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BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
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POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA
BALANÇO SOCIAL 2007
Elaborado por: Departamento de Recursos Humanos – DN/PSP
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“The police are the public and the public are the police.”
Sir Robert Peel
(1788 – 1850)
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O Balanço Social, criado pelo DL nº 190/96, de 9 de Outubro, foi concebido como um relevante instrumento privilegiado de informação, planeamento gestão, nas áreas sociais e dos recursos humanos. Actualmente, passada cerca de uma década, sendo corrente o uso de sistemas informáticos na gestão destes recursos, deve este instrumento ser perspectivado não apenas nessa dimensão, mas essencialmente como uma base de trabalho para a caracterização e conhecimento interno das instituições como um instrumento.
Considera-se, pois, que a leitura do Balanço Social não se deve ficar pela mera observação dos dados estatísticos e dos indicadores gráficos. A análise mais apurada permite aquilatar importantes aspectos de natureza quantitativa e qualitativa, fundamentais para uma melhor gestão provisional de recursos humanos numa conjuntura em que a instituição se encontra numa reestruturação interna que lhe trará novas e relevantes responsabilidades, devendo fazê-lo sem diminuição dos seus padrões de qualidade de serviço e eficácia operacional.
Actualmente prestam serviço na PSP mais de 23.000 profissionais, uns com funções policiais, outros com funções não policiais, mas todos eles contribuindo de forma relevante para os objectivos gerais desta instituição. A sua implantação nacional e os seus objectivos específicos conferem-lhe características distintas das restantes entidades públicas.
A PSP é uma instituição centenária, cuja história, cada vez, mais se escreve através das imagens da comunicação social, que chegam a todos os lares através dos ecrãs televisivos. No entanto, esses rostos anónimos, vistos no cumprimento da sua missão de segurança e protecção dos cidadãos, são a parte visível de uma instituição constituída por muitos milhares de homens e mulheres
que todos os dias, com a discrição e empenho que a missão policial carece, se esforçam empenhadamente ao serviço da segurança e bem estar dos seus concidadãos
Numa era digital e mediática, que tende a esquecer com frequência o passado, importa que a história das instituições seja registada em “retratos”, cada vez mais detalhados, que devem levar ao público aquilo que a instituição é internamente, no conjunto daqueles que integram os seus efectivos, e para além das imagens anónimas dos jornais e da televisão.
É também com esse objectivo, o de caracterizar os recursos humanos da PSP, numa altura de mudança interna e externa, que este documento é elaborado; essencialmente como um contributo relevante para o ajustamento das políticas de pessoal aos desafios e novas missões que se colocam à PSP, enquanto instituição, e aos seus elementos enquanto servidores da comunidade, e igualmente, como documento que, num futuro, mais ou menos próximo, permita um olhar analítico sobre os sucessivos retratos internos de uma instituição que se espera venha a ser multissecular.
Francisco Oliveira Pereira Director Nacional da PSP.
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Índice
1. Natureza, Missão, Competências e Estrutura da PSP .......................................................... 4 1.1. Natureza ...................................................................................................................................... 4 1.2. Missão .......................................................................................................................................... 4 1.3. A estrutura da PSP ....................................................................................................................... 5 2. Recursos Humanos ..................................................................................................................... 8 2.1. Distribuição de efectivos por relação jurídica de emprego ......................................................... 8 2.2. A caracterização dos recursos humanos da PSP ........................................................................ 10 2.2.1. O pessoal com funções não policiais ...................................................................................... 10 2.2.1.1. Colocação ............................................................................................................................. 10 2.2.1.2. Sexo ..................................................................................................................................... 11 2.2.1.3. Estrutura etária .................................................................................................................... 11 2.2.1.4. Categorias profissionais ....................................................................................................... 12 2.2.1.5. Habilitações literárias .......................................................................................................... 12 2.2.1.6. Mobilidade funcional interna .............................................................................................. 13 2.2.2. O pessoal com funções policiais ............................................................................................. 14 2.2.2.1. Evolução de efectivos .......................................................................................................... 15 2.2.2.2. Distribuição dos efectivos por sexos ................................................................................... 15 2.2.2.3. Estrutura etária .................................................................................................................... 15 2.2.2.4. Estrutura de antiguidades ................................................................................................... 18 2.2.2.5. Estrutura habilitacional ....................................................................................................... 20 2.2.2.6. Outra caracterização do efectivo policial ............................................................................ 20 2.2.2.6.1. O Estado civil .................................................................................................................... 20 2.2.2.6.2. Origem dos elementos policiais ....................................................................................... 22 2.2.2.6.3. Mobilidade interna ........................................................................................................... 22 2.2.2.7. Admissões (em carreira) e regressos ................................................................................... 24 2.8. Saídas ......................................................................................................................................... 24 2.9. Promoções e progressões .......................................................................................................... 25 3 Ausências ao trabalho ............................................................................................................... 26 4. Encargos com o pessoal .......................................................................................................... 30 4.1. Encargos com pessoal ................................................................................................................ 30 4.2. Encargos com prestações sociais ............................................................................................... 31 5. Relações profissionais .............................................................................................................. 32 5.1. Disciplina .................................................................................................................................... 32 5.2. A Formação profissional ............................................................................................................ 33 6. Higiene e segurança ................................................................................................................. 36 6.1. Acidentes em serviço ................................................................................................................. 36 6.2. Juntas médicas ........................................................................................................................... 39
CONCLUSÕES....................................................................................................................... 42 ANEXOS ............................................................................................................................... 0
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Nota introdutória
O presente trabalho tem como objectivo principal apresentar o Balanço Social (BS) relativo à Polícia de Segurança Pública (PSP) para o ano de 2007. Este documento foi elaborado tendo em consideração o disposto no Decreto-Lei n.º 190/96, de 9 de Outubro bem como as orientações da Circular n.º 2/DGAP/97, de 17 de Março de 1997.
Contudo, estes documentos, foram utilizados como base de trabalho, nomeadamente quanto à informação base a reportar. Como tal, e embora a estrutura do documento se baseie em redor da informação definida naquele diploma legal, pretendeu criar-se algo mais do que um importante instrumento de gestão, tendo sido aprofundada a análise de alguns aspectos não considerados em documentos anteriores, mas considerados relevantes para a descrição da PSP enquanto instituição. Com o Balanço Social de 2006 efectuou-se uma análise comparativa acerca da evolução da instituição policial com base nos dados inseridos nos sucessivos Balanços Sociais. Com o presente documento objectiva-se ir um pouco mais além, sendo intenção desenvolver gradualmente um documento analítico que, integrando informação relevante adicional, sirva, anualmente, de base a “retratos” sociais da instituição, enquanto instrumentos que num futuro, mais ou menos próximo, permita a análise histórica da evolução das dinâmicas sociais e institucionais da PSP no âmbito dos recursos humanos.
Assim, para além dos quadros que contêm a informação estatística nos termos das normas acima citadas, este trabalho é complementado com informação gráfica e com indicadores relativos ao ano de 2007, mantendo, sempre que possível, uma perspectiva comparativa
com os anos anteriores e adicionando alguma análise de cariz sociológica relativamente a informação caracterizadora da instituição, a qual passou estar acessível com a implementação de um novo sistema informático de gestão de recursos humanos (Gestão Integrada de Vencimentos e Recursos Humanos” – “GIVeRH”).
A PSP é uma instituição com um efectivo global superior a 23.000 elementos, apenas sendo superada em efectivos pelas forças militarizadas. Legalmente as suas missões estendem-se por um amplo conjunto de actividades reguladoras da vida social, as quais, consequentemente, implicam um intenso e inevitável contacto entre os efectivos policiais e os cidadãos. Apesar do crescente recurso à novas tecnologias, enquanto instrumentos potenciadores da eficácia policial, os recursos humanos de uma instituição deste tipo são o recurso mais valioso, pois, apesar da capacidade em utilizar de forma inovadora todas essas novas tecnologias, o êxito do serviço policial depende fundamentalmente do desempenho e do contacto humano entre os homens e mulheres que prestam serviço na PSP e os seus concidadãos, sejam eles funcionários da própria instituição, sejam eles o comum cidadão que os procura para uma mera informação ou à procura de apoio ou solução para os seus problemas.
Departamento de Recursos Humanos da PSP
Abril de 2008
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1. Natureza, Missão, Competências e Estrutura da PSP
1.1. Natureza
A PSP é uma força de segurança, uniformizada e armada, com natureza de serviço público e dotada de autonomia administrativa, com a missão de assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos cidadãos, nos termos da Constituição e da lei.
A PSP depende da tutela da Administração Interna. A sua organização é única para todo o território nacional e está organizada hierarquicamente em todos os níveis da sua estrutura com respeito pela diferenciação entre funções policiais e funções gerais de gestão e administração públicas, obedecendo quanto às primeiras à hierarquia de comando e quanto às segundas às regras gerais de hierarquia da função pública.
1.2. Missão
A PSP exerce a sua actividade de acordo com os objectivos e finalidades da política de segurança interna e dentro dos limites do respectivo enquadramento orgânico. As suas atribuições, definidas na Lei n.º 53/2007 de 31 de Agosto (LO‐PSP), que aprova a sua orgânica, são, em situações de normalidade institucional, as decorrentes da legislação de segurança interna e, em situações de excepção, as resultantes da legislação sobre defesa nacional e sobre estado de sítio e estado de emergência.
