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BANCO BIC PORTUGUÊS S.A. RELATÓRIO E CONTAS 2009

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BANCO BIC PORTUGUÊS S.A.

RELATÓRIO E CONTAS

2009

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Índice

. Principais Indicadores da Actividade

. Mensagem do Presidente

. História do Banco BIC Português

. Estrutura Macro Organizativa

. Órgãos Sociais

. Accionistas

. Enquadramento Macro Económico

. Enquadramento da Actividade

. Análise Financeira

. Estratégia Comercial

. Princípios de Gestão e Balanço da Actividade em 2010

. Proposta de Aplicação de Resultados

. Demonstrações Financeiras e Notas

. Certificação Legal das Contas e Relatório da Auditoria

. Relatório e Parecer Fiscal e Extracto da Acta de Aprovação das Contas

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Principais Indicadores da Actividade

(Montantes expressos em milhares de Euros)

2009 2008

Activo total líquido 419.104 215.708

Volume de negócios 1 265.687 103.753

Crédito a clientes (bruto) e extrapatrimoniais 168.065 35.263

Recursos de clientes 97.622 68.490

Volume de negócios 1 por Colaborador 3.690 2.255

Produto bancário por Colaborador 141 98

Custos de funcionamento 2 / produto bancário 77,5% 101,4%

Lucro/(Prejuízo) do exercício 204 (776)

Situação líquida 24.513 16.724

Rácio de requisitos de fundos próprios 3 15,1% 23,6%

Tier I 3 16,7% 31,0%

Número de agências 6 2

Número de colaboradores 72 46

1) Crédito concedido, garantias e avales prestados, créditos documentários abertos e recursos de

clientes;

2) Custos com o pessoal mais gastos gerais administrativos;

3) Calculado de acordo com as normas do Banco de Portugal sobre requisitos mínimos de fundos

próprios.

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Mensagem do Presidente

Começámos em Maio de 2008, pelo que 2009 foi o nosso primeiro ano completo de exercício, tendo

fechado o exercício já com resultados positivos. Para tal contribuiu: do lado do produto bancário, a

margem financeira, na sequência da actividade creditícia do banco na área das empresas, e a margem

complementar, na sequência da actividade de banco correspondente de bancos angolanos e da

prestação de serviços ao Banco BIC SA (Angola); do lado dos custos, o estrito controlo dos custos

operacionais e a prudente gestão de risco de crédito.

Somos um Banco português, vocacionado para servir o mercado português e colaborar no

desenvolvimento das relações económicas Portugal-Angola. Pretendemos assumir um papel

fundamental no fortalecimento das relações económicas entre Portugal e Angola, contando para isso

com o apoio do Banco BIC S.A. (em Angola). Neste contexto, dirigimos a nossa actividade para o apoio

às Empresas e Empresários que exportem bens e serviços, que apresentem estratégias de

investimento em Angola ou estejam em fase de internacionalização para aquele país, bem como

apoiamos os investidores Angolanos que operam, ou pretendam fazê-lo, em Portugal ou noutro país

da Europa.

A consolidação do Banco BIC em Angola como um dos principais players do mercado financeiro

Angolano no seu conjunto, e o maior em termos de operações cambiais, reflecte o reconhecimento que

os seus Clientes depositam nesta instituição e que tem dado corpo ao nosso lema: “Investimos Juntos,

Crescemos Juntos”.

Desta forma, o Banco BIC Português e o seu irmão gémeo, o Banco BIC S.A. (Angola) encontram-se

numa posição privilegiada para apoiar os diferentes agentes económicos, ao centrar-se nos aspectos

mais relevantes e de maior valor acrescentado para os seus Clientes, no actual panorama de negócios

entre Portugal e Angola.

Somos já um banco correspondente de 4 bancos angolanos, gerindo assim um considerável fluxo de

transferências financeiras entre Angola e Portugal.

Continuámos em 2009 o desenvolvimento da actividade comercial de forma sustentável, focada no

cliente e na qualidade do serviço, com um adequado controlo dos riscos inerente à actividade bancária.

Temos já uma carteira de clientes empresariais diversificada, permitindo ao banco ter activos de bom

risco.

Abrimos em 2009 novas Agências / Centros de Empresa em Braga, Aveiro, Leiria e Viseu,

complementando as Agências / Centros de Empresa em Lisboa e Porto, que tínhamos instalado em

2008.

Criámos o Núcleo de Mercado de Capitais, o que nos permitiu em 2009 o registo na CMVM, podendo

começar a actuar como intermediário financeiro. Tal vai-nos dinamizar a actividade de “Private

Banking”, oferecendo aos nossos clientes produtos financeiros com um binómio adequado entre

retorno e risco. Pretendemos também dinamizar as parcerias entre empresários portugueses e

angolanos, desenvolvendo o negócio do “Corporate Finance”.

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Contamos com uma sólida estrutura accionista e com um corpo de colaboradores altamente

qualificados e experientes. Esperamos continuar a merecer a confiança dos nossos clientes.

Lisboa, 12 de Março de 2010

O Presidente do Conselho de Administração

Fernando Mendes Teles

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História do Banco BIC Português

Motivados pela vontade de aumentar as relações de investimento e de comércio entre Portugal e

Angola, os accionistas do Banco BIC S.A. (Angola) apostaram activa e decisivamente na constituição de

um Banco de Direito Português, em Portugal.

O Banco BIC Português S.A. (adiante igualmente designado por Banco BIC Português ou Banco) foi

constituído em Janeiro de 2008, iniciando a sua actividade bancária em 26 de Maio do mesmo ano. A

sua sede situa-se em Lisboa, onde foi fixado também o primeiro Centro de Empresas/Agência, tendo

igualmente aberto um Centro de Empresas/Agência no Porto, no final de 2008.

Em 2009, abrimos Centros de Empresas/Agências em Viseu, Aveiro, Leiria e Braga.

Com uma estrutura accionista idêntica ao Banco BIC (Angola), o Banco BIC Português integra

accionistas de referência no mercado empresarial português, nomeadamente no sector bancário, bem

como na vida económica e financeira angolana. A esta equipa juntam-se um conjunto de profissionais

e gestores bancários com larga experiência no sector e no sistema financeiro em Portugal, África e

Brasil.

O Banco tem como uma das suas principais missões assumir um papel preponderante no

fortalecimento e desenvolvimento das relações económicas entre Portugal e Angola, através da

dinamização dos fluxos entre os dois países, dirigindo a sua actividade para o apoio ao sector

empresarial português na estratégia de internacionalização para aquele País, designadamente na

exportação de bens e serviços e no investimento directo em Angola, assim como para o apoio aos

investidores angolanos que operam ou que o pretendam fazer em Portugal ou noutro País Europeu.

Sendo um banco português, temos também já na nossa carteira um conjunto significativo de clientes

portugueses ainda sem ligações a Angola.

Especialmente vocacionado para o segmento empresarial, o Banco complementa a sua actividade com

o segmento de Particulares e, dentro deste, com o Private Banking, oferecendo as melhores e mais

adequadas soluções financeiras, a partir do conhecimento profundo das economias dos dois Países.

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Estrutura Macro Organizativa

Legenda:

DBE - Direcção de Banca de Empresas

DPB - Direcção de Private Banking

NMC - Núcleo de Mercado de Capitais

DOE - Direcção de Operações e Estrangeiro

DPN - Direcção de Particulares e Negócios

DOI - Direcção de Organização e Sistemas de Informação

DAR - Direcção de Auditoria e Gestão de Riscos

DFC - Direcção Financeira e de Contabilidade

Conselho de Administração Dr. Fernando Teles - PCA

Comendador Américo AmorimEngª Isabel dos Santos

Engº Luís Mira Amaral - CEO Graziela Esteves

Dr. Carlos Traguelho Dr. Jaime Pereira

Comissão Executiva

CEO - Engº Luís Mira Amaral

DBE

DPB

NMC

Comissão Executiva Graziela Esteves

DOE

Comissão Executiva Dr. Carlos Traguelho

DPN

DOI

DAR

Comissão Executiva CFO -Dr. Jaime Pereira

DFC

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Órgãos Sociais

Ajustamentos dos Órgãos Sociais

O Decreto-Lei n.º 225/2008, de 20 de Novembro, determinou para determinadas entidades,

nomeadamente para os Bancos, que o revisor oficial de contas da sociedade não pudesse integrar o

respectivo órgão de fiscalização, para além de que este deveria incluir pelo menos um membro

independente, nos termos do n.º 5 do artigo 414º do Código das Sociedades Comerciais.

Paralelamente, o Banco de Portugal, pela sua carta-circular n.º 24/09/DSBRD, de 2009/02/27

recomendou que o Conselho Fiscal fosse composto por uma maioria de membros independentes.

O Conselho Fiscal do Banco era presidido pela Deloitte e integrava os Senhores Manuel Pinheiro

Fernandes e Luís Manuel Cortez dos Santos, sendo qualquer dos vogais titular de participação no

capital social do Banco em montante superior a 2% pelo que não podiam ser considerados, à luz do

mencionado artigo do Código das Sociedades, como independentes. Face àquelas disposições, foi, pela

Assembleia Geral do Banco, realizada, em 7 de Julho de 2009, alterada a composição do Conselho

Fiscal que passou a ser presidido pelo Dr. Henrique Manuel Camões Serra e tendo como vogais a Dr.ª

Gracinda Augusta Figueiras Raposo e a Senhora D. Maria Ivone de Freitas Pereira dos Santos, sendo

todos os tês membros independentes. A Deloitte permaneceu como Revisor Oficial de Contas.

Essa mesma Assembleia Geral deliberou ampliar o número de membros do Conselho de Administração

de 5 para 7, havendo sido eleitos o Comendador Américo Ferreira de Amorim e a Eng.ª Isabel José dos

Santos, como administradores não executivos.

Assim sendo, passou a ser a seguinte a composição dos órgãos do banco:

Mesa da Assembleia Geral

Diogo Barrote - Presidente

Rui Gonçalves – Vice-presidente

Fernando Duarte - Secretário

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Conselho de Administração

Fernando Teles – Presidente

Américo Ferreira de Amorim

Isabel dos Santos

Luís Mira Amaral

Graziela Esteves

Carlos Traguelho

Jaime Pereira

Comissão Executiva

Luís Mira Amaral - Presidente

Graziela Esteves – Vice-Presidente

Carlos Traguelho

Jaime Pereira

Conselho Fiscal

Henrique Manuel Camões Serra – Presidente

Gracinda Augusta Figueiras Raposo

Maria Ivone de Freitas Pereira dos Santos

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No cumprimento do disposto no Artigo 3º da Lei n.º 28/2009, de 19 de Junho, e atendendo a que pelo

Artigo 2º do Decreto-Lei n.º 225/2008, de 20/11, os Bancos são considerados entidades de interesse

público, divulgamos de forma agregada e individual, a composição e as remunerações auferidas no

exercício do ano de 2009 pelo Conselho de Administração e Conselho Fiscal:

Detalhe das remunerações agregadas:

Orgão

N.º de

Elementos

Montante de

Remunerações

Conselho de

Administração 7 581.859

Conselho Fiscal 3 12.000

Total 10 593.859

Detalhe das remunerações individuais:

Órgão Nome Cargo Montante das

Remunerações

Conselho de

Administração

Fernando Leonídio Mendes Teles Presidente do Conselho

de Administração -

Américo Ferreira de Amorim Administrador Não

Executivo -

Isabel José dos Santos Administrador Não

Executivo -

Graziela do Céu Rodrigues Esteves Administrador Executivo 107.012

Luís Fernando de Mira Amaral Presidente da Comissão

Executiva 176.895

Carlos Prieto Traguelho Administrador Executivo 155.976

Jaime Pedro Galhoz Pereira Administrador Executivo 141.976

Total 581.859

Conselho

Fiscal

Deloitte & Associados, S.R.O.C., S.A 1 Presidente do Conselho

Fiscal -

Manuel Pinheiro Fernandes 1 Vogal -

Luiz Manuel Cortez dos Santos 1 Vogal -

Henrique Manuel Camões Serra Presidente do Conselho

Fiscal 6.000

Maria Ivone de Freitas Pereira dos Santos Vogal 3.000

Gracinda Augusta Figueiras Raposo Vogal 3.000

Total 12.000

Total geral 593.859

Ainda de acordo com o mencionado Artigo 3º da Lei nº 28/2009, explicita-se que a remuneração dos

citados Órgãos Sociais foi definida oportunamente em Assembleia Geral, não dispondo o Banco de

Comissão de Vencimentos. Aquela remuneração é fixa, não tendo beneficiado aquelas entidades de

remuneração variável.

Como é evidenciado no quadro acima, os membros do Conselho Fiscal substituídos em Outubro de

2009 não eram remunerados.

1 Cargo exercido até à data de 30.09.2009. Em 01.10.2009 um novo Conselho Fiscal iniciou funções.

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Accionistas

Em 31 de Dezembro de 2009, o capital do Banco BIC Português estava representado por 25.000.000

acções, com o valor nominal de um Euro cada, integralmente subscritas e realizadas pelos seguintes

accionistas (Montantes expressos em milhares de Euros):

Em 31 de Dezembro de 2009, o Banco BIC havia concedido os seguintes financiamentos à empresa

Cotarco – Comércio Internacional, Lda. (Cotarco), tendo sido observadas as disposições legais em vigor

inerentes à natureza específica do mutuário, em razão do capital social da Cotarco ser detido em 33%

pelo Senhor Dr. Luís Manuel Cortez dos Santos:

Financiamento Saldos em

concedido 31.12.09

Operação de médio e longo prazo 1.200 916

Facilidade em conta corrente 500 497

Na mesma data, encontra-se ainda aprovado um plafond para emissão de garantias bancárias no

montante total de mEur 200, dos quais se encontram utilizados mEur 175.

Em 31 de Dezembro de 2009, os seguintes membros dos órgãos sociais detinham um número de

acções do Banco BIC como segue:

Número de

Conselho de Administração acções

Fernando Leonídio Mendes Teles 5.000.000

Graziela do Céu Rodrigues Esteves 250.000

Número Accionista de acções Montante %

Amorim Projectos SGPS SA 6.250.000 6.250 25%

Santoro Financial Holding SGPS 6.250.000 6.250 25%

Fernando Leonidio Mendes Teles 5.000.000 5.000 20%

Ruasgest, SGPS 2.500.000 2.500 10%

Luis Manuel Cortez Santos 1.250.000 1.250 5%

Manuel Pinheiro Fernandes 1.250.000 1.250 5%

Sebastião Bastos Lavrador 1.250.000 1.250 5%

Restantes accionistas 1.250.000 1.250 5%

25.000.000 25.000 100%

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Enquadramento Macroeconómico

a) Economia mundial

Na primeira metade de 2008 houve a esperança de que a crise, originada nos EUA, tivesse impacto

limitado na economia mundial. Porém, no último trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009 o

PIB real caiu acentuadamente nas principais economias mundiais. Embora a crise tivesse origem nos

EUA e afectasse muito a economia americana, houve países que conheceram impactos ainda piores. O

PIB mundial caiu a uma taxa anual de 6.5% no 4º trimestre de 2008 e de 7,5% no 1º trimestre de

2009, acabando por se contrair em todo o ano de 2009 cerca de 1,1%. Tratou-se da primeira queda do

PIB mundial em 50 anos.

A partir de Setembro de 2008, os mercados interbancário e cambial sofreram fortes perturbações e os

fluxos internacionais de capitais decaíram acentuadamente. Do mesmo modo, na economia real o

comércio internacional foi fortemente afectado, registando reduções superiores à queda do PIB e

constituiu o principal mecanismo de transmissão da crise mesmo para países de reduzida exposição

aos impactos financeiros. O comércio mundial caiu 36% entre o 3º trimestre de 2008 e o primeiro

trimestre de 2009; esta foi uma queda superior à registada em período correspondente durante a

Grande Depressão do 2º quartel do século XX.

Em movimentos frequentemente concertados os principais bancos centrais reagiram, reduzindo as

taxas de juro para valores próximos de zero, aumentaram dramaticamente a massa monetária e

emprestaram entre si grandes volumes de divisas para acudir às perturbações nos mercados cambiais.

Em Maio de 2009 os bancos centrais dos EUA, do Reino Unido e do Japão reduziram as suas taxas de

juro para 0,5% ou menos e o Banco Central Europeu, mais moderado, desceu a sua taxa para 1%.

Também as intervenções de política monetária não convencional (“credit easing” e “quantitative

easing”) registaram diferenças significativas entre aqueles bancos centrais e o BCE, este mais

cauteloso, quer quanto ao volume de moeda oferecido quer quanto à qualidade dos colaterais aceites.

Deve registar-se que durante esta crise não se verificaram movimentos inflacionistas, antes ameaças

de deflação; com os preços controlados e capacidade produtivas ociosas, os bancos centrais ganharam

liberdade de movimentos, jogando a fundo nas variáveis monetárias, para tentarem estimular as

economias sem riscos inflacionistas.

Por sua vez, os governos intervieram em grande escala em vários bancos e nos operadores financeiros

e procuraram - num movimento de tipo keynesiano até então nunca visto com esta escala - estimular

a procura.

Neste início de 2010, a economia mundial – estimulada pelas políticas monetárias e fiscais e agora

também pelo ciclo dos stocks - está em início de recuperação. Mas esta é ainda muito incipiente e

incerta. No 2º trimestre de 2009, o PIB mundial cresceu 2,4%. Embora o PIB e o comércio tenham

começado a crescer e os mercados financeiros dêem sinais de recuperação, persistem ainda muitas

incertezas, com a continuação das perturbações nos mercados inter-bancários, na concessão de

crédito à economia e no mercado de trabalho.

Em 2009 assistiu-se à maior e mais coordenada acção fiscal e monetária jamais empreendida à escala

mundial. No entanto, a recuperação que se seguiu variou muito entre os países.

Esta crise mostrou a facilidade e a rapidez da propagação internacional. Apesar da acção global

concertada acima referida, enfrentaram-se limites muito sérios à cooperação internacional, devido à

persistência de extensas e decisivas áreas onde a regulação é essencialmente nacional.

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Apesar disso, deram-se em todo o caso alguns passos muito importantes. A coordenação despoletada

pela crise está a ser prosseguida através do recentemente criado Financial Stability Board no âmbito

do Grupo dos 20 e do Basel Commitee on Banking Supervision. Desde o encontro do Grupo dos 20, em

Setembro de 2009 em Pittsburg, houve progresso assinalável no âmbito das regras prudenciais nos

sistemas financeiros, incluído exigências de capital e liquidez, extensão do âmbito da regulação às

instituições financeiras não bancárias, mecanismos de gestão de risco e reforço da supervisão das

instituições com operações em múltiplos países.

A recuperação global está a ser mais fraca do que se antecipava, tendo em atenção as fortes políticas

de estímulo e, sobretudo, trata-se de uma retoma desigual entre países. Existem riscos fortes entre os

países desenvolvidos mais pequenos – incluindo Portugal - devido aos riscos de insustentabilidade das

finanças públicas e dos desequilíbrios externos, levando à emergência de elevados prémios de risco

das obrigações soberanas, o que pode levar a movimentos de contágio de repercussões globais ou

regionais. À crise financeira sucedeu uma crise económica e podemos ter agora crises de finanças

públicas.

Sendo, em geral, fraca a recuperação, vai ser exigida a continuação dos estímulos e extrema

precaução na retirada das políticas expansionistas, tanto na área da despesa pública como na política

monetária.

Nas economias ocidentais, a grande questão vai pois ser o “timing” e o modo como os governos e os

bancos centrais vão começar a retirar os estímulos à economia, num contexto em que o desemprego

ainda poderá continuar a aumentar, pondo em causa a retoma do consumo privado.

Com efeito, como referido, a recuperação económica ainda é frágil, muito assente na procura pública e

na injecção de liquidez dos Bancos Centrais, a qual explica, aliás, a animação nos mercados de capitais,

e por isso as dúvidas sobre a sustentabilidade da retoma, na qual o consumo privado e o investimento

substituiriam a procura pública como motores de crescimento, uma vez retirados os apoios públicos.

Espera-se, pois, alguma volatilidade nos indicadores económico-financeiros para 2010, associada às

incertezas sobre essa fase difícil de retirada dos estímulos públicos que contribuíram para a actual

recuperação, numa altura em que o contributo do sector privado para o crescimento económico não é,

ainda, sustentado.

As previsões do FMI apontam nas economias desenvolvidas, para um crescimento do PIB em 2010 de

2,1%, com este a fixar-se em níveis ainda inferiores à situação de pré-crise. A zona euro estará

especialmente vulnerável com uma taxa de apenas 1% de crescimento. As elevadas taxas de

desemprego continuarão a deprimir a procura. A recuperação nos países emergentes e em

desenvolvimento será mais forte – cerca de 6,0% em 2010 - mas será tributária, principalmente, da

evolução positiva dos países asiáticos e, designadamente da China, onde se assistiu recentemente a

uma tentativa de aperto monetário para travar o sobreaquecimento de alguns sectores da economia e

a tendência para a criação de bolhas nalgumas classes de activos.

b) Economia angolana e relações económicas com Portugal

Economia

Foram “drivers” do acentuado crescimento da economia angolana, responsáveis por taxas de

crescimento do PIB a dois dígitos no passado recente:

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• A estabilidade política e social, associada a uma maior consciencialização do Governo na

prossecução de políticas para uma economia estável e para a consolidação do processo democrático.

• A estabilidade macroeconómica, associada ao aumento do peso relativo de variáveis internas

no PIB, como o consumo das famílias e o investimento privado.

A decomposição do PIB angolano permite-nos referir a necessidade de diversificação da economia,

uma vez que a Indústria Extractiva é responsável por 59% do produto, ocupando a Agricultura, Pescas

e Florestas 10%. É de realçar a contribuição do Sector da Construção (6%), o qual se tem afirmado

como um sector de grande aposta por parte do Governo.

A fraqueza da procura ocidental do petróleo e matérias primas, devido à crise, provocou naturalmente

a descida dos preços do petróleo, diamantes e matérias primas.

Angola não ficou imune à crise mundial e sentiu a diminuição do preço do petróleo e dos diamantes.

Com a descida dos preços do petróleo, a OPEP decidiu reduzir a sua produção. Angola, que tinha

recentemente aderido à OPEP, foi forçada também a reduzir a sua produção. Assim sendo, a renda

petrolífera angolana diminuiu por via das descidas em simultâneo dos preços do petróleo e das

quantidades produzidas.

Mesmo com um crescimento interessante do sector não petrolífero, o PIB angolano contraiu-se em

2009 de forma significativa em relação aos anos anteriores devido à queda do sector petrolífero, o

que está, aliás de acordo com a importância deste no PIB.

Em Março de 2009, o governo angolano reduziu as despesas inscritas na Orçamento do Estado para o

ano em apreço, em cerca de 11 mil milhões de euros na sequência dessa descida de preços do

petróleo. Tal levou já a ajustamentos orçamentais no 1º trimestre de 2009.

As autoridades monetárias preocupavam-se em manter a estabilidade da política monetária e cambial,

uma vez que o excedente da balança comercial garantia a liquidez necessária à economia angolana.

Na sequência dessas dificuldades conjunturais da economia angolana, devido à redução das receitas

petrolíferas, assistiu-se em 2009 ao endurecimento da política monetária angolana tendo:

- A taxa de redesconto do BNA passado de 19.5% para 25%

- As reservas obrigatórias dos bancos comerciais no BNA passado de 20% para 30%

- Sido restringidas no mercado de fixing a venda de dólares do BNA aos bancos comerciais, o

que gerou dificuldades às transferências dos clientes dos bancos para o exterior,

designadamente para Portugal, transferências essas destinadas a pagar os fluxos de

exportações de bens e serviços para Angola.

