bactÉrias indicadoras de poluiÇÃo fecal em Águas … em todas as hortas, as águas utilizadas na...

14
BACTÉRIAS INDICADORAS DE POLUIÇÃO FECAL EM ÁGUAS DE IRRIGAÇÃO DE HORTAS QUE ABASTECEM O MUNICÍPIO DE NATAL ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (BRASIL) * Sérgio Dantas Chagas ** Sebastião Timo Iaria *** João Pessoa de Paula Carvalho **** CHAGAS, S. D. et al. Bactérias indicadoras de poluição fecal em águas de irrigação de hortas que abastecem o município de Natal Estado do Rio Grande do Norte (Brasil). Rev. Saúde públ., S. Paulo, 15:629-42, 1981. RESUMO: Foram coletadas 50 amostras de água usadas na irrigação de hortaliças em 10 hortas, situadas no município de Extremoz e de São Gonçalo do Amarante, RN (Brasil). A maior parte da produção destas hortas é destinada ao abastecimento do município de Natal. Todas as amos- tras de água analisadas mostraram-se com números elevados de bactérias coliformes totais e fecais e de estreptococos fecais. Em todas as hortas, as águas utilizadas na irrigação de hortaliças revelaram-se com poluição fecal e os valores dos NMP/100 ml, tanto de coliformes totais quanto de coliformes fecais ultrapassaram de muito os limites tolerados pela legis- lação brasileira vigente. UNITERMOS: Água, poluição, Natal, RN, Brasil. Hortas, contaminação. Bactéria. * Resumo da dissertação de mestrado apresentada ao Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP, em 1980, por Sérgio Dantas Chagas, subordinada ao título "Bactérias indicadoras de poluição fecal em águas de irrigação de hortas que abastecem o município de Natal". ** Do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Campus Universitário 59000 Natal, RN — Brasil. *** Do Departamento de Microbiologia e Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP "Setor Saúde Pública" Laboratório de Microbiologia de Alimentos — Av. Dr. Arnaldo, 715 01255 — São Paulo, SP — Brasil. **** Do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP Av. Dr. Arnaldo, 715 — 01255 — São Paulo, SP — Brasil. INTRODUÇÃO É impossível pensar-se na elevação dos padrões de vida de uma população sem se vincular a isto o fornecimento de água em quantidade suficiente e de boa qualidade, a fim de atender às necessidades básicas da existência e da sobrevivência humana. Segundo Mageed 24 (1978), a escassez de água e a sua má qualidade são a origem de muitas doenças às quais a humanidade ainda está exposta. De outro lado, afirma ainda esse autor, que além da necessidade de água potável, deve ser considerada a necessidade de água de irrigação. Na atualidade, a explosão demográfica e o crescente processo de industrialização em muitos países, vêm se constituindo como

Upload: doanthuy

Post on 14-Jan-2019

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

BACTÉRIAS INDICADORAS DE POLUIÇÃO FECAL EM ÁGUAS DEIRRIGAÇÃO DE HORTAS QUE ABASTECEM O MUNICÍPIO DENATAL — ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (BRASIL) *

Sérgio Dantas Chagas **Sebastião Timo Iaria ***João Pessoa de Paula Carvalho ****

CHAGAS, S. D. et al. Bactérias indicadoras de poluição fecal em águas de irrigaçãode hortas que abastecem o município de Natal — Estado do Rio Grande doNorte (Brasil). Rev. Saúde públ., S. Paulo, 15:629-42, 1981.

RESUMO: Foram coletadas 50 amostras de água usadas na irrigaçãode hortaliças em 10 hortas, situadas no município de Extremoz e de SãoGonçalo do Amarante, RN (Brasil). A maior parte da produção destashortas é destinada ao abastecimento do município de Natal. Todas as amos-tras de água analisadas mostraram-se com números elevados de bactériascoliformes totais e fecais e de estreptococos fecais. Em todas as hortas,as águas utilizadas na irrigação de hortaliças revelaram-se com poluiçãofecal e os valores dos NMP/100 ml, tanto de coliformes totais quanto decoliformes fecais ultrapassaram de muito os limites tolerados pela legis-lação brasileira vigente.

UNITERMOS: Água, poluição, Natal, RN, Brasil. Hortas, contaminação.Bactéria.

* Resumo da dissertação de mestrado apresentada ao Departamento de Prática de Saúde Públicada Faculdade de Saúde Pública da USP, em 1980, por Sérgio Dantas Chagas, subordinadaao título "Bactérias indicadoras de poluição fecal em águas de irrigação de hortas queabastecem o município de Natal".

** Do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas do Centro de Ciências da Saúde daUniversidade Federal do Rio Grande do Norte. Campus Universitário — 59000 — Natal,RN — Brasil.

*** Do Departamento de Microbiologia e Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP"Setor Saúde Pública" Laboratório de Microbiologia de Alimentos — Av. Dr. Arnaldo, 715— 01255 — São Paulo, SP — Brasil.