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Constituem atribuições da PSP (artº 3º da LO‐PSP): a) Garantir as condições de segurança que
permitam o exercício dos direitos e liberdades e o respeito pelas garantias dos cidadãos, bem como o pleno funcionamento das instituições democráticas, no respeito pela legalidade e pelos princípios do Estado de direito;
b) Garantir a ordem e a tranquilidade públicas e a segurança e a protecção das pessoas e dos bens;
c) Prevenir a criminalidade em geral, em coordenação com as demais forças e serviços de segurança;
d) Prevenir a prática dos demais actos contrários à lei e aos regulamentos;
e) Desenvolver as acções de investigação criminal e contra‐ordenacional que lhe sejam atribuídas por lei, delegadas pelas autoridades judiciárias ou solicitadas pelas autoridades administrativas;
f) Velar pelo cumprimento das leis e regulamentos relativos à viação terrestre e aos transportes rodoviários e promover e garantir a segurança rodoviária, designadamente através da fiscalização, do ordenamento e da disciplina do trânsito;
g) Garantir a execução dos actos administrativos emanados da autoridade competente que visem impedir o incumprimento da lei ou a sua violação continuada;
h) Participar no controlo da entrada e saída de pessoas e bens no território nacional;
i) Proteger, socorrer e auxiliar os cidadãos e defender e preservar os bens que se encontrem em situações de perigo, por causas provenientes da acção humana ou da natureza;
j) Manter a vigilância e a protecção de pontos sensíveis, nomeadamente infra‐estruturas rodoviárias, ferroviárias, aeroportuárias e portuárias, edifícios públicos e outras instalações críticas;
l) Garantir a segurança nos espectáculos, incluindo os desportivos, e noutras actividades de recreação e lazer, nos termos da lei;
m) Prevenir e detectar situações de tráfico e consumo de estupefacientes ou outras substâncias proibidas, através da vigilância e do patrulhamento das zonas
referenciadas como locais de tráfico ou consumo;
n) Assegurar o cumprimento das disposições legais e regulamentares referentes à protecção do ambiente, bem como prevenir e investigar os respectivos ilícitos;
o) Participar, nos termos da lei e dos compromissos decorrentes de acordos, tratados e convenções internacionais, na execução da política externa, designadamente em operações internacionais de gestão civil de crises, de paz, e humanitárias, no âmbito policial, bem como em missões de cooperação policial internacional e no âmbito da União Europeia e na representação do País em organismos e instituições internacionais;
p) Contribuir para a formação e informação em matéria de segurança dos cidadãos;
q) Prosseguir as demais atribuições que lhe forem cometidas por lei.
Constituem ainda atribuições da PSP: a) Licenciar, controlar e fiscalizar o fabrico,
armazenamento, comercialização, uso e transporte de armas, munições e substâncias explosivas e equiparadas que não pertençam ou se destinem às Forças Armadas e demais forças e serviços de segurança, sem prejuízo das competências de fiscalização legalmente cometidas a outras entidades;
b) Licenciar, controlar e fiscalizar as actividades de segurança privada e respectiva formação, em cooperação com as demais forças e serviços de segurança e com a Inspecção‐Geral da Administração Interna;
c) Garantir a segurança pessoal dos membros dos órgãos de soberania e de altas entidades nacionais ou estrangeiras, bem como de outros cidadãos, quando sujeitos a situação de ameaça relevante;
d) Assegurar o ponto de contacto permanente para intercâmbio internacional de informações relativas aos fenómenos de violência associada ao desporto.
1.3. A estrutura da PSP
De acordo com a sua Lei Orgânica, esta Polícia encontra‐se organizada conforme o seguinte diagrama:
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DIRECÇÃO NACIONAL
UNIDADES ESPECIAIS
Corpo de Intervenção
Grupo de Operações Especiais
Corpo de Segurança Pessoal
Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em
Subsolo
ESTABELECIMENTOS DE ENSINO
Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna
Escola Prática de Polícia
Aveiro Beja Braga Bragança
Castelo Coimbra Évora Faro
Guarda Leiria Portalegre Santarém
Setúbal Viana do Castelo Vila Real Viseu
COMANDOS DISTRITAIS
COMANDOS METROPOLITANOS
Lisboa Porto
Serviços Sociais
COMANDOS REGIONAIS
MADEIRAAÇORES Angra do Heroísmo
Ponta Delgada
Horta
Unidades Operacionais
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2. Recursos Humanos Para a elaboração da caracterização dos Recursos Humanos que prestam serviço na PSP foram utilizados os dados extraídos do sistema “Gestão de Integrada de Vencimentos e Recursos Humanos” (“GIVeRH”), implementado nesta Polícia ao longo de 2007.
Dado que em anos anteriores a informação era extraída de outro sistema informático constataram‐se algumas situações relativamente às quais não é metodologicamente adequado efectuar quaisquer comparações. Assim, apenas são efectuadas comparações nas situações em que se verifica coerência da informação.
2.1. Distribuição de efectivos por relação jurídica de emprego
Actualmente o efectivo de funcionários da PSP integra dois Quadros de pessoal distintos: o “Quadro de Pessoal com Funções Não Policiais” e o “Quadro de pessoal com Funções Policiais”. Para além deste pessoal, prestam ainda serviço na PSP outros trabalhadores, funcionários e agentes ao abrigo de diversos regimes jurídicos de emprego e que se encontram a executar tarefas específicas, a desempenhar funções dirigentes ou em formação nos estabelecimentos de ensino da PSP. Alguns destes funcionários são originários de outras instituições públicas, aí regressando após a cessação das suas tarefas na PSP
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De igual modo, um número significativo de elementos pertencente aos Quadros de pessoal da PSP, encontram‐se a prestar serviço noutras instituições públicas e órgãos de soberania em regime de destacamento ou de requisição, sendo que o maior efectivo se encontra destacado nas Polícias Municipais de Lisboa e do Porto.
Em 31 de Dezembro de 2007 o pessoal em serviço na PSP da PSP distribuía‐se, de acordo com a relação jurídica de emprego, conforme mostrado na Tabela 1.
Salienta‐se o facto de que na categoria “Dirigentes” se encontram incluídos Oficiais de Polícia que integram o “Quadro de Pessoal Com Funções Policiais” com funções de Comando e Direcção até ao nível de 2º Comandante de Comando, os quais, desse
modo, foram subtraídos das categorias correspondentes aos seus postos. A nomeação é o vínculo mais representativo, com 22.938 efectivos nesta situação, ou seja 98,5% do universo de servidores da PSP. Esta percentagem, semelhante à verificada em 2006, resulta do facto de que, tendo em conta a natureza específica desta força de segurança, a quase totalidade dos seus servidores pertencem aos respectivos Quadros, o qual integraram por nomeação. As restantes formas de relação jurídica de emprego constituem percentagens muito pouco significativas, sendo que se referem a situações relativamente concretas. Os contratos administrativos de provimento (0,8%) referem‐se sobretudo ao pessoal médico que presta serviço nos postos clínicos da PSP, aos docentes do I.S.C.P.S.I., e aos Cadetes‐alunos e Aspirantes a Oficial de
Tabela 1. Distribuição dos servidores da PSP por relação jurídica de emprego
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Polícia que frequentam o Curso de Formação de Oficiais de Polícia (CFOP) e que não são oriundos directamente do “Quadro de Pessoal Com Funções Policiais”. Quanto aos contratos de prestação de serviço (0,5%) referem‐se a contratos de avença para desempenho de funções de assessoria técnica. Relativamente a outros tipos de relação jurídica de emprego referem‐se os contratos individuais relativos ao pessoal afecto a tarefas de limpeza de instalações policiais e apoio a messes.
2.2. A caracterização dos recursos humanos da PSP
Considerando a natureza e ampla diversidade das funções desempenhadas pelo efectivo da PSP, e conforme já referido, o efectivo policial encontra‐se dividido em dois Quadros: “Pessoal com funções policiais” e “Pessoal com funções não policiais”. O primeiro tipo constitui a grande maioria dos efectivos da PSP (cerca de 96,9%), enquanto o segundo
constitui 3,1%. Se considerarmos o pessoal civil não pertencente aos Quadros e que presta serviço na PSP, a percentagem de pessoal não policial é de 4,2%, valor inferior ao de 2006, e que se insere na tendência verificada nos últimos anos de diminuição do pessoal com funções não policiais.
Para efeitos da caracterização do pessoal que presta serviço na PSP considerou‐se apenas aqueles que integram o “Quadro de Pessoal Com Funções Policiais” e o “Quadro Com Funções não Policiais”, distribuídos pela várias situações em relação ao serviço conforme indicado na Tabela 1.
2.2.1. O pessoal com funções não policiais
No final de 2007 o “Quadro de Pessoal com Funções Não Policiais” integrava 719 elementos. Considerando o pessoal não policial não integrado nos Quadros, verifica‐se a existência de um total de 942 elementos (Gráfico 1), significando, relativamente ao ano anterior, uma diminuição de 10,8%.. Esta diminuição insere‐se na tendência decrescente verificada em anos anteriores mais recentes. Constata‐se, assim, que este efectivo é o mais baixo existente nos últimos 7 anos.
2.2.1.1. Colocação Uma percentagem significativa do pessoal com funções policiais presta serviço na Direcção Nacional (36%), distribuindo‐se os restantes pelo dispositivo policial da forma indicada na Tabela 2.
Tabela 2 – Efectivos por Quadro de Pessoal e Situação em relação ao Serviço
Gráfico 1 – Evolução dos efectivos com funções
não policiais
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Tabela 4 – Pessoal com funções não
policiais (Distribuição por sexos)
2.2.1.2. Sexo O efectivo com funções policiais é predominantemente feminino (81,2%), sendo esta desproporção entre sexos uma das suas características principais.
2.2.1.3. Estrutura etária O efectivo que integra o quadro do pessoal com funções não policiais distribui‐se forma
diferenciada segundo o respectivo sexo (Tabela 4). Embora, relativamente aos funcionários masculinos, haja um distribuição relativamente equilibrada entre os diversos escalões etários correspondentes às idades entre os 35 e os 54 anos, no caso das funcionárias verifica‐se uma maior concentração nos escalões correspondentes à idades entre os 45 e os 59 anos, com uma incidência destacada no escalão dos 50 aos 54 anos (Gráfico 2). Quanto a este aspecto salienta‐se o facto de que 60,4% do efectivo feminino tem 50 anos ou mais de idade e 79,8% tem mais de 45 anos.
A média de idades é de 50,2 anos, sendo que para os homens a média é de 46,1 anos e para as mulheres de 51,1 anos.
O pessoal com funções não policiais caracteriza‐se, portanto, como um Quadro relativamente envelhecido, já que a maior parte dos funcionários que o integram se enquadra nos escalões etários acima dos 45 anos, onde se encontra mais de 75% deste efectivo.
