30/06/08 um
conjunto de Obrigações no montante de € 2.705.141. Quer à data da transferência de
carteiras, quer em 31/12/08, todos estes valores mobiliários têm associada uma notação de
risco atribuída por uma ou mais agências internacionais qualificadas, permitindo incluir
todos os títulos na categoria de “investment grade”, significando o reconhecimento da
capacidade de cumprimento regular das obrigações por parte dos respectivos emitentes.
Esta informação, complementada pela análise efectuada pelo Banco, permite concluir pela
inexistência de imparidades que afectem esta carteira de títulos.
82
Relatório e Contas 2008
Impostos sobre lucros
Os impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, são determinados pelo Banco no
pressuposto da existência de matéria colectável futura, com base em regras definidas pelo
enquadramento fiscal em vigor, ou já publicada para aplicação futura.
Eventuais alterações futuras na legislação fiscal podem influenciar as quantias
expressas nas demonstrações financeiras relativas a impostos diferidos. Nestes casos os
valores registados resultam do melhor entendimento dos órgãos responsáveis do Banco
sobre o correcto enquadramento das suas operações.
Valorização de instrumentos financeiros não transaccionados em mercados activos
O Banco valoriza ao justo valor todos os instrumentos financeiros, com excepção dos
registados pelo custo amortizado.
Na valorização de instrumentos financeiros não negociados em mercados líquidos o
justo valor desses instrumentos financeiros derivados e activos financeiros não cotados foi
estimado com base em métodos de avaliação e teorias financeiras, assim como pela
obtenção de preços junto de contraparte independente.
NOTA 3 – GESTÃO DO RISCO FINANCEIRO
Políticas de gestão dos riscos financeiros
O Banco encontra-se exposto a diversos tipos de riscos financeiros: risco de crédito,
risco de mercado, risco cambial, risco de taxa de juro e risco de liquidez.
As políticas de gestão e controlo destes diversos riscos encontram-se descritas em
capítulo próprio (Gestão global de riscos) incluído no Relatório de Gestão, o qual se dá
aqui por reproduzido. Em complemento a essa divulgação, seguidamente se dá conta dos
principais procedimentos de controlo adoptados, bem como da avaliação efectuada aos
níveis de exposição observada em relação a estas categorias de risco.
83
Relatório e Contas 2008
O processo de gestão dos riscos do Banco respeita a devida segregação de funções e a
complementaridade da actuação de cada uma das áreas envolvidas.
Os riscos da actividade do Banco, nomeadamente os riscos de crédito, de taxa de juro,
de câmbio, de liquidez, operacional e de compliance, são analisados e controlados pelo
Conselho de Administração do Banco tendo em conta a estratégia geral do Banco e a sua
posição no mercado. Complementarmente, existe um conjunto de procedimentos de
controlo instituídos que garante um nível de risco adequado.
A verificação pelo órgão responsável da realização dos objectivos e orientações
estabelecidos, é garantida pela existência de um sistema de "reporting" de periodicidade
variável em função da natureza dos riscos, que permite aferir com rigor e tempestividade da
evolução das principais variáveis de negócio e conferir capacidade de gestão pró-activa.
3.1 Risco de crédito
O Banco assume exposições de risco de crédito, que se traduzem na possibilidade de
perda de valor do activo do Banco, em consequência do incumprimento das obrigações
contratuais, por motivos de insolvência ou incapacidade da contraparte em assegurar os
seus compromissos para com o Banco.
A actividade comercial do Banco, relativamente à concessão de crédito, está centrada
no espaço nacional (Continente e Ilhas), o que limita a possibilidade de redução do risco
pela via da diversificação geográfica; por outro lado a maior parte das operações de médio
e longo prazo encontram-se colateralizadas por garantias reais.
O processo de controlo do risco de crédito, passa pela análise rigorosa que incide sobre
cada uma das propostas de créditos presentes ao órgão competente para sua aprovação.
Estão estabelecidos nos manuais de controlo interno do Banco quais os requisitos para que
o crédito seja aprovado. Após a aprovação, o desempenho do crédito é monitorizado
regularmente, permitindo a antecipação de eventuais dificuldades de cumprimento e a
identificação imediata de incumprimentos. Este acompanhamento e o diálogo que, nessas
circunstâncias é estabelecido com os mutuários em questão, têm permitido com frequência,
84
Relatório e Contas 2008
não só a cabal regularização das moras incorridas, mas ainda o atento acompanhamento das
condições em que os mesmos se encontram a operar, prevenindo e antecipando as
consequências da sua eventual deterioração.
O Banco estrutura também os níveis de risco de crédito que assume através de limites
estabelecidos de montantes de risco aceitável em relação ao mutuário ou grupo de
mutuários, designadamente para montantes que possam vir a configurar-se como grandes
riscos.
O Banco procede com regularidade à análise da qualidade da carteira de crédito quer na
perspectiva de avaliação do cliente quer na avaliação da concentração de responsabilidades
por grupo económico.
As operações de crédito são acompanhadas continuadamente pelos órgãos responsáveis
no sentido de prevenir a sua degradação e procede-se periodicamente à avaliação da
necessidade de constituição de provisões numa perspectiva económica.
Tendo em consideração a dimensão da carteira de crédito, a metodologia utilizada na
mensuração do respectivo risco assenta em larga medida na análise individual das
operações vivas e vencidas em cada data de apreciação.
No que se refere à mensuração do risco de crédito, o Banco avalia regularmente a
ocorrência de situações de probabilidade de perdas relativamente ao crédito concedido e a
valores a receber, dando origem à quantificação de provisões económicas, as quais são
igualmente objecto de parecer pelo ROC para efeitos do competente reporte ao Banco de
Portugal.
A qualidade de crédito dos activos financeiros de crédito do Banco, avaliada de acordo
com as notações de rating disponíveis, bem como a exposição ao risco de crédito por
instrumento financeiro, em 31 de Dezembro de 2008 podem ser analisadas no quadro que
segue:
85
Relatório e Contas 2008
INSTRUMENTOS FINANCEIROS Valor Nominal Valor Contabilistico
Provisões e Imparidade
Valor Contabilistico
Liquido
Rating (S&P)
Patrimoniais Disponibilidades em bancos centrais 1.116.451 1.117.790 - 1.117.790 n.d. Disponibilidades em outras instituições de crédito no país 274.582 274.582 - 274.582 n.d. Activos financeiros detidos para negociação 300.000 318.180 - 318.180 Emitidos por residentes 150.000 164.592 164.592 Títulos de dívida 150.000 164.592 164.592 Emissores públicos nacionais 150.000 164.592 164.592 Obrigações do Tesouro 150.000 164.592 - 164.592 A+ Emitidos por não residentes 150.000 153.588 153.588 Títulos de dívida 150.000 153.588 153.588 Emissores públicos estrangeiros 150.000 153.588 153.588 Obrigações do Tesouro 150.000 153.588 - 153.588 A+ Activos financeiros disponíveis para venda 5.268.246 5.268.246 - 5.268.246 n.d. Aplicações em instituições de crédito nacionais 13.950.000 13.956.333 - 13.956.333 n.d. Crédito a Clientes 73.132.927 73.987.760 1.495.310 72.492.450 Crédito não representativo de valores mobiliários 68.427.442 69.282.275 1.495.310 67.786.966 n.d. Outros créditos e valores a receber - Titulados 4.705.485 4.705.485 - 4.705.485 Emitidos por residentes 2.388.547 2.388.547 2.388.547 Outros residentes 2.388.547 2.388.547 2.388.547 Títulos de dívida não subordinada 388.547 388.547 388.547 Obrigações 388.547 388.547 388.547 BCP Finance Bank 02/12 97.383 97.383 - 97.383 A+ Portugal Telecom 03/12 91.026 91.026 - 91.026 BBB- CGD 05/10 200.139 200.139 - 200.139 A+ Papel comercial 2.000.000 2.000.000 2.000.000 ETE 02/09 4M 3ª Emissão 2.000.000 2.000.000 - 2.000.000 n.d. Emitidos por não residentes 2.316.937 2.316.937 2.316.937 Títulos de dívida 523.716 523.716 523.716 Emissores públicos estrangeiros 523.716 523.716 523.716 Obrigações do Tesouro 523.716 523.716 523.716 Brazil 7,375 2015 523.716 523.716 - 523.716 BBB- Outros não residentes 1.793.221 1.793.221 1.793.221 Títulos de dívida não subordinada 1.793.221 1.793.221 1.793.221 Obrigações 1.793.221 1.793.221 1.793.221 Austrália & New Zeland Bank 05/13 95.794 95.794 - 95.794 AA Banque Federative Credit Mutuel 04/10 100.131 100.131 - 100.131 A+ Citigroup 06/14/12 192.454 192.454 - 192.454 A EADS Finance 03/10 98.600 98.600 - 98.600 BBB+ Endesa Capital 07/12 97.178 97.178 - 97.178 A General Electric 04/14 144.495 144.495 - 144.495 AAA KPN NV 03/13 92.906 92.906 - 92.906 BBB Morgan Stanley 07/12 132.713 132.713 - 132.713 A RCI BANK 05/11 97.991 97.991 - 97.991 BBB+ Repsol Finance 07/13 95.750 95.750 - 95.750 BBB Telecom Itália 04/11 101.667 101.667 - 101.667 BBB Credit Agricole 09/10 99.916 99.916 - 99.916 AA- Capital Euro Funding 05/15 145.592 145.592 - 145.592 AAA Nyse 06/15 149.858 149.858 - 149.858 AA Peugeot Finance 09/10 148.177 148.177 - 148.177 A- Activos detidos até à maturidade 2.188.826 2.238.206 - 2.238.206 Emitidos por residentes 2.188.826 2.238.206 2.238.206 Títulos de dívida 2.188.826 2.238.206 2.238.206 Emissores públicos nacionais 2.188.826 2.238.206 2.238.206 Obrigações de tesouro português 2.188.826 2.238.206 2.238.206 AA- Devedores e outras aplicações 1.762.748 1.762.748 653.608 1.109.140 n.d.Total Patrimoniais 97.693.780 98.605.664 2.148.919 96.456.747
Extrapatrimoniais Garantias prestadas 16.398.089 16.398.089 163.981 16.234.108 n.d. Linhas de crédito 2.272.441 2.272.441 - 2.272.441 n.d.Total Extrapatrimoniais 18.670.530 18.670.530 163.981 18.506.549
116.364.310 117.276.195 2.312.900 114.963.296
86
Relatório e Contas 2008
Em 31 de Dezembro de 2007, a exposição ao risco de crédito por instrumento
financeiro, bem como as notações de rating disponíveis, podem ser analisadas no quadro
que segue:
INSTRUMENTOS FINANCEIROS Valor Nominal Valor Contabilistico
Provisões e Imparidade
Valor Contabilistico
Liquido
Rating (S&P)
Patrimoniais Disponibilidades em Bancos centrais 1.329.880 1.331.889 - 1.331.889 n.d.Disponibilidades em outras instituições de crédito no país 431.220 431.220 - 431.220 n.d.Activos Financeiros detidos para negociação Instrumentos de dívida ETE 05/08 3M 1ª Emissão 293.043 292.451 - 292.451 n.d. BRAZIL 7,375 15 577.000 573.441 - 573.441 BB+Aplicações em instituições de crédito nacionais Banif 2.300.000 2.303.022 - 2.303.022 BBB+ Outros 10.200.000 10.202.750 - 10.202.750 n.d.Crédito a Clientes 63.568.789 63.952.749 408.057 63.544.692 n.d.Activos detidos até à maturidade Obrigações de tesouro português 2.200.242 2.244.122 - 2.244.122 AA-Devedores e outras aplicações 1.006.761 1.006.761 393.401 613.360 n.d.Total Patrimoniais 81.906.935 82.338.405 801.458 81.536.947
ExtrapatrimoniaisGarantias prestadas 7.916.724 7.916.724 79.874 7.836.850 n.d.Linhas de crédito 11.917.442 11.917.442 - 11.917.442 n.d.Total Extrapatrimoniais 19.834.166 19.834.166 79.874 19.754.292
101.741.101 102.172.571 881.332 101.291.239
Relativamente ao crédito a clientes, o Banco não dispõe actualmente de ratings internos
ou externos de modo a aferir da qualidade da sua carteira.
Os quadros acima representam o pior cenário (worst case) a nível de exposição do
Banco a risco de crédito em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, pois não foram tidos em
consideração os colaterais detidos.
Para os activos em balanço, a exposição definida é baseada na sua quantia escriturada
como reportada na face do Balanço.
