avision - pesquisa - relatórios de auditoria da cgu · exame e a partir da apresentação do...

129
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br 1/123 Unidade Auditada: AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA Exercício: 2012 Processo: 48500000085201344 Município: Brasília - DF Relatório nº: 201306236 UCI Executora: SFC/DIENE - Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Minas e Energia ____________________________________________________ Análise Gerencial Senhor Coordenador-Geral, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201306236, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo (a) AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. 1. Introdução Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 8/4/2013 a 3/5/2013, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. 2. Resultados dos trabalhos Verificamos na Prestação de Contas da Unidade a não conformidade com o inteiro teor das peças e respectivos conteúdos exigidos pela IN-TCU-63/2010 e pelas DNTCU119/2012 e 124/2012, tendo sido adotadas, por ocasião dos trabalhos de auditoria conduzidos junto à Unidade, providências que estão tratadas em itens específicos deste relatório de auditoria. Em acordo com o que estabelece o Anexo IV da DN-TCU-124/2012, e em face dos exames realizados, efetuamos as seguintes análises:

Upload: dodan

Post on 07-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

1/123

Unidade Auditada: AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA

Exercício: 2012

Processo: 48500000085201344

Município: Brasília - DF

Relatório nº: 201306236

UCI Executora: SFC/DIENE - Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Minas e Energia

____________________________________________________ Análise Gerencial

Senhor Coordenador-Geral,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201306236, e

consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de

06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual

apresentada pelo (a) AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA.

1. Introdução

Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 8/4/2013 a 3/5/2013,

por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob

exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita

observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi

imposta à realização dos exames.

2. Resultados dos trabalhos

Verificamos na Prestação de Contas da Unidade a não conformidade com o inteiro teor

das peças e respectivos conteúdos exigidos pela IN-TCU-63/2010 e pelas DN–TCU–119/2012 e

124/2012, tendo sido adotadas, por ocasião dos trabalhos de auditoria conduzidos junto à

Unidade, providências que estão tratadas em itens específicos deste relatório de auditoria.

Em acordo com o que estabelece o Anexo IV da DN-TCU-124/2012, e em face dos

exames realizados, efetuamos as seguintes análises:

Page 2: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

2/123

2.1 Avaliação da Conformidade das Peças

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas nesse item consideraram-se as

seguintes questões de auditoria: (i) A unidade jurisdicionada elaborou todas as peças a ela

atribuídas pelas normas do Tribunal de Contas da União para o exercício de referência? (ii) As

peças contemplam os formatos e conteúdos obrigatórios nos termos da DN TCU nº 119/2012, da

DN TCU nº 124/2012 e da Portaria-TCU nº 150/2012?

A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise censitária de todos os itens que

compõem o Relatório de Gestão e as peças complementares.

A partir dos exames referentes ao Processo nº 48500.000085/2013-44 concluiu-se que a

ANEEL elaborou todas as peças a ela atribuídas pelas normas do Tribunal de Contas da União

para o exercício de 2012. Além disso, as peças contemplam os formatos e conteúdos obrigatórios

nos termos da DN TCU nº 119/2012, 121/2012 e 124/2012 e da Portaria-TCU nº 150/2012,

exceto quanto às inconsistências no quantitativo de pessoal, cargos comissionados e funções

gratificadas e em alguns valores da execução orçamentária. ##/Fato##

2.2 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

De acordo com o Relatório de Gestão da ANEEL do exercício de 2012, seguindo a lógica

insculpida no Plano Plurianual (PPA) 2012-2015 e na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2012, a

Agência Nacional de Energia Elétrica possui cinco ações orçamentárias que integram a Iniciativa

003Q – Regulação do Setor Elétrico, para as quais foram destinados R$ 66.162.993,00, incluindo

créditos adicionais. A Iniciativa retrocitada está vinculada ao Objetivo 0047 - Aprimorar a

qualidade do fornecimento e zelar pela modicidade dos preços dos serviços de energia elétrica

para a sociedade, pertencente ao Programa Temático 2033 – Energia Elétrica, sendo, em ambos

os casos, o Ministério de Minas e Energia o órgão responsável.

O órgão regulador possui, ainda, ações vinculadas aos seguintes Programas de Gestão e

Manutenção: (i) 0089 - Previdência de Inativos e Pensionistas da União – uma ação; e (ii) 2119 -

Programa de Gestão e Manutenção do Ministério de Minas e Energia – dezesseis ações. Além

disso, a Agência possui ação no Programa de Operações Especiais 0999 – Reserva de

Contingência.

Ademais, cabe trazer à baila que, no exercício de 2012, a ANEEL recebeu destaques da

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, da Companhia de

Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e do Ministério de Minas e Energia.

O orçamento total aprovado para Agência, incluindo os créditos adicionais e excluídas as

despesas de pessoal (R$ 121.977.692,00) e aposentadoria (R$ 321.000,00) e os recursos alocados

como Reserva de Contingência (247.457.011,00), alcançou a monta de R$ 122.437.034,00,

conforme Quadro abaixo1.

1 Não inclui os destaques recebidos.

Page 3: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

3/123

Quadro 1 – Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012

Programa

Ação

LOA + CA

(R$)

(2011)

(A)

%

LOA + CA

(R$)

(2012)

(B)

%

(B/A)

(%)

Despesa

Liquidada

(R$)

(2011)

(C)

(C/A)

%

Despesa

Liquidada

(R$)

(2012)

(D)

(D/B)

%

CUSTEIO E INVESTIMENTO

2033 -

Energia

Elétrica

4880 –

FISCALIZAÇÃO* 29.321.976,00 27,38 36.964.841,00 31,22 26,07 20.877.155,17 71,20 18.897.838,78 51,12

4699 – OUTORGA* 3.730.509,00 3,48 1.958.963,00 1,65 -47,49 1.468.692,50 39,37 504.015,15 25,73

4703 –

REGULAMENTAÇÃO* 4.999.414,00 4,67 3.069.759,00 2,59 -38,60 1.956.321,98 39,13 836.894,32 27,26

2993 – OUVIDORIA* 12.400.158,00 11,58 21.869.514,00 18,47 76,36 10.351.423,47 83,48 10.498.004,55 48,00

2C42 –

PARTICIPAÇÃO* 5.792.400,00 5,41 2.299.916,00 1,94 -60,29 2.814.718,56 48,59 465.529,89 20,24

2119 -

Programa de

Gestão e

Manutenção

MME

00JL - CONTRIBUIÇÃO

ABAR - - 20.000,00 0,02 - - - - -

00JN - CONTRIBUIÇÃO

CIGRÉ - - 5.000,00 0,00 - - - - -

1H03 - REFORMA DO

EDIFÍCIO SEDE DA

ANEEL

1.386.102,00 1,29 1.530.572,00 1,29 10,42 7.694,10 0,56 299.195,12 19,55

2000 -

ADMINISTRAÇÃO DA

UNIDADE** 46.742.722,00

43,65

43.484.310,00

37,9 -3,91 23.795.191,52 50,91

24.929.589,3

55,50 ADMINISTRAÇÃO DA

UNIDADE (CRÉDITO

EXTRAORDINÁRIO)

1.430.058,00

4572 - CAPACITAÇÃO 2.500.000,00 2,33 2.496.986,00 2,11 -0,12 1.909.281,65 76,37 2.039.403,06 81,67

4641 - PUBLICIDADE 200.000,00 0,19 100.000,00 0,08 -50 14.400,00 7,20 99.999,76 100

00JK - CONTRIBUIÇÃO

FNQ - - 11.353,00 0,01 - - - - -

00JM -

CONTRIBUIÇÃO

AUDIBRA

- - 2.000,00 0,00 - - - - -

13E6 - CONSTRUÇÃO

DO EDIFÍCIO SEDE - - 2.809.039,00 2,37 - - - - -

CONSTRUÇÃO DO

EDIFÍCIO SEDE DA

ANEEL (CRÉDITO

EXTRAORDINÁRIO)

- - 350.000,00 0,30 - - - - -

SUBTOTAL 107.0723.281,00 100 118.402.311,00 100 10,58 63.194.878,95 59,02 58.570.469,93 49,47

PESSOAL

0089 -

Previdência de

Inativos e

Pensionistas da

União

0181 - PAGAMENTO

DE

APOSENTADORIAS

E PENSÕES

226.965,00

0,20

321.000,00 0,26 41,4 217.725,16 95,93 247.516,33

77,11

2119 -

Programa de

Gestão e

Manutenção

MME

20TP - PAGAMENTO

DE PESSOAL** 93.694.185

83,7 101.748.724,00 83,20 8,60 90.604.542,65 96,70

100.059.879,86 98,34

09HB -

CONTRIBUIÇÃO -

REGIME DE

PREVIDÊNCIA

17.969.578

16,1

20.228.968,00 16,54 12,57 17.456.889,90 97,15 19.261.934,47

95,22

0901 -

Operações

Especiais:

Cumprimento

de Sentenças

Judiciais

0005 -

CUMPRIMENTO DE

SENTENÇA

JUDICIAL

TRANSITADA EM

JULGADO

36.708

0,03

- - -100 34.656,08 -

-

-

00G5 -

CONTRIBUIÇÃO

REGIME DE

PREVIDÊNCIA

4.845

0,00

- - -100 - -

-

-

SUBTOTAL 111.932.281 100 122.298.692,00 100 9,26 108.313.813,79 96,77 119.569.330,66 97,77

BENEFÍCIOS

2119 -

Programa de

Gestão e

Manutenção

MME

2004 - ASSISTÊNCIA

MÉDICA E

ODONTOLÓGICA*

930.274

26,38

1.198.780,00 29,71 28,86 902.443,33 97,01 999.830,02

83,40

20CW - ASSISTÊNCIA

MÉDICA - EXAMES

PERIÓDICOS*

34.887

0,99

106.200,00 2,63 204,41 11.925,69 34,18 22.634,71

21,31

2012 - AUXÍLIO-

ALIMENTAÇÃO* 2.421.148

68,66 2.567.072,00 63,62 6,03 2.361.879,18 97,55 2.467.577,48

96,12

2011 - AUXÍLIO-

TRANSPORTE* 48.192

1,37 54.000,00 1,34 12,05 45.229,46 93,85 41.961,32

77,71

2010 - ASSISTÊNCIA 92.041 2,61 108.671,00 2,69 18,07 90.330,75 98,14 105.806,25 97,36

Page 4: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

4/123

PRÉ-ESCOLAR*

SUBTOTAL 3.526.542 100 4.034.723,00 100 14,41 3.411.808,41 96,75 3.637.809,78 90,16

RESERVA DE CONTINGÊNCIA

0999 -

Reserva de

Contingência

0998 - RESERVA DE

CONTINGÊNCIA 223.350.153

100

247.457.011,00 100 10,79 - -

- -

SUBTOTAL 223.350.153 100 247.457.011,00 100 10,79 - - - -

TOTAL 445.882.257 100 492.192.737,00 100 10,39 174.920.501,15 39,23 181.777.610,37 36,93

(*) Essas ações integravam o Programa 0272 - Qualidade do Serviço de Energia Elétrica, em 2011.

