azevedo - o ultimatum de Álvaro de campos (artigo 2012 - revista ensaios de história)

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  • POR UMA SENSIBILIDADE RENOVADA: O ULTIMATUM DE LVARO DE CAMPOS

    Larissa Biato de AZEVEDO1

    RESUMO: Em 1917 publica-se em Lisboa o primeiro e nico nmero da revista Portugal Futurista, marco do movimento futurista no pas. Desta revista participaram vrios membros da chamada gerao Orfeu: entre eles, lvaro de Campos, o heternimo sensacionista de Fernando Pessoa. Este estudo busca analisar o manifesto Ultimatum de Campos, identificando suas principais caractersticas e as aproximaes entre este manifesto e interpretaes da bibliografia selecionada sobre o movimento futurista iiniciado por Marinetti em 1909.

    PALAVRAS CHAVE: Movimento futurista portugus, estetizao da poltica, sensibilidade renovada.

    O movimento futurista em Portugal

    O movimento futurista tem como marco inicial a publicao do Manifesto do Futurismo de Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) em 20 de fevereiro de 1909 no jornal parisiense Le Figaro. A partir de ento, o movimento se espalhou e surgiram outros manifestos futuristas pela Europa. Alguns desses manifestos diferiam entre si por abordar uma manifestao artstica especfica tal como o Manifesto dos pintores futuristas (1910), o Manifesto dos musicistas futuristas (1911) e o Manifesto tcnico da literatura futurista (1912)2, por exemplo e por

    1 Aluna do 4 ano de Histria Noturno. Faculdade de Cincias Humanas e Sociais, UNESP

    Campus de Franca. E-mail: [email protected]. 18/06/2012;

    2 CALBUCCI, Eduardo. Marinetti e Mrio: (des) conexes entre o Manifesto Tcnico da Literatura Futurista e o Prefcio Interessantssimo. REVISTA USP, So Paulo, n.79, p. 205-214, set./Nov.

  • suas diferentes referncias polticas e filosficas, mas tinham como proposta comum, como bem explica Mario de Micheli, [...] reagir contra a obtusidade da cultura e da arte oficiais [...]3.

    O futurismo foi impulsionado sobretudo pela situao da arte italiana no perodo do Risorgimento: no havia espao para os artistas autnticos e mesmo o verismo social que ganhou fora no Norte e no Sul da Itlia com a representao dos dramas do povo italiano era um campo restrito, o que formou, segundo o autor, uma arte de elite, provinciana. Nesse poca, os debates nas revistas La Critica, II Leonardo, La Voce e Lacerda, tambm contriburam para a gnese do futurismo, pois colocaram em pauta assuntos atuais diversos e que preocupavam os artistas/intelectuais contemporneos. do embate entre teorias polticas, filosficas e artsticas que o futurismo nasce, ganha fora e parte para uma batalha intensa contra a arte de oficial e tambm o verismo humanitarista4.

    Assim, pode-se dizer que o futurismo constituiu-se como uma gerao nova em busca de legitimao na sociedade e em constante conflito com a gerao que a precedeu. Se o Modernismo teria gestado tal gerao, esta cresceu e voltou-se contra tudo que lhe era anterior, inclusive esta arte de elite que se dizia moderna.

    Em Portugal, o movimento futurista principiou-se com os dois nicos nmeros da revista Orfeu, ambos publicados em 1915. Foi nesta revista que lvaro de Campos faz sua estreia, publicando dois de seus mais famosos poemas: Ode triunfal e Ode martima. Alm do heternimo de Fernando Pessoa, a revista teve a colaborao de artistas como Guilherme de Santa-Rita (1889-1918), Mrio de S-Carneiro (1890-1816), Fernando Pessoa ortnimo (1888-1935) e Almada Negreiros (1893-1970). A polmica causada em Lisboa pela publicao de um novo tipo de literatura teria animado a gerao Orfeu, mas a revista no sobreviveria s mesquinhas intrigas internas, mal tendo tempo de ser publicado seu terceiro nmero5.