**** Do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP— Av. Dr. Arnaldo, 715 — 01255 — São Paulo, SP — Brasil.

INTRODUÇÃO

É impossível pensar-se na elevação dospadrões de vida de uma população sem sevincular a isto o fornecimento de água emquantidade suficiente e de boa qualidade,a fim de atender às necessidades básicasda existência e da sobrevivência humana.

Segundo Mageed 24 (1978), a escassez deágua e a sua má qualidade são a origem

de muitas doenças às quais a humanidadeainda está exposta. De outro lado, afirmaainda esse autor, que além da necessidadede água potável, deve ser considerada anecessidade de água de irrigação.

Na atualidade, a explosão demográficae o crescente processo de industrializaçãoem muitos países, vêm se constituindo como

um dos principais problemas relativamenteao abastecimento e consumo de água paraos seus diversos usos. A este respeito,segundo a Organização Mundial de Saúde 30

(1963), "todo o país muito industrializadoe densamente povoado tem sofrido nosúltimos anos um grau excessivo de conta-minação das águas de superfície e subter-râneas".

O problema é ainda mais complexo, devidoà progressiva queda da qualidade dos re-cursos de água doce existentes. Assim sendo,nada mais justo do que dar a devida atençãoa este grave problema, através da adoçãode medidas que assegurem as característicasfísicas, químicas e microbiológicas da água,de modo que as condições sanitárias ade-quadas da água de consumo sejam alcança-das, partindo-se da premissa de que ela éum elemento indispensável à vida animal epode veicular agentes patogênicos.

A água destinada ao consumo humanoe animal deve ser isenta de contaminantesquímicos e biológicos, além de apresentarcertos requisitos de ordem estética. Quantoaos contaminantes biológicos, em particular,são citados organismos patogênicos, taiscomo vírus, bactérias, protozoários e hel-mintos que uma vez veiculados pela águapodem, através de sua ingestão afetar oorganismo humano ou animal (Branco,3 1977e Ol ivei ra 2 9 , 1976).

Tanto as águas de abastecimento, quantoas de irrigação de hortaliças, do ponto devista microbiológico, são de grande impor-tância na veiculação de microrganismospatogênicos, em especial aos habitualmenteeliminados com as fezes. Entretanto, astécnicas de isolamento e identificação, detodos os microrganismos patogênicos apartir da água, são muitas vezes compli-cadas e onerosas e a obtenção dos resul-tados demandaria muito tempo (Reinhardt 3 2 ,1978, e Geldreich 13, 16, 1974). Por estarazão, na verificação das condições sani-tárias das águas, são pesquisados certosgrupos de bactérias, denominados "indica-dores de poluição fecal". A presença destes

microrganismos, que são habitantes normaisdo intestino de animais de sangue quente,indica a presença de poluição de origemfecal e a possibilidade da existência conco-mitante de germes patogênicos de origemintestinal (American Water Works Associa-tion 2, 1970; Christovão5, 1958; Christovão 6,1974; Geldreich13, 1974; Geldreich1 5 , 1976;Kabler2 1 , 1964; Organização Mundial daSaúde 31, 1972).

As principais bactérias usadas como indi-cadores de poluição fecal nas águas são oscoliformes totais, os coliformes fecais, osestreptococos fecais (Christovão6, 1974;Geldreich14, 1967; Geldreich16, 1974; Gal-van i 1 2 , 1974; Leitão 23, 1971/1972; Organi-zação Mundial da Saúde31, 1972; AmericanPublic Health Association1, 1975) e oClostridium perfringens (Christovão6 , 1974).Cumpre salientar, porém, que na análisede águas as bactérias indicadoras de po-luição fecal mais utilizadas são as perten-centes aos grupos dos coliformes totais ecoliformes de origem fecal (Christovão5,1958; Geldreich16 , 1974; Organização Mun-dial da Saúde31, 1972).

A determinação da concentração de coli-formes assume muita importância por cons-tituir não somente um parâmetro indicadorda possibilidade de existência de microrga-nismos entéricos patogênicos, mas tambémda presença de qualquer outro componentenormal de esgotos de origem doméstica(Branco e Rocha3 , 1977).

Outras bactérias de origem fecal, comopor exemplo, as do gênero Streptoccoccus,têm sido investigadas como possíveis auxi-liares de comprovação da poluição de águas(Branco e Rocha3 , 1977 e Geldreich15,1976).

As fezes de animais de sangue quentecontêm estreptococos fecais em númerosrelativamente altos, podendo este grupo debactérias ser utilizado como indicador depoluição fecal no exame de águas (Gaglia-none11, 1976; Geldreich, 15 1976). A esterespeito, Slanetz e Bartley 34, 1964 af i rmam:"presença de estreptococos fecais em água

é uma evidência definitiva de contaminaçãofecal de origem humana ou animal".

