banco asiático de investimento em infraestrutura
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Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB)
Segundo a China, 57 países figuram como membros fundadores, entre eles o Brasil, a
Rússia, a França e diversos países europeus. Estados Unidos e Japão estão de fora,
alegando preocupações sobre o modelo de governança da instituição. Ainda assim, 16
das 20 maiores economias mundiais fazem parte do banco.
O capital inicial da instituição deve girar em torno dos 100 bilhões de dólares, sendo
que os países asiáticos devem reter 75% das ações do banco, e a China sozinha
responderá por 30% e a Índia por 10% dessas ações.
A expectativa é de que o AIIB ajude a tirar do papel cerca de US$ 8 trilhões em
financiamento que atualmente não são cobertos pela estrutura existente, dominada por
entidades norte-americanas e japonesas.
Joseph Stiglitz, vencedor do Nobel de Economia, argumenta que a criação do Banco
Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, sigla em inglês), liderado pela China
mas com apoio de inúmeros países — asiáticos ou não –, é o acontecimento mais
significativo nas regras de governança econômica global dos últimos tempos, já que
pode dinamizar o desenvolvimento global.
Segundo Stiglitz, o Banco Mundial e outros órgãos liderados pelos EUA sofrem de
excesso de ideologização, levando, em alguns casos, à desindustrialização de países
subdesenvolvidos.
Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) - Banco dos BRICS
Formado por Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, países que compõe o assim chamado
“Brics”, o incipiente banco de desenvolvimento espera contar com fundos iniciais de 50
bilhões de dólares para financiar obras de infraestrutura em países pobres e em
desenvolvimento. Um fundo de 100 bilhões de dólares também foi anunciado, batizado
de “Arranjo Contingente de Reservas”, esse montante promete servir de reserva de
emergência para os membros do grupo.
Em entrevista à BBC, Mark Weisbrot, codiretor do Center for Economic and Policy
Research, com sede em Washington disse acreditar que o novo banco deverá reduzir a
influência internacional dos Estados Unidos e da União Europeia.
"Setenta anos é muito tempo para ter todas as instituições internacionais com alguma
capacidade de decisão em questões econômicas sendo controladas pelos EUA e um
punhado de aliados ricos", diz Mark Weisbrot, referindo-se à Conferência de Bretton
Woods, em 1944, que levou à criação do FMI e do Banco Mundial.
FMI
Apesar de atuar nessas novas frentes de financiamento, a China também vem
aumentando sua participação nos mecanismos tradicionais de financiamento, como o
Fundo Monetário Internacional.
Os países desenvolvidos têm tido contínuas quedas nas cotas do Fundo. Em 2008, por
exemplo, antes da reforma nas cotas, o grupo representava 63,8% do FMI. Em 2013 a
participação caiu para 54,7%. Os EUA caíram de 19% para 15,6% no mesmo período
de comparação. A China saltou de 6,4% para 10,1% e o Brasil de 1,7% para os atuais
2,3%.
Banco Mundial
A nova realidade também faz com que o Banco Mundial busque se atualizar, ampliando
sua participação no financiamento de grandes obras mundo afora.
O presidente da entidade, o coreano Jim Yong Kim, enxerga a necessidade de os
investimentos do Banco Mundial passaram da cifra dos bilhões à dos trilhões de dólares,
e para isso advoga que as organizações multilaterais se aproximem de bancos privados.
Investimentos diretos
Para além de organismos multilaterais, a China investe pesadamente de maneira direta
em diversos países. Um exemplo disso é o acordo firmado entre a Caixa Econômica e o
Banco Industrial e Comercial da China, durante a visita do premiê chinês, Li Keqiang, à
América Latina, que criará um fundo de US$ 50 bilhões (R$ 152 bilhões) para financiar
projetos de infraestrutura no Brasil, cerca de cinco vezes o valor da hidrelétrica de Belo
Monte, no Pará. Além desse acordo, o Brasil assinou mais de cinquenta outros, visando
ao investimento chinês.
Mas não é só o Brasil, a América Latina como um todo figura como região de interesse
para os chineses. Em janeiro, o presidente chinês, Xi Jinping, autoridade máxima do
país, disse que Pequim investiria US$ 250 bilhões (R$ 759 bilhões) na América Latina
na próxima década.
Grupo CELAC-China
A CELAC, Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, estabeleceu
com a China o Foro CELAC-China, que é o primeiro mecanismo de interlocução
externa formalizado pela CELAC com uma economia das dimensões da chinesa.
Em janeiro de 2015, o grupo de países latino-americanos e a China assinaram
aprovaram três documentos principais na primeira reunião desse fórum, prevendo a
ampliação do comércio entre a China e os países do bloco, além do aumento do fluxo de
investimentos.
A meta prevista para o comércio é de US$ 500 bilhões e os investimentos recíprocos
devem alcançar US$ 250 bilhões em dez anos, com ênfase especial em alta tecnologia e
produção de bens de valor agregado (produtos industrializados).
Bibliografia
http://blog.planalto.gov.br/grupo-celac-china-decide-ampliar-investimentos-mutuos-a-
us-250-bilhoes-em-dez-anos/
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/
2015/04/150418_bancos_desenvolvimento_china_jf_rm
http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/07/entenda-banco-dos-brics.html