Tal restrição da política monetária visou a estabilização do Kwanza em relação ao dólar, a redução da

liquidez na economia e a manutenção de níveis elevados das reservas líquidas sobre o exterior.

O abrandamento do crescimento económico angolano, na sequência da descida do preço do petróleo e

dos diamantes, teve, como tudo na vida, também algumas vantagens:

• Permitiu chamar a atenção para a necessidade de diversificação para o sector não

petrolífero, chamando a atenção do país para o facto de que é importante Angola não dever

ficar apenas dependente do petróleo e dos diamantes para o seu crescimento.

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• Permitiu corrigir excessos do crescimento que eram bem visíveis em aspectos tais como:

- Custo de vida

- Custo de imobiliário

- Maneira fácil como se fazia ou se gerava expectativas de se fazerem negócios.

Sector Bancário

O crescimento do PIB e a expansão da taxa de bancarização da economia angolana são naturalmente

responsáveis pela expansão do sistema bancário angolano. Mesmo que não houvesse crescimento do

PIB, o simples aumento da bancarização levaria naturalmente à expansão do sistema financeiro

angolano.

O rácio de transformação de depósitos em crédito é apenas de 70%, o que significa que há em Angola

poupança na população e liquidez nos bancos para financiarem a expansão da economia.

O Sector Bancário e os sectores dos petróleos e dos seguros, são os sectores mais dinâmicos da

economia.

Relações económicas Portugal-Angola

Nos cinco anos antes da actual crise financeira, Angola foi a economia que mais cresceu no mundo.

Angola já ultrapassou os EUA como 1º mercado não comunitário para as exportações portuguesas.

Presentemente é o 4º mercado para as nossas exportações e o mercado mais importante para o

comércio externo português não comunitário. Em apenas 4 anos, o mercado angolano saltou de 9º

para a 4ª posição no ranking dos nossos principais mercados de exportação.

As nossas vendas para Angola mais do que triplicaram nos últimos 5 anos, tendo em 2008 atingido os

2,2 milhões de euros. Os serviços representam cerca de 1/3 das nossas exportações.

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Análise Quantitativa

• Angola é principal destino extracomunitário das exportações portuguesas

Fonte : AICEP, BIVAC

Importância de Angola nos Fluxos Comerciais de Bens com Portugal

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Estrutura das Exportações Portuguesa para Angola – 2008

Fluxos comerciais de Serviços (milhares de euros)

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Investimento directo de Portugal em Angola

Estrutura dos Investimentos por Sector de Actividade 2008

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Os empresários portugueses têm estado muito centrados na região de Luanda mas outras

regiões do país, nomeadamente Cabinda, Bié, Huíla, Lobito, Benguela, Lubango oferecem

actualmente oportunidades de negócio muito interessantes.

Além das áreas habituais de construção civil e da banca, registam-se significativos

movimentos ou intenções de investimento em vários sectores tais como:

• Alimentação e bebidas

• Materiais de construção, cerâmica, mobiliário

• Logística e redes de distribuição, designadamente distribuição alimentar e de

produtos farmacêuticos

• Consultoria

• Tecnologias de informação

• Educação e formação de executivos

• Saúde

Surgem assim novas oportunidades em áreas de maior valor acrescentado, designadamente nas

tecnologias de informação, no sector farmacêutico, na educação, na saúde e na distribuição.

O sector dos serviços viu aliás as suas exportações para Angola duplicarem nos últimos 5 anos tendo

rondado os 600 milhões de euros em 2008.

Também aparecem com grande potencial:

• Agricultura, agro-indústria, pecuária e pescas

Angola pretende reformular o universo das empresas públicas, tendo o governo angolano, na recente

visita do Presidente angolano a Portugal, convidado os empresários portugueses a investir nos

seguintes sectores:

- cimentos

- siderurgia

- infra-estruturas turísticas

- portos, aeroportos e vias de comunicação

Angola dispõe de estruturas institucionais – as chamadas “one stop shops” – de desburocratização e

apoio ao investimento estrangeiro.

Também o ambicioso programa de Habitação Social de construção de um milhão de casas configura

novas oportunidades para a banca e para as indústrias da construção civil e dos materiais de

construção

c) Economia portuguesa

A economia portuguesa contraiu-se em 2009, com o PIB a cair quase 3%. Em 2010 as previsões

existentes apontam para um crescimento de 0,8% (OCDE), 0,7% (Governo) 0,5% (FMI), e 0,3%

(Comissão Europeia).

O desequilíbrio das contas públicas agravou-se, de forma inesperada, em 2009, com o défice

orçamental a ultrapassar os 9% do PIB e o endividamento público a aproximar-se dos 100% do PIB.

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Em linha com semelhantes medidas na zona euro, o Governo lançou em 2009 uma política de

estímulos de montante próximo dos 1,3% do PIB. Prevê-se que estas medidas de estímulo irão, no

essencial, permanecer em 2010, o que não dará margem para uma redução do défice público superior

a 1 ponto percentual do PIB (de 9,3% para 8,3% do PIB).

O sistema bancário, apesar de algumas situações localizadas, enfrentou bem a crise internacional. Mas

o forte endividamento dos agentes económicos pode provocar situações de fragilidade. De facto, a

taxa de poupança interna, apesar da ligeira recuperação em 2009, regista valores muito baixos,

levando a elevados défices na balança externa corrente, a qual é financiada principalmente pelo

crédito bancário externo. Esta situação provocou o aumento substancial do diferencial das taxas de

juro dos títulos de divida pública portuguesa face à taxa da dívida alemã; aquele diferencial chegou a

atingir 1,75 p.p. no início de 2009 o que compara com valores muito baixos antes da crise – cerca de

0,085 p.p.. Este prémio de risco tenderá a manter-se nos próximos anos acima de 1 ponto percentual,

tendo em atenção as novas condições nos mercados financeiros, o nível elevado de endividamento e a

baixa taxa de poupança da economia portuguesa. Nesta matéria, Portugal e a Grécia são os países da

zona euro com maiores défices de poupança interna.

Os novos dados do custo do crédito internacional provocados pelo elevado prémio de risco da nossa

dívida pública, cuja evolução se prevê não seja favorável, tenderão a transmitir-se duradouramente a

toda a economia, mantendo acentuada pressão sobre as empresas, o que dificultará novos

investimentos necessários à adequação do nosso perfil produtivo à procura existente nos nossos

principais mercados.

Apesar da elevada taxa de desemprego, os custos do trabalho continuaram a aumentar. Este

movimento foi compensado por um diferencial do índice de preços ao consumidor favorável face à

zona euro. Este diferencial favorável dos preços poderá manter-se em 2010 (na ordem dos 0,8%) mas

prevê-se que, a partir de 2011, retome os valores negativos (de 0,7% ou mais) altamente

desfavoráveis à competitividade da economia portuguesa.

Apesar do diferencial favorável das taxas de inflação, com a redução da procura nos principais

mercados e a debilidade da nossa oferta produtiva em 2009, verificou-se uma quebra acentuada das

nossas exportações, da ordem dos dois dígitos percentuais. A estrutura do aparelho produtivo,

resultante dos desadequados investimentos dos últimos 10 anos, e a reduzida competitividade

externa da economia portuguesa lançam uma grande incerteza acerca da capacidade do país para

responder à próxima retoma da procura nos nossos principais mercados. Acresce que a necessidade de

forte redução do défice público nos próximos anos, sobretudo a partir de 2011, imporá

constrangimentos na procura interna que tornarão muito difícil o crescimento do produto nos

próximos anos. O motor da procura interna não poderá funcionar e a procura externa será

condicionada pela nossa reduzida competitividade.

Sendo nós uma pequena economia aberta integrada no comércio internacional e, como tal, vulnerável

aos choques externos através do tradicional canal do comércio externo, o ano de 2010 vai ser

também muito marcado pela percepção dos mercados financeiros e das agências de “rating” sobre a

evolução da dívida pública portuguesa, cuja sustentabilidade (ou não) determinará o prémio de risco a

pagar pela República Portuguesa nos mercados externos, com o consequente reflexo nas taxas de

juro que todos nós, Estado, empresas e famílias, iremos pagar.

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O Governo divulgou, na segunda semana de Março de 2010, as linhas gerais do Programa de

Estabilidade e Crescimento (PEC) para 2010-2013. Durante o corrente mês de Março o programa será

detalhado e apresentado à Comissão Europeia. Os elementos conhecidos apontam para a

inevitabilidade da implementação das medidas tradicionais de redução do défice. Porém, persiste

grande incerteza acerca das medidas de aumento e de melhoria da qualidade do investimento

produtivo.

A apreciação pelos mercados e pelas agências de “rating” do nosso PEC será então crucial para a

evolução das taxas de juro em Portugal!

d) O futuro do sistema financeiro: o caso da banca portuguesa

Em termos internacionais:

- A recuperação económica levará tempo.

- Os valores da capitalização bolsista dos grandes bancos reduziram-se dramaticamente.

- Os governos têm enfrentado a situação de formas diferentes mas, de forma geral, o controle público

do sistema financeiro aumentou substancialmente.

- Os governos vão ter que ficar envolvidos no sistema financeiro durante mais tempo do que seria

desejável, mesmo depois da crise acabar, por falta de capitais privados.

- A médio-longo prazo, o sistema bancário estará mais consolidado, potencialmente menos

internacional e mais funcionando como “utility” de financiamento à economia doméstica

- Teremos um regresso ao “básico” nos bancos, com a recuperação dos valores tradicionais da banca -

confiança, transparência e defesa dos interesses dos clientes.

- Teremos preocupações para melhor gestão e seguro dos riscos.

- Assistimos já a revisões na abordagem regulatória de Basileia II, que deverá tomar em consideração

os riscos de liquidez e não apenas os riscos de crédito, de mercado e operacionais, sendo também

posta em causa a confiança nas agências de “rating” para montarem os sistemas de “rating” internos

dos bancos, o que era um dos pressupostos de Basileia II.

- Os reguladores e supervisores, em vez de se preocuparem apenas, com os riscos em cada operador,

preocupar-se-ão com os riscos sistémicos de falha dum operador.

- Acabou a distinção entre sector-bancário e sector bancário sombra, passando também este a ser

regulado de forma idêntica.

- Haverá preocupações com o carácter pró-ciclico das IAS e da regulação bancária.

- Haverá aprofundamento da supervisão sobre a emissão e comercialização de produtos estruturados

e produtos complexos como os CDO’S.

- Avançar-se-á na regulação das agências de rating.

- Aprofundar-se-ão e harmonizar-se-ão os regimes sancionatórios.

- Aprofundar-se-ão os princípios de “corporate governance” nas empresas bancárias e financeiras

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No caso da banca portuguesa:

- Com a entrada no euro, a banca portuguesa passou a ir buscar aos mercados grossistas

internacionais, o “funding” que necessitava para compensar a falta de poupança interna que é

expressa no mercado retalhista através de depósitos dos residentes. De recordar que de acordo com o

equilíbrio do mercado do produto (Investment = Saving - curva IS), o défice externo português reflecte

um défice de poupança nacional face ao investimento e a banca portuguesa foi e é o agente que vai

ao mercado externo buscar a poupança externa necessária para nos financiar.

- Com esse modelo de financiamento, a banca portuguesa cresceu com o financiamento ao crédito,

designadamente crédito hipotecário, ao imobiliário e à construção na sequência das facilidades de

crédito ligadas à descida das taxas de juro na sequência da adesão ao euro.

- Isto levou a um rácio de transformação de depósitos em crédito bem superior a 100%

- Com a actual crise financeira e maior dificuldade de financiamentos externos, a receita de sucesso do

passado não é mais possível, sendo até a banca portuguesa das mais vulneráveis, por ser daquelas

que repousa mais nos financiamentos dos mercados grossistas externos pelas razões já explicadas.

- A margem financeira tem vindo a ser pressionada, bem como a margem complementar, esta por

razões de comissionamentos ligados à queda do mercado de capitais.

- O rácio “cost to income” (rácio de eficiência operacional) também está a ser pressionado pelo lado do

“income”, ao mesmo tempo que os custos de estrutura têm tendências de subida devido ao “boom”

creditício e ao elevado numero de abertura de balcões do passado recente. Isto forçará os bancos a

programas de corte de custos, pessoal inclusivé.

- Com a chegada da crise à economia real, assistiu-se ao aumento das falências e do desemprego com

as consequentes dificuldades de cumprimento dos clientes, o que origina o aumento de crédito mal

parado e das imparidades no produto bancário.

Em suma:

A banca portuguesa será neste quadro confrontada com a possível diminuição de rentabilidade dos

seus capitais próprios (ROE) e terá de enfrentar alguns desafios e ajustamentos estruturais, ao

mesmo tempo que se confrontará com as queixas dos clientes sobre o racionamento (real ou

potencial) do crédito e com a subida dos “spreads”.

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Enquadramento da Actividade

O Banco BIC Português aposta no dinamismo do negócio bilateral entre Portugal e Angola que assenta

em três pilares: banco correspondente de bancos angolanos, designadamente do Banco BIC (Angola),

para gestão dos fluxos financeiros entre os dois países; banca de empresas, visando o apoio a

empresários portugueses na sua actividade de exportação de bens e serviços para Angola e a

empresários angolanos na sua internacionalização e, por fim, no private banking, em particular na

gestão de patrimónios financeiros de angolanos em Portugal ou noutro país da Europa.

A actuação do Banco centra-se ainda na prestação de um serviço de alta qualidade, focado no apoio ao

relacionamento empresarial entre Portugal e Angola.

Face à situação da Banca portuguesa, onde se destacam estratégias de retalho agressivas e já com

uma sofisticada gama de produtos, o Banco não privilegia este segmento de mercado, assumindo o

negócio de particulares uma perspectiva complementar em relação ao negócio da Banca de empresas,

bem como de apoio em Portugal aos clientes do Banco BIC de Angola.

Neste contexto, o Banco BIC Português já promoveu e continuará a promover acordos de cooperação

com outras instituições que lhes possibilite comercializar nas agências do Banco os seus produtos e,

em fluxo contrário, essas instituições divulgarão, nos respectivos sectores de actividade, o Banco BIC

Português como um banco especializado para as operações em Angola.

A estratégia do Banco para 2010 passa, além da expansão da sua rede comercial através da abertura

de dois novos Centros de Empresa/Agências e pelo desenvolvimento dos Negócios de Private

Banking, cuja dinamização é agora possível devido ao registo na CMVM e consequente actuação do

Banco como intermediário financeiro, e do Negócio de “Corporate Finance”, designadamente na

dinamização de parcerias entre empresários portugueses e angolanos.

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Análise Financeira

Principais indicadores (Montantes expressos em milhares de Euros)

2009 2008

Activo total líquido 419.104 215.708

Volume de negócios 1 265.687 103.753

Crédito a clientes (bruto) e extrapatrimoniais 168.065 35.263

Recursos de clientes 97.622 68.490

Volume de negócios 1 por Colaborador 3.690 2.255

Produto bancário 10.184 4.528

Produto bancário por Colaborador 141 98

Custos de estrutura 2 / produto bancário 86,1% 110,0%

Custos com o pessoal / produto bancário 35,1% 45,5%

Lucro/(Prejuízo) do exercício 204 (776)

Resultado antes de impostos / activo líquido médio 3 0,02% (0,91%)

Produto bancário / activo líquido médio 3 3,45% 5,38%

Resultado antes de impostos / capitais próprios médios 3 0,20% (4,63%)

Situação líquida 24.513 16.724

Rácio de requisitos de fundos próprios 3, 4 15,1% 23,6%

Tier I 3, 4 16,7% 31,0%

Número de agências 6 2

Número de colaboradores 72 46

1) Crédito concedido, garantias e avales prestados, créditos documentários abertos e recursos de

clientes;

2) Custos de funcionamento mais amortizações;

3) Calculado de acordo com a Instrução nº 16/2004, do Banco de Portugal;

4) Calculado de acordo com as normas do Banco de Portugal sobre requisitos mínimos de fundos

próprios.

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Síntese

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, o Banco BIC Português apresentou um lucro líquido

no montante de 204 mil Euros, com um total de activos nessa data de cerca de 419 milhões de Euros.

Se ao lucro líquido apurado juntarmos a mais-valia potencial em activos financeiros disponíveis para

venda, a qual se encontra registada em rubrica específica de capitais próprios do Banco, no exercício

findo a 31 de Dezembro de 2009, o Banco BIC apresenta um rendimento integral de 289 mil Euros.

O resultado alcançado reflecte o primeiro ano completo de actividade do Banco, onde a mais que

duplicação do volume de negócios com os clientes, face ao ano anterior, bem assim como o reforço da

actividade de correspondente de bancos angolanos para a zona Euro, permitiu o crescimento do

produto bancário de forma a cobrir os custos de estrutura, ainda influenciados pelo esforço associado

ao lançamento do Banco e a sua dinamização, em particular ao nível dos custos com o pessoal e dos

gastos gerais administrativos.

Ao longo do ano de 2009, o Banco BIC abriu quatro novas agências, contando actualmente com um

total de seis, localizadas respectivamente nas cidades de Lisboa, Porto, Viseu, Aveiro, Leiria e Braga,

sendo previsível que no segundo semestre de 2010 outras duas agências venham a ser abertas.

De referir ainda que em Outubro de 2009, o Conselho Directivo da Comissão do Mercado de Valores

Mobiliários – CMVM – autorizou o registo do Banco BIC Português como Intermediário Financeiro, passo

este que vem permitir complementar a oferta de serviços direccionados para o segmento de

particulares, designadamente para o “Private Banking”, marco importante para a consolidação da

estratégia de negócio definida.

Igualmente importante o aumento do capital em 7,5 milhões de Euros realizado em Fevereiro de

2009, tendo este passado de 17,5 para 25,0 milhões de Euros, por forma a dar cumprimento ao

disposto no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedade Financeiras, vindo ainda a permitir

níveis confortáveis de solvabilidade, apurada nos termos do normativo em vigor, emitido pelo Banco

de Portugal.

O produto bancário no final do ano de 2009 ascendeu a cerca de 10,2 milhões de Euros, sendo 4,5

milhões de Euros atribuíveis á margem financeira, e cerca de 5,7 milhões de Euros decorrentes da

margem complementar, onde se englobam os rendimentos de serviços e comissões, os resultados

cambiais e os demais rendimentos e receitas operacionais.

Os custos de funcionamento do ano de 2009 ascenderam a cerca de 7,9 milhões de Euros (77,5% do

produto bancário), correspondendo os custos com o pessoal a 3,6 milhões de Euros, enquanto que os

gastos gerais administrativos totalizaram cerca de 4,3 milhões de Euros, ao longo do período em

apreço.

De salientar, por outro lado, os bons indicadores de qualidade da carteira de crédito concedido, onde

os créditos em mora (cerca de 285 mil Euros) são absolutamente marginais no total da carteira de

crédito a clientes. Não obstante, em função do crescimento significativo do crédito concedido, e nos

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termos das regras do Banco de Portugal, foram constituídas provisões para riscos gerais de crédito em

2009 no montante de 1,2 milhões de Euros.

De destacar ainda a inexistência de exposição ao risco de acções, em resultado de uma política

conservadora seguida na aplicação dos recursos de cliente e de instituições de crédito.

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DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS (Montantes expressos em milhares de Euros)

2009 2008

Margem financeira 4.474 1.563

Comissões líquidas 1.529 552

Activos avaliados ao justo valor através de resultados 46 -

Lucros em operações financeiras (líquidos) 1.540 510

Rendimentos e encargos operacionais 2.595 1.903

Margem complementar

5.710 2.965

Produto bancário 10.184 4.528

Custos com o pessoal (3.579) ( 2.058 )

Gastos gerais administrativos (4.316) ( 2.533 )

Amortizações (871) ( 390 )

Custos de estrutura (8.766) ( 4.981 )

Resultado operacional 1.418 ( 453 )

Provisões (1.372) ( 315 )

Resultado antes de impostos 46 ( 768 )

Impostos correntes (254) ( 8 )

Impostos diferidos 412 -

Resultado líquido 204 ( 776 )

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BALANÇO (Montantes expressos em milhares de Euros)

2009 2008

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 10.072 2.204

Disponibilidades em outras instituições de crédito 99.830 56.465

Activos financeiros ao justo valor por resultados 1.789 -

Activos financeiros disponíveis para venda 4.080 -

Aplicações em instituições de crédito 142.248 121.651

Crédito a clientes 153.190 31.598

Outros activos tangíveis 3.674 2.786

Activos intangíveis 1.074 924

Activos por impostos diferidos 412 -

Outros activos 2.735 80

Total do activo 419.104 215.708

Passivo

Recurso de bancos centrais 135.586 -

Recursos de outras instituições de crédito 155.963 126.562

Recursos de clientes e outros empréstimos 97.622 68.490

Provisões 1.562 313

Passivos por impostos correntes 254 8

Passivos por impostos diferidos 31 -

Outros passivos 3.573 3.611

Total do passivo 394.591 198.984

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Capitais próprios

Capital 25.000 17.500

Reservas de reavaliação 85 -

Resultados transitados (776) -

Resultado líquido 204 ( 776 )

Total de capitais próprios 24.513 16.724

Total do passivo e dos capitais próprios 419.104

215.708

Por memória:

. Garantias prestadas

5.996

1.235

. Créditos documentários abertos 8.755 2.428

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PROVEITOS

Margem Financeira

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, a margem financeira ascendeu a 4.474 milhares de

Euros e reflecte o primeiro ano completo de actividade bancária.

Margem financeira (Montantes expressos em milhares de Euros)

2009 2008

Juros e rendimentos similares:

. De disponibilidades

522

467

. De aplicações em instituições de crédito 5.233 2.161

. De crédito concedido 2.396 482

. De titulos da dívida pública 139 -

. Outros 75 7

8.364 3.117

Juros e encargos similares:

. De recursos de bancos centrais 429

. De recursos de instituições de crédito 1.469 770

. De depósitos de clientes 1.931 728

. Outros 61 56

3.890 1.554

Margem financeira 4.474 1.563

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Comissões

As comissões líquidas ascenderam 1.529 milhares de Euros e foram geradas predominantemente

como resultado da actividade de banco correspondente, por via essencialmente do processamento de

ordens de pagamento recebidas e transferências de valores, bem assim como na confirmação de

créditos documentários abertos.

Comissões (Montantes expressos em milhares de Euros)

2009 2008

Por operações extrapatrimoniais:

. Garantias e avales prestados

45

3

. Créditos documentarios abertos 191 49

Por serviços prestados:

. Transferência de valores

349

32

. Ordens de pagamento recebidas 854 454

. Outros serviços prestados 139 21

Rendimentos de serviços e comissões 1.578 559

Serviços prestados por terceiros (49) (7)

Comissões líquidas 1.529 552

Activos avaliados ao justo valor através de resultados

Os resultados obtidos em activos financeiros avaliados ao justo valor ascendem a 46 mil Euros, e

decorrem da valorização de mercado de unidades de participação detidas num fundo de investimento

mobiliários de obrigações, o qual se encontra denominado em Dólares dos Estados Unidos.

Lucros em operações financeiras

Os resultados em operações financeiras ascenderam a 1.540 milhares de Euros decorrentes,

essencialmente, dos ganhos realizados na intermediação de compra e venda de moeda estrangeira,

actividade esta realizada a montante dos processos de concretização de ordens de pagamento e

transferência de valores supra descritos.