Estas bactérias têm sido criteriosamenteusadas em estudos de correlação com oscoliformes fecais em algumas investigaçõessobre poluição de cursos d'água. Taisestudos têm mostrado que conforme a razãocoliformes fecais/estreptococos fecais obser-vada em uma dada análise de água, osresultados podem sugerir poluição fecal deorigem humana ou animal (Gaglianone11,1976; Geldreich 13, 1974; Geldreich 16, 1974;Geldreich15, 1976).

Em nosso meio, foram realizados algunsestudos com a finalidade de constatar ograu de poluição fecal em hortaliças e emáguas de irrigação de hortas.

Em 1944, ocorreu uma epidemia de febretifóide em Recife onde foram diagnosticados171 casos, com 23 óbitos. Estudando essaepidemia, Caldas4 (1947 concluiu que talsurto relacionava-se com o consumo dehortaliças irrigadas e lavadas com águasaltamente poluídas.

Christovão5 (1958) realizou um amploestudo das condições sanitárias de alface(Lactuca sativa), vendida em feiras livresda cidade de São Paulo. Este autor veri-ficou que as densidades médias para bac-térias coliformes nos diferentes lotes exami-nados eram muito elevados, assim como asde E. coli, indicando a presença de altograu de poluição fecal.

Anos mais tarde, um estudo realizadotambém no município de São Paulo, porChristovão, Iaria e Candeias7 (1967) reve-lou, por meio da determinação do NMP decoliformes totais e de E. coli, que asamostras de águas de irrigação de hortaspor eles examinadas apresentavam umconsiderável grau de poluição fecal. Em umoutro estudo realizado em paralelo porChristovão, Candeias e I a r i a 7 (1967) foramisoladas cepas de vírus entéricos, a partirdas mesmas amostras de águas analisadasno trabalho acima referido.

Gelli e col.17 (1979), em pesquisa efetuada,também no município de São Paulo, verifica-ram através de exames microbiológicos quede 125 amostras de diferentes hortaliças de18 localidades de São Paulo, 93 (74,40%),revelaram a presença de Escherichia coli.Por outro lado, de 113 amostras subme-tidas a exames parasitológicos, 67 (59,20%)foram positivas para ovos e/ou larvassemelhantes às de ancilostomídeos e 6(5,30%) positivas para Strongyloides. As-sim, estes autores mostraram as condiçõesprecárias das amostras examinadas quantoao aspecto sanitário.

Investigações semelhantes foram realizadastambém no município de Ribeirão Preto,Estado de São Paulo. Assim, Marzochi27

(1970) constatou a presença de enteropara-sitas em águas de córregos desta cidade,as quais eram utilizadas na irrigação dehortaliças. As águas desses mesmosmananciais foram também analisadas porCosta e col.9, 10 (1972), os quais constataramque as mesmas se mostravam com altosnúmeros de bactérias coliformes e de E. coli.Estes últimos autores em um outro estudo,realizado na mesma época, verificaram quea alface vendida no mercado municipal deRibeirão Preto, cultivada no próprio muni-cípio, apresentou também elevado índice depoluição fecal.

Marques2 5 (1974) analisando amostras dealface, irrigadas com águas dos córregosacima referidos, verificou a presença denúmeros elevados de bactérias coliformese de E. coli.

Satake e col.33 (1976), analisando águasde irrigação de hortas situadas também emRibeirão Preto, constataram alto grau depoluição fecal nas amostras examinadas.No mesmo período, Marques e col.26 1976,verificaram elevado grau de poluição fecalem amostras de alface irrigadas com a águade mananciais analisados por Satake e col.33

(1976).Tendo em vista o exposto, pode-se de-

preender que o controle de qualidade deáguas de irrigação de hortas é de funda-

mental importância para adequada condiçãosanitária das hortaliças, especialmente da-quelas consumidas cruas pela população.

Por outro lado, cumpre salientar que naregião nordeste do país faltam informaçõesde ordem microbiológica acerca de águasde irrigação e de hortaliças, razão pelaqual decidimos estabelecer uma linha depesquisa a respeito. O presente estudo, queé o primeiro desta linha tem por objetivos:

1 . Verificar através da determinação dosNMP de bactérias coliformes totais efecais, as condições sanitárias das águasde irrigação de hortas que abastecemo município de Natal, Estado do RioGrande do Norte.

2. Comparar os resultados obtidos, nasdeterminações de coliformes totais efecais, com os parâmetros exigidos pelopadrão nacional do Brasil.

3. Determinar as razões de coliformesfecais para estreptococos fecais, tendoem vista que os dados podem sugerira origem da poluição fecal, humana ouanimal.