87
Relatório e Contas 2008
Em 31 de Dezembro de 2008, a estrutura sectorial da carteira do crédito não vencido
nem em imparidade, incluindo linhas de crédito e respectivas garantias colaterais detidas a
título de caução, pode ser analisado no quadro que segue:
Crédito a Clientes(1) % Garantia real recebida %
Crédito a Clientes
Residentes:Empresas e administrações publicas 62.327.742 60.157.629 Silvicultura, exploração florestal 450.017 0,62% - 0,00%Indústrias alimentares e das bebidas 3.313.031 4,56% 3.072.092 4,53%Fabricação de têxteis 610.949 0,84% - 0,00%Indúst. de madeira, cortiça, exc.mobiliário 3.210.827 4,41% 3.465.000 5,11%Fabric. pasta, papel e cartão e seus artigos 250.000 0,34% 249.396 0,37%Edição, impress.e reprod. de suportes gravados 283.333 0,39% 150.000 0,22%Fab. de o. produtos minerais n/metálicos 2.307.748 3,17% 2.446.403 3,61%Fabr. de máquinas e equipamentos, n.e. 350.000 0,48% 458.500 0,68%Fab. de mobiliário; o.indústrias transformadoras 255.858 0,35% - 0,00%Construção 7.201.087 9,90% 7.753.207 11,43%Comérc., manut., repar. veículos automóveis 149.639 0,21% - 0,00%Comérc. por grosso, exc. veículos automóveis 2.234.167 3,07% 2.767.668 4,08%Comérc. a retalho, exc. veículos automóveis 594.651 0,82% 655.000 0,97%Alojamento e restauração (rest.e similares) 374.478 0,51% 568.025 0,84%Correios e telecomunicações 9.407 0,01% 21.324 0,03%Intermediação financeira, exc. Seguros - 0,00% 0,00%Actividades imobiliárias 15.098.474 20,76% 12.833.548 18,92%Actividades informáticas e conexas 487.500 0,67% - 0,00%Out. activid. de serviços prestados 18.786.745 25,83% 21.017.712 30,99%Administr. pública, defesa, seg. social 3.000.000 4,12% 4.005.870 5,91%Educação 60.000 0,08% - 0,00%Saúde e acção social 1.390.000 1,91% - 0,00%Actividades associativas diversas, n.e. 356.187 0,49% 558.883 0,82%Actividades recreativas, cult. e desportivas 17.450 0,02% - 0,00%Outras actividades de serviços 1.536.194 2,11% 135.000 0,20%
Particulares 6.168.841 8,48% 6.447.320 9,51%
Inst. sem fins lucrativos ao serv. famil 4.235.827 1.218.649Actividades associativas diversas, n.e. 2.471.166 3,40% 171.229 0,25%Educação 421.875 0,58% 710.695 1,05%Saúde e acção social 1.342.786 1,85% 336.725 0,50%Total Activo 72.732.410 100,00% 67.823.597 100,00%
ExtrapatrimoniaisGarantias prestadasActividades associativas diversas, n.e. 131.718 0,80% - 0,00%Actividades imobiliárias 1.000.000 6,10% - 0,00%Alojamento e restauração (rest.e similares) 1.466.625 8,94% - 0,00%Comérc. por grosso, exc. veículos automóveis 150.000 0,91% - 0,00%Construção 5.005.002 30,52% 5.997.463 100,00%Fab. de mobiliário; o.indústrias transformadoras 137.643 0,84% - 0,00%Prod. e distr. de electricidade, gás e água 1.200.000 7,32% - 0,00%Out. activid. de serviços prestados 6.633.869 40,46% - 0,00%Outras actividades de serviços 442.674 2,70% - 0,00%Seguros, fundos de pensões e o. Actividades 230.558 1,41% - 0,00%Total Extrapatrimoniais 16.398.089 100,00% 5.997.463 100,00%
1) inclui as linhas de crédito não utilizadas e exclui crédito e juros vencidos, juros a receber e comissões associadas.
88
Relatório e Contas 2008
Em 31 de Dezembro de 2007, a estrutura sectorial da carteira do crédito não vencido
nem em imparidade, incluindo linhas de crédito e respectivas garantias colaterais detidas a
título de caução, pode ser analisado no quadro que segue:
Crédito a Clientes(1) % Garantia real recebida %
Crédito a Clientes
Residentes:Empresas e administrações publicas 64.663.603 60.358.869 Silvicultura, exploração florestal 1.680.000 2,26% 1.275.000 1,98%Indústrias alimentares e das bebidas 3.349.167 4,50% 3.673.506 5,72%Fabricação de têxteis 680.123 0,91% - 0,00%Indúst. de madeira, cortiça, exc.mobiliário 3.001.254 4,03% 3.465.000 5,39%Fabric. pasta, papel e cartão e seus artigos 250.000 0,34% 249.396 0,39%Edição, impress.e reprod. de suportes gravados 417.844 0,56% 150.000 0,23%Fab. de o. produtos minerais n/metálicos 1.817.560 2,44% 2.098.571 3,27%Fabr. de máquinas e equipamentos, n.e. 350.000 0,47% 458.500 0,71%Fab. de mobiliário; o.indústrias transformadoras 433.242 0,58% - 0,00%Construção 13.927.794 18,70% 17.894.750 27,86%Comérc., manut., repar. veículos automóveis 149.639 0,20% - 0,00%Comérc. por grosso, exc. veículos automóveis 2.068.344 2,78% 5.536.475 8,62%Comérc. a retalho, exc. veículos automóveis 610.411 0,82% 655.000 1,02%Alojamento e restauração (rest.e similares) 530.000 0,71% 568.025 0,88%Correios e telecomunicações 15.008 0,02% 21.324 0,03%Intermediação financeira, exc. Seguros 2.000.000 2,69% - 0,00%Actividades imobiliárias 15.445.016 20,74% 10.028.197 15,61%Actividades informáticas e conexas 487.500 0,65% - 0,00%Out. activid. de serviços prestados 12.706.892 17,07% 10.189.255 15,86%Administr. pública, defesa, seg. social 3.000.000 4,03% 4.005.870 6,24%Educação 60.000 0,08% - 0,00%Saúde e acção social 175.000 0,24% - 0,00%Actividades recreativas, cult. e desportivas 33.333 0,04% - 0,00%Outras actividades de serviços 1.475.476 1,98% 90.000 0,14%
Particulares 7.211.910 9,69% 2.537.091 3,95%
Inst. sem fins lucrativos ao serv. famil 2.585.883 1.344.470Actividades associativas diversas, n.e. 619.766 0,83% 372.050 0,58%Educação 484.375 0,65% 710.695 1,11%Saúde e acção social 1.481.742 1,99% 261.725 0,41%Total Activo 74.461.396 100,00% 64.240.430 100,00%
ExtrapatrimoniaisGarantias prestadasActividades associativas diversas, n.e. 1.317.182 16,64% - - Actividades imobiliárias 1.000.000 12,63% - - Alojamento e restauração (rest.e similares) 1.482.313 18,72% - - Comérc. por grosso, exc. veículos automóveis 150.000 1,89% - - Construção 2.831.314 35,76% 1.159.815 100,00%Fab. de mobiliário; o.indústrias transformadoras 150.000 1,89% - - Out. activid. de serviços prestados 318.371 4,02% - - Outras actividades de serviços 442.674 5,59% - - Seguros, fundos de pensões e o. Actividades 224.870 2,84% - - Total Extrapatrimoniais 7.916.724 100,00% 1.159.815 100,00%
1) inclui as linhas de crédito não utilizadas e exclui crédito e juros vencidos, juros a receber e comissões associadas.
A ventilação sectorial dessa carteira evidencia a presença numa multiplicidade de
sectores de actividade, com especial relevância para o sector da construção e actividades
imobiliárias, a que não são alheias as relações que preferencialmente se encontram
estabelecidas com o segmento das Cooperativas de Habitação, parte integrante do sector da
Economia Social. De notar, no entanto que a exposição do Banco àqueles dois sectores de
actividade sofreu uma redução significativa entre 2007 e 2008, quer em termos absolutos,
quer no seu peso relativo, representando no seu conjunto já menos de um terço do total.
89
Relatório e Contas 2008
Decorrente deste facto, resulta a elevada proporção de créditos concedidos que se
encontram apoiados em garantias reais, normalmente representadas por primeiras hipotecas
de imóveis que, uma vez construídos, terão essencialmente finalidades de habitação.
Em cúmulo com as garantias reais e na generalidade dos casos onde estas sejam
dispensadas, os créditos são, em regra, amparados por garantias pessoais (fianças, avales,
livranças) que conferem a qualidade exigida no processo de concessão de crédito.
Activos financeiros (empréstimos) cujos termos foram renegociados e que, caso
contrário estariam vencidos.
A situação a 31 de Dezembro de 2008 é a que se segue:
Saldo em 31 Dez 2008 ImparidadeMontante vencido sem
renegociação
Crédito a clientesResidentes:Empresas e administrações públicas 6.002.242 33.300 1.626.423
Particulares 20.000 - -
6.022.242 33.300 1.626.423
A situação a 31 de Dezembro de 2007 é a que se segue:
Saldo em 31 Dez 2007 ImparidadeMontante vencido sem
renegociação
Crédito a clientesResidentes:Empresas e administrações públicas 2.803.768 96.250 1.941.291
Particulares 147.000 - 168.000
2.950.768 96.250 2.109.291
Foram considerados como operações de crédito reestruturado as operações cujo plano
financeiro foi alterado, em regra a solicitação do mutuário e designadamente quanto ao
prazo de reembolso inicialmente previsto, casos em que as condições e garantias são
90
Relatório e Contas 2008
igualmente objecto de alteração, quando haja que repor a relação desses termos com a
qualidade de risco em cada caso percebida.
Activos financeiros vencidos ou em imparidade:
À data das demonstrações financeiras, a expressão de activos afectados por imparidades
tem um significado material diminuto.
O número de clientes com activos vencidos ou em imparidade no final de 2008 são na
sua maior parte constituídos por empresas, cujos montantes se encontram maioritariamente
amparados por primeira garantia hipotecária avaliada em montante consideravelmente
superior. As provisões totais constituídas nos termos das normas aplicáveis, excedem
claramente as imparidades efectivas que em cada caso se encontram determinadas.
3.2 Risco de mercado
O risco de mercado (taxa de juro, taxa de câmbio, cotações) surge na medida em que o
Banco pode deter na sua carteira instrumentos financeiros cujo valor pode ser afectado por
variações das condições de mercado, que possam surgir como consequência de alterações
nos preços de mercado, quer por factores específicos do próprio instrumento, quer por
factores que possam afectar todos os instrumentos negociados no mercado.
O risco de mercado inerente às carteiras de valores mobiliários detidas pelo BPG é
objecto de definição de limites pelo Órgão do Banco (Comité de Investimento) competente
para o efeito (por classes de activos, qualidade de risco de emitentes de dívida,
mercados/regiões geográficas susceptíveis de investimento, níveis de stop loss na carteira
de negociação, etc.), bem como a rendibilidade esperada em cada caso, procedendo aquele
mesmo Órgão à periódica avaliação de desempenho e revisão das orientações de
investimento em função da avaliação das tendências de mercado.
A carteira de valores mobiliários em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, tem a seguinte
composição por segmentos de mercado e área geográfica:
91
Relatório e Contas 2008
2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007
Ad. Pública 3.030.723 2.774.721 - - - - 3.030.723 2.774.721 24,28% 20,25%
Sec. Financeiro 1.604.642 - - 32.168 - - 1.604.642 32.168 12,86% 0,23%
Energia 192.928 - 67.628 163.979 - - 260.556 163.979 2,09% 1,20%
Telecomunicações 285.599 - - 49.386 - - 285.599 49.386 2,29% 0,36%
Comércio - - - 75.421 - - - 75.421 0,00% 0,55%
Ind Alimentar - - - 34.591 - - - 34.591 0,00% 0,25%
Ind Automóvel - - - 151.850 - - - 151.850 0,00% 1,11%
Ind Maquinaria - - - 735 - - - 735 0,00% 0,01%
Ind Farmacêutica - - - 70.768 - - - 70.768 0,00% 0,52%
Ind Tecnológicas - - - 150.109 - - - 150.109 0,00% 1,10%
Ind Transf Divers - - 50.000 143.869 - - 50.000 143.869 0,40% 1,05%
Transportes 2.000.000 292.451 - - - - 2.000.000 292.451 16,02% 2,13%
Construção - - 1.594.862 875.000 - 328.405 1.594.862 1.203.405 12,78% 8,78%
Diversos 98.600 - 95.156 163.714 3.460.600 8.394.010 3.654.355 8.557.724 29,28% 62,46%
Total 7.212.491 3.067.172 1.807.646 1.911.590 3.460.600 8.722.415 12.480.737 13.701.177 100,00% 100,00%
Nota: Não se encontram incluídos derivados de negociação
%
Ventilação Sectorial da Carteira de Valores Mobiliários a 31 de Dezembro
Obrigações Acções Unids Participação /FM Total por Sector Total por Sector
2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007Obrigações 4.443.123 2.201.281 149.858 - 523.716 573.441 95.794 - 5.212.491 2.774.722
Papel Comercial 2.000.000 292.451 - - - - - - 2.000.000 292.451
Acções 1.807.646 1.558.301 - 353.290 - - - - 1.807.646 1.911.591
Unidades Participação /FM 2.946.088 1.011.728 514.512 1.695.689 - 801.377 - 5.213.622 3.460.600 8.722.415
Total por mercado 11.196.857 5.063.761 664.370 2.048.979 523.716 1.374.818 95.794 5.213.622 12.480.737 13.701.179
Total por mercado (%) 89,71% 36,96% 5,32% 14,95% 4,20% 10,03% 0,77% 38,05% 100,00% 100,00%
Nota: Não se encontram incluídos derivados de negociação
Zona Euro Mercados Emergentes
Ventilação Geográfica da Carteira de Valores Mobiliários pelos Principais Mercados a 31 de Dezembro
USA Internacional / Diversos Total
92
Relatório e Contas 2008
Análise de sensibilidade ao risco de mercado:
A diversificação dos investimentos incluídos na carteira própria do Banco, quer no que
ser refere à ventilação regional e sectorial, quer no que respeita à natureza dos instrumentos
financeiros, tem sido um dos principais instrumentos de gestão do risco de mercado. De
notar que o tipo de activos inscrito sob a epígrafe “Unidades de Participação em Fundos
Mobiliários” comporta no seu interior uma gama múltipla de diferentes exposições a
sectores, regiões e classes de activos que potencia enormemente os efeitos positivos da
diversidade dos riscos em cada caso assumidos.
Esta política de diversificação das aplicações em múltiplos instrumentos financeiros,
que esteve na base de desempenhos muito satisfatórios em anos anteriores, não
proporcionou em 2008 os efeitos esperados. De facto, os excepcionais níveis de
volatilidade observados em vários momentos desse ano e bem assim a sintonia de
movimentos constatada em diferentes classes de activos que historicamente registavam
baixa correlação, vieram a determinar perdas na carteira em montante próximo da
dimensão indicada pelo VaR e, em certas datas, excedendo mesmo este valor, ainda que
por montante não significativo.