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30 ‐ 34 anos
35 ‐ 39 anos
40 ‐ 44 anos
45 ‐ 49 anos
50 ‐ 54 anos
55 ‐ 59 anos
60 ‐ 64 anos
65 ‐ 69 anos Feminino
Masculino
Gráfico 2 - Pessoal com funções não policiais (Distribuição por sexo e escalão etário)
Tabela 3 - Pessoal com funções não
policiais - Colocação
Tabela 5 – Pessoal com funções não policiais (Estrutura etária)
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A distribuição do efectivo com funções não policiais pelas idades mostra uma ruptura nítida resultante entre os 43 e 47 anos (Gráfico 3), resultante de um período relativamente extenso em que não se verificou entrada de efectivos com funções não policiais. Esta situação tem sido, de algum modo, colmatada com a requisição de funcionários noutras instituições e a reclassificação de pessoal licenciado da carreira policial para técnico superior.
Esta situação apresenta, contudo, algumas questões relativamente preocupantes já que face à caracterização etária do pessoal que integra o “Quadro de pessoal com Funções Não Policiais” se torna necessário considerar a perspectiva de iniciar a renovação destes Quadros com efectivos relativamente jovens, pois a proximidade da aposentação de muitos deles irá a curto prazo depauperar alguns Serviços, já com escassez de efectivos, daí resultando uma afectação significativa da produtividade e do apoio à actividade policial, já que muitos deles estão ligados a tarefas na área da gestão de recursos humanos, vencimentos e administração financeira.
2.2.1.4. Categorias profissionais Quanto à distribuição por categorias verifica‐se uma distribuição diferente entre ambos os sexos, sendo que os homens se distribuem principalmente pelas categorias de Técnico superior e Administrativo, as mulheres concentram‐se principalmente nas categorias de Administrativo e Auxiliar (Tabela 6).
2.2.1.5. Habilitações literárias Relativamente às habilitações literárias observa‐se que enquanto 45,9% dos homens tem habilitações literárias de nível superior, apenas 6,3% das mulheres têm esse nível (Tabela 7). Esta situação resulta essencialmente das diferenças funcionais entre ambos os sexos, sendo que 39,8% do efectivo masculino é técnico superior (67,9% do total de técnicos superiores em serviço na PSP), e apenas 4,3% das mulheres têm igual categoria profissional. O nível habilitacional tem estabilizado nos anos mais recentes já os funcionários administrativos, pelo que pelos níveis etários
Tabela 7 - Pessoal com funções não
policiais (Habilitações literárias) Tabela 6 – Pessoal com funções não policiais (Categorias profissionais)
Gráfico 3 - Pessoal com funções não policiais (Efectivo por idades)
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elevados em que se encontram e pelo tempo de serviço prestado, se poderá inferir que os mesmos se encontram menos predispostos a investir na melhoria das suas habilitações literárias. Por outro lado, os técnicos superiores, sendo já detentores de licenciatura, têm investido essencialmente em segundas licenciaturas. Não existindo carreiras de investigação ou incentivos curriculares, a procura de habilitações de nível superior (mestrado ou doutoramento) é relativamente reduzida.
2.2.1.6. Mobilidade funcional interna De uma forma geral verifica‐se uma reduzida mobilidade entre o pessoal com funções não policiais1. Cerca de 66,3% das funcionárias e 42,2% dos funcionários (61% do efectivo com funções não policiais) mantêm‐se em funções no mesmo Serviço há 7 anos ou mais (Tabela 9), sendo que o tempo médio desde a última colocação é de 11,8 anos; média mais elevada no caso das funcionárias (12,6 anos) do que dos funcionários (8,1 anos).
Esta situação resulta sobretudo do facto de grande parte dos “Administrativos” e “Auxiliares” se manterem no mesmo Serviço há 10 ou mais anos. Os técnicos superiores são aqueles que apresentam menores períodos de tempo desde a última colocação.
1 Em virtude de não ter sido possível extrair os
dados acerca desta situação no final do ano de 2007, optou-se por considerar as situações de mudança interna de Serviço ocorridas no início de 2008.
Note‐se, contudo, que a maioria destes elementos foram reclassificados, tendo saído do “Quadro de Pessoal Com Funções Policiais” a partir de 2003. Por outro lado, dado que o número de funcionários com funções não policiais nos Comandos é relativamente reduzido, estando afectos a um conjunto de funções relativamente delimitado, dificilmente se pode verificar mobilidade funcional ou de local de serviço, excepto quando ocorrem promoções com alteração significativa de conteúdo funcional.
Em média, o pessoal com funções não policiais entrou ao serviço da PSP nas respectivas carreiras há 13,3 anos, sendo a média relativa a funcionários e funcionárias pouco significativa; 12,6 e 13,9 anos, respectivamente. Note‐se, no entanto que o facto de uma parte significativa dos técnicos superiores serem originários do efectivo com funções policiais por reclassificação profissional, leva a que estes valores sejam menos elevados, já que não é considerado o tempo na sua carreira anterior,.
Tabela 8 - Pessoal com funções não policiais
(Habilitações literárias e categorias)
Tabela 9 - Pessoal com funções não policiais
(Tempo de colocação no Serviço)
Tabela 10 - Pessoal com funções não policiais (Categoria e tempo de colocação)
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Considerando o tempo de serviço e a idade média do pessoal com funções não policiais verifica‐se que este efectivo iniciou funções na PSP com um nível etário relativamente elevado. Efectivamente a idade média de entrada nesta instituição é de 36,6 anos; mais elevada para as funcionárias (37,2 anos) do que para os funcionários (33,8 anos).
Esta situação resulta do facto de a PSP não efectuar recrutamento directo desde 1976, tendo este quadro sido provido, desde então, e principalmente, de pessoal excedentário de outros Serviços da Administração Publica ou pessoal requisitado a outras entidades e organismos, conforme referido atrás.
2.2.2. O pessoal com funções policiais O efectivo policial da PSP reparte‐se por três carreiras distintas: “Agente”, “Subchefe/Chefe” e “Oficial”, num total de
22.214 elementos (onde se encontram incluídos os elementos adidos ao Quadro).
A primeira destas carreiras, que integra os postos de “Agente” e “Agente Principal”, apresentava em 31DEZ2007 um total de 18.833 efectivos, sendo 17.590 do sexo masculino (93,4%) e 1.242 do sexo feminino (6,6%). No seu conjunto constituem cerca de 85% do efectivo policial (Tabela 12).
Os efectivos da carreira de “Subchefe/Chefe” constituem cerca de 12% do efectivo policial, num total de 2.647 elementos; 2.408 homens (90,9%) e 240 mulheres (9,1%) (Tabela 12).
Na carreira de “Oficial” encontram‐se 734 elementos, sendo 666 homens (90,7%) e 68 mulheres (9,3%), distribuídos pelos 6 postos que a constituem (Tabela 12), sendo que estas se encontram na sua maioria, por enquanto, pelos postos mais baixos, ao nível de Subcomissário e Comissário).
Comparando a situação com o QAL (e retirando os elementos que se encontram adidos ao Quadro ou na situação de supranumerário) constata‐se que a carreira de “Agente” é a única que se encontra actualmente preenchida. As restantes encontram‐se em situação deficitária, com faltas significativas: 7,1% dos “Subchefes/Chefes”, e percentagens ainda mais significativas no caso da carreira de “Oficial” com faltas que variam de 1,3% nos Subcomissários a 50,8% dos “Intendentes”. Nesta carreira, e particularmente significativo,
é o caso do posto de “Superintendente”.
Onde apenas está preenchida 1 das 36 vagas existentes. Contudo, esta situação tem sido suprida, sendo as
funções correspondentes às vagas dos postos em falta asseguradas por oficiais de postos subalternos. Tal situação resulta essencialmente da aposentação gradual no final de carreira
Tabela 11 - Pessoal com funções não policiais
(Tempo de entrada ao serviço da PSP)
Tabela 12 – Pessoal com funções policiais (Distribuição por Sexo e Postos)
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Gráfico 4 - Pessoal com funções policiais (Evolução de efectivos)
dos oficiais oriundos das Forças Armadas e que haviam integrado o “Quadro de Pessoal Com Funções Policiais”, na carreira de Oficiais de Polícia, enquanto que os oficiais oriundos do I.S.C.P.S.I. ainda não alcançaram esses postos.
Os concursos de promoção que se iniciaram em 2007 foram terminados em 2008, tendo‐se já verificado promoções de oficiais de polícia que atenuaram a situação acima referida.
Relativamente à taxa de enquadramento dos diversos postos pode observar‐se que em 31DEZ2007 existia 1 Subchefe/Chefe para cada 7,1 Agentes, e 1 Oficial para cada 3,6 Subchefe/Chefes e 25,7 Agentes. Estes valores apresentam um agravamento das taxas de enquadramento hierárquico relativamente a 2006, sendo um dos factores que contribuíram de forma relevante para esta situação o facto de em DEZ2007 ter terminado um Curso de Formação de Agentes, do qual resultou a admissão de 993 novos Agentes.
Salienta‐se, contudo que a taxa de enquadramento de oficiais é substancialmente diminuída em consequência do amplo conteúdo funcional dos diversos postos, o qual implica que uma parte significativa destes desempenhem funções docentes, técnicas ou de assessoria, não directamente ligadas a funções de coordenação e enquadramento de efectivos.
2.2.2.1. Evolução de efectivos Os 22.214 efectivos existentes em 31DEZ2007, constituem um aumento de 3,3% relativamente ao efectivo existente no final de
2006. Este aumento insere‐se na tendência crescente verificada desde 1999, e deve‐se, conforme referido à entrada de 993 novos Agentes no final de 2008 e à contenção do número de elementos que têm saído para a pré‐aposentação e aposentação.
2.2.2.2. Distribuição dos efectivos por sexos
O efectivo policial da PSP é predominantemente masculino, sendo constituído por 93% de elementos masculinos e 7% femininos.