MATERIAL E MÉTODOS

1. Área de estudo — Nesta investigaçãoprocurou-se inicialmente localizar as hortasque abastecem o município de Natal e quaisas que apresentavam maior produção dehortaliças. Assim, foi constatado que grandeparte das hortaliças consumidas pela popu-lação do município de Natal provinha de 25hortas que, quanto à produtividade, podemser consideradas semelhantes. Em seguida,por um processo equiprobabilístico de amos-tragem, foram sorteadas 10 das 25 hortasreferidas. Das hortas sorteadas, 6 situa-vam-se no município de Extremoz, distantesda Capital cerca de 15 km e 4 no municípiode São Gonçalo do Amarante, distantes,aproximadamente, 20 km.

A água utilizada na irrigação das horta-liças, feita por aspersão ou manual, eraretirada de escavações a céu aberto deno-minadas cacimbas *, as quais funcionamcomo tanques de armazenagem de água.

2. Colheita e transporte — No períodode março a junho de 1979 foram colhidasamostras de água de irrigação, obtidas dascacimbas das 10 hortas sorteadas. De cadacacimba foram colhidas 5 amostras de águasendo uma por semana. Das hortas estu-dadas obteve-se um total de 50 amostrasde água, sendo 30 de hortas localizadasno município de Extremoz e 20 no de SãoGonçalo do Amarante.

Para a colheita das amostras foramutilizados frascos de vidro com tampa devidro esmerilhado, com capacidade de 250ml, devidamente lavados e, em seguida,esterilizados em estufa a 170-180oC por duashoras, de acordo com as recomendações daAmerican Public Health Association2 (1975)e de Souza e Deríso 35 (1977).

No ato da colheita das amostras, a qualera realizada entre 6:30 e 8:00 h da manhã,era retirada a tampa do frasco e a águaera obtida diretamente da cacimba, porimersão do mesmo, tendo o operador ocuidado de não provocar contaminaçõesacidentais.

Em seguida os frascos eram tampados ecolocados em uma caixa isotérmica contendocubos de gêlo e aí mantidos até o iníciodo exame bacteriológico. O tempo decorridoentre a colheita das amostras e o início doexame em nenhum caso ultrapassou trêshoras.

3. Exame bacteriológico — A partir decada uma das 50 amostras de água dospoços rasos (cacimbas) examinadas, deter-minou-se o número mais provável (NMP)de bactérias do grupo coliforme, de coli-forme de origem fecal e de estreptococos

* Têrmo empregado na região e que significa: Escavação em baixadas úmidas ou no leito deum rio, na qual a água se acumula como num poço.

fecais, empregando-se, para tal, técnicas dosmétodos padrões adotados pela AmericanPublic Health Association1 (1975) e empre-gando-se a tabela de Hoskins19 , 20 (1934,1975).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Analisando-se a Tabela 1, pode-seobservar que das 50 amostras examinadastodas revelaram-se com números altos, tantode bactérias coliformes totais e fecais quantode estreptococos fecais. Estes resultadosmostram que as amostras de águas deirrigação das hortas analisadas apresenta-vam-se com alto grau de poluição fecal.

Por outro lado, os números obtidos emrelação às bactérias indicadoras de poluiçãofecal pesquisadas mostraram-se, na maioriadas vezes, com amplitude de variação acen-tuada, considerando-se as amostras colhi-das da mesma horta (Tabela 2).

Diante disto, procurou-se estabelecer osnúmeros mais prováveis médios dasbactérias pesquisadas em relação às hortascorrespondentes.

Segundo Christovão 6 (1974), a experiênciatem mostrado que, tratando-se de quanti-f icar bactérias, a melhor média a se em-pregar é, sem dúvida, a média geométricae não a aritmética, pois é do conhecimentode muitos que esta sofre a influência devalores extremos e, dependendo destes va-lores, ela é bastante alterada não revelando,muitas vezes, as freqüências mais comuns.A média geométrica, por outro lado, nãosofre tanto a influência dos valores extremos,sendo considerada uma das razões pelasquais, em se tratando de número de bac-térias, deve ser esta a preferida, apesarde fornecer números mais baixos que amédia aritmética.

Entretanto, apesar das afirmações deChristovão 6 (1974)no presente estudo foramestabelecidas as médias aritmética e geo-métrica dos NMPs das bactérias pesqui-sadas, considerando-se as respectivashortas.

Na Tabela 3 pode-se constatar que amédia aritmética dos NMPs de bactériascoliformes totais e fecais e de estreptococosfecais variaram, respectivamente, de 59.920a 664.000, de 9.440 a 476.800 e de 2.740 a301.800 por 100 ml de água. Quanto àsmédias geométricas, estas variaram de30.030 a 501.600, de 8.770 a 137.100 e de2.447 a 123.000 por 100 ml de água, respec-tivamente, para coliformes totais e fecais ede estreptococos fecais. Assim, nesta mesmaTabela, pode-se verificar que as médiasgeométricas dos NMPs de coliformes totaise fecais e de estreptococos fecais revela-ram-se, em todos os casos, menores do queas correspondentes médias aritméticas. Po-rém, ainda assim, os valores obtidos relati-vamente as médias geométricas das bac-térias indicadoras de poluição fecal podemser consideradas elevadas.