As circunstâncias de excepção vividas pelos mercados em 2008 justificarão em larga
medida a referida anomalia, considerando-se que a metodologia VaR, genericamente
reconhecida como medida e teste de sensibilidade ao risco de mercado, e bem assim o
modelo em que assenta a sua implementação, mantêm integral validade.
As observações proporcionadas pelo modelo ao longo de 2008 indicam um máximo de
perda diária na ordem dos € 115 000, sendo a média diária registada no primeiro semestre
na ordem dos € 40 000 e, no segundo semestre na ordem dos € 57 000, valores estes que,
no seu nível mais elevado, correspondem a cerca de 0.3% dos fundos próprios do Banco.
93
Relatório e Contas 2008
3.3 Risco Cambial
O Risco de câmbio surge como consequência de variações nas taxas de câmbio entre
moedas, sempre que existam posições nessas moedas. As posições em moeda diferente do
EUR, resultado da actividade corrente do Banco assumem um carácter de diminuta
relevância.
O contravalor, em milhares de euros, dos elementos à vista do activo e do passivo
expressos em moeda estrangeira, à data de 31 de Dezembro de 2008, decompõe-se como
segue:
BRL USD GBP CVE JPY EUR Total
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 515 9.159 151 288 - 1.128.070 1.138.183 Disponibilidades à vista sobre instituições de crédito - 2.696 - - - 271.886 274.582 Activos financeiros detidos para negociação - - - - - 318.180 318.180 Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - - - Activos financeiros disponíveis para venda - - - - - 5.268.246 5.268.246 Aplicações em instituições de crédito - - - - - 13.956.333 13.956.333 Créditos a clientes - - - - - 72.437.673 72.437.673 Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 2.238.206 2.238.206 Outros activos tangíveis - - - - - 267.447 267.447 Activos intangíveis - - - - - 10.595 10.595 Activos por impostos correntes - - - - - 139.209 139.209 Activos por impostos diferidos - - - - - 1.150.356 1.150.356 Outros activos - 30.030 1.034 - 9.405 3.723.400 3.763.869 Total Activo 515 41.885 1.185 288 9.405 100.909.602 100.962.879
BRL USD GBP CVE JPY EUR TotalPassivos financeiros detidos para negociação - - - - - -
Recursos de outras instituições de crédito - - - - - 22.024.690 22.024.690
Recursos de clientes e outros empréstimos - (4.129) - - - 40.377.673 40.373.544
Responsabilidades representadas por títulos - - - - - - -
Provisões - - - - - 814.215 814.215
Passivos por impostos correntes - - - - - - -
Passivos por impostos diferidos - - - - - 190.764 190.764
Outros passivos - (144) - - - 1.048.005 1.047.860 Total Passivo - (4.273) - - - 64.455.347 64.451.073
Capital - - - - - 35.000.000 35.000.000
Prémios de emissão - - - - - 1.654.703 1.654.703
Reservas de reavaliação - - - - - (477.877) (477.877)
Outras reservas e resultados transitados - - - - - 1.928.235 1.928.235
Resultado do exercício - - - - - (1.593.255) (1.593.255) Total Passivo + Capital Próprio - (4.273) - - - 100.967.153 100.962.879
Rúbricas extrapatrimoniais
Futuros de divisas - - - - - -
Posição global operacional 515 37.612 1.185 288 9.405
A situação a 31 de Dezembro de 2007 é a que se segue:
BRL USD GBP CVE JPY EUR Total
Activo 2.347 853.037 - - 5.608 95.171.637 96.032.629
Passivo + Capital próprio - (30.177) - - - 96.062.806 96.032.629
Rúbricas extrapatrimoniais
Futuros de divisas - 877.572 - - - 399.500 1.277.072
Posição global operacional 2.347 (54.712) - - 5.608
94
Relatório e Contas 2008
Como decorre da análise destes quadros, o risco cambial do Banco relativamente a
moedas diferentes daquela que é a base da sua actividade (Euro) é praticamente irrelevante.
3.4 Risco de taxa de juro
O risco de taxa de juro respeita ao efeito que os movimentos das taxas de juro têm nos
resultados e no valor patrimonial do Banco.
Este risco resulta dos diferentes prazos de vencimento ou de reapreciação dos activos,
passivos e posições fora de balanço, face a alterações de taxas. Desta forma o risco de taxa
de juro associado ao justo valor é o risco do justo valor de um instrumento financeiro variar
devido a alterações nas taxas de juro de mercado.
O Banco realiza periodicamente “stress tests” à carteira bancária, com base nos
pressupostos da Instrução nº 19/2005, que pressupõe uma variação absoluta de 200 bp na
taxa de juro, e os quais têm proporcionado resultados que se medem por um impacto sobre
os Fundos Próprios do Banco na ordem ou inferiores a 1% daquele valor.
As tabelas abaixo apresentam a sensibilidade dos activos e passivos financeiros do
Banco com exposição ao risco de taxa de juro.
1 Mês de 1 a 3 meses de 3 a 6 meses de 6 meses a 1 ano de 1 a 2 anos de 2 a 3 anos mais de 3 anos Sem rentabilidade Total
Caixa e disponibilidades em Bancos centrais 1.116.451 - - - - - - 21.731 1.138.182 Disponibilidades em outras instituições de crédito 274.582 - - - - - - - 274.582 Aplicações em instituições de crédito 12.950.000 - 1.000.000 - - - - 6.333 13.956.333 Crédito a Clientes não representativo de v. mobiliários 24.590.722 25.388.325 18.104.621 - - - - - 68.083.668 Outros créditos e valores a receber ( titulados) 341.987 2.736.400 - - 99.260 204.984 1.395.470 - 4.778.101 Títulos detidos para negociação - - - - - - 318.180 - 318.180 Investimentos detidos até à maturidade - - - 519.528 - 967.820 680.706 - 2.168.054
39.273.742 28.124.725 19.104.621 519.528 99.260 1.172.804 2.394.356 28.064 90.717.100
Recursos de instituições de crédito 13.000.000 - 9.000.000 - - - - 24.690 22.024.690 Recursos de clientes 11.835.155 13.008.396 12.515.000 41.441 - - - 2.944.055 40.344.047
24.835.155 13.008.396 21.515.000 41.441 - - - 2.968.745 62.368.737
GAP de taxa de juro 14.438.587 15.116.330 (2.410.379) 478.087 99.260 1.172.804 2.394.356 (2.940.681) 28.348.363 GAP de taxa de juro acumulado 14.438.587 29.554.917 27.144.538 27.622.625 27.721.885 28.894.689 31.289.045 28.348.363
31 de Dezembro de 2008
1 Mês de 1 a 3meses de 3 a 6 meses de 6 meses a 1 ano de 1 a 2 anos de 2 a 3 anos mais de 3 anos Sem rentabilidade Total
Caixa e disponibilidades em Bancos centrais 1.329.880 - - - - - - 29.401 1.359.281 Disponibilidades em outras instituições de crédito 431.220 - - - - - - - 431.220 Aplicações em instituições de crédito 12.505.772 - - - - - - - 12.505.772 Crédito a Clientes 15.927.710 39.178.741 7.941.561 400.000 7.677 - - 383.961 63.839.650 Títulos detidos para negociação - 500.000 300.000 - - - - 9.709.007 10.509.007 Títulos detidos até à maturidade - - 700.000 - 525.000 - 1.000.000 42.841 2.267.841
30.194.582 39.678.741 8.941.561 400.000 532.677 - 1.000.000 10.165.210 90.912.771
Recursos de instituições de crédito 9.018.298 4.013.611 5.029.255 - - - - - 18.061.164 Recursos de clientes 13.117.673 8.795.000 11.517.000 290.000 - - - 2.450.731 36.170.404
22.135.971 12.808.611 16.546.255 290.000 - - - 2.450.731 54.231.568
GAP de taxa de juro 8.058.612 26.870.130 (7.604.694) 110.000 532.677 - 1.000.000 7.714.479 36.681.203
31 de Dezembro de 2007
GAP de taxa de juro acumulado 8.058.612 34.928.742 27.324.048 27.434.048 27.966.724 27.966.724 28.966.724 36.681.203
95
Relatório e Contas 2008
3.5 Risco de liquidez
O risco de liquidez é o risco potencial de uma instituição de crédito não dispor de
fundos necessários para fazer face, a cada momento, às suas obrigações de pagamento,
dada a incapacidade de aceder aos mercados em quantidade e custo razoáveis.
A política de controlo de risco de liquidez está subordinada à estratégia geral do Banco
e tem como objectivo o financiamento adequado dos seus activos e do crescimento
orçamentado dos mesmos e a determinação do seu gap de liquidez.
O Banco dispõe de um conjunto de Stand By Facilities/Contratos de Financiamento,
a que pode recorrer, sem restrições, quando entenda útil ou necessário. Estas linhas de
crédito estão activas e podem ser utilizadas em qualquer momento, e totalizam 36,5
Milhões de Euros. Atenta a recomendação do Banco de Portugal (carta circular de
01/10/2008) de observância dos princípios e recomendações emanadas do CEBS e do
BCBS e tendo em conta o Princípio 2 (estabelecimento de um nível de tolerância para o
risco de liquidez ), o Conselho de Administração / ALCO considera que a utilização das
facilidades de crédito que se encontram contratadas, enquanto compromissos não
revogáveis de instituições de crédito da praça, de primeira importância, constituem uma
fonte de financiamento para efeitos de gestão do risco de liquidez.
No que respeita à análise ao risco de liquidez, para além das obrigações a que está
sujeito para com o Banco de Portugal, o Banco ainda recorre ao conceito de gap de
liquidez, isto é, a partir do balanço do Banco, conjugando-o com os vencimentos das
operações activas e passivas, obtém-se uma posição desagregada (positiva ou negativa)
segundo os prazos residuais de vencimento das operações. Os quadros seguintes
apresentam essa posição para os activos e passivos financeiros.
96
Relatório e Contas 2008
A situação a 31 de Dezembro de 2008 é como segue:
À vista até 3 meses de 3 meses a 1 ano de 1 a 5 anos Mais de 5 anos Total
Caixa e disponibilidades em Bancos centrais 1.136.844 1.136.844 Disponibilidades em outras instituições de crédito 274.582 274.582 Aplicações em instituições de crédito 10.453.449 2.502.799 1.000.085 13.956.333 Crédito a Clientes 1.699.725 17.892.672 14.309.349 27.789.082 11.744.803 73.435.631 Activos financeiros detidos para negociação - - - 318.180 - 318.180 Títulos Detidos até à maturidade - - 523.608 983.486 681.732 2.188.827 Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - -
13.564.600 20.395.471 15.833.041 29.090.749 12.426.535 91.310.397 Recursos de Instituições de Crédito 5.008.506 8.014.654 9.001.531 - - 22.024.691 Responsabilidades representadas por títulos - - - - - - Recursos de clientes 4.849.075 21.182.551 14.056.441 - - 40.088.068
9.857.582 29.197.205 23.057.972 - - 62.112.759
GAP de Liquidez 3.707.018 (8.801.736) (7.224.931) 29.090.749 12.426.535 29.197.639 GAP de Liquidez acumulado 3.707.018 (5.094.718) (12.319.648) 16.771.101 29.197.639
Para efeito da gestão do risco de liquidez o Banco tem contratadas com instituições de
crédito nacionais linhas de crédito no montante de 36,5 Milhões de Euros, cujos prazos de
utilização variam entre um ano e seis anos, às quais o Banco pode recorrer em qualquer
momento que entenda útil e necessário.
Tem também contratada com instituição de crédito nacional a emissão de um programa
de papel comercial no montante de 4 Milhões de Euros e cujo prazo é de três anos.
A situação a 31 de Dezembro de 2007 é como segue:
À vista até 3 meses de 3 meses a 1 ano de 1 a 5 anos Mais de 5 anos Total
Caixa e disponibilidades em Bancos centrais 1.359.281 - - - - 1.359.281 Disponibilidades em outras instituições de crédito 431.220 - - - - 431.220 Aplicações em instituições de crédito 2.303.022 10.202.750 - - - 12.505.772 Crédito a Clientes 604.099 14.755.491 23.426.685 14.587.044 9.170.635 62.543.954 Activos financeiros detidos para negociação - - 292.451 - 10.282.447 10.574.898 Títulos Detidos até à maturidade - - 703.588 1.497.693 - 2.201.281 Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - -
4.697.622 24.958.241 24.422.724 16.084.737 19.453.082 89.616.406 Recursos de Instituições de Crédito - 13.031.909 5.029.255 - - 18.061.164 Responsabilidades representadas por títulos - - - - - - Recursos de clientes 2.248.110 21.912.673 11.807.000 - - 35.967.783
2.248.110 34.944.582 16.836.255 - - 54.028.947
GAP de Liquidez 2.449.512 (9.986.341) 7.586.469 16.084.737 19.453.082 35.587.459 GAP de Liquidez acumulado 2.449.512 (7.536.829) 49.640 16.134.377 35.587.459
Em 2007 o Banco tinha igualmente contratadas linhas de crédito renováveis, no
montante de 25 Milhões de Euros, com prazos de utilização que variavam dos seis meses a
um ano.
97
Relatório e Contas 2008
O quadro seguinte apresenta os passivos financeiros pelos respectivos intervalos de
maturidade relevantes, tendo por base as maturidades residuais no final do mês de
Dezembro de 2008 e de 2007.
Os montantes apresentados correspondem aos fluxos de caixa contratuais não
descontados, e que incluem valores de capital e juros futuros não corridos até 31 de
Dezembro de 2008.