(**) O Pagamento de Pessoal, em 2011, estava incluído na Ação 2272 – Gestão e Administração do Programa, que

abarcava também os recursos alocados na Ação 2000 – Administração da Unidade.

Fonte: SIAFI Gerencial, 2011 e 2012.

O limite de movimentação e empenho autorizado para a ANEEL, em 2012, foi

discriminado no Quadro 2.

Quadro 2 – Limite de Movimentação e Empenho e Execução da Despesa – ANEEL - 2012. Tipologia da

Despesa

LOA

(A)

LOA + Créditos

(B)

Limite

(C)

Empenhado

(D)

Liquidado

(E)

D/B

D/C E/C

Benefícios 4.332.852,00 4.034.723,00 4.034.723,00 3.812.523,14 3.637.809,78 94% 94% 90%

Custeio 105.140.932,00 105.140.932,00 78.751.454,00 77.310.371,32 57.539.896,84 74% 98% 73%

Investimento 11.481.321,00 13.261.379,00 5.164.744,00 5.116.957,42 1.030.573,09 39% 99% 20%

Total 120.955.105,00 122.437.034,00 87.950.921,00 86.239.851,88 62.208.279,71 70% 98% 71%

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria a partir de dados Relatórios de Gestão da ANEEL, 2012, e Memorando

n.º 63/2013-SPG/ANEEL.

A Ação 4880 – Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica foi escolhida para a

avaliação que se segue, uma vez que significou 31,22% do montante total alocado para os

dispêndios da Agência com custeio e investimento, além de representar 55,9% do orçamento

destinado à Iniciativa 003Q – Regulação do Setor Elétrico, vinculada ao Programa Temático

2033 – Energia Elétrica.

Avaliaram-se, ainda, as ações 2C42 - Participação Pública, 4703 – Regulamentação e

4699 – Outorga, em virtude da baixa relação observada entre a despesa liquidada e o montante

de orçamento aprovado.

Informação Básica da Ação 4880 - Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica

De acordo com informação constante do Sistema Integrado de Dados Orçamentários –

Sidor, a finalidade da Ação 4880 - Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica é a seguinte:

Verificar o cumprimento das obrigações constituídas aos agentes nos atos de outorgas e

em dispositivos regulamentares, visando garantir o atendimento aos consumidores, em

padrões de qualidade, custo, prazo e segurança, compatíveis com os requisitos

adequados à finalidade dos serviços.

Ainda conforme informação presente no Relatório de Gestão da ANEEL do exercício de

2012 (fls. 52-53):

A ação contempla a atuação técnica junto aos agentes dos serviços de geração, a atuação

técnica e comercial junto aos agentes dos serviços de eletricidade – que abrangem os

serviços de transmissão e distribuição – e a atuação sob os aspectos econômicos e

financeiros junto a todos os agentes do setor. A ação compreende os seguintes

processos:

a) FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE GERAÇÃO

A Fiscalização dos Serviços de Geração é efetuada por meio do monitoramento a

distância e da fiscalização in loco das usinas em operação, localizadas no Sistema

Isolado e no Sistema Interligado Nacional (SIN), quanto aos procedimentos de

operação, manutenção, conservação, segurança operacional e adequação à legislação e

Page 5: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

5/123

às normas vigentes; e das usinas em fase de implantação, quanto ao cumprimento do

cronograma de implantação e das obrigações constituídas nos contratos ou atos

autorizativos.

A fiscalização in loco das usinas pode ser de caráter periódico, eventual ou emergencial,

de acordo com sua motivação. Também pode ser decorrente de denúncias, atendimento

de demandas imprevistas e ainda para ocorrências graves que tenham causado acidente,

degradação na qualidade dos serviços de energia elétrica ou risco na segurança das

pessoas, instalações e meio ambiente.

O monitoramento a distância é contínuo e pode dar origem a ações de escritório ou in

loco, como a fiscalização: da administração da Conta de Consumo de Combustíveis

Fósseis (CCC), gerida pela Eletrobras; dos projetos desenvolvidos no Programa de

Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); das obrigações constituídas ao Operador Nacional

do Sistema Elétrico (ONS); e, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

(CCEE).

b) FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TRANSMISSÃO

A Fiscalização dos Serviços de Transmissão consiste na avaliação dos concessionários

do serviço público de transmissão por meio de ações periódicas e eventuais de inspeção

e monitoramento nas instalações e no sistema de gestão das empresas, visando à

avaliação dos aspectos técnicos mediante: (1) fiscalização de ocorrências e

perturbações; (2) fiscalização da expansão do sistema de transmissão (obras de linhas de

transmissão e subestações); (3) fiscalização técnica das instalações em operação

(O&M); (4) fiscalização da aplicação da Parcela Variável por indisponibilidade de

equipamentos da Rede Básica, conforme Resolução Normativa nº 270/2007; (5)

fiscalização do ONS, em atendimento ao Decreto nº 5.081, de 14/05/2004; e (6) outras

ações de fiscalização.

c) FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE DISTRIBUIÇÃO

A Fiscalização dos Serviços de Distribuição consiste na avaliação das concessionárias e

permissionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica, bem como das

autorizadas a comercializar energia, por meio de ações periódicas e eventuais de

inspeção e monitoramento das empresas prestadoras desses serviços. As ações

contemplam a avaliação dos aspectos: (1) técnicos e comerciais da prestação dos

serviços, (2) a execução dos programas de Eficiência Energética (EE) e Pesquisa e

Desenvolvimento (P&D), (3) o programa de Universalização, (4) a Subvenção

Econômica da Subclasse Residencial Baixa Renda, (5) indicadores de continuidade do

fornecimento de energia elétrica. Essas fiscalizações são realizadas basicamente por

meio de: (a) vistoria das instalações; (b) verificação das rotinas, dos procedimentos e do

cumprimento das normas das concessionárias; (c) entrevista com funcionários

envolvidos, inclusive auditores internos e/ou externos; (d) análise do desempenho dos

sistemas e dos equipamentos da concessionária; (e) fiscalização do cumprimento dos

contratos de concessão; (f) fiscalização do cumprimento da legislação aplicável; (g)

análise de documentação; (h) análise de indicadores de continuidade; e (i) validação dos

ativos da concessão.

d) FISCALIZAÇÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA

A fiscalização econômica e financeira visa a preservar o equilíbrio econômico-

financeiro das concessões de serviço público de energia elétrica, por meio de: (1)

Fiscalização de Conformidade Regulatória; (2) Fiscalização da Gestão Econômico-

Financeira; (3) Fiscalização para os Processos Tarifário e Licitatório; e (4) Fiscalização

por Anuência Prévia a operações tuteladas regulatoriamente.

Resultados Quantitativos e Qualitativos

Ação 4880 - Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica

O montante de recursos executados nesta Ação, nos exercícios de 2009 a 2012, está

discriminado no Quadro 3 a seguir:

Page 6: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

6/123

Quadro 3 – Ação 4880 - Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica, Execução Orçamentária, 2009 a 2012.

Ano Orçamento Programado Orçamento Realizado

LOA + Créditos Limite Autorizado Empenhado Pago % %

A B C D C/A C/B

2009 24.130.082,00 22.833.066,00 17.414.406,62 13.087.829,53 72,17% 76,27%

2010 28.500.000,00 16.894.750,10 16.646.954,77 11.976.956,17 58,41% 98,53%

2011 29.321.976,00 25.563.379,00 25.486.979,00 20.186.886,00 86,92% 99,70%

2012 36.964.841,00 28.332.590,45 28.332.590,45 18.529.937,49 76,65% 100,00%

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria a partir de dados Relatórios de Gestão da ANEEL, 2011 e 2012, e

Memorando n.º 63/2013-SPG/ANEEL.

Já a execução física da ação, nos exercícios de 2009 e 2012, está discriminada no Quadro

4 abaixo:

Quadro 4 – Ação 4880 - Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica, Execução Física, 2009-2012.

Ano Meta Física Programada Meta Física Executada

Meta Física

LOA

(Unidades)

Meta Física

Ajustada –

Plano Gerencial

(Unidades)

Executada

(Unidades)

% Execução em

relação à LOA

% Execução em

relação à meta

ajustada

A B C C/A C/B

2009 1.663 1.663 1.866 112,21% 112,21%

2010 1.995 1.995 1.770 88,72% 88,72%

2011 1.835 1.835 1.868 101,80% 101,80%

2012 1.674 1.674 1.816 108,48% 108,48%

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria a partir de dados do Relatório de Gestão da ANEEL, 2011 e 2012.

A meta de 1.674 fiscalizações da Ação 4880 é o somatório das metas dos seguintes

processos de negócio:

Fiscalização técnica dos serviços de geração: 828 fiscalizações;

Fiscalização técnica dos serviços de transmissão: 68 fiscalizações;

Fiscalização técnica dos serviços de distribuição: 196 fiscalizações; e

Fiscalização econômica e financeira: 582 fiscalizações.

Considerando a unidade de medida utilizada para mensuração dos resultados, a execução

física diminuiu 2,78% entre 2011 e 2012.

A execução física e financeira da ação foi consolidada no Quadro 5 a seguir:

Quadro 5 – Atingimento dos resultados da Ação 4880 - Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica, Execução

Física e Financeira, 2012.

Meta Previsão Execução Execução/Previsão Atos e fatos que

prejudicaram o

desempenho

Providências

adotadas

Física 1.674 1.816 108,48%

Financeira

(R$)

28.332.590,45* 28.332.590,45 100,00%

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria a partir de dados do Siafi e do Relatório de Gestão da Aneel – 2012 e

Memorando n.º 63/2013-SPG/ANEEL.

* limite financeiro autorizado.

A ANEEL apresentou a seguinte avaliação dos resultados da ação, conforme consta do

Relatório de Gestão de 2012 (fls. 56-58):

Page 7: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

7/123

Conforme demonstram as tabelas anteriores, houve execução física de 108,48%

da meta prevista na LOA. A meta física programada consistia em 1.674 fiscalizações,

tendo sido realizadas 1.816 fiscalizações no ano.

A Lei Orçamentária Anual aprovou para a Ação Fiscalização a dotação de R$

31.497.463. Em razão de acréscimos nos custos de descentralização, conforme descrito

abaixo, a ANEEL solicitou abertura de crédito suplementar no valor de R$ 5.467.378,

com vistas a atender a todas as despesas da fiscalização. O pedido nº 16.587 foi

aprovado e o crédito foi publicado por meio de Decreto no Diário Oficial da União nº

104, de 30 de maio de 2012. Assim, o valor da dotação após o credito é de R$

36.964.841 (LOA + Créditos).

