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Bambi 2 Ana Pinto Maria Aurélia Carneiro LÍNGUA PORTUGUESA 2.° ano Ensino Básico P

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Bambi 2Ana Pinto Maria Aurélia Carneiro

LÍNGUA PORTUGUESA2.° ano Ensino Básico

P

Page 2: B2LP2

Aos nossos colegas

O manual de Língua Portuguesa BAMBI 2 foi

actualizado e enriquecido tendo em conta experiências e

resultados obtidos ao longo dos quatro anos anteriores.

A progressão da compreensão e expressão oral e escrita

atende aspectos culturais, lúdicos e estéticos em cada uma

das nove unidades de trabalho que compõem este livro.

A planificação interligada ao Livro de Fichas completa,

com actividades diversificadas, a estrutura do Livro de

Leitura.

A aquisição de competências linguísticas, regulada por

uma avaliação contínua, desenvolve-se com segurança e

com prazer.

A entrada de cada unidade é apresentada como uma

janela aberta para a beleza das cores, para o encanto da

poesia e para mensagens de valores e atitudes

imprescindíveis para um desenvolvimento integral.

Esperamos ter transmitido todo o empenhamento,

entusiasmo e ilusão depositados neste projecto, que

oferecemos com carinho aos nossos colegas e aos nossos

meninos.

As Autoras

I S B N 9 7 2 - 0 - 1 1 2 0 7 - 7

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3

1REGRESSO À ESCOLA...

• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola quando os meninos regres-sam de férias.

• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.• Escrever um poema sobre o que significa, para cada um, a cor amarela.• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-

nário orientado.• Trabalhar no Livro de Fichas. Dialogar sobre o “relógio do tempo” e sobre os temas que se vão trabalhar ao longo

do ano. Pintar as figuras que indicam as unidades. Pintar no “relógio do tempo” o que é indicado.

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, teatro, lengalengas, cantilenas,anedotas... – A surpresa; A festa; Bom dia!; O muro do pátio; Foi sem querer…; A varinhade condão; Brincadeiras; Vizinhos; Isabel; A galinha vermelha; A despedida dos patos; Pequenas leituras.

• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções. Mimar e memorizar poesias,fazer teatro...

• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, ortografia, composição, caligrafia,ditados mudos, jogos de palavras...

6 e 7

8 e 9

10 a 23

PáginasLivro deFichas

PáginasLivro deLeitura

4 e 5

6 a 21

Avaliação Formativa 22 e 23

2É OUTONO...

• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola durante o Outono.• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores do Outono.• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-

nário orientado.

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, lengalengas, provérbios, anedotas...– Joana-Ana; Na toca; Que medo!...; O arco-íris; O sono da menina; Castanhas assadas; Tapete de folhas;Aula ao ar livre; Um susto; A Corujinha teimosa; Pequenas leituras.

• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-cias escolares e extra-escolares, recontar histórias, dramatizar...

• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, ortografia, composição, caligrafia,cópia, ditados mudos, jogos de palavras, expressão plástica, banda desenhada.

24 e 25

26 e 27

28 a 39

PáginasLivro deFichas

PáginasLivro deLeitura

24 a 37

Avaliação Formativa 38 e 39

3NATAL, TEMPO DE AMOR...

• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola na época de Natal.• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores do Natal.• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-

nário orientado.

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, teatro – A bailarina; Dois cora-ções; Os sons; A menina e o vento; O trenó do Pai Natal; Conversas; Bolinhos de luz; Pinheirinhos de Natal;Noite feliz.

• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-cias escolares e extra-escolares, recriar textos (recontar histórias, dramatizar, mimar...).

• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, ortografia, composição, caligrafia,cópia, ditados mudos, jogos de palavras, expressão plástica, banda desenhada.

40 e 41

42 e 43

44 a 55

PáginasLivro deFichas

PáginasLivro deLeitura

40 a 53

Avaliação Formativa 54 e 55

Í n d i c e / P l a n i f i c a ç ã o

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4

4É INVERNO...

• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola durante o Inverno.• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores do Inverno.• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-

nário orientado.

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética – A cidade; Escadas rolantes;O último andar; A neve; A geada; A capa azul; O guarda-chuva novo; Dez mochinhos; Mestre Corvo; O mea-lheiro; As gotas de chuva; Chape, chape...

• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-cias escolares e extra-escolares, recontar histórias, memorizar poesias, mimar e dramatizar.

• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, ortografia, composição, bandadesenhada, palavras cruzadas.

56 e 57

58 e 59

60 a 71

PáginasLivro deFichas

PáginasLivro deLeitura

56 a 69

Avaliação Formativa 70 e 71

5CARNAVAL, TEMPO DE FANTASIA...

• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola na época do Carnaval.• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores do Carnaval.• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-

nário orientado.

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, teatro, notícias, recados/avisos –A Girafa pescoço alto; O Elefante; Sou feiticeiro; A Galinha Verde; O palhaço; A máscara; Que avestruzgulosa!; Pobre Joãozinho Coelho!; Os meninos da escola; Pequenas leituras.

• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-cias escolares e extra-escolares, recriar textos, memorizar poesias, mimar e fazer teatro.

• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, ortografia, composição, palavrascruzadas, ditados mudos, rimas, introdução ao dicionário, recolha de notícias e anúncios, recolha de informaçõessobre o tempo, elaboração de recados e de avisos, consulta do calendário, utilização de agendas...

72 e 73

74 e 75

76 a 87

PáginasLivro deFichas

PáginasLivro deLeitura

72 a 85

Avaliação Formativa 86 e 87

6É PRIMAVERA...

• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola na época da Primavera.• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores da Primavera.• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-

nário orientado.

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, cantilenas, notícias, experiências– Chegou a Primavera…; No jardim; A cabrinha; A glicínia; O Sapo Jururu; Atchim!...; O desgosto daBorboleta; O aniversário da abelha; Pintas e cores; Joaninha; Pequenas leituras.

• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-cias escolares e extra-escolares, recriar textos (recontar histórias, dramatizar histórias, mimar...).

• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, legendar figuras, ilustrar legendas,ortografia, ditados mudos, jogos de palavras, composição, rimas, cantilenas, experiências, banda desenhada.

88 e 89

90 e 91

92 a 103

PáginasLivro deFichas

PáginasLivro deLeitura

88 a 101

Avaliação Formativa 102 e 103

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5

7PÁSCOA, TEMPO DE ALEGRIA...

• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola na época da Páscoa.• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores da Páscoa.• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-

nário orientado.

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética – Bom dia; A nuvem e ocaracol; A lagarta; As borboletas; Raiozinho de Sol; Jogo de sombras; O nabo teimoso; Pedro.

• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-cias escolares e extra-escolares, recriar textos.

• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, ditados mudos, ortografia, composição, introdução ao dicio-nário, jogos de palavras, descrição de figuras...

104 e 105

106 e 107

108 a 115

PáginasLivro deFichas

PáginasLivro deLeitura

104 a 113

Avaliação Formativa 114 e 115

8A NATUREZA EM FESTA...

• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola quando se aproxima oVerão.

• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores da Natureza

nesta época.• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-

nário orientado.

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, teatro, receitas, ementas, etique-tas, rótulos, cartazes – Centopeia; Malmequer; O Espanta-Pardais; Recompensa; Lengalenga da bicharada;Uma aposta; As rãzinhas; A borboleta estouvada; Pequenas leituras.

• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-cias escolares e extra-escolares, recriar textos, fazer teatro, banda desenhada.

• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, introdução ao dicionário, ditados mudos, jogos de palavras,composição, construir rimas, completar as quadras de uma canção popular e cantar.

116 e 117

118 e 119

120 a 131

PáginasLivro deFichas

PáginasLivro deLeitura

116 a 129

Avaliação Formativa 130 e 131

9É VERÃO...

• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola durante o Verão.• Ler e interpretar os poemas de acordo com o vocabulário proposto.• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores do Verão.• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-

nário orientado.

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética – Boas maneiras; O cortiço;Pedro, o avô e o mar; A excursão; Era um belo dia de chuva; As férias de Bia; A escola dos bichinhos.

• Ler e interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-cias escolares e extra-escolares, recriar textos (recontar histórias, dramatizar histórias, mimar…).

• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, ditados mudos, ortografia, expressão plástica, cópia, bandadesenhada.

132 e 133

134 e 135

136 a 144

PáginasLivro deFichas

PáginasLivro deLeitura

132 a 142

Avaliação Formativa 143 e 144

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6

* Os meninos dão cores à escola como as flores ao canteirinho. * Todas as cores sãobelas. • Para começar, qual foi a cor escolhida pelo pincel? * Escreve um poemasobre o que significa, para ti, a cor amarela.

Para poder combinar

A Escola com as cores

Basta só imaginar

Um canteirinho de flores!

Tem as cores do arco-íris.

E qual será a mais bela?

O pincel já resolveu

Começar pela amarela...

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1

7

• Quem enviou a cor que caiu do céu? • Que flor tem a cor do Sol? • Por que razão sechama girassol? * Na escola, o professor parece o Sol. • E quem parece o girassol?Porquê?

Esta cor caiu do céu

Tem muita luz pra nos dar.

Gira, gira, girassol

Todo o ano sem parar!...

A escola é um caminho

Ladeado de flores.

Tem cheiro a rosmaninho

Os meninos são as cores

Misturadas com carinho

Na paleta de pintores!

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8

REGRESSO

Pondo aos ombros a sacola,todos vão voltar à escola.O Pedro chegou primeiroe o Nuno, que é seu parceiro,corre para o abraçar:há todo um Verão para contar!

* Os meninos já sentem saudades da Escola. • O que fazem quando se encontram denovo? • Qual será o assunto das suas conversas?

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1

9

À ESCOLA...

É bom rever os amigos antigos!– Ó Rosa, tu queres saber?Estou ansiosa por conhecer a nova professora – segreda a

Carolina à outra menina, que lhe responde baixinho:– Ela será uma amiga, a todos dará carinho.

Verbo Infantil

* A professora sorri. • Porquê? • Onde passaste as tuas férias? • Que novidadestens para contar? • Tinhas saudades da Escola? • Tens alguns colegas novos?• Como se chamam?

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Os presentes de aniversárioforam diferentes desta vez.Que surpresa teve a Joaninha!…

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A surpresa

Chamava-se Joana mas todos lhe chamavam Joaninha. Tinhalongos cabelos negros e acabara de completar seis anos de idade.

(...) Quando a Joaninha fez seis anos, num dia muito bonito jáno final do Verão, teve uma grande surpresa. Em vez dospresentes que costumava ter no seu aniversário, havia recebidouma pasta, cadernos, lápis, canetas, borrachas...

E a mãe dissera-lhe:– Tenho uma filha tão crescida que até já vai para a escola!

Alexandre Honrado, Joana e o Semáforo, Ed. Desabrochar

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Na manhã do primeiro dia de aulas, a Joaninha acordou maiscedo e teve uma surpresa: em cima de uma cadeira encontrouuma saia azul e uma camisola branca com florinhas e umcachecol cor da saia e uns sapatos azuis...

– São para estrear no teu primeiro dia de aulas.Feliz Joaninha. Até lhe parecia que o primeiro dia de aulas era

uma festa.Alexandre Honrado, Joana e o Semáforo, Ed. Desabrochar

O regresso à escola pareciauma festa. Porquê?

1A festa

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Era uma vez um menino que pela mão da mãeseguia na rua, a caminho da escola, para oprimeiro dia de aulas.

– Bom dia, disse ao sapateiro que lhe punhasolas nos sapatos que ele estragava de tantocorrer para todo o lado.

– Bom dia, disse ao padeiro que cheiravatambém a pão quente do outro lado do balcão.

– Bom dia, disse ao homem que vendia a frutanum carrinho pequeno e misturava as cores comose fosse o dono do arco-íris.