A situação a 31 de Dezembro de 2008 é como segue:
À vista até 3 meses de 3 meses a 1 ano de 1 a 5 anos Mais de 5 anos TotalRecursos de instituições de crédito 5.025.115 8.007.728 9.137.745 - - 22.170.588 Responsabilidades representadas por títulos - - - - - - Recursos de clientes 5.130.981 21.331.381 14.334.572 - - 40.796.934
10.156.096 29.339.109 23.472.317 - - 62.967.522
A situação a 31 de Dezembro de 2007 é como segue:
À vista até 3 meses de 3 meses a 1 ano de 1 a 5 anos Mais de 5 anos Total
Recursos de IC´s 61.164 13.040.005 5.086.492 - - 18.187.661 Responsabilidades representadas por títulos - - - - - - Recursos de clientes 2.423.077 21.996.928 12.085.288 - - 36.505.293
2.484.241 35.036.933 17.171.780 - - 54.692.954
NOTA 4 – JUSTO VALOR DE ACTIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS
O justo valor, sempre que possível, é estimado, utilizando cotações em mercados
activos.
Nas rubricas em que não é contabilisticamente registado alteração do justo valor, tal
facto é justificado pela aproximação razoável ao justo valor da quantia escriturada, tendo
por comparação taxas aplicáveis a estes activos à data de referência das demonstrações
financeiras para os mesmos prazos.
Tendo em conta a maturidade das operações e o tipo de taxa de juro, o Banco considera
não significativa a diferença entre o justo valor e o valor por que se encontram registadas,
atendendo a que as taxas aplicáveis a estes activos e passivos são taxas de mercado:
98
Relatório e Contas 2008
• Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais
- são constituídas por notas e moedas e depósitos à ordem, e atendendo-se ao curto
prazo desde activos o justo valor é idêntico ao valor por que se encontram
registados;
• Disponibilidades em outras instituições de crédito
- são constituídas por depósitos à ordem, e dado que são activos de curto prazo o
justo valor é idêntico ao valor por que se encontram registados;
• Activos financeiros detidos para negociação
- esta rúbrica inclui os activos financeiros cujo objectivo é a venda no curto prazo, e
é constituída por títulos de dívida pública. O valor porque se encontram registados é
o justo valor.
• Aplicações e recursos de Instituições de Crédito
- são constituídas maioritariamente por aplicações e tomadas de muito curto prazo e
curto prazo, com taxa variável;
• Títulos detidos até à maturidade
- são títulos da dívida pública portuguesa, registados ao custo amortizado, e cujo
justo valor à cotação de mercado é de € 2.259.255 e € 2.190.135, em 31 de
Dezembro de 2008 e 2007, respectivamente.
• Recursos de clientes e outros empréstimos
- são constituídos por depósitos à ordem e depósitos de curto prazo, normalmente
com prazo inferior a um ano, sendo o justo valor idêntico ao valor por que se
encontram registados, considerando que as taxas aplicáveis a estes activos são taxas
de mercado;
• Crédito e Recursos a/e de clientes
Crédito a clientes
Crédito não representativo de valores mobiliários – é constituído por crédito
concedido a clientes na sua maioria com taxa de juro variável, indexado a taxas de
mercado, pelo que consideramos que o valor de balanço é próximo do justo valor.
99
Relatório e Contas 2008
Outros créditos e valores a receber (titulados) – é constituído pelos títulos de renda
fixa que foram transferidos da carteira de negociação para esta categoria, e cujo
valor, se valorizados a cotações de mercado à data de 31 de Dezembro de 2008, é de
€ 2.592.451.
Recursos de clientes – representativa dos valores captados junto de clientes, com
taxa de juro variável, indexado a taxas de mercado.
• Outros activos e passivos financeiros
- trata-se de operações de curto prazo pelo que o seu valor de balanço é próximo do
justo valor.
Em 31 de Dezembro de 2008 as variações no justo valor de Instrumentos Financeiros
reconhecidas em resultados em operações financeiras e em capitais próprios, são as
seguintes:
Capital Próprio
Rendim./Despesas Reserva TIPOS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS (Perdas)/Ganhos Rendimentos Gastos de comissões de Reavaliação
(Liquidos) de juros de juros (Liquidos)
ActivosDisponibilidades à vista em IC's - 29.574 - - - Activos Financeiros detidos para negociação (1.219.132) 38.588 - - - Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - Activos Financeiros disponíveis para venda (56.686) - - - (287.113) Investimentos detidos até à maturidade (12.894) 102.087 - - - Aplicações em instituições de Crédito - 359.331 - - - Crédito a Clientes e Outras contas a Receber - 4.856.230 - 292.474 - Instrumentos derivados de negociação (215.250) - - (5.645) - Total Activo (1.503.962) 5.385.810 - 286.829 (287.113)
PassivosRecursos de outras instituições de crédito - - 1.225.588 - - Recursos de clientes - - 1.438.492 - - Responsabilidades representadas por títulos - - - - - Total Passivo - - 2.664.080 - -
Demonstração de Resultados
100
Relatório e Contas 2008
Em 31 de Dezembro de 2007 as variações no justo valor de Instrumentos Financeiros reconhecidas em resultados em operações financeiras e em capitais próprios, são as seguintes:
Capital PróprioRendim./Despesas Reserva
TIPOS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS (Perdas)/Ganhos Rendimentos Gastos de comissões de Reavaliação(Liquidos) de juros de juros (Liquidos)
ActivosDisponibilidades à vista em IC's - 34.930 - - - Activos Financeiros detidos para negociação 1.206.341 154.227 - (70.564) - Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 429.562 705.515 - - - Activos Financeiros disponíveis para venda 1.310.183 - - - - Investimentos detidos até à maturidade - 77.397 - - - Aplicações em instituições de Crédito - 572.804 - - - Crédito a Clientes - 3.332.022 - - - Instrumentos derivados de negociação (683.283) - - (1.797) - Total Activo 2.262.803 4.876.895 - (72.361) -
PassivosRecursos de outras instituições de crédito - - 644.025 - - Recursos de clientes - - 1.108.132 - - Responsabilidades representadas por títulos - - 984.002 - - Total Passivo - - 2.736.159 - -
Demonstração de Resultados
NOTA 5 - MARGEM FINANCEIRA
No quadro que se segue pode ser analisada a decomposição desta rubrica, por
instrumento financeiro:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Juros e custos equiparadosRecursos de outras IC´s 1.225.588 644.025 Recursos de clientes 1.438.492 1.108.132 Responsabilidades representadas por títulos - 984.002 Outros 2.685 5.816
2.666.765 2.741.975 Juros e proveitos equiparadosDisponibilidades 29.574 28.354 Aplicações em IC´s 359.331 572.804 Crédito a clientes 4.856.230 3.332.022 Activos financeiros detidos para negociação 38.589 154.227 Outros activos financeiros ao justo valor - 705.515 Activos financeiros disponíveis para venda - - Activos financeiros detidos até à maturidade 102.087 77.397 Outros 97 6.576
5.385.908 4.876.895
Margem financeira 2.719.143 2.134.920
101
Relatório e Contas 2008
NOTA 6 - RENDIMENTOS E ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES
No quadro que se segue pode ser analisada a decomposição desta rubrica, por
instrumento financeiro:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Comissões recebidas de: Serviços relacionados com crédito:Garantias e avales prestados 191.893 138.662 Compromissos assumidos por terceiros 12.018 68.643 Por gestão de activos 182.744 777.111 Por outros serviços prestados 165.705 112.331 Por serviços prestados - Corporate Finance 1.185.264 1.196.740 Operações realizadas por terceiros 64.926 113.356 Outras 66.145 43.075
1.868.695 2.449.918
Comissões pagas de:Compromissos assumidos por terceirosLinhas de crédito 34.295 11.648 Comissão de gestão 22.558 39.437 Cobrança de valores 5.664 6.341 Outros 41.164 72.658
103.681 130.084
Comissões Líquidas 1.765.014 2.319.834
NOTA 7 - RENDIMENTO DE INSTRUMENTOS DE CAPITAL
No quadro que se segue pode ser analisada a decomposição desta rubrica, por
instrumento financeiro:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Rendimentos instrumentos de capitalActivos financeiros detidos para negociaçãoOutros instrumentos de capital 15.982 40.433
15.982 40.433
102
Relatório e Contas 2008
NOTA 8 – RESULTADOS DE ACTIVOS AVALIADOS AO JUSTO VALOR E
DISPONÍVEIS PARA VENDA
No quadro que se segue pode ser analisada a decomposição desta rubrica, por
instrumento financeiro:
31-Dez-2008 31-Dez-2007Ganhos activos financeiros detidos para negociaçãoActivos financeiros emitidos por residentes: Instrumentos de dívida 7.040 - Instrumentos de capital 1.670.622 2.479.548 Activos financeiros emitidos por não residentes: Instrumentos de dívida 99.528 231.534 Instrumentos de capital 2.351.880 8.518.404 Instrumentos financeiros derivados 426.674 259.660
4.555.744 11.489.145
Ganhos activos financeiros avaliados ao justo valorActivos financeiros emitidos por não residentes: Instrumentos de dívida - 429.562
- 429.562
Perdas em activos financeiros detidos para negociaçãoActivos financeiros emitidos por residentes: Instrumentos de dívida 5.367 1.179 Instrumentos de capital 2.302.461 2.140.205 Activos financeiros emitidos por não residentes: Instrumentos de dívida 126.935 306.107 Instrumentos de capital 2.913.440 7.575.654 Instrumentos financeiros derivados 641.923 778.261
5.990.126 10.801.405
Perdas em activos financeiros avaliados ao justo valorActivos financeiros emitidos por não residentes: Instrumentos de dívida - 164.682
- 164.682
Resultados de activos financeiros avaliados ao justo valor (1.434.382) 952.620
Ganhos activos financeiros disponíveis para vendaActivos financeiros emitidos por residentes: Instrumentos de capital 2.290 1.310.182
2.290 1.310.182
Perdas activos financeiros disponíveis para venda Activos financeiros emitidos por não residentes: Instrumentos de dívida 58.976 -
58.976 -
Resultados de activos financeiros disponíveis para venda (56.686) 1.310.182
103
Relatório e Contas 2008
NOTA 9 - CUSTOS COM PESSOAL
Os custos com pessoal podem ser analisados no quadro que se segue:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Remuneração aos órgãos de gestão Remuneração mensal 624.179 610.243 Remunerações adicionais 102.420 100.347
1.078.061 265.539
198.801
372.139 67.648
2.692.779
Remuneração de empregados Remuneração mensal 1.110.094 Remunerações adicionais 258.962
Remunerações extraordinárias 18.093
Encargos sociais obrigatórios 380.426 Outros Custos 65.346 2.559.520
O Banco não subscreveu o Acordo Colectivo de Trabalho Vertical do sector bancário
pelo que a cobertura das responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência é
assegurada pelo sistema de Segurança Social.
O número efectivo de colaboradores encontra-se discriminado na Nota 29.
Os saldos com os elementos da Administração e Direcção do Banco encontram-se
divulgados na Nota 32.
104
Relatório e Contas 2008
NOTA 10 - GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS E OUTROS RESULTADOS
DE EXPLORAÇÃO
Gastos gerais administrativos:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Conservação e reparação 336.115 319.959 Rendas e alugueres 332.138 391.909 Comunicações 194.545 174.130 Deslocações e estadas 180.906 154.477 Consultoria 169.001 137.Segurança e vigilância 74.929 73.624 Avenças e honorários 33.581 26.576 Publicidade 28.686 48.Água, energia e combustíveis 24.669 27.250 Material de consumo corrente 18.945 32.791 Seguros 16.156 20.Advogados 14.334 60.Bancos de dados 7.620 7.703 Publicações 3.866 4.090
125
555
570 535
Formação de pessoal 3.779 7.615 Transportes 3.681 3.992 Judiciais e contencioso 2.017 5.862 Outros 46.384 44.016
1.491.352 1.540.779
105
Relatório e Contas 2008
Outros resultados de exploração:
31-Dez-2008 31-Dez-2007Outros custos de exploração Perdas em saldos a receber 227.728 504.340 Contribuições para o FGD 15.750 14.875
3
Quotizações e donativos 1.000 7.500 Impostos indirectos 1.506 3.579 Outros 17.478 11.609
263.462 541.90
Outros proveitos de exploração Recuperação de crédito 27.519 18.224 Reembolso de despesas 653 8.492 Ajustes VV imóvel recebido em dacção 84.708 - Ajustes cálculo pró-rata IVA 31.809 - Reemb. de avaliações e vistoria 19.827 16.530 Ganhos em particip. resultados 9.925 - Outros 4.181 595
178.622 43.841
(84.840) (498.062)
NOTA 11 – IMPOSTOS SOBRE OS LUCROS
O Banco está sujeito a tributação em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Colectivas (IRC) e correspondente Derrama. O pagamento/recebimento de impostos sobre
lucros é efectuado com base em declarações de autoliquidação, tendo as autoridades fiscais
a possibilidade de rever a situação fiscal do Banco durante um período de quatro anos
contado a partir do exercício a que respeitam (oito anos no caso da Segurança Social),
podendo resultar, devido a diferentes interpretações da legislação fiscal, eventuais
liquidações adicionais relativamente aos exercícios de 2005 a 2008.
Adicionalmente, de acordo com o artigo 57º do Código do IRC, a Direcção – Geral dos
Impostos poderá efectuar as correcções que considere necessárias para a determinação do
lucro tributável sempre que, em virtude de relações especiais entre o contribuinte e outra
106
Relatório e Contas 2008
pessoa, sujeita ou não a IRC, tenham sido estabelecidas condições diferentes das que
seriam normalmente acordadas entre pessoas independentes, conduzindo a que o resultado
apurado seja diferente do que se apuraria na ausência dessas relações.