Dentre os entraves que a Ação enfrentou, destaca-se a mudança no modelo de

descentralização que demandou ajustes com as agências estaduais referentes aos

produtos da fiscalização, razão pela qual a despesa liquidada e paga ainda é baixa.

Houve acréscimo nos custos das fiscalizações descentralizadas, porque os novos

convênios de cooperação/contratos de metas, vigentes a partir de 2012, não têm mais a

previsão de contrapartida por parte dos conveniados. Tais instrumentos foram firmados

em conformidade com o art. 9º da Lei nº 12.111/2009, e regulamentados pela Resolução

Normativa ANEEL nº 417/2010.

Observa-se que a análise da relação entre “meta física prevista e executada” e

“orçamento programado e executado” deve ser abordada com certa reserva, pois as

metas não representam uma relação direta entre quantitativo e custo. Cumpre esclarecer

que a análise deve considerar a complexidade e a diversidade dos processos de

fiscalização, cujos custos unitários variam em função dos procedimentos e da forma de

atuação – por exemplo: se os procedimentos exigem vistoria in loco ou se são

implementados por monitoramento a distância. A alternativa adotada depende da

conveniência técnica e da disponibilidade das equipes, dentre outros fatores.

A partir de 2008, passaram a ser consideradas na meta física as análises de

Anuência Prévia e alguns tipos de fiscalizações realizadas por meio de monitoramento a

distância. A contabilização das análises de Anuência Prévia na meta é necessária, pois

essas atividades demandam tempo e esforço do pessoal próprio, e recursos

orçamentários para contratação de serviços. [...]

A execução física de 1.816 fiscalizações, que corresponde a 108,48% da meta

programada, representa um bom resultado.

A fiscalização da geração teve realização um pouco inferior ao programado,

particularmente no que se refere às fiscalizações de usinas em fase de implantação, visto

que alguns empreendimentos com o início de obras programado para 2012 tiveram seus

cronogramas prorrogados ou não iniciaram obras no prazo estabelecido,

impossibilitando a fiscalização em campo.

Em 2012, uma importante mudança de conceituação também influenciou a

execução das metas da fiscalização da geração: a adequação do marco considerado para

contabilização das fiscalizações em campo. Até 2011, a efetivação da inspeção nas

instalações das usinas era o marco utilizado na apuração da meta executada. Contudo,

buscando padronizar o entendimento com as demais áreas de fiscalização, em 2012 a

contabilização das fiscalizações passou a ser feita a partir da emissão do Termo de

Notificação e respectivo Relatório de Fiscalização, instrumentos posteriores à inspeção

em campo nos quais são formalizados ao agente fiscalizado os resultados da vistoria

realizada no empreendimento.

Dessa forma, o planejamento que havia sido feito anteriormente, ficou

dissociado em relação à forma de apuração adotada, pois várias inspeções de campo

efetivadas em 2012 conforme planejadas, em especial as realizadas nos meses finais do

exercício, não puderam ser contabilizadas porque ainda não tiveram seus Termos de

Notificação e Relatórios de Fiscalização emitidos (esse número corresponde a

aproximadamente 84 fiscalizações de campo). Caso tivesse sido mantida a mesma

forma de aferição dos anos anteriores, a execução da fiscalização da geração seria de

Page 8: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

8/123

775 fiscalizações realizadas, o que corresponderia a 93,6% da meta. Como este foi o

ano de transição o impacto foi relevante, contudo para os próximos anos o

dimensionamento da meta já estará ajustado à nova forma de apuração.

Cabe ressaltar que as fiscalizações, cujas inspeções de campo foram realizadas

em 2011 e os Termos de Notificação e Relatórios de Fiscalização emitidos em 2012,

foram desconsideradas na aferição da meta executada, pois já haviam sido

contabilizadas na realização de 2011.

Em 2012, ocorreram no Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN) vários

desligamentos não programados e de longa duração. Diferentemente do que aconteceu

em anos anteriores, foi verificada uma menor quantidade de desligamentos de grande

porte no primeiro semestre do ano, com destaque para a ocorrência envolvendo o

desligamento geral da subestação São José no dia 24 de janeiro.

[...]

Todos esses desligamentos causaram interrupção de grande quantidade de

consumidores residenciais e industriais nas regiões envolvidas. Em decorrência, a

ANEEL realizou a fiscalização das ocorrências verificadas no primeiro semestre, com a

instauração de processos de fiscalização e emissão das notificações, bem como realizou

o trabalho de campo para a coleta de evidencias necessárias para a instauração dos

processos de fiscalização, cujos Termos de Notificação e respectivos Relatórios de

Fiscalização serão emitidos no início do ano de 2013.

Se, por um lado, as mencionadas ocorrências no Sistema Elétrico revelam

problemas relacionados à qualidade do serviço de energia elétrica, por outro, as ações

de fiscalização realizadas no ano de 2012 refletem o esforço da Agência no

cumprimento de sua missão. A fiscalização dos serviços de transmissão ultrapassou a

meta programada em 136,76%, no exercício, realizando 93 fiscalizações em lugar das

68 programadas.

A fiscalização dos serviços de distribuição também ultrapassou a meta

programada em 138,27%, realizando 271 fiscalizações em lugar das 196 programadas.

Destas, destacam-se as 142 fiscalizações da qualidade do fornecimento e da

comercialização (aspectos técnicos e comerciais) para examinar as condições de

prestação dos serviços de energia elétrica.

A fiscalização econômica e financeira ultrapassou a meta programada em

130,76%. Foram realizadas 761 fiscalizações em lugar das 582 programadas. A

diferença na realização (a maior) retrata ações de fiscalização feitas por monitoramento,

as fiscalizações de Custos Incorridos e as Anuências Prévias, onde a demanda não pode

ser mensurada "a priori", por ser desconhecida.

Avaliação dos resultados apresentados

No que tange ao Quadro 3, que trata da execução orçamentária da Ação 4880 -

Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica, nos exercícios de 2009 a 2012, verifica-se que o

montante empenhado em 2012 (R$ 28.332.590,45) foi satisfatório, tendo atingido 100,00% do

limite de movimentação e empenho disponível (R$ 28.332.590,45), mostrando-se superior ao

índice apresentado no ano precedente, quando foi de 99,70%.

Ainda em relação ao Quadro 3, outra questão que merece destaque é que o montante

empenhado representa 76,65% do total de créditos orçamentários (R$ 36.964.841,00), em

virtude do contingenciamento orçamentário, o que tem impacto direto no resultado da Ação,

tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, tendo em vista que a Agência utiliza serviços

de terceiros para apoiá-la na elaboração daqueles produtos. Considerando o valor apresentado em

Page 9: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

9/123

2011, verifica-se que em 2012 a restrição foi mais rigorosa, visto que naquele ano foram

empenhados 86,92% do total de créditos orçamentários.

Em relação à meta física, constante do Quadro 4, verificou-se que a ANEEL superou em

8,48% a meta de 1.674 fiscalizações, executando 1.816 ações. Cabe registrar que a meta

estipulada para 2012 foi inferior à de 2011, quando foram planejadas 1.835 fiscalizações. De

forma similar, em 2011 foram executadas mais ações de fiscalização (1.868) do que em 2012

(1.816). Há de se trazer à baila que o Relatório de Auditoria da CGU 201203651, por ocasião da

avaliação da prestação de contas da ANEEL do exercício de 2011, indicou a fragilidade do

indicador utilizado para a mensuração da execução física da Ação 4880, recomendando que o

órgão regulador incluísse no Relatório de Gestão “o quantitativo de horas estimado no

planejamento e o consumido na execução das ações de fiscalização, com a finalidade de conferir

maior transparência na prestação de contas da Aneel”. Não foram identificadas, no entanto,

alterações na forma de mensuração do indicador da Ação 4880 entre os anos de 2011 e 2012.

Sobre a comparação entre as metas física e financeira e suas respectivas execuções,

constante do Quadro 5, verificou-se que a primeira teve um nível de execução similar ao da

segunda, uma vez que a execução física foi de 108,48% da meta e a financeira de 100,00% do

limite de movimentação e empenho disponível.

Informação Básica da Ação 4703 - Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica

A Ação 4703 – Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica, em que pese

representar somente 4,64% do orçamento destinado à Iniciativa 003Q – Regulação do Setor

Elétrico, componente do Programa Temático 2033 – Energia Elétrica, foi escolhida para a

avaliação que se segue em virtude de, ao longo dos últimos quatro exercícios, ter apresentado

baixa relação entre a despesa liquidada e o montante de orçamento aprovado. Ademais, trata-se

de ação orçamentária vinculada a uma atividade finalística do órgão regulador.

De acordo com informação constante do Sistema Integrado de Dados Orçamentários –

Sidor, a finalidade da Ação 4703 - Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica é a

seguinte:

Regulamentar as políticas e diretrizes do governo federal para a exploração de energia

elétrica e os aproveitamentos energéticos, definindo padrões de qualidade, custo,

atendimento e segurança dos serviços e instalações de energia elétrica compatíveis com

as necessidades regionais, com foco na viabilidade técnica, econômica e ambiental das

ações, além de atualizar as condições de exploração dos serviços de energia elétrica em

decorrência das alterações verificadas na legislação específica e geral, a fim de

promover o uso eficaz e eficiente de energia elétrica e manter a livre competição no

mercado de energia elétrica.

Ainda conforme informação presente no Relatório de Gestão da ANEEL do exercício de

2012 (fls. 69-71):

As atividades de regulação, das quais decorrem os atos regulatórios publicados, são

agrupadas nos processos de: Regulação Técnica de Padrões de Serviços; Regulação

Econômica e de Mercado; e Regulamentação dos Programas de Pesquisa e

Desenvolvimento (P&D) e Eficiência Energética (PEE). [...]

A Regulação Técnica de Padrões de Serviços de Geração consiste na

regulamentação, complementação e consolidação técnica dos serviços e instalações de

geração; avaliação e acompanhamento do planejamento energético de curto e médio

prazo; análise, aprovação e acompanhamento do Plano Anual de Combustíveis;

condução do processo da sub-rogação da Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis

Page 10: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

10/123

(CCC); avaliação e acompanhamento da interação entre o planejamento, a produção e a

comercialização de energia elétrica; avaliação e acompanhamento do planejamento da

operação dos sistemas isolados; determinação dos indicadores de desempenho dos

sistemas de geração de energia elétrica; definição e atualização de tarifas relacionadas

aos serviços de geração; definição das cotas-parte de Itaipu; acompanhamento da

implementação de fontes de geração relativas ao Programa de Incentivo às Fontes

Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) no Sistema Interligado Nacional (SIN);

acompanhamento dos custos decorrentes de Encargos de Serviços de Sistema (ESS) no

SIN; avaliação do desempenho das empresas geradoras participantes da Conta de

Desenvolvimento Energético (CDE); avaliação do desempenho das Pequenas Centrais

Hidrelétricas (PCH) integrantes do SIN; homologação dos programas computacionais

utilizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na programação

eletroenergética; avaliação da prestação dos serviços ancilares; acompanhamento da

indisponibilidade das centrais geradoras; acompanhamento do Custo Variável Unitário

de centrais termelétricas.