Dizer«bom dia…»é comorepartir anossa alegria!Concordas?

Bom dia!

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– Bom dia, disse a professora ao menino que entrava nessamanhã para a sua Escola e também para o seu coração.

Bom dia é o primeiro canto da manhã e uma maneira alegrede dizermos aos outros que todos somos amigos.

Maria Cecília Correia

1

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Deitado nas paredes quentes do pátio, o gatinho cisma.Um raio de sol brincalhão vem fazer-lhe cócegas no nariz.Zzz... Zzz..., zumbe uma grande mosca, convencida de que

é avião.O gatinho quer brincar com ela e dá um salto, mas a mosca

já vai longe.Pára e boceja, aborrecido. O pátio é tão pequeno! E ainda

por cima, com aquele muro...Não gosta do muro. É alto de mais.Que haverá do outro lado?

Verbo Infantil

O gatinho cismava e olhava o muro alto…O que haveria do outro lado?

O muro do pátio

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A mãe foi fazer compras com a Joana.Compraram batatas, carne e ovos.Joana ajudou, trazendo o saco de batatas.De repente apareceu um menino a correr atrás

de um cão.Joana nem teve tempo de sair da frente!As batatas espalharam-se pelo chão.– Foi sem querer – disse o menino. – Eu

apanho as batatas.A mãe riu e comentou:– Ainda bem que foram as batatas. Imagina se

fossem os ovos!...Didáctica Dinâmica

Que grandeconfusão…O rapaz, o cãoe as batatasno chão!

1Foi sem querer...

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A menina quer ser fada?Não custa nada.Com uma tesoura na mãoe papel, já pode tera varinha de condão...E fará logo aparecer– Estão a vê-las? –

As estrelas,corações,uma viola,uma bola,flores, flores...um chapéu,a Lua que está no céue balõesde várias cores...

Ester de Lemos

Será possível uma tesourana mão fazer de varinhade condão?

A varinha de condão

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A Cristina e a Guilhermina eram pequeninas.Antes de dormir, à noitinha, era uma brincadeirapegada.

– Ó Guilhermina, as minhocas são dorminhocas?– Ó Cristina, os sapatos têm patos?– Ó Guilhermina, os burros dão urros?– Ó Cristina, o regato tem gato?– Ó Guilhermina, as saias têm aias?– Ó Cristina, as calças têm alças?A certa altura, a mãe espreitava à porta, muito

zangada:– Meninas, caladas! Toca a dormir!Só então, adormeciam.E adormecia tambémna cadeira,a brincadeira.

Maria Alberta Menéres, Ed. ASA

As meninassabiam brincarcom aspalavras…Mas, na horade dormir,a mãe…

1Brincadeiras

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18

Uns conversam pela janela.Outros não.Uns são barulhentos.Outros não.Uns criam passarinhos.Outros não.Uns cultivam flores.Outros não.Uns brincam na calçada.Outros não.Uns fazem as suas roupas.Outros não.Uns são apressados.Outros não.

E tu, que espécie de vizinho és?Didáctica Dinâmica

Os vizinhos são diferentes uns dosoutros. Vais conhecer alguns.

Vizinhos

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Isabel não tinha irmãos e por isso sabia brincarsozinha e conversar com as árvores, com aspedras e com as flores. Todos os dias elapercorria a quinta onde vivia.

Quando começava o Outono, os dias ficavammais curtos e mais doirados, as vinhas eramvindimadas e dos castanheiros caíam osprimeiros ouriços. Então, Isabel apanhavacastanhas, esmagando com o pé os ouriçosverdes.

Sophia de Mello Breyner Andresen, A Floresta, Figueirinhas

Isabel sabiabrincarsozinha…A Naturezaoferecia-lhemuitasdistracções…

1Isabel

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– Diz-me, meu amigo galo,sabes onde está?

– Não,não sei.

– Que barulho! Que se passa?

– Perdeu-se uma galinha vermelha...

20

Ninguém sabiada galinhavermelha,até que…Lê e descobreo que aconteceu.

– Estou aqui. Vede os meus pintainhos. Nasceram hoje.

– Que pena! Que aborrecido!

Onde está a galinha vermelha?

– Tu sabes, amiga

coelhinha? – Não,não sei.

– E tu sabes, amigo cavalo?

– Não sei.

A galinha vermelha

Popular

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21

Marta e Xavier vão à janela para verem passaros patos, que vão para África. Até ao anoseguinte não se poderá voltar a vê-los.

Marta explica a Xavier que os patos viajam embandos, voam em grande número de aves juntase, para irem mais depressa, vão em formato de V.

Xavier está muito interessado: quer saber maiscoisas. Não é de estranhar, porque os patos sãomuito simpáticos. E além de simpáticos são úteis.

Por exemplo, antigamente, como não haviacanetas, escrevia-se com penas de uma espéciede patos a que se chama gansos.

Paula Oliveira, Marta no Outono, Edições Majora

Sabes por querazão ospatos, quandopartem,vão em formade V?

1A despedida dos patos

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Cantilenas

Quem vai ao ventoperde o assento.Quem vai ao arperde o lugar.E quem está bemdeixa-se estar.

Popular

O zumbidoDa abelhaFaz coceguinhasNa orelha.

Bem-te-vi e outras poesias

O marÉ lindo e azuladoA gente entra doceE sai salgado.

Bem-te-vi e outras poesias

LengalengaMário Mora foi a MoraCom tenção de vir embora.Mas como em Mora demora,Diz um amigo do Mora:– Está cá o Mora?– Está, está, está cá o Mora.– Então, agora, o Mora mora

em Mora?– Mora, mora.

Popular

PEQUENAS

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1

23

Boas maneiras

Passar a correr,De qualquer jeito,Na frente dos outros,É um defeito.

Devo sorrir e perguntar:Dá-me licença?Posso passar?

Didáctica Dinâmica

PoesiaGafanhoto saltarelofez hoje uma descoberta:um pequeno cogumeloserve de sombrinha aberta.

365 Histórias de Encantar, Verbo Infantil

Anedota– Ó Miguel, há mais de uma hora

que te disse para desenhares umalocomotiva!

– E já desenhei, Senhor Professor.– Mas... não a vejo.– Pois não, partiu há bocadinho.

Fernando Cardoso

LEITURAS

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24

• Que cores tem a Escola, no Outono? • Quem sabe misturar as cores, como faz aNatureza? * Escreve um poema sobre o que significam, para ti, as cores da Escola, noOutono.

A Escola no Outono

Tem várias cores misturadas.

Vermelho, verde e castanho

E cores amareladas.

Saber misturar as cores

Como faz a Natureza

É trabalho de pintores

E na Escola é riqueza!

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2

25

• O que acontece quando os meninos se ajudam no seu trabalho? * É bom sabertrabalhar sozinho. • Mas, quando trabalham em grupo, o que parecem os meninos?

Os meninos também são

Diferentes no seu saber.

Se todos derem a mão

É mais alegre aprender!

Saber trabalhar sozinho

É como ser de uma cor

Mas se trabalhar em grupo

Ficará de várias cores

Vai parecer um raminho

De saberes e de valores...

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26

* Chegou uma nova estação. A Natureza modifica-se lentamente. • Como ficam asárvores no Outono? • O que acontece às suas folhas? • E o tempo também semodifica? • O que fazem alguns animais, quando o tempo começa a arrefecer?

– Sou uma árvore grande de um jardim. Tenho visto muitasvezes as minhas folhas nascerem e depois caírem amarelecidase voltarem a nascer novas folhas...

– Sou uma árvore de jardim e gosto de aqui estar.– Gosto muito das tardes de Outono, quando o Sol, ao

esconder-se, avermelha as nuvens e torna ainda mais douradase cor de cobre as minhas folhas, que começam a cair, lentamente,em movimentos suaves e tristes.

Margarida Ofélia, A Árvore do Jardim

É OUTONO...

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2

27

* As uvas colhem-se no Outono. • Que outros frutos há nesta época do ano? • Emque dia começou o Outono? • Quando vai terminar? • Gostas desta estação do ano?Porquê?

Tantas folhas, tantas!De tanto feitio!De tanto tamanho!Umas amarelasOutras encarnadasOu em tom castanho!Umas têm recortes...Há outras que não...Com cola e pincelColo-as num papelFaçam como eu,E vocês verãoQue bonita ficaEsta colecção!

Verbo Infantil

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28

Joana-Ana vivia numa casa caiada de branco,com uma linda trepadeira azul-roxa à porta,fazendo alpendre.

Joana-Ana chamava à trepadeira Buga.Dera-lhe aquele nome. Passava por ela e diziabaixinho:

– Bom dia, Buga!– Boa tarde, Buga!– Boa noite... Buga...À noite, Buga fechava as pétalas das suas

flores. Como se dissesse: Boa noite!De madrugada, abria-se e ficava toda roxa-azul

igual à luz da manhã.Matilde Rosa Araújo, Joana-Ana

Buga foi onome que aJoana deu àtrepadeira.Tu que nomelhe darias?

Joana-Ana

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29

Na toca do velho ouriçoque é um ouriço-cacheiro,está uma caminha feitapara quem chegar primeiro.

Isso é coisa já sabida:primeiro vou eu chegar!E nessa caminha feitadepressa me vou deitar.

Se algum dia o velho ouriçotrouxer o filho e o neto,caberemos aqui todosdebaixo do mesmo tecto!

Maria Alberta Menéres, No Coração do Trevo, Ed. Verbo

Na toca dovelho ouriço acaminha estásemprepronta.Para quemserá?

2Na toca

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30

Chegou a casa e não conseguia falar.– Que aconteceu, rapaz? – perguntou o pai.– Ai que ele está mais branco que a cal!... – admirou-se a mãe.– Ali... ali... ali... – gaguejou o Manuel.– Fala devagarinho!Devagar, muito devagarinho, o Manuel contou tudo.– Anda comigo, rapaz! Vamos tirar as dúvidas! – disse o pai.Puseram uma pilha nova na lanterna e meteram-se a caminho.Quando chegaram à curva, o pai do Manuel apontou o foco de

luz da lanterna para o local donde vinha o barulho.E o Manuel riu-se.Era um simples saco de plástico que, levado pelo vento, estava

preso nas trepas de um carvalho.Foi remédio eficaz. A partir dessa noite o Manuel nunca mais

teve medo à noite.António Mota, Abada de Histórias, Editora Desabrochar

Que susto!O Manuel nãopercebeu queo barulhoera inofensivo…

Que medo!...

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31

De regresso da escola, os meninos que vivem no povoadoparam a meio do caminho, olhinhos extasiados.

– Olha! Olha o arco-íris! Que lindo! Que lindo!– Quem o pintará no céu? – pergunta um deles.– Talvez um pássaro – responde um companheiro.– Talvez um anjo – arrisca outro.– Talvez a Natureza... – murmura um terceiro.O sol e a chuva sossegam as suas estouvadas brincadeiras e

ficam, enlevados, a ver os olhos das crianças. Tão lindos comoo arco-íris!

Soledade Martinho Costa, Publicações Europa-América, Colecção “Quatro Estações”

Os olhinhos dos meninosolham as cores do arco-íris.O sol e a chuva olham osolhinhos dos meninos…

2O arco-íris

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32

Pardalito do telhadoQuem te mandou cantar?Não vês que a menina tem sono?Tem sono e quer nanar.Estrelinha do céu longoque estás tu a espreitar?Não vês que a menina tem sono?Tem sono e quer nanar.Lua cheiafecha os olhosapaga o teu luar.Não vês que a menina tem sono?Tem sono e quer nanar.Ó Vento, está caladinho.Quem te manda assobiar?Não vês que a menina tem sono?Tem sono e quer nanar.

José Vaz, O Nó da Corda Amarela, Porto Editora

Quem não deixavadormir a meninaque tinha sono?