Na opinião do Conselho de Administração do Banco, não é previsível que venha a ser
efectuada qualquer liquidação, relativamente aos exercícios acima referidos, que seja
significativa para as demonstrações financeiras.
A diferença entre a carga fiscal imputada e a carga fiscal paga no final de cada
exercício é como segue:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Imposto correnteDo exercício (26.987) (602.718)
Impostos diferidosRegisto e reversão de diferenças temporárias 844.438 207.935
Total do imposto registado em resultados (1) 817.451 (394.783)
Resultado antes de impostos (2) (2.410.706) 1.434.997
Carga Fiscal ((1)/(2)) -33,9% -27,5%
Os impostos diferidos activos e passivos são registados quando existe uma diferença
temporária entre o valor de um activo ou passivo e a sua base de tributação. O seu valor
corresponde ao valor do imposto a recuperar ou pagar em períodos futuros. Os impostos
diferidos activos e passivos foram calculados com base nas taxas fiscais em vigor para o
período em que se prevê que seja realizado o respectivo activo ou passivo.
A reconciliação entre a taxa nominal de imposto e a carga fiscal efectivamente
verificada nos exercícios de 2008 e 2007 é como segue:
107
Relatório e Contas 2008
Taxa de imposto Valor Taxa de imposto Valor
Lucro antes de impostos -2.410.706 1.434.997Matéria colectável 0,0% - -41,1% 589.978 Correcção impostos relativos a ex. anteriores 0,0% - 0,0% - Tributação autónoma 1,1% 26.987 -0,9% 12.740 Títulos de negociação 0,0% - 0,0% - Títulos opção de justo valor 0,0% - -7,4% 106.549 Derivados de negociação 0,0% - 11,0% (157.156) Títulos detidos até à maturidade 0,0% - 0,0% - Diferimento comissões do crédito 0,0% 281 -0,3% 3.761 Imobilizado incorpóreo 0,2% 4.821 0,0% (164) Imobilizado corpóreo 0,0% - 0,0% - Prejuízos fiscais reportáveis -27,4% (661.370) 0,0% - Bónus com empregados 1,6% 39.750 2,8% (39.750) Provisões não aceites fiscalmente -9,5% (227.920) 8,4% (121.174)
Taxa efectiva -33,9% (817.451) -27,5% 394.783
31-Dez-2008 31-Dez-2007
A taxa nominal de imposto decompõe-se como segue:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
IRC 25% 25%Derrama 1,5%(a) 1,5%(a)
26,5% 26,5%
(a) - Taxa média ponderada dos municípios de Lisboa e Porto
Em 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2007, o valor dos impostos
diferidos activos e passivos registados no balanço é como segue:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Impostos diferidosActivos 1.150.356 305.918 Passivos (190.764) -
959.592 305.918 Registados por contrapartida de :Resultados transitados 305.918 97.983 Reserva de reavaliação de justo valor (190.764) - Resultado do exercicio 844.438 207.935
959.592 305.918 Os impostos diferidos activos são reconhecidos apenas na medida em que seja
expectável que existam lucros tributáveis no futuro capazes de absorver as diferenças
temporárias dedutíveis e os prejuízos fiscais a utilizar futuramente.
108
Relatório e Contas 2008
O movimento ocorrido nos impostos diferidos registados no exercício de 2008 é
como segue:
Descrição 31-Dez-2007 31-Dez-2008 31-Dez-2007 31-Dez-2008 31-Dez-2007 31-Dez-2008 31-Dez-2007 31-DeDiferimento comissões do crédito (8.329) (7.270) 2.207 1.927 (3.761) (281) - Títulos de negociação - - - - - - - Títulos de justo valor - - - - (106.549) - - Títulos disponíveis para venda JVP - 719.862 - (190.764) - - - Títulos disponíveis para venda JVN - - - - - - - Títulos detidos até à maturidade - - - - - - - Derivados de negociação - - - - 157.156 - - Bonus com empregados (150.000) - 39.750 - 39.750 (39.750) - Imobilizado incorpóreo (72.771) (54.579) 19.284 14.463 164 (4.821) - Imobilizado corpóreo - - - - - - - Prejuízos fiscais reportáveis - (2.645.479) - 661.370 - 661.370 - Provisões não aceites fiscalmente (923.306) (1.783.382) 244.676 472.596 121.174 227.920 -
(1.154.406) (3.770.847) 305.918 959.592 207.935 844.438 -
Impostos diferidosMontantes em euros Balanço Resultado Reservas reavaliação
z-2008- - -
(190.764) - - - - - - - -
(190.764) O movimento ocorrido nos impostos diferidos registados no exercício de 2007 é
como segue:
Montantes em euros Balanço Resultado Reservas reavaliação
Descrição 31-Dez-2006 31-Dez-2007 31-Dez-2006 31-Dez-2007 31-Dez-2006 31-Dez-2007 31-Dez-2006 31-Dez-2007-----------
Impostos diferidos
Diferimento comissões do crédito (22.522) (8.329) 5.968 2.207 (3.993) (3.761) - Títulos de negociação - - - - 1.814 - - Títulos de justo valor (402.071) - 106.549 - (4.021) (106.549) - Títulos disponíveis para venda 859.476 - (227.761) - - - (196.247) Títulos detidos até à maturidade - - - - 1.907 - - Derivados de negociação 593.041 - (157.156) - (46.586) 157.156 - Bonus com empregados - (150.000) - 39.750 - 39.750 - Imobilizado incorpóreo (72.152) (72.771) 19.120 19.284 (5.682) 164 - Imobilizado corpóreo - - - - (3.310) - - Provisões não aceites fiscalmente (466.043) (923.306) 123.502 244.676 2.794 121.174 -
489.728 (1.154.406) (129.778) 305.918 (57.077) 207.935 (196.247)
109
Relatório e Contas 2008
NOTA 12 - INSTRUMENTOS FINANCEIROS
O quadro abaixo apresenta os Activos e Passivos Financeiros do Banco de acordo com
as categorias definidas na IAS 39 – Instrumentos Financeiros, em 31 de Dezembro de 2008
e 2007, respectivamente:
RUBRICAS DE BALANÇOActivos
financeiros ao justo valor
Activos financeiros
detidos para negociação
Investimentos detidos até à maturidade
Empréstimos e contas a receber
Activos financeiros disponíveis para venda
Outros activos e passivos TOTAL
Activos Caixa e disponibilidades em Bancos centrais - - - 1.138.183 - - 1.138.183 Disponibilidades à vista sobre instituições de crédito - - - 274.582 - - 274.582 Activos financeiros detidos para negociação - 318.180 - - - - 318.180 Activos financeiros disponíveis para venda - - - - 5.268.246 - 5.268.246 Aplicações em instituições de crédito 13.956.333 - - - - - 13.956.333 Crédito a Clientes - - - 72.437.672 - - 72.437.672
8.2061.476
878
690544
2.83872
31 de Dezembro de 2008CATEGORIAS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS
Investimentos detidos até à maturidade - - 2.238.206 - - - 2.23 Outos activos - 59.147 - 1.611.260 - 3.661.068 5.33 Total de Activos 13.956.333 377.327 2.238.206 75.461.697 5.268.246 3.661.068 100.962.
Passivos Recursos de outras instituições de crédito - - - - - 22.024.690 22.024. Recursos de clientes e outros empréstimos - - - - - 40.373.544 40.373. Outos passivos - - - - - 2.052.838 2.05 Total de Passivos - - - - - 64.451.072 64.451.0
RUBRICAS DE BALANÇO
Activos financeiros ao
justo valor através de resultados
Activos financeiros
detidos para negociação
Investimentos detidos até à maturidade
Empréstimos e contas a receber
Activos financeiros disponíveis para venda
Outros activos e passivos TOTAL
Activos Caixa e disponibilidades em Bancos centrais - - - 1.361.290 - - 1.361.290Disponibilidades à vista sobre instituições de crédito - - - 431.220 - - 431.220Activos financeiros detidos para negociação - 10.574.898 - - - - 10.574.898Activos financeiros disponíveis para venda - - - - 925.000 - 925.000Aplicações em instituições de crédito 12.505.772 - - - - - 12.505.772Crédito a Clientes - - - 63.171.726 - - 63.171.726Investimentos detidos até à maturidade - - 2.244.122 - - - 2.244.122Outos activos - 36.858 - 1.369.052 - 3.412.691 4.818.601Total de Activos 12.505.772 10.611.756 2.244.122 66.333.288 925.000 3.412.691 96.032.629
Passivos Recursos de outras instituições de crédito - - - - - 18.061.164 18.061.164Recursos de clientes e outros empréstimos - - - - - 36.170.404 36.170.404Outos passivos - - - - - 2.718.123 2.718.123Total de Passivos - - - - - 56.949.691 56.949.691
31 de Dezembro de 2007CATEGORIAS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS
110
Relatório e Contas 2008
NOTA 13 - CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Caixa 20.393 29.401
.290
Depósitos à ordem no Banco de Portugal 1.116.452 1.329.880 Juros a receber 1.338 2.009
1.138.183 1.361
A rubrica de depósitos à ordem no Banco de Portugal inclui os depósitos constituídos
para satisfazer as exigências do Sistema de Reservas Mínimas do Sistema Europeu de
Bancos Centrais. Os valores dos depósitos correspondentes às Reservas Mínimas de Caixa
são remunerados. O montante das responsabilidades incluídas na base de incidência que
obrigam à manutenção de reservas corresponde a 2% dos depósitos e títulos de dívida com
prazo até 2 anos, excluídos os depósitos e os títulos de dívida de instituições sujeitas ao
mesmo regime de constituição de reservas mínimas.
NOTA 14 - DISPONIBILIDADES À VISTA SOBRE INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
As disponibilidades à vista sobre instituições de crédito têm a seguinte composição:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Disponibilidades sobre instituições de crédito no país 274.582 431.220 Disponibilidades sobre instituições de crédito no estrangeiro - - Juros a receber - -
274.582 431.220
111
Relatório e Contas 2008
NOTA 15 – ACTIVOS FINANCEIROS DETIDOS PARA NEGOCIAÇÃO
Em 31 de Dezembro de 2008, a composição da carteira de negociação, por natureza e
espécie de título, pode ser analisada como segue:
Activos financeiros detidos para negociação Quantidade Valor
NominalValor de Balanço
Justo Valor Valor de Aquisição
Títulos de dívida Emitidos por residentes Emissores públicos nacionais Obrigações PGB 5.45 09 13 15.000.000 0,01 164.592 158.856 Emitidos por não residentes Títulos de dívida Outros não residentes Obrigações BTPS 4 04/15/12 150 1.000 153.588 145.287
Total activos financeiros detidos para negociação 318.180 304.143
112
Relatório e Contas 2008
Em 31 de Dezembro de 2007, a composição da carteira de negociação, por natureza e
espécie de título, pode ser analisada como segue:
Activos financeiros detidos para negociação Quantidade Valor
NominalValor de Balanço
Justo Valor Valor de Aquisição
Títulos de dívida Emitidos por residentes Outros residentes Unidades de participação SANACEU PL - Santander Acções Europa 48.236 1 273.043 249.995 SANACGL - Santander Acções Global USA 329.772 1 1.695.689 1.506.567 SANCALT PL - Santander Carteira Alternativa 332.492 1 1.971.079 1.814.668 SANACPL PL - Santander Acções Portugal 18.123 1 738.685 731.711 SANOVOF PL - Santander Multi Tesouraria 71.052 1 750.135 750.000
5.428.631 5.052.941 Papel Comercial ETE 05/08 3M 1ª Emissão 300.000 1 292.451 293.043Títulos de dívida Emitidos por não residentes Emissores públicos estrangeiros Obrigações BRAZIL 7,375 15 500 1.000 573.441 577.000 Títulos de capital Emitidos por outros não residentes Acções ALO FP - Alstrom Regroupt 5 1 735 765 ASMLN NA - ASML Holding NV 2.114 1 45.789 49.996 KPN NA 3.970 1 49.387 50.022 BMW 1.100 1 46.585 49.830 CAC FP - Lyxor EFT CAC 40 1.700 1 95.523 97.818 EAD FP - European Aeronautic Defence 4.300 1 93.869 106.425 EOA GY - EON 775 1 112.832 104.881 FP FP - Totalfinaelf 900 1 51.147 48.735 MAN GR - Machinery 925 1 105.265 101.750 SAN SM - Banco Santander Central Hispano 2.175 1 32.168 5.568 CVS US - CVS Caremark Corp 1.500 1 40.791 40.617 GME US - Gamestop Corp 815 1 34.631 34.118 HON US - Honey hell 1.700 1 71.167 67.742 JNJ UN - Johnson & Johnson 780 1 35.650 34.091 MCD US - MCDonalds Corporation 850 1 34.591 34.132 P&G - Procter & Gamble 695 1 35.118 34.069 QQQ N100 - Nasdaq 100 Index Tracking Equitie 1.940 1 68.191 68.218 STX US - Seagate Technology 1.900 1 33.152 34.385
986.591 963.162 Unidades de participação PICTET ABS RET - Pictet Absolut Return Global Diversified 4.579 1 530.851 500.037 SISF BRIC - Schroder Sisf Bric 4.419 1 801.377 523.642 BPI Vasco da Gama - BPI Stategies Vasco da Gama 424 1 613.129 500.168 GOTVAFE VI - Gottex Market Neutral Fund 6.857 1 1.020.022 991.978 CSEFINB LX - Credit Suisse Equit Fund Infrastrucuture 45.495 1 328.405 341.454
3.293.784 2.857.278
Total activos financeiros detidos para negociação 10.574.898 9.743.424
113
Relatório e Contas 2008
A composição dos instrumentos financeiros derivados de negociação é como segue:
Instrumentos derivados de negociação Valor de balanço
31-Dez-2008 31-Dez-2007Valor de balanço
Nocional Activos Passivos Nocional Activos PassivosCotados em bolsaContratos de divisas e índices de acçõesFuturos de divisas - - 877.572 9.083 - Futuros de taxas de juro 4.621.323 25.722 - 399.500 27.775 - Futuros de cotações 249.963 33.425 - - - -
59.147 - 36.858 -
O Banco transacciona instrumentos financeiros derivados, essencialmente, sob a forma
de contratos sobre taxas de câmbio, taxas de juro e sobre títulos de dívida. Estas
transacções são efectuadas em mercados organizados. A negociação de derivados em
mercados organizados rege-se pelas normas e regulamentação própria desses mercados.