A Regulação Técnica de Padrões de Serviços de Transmissão compreende as

atividades relacionadas ao processo regulação, normatização e padronização dos

serviços de transmissão de energia elétrica; autorização de reforços em instalações sob

responsabilidade de concessionária de transmissão; supervisão do acesso ao sistema de

transmissão e da conexão às instalações sob responsabilidade de concessionária de

transmissão; estabelecimento dos encargos de conexão e das tarifas de uso do sistema

de transmissão; e reajuste das receitas anuais permitidas das concessionárias de

transmissão.

A Regulação Técnica de Padrões de Serviços de Distribuição tem por finalidade o

estabelecimento de regras e procedimentos referentes ao planejamento da expansão, ao

acesso, operação e medição dos sistemas de distribuição, e a indicadores de qualidade

do serviço e do produto energia elétrica, incluindo o desenvolvimento de redes

inteligentes e o gerenciamento do lado da demanda; e apoio técnico na definição das

tarifas de uso dos sistemas de distribuição.

A Regulação Técnica de Padrões de Serviços de Comercialização visa a elaborar

regulamentos para disciplinar as condições gerais de fornecimento e o relacionamento

das concessionárias de energia elétrica com seus consumidores; acompanhar a execução

dos planos de universalização de energia elétrica; calcular e elaborar relatórios de

análise da pesquisa do Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor; disciplinar a

aplicação da Tarifa Social de Energia Elétrica; e manter e evoluir o sistema de DMR

(Diferença Mensal de Receita), no âmbito da tarifa social. [...]

A Regulação Econômica de Tarifas tem como finalidade regulamentar, na forma da

lei e dos contratos de concessão, os processos de reajuste e revisão tarifária das

concessionárias de serviço público; fixar as tarifas iniciais, regulamentar os critérios de

apuração e arrecadação da taxa de fiscalização, da compensação financeira e outros

tributos e encargos setoriais definidos em lei, estabelecer e aperfeiçoar a

regulamentação dos processos pertinentes à regulação econômica.

À Regulação de Mercado cabe executar as atividades relacionadas aos processos de

monitoramento do mercado junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

(CCEE), com vistas à competição e ao equilíbrio entre oferta e demanda de energia

elétrica, estabelecendo e aprovando as regras e os procedimentos de comercialização de

energia elétrica, proporcionando condições para a realização de leilões de energia,

inclusive o intercâmbio internacional de energia elétrica, e para a contabilização e

liquidação das transações de compra e venda de energia. Este processo viabiliza a

comercialização de energia elétrica e envolve relações entre concessionários,

permissionários e autorizados de serviços e instalações de energia elétrica, e desses com

seus consumidores, no Sistema Interligado Nacional (SIN), mediante contratação

regulada ou livre, nos termos da lei e dos seus regulamentos. Trata também das relações

Page 11: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

11/123

de compra e venda de energia por concessionárias de distribuição nos Sistemas

Isolados. [...]

A Regulamentação dos Programas de P&D tem como finalidade regulamentar os

investimentos obrigatórios dos agentes do setor elétrico em pesquisa e desenvolvimento

tecnológico, determinados pela Lei nº 9.991/2000, avaliar os resultados obtidos e

reconhecer os valores investidos pelas empresas. O processo envolve avaliação de

propostas e resultados dos projetos de P&D, o reconhecimento dos valores gastos, após

comprovação e auditoria, e divulgação dos resultados mais relevantes por meio da

publicação em revista técnica (Revista de P&D ANEEL) e apresentação de artigos em

congresso bianual de inovação tecnológica (Congresso de Inovação Tecnológica em

Energia Elétrica – CITENEL).

A Regulamentação dos Projetos de Eficiência Energética visa a regulamentar os

investimentos obrigatórios dos agentes de distribuição de energia elétrica em eficiência

energética, determinados pela Lei nº 9.991/2000, avaliar os resultados obtidos e

reconhecer os valores investidos pelas concessionárias e permissionárias de distribuição

de energia elétrica, com a finalidade de alocar os recursos disponíveis de forma que

sejam maximizados os benefícios obtidos pelos projetos, além de estimular o

desenvolvimento e a sustentabilidade do mercado de eficiência energética do país.

Resultados Quantitativos e Qualitativos

Ação 4703 - Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica

O montante de recursos executados nesta Ação nos exercícios de 2009 a 2012 foi

discriminado no Quadro 6 abaixo:

Quadro 6 – Ação 4703 - Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica, Execução Orçamentária, 2009 - 2012.

Ano Orçamento Programado Orçamento Realizado

LOA + Créditos Limite Autorizado Empenhado Pago % %

A B C D C/A C/B

2009 4.966.803,00 4.041.866,00 2.004.988,61 1.121.239,28 40,37% 49,61%

2010 7.622.060,00 4.967.195,97 4.670.777,08 2.687.930,13 61,28% 94,03%

2011 4.999.414,00 2.421.949,00 2.121.663,00 453.311,00 42,44% 87,60%

2012 3.069.759,00 1.102.642,30 1.102.642,30 836.894,32 35,92% 100,00%

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria a partir de dados Relatórios de Gestão da ANEEL, 2011 e 2012, e

Memorando n.º 63/2013-SPG/ANEEL.

Já a execução física da ação, para o mesmo período, está discriminada no Quadro 7.

Quadro 7 – Ação 4703 - Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica, Execução Física, 2009-2012.

Ano Meta Física Programada Meta Física Executada

Meta Física

LOA

(Unidades)

Meta Física

Ajustada –

Plano Gerencial

(Unidades)

Executada

(Unidades)

% Execução em

relação à LOA

% Execução em

relação à meta

ajustada

A B C C/A C/B

2009 471 471 529 112,31% 112,31%

2010 567 567 601 106,00% 106,00%

2011 548 548 642 117,15% 117,15%

2012 539 539 653 121,15% 121,15%

Fonte: Relatório de Gestão da ANEEL, 2011 e 2012.

Page 12: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

12/123

De acordo com o Relatório de Gestão de 2012, os atos regulatórios publicados, por

processo de negócio, foram os constantes do Quadro 8 a seguir:

Quadro 8 – Ação 4703 - Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica, Execução física detalhada, 2012.

Processo Subprocesso Normativas Autorizativas Homologatórias Despachos Total

Regulação Técnica

(Normas,

Monitoramento e

Certificação /

homologação)

Regulação

Serviços Geração

8 13 5 72 98

Regulação

Serviços

Transmissão

3 77 4 57 141

Regulação

Serviços

Distribuição

8 33 2 6 49

Regulação

Serviços

Comercialização

6 0 0 45 51

Regulação Econômica

(Normas

Monitoramento e

Fixação de tarifas e

preços, Mercado e

Competição)

Regulação

Econômica de

Tarifas

11 0 127 67 205

Regulação de

Mercado

6 0 2 91 99

Regulamentação dos

Projetos de Pesquisa e

Desenvolvimento

(P&D) e Eficiência

Energética

Regulamentação

dos Projetos de

P&D

1 0 0 8 9

Regulamentação

dos Projetos de

Eficiência

Energética

1 0 0 0 1

Totais por tipo de ato 44 123 140 346 653

Fonte: Relatório de Gestão da ANEEL, 2012.

A execução física e financeira da ação foi consolidada no Quadro 9 a seguir:

Quadro 9 – Ação 4703 - Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica, Execução Física e Financeira, 2012.

Meta Previsão Execução Execução/

Previsão

Atos e fatos que prejudicaram o

desempenho

Providências

adotadas

Física 539 653 121,15% Entre as obrigações dos agentes

previstas nesses manuais e

procedimentos estão o

carregamento de arquivos de

projetos, movimentação financeira

e relatórios finais de execução dos

projetos concluídos em um sistema

informatizado. [...] A

indisponibilidade desses sistemas

ocasiona uma fragilidade na

estruturação da base de dados dos

Programas P&D e PEE e também

gera atrasos no cumprimento das

obrigações tanto dos agentes

quanto da Agência. **

Desde então, a

ANEEL tem

buscado

desenvolver

sistemas

informatizados

para os programas

P&D e PEE. No

entanto, devido às

dificuldades

encontradas

durante o

desenvolvimento,

os sistemas ainda

não estão em

operação.**

Financeira 1.102.642,30* 1.102.642,30 100,00%

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria a partir de dados do Siafi e do Relatório de Gestão da ANEEL – 2012 e

Memorando n.º 63/2013-SPG/ANEEL.

Page 13: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

13/123

Nota: * limite financeiro autorizado. ** Conforme fl. 73 do Relatório de Gestão da ANEEL – 2012.

A ANEEL apresentou a seguinte avaliação dos resultados da ação, conforme consta do

Relatório de Gestão de 2012 (fl. 72-73):

Na apuração da meta física realizada foram considerados os atos regulatórios

oriundos das unidades organizacionais responsáveis pela regulamentação e os atos

oriundos da Diretoria instruídos por essas unidades organizacionais, excluídos os atos

de mero expediente, tais como: os que fixam ou prorrogam prazos impostos aos agentes,

os que tornam público o início do processo de revisão tarifária, cancelamentos,

prorrogações, mudanças de prazo e os referentes a assuntos administrativos.

A meta programada para 2012 foi de 539 atos regulatórios publicados. O

resultado, ao final do ano, foi de 653 atos regulatórios publicados, o que corresponde a

121,15% da meta prevista na LOA, sendo 44 resoluções normativas, 123 resoluções

autorizativas, 140 resoluções homologatórias e 346 despachos, conforme especificado

no subitem 12.1 deste relatório e resumido na tabela “Atos Regulatórios Publicados por

Processo”, apresentada adiante.

A Ação Regulamentação é implementada utilizando-se principalmente pessoal

próprio da Agência, motivo pelo qual o contingenciamento orçamentário não teve

impacto sobre a execução da meta física programada, que foi superada em 21,15%.

No exercício de 2012 foram realizados 51 processos de reajuste tarifário de

distribuidoras (39 concessionárias e 12 permissionárias) e 38 processos de revisão

tarifária (28 de concessionárias de distribuição e 10 de transmissoras). Além disso,

foram prorrogadas as tarifas de 33 distribuidoras de energia elétrica (7 concessionárias e

26 permissionárias).