    Ainda assim, alguns desses intelectuais se reuniram novamente, publicando em 1917 a revista Portugal Futurista. Dela participaram boa parte da gerao Orfeu: Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor, S-Carneiro, Fernando

    2008. Disponvel em: http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/revusp/n79/19.pdf. Acesso em: 22 maio 2012. p. 207. 3 DE MICHELI, Mario. Contradies do futurismo. In: ______. As vanguardas artsticas do sculo XX. Trad. Pier Luigi Cabra. So Paulo: Martins Fontes, 1991. p.203- 205. 4 Ibid., p. 201-202. 5 SIMES, Joo Gaspar. Vida e morte do Orfeu. In: ______. Vida e obra de Fernando Pessoa Histria duma Gerao. Vol. I: Infncia e Adolescncia. Portugal: Bertrand, 195. passim.

  • Pessoa, lvaro de Campos, alm de outros que no eram da gerao. Embora tenha sido apreendida pela polcia logo em seu primeiro volume principalmente devido trechos de Os Saltimbancos de Almada Negreiros, os quais teriam sido considerados imprprios6 a revista foi talvez o maior impulso que o futurismo portugus alcanou na tentativa de inovar a cultura e a sociedade da poca.

    O Ultimatum de lvaro de Campos

    Em meio tantos progressos cientficos, polticos e culturais que se

    apresentavam no incio do sculo XX, a sensibilidade, que no conseguira acompanhar tais mudanas, estaria estagnada:

    A sensibilidade chegou a um estado mrbido, porque se desadaptou. No h que pensar em cur-la. No h curas sociais. H que pensar em oper-la para que ela possa continuar a viver. Isto , temos que substituir a morbidez natural da desadaptao pela sanidade artificial feita pela interveno cirrgica, embora envolva uma mutilao7.

    nesses termos que lvaro de Campos justifica seu Ultimatum,

    publicado em 1917, no nico volume da revista Portugal Futurista. Para o escritor, partindo da Lei de Malthus da Sensibilidade, haveria um descompasso entre os progressos da sensibilidade, que avanariam por geraes, e os progressos cientficos e culturais, que progrediam a largos passos durante uma mesma gerao. Tal situao resultou num grave problema, pois a sensibilidade depende, segundo Campos, dos meios cientficos e culturais que, estimulando-a, possibilitam o desenvolvimento da criatividade. Da a decadncia criadora de sua poca e a necessidade de mostrar, atravs de seu manifesto, as mudanas pelas quais a sociedade deveria passar para que a sensibilidade e arte continuassem a existir ainda que de forma artificial.

    6 SIMES, Joo Gaspar. A aventura futurista. In: ______. Vida e obra de Fernando Pessoa

    Histria duma Gerao. Vol. 2: Maturidade e morte. Portugal: Bertrand, 1951. p. 126.

    7 CAMPOS, lvaro de. Ultimatum. Portugal Futurista, n 1. Lisboa: 1917. (Ed. facsimil. Lisboa: Contexto, 1981): 30. Disponvel em: http://multipessoa.net/labirinto/obra-publica/10. Acesso em: 22 jun. 2012. p. 10.

  • lvaro de Campos, heternimo sensacionista de Fernando Pessoa, se aventurara no movimento futurista portugus impulsionado em 1917 por Santa Rita Pintor e pelos trabalhos de Almada Negreiros, que apresentara seu Ultimatum futurista s geraes portuguesas do Sculo XX no Teatro Repblica em abril de 1917 publicando-o, posteriormente, na mesma revista Portugal Futurista8.

    A escolha desses escritores pelo ttulo Ultimatum em seus manifestos no foi algo casual: tinha uma inteno poltica relacionada, segundo Nuno Jdice, com o Ultimatum Ingls de 1890, o qual teria sido uma afronta para os portugueses. Assim, para alm de seus interesses propriamente artsticos, esses futuristas tambm tinham o objetivo de defender o pas contra as intervenes e ambies polticas estrangeiras, as quais constituam obstculos para o futuro que tais intelectuais desejavam para Portugal9.

    O Ultimatum de lvaro se inicia com palavras de ordem contra os mandarins, os intelectuais, os governantes e as naes daquela poca, enfim, tudo aquilo que representava, para o autor, a runa da criatividade, da arte. Tais empecilhos deveriam ser expulsos, banidos da sociedade:

    Tirem isso tudo da minha frente! Arranjem feixes de palha e ponham-nos a fingir gente que seja outra! Tudo daqui para fora! Tudo daqui para fora! Ultimatum a eles todos, e a todos os outros que sejam como eles todos! Se no querem sair, fiquem e lavem-se! Falncia geral de tudo por causa de todos! Falncia geral de todos por causa de tudo! Falncia dos povos e dos destinos falncia total!10

    Importante destacar que a sociedade de que se refere o autor era,

    sobretudo, a Europa do incio do sculo XX. Para lvaro de Campos, tal sociedade estava sem grandes ideias e homens, necessitando de bons escritores, chefes de estado, artistas que pudessem renovar a sensibilidade inerte.