O sono da menina

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2

33

No caminho para casa, depois de fazerem as compras com aavó, a Marta e o Xavier sentem um cheirinho maravilhoso.São castanhas assadas! Que boas que são!

A avó, que é muito sua amiga, comprou-lhes um cartucho.O Xavier fica curioso e quer saber como é que elas são

assadas. Toma atenção e vê que o castanheiro, o Sr. Mário,dá um corte em cada castanha.

Porque será?O Sr. Mário explica-lhe que, se não desse esse pequeno corte,

as castanhas saltariam do assador e não ficariam assadas.Paula Oliveira, Marta no Outono, Edições Majora

Afinal ésimples assarcastanhas.Sabes qual éo segredo?

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Castanhas assadas

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34

Era uma vezum meninoque foi rei,mas por poucotempo…Quem lhetirou o trono?

Hoje sou reie sabem porquê?

Vinha da escolae encontreium tapete gigantepara eu caminharum tapete de folhaspara eu pisare que estava alipara me aclamar.

Amanhã o ventolevará as folhaspara novas paragense eu deixarei de ser reicom cortesãos e pajens.

Foi um curto reinado.Amanhã serei um rei destronado.

Tapete de folhas

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Hoje a aula é ao ar livre. Todos estão bem agasalhados porqueestá cada vez mais frio. Levam camisolas, gorros e luvas.

A professora leva-os ao bosque para estudarem a Natureza:os cogumelos, que crescem ao pé das árvores, os animais e asplantas.

Marta e a sua amiga Ana aproximaram-se dos cogumelos paraos ver de perto e fixar bem os detalhes. Isto é muito importantepara distinguir bem os pormenores e diferenciar os venenososdos comestíveis.

Paula Oliveira, Marta no Outono, Edições Majora

A Natureza é maravilhosa.É preciso estudá-la!

Aula ao ar livre

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Acontece cada uma!As letras saíam sem ordem…As palavras não se liam…A máquina apanhou um susto!

A máquina de escrever apanhou um susto, quando a Mariazinharesolveu usá-la.

E havia razões para sustos. Calculem que as palavras não saíamcom as letras certas e na ordem devida. “Devo ter adoecido”,pensou a máquina.

(...) Quando a menina quis escrever o nome dela, foi umacomplicação. As letras atrapalharam-se e apareceram todas forado lugar: MRAIHAAIZN.

Só então é que a máquina de escrever se recompôs do susto e,então, até sorriu.

Não era ela que estava a adoecer... Era a menina que ainda nãosabia escrever...

Inácia Fiorillo

Um susto

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A Corujinha é teimosa. Em vezde fechar os olhos, abre-os.A mãe coruja ralha-lhe:

– Durma, bebé.Já é de dia.

A Corujinha fechaum olho só, e com ooutro tenta espreitarpara lá da cortinade folhagem.

– Mas por que é que nósnão podemos voar de dia?– choraminga ela. – Eu cá queria voar de dia!

– Ai queria? Então olhelá para fora.

Assim que a Corujinha espreita, fica logo encandeada. Mas étão teimosa que continua a insistir: – Eu queria voar de dia... Euqueria voar de dia, eu queria...

A Fada tem pena dela. Vai buscar a caixa mais leve doarmário, uma caixa cilíndrica que ao abrir-se deixa sair nevoeiro.

As duas corujas já podem voar de dia. Dirigem-se para ojardim, onde a névoa é tão fria como sombra.

Violeta Figueiredo, A Casa da Floresta, Ed. Desabrochar

A Corujinha era pequenina e já era teimosa.A Fada veio ajudá-la…

A Coru jinha teimosa

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PEQUENAS

Amigo do meu amigoMeu amigo é.

Fernando Cardoso

LengalengaBichinha gataque comeste tu?Sopinhas de mel.Guardaste-me delas?Guardei, guardei.Onde as puseste?Atrás da arca.Com que as tapaste?Com o rabo da gata.Sape gatolambareirotira a mãodo açucareiro.

Alice Vieira (popular)

Desmanchar e fazer,tudo é aprender.

Quem muito dormepouco aprende.

Provérbios

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2LEITURAS

– Depois de lavar a cara, olhosempre o espelho a ver se estálimpa. Porque não fazes o mesmo?

– Eu não preciso. Para mimbasta-me olhar para a toalha.

Fernando Cardoso

AnedotasO professor:– Onde é que vivem os

esquimós, Beatriz?A aluna:– Não sei. A minha mãe nunca

me deixa visitar ninguém aqui davizinhança...

PoesiaApanhei um cogumelocom um chapéu às pintinhas.Tinha um anel amareloe as pintas vermelhinhas.

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O Natal é amor

É paz, é tempo sonhado.

Mas qual será a cor

Deste tempo tão amado?

Nem todos os arco-íris

Separados ou juntinhos

Dizem a cor do amor

De corações pequeninos!

* No Natal tudo é amor, paz e sonho. • Que cor darias à Escola nesta época do ano?Porquê?

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Então olham para o céu

Com olhos de perguntar.

Que cor terá o amor

Para o poder desenhar?

Na Escola, a amizade

Todo o dia é praticada.

No trabalho e no brincar

Com que cor será pintada?

Pensamos no Deus Menino

No Presépio de Belém.

Como Ele é rapazinho

O azul vai ficar bem!...

• Afinal, qual é a cor da Escola no Natal? • Como surgiu essa cor?

* Escreve um poema sobre o que significa, para ti, a cor azul.

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NATAL,

* Vai chegar o Natal. • Em que dia se festeja? • Qual a razão por que se festeja oNatal? * A festa de Natal não é igual em todas as regiões. • Como se festeja o Natalna tua terra?

– Senhora Lua! Ó senhora Lua!A Lua responde prontamente ao seu chamado:– O que foi, Estrelinha, alguma novidade? – pergunta ela.– (…) Gostava que me dissesse o que vem a ser aquela fita

serpenteada e luzente que não me lembro de ter visto antes!– (…) Então, Estrelinha, já esqueceste?! Estamos no Outono!

O que vês lá em baixo, luzente, a copiar a tua luz, é simplesmenteo rio, que começa a encher, porque a Chuva chegou!

Soledade Martinho Costa, Publicações Europa-América, Colecção “Quatro Estações”

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3TEMPO DE AM OR...

* Na época de Natal, as pessoas trocam presentes com amizade. • Gostas de receberpresentes? • E de oferecer? • O que podemos fazer para que a alegria do Natalexista todo o ano?

Lá fora a chuva cai, o frio corta!Mas, para cá da porta,há luz e há calor.É Natal. É Natal. Vai nascer o Redentor!Ah, se o tempo parasse nesse diade esperança e de alegria!Mas o relógio da Carolinacontinua a marcar cada estaçãoe ensina:Outono, Inverno, Primavera, Verão...

Verbo Infantil

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Esta meninatão pequeninaquer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem rémas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fámas inclina o corpo para cá e para lá.

Roda, roda, roda com os bracinhos no are não fica tonta e não sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véue diz que caiu do céu.

Esta meninatão pequeninaquer ser bailarina.

Mas, depois, esquece todas as dançase também quer dormir como as crianças.

Cecília Meireles

Como é bom ser bailarina,menina e pequenina!Ora lê!…

A bailarina

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A menina ia e vinha, da terra para o céu, do céupara a terra, ora os olhos nas nuvens, ora os péspela relva...

– Mãe!– Emília...– Hoje andei pelo espaço!– Pelo espaço...?– No baloiço, mãe! Ora subia, ora descia...

Quando pus os pés na terra, e vim para casa, obaloiço ainda ficou a baloiçar...

– Talvez já tenha parado, filha...– Mas eu é que não, mãe! Continuo do chão

para o ar, upa!, e do ar para o chão...– Mas tu estás sentada!– Então...– Então?– Então... é o coração do baloiço no meu coração!

Pedro Alvim

Quantos eramos corações?E a quempertenciam?

Dois corações

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Os sons

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Tlim-tlão, tlim-tlão, faz o sinoNa sua fresca canção.Como o riso de meninoSe tem sol no coração.

Tic-tac, tic-tac,Diz o relógio a cantar.Tic-tac, dança o tempo,Velho compasso a marchar.

Ping-ping, faz a chuvaNas flores, nas folhas, na terra.E faz gordinhas as uvasMais as nascentes das serras.

Os sonsdizem-noscoisas…O que nosdizem nas suasconversas?

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Chap-chap, chapinhando,Cantam passos no caminho.Piu-piu, piu-piu, faz, chamandoPela mãe, o passarinho.

Clip-clap, a voz da fonteA cantar como quem chama.Fresquinha do ar do monte,A rir no sol e na lama.

Zum, zum, zum, o aviãoA cruzar o firmamento.Uh, uh, uh, uh, a cançãoQue canta a passar o vento.

Tic-tac, ping-ping,Zum, zum, zum, zum, cada dia.– A vida a girar constanteSuas rodas de alegria!

Maria Alzira Machado

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Senhor vento bate à portaSenhor vento pode entrar!O Senhor vem de tão longehá-de trazer que contar.

O Senhor viu outras terras?Viu palmeiras? Viu o mar?Quantas torres de casteloviu antes de cá chegar?

O Senhor vento é cigano?Ou não tem onde morar?Olhe a minha chaminé...Se quiser, pode ficar.

O Senhor tem olhos verdes?Ou tem-nos cor do luar?Sempre por fora de casa...Sua mãe vai-lhe ralhar!

Magias Quotidianas, Verbo Infantil

O vento entra e sai. Traz e leva notícias…Nunca pára.

A menina e o vento

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Já ouviste falar nas renas do trenó do Pai Natal?Elas já estão perto…

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E chega o grande dia. As enormes caixas onde foram arrumadosos brinquedos são trazidas para a pista de descolagem.

O Pai Natal não pode partir atrasado e, além disso, as renas jácomeçam a ficar impacientes.

O grande trenó já está carregado.O Pai Natal verifica, uma vez mais, a longa lista e instala-se

aos comandos. Tem a certeza de que as crianças ficarão felizescom os maravilhosos brinquedos electrónicos que vão receber.

A Cidade do Pai Natal, Edições ASA

O trenó do Pai Natal

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Conversas

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Vaquinha

– Nasceu aqui no nosso estábulo ummenino que está a dormir, e se ele acordaé capaz de começar a chorar.

(...)

Burro

– Vamos para junto dele. Talvez precisede nós.

(algum tempo depois)

– Eu não dizia?! O pequenino pareceque está cheio de frio. Ó comadre, dê-lheum bocadinho do seu bafo quente, quemal não lhe há-de fazer. Que eu vou fazero mesmo.

Camelo

– Valeu a pena vir de tão longe para veresta criança!

Vaquinha

– Vieste de muito longe?

Também podes serartista de teatro.Podes servaquinha,burrinho, camelo,ovelhinha…Que divertido!

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Camelo

– Do Oriente longínquo. Dias e noitessem parar, sempre a seguir uma estrelamisteriosa. Mas o meu amo Baltasar éque entende dessas coisas.

Outro camelo

– Posso entrar? Eu também venho do Oriente. O meu amochama-se Melchior e diz que este menino é Deus.

Vaquinha

– Cá para mim é apenas uma criança cheia de frio.

O terceiro camelo (entrando)

– O meu amo, que se chama Gaspar, diz que esta criança, quehoje aqui nasceu, é uma criança muito especial. E ele é umgrande sábio!

Uma ovelhinha (que está deitada aos pés do menino)

– Deixem-se mas é de larilolelas, e tratemde rodear a criancinha para ela não sentir frio!E quem quiser conversar, vai lá para fora,que isto aqui não é lugar de falatórios!Ora não querem lá ver?!

Maria Alberta Menéres, Ed. Desabrochar

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São de luz, são docinhos, são fáceis de fazer.É só começar e fica tudo a brilhar…

Vermelhinha ia fazer nove milhões de anos, o que, para umaestrela, é bem pouco.