De há muito tenta-se estabelecer por meioda determinação do número de bactériasindicadoras, a origem da poluição fecal,humana ou animal, constatada em águas.

Assim, Geldreich 14, 15 (1967, 1976) estu-dando coliformes fecais (CF) e estrepto-cocos fecais (EF) em fezes do homem ede outros animais de sangue quente, e rela-cionando as médias geométricas dos NMPsdestes microrganismos, obteve resultadosque são considerados de interesse. Esseautor verificou que as proporções das mé-dias geométricas dos NMPs de CF/EF eramde 4/1 ou mais quando se tratava de fezeshumanas e de no máximo 0,6 quando asfezes eram originadas de outros animais desangue quente. Diante dos seus resultadosconcluiu que isto pode se constituir numartifício útil quando se pretende determinara origem da poluição, humana ou animal.

Com base no exposto, neste trabalho,calculou-se também a razão CF/EF a partirdos seus NMPs relativos a cada amostra(Tabela 1), assim como das médias geomé-tricas, considerando-se as hortas correspon-dentes (Tabela 4).

Na Tabela 1 pode-se ver i f icar que asrazões CF/EF, para o total de amostrasanalisadas, variaram de 0,1 a 37,5, sendoque para 50% destas, as referidas razõesforam de 2,7 ou mais. Deve-se salientar, poroutro lado, que para 18 amostras colhidasde 8 das 10 hortas visitadas, as razõesCF/EF obtidas foram de 4,0 ou mais, suge-rindo que nelas o maior contingente depoluição era de origem humana. Entretanto,pela Tabela 4, considerando-se as médiasgeométricas dos NMPs destes microrganis-mos nas amostras de água, segundo ashortas correspondentes, as razões CF/EFobtidas variaram de 1,0 a 14,6. Nesta Tabela,pode-se também veri f icar que para as hortasB, D, G e H, as razões CF/EF observadasforam, respectivamente, de 3,9; 6,3; 5,5 e14,6, enquanto que para as demais o valormáximo não ultrapassou de 2,6.

Estes resultados, segundo Geldreich1 4 , 15

(1967, 1976) sugerem que a poluição fecalverif icada nas amostras colhidas nas hortasB, D, G e H era, em grande parte, deorigem humana.

Lei tão 2 2 (1979) analisando água de di-versos rios do Estado de São Paulo, veri-

f icou nas amostras por ele analisadas que asrazões CF/EF, considerando-se cada um dosseis corpos hídricos estudados, oscilaram de0,01 a 4,23, sugerindo seus resultados quea poluição fecal era de origens variadas.

No Brasil, a Portaria GM-0013 de 15 dejaneiro de 1976 da Secretaria Especial doMeio Ambiente - SEMA (1976) 28, classificaas águas interiores nas classes 1,2,3 e 4,segundo o seu uso e os parâmetros bacte-riológicos correspondentes. Por esta Por-taria, as águas usadas na irrigação de hor-taliças e plantas f ru t í fe ras devem revelar-se,ao exame bacteriológico, de acordo com osparâmetros relativos até à classe 2. Assim,estas águas podem apresentar-se, nomáximo, com mil coliformes fecais por 100ml, em 80% ou mais, de pelo menos 5amostras mensais colhidas em qualquermês. A referida Portaria prevê, também,que quando não houver possibilidade darealização das provas para coliformesfecais a classificação poderá ser fei tacom base na determinação do número decoliformes totais. Neste caso, é exigido umlimite máximo de 5.000 coliformes totais por100 ml, em 80% de pelo menos 5 amostrasmensais colhidas em qualquer mês.

Deve ser salientado que, na presente pes-quisa, as 5 amostras relativas a cada ca-cimba foram colhidas não no período deum, mas sim de dois meses, porque sepretendia obter, a cada duas semanas, umaamostra de cada local.

Apesar disto, realizou-se a comparaçãodos resultados obtidos, tanto para coliformestotais, quanto para coliformes fecais, comos valores correspondentes previstos nalegislação acima refer ida.

Analisando-se a Tabela 5, pode-se obser-var que todas as hortas visitadas estavamutil izando, na irrigação de hortaliças, águascujos valores para coliformes totais e fecaiseram muito superiores aos tolerados pelalegislação federal .

Para coliformes totais, com exceção dashortas C e D, em todas utilizava-se águaque, pelo número de coliformes totais en-contrados, foram classificadas como perten-cendo à classe 4, quando deveriam atendei-os parâmetros exigidos até para a classe 2.Por outro lado, das amostras colhidas nahorta C, apenas 20% mostrou-se dentro dopadrão, quando isto deveria ser observadopara 80%. Das amostras da horta D, uma(20%) foi classificada na classe 3 e, 4(80%) na classe 4.