    A Europa tem sede de que se crie, tem fome de Futuro! A Europa quer grandes Poetas, quer grandes Estadistas, quer grandes Generais!

    8 Cf. SIMES, op. cit., passim. 9 Cf. JDICE, Nuno. A ideia nacional no perodo modernista portugus. Revista da Faculdade de Cincias Sociais e Humanas, n" 9, Lisboa, Edies Colibri, 1996, p. 323-333. Disponvel em: http://run.unl.pt/handle/10362/6928. Acesso em: 16 jun. 2012. passim. 10 CAMPOS, op.cit., p. 02-03.

  • Quer o Poltico que construa conscientemente os destinos inconscientes do seu povo! Quer o Poeta que busque a Imortalidade ardentemente, e no se importe com a fama, que para as actrizes e para os produtos farmacuticos! Quer o General que combata pelo Triunfo Construtivo, no pela vitria em que apenas se derrotam os outros! A Europa quer muito destes Polticos, muitos destes Poetas, muitos destes Generais! A Europa quer a Grande Ideia que esteja por dentro destes Homens Fortes a ideia que seja o Nome da sua riqueza annima! A Europa quer a Inteligncia Nova que seja a Forma da sua Mateira catica! Quer a Vontade Nova que faa um Edifcio com as pedras-ao-acaso do que hoje a Vida! Quer a sensibilidade Nova que rena de dentro os egosmos dos lacaios da Hora!11

    A soluo era operar essa sociedade, retirando a ltima aquisio fixa do esprito humano que, para o escritor, era o que mais atravancava o renascer da sensibilidade. E a mais recente aquisio fixa eram os dogmas do cristianismo: precedentes da poca de lvaro, tais dogmas eram incompatveis com os ensinamentos da cincia moderna e impediam, para ele, os progressos tecnolgicos necessrios para o avano da sensibilidade e da criatividade das civilizaes12.

    No seu Ultimatum, lvaro de Campos prope que a interveno cirrgica elimine trs preconceitos cristos presentes na psique dos homens de sua poca: o dogma da personalidade, que impe uma personalidade una separada dos outros eus do homem; o preconceito da individualidade, que impe uma alma nica para cada homem, quando, como observa Campos, a cincia mostra que cada um tem em si uma sntese malfeita de almas celulares; e o dogma do objetivismo pessoal, que uma mdia grosseira, para o autor, das subjetividades de cada ser13.

    Para cada eliminao, o escritor prev trs consequncias ou mudanas que ocorreriam, respectivamente, na poltica, nas artes e na filosofia. No final da cirurgia, lvaro de Campos apresenta uma sntese dessas transformaes na sociedade, ou seja, os resultados da operao:

    11 Ibid., p. 07. 12 CAMPOS, op. cit., p. 10. 13 Ibid., p. 10-13.

  • Em poltica: Monarquia Cientfica, antitradicionalista e anti-hereditria, absolutamente espontnea pelo aparecimento sempre imprevisto do Rei-Mdia. Relegao do Povo ao seu papel cientificamente natural de mero fixador dos impulsos de momento. Em arte: Substituio da expresso de uma poca por trinta ou quarenta poetas, pela sua expresso por (por ex.), dois poetas cada um com quinze ou vinte personalidades, cada uma das quais seja uma Mdia entre correntes sociais do momento. Em filosofia: Integrao da filosofia na arte e na cincia; desaparecimento, portanto, da filosofia como metafsica-cincia. Desaparecimento de todas as formas do sentimento religioso (desde o cristianismo ao humanitarismo revolucionrio) por no representarem uma Mdia14.

    O rumo das transformaes estava posto: mas era necessrio um plano inicial para a operao da psique humana. Campos apenas demonstra tal caminho; no sabe como iniciar a cirurgia. Isto porque, como o prprio escritor argumenta, ele no representa toda a sua gerao e somente algum que apresenta em si todos os sentimentos/sensibilidades de sua gerao saberia o mtodo para comear tal modificao das sociedades15.