À data do Balanço o Banco detinha na sua carteira contratos de futuros de índices de
taxas de juro e índices de acções e de divisas, cuja finalidade era de negociação, e com data
de maturidade para Março de 2009.
Em 31 de Dezembro de 2007 o Banco detinha na sua carteira contratos de futuros de
índices de acções e de divisas, cuja finalidade era de negociação, e com data de maturidade
para Março de 2008.
O valor nocional é o valor de referência para efeitos de cálculo dos fluxos de
pagamentos e recebimentos originados pela operação e é registado em contas
extrapatrimoniais.
Todos os derivados são reconhecidos contabilisticamente pelo seu valor de mercado.
O valor de mercado (fair value) corresponde ao valor que os instrumentos financeiros
derivados teriam se fossem transaccionados no mercado à data de referência. A evolução
do valor de mercado dos derivados é reconhecida na rúbrica de outros activos e tem
impacto imediato em resultados (Nota 25 – Outros activos e passivos).
114
Relatório e Contas 2008
NOTA 16 - ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA
A composição da carteira de activos financeiros disponíveis para venda em 31 de
Dezembro de 2008 pode ser analisada como segue:
Activos financeiros disponíveis para venda Qtd
Partic. no capital social
(%)
Valor Nominal
Valor de Balanço -
Justo ValorValor de Aquisição Valor de
Transferência
Títulos de capital Emitidos por residentes
Reserva de ReavalValias Imp.
Ao custo histórico Acções
ATLÂNTICO VILA- SOC. CONS. PROJ. DESENV., SA. 10.000 10,00% 5 50.000 50.000 - - - - -
50.000 50.000 - - - Títulos de capital Emitidos por residentes
Ao justo valor Acções
EDP PL 7.750 1 20.886,25 25.648,27 25.648,27 (4.762) - GALP PL - Galp Energia SGPS 6.510 1 46.741,80 100.058,70 92.181,60 (45.440) - UNIVERSO LUSÓFONO 875.000 12,50% 1 1.594.862,40 875.000,00 - 719.862 (190.764)
Unidades de ParticipaçãoSISF BRIC - Schroder Sisf Bric 4.419,44 1 343.125,32 523.642,06 650.143,82 (307.019) - BPI Vasco da Gama - BPI Stategies Vasco da Gama 424,49 1 514.511,59 500.167,82 619.729,93 (105.218) - SANACEU PL - Santander Acções Europa 365.511,74 1 1.098.289,68 1.254.743,69 197.527,84 (135.075) - SANACGL - Santander Acções Global USA 459.933,67 1 1.504.673,00 1.795.559,89 752.517,06 (283.681) -
Títulos de dívida Emitidos por não residentes Emissores públicos estrageiros
Ao justo valor Obrigações RIO FP LYXOR ETF BRAZIL 8.627 1 95.155,81 204.993,25 220.937,47 (125.782) -
5.218.246 5.279.814 2.558.686 (287.113) (190.764)
Total de activos disponíveis para venda 5.268.246 5.329.814 2.558.686 (287.113) (190.764)
iação Dif.
Em resultado das circunstâncias verificadas no mercado de capitais, e em conformidade
com as alterações efectuadas aos normativos de relato financeiro IAS 39 e IFRS 7, o Banco
transferiu da sua Carteira de Negociação activos financeiros, títulos de capital, para a
Carteira de Disponíveis para Venda, sendo os mesmos valorizados de acordo com o justo
valor à data de 30/06/08 ou na data da sua aquisição, caso esta tenha ocorrido entre
30/06/08 e 23/10/08.
O montante global dos títulos objecto de transferência da Carteira de Negociação para
Disponíveis para Venda, é de € 2.558.686.
115
Relatório e Contas 2008
Em cumprimento do disposto na nova redacção da IFRS 7, seguidamente se dá conta do
impacto que ocorreria na Conta de Resultados, caso não tivesse tido lugar a reclassificação
para a Carteira de Disponíveis para Venda, dos títulos que se encontravam na carteira de
negociação:
Descrição Quant Valor Montante Valor Valorização em Impacto
Nominal Transferência 31-Dez-08 em ResultadosActivos disponíveis para venda Instrumentos capital Emitidos por residentes Acções EDP PL 7.750 1 7.750 25.648 20.886 (4.762) GALP PL - Galp Energia SGPS 6.510 1 6.510 92.182 46.742 (45.440) Unidades de Participação SISF BRIC - Schroder Sisf Bric 4.419 1 4.419 650.144 343.125 (307.018) BPI Vasco da Gama - BPI Stategies Vasco da Gama 424 1 424 619.730 514.512 (105.218) SANACEU PL - Santander Acções Europa 44.103 1 44.103 197.528 132.520 (65.008) SANACGL - Santander Acções Global USA 56.649 1 56.649 752.517 546.834 (205.683) Instrumentos de dívida Emitidos por não residentes Emissores públicos estrageiros RIO FP LYXOR ETF BRAZIL 8.627 1 8.627 220.937 95.156 (125.782)
2.558.686 1.699.775 (858.911)
A composição da carteira de activos financeiros disponíveis para venda em 31 de
Dezembro de 2007 pode ser analisada como segue:
Activos financeiros disponíveis para venda Qtd
Partic. no capital social
(%)
Valor Nominal
Valor de Balanço
Justo ValorValor de Aquisição Reserva de
Reavaliação
Instrumentos capitalAcções
Ao custo históricoATLÂNTICO VILA- SOC. CONS. PROJ. DESENV., SA. 10.000 10,00% 5 50.000 50.000 - UNIVERSO LUSÓFONO 875.000 12,50% 1 875.000 875.000 -
Activos disponíveis para venda 885.000 925.000 925.000 -
As participações que o Banco detém no capital social das empresas Atlântico Vila S.A.
e Universo Lusófono S.A. são minoritárias, sendo que, num e noutro caso, a Administração
estima não haver necessidade de registo de qualquer imparidade.
Relativamente à Atlântico Vila, a análise efectuada às Demonstrações Financeiras
permite-nos concluir por uma acentuada melhoria dos resultados operacionais entre 2007 e
2008.
A existência de um contrato promessa de compra e venda de um imóvel da sociedade,
concretizado no início de 2009 (operação essa que, além de redução do passivo bancário,
116
Relatório e Contas 2008
permitirá o adequado reforço dos capitais próprios) e os elementos analisados justificam a
manutenção do montante pelo qual este activo se encontra contabilizado no Balanço do
Banco.
No caso da Universo Lusófono, trata-se de uma empresa cuja actividade foi iniciada em
2007 e o montante pelo qual se encontra registada assenta no custo de aquisição acrescido
de uma valorização de uma sua participada, cujo património imobiliário, sujeito a recente
avaliação por uma entidade internacional independente, justifica amplamente o montante
pelo qual se encontra contabilizado no respectivo Balanço.
Para efeitos de determinação do justo valor da participação do BPG no Universo
Lusófono, foi considerado o valor mais baixo dos cenários considerados na avaliação
efectuada.
À data da preparação das demonstrações financeiras, o Banco não pretende alienar
nenhuma dessas participações no curto prazo.
NOTA 17 - APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Esta rubrica pode ser analisada no quadro que segue:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Aplicações em IC´s no país Mercado Monetário Interbancário até 3 meses 12.956.248 12.505.772 Aplicações a prazo 3 meses a 1 ano 1.000.085 -
13.956.333 12.505.772
As taxas de juro médias obtidas para estas aplicações durante os exercícios de 2008 e
2007 foram respectivamente de 3,53% e 3,72%.
117
Relatório e Contas 2008
NOTA 18 - CRÉDITO A CLIENTES
Em 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2007, esta rubrica tem a seguinte
composição:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Crédito internoCrédito não representativo de valores mobiliáriosEmpresas e administração publicaEmpréstimos 22.591.503 12.098.024 Créditos em conta corrente 33.265.000 39.870.871 Operações de locação financeira 610.949 680.123 Descontos e operações tituladas por efeitos 1.839.500 1.026.961 Outros créditos 936.440 326.973 ParticularesCrédito à habitação 679.470 737.291 Crédito ao consumo 497.940 527.497 Crédito conta corrente 5.079.500 5.474.000 Outros créditos 1.183.758 1.666.489 66.684.060 62.408.228Crédito ExternoParticulares - 135.727
Comissões com proveito diferido (68.933) (106.371) Comissões associadas ao crédito 14.156 14.097 Juros e comissões a receber 854.832 383.960
800.055 291.687Crédito e juros vencidosAté 90 dias 173.675 3.866 Mais de 90 dias 1.569.708 1.020.968
1.743.382 1.024.834
Outros Créditos e valores a receber (Nota 19)Emitidos por residentesTítulos de dívida - - Divida não subordinada 2.388.548 -
)
Total Líquido 72.437.672 63.171.726
Emitidos por não residentesTítulos de dívida 523.716 - Divida não subordinada 1.793.221 -
4.705.485 -
Total bruto 73.932.982 63.860.476
Provisões e ImparidadeProvisões para créditos e juros vencidos e imparidade (1.495.310) (688.750
(1.495.310) (688.750)
O movimento ocorrido nas provisões em 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro
de 2007 é apresentado na Nota 21 – Imparidade e Provisões.
118
Relatório e Contas 2008
Os juros corridos a receber relativos aos créditos concedidos estão incluídos no valor da
carteira em juros e comissões a receber.
A 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2007, as garantias reais recebidas
(imóveis, títulos, depósitos a prazo e penhor mercantil) pelo Banco ascendem
respectivamente a €75.733.052 e a € 65.218.609 (Nota 28 – Contas Extrapatrimoniais).
As taxas de juro médias aplicáveis ao crédito concedido durante os exercícios de 2008 e
2007 foram respectivamente de 6,97% e 6,60%.
Em 31 de Dezembro de 2008 o crédito e juros vencidos com garantias reais detidas
como colateral, apresentam a seguinte decomposição por classes de incumprimento:
Valor vencido Imparidade/Provisão Garantia real aceite
Crédito a clientes até 3 meses 173.675 30.197 236.475 3 a 6 meses 400.846 72.025 415.037 6 meses a 1 ano 177.187 25.547 90.000 1 ano a 3 anos 990.189 590.620 1.058.125
1.741.897 718.388 1.799.637
Justo valor
Em 31 de Dezembro de 2007 o crédito e juros vencidos com garantias reais detidas
como colateral, apresentam a seguinte decomposição por classes de incumprimento:
Valor vencido Imparidade/Provisão Garantia real aceite
Crédito a clientes até 3 meses 2.381 25 - 3 a 6 meses 76.835 7.889 - 6 meses a 1 ano 573.289 118.153 520.429 1 ano a 3 anos 355.420 266.565 457.750 mais de 3 anos 15.425 15.425 -
1.023.349 408.057 978.179
Justo valor
119
Relatório e Contas 2008
NOTA 19 - OUTROS CRÉDITOS E VALORES A RECEBER
Em 31 de Dezembro de 2008, a composição do saldo de outros créditos e valores a
receber, por natureza e espécie de título, incluído na rubrica de crédito a clientes, pode ser
analisada como segue:
Outros créditos e valores a receber (Titulados) Quantidade Valor
Nominal Valor de Balanço Valor de Aquisição
Títulos de dívida Emitidos por residentes Outros residentes Obrigações BCPN 0 02/12 2 50.000 97.383 96.870 PORTEL F 03/12 100 1.000 91.026 93.270 CXGD 0 05/10 200 1.000 200.139 200.170
388.547 390.310 Papel Comercial 20.000 50 ETE 02/09 4M 4ª Emissão 2.000.000 2.000.000
MS 3,375 07/12 150 1.000 132.713 136.305 RCI BANK 05/11 2 50.000 97.991 99.824 REPSM 5 07/13 10 10.000 95.750 98.570 TITIM 7 04/11 100 1.000 101.667 105.160 ACAFP 0 09/10 2 50.000 99.916 99.905 GE 5.25 05/15 150 1.000 145.592 145.275 NYSE 5,375 6/15 3 50.000 149.858 149.850 PEUGEOT 0 09/10 3 50.000 148.177 147.825
Títulos de dívida Emitidos por não residentes Emissores públicos estrangeiros Obrigações BRAZIL 7,375 15 500 1.000 523.716 577.000 Outros não residentes Obrigações ANZ 5,25 05/13 100 1.000 95.794 99.850 BFCM 0 04/10 2 50.000 100.131 100.060 C 0 06/14/12 200 1.000 192.454 191.630 EADS 4,625 3/10 100 1.000 98.600 99.260 ELESM 0 07/12 2 50.000 97.178 97.702 GE 0 04/14 3 50.000 144.495 144.225 KPN 4.5 03/13 100 1.000 92.906 95.350
1.793.221 1.810.791
Total 4.705.485 4.778.101
Em resultado das circunstâncias verificadas no mercado de capitais, e em conformidade
com as alterações efectuadas aos normativos de relato financeiro IAS 39 e IFRS 7, o Banco
transferiu da sua carteira de Negociação activos financeiros de renda fixa para a categoria
de Outros Créditos e Valores a Receber, sendo os mesmos valorizados de acordo com o
justo valor à data de 30/06/08 ou na data da sua aquisição, caso esta tenha ocorrido entre
30/06/08 e 23/10/08.