Com relação aos coliformes fecais ; todasas amostras de água analisadas revelaram-secom NMPs destas bactérias superiores a4.000/100 ml, sendo, portanto, classificadasna classe 4.

Deve ser salientado que as águas estu-dadas, além de serem usadas na irrigaçãode hortaliças, são empregadas também nadessedentação de animais e no abasteci-mento doméstico dos trabalhadores dashortas e de suas famílias. Neste caso, aágua é usada como bebida, e ainda nopreparo de alimentos, na lavagem dos uten-sílios de cozinha, banho e lavagem deroupas.

Por outro lado, nas hortas visitadas,pode-se ver i f icar que as condições de cul t ivo ,manuseio e tratamento das hortaliças não

obedeciam a padrões higiênicos que visemprotegê-las contra os fatores contaminantes.Foi constatado, também, através do diálogomantido com os horticultores, que estes nãopossuem condições técnicas e econômicassuficientes que os levem a adotar condutashigiênicas, no sentido de melhorar as con-dições das suas hortas.

Pode-se verificar, ainda, através de obser-vação, que nas hortas estudadas, a aduba-ção freqüentemente era feita com fezes deanimais, sem tratamento prévio adequado

Desta forma, estas águas, a julgar peloexposto, representam, direta ou indireta-mente, risco à saúde das pessoas que delasse abastecem, as quais ao ingerí-las podemcontrair doenças infecciosas e parasitáriasintestinais.

Segundo Christovão 5 (1958) os microrga-nismos patogênicos intestinais apresentamboa sobrevivência em hortaliças e estasquando contaminadas, se constituem comfaci l idade em veículos de infecção.

Diante disto, as hortaliças cultivadas nashortas visitadas e, principalmente, naquelasconsumidas cruas, podem transmitir agentespatogênicos aos seus consumidores, mesmoà distância. É digno de nota que, no domi-cílio, além da lavagem das hortaliças, po-deria ser realizada, também, a sua desinfec-ção, porém esta é muito discutível quantoa sua eficiência.

Christovão 5 (1958), em sua pesquisa sobreas condições sanitárias de alface, vendidaem feiras livres na cidade de São Pauloinvestigou também a ef ic iência da lavagemseguida da desinfecção dessa hortaliça, em-pregando solução de hipoclorito de sódiocom 50 mg/litro de cloro livre, solução deiôdo também a 50 mg/litro e recipientesimpregnados com prata coloidal, vendidoscomercialmente. Estes elementos desinfe-tantes eram aplicados às folhas de alfaceapós estas terem sido submetidas a umalavagem cuidadosa, fo lha por fo lha , e emjato de água. Ver i f icou o autor que, apósesta lavagem, poderia se obter uma redução

de NMP de E. coli de até 80%. A seguirobservou que dos 20% restantes de E. coliobtinha-se uma redução de 80% após umaexposição de duas horas à ação do cloro,havendo redução total após 7 horas, tempoeste muito longo. Com relação ao iodo, acurva de redução do número dessa bactériamostrou-se semelhante à verif icada para ocloro. Entretanto, não observou efeito signi-ficativo com relação à prata, pois a reduçãodo número de E. coli foi pequena mesmoapós 7 horas de exposição. O refer idoautor mostrou com isto a dif iculdade dese praticar a desinfecção da alface a níveldomici l iar , dado o prolongado tempo de ex-posição das suas folhas ao agente desinfec-tante, pelo menos considerando-se as con-centrações utilizadas.

Entretanto, Hobbs 18 (1976) recomenda alavagem de hortaliças, como a alface, comsolução de hipoclorito de sódio, contendo60-80 mg/litro de cloro livre, mas não men-ciona o tempo de exposição do vegetal aoagente desinfetante.

Em outros dois estudos realizados nomunicípio de São Paulo, em águas de irri-gação de hortas, foram encontrados, tam-bém, altos números de coliformes totais,assim como E. coli (Christovão, Iaria eCandeias 8 , 1967. Esses autores, estudando55 amostras de águas colhidas em 11 hortasconstataram que as médias geométricas dosNMPs/100ml de bactérias coliformes varia-ram de 6.323 a > 167.721 e para E. colioscilaram em 1.151 a > 63.484. Concluíramos autores que os resultados por eles ob-tidos "demonstravam ser indispensável oestabelecimento de um serviço de rotina deexames bacteriológicos das águas de irri-

gação e a necessidade de se adotarem me-didas mais rigorosas de controle das con-dições sanitárias das hortas" 8.

CONCLUSÕES

Após terem sido analisados e discutidosos resultados obtidos dos exames bacterio-lógicos executados a partir das amostras deáguas de irrigação de hortas que abastecemo município de Natal, Estado do Rio Grandedo Norte, parece ser lícito concluir:

1 . Todas as amostras de água analisadasmostraram-se com números elevados debactérias coliformes totais e coliformesfecais e de estreptococos fecais.