Clara Luz, que adorava festas, estava felicíssima por ajudara mãe.

Justamente na véspera do aniversário, a Fada-Mãe teve desair para desencantar uma princesa.

– Não faz mal – disse ela. – Está tudo quase pronto. Podesir fazendo a massa dos bolinhos de luz, enquanto eu saio.Acho que já sabes fazê-los sozinha.

Bolinhos de luz

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– Sei fazer muito bem.– Óptimo. Amanhã de manhã faço o bolo de aniversário. É só

o que falta.E a Fada-Mãe, abrindo as asas cor de prata, saiu a voar pela

janela.Clara Luz correu para a cozinha e abriu o livro de receitas na

página dos bolinhos:

– Que fácil! – pensou Clara Luz. – Não sei como certaspessoas podem achar difícil fazer bolos!

E foi tirando os raios de sol e de luar das latas onde estavamguardados, nas prateleiras. Despejou tudo num tacho e mexeu,como a receita mandava. A cozinha inteira começou a brilhar!

Fernanda Lopes de Almeida, A Fada Que Tinha Ideias

Bolinhos de luz250 gramas

de raios de sol.250 gramas

de raios de luar.Uma colher de chá

de fermentode relâmpago.

Maneira de fazer:

Mistura-se bem osraios de sol e de luar,até saírem faíscas.

Junta-se entãoo fermento de

relâmpago.

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Doze pinheirinhosverdes cor de esperançabaloiçando os ramoscom a aragem mansa.

Doze pinheirinhossobre a neve pura.Verde sobre branco,que linda pintura!

Doze pinheirinhosvindos do pinhalsão todos agoraárvores de Natal.

365 Dias de Encantar, Editorial Verbo

Eram dozepinheirinhosque nasceramno pinhal…

Doze pinheirinhosmuito perfilados.

P inheirinhos de Natal

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Na Terra, caiu a noite. As crianças colocaram os sapatos nachaminé e foram deitar-se, um pouco inquietas.

– E se o Pai Natal não recebeu a minha carta?Mas elas sabem que nunca foram esquecidas.– Meninos, de pé! Venham depressa. O Pai Natal já passou.Saltando das camas, correm todos para a chaminé.– Oh! Fantástico! A minha boneca que anda!– E eu, olha, tenho um jogo electrónico! É o máximo!As crianças estão felizes. Tão felizes que as suas exclamações

de alegria chegam aos ouvidos de toda a gente.A Cidade do Pai Natal, Ed. ASA

Naquela noite, as criançasesperam a resposta do Pai Natalàs cartinhas que escreveram.E ele não se esquece de responder.

Noite feliz

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Há neve, há chuva e há vento.

Só a neve é branquinha

Cai do céu até à terra

Sem barulho, caladinha.

No jogo do faz-de-conta

A chuva sempre a cair

Se pudesse ir à Escola

Era só p’ra distrair!...

* É Inverno. • Como costuma estar o tempo? * A cor da Escola nesta época é obranco. • O que lhe dá essa cor? * Escreve um poema sobre o que significa, para ti,a cor branca.

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O vento, esse, coitado

Não podia aprender.

É preciso haver silêncio

Para ler e escrever…

A chuva a cair

O vento a ventar

Não podem ter cor

Não são para pintar.

A neve é branquinha

Pode estudar

Não é barulhenta

Pode aqui ficar!

* Na Escola é preciso tranquilidade para trabalhar. • A chuva e o vento não podemaprender. Porquê? • A neve pode estudar. Porquê?

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É INVERNO...

* Já estamos noutra estação do ano. • Como ficam as árvores nesta época? • Todasas árvores perdem as suas folhas?

A árvore no Inverno

– Certa vez perdi um ramo; um ramo grande e pesado. Foi numdia de vento violento, de muita chuva e trovoada. Um golpe devento quebrou-o e ele caiu, num só ruído de folhas raspando.

Não percebi bem se o que tombava das minhas folhas eram sógotas de chuva ou se lágrimas também. Sei que todo o meutronco se contraiu, se apertou de desgosto.

Margarida Ofélia, A Árvore do Jardim

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* No Inverno há chuva, frio, neve... • Na tua terra costuma cair neve? • O que fazesquando isso acontece? • Como é que as pessoas se defendem do frio? • E os animais?• Em que dia começou o Inverno? • Quando vai terminar?

Fez-se o céu cinzentolevantou-se ventoe as folhas secasvoaram pelo chão.Dois riscos de luzsaltaram das nuvense dali a nadaestalou um trovão.Mas a trovoadapassou num instantee o sol apareceurisonho e brilhante.

365 Histórias de Encantar, Verbo

Trovoada

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A cidade

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Ando nas escadas rolantesquando vou ao armazém,uma sobe, a outra desce,leva a gente num vaivém.

Se pudesse ali ficavatoda a tarde a divertir-meporque uma escada que mexeé melhor do que chão firme.

365 Histórias de Encantar, Verbo

Pedro e Paula encontram-se na rua. Queanimação!

– Repara, que lindas casas! E todasdiferentes... Tudo é sempre diferente na cidade:as lojas, os automóveis e até as pessoas,constantemente apressadas.

No meio da cidade há um jardim público,onde as crianças gostam de brincar.

Verbo Infantil

É grande aanimação e omovimentonas cidades.E não faltamdivertimentos!…

Escadas rolantes

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O úl timo andar 4

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No último andar é mais bonito:do último andar se vê o mar.É lá que eu quero morar.

O último andar é mais longe:custa muito a lá chegar.Mas é lá que eu quero morar.

Todo o céu fica a noite inteirasobre o último andar.É lá que eu quero morar.

Quando faz lua, no terraçofica tudo luar.É lá que eu quero morar.

Os passarinhos lá se escondem,para ninguém os maltratar,no último andar.

De lá se avista o mundo inteiro,tudo parece perto, no ar.É lá que eu quero morar:no último andar.

Cecília Meireles

Há muitas razões paraescolher o último andar…Lê e dá a tua opinião…

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A neve

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São moscas brancas?São borboletas?Não pode ser.Moscas são pretas,e as borboletasestão por nascer!...

Flocos de neve?Isso é que são.Dançam ao vento.Depois, cansados,caem ao chão.

Maria Isabel Mendonça Soares

Macia e levecai silenciosasobre a terra.Quem é?

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– Se não fosse a Geada – chilra o Pardal, agora mais desperto–, era eu o primeiro a tomar o pequeno-almoço. Mas, assim...Brrrrrr! Com este frio! – E acomoda-se de novo no casaco depenas que lhe veste o corpo.

– Ora, não querem lá ver, o mal-agradecido! – resmunga aGeada ao ouvir o chilreio do pardal. – A queixar-se do frio...E eu, que culpa tenho disso? Acaso não cheguei na altura própria?Não estamos no Inverno? Então o que quer que lhe faça?Se calhar, do Vento, da Chuva e do Pedraço não se queixa ele. (...)Só não vê, o ingrato do Pardal, como me afadigo a enfeitar comteias de cristal estes campos sem fim...

Soledade Martinho Costa, Histórias que o Inverno me Contou, Europa-América

Então, pardalito,não querias frio no Inverno?Ora, ora, a geada tem razão…

A geada

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A Ana tinha uma capa azul. Tão linda a capa da Ana!Dei-lha quando fez cinco anos.Tão linda a minha Ana com a capa!Estreou-a quando começou a escola.Eu ficava-me à janela e via-a partir com a capa (era azul), ela a

andar em passos miudinhos.E eu ficava-me a olhar. Apoiava as mãos contentes no parapeito

da janela salpicada pela chuva, ou pelo sol da manhã.A minha filha é uma flor que anda!

Matilde Rosa Araújo

Era uma menina que pareciauma flor azul a andar.Porquê?

A capa azul

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Chuva, vem cair sobre o meu guarda-chuvanovo!

É muito azul e com flores.Cai na rua, cai em todas as ruas.Que é para eu o abrir.E sorrir debaixo dele a todas as pessoas da

cidade.Como se dissesse:– Chove e eu tenho oito anos!E, depois, hei-de fechá-lo devagarinho.Para ver todas as pessoas e toda a cidade

molhada a sorrir.Matilde Rosa Araújo

O guarda--chuva abrigae faz sonharuma meninade oito anos…

B2LP-05

O guarda-chuva novo

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Dez mochinhos tiritavambatendo o bico com frio,e tossiam e espirravamsem poder soltar um pio.

Calçaram meias e luvas,vestiram gorros de lã,sofreram ventos e chuvasde noite até de manhã.

Só então é que puderam,finalmente agasalhados,piar como é o deverdos mochos bem-educados.

365 Histórias de Encantar, Verbo

Os mochinhosestãoconstipados,Faz muito frio.Mas, depois deagasalhados,deram o seupio logo demanhãzinha…

Dez mochinhos

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Fatinho preto, toque-toque, Mestre Corvo não perde o hábitode instalar uma despensa em cada canto. E com muito maisafinco antes da chegada do Inverno... Mestre Corvo éprevidente, lá isso é. Mas depressa esquece os lugares ondearmazena o alimento: frutos, sementes, pequenos répteis, ratos,insectos...

– Se não fosse tão esquecido havia de me lembrar ondeguardei a comida para hoje almoçar! – grasna ele, a escavar como bico a terra coberta de folhas apodrecidas, à procura dospetiscos que arrecadou.

– Teria sido aqui? Teria sido além? Ou quem sabe se foi acolá?– crucita, de novo, enquanto continua a busca.

Desta vez, porém, teve sorte. Toque-toque, fatinho preto,Mestre Corvo acaba de descobrir uma das suas despensas.E pronto. Não perde mais tempo e começa o almoço.

Soledade Martinho Costa, Histórias que o Inverno me Contou, Europa-América

Escondeu a comida e nãoconseguia encontrá-la.Tinha tantas despensas…

Mestre Corvo

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Era uma vez um mealheiro que era um porco.Ou um porco que era mealheiro. De barro, já sevê, mas pesado das moedas que tinha dentro.

Sobre a cómoda fazia vista. Na sua vizinhança,os outros objectos como que o rodeavam. Eramuma espécie de séquito para ele.

– De pouco valem – dizia o porco-mealheiro,muito desdenhoso.

– Dou horas – dizia o relógio.– Dou luz – dizia o candeeiro.– Dou flores – dizia a jarra.– Pois eu não dou nada – dizia o porco. – Só

guardo. Mais dia menos dia, estou rico. E quandotiver arrecadado toda a minha fortuna, vou pôrem prática os meus projectos.

Coitado domealheiro!Tantosprojectospara nada…

O mealheiro

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– Que projectos são? – quis saber a jarra.– Projectos grandiosos, à minha dimensão. Vou erguer um

palácio. Vou construir fábricas de fazer dinheiro. Vou viajar.Vou...

Não acabou o discurso. Veio um martelo – pimba! – e partiu-o.Duas mãos colheram os tostões que ele tinha dentro e abalaram.

António Torrado, Da Rua do Contador para a Rua do Ouvidor, Ed. Desabrochar

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As nuvenschoraram… eos homenscantaram! Queconfusão!…Procura aexplicação…

As gotas de chuva,que as nuvens choraram,caíram nas ruasda minha cidadee os chapéus molharam.

As gotas de chuva,que as nuvens choraram,caíram nos vasosda minha varandae as folhas regaram.

As gotas de chuva,que as nuvens choraram,caíram nos camposda minha aldeia.E os homens cantaram!

Élia Pereira de Almeida

As gotas de chuva

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No Inverno, os meninos levam grandes botas pretas,de borracha, para chegarem com os pés enxutos à escola.Isso é o que julgam os pais, que recomendam sempre:

– Não metam os pés dentro das poças de água.E eles respondem, muito sérios:– Não, senhor.E vão direitinhos ao ribeiro e por ele seguem, chape, chape,

até à curva para a mata. Procuram enguias, procuram cágados,brincam uns com os outros e chegam à escola com os pésmolhados, claro, porque brincar no ribeiro, apesar das botas,é o que faz.