Ressalta-se que a Medida Provisória nº 579, de 11/09/2012 e o Decreto nº 7.805,

de 2012, estabeleceram itens a serem regulamentados pela Agência. Entre os atos

normativos publicados, destacam-se:

Resolução Normativa nº 523/2012 que define a metodologia para o cálculo

extraordinário das Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão (TUST);

Resolução Normativa nº 512/2012 que atualiza os padrões de duração e

frequência para contratos de concessão não prorrogados, bem como estabelece

novos parâmetros de qualidade para os contratos prorrogados;

Resolução Homologatória nº 1.395/2012 que altera a Resolução Homologatória

nº 1.313, de 26/06/2012, estabelecendo as Receitas Anuais Permitidas, com

vigência a partir de 1º de janeiro de 2013, das concessionárias de transmissão

que tiveram suas concessões prorrogadas;

Resolução Homologatória nº 1.398/2012 que estabelece o valor das Tarifas de

Uso do Sistema de Transmissão (TUST) de energia elétrica, componentes do

Sistema Interligado Nacional e

Resolução Homologatória nº 1.408/2012 que estabelece as receitas anuais de

geração das usinas hidrelétricas.

Outros temas importantes para o setor elétrico foram regulamentados como o

estabelecimento de requisitos mínimos dos sistemas de medição de energia elétrica de

unidades consumidoras do Grupo B. A partir da Resolução Normativa 502/2012, fica

regulado o uso de dois tipos de medidores eletrônicos de energia elétrica especificados,

um a ser implantado quando o usuário fizer adesão à modalidade tarifária branca e o

outro a ser adotado quando o consumidor deseja ter acesso a informações específicas

individualizadas sobre o serviço prestado. Neste último caso, ao solicitar o

equipamento, a instalação pela distribuidora se dá de forma onerosa ao consumidor.

Cabe destacar, ainda, os Reajustes Tarifários de 100% das transmissoras de

energia elétrica, em cumprimento dos respectivos contratos, efetuados por meio da

Resolução Homologatória nº 1.316, de 26/06/2012.

Page 14: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

14/123

Assim como no exercício anterior, a execução da meta física superou a previsão.

Contudo, a qualidade da ação Regulamentação ainda tem sofrido as consequências das

dificuldades de implementação do Sistema de Gestão de Eficiência Energética e P&D.

Em 2012 foi publicada a Resolução Normativa nº. 504, de 14 de agosto de 2012,

aprovando o novo Manual do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do

Setor de Energia Elétrico. Instaurou-se, também, a Audiência Pública nº. 073/2012, com

vista a colher contribuições para a revisão do Manual para Elaboração do Programa de

Eficiência Energética e instituir os Procedimentos do Programa de Eficiência Energética

(PROPEE), com sessão presencial realizada em 26 de outubro de 2012. [...]

A Lei Orçamentária Anual aprovou para a ação de Regulamentação dotação no

valor de R$ 2.588.259, a qual foi posteriormente acrescida de crédito suplementar de R$

481.500, aberto por meio do Decreto de 29/05/2012, publicado no Diário Oficial da

União em 30/05/2012, perfazendo o total de R$ 3.069.759 (LOA + Créditos). Desse

total, foram empenhados R$ 1.102.642 , correspondendo à execução de 35,92% da

dotação aprovada e pagos R$ 836.894, 75,90% do valor empenhando.

Cabe ressaltar que não existe uma vinculação direta entre os recursos

despendidos e a meta física realizada, ou seja, a quantidade de atos regulatórios

publicados. As metas decorrem da evolução do mercado e de diretrizes da política

setorial, que levam à necessidade de elaboração de regulamentos e outros atos

normativos, realizados pela equipe de servidores da ANEEL. Os recursos orçamentários

previstos para a ação são programados para o custeio de estudos, análises e pesquisas

que são necessários para o aprimoramento da elaboração dos atos. Assim sendo, as

restrições à execução orçamentária podem impactar mais na qualidade dos resultados do

que propriamente na quantidade da meta realizada.

Avaliação dos resultados apresentados

No que tange ao Quadro 6, que trata da execução orçamentária da Ação 4703 -

Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica, nos exercícios de 2009 a 2012, verifica-se que

o montante empenhado em 2012 (R$ 1.102.642,30) foi satisfatório, tendo atingido 100,00% do

limite de movimentação e empenho disponível, mostrando-se superior ao índice apresentado no

ano precedente, quando foi de 87,60%.

Ainda em relação ao Quadro 6, outra questão que merece destaque é que o montante

empenhado representa apenas 35,92% do total de créditos orçamentários (R$ 3.069.759,00), em

virtude do contingenciamento orçamentário, o que tem impacto direto no resultado da Ação, em

termos quantitativos e, principalmente, em termos qualitativos, tendo em vista que a Agência

utiliza serviços de terceiros para apoiá-la na elaboração daqueles produtos. Considerando o valor

apresentado em 2011, verifica-se que em 2012 a restrição foi mais rigorosa, visto que naquele

ano foram empenhados 42,44% do total de créditos orçamentários.

Em relação à meta física, constante do Quadro 7, verificou-se que a ANEEL superou em

21,15% a meta de 539 produtos, uma vez que foram expedidos 653 atos. Todavia, cabe registrar

que a meta estipulada para 2012 foi inferior à de 2011, que foi de 548 atos, embora nesse ano a

ANEEL também tivesse superado a meta planejada, quando alcançou um valor 17,15% superior,

ou seja, 642 produtos. Não ficou explícito no Relatório de Gestão o motivo da diminuição da

meta de 2012 em relação à de 2011. Há de se trazer à baila que o Relatório de Auditoria da CGU

201203651, por ocasião da avaliação da prestação de contas da ANEEL do exercício de 2011,

indicou a fragilidade do indicador utilizado para a mensuração da execução física da Ação 4703,

recomendando ao órgão regulador a “segregação dos atos de caráter específico (Resoluções

Autorizativas, Resoluções Homologatórias e Despachos) dos de caráter geral (Resoluções

Normativas), uma vez que apenas estes são regulamentos propriamente ditos”. Não foram

Page 15: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

15/123

identificadas, no entanto, alterações na forma de mensuração do indicador da Ação 4703 entre os

anos de 2011 e 2012.

Sobre a comparação entre as metas física e financeira e suas respectivas execuções,

constante do Quadro 9, verificou-se que a primeira teve um nível de execução superior à

segunda, pois que a física foi de 121,15% da meta e a financeira foi de 100,00% do planejado.

Informação Básica da Ação 4699 – Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de

Energia Elétrica

A Ação 4699 – Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica, em

que pese representar somente 2,96% do orçamento destinado à Iniciativa 003Q – Regulação do

Setor Elétrico, componente do Programa Temático 2033 – Energia Elétrica, foi escolhida para a

avaliação que se segue em virtude de, ao longo dos últimos quatro exercícios, ter apresentado

baixa relação entre a despesa liquidada e o montante de orçamento aprovado. Ademais, trata-se

de ação orçamentária vinculada a uma atividade finalística do órgão regulador.

De acordo com informação constante do Sistema Integrado de Dados Orçamentários –

Sidor, a finalidade da Ação 4699 – Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia

Elétrica é:

Realizar licitações para concessão de empreendimentos de geração hidroelétrica e de

transmissão de energia elétrica da Rede Básica, em conformidade com o planejamento

da expansão do setor elétrico; autorizar atividades de geração, transmissão e

comercialização de energia elétrica; regularizar a atuação das cooperativas de

eletrificação rural, mediante outorga de permissão ou autorização para atividades de

distribuição de energia elétrica em áreas rurais.

Ainda conforme informação presente no sistema supracitado:

De acordo com as competências institucionais da ANEEL e da legislação setorial em

vigor, as atividades a seguir serão desenvolvidas: *Elaborar editais de licitação e

promover a realização de leilões públicos para concessão de empreendimentos de

geração hidroelétrica de potência superior a 30 MW e de transmissão de energia elétrica

da Rede Básica, analisando os custos dos estudos e projetos de interesse da licitação e

elaborando os necessários atos justificatórios da conveniência e viabilidade das

concessões propostas;*Analisar e aprovar estudos e projetos referentes aos

aproveitamentos de energia hidroelétrica, bem como tornar públicos os registros destes

estudos;*Analisar e instruir processos para fins de autorização de atividades de geração,

transmissão e comercialização de energia elétrica;* Analisar e instruir processos para

fins de registro de empreendimento de geração;" *Implementar ações de análise,

diagnóstico e complementação de documentação, diligência em campo, identificação de

instalações e área de atuação das cooperativas de eletrificação rural e elaboração de

pareceres técnicos conclusivos sobre a sua regularização;*Promover licitações para

contratação de energia elétrica, a fim de garantir o atendimento às necessidades do

mercado.

Resultados Quantitativos e Qualitativos

Ação 4699 – Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica

O montante de recursos executados nesta Ação nos exercícios de 2009 a 2012 foi

discriminado no Quadro 10 a seguir:

Page 16: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

16/123

Quadro 10 – Ação 4699 – Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica, Execução

Orçamentária, 2009 - 2012.

Ano Orçamento Programado Orçamento Realizado

LOA + Créditos Limite Autorizado Empenhado Pago % %

A B C D C/A C/B

2009 4.481.905,00 3.610.887,29 762.870,06 451.403,40 17,02 21,13

2010 3.886.308,00 781.217,78 767.035,61 442.913,06 19,74 98,18

2011 3.730.509,00 1.646.692,00 1.646.692,00 1.462.702,00 44,14 100,00

2012 1.958.963,00 523.184,50 523.184,50 504.015,15 26,71 100,00

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria a partir de dados Relatórios de Gestão da ANEEL, 2011 e 2012, e

Memorando n.º 63/2013-SPG/ANEEL.

Já a execução física da ação, para o mesmo período, está discriminada no Quadro 11:

Quadro 11 – Ação 4699 – Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica, Execução Física,

2009-2012.

Ano Meta Física Programada Meta Física Executada

Meta Física

LOA

(Unidades)

Meta Física

Ajustada –

Plano Gerencial

(Unidades)

Executada

(Unidades)

% Execução em

relação à LOA

% Execução em

relação à meta

ajustada

A B C C/A C/B

2009 74 74 190 256,76 256,76

2010 110 110 242 220,00 220,00

2011 110 110 288 261,82 261,82

2012 110 110 288 261,82 261,82

Fonte: Relatório de Gestão da ANEEL, 2011 e 2012.

De acordo com o Relatório de Gestão de 2012, os atos regulatórios publicados, por

processo de negócio, foram os constantes do Quadro 12 abaixo:

Quadro 12 – Ação 4699 – Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica, Execução física

detalhada, 2012.