2. Para as amostras de água das hortasB, D, G e H, os resultados das razõesCF/EF, considerando-se os respectivosvalores das médias geométricas dosNMPs dessas bactérias, podem sugerirque a poluição fecal constatada erafundamentalmente de origem humana epara as demais, principalmente, deorigem animal.

3. As águas util izadas na irrigação dehortaliças de todas as hortas pesqui-sadas estão impróprias, tendo em vistaque os valores obtidos para coliformestotais e fecais ultrapassaram de muitoos limites tolerados pela legislaçãofederal vigente.

4 . Devem ser adotadas medidas rigorosasde controle e das condições sanitáriasdas águas usadas na irrigação de hor-taliças, para corrigir situação de fatoe de grande importância em SaúdePública.

CHAGAS, S.D. et al. [Bacteria indicative of fecal pollution in irrigation water onvegetables farms which supply the city of Natal — State of Rio Grande doNorte, Brazil]. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 15:629-42, 1981.

ABSTRACT: Fifty samples of water were collected from ten vegetable--producing farms, located in the municipalities of Extremoz and S. Gonçalodo Amarante, RN (Brazil). The larger part of the vegetables producedon these farms are consumed in the city of Natal (the State capital ofRN). All samples revealed a high count of the bacteria (coliform andstreptococci). Water used for irrigation on all the farms visited revealedfecal pollution and the MPN/100 ml for both total and fecal coliformswere much higher than the limits tolerated by Brazilian federal legislation.

UNITERMS: Water pollution, Natal, RN, Brazil. Vegetable garden.Bacteria.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIA-TION. Standart methods for the exami-nation of water and wastewater. 14thed. New York, 1975.

2. AMERICAN WATER WORKS ASSOCIA-TION. Processos simplificados paraexame e análise da água. São Paulo,Faculdade de Saúde Pública USP, 1970.p. 179-229.

3. BRANCO, S.M. & ROCHA, A.A. Poluição,proteção e usos múltiplos de represas.São Paulo, CETESB, 1977. p. 7-25, 37-39.

4. CALDAS, C, Epidemia de febre tifóide,no Recife, originada pela ingestão dehortaliças cruas contaminadas. Arq. Hig.,Rio de Janeiro, 17(1):7-31, 1947.

5. CHRISTOVÃO, D. de A. Contaminação dealface (Lactuca sativa) por microrga-nismos de origem fecal: estudo de mé-todos bacteriológicos para sua determi-nação, medida de sua intensidade nacidade de São Paulo e eficiência dealguns tratamentos na sua redução. SãoPaulo, 1958. [Tese de Cátedra — Fa-culdade de Higiene e Saúde Pública daUSP].

6. CHRISTOVÃO, D. de A. Padrões bacterio-lógicos. In: Água. qualidade, padrõesde potabilidade e poluição. São Paulo,CETESB, 1974. p. 57-119.

7. CHRISTOVAO, D. de A. et al. Condiçõessanitárias das águas de irrigação dehortas do município de São Paulo. I.

Determinação da intensidade de poluiçãofecal através do NMP de coliformes ede E. coli. Rev. Saúde públ., S. Paulo,1:3-11, 1967.

8. CHRISTOVÃO, D. de A. et al. Condiçõessanitárias das águas de irrigação dehortas do município de São Paulo. II.Isolamento de vírus entéricos. Rev. Saúdepúbl., S. Paulo, 1:12-7, 1967.

9. COSTA, A. et al. Determinação da inten-sidade de poluição fecal da alface (Lac-tuca sativa) oferecida no Mercado Mu-nicipal de Ribeirão Preto, S. Paulo. In:Jornada Farmacêutica, 4a, RibeirãoPreto, 1972. Resumos. Ribeirão Preto,1972. p. 28-9.

10. COSTA, A. et al. Estudo da poluição fecalem córregos de Ribeirão Preto, S. Paulo,através da determinação do NMP decoliformes e de Escherichia coli. In:Jornada Farmacêutica, 4a, RibeirãoPreto, 1972. Resumos. Ribeirão Preto,1972. p. 29-30.

11. GAGLIANONE, S. Exames de águas. In:Técnica de abastecimento e tratamentode água. São Paulo, CETESB, 1976. p.69-106.

12. GALVANI, N.M. Fecal contamination: thewater analyst's responsability. Wat. Sew.Wks, 121(12) :66-9, 1974.

13. GELDREICH, E.E. Aspectos microbiológicosdos esgotos e dos processos de trata-mento. In: Desinfecção de águas. SãoPaulo, CETESB, 1974. p. 115-34.