O ano de 2007 confirmou a ligeira tendência e aumento percentual dos efectivos policiais femininos verificada nos últimos anos anteriores, já que em 2006 o efectivo feminino era de 6,8%. Note‐se, quanto a esta questão que dos agentes saídos dos últimos cursos de formação de Agentes, a percentagem de elementos femininos foi, sucessivamente de 8,3% e 7,4%. Relativamente ao Cursos de Formação de Oficiais, as Aspirantes e Cadetes femininas constituem 12,2% dos alunos daquele Curso
2.2.2.3. Estrutura etária
Relativamente à distribuição de cada sexo por escalões etários verifica‐se uma diferença significativa entre homens e mulheres (Tabela 12), consequência da forma como, ao longo dos anos foram efectuados os alistamentos para as “Escolas de Alistados” e “Cursos de Formação de Agentes”.
Quando se atenta na incidência percentual de cada escalão etário nota‐se que o escalão etário masculino com maior percentagem de homens é os “30 a 34” anos (21,6%), concentrando‐se aí mais de 1/5 do efectivo policial. Entre os 35 e os 49 anos, as percentagens dos três escalões considerados mantêm‐se relativamente aproximadas, não se verificando diferenças significativas, concentrando‐se neste intervalo cerca de metade do efectivo policial masculino (50,3%). Note‐se, no entanto, que os escalões mais jovens (até aos 29 anos) constituem apenas de 15,3% dos efectivos masculinos e 16,9% dos femininos.
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Gráfico 5 -Pessoal com funções policiais (Sexo e escalões etários)
Relativamente ao sexo feminino, o escalão etário percentualmente mais elevado continua a ser “40 a 44” anos, com 28,3%. Comparativamente ao efectivo masculino, observam‐se percentagens similares no efectivo feminino nos escalões etários até aos 34 anos. Contudo nos escalões correspondentes aos “35 a 49 anos” concentram‐se 49,5% do efectivo feminino, podendo constatar‐se, pois, um envelhecimento mais acentuado no efectivo feminino, cujas consequências poderão verificar‐se a curto médio sendo que neste caso se verificará uma quebra relativamente significativa no efectivo feminino aquando das aposentações destas.
Cerca de 15,3% do efectivo policial tem idade entre os 20 e os 30 anos, 39% tem entre 30 e os 40, 33,4% têm entre 40 e 50 anos e os restantes 12, 3% estão acima dessa idade. Perante estes valores pode considerar‐se que o efectivo policial se mantêm numa fase em
que a relação conhecimento vs rendimento é relativamente equilibrada, como se pode constatar dos diversos índices operacionais divulgados através do Relatório de Segurança Interna e Relatório de Actividades da PSP. Importa contudo ter em consideração o facto de que quase 1/3 do efectivo ultrapassou os 45 anos, período a partir do qual diversos estudos científicos têm demonstrado ter início alterações fisiológicas com impacto significativo na saúde e desempenho fisco e intelectual dos indivíduos, sobretudo quando se sabe que o desempenho de algumas tarefas e funções de natureza policial exige um grau razoável de destreza, capacidade e resistência físicas.
Gráfico 6 - Pessoal com funções policiais
(Distribuição por idades)
Tabela 13 – Pessoal com funções policiais (Sexo e escalões etários)
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Gráfico 7– Pessoal com funções policiais
(Escalões etários)
A distribuição do efectivo policial pelas respectivas idades apresenta alguma irregularidade, consequência, sobretudo, dos períodos de realização de Cursos de formação de Agentes, com como da duração dos mesmos2, sendo que este último factor foi já regularizado.
Distribuição das carreiras pelos escalões etários
A distribuição das três carreiras policiais pelos respectivos escalões etários apresenta uma distribuição diferenciada entre as mesmas
Relativamente aos Agentes observa‐se que o escalão etário com percentagem mais elevada de efectivos é ”30‐34 anos”, diminuindo gradualmente até aos 54 anos, sendo que daí em diante as percentagens dos restantes escalões são pouco significativas.
Quanto aos Subchefes/Chefes, cerca de 56,2% dos efectivos desta carreira enquadram‐se entre os 40 e 49 anos, sendo que os dois escalões adjacentes, acima e abaixo apresentam igualmente percentagens similares.
Esta situação, relativamente aos Agentes/ Agentes principais e Subchefes/Chefes, é característica de carreiras com reduzidos níveis de progressão e cuja evolução se faz de
2 Há alguns anos era relativamente comum a conclusão de duas Escolas de Alistados num mesmo ano civil, bem como a realização de cursos de formação de Guardas apenas para elementos femininos.
forma gradual ao fim de determinado período de tempo, não havendo diferenças significativas nos conteúdos funcionais das mesmas.
Diferente situação se verifica quanto à carreira de Oficiais, com conteúdos funcionais específicos e distintos em cada posto. Neste caso observa‐se uma maior concentração nos escalões etários mais elevados sendo que apenas cerca de 1/3 têm menos de 40 anos,
resultando essencialmente de algum retardamento nas situações de promoção, que tendem a elevar as idades médias dos efectivos de cada posto, não apenas em consequência de gestão de efectivos oriundos de percursos profissionais diferentes para os mesmos postos, mas igualmente pelos períodos prolongados de cada concurso.
Em consequência dessa situação as idades médias dos diversos postos são relativamente aproximadas, quando teoricamente se deveriam verificar distinções relativamente
Gráfico 8 - Pessoal com funções policiais)
(Carreiras e escalões etários)
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nítidas, normalmente superiores a 4 anos. Note‐se que a diferença da idade média entre oficiais dos opostos de subcomissário e Intendente, estatutariamente separadas por, pelo menos 9 anos, é de 4,2 anos.
A continuidade desta situação poderá levar a um envelhecimento dos postos intermédios e superiores com impacto a médio prazo aquando estes oficiais alcançarem a idade de aposentação, levando a que no espaço de pouco anos grande parte do topo da hierarquia saia do activo, deixando um amplo hiato para a geração seguinte, ainda com postos do nível intermédio.
A idade média do efectivo policial feminino é de 37,96 anos e do efectivo policial masculino
é de 38,7 anos, resultando numa média de idades do efectivo policial de 38,6 anos. A ligeira diminuição da idade média do efectivo policial relativamente a 2006 resultou essencialmente da entrada dos novos Agentes no final de 2007 e do reduzido número de elementos saídos para a pré‐aposentação e aposentação.
A idade média relativamente elevada dos elementos policiais deverá ser uma constante a curto médio prazo em consequência das alterações verificadas nas regras de aposentação já que o número de saídas continuará a ser relativamente reduzido, enquanto que as entradas de novos elementos, face à dimensão do efectivo global, tem um impacto relativamente reduzido neste factor. Será, pois, necessária a conjugação de vários anos com novos alistamentos e a entrada num ritmo regular de aposentações para que possa ocorrer uma regressão significativa na idade média dos elementos policiais. Relativamente às carreiras, será igualmente necessário que as promoções mantenham um carácter regular, adequado ao preenchimento das vagas de cada posto de forma a permitir a normal progressão nas carreiras, estabilizando a estrutura hierárquica, factor essencial ao desempenho eficaz e eficiente das organizações policiais.
Quanto a este aspecto salienta‐se a idade média dos elementos policiais em cada Comando apresenta variações significativas, conforme se poderá depreender da distribuição pelos escalões etários em cada um deles (Anexo 1).
2.2.2.4. Estrutura de antiguidades
Na distribuição dos efectivos pelo escalão correspondente ao seu tempo de serviço na PSP, a categoria mais representativa é os “15 a 19 anos”, onde se integra 22,2% do pessoal com funções policiais. Este dado representa um agravamento à situação observada em 2006, em que o escalão mais representativo era o dos “10 a 14 anos”, o que constitui um outro indício do gradual envelhecimento do efectivo policial.
Tabela 14 - Pessoal com funções policiais (Carreiras e escalões etários)
Tabela 15 - Pessoal com funções policiais
(Idade média por carreira/posto)
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Ano Tempo médio de serviço (anos)
2002 13
2003 13
2004 14
2005 14
2006 14,6
2007 15
Agentes 13,5 Subchefes/ Chefes 19,6
Oficiais 19.1 Subcomissários 17,7
Comissários 20,1 Subintendentes 22,7
Intendentes 23.7 Superintendentes 19,3
Tabela 17 - Pessoal com funções policiais (Tempo médio de serviço
por posto)
A distribuição dos escalões de antiguidade pelo sexo dos elementos apresenta algumas variações sendo de referir uma distribuição mais irregular no caso dos elementos femininos, em consequência da reduzida percentagem de efectivos no escalão dos “10 a 14 anos” de serviço; situação, aliás, constatada em anos anteriores e que resulta sobretudo de factores exógenos à PSP aquando dos alistamentos ocorridos há alguns
anos, em que se verificou uma reduzida adesão feminina; factor esse, em princípio ultrapassado face ao ligeiro, mas gradual e consistente, aumento percentual do efectivo feminino na PSP, mais visível no caso dos Oficiais.
Por outro lado note‐se que nos últimos 10 anos de alistamentos a média de idades à entrada na PSP aumentou cerca de 1 ano, sendo em 2007 de 23,9 anos, podendo tal significar que a idade de entrada na PSP é igualmente afectada pelo fenómeno social de entrada cada vez mais tardia no mercado de trabalho. Contudo, esta é uma situação que, de momento não constitui factor de preocupação tendo em consideração a existência de limites de idade no acesso à PSP (18 anos para o Curso de Formação de Oficiais de Polícia ‐ CFOP) e 25 anos para o Curso de Formação de Agentes ‐ CFA).
O tempo médio de serviço é de 15 anos, valor que tem vindo a aumentar gradualmente nos últimos anos. À semelhança do verificado quanto às idades dos elementos policiais, também aqui se verifica, relativamente aos oficiais, uma proximidade entre tempos médios de serviço por posto, esbatendo as diferenças geradas pelos períodos mínimos de permanência em cada posto.
Tabela 16 - Pessoal com funções policiais (Tempo de alistamento/serviço)
Gráfico 9 - Pessoal com funções policiais)
(Tempo de alistamento/serviço)
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2.2.2.5. Estrutura habilitacional
O nível de habilitações mais frequente em ambos os sexos do efectivo da PSP é o 12º ano de escolaridade (34,8%), abrangendo 34,2% dos homens e 43,5% das mulheres. O 9º ano de escolaridade (29,9%) é igualmente relevante já que abrange 30,1% dos homens e 26,9% das mulheres.