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Rendimentos e encargos operacionais

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, os outros resultados de exploração ascenderam a

2.595 milhares de Euros, tendo para o efeito contribuído decisivamente o rendimento da prestação de

serviços de consultoria técnica na concepção e desenvolvimento de projectos ao Banco BIC (Angola),

S.A., nos termos do contrato celebrado com esta Instituição em Agosto de 2008, cujo montante total

ascendeu a 2,7 milhões de Euros (2,0 milhões de Euros no exercício de 2008).

Custos de estrutura

Os custos de estrutura – custos com o pessoal, gastos gerais administrativos e amortizações – ainda

reflectem o arranque da actividade do Banco BIC e, no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009,

ascendem a 8.766 milhares de Euros).

Custos de estrutura (Montantes expressos em milhares de Euros)

2009 2008

Custos com o pessoal 3.579 2.058

Gastos gerais administrativos 4.316 2.533

Custos de funcionamento 7.895 4.591

Amortizações 871 390

Total 8.766 4.981

Provisões

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, o Banco BIC Português tinha constituído provisões

para riscos gerais de crédito e para crédito e juros vencidos nos montantes de 1.249 mil Euros e de

123 mil Euros, respectivamente (313 mil Euros e de 2 mil Euros, respectivamente, no exercício de

2008).

Estas provisões foram constituídas nos termos do Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho

(com as alterações introduzidas subsequentemente, nomeadamente pelo Aviso nº 3/2005, de 21 de

Fevereiro) e demais instruções e normas aplicáveis emitidas pelo Banco de Portugal, reflectindo o

importante crescimento verificado na carteira de crédito.

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Impostos

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, a função fiscal no Banco BIC conduziu a um proveito

líquido de 158 mil Euros, resultante essencialmente do efeito combinado da não consideração para

efeitos fiscais (correntes) da constituição de provisões para riscos gerais de crédito e da utilização do

prejuízo fiscal reportável gerado no ano de 2008 e, por outro lado, do registo do imposto diferido

activo resultante da diferença temporária ao nível da constituição de provisões.

APLICAÇÕES E RECURSOS

Disponibilidade e Aplicações em Instituições de Crédito

Em 31 de Dezembro de 2009, as disponibilidades e aplicações em Instituições de Crédito totalizavam

cerca de 242 milhões de Euros, representando cerca de 58% do total do activo do Banco (178 milhões

de Euros em 31 de Dezembro de 2008).

A repartição das aplicações em Instituições de Crédito por moeda, cujo saldo em 31 de Dezembro de

2009 ascende a 142 milhões de Euros (122 milhões de Euros em 31 de Dezembro de 2008) mostra

que um montante equivalente a cerca de 80 milhões de Euros, ou 56% das mesmas, encontra-se

denominado em Dólares dos Estados Unidos (90% em 31 de Dezembro de 2008).

Por outro lado, ao nível da maturidade destas aplicações, todas apresentam um vencimento inferior a

três meses,

Crédito a Clientes

Em 31 de Dezembro de 2009, o crédito total concedido a clientes ascendeu a 153.190 milhares de

Euros (31.598 milhares de Euros em 31 de Dezembro de 2008), reflectindo a natureza prudente de

assunção de riscos, e representando cerca de 37% do total do activo do Banco BIC Português na

mesma data.

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A repartição da carteira de crédito concedido pelo Banco pode ser ilustrada como segue

(Montantes expressos em milhares de Euros):

2009 2008

Banca de empresas:

. Crédito geral 85.764 56,11% 15.817 50,37%

. Papel comercial 46.737 30.58% 12.424 39,56%

. Factoring 7.032 4,60% - -

. Locação financeira 5.987 3,92% - -

--------- --------- --------- -----------

145.520 95,21% 28.241 89,93%

--------- --------- --------- ---------

Banca de particulares:

. Habitação 6.747 4,41% 2.941 9,36%

. Consumo e outros 579 0,38% 222 0,71%

-------- -------- -------- -----------

7.326 4,79% 3.163 10,07%

---------- ---------- ---------- -----------

Credito vincendo 152.846 100,00% 31.404 100,00%

Crédito vencido 285 4

Juros e comissões associadas ao custo

amortizado

183 192

Provisões para crédito e juros vencidos (124) ( 2 )

--------- ---------

Carteira de crédito líquida 153.190 31.598

--------- ---------

Crédito por assinatura (Garantias prestadas) 5.996 1.235

Créditos documentários abertos 8.755 2.428

--------- ---------

14.751 3.663

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O crédito a empresas corresponde a cerca de 95% do crédito concedido pelo Banco BIC Português, no

seguimento dos objectivos estratégicos prosseguidos, sendo o peso do crédito a particulares de cerca

de 5%, com predominância no crédito concedido para aquisição de habitação.

O crédito concedido a empresas pode ser repartido em termos sectoriais como segue (Montantes

expressos em milhares de Euros):

Importa salientar que o sector da construção inclui papel comercial no montante de 30.998 milhares

de Euros, o qual beneficia de garantia de subscrição e de reembolso por parte de uma instituição

financeira nacional.

Carteira de títulos

Em 31 de Dezembro de 2009, a carteira de títulos ao justo valor através de resultados e disponíveis

para venda ascendia a 5.869 milhares de Euros.

Os activos financeiros registados ao justo valor, cujo saldo em 31 de Dezembro de 2009 ascendia a

1.789 milhares de Euros, correspondem a unidades de participação detidas de um fundo de

investimento mobiliário de obrigações, enquanto que o remanescente de 4.080 milhares de Euros, se

refere a activos financeiros disponíveis para venda e corresponde a títulos da dívida pública

portuguesa.

Os ganhos relativos à valorização dos activos financeiros disponíveis para venda são reflectidos em

rubrica específica do capital próprio denominada “Reserva de justo valor” que, em 31 de Dezembro de

2009, ascendia a 85 mil Euros.

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Recursos de Bancos Centrais e de outras Instituições de Crédito

Em linha com a actividade de banco correspondente de bancos Angolanos em Portugal, os recursos de

Bancos Centrais e de outras Instituições de Crédito em 31 de Dezembro de 2009 ascendiam a

291.549 milhares de Euros, correspondentes a 74% dos passivos do Banco BIC nessa data (126.562

milhares de Euros, correspondentes a cerca de 64% dos passivos em 31 de Dezembro de 2008).

Neste contexto, assumem um papel de particular destaque os recursos captados junto do Banco

Nacional de Angola e do Banco BIC (Angola), bem assim como junto do Banco de Poupança e Crédito e

do Banco SOL.

Da totalidade dos recursos de Instituições de Crédito captados, um montante equivalente a cerca de

51.907 milhares de Euros encontra-se denominado em Dólares dos Estados Unidos.

Recursos de Clientes

Os depósitos de clientes observaram uma tendência crescente ao longo do ano, ascendendo em 31 de

Dezembro de 2009 a 97.622 milhares de Euros (68.490 milhares de Euros em 31 de Dezembro de

2008).

Em termos globais, os depósitos de clientes em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 podem ser

detalhados como segue (Montantes expressos em milhares de Euros):

2009 2008

Depósitos à ordem 44.016 45,2% 61.835 90,4%

Depósitos a prazo 53.425 54,8% 6.575 9,6%

--------- --------- --------- ----------

Total de depósitos 97.441 100,0% 68.410 100,0%

Cheques e ordens a pagar 16 16

Juros a pagar 165 64

--------- ----------

Total 97.622 68.490

--------- ----------

Por naturezas:

. Grandes empresas 36.339 37,3% 49.729 72,8%

. Pequenas e médias empresas 8.663 8,9% 4.058 5,9%

. Particulares e Private 51.227 52,6% 14.258 20,8%

. Outros 1.212 1,2% 365 0,5%

--------- --------- ---------- ----------

Depósitos 97.441 100,0% 68.410 100,0%

--------- --------- --------- ----------

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Capitais Próprios

Na sequencia da Assembleia Geral datada de 4 de Fevereiro de 2009, os accionista do Banco

deliberaram o aumento do capital em 7.500 milhares de Euros, o qual foi realizado em dinheiro no final

desse mês, por forma a dar cumprimento ao disposto no Artigo 96º, número 2, do Regime Geral das

Instituições de Crédito e Sociedades Financeira.

Consequentemente, a partir dessa data, o capital do Banco passou a estar representado por

25.000.000 de acções, com o valor nominal de um Euro cada, integralmente subscritas e realizadas.

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Estratégia Comercial

O ano de 2009 pautou-se por ser um ano difícil para a actividade bancária em geral. Dada a aposta do

Banco BIC Português no mercado empresarial, a selectividade na abordagem aos clientes e nas

operações de risco foi redobrada.

A missão e estratégia comercial do Banco foi conduzida para negócios com empresas,

designadamente as que se relacionam com o mercado angolano e/ou sejam já clientes do Banco BIC

(Angola). Este posicionamento determinou à estrutura comercial a linha de conduta a seguir no que

respeita aos produtos e serviços a oferecer, e contribuiu para o modelo da estrutura da rede comercial.

Desta forma, o modelo da estrutura comercial (segmentação) adoptado pelo Banco expressa-se da

seguinte forma: a Direcção de Banca de Empresas é responsável pela gestão de clientes empresas

cujo volume de negócios se situe acima de 1 milhão de euros, enquanto que a Direcção de Particulares

e Negócios é responsável pelos negócios com Particulares e PME's com valor inferior ou igual a 1

milhão de euros. Para clientes particulares considerados de segmento alto, a Direcção de Private

Banking é responsável pela gestão das respectivas contas.

Foi ainda definido, enquanto espaço físico, a adopção do modelo de Centros de Empresas (CE) criados

nas principais capitais de distrito em instalações comuns e partilhadas com os balcões das agências, o

que de ponto de vista logístico e organizativo se tem confirmado como uma mais-valia.

Ao longo de 2009, o Banco BIC Português evoluiu sustentadamente em termos de volume de

negócios. Em paralelo à evolução das variáveis mais tradicionais (crédito concedido e captação de

recursos de clientes), destaca-se também a comercialização de produtos de seguros em parceria com

uma companhia seguradora.

De salientar ainda que a 31 de Dezembro de 2009, a carteira de crédito líquida a clientes situou-se

nos 153 Milhões de Euros.

Para o Banco, a integração multicanal é essencial na orientação para o cliente porque contribui para a

melhoria da qualidade do serviço prestado, procurando assim corresponder às expectativas e

exigências dos clientes utilizadores dos diferentes canais disponíveis. Os canais electrónicos

assumem, assim, um papel vital na evolução natural da satisfação das exigências dos clientes,

possibilitando a evolução de uma 'banca transaccional' para uma “banca relacional”, centrada no

cliente, tendo como elemento base fundamental a criação de valor.

Na emissão de Cartões, o Banco BIC Português tem acompanhando o mercado com cartões Multibanco

(personalizados e não personalizados), BIC Visa Electron, cartões de crédito da rede Visa, Business

Gold (para Empresas) e Gold (para particulares). Estes cartões de crédito proporcionam aos seus

utilizadores variadas vantagens competitivas.

O Banco irá procurar estar mais perto dos seus clientes para lhes prestar um melhor serviço,

perseguindo o seu lema “Investimos Juntos, Crescemos Juntos”, sempre em sintonia com o panorama

económico nacional, contribuindo para o respectivo desenvolvimento económico.

O Banco procura uma evolução equilibrada entre rentabilidade das operações, crescimento do volume

de negócios e cumprimento dos objectivos comerciais traçados, sempre no quadro de uma gestão

prudente dos diferentes riscos que enfrenta (crédito, liquidez, mercado e operacional).

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Tendo em conta o posicionamento do Banco, a sua segmentação no mercado, e as alterações

esperadas a nível externo, nomeadamente em Angola, importante parceiro externo nas exportações

de Portugal, esta instituição financeira elegeu oito eixos estratégicos para o desenvolvimento da sua

actividade:

1. Sustentar o crescimento rentável do negócio, procurando sinergias com bancos angolanos e

com operadores financeiros portugueses;

2. Reforçar esforços de eficiência operativa e melhoria da qualidade de serviço, ambos factores

críticos de sucesso na actividade financeira actualmente;

3. Dinamização do produto Banco BIC Exportador como oferta agregada de produtos e serviços,

tendo como objectivo facilitar as transacções comerciais internacionais, fundamentalmente

entre Portugal e Angola;

4. Dinamização da actividade de “Private Banking” em articulação com a actividade do Núcleo de

Mercado de Capitais;

5. Gestão de linhas de crédito documentário, para apoio à exportação de bens e serviços, num

total de 120 milhões de Dólares dos Estados Unidos;

6. Reforçar as capacidades de gestão de risco e da adequação de fundos próprios, na sequencia

das orientações do Banco de Portugal.

7. Desenvolver uma política de Recursos Humanos, assente nos pilares dos Valores e Cultura da

Empresa, apostando na formação dos seus colaboradores e na realização de estágios e de

acções de liderança e motivação (a chamada Academia de Liderança BIC) para jovens

universitários angolanos a estudarem em Portugal;

8. Cumprir os objectivos traçados para o desenvolvimento do negócio bancário nas áreas

estratégicas identificadas.

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Princípios de Gestão e Balanço da Actividade em 2009

Actividade comercial e gestão dos riscos

No arranque da actividade em 2008, o esforço do Banco BIC Português foi direccionado no sentido de

criar as condições necessárias ao funcionamento da instituição, desiderato que alcançou escassos

quatro meses após a sua constituição. Assim, as principais áreas de investimento foram: comerciais

(criação do modelo comercial do Banco e respectivas acções de formação), operacional (estruturação

das áreas de suporte à actividade comercial), logística, recursos humanos, consultoria jurídica,

informática, entre outras. Em 2009 esse esforço estava consolidado, permitindo ao Banco o

desenvolvimento da sua actividade comercial.

O investimento do Banco nas áreas de auditoria e inspecção, bem como na área de gestão de riscos,

para além de obrigatório nos termos do normativo de supervisão em vigor, permite à gestão o

adequado controlo dos riscos inerentes à actividade bancária.

Recursos Humanos

O Núcleo de Relações Humanas (NRH) dispõe de uma estrutura de âmbito nacional assente num

modelo de organização flexível e de funcionalidade prática, que visa responder às solicitações e

necessidades concretas dos serviços e contribuir para a realização das missões do Banco.

QUADRO DE COLABORADORES

Em 31.12.2009, o Banco BIC tinha ao seu serviço um quadro de 55 colaboradores com contrato de

trabalho por tempo indeterminado, dispondo ainda de 5 colaboradores com contrato de trabalho a

termo certo, assim distribuídos, em síntese, por departamentos e categorias profissionais (não inclui 4

estagiários e 5 prestadores de serviços):

Direcções/Núcleos DBE DPN DPB DOE DOI DAR NMC SM CA

Categorias

Director 1 1

Sub-Director 1

Técnico 12 2 4 5 1 2

Outras Categorias de

Enquadramento 1 7 2

Administrativos 1 12 7 1

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O quadro seguinte ilustra ainda as variações do quadro de pessoal ocorridas em 2009:

Total em

31.12.2008

2009

Rescisões Admissões Total em

31.12.2009 Variação

Efectivos 37 -2 20 55 48,65%

Contratos a

Termo 1 -1 5 5 400,00%

Total 38 -3 25 60 57,89%

O aumento do quadro de pessoal em 2009 resultou, não só do crescimento do negócio do Banco, mas

também do alargamento da rede de Agências de duas para seis.

Os quadros seguintes evidenciam a distribuição dos colaboradores por género, nível de escolaridade e

grupos etários:

ESTÁGIOS

No sentido de o Banco reforçar a sua intervenção social foi patrocinado a realização de 5 estágios a

estudantes angolanos com vista à sua valorização curricular e pessoal, contribuindo-se, deste modo,

para a respectiva integração no mercado de trabalho angolano.

FORMAÇÃO

Realizaram-se, no âmbito da formação contínua, que incluiu também os trabalhadores contratados a

termo, 32 acções de formação, que totalizaram 473 horas com uma média de horas de formação por

colaborador de 8 horas.

Na formação referida no parágrafo anterior, está incluída a Formação em Segurança e Higiene no

Trabalho nos domínios da utilização de meios de combate a incêndios, noções básicas de segurança e

higiene, primeiros socorros e prevenção de riscos profissionais.

22-29 30-34 35-39 40-60

811

4 35

16

10

3

DISTRIBUIÇÃO POR IDADE E GÉNERO

Feminino Masculino

Formação Universitária

Outras

197

17 17

DISTRIBUIÇÃO POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE E

GÉNERO

Feminino Masculino

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BENEFÍCIOS SOCIAIS

No âmbito da sua política de valorização, motivação e empenhamento dos recursos humanos foi

aprovado, um Regulamento para a concessão de Crédito à Habitação própria permanente dos seus

colaboradores, em termos similares ao que se encontra anexo ao Contrato Colectivo de Trabalho para

o Sector Bancário, bem como um Normativo para a concessão de crédito para outros fins.

Auditoria Interna

A função de Auditoria Interna é assegurada pelo Núcleo de Auditoria e Inspecção, que efectua

auditorias aos Serviços Centrais, às Agências do Banco e aos Sistemas de Informação, podendo

recorrer a entidades credíveis externas se necessário.

Decorrente da sua actividade normal:

- Assegura a função de auditoria, com independência, a toda a estrutura orgânica do Banco;

- Define a periodicidade de auditoria de cada órgão, reduzindo-a sempre que as circunstâncias o

aconselharem;

- A par das auditorias, procede, quando necessário, a inspecções a órgãos ou a eventos que

sejam susceptíveis a irregularidades ou fraudes;

- Elabora relatórios das auditorias e inspecções, propondo neles a adopção de medidas

correctivas às situações encontradas que sejam menos regulares ou deficientes;

- Procede ao controlo da implementação das medidas que sejam aprovadas;

- Centraliza a recepção de reclamações de clientes, procedendo à sua análise e respectiva

resposta e, se for o caso, propõe alteração de procedimentos em vigor; e

- Colabora na elaboração do relatório anual sobre o sistema de controlo interno.

Em 2009, o Núcleo de Auditoria e Inspecção realizou sete auditorias. Na globalidade das 83

recomendações aprovadas verifica-se um equilíbrio entre o impacto a nível comercial (sugestões de

melhoria que visam ultrapassar situações de impacto negativo na imagem comercial do Banco) e o

impacto a nível administrativo (sugestões de melhoria que visam ultrapassar situações de impacto

negativo em termos operacionais).

Os trabalhos de auditoria incluem, também, a avaliação do desenho de processos e das fichas de riscos

e controlos de Risco Operacional inerente à actividade auditada, com o objectivo de recomendar

melhorias (actualização e fiabilidade) na informação residente no sistema de Risco Operacional.

Para além das auditorias realizadas, efectuou o acompanhamento da implementação das

recomendações formuladas, não só no âmbito dos Relatórios de Auditoria Interna, como, também, as

formuladas no âmbito do Aviso nº 5/2008 do BdP (Controlo Interno) pelo Conselho Fiscal e, ainda, o

acompanhamento das medidas planeadas pela Administração, de melhorias a efectuar no Sistema de

Controlo Interno do Banco. Este acompanhamento visa, sobretudo, manter actualizada informação

sobre o grau de cumprimento e a previsão dos prazos de implementação das recomendações.

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A Auditoria Interna, para além da realização e acompanhamento das auditorias correntes, emitiu

pareceres sobre normativo interno que foi sendo criado ou alterado ao longo de 2009 e esteve

envolvido no projecto, entretanto implementado, do Plano de Continuidade de Negócios.

Elaborou, em cumprimento do disposto no Aviso nº 5/2008 do BdP e no Código dos Valores

Mobiliários, o Plano de Auditoria Interna para o ano de 2010.

Ainda em cumprimento do disposto no Aviso nº 5/2008 do BdP, a Auditoria Interna elaborou o

Relatório com a síntese das principais deficiências detectadas nas intervenções efectuadas durante o

1º semestre.

Fazem, ainda, parte das funções atribuídas ao Núcleo de Auditoria e Inspecção, o tratamento de

reclamações e a condução de processos de averiguação/ inspecção de situações que possam indiciar

irregularidades ou fraudes não se tendo registado, durante o ano de 2009, quaisquer casos deste tipo

que requeressem análise do Núcleo.

Gestão de Riscos

O Banco pauta a sua actuação de acordo com as melhores práticas bancárias e com a legislação

aplicável, em especial os Decretos-Lei nºs 103/2007 e 104/2007 de 3 de Abril, bem como os Avisos

e Instruções do Banco de Portugal que os regulamentam. No exercício das suas funções, tem

particularmente em conta o disposto no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades

Financeiras [RGICSF].

A gestão do risco constitui, para o Banco BIC Português, S.A., uma actividade de elevada importância,

para a qual estão definidos princípios orientadores, uma estrutura organizativa e sistemas de

avaliação e monitorização do risco.

O perfil de risco do Banco BIC Português é prudente, quer pelas características do modelo de

governance da instituição, dimensão e antiguidade, quer pela própria exigência regulamentar do

supervisor.

1. Princípios da Gestão dos Riscos

A política de gestão de riscos do Banco procura manter uma adequada relação entre os capitais

próprios e a actividade desenvolvida. Neste âmbito, o acompanhamento e controlo dos riscos

que, pela natureza e complexidade da carteira, a Instituição se encontra exposta, assume

especial relevância. Para o perfil de risco do Banco, são considerados como estratégia e/ou

materialmente relevantes os que se definem seguidamente:

Risco de crédito:

(incluindo risco de

concentração)

Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados

ou no capital, devido à incapacidade de uma contraparte cumprir

os seus compromissos financeiros perante a instituição, incluindo

possíveis restrições à transferência de pagamentos do exterior.

Risco operacional:

(incluindo Risco de

compliance)

Risco associado a perdas que directa ou indirectamente resultam

da inadequação ou deficiência de processos internos, de pessoas,

de sistemas ou de eventos externos, incluindo riscos legais e

excluindo riscos estratégicos e de imagem. Reflecte as exigências

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prudenciais no âmbito de Pilar I, obrigatórias no desenvolvimento

de actividade bancária.

Risco de liquidez:

(incluindo a vertente de

Gestão de Activos e

Passivos, nomeadamente

em termos de mismatch de

taxas activas e passivas)

Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados

ou no capital, decorrentes da incapacidade da instituição dispor

de fundos líquidos para cumprir as suas obrigações financeiras, à

medida que as mesmas se vencem. Pela volatilidade associada ao

nível de exposição, o risco de liquidez é um risco de curto prazo

que deve ser alvo de acompanhamento e monitorização diária.

O risco de crédito é aquele que assume maior relevância, uma vez que os activos creditícios

representam uma parte significativa do activo da Instituição.

A exposição do Banco ao risco de mercado (probabilidade de ocorrência de impactos negativos

nos resultados ou no capital, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos

instrumentos da carteira de negociação) é praticamente nula, já que tem sido política da

instituição não deter carteira de negociação de títulos de capital.

O Banco segue uma política prudente de gestão de activos e passivos no que respeita a moeda

estrangeira que minimiza fortemente o risco cambial associado.

2. Estrutura Organizativa

A gestão e controlo dos riscos materialmente relevantes a que o Banco está exposto são

assegurados pelo Conselho de Administração, Comissão Executiva, Direcção Financeira e

Contabilidade, Núcleo de Gestão de Risco de Compliance e Núcleo de Gestão de Riscos.

Ao Núcleo de Gestão de Riscos compete a identificação, a avaliação, o acompanhamento, o

controlo e a gestão do Risco de Crédito, dos Riscos de Mercado e do Risco Operacional.