14. GELDREICH, E.E. Fecal coliform conceptin stream polution. Wat. Sew. Wks,114, 1967. [separata].

15. GELDREICH, E.E. Fecal coliform and fecalStreptococcus density relationships inwaste discharges and receiving waters.CRC Crit. Rev. environm. Control, 6:349--69, 1976.

16. GELDREICH, E.E. Qualidade microbio-lógica em águas potáveis. In: Desinfec-ção de águas. São Paulo, CETESB, 1974.p. 73-93.

17. GELLI, D.S. et al. Condições higiênico--sanitárias de hortaliças comercializadasna cidade de São Paulo, SP, Brasil. Rev.Inst. Adolfo Lutz, 39(1) :37-43, 1979.

18. HOBBS, B. C. Food poisoning & foodhygiene. 3rd ed. London, Edward Ar-nold, 1976. p. 65-7, 150, 165-82.

19. HOSKINS, J.K. Most probable numbersfor evaluation of Coli aerogenes testby fermentation tub method. Publ. HlthRep., 49:393-405, 1934.

20. HOSKINS, J.K. Table 908: limmost pro-bable numbers. In: American PublicHealth Association. Standard methodsfor the examination of water and waste-water. 14th ed. New York, 1975. p.923-26.

21. KABLER, P.W. et al. Sanity significanceof coliform and fecal coliform organismsin surface water. Publ. Hlth Rep.,79(1):58-60, 1964.

22. LEITÃO, M.F. de F. Salmonelas em águasfluviais e em alimentos não processadose industrializados de origem animal evegetal de São Paulo. São Paulo, 1979.[Tese de Doutoramento — Faculdade deCiências Farmacêuticas da USP].

23. LEITÃO, M.F. de F. et al. Coliformes totaise fecais como indicadores de contami-nação. II — Avaliação do teste paracaracterização de coliformes fecais. Col.Inst. Tecnol. Alim., 4:13-21, 1971/1972.

24. MAGEED, Y.A. Uma crise no horizonte.Corr. Unesco, Rio de Janeiro, 6(4) :4,1978.

25. MARQUES, J.R. Determinação do númeromais provável do grupo coliforme e deEscherichia coli em alface Lactuca sa-tiva cultivadas no município de RibeirãoPreto, São Paulo. Ribeirão Preto, 1974.[Tese de Dontoramento — Faculdade deFarmácia e Odontologia de RibeirãoPreto]

26. MARQUES, J.R. et al. Determinação donúmero mais provável do grupo coliforme

e de Escherichia coli em alface (Lactucasativa) cultivadas no município de Ri-beirão Preto, São Paulo. Rev. Fac.Farm. Odont. Ribeirão Preto, 13(1):1-10,1976.

27. MARZOCHI, M.C.A. Estudos dos fatoresenvolvidos na disseminação de enteropa-rasitas. I. Estudo da poluição por cistosde ovos de enteroparasitas em córregosda cidade de Ribeirão Preto, São Paulo.Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 12:249--56, 1970.

28. MINISTÉRIO DO INTERIOR. SecretariaEspecial do Meio Ambiente. PortariaGM/0013/15/Jan/1976: Classificação daságuas interiores do território nacional.Brasília, D.F., Gráfica e Editora Ita-marati, 1976. (Publ. 05/76).

29. OLIVEIRA, W.E. de Qualidade, impurezas ecaracterísticas físicas, químicas e bio-lógicas das águas. Padrões de potabi-lidade. Controle e qualidade da água.In: Técnica de abastecimento e trata-mento de água. São Paulo, CETESB,1076. p. 29-36, 49-62.

30. ORGANIZACION MUNDIAL DE LA SA-LUD. Aspecto de la lucha contra lacontaminacion del água. Ginebra, 1963.(Cuadernos de Salud Pública, 13).

31. ORGANIZACION MUNDIAL DE LA SA-LUD. Normas internacionales para elágua potable. 3aed. Ginebra, 1972.

32. REINHARDT, N.M. Condições sanitárias daságuas de poços rasos da área não servidapela rede de abastecimento público deágua do município de Curitiba, Paraná,1975. São Paulo, 1978. [Dissertação deMestrado — Faculdade de Saúde Públicada USP].

33. SATAKE, T. et al. Estudo das condiçõessanitárias das águas de irrigação de hor-taliças do município de Ribeirão Preto,São Paulo, por meio de determinaçãodo número mais provável do grupo coli-forme, e de E. coli. Rev. Fac. Farm.Odont. Ribeirão Preto, 13(l):11-22, 1976.

34. SLANETZ, L.W. & BARTLEY, C. H. De-tection and sanitary significance of fecalstreptococci in water. Amer. J. publ. Hth,54:609-14, 1964.

35. SOUZA, H.B. de & DERISO, J.C. Técnica,coleta, exame bacteriológico. In: Guiatécnico de coleta de amostras de água.São Paulo, CETESB, 1977. p. 195-207.

Recebido para publicação em 28/04/1981

Aprovado para publicação em 07/10/1981