Segmento Processo Número de

Empreendimentos

Outorgas

Concedidas

Quantidade

Outorgada

Geração Autorização e Concessão de Geração 211 211 6.879,983 MW

Transmissão Autorização e Concessão de Transmissão 59 23 4.084,17 km

Distribuição

Autorização e Permissão de Distribuição –

Regularização de Cooperativas

- 1 -

Autorização para Comercialização de

Energia Elétrica

- 47 -

Autorização para Instalação de Redes

Particulares – Regularização

0 6 -

Fonte: Relatório de Gestão da ANEEL, 2012.

A execução física e financeira da ação foi consolidada no Quadro 13 abaixo:

Quadro 13 – Ação 4699 – Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica, Execução Física e

Financeira, 2012.

Page 17: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

17/123

Meta Previsão Execução Execução/Previsão Atos e fatos que

prejudicaram o

desempenho

Providências

adotadas

Física 110 288 261,82%

Financeira 523.184,50* 523.184,50 100,00%

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria a partir de dados do Siafi e do Relatório de Gestão da ANEEL – 2012 e

Memorando n.º 63/2013-SPG/ANEEL.

* limite financeiro autorizado.

A ANEEL apresentou a seguinte avaliação dos resultados da ação, conforme consta do

Relatório de Gestão de 2012 (fls. 91-93):

Para o ano de 2012, estabeleceu-se como meta para esta ação 110 outorgas

concedidas, para geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. A meta

alcançada no ano de 2012 foi de 288 outorgas, sendo 211 atos de outorga de geração e

77 atos de outorgas de transmissão e distribuição, que corresponde a 261,82% da meta

inicialmente prevista. O subitem 12.2 deste relatório mostra, nomeadamente, a relação

das 288 outorgas concedidas no ano de 2012. [...]

Em 2012, esta ação apresentou, novamente, um bom desempenho refletido na

outorga de 6.879,983 MW de geração e de 4.084,17 km de linhas de transmissão da

Rede Básica, com vistas ao suprimento energético programado no Plano Decenal de

Energia Elétrica.

No segmento de geração foi realizado 1 Leilão A - 5 para contratação de energia

proveniente de empreendimentos novos.

Os leilões de geração de energia nova e de sistemas de transmissão devem ser

planejados e programados para que tanto a usina quanto o sistema de transmissão que a

conectará ao Sistema Interligado Nacional (SIN) estejam concluídos em uma mesma

data, programada para operação comercial dos empreendimentos. Ao longo dos últimos

anos, percebeu-se a ocorrência de desencontros entre os leilões de energia e os de

transmissão planejando-se de forma separada as usinas e suas conexões ao SIN.

Quanto ao segmento de transmissão de energia elétrica foram licitados 4.032,87

km de linhas e 10.067 MVA de potência de transformação, distribuídos em 57

empreendimentos, em 11 Estados da Federação, com investimento estimado na ordem

de 5,8 bilhões de reais. Com estas obras, estima-se a criação de 27.000 postos de

trabalho.

A Lei Orçamentária Anual aprovou para a ação de Outorga a dotação no valor de

R$ 1.958.963, sendo empenhados R$ 523.184, e pagos o total de R$ 504.015.

Observa-se que a análise da relação entre meta prevista e executada e orçamento

programado e executado deve ser abordada com certa reserva, pois as metas não

representam uma relação direta entre quantitativo e custo. Cumpre esclarecer que a

previsibilidade das metas de outorga é dificultada pelo fato de que representa uma

atividade exercida por delegação do Poder Concedente. Embora a previsão das metas

esteja baseada na programação vigente no momento da formulação da LOA, durante o

exercício podem ser alteradas em decorrência de determinação do Poder Concedente,

cabendo à ANEEL cumprir o compromisso delegado. Ademais, no caso das

autorizações, a meta física realizada depende da demanda dos empreendedores.

Quanto à previsão orçamentária, observa-se que, por se tratarem as outorgas de

atos administrativos elaborados por pessoal próprio da Agência, os recursos

programados destinam-se, via de regra, a contratações de estudos e serviços que visam

subsidiar e aprimorar os processos implementados. Dessa forma, a redução dos recursos

impacta mais na possibilidade de aprimoramento dos processos e da qualidade dos

trabalhos do que propriamente na meta realizada.

Page 18: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

18/123

Avaliação dos resultados apresentados

No que tange ao Quadro 10, que trata da execução orçamentária da Ação 4699 – Outorga

de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica, nos exercícios de 2009 a 2012,

verifica-se que o montante empenhado em 2012 (R$ 523.184,50) foi satisfatório, tendo atingido

100,00% do limite de movimentação e empenho disponível, índice apresentado também no ano

precedente.

Ainda em relação ao Quadro 10, merece destaque que o montante empenhado representa

apenas 26,71% do total de créditos orçamentários (R$ 1.958.963,00), em virtude do

contingenciamento orçamentário, o que tem impacto direto no resultado da Ação, em termos

quantitativos e, principalmente, em termos qualitativos, uma vez que a Agência utiliza serviços

de terceiros para apoiá-la na elaboração daqueles produtos. Considerando o valor apresentado em

2011, verifica-se que em 2012 a restrição foi mais rigorosa, visto que naquele ano foram

empenhados 44,14% do total de créditos orçamentários.

Em relação à meta física, constante do Quadro 11, verificou-se que, tanto a meta prevista,

quanto a meta executada, para os exercícios de 2011 e 2012, alcançaram o mesmo montante.

Sobre a comparação entre as metas física e financeira e suas respectivas execuções,

constante do Quadro 13, verificou-se que a primeira teve um nível de execução superior à

segunda, pois que a física foi de 261,82% da meta e a financeira foi de 100,00% do planejado.

Informação Básica da Ação 2C42 – Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor

Elétrico

A Ação 2C42 – Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor Elétrico, em que

pese representar somente 3,48% do orçamento destinado à Iniciativa 003Q – Regulação do Setor

Elétrico, componente do Programa Temático 2033 – Energia Elétrica, foi escolhida para a

avaliação que se segue em virtude de, ao longo dos últimos quatro exercícios, ter apresentado

baixa relação entre a despesa liquidada e o montante de orçamento aprovado. Ademais, trata-se

de ação orçamentária vinculada a uma atividade finalística do órgão regulador.

De acordo com informação constante do Sistema Integrado de Dados Orçamentários –

Sidor, a finalidade da Ação 2C42 – Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor

Elétrico é:

Promover a transparência das ações regulatórias do setor elétrico junto à sociedade, aos

agentes e aos consumidores, fortalecendo o diálogo no cumprimento da missão

reguladora e fomentando a participação do cidadão no processo decisório.

Ainda conforme informação presente no Relatório de Gestão da ANEEL, exercício de 2012

(fls. 111-112):

A ação Participação Pública na Agenda Regulatória envolve 5 processos básicos:

(a) Estímulo aos Conselhos de Consumidores, (b) Gestão de Relacionamento

Institucional, (c) Assessoria Parlamentar, (d) Gestão de Eventos e (e) Ações de

Comunicação.

a) ESTÍMULO AOS CONSELHOS DE CONSUMIDORES

Este processo tem por finalidade estimular a organização dos Conselhos de

Consumidores, criados pela Lei nº 8.631, de 1993, e das Comissões de Fiscalização

Periódica, de que tratam as Leis nos 8.631, de 1993, e 8.987, de 1995, observadas as

Page 19: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

19/123

condições gerais para a formação, funcionamento e operacionalização desses

Conselhos, estabelecidas pela Resolução Normativa ANEEL nº 451, de 2011.

Desde a sua criação, a ANEEL busca estimular o funcionamento desses

conselhos e o estreitamento das relações com eles, participando de suas reuniões,

encontros regionais e nacionais; prestando informações pertinentes à regulamentação e à

fiscalização do Setor Elétrico; organizando eleições para escolha de representantes junto

à CCEE e ao ONS; e acompanhando seu funcionamento, em cumprimento ao

estabelecido na supracitada Resolução.

A ANEEL acompanha e registra o andamento de algumas atividades realizadas

pelos Conselhos de Consumidores no sítio

http://conselhodeconsumidores.ANEEL.gov.br/. b) GESTÃO DE RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL

O processo de Gestão de Relacionamento Institucional da ANEEL tem como

atividade principal o acompanhamento e a sistematização do relacionamento

institucional da Agência, no âmbito nacional e internacional. Compreende a execução

de atividades relacionadas diretamente à interação da Agência com os diversos públicos

institucionais, as quais são sistematizadas e monitoradas de modo a acompanhar a

evolução do processo regulatório do Setor Elétrico.

O processo de Gestão de Relacionamento Institucional desdobra-se nos seguintes

subprocessos:

b.1) estabelecimento e gestão de parcerias institucionais com organismos

nacionais e internacionais; e

b.2) interação com os públicos institucionais.

c) ASSESSORIA PARLAMENTAR

A interação com o Processo Legislativo objetiva aprimorar e sistematizar o

relacionamento da ANEEL com os órgãos do Poder Legislativo, com ênfase no

Congresso Nacional, tendo como base o intercâmbio de informações afetas ao setor

elétrico, que se desenvolvem na arena política.

Nesse sentido, a ANEEL acompanha as reivindicações e proposições legislativas

apresentadas pelos representantes da sociedade, mantendo permanente interlocução com

esses agentes públicos. Os temas de interesse são transmitidos semanalmente ao público

interno da Agência, por meio do informativo eletrônico “Acontece no Congresso”.

d) GESTÃO DE EVENTOS

Consiste na promoção, pela ANEEL, de eventos técnicos, ou na sua participação

em eventos promovidos por terceiros, como por exemplo: Audiências/Consultas

Públicas, solenidades de assinaturas de contratos de concessão e de acordos

interinstitucionais nacionais e internacionais, workshops, fóruns, seminários,

congressos, palestras, dentre outros eventos do setor elétrico.

Tem como objetivo realizar a comunicação dirigida, com a finalidade de

divulgar e consolidar a imagem da ANEEL, seus produtos, serviços, ideias e pessoas.

No sentido de aprimorar o relacionamento, a interatividade e o diálogo, e de

atender às necessidades dos diversos públicos com os quais atua, a ANEEL promove e

participa de Audiências Públicas, leilões, debates, painéis, workshops, seminários,

encontros e congressos, dentre outros eventos. Esse esforço visa divulgar os trabalhos

da Agência, o papel da Instituição, a sua missão e o fato de que ela existe para

aprimorar os serviços de energia elétrica, garantir os direitos básicos do consumidor e

contribuir para o desenvolvimento nacional.

e) AÇÕES DE COMUNICAÇÃO

Esse processo desenvolve ações de divulgação de temas afetos à ANEEL, atende

a solicitações de informação de profissionais de imprensa e apoia os diretores e técnicos

no relacionamento com os diversos veículos de comunicação. Divulga as ações e

decisões, além de programas e projetos instituídos pela Agência; produz e divulga

relatórios de prestação de contas à sociedade com o objetivo de disseminar a cultura

regulatória e dar transparência aos atos da instituição. Também produz textos técnicos,

cadernos temáticos e outras publicações de interesse do setor e de toda a sociedade, para

disseminar e ampliar o conhecimento dos assuntos de responsabilidade da Agência.