Adicionalmente, compete ainda a avaliação da adequação do capital interno (ICAAP), a realização

de testes de esforço (Stress Tests), a avaliação do sistema de controlo interno e a avaliação da

necessidade de constituir provisões para fazer face ao risco da carteira de crédito.

Foi elaborada ainda com envio ao Banco de Portugal, o Modelo de Avaliação de Riscos (MAR) do

Banco.

A gestão dos Riscos de Taxa de Juro, de Liquidez e Cambial é da competência da Direcção

Financeira e Contabilidade.

A gestão do Risco de Compliance e Reputacional é da competência do Núcleo de Risco de

Compliance [CPL].

3. Avaliação, Acompanhamento e Controlo dos Riscos

3.1. Risco de Crédito

No âmbito de Basileia II, o Banco adoptou o método padrão no que se refere ao cálculo dos

requisitos mínimos de fundos próprios afectos ao risco de crédito.

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O modelo de governance da gestão do risco de crédito no Banco BIC envolve o Conselho de

Crédito e o Núcleo de Gestão de Riscos. O Conselho de Crédito é constituído pelos membros

da Comissão Executiva, pelo Director da Direcção de Auditoria e Gestão de Riscos e pelos

Directores Comerciais dos segmentos de Empresas e de Particulares e Pequenos Negócios.

No que respeita ao Risco de Crédito as competências do Núcleo de Gestão de Riscos cobrem

as três fases do ciclo: Concessão, Acompanhamento e Recuperação.

Os princípios orientadores da concessão, acompanhamento e recuperação de crédito constam

de um Regulamento Geral de Crédito que abrange quer clientes particulares, quer clientes

empresas, com vista à agilização do processo de decisão reforçando simultaneamente o

controlo das operações de crédito quer na fase de Concessão quer na fase de

Acompanhamento e Recuperação.

A concessão de crédito fundamenta-se no recurso a metodologias quantitativas e a

metodologias qualitativas. O Banco utiliza a avaliação de crédito da COFACE como factor

adicional à análise efectuada pelo Núcleo de Gestão de Riscos, ancorada no conhecimento da

empresa e da respectiva gestão, da sua actividade e das demonstrações financeiras e

business plan que lhe são facultados. Refira-se que já no inicio de 2010 o Banco de Portugal

reconheceu a COFACE com “External Credit Assessment Institution” (ECAI), o que pode

proporcionar economias de capital regulamentar, ao abrigo do DL nº104/2007.

No processo de monitorização dos riscos o objectivo principal é a identificação antecipada de

questões susceptíveis de criar situações de incumprimento. No que respeita ao Crédito em

Situação Irregular está implementada uma rotina de acompanhamento diário e monitorização

da situação deste crédito. A actuação no que se refere ao crédito em pré-contencioso e em

contencioso concretiza-se através de uma colaboração regular com as Direcções Comerciais e

com o Núcleo de Contratação e Contencioso.

3.2. Risco Operacional

O modelo de governance da gestão do risco operacional no Banco envolve todas as

estruturas hierárquicas, funcionais e de negócio do Banco. A Comissão Executiva é o principal

sponsor da política de gestão do risco operacional adoptada pelo Banco.

No âmbito de Basileia II, o Banco adoptou a abordagem do indicador relevante relativamente

ao risco operacional.

A política de gestão de Risco Operacional assenta num Plano definido anualmente aprovado

pela Comissão Executiva cuja execução é acompanhada no Conselho de Risco Operacional.

No sentido de garantir uma gestão eficaz e prudente do risco operacional e o

desenvolvimento de sistemas de gestão de riscos e de controlo interno, a metodologia

seguida pelo Banco assenta em cinco pilares principais: i) Identificação dos Riscos; ii)

Avaliação dos Riscos; iii) Análise do Registo de Perdas; iv) Monitorização dos Riscos e v)

Controlo dos Riscos.

O Banco implementou a aplicação de recolha de eventos e respectivas perdas, assim como,

definiu a matriz de riscos e controlos, os intervalos de impactos e severidades estimadas para

cada evento de risco operacional tipificado.

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Esta informação permitiu que o Banco possua as matrizes de exposição ao risco operacional

de acordo com impactos esperados e níveis de controlo implementados e ainda foi a base

essencial para o desenvolvimento da metodologia de stress testing para risco operacional

actualmente em implementação.

3.3. Risco de Mercado

Em 14 de Outubro de 2009 o Conselho Directivo da Comissão do Mercado de Valores

Mobiliários [CMVM] deliberou registar o Banco BIC Português como intermediário financeiro.

A actividade de Negociação por Conta Própria é desenvolvida pelo Banco com o objectivo de

efectuar aplicações dos seus excedentes de recursos.

Compliance

Decorrente da sua actividade normal:

- Assegura a função de compliance, com independência, a toda a estrutura orgânica do Banco;

- Assegura que a actuação dos Órgãos Sociais, dos quadros superiores e dos restantes

Colaboradores está de acordo com as disposições legais, os estatutos e as regras, normas,

regulamentos, recomendações e orientações das entidades reguladoras e supervisoras,

aplicáveis;

- Garante que as políticas e procedimentos internos decorrentes da aplicabilidade de matérias

de Compliance estão a ser cumpridos;

- Garante a implementação e execução do plano estratégico de Prevenção e Combate ao

Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo; recorrendo para o efeito a uma

aplicação informática.

- Acompanha a publicação de nova legislação aplicável ao Banco BIC Português, analisa as

práticas internas nessas matérias e identifica os eventuais gaps para superar lacunas.

O Compliance Officer elaborou o Plano Anual de Auditorias de Compliance para o ano de 2009 que

reflecte as principais preocupações do Banco e que funcionou como um guideline para a sua actuação.

O Compliance Officer pauta a sua actuação de acordo com as melhores práticas bancárias e com a

legislação aplicável, em particular o Aviso n.º 5/2008 de 01 de Julho do Banco de Portugal e a Lei n.º

25/2008, de 05 de Junho no caso concreto do Branqueamento de Capitais e Financiamento de

Terrorismo.

Neste sentido, o Banco dispõe de um conjunto de normas e procedimentos internos que permitem: (i)

desenvolver a actividade bancária de acordo com rigorosas regras deontológicas e respeitando a

legislação em vigor; e (iI) garantir que todos os Colaboradores observam as políticas e procedimentos

instituídos. O ano de 2009 permitiu ao Compliance Officer aprofundar o conhecimento sobre os

Clientes do Banco BIC, analisando o seu comportamento e a informação vertida no KYC. Numa base

periódica e com base em ficheiros retirados do sistema informático do Banco, o Compliance Officer

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identifica os novos Clientes do Banco e questiona os seus gestores caso o Cliente ou o seu

comportamento lhe suscite dúvidas.

No ano de 2009, o Compliance Officer promoveu a realização de acções de formação à Área Comercial

com o principal objectivo de sensibilização para o cumprimento de todos os procedimentos definidos

em matéria de prevenção.

Operações e Estrangeiro

Atendendo à diversidade de interesses dos nossos clientes e dos parceiros internacionais, o

processamento atempado, cuidado e eficiente das operações é de grande relevância para o

posicionamento do Banco no mercado.

Com este objectivo, e seguindo a estratégia definida pelo Banco nesta área, foram preponderantes em

2009:

A continuação do desenvolvimento de novos produtos aplicacionais

A nossa entrada no sistema de pagamentos em tempo real - Target2, como participante

directo

A abertura de novas contas de correspondente que vieram agilizar os pagamentos de/para o

estrangeiro

O incremento do negócio bilateral com os parceiros internacionais

A aquisição de um aplicativo para o mercado de capitais

Núcleo de Sistemas de Informação

De acordo com a sua missão, este Núcleo exerceu em 2010 as seguintes tarefas genéricas:

Continuo suporte e apoio aos utilizadores nos vários ambientes quer de Sistemas Distribuídos

quer de Sistema Central;

Apoio permanente ao negócio das Agências /Centros de Empresas e Serviços Centrais para

resposta imediata das várias solicitações dos ditos durante o dia de negócio, tal como

esclarecimento de dúvidas, correcção de operações, aplicação de ficheiros de interface á Banka

(salários, contabilidade), criação de novos produtos e serviços bancários, administração de

códigos de contacto com a Promosoft face a situações anómalas e urgentes.

Apoio contínuo em horário nocturno aos erros de fecho aplicacional.

Apoio à negociação com a PT

OME – Núcleo de Organização e Métodos

O ano de 2009 ainda foi caracterizado pela crise do Sistema Financeiro, tanto no plano Internacional

como no Nacional.

Este facto contribuiu para uma excepcional produção de regulamentação por parte das autoridades de

supervisão, a que a OME, em conjunto com as demais Direcções do Banco, deu o correspondente

seguimento, adaptando, actualizando e, nalguns casos, criando novos normativos internos.

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No mesmo sentido, se procedeu à incorporação de melhorias nos Procedimentos já existentes,

conforme sugestões de melhoria decorrentes das acções de Auditoria Externa e Interna, com vista à

adopção, em todas as vertentes da actividade, das melhores práticas do Sector.

ADA – Núcleo Administrativo e de Aprovisionamento

Foram tês os principais objectivos definidos para 2009:

Assegurar de forma contínua todo o suporte logístico decorrente do crescimento da Rede

Comercial (Economato, Património, Segurança Física, etc.);

Manter permanente atenção na contenção dos custos administrativos, em particular nos

fornecimentos e serviços de terceiros (FST’s);

Lançar as bases para a externalização de funções que não constituem o “core business” do

banco;

Foi possível, sem incremento de recursos, humanos ou outros, cumprir com o apoio logístico a toda a

estrutura do banco, mesmo num quadro em que o número de Agências aumentou de 2 para 6.

É ainda relevante referir, que esta gestão não teve qualquer suporte técnico, de natureza informática

ou outra.

Atento o futuro, e considerando a actual dimensão do banco e a sua dispersão geográfica, foi

adquirido um “software” – o “PHC Advanced”, tendo o mesmo sido customizado e instalado já no final

do ano, de modo a ser plenamente implementado no princípio de 2010, permitindo um maior controlo

e eficácia no âmbito da gestão das Compras, Contratos de Serviços, Economato, Pagamentos a

Fornecedores, Registo de Fornecedores, etc.

As aquisições realizadas assentaram em estimativas de consumo anual, com entregas e

correspondentes pagamentos diferidos, visando-se, por via da quantidade e da concorrência entre

fornecedores a obtenção das melhores condições económicas, preservando a qualidade dos bens e

serviços adquiridos.

No âmbito da externalização de actividades, procuraram-se parcerias confiáveis que permitissem

assegurar a gestão e custódia do arquivo, processo actualmente em vias de contratualização.

Igualmente assegurou-se a normalização e uniformização dos sistemas de segurança e vigilância da

Sede e das Agências do Banco.

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Núcleo Mercado de Capitais

O ano de 2009 ficou marcado pelo processo de registo do Banco BIC Português, SA, terminado com

sucesso, no dia 14 de Outubro de 2009, quando o Conselho Directivo da Comissão de Mercados e

Valores Mobiliários – CMVM - autorizou o registo como Intermediário Financeiro com o número 332,

para o exercício das seguintes actividades de Intermediação Financeira:

Serviços e actividades de investimento em instrumentos financeiros

a) Recepção e transmissão de ordens por conta de outrem.

b) Execução de ordens por conta de outrem.

c) Gestão de carteiras por conta de outrem.

d) Negociação por conta própria.

e) Consultoria para investimento.

Serviços auxiliares dos serviços e actividades de investimento

f) Registo e depósito de instrumentos financeiros, bem como os serviços relacionados

com a sua guarda, como a gestão de tesouraria ou de garantias.

g) Elaboração de estudos de investimentos, análise financeira ou outras recomendações

genéricas relacionadas com operações em instrumentos financeiros.

h) Consultoria sobre estrutura de capital, estratégia industrial e questões conexas, bem

como sobre a fusão e aquisição de empresas.

i) Assistência em oferta pública relativa a valores mobiliários.

O Banco aderiu em 2009 ao Sistema de Indemnização aos Investidores – SII – com o número 133. O SII

é uma pessoa colectiva de direito público, criada pelo Decreto-lei nº222/99 de 22 de Junho, com o

objectivo de proteger os pequenos investidores e funciona junto do regulador CMVM.

O Núcleo de Mercado de Capitais proporciona aos Clientes do Banco BIC Português, SA uma selecção

de soluções de investimento que permitam a obtenção de retornos consistentes no médio prazo,

tendo sempre em conta a optimização do binómio Risco / Retorno e o perfil do Cliente, e dando a todo

o momento especial enfoque a preservação de capital.

Tendo concluído o ano de arranque, registo, estabelecimento de parcerias e preparação da infra-

estrutura do Núcleo de Mercado de Capitais, 2010 vai ser o ano em que, à medida das necessidades, o

NMC, irá começar a fornecer a toda a área comercial designadamente ao “Privat Banking” novas

soluções de investimento, bem como todos os serviços de investimento para que está autorizado.

A estratégia do Banco não passa pelo desenvolvimento a nível interno de todos os segmentos da

cadeia de valor do negócio na área de mercado de capitais, mas sim pelo estabelecimento de parcerias

com os operadores mais adequados em cada um dos segmentos dessa cadeia de valor.

Formação em Mercado de Capitais

Na área da formação, houve um especial enfoque em Angola onde houve varias sessões de formação

básica sobre o mercado de capitais, com o intuito de ir integrando os Colegas do Banco BIC, SA neste

tema.

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Foram elaboradas várias apresentações/manuais com o intuito de serem consultadas posteriormente

por todos os formandos. Em Portugal, focou-se esta formação, nos membros da DPB.

Na formação sobre Mercado de Capitais, deu-se enfoque aos seguintes temas: - Valores Mobiliários -

Construção de Portfolio - Risco vs Retorno - História do Mercado Accionista – CMVM - Bolsa de derivados de Angola - Impacto

da crise.

No final do ano de 2009, houve a necessidade de realizar reuniões de esclarecimento com os

membros da DBE e da DPN, sobre o funcionamento do NMC, bem como a apresentação dos produtos já

existentes, nomeadamente o NevaFunds Global Fixed Income.

Perspectivas para 2010

Neste momento, estando o Banco BIC Português S.A. devidamente autorizado pelo regulador e

preparado em termos de infra-estruturas para poder actuar na área de mercado de capitais, encontra-

se apto para desenvolver soluções e serviços de investimento, que permitam à área comercial

apresentar uma Proposta de Valor mais completa e enfocada nos segmentos definidos como

prioritários.

Todos estes processos, finalizados durante o ano de 2009 e no princípio de 2010 poderão ser

transpostos para o nosso irmão gémeo Banco BIC, SA tendo sido esse, um dos critérios para a escolha

dos nossos parceiros.

O ano 2010 constituirá um desafio que se pretende ganhar à custa da aposta na qualidade dos

serviços prestados. Tudo isto a par do lançamento de novos produtos, que terão sempre em conta o

perfil conservador dos nossos Clientes e que ajudarão também a afirmar a nossa proposta de

abordagem e de presença no mercado nacional.

Direcção de “Private Banking”

A actividade da Direcção de Private Banking (DPB) desenvolveu-se em linha com a estratégia definida

para este segmento de Clientes e contou com várias realizações em 2009: incremento significativo

dos activos sobre gestão, com particular enfoque na angariação recursos, captação de novos clientes

HNWI’s (High Net Worth Individuals) e no último trimestre, após a obtenção das autorizações da CMVM

para actuar como Intermediário Financeiro, na oferta das primeiras soluções de investimento no

âmbito do mercado de capitais.

Continuou a privilegiar-se o enfoque especial na atenção que é devida ao Cliente, designadamente no

seu perfil, nas suas necessidades e na sua especificidade, dando especial importância à oferta de

serviços de elevada qualidade, primando pela excelência e pela discrição.

Com o evoluir dos serviços e soluções de investimento criadas, no âmbito do Núcleo Mercado de

Capitais, o Private Banking poderá actuar de igual para igual com a nossa concorrência, sempre tendo

em conta o perfil de risco do nosso Cliente.

A componente de crédito registou uma importância reduzida, pese embora se tenham realizado

algumas operações de montantes elevados, operações que se traduziram numa reduzida exposição ao

risco.

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Apostamos em 2010, nesta área, fruto da ambição que nos anima e do evoluir do Núcleo de Mercado

de Capitais.

Dep.Ordem

Soluções de

Investimento a prazo Totais

∑ Saldos ∑ Saldos Contas

∆ face a 2008 ∑ Saldos

Private Banking 8639 17429 106% 26068

saldos 10³€

Direcção de Banca de Empresas

Breve enquadramento

Os dados disponíveis, referentes à economia portuguesa, permitem confirmar que as necessidades de

financiamento das empresas aumentaram em 2009. Este acréscimo deveu-se a uma redução da

poupança corrente das empresas, motivada pela redução dos resultados correntes e pelo montante

elevado de rendimentos pagos como remuneração do capital investido (juros e dividendos).

A redução dos resultados das empresas resulta essencialmente da desaceleração da procura interna e

externa e da conjugação da subida de spreads de crédito, com o aumento do endividamento verificado

nos últimos anos.

Em 2009 as dificuldades sentidas no mercado do crédito propagaram-se à economia em geral, tendo o

rácio de crédito de cobrança duvidosa nas empresas atingido em Setembro os 4,4% (face a 2,3% em

Dezembro de 2008 e a 1,5% em Dezembro 2007)2.

A consequente retracção dos mercados, nomeadamente o externo, penalizou fortemente as empresas

portuguesas em geral e em especial as exportadoras, com quebras assinaláveis nos volumes de

facturação e sem capacidade para reagirem reduzindo proporcionalmente os seus custos.

É neste quadro conjuntural adverso que a Direcção de Banca de Empresas (DBE) seguidamente

apresenta os resultados da sua actividade.

Actividade da Direcção de Banca de Empresas

A DBE engloba a actividade com grandes empresas e pequenas e médias empresas (PME) que

evidenciem uma facturação anual superior a 1,5 milhões de euros, contando com uma estrutura

comercial dedicada a este segmento: 6 Centros de Empresas, localizados em Braga, Porto, Viseu, Aveiro,

Leiria e Lisboa.

O Marketing Operacional (MKO) exerce a sua actividade na dependência orgânica da DBE, mantendo

uma relação funcional com a Banca de Particulares e Negócios (DPN) dada a sua responsabilidade em

apoiar as redes comerciais de ambos os segmentos, centrando a sua acção em múltiplas actividades

inter-relacionadas, com o objectivo de planificar, promover e distribuir produtos e serviços que

satisfaçam as necessidades dos clientes actuais e potenciais.

2 Dados retirados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal referente a Janeiro de 2010.

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I. Actividade dos Centros de Empresas

1. Abertura de Novas Contas DO

No decorrer do ano de 2009 a DBE procedeu à abertura de 427 novas contas DO, das quais 356

denominadas em Euros e 71 em dólares.

Gráfico 1 – Repartição das Aberturas de Contas DO pelos Centros de Empresas

O Gráfico apresenta a desagregação do número de aberturas de contas DO, por moeda (euros e

dólares) e centro de empresas. Refira-se que os centros de empresas de Viseu e Aveiro foram

inaugurados no mês de Maio e os balcões de Braga e Leiria no mês de Junho, pelo que os dados

acumulados não são directamente comparáveis. Até ao mês da respectiva inauguração os Centros de

Braga e Aveiro exerceram funções a partir do Centro do Porto.

No que diz respeito à internacionalização do tecido empresarial nacional, a articulação entre a rede

comercial do Banco BIC Português e a rede comercial do Banco BIC Angola permitiu assegurar uma

acção comercial de captação e desenvolvimento de negócio com clientes de bom risco e presença nos

dois países.

2. Evolução da Carteira de Crédito e Recursos

2.1. Crédito a Clientes

A Direcção registou um acentuado crescimento da sua actividade, tendo alcançado em Dezembro de

2009 uma carteira sob gestão de cerca de 99,4 milhões de euros (94,1 milhões de euros de crédito e

5,3 milhões de euros de garantias bancárias), que compara com 16,6 milhões de euros (15,8 milhões de

euros de crédito e 818 mil euros de garantias bancárias) em Dezembro de 2008.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

CE Aveiro CE Braga CE Leiria CE Lisboa CE Porto CE Viseu

43 4523

139

6442

214

41

12

2

Dólares

Euros

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No Gráfico seguinte ilustra-se a evolução do crédito da Direcção de Banca de Empresas por tipologia de

produto:

Gráfico 2 – Evolução do Crédito por tipologia de Produto

O Gráfico apresenta a evolução do crédito por tipologia de produto de Dezembro de 2008 até

Dezembro de 2009. A rubrica de leasing inclui operações de leasing imobiliário e mobiliário. Na rubrica

de “Outros Financiamentos” encontram-se incluídos os financiamentos à importação, letras, livranças e

descontos de remessas.

As facilidades de crédito em conta corrente representavam 59,2% da carteira de crédito da Direcção de

Banca de Empresas em Dezembro de 2009, seguidas dos empréstimos MLP com 24,3% e das

modalidades de Leasing e Factoring com 13,8%.

No decorrer do ano de 2009 procurou-se diversificar a oferta de produtos disponibilizados pelo Banco

BIC Português aos seus clientes, tendo sido possível o lançamento de operações na modalidade de

factoring e leasing.

A conjuntura menos positiva da economia angolana em 2009 associada à desaceleração das

exportações num contexto de abrandamento do preço do petróleo no mercado internacional, penalizou

o equilíbrio das contas externas angolanas. A procura por dólares em Angola intensificou-se face à

oferta, tendo os Bancos passado a depender da disponibilidade de moeda estrangeira proporcionada

pelas autoridades monetárias angolanas, quase sempre insuficiente para fazer face às necessidades de

transferências solicitadas pelos clientes. Este enquadramento foi propício ao desenvolvimento de

operações de factoring internacional, permitindo a antecipação de receitas às Empresas.

Pese embora a grande maioria das operações de financiamento tenham sido concedidas em Euros, por

motivo de maior conveniência e solicitação dos clientes, que tendo a sua actividade principal na Zona

Euro não pretendem ficar expostos ao risco cambial, sempre que possível optou-se pela concessão de

financiamentos em dólares. A contratação destas operações ocorreu sempre que na actividade das

empresas se identificaram recebimentos de fundos em dólares, os quais serviram para fazer face ao

serviço da dívida contratada com o Banco nessa divisa.

15,8

59,7

99,4101,0

0

20

40

60

80

100

120

Dez/08 Jan/09 Fev/09 Mar/09 Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ago/09 Set/09 Out/09 Nov/09 Dez/09

Mil

ha

res d

e E

uro

s

Contas Correntes Empréstimos MLP Factoring + Leasing Outros Financiamentos Garantias bancárias

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Gráfico 3 – Evolução do Crédito por moeda

O Gráfico apresenta a evolução do crédito por moeda: euros e dólares. Os valores dos créditos em USD

foram convertidos em Euros, tendo-se para esse efeito utilizado a taxa de câmbio em vigor no fecho

do respectivo mês a que a responsabilidade respeita.

Aos valores da carteira de crédito acima mencionados acrescem outras responsabilidades

extrapartimoniais referentes à abertura de Créditos Documentários de Importação, que em Dezembro

de 2009 ascendiam a 3,2 milhões de euros (face a 7,8 milhares de euros em Dezembro de 2008).