De uma forma geral, verifica‐se que actualmente 47% do efectivo policial tem habilitações abaixo das mínimas actualmente exigidas para ingresso na PSP (11º ano para o CFA). Tal situação deve‐se ao facto de no efectivo policial existir ainda um elevado número de elementos que entraram para a PSP em períodos em que as habilitações mínimas exigidas eram inferiores ao exigido actualmente.
No entanto, comparando com valores de anos anteriores nota‐se uma nítida melhoria relativamente às habilitações literárias do pessoal, na continuidade do que se tem verificado ao longo dos últimos anos. Tal situação resulta, sobretudo do nível de habilitações exigido para acesso ao CFA, e também ao facto de a avaliação curricular considerar este factor; facto que tem motivado muitos elementos na procura de habilitações mais elevadas
De salientar ainda que, neste aspecto, o efectivo feminino apresenta níveis de
habilitações superiores ao efectivo masculino. Note‐se do efectivo policial feminino (7% do
total do efectivo policial), cerca de 4% apresentam detêm habilitações de nível superior, enquanto apenas 2,2% do efectivo masculino têm esse nível de habilitações. Note‐se ainda do total de elementos com habilitações superiores 12,2% são mulheres, percentagem, essa, superior ao seu peso no efectivo policial.
2.2.2.6. Outra caracterização do efectivo policial
A PSP é actualmente uma das maiores instituições públicas da Administração Pública em Portugal, cujo efectivo se encontra disperso por todo o país. Trata‐se, pois, de um amplo universo de funcionários com características diferenciadas, conforme se pode apurar pelos dados expostos atrás. Como tal, e para além dos dados referidos no DL nº 190/96, de 9 de Outubro, inclui‐se neste documento alguma informação adicional, caracterizadora dos funcionários que servem nesta instituição.
2.2.2.6.1. O Estado civil
O efectivo da PSP distribui‐se por sexo e estado civil da forma descrita na Tabela 18. Embora numa primeira análise pareçam não existir diferenças significativas entre ambos os Quadros de pessoal, deve, neste caso, ter‐se em conta as diferenças entre os elementos que integram os mesmos, sobretudo quanto ao género e à distribuição pelos escalões etários.
Tabela 18 - Pessoal com funções policiais (Sexo e habilitações literárias)
Gráfico 10 - Pessoal com funções policiais e não policiais (Evolução das habilitações literárias)
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
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Uma primeira constatação é o facto de que o pessoal com funções não policiais apresenta, relativamente ao pessoal com funções policiais, percentagens mais elevadas na categoria de “solteiro” e menos elevadas na categoria de “casado”, para escalões etários similares; evidenciando tratar‐se de universos com características relativamente distintas neste aspecto. Em qualquer dos casos, as percentagens apuradas indiciam que as características demográficas dos elementos que prestam serviço na PSP diferem das características gerais da população portuguesa, tendo como referência os dados publicados nos Censos 2001, pelo Instituto Nacional de Estatística.
Focalizando a análise no pessoal que integra o Quadro com funções policiais, já que pelo universo em questão, permite uma análise mais coerente verificam‐se algumas diferenças significativas relativamente às características da população em geral, conforme se pode verificar na seguinte tabela
Como se pode constatar os elementos com funções policiais da PSP apresentam diferenças percentuais significativas relativamente à população em geral, as quais
apontam para que os mesmos casem mais tardiamente, estimando‐se esse atraso entre 3 a 6 anos. Como tal, a constituição de famílias em idades mais tardias, poderá levar a uma redução do número de filhos; logo à existência de agregados familiares relativamente reduzidos.
Esta situação é em grande parte resultante do facto de no início das suas carreiras os elementos policiais serem colocados normalmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, deslocados dos seus distritos de origem, e aí permanecerem por longos períodos. Por outro lado, a permanente expectativa de regresso aos
distrito de origem acaba por constituir igualmente um factor que auto‐restringe muitos elementos policiais a constituírem e implantarem os seus núcleos familiares relativamente cedo, sob risco de penosas deslocações de residências e ambientes sociais e amizades por parte dos filhos aquando da sua transferência para outro Comando.
Note‐se ainda que as percentagens de elementos policiais divorciados, pelo menos no escalão dos 45 aos 49 anos, são significativamente superior à população em geral, sobretudo no caso das mulheres.
Tabela 19– Escalões etários e estado civil
Tabela 20 – Comparação do estado civil do pessoal
com funções policiais e população portuguesa (Censos 2001)
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
22
Não existem actualmente dados fiáveis que permitam caracterizar os agregados familiares dos elementos policiais, bem como as suas dinâmicas estruturais e evolutivas, ou o impacto de factores indissociáveis da prestação de serviço policial (“stress” profissional, desgaste físico e emocional, trabalho por turnos, etc.) sobre as mesmas. No entanto, parece evidente apenas por estes dados, a existência de um conjunto de factores associados à prestação de serviço policial (que, aliás se encontram actualmente bem identificados em diversos estudos efectuados noutros países) os quais, inquestionavelmente, afectam o bem‐estar profissional e familiar dos profissionais de polícia. Quanto a este aspecto atente‐se nas percentagens de divorciados, distintas por sexo, sempre, significativamente superiores à população em geral.
2.2.2.6.2. Origem dos elementos policiais
Pode‐se considerar que a PSP é uma instituição cujos elementos têm raízes em todo o país. A análise dos distritos de natalidade dos elementos com funções policiais mostra um universo diversificado quanto às suas origens, mas mostra igualmente que o Comando Metropolitano de Lisboa é, essencialmente, um local de permanência temporária para a maioria dos que escolhem servir nesta instituição, já que a
maior parte dos elementos policiais opta por regressar ao distrito de nascença.
O distrito de Lisboa, onde se concentra cerca de 46,4% do efectivo policial, distribuído pelo Comando Metropolitano de Lisboa (37,4%), Direcção Nacional (3,3%), ISCPSI (0,8%) e Unidades Especiais – CI, GOE e CSP (4,9%), é o distrito de natalidade de apenas 10,9% do efectivo policial, percentagem essa inferior ao distrito do Porto, do qual são originários 11,1% do efectivo policial (Anexo 2A)
Constata‐se, no entanto, a existência de alguns distritos com percentagens relativamente significativas, quando comparados com outros distritos com população mais numerosa. Note‐se, por exemplo, os casos de Viseu (6,1%), Vila Real (5,4%) ou Bragança (5,7%)
Embora nem todos os elementos que prestam serviço sobretudo nos Comandos Metropolitanos tenham vindo dos distritos de origem, já que muitos deles já aí poderiam residir devido a migrações familiares para os centros urbanos anteriores à sua entrada na PSP, esta situação constitui um indício caracterizador da grande mobilidade territorial causada pela condição de elemento policial.
O fluxo de regresso aos distritos de nascimento e origem é visível no facto de que dos elementos colocados em cada Comando Distrital, uma elevada percentagem nasceu no Comando onde presta serviço. Por outro lado, note‐se que um número significativo de elementos, sobretudo dos que prestam serviço no Comando Metropolitano de Lisboa, Unidades Especiais e ISCPSI, mantêm como local de residência os distritos de residência (Anexo 2B) (facto que evidencia a perspectiva de uma colocação futura no distrito de origem, e onde muitos deles mantêm os seus núcleos familiares) sendo que se verificam elevadas percentagens de coincidência entre os distritos de residência e os de nascimento (Anexo 2C).
2.2.2.6.3. Mobilidade interna
Na PSP a mobilidade interna (colocação em Unidade ou Serviço diferente) ocorre sempre que se verifiquem transferências, na maior parte das situações de promoção e pode ainda
Tabela 21 -Distribuição do efectivo policial por sexo e estado civil
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
23
ocorrer por mudança de conteúdo funcional dos elementos.
Considerando a amplitude do conteúdo funcional da função policial, a dimensão do efectivo e a dispersão do dispositivo policial, seria de esperar uma elevada mobilidade interna. Verificou‐se, no entanto, que os períodos desde a última colocação são relativamente prolongados3, embora não atingindo os valores percentuais observados relativamente ao pessoal não policial.
Apesar das diferenças percentuais observadas relativamente a cada um dos sexos, não se pode considerar existirem diferenças significativas entre homens e mulheres.
Situação diferente ocorre quando se consideram os postos dos elementos, sendo notório a maior mobilidade entre os oficiais,
3A semelhança do verificado com o pessoal co
Quadro com funções não policiais, também neste caso foram considerados os elementos transferidos em 2008.
principalmente nos postos superiores. Atente‐se que em todos os postos mais de 60% dos oficiais foram movimentados após 2004. Considerando os conteúdos funcionais de cada posto e o seu enquadramento na estrutura hierárquica, as promoções e as mudanças de funções implicam quase sempre a mudança de Serviço.
Constata‐se ainda que no caso dos postos terminais das carreiras de “Subchefe/Chefe” e “Agente” a mobilidade é bastante reduzida, já que 48,9% dos Chefes e 45,1% dos Agentes principais não muda de Serviço há mais de 10 anos.
Quando se considera a colocação do efectivo policial verifica‐se que a mobilidade do pessoal varia entre os vários Comandos, sendo factor relevante, quanto a este aspecto as características organizacionais dos mesmos e o número e dimensão de subunidades.
Tabela 22 - Pessoal com funções policiais (Período desde a última colocação – por sexo)
Tabela 24 - Pessoal com funções policiais
(Período desde a última colocação – por Comando)
Tabela 23 - Pessoal com funções policiais
(Período desde a última colocação – por posto)
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
24
2.2.2.7. Admissões (em carreira) e regressos
Quanto à entrada de efectivos na PSP, pode observar‐se que em 2007 se registou a admissão de 1.047 elementos.
A maior parte destas situações resultam da admissão de novos Agentes no final do CFA, em DEZ2007. As restantes situações resultam de situações de promoção e provimento em nova carreira. Assim, por exemplo, estão neste caso os Aspirantes, promovidos a Subcomissários, ou Agentes promovidos a Subchefes, que saindo das carreiras em que se encontravam, são admitidos/providos noutra.