Maria Cecília Correia

Os meninos, às vezes,fazem cada traquinice!O que fizeram desta vez?

Chape, chape...

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Os rolos de serpentinas

Têm cores de encantar.

Neste tempo de magia

Basta o pincel e pintar.

Pintar aquilo que sou

Aquilo que queria ser

Cada um pinta a seu gosto

Há muitas cores para escolher.

* O Carnaval é tempo de magia. * O pincel pinta cores de encantar. • Onde vaibuscar essas cores? * Escreve um poema sobre o que significam, para ti, as cores daEscola no Carnaval.

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5* No Carnaval é fácil imaginar que somos diferentes. • Porquê? * O Carnaval étempo de fantasia e de alegria. • Quais são as cores da Escola nesta época?

Todos gostamos de ser

Diferentes no Carnaval.

Fada, bombeiro ou «cowboy»

Imaginar não faz mal.

É tempo de fantasia

É tempo de Carnaval.

É tempo de alegria

Não há outro tempo igual.

E as cores para pintar?

Todas servem afinal.

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CARNAVAL, TEMPO

* Falar de Carnaval é falar de dias de alegria. • Gostas do Carnaval? • Que brincadeirascostumas fazer nesta época? • Qual é a tua fantasia preferida? Porquê?

Aí vêm os leões,camelos e o elefante,mais os ursos resmungões,o anão e o gigante!Vêm os malabaristaslançando bolas ao ar,e vêm os trapezistasque até parecem voar!O domador com o chicotee um grande chapéu alto;

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5DE FANTASIA...

* Como divertimento fazem-se cortejos, circos, festas, jogos... • Como se festeja oCarnaval na tua terra?

e os palhaços num virote,um deles a dar um salto!Têm o nariz postiço,têm a cara pintalgadae fazem um reboliçoseguidos pela petizada.– É o Melhor Circo do Mundo!Às crianças e aos soldadosfazemos grande desconto!O espectáculo principiaàs nove horas em ponto! 365 Histórias de Encantar, Verbo

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Os animaistambém têmproblemas.Desta vez foi agirafa…

– Amiga Girafa, o que é que tens?E a Girafa respondeu:– Não chego às folhinhas e tenho fome.Os Macacos fizeram uma reunião para deliberar o

que haviam de fazer para ajudar a Girafa. Quandoacabaram, chamaram-na e disseram-lhe:

– Girafa, vem aqui para baixo desta árvore.Os Macacos estavam todos nessa árvore e no

mesmo ramo cheio de folhas. Então disseramà Girafa:

– Vá, come agora.E a Girafa comeu e ficou cheia de forças.Transformou-se na Girafa com o pêlo

mais brilhante e bonito da selva porquecomia as folhas mais altas que os amigosMacacos lhe davam, com toda a suaginástica e brincadeira, ao empurraros ramos para baixo até à altura do seu pescoço.

Maria Reis, 7 Histórias com Animais da Selva, Ed. Impala

A Girafa pescoço alto

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O Elefanteestá tristetem a tromba encorrilhada.Ai chora que Deus me livrepedindo para alisá-la.O Elefanteestá zangadozangado e já deu um berropedindo a quem passava:– Quem me passa a tromba a ferro?Ofereceu-seuma Minhocaum Griloum Veadoe até um Jacaréque é bicho bem pesado.Todo o Cãoe todo o Gatotodo o bicho refilãopassou por cima da trombafazendo de escorregão.E agorao Elefantejá não chora nem precisapôs os dois dentes de foraporque tem a tromba lisa.

José Vaz, O Nó da Corda Amarela, Porto Editora

A tromba doelefanteestavaencorrilhada.Sentia-seinfeliz.Como seresolveu oproblema?

O Elefante

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Será o menino um feiticeiro?Será precisa a varinha de condão?Ele diz que não…

Eu bem dizia. Sou feiticeirocapaz de transformar o mundo inteiro.

Varinha de condão? Não é preciso.O meu feitiço está nas mãos,no olhar e no sorriso...

Tenho tesouros como um rei.Coisas que eu faço, coisas que eu sei...

Mas o segredo, vês?, não é só meu:Tu podes ser como eu...

Faço florir as roseiras,faço correr as torneiras.

Posso ser carro e guiá-loser cavaleiro e cavalo...

E o que eu faço – podes crer –também tu sabes fazer.

E pra fazer coisas tais,não é preciso nada maisdo que o bem que Deus me deu:Eu! Só Eu!

Ester de Lemos

Sou feiticeiro

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A Galinha Verde, naquele dia, levantou-se mais cedo que decostume, com todas as cautelas para não acordar os pintainhos,que dormiam a sono solto, ainda quentes do calor das asas damãe.

– Deixa-me ir dar voltas à vida, que tenho muito que fazer– disse consigo mesma.

E rapidamente penteou a crista, sacudiu as penas, atou umavental muito limpo à cintura, acendeu o lume, pegou navassoura e começou a varrer a capoeira, cantando em vozbaixa:

– Varre, varre, minha vassourinha, abana, abana,meu abanador...

Ricardo Alberty

Vais saber como éa vida da Galinha Verde.Logo de manhãzinha…

A Galinha Verde

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Vou falar-lhes de um palhaço. Tinha um nariz muito grande euns olhos que brilhavam como estrelas. E no peito um coraçãode oiro – os olhos brilhavam como estrelas porque ele tinha umcoração de oiro. E as mãos, quando estavam fora das luvasgrandes, eram grandes, isso eram, mas meigas e bonitas.

O palhaço era bom. Sonhava muito. Sonhava que no mundotodos deviam ser bons, alegres, bem-dispostos.

O palhaço não tinha pai nem mãe. Vivia sozinho desdecriança. Sozinho com o seu coração de oiro.

Matilde Rosa Araújo, O Palhaço Verde, Livros Horizonte

Por fora era um palhaço,mas por dentro tinhaum coração de oiro…

O palhaço

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PareiEspreiteiEntreiComprei

SaíSubiAbriSorri

PegueiColoqueiAteiAjeitei

DesciApareciRugiE ri

Um leão!Que aflição!

Mas não.É o João!

Maria Cândida Mendonça Soares

Era o João?Era um leão?No Carnaval,tudo vale.

B2LP-06

A máscara

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Como todas as avestruzes, a desta história tinha pernas altas,penas bonitas, pescoço comprido, uma cabeça pequenina comdois olhos que pareciam rir, um bico forte. E tinha sempre fome.

Um certo dia começou aos gritos:– Ai minha mãezinha! Ai! Ai! Ai!Aflita, a mãe avestruz foi chamar o Mocho dos Cem Anos, que

era o melhor médico da selva. Com os seus grandes óculos eleolhou, espreitou de todos os lados e disse que tinha de a operar!

A mãe avestruz chamouo médico da selva.A avestruz pequeninagemia com dores.Que doença teria?

Que avestruz gulosa!

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E podem imaginar o que o doutor Mocho encontrou noestômago da gulosa?

Vejam só: vinte e sete parafusos, cem laranjas, um prato,uma roda de bicicleta, um sapato velho, nove pedras, quatroesferográficas, um gravador, um vídeo e uma formiguinha queentrara por engano. Como queria sair para a luz do Sol, começoua fazer-lhe cócegas no estômago e, com tanto salto que deu, aavestruz misturou tudo o que engolira e pronto, foi essa adoença...

Maria Rosa Colaço, O Coração e o Livro, Ed. Desabrochar

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– Joãozinho Coelho, dá cá aalmotolia, se fazes favor.

– Estou muito cansado.

– Se me ajudasses a dar àbomba, Joãozinho?

– Estou cansadíssimo.

– Podes dar-me a chave deparafusos que está aí mesmoao pé de ti?

– Não pode ser. Estou muitocansado.

O Joãozinho Coelho só estavacansado quando tinha detrabalhar…

– Pronto. A bicicleta estáconsertada. Só falta experimentá-la.

– Vou eu! Vou eu!– Não, Joãozinho. Muito obrigado;

mas tu, coitado, estás tão cansado!365 Histórias de Encantar, Verbo

Pobre Joãozinho Coelho!

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Na escola havia muitos meninos. Havia a menina-do-nariz-no-ar ea menina-do-nariz-no-chão, uma sempre distraída e a outra sempreamuada; havia o menino-das-minhocas – um rapazinho quecostumava pescar na ribeira e andava sempre com uma lata cheiade minhocas para pôr nos anzóis... (...) Havia o menino-caladinho,aquele dos olhos cor de sol, que ficava no fundo da sala e nãodava pio durante horas inteiras; havia a menina-dos-laçarotes, queusava sempre dois laços muito espetados na ponta das tranças; e amenina-que-chupava-no-dedo; e o menino-que-fugia-de-casa; e omenino-que-queria-ser-pirata... E outros. Eram muitos.A menina-do-carrapito gostava dos seus companheiros; uns maisendiabrados, outros menos endiabrados, todos eram amigose bonzinhos lá no fundo.

Ester de Lemos

Não há meninos maus, mas diferentes.Assim diz esta história.

Os meninos da Escola

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PEQUENAS

O TempoAmanhã o céu estará em geral

limpo em todo o País. O vento seráfraco.

Pequena subida de temperatura.

MOCHILASPara infantário

e

1.° Ciclo

a preços especiais...

Venha ver para crer!...

Notícias

Carnaval de OvarO cortejo de Carnaval esteve muito

concorrido e muito animado. Muitos

forasteiros assistiram, entusiasmados,

à passagem dos carros do cortejo.

Grandes e pequenos aproveitaram

esta festa para se divertirem com

alegria.

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5LEITURAS

Recados... Avisos...

Calendário... Agenda...

Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb

4

11

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3

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17

24

Está?És tu, Helena?É para te dizer que

vamos buscar-te acasa às 16 horas,para irmos ao circo.

Óptimo!Que boa ideia!Agradeço-te

muito. Estarei à portaà hora combinada.

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A Natureza acordou

Do longo sono de Inverno.

Vou pintar tudo o que vejo

Na folha do meu caderno.

Tudo é tenrinho e verde

Salpicado de outras cores.

Crescem árvores e arbustos

Passarinhos e flores.

• Qual é a estação do ano que acorda a Natureza do sono do Inverno? * Nestaestação apetece pintar tudo o que se vê. • O quê?

* Escreve um poema sobre o que significa, para ti, a cor verde.

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6

Na Escola os meninos

Sabem mais, todos cresceram.

Aprenderam muitas coisas

Estudaram e viveram!...

Verde está a Natureza

Verde quer dizer esperança.

Que doçura, que beleza

O crescer de uma criança.

O verde é com certeza

Um registo de lembrança

Na folha do meu caderno

Quando acabou o Inverno...

• Qual é a cor da Escola na Primavera? • Onde vai buscar essa cor? • Qual é osignificado da cor verde?

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* O tempo vai passando. Agora é Primavera. • Quando começa a Primavera?• Até quando vai durar? • Gostas desta estação do ano? • Porquê?

– Mas quando eu mais gosto do meu jardim é nas manhãs dePrimavera, em que tudo desperta a seiva dentro de mim, dandovida a novas folhas; despertam as flores, as ervas, as aves, o Sol.As gotas de orvalho são pérolas a brilhar no verde aveludado dasminhas folhas ainda pequenas.

Margarida Ofélia, A Árvore do Jardim

É PRIMAVERA...

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6• O que acontece às árvores nesta altura? • E a toda a Natureza? • Que aves regres-sam a Portugal? Porquê? • Que mudanças se notam na vida dos animais?• Os meninos brincam mais dentro de casa ou ao ar livre?

A Primavera é uma árvore com flores a nascer.A Primavera é o tempo das andorinhas voltarem para cá, para

os seus ninhos nos beirais.A Primavera é o tempo dos meninos jogarem o pião e o berlinde

no recreio da escola...... e de brincarem nos passeios e nos jardins depois das aulas,

porque é dia.A Primavera é o tempo de fazer colares de flores.A Primavera é o tempo a crescer.