Relativamente à composição do crédito por sector de actividade, verifica-se que cerca de 26% do

volume de crédito concedido encontra-se afecto ao sector do comércio e retalho, seguido de 20% do

crédito afecto aos sectores de construção e imobiliário. Esta composição não é alheia ao facto das

empresas alimentares e construtoras serem as que

15,8 48,3

80,1

59,7

99,4

0

20

40

60

80

100

120

Dez/08 Jan/09 Fev/09 Mar/09 Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ago/09 Set/09 Out/09 Nov/09 Dez/09

Mil

ha

res d

e E

uro

s

Crédito EUR Crédito USD

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Gráfico 4 – Detalhe do Crédito por sector de actividade

O Gráfico apresenta o volume de crédito contratado em 2009 por sector de actividade. As actividades

financeiras e de seguros incluem o crédito concedido às sociedades gestoras de participações sociais.

2.2. Recursos de clientes

Relativamente aos recursos de clientes, registou-se uma redução do volume de depósitos de clientes

tendo em conta a ausência de liquidez que as empresas portuguesas atravessam. Assim sendo, não foi

possível obter-se uma reciprocidade entre a concessão de crédito e a captação de recursos.

Gráfico 5 – Evolução dos Recursos por moeda

O Gráfico apresenta a evolução dos recursos de clientes do segmento empresa desagregados por

moeda (euros e dólares). Os valores dos recursos em USD foram convertidos em Euros, tendo-se para

esse efeito utilizado a taxa de câmbio em vigor no fecho do respectivo mês a que os recursos

respeitam.

0

10

20

30

40

50

60

3,4

14,3 17,0

53,8

45,840,1

Mil

ha

res d

e E

uro

s

Recursos EUR Recursos USD

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Gráfico 6 – Evolução dos Recursos por tipologia de produto

O Gráfico apresenta a evolução dos recursos de clientes do segmento empresa desagregados por

tipologia de produto: Depósitos à Ordem e Depósitos a Prazo.

Em Dezembro de 2009 a carteira de recursos da Direcção de Banca de Empresas ascendia a 40,1

milhões de euros (20,3 milhões de euros em Depósitos à Ordem e 19,8 milhões de euros em Depósitos

a Prazo), representando 42,5% do crédito concedido a Empresas.

2.3. Evolução do Crédito Vencido

Apesar de ter mantido uma política selectiva e rigorosa de concessão de crédito, com enfoque

prioritário nas empresas de bom risco e no apoio à internacionalização do tecido empresarial português

para Angola, a Direcção de Banca de Empresas não foi alheia às dificuldades sentidas pelas empresas

no exercício de 2009, registando dois casos de crédito vencido, no valor global de 124.700,23 euros.

3. Novos serviços e funcionalidades

Durante o ano de 2009 foram introduzidos novos serviços e funcionalidades, nomeadamente: internet

banking (BICNET) e o acesso directo de clientes do segmento empresa à Sala de Mercados.

O canal internet para empresas – BIC Net Empresas – registou o seu lançamento em 21 de Outubro de

2009, tendo alcançado as 118 adesões no final do ano (17% com perfil de consulta e 83% com perfil de

transacções). Este serviço passou a permitir a realização de um conjunto alargado de movimentos e a

consulta de informação pela Empresa à distância.

No decorrer de 2009 foi ainda iniciada uma experiência piloto de acesso directo de clientes à Sala de

Mercados do Banco para negociação de operações cambiais à vista. A experiência foi bem sucedida e a

fase de testes foi concluída, pelo que a Direcção está a alargar este acesso directo a outros clientes.

4. Actividade do Marketing Operacional

No âmbito actividade de Marketing no decurso de 2009, destaca-se a representação em certames de

grande projecção como a Feira Internacional de Luanda (FILDA) e o V Encontro Empresarial de Negócios

na Língua Portuguesa realizado em Fortaleza (Brasil). A associação a estas iniciativas permitiram o

estreitar de relações entre o tecido empresarial português e o angolano/brasileiro, tendo o Banco BIC

0

10

20

30

40

50

60

28,419,8

53,8

45,8

40,1

Mil

ha

res d

e E

uro

s

Depósitos a Prazo Depósitos à Ordem

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Português assumido o papel de plataforma de apoio às exportações de bens e serviços entre estas

comunidades.

De igual forma, será de salientar a aposta na exposição/comunicação da marca em eventos desportivos

de grande mediatismo, ilustrada pela posição adquirida como Banco patrocinador oficial da Taça da Liga

de Futebol Profissional.

Merece ainda nota de destaque o alargamento da oferta de produtos e serviços do Banco.

5. Perspectivas para 2010

Procurar-se-á dar continuidade ao trabalho desenvolvido em 2009, captando novos clientes do

segmento empresa.

Defende-se um modelo orientado para o cliente, pois considera-se que a sua fidelização e a eficácia da

abordagem comercial conduzirão ao aumento do seu share of wallet, permitindo maximizar o potencial

de receitas provenientes de comissões, rentabilizando assim os investimentos de expansão da rede e a

captação de clientes levada a cabo neste último ano.

As fracas perspectivas económicas e o excessivo endividamento das empresas portuguesas

aconselham uma ainda maior selecção dos clientes, dando enfoque às empresas de bom risco.

Direcção de Particulares e Pequenos Negócios

Actividade Comercial

A Actividade Comercial da DPN em 2009 pautou-se pela aproximação ao mercado em cada uma das

Praças onde está “presente” (Lisboa, Porto, Viseu, Aveiro, Leiria e Braga), e também na diversificação

de oferta de produtos nomeadamente pela vertente “Mercado de Capitais” tendo já encetado

contactos com potenciais Clientes para “Aplicações Financeiras” fora de balanço.

Abaixo apresentamos Resumo Actividade Comercial apenas com segmentos de

Particulares/PME/Empresarios em nome Individual (ENI) .

Recursos em 31Dez2009 Segmentos da DPN Saldos 103 €

Recursos

Dep. Ordem Dep. Prazo Totais

∑ Contas ∑ Saldos ∑ Contas ∑ Saldos ∑ Contas ∑ Saldos

2016 14610 74 11102 2090 25712

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Crédito em 31Dez2009 Segmentos da DPN Saldos 103 €

Saldos das Operações Contratadas de Crédito

C/C/C Financiamentos Totais

∑ Saldos ∑ Saldos ∑ Saldos

1164.1 6230.0 7394.1

Canais Remotos em 31Dez2009 Segmentos da DPN

Cartões de Débito Acessos

BICNet Atribuídos

1097 565

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Proposta de Aplicação de Resultados

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, o Banco BIC Português S.A. obteve um resultado

líquido positivo de 203.669,04 Euros.

Assim, o Conselho de Administração propõe que a aplicação deste resultado seja efectuada da

seguinte forma:

5% para a rubrica de reservas legais no montante de 10.183,45 Euros;

O restante montante de 193.485,59 Euros, seja transferido para a rubrica de Resultados

Transitados.

Lisboa, 12 de Março de 2010

O Conselho de Administração

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Demonstrações Financeiras e Notas

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2008

Valor antes de

provisões e Amortizações Valor Valor

ACTIVO Notas amortizações e provisões líquido líquido Notas 2009 2008

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 5 10.072 - 10.072 2.204 Passivo

Disponibilidades em outras instituições de crédito 6 99.830 - 99.830 56.465 Recursos de bancos centrais 15 135.586 -

Activos financeiros detidos para negociação - - - - Passivos financeiros detidos para negociação - -

Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 7 1.789 - 1.789 - Recursos de outras instituições de crédito 16 155.963 126.562

Activos financeiros disponíveis para venda 8 4.080 - 4.080 - Recursos de clientes e outros empréstimos 17 97.622 68.490

Aplicações em instituições de crédito 9 142.248 - 142.248 121.651 Responsabilidades representadas por títulos - -

Crédito a clientes 10 153.314 124 153.190 31.598 Passivos financeiros associados a activos transferidos - -

Derivados de cobertura - - - - Derivados de cobertura - -

Outros activos tangíveis 11 4.366 692 3.674 2.786 Provisões 18 1.562 313

Activos intangíveis 12 1.643 569 1.074 924 Passivos por impostos correntes 13 254 8

Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos - - - - Passivos por impostos diferidos 13 31 -

Activos por impostos correntes - - - - Outros passivos subordinados - -

Activos por impostos diferidos 13 412 - 412 - Outros passivos 19 3.573 3.611

Outros activos 14 2.735 - 2.735 80 Total do Passivo 394.591 198.984

Capital Próprio

Capital 21 25.000 17.500

Prémios de emissão - -

Outros instrumentos de capital - -

Reservas de reavaliação 21 85 -

Outras reservas e resultados transitados 21 (776) -

(Acções próprias) - -

Resultado líquido do exercício 204 (776)

Total do Capital Próprio 24.513 16.724

Total do Activo 420.489 1.385 419.104 215.708 Total do Passivo e do Capital Próprio 419.104 215.708

PASSIVO E CAPITAL PRÓPRIO

O Anexo faz parte integrante destes balanços.

2009

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BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes expressos em milhares de Euros)

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DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS POR NATUREZAS

PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E PARA O PERÍODO COMPREENDIDO

ENTRE 26 DE MAIO DE 2008 (DATA DE INÍCIO DE ACTIVIDADE) E 31 DE DEZEMBRO DE 2008

(Montantes expressos em milhares de Euros)

Notas 2009 2008

Juros e rendimentos similares 22 8.364 3.117

Juros e encargos similares 23 (3.890) (1.554)

Margem financeira 4.474 1.563

Rendimentos de instrumentos de capital - -

Rendimentos de serviços e comissões 24 1.578 559

Encargos com serviços e comissões 24 (49) (7)

Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 25 46 -

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda - -

Resultados de reavaliação cambial 26 1.540 510

Resultados de alienação de outros activos - -

Outros resultados de exploração 27 2.595 1.903

Produto bancário 10.184 4.528

Custos com o pessoal 28 (3.579) (2.058)

Gastos gerais administrativos 29 (4.316) (2.533)

Amortizações do exercício 11 e 12 (871) (390)

Provisões líquidas de reposições e anulações 18 (1.249) (313)

Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber

de outros devedores (líquidas de reposições e anulações) 18 (123) (2)

Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações - -

Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações - -

Resultado antes de impostos 46 (768)

Impostos

Correntes 13 (254) (8)

Diferidos 13 412 -

Resultado líquido do exercício 204 (776)

Acções em circulação 25.000.000 17.500.000

Resultado por acção (em Euros) 0,01 (0,04)

O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.

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DEMONSTRAÇÕES DO RENDIMENTO INTEGRAL

PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E PARA O PERÍODO COMPREENDIDO

ENTRE 26 DE MAIO DE 2008 (DATA DE INÍCIO DE ACTIVIDADE) E 31 DE DEZEMBRO DE 2008

(Montantes expressos em milhares de Euros)

2009 2008

Resultado individual 204 (776)

Activos financeiros disponíveis para venda

. Reserva de justo valor de disponíveis para venda 116 -

. Impacto fiscal (31) -

Resultado não reconhecido na demonstração dos resultados 85 -

Resultado integral individual 289 (776)

O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.

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Reservas de Resultados Resultado Capital

Capital reavaliação transitados do exercício próprio

Saldo inicial - - - - -

. Constituição 17.500 - - - 17.500

. Resultado líquido do período - - - (776) (776)

Saldos em 31 de Dezembro de 2008 17.500 - - (776) 16.724

. Aumento de capital 7.500 - - - 7.500

. Aplicação do resultado líquido de 2008 - - (776) 776 -

. Rendimento integral no exercício de 2009 - 85 - - 85

. Resultado líquido do exercício - - - 204 204

Saldos em 31 de Dezembro de 2009 25.000 85 (776) 204 24.513

BANCO BIC PORTUGUÊS, S.A.

DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO PARA O EXERCÍCIO FINDO EM

31 DE DEZEMBRO DE 2009 E PARA O PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 26 DE MAIO DE 2008

(DATA DE INÍCIO DE ACTIVIDADE) E 31 DE DEZEMBRO DE 2008

(Montantes expressos em milhares de Euros)

O Anexo faz parte integrante desta demonstração.

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DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA

PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E PARA O PERÍODO COMPREENDIDO

ENTRE 26 DE MAIO DE 2008 (DATA DE INÍCIO DE ACTIVIDADE) E 31 DE DEZEMBRO DE 2008

(Montantes expressos em milhares de Euros)

2009 2008

FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS

Juros e comissões recebidas 9.544 3.061

Pagamento de juros e comissões (3.641) (1.263)

Pagamentos ao pessoal e a fornecedores (9.057) (3.669)

Resultados cambiais 1.540 510

Outros recebimentos/pagamentos relativos à actividade operacional 46 1.903

Resultados operacionais antes das alterações nos activos e passivos operacionais (1.568) 542

(Aumentos)/Diminuições de activos operacionais

. Activos financeiros ao justo valor através de resultados (1.743) -

. Activos financeiros disponíveis para venda (3.929) -

. Aplicações em instituições de crédito (20.127) (121.364)

. Crédito a clientes (121.703) (31.408)

. Outros activos - (80)

(147.502) (152.852)

Aumentos/(Diminuições) de passivos operacionais

. Recursos de bancos centrais 135.360 -

. Recursos de outras instituições de crédito 29.429 126.328

. Recursos de clientes e outros empréstimos 30.431 68.426

. Outros passivos - 1.413

195.220 196.167

Caixa líquida das actividades operacionais antes dos impostos sobre o rendimento 46.150 43.857

Pagamento de imposto sobre o rendimento (8) -

Caixa líquida das actividades operacionais 46.142 43.857

FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO

Aquisição de activos tangíveis e intangíveis (2.305) (2.824)

Caixa líquida das actividades de investimento (2.305) (2.824)

FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO

Subscrição de capital 7.500 17.500

Caixa líquida das actividades de financiamento 7.500 17.500

Aumento líquido de caixa e seus equivalentes 51.337 58.533

Caixa e seus equivalentes no início do período 58.533 -

Caixa e seus equivalentes no fim do período 109.870 58.533

O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

1

1. NOTA INTRODUTÓRIA

O Banco BIC Português, S.A. (adiante igualmente designado por “Banco” ou “Banco BIC”)

foi constituído por Escritura de 11 de Janeiro de 2008, iniciou a sua actividade bancária

em 26 de Maio de 2008 e encontra-se sedeado na Rua Mouzinho da Silveira, nos 11 a 19

em Lisboa.

O Banco BIC dedica-se à obtenção de recursos de terceiros, sob a forma de depósitos ou

outros, os quais aplica, juntamente com os seus recursos próprios, em todos os sectores

da economia, na sua maior parte sob a forma de aplicações em instituições de crédito no

País e no estrangeiro, bem como na concessão de empréstimos a clientes empresas e

particulares, prestando ainda outros serviços bancários, designadamente enquanto

banco correspondente de bancos angolanos para a Zona Euro.

Para a realização das suas operações o Banco dispõe actualmente em Portugal de seis

balcões, localizados respectivamente em Lisboa, Porto, Viseu, Aveiro, Leiria e Braga.

As demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2009 anexas encontram-se

pendentes de aprovação pela Assembleia Geral de Accionistas. No entanto, o Conselho

de Administração do Banco BIC admite que as mesmas venham a ser aprovadas sem

alterações significativas.

2. BASES DE APRESENTAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1. Bases de apresentação

As demonstrações financeiras do Banco foram preparadas no pressuposto da

continuidade das operações, com base nos livros e registos contabilísticos

mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade

Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro e das

Instruções nº 23/2004 e nº 9/2005, emitidas pelo Banco de Portugal, na sequência

da competência que lhe é conferida pelo número 3 do Artigo 115º do Regime Geral

das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei

nº 298/92, de 31 de Dezembro.

As NCA correspondem em geral às Normas Internacionais de Relato Financeiro

(IFRS), conforme adoptadas pela União Europeia, de acordo com o Regulamento

(CE) nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho,

transposto para o ordenamento nacional pelo Decreto-Lei nº 35/2005, de 17 de

Fevereiro e pelo Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro, do Banco de Portugal. No

entanto, nos termos do Aviso nº 1/2005, existem as seguintes excepções com

impacto nas demonstrações financeiras do Banco:

i) Valorimetria do crédito a clientes e valores a receber de outros devedores

(Crédito e contas a receber) – os créditos concedidos são registados pelo valor

nominal, não podendo ser reclassificados para outras categorias de

instrumentos financeiros e, como tal, registados pelo justo valor;

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

2

ii) Provisionamento do crédito e contas a receber - são definidos níveis mínimos

de provisionamento de acordo com o disposto no Aviso nº 3/95, com as

alterações introduzidas pelo Aviso nº 8/03, de 30 de Junho e pelo Aviso

nº 3/05, de 21 de Fevereiro, emitidos pelo Banco de Portugal (Nota 2.2. c)).

Este regime abrange ainda as responsabilidades representadas por aceites,

garantias e outros instrumentos de natureza análoga; e

iii) Os activos tangíveis são obrigatoriamente mantidos ao custo de aquisição, não

sendo deste modo possível o seu registo pelo justo valor, conforme permitido

pela Norma IAS I6 – Activos fixos tangíveis. Como excepção, é permitido o

registo de reavaliações legalmente autorizadas, caso em que as mais - valias

resultantes são registadas na rubrica de “Reservas de reavaliação”, do capital

próprio.

Adopção de novas Normas (IAS/IFRS) ou revisão de Normas já emitidas

Excepto no que diz respeito a matérias reguladas pelo Banco de Portugal, tal como

referido anteriormente, o Banco utilizou as Normas e Interpretações emitidas pelo

International Accounting Standards Board (IASB) e pelo International Financial

Reporting Interpretations Committee (IFRIC) que são relevantes para as suas

operações e efectivas para os períodos iniciados a partir de 1 de Janeiro de 2009,

desde que endossadas pela União Europeia.

As Normas (novas ou revistas) reflectidas nas demonstrações financeiras, com

referência a 31 de Dezembro de 2009, foram as seguintes:

“IAS 1 (Alteração) – Apresentação das demonstrações financeiras”. Esta norma,

de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009, introduz um conjunto

de alterações relativamente à denominação das demonstrações financeiras. Os

principais impactos da revisão da norma IAS 1 são os seguintes:

Todos os ganhos e perdas (incluindo os que são contabilizados

directamente em capitais próprios) são apresentados:

. Numa declaração única: demonstração do rendimento integral; e

. Em duas declarações (demonstração dos resultados e demonstração do

rendimento integral).

Deixa de ser permitido apresentar os itens da demonstração do

rendimento integral (por exemplo, ganhos ou perdas na reavaliação de

activos financeiros disponíveis para venda) separadamente na

demonstração de alterações nos capitais próprios.

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

3

“IFRS 8 – Segmentos operacionais”. Esta norma, de aplicação obrigatória a partir

de 1 de Janeiro de 2009, estabelece que o Banco BIC deverá apresentar

informação quantitativa e qualitativa sobre os segmentos reportados, os quais

correspondem a segmentos operacionais ou agregações de segmentos

operacionais. Os segmentos operacionais correspondem a componentes da

actividade para os quais o Banco dispõe de informação financeira autónoma, a

qual é objecto de análise pelos órgãos de decisão do Banco nas decisões de

afectação de recursos e de medição da performance.

A informação sobre os segmentos operacionais, que correspondem aos

segmentos de negócio do Banco BIC, é apresentada na Nota 4.

Em 31 de Dezembro de 2009, encontravam-se disponíveis para adopção antecipada

as seguintes Normas (novas ou revistas) e interpretações emitidas pelo

International Accounting Standards Board (IASB) e pelo International Financial

Reporting Interpretations Committee (IFRIC), respectivamente, endossadas pela

União Europeia:

“IFRS 3 – Concentrações de actividades empresariais” e “IAS 27 –

Demonstrações financeiras consolidadas e individuais”. A revisão efectuada a

estas Normas introduz alterações na mensuração e registo do “Goodwill”

apurado no âmbito de concentrações de actividades empresariais, bem como no

tratamento contabilístico de transacções de acções de filiais, com e sem

manutenção de controlo. A adopção destas revisões é de aplicação obrigatória

em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Julho de 2009.

“IFRS 5 – Activos não correntes detidos para venda e operações

descontinuadas”. A revisão desta Norma vem clarificar que, quando haja

intenção de alienar um investimento numa subsidiária que implique a perda de

controlo após a concretização da venda, deverá ser efectuada a classificação

dos seus activos e passivos como activos não correntes detidos para venda,

mesmo em situações em que a entidade continue a deter um interesse residual

na anterior subsidiária após a venda. É de aplicação obrigatória em exercícios

económicos iniciados em ou após 1 de Julho de 2009.

“IFRS 7 – Instrumentos financeiros: Divulgações”. A revisão desta Norma

introduz exigências adicionais de divulgação em termos do risco de liquidez e

da determinação do justo valor. É de aplicação obrigatória em exercícios

económicos iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2009.

“IAS 27 – Demonstrações financeiras consolidadas e individuais”. A revisão

efectuada prevê que os investimentos em subsidiárias, associadas ou

entidades sob controlo conjunto, registadas de acordo com a Norma IAS 39 nas

contas individuais, devem continuar a ser mensuradas de acordo com esta

Norma, mesmo após a sua classificação como investimentos não correntes

detidos para venda. É de aplicação obrigatória a partir da data da primeira

aplicação da Norma IFRS 5.

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

4

“IFRIC 16 – Cobertura de um investimento líquido de operações no exterior”.

Esta interpretação clarifica os tipos de riscos cambiais que qualificam para

efeitos de contabilidade de cobertura, assim como a localização, ao nível do

grupo, onde devem ser detidos os instrumentos de cobertura e que montantes

devem ser reclassificados para resultados quando terminam as operações de

cobertura. É de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou

após 1 de Outubro de 2008.

Adicionalmente, até à data de aprovação destas demonstrações financeiras pela

Comissão Executiva do Conselho de Administração, foram ainda emitidas as

seguintes Normas e interpretações, ainda não endossadas pela União Europeia:

“IFRS 2 – Pagamento com base em acções”. As alterações efectuadas clarificam

o tratamento contabilístico ao nível de uma subsidiária em caso de transacções

em que o pagamento seja efectuado em dinheiro ou acções por outra empresa

do grupo, bem como clarifica a metodologia de reconhecimento contabilístico

de determinados acordos de remuneração variável em acções nas suas

demonstrações financeiras. É de aplicação obrigatória em exercícios

económicos iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2010.

“IAS 39 – Instrumentos financeiros: Reconhecimento e mensuração”. A revisão

efectuada ao texto desta Norma pretende clarificar dois aspectos relacionados

com contabilidade de cobertura, designadamente, a consideração da inflação

como risco coberto e a cobertura através de opções. É de aplicação obrigatória

em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Julho de 2009.

“IFRIC 9 e IAS 39 – Derivados embutidos”. Esta revisão vem clarificar o

tratamento contabilístico dos derivados implícitos. Assim, em caso de

reclassificação de instrumentos financeiros da categoria de “ao justo valor por

contrapartida de resultados”, todos os derivados implícitos têm de ser

valorizados e, se necessário, contabilizados separadamente nas demonstrações

financeiras. Estas alterações são de aplicação retrospectiva sendo obrigatória a

sua aplicação em exercícios económicos terminados em ou após 30 de Junho de

2009.

“IFRIC 17 – Distribuição de dividendos em espécie”. Esta interpretação clarifica

o tratamento contabilístico a ser dado quando de uma distribuição de

dividendos sob a forma de activos não monetários, nomeadamente, que a

entidade deve registar esse dividendo pelo justo valor dos activos líquidos

distribuídos. É de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em

ou após 1 de Julho de 2009.