Relativamente aos anos anteriores observa‐se que em 2007, e relativamente ao ano anterior, se verificou uma acentuada diminuição nas admissões, verificando‐se valores similares ao período de 2002 a 2005. De uma forma geral constata‐se, quanto a esta questão, uma tendência decrescente nos últimos anos.
Relativamente ao índice de admissões (4,5%), constata‐se igualmente o retorno a valores similares anos anteriores. Considera‐se este valor razoável já que teoricamente indicia a renovação do efectivo num período de aproximadamente 23 anos. Contudo, face às alterações verificadas no regime de aposentações aplicável ao pessoal da PSP, é previsível que a médio prazo, e atingidos os limites de idade e tempo de serviço se verifique a saída de um elevado número de efectivos com impacto significativo no efectivo global da PSP, situação que, actualmente, deverá constituir uma preocupação quanto ao pessoal com funções não policiais, o qual, conforme referido, apresenta uma idade média superior a 50 anos.
2.8. Saídas
Relativamente aos efectivos saídos que se encontravam integrados no quadro ou fora dele, observa‐se que em 2007 saíram da PSP um total de 298 elementos. À semelhança dos anos anteriores a pré‐aposentação e a aposentação (73,2%) são os principais motivos da saída de efectivos, seguidos do falecimento (9,1%).
Gráfico 12 – Evolução anual das saídas
Tabela 25- Admissões em carreira
Tabela 26 - Evolução das admissões em carreira na PSP
Gráfico 11 – Evolução anual das admissões em
carreira
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
25
Para além do pessoal que integrava os Quadros de pessoal da PSP verificou‐se igualmente a saída de 11 professores e de 2 médicos.
Comparativamente com o 2006, constata‐se que o número de pré‐aposentações/ aposentações diminuiu ligeiramente (menos 6 situações), sendo as diferenças relativamente aos restantes motivos pouco significativos face à dimensão do efectivo policial.
Verificando a evolução do índice de saídas (1,3%), constata‐se uma diminuição face ao valor do ano anterior. Esta diminuição gradual do volume de elementos saídos da PSP resulta principalmente das normas que regulam a pré‐aposentação e a aposentação dos elementos da PSP.
Face aos índices da saída verificados nos anos mais recentes, é previsível um aumento relativamente acentuado da idade média dos elementos policiais até ao longo da próxima década; período após o qual deverá estabilizar‐se novamente o equilíbrio entre entradas e saídas.
2.9. Promoções e progressões
Em 2007, verificaram‐se um total de 1.051 promoções nos Quadros da PSP, abrangendo cerca de 2,9% dos efectivos com funções não policiais e 4,6% dos efectivos com funções policiais. Salienta‐se, contudo que, relativamente a este último Quadro, as promoções dos Agentes e dos Subcomissários resultaram exclusivamente da entrada nas respectivas carreiras, resultantes, respectivamente da passagem de “Aspirantes” a “Subcomissário” e de “Agente provisório” a Agente”. Embora se tivessem iniciado diversos concursos de promoção em 2007 para o pessoal com funções policiais, apenas o concurso para promoção a ”Superintendente‐chefe”, foi concluído, em virtude do reduzido número de candidatos.
Quanto ao pessoal com funções não policiais efectuadas algumas promoções mediante concurso, bem como algumas nomeações em cargos dirigentes.
Tabela 28 – Evolução anual do índice de
saídas
Tabela 27 - Motivos das saídas do pessoal
Tabela 29 – Promoções e progressões
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
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3 Ausências ao trabalho
Ao longo de 2007, foi iniciada a implementação gradual de um sistema de registo informatizado de assiduidade do pessoal. Para esse efeito foi definido um conjunto detalhado de tipos de ausências, tendo em consideração o enquadramento legal das mesmas, bem como as consequências legais e administrativas das mesmas. Como tal, e por uma questão metodológica e de adequação ás normas vigentes sobre o Balanço Social, foram os diversos tipos de faltas consideradas para o registo informatizado da PSP no “GIVeRH” agregadas de forma a serem enquadradas no elenco de faltas definido pelo DL nº 190/96, de 9MAR. Essa agregação é visível no Anexo 3.
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
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A assiduidade registada em 2007 relativamente ao pessoal com funções policiais e ao pessoal com funções não policiais encontra‐se sumarizada na Tabela 30.
Assim, ao longo de 2007, o efectivo da PSP registou o equivalente a 317.507 ausências ao serviço4. Tendo em conta a dimensão da PSP estes valores devem ser encarados numa perspectiva diferente. Assim, considerando as idades médias e tempo médio de serviço de ambos os Quadros de pessoal calcula‐se que,
4 Dado que o efectivo da PSP, sobretudo o pessoal
policial, trabalha em grande parte em regime de escalas de serviço, independentes de dias úteis, feriados ou fins de semana, considerou-se para efeitos de contabilização as “ausências efectivas ao serviço”, ou sejam, o nº de dias que o elemento ausente deveria ter trabalhado de acordo com a respectiva escala de serviço a que se encontra adstrito
relativamente a 2007 o pessoal da PSP realizou cerca de 5.450.000 dias de trabalho 5.
Note‐se que os tipos de ausência ao trabalho se encontram relativamente dispersos pelas várias situações do quadro de Ausências ao serviço previstas no Balanço Social. Tal situação, deve‐se essencialmente à conjugação de diversos factores.
Por um lado, e conforme já referido, os elementos que integram o efectivo policial apresentam características sócio‐demográficas diversificadas, pelo que é
5 Para esta estimativa considerou-se para o pessoal
policial e não policial com horários administrativos a ocorrência de 252 dias úteis aos quais se subtraíram 26 dias de féria. Para o pessoal policial a prestar serviço por turnos (cerca de 80% do efectivo) considerou-se um regime de escala de 1 folga semanal/5 mensais.
Tabela 30 - Ausências ao serviço 2007
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
28
natural a ocorrência de uma ampla variedade de tipos de faltas, ao contrário de instituições de menor dimensão ou cujos Quadros com características mais específicas que potenciem apenas um conjunto de faltas mais delimitado.
Por outro lado, a implementação de normas específicas para o registo informatizado das ausências ao serviço permite registar praticamente a totalidade das situações, sendo quase inexistentes situações de não registo.
Além destes factores importa ainda referir que sendo a actividade policial uma profissão de risco acrescido, face à natureza das suas missões e do tipo de intervenções do seu efectivo, não só se verifica uma probabilidade elevada de acidente em serviço, como as condições em que o trabalho é desenvolvido (em permanência, 24 horas por dia em regime de turnos, independentemente das condições climatéricas e sanitárias) potencia não apenas o surgimento mais frequente de problemas de saúde, mas também um maior desgaste físico e psicológico. Ainda assim, considerando que os efectivos da PSP ascendem a quase 23.000 elementos, grande parte deles sujeitos com alguma intensidade aos factores acima referidos, considera‐se que os valores aparentemente elevados relativamente a alguns tipos de falta apresentam níveis relativamente satisfatórios, verificando‐se que os índices de assiduidade são, de uma forma geral, inferiores aos da generalidades das restantes instituições públicas, com efectivos mais reduzidos e desempenhando o seu serviço em condições bastante menos severas.
Numa primeira abordagem constata‐se alguma proporcionalidade relativamente às faltas de ambos os Quadros de pessoal. O Pessoal do Quadro com funções não policiais, sendo cerca de 3,2% do total dos efectivos da PSP pertencentes aos Quadros, regista 4,8% das ausências ao serviço, e o pessoal do Quadro com funções policiais, constituindo cerca de 96,7%, regista 95,2% das ausências. Considerando as diferenças entre os universos de ambos os Quadros, de modo algum se pode considerar que estas diferenças sejam significativas.
Por outro lado constata‐se igualmente uma divergência quanto às percentagens das
ausências por sexo. E enquanto que no caso do pessoal com funções policiais existe uma proporção relativamente aproximada entre as percentagens das ausências registadas de homens e mulheres, semelhante à sua proporção no universo deste Quadro, tal não sucede com o pessoal não policial.
Efectivamente, no caso do pessoal policial, a diferença verificada deve‐se sobretudo às ausências de licença de maternidade, exclusivas das mães6. Por outro lado, quanto ao pessoal não policial, o efectivo feminino (81,2% do total) regista 94,2% das ausências. Tal situação deve‐se em grande parte às ausências por “Doença” à diferença de idades entre os homens e mulheres que constituem este efectivo. Ainda assim, não se pode considerar que o factor género seja significativo na questão da assiduidade.
Em qualquer dos Quadros de pessoal, o tipo de ausência mais significativa é a “Doença”, 90,1% e 75%, respectivamente, do pessoal com funções não policiais e do pessoal com funções policiais. Relativamente ao pessoal policial, assumem ainda alguma relevância a assistência a familiares (27.646 dias – 9,1% das ausências) e as dispensas para actividade sindical (12.998 dias – 4,3% das ausências). As restantes situações de ausências apresentam percentagens inferiores a 3% do total.
Relativamente à caracterização das faltas verifica‐se a existência de padrões de ocorrência em alguns casos
O mês de início da ausência
Considerando os tipos de ausência mais significativos, observa‐se que a assiduidade varia percentualmente ao longo do ano de duas formas diferentes; algumas são sazonais e outras mantêm‐se relativamente constantes ao longo do ano. Assim, verifica‐se que as faltas dos trabalhadores estudantes coincidem
6 Se for excluído o tipo de ausência
“Maternidade/Paternidade”, por forma a retirar um tipo de ausência associado quase totalmente às mães, o efectivo feminino policial (7% do total) regista pouco mais de 8% das ausências; uma diferença não significativa face ao universo em questão e ao volume de ausências registadas.
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
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com os períodos lectivos, com um pico em JAN/FEV, na preparação e realização das provas do 1º semestre, e em JUN/JUL, aquando dos exames de avaliação finais. Relativamente as faltas por casamento os meses de JUL e AGO são os preferidos.
Relativamente aos restantes tipos de faltas observa‐se uma relativa estabilidade ao longo do ano (parecendo haver oscilações de acordo com o número de dias do mês), embora no caso das faltas em consequência do nascimento de filhos apresente percentagens mais elevadas em ABR e MAI, diminuindo nos meses de OUT a DEZ.