Maria Isabel César Anjo

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O dia começa para todos.Uns acordam mais cedo,outros mais tarde.Quais são os maisdorminhocos?

Passou mais um Inverno. E chegou a Primavera...Certa manhã de Março, Oriana acordou ainda mais cedo do

que o costume.– Que manhã tão bonita – disse ela. – Nunca vi uma manhã

tão azul, tão verde, tão fresca e tão doirada.E foi pela floresta fora dançando e dizendo bom dia às coisas.

Primeiro acordaram as árvores, depois os galos, depois ospássaros, depois as flores, e finalmente os coelhos, os veadose as raposas.

A seguir começaram a acordar os homens.Sophia de Mello Breyner Andresen, A Fada Oriana, Figueirinhas

C hegou a Primavera...

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Todo o dia parecia festa no canteiro do jardim.Muitas flores, de muitas cores.Muitos insectos, uns barulhentos e outros quietos.Formigas, abelhas, besourinhos, borboletas, grilos estavam

num corre-corre, num pula-pula, num voa-voa, para lá, para cá.É verdade que muitos estavam a trabalhar, não viviam só a

brincar.Formigas carregavam folhas, abelhas faziam mel, aranhas

teciam teias, minhocas cavavam túneis.Todos muito ocupados. E muito amigos...Quando acabava o dia, todos se reuniam.E era cada brincadeira, cada conversa, cada risada...

Ana Machado

Trabalhar com alegria é comofazem os bichinhos no jardim.Não achas que têm razão?

No jardim

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A cabrinha nasceu e logoconseguiu levantar-se.Maravilhas da Natureza!…

Tinha chovido tanto! Por entreas rochas havia agora ervinhas,milhares de ervinhas verdes.

O sol chegou, aqueceu, aqueceuo monte e aquelas plantinhascomeçaram a abrir em flor:brancas, amarelas, vermelhas,de todas as cores. Era Primavera!

Na casinha do bode e da cabra--montesa havia grande alegria.

– A nossa filha é tão bonita! –embevecia-se o pai bode.

– Não podia ter nascido emmelhor altura – lambia-a a mãecabra, mirando-a de lés a lés eolhando as ervinhas verdes domonte.

A cabrinha ergueu-se nas quatropatitas, cambaleou um pouco, caiue ergueu-se novamente.

As suas patitas tremiam comovaras verdes. Era a primeira vezque ela se erguia!

Armindo Reis, Zuca Maluca, Porto Editora

A cabrinha

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A janela pensava que ninguém pensava nela.

– Pobre de mim, que ninguém se lembra de mim!

Ora a trepadeira, certo dia, foi, foi muito devagarinho, até quechegou lá acima e quando chegou lá acima ofereceu-lhe umaglicínia.

A janela agora já não está só. Quando a terra lhe quer dizeralguma coisa, telefona pela trepadeira.

Mário Castrim

É bonito imaginar…Uma trepadeira afalar com a janela.O que diria?

A glicínia

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O sapo sabia muitas coisas do jardime contava lindas histórias…

Todos gostam do Sapo Jururu. Trata das flores, tira-lhes osbichos que as estragam e, à noite, conversa com a Toupeira ecom os Caracóis que gostam muito de o ouvir. Como já tem umacerta idade e viajou pelo mundo fora, o Sapo Jururu sabe lindashistórias e conta-as muito bem.

– Quando eu era novito, trabalhei no jardim de um rei quefazia colecção de flores diferentes e esquisitas. Uma vez,comprou num país muito distante uma rosa preta com pintinhasverdes; outra vez, conseguiu uma papoila que mudava de corquando as pessoas falavam ao pé dela. Mas o mais estranho eraum girassol que tinha duas grandes asas.

Isabel Lamas, 7 Histórias com Animais do Jardim, Ed. Impala

O Sapo Jururu

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6

Senhor Caracolandou pela horta;passeio para aquipasseio para alipauzinhos no arcabecinha ao sol.

Não teve cuidadoe depois...atchim!Senhor Caracolficou constipado.

Hoje de manhãnão saiu da casca;não foi para a hortanem para o jardim;entãolamentou-se:– Que grande arrelia!Coitado de mim!

Ao saber do casoa Dona Lagartalogo resolveumandar-lhe uma carta.

(Carta que transcrevoe dizia assim:)

Senhor Caracol:Siga o meu conselhonão torne para aí de cabeça ao léu:quando andar ao solponha o seu chapéu!

Soledade Martinho Costa

O sol fez mal ao Senhor Caracol.A Dona Lagartadeu-lhe um conselho…

B2LP-07

Atchim...

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– Porque choras, Borboleta Branca?– Uma das minhas asas prendeu-se nos espinhos da roseira e

caiu-lhe um bocadinho.– Ah, mas isso não faz mal e eu posso ajudar-te. Vem comigo.E assim foi. A Borboleta cor da neve poisou na casinha do

Caracol e lá foram devagarinho, devagarinho, pelo jardim além,até à casa da Aranha Tecedeira.

– Tu, que és tão habilidosa, podes acudir à Borboleta?– Vamos já tratar disso. Não vale a pena chorar, Borboleta,

porque o problema resolve-se.A Aranha, com fios cor de luz e de luar, teceu uma rede

finíssima.Depois entrelaçou bocadinhos de açucena branca e completou

a asa. Nem com uma lupa se percebia que fora arranjada.Isabel Lamas, 7 Histórias com Animais do Jardim, Ed. Impala

A história da borboleta, do caracol e daaranha mostra-nos o valor da amizade.O que se passou com os três amigos?

O desgosto da Borboleta

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6Hoje o dia é de festa, porque a Rainha faz anos.Combinaram pregar-lhe uma partida, mas para

ter graça é preciso que todas guardem segredo.Escondem-se todas, muito bem escondidinhas e

quando a Abelha-mestra entrar em casa está tudono maior silêncio. Claro que ela vai pensar queninguém se lembrou do dia de anos, que já nãotem amigas e que ninguém lhe liga.

E quando ela estiver com uma cara muito triste,quase a chorar, as abelhas entram todas comramos de giesta e de rosmaninho, trazem o bolode anos com seis andares, tantos como as letrasde Rainha.

Isabel Lamas, 7 Histórias com Animais do Jardim, Ed. Impala

As abelhaspregaram umapartida à suarainha.Como teriareagido arainha dasabelhas?

O aniversário da Abelha

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Fiz uma pintacom tinta.Pintei o Solpintei o mare todas as coisasque possas pensar.Uma pinta amarela – o Sol.Uma pinta verde – o mar.Uma pinta vermelha – o morangoque te dei para merendar.Agora é a tua vez,tens de ser tu a pintar.Uma pinta roxa – a violeta.Uma pinta escura – o gavião.Com pintas de muitas corestu pintas um coração.

Raquel Delgado

As coresenfeitam aNaturezae o coração…

Pintas e cores

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6

Era uma vez uma joana vermelha com pintinhas pretas.Por baixo deste vestido lindo, duas pequenas asas pretas,descansando. Ainda era pequena e, por isso, era uma joana muitojoaninha. Também há Joanas que são meninas e enquanto sãopequenas também são Joaninhas, mas raramente são vermelhascom pintinhas pretas. (...)

É frequente uma Joaninha destas encontrar uma joaninha dasoutras. Então, baixa-se o mais que pode e diz-lhe: “joaninha voa,voa, que o teu pai foi para Lisboa! joaninha voa, voa, que o teupai foi para Lisboa!”. A joaninha ouve e, às vezes, voa mesmo.Mas nem sempre vai para Lisboa, fica-se mesmo pelo pezinhode erva mais próximo.

Álvaro Magalhães, Ed. Desabrochar

Joana, joaninha,qual será o bichinhoe qual será a menina?

Joaninha

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PEQUENAS

ExperiênciaDiga lá, minha menina,que vai fazer da plasticina?Puxo-a,esmago-a,dou-lhe socosachato-a,faço-a em bola,estico-a,aliso-a,corto-a,torço-a,furo-a.E faço as coisas que aí estão!E outras.E vocês são capazes ou não?

Verbo CantilenaTem três dedosDom Hilário.Tem três dentesDom Macário.Tem três segredosDom Mário.Tem três pentesDom Cesário.

E tem lá no seu herbáriotrês folhinhas muito verdeso meu amigo herbanário!

Maria Alberta Menéres

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6LEITURAS

1 de ABRIL

O jornal de hoje diziaem títulos bem graúdos:

«Um bilhete para a Luacusta apenas vinte escudos!»

Dizia também que o diaseria um dia de Verão!

Quem saiu sem guarda-chuvaarriscou-se fortementea uma constipaçãoporque choveu toda a tarde.Pareciam rios as valetas!

Poucos se tinham lembradoque hoje era o dia das petas.

365 Histórias de Encantar, Verbo

É só inventar...De noite, basta uma lâmpada

acesa e uma parede lisa para fazercinema sem gastar dinheiro.

Vais usar as tuas mãos para fazersombras na parede.

Podes fazer um coelho, umcavalo, um cão a ladrar, um cisne emuitas outras coisas. É só inventar!...

Verdade ou mentira?

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* Páscoa é tempo de alegria. • Que sons anunciam essa alegria? * A Páscoa étambém o tempo dos afilhados e das madrinhas. • O que esperam os afilhados?• Gostas de amêndoas? • E de pão-de-ló? * Escreve um poema sobre o que significam,para ti, as cores da Escola na Páscoa.

Os sinos dizem bem alto

Que o tempo é de alegria.

Ouvem-se sons e chilreios

Na manhã de cada dia.

O pão-de-ló está pronto

As amêndoas são docinhas.

Os afilhados esperam

Folares das suas madrinhas.

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7* Na Natureza tudo é fresco e perfumado. • Qual é a cor da Escola nesta épocado ano? * O cor-de-rosa é uma cor delicada. • A que podemos compará-la?

Tudo é fresco e perfumado

Nesta época amorosa.

Na folha do meu caderno

Pinto tudo cor-de-rosa.

Cor-de-rosa é delicado:

• como o ramo de flores

nas mãos de um afilhado

• como a ajuda de um colega

quando se está magoado

• como a bênção do Senhor

quando se é visitado!

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• O que se festeja na Páscoa? • Como se celebra a Páscoa na tua terra? • Por querazão os sinos tocam com tanta alegria?

A Páscoa veste-se de vivas cores,mas as galinhas põem sempreos ovos brancos. Os meninospegam nos pincéis para decoraros ovos a seu gosto:raiados, sarapintados, aos quadrados...

Ali, tudo lembra a Páscoa:os vasos cheios de flores,os dois meninos pintores,os ovos de várias cores...E o Tefe-Tefe, que disparate,põe-se a gritar cacaracápara a galinha de chocolateque não responde, claro está!

Verbo

PÁSCOA, TEMPO

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7* Na Páscoa, os padrinhos e os afilhados trocam presentes. • O que costumas dar aosteus padrinhos? • E eles o que te oferecem? • Quantos dias de férias tens nestaaltura?

Hoje é Domingo de Páscoa, a Marta e a sua família celebram-no.Os seus pais esconderam ovos de vistosas cores no jardim.

Esconderam-nos no campo, nos vasos e no chão. E ainda nasárvores.

Xavier já tem um e Marta encontrou o maior e o mais bonitocom um grande laço cor-de-rosa.

Durante umas horas, os dois irmãos estarão ocupados,procurando os ovos.

Paula Oliveira, Marta na Primavera, Ed. Majora

DE ALEGRIA...

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Uma históriade sol, chuva,andorinha epardal contadaem poesia,com palavrasarrumadinhase cheias desom…

Quando o sol se escondeua menina nuvem preta apareceue fez uma careta.– Choveu.A água que caiuencheuo tanque vazio.Um pardal e uma andorinhavierame beberama água fresquinha.Depois o sol voltoue disse quando entrouno quintal:

– Bom dia, senhora andorinha.– Bom dia, senhor pardal.

Sidónio Muralha

Bom dia

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7

Era uma vez uma nuvem.Era uma vez um caracol.Para se entreter, a nuvem começou a brincar ao faz-de-conta.– Faz de conta que sou um cavalo – e um cavalo-nuvem

desenha-se no céu.– Agora faz de conta que sou um palhaço – e a cara de um

palhaço, feito de nuvem, recortava-se no azul do céu.Mas, quando, a certa altura, se alongou e espreguiçou mais e

mais, a fazer de conta que era um comboio de mercadorias, anuvem tapou o Sol. O dia escureceu.

Cá em baixo, um caracol suspirou, aborrecido:– Esta nuvem só faz disparates.Parece que ela, a nuvem, lá em cima, o ouviu, porque ficou

triste, escureceu e começou a choramingar sobre a terra. Foramumas gotinhas poucas, uns chuviscos – que ela também erapequenina –, mas bastaram para pôr a reluzir as folhas e as ervasonde o caracol andava à sua vida.

António Torrado

Sabes jogar ao faz-de-conta?A nuvem e o caracol podemensinar-te…

A nuvem e o caracol

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A lagarta comia, comeu, comeraa polpa doce de uma bela pêra.

Já farta de comer, de digerirprocurou uma fresta para dormir.

E dorme, dormirá, dormiriatanto de noite como em pleno dia.

Durante o sono mudou de forma e cor,já não parece bicho mas flor.

Alice Gomes

A poetisa brinca com as palavrasneste poema e a Naturezafaz da lagarta uma borboleta.Será possível?

A lagarta

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7

Brancasazuisamarelase pretasbrincamna luzas belasborboletas.

Borboletas brancassão alegres e francas.

Borboletas azuisgostam muito de luz.

As amarelinhassão tão bonitinhas.

E as pretas, então…Oh!, que escuridão.

Vinícius de Morais

As borboletas têm muitascores, mas só um poetaas escolhia tão bem!…

As borboletas

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Um raiozinho fugiu do Sol e ficou escondido. Ele queria vero que acontecia na floresta, quando acabava o dia.

Dentro da noite, o raiozinho parecia um Sol. Por isso ospassarinhos não foram para os ninhos, as abelhas zumbiamsobre as flores e as formigas carregavam alimentos. Eles diziamcansados:

– Que dia comprido! Não tem fim!Quando amanheceu de verdade, as aves dormiam fora dos

ninhos, as abelhas fora da colmeia e as formigas no caminhodo formigueiro.

O raiozinho viu que a sua curiosidade havia atrapalhado avida da floresta, não deixando os bichinhos descansarem.

Arrependido, voltou para o seu pai Sol.Isa Ramos de Azevedo Souza, Pequenos Contos para Gente Pequena

O raiozinho de Sol atrapalhou a vidana floresta. O que fez e o que aconteceu?

Raiozinho de Sol

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7Nos dias de solé tão engraçadojogar com a sombraum jogo animado!

Segue-me passo a passofaz tudo quanto eu faço.

Se me estico ela é alta,se me encolho é baixinha.

Se eu salto a sombra salta,se eu ando ela caminha.

Se recuo é gigante,se avanço é um pigmeu.

Ora atrás, ora adiantea minha sombra e eu!

Ester de Lemos

Sabes brincarcom a sombra?Lê e depoisexperimenta.

Jogo de sombras

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Um dia, o Quincas queria arrancar um nabo.O nabo era teimoso.Ele não queria sair do lugar.Então o Quincas chamou toda a gente para

ajudar a arrancar o nabo.Chamou Benedita.Chamou Ritinha.Chamou Plutão.Chamou Bichano.Quincas puxava o nabo.Benedita puxava Quincas.Ritinha puxava Benedita.Plutão puxava Ritinha.Bichano puxava Plutão.E eles deram um puxão

e arrancaram o nabo.Então foi muito engraçado.Quincas caiu em cima de Benedita.Benedita caiu em cima de Ritinha.Ritinha caiu em cima de Plutão.Plutão caiu em cima de Bichano.E eles riram, riram, até não poder mais.E acabou a história.

Lúcia Casas

Todos ajudaram a arrancaro nabo teimoso.Que aconteceu?

O nabo teimoso

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7

Hoje a minha professora mandou fazer uma composição sobreaquilo que nós mais gostássemos. Do que eu agora gosto mais édo Pedro, que é o meu irmão mais novo. Então eu vou falar doPedro.

O Pedro tem só um ano.Tem um quarto tão cheio de brinquedos que até parece o

supermercado, mas só gosta dos carros do pai quando era da suaidade.

O Pedro já anda mas não sabe que anda: quando está de pé e eulhe ponho só a ponta do dedo nas costas, ele pensa que o estão asegurar e anda sozinho. Se tiro o dedo, começa a gatinhar.

Desde pequenino ele fala com um dedo. A avó pergunta-lhe:Onde está o botão? Onde está a luz? O pato? O avô general?O Menino Jesus? E ele vai lá com o dedinho espetado e diz:Olha! Depois ri, com os olhos doces, onde o sol brilha.

Maria Rosa Colaço, O Coração e o Livro, Ed. Desabrochar

Que linda composiçãoo irmão fez sobre o Pedro.Que ternura!

Pedro

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* A cor da Escola nesta altura é a cor do coração. • Como se chama? * A Escola vaibuscar essa cor à Natureza. • Em que elementos se encontra? * Escreve um poemasobre o que significam, para ti, as cores da Natureza nesta época.

As cerejas são vermelhas

Os morangos também são

A cor com que vou pintar

É da cor do coração!...

Já conheço muitas cores

E já as sei misturar

Assim vão os meus estudos

E o gosto de trabalhar!

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8* É tempo de avaliar o que se fez na Escola. • Como correu o teu ano? • Que regrasaprendeste a respeitar?

O vermelho é das cores fortes

Faz-me parar e pensar

Como correu o meu ano?

Como o vou avaliar?

Aprendi a ser menina

Que estuda e sabe brincar.

E que desde pequenina

Apesar de ser traquina

Sabe as regras respeitar

Regras de bem trabalhar!

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• Qual a razão por que a Natureza está em festa? • Que sons se ouvem por todo olado? • Que cheiros se sentem? • E que cores se podem observar? • Que frutos sepodem saborear?

A NATUREZA

Era uma vez uma papoila nascida na seda verde de Maio, naseda verde do trigo que o vento fazia dançar.

Era uma papoila com uma hastezinha muito fina e verde, aspétalas de seda, presa a um olhinho negro.

E, com o vento, sempre a dançar na seda verde de Maio.Papoila, papoila, onde vais na seda verde de Maio, na seda

verde do trigo?E a hastezinha verde, como uma perninha, sempre a dançar!Dizem que a papoila gostou de um malmequer, que o queria

para noivo.E que todos os dias, ao nascer do Sol, cantava:

Mal me quer ou bem me quer?Muito pouco, pouco ou nada?...Mal me quer ou bem me quer?Queres-me tua namorada?

Matilde Rosa Araújo

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8* Mesmo à noite a festa continua na Natureza. Há música e luz. • Quais os animaisque cantam durante a noite? • E que animais aparecem como pontos luminosos?

EM FESTA...

Viva!... Os girassóis estão em flor. Aqui, sim, é que as abelhasencontram néctar à farta: é um instante enquanto enchem depólen os cestinhos das patas traseiras.

Depois, muito carregadas, lá voltam ao cortiço...Mas, mesmo assim, até arranjar o néctar suficiente para uma

colher de chá de mel, cada abelha tem de fazer cerca de sessentaviagens. Já é paciência!...

A Abelha-Mestra, Verbo

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Era uma vez uma centopeia muito simpática que eu conhecinas férias da Páscoa. Convidei-a várias vezes para jantar e elanunca aparecia. Quando acabava de apertar os cordões docentésimo sapato do centésimo pé, já eram horas de começara desapertar os do primeiro para se ir deitar.

Um problema! Quando calçava só cinquenta sapatos tinhatempo de sair para tomar um café ou um sorvete; mas nessescasos, como ela mesmo dizia, lamentando-se, não passava deuma cinquentopeia.

Uma vez passei por ela na rua e era uma quarenta-e-setepeia.Ia tão envergonhada que eu fiz de conta que não a vi.

Álvaro Magalhães, Ed. Desabrochar

Há coisas na Natureza queninguém pode entender.Por que razão a centopeiaprecisa de tantos pés?…

Centopeia

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8Já desfolhasteum malmequer?Calhou muito,pouco ou nada?

Malmequer

Malmequer,bem-me-quer,muitopouconada.Se não disseres «muito»eu fico zangada.Eu gosto de ti,do Sol e do Mare de todos os meninos.Malmequer,bem-me-quer,muitopouconada.Se não disseres «muito»eu fico zangada.

Raquel Delgado

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Era um boneco humilde de quem a cegonha vaidosa faziatroça.

Não incomodava ninguém.Tinha dois grandes braços sempre abertos, à espera que

alguém os fechasse com amizade, um casaco de remendinhosde todas as cores, um cachecol e um chapéu preto com umaflor lá no alto.

A única coisa que o Espanta-Pardais desejava na vida erapoder um dia caminhar pela Estrada Larga. (...) Às vezespassava o Senhor Vento e falava das praias cheias de ondasazulinhas, de pássaros-gaivotas que pareciam lenços a acenar,de meninos que faziam castelos de conchinhas e areia... eu sei lá!

Maria Rosa Colaço

O Espanta-Pardais não podia sairdo seu lugar. Que tristeza!Mas o vento contava-lhetantas coisas…

O Espanta-Pardais

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Vooupor enganouma flor.Não sei se voouum ano,mas seja como forvoou uma vez,duas, três,uma flor.

Entrouna escolae descansouna sacolapretapretado menino brancoque estava no bancoe lhe chamouborboleta.

E a borboletapara agradecerabriu a sacolae ajudou o menino a fazeros exercícios da escola.

Sidónio Muralha

A imaginação não tem fim…Foi uma flor ou uma borboletaque ajudou o menino a fazeros trabalhos da escola?

Recompensa

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Olá girafa, girafinha, girafão,o que se passa aí em cimaque eu não vejo, não?

As lengalengas são divertidas.Parecem cantar!Ora experimenta…

Olá abelha, abelhinha, abelhão,onde está o melpara encher o meu boião?

Lengalenga da bicharada

Olá formiga, formiguinha, formigão,para comeres no Invernomuito trabalhas no Verão!

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8Olá macaco, macaquinho, macacão,que jeito tu tens para vires tiraramendoins à minha mão!

Olá pato, patinho, patão,vê lá se endireitas a marrecaporque assim não tens graça, não!

Olá, urso, ursinho, ursão,com esse casaco de pelesnão sentes calor no Verão?

Olá avestruz, avestruzinha, avestruzão,quem diria que escondes o medoenfiando a cabeça no chão?

Garcia Barreto

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A Lebre (trocista) – Que pressa, senhoraTartaruga!

A Tartaruga (falando devagar) – Não sejaimpertinente, não faça troça. Façamos uma aposta.Vamos ver quem chega primeiro àquela pedra.

A Lebre (rindo) – Ah! Ah! Ah! Que engraçadaque é a comadre!

A Tartaruga – Olhe que estou a falar muito asério. Vou chegar antes de si.

A Lebre – Ah! Ah! Ah! Cá na terra ninguémcorre mais depressa do que eu.

A Tartaruga – E eu repito-lhe que hei-dechegar primeiro. Vamos começar a corrida.Um... dois... três! (Partem; a Tartaruga avançadevagar; a Lebre pára, de repente.)

A Lebre (falando alto) – Sou muito parva emme apressar. Tenho tempo!... Vou dar umacambalhota. Oh! Olha a Tartaruga como vaiatrasada...

A Tartaruga (olhando trocista) – Divirta-semuito, dona Lebre!

Desta vez fazde conta queés a lebre oua tartaruga.Convida umcolega parateu par.

Uma aposta

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8A Lebre (cantando):

A Tartaruga vai à guerra,Trá-lá-lá! Trá-lá-lá! Trá-lá-lá!A Tartaruga vai à guerra,Sabe Deus se voltará.

A Tartaruga (calmamente) – Eu cá vou indo; eu cá vou indo.

A Lebre – Ela vai avançando. Mas está ainda tão longe dameta!... Tenho muito tempo para frisar os meus bigodes. (Passaa mão pelo focinho.) Ficam-me bem os bigodes frisados. Nãoacham que sou uma lebre bonitinha?

.....................................................................................................................................................

Aonde irá a Tartaruga? Oh!... Corramos, corramos! (Parte agalope.)

A Tartaruga (chegando à meta) – Ganhei! Ganhei!

A Lebre (envergonhada) – Parti tarde de mais...

A Tartaruga – Eu já contava com isso.

A Lebre – Ganhou muito bem, senhora Tartaruga. Deu-me umagrande lição!... Venha, vamos comer juntas... (Saem, cantando):

Sempre a brincar,a Lebrezinhadeixou-se apanhar.Que tontinha!Daqui para a frente,será mais prudente!

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Num lindo dia de Verão sete rãzinhas saíram de casa para unspulos sobre a relva.

– Vejam que enorme sombra cinzenta! – gritou a primeirarãzinha.

– Que pêlo tão branquinho e que bigodes longos! – gritou asegunda rãzinha.

– Uns olhos vermelhos e brilhantes! – gritou a terceira rãzinha.– Que narizinho cor-de-rosa e buliçoso! – gritou a quarta

rãzinha.– Vejam só estas orelhas longas e macias! – gritou a quinta

rãzinha.– Olhem estes dentinhos, afiados, mordiscando a alface! –

gritou a sexta.– Um coelho! – gritou a sétima.– Para casa, depressa! – coaxaram as sete rãzinhas entre si.E passaram em casa o resto daquele dia de Verão...

Livro de Ouro dos Coelhos

As rãzinhas teriamfugido a tempo dosdentinhos afiadosdo coelhinho?

As rãzinhas

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Que linda que era a borboleta! Tão linda, que nem fazemideia! As asas eram todas pintalgadas de azul e roxo, amarelo,cor-de-laranja e negro, e cobertas por um pó doirado, mais finodo que o pó de oiro, mas muito mais! As antenas eram fininhase arqueadas, como só podem ser duas antenas de borboleta.E os olhos? Os olhos eram muito redondos, muito verdes,muito vivos, com o brilho de duas gotas de orvalho.

Mas essa borboleta tão bonita e cheia de qualidades – porqueainda por cima era asseada, inteligente e com jeito para tudo –tinha um grande defeito: era muito teimosa. Mal começou a voaria sempre para sítios nada recomendáveis. Que sítios?

Eu digo: para a beira dos riachos, onde uma borboleta mesmodas crescidas pode cair e ser levada na corrente; para o pé dasteias de aranha, onde a aranha a pode comer; enfim, só parasítios perigosos.

Ricardo Alberty

A borboleta era bonita mas muito teimosa.Imagina o que podia ter acontecido…

A borboleta estouvada

B2LP-09

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ListasPão

Alface

Massa

Nabiças

Arroz

Ovos

Farinha

Frango

Maçãs

Iogurtes

Bananas

Leite

• Deita-se o conteúdo de um pacote

de gelatina em água e mexe-se até

dissolver.

• Deita-se a gelatina numa forma e

mete-se no congelador.

• Passa-se a forma por água quente

antes de servir.

• Sopa de nabos

• Peixe cozidocom legumes

• Compota demorango

PUDIM DE GELATINA

Receitas

Ementas

PEQUENAS

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8Cartazes

Etiquetas

Rótulos

Não sujes a tua casa…Não sujes a tua rua…Não sujes a tua terra…

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LEITURAS

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• Agora qual é a cor da Escola? • Onde a foi buscar? * A seara amadurece nestaaltura. • Que flores nascem no meio do trigo? • E que animaizinhos voam e pousamnas papoilas? * Escreve um poema sobre o que significam, para ti, as cores do Verão.

Para terminar as cores

Da Escola onde estudei

Vou pintar cor-de-laranja

Uma espiga que apanhei.

A seara está madura

Tem papoilas a espreitar

O Sol vê com ternura

Joaninhas a voar!...

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9* As aulas vão acabar, as férias vão começar... • O que sente o professor ao olhar osseus alunos? * Os meninos sentem saudades da Escola e das suas cores. • Porquê?

O professor não se cansa

Não se cansa de olhar

Os seus meninos maduros

Que breve vão abalar...

E os meninos já crescidos

As aulas vão terminar.

Há abraços de amizade

As férias vão começar.

Mas fica sempre a saudade

Que nunca vai acabar

Da escola colorida

Que deixou imaginar!

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É VERÃO...

* É Verão. • Em que dia começa o Verão? • E quando termina? • Como ficam asárvores? • Que árvores de fruto conheces? • Quais são os frutos de que gostas mais?

O Verão é uma árvore carregadinha de pêssegos.O Verão é o tempo de brincar muito porque os dias são grandes.É o tempo dos passarinhos voarem à pressa para se refrescarem

a seguir nas árvores cheiinhas de folhas.É o tempo das férias grandes e de ir para a praia...... e dos meninos que não têm fato de banho andarem nus a

brincar nos regatos.Maria Isabel César Anjo

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9* No Verão o tempo é muito quente. • Onde costumas passar as férias? • Porque sechamam férias grandes às férias do Verão? • Quando terminam?

Vamos colher as cerejas,os pêssegos e as ameixas?Traz daí o teu cabaz.Que doçura!Que beleza!Que excelente sobremesa!

Verbo

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Muito ao de levemuito devagaro peixe douradona areia escreveum livro de adivinhascheio de conchinhase estrelas-do-mar.

Começa a bailarum peixe malhadoe vem apagaro que escreve, escreve,muito ao de leve,muito devagar,o peixe douradono fundo do mar.

Senhor peixe malhadoé tão bom bailarmas por favor deixedeixesossegadoo peixedouradono fundo do mar.

Diz o peixe malhado– Queira desculpareu não tinha reparadono peixe douradonem no livro de adivinhasfeito de conchinhase estrelas-do-mar.

Sidónio Muralha

Sabes o que são boas maneiras?O peixe malhado pode ensinar-te…

Boas maneiras

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Logo de manhãzinha, mal o sol espreita,começa a azáfama na casinha das abelhas,o cortiço ou colmeia. É um zunzum e umburburinho de abelhas amontoadas à porta.Cá fora, o prado ainda está húmido de orvalho.As flores estremunhadas entreabrem as pétalase o ar da manhã fica cheio de perfumes.

As abelhas, afadigadas, andam por cima dasflores. Cada uma escolhe a sua e chupa-lhe onéctar, aquele suco muito docinho... Mas não épor gulodice, é para o levar para o cortiço, ondevai ser transformado em mel.

A Abelha-Mestra, Verbo

As abelhasdão-nos oexemplo debem trabalhar.Como fazem?

O cortiço

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Os avós conseguem muitas coisas,até levar o mar imenso para casa.Como é possível?

Pedro, o avô e o mar

O Pedro agora já sabia que o avô chegava de longe, ia vivercom eles e trazia tudo ali para casa. Mas ficava ainda sem saberse o mar fazia parte das coisas que o avô queria trazer.

Ficaria o mar ali em casa? Iria dormir na sala ou no quarto doavô?

No dia seguinte, quando chegaram ao cais, o Pedro viu muitaágua, tanta que nem lhe encontrava o fim... (...)

– É isto o mar? – pensou ele, sentindo o medo a apertar-lhe agarganta. – É muito grande! Não pode caber todo lá em casa!

– O avô leva o mar lá para casa? Todo?

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– Tu gostas de ouvir o mar!... Então vamos levá-lo para casa.– O mar todo? – duvidou ainda o Pedro.O avô já tirava do bolso uma concha rosada.– Ouve aqui como ele canta... É a voz do mar. É para ti!A mão estendeu-se; a concha anichou-se e a voz do Pedro

misturou-se com o som das vagas.– Mãe, posso guardar o mar todo no meu quarto!

Natércia Rocha, Contos de Agosto, Ed. Desabrochar

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No fim do ano, dona Ostra, que é uma professora muitomoderna, leva os seus alunos numa excursão pelo fundo do mar.

Naquele ano, os preparativos para a excursão foramanimadíssimos.

Todos sabem que o melhor da festa é esperar por ela.Um grande autocarro foi contratado para levar os alunos e

professores. Autocarro marítimo, é claro, puxado por cavalos--marinhos.

No dia da partida, todas as mães foram despedir-se dosfilhinhos e todas faziam muitas recomendações:

– Atenção, não te chegues à beira do mar, e cuidado com asgaivotas!

– Meu filho, não te aproximes do peixe-eléctrico quando eleestiver ligado. É muito perigoso!

– Adeus, adeus, boa viagem, aproveitem bem!Ruth Rocha

No fim do ano é tempo de passeios.Até no mar se fazem excursões…

A excursão

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O menino tinhade descrever um diana praia. Começou:

– «Era um belo diade chuva.»

– Não pode.– Não pode porquê?– Porque ninguém vai à praia num dia de chuva.O menino não se deu por achado.– Vai sim, senhor professor. Quando saímos de casa, estava

um sol muito bonito, e, quando a gente pisou a areia, caiu umtemporal.

– E como vais acabar essa descrição?– «Então voltámos para casa.»O professor ficou indignado:– Só isso? E o resto da descrição?– Não tem.– Mas não tem como?E o menino já zangado:– Ah, o senhor queria que a gente ficasse à chuva para apanhar

uma constipação?A Criança Diz Cada Uma

O menino sabia fugiràs dificuldades…Até parece umaanedota, não achas?

Era um belo dia de chuva

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A Bia já sabeonde vaipassar asférias.Para ela é osítio maisbonito…Onde será?

Bia acabara de fazer os trabalhos de casa. Eramos últimos daquele ano. Pronto: vivam as férias!Só faltavam dois dias, que iam parecer os maiscompridos do ano. Depois, vestidos novos namala já cheia de embrulhinhos para oferecer aosprimos, o diário para escrever tudo, os livros.

Só faltava partir! Respirou fundo. Olhou parao espelho que estava no quarto e disse: só doisdias, estás a ouvir? Dois dias e estarás emSetúbal, que é a terra mais linda de todas.

As férias da Bia

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Setúbal tem o rio Sado e, ao fundo, a serra da Arrábida ondeviveu o poeta de quem a D. Matilde Rosa Araújo, a suaprofessora, falava tanto. Ele escreveu aquela frase que estavapor cima do quadro e que todos os dias liam em voz alta, antesde começarem as aulas:

«O coração, quanto mais se dá, maior fica.»Maria Rosa Colaço, O Coração e o Livro, Ed. Desabrochar

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A escolados bichinhos

Quando a escola dos meninosFecha nas férias do Verão,Abre a escola dos bichinhosOnde aprendem a lição:

Aprende o grilo e a cigarraA cantar ao desafio;

Aprendem os peixes novosA nadar além no rio;

Os coelhinhos aprendemA franzir bem o focinho;

Aprendem os passarinhosA voar longe do ninho;

Os esquilos e os ursosEstão a aprender a trepar;

O vitelo e os cabritosAprendem logo a marrar.

Cada qual se aperfeiçoa,Que aprender é coisa boa.

Maria Isabel Mendonça Soares

Acabou a escola,abriu a escola.Mas que escolassão essas?

As férias dos meninos