O Conselho de Administração antecipa que a adopção destas Normas e

Interpretações em períodos futuros não terá um impacto materialmente relevante

nas demonstrações financeiras do Banco.

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

5

2.2. Resumo das principais políticas contabilísticas

a) Especialização dos exercícios

O Banco BIC adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios

em relação à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Assim,

os custos e proveitos são registados à medida que são gerados,

independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento.

b) Transacções em moeda estrangeira

Os activos e passivos expressos em moeda estrangeira são convertidos para

Euros ao câmbio de "fixing" da data do balanço, com excepção dos saldos

relativos a notas e moedas estrangeiras, os quais são convertidos ao câmbio

médio do mês indicado pelo Banco de Portugal.

Os proveitos e custos relativos às transacções em moeda estrangeira

registam-se no período em que ocorrem, de acordo com o efeito que as

transacções em divisas têm na posição cambial.

Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista

e a prazo são registadas na posição cambial.

c) Créditos e contas a receber

Esta categoria de activos financeiros inclui as aplicações em instituições de

crédito, bem como o crédito concedido a clientes.

O crédito a clientes abrange os créditos concedidos a clientes e outras

operações de empréstimo tituladas (papel comercial) cuja intenção não é a de

venda a curto prazo, sendo registados inicialmente pelo seu valor nominal, de

acordo com o Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal.

A componente de juros é objecto de relevação contabilística autónoma nas

respectivas contas de resultados. Os proveitos são reconhecidos quando

obtidos e distribuídos por períodos mensais, segundo a regra pro rata temporis,

quando se trate de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um

período superior a um mês.

Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à

contratação das operações subjacentes aos activos incluídos nesta categoria

são, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos.

Posteriormente, o crédito e outros valores a receber são submetidos à

constituição de provisões, de acordo com o Aviso do Banco de Portugal

nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações introduzidas subsequentemente,

nomeadamente pelo Aviso nº 3/2005, de 21 de Fevereiro) e demais instruções

e normas aplicáveis emitidas pelo Banco de Portugal.

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

6

i) Provisão para crédito e juros vencidos

Destina-se a fazer face aos riscos de realização de créditos concedidos

que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros. As

percentagens provisionadas do crédito e juros vencidos dependem do tipo

de garantias existentes e são função crescente do período decorrido

desde a data de incumprimento.

ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa

Destina-se à cobertura dos riscos de realização do capital vincendo

relativo a créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não

pagas de capital ou juros, ou que estejam afectos a clientes que tenham

outras responsabilidades vencidas. Nos termos do Aviso nº 3/95, são

considerados créditos de cobrança duvidosa os seguintes:

- As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se

verifique, relativamente às respectivas prestações em mora de capital

e juros, pelo menos uma das seguintes condições:

. Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros;

. Estarem em incumprimento há mais de:

. Seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos;

. Doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco

anos mas inferior a dez anos;

. Vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou

superior a dez anos.

Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para

efeitos da constituição de provisões, sendo provisionados com base

nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas operações.

- Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a

classificação acima definida, o crédito e juros vencidos de todas as

operações relativas a esse cliente excederem 25% do crédito total,

acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com

base em metade das taxas aplicáveis aos créditos vencidos.

iii) Provisão para risco país

Destina-se a fazer face ao risco de realização dos activos financeiros e

extrapatrimoniais sobre residentes de países considerados de risco,

qualquer que seja o instrumento utilizado ou a natureza da contraparte,

com excepção:

- Dos domiciliados em sucursal estabelecida nesse país, expressos e

pagáveis na moeda desse país, na medida em que estejam cobertos por

recursos denominados nessa moeda;

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

7

- Das participações financeiras;

- Das operações com sucursais de instituições de crédito de um país

considerado de risco, desde que estabelecidas em Estados membros da

União Europeia;

- Dos que se encontrem garantidos por entidades indicadas no número 1

do Artigo 15º do Aviso acima referido, desde que a garantia abranja o

risco de transferência; e

- Das operações de financiamento de comércio externo de curto-prazo,

que cumpram as condições definidas pelo Banco de Portugal.

As necessidades de provisões são determinadas por aplicação das

percentagens fixadas pelo Banco de Portugal, o qual classifica os países e

territórios segundo grupos de risco, de acordo com o disposto no Aviso

nº 3/95, de 30 de Junho e na Instrução nº 94/96, de 17 de Junho.

Adicionalmente, tal como previsto no Artigo 15º do Aviso nº 3/95, não é

necessária a constituição desta provisão quando os activos e elementos

extrapatrimoniais estejam garantidos por depósitos domiciliados junto da

própria instituição, na medida em que estes sejam executáveis em caso de

incumprimento.

iv) Provisão para riscos gerais de crédito

Encontra-se registada no passivo, no âmbito da rubrica "Provisões", e

destina-se a fazer face aos riscos associados à realização da carteira de

crédito concedido e garantias e avales prestados, não identificados

especificamente.

Esta provisão é calculada por aplicação das seguintes percentagens

genéricas à totalidade do crédito não vencido, incluindo as garantias e

avales prestados:

- 1,5% no que se refere ao crédito ao consumo e às operações de crédito

a particulares, cuja finalidade não possa ser determinada;

- 0,5% no que se refere ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel,

ou operações de locação financeira imobiliária, em ambos os casos

quando o imóvel se destine a habitação do mutuário; e

- 1% no que se refere ao restante crédito concedido.

Nos termos da legislação em vigor, o reforço desta provisão não é aceite

como custo para efeitos fiscais.

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

8

d) Instrumentos financeiros

Os seguintes activos financeiros são reconhecidos e valorizados de acordo com

as Normas IAS 32 e IAS 39 e compreendem as categorias infra descritas:

- Activos financeiros ao justo valor através de resultados; e

- Activos financeiros disponíveis para venda.

i) Activos financeiros ao justo valor através de resultados

Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem os

títulos de rendimento fixo e variável que o Banco, na data de escrituração,

optou por registar e avaliar ao justo valor através de resultados.

Os activos financeiros ao justo valor através de resultados são

reconhecidos inicialmente ao justo valor. Os ganhos e perdas decorrentes

da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos na

demonstração dos resultados.

O justo valor dos activos financeiros que sejam transaccionados em

mercados organizados corresponde à sua cotação de fecho à data do

balanço.

ii) Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de

dívida que não se encontrem classificados como activos financeiros

detidos para negociação, ao justo valor através de resultados, como

investimentos a deter até à maturidade ou como empréstimos e contas a

receber.

Os activos financeiros disponíveis para venda são registados ao justo

valor. Os ganhos e perdas relativos à variação subsequente do justo valor

são reflectidos em rubrica específica do capital próprio denominada

“Reserva de justo valor” até à sua venda (ou até ao reconhecimento de

perdas por imparidade), momento em que são transferidos para

resultados. Os ganhos ou perdas cambiais de activos monetários são

reconhecidos directamente na demonstração dos resultados.

Os juros inerentes aos activos financeiros disponíveis para venda são

calculados de acordo com o método da taxa efectiva e registados na

rubrica de “Juros e rendimentos similares” da demonstração dos

resultados.

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

9

Em caso de evidência objectiva de imparidade, resultante de diminuição

significativa ou prolongada do justo valor do título ou de dificuldades

financeiras do emitente, a perda acumulada na reserva de reavaliação de

justo valor é removida do capital próprio e reconhecida nos resultados. As

perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo podem ser

revertidas através de resultados, caso se verifique uma alteração positiva

no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a

determinação da imparidade. As perdas por imparidade relativas a títulos

de rendimento variável não podem ser revertidas, pelo que eventuais mais

valias potenciais originadas após o reconhecimento de perdas por

imparidade são reflectidas na reserva de justo valor. Quanto a títulos de

rendimento variável para os quais tenha sido registada imparidade,

posteriores variações negativas no justo valor são sempre reconhecidas

em resultados.

e) Outros activos tangíveis

Os activos tangíveis utilizados pelo Banco BIC para o desenvolvimento da sua

actividade são contabilisticamente relevados pelo custo de aquisição (incluindo

custos directamente atribuíveis) deduzido das amortizações acumuladas, bem

como de perdas por imparidade, quando aplicável.

A depreciação dos activos tangíveis é registada numa base sistemática ao

longo do período de vida útil estimado do bem:

Anos de

vida útil

Imóveis de serviço próprio 50

Despesas em edifícios arrendados 7

Mobiliário e material 8

Máquinas e ferramentas 5

Equipamento informático 3

Instalações interiores 7

Equipamento de segurança 7

Outro equipamento 5

Activos em locação financeira:

. Imóveis 50

. Material de transporte 4

As despesas de investimento em obras não passíveis de recuperação,

realizadas em edifícios que não sejam propriedade do Banco (arrendados) são

amortizadas ao longo de um prazo compatível com o da sua utilidade esperada

ou do contrato de arrendamento, caso este seja inferior.

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

10

f) Activos intangíveis

Esta rubrica compreende essencialmente custos com a aquisição,

desenvolvimento ou adequação de software utilizado na prossecução das

actividades do Banco. Os activos intangíveis são registados ao custo de

aquisição, deduzido de amortizações acumuladas, bem como de perdas por

imparidade, quando aplicável.

O software é amortizado por duodécimos, ao longo do seu período de vida útil

estimado o qual, em média, corresponde a três anos.

g) Locação financeira

Os activos em regime de locação financeira são registados pelo justo valor no

activo e no passivo, processando-se as respectivas amortizações. As rendas

relativas a contratos de locação financeira são desdobradas de acordo com o

respectivo plano financeiro, reduzindo-se o passivo pela parte correspondente

à amortização do capital. Os juros suportados são registados na rubrica de

“Juros e encargos similares”.

h) Impostos sobre lucros

O Banco BIC encontra-se sujeito ao regime consignado no Código do Imposto

sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) e ao Estatuto dos Benefícios

Fiscais, sendo a taxa de imposto aplicável de 25%, acrescida da derrama (1,5%).

A partir de 1 de Janeiro de 2007, os municípios podem deliberar uma derrama

anual até ao limite máximo de 1,5% sobre o lucro tributável sujeito e não

isento de IRC. Esta disposição implica que a taxa fiscal utilizada no cálculo de

impostos diferidos sobre eventuais prejuízos fiscais reportáveis seja de 25%,

aplicando-se os 26,5% para as demais diferenças temporárias geradas no

reconhecimento do imposto sobre lucros do exercício.

Os impostos diferidos activos e passivos correspondem ao valor do imposto a

recuperar e a pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias

entre o valor de um activo ou passivo no balanço e a sua base de tributação. Os

créditos fiscais são igualmente registados como impostos diferidos activos.

Os impostos diferidos activos são reconhecidos quando se estimam que sejam

recuperáveis e até ao montante em que seja provável a existência de lucros

tributáveis futuros que acomodem as diferenças temporárias dedutíveis.

Os impostos diferidos activos e passivos foram calculados com base nas taxas

fiscais decretadas para o período em que se prevê que seja realizado o activo

ou incorrido o passivo.

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

11

Os impostos correntes e os impostos diferidos são reflectidos em resultados,

com excepção dos impostos relativos a transacções directamente registadas

em capitais próprios, nomeadamente, ganhos e perdas potenciais em títulos

disponíveis para venda.

O imposto corrente é calculado com base no resultado fiscal do exercício, o qual

difere do resultado contabilístico devido a ajustamentos ao lucro tributável

resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos fiscais, ou que

apenas serão considerados noutros períodos.

Apresenta-se na Nota 13 abaixo, a reconciliação entre o resultado fiscal e o

resultado contabilístico.

i) Pensões de reforma

O Banco BIC não subscreveu o Acordo Colectivo de Trabalho em vigor para o

sector bancário, estando os seus empregados abrangidos pelo Regime Geral de

Segurança Social.

Desta forma, o Banco não tem quaisquer encargos com pensões de reforma e

sobrevivência dos seus empregados ou das suas famílias.

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

12

3. PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E INCERTEZAS ASSOCIADAS À APLICAÇÃO DAS POLÍTICAS

CONTABILÍSTICAS

A preparação das demonstrações financeiras requer a elaboração de estimativas e a

adopção de pressupostos por parte do Conselho de Administração do Banco. Estas

estimativas são subjectivas por natureza e podem afectar o valor dos activos e passivos,

proveitos e custos, assim como de passivos contingentes divulgados.

.

a) Determinação de Impostos sobre os lucros

O apuramento dos impostos sobre lucros foi determinado pelo Banco com base nas

regras definidas pelo enquadramento fiscal em vigor. No entanto, em algumas

situações, a legislação fiscal pode não ser suficientemente clara e objectiva e

originar a existência de diferentes interpretações. Nestes casos, os valores

registados resultam do melhor entendimento dos órgãos responsáveis do Banco

sobre o correcto enquadramento das suas operações, o qual é no entanto susceptível

de ser questionado pelas Autoridades Fiscais.

O reconhecimento de impostos diferidos activos pressupõe a existência de

resultados e de matéria colectável futura. Adicionalmente, os impostos diferidos

activos e passivos foram determinados com base na interpretação da legislação fiscal

actual. Deste modo, alterações na legislação fiscal ou na sua interpretação por parte

das autoridades competentes podem ter impacto no valor dos impostos diferidos.

b) Provisões para crédito

A carteira de crédito concedido pelo Banco BIC está sujeita à constituição de

provisões nos termos do Aviso nº 3/95, de 30 de Junho, do Banco de Portugal. A

metodologia de constituição de provisões preconizada pelo Banco de Portugal

assenta na utilização de métricas quantitativas aplicadas à carteira de crédito

concedido, incluindo garantias e avales prestados.

Paralelamente, o Conselho de Administração do Banco procede periodicamente ao

apuramento das denominadas “provisões económicas”. Neste caso, os montantes

apurados resultam da melhor estimativa que os órgãos responsáveis pelo Banco

dispõem sobre a possibilidade de incorrer em perdas, com base na informação

disponível à data.

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

13

4. RELATO POR SEGMENTOS

Nos termos requeridos pela Norma IFRS 8, as divulgações por segmentos operacionais do

Banco são apresentados de seguida, de acordo com a informação analisada pelos órgãos

de gerência.

Em 31 de Dezembro de 2009, os segmentos operacionais do Banco BIC podem ser

caracterizados como segue:

i) Banca comercial; e

ii) Mercado de capitais.

A actividade do Banco BIC encontra-se centrada na banca comercial, a qual inclui a banca

de empresas e a banca de particulares e negócios, sendo estas consideradas como um

único segmento operacional.

Com a autorização em Outubro de 2009, por parte da Comissão do Mercado de Valores

Mobiliários, do registo do Banco BIC Português como Intermediário Financeiro, veio a

identificar-se o “Mercado de capitais” enquanto segmento autónomo da Banca Comercial.

Apresentamos a seguir a informação financeira por segmentos operacionais, ao nível do

balanço e da demonstração dos resultados, com referência a 31 de Dezembro de 2009:

Mercado de Banca

capitais comercial Total

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - 10.072 10.072

Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.400 98.430 99.830

Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 1.789 - 1.789

Activos financeiros disponíveis para venda - 4.080 4.080

Aplicações em instituições de crédito - 142.248 142.248

Crédito a clientes - 153.190 153.190

Outros activos tangíveis - 3.674 3.674

Activos intangíveis 25 1.049 1.074

Activos por impostos diferidos - 412 412

Outros activos 11 2.724 2.735

3.225 415.879 419.104

Passivo

Recursos de bancos centrais - 135.586 135.586

Recursos de outras instituições de crédito - 155.963 155.963

Recursos de clientes e outros empréstimos - 97.622 97.622

Provisões - 1.562 1.562

Passivos por impostos correntes - 254 254

Passivos por impostos diferidos - 31 31

Outros passivos 1.425 2.148 3.573

1.425 393.166 394.591

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

14

Mercado de Banca

capitais comercial Total

Demonstração dos resultados

Margem financeira - 4.474 4.474

Resultados de serviços e comissões 11 1.518 1.529

Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor

através de resultados 46 - 46

Resultados de reavaliação cambial - 1.540 1.540

Outros resultados de exploração - 2.595 2.595

Custos com o pessoal (173) (3.406) (3.579)

Gastos gerais administrativos (57) (4.259) (4.316)

Amortizações do exercício (1) (870) (871)

Provisões líquidas de reposições e anulações - (1.249) (1.249)

Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber

de outros devedores (líquidas de reposições e anulações) - (123) (123)

Resultado antes de impostos (174) 220 46

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

15

5. CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, esta rubrica tem a seguinte composição:

2009 2008

Caixa 1.368 448

Depósitos à ordem no Banco de Portugal 8.700 1.750

Juros a receber 4 6

--------- ---------

10.072 2.204

===== =====

A rubrica de depósitos à ordem no Banco de Portugal inclui os depósitos constituídos

para satisfazer as exigências do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC). A sua

base de incidência compreende todos os depósitos de instituições financeiras e

monetárias que se situem fora da zona Euro, bem como todos os depósitos de clientes

com maturidade inferior a dois anos. A esta base é aplicado um coeficiente de 2%,

sendo as reservas mínimas exigidas remuneradas à média das taxas das operações

principais de refinanciamento do SEBC.

6. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, esta rubrica tem a seguinte composição:

2009 2008

Disponibilidades sobre instituições de crédito no País:

. Depósitos à ordem 94.710 54.781

. Cheques a cobrar 2.625 12

Disponibilidades sobre instituições de crédito no estrangeiro:

. Depósitos à ordem 2.368 1.521

. Cheques a cobrar 99 21

Juros a receber 28 130

--------- ---------

99.830 56.465

===== =====

Os cheques a cobrar sobre instituições de crédito no País, foram objecto de compensação

nos dias úteis subsequentes ao final dos anos respectivos.

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

16

7. OUTROS ACTIVOS FINANCEIROS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS

Em 31 de Dezembro de 2009, esta rubrica corresponde a unidades de participação do

fundo de investimento mobiliário de obrigações Nevafund Global Fixed Income,

denominado em Dólares dos Estados Unidos, com o seguinte detalhe:

Natureza Quantidade Valor de mercado (USD) Montante (USD)

Class A 12.500 102,61 1.282.625

Class I 12.500 102,75 1.284.375

-------------

2.567.000

Contravalor em Euros 1.789.100

=======

8. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

Em 31 de Dezembro de 2009, esta rubrica tem a seguinte composição:

Custo de

aquisição

Juros a

receber

Reserva de justo valor

Imparidades

Valor de

balanço Positiva Negativa Total

Instrumentos de dívida (Nota 21) Emitidos por residentes Obrigações do Tesouro OT 4,2% 15OUT2016 3.929 35 116 - 116 - 4.080

A totalidade das 390.000.000 de Obrigações do Tesouro registadas nesta rubrica foi

dada em garantia, encontrando-se penhoradas 389.700.000 unidades ao Banco de

Portugal e as restantes 300.000 unidades ao Fundo de Garantia de Depósitos (Nota 20).

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

17

9. APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, esta rubrica tem a seguinte composição:

2009 2008

Aplicações em instituições de crédito no País:

. Aplicações “overnight” no Banco de Portugal 2.176 1.600

. Aplicações a muito curto prazo 23.697 32.335

. Depósitos 30.938 42.334

. Juros a receber 83 257

---------- ----------

56.894 76.526

---------- ----------

Aplicações em instituições de crédito no estrangeiro:

. Aplicações a muito curto prazo 5.627 44.095

. Depósitos 79.053 1.000

. Juros a receber 674 30

---------- ----------

85.354 45.125

----------- -----------

142.248 121.651

====== ======

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os prazos residuais das aplicações em instituições

de crédito apresentavam a seguinte estrutura:

2009 2008

À vista até um mês 40.201 89.467

De um a três meses 101.290 29.023

De três meses a um ano - 2.874

----------- -----------

141.491 121.364

====== ======

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

18

10. CRÉDITO A CLIENTES

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, esta rubrica tem a seguinte composição:

2009 2008

Crédito geral

. Crédito interno

A empresas

Crédito em conta corrente 53.504 9.425

Empréstimos 18.671 6.243

Créditos tomados – factoring com recurso 7.032 -

Operações de locação financeira – leasing mobiliário 5.620 -

Operações de locação financeira – leasing imobiliário 367 -

Descontos e outros créditos titulados por efeitos 2.320 149

Descobertos em depósitos à ordem 25 -

A particulares

Habitação 4.651 2.941

Consumo e outros 267 222

. Crédito ao exterior

A empresas

Empréstimos 7.894 -

Crédito em conta corrente 3.350 -

A particulares

Habitação 2.096 -

Consumo e outros 312 -

----------- ----------

106.109 18.980

----------- ----------

Crédito titulado

. Títulos de dívida não subordinada emitidos por residentes

Papel comercial 46.737 12.424

----------- ----------

Crédito e juros vencidos 285 4

----------- ----------

Sub-total 153.131 31.408

----------- ----------

Juros e comissões associados ao custo amortizado:

. Juros a receber 232 200

. Receitas com proveito diferido (comissões) ( 49 ) ( 8 )

------ ------

183 192

----------- ----------

Sub-total 153.314 31.600

Provisões para crédito e juros vencidos ( 124 ) ( 2 )

---------- ----------

153.190 31.598

====== =====

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

19

O movimento ocorrido nas provisões para crédito e juros vencidos durante o exercício

findo em 31 de Dezembro de 2009 e durante o período compreendido entre 26 de Maio

de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, é apresentado na

Nota 18.