O dia de início da ausência
Relativamente ao dia em que se inicia a ausência constata‐se que a Segunda feira é, na maior parte dos tipos de falta o dia útil com percentagem mais elevada. Como tal, grande parte dos tipos de falta tendem a diminuir ao longo da semana. Nota‐se, contudo, um pico nas Quintas‐feiras, mais pronunciado relativamente às faltas para actividade
sindical, doença e por trabalhadores estudantes. Destacando‐se dos restantes tipos de ausência, quase metade das faltas por casamento iniciam‐se nas Sextas‐feiras. Nos fins de semana incidem essencialmente o início das faltas para casamento (com 42,8% a iniciarem‐se no Sábado) e as faltas para actividade sindical (50,2% entre Sexta‐feira e Domingo). Neste período, e pelo contrário, diminuem acentuadamente as faltas para realização de provas de avaliação (trabalhador estudante).
Índice de absentismo
Relativamente às taxas de absentismo ao serviço, verifica‐se que a percentagem mais elevada corresponde à carreira de auxiliar (11,9%), seguida das carreiras de Administrativo (8,2%) e de Chefia (9,2%). Relativamente às carreiras policiais, as de “Subchefe/Chefe” e “Agente”, apresentam valores similares, respectivamente com 5,6% e 5,5%. A carreira de “oficial” apresenta uma percentagem de 2,7%.
Estes valores são superiores aos verificados em 2006. Contudo, em virtude de terem sido inseridas alterações nos instrumentos de recolha e forma de registo não é metodologicamente correcto efectuarem‐se comparações com os dados de anos anteriores.
Tabela 31 – Taxa de
absentismo
Gráfico 13 – Distribuição das ausências ao serviço por meses
Gráfico 14 – Distribuição das ausências ao serviço por dias
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4. Encargos com o pessoal
4.1. Encargos com pessoal
Em 2007 a PSP despendeu um total de 451.936968€ em encargos com o pessoal, o que constituiu um aumento de 4,9% relativamente ao ano anterior, no entanto para tal aumento contribui a entrada de cerca de 1.000 novos agentes. Deste quantitativo, os encargos com a remuneração base constituem 79,5% do total. Os encargos com a disponibilidade permanente (11,1%) e o “trabalho por turnos” (6,5%) constituem igualmente parcelas relevantes, sendo que as restantes abrangem apenas 2,8% do total dos encargos com pessoal.
Os valores correspondentes às rubricas que integram a remuneração base aumentaram 4,5% remuneração base. Relativamente às restantes rubricas verificam‐se diferenças mais significativas, resultando estas, principalmente do reajustamento dos códigos e respectivas rubricas entre o sistema informático utilizado até ao início de 2007 e o sistema implementado nesse ano.
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4.2. Encargos com prestações sociais
Relativamente a prestações sociais, a PSP teve um encargo de 25.834.164€, valor este que constituiu uma aumento de 5,7% relativamente ao ano anterior, percentagem essa inferior ao aumento verificado em cada um dos últimos sete anos.
O subsídio de refeição mantém‐se como a parcela mais significativa, com 81% do total dos subsídios, enquanto que o subsídio familiar a crianças e jovens constitui 16,7%. Os restantes itens representam menos de 2,3% do total deste tipo de encargos.
Tabela 32– Encargos com o pessoal
Tabela 33 – Encargos com prestações sociais
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
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5. Relações profissionais
5.1. Disciplina
A área da ética e disciplina constituiu um dos vectores mais relevantes de uma instituição policial, constituindo a base fundamental do funcionamento deste tipo de instituições, normalmente caracterizadas por estruturas hierárquicas e de comando bem estruturadas, as quais são imprescindíveis ao cumprimento das missões e execução das competências que estão adstritas à PSP.
Pela existência de dois Quadros de pessoal distinto, as regras disciplinares aplicáveis ao pessoal que presta serviço nesta Polícia assentam igualmente em normas legais distintas. No caso do pessoal com funções policiais, os normativos legais sobre disciplina encontram‐se prescritos na Lei nº 7/90, de 20FEV – Regulamento Disciplinar da PSP. Quanto ao pessoal com funções não policiais, rege‐se pelas disposições do Decreto‐lei nº
Tabela 34 - Processos disciplinares
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
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24/84, de 16JAN, ‐ Estatuto Disciplinar dos Funcionários da Administração Central, Regional e Local.
Embora em 2007 se tivesse verificado uma ligeira diminuição (‐1,3%) do número de processos disciplinares instaurados face a 2006, este valor era já previsível, inserindo‐se na tendência de anos anteriores para alguma estabilização nesta questão.
De igual modo, e à semelhança do ano anterior, o número de processos transitados para o ano seguinte é menor do que os transitados do ano anterior, observando‐se igualmente uma estabilidade na relação entre estes dois valores.
Tendo‐se verificado uma diminuição de 6,5% no número de processos decididos, constata‐se igualmente uma diminuição de todos os itens relativos às consequências dos processos disciplinares.
Na PSP, a ética e disciplina não se limita aos processos disciplinares, estando também
previstas formas de recompensar os elementos que prestam serviço nesta instituição (com funções policiais e não policiais) pela sua dedicação ao serviço e à causa pública, muitas vezes com risco, e mesmo sacrifício, da própria vida.
5.2. A Formação profissional
O ano de 2007 foi relativamente empenhado nesta área.
A PSP desenvolveu formação em duas áreas distintas. No âmbito da formação inicial, realizou‐se na Escola Prática de Polícia um Curso de Formação de Agentes, o qual terminou em Dezembro. Também no Instituto Superior de Ciências Policiais e de Segurança Interna se iniciou um novo Curso de Formação de Oficiais. Relativamente à formação profissional dos elementos já em serviço, foi desenvolvida uma intensa actividade quer pela realização de cursos de especialização técnica, quer no âmbito do POAP.
Assim, excluindo a formação referente ao CFOP e CFA, foram realizadas as acções de formação indicadas na Tabela 37.
41794236
4117
3727
3251
25342694
252625672717
41344175
42364117
3727
2000
2500
3000
3500
4000
4500
20072006200520042003Processos disciplinares transitados do ano anteriorProcessos instaurados durante o anoProcessos transitados para o ano seguinte
Gráfico 15 – Evolução anual dos processos disciplinares
Tabela 35 - Consequências dos processos
disciplinares
Tabela 36 – Evolução anual de
recompensas
Tabela 37 – Formação profissional
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
34
Destas acções 82,2% foram desenvolvidas internamente, com recorrendo a recursos e formadores internos.
Relativamente aos elementos do Quadro com funções não policiais foram dadas 15.976 horas de formação repartidas por 102 acções de formação, correspondendo, portanto, a 1,2% do efectivo empenhado em permanência em formação.
Quanto ao pessoal do Quadro com Funções Policiais foram dadas 306.394 horas de formação em 9.126 acções de formação, correspondendo ao empenho em permanência de 0,8% do efectivo policial. Relativamente às carreiras policiais verificou‐se uma maior incidência relativamente aos oficiais já que, destes, estiveram empenhados em permanência 1,6% dos efectivos.
Relativamente às restantes carreiras, verificou‐se a afectação permanente de cerca de 1% dos oficiais e de 0,7% dos Agentes. Embora se tratem de percentagens aparentemente reduzidas, as mesmas demonstram que durante 2007 estiveram empenhados permanentemente em formação o correspondente a 8,5 elementos do Quadro não policial, 9,4 oficiais, 25,8 Subchefes/Chefes e 128,5 Agentes, ou seja, em 2007 a PSP manteve em permanência o equivalente a 172 elementos afectos a actividades de formação.
Tabela 38– Formação - pessoal com funções não policiais – Participantes e nº de horas
Tabela 39 – Formação - pessoal com funções
não policiais – Participantes e nº de horas
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
36
6. Higiene e segurança
6.1. Acidentes em serviço
A actividade policial é, reconhecidamente, uma actividade de risco, não apenas pela sua natureza de prevenção e combate da criminalidade e manutenção da ordem e tranquilidade públicas, sempre geradoras de confrontação interpessoal, mas igualmente pelo risco inerente a algumas das actividades desempenhadas pelo efectivo policial no cumprimento da sua missão, designadamente, trabalho por turnos, actividade física, condução de viaturas, manuseio de armas, entre outras.
Tabela 40 – Acidentes em serviço
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
37
Em 2007, foram registadas 1.430 situações de acidentes em serviço, sendo que apenas 1,3% dos mesmo (17) estão relacionados com pessoal com funções não policiais, sendo os restantes 98,7% relacionados com pessoal com funções policiais (Tabela 36)
Dos tipos de acidente referenciados, e excluindo a categoria “Outro tipo”, verifica‐se que são as agressões (24%) as mais frequentes, embora as “Quedas” apresentem igualmente uma percentagem significativa (19,5%).
O CM de Lisboa é a aquele em que se verificam mais acidentes registados (41,9%). Dos restantes, o CD de Setúbal (11,9%), o CI (9%) e o CM do Porto (8,7%), são aqueles que apresentam percentagens mais significativas.
Os homens, aparentemente, apresentam maior propensão para os acidentes, pois sendo 90,7% do efectivo de ambos os Quadros de pessoal, a eles se referem 94,1% dos acidentes. Relativamente à distribuição por tipo de acidente, constata‐se uma percentagem similar de agressões em cada um dos sexos. Contudo, no caso das quedas, estas constituem cerca de 37,6% dos
acidentes com mulheres, e 18,1% dos acidentes com homens. No entanto, no caso do pessoal com funções não policiais, dos 19 acidentes registados, apenas 1 ocorreu com um elemento masculino.
Pelo número reduzido e pelas características homogéneas dos acidentes envolvendo pessoal com funções policiais optou‐se por incluir numa análise mais pormenorizada apenas os 1.411 acidentes envolvendo pessoal com funções policiais. Estes distribuem‐se pelas carreiras policiais de acordo com o disposto na Tabela 38.
Verifica‐se, assim, um índice de acidentes em serviço de 2,9% para Oficiais, 4,6% para “Subchefes/Chefes, e 6,7% para Agentes.