120
Relatório e Contas 2008
O montante global dos títulos objecto de transferência da Carteira de Negociação para a
Carteira de Outros Créditos e Valores a Receber, é de € 2.705.141, com diferentes
maturidades que se situam entre 2010 e 2015, pelo que quer pelo montante quer pelo prazo,
o Banco poderá sem dificuldade ao nível do seu financiamento, manter estes activos se as
circunstâncias dos mercados o tornarem conveniente, até à maturidade de cada um dos
títulos em questão.
Em cumprimento do disposto na nova redacção da IFRS 7, seguidamente se dá conta do
impacto que ocorreria na Conta de Resultados, caso não tivesse tido lugar a referida
transferência:
Descrição Data Quant Valor Montante Valor Valorização em Impacto
Maturidade Nominal Transferência 31-Dez-08 em ResultadoOutros créditos e valores a receber
s(Titulados)
Títulos de dívida Emitidos por residentes Outros residentes Obrigações BCPN 0 02/12 06-Fev-12 2 50.000 100.000 96.965 92.000 (4.96 PORTEL F 03/12 26-Mar-12 100 1.000 100.000 90.150 91.016 86 CXGD 0 05/10 21-Mai-10 200 1.000 200.000 200.170 197.162 (3.00 Emitidos por não residentes Emissores públicos estrangeiros Obrigações BRAZIL 7,375 15 03-Fev-15 500 1.000 500.000 528.750 510.000 (18.75 Outros não residentes Obrigações ANZ 5,25 05/13 20-Mai-13 100 1.000 100.000 95.779 98.232 2.45 BFCM 0 04/10 30-Abr-10 2 50.000 100.000 100.146 98.390 (1.75 C 0 06/14/12 14-Jun-12 200 1.000 200.000 191.427 166.818 (24.60 EADS 4,625 3/10 03-Mar-10 100 1.000 100.000 98.392 100.019 1.62 ELESM 0 07/12 05-Jul-12 2 50.000 100.000 96.900 92.516 (4.38 GE 0 04/14 03-Abr-14 3 50.000 150.000 144.000 116.250 (27.75 KPN 4.5 03/13 18-Mar-13 100 1.000 100.000 92.419 93.309 89 MS 3,375 07/12 20-Jul-12 150 1.000 150.000 131.062 117.113 (13.94 RCI BANK 05/11 27-Mai-11 2 50.000 100.000 97.962 93.268 (4.69 REPSM 5 07/13 22-Jul-13 10 10.000 100.000 95.610 94.949 (66 TITIM 7 04/11 20-Abr-11 100 1.000 100.000 102.554 99.125 (3.42 ACAFP 0 09/10 09-Set-10 2 50.000 100.000 99.905 98.308 (1.59 GE 5.25 05/15 18-Mai-15 150 1.000 150.000 145.275 143.358 (1.91 NYSE 5,375 6/15 30-Jun-15 3 50.000 150.000 149.850 146.480 (3.37 PEUGEOT 0 09/10 28-Set-10 3 50.000 150.000 147.825 144.141 (3.68
5)68)
0)
36)9)75)0)09)4)1)9)7)7)1)4)
2.705.141 2.592.451 (112.690)
121
Relatório e Contas 2008
NOTA 20 - ACTIVOS FINANCEIROS DETIDOS ATÉ À MATURIDADE
Estes activos são constituídos por obrigações do tesouro que se encontram dados em
penhor ao Banco de Portugal e Sistema de Indemnização dos Investidores, no âmbito da
actividade do Banco.
Activos financeiros detidos até à maturidade
31-Dez-2008 31-Dez-2007Títulos cotadosObrigações de dívida publica nacional 2.188.826 2.201.281 Juros a receber 49.380 42.841
2.238.206 2.244.122
Em 31 de Dezembro de 2008, a composição da carteira de activos financeiros detidos
até à maturidade pode ser analisada como segue:
Activos financeiros detidos até à maturidade Quantidade Valor
NominalValor de Balanço - Custo amortizado
Valor de Aquisição Imparidade Prazo Residual
Instrumentos de dívidaTítulos cotados Emitidos por residentes Obrigações PGB 3.95 07/15/09 - Obrigações do Tesouro 52.500.000 0,01 523.608 519.528 - 3 meses a 1 ano PGB 3.2 11 - Obrigações do Tesouro 100.000.000 0,01 983.486 967.820 - 1 a 5 anos PGB 4.45 06/18 - Obrigações do Tesouro 70.000.000 0,01 681.732 680.706 - mais de 5 anos
- 222.500.000 2.188.826 2.168.054 -
Em 31 de Dezembro de 2007, a composição da carteira de activos financeiros detidos até à
maturidade pode ser analisada como segue:
Activos financeiros detidos até à maturidade Quantidade Valor
NominalValor de Balanço - Custo amortizado
Valor de Aquisição Imparidade Prazo Residual
Instrumentos de dívidaTítulos cotados Emitidos por residentes Obrigações PGB 3,25 08 - Obrigações do Tesouro 70.000.000 0,01 703.588 712.894 - 3 meses a 1 ano PGB 3,2 11 - Obrigações do Tesouro 100.000.000 0,01 977.144 967.820 - 1 a 5 anos PGB 3,95 09 - Obrigações do Tesouro 52.500.000 0,01 520.550 519.528 - mais de 5 anos
222.500.000 2.201.281 2.200.242 -
O penhor destes títulos está reflectido em rubricas extrapatrimoniais.
122
Relatório e Contas 2008
NOTA 21 – IMPARIDADE E PROVISÕES
O movimento ocorrido nas provisões registados no exercício de 2008 é como segue:
Saldo em Reposições Saldo em
31-Dez-2007 Reforços e anulações Utilizações 31-Dez-2008
Provisão para crédito e juros e outros activos vencidos 688.750 945.765 (139.205) - 1.495.310
1.161.787 1.418.328 (932.648) (171.360) 1.476.107
Imparidade para outros activos vencidos 112.709 178.779 - - 291.488Provisões para riscos gerais de crédito 674.648 331.262 (191.695) - 814.215
1.476.107 1.455.806 (330.900) - 2.601.013
Saldo em Reposições Saldo em 31-Dez-2006 Reforços e anulações Utilizações 31-Dez-2007
Provisão para crédito e juros e outros activos vencidos 621.900 1.101.421 (863.211) (171.360) 688.750Imparidade para outros activos vencidos 73.844 38.865 - - 112.709Provisões para riscos gerais de crédito 466.043 278.042 (69.437) - 674.648
A utilização de imparidade para outros activos vencidos em 2007 corresponde à perda
estimada relativamente a acréscimos de proveitos considerados na área de Corporate,
tomando em consideração o valor total da exposição, o montante recuperável e a
antiguidade dos saldos.
123
Relatório e Contas 2008
NOTA 22 - ACTIVOS TANGÍVEIS
O movimento ocorrido nos activos tangíveis registados nos exercícios de 2008 e 2007 é
como segue:
Valor
Valor Amortizações Amortizações Abates/Transfe- líquido embruto acumuladas Aquisições do exercício rências 31-Dez-2008
Outros activos tangíveisObras em edifícios arrendados 42.978 (21.231) 45.010 (5.582) - 61.17Equipamento 570.298 (450.834) 11.068 (48.930) - 81.60Imobilizado em locação financeira 426.101 (222.639) 5.759 (85.460) - 123.76Outras imobilizações corpóreas 1.912 (813) - (191) - 90
1.041.289 (695.517) 61.837 (140.163) - 267.44
6 2 1 8 7
ValorValor Amortizações Amortizações Abates/Transfe- líquido embruto acumuladas Aquisições do exercício rências 31-Dez-2007
Saldo em 31-Dez-2006
Saldo em 31-Dez-2007
Outros activos tangíveisObras em edifícios arrendados 42.978 (16.933) - (4.298) - 21.748 Equipamento 570.117 (402.970) 9.201 (55.043) (1.840) 119.464 Imobilizado em locação financeira 390.752 (140.953) 35.348 (81.685) - 203.462 Outras imobilizações corpóreas 1.912 (622) - (191) - 1.100
1.005.760 (561.478) 44.549 (141.217) (1.840) 345.774
NOTA 23 - ACTIVOS INTANGÍVEIS
O movimento ocorrido nos activos intangíveis registados nos exercícios de 2008 e 2007
é como segue:
Valor
Valor Amortizações Amortizações Abates/Transfe- líquido embruto acumuladas Aquisições do exercício rências 31-Dez-2008
Activos intangiveisSistemas de tratamento automático de dados - Software 640.925 (602.586) 3.634 (31.378) - 10.595
640.925 (602.586) 3.634 (31.378) - 10.595
ValorValor Amortizações Amortizações Abates/Transfe- líquido embruto acumuladas Aquisições do exercício rências 31-Dez-2007
Activos intangiveisSistemas de tratamento automático de dados - Software 638.143 (541.226) 2.782 (61.360) - 38.339
638.143 (541.226) 2.782 (61.360) - 38.339
Saldo em 31-Dez-2006
Saldo em 31-Dez-2007
124
Relatório e Contas 2008
NOTA 24 - IMPOSTOS ACTIVOS E PASSIVOS
A origem dos impostos diferidos activos e passivos pode ser vista no quadro que se
segue:
Activos Passivos Activos PassivosImpostos Correntes IRC 139.209 - - 527.694
139.209 - - 527.694
Impostos diferidos Diferimento Comissões do crédito 1.927 - 2.207 - Títulos disponíveis para venda - 190.764 - - Imobilizado incorpóreo 14.463 - 19.284 - Prejuízos fiscais reportáveis 661.370 - - Bónus com empregados - - 39.750 - Provisões não aceites fiscalmente 472.596 - 244.677 -
1.150.356 190.764 305.918 -
31-Dez-2008 31-Dez-2007
125
Relatório e Contas 2008
NOTA 25 – OUTROS ACTIVOS E OUTROS PASSIVOS
A decomposição da rubrica Outros Activos, encontra-se no quadro que segue:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Outros Activos
Outras contas de regularização 35.681 98.227 Outras operações a regularizar 25.388 2.224
Total de outros activos bruto 4.055.356 4.241.280 Imparidade (291.488) (112.709) Total de outros activos líquidos 3.763.868 4.128.571
Disponibilidades sobre residentes 47.627 196.627 Devedores por serviços prestados - Residentes 1.197.830 534.700 Devedores por serviços prestados - Não Residentes 25.000 - Devedores por operações sobre futuros (Nota 15) 59.147 36.858 Aplicações diversas 17.496 19.241 Sector Público e administrativo - 13.005 Imóveis recebidos em dação em pagamento 1.803.609 1.717.275 Outros devedores - vencidos 529.918 472.061
Proveitos a receber De devedores de outras aplicações 243.248 475.000 Por serviços prestados - Guarda de valores 51.954 66.324 Por serviços prestados - Gestão de activos - 580.309
Despesas com custo diferido Seguros 7.788 19.455 Contratos de manutenção 10.670 9.974
AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS - REEMBOLSO DE CRÉDITO PRÓPRIO
Montantes expressos em Euros
Prédio urbano Lisboa 28-12-07 3.308.000 1.717.275 - 1.717.275Prédio urbano Braga 31-10-08 149.000 86.334 - 86.334
3.457.000 1.803.609 - 1.803.609
Valor aquisição Imparidade Valor contabilisticoTipo Localização Data aquisição Valor avaliação
126
Relatório e Contas 2008
A decomposição da rubrica Outros Passivos, encontra-se no quadro que segue:
31-Dez-2008 31-Dez-2007Outros Passivos Credores por operações sobre futuros (Nota 15) - 8.127 Fornecedores de imobilizado em regime de locação financeira 204.351 269.326 Outros fornecedores 13.514 39.466 IVA a pagar 100.546 14.081 Retenção na fonte 150.823 144.674 Cont. para a Segurança Social 37.423 36.131 Cobranças por conta de terceiros 272 264 Outros encargos a pagar De recursos alheios 3.802 3.802 De custos administrativos 338.435 471.432 Outros custos a pagar 55.252 135.506 Receitas com proveito diferido Gestão de créditos 47.915 87.684 Garantias prestadas 51.771 22.304 Compromissos irrevogáveis 4.000 6.973 Outras contas de regularização Outras operações a regularizar 39.755 276.011
1.047.859 1.515.781
NOTA 26 - RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Recursos de IC´s no País:
Mercado Monetário Interbancário até 3 meses 8.014.654 13.031.909 3 meses a 1 ano - 5.029.255
Empréstimos até 3 meses 5.008.506 - 3 meses a 1 ano 9.001.530 -
22.024.690 18.061.164
As taxas de juro médias aplicáveis a estes recursos durante os exercícios de 2008 e 2007
foram respectivamente de 4,40% e 4,25%.
127
Relatório e Contas 2008
NOTA 27 - RECURSOS DE CLIENTES
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Recursos de residentesDepósitos à ordem 2.640.522 2.202.020 Depósitos a prazo até 3 meses 23.541.426 22.014.729 3 meses a 1 ano 14.113.321 11.835.914
Depósitos de poupança até 3 meses - 48.814
40.295.269 36.101.477 Recursos de não residentesDepósitos à ordem 48.892 41.227
Outros recursos 29.383 27.700 78.275 68.927
Total Recursos de Clientes 40.373.544 36.170.404
As taxas de juro médias aplicáveis aos recursos captados junto de clientes durante os
exercícios de 2008 e 2007 foram respectivamente de 4,57% e 3,79%.
128
Relatório e Contas 2008
NOTA 28 - CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS
Os compromissos assumidos perante terceiros têm a seguinte composição:
31-Dez-2008 31-De
Garantias PrestadasGarantias e avales - residentes 16.398.089 7.