Page 20: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

20/123

Resultados Quantitativos e Qualitativos

Ação 2C42 – Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor Elétrico

O montante de recursos executados nesta Ação nos exercícios de 2009 a 2012 foi

discriminado no Quadro 14 a seguir:

Quadro 14 – Ação 2C42 – Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor Elétrico, Execução Orçamentária,

2009 - 2012.

Ano Orçamento Programado Orçamento Realizado

LOA + Créditos Limite Autorizado Empenhado Pago % %

A B C D C/A C/B

2009 6.132.522,00 5.932.080,00 4.932.080,50 3.619.334,81 80,42% 83,14%

2010 7.341.594,00 3.678.254,04 3.611.479,28 2.328.662,67 49,19% 98,18%

2011 5.792.400,00 3.223.255,00 3.223.255,00 2.814.719,00 55,65% 100,00%

2012 2.299.916,00 682.911,85 682.911,85 465.529,89 29,69% 100,00%

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria a partir de dados Relatórios de Gestão da ANEEL, 2011 e 2012, e

Memorando n.º 63/2013-SPG/ANEEL.

Já a execução física da ação, para o mesmo período, está discriminada no Quadro 15.

Quadro 15 – Ação 2C42 – Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor Elétrico, 2009-2012.

Ano Meta Física Programada Meta Física Executada

Meta Física

LOA

(Unidades)

Meta Física

Ajustada –

Plano Gerencial

(Unidades)

Executada

(Unidades)

% Execução em

relação à LOA

% Execução em

relação à meta

ajustada

A B C C/A C/B

2009 116 116 155 133,62% 133,62%

2010 168 168 180 107,14% 107,14%

2011 99 99 122 123,23% 123,23%

2012 85 85 151 177,65% 177,65%

Fonte: Relatório de Gestão da ANEEL, 2011 e 2012.

De acordo com o Relatório de Gestão de 2012, os atos regulatórios publicados, por

processo de negócio, foram os constantes do Quadro 16.

Quadro 16 – Ação 2C42 – Participação Pública na

Agenda Regulatória do Setor Elétrico, Execução física detalhada, 2012.

Eventos Realizados – por tipo Total

Audiência Pública com sessão ao vivo - presencial 43

Audiência Pública por intercâmbio documental 68

Consulta Pública por intercâmbio documental 14

Eventos Diversos 26

Total 151

Fonte: Relatório de Gestão da ANEEL, 2012.

A execução física e financeira da ação foi consolidada no Quadro 17.

Page 21: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

21/123

Quadro 17 – Ação 2C42 – Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor Elétrico, Execução Física e

Financeira, 2012.

Meta Previsão Execução Execução/Previsão Atos e fatos que

prejudicaram o

desempenho

Providências

adotadas

Física 85 151 177,65%

Financeira 682.911,85 * 682.911,85 100,00%

Fonte: Siafi e Relatório de Gestão da ANEEL – 2012 e Memorando n.º 63/2013-SPG/ANEEL. Elaboração equipe

de Auditoria.

* limite financeiro autorizado.

A ANEEL apresentou a seguinte avaliação dos resultados da ação, conforme consta do

Relatório de Gestão de 2012 (fls. 113-114):

A Lei Orçamentária Anual aprovou para a ação de Participação Pública dotação

no valor de R$ 2.781.416, na qual houve um cancelamento no montante de R$

481.500,00, para suplementação de crédito na ação de Regulamentação dos Serviços de

Energia Elétrica, por meio do Decreto de 29/05/2012, publicado no Diário Oficial da

União em 30/05/2012, perfazendo o total de R$ 2.299.916,00. Desse valor, foram

empenhados R$ 682.912 e pagos o total de R$ 465.530.

Programaram-se para 2012, 85 eventos, sendo realizados 151, correspondendo a

177,65% da meta física prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA), [...]

O subitem 12.3 deste relatório apresenta a relação desses 151 eventos e

especifica o objetivo e a data de realização de cada um deles.

Os bons resultados desta Ação, evidenciados pela instauração de 111 Audiências

Públicas e 14 Consultas Públicas, permitiram ampliar o debate sobre os temas em

regulamentação pela Agência, demonstrando os esforços para ampliar a interação entre

a ANEEL, os agentes e a sociedade. Vale notar a predominância das Audiências e

Consultas Públicas por intercâmbio documental, em relação às sessões presenciais,

tendência esta decorrente da crescente facilidade e economicidade proporcionada pelos

meios eletrônicos de comunicação.

Em função da abrangência e da diversidade dos processos contemplados nesta

ação, o custo unitário da meta é variável, visto que parte dos processos, embora

contribuam para o alcance do objetivo da ação, não se refletem na meta física, ou seja,

em eventos realizados. Dessa forma, não cabe avaliar a ação sob a ótica da

proporcionalidade entre a meta física e a execução orçamentária.

Avaliação dos resultados apresentados

No que tange ao Quadro 14, que trata da execução orçamentária da Ação 2C42 –

Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor Elétrico, nos exercícios de 2009 a 2012,

verifica-se que o montante empenhado em 2012 (R$ 682.911,85) foi satisfatório, tendo atingido

100,00% do limite de movimentação e empenho disponível, índice apresentado também no ano

precedente.

Ainda em relação ao Quadro 14, outra questão que merece destaque é que o montante

empenhado representa apenas 29,69% do total de créditos orçamentários (R$ 2.299.916,00), em

virtude do contingenciamento orçamentário, o que tem impacto direto no resultado da Ação,

tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, tendo em vista que a Agência utiliza serviços

de terceiros para apoiá-la na elaboração daqueles produtos. Considerando o valor apresentado em

2011, verifica-se que em 2012 a restrição foi mais rigorosa, visto que naquele ano foram

empenhados 55,65% do total de créditos orçamentários.

Page 22: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

22/123

Em relação à meta física, constante do Quadro 15, verificou-se que a ANEEL superou em

77,65% a meta de 85 produtos, uma vez que foram realizados 151 eventos. Todavia, cabe

registrar que a meta estipulada para 2012 foi inferior à de 2011, que foi de 99 atos, embora nesse

ano a ANEEL também tivesse superado a meta planejada, quando alcançou um valor 23,23%

superior, ou seja, 168 produtos. Não ficou explícito no Relatório de Gestão o motivo da

diminuição da meta de 2012 em relação à de 2011.

Sobre a comparação entre as metas física e financeira e suas respectivas execuções,

constante do Quadro 17, verificou-se que a primeira teve um nível de execução superior à

segunda, pois que a física foi de 177,65% da meta e a financeira foi de 100,00% do planejado.

Avaliação dos resultados apresentados referentes às Ações Orçamentárias

Observou-se para as ações 4880 - Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica, 4703 –

Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica, 4699 - Outorga de Geração, Transmissão e

Distribuição de Energia Elétrica e 2C42 – Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor

Elétrico, quando considerada a relação entre o valor empenhado e o limite de movimentação e

empenho disponível, nível satisfatório de execução orçamentária, além de atingimento das metas

físicas previstas.

No entanto, para as ações 4703 – Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica,

Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e 2C42 – Participação

Pública na Agenda Regulatória do Setor Elétrico, verificou-se baixa relação entre a despesa

liquidada e o orçamento aprovado, fato que vem se repetindo nos últimos quatro exercícios. Para

as ações em tela, observou-se, ainda, que, em que pese o contingenciamento orçamentário ter

reduzido, em aproximadamente dois terços, o volume de recursos inicialmente previstos,

culminando em uma execução orçamentária de menos de um terço do valor previsto na Lei

Orçamentária Anual (incluindo créditos adicionais), a meta física tem sido consideravelmente

superada. Restou indicado que o contingenciamento orçamentário atinge mais a qualidade do que

a quantidade dos produtos gerados pelo órgão regulador.

Por fim, observou-se, quanto às metas das Ações 4880 - Fiscalização dos Serviços de

Energia Elétrica e 4703 – Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica, que as fragilidades

apontadas no Relatório de Auditoria n.º 201203651 não foram sanadas no Relatório de Gestão de

2012.

Avaliação dos resultados apresentados referentes às atividades internas

Com o advento da MP 579/2012, posteriormente convertida na Lei n.º 12.783, de 11 de

janeiro de 2013, ao Poder Concedente, no caso, o Ministério de Minas e Energia, foi conferida a

prerrogativa de prorrogar as outorgas de serviço público de energia elétrica, inclusive sobre a

forma de antecipação de prorrogação. Coube ao órgão regulador o papel de subsidiar as decisões

que seriam prolatadas pelo Poder concedente, elaborando insumos para: (i) fixação da tarifa

inicial de geração; (ii) fixação da receita anual permitida das transmissoras; (iii) definição do

valor da indenização das usinas geradoras e das empresas transmissoras; e (iv) instrução dos

processos de prorrogação das concessões vencidas e vincendas.

Da análise do processo de renovação das concessões, foram observados os seguintes

pontos: (i) risco de impropriedades e erros na definição do valor da indenização, podendo,

Page 23: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

23/123

inclusive, causar prejuízo ao erário, diante da (s) (i.1) ausência de validação dos projetos básicos

das geradoras; (i.2) inconsistências nos dados utilizados como insumos para a fixação do valor

da indenização das usinas geradoras; e (i.3) inexistência de dispositivo normativo ou mecanismo

regulatório capaz de garantir o ressarcimento ao erário, em caso de impropriedade no valor

fixado para a indenização; (ii) ausência de critérios objetivos para a fixação da taxa

representativa de lucro (10%), utilizada tanto na tarifa inicial de geração quanto na receita anual

permitida; (iii) ausência de lista contendo os bens vinculados às outorgas de geração, necessária

para a próxima revisão tarifária e para a definição do valor da indenização das usinas que não

prorrogaram suas concessões; (iv) ausência de procedimentos e regras atinentes à

operacionalização da reversão.

No que concerne à gestão do potencial hidráulico e à realização de estudos

hidroenergéticos, identificou-se que, em virtude de entendimento dispensado pela Agência às

regras dispostas no Capítulo IV da Resolução ANEEL n.º 395/1998 e no art. 22 da Resolução n.º

343/2008, têm impedido a hierarquização dos projetos básicos de Pequenas Centrais

Hidrelétricas, cujos pedidos de registro foram protocolados sob a égide da Resolução n.º

395/1998, e o consequente exaurimento do passivo existente. Verificou-se, também, no que

concerne aos critérios de priorização das análises dos inventários e dos projetos básicos

apresentados ao órgão regulador, que – ainda que a Agência conceda transparência aos critérios

utilizados, divulgando-os em seu sítio eletrônico, bem como apresente motivação razoável para

sua adoção - a escolha dos critérios de priorização fica adstrita à discricionariedade do órgão

regulador, não estando amparada em instrumento normativo geral e abstrato. ##/Fato##

2.3 Avaliação dos Indicadores de Gestão da UJ

Foram analisados 16 indicadores utilizados na ANEEL. Os indicadores foram obtidos

através do relatório de gestão. Constatou-se que, de forma geral, todos os indicadores do

universo analisado atendem aos critérios de completude, comparabilidade, confiabilidade,

acessibilidade e economicidade.