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os prazos residuais do crédito concedido a clientes,

excluindo o crédito vencido, apresentam a seguinte composição:

2009 2008

Até três meses 84.185 18.071

De três meses a um ano 36.015 4.049

De um ano a cinco anos 24.671 6.168

Mais de cinco anos 7.975 3.116

----------- ----------

152.846 31.404

====== ======

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, antiguidade do crédito vencido apresenta a

seguinte composição:

2009 2008

Até três meses 125 -

De três a seis meses 106 4

De seis a nove meses 50 -

De doze a quinze meses 4 -

------ --

285 4

=== ==

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20

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, a composição da carteira de crédito concedido a clientes por sectores de actividade é a seguinte:

Vincendo Vencido Total % Vincendo Vencido Total %

Crédito interno:

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 700 - 700 0,46 - - - -

Indústrias transformadoras 9.125 - 9.125 5,96 4.344 - 4.344 13,83

Captação, tratamento e distribuição de água 2.000 - 2.000 1,31 - - - -

Construção 50.812 4 50.815 33,18 2.412 4 2.416 7,69

Comércio por grosso e a retalho 21.970 270 22.240 14,52 569 - 569 1,81

Transportes e armazenagem 3.198 - 3.198 2,09 - - - -

Alojamento, restauração e similares 14 - 14 0,01 - - - -

Actividades de informação e de comunicação 619 - 619 0,40 - - - -

Sociedades gestoras de participações sociais 24.952 - 24.952 16,29 10.217 - 10.217 32,53

Actividades imobiliárias 5.917 - 5.917 3,86 5.150 - 5.150 16,40

Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 7.741 - 7.741 5,06 1.249 - 1.249 3,98

Actividades administrativas e dos serviços de apoio 5.992 - 5.992 3,91 4.000 - 4.000 12,74

Educação 866 - 866 0,57 301 - 301 0,96

Actividades de saúde humana e apoio social 351 - 351 0,23 - - - -

Outras actividades de serviços 20 - 20 0,01 - - - -

Crédito a particulares 4.918 3 4.921 3,21 3.163 - 3.163 10,07

139.194 277 139.471 91,08 31.404 4 31.408 100,00

Crédito ao exterior:

Empresas não financeiras 11.244 - 11.244 7,34 - - - -

Crédito a particulares 2.408 8 2.416 1,58 - - - -

13.652 8 13.660 8,92 - - - 0,00

152.846 285 153.131 100,00 31.404 4 31.408 100,00

2009 2008

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21

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, a composição do crédito vincendo e do crédito

vencido, bem como o justo valor das garantias reais subjacentes, de acordo com o tipo de

crédito, pode ser apresentada como segue:

Justo valor

das garantias

Vincendo Vencido Total recebidas

Crédito interno

A empresas 87.539 274 87.813 49.647

A particulares 4.918 3 4.921 4.850

Papel comercial 46.737 - 46.737 33.495

Sub-total 139.194 277 139.471 87.992

Crédito ao exterior

A empresas 11.244 - 11.244 4.850

A particulares 2.408 8 2.416 3.201

Sub-total 13.652 8 13.660 8.051

152.846 285 153.131 96.043

2009

Justo valor

das garantias

Vincendo Vencido Total recebidas

Crédito interno

A empresas 15.817 4 15.821 2.615

A particulares 3.163 - 3.163 3.600

Papel comercial 12.424 - 12.424 6.951

31.404 4 31.408 13.166

2008

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

22

11. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS

O movimento nestas rubricas durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, pode ser apresentado da seguinte forma:

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

23

12. ACTIVOS INTANGÍVEIS

O movimento nestas rubricas durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, pode ser apresentado da seguinte forma:

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

24

13. ACTIVOS E PASSIVOS POR IMPOSTOS CORRENTES E POR IMPOSTOS DIFERIDOS

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, estas rubricas têm a seguinte composição:

2009 2008

Passivos por impostos correntes:

. Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas a pagar 234 -

. Tributação autónoma 20 8

------ ---

254 8

=== ==

Activos por impostos diferidos:

. Registo de diferenças temporárias 412 -

=== ==

Passivos por impostos diferidos:

. Registo de diferenças temporárias (Nota 21) 31 -

=== ==

A reconciliação entre a taxa nominal de imposto e a carga fiscal verificada com referência

a 31 de Dezembro de 2009 e 2008, bem como a reconciliação entre o custo por imposto

e o produto do resultado contabilístico pela taxa nominal de imposto, pode ser analisada

como segue:

Taxa de Taxa de

imposto Montante imposto Montante

Resultado antes de impostos 46 (768 )

Imposto apurado com base na taxa nominal de imposto 26,5% 12 26,5% (204 )

Custos não aceites fiscalmente:

. Provisão para riscos gerais de crédito 0,0% - -10,8% 83

. Provisão para crédito e juros vencidos 54,7% 25 0,0% -

. Outros 57,0% 26 -9,3% 72

Benefícios fiscais:

. Reversão de custos tributados -148,6% (68 ) 0,0% -

. Criação líquida de postos de trabalho -74,9% (34 ) 2,0% (16 )

Tributação autónoma 43,5% 20 -1,0% 8

Registo de diferenças temporárias geradas em exercícios anteriores

. Provisão para riscos gerais de crédito -180,3% (83 ) 0,0% -

. Prejuízo fiscal reportável -121,0% (56 ) 0,0% -

-343,1% (158 ) 7,4% (57 )

2009 2008

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

25

Os impostos diferidos activos registados no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009,

decorrem da diferença temporal verificada pela não consideração, para efeitos do

apuramento dos impostos correntes, da constituição da provisão para riscos gerais de

crédito, com o seguinte detalhe:

Reforço da provisão para riscos gerais de crédito (Nota 18):

. Exercício de 2009 1.243

. Exercício de 2008 313

--------

Provisão para riscos gerais de crédito 1.556

Taxa nominal de imposto 26,5%

-------

Imposto diferido activo 412

===

Em 31 de Dezembro de 2008, o Banco BIC optou por não registar os impostos diferidos

activos relativos à constituição da provisão para riscos gerais de crédito e ao prejuízo

fiscal reportável apurado, em virtude de ter iniciado recentemente a sua actividade e,

consequentemente, o grau de incerteza associado à projecção das suas demonstrações

financeiras previsionais não permitir então uma expectativa fundamentada de geração

de lucros tributáveis futuros.

Presentemente, após um ano completo de actividade, é entendimento do Conselho de

Administração do Banco que as premissas para o registo de impostos diferidos activos,

nos termos da Norma IAS 12, já se encontram cumpridas, designadamente por se

estimarem ser recuperáveis e na medida em que se considera provável a existência de

lucros tributáveis futuros que acomodem as diferenças temporárias registadas.

As autoridades fiscais têm a possibilidade de rever a situação fiscal do Banco BIC durante

um período de quatro anos, excepto nos casos de utilização de prejuízos fiscais

reportáveis, em que o prazo de caducidade do direito à liquidação é de seis anos. Desse

facto poderão resultar, devido a diferentes interpretações da legislação fiscal, eventuais

liquidações adicionais relativamente aos anos de 2009 e 2008.

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

26

14. OUTROS ACTIVOS

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, esta rubrica tem a seguinte composição:

2009 2008

Sector Público Administrativo

. IVA a receber 1.072 -

Devedores e outras aplicações

. Cauções de rendas de instalações 38 34

. Devedores diversos 5 2

Rendimentos a receber

. Outros rendimentos a receber 1.599 -

-------- ---

2.714 36

-------- ---

Despesas com encargo diferido

. Rendas 12 43

. Seguros 1 1

. Outros custos diferidos 8 -

--- ---

21 44

--------- ---

2.735 80

===== ==

Em 31 de Dezembro de 2009, a rubrica de “Outros rendimentos a receber” inclui o

montante de mEur 1.589 a receber do Banco BIC, S.A. (Angola), decorrente dos serviços

prestados nos termos dos contratos celebrados (Nota 27).

15. RECURSOS DE BANCOS CENTRAIS

Em 31 de Dezembro de 2009, esta rubrica tem a seguinte composição:

Depósitos à ordem 175

Depósitos a prazo 135.185

Juros a pagar 226

-----------

135.586

======

Em 31 de Dezembro de 2009, os depósitos a prazo de bancos centrais apresentavam um

prazo residual entre um e três meses.

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

27

16. RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, esta rubrica tem a seguinte composição:

2009 2008

Recursos de instituições de crédito no estrangeiro

. Depósitos à ordem 38.762 68.431

. Depósitos a prazo 116.997 57.897

. Juros a pagar 204 234

----------- -----------

155.963 126.562

====== ======

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os prazos residuais dos recursos de outras

instituições de crédito apresentavam a seguinte estrutura:

2009 2008

Até três meses 125.647 106.454

De três meses a um ano 30.112 19.874

----------- -----------

155.759 126.328

====== ======

17. RECURSOS DE CLIENTES E OUTROS EMPRÉSTIMOS

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, esta rubrica tem a seguinte composição:

2009 2008

Depósitos à ordem 44.016 61.835

Depósitos a prazo 53.425 6.575

Cheques e ordens a pagar 16 16

Juros a pagar 165 64

---------- ----------

97.622 68.490

===== =====

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os prazos residuais dos recursos de clientes

apresentavam a seguinte estrutura:

2009 2008

Até três meses 93.689 65.547

De três meses a um ano 3.768 2.879

---------- ----------

97.457 68.426

===== =====

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

28

18. PROVISÕES

O movimento ocorrido nas provisões do Banco BIC durante o exercício findo em 31 de

Dezembro de 2009 e durante o período compreendido entre 26 de Maio de 2008 (data de

início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008 foi o seguinte:

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

29

19. OUTROS PASSIVOS

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, esta rubrica tem a seguinte composição:

2009 2008

Credores e outros recursos

Recursos diversos

. Créditos não novados 20 -

Sector Público Administrativo

. Retenção de impostos na fonte 143 170

. Contribuições para a Segurança Social 55 37

. Contribuições para outros sistemas de saúde 12 7

. Cobranças por conta de terceiros 1 -

. IVA a pagar - 70

Credores diversos

. Credores por operações sobre valores mobiliários 1.400 -

. Fornecedores de bens em locação financeira 859 940

. Fornecedores conta corrente 140 154

. Fornecedores de imobilizado 21 336

. Outros credores 1 11

--------- ---------

2.652 1.725

--------- ---------

Encargos a pagar

Por gastos com o pessoal

. Provisão para férias e subsídio de férias 479 373

. Outros 2 4

Por gastos gerais administrativos 227 371

Outros 30 2

------ ------

738 750

------ ------

Receitas com rendimento diferido

Comissões sobre garantias prestadas e

créditos documentários abertos 10 5

--- ---

Outras contas de regularização

Operações de compensação 51 1.058

Operações cambiais a liquidar 11 13

Outras operações a regularizar 111 60

------ --------

173 1.131

--------- ---------

3.573 3.611

===== =====

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

30

Em 31 de Dezembro de 2009, a rubrica de “Credores por operações sobre valores

mobiliários” corresponde a uma operação de subscrição de unidades de participação da

classe A do fundo de investimento mobiliário de obrigações Nevafund Global Fixed

Income, por conta de um cliente, a qual foi confirmada pela entidade gestora nos

primeiros dias do exercício subsequente.

A rubrica de “Operações de compensação” reflecte as transferências electrónicas

interbancárias e operações com cartões que são compensadas nos primeiros dias do

exercício subsequente.

20. PASSIVOS CONTINGENTES E COMPROMISSOS

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os passivos contingentes e compromissos

encontram-se registados em rubricas extrapatrimoniais e apresentam o seguinte

detalhe:

2009 2008

Garantias prestadas e outros passivos eventuais:

Garantias e avales prestados 5.996 1.235

Garantias reais (activos dados em garantia)

Obrigações do Tesouro de médio e longo prazo (Nota 8)

. Banco de Portugal (Crédito intradiário – Target 2) 3.914 -

. Fundo de Garantia de Depósitos (Contribuição 2009) 3 -

Créditos documentários abertos 8.755 2.428

--------- ---------

18.668 3.663

--------- ---------

Compromissos perante terceiros:

Compromissos irrevogáveis

. Aquisição de papel comercial contratada - 1.000

. Aplicação em instituição de crédito no estrangeiro contratada 6.204 -

Compromissos revogáveis (Nota 31)

. Linhas de crédito 20.337 2.825

. Facilidades de descobertos em conta 1.012 207

---------- ---------

27.553 4.032

---------- ---------

46.221 7.695

====== =====

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

31

Fundo de Garantia de Depósitos

Conforme previsto no Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, foi criado em

Novembro de 1994 o Fundo de Garantia de Depósitos, com o objectivo de garantir os

depósitos constituídos nas instituições de crédito, de acordo com os limites

estabelecidos no Regime Geral das Instituições de Crédito. A contribuição inicial para o

Fundo, fixada por Portaria do Ministério das Finanças, foi efectuada através da entrega

de numerário, tendo sido reconhecida como custo na rubrica de “Outros juros e encargos

similares”.

Excepto conforme referido no parágrafo seguinte, as contribuições anuais regulares

para o Fundo são reconhecidas como custo no exercício a que dizem respeito.

No exercício de 2009, conforme permitido pelo Banco de Portugal, o Banco procedeu ao

pagamento de 90% da contribuição anual para o Fundo de Garantia de Depósitos, no

montante de mEur 16. Simultaneamente, o Banco assumiu o compromisso irrevogável

para com o Fundo de Garantia de Depósitos de liquidação da parcela correspondente a

10% da contribuição anual, se e quando for solicitado. O valor total não pago com

referência a 31 de Dezembro de 2009 relativamente ao qual foi assumido este

compromisso ascende a mEur 2. Os activos dados em penhor ao Banco de Portugal

encontram-se reflectidos em rubricas extrapatrimoniais pelo seu valor de mercado.

21. CAPITAL PRÓPRIO

Capital

Na sequência da Assembleia Geral datada de 4 de Fevereiro de 2009, os accionistas do

Banco BIC deliberaram o aumento do capital em mEur 7.500, o qual foi realizado em

dinheiro no final desse mês, por forma a dar cumprimento ao disposto no Artigo 96º,

número 2, do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras.

Consequentemente, a partir dessa data, o capital do Banco passou a estar representado

por 25.000.000 de acções, com o valor nominal de um Euro cada, integralmente

subscritas e realizadas pelos seguintes accionistas:

Número

Accionista de acções Montante %

Amorim Projectos SGPS SA 6.250.000 6.250 25%

Santoro Financial Holding SGPS 6.250.000 6.250 25%

Fernando Leonidio Mendes Teles 5.000.000 5.000 20%

Ruasgest, SGPS 2.500.000 2.500 10%

Luis Manuel Cortez Santos 1.250.000 1.250 5%

Manuel Pinheiro Fernandes 1.250.000 1.250 5%

Sebastião Bastos Lavrador 1.250.000 1.250 5%

Restantes accionistas 1.250.000 1.250 5%

25.000.000 25.000 100%

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

32

Em 31 de Dezembro de 2008, o capital do Banco BIC Português estava representado por

17.500.000 acções, com o valor nominal de um Euro cada, integralmente subscritas e

realizadas pelos actuais accionistas, nas mesmas proporções.

Em 31 de Dezembro de 2009, o Banco BIC havia concedido os seguintes financiamentos

à empresa Cotarco – Comércio Internacional, Lda. (Cotarco), tendo sido observadas as

disposições legais em vigor inerentes à natureza específica do mutuário, em razão do

capital social da Cotarco ser detido em 33% pelo Senhor Dr. Luis Manuel Cortez dos

Santos:

Financiamento Saldos em

concedido 31.12.09

Operação de médio e longo prazo 1.200 916

Facilidade em conta corrente 500 497

Na mesma data, encontra-se ainda aprovado um plafond para emissão de garantias

bancárias no montante total de mEur 200, dos quais se encontram utilizados mEur 175.

Em 31 de Dezembro de 2009, os seguintes membros dos órgãos sociais detinham um

número de acções do Banco BIC como segue:

Número de

Conselho de Administração acções

Fernando Leonídio Mendes Teles 5.000.000

Graziela do Céu Rodrigues Esteves 250.000

Reservas de reavaliação

Em 31 de Dezembro de 2009, as reservas de reavaliação tinham a seguinte composição:

Reservas resultantes da valorização ao justo valor:

. De activos financeiros disponíveis para venda (Nota 8) 116

. Passivos por impostos diferidos (Nota 13) ( 31 )

------

85

===

Resultados transitados

No dia 30 de Março de 2009, em reunião de Assembleia Geral, foi aprovada a proposta de

aplicação dos resultados apresentados pelo Conselho de Administração e constante do

Relatório de Gestão, pelo que o resultado líquido negativo apurado no final do exercício

de 2008, no montante de 776.423,21 Euros foi totalmente transferido para a rubrica de

resultados transitados.

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

33

22. JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de

Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, esta rubrica tem

a seguinte composição:

2009 2008

Juros de disponibilidades

. Em Bancos Centrais – Banco de Portugal 55 17

. Em instituições de crédito no País 462 445

. Em instituições de crédito no estrangeiro 4 5

Juros de aplicações

. Em instituições de crédito no País 867 1.005

. Em instituições de crédito no estrangeiro 4.366 1.156

. Juros de crédito a clientes 2.396 482

Juros de activos financeiros disponíveis para venda

. Títulos da dívida pública 139 -

Comissões recebidas associadas ao custo amortizado

. Operações de crédito a clientes 75 7

--------- ---------

8.364 3.117

===== =====

23. JUROS E ENCARGOS SIMILARES

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de

Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, esta rubrica tem

a seguinte composição:

2009 2008

Juros de recursos de bancos centrais 429 -

Juros de recursos de outras instituições de crédito

– no estrangeiro 1.469 770

Juros de depósitos de clientes e outros empréstimos 1.931 728

Outros juros e encargos similares 61 56

--------- ---------

3.890 1.554

===== =====

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

34

24. RENDIMENTOS/ENCARGOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de

Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, estas rubricas

têm a seguinte composição:

2009 2008

Por operações extrapatrimoniais:

. Créditos documentários abertos 191 49

. Garantias e avales prestados 45 3

Por serviços prestados:

. Ordens de pagamento recebidas 854 454

. Transferência de valores 349 32

. Gestão de cartões 29 4

. Outros serviços prestados 110 17

--------- ------

Rendimentos de serviços e comissões 1.578 559

Serviços prestados por terceiros ( 49 ) ( 7 )

--------- -----

Comissões, líquidas 1.529 552

===== ===

25. RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS AVALIADOS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS

DE RESULTADOS

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, esta rubrica corresponde à valorização

de mercado de unidades de participação detidas num fundo de investimento mobiliário

de obrigações, o qual se encontra denominado em Dólares dos Estados Unidos (Nota 7),

com o seguinte detalhe:

Mais valias 77

Menos valias ( 31 )

----

46

==

26. RESULTADOS DE REAVALIAÇÃO CAMBIAL

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de

Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, o saldo desta

rubrica corresponde, essencialmente, aos ganhos nas transacções de compra e venda de

moeda estrangeira, realizadas pelo Banco.

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

35

27. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de

Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, estas rubricas

têm a seguinte composição:

2009 2008

Outros rendimentos de exploração

Outros rendimentos e receitas operacionais:

. Rendimentos da prestação de serviços diversos 2.671 2.000

. Outros 24 2

-------- ---------

2.695 2.002

-------- ---------

Outros encargos de exploração

Outros impostos:

. Impostos directos 3 84

. Impostos indirectos 2 9

Outros encargos e perdas operacionais:

. Quotizações e donativos 85 2

. Outros encargos e gastos operacionais 10 4

----- ----

100 99

-------- -------

Outros resultados de exploração 2.595 1.903

===== ====

A rubrica de “Rendimentos da prestação de serviços diversos” corresponde à prestação

de serviços de consultoria técnica na concepção e desenvolvimento de projectos ao

Banco BIC (Angola), S.A., nos termos do contrato celebrado em Agosto de 2008.

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

36

28. CUSTOS COM O PESSOAL

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de

Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, esta rubrica tem

a seguinte composição:

2009 2008

Salários e vencimentos

. Órgãos de Gestão e Fiscalização (Nota 30) 591 546

. Empregados 2.356 1.185

-------- ---------

2.947 1.731

-------- ---------

Encargos sociais obrigatórios

. Encargos relativos a remunerações

– Segurança Social 457 253

– SAMS 106 39

. Outros encargos sociais obrigatórios 16 4

------ ------

579 296

------ ------

Outros custos com pessoal 53 31

--------- ---------

3.579 2.058

===== =====

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o número de colaboradores ao serviço do Banco

BIC, distribuído pelas respectivas categorias profissionais, pode ser decomposto como

segue:

2009 2008

Administradores 5 5

Directores e chefias 8 6

Quadros técnicos 33 18

Administrativos 26 18

--- ---

72 47

== ==

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

37

29. GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de

Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, esta rubrica tem

a seguinte composição:

2009 2008

Com fornecimentos

. Material de consumo corrente 144 111

. Água, energia e combustíveis 80 29

. Outros 62 13

Com serviços

. Publicidade e edição de publicações 671 291

. Rendas e alugueres 586 323

. Deslocações, estadas e representações 166 48

. Comunicações 133 135

. Conservação e reparação 49 12

. Serviços especializados:

Informática 700 258

Consultores e auditores externos 371 156

SIBS 230 243

Judiciais, contencioso e notariado 154 155

Segurança e vigilância 93 85

Limpeza 48 18

Estudos e consultas - 115

Outros serviços especializados 8 2

. Outros serviços de terceiros

Manutenção de software 354 43

Contabilidade 273 209

Licença VISA 30 130

Recrutamento e selecção de pessoal 16 94

Outros 148 51

--------- ---------

4.316 2.533

===== =====

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

38

30. ENTIDADES RELACIONADAS

Nos termos preconizados pela Norma “IAS 24 – Divulgações de entidades relacionadas”,

no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de

Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, foram

identificados como entidades relacionadas o Banco BIC (Angola), S.A., de acordo com a

interpretação do parágrafo 9 (a) (i) da Norma, enquanto entidade sob controlo conjunto,

bem como o designado key management personnel, tal como indicado no parágrafo 9 (d).

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os principais saldos e transacções mantidos com o

Banco BIC (Angola) são os seguintes:

2009 2008

Aplicações em instituições de crédito 78.882 45.125

Outros activos (Nota 14) 1.589 -

Recursos de outras instituições de crédito

. Depósitos à ordem 34.576 64.799

. Depósitos a prazo 106.048 27.131

Juros e proveitos equiparados:

. Em Euros 745 31

. Em Dólares dos Estados Unidos 1 4.997 1.401

Juros e custos equiparados:

. Em Euros 827 347

. Em Dólares dos Estados Unidos 1 627 502

Outros rendimentos de exploração (Nota 27) 2.671 2.000

(1) Os montantes indicados encontram-se expressos em Dólares dos Estados Unidos

O principal benefício concedido ao key management personnel no exercício findo em 31

de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de Maio de 2008 (data de

início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, consistiu na sua remuneração fixa, nos

montantes de mEur 591e de mEur 546, respectivamente (Nota 28), os quais incluem,

para além da sua remuneração base, a estimativa da provisão para férias e subsídio de

férias a liquidar no ano subsequente.

No que se refere aos benefícios em caso de cessação de emprego, tal como previsto no

Código das Sociedades Comerciais, sempre que, por iniciativa do Banco, o mandato de um

membro dos órgãos sociais seja cessado antecipadamente, o Banco BIC deverá

reembolsar o membro do órgão social pelas remunerações futuras que o mesmo tinha

direito até ao fim do seu mandato.

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

39

31. DIVULGAÇÕES NO ÂMBITO DA APLICAÇÃO DA NORMA IFRS 7

Categorias de instrumentos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os instrumentos financeiros apresentavam o

seguinte valor de balanço:

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, não ocorreram quaisquer movimentos

de reclassificação de activos financeiros.

Valorizados ao Valorizados ao Valorizados ao Valor

justo valor custo amortizado custo histórico Provisões líquido

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - 8.704 1.368 - 10.072

Disponibilidades em outras instituições de crédito - 97.106 2.724 - 99.830

Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 1.789 - - - 1.789

Activos financeiros disponíveis para venda 4.080 - - - 4.080

Aplicações em instituições de crédito - 142.248 - - 142.248

Crédito a clientes - 153.314 - (124) 153.190

5.869 401.372 4.092 (124) 411.209

Passivo

Recursos de bancos centrais - 135.586 - - 135.586

Recursos de outras instituições de crédito - 155.963 - - 155.963

Recursos de clientes e outros empréstimos - 97.606 16 - 97.622

- 389.155 16 - 389.171

2009

Valorizados ao Valorizados ao Valorizados ao Valor

justo valor custo amortizado custo histórico Provisões líquido

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - 1.756 448 - 2.204

Disponibilidades em outras instituições de crédito - 56.432 33 - 56.465

Aplicações em instituições de crédito - 121.651 - - 121.651

Crédito a clientes - 31.600 - (2) 31.598

- 211.439 481 (2) 211.918

Passivo

Recursos de outras instituições de crédito - 126.562 - - 126.562

Recursos de clientes e outros empréstimos - 68.474 16 - 68.490

- 195.036 16 - 195.052

2008

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

40

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de

Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, os ganhos e

perdas líquidos em instrumentos financeiros, apresentam o seguinte detalhe:

Os montantes supra descritos não incluem ganhos e perdas decorrentes da reavaliação

cambial dos respectivos instrumentos financeiros que, no exercício findo em 31 de

Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de Maio e 31 de Dezembro de

2008, correspondiam a perdas líquidas nos montantes de mEur 97 e mEur 70,

respectivamente.