    Entre os resultados previstos pelo heternimo de Pessoa nota-se que a ltima consequncia, em filosofia, indica uma tendncia de valorizar a arte como cincia transformadora do homem, a qual defendida por lvaro em vrios momentos de seu Ultimatum e que difere seu texto do de outros da poca. Se em outros manifestos futuristas, como o de Marinetti ou Almada Negreiros, h a defesa da guerra para a transformao tcnica e cultural da sociedade16, no discurso de Campos a cultura seria renovada atravs de uma mudana da psique humana.

    Embora tambm exalte o poder das mquinas, aproximando-se do manifesto futurista de Marinetti o qual foi de encontro aos discursos favorveis s guerras do perodo17 o escritor prope uma transformao radical da sociedade operacionada, todavia, atravs de uma modificao da concepo de

    14 Ibid., p. 13. 15 CAMPOS, op. cit., p. 13-14. 16 Cf. LEAL, Ernesto Castro. Modernistas Portugueses, a Grande Guerra e a Europa (1915-1935). In: Cogitationes, Ano II, N 05, Juiz de Fora, agosto - novembro/2011. p. 05-20. Disponvel em: http://www.portalsophia.org/textos/cogitationes/cogitationes05/leal-modernistas-portugueses.pdf. Acesso em: 12 jun. 2012. p. 11. 17Cf. DE MICHELI, op. cit., p. 208; e BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na poca de suas Tcnicas de Reproduo. In: GRNEWALD, Jos Lino. A Idia do Cinema. Rio de Janeiro: Editora Civilizao Brasileira, 1969. p. 94.

  • mundo dos homens. O caminho para a renovao da sensibilidade era artificial, mas consistia no nico rumo possvel encontrado por Campos.

    Contradies inovadoras Obviamente a soluo que o sensacionista lvaro de Campos prope

    ideal: uma operao tal qual apresenta o escritor seria impossvel. Mas a soluo radical encontrada por ele vai de encontro aos interesses do movimento futurista de sua poca, propondo um embate com a gerao anterior, eliminando-a para a restituio de uma arte considerada verdadeira18. Ao contrrio do que expe Joo Gaspar Simes sobre os resultados da operao de lvaro, a situao e a explanao das teorias do heternimo de Pessoa no so simplesmente utopias postas para legitimar suas diferentes personalidades do escritor ortnimo. Embora Campos defenda a unio das personalidades e das almas num nico artista que represente em si todas as diversas sensibilidades, tais ideias devem ser consideradas como a defesa de uma nova interpretao do que a arte deveria significar na sociedade.

    Para entender o Ultimatum, importante considerar a concepo de arte desse perodo tal como apresenta Walter Benjamin, em seu texto A obra de arte na poca de suas tcnicas de reproduo. Para Benjamin, a partir do sculo XX, com o avano das tcnicas de reproduo da arte, esta deixa seu carter de aura, ou seja, de simples culto ou contemplao, para exercer uma funo poltica na sociedade. A multiplicao das cpias, atravs da fotografia, por exemplo, tido por esse autor como a prova de que a autenticidade outrora fundamental para a valorizao de uma obra , no era mais algo importante na poca em que escreve lvaro: nesse momento, a obra de arte serviria simplesmente como um meio para a defesa de ideias polticas19.

    No entanto, Benjamin considerava que o movimento futurista principal representante dessa transformao da arte, como o autor indica teria uma manifestao precursora do fascismo, j que estetizava a poltica, propondo

    18 GUIMARES, Fernando. O Modernismo e a tradio da Vanguarda. In: ______. Simbolismo, Modernismo e Vanguardas. 3 ed. rev. Portugal: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2004. Disponvel em: http://www.incm.pt/site/anexos/10039520090320163830035.pdf. Acesso em 20 maio 2012. p. 12. 19 BENJAMIN, Walter. op. cit., p. 65.

  • uma arte que intervisse diretamente nos rumos dos povos20, quando, na verdade, o movimento preconizado por Marinetti em 1909 fora mais um redemoinho de ideias diversas, como indica Mario de Michele.

    Para este estudioso, o futurismo no fora somente uma manifestao artstica precursora do fascismo e no pode ser considerado um movimento puro, pois seus representantes no apresentaram uma homogeneidade de ideias: havia futuristas com influncias anarquistas, nacionalistas, socialistas, positivistas, etc.. Havia, enfim, uma grande confuso terica nas intervenes desses artistas21, a qual contribuiria, posteriormente, para ruir o movimento.

