bagdade e samarra: a vontade dos grandes abássidas

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A vontade dos Grandes Abássidas: Bagdade e Samarra.

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Apresentação sobre as duas principais cidades mandadas construir pelos grandes abássidas. Igualmente são abordados os pontos fracos destas.

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A vontade dos Grandes Abássidas:Bagdade e Samarra.

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A vontade dos Grandes Abássidas

A crise dinástica:

• Os Omíadas governavam um longo território que tinha sido conquistado em menos de um século.

• Vários povos encontram-se sobre o mesmo poder, muitos deles ainda por converter, ou, recentemente convertidos ao islamismo.

• Existia conflitos entre os vários ramos religiosos do islão.

O resultado destes factores iria culminar numa guerra entres os Omíadas e os Abássidas (descendestes do tio mais novo do profeta), que eram apoiados pelos xiitas .

Na batalha de Zab em 750 foi derrotado o último califa Omíada Marwan II, pelas mãos da rebelião comanda pelo Abbas ibn Abd al-Muttalib.

Este é nomeado califa após a batalha, por sua vez os Omíadas ficam com al-Andaluz, território para onde foge Abd al-Rahman.

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A vontade dos Grandes Abássidas

Território do Império dos Abássidas.

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A vontade dos Grandes Abássidas

Novos califas, novos modelos:

Abbas ibn Abd al-Muttalib muda a capítal de Damasco para Kufa (Iraque).

• A corte começou a seguir o modelo sassânida, inspirando-se no rei dos reis sassânidas. Isto resultou num império mais burocrata e centralizado. Este culto do governado e da corte levou à criação de palácios e outras construções.

• Para ajudar o califa na sua governação e a gerir o palácio foi criado o cargo de vizir.

• Igualmente na arte, os abássidas deixaram de seguir a tipologia da arte bizântina e, começaram por sua vez, a utilizar as formas estilísticas do império sassânida.

O seu sucessor, al-Mansur decide fundar uma capital digna do seu império, devendo esta ficar mais perto das rotas comerciais.

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A vontade dos Grandes Abássidas

Bagdade:

Fundada por al-Mansur em 762, com o nome de “cidade da salvação”.

Esta foi erguida numa planície aluvionar fértil no rio Tigre perto da antiga capital sassânida de Ctesifonte.

Da cidade de al-Mansur não resta qualquer monumento em pé, tudo o que sabemos é nos descrito por vários crónistas muçulmanos, onde podemos destacar a descrição de al-Kharib.

A sua planta era circular, ficando conhecida como a cidade redonda. A construção da cidade seguiu os conselhos de astrólogos e geomantes. Seguindo as crenças assírias, eles desenharam uma planta circular cujas origens remontam a cidades como Ninive, Hatra, Aran e Firuzabad.

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Planta de Bagdade.

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Bagdade:

O diâmetro era 2,6 km e continha três muralhas concêntricas:

A primeira continha 112 torres.

A 2º havia um aterro inclinado. Entre a segunda e a terceira erguem-se vários bairros na cidade.

No interior desta superfície anelar, ruas radiais dividiam a zona residencial em 45 secções.O acesso à cidade era feito por 4 portas, situadas nas bissectrizes dos pontos cardiais, o que correspondia também às grandes regiões do império: Arábia, Síria, Kirman e Khurasan.

Grandes bazares cobertos e abobadados erguiam-se ao longo destas quatros entradas, a partir dos portões fortificados.

A zona central era ocupada por um parque circular com 1500 metros de diâmetro. No meio desta ficavam o palácio e, ao seu lado, a Grande Mesquita.

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A vontade dos Grandes Abássidas

Ilustração de Bagdade de al-Mansur.

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Samarra:

Devido aos problemas que Bagdade apresentava al-Multasim mandou erguer uma nova capital a 110 quilómetros da antiga.

Esta cidade teve apenas 47 anos de actividade. Fundada em 836, chegou a albergar mais 50 000 habitantes, sendo depois abandonada em 883 pelo califa al-Mutamid.

Apesar desta cidade ter sido totalmente abandona como Bagdade, chegaram até nós alguns monumentos, como o minarete da Grande Mesquita.

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Vista aérea de Samarra.

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Planta de Samarra.

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Samarra:

Al-Multasim rejeitou fazer uma cidade fechada, optou por construir uma série de zonas muradas ao longo do rio.

Estas construções acabaram por formar uma cidade de quase 35 km de comprimento e entre 2 a 5 km de largura.

A entrada era feita por uma porta principal, que estava alinha com o eixo central que atravessava dois jardins. Estes eram divididos em quatro partes à maneira dos charh bagh persas. A separação entre ambos era feita por portões com iwans.

Após a passagem do segundo portão entramos para mais um jardim rodeado de pórticos. Este tinha a um átrio majestoso que conduzia à Aula Regia cruciforme, com uma cúpula sustentada por quatro iwans. Por detrás desta fica um outro pátio sobranceiro ao Tigre.

Adjacente a estas estruturas fica um bairro para o séquito do califa com casas de pátio central. Igualmente nesta zona encontramos alguns palácios.

Toda a cidade foi organizada num sistema quadripartido, exceptuando a mesquita do palácio.

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Samarra:

“Por ordem do califa uma roseira brotou da terra com diversos movimentos, echendo a cúpula e jorrando água almiscarada, enquanto figuras de pássaros cantavam no seus ramos.”

Dominique Sourdel (908-932), Bagdade.

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Arcada tripla do palácio Jausaq al-Kharkani.

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Samarra:

A Grande Mesquita ficava alinhada com o eixo adjacente ao eixo central do segundo pátio. Durante todo o império dos Abássidas foi a maior mesquita do mundo. Esta foi mandada construir por al-Mutawakkill em 854.

Vista do exterior parece uma fortaleza pontuada por 44 torres semicirculares. A muralha alta com 240 x 156 m, envolvia uma zona de 4 hectares. Esta era rodeada por sua vez por dois muros exteriores com 440 x 376 m, que formavam a ziyada. No interior do muro, que possuía 14 portas estendia-se um pátio (haram). Este pátio era formado por 25 naves, com nove vãos cada uma. O telhado desta era feito de madeira que era sustentado por 456 colunas. Por sua vez, o mihrab deve ter sido ornamentado com materiais perciosos como telhas de faiança e incrustações de madrepérola e marfim.

O mais interessante desta mesquita é o minarete em forma de espiral, conhecido como Malwiya (concha de caracol). Este chega a atingir os 55 metros de altura.

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Vista aérea da Grande Mesquita.

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Minarete Malwiya.

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Bagdade vs Samarra

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Bagdade:

• Não podia aumentar à medida das necessidades da cidade;

• Não havia lugar para aquartelamentos das tropas que constituíam a guarda pessoal do califa;

• Difícil fuga do califa em caso de ataque;

• Imensos pontos cegos na muralha.

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Samarra:

• Não conter verdadeiramente uma muralha;

• Cidade de “aparato” e com pouca funcionalidade civil;

• Um terço da cidade era intransitável à maioria dos cidadãos;

• Em caso de ataque era uma cidade bastante vulnerável.

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A vontade dos Grandes Abássidas

Bibliografia:

• ROBISON, Francis, “El mundo islámico : esplendor de una fe”, Folio, Barcelona, 2007;

• STIERLIN, Henri, “Islão: De bagdade a Córdova a Arquitectura Primitiva do Século VII ao Século XIII”, Taschen, Colónia, 1997.