16.398.089 7.
Compromissos Perante TerceirosRevogáveis Linhas de Crédito 2.272.441 3. Compromissos Bancários 3.775.909 8.
Irrevogáveis Contribuição para o FGD 21.525 Sistema de indemnização aos investidores 12.147
6.082.022 11.
Responsabilidade por prestação de serviçosGuarda de Valores 61.019.304 62. Valores administrados pelo BPG
- Activos cedidos em operações de cessão de crédito 18.995.548 36. - Mercado de capitais 35.911.289 41.
115.926.141 141.
z-2007
916.724916.724
583.145334.298
17.150 2.347
936.940
443.960
621.472973.005038.437
Total 138.406.252 160.892.101
Em 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2007, o saldo da rubrica
responsabilidades de contribuição perante o Fundo de Garantia de Depósitos, corresponde
ao compromisso irrevogável que o Banco assumiu, por força de lei, de entregar àquele
Fundo, caso este o solicite, as parcelas não realizadas de contribuições anuais.
Em 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2007, o saldo da rubrica
responsabilidades potenciais para com o Sistema de Indemnização aos Investidores
corresponde à obrigação irrevogável que o Banco assumiu, por força da lei aplicável, de
entregar àquele Sistema em caso de accionamento deste, os montantes necessários para
pagamento da sua quota parte nas indemnizações que forem devidas aos investidores.
129
Relatório e Contas 2008
Os compromissos assumidos por terceiros têm a seguinte composição:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Garantias RecebidasGarantias e avales - residentes 30.749.479 34.438.002 Fianças 2.500.000 2.425.000 Garantias reais Títulos 16.756.750 8.747.123 Valores imobiliários 56.061.301 50.496.485 Depósitos 2.850.000 5.975.000 Outras cauções 65.000 -
108.982.530 102.081.610
Compromissos Assumidos por terceirosLinhas de crédito irrevogáveis 26.500.000 25.000.000 Subscrição de títulos 4.000.000 -
30.500.000 25.000.000
Serviços prestados por terceirosGuarda de Valores 54.368.365 68.439.490
54.368.365 68.439.490
Total 193.850.894 195.521.100
O justo valor dos colaterais recebidos em garantia do crédito a clientes, é apurado com
base no valor de mercado tendo em conta as suas especificidades. No caso dos imóveis
recebidos em garantia são feitas avaliações por avaliadores externos.
O Banco tem contratado com uma instituição de crédito a organização, montagem,
registo, colocação e tomada firme relativamente a um programa de papel comercial,
representativo de valores mobiliários escriturais de curto prazo, no valor de 4 Milhões de
euros. O valor nominal unitário do papel comercial a emitir ao abrigo do programa
contratado é de € 50.000.
O montante nominal máximo de papel comercial que poderá ser emitido em qualquer
data dentro do prazo do Programa está fixado em 4 Milhões de euros.
Os períodos de emissão poderão ser trimestrais, semestrais ou anuais e o prazo do
programa é de três anos, contado a partir da data da primeira emissão.
130
Relatório e Contas 2008
Este programa foi contratado para efeitos da gestão do risco de liquidez e até à data o
Banco não efectuou emissão alguma.
NOTA 29 - EFECTIVOS DE TRABALHADORES
O efectivo de trabalhadores remunerados, distribuído por grandes categorias
profissionais, ao serviço do Banco em 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2007
era o seguinte:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Conselho de Administração 3 3Direcção 9 9Enquadramento 4 4Secretariado 4 4Específicas/Técnicas 15 14Outras Funções 2 2
37 36
NOTA 30 - CAPITAL
Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o capital social do BPG está representado por
7.000.000 de acções nominativas de valor nominal unitário de 5 euros e encontra-se
integralmente subscrito e realizado.
A estrutura accionista do Banco pode ser analisada no quadro que segue:
31-Dez-2008 31-Dez-2007 31-Dez-2008 31-Dez-2007Fundação Oriente 5.209.920 5.209.920 74,43% 74,43%STDP - SGPS 311.647 311.647 4,45% 4,45%Fundação Stanley Ho 252.000 252.000 3,60% 3,60%Carlos A.P.V. Monjardino 142.680 142.680 2,04% 2,04%Outros 1.083.753 1.083.753 15,48% 15,48%Total 7.000.000 7.000.000 100,00% 100,00%
Numero de acções %
O Banco dispõe de fundos próprios nos montantes e composições indicadas nos quadros
constantes em infra, os quais são alocados em diferentes proporções às actividades e
131
Relatório e Contas 2008
diversas áreas de negócio desenvolvidas pela Instituição, assegurando a sua continuidade e
crescimento.
De acordo com as normas do Banco de Portugal a Instituição encontra-se obrigada ao
cumprimento de requisitos mínimos de fundos próprios e a um rácio de solvabilidade de
pelo menos 8%, conforme Aviso n.º 1/93 do Banco de Portugal.
Como decorre dos elementos dos quadros infra, os fundos próprios excedem largamente
os requisitos mínimos, dando lugar a rácios de solvabilidade expressivamente superiores
aos mínimos estabelecidos pela entidade de supervisão.
De notar ainda que os fundos próprios são maioritariamente compostos por fundos de
base (Tier I), representando os fundos complementares uma reduzida proporção do total de
fundos com que o Banco se encontra dotado.
Os fundos próprios de base do BPG, são constituídos pelo somatório do Capital,
Prémios de emissão, Outras Reservas e Resultados Transitados, (os resultados do exercício
em curso só são considerados quando certificados), deduzidos do somatório dos Activos
Intangíveis e dos Impostos Diferidos Activos que estejam associados a provisões para
riscos gerais de crédito, na medida em que estas provisões sejam elegíveis como elemento
positivo dos fundos próprios complementares.
Os fundos próprios complementares correspondem ao excesso entre as provisões
constituídas para riscos gerais de crédito e as provisões económicas que para essa mesma
carteira foram determinadas.
132
Relatório e Contas 2008
31-Dez-2008 31-Dez-2007Fundos próprios Fundos de base 36.942.101 37.949.105 Fundos complementares 444.449 385.016
37.386.550 38.334.121
Requisitos mínimos de fundos próprios 9.487.416 10.029.983
Rácio de solvabilidade Fundos próprios/ requisitos mínimos 31,5% 30,6% Fundos próprios base/ requisitos mínimos 31,2% 30,3%
Activos e elementos extrapatrimoniais ponderados Activos 100.952.283 95.994.290 Elementos extrapatrimoniais 22.446.439 10.514.218
NOTA 31 – OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS
Os saldos das contas de reservas e resultados transitados, decompõem-se como segue:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
Reserva legal 275.126 171.106 Outras reservas 1.622.967 1.186.773 Resultados transitados 30.142 30.142
1.928.235 1.388.021
De acordo com o disposto no artº 97 do RGICSF, aprovado pelo Decreto-Lei nº 298/91,
de 31 de Dezembro e alterado pelo Decreto-Lei nº 201/2005, de 25 de Setembro, o BPG
destina uma fracção não inferior a 10% dos lucros líquidos apurados em cada exercício à
formação de uma reserva legal, até um limite igual ao valor do capital social.
A reserva legal só pode ser utilizada para cobrir prejuízos acumulados ou para aumentar
o capital.
NOTA 32 - TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS
Resumem-se como segue os saldos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, relativas às
transacções verificadas com partes relacionadas:
133
Relatório e Contas 2008
31-Dez-2008 31-Dez-2007ActivoCrédito a Clientes Fundação Stanley Ho - 250.000 Hoti-Tejo - 97.000 Mundinter - Inter. Mundial Comércio 325.000 400.000 Prolavra - Prod. para a Lavoura 300.000 225.000 Soc. da Água de Monchique 812.849 800.000 Soc. das Termas Monchique II 1.422.961 1.400.476
2.860.810 3.172.476 Juros a receber Fundação Stanley Ho - 1.076 Mundinter - Inter. Mundial Comércio 570 129 Prolavra - Prod. para a Lavoura 4.261 - Soc. da Água de Monchique 421 406 Soc. das Termas Monchique II 1.707 2.616
6.959 4.227 Comissões a receber Companhia de Seguros Sagres 27.249 389.951 Fundação Oriente 8.117 146.619 Fundação Stanley Ho 822 22.739
36.188 559.309
Total de activo 2.903.957 3.736.012
PassivoRecursos de clientes Companhia de Seguros Sagres 5.510.245 4.920.721 Domoriente 2.258 1.086 Fundação Oriente 7.248.920 332.373 Fundação Stanley Ho 180.799 224.458 Hoti-Tejo 1.395 3.225 Lusenerg, SGPS 1.222.830 83.273 Mundigere, SGPS 2.104 2.221 Mundinter - Inter. Mundial Comércio 897 5.422
Fundação Stanley Ho 3.188 720 Lusenerg, SGPS 1.322 - Oriente, SGPS 8.123 7.389 STDP, SGPS 25 -
172.925 76.774
Total passivo 24.636.363 18.421.039
ExtrapatrimoniaisGarantias Prestadas Companhia de Seguros Sagres 200.058 194.370 Fundação Stanley Ho 131.718 1.317.182 Mundinter - Inter. Mundial Comércio 150.000 150.000 Soc. das Termas Monchique II 442.674 442.674
924.450 2.104.226 Compromissos revogáveis Hoti-Tejo - 3.000 Fundação Stanley Ho 250.000 - Soc. das Termas Monchique II 1 1
250.001 3.001 Valores administrados pela Instituição Companhia de Seguros Sagres 24.637.933 29.237.835 Fundação Oriente 5.878.683 9.819.031 Fundação Stanley Ho 541.120 502.090
31.057.736 39.558.956
Total extrapatrimoniais 32.232.187 41.666.183
Oriente, SGPS 10.179.908 10.794.789 Partisagres, SGPS 30.046 21.899 Prolavra - Prod. para a Lavoura 17.497 32.166 Regis Hóteis 450 1.765 Registur, Lda 5.339 5.369 Soc. da Água de Monchique - 885 STDP, SGPS 60.750 1.914.613
24.463.438 18.344.265 Juros a pagar Companhia de Seguros Sagres 111.620 65.657 Fundação Oriente 48.647 3.008
134
Relatório e Contas 2008
31-Dez-2008 31-DeCustosJuros e custos equiparados Companhia de Seguros Sagres 239.490 Fundação Oriente 42.976 Fundação Stanley Ho 10.340 Lusenerg, SGPS 1.843 Oriente, SGPS 546.876 Partisagres, SGPS 3 Prolavra - Prod. para a Lavoura 6 Regis Hóteis - Soc. da Água de Monchique - STDP, SGPS 861
Gastos Gerais Administrativos Companhia de Seguros Sagres 3.600 Fundação Oriente 232.460 Mundinter Angola -
1.078.455
Proveitos Juros e proveitos equiparados Fundação Stanley Ho 4.381 Hoti-Tejo - Mundinter - Inter. Mundial Comércio 11.255 Prolavra - Prod. para a Lavoura 19.026 Regis Hóteis - Soc. da Água de Monchique 49.321 Soc. das Termas Monchique II 85.696
169.679 Outras comissões Companhia de Seguros Sagres 69.111 Domoriente 40 Fundação Oriente 14.292 Fundação Stanley Ho 7.860 Lusenerg, SGPS 40 Mundinter - Inter. Mundial Comércio 2.303 Oriente, SGPS 50 Partisagres, SGPS 10 Prolavra - Prod. para a Lavoura 360 Regis Hóteis 140 Soc. da Água de Monchique 45 Soc. das Termas Monchique II 4.571 STDP, SGPS 223
99.045
z-2007
188.3634.176 5.117
760 585.922
- 4
11 72
1.821
3.520 228.266
72.000 1.090.032
9.983 4.509
19.568 14.012
3.725 44.122 77.155
173.074
459.741-
156.27341.435
30 895
1.439 -
230 265
20.320 4.598
959 686.185
135
Relatório e Contas 2008
Resumem-se como segue os saldos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, relativos às
transacções verificadas com os elementos da Administração e Direcção do Banco:
31-Dez-2008 31-Dez-2007
ActivoCrédito a Clientes Administração - - Direcção 256.895 246.014
256.895 246.014 Juros a receber Administração - - Direcção 283 192
283 192 Comissões a receber Administração 2.052 20.161 Direcção - -
2.052 20.161
Total de activo 259.230 266.367
PassivoRecursos de clientes Administração 1.346.569 1.183.152 Direcção 435 98
1.347.004 1.183.250
Juros a pagar Administração 26.354 13.613 Direcção - -
26.354 13.613
Total passivo 1.373.358 1.196.863
31-Dez-2008 31-Dez-2007CustosJuros e custos equiparados Administração 68.103 17.455 Direcção 29 -
68.132 17.455
Proveitos Juros e proveitos equiparados Administração - - Direcção 14.369 12.195
14.369 12.195 Outras comissões Administração 2.052 22.502 Direcção - -
2.052 22.502
136
Relatório e Contas 2008
NOTA 33 – CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
Para efeitos do cálculo da demonstração de fluxos de caixa, caixa e equivalentes de
caixa incluem as seguintes componentes:
31-Dez-2008
20.itos à ordem no Banco de Portugal 1.116.451 ibilidades sobre instituições de crédito no país 274.582
12.95014.361
31-Dez-2007Caixa 393 29.401 Depós 1.329.880 Dispon 431.220 MMI .000 12.500.000
.426 14.290.501
NOTA 34 - CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS
As contas do Banco são consolidadas pela Fundação Oriente, através do método da
equivalência patrimonial. As contas desta Instituição podem ser obtidas directamente na
sua sede situada na Rua do Salitre, nº66 - 1269-065 Lisboa.
137