    Assim, se por um lado poder-se-ia identificar uma tendncia marxista no manifesto futurista de lvaro de Campos devido defesa de um governo que se estabeleceria como uma sntese dos homens capaz de representar as necessidades de todos e a eliminao das individualidades22 tal como prope, grosso modo, as teorias polticas derivadas das ideias de Karl Marx (1818-1883) por outro, a defesa de um progresso cientfico para o avano do homem tambm poderia conotar uma influncia do positivismo de August Comte (1798-1857).

    Pode-se considerar finalmente que, assim como o primeiro movimento futurista italiano, o Ultimatum de Campos continha diversas orientaes tericas diferentes, as quais poderiam caracteriz-lo algo contraditrio, mas que, no entanto, deve ser analisado sobretudo como um esforo de construir algo novo, uma tentativa de defender a renovao da sensibilidade23 partir de um chamado poltico necessrio para a inovao da arte portuguesa daquele momento.

    FONTES:

    CAMPOS, lvaro de. Ultimatum. Portugal Futurista, n 1. Lisboa: 1917. (Ed. facsimil. Lisboa: Contexto, 1981): 30. Disponvel em: http://multipessoa.net/labirinto/obra-publica/10. Acesso em: 22 jun. 2012

    20 Ibid., p. 93-95. 21 DE MICHELI, op. cit., p.202-203. 22 Cf. SIMES, op. cit., p. 134. Muito embora este autor observe que as obras de Fernando Pessoa ortnimo no indicam um conhecimento do marxismo, Simes no nega a acepo da sociologia marxista no futurismo de lvaro de Campos. 23 Cf. DE MICHELI, loc. cit., passim.

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

    BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na poca de suas Tcnicas de Reproduo. In: GRNEWALD, Jos Lino. A Idia do Cinema. Rio de Janeiro: Editora Civilizao Brasileira, 1969.

    CALBUCCI, Eduardo. Marinetti e Mrio: (des) conexes entre o Manifesto Tcnico da Literatura Futurista e o Prefcio Interessantssimo. REVISTA USP, So Paulo, n.79, p. 205-214, set./Nov. 2008. Disponvel em: http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/revusp/n79/19.pdf. Acesso em: 22 maio 2012.

    DE MICHELI, Mario. Contradies do futurismo. In: ______. As vanguardas artsticas do sculo XX. Trad. Pier Luigi Cabra. So Paulo: Martins Fontes, 1991.

    D'ONOFRIO, Salvatore; RABE, Maria Amlia A. O sensacionalismo na viso potica de lvaro de Campos. Revista de Letras, So Paulo, 20:59-73, 1980. GUIMARES, Fernando. O Modernismo e a tradio da Vanguarda. In: ______. Simbolismo, Modernismo e Vanguardas. 3 ed. rev. Portugal: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2004.

    JDICE, Nuno. A ideia nacional no perodo modernista portugus. Revista da Faculdade de Cincias Sociais e Humanas, n" 9, Lisboa, Edies Colibri, 1996, p. 323-333. Disponvel em: http://run.unl.pt/handle/10362/6928. Acesso em: 16 jun. 2012.

    LEAL, Ernesto Castro. Modernistas Portugueses, a Grande Guerra e a Europa (1915-1935). Cogitationes, Ano II, n. 5, Juiz de Fora, agosto - novembro/2011. p. 05-20. Disponvel em: http://www.portalsophia.org/textos/cogitationes/cogitationes05/leal-modernistas-portugueses.pdf. Acesso em: 12 jun. 2012.

    SANTOS, Luzia Aparecida Oliva. Tradio e ruptura na construo dos manifestos luso-brasileiros. Norte@mentos, Mato Grosso, v. 1, p. 1-10, 2008.

    SIMES, Joo Gaspar. A aventura futurista. In: ______. Vida e obra de Fernando Pessoa Histria duma Gerao. Vol. 2: Maturidade e morte. Portugal: Bertrand, 1951.

    ______. Vida e morte do Orfeu. In: ______. Vida e obra de Fernando Pessoa Histria duma Gerao. Vol. I: Infncia e Adolescncia. Portugal: Bertrand, 1951.