Os acidentes em serviço ocorrem principalmente entre os 25 a 39 anos, com maior incidência no escalão dos 30 a 34 anos, com quase 1/3 dos acidentes. Note‐se contudo que as agressões parecem ocorrer em escalões etários mais baixos que os
Tabela 41 – Acidentes em serviço por sexo
Tabela 42 – Acidentes em serviço por escalões etários
Gráfico 16 – Acidentes em serviço por período do dia
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
38
restantes tipos de acidentes; 65,8% dos acidentes ocorrem até aos 34 anos, enquanto que até essa idade se verificam 43,9% das quedas, 47% dos acidentes com viaturas policiais e 44,6% dos acidentes com viaturas particulares.
Situação similar se verifica relativamente ao tempo de serviço dos elemento policiais, já que 57,8% das agressões são relativas a pessoa com tempo de serviço até 9 anos, sendo que os restantes escalões apresentam percentagens relativamente homogéneas, enquanto que no caso das quedas ou dos acidentes de viação as percentagens relativas aos escalões de menor tempo de serviço são significativamente menos elevadas.
Esta situação deve‐se fundamentalmente ao facto de que os elementos mais novos estão predominantemente afectos a actividades de carácter mais operacional, logo mais sujeitos a
interacções violentas no decurso das suas missões. Por outro lado, a execução desse tipo de actividades operacionais é, também ela, potenciadora de acidentes pessoais e acidentes com viaturas.
A maioria das agressões verificam‐se na Via pública (80,8%), sendo 10% no interior de instalações policiais. Relativamente às quedas verificam‐se sobretudo no interior de instalações (34,7% e na via pública (46,9%). Quanto aos acidentes com viaturas policiais, estes decorrem quase totalmente na via pública (94,9%), enquanto que no caso de acidentes com viaturas particulares, 61,5% ocorre no percursos casa serviço.
Relativamente ao momento em que ocorreram os acidentes, verifica‐se que 93,5% das agressões, 85,9% das quedas, 98,3% dos acidentes com viaturas policiais e 91,1% dos acidentes de “Outro tipo” ocorreram dentro do horário normal de serviço e 86,2% dos acidentes com viaturas particulares ocorreram fora
do horário normal de trabalho, nos percursos casa trabalho ou noutro local.
Relativamente ao dia da semana em que ocorrem os acidentes, constata‐se que, parece existir uma associação directa com a natureza das actividades desempenhadas pelos elementos policiais. No caso das agressões, destacam‐se os dias de fim de semana, durante os quais ocorreram 38,3% das situações. Pelo contrário, esse período, é aquele em que se registam menos quedas ou acidentes de “Outro tipo”.
O período do dia constitui igualmente um factor relevante quanto a esta questão, já que
no caso das quedas, 32,1% ocorrem no período da manhã ou da tarde (27,5%), enquanto que as agressões ocorrem predominante‐mente durante a tarde ou noite (Gráfico 18). Os acidentes com viaturas policiais ocorrem de forma distribuída ao longo do dia,
Tabela 43 – Acidentes em serviço por
carreiras policiais
Tabela 44 – Acidentes em serviço - Baixas médicas
Tabela 45 – Acidentes em serviço - Consequências
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
39
enquanto que os acidentes com viaturas policiais acontecem principalmente durante a noite; situação já constatada relativamente a outras profissões exercidas em trabalho de turnos, e normalmente associado a cansaço.
Quanto ao tipo de serviço executado pelo elemento policial aquando do acidente, verifica‐se que as agressões ocorrem principalmente em situações de patrulhamento auto (40,7%), patrulhamento apeado (27,1%), serviços remunerados (7,4%) ou serviços de manutenção da ordem (6,5%). As quedas ocorrem principalmente durante o patrulhamento apeado (22,9%), policiamento auto (14,5%) ou formação/instrução (12,2%). No caso dos acidentes com viatura policial, os acidentes ocorreram em grande parte durante o policiamento auto (81,2%).
De uma forma geral, em actividades de índole operacional ocorreram 52,4% dos acidentes (cabendo ao patrulhamento ‐ auto e apeado ‐ 42,9%); em formação/instrução 17,6%; às actividades de manutenção e serviços administrativos 4,9%, e a outros serviços ou situações 29,8%.
Destes acidentes, em 57,3% dos casos resultaram situações de baixa, sendo que apenas em 4,9% se verificou internamento, sendo, neste caso, os acidentes de viação os principais motivadores dessas situações.
Em 53,7% dos acidentes registados não resultaram consequências para os elementos, para além de eventuais dores, hematomas ou equimoses. Em 42% dos casos resultaram ferimentos ligeiros e em 3,8% ferimentos graves. Apenas em 0,5% resultaram mortes.
Dos acidentes registados em 2007, 55,3% foram considerados como sendo em serviço e 5,8% não foram homologados como tal; 38,9% aguardavam homologação no início de Março de 2008. Os índices de homologação positiva situam‐se acima dos 50%, excepto nas situações de acidentes com viatura particular, onde se verifica a percentagem mais elevada relativamente a aguardar homologação.
Pelas circunstâncias bastante diversificadas em que ocorrem os acidentes com os elementos policiais, a avaliação dos processos
de sanidade pode demorar um período de tempo relativamente prolongado, pelo que a contabilização dos dias de baixa por estes motivo não se torna fiável.
6.2. Juntas médicas
Em 2007 foram registadas 2.966 Juntas médicas, predominantemente a elementos com funções policiais (98,5%), e também a elementos com funções não policiais (1,5%). Dado que diversos elementos estiveram presentes por diversas vezes a Juntas médicas verifica‐se que estiveram presentes às mesmas um total de 20 elementos com
funções não policiais e 1.431 elementos com funções policiais.
Dado que as juntas médicas policiais estão dependentes de factores exógenos à PSP, designadamente, a dificuldade na obtenção de médicos com disponibilidade para participar nas Juntas de Saúde, observa‐se alguma irregularidade na realização das mesmas. Assim, as Juntas médicas distribuíram‐se ao longo do ano da seguinte forma: Tabela 47– Juntas médicas –
Distribuição
Tabela 46 – Juntas médicas – Motivo
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
40
A maioria das Juntas são realizadas ao nível dos Comandos, sendo 87,3% por Juntas de Comando em uso de competências próprias das, e 10,53% em uso de competência delegada da Junta Superior. Apenas 2,2% das Juntas registadas foram realizadas pela Junta Superior da PSP.
O motivo mais frequente das Juntas de saúde são as situações de “Doença” (83,5%), seguidas das situações de “Acidente ou doença profissionais” (8,3%) e de “Acidente” pessoal7 (5,65). Os outros motivos assumem um carácter residual (2,6%).
As juntas registadas referem‐se maioritariamente a homens (91,3%), sendo 8,7% relativas a mulheres. Face a estas percentagens, relativamente aproximadas às percentagens de ambos os sexos no total dos efectivos, constata‐se não existir, portanto, uma predominância real por qualquer dos sexos. Mesmo em relação à distribuição de sexos pelo motivo das Juntas não se denotam grandes divergências, sobretudo em função da elevada percentagem de situações de “Doença.
7 Inclui situações relativas a acidentes em
serviço ainda não homologados.
Relativamente às carreiras dos elementos sujeitos a Junta médica, verifica‐se que 85,9% se referem a “Agentes”, 11,2% a “Subchefes/Chefes”, 1,4% a “Oficiais”, 0,6% a “Administrativos” e 0,9% a “Auxiliares”.
Relativamente às idade, são os elementos dos escalões etários “45 a 49 anos” (21,1%) e “50 a 54 anos” (31,3%) os mais afectados.
Coincidindo com estes dados verifica‐se que quase de metade dos elementos sujeitos ajunta médica têm 20 a 24 anos de serviço (20,5%) e 25 a 29 anos (29,3%), situação que resulta essencialmente das situações de “Doença, já que nos restantes motivos das Juntas as incidências percentuais mais elevadas se referem a outros escalões etários.
As Juntas médicas constituem‐se sobretudo como uma forma de justificar ausências prolongadas ao serviço, não susceptíveis de justificação por atestado médico, em consequência dos actuais regimes legais em vigor. Tal conclusão resulta do facto de que 82,7% das Juntas prescreveram “Licença para tratamento” e 12,8% “Serviços moderados”. Em 3,9% das Juntas, os elementos foram considerados “Aptos para o serviço”, e em 0,5% “Incapazes para o serviço”.
Em 40,2% das Juntas, o elemento voltou a ser proposto para comparecer a nova Junta enquanto que em 45% dos casos tal não foi concretizado.
Tabela 48 – Juntas médicas – Idades
Tabela 49 – Juntas médicas – Resultados
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
42
CONCLUSÕES
1. Aspectos a considerar
- Idade média do efectivo com funções
não policiais superior a 50 anos,
levantando algumas preocupações
relativamente ao rejuvenescimento
do respectivo Quadro face à
perspectiva de um número elevado
de aposentações a médio prazo.
- O efectivo policial, apesar da entrada
de 993 novos Agentes, mantém
uma média etária relativamente
elevada (38,6 anos), constituindo
um factor crítico para a eficácia da
actuação policial.
- Reflexo das características do
serviço policial na assiduidade e nos
acidentes em serviço. Algumas
situações relativas à assiduidade
podem condicionar a eficácia
policial, apesar de, pelo volume do
efectivo policial, serem
aparentemente pouco significativas.
- Enquadramento hierárquico
deficiente, carecendo de
reajustamento.
2. Aspectos a realçar
- Continuidade da melhoria do nível
das habilitações literárias.
- Aumento da percentagem de
elementos policiais femininos,
embora ainda ronde os 7%.
- Grande empenho institucional na
formação profissional do efectivo.
- O aumento dos encargos com
prestações sociais cresceu abaixo
do valor fixado para o aumento de
vencimentos da função pública.
- Contenção dos encargos com o
pessoal, pois embora se tenha
verificado um aumento dos mesmos
(4,5%), houve igualmente um
reforço significativo de pessoal.
- Índices de assiduidade relativamente
baixos, apesar das condições de
trabalho inerentes à missão policial
e das características diversificadas
do efectivo.
BALANÇO SOCIAL ‐ 2007
2
BALANÇO SOCIAL - 2007
POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA
DIRECÇÃO NACIONAL
DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS