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B I T C O I N B I T C O I N e suas fronteiras penais RENATO DE MELLO JORGE SILVEIRA em busca do marco penal das criptomoedas

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Page 1: B I T C OIN - Moovin€¦ · 3.2. O caso bitcoin 98 3.2.1. O momento de origem e a busca de liberdade através do anonimato 102 3.2.2. A sedimentação no mercado 106 3.3. As moedas

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R E N AT O D E M E L L O J O R G E S I LV E I R A

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d a s c r i p t o m o e d a s

Na verdade, o tema, dentro de uma perspectiva penal econômica, faz bastante sentido. Após toda uma

regulamentação do próprio movimento financeiro em termos mundiais, sempre na busca também de

controles penais, é de se constatar, em primeira hora, que as criptomoedas se mostram como via de escape do labirinto posto. Será, contudo, que o mercado financeiro, hoje tão controlado, não se insurgirá à ilha de liberdade posta? Não se poderia imaginar uma onda criminalizante contrária às criptomoedas como um todo? As respostas que se avizinham talvez pendam nesse sentido. E, se for esse o caso, mostra-se bastante provável uma busca de socorro penal para a contenção do avanço desse novo

meio monetário. E, sobre isso, cabem inúmeras divagações.

editora

ISBN 978-85-8425-957-1

De peculiar idade do mundo vir tual, passando por alternativas de pagamento até a coqueluche dos investimentos, elas estão a transformar a feição do que se tem por relações monetár ias. Com opositores radicais (que imaginam sempre seu uso errático) e defensores fanáticos (que nela veem o inexorável futuro), daqueles que bradam pelo seu controle , a quem sustenta a manutenção de seu espaço de liberdade, muitas são as var iantes e poucas são as respostas. No entanto, uma coisa é cer ta: no conturbado mundo de hoje , rapidamente será cobrada resposta, também penal, a tentar domesticar uma nova situação.

e suas fronteiras p

enais

Professor Titular da Faculdade de Direito da

Universidade de São Paulo. Doutor e Livre-Docente em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Advogado e Conselheiro do Instituto dos Advogados de São

Paulo. Membro de diversas instituições nacionais e internacionais. Autor de

diversos livros, estudos e artigos, publicados no Brasil

e no exterior.

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editora

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R E N AT O D E M E L L O J O R G E S I LV E I R A

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Catalogação na Publicação (CIP)Ficha catalográfica

SILVEIRA, Renato de Mello Jorge;Bitcoin e suas fronteiras penais: em busca do marco penal das criptomoedas

- Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2018.

Bibliografia.ISBN: 978-85-8425-957-1

1. Direito. 2. Direito Penal. I. Título. II. Autor

CDU343 CDD341.5

Copyright © 2018, D'Plácido Editora.Copyright © 2018, Renato de Mello Jorge Silveira.

Editor ChefePlácido Arraes

Produtor EditorialTales Leon de Marco

Capa, projeto gráficoLetícia Robini de Souza

DiagramaçãoBárbara Rodrigues da Silva

Editora D’PlácidoAv. Brasil, 1843, Savassi

Belo Horizonte – MGTel.: 31 3261 2801

CEP 30140-007

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida,

por quaisquer meios, sem a autorização prévia do Grupo D’Plácido.

W W W . E D I T O R A D P L A C I D O . C O M . B R

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In ricordo a una casa sul Canal Grande... ou,às fontes e às inspirações,

não necessariamente nessa ordem...

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SUMÁRIO

EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA 9

INTRODUÇÃO 13

1. MOEDA E HISTÓRIA – PREOCUPAÇÕES E LIMITES JURÍDICOS 19

1.1. Idealização conceitual do dinheiro e da moeda 231.2. Fraudes, falsidades, bolhas e crises 321.3. Controle administrativo da moeda

e reflexos jurídicos 40

2. MOEDA E DIREITO PENAL 492.1. Respostas penais clássicas 49

2.1.1. Direito Penal patrimonial 512.1.2. Moeda falsa 53

2.2. Respostas penais artificiais: referência supraindividual 58

2.2.1. Evasão de divisas 592.2.2. Lavagem de dinheiro 68

2.3. Um mundo sem fronteiras e segredos: as regulamentações internacionais contra o segredo bancário e o impacto nas respostas penais 79

3. O EVENTO DAS MOEDAS VIRTUAIS 893.1. O surgimento do problema: o anonimato, a

desregulamentação da deepweb e Darknet e as ferramentas de proteção (blockchain) 94

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3.2. O caso bitcoin 983.2.1. O momento de origem e a busca de liberdade

através do anonimato 1023.2.2. A sedimentação no mercado 106

3.3. As moedas virtuais como instrumental de crime 1093.3.1. Mercado de assassinos 1103.3.2. O exemplo da Silk Road 112

3.4. A tendência ao controle do tráfego de valores e o novo problema colocado 114

3.5. Problemas jurídicos constatados na realidade internacional 125

4. REGULAÇÃO E MOEDAS VIRTUAIS: INTERVENÇÃO PENAL PREVENTIVA E REPRESSIVA 131

4.1. A busca e a necessidade de regulação: aspectos preventivos 134

4.1.1. As tentativas de regulamentação brasileira 1414.1.2. Fundamentos do criminal compliance

para criptomoedas 1584.2. Novas metas preventivas  1644.3. Possibilidades atuais de intervenção repressiva 171

4.3.1. Novas previsões a serem construídas 1714.3.2. A utilização do atual arsenal legislativo 172

BIBLIOGRAFIA 189

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EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA

Certo dia, há não muito tempo, um antigo orientando destacou o fato de que muitos de meus trabalhos pareciam se encadear, como que de maneira programada ou preordenada. A questão gerou refle-xão. Em parte, isso pode ser verdade. Mas nunca, necessariamente, de maneira proposital, como fora apontado.

Talvez o inusitado da engrenagem, vislumbrada por olhos mais argutos, dissesse respeito a dúvidas pontuais que se mostram surgindo na própria feitura de um e de outro trabalho acadêmico. Nesse sentido, o que pode parecer uma enredada trama nada mais é do que a confissão de certa incompetência para conseguir, de um só fôlego, findar com dúvidas que se avolumam, cada vez mais.

A razão do presente estudo é fruto, pois, de similar situa-ção. A partir de desenvolvimentos vistos nos últimos trabalhos do autor, a dúvida acerca dos prováveis efeitos penais do ainda misterioso mundo das moedas virtuais e das criptomoedas aca-bou por assolar seu pensamento. Haveria algum interesse nisso? O Direito Penal deveria, de qualquer sorte, se aventurar em tal seara? Não seria a questão de análise algo por demais abstrato para o penalista? Faria isso, enfim, parte do campo do Direito Penal Econômico?

Na verdade, o tema, dentro de uma perspectiva penal econômi-ca, faz bastante sentido. Após toda uma regulamentação do próprio movimento financeiro em termos mundiais, sempre na busca tam-bém de controles penais, é de se constatar, em primeira hora, que as criptomoedas se mostram como via de escape do labirinto posto. Será, contudo, que o mercado financeiro, hoje tão controlado, não

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se insurgirá à ilha de liberdade posta? Não se poderia imaginar uma onda criminalizante contrária às criptomoedas como um todo? As respostas que se avizinham talvez pendam nesse sentido. E, se for esse o caso, mostra-se bastante provável uma busca de socorro penal para a contenção do avanço desse novo meio monetário. E, sobre isso, cabem inúmeras divagações.

Ainda que muitos venham a sustentar que os Estados, mais cedo ou mais tarde, deixar-se-ão seduzir pelo quase misticismo das moedas virtuais, parece, aos olhos do penalista, que ainda será dado um duro combate em sede criminal. Fatores aliados ao ganho de mercado destas, como o próprio anonimato que lhe é inerente, por certo propiciarão uma provável cruzada penal em contrariedade a sua existência, seus operadores e, quiçá, seus possuidores.

Na verdade, em um exercício de divagação, as questões parecem se resolver. O próprio papel assumido recentemente pelas moedas virtuais, com valorizações muito expressivas, por certo fará despertar interesse não só do estudioso, mas também do mercado. Este, por eventualmente temer o avanço do desco-nhecido intruso (como as criptomoedas) em seu campo, pode bem contra ele lançar toda a sorte de ataques jurídicos em sua objeção. Além disso, pode haver interesse de quem pretende ver o mal do ambiente pretensamente anárquico das moedas virtuais como algo a ser, pelo Estado, combatido.

Nesse sentido, espera-se que a curiosidade que guiou o fei-tio das próximas páginas faça despertar outros vários trabalhos e estudos. É necessário, contudo, pontuar os agradecimentos aos colegas do Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, por tanto, sempre.

Agradece-se gentilmente aos professores e amigos que auxilia-ram o avançar em área bastante inóspita ao penalista. Nesse papel, o professor Gilberto Bercovici, Titular de Direito Econômico das Arcadas, teve marcante papel, bem como outros colegas vários, os quais, no mínimo, dividiram angústias e exercitaram sua paciência em tantos debates. No entanto, o descortinar de novos cenários, sempre instigantes, tudo justifica. Mesmo com o risco de escrever um ensaio datado, resta a esperança de que ele possa auxiliar e contribuir para a elaboração das respostas penais vindouras, a tratar, agora, das moe-

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das virtuais desde uma perspectiva penal. Os obrigados, por igual, à Editora D’Plácido e ao seu laborioso editor, por acreditar em mais este intento.

O AutorDipòsit de les Aigües

Inverno de 2018

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d a s c r i p t o m o e d a s

Na verdade, o tema, dentro de uma perspectiva penal econômica, faz bastante sentido. Após toda uma

regulamentação do próprio movimento financeiro em termos mundiais, sempre na busca também de

controles penais, é de se constatar, em primeira hora, que as criptomoedas se mostram como via de escape do labirinto posto. Será, contudo, que o mercado financeiro, hoje tão controlado, não se insurgirá à ilha de liberdade posta? Não se poderia imaginar uma onda criminalizante contrária às criptomoedas como um todo? As respostas que se avizinham talvez pendam nesse sentido. E, se for esse o caso, mostra-se bastante provável uma busca de socorro penal para a contenção do avanço desse novo

meio monetário. E, sobre isso, cabem inúmeras divagações.

editora

ISBN 978-85-8425-957-1

De peculiar idade do mundo vir tual, passando por alternativas de pagamento até a coqueluche dos investimentos, elas estão a transformar a feição do que se tem por relações monetár ias. Com opositores radicais (que imaginam sempre seu uso errático) e defensores fanáticos (que nela veem o inexorável futuro), daqueles que bradam pelo seu controle , a quem sustenta a manutenção de seu espaço de liberdade, muitas são as var iantes e poucas são as respostas. No entanto, uma coisa é cer ta: no conturbado mundo de hoje , rapidamente será cobrada resposta, também penal, a tentar domesticar uma nova situação.

e suas fronteiras p

enais

Professor Titular da Faculdade de Direito da

Universidade de São Paulo. Doutor e Livre-Docente em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Advogado e Conselheiro do Instituto dos Advogados de São

Paulo. Membro de diversas instituições nacionais e internacionais. Autor de

diversos livros, estudos e artigos, publicados no Brasil

e no exterior.