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e no período compreendido entre 26 de

Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, os proveitos e

custos com juros, apurados de acordo com o método da taxa efectiva referentes a

activos e passivos financeiros não registados ao justo valor através de resultados,

apresentam o seguinte detalhe:

Por contrapartida de resultados Por contrapartida de capitais próprios

Ganhos Perdas Líquido Ganhos Perdas Líquido

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 55 - 55 - - -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 466 - 466 - - -

Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 46 - 46 - - -

Activos financeiros disponíveis para venda 139 - 139 116 - 116

Aplicações em instituições de crédito 5.233 - 5.233 - - -

Crédito a clientes 2.480 (132) 2.348 - - -

Recursos de bancos centrais - (429) (429) - - -

Recursos de outras instituições de crédito - (1.469) (1.469) - - -

Recursos de clientes e outros empréstimos - (1.931) (1.931) - - -

8.419 (3.961) 4.458 116 - 116

2009

Por contrapartida de resultados

Ganhos Perdas Líquido

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 17 - 17

Disponibilidades em outras instituições de crédito 450 - 450

Aplicações em instituições de crédito 2.161 - 2.161

Crédito a clientes 489 (2) 487

Recursos de outras instituições de crédito - (770) (770)

Recursos de clientes e outros empréstimos - (728) (728)

3.117 (1.501) 1.617

2008

Ganhos Perdas Líquido Ganhos Perdas Líquido

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 55 - 55 17 - 17

Disponibilidades em outras instituições de crédito 466 - 466 450 - 450

Activos financeiros disponíveis para venda 139 - 139 - - -

Aplicações em instituições de crédito 5.233 - 5.233 2.161 - 2.161

Crédito a clientes 2.471 - 2.471 489 - 489

8.364 - 8.364 3.117 - 3.117

Passivo

Recursos de bancos centrais - (429) (429) - - -

Recursos de outras instituições de crédito - (1.469) (1.469) - (770) (770)

Recursos de clientes e outros empréstimos - (1.931) (1.931) - (728) (728)

- (3.829) (3.829) - (1.498) (1.498)

20082009

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

41

Justo valor de instrumentos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o valor de balanço e o justo valor dos diferentes

instrumentos financeiros pode ser comparado como segue:

A informação dos quadros acima é apresentada de acordo com a hierarquia prevista na

Norma IFRS 7, relativamente à metodologia de apuramento do justo valor.

Nível 1 – Esta categoria inclui os instrumentos financeiros valorizados com base em

preços de mercados activos, divulgados através de plataformas de negociação;

Nível 2 – Neste nível são considerados os instrumentos financeiros valorizados, por

semelhança, a partir dos preços de instrumentos com características idênticas ou

similares ou recorrendo a modelos e parâmetros consensualmente utilizados e

aceites pelo mercado para o efeito, nomeadamente o “Net Asset Value (NAV)”; e

Nível 3 – Neste nível são considerados os instrumentos financeiros valorizados

recorrendo a técnicas de valorização que utilizam um ou vários inputs relevantes que

não são observáveis em mercado.

Em 31 de Dezembro de 2009, o justo valor dos activos financeiros disponíveis para

venda foi apurado através da obtenção de cotações em mercados activos, enquanto que

o justo valor dos outros activos financeiros ao justo valor através de resultados foi

apurado com base no “Net Asset Value” divulgado pela respectiva Sociedade Gestora.

Justo

valor

Valor de Cotações de Dados de Valor

balanço mercado activo mercado Modelos Contabilístico Total Diferença

(Nível 1) (Nível 2) (Nível 3)

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 10.072 - - - 10.072 10.072 -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 99.830 - - - 99.824 99.824 (6)

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 1.789 - 1.789 - - 1.789 -

Activos financeiros disponiveis para venda 4.080 4.080 - - - 4.080 -

Aplicações em instituições de crédito 142.248 - - - 142.248 142.248 -

Crédito a clientes 153.190 - - 3.089 149.789 152.878 (312)

411.209 4.080 1.789 3.089 401.933 410.891 (318)

Passivo

Recursos de bancos centrais 135.586 - - - 135.586 135.586 -

Recursos de outras instituições de crédito 155.963 - - - 155.963 155.963 -

Recursos de clientes e outros empréstimos 97.622 - - 3.357 94.267 97.624 2

389.171 - - 3.357 385.816 389.173 2

2009

Justo

valor

Valor de Cotações de Dados de Valor

balanço mercado activo mercado Modelos Contabilístico Total Diferença

(Nível 1) (Nível 2) (Nível 3)

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 2.204 - - - 2.204 2.204 -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 56.465 - - - 56.465 56.465 -

Aplicações em instituições de crédito 121.651 - - - 121.651 121.651 -

Crédito a clientes 31.598 - - 890 30.178 31.068 (530)

211.918 - - 890 210.498 211.388 (530)

Passivo

Recursos de outras instituições de crédito 126.562 - - - 126.562 126.562 -

Recursos de clientes e outros empréstimos 68.490 - - 2.180 66.379 68.559 69

195.052 - - 2.180 192.941 195.121 69

2008

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

42

Os principais pressupostos utilizados no cálculo do justo valor, por tipo de instrumento

financeiro, foram os seguintes:

- Para as aplicações e recursos de instituições de crédito, uma vez que na sua

maioria apresentam um prazo residual inferior a três meses, foi considerado que o

justo valor é igual ao valor de balanço;

- O justo valor do crédito concedido a taxa variável a empresas e a particulares, não

funcionários, foi considerado igual ao valor de balanço. As taxas de juro destas

operações estão indexadas a taxas de mercado, as quais tendo sido refixadas nos

últimos seis meses se encontram actualizadas. Para o crédito concedido a

funcionários (habitação e consumo), foi considerado o spread médio das operações

realizadas com clientes no último trimestre do ano, para efeitos do desconto dos

fluxos futuros da carteira;

- Para os depósitos à ordem de clientes e para os depósitos a prazo com uma

maturidade inferior a seis meses, foi considerado que o justo valor é igual ao valor

de balanço. Para os depósitos a prazo de clientes com um prazo residual superior a

seis meses, o justo valor foi apurado replicando os spreads das respectivas

operações aos indexantes em vigor à data do balanço.

A diferença no justo valor relativamente à carteira de crédito em 31 de Dezembro de

2009 e 2008, resulta da concessão de financiamentos à habitação e consumo a

funcionários do Banco, nos termos da política de recursos humanos em vigor no Banco

BIC.

GESTÃO DE RISCOS

Risco de Crédito

A gestão do risco de crédito é assegurada por um órgão independente, o Núcleo de

Gestão de Riscos, o qual se encontra integrado na Direcção de Auditoria e Gestão de

Riscos.

Por outro lado, os princípios orientadores da concessão, acompanhamento e recuperação

de crédito constam do Regulamento Geral de Crédito (que abrange quer a banca de

particulares quer a banca de empresas), complementado com diversos manuais que

cobrem, entre outras, áreas como o carregamento das operações de acordo com o ciclo do

crédito, acautelando a necessária segregação na intervenção das inerentes áreas de

negócio e de estrutura, o registo das garantias recebidas em caução, incluindo as regras

e procedimentos que asseguram a sua avaliação periódica, bem como as normas que

respeitam ao crédito em incumprimento e ao crédito em contencioso, com vista ao

desenvolvimento de todas as acções que permitam mitigar as suas consequências.

O Regulamento Geral de Crédito (sob a forma de Ordem de Serviço) e os Manuais de

Crédito, encontram-se à disposição de todos os colaboradores na Intranet do Banco BIC.

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

43

No que respeita à fase de concessão, são estabelecidos diferentes níveis de competência

para efeitos de decisão, quer sobre operações avulsas quer sobre envolvimento global

por cliente ou grupo de clientes ligados entre si, sendo o nível máximo de decisão o

Conselho de Crédito.

As propostas para decisão fundamentam-se no recurso a métodos quantitativos e

métodos qualitativos. O Banco BIC, ao adoptar o método padrão, recorre à avaliação de

crédito da agência de notação externa COFACE Serviços Portugal, SA, sem prejuízo da

análise efectuada pelo Núcleo de Gestão de Riscos, ancorada no conhecimento da

empresa e da respectiva gestão, da sua actividade e das demonstrações financeiras e

“business plan” que lhe são facultados.

Decorrente desta análise, é atribuído um rating interno de elaboração obrigatória,

excepto no que se refere a clientes particulares. A atribuição de vários níveis de rating

interno, que variam entre 1 e 4, tem subjacente o grau de risco inerente ao cliente e

podem ser descritos da seguinte forma:

Rating 1 – Risco baixo

Rating 2 – Risco médio/baixo

Rating 3 – Risco médio

Rating 4 – Risco elevado

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o crédito vincendo concedido a clientes (incluindo

juros a receber) e as garantias e avales prestados, apresentam o seguinte detalhe por

rating interno:

Os limites de crédito aprovados têm prazos de validade fixados e são estabelecidos

princípios a observar na comunicação desses limites aos clientes.

Encontram-se fixados critérios de delegação de competências que levam em conta o

envolvimento já existente com o cliente ou grupo de clientes ligados entre si, o

montante da operação avulsa submetida a decisão, a margem ou comissão proposta, a

notação de risco atribuída e a taxa de esforço no caso de pessoas singulares e

profissionais liberais.

Crédito Garantias Crédito Garantias

concedido prestadas Total concedido prestadas Total

Rating 1 5.976 - 5.976 4.326 - 4.326

Rating 2 26.141 416 26.557 8.328 719 9.047

Rating 3 49.132 1.210 50.342 3.317 99 3.416

Rating 4 16.380 3.934 20.314 1.697 - 1.697

97.629 5.560 103.189 17.668 818 18.486

Sem Rating 1.341 - 1.341 29 - 29

98.970 5.560 104.530 17.697 818 18.515

Aplicações em papel comercial 46.777 - 46.777 12.491 - 12.491

Crédito a colaboradores 3.402 - 3.402 1.420 - 1.420

Outros particulares 3.928 - 3.928 - - -

Instituições financeiras - 436 436 - 417 417

153.077 5.996 159.073 31.608 1.235 32.843

20082009

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44

Para efeitos de ventilação da carteira de crédito foram criados os seguintes campos

obrigatórios – localização, sector ou actividade, limite global de exposição, maturidade,

tipo de instrumento ou operação - e os seguintes campos opcionais – grandes riscos,

notação de risco e provisões económicas. Os campos opcionais são escrutinados com

uma frequência pelo menos trimestral, através de uma rotina informática, com vista à

verificação do seu preenchimento e introdução de eventuais ajustamentos ou alterações.

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, a exposição máxima ao risco de crédito e o

respectivo valor de balanço dos instrumentos financeiros apresenta o seguinte detalhe:

A exposição máxima de “Crédito a clientes” em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 inclui

os seguintes montantes relativos a compromissos revogáveis (Nota 20).

2009 2008

Linhas de crédito não utilizadas 20.337 2.825

Facilidades de descobertos em conta 1.012 207

---------- ---------

21.349 3.032

====== =====

Paralelamente ao processo de constituição de provisões, nos termos preconizados pelo

Banco de Portugal (Nota 2.2.c), o Banco BIC analisa o crédito a clientes para identificar

evidências de imparidade com uma periodicidade mínima semestral e, na sua sequência,

procede ao apuramento das denominadas “provisões económicas”.

Desta forma, em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, a estimativa das provisões

económicas para fazer face aos riscos de incobrabilidade inerentes à carteira de crédito

concedido e às garantias e avales prestados, incluindo nesta análise os juros a receber da

carteira de crédito, indicam que as provisões contabilísticas registadas são adequadas

para fazer face aos riscos a que se destinam.

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o Banco BIC não tinha crédito concedido a clientes

cujos termos tenham sido objecto de reestruturação.

Valor de Exposição Valor de Exposição

balanço máxima Diferença balanço máxima Diferença

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 10.072 10.072 - 2.204 2.204 -

Disponibilidades em outras instituições de crédito 99.830 99.830 - 56.465 56.465 -

Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 1.789 1.789 - - - -

Activos financeiros disponíveis para venda 4.080 4.080 - - - -

Aplicações em instituições de crédito 142.248 142.248 - 121.651 121.651 -

Crédito a clientes 153.190 174.539 21.349 31.598 34.630 3.032

411.209 432.558 21.349 211.918 214.950 3.032

Garantias prestadas 5.996 5.996 - 1.235 1.235 -

20082009

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

45

Risco de Liquidez

Tendo por base uma estratégia de diversificação de fontes de financiamento, a qual

consiste na captação de depósitos de clientes, bem como de recursos de instituições de

crédito, estes últimos decorrentes essencialmente da actividade de banco

correspondente, complementadas pelos fundos próprios do Banco, o processo de gestão

do risco de liquidez em vigor no Banco BIC tem como objectivo manter um nível

adequado de disponibilidades no curto prazo, para fazer face às necessidades financeiras

do Banco. Esta gestão encontra-se centralizada na Direcção Financeira e Contabilidade.

Em termos concretos, o processo de gestão do risco de liquidez em vigor no Banco BIC

assenta na monitorização constante de indicadores de exposição, decorrentes da

utilização de métricas internas, sendo complementado, do ponto de vista de controlo,

pelos indicadores regulamentares definidos pelo Banco de Portugal, designadamente os

mapas de liquidez previstos na Instrução nº 1/2000, garantindo ainda o cumprimento do

normativo em vigor em matéria de regras de adequação de fundos próprios.

Ao nível das métricas internas, a evolução da liquidez do Banco é analisada diariamente

por moeda e, com uma periodicidade mensal, em mapas de gaps por maturidades, o que

permite a identificação atempada de eventuais desfasamentos, bem como uma gestão

dinâmica das políticas de cobertura dos mesmos. Esta informação encontra-se detalhada

pelas diferentes fontes de financiamento, monitorizando permanentemente eventuais

níveis de concentração, bem como nos diferentes activos constituídos.

Adicionalmente, o controlo do risco de liquidez é complementado pela análise efectuada

em sede de Comité de Gestão de Activos e Passivos, função essa desempenhada

actualmente pela Comissão Executiva alargada (formada pela Comissão Executiva, pelos

Directores de Banca de Empresas, Particulares e Negócios e Operações e Estrangeiro),

garantindo deste modo a segregação desta função da gestão da liquidez cometida à

Direcção Financeira e Contabilidade.

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os cash-flows previsionais (não descontados) dos

instrumentos financeiros, de acordo com a respectiva maturidade contratual, apresentam

o seguinte detalhe:

De 1 a 3 De 3 meses Entre 1 e Entre 3 e Mais de

À vista meses a um ano 3 anos 5 anos 5 anos Total

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 10.072 - - - - - 10.072

Disponibilidades em outras instituições de crédito 99.830 - - - - - 99.830

Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados - - - - - 1.789 1.789

Activos financeiros disponíveis para venda - - 164 328 328 4.228 5.048

Aplicações em instituições de crédito 40.216 102.749 - - - - 142.965

Crédito a clientes 66.461 18.535 37.195 18.353 8.143 8.947 157.634

216.579 121.284 37.359 18.681 8.471 14.964 417.338

Passivo

Recursos de bancos centrais 175 135.529 - - - - 135.704

Recursos de outras instituições de crédito 41.550 84.405 30.306 - - - 156.261

Recursos de clientes e outros empréstimos 60.958 33.023 3.852 - - - 97.833

102.683 252.957 34.158 - - - 389.798

GAP de Liquidez 113.896 (131.673) 3.201 18.681 8.471 14.964 27.540

GAP Acumulado 113.896 (17.777) (14.576) 4.105 12.576 27.540

2009

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

46

Os principais pressupostos utilizados no apuramento dos fluxos previsionais, os quais

correspondem aos princípios e pressupostos utilizados pelo Banco na gestão e controlo

da liquidez decorrente da sua actividade, foram os seguintes:

- Activos financeiros não sujeitos a variações de taxa de juro, tais como Caixa e

Disponibilidades em instituições de crédito, foram considerados como exigíveis à

vista;

- As operações de crédito concedido sem data de vencimento definida ou

periodicamente renováveis, na sua generalidade contas correntes, foram

consideradas com vencimento na próxima data de renovação subsequente à data

do balanço; e

- Os fluxos previsionais de depósitos à ordem de clientes e de instituições de crédito

foram considerados como exigíveis à vista.

Risco de Mercado

O risco de mercado consiste genericamente na variação potencial do valor de um activo

financeiro em virtude de variações não antecipadas de variáveis de mercado, tais como

taxas de juro e taxas de câmbio, isto no caso concreto do Banco BIC.

Risco de taxa de juro

É de salientar que a generalidade dos activos e a totalidade dos passivos detidos pelo

Banco BIC são a taxa variável, pelo que o risco de taxa de juro é assim mitigado numa

gestão de “repricing” das operações em função dos indexantes utilizados, os quais

assumem uma natureza de curto prazo.

Não obstante, e nos termos do disposto da Instrução do Banco de Portugal nº 32/2009, o

Banco BIC procedeu à realização dos designados testes de esforço (“stress tests”) com

referência a 31 de Dezembro de 2009.

Estes testes tiveram por base o balanço a essa data, o Business Plan do Banco para o

biénio 2010 – 2011 e as “Orientações para a realização de análises de cenário e análises

de sensibilidade”, constantes da Carta do Banco de Portugal com a referência

366/10/DSBDR, de 15 de Janeiro de 2010.

De 1 a 3 De 3 meses Entre 1 e Entre 3 e Mais de

À vista meses a um ano 3 anos 5 anos 5 anos Total

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 2.204 - - - - - 2.204

Disponibilidades em outras instituições de crédito 56.465 - - - - - 56.465

Aplicações em instituições de crédito 89.641 29.261 2.924 - - - 121.826

Crédito a clientes 11.562 6.829 4.275 4.592 3.222 4.448 34.928

159.872 36.090 7.199 4.592 3.222 4.448 215.423

Passivo

Recursos de outras instituições de crédito 78.541 28.206 20.228 - - - 126.975

Recursos de clientes e outros empréstimos 64.396 1.194 3.024 - - - 68.614

142.937 29.400 23.252 - - - 195.589

GAP de Liquidez 16.935 6.690 (16.053) 4.592 3.222 4.448 19.834

GAP Acumulado 16.935 23.625 7.572 12.164 15.386 19.834

2008

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

47

No que respeita ao risco de taxa de juro, foram assumidos dois cenários de choque

correspondentes a um deslocamento paralelo da curva de rendimentos de menos e mais

50 pontos base da taxa de juro a três meses. Os resultados obtidos podem ser descritos

como segue:

- 50 b.p. + 50 b.p.

Risco operacional -2,00% 0,40%

Valor económico 30 anos -0,70% 0,74%

Meios libertos operacionais x+1 -11,60% 11,60%

Meios libertos operacionais x+2 12,90% 31,30%

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o detalhe dos instrumentos financeiros por

exposição ao risco de taxa de juro apresenta o seguinte detalhe:

Não sujeito

a risco de

taxa fixa taxa variável taxa de juro Total

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - 8.704 1.368 10.072

Disponibilidades em outras instituições de crédito - 93.027 6.803 99.830

Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados - - 1.789 1.789

Activos financeiros disponíveis para venda 4.080 - - 4.080

Aplicações em instituições de crédito - 142.248 - 142.248

Crédito a clientes - 153.314 - 153.314

4.080 397.293 9.960 411.333

Passivo

Recursos de bancos centrais - 135.411 175 135.586

Recursos de outras instituições de crédito - 120.705 35.258 155.963

Recursos de clientes e outros empréstimos - 62.577 35.045 97.622

- 318.693 70.478 389.171

Exposição a

2009

Não sujeito

a risco de

taxa fixa taxa variável taxa de juro Total

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - 1.756 448 2.204

Disponibilidades em outras instituições de crédito - 54.771 1.694 56.465

Aplicações em instituições de crédito - 121.651 - 121.651

Crédito a clientes - 31.600 - 31.600

- 209.778 2.142 211.920

Passivo

Recursos de outras instituições de crédito - 68.300 58.262 126.562

Recursos de clientes e outros empréstimos - 49.733 18.757 68.490

- 118.033 77.019 195.052

Exposição a

2008

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(Montantes em milhares de Euros - mEur, excepto quando expressamente indicado)

48

Desta forma, a Direcção Financeira e Contabilidade efectua a monitorização diária da

taxa de juro média da generalidade dos activos e passivos financeiros, bem como da

exposição ao risco de taxa de juro que divulga em termos de depósitos de clientes, com

base em mapas próprios desenhados para o efeito. O controlo efectuado é ainda

complementado pela análise mensal dos activos e passivos financeiros por natureza,

moeda e taxa de juro média, em reunião que congrega os Administradores Executivos e

os Directores envolvidos.

Risco cambial

Ao longo do exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 e do período compreendido

entre 26 de Maio de 2008 (data de início de actividade) e 31 de Dezembro de 2008, o

Banco BIC tem pautado a sua actuação pelo objectivo de prosseguir a minimização do

risco cambial das suas operações, consubstanciado na política de cobertura seguida.

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os instrumentos financeiros apresentam o

seguinte detalhe por moeda:

Dólares dos Outras

Euros Estados Unidos moedas Total

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 9.456 610 6 10.072

Disponibilidades em outras instituições de crédito 98.104 807 919 99.830

Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados - 1.789 - 1.789

Activos financeiros disponíveis para venda 4.080 - - 4.080

Aplicações em instituições de crédito 53.958 80.152 8.138 142.248

Crédito a clientes 138.531 14.659 - 153.190

304.129 98.017 9.063 411.209

Passivo

Recursos de bancos centrais 135.411 175 - 135.586

Recursos de outras instituições de crédito 103.501 51.807 655 155.963

Recursos de clientes e outros empréstimos 44.351 45.068 8.203 97.622

283.263 97.050 8.858 389.171

2009

Dólares dos Outras

Euros Estados Unidos moedas Total

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 2.084 120 - 2.204

Disponibilidades em outras instituições de crédito 55.465 644 356 56.465

Aplicações em instituições de crédito 12.739 108.912 - 121.651

Crédito a clientes 31.598 - - 31.598

101.886 109.676 356 211.918

Passivo

Recursos de outras instituições de crédito 72.853 53.555 154 126.562

Recursos de clientes e outros empréstimos 13.411 55.079 - 68.490

86.264 108.634 154 195.052

2008

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49

32. GESTÃO DO CAPITAL

Os procedimentos adoptados para o cálculo dos rácios e limites prudenciais do Banco são

os que resultam das disposições emanadas do Banco de Portugal, de modo semelhante

ao que se verifica para todas as questões que se insiram no âmbito das funções de

supervisão do sistema bancário. Essas normas representam o enquadramento legal e

regulamentar das diversas matérias de natureza prudencial.

De acordo com o método de apuramento acima indicado, em 31 de Dezembro de 2009 e

2008 o Banco BIC apresenta níveis confortáveis de solvabilidade, cuja determinação é

apresentada a seguir:

2009 2008

Fundos próprios de base 23.119 15.800

Deduções aos fundos próprios de base ( 253 ) -

Fundos próprios complementares - 313

---------- ----------

Fundos próprios elegíveis 22.866 16.113

===== =====

Activos ponderados 125.503 49.035

Responsabilidades extrapatrimoniais ponderadas 10.173 412

Outros riscos ponderados (risco operacional) 1.221 1.496

----------- ---------

Riscos ponderados totais 136.897 50.943

====== =====

Rácio TIER I 16,7% 31,0%

Rácio TIER II 0,0% 0,6%

Rácio de adequação de fundos próprios (1) 15,1% 23,6%

Rácio de adequação de fundos próprios de base (1) 15,1% 23,2%

(1) Calculado de acordo com a Instrução nº 16/2004, do Banco de Portugal.

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