As análises dos indicadores de programa e dos institucionais estão tabuladas no Quadro

18 a seguir:

Quadro 18 – Indicadores da ANEEL – Relatório de Gestão 2012

No

me

do

Ind

ica

do

r

Áre

a d

a G

estã

o *

Rel

aci

on

ad

o a

o

Ma

cro

pro

cess

o

Fin

alí

stic

o *

*

Des

criç

ão

do

Ind

ica

do

r

rmu

la d

e

lcu

lo

Co

mp

letu

de

Co

mp

ara

bil

ida

de

Co

nfi

ab

ilid

ad

e

Ace

ssib

ilid

ad

e

Eco

no

mic

ida

de

Page 24: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

24/123

Ind

icad

ore

s d

e C

on

tin

uid

ade

do

s S

erv

iço

s d

e E

ner

gia

Elé

tric

a –

DE

C

Res

ult

ado

s Q

uan

tita

tiv

os

e Q

ual

itat

ivo

s

Sim

Duração

Equivalente de

Interrupção por

Unidade

Consumidora –

DEC

O DEC é calculado pela

expressão:

DEC = Duração equivalente de

interrupção por unidade

consumidora, expressa em horas e

centésimos de hora.

DIC = Duração de Interrupção

Individual por Unidade

Consumidora ou por Ponto de

Conexão.

i = índice de unidades

consumidoras atendidas em BT ou

MT faturadas do conjunto.

Cc = número total de unidades

consumidoras faturadas, do

conjunto considerado, no período

de apuração, atendidas em BT ou

MT.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Ind

icad

ore

s d

e C

on

tin

uid

ade

do

s S

erv

iço

s d

e E

ner

gia

Elé

tric

a –

FE

C

Res

ult

ado

s Q

uan

tita

tiv

os

e Q

ual

itat

ivo

s

Sim

Frequência

Equivalente de

Interrupção por

Unidade

Consumidora –

FEC

O FEC é calculado pela

expressão:

FEC = Frequência equivalente de

interrupção por unidade

consumidora, expressa em número

de interrupções e centésimo de

número de interrupções.

FIC = Frequência de Interrupção

individual por Unidade

Consumidora ou por Ponto de

Conexão.

i = índice de unidades

consumidoras atendidas em BT ou

MT faturadas do conjunto.

Cc = número total de unidades

consumidoras faturadas, do

conjunto considerado, no período

de apuração, atendidas em BT ou

MT.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Page 25: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

25/123

Ind

icad

or

de

Ou

torg

a d

e

Ger

ação

Res

ult

ado

s

Qu

anti

tati

vo

s e

Qu

alit

ativ

os

Sim

Afere o total de

MW outorgados

de concessões e

autorizações para

empreendimentos

de geração de

energia elétrica.

Potência total outorgada em MW,

no ano.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Ind

icad

or

de

Ou

torg

a d

e L

inhas

de

Tra

nsm

issã

o d

a R

ede

Bás

ica

Res

ult

ado

s Q

uan

tita

tiv

os

e

Qu

alit

ativ

os

Sim

Afere se a

outorga de

concessões para

empreendimentos

de transmissão de

energia elétrica

da Rede Básica

está sendo

realizada em

consonância com

o programa de

Expansão da

Transmissão

(PET).

Linhas de transmissão da Rede

Básica outorgadas no ano, em km.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Índ

ice

de

Sat

isfa

ção

do

Co

nsu

mid

or

(IA

SC

)

Res

ult

ado

s Q

uan

tita

tiv

os

e Q

ual

itat

ivo

s

Sim

Indicador por

meio do qual é

obtido, por meio

de pesquisa, o

grau de satisfação

do consumidor

em relação aos

serviços

prestados pelas

distribuidoras de

energia elétrica.

O modelo é composto por cinco

variáveis: Qualidade Percebida,

Valor Percebido, Satisfação

Global, Confiança no Fornecedor

e Fidelidade. Para solucionar o

modelo é utilizado o método PLS

(Partial Least Squares - Mínimos

Quadrados Parciais). Para geração

dos índices de satisfação (IASC)

por concessionária, utilizam-se as

médias obtidas para cada uma das

empresas nos indicadores de

Satisfação Global,

Desconformidade Global e

Distância para uma Empresa

Ideal, ponderadas pelos pesos das

mesmas, calculados no modelo

PLS. Deve-se considerar ainda a

amplitude da escala. Para o

cálculo do Índice ANEEL de

Satisfação do Consumidor (IASC)

para cada empresa, considera-se a

posição relativa com referência à

pontuação máxima possível de ser

alcançada pela mesma.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Ind

icad

or

de

Mo

dic

idad

e

Tar

ifár

ia

Res

ult

ado

s

Qu

anti

tati

vo

s e

Qu

alit

ativ

os

Sim

Apresenta o

índice

comparativo de

evolução das

tarifas com

indicadores gerais

Valor do MW/h Médio

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Page 26: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

26/123

Efi

cáci

a d

as A

ções

(E

FA

)

Res

ult

ado

s Q

uan

tita

tiv

os

e

Qu

alit

ativ

os

Não

Mensura a

eficácia para a

avaliação

individual das

ações, sendo que

eficácia é o grau

de alcance das

Metas

programadas em

um determinado

período de tempo

independentemen

te dos custos

aplicados.

Índice de Desempenho das Metas

Físicas (%)

EFA = MR/MP

Onde:

MR = Meta física realizada de

cada ação do programa

MP = Meta física prevista de cada

ação do programa

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Índ

ice

de

Des

emp

enh

o O

rçam

entá

rio

(ID

O)

Res

ult

ado

s Q

uan

tita

tiv

os

e Q

ual

itat

ivo

s

Não

Relação entre

despesa realizada

e a despesa

programada.

Índice de Desempenho

Orçamentário (IDO): relação

percentual entre a Despesa

Realizada e a Despesa

Programada (%).

Onde:

DR = Despesa Realizada das

ações do programa e totalizada

DP = Despesa Programada

autorizada (ajustada ao

contingenciamento) por ação

IDO = DR/DP

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Efi

ciên

cia

Glo

bal

(E

FG

)

Res

ult

ado

s Q

uan

tita

tiv

os

e Q

ual

itat

ivo

s

Não

Relação entre os

produtos (bens e

serviços) gerados

por uma atividade

e os custos dos

insumos

empregados para

tal em um

determinado

período de tempo.

Eficiência Global (EFG): relação

percentual entre a Eficácia Média

das Ações (EFA Média) e o Índice

de Desempenho orçamentário

(IDO).

Onde:

EFA Média: Eficácia Média das

Ações (definida no tópico

anterior)

IDO: Índice de Desempenho

Orçamentário (definido acima)

EFG = EFA média/IDO

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Ab

sen

teís

mo

Ges

tão

de

Pes

soas

Não

Relação entre

faltas e dias da

força de trabalho.

O Absenteísmo é definido pela

proporção do número de dias de

faltas justificadas e injustificadas,

em razão do número total de dias

da força de trabalho. Assim, a taxa

de absenteísmo no exercício foi de

6,02 %.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Page 27: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

27/123

Aci

den

tes

de

Tra

bal

ho

e

Do

ença

s

Ocu

pac

ion

ais

Ges

tão

de

Pes

soas

Não

Número de

acidentes de

Trabalho e

Doenças

Ocupacionais

Não houve acidentes de trabalho e

servidores acometidos com

doenças ocupacionais.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Ro

tati

vid

ade

(tu

rno

ver)

Ges

tão

de

Pes

soas

Não

Relação de

admissões e

vacâncias pelo

total de

servidores

A taxa de rotatividade da força de

trabalho é dada pela soma do

número de admissões e

vacâncias/exonerações, dividida

por dois e dividida pelo número

total de servidores. No ano de

2012, a taxa de rotatividade foi de

5%.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Ed

uca

ção

Co

nti

nu

ada

Ges

tão

de

Pes

soas

Não

Investimento e

participação

percentual de

servidores em

atividades de

capacitação

Os principais indicadores de

capacitação, resultantes das ações

realizadas em 2012, são:

- Investimento médio por servidor

igual a R$ 2.850,43;

- Número médio de participação

por servidor: 5;

- Média de horas de capacitação

por servidor (h): 127;

- Número de participações: 3.644;

- Número de ações realizadas:

580.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Dis

cip

lin

a

Ges

tão

de

Pes

soas

Não

Nota resultante

da avaliação

funcional

O fator disciplina do processo de

gestão do desempenho alcançou a

média de 9,81 pontos, em um total

de 10 pontos, com participação de

552 servidores. Na avaliação para

fins de desenvolvimento na

carreira, o fator disciplina teve

apuração média de 9,82, em um

total de 10 pontos, com o público

de 552 servidores.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Des

emp

enh

o f

un

cio

nal

Ges

tão

de

Pes

soas

Não

Avaliação de

desempenho para

a concessão de

gratificação

Nas avaliações de desempenho

para fins de concessão de

gratificação, a nota institucional

foi de 92,29 e a individual, de

96,00 (resultado médio

consolidado). Para fins de

desenvolvimento na carreira

(progressão e promoção) a média

das avaliações foi de 95,09, em

uma escala de 0 a 100.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Page 28: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

28/123

Ap

ose

nta

do

ria

vers

us

rep

osi

ção

do

qu

adro

Ges

tão

de

Pes

soas

Não

Relação entre

aposentadoria e

reposição do

quadro

Até o momento, a ANEEL

concedeu apenas três

aposentadorias, sendo 2 (duas) de

servidores do Quadro Específico e

apenas 1 (uma) de servidor

efetivo, que ocorreu em 2011.

Portanto, não há problemas de

reposição do quadro.

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

*Áreas de gestão: Resultados Quantitativos e Qualitativos; Gestão de Pessoas; Gestão de Transferências; Gestão de

Compras e Contratações; Gestão do CPGF; Gestão de Passivos sem previsão Orçamentária; Gestão de TI; Gestão do

Patrimônio Imobiliário; Gestão de Renúncias Tributárias.

** Conforme nomenclatura proposta na DN 119/2012.

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria.

Os indicadores constantes no Relatório de Gestão de 2012 da ANEEL apresentaram

pequenas alterações em relação àqueles consignados no documento relativo ao exercício de

2011. Ressalta-se a inserção do indicador de modicidade tarifária no Relatório de Gestão de

2012. O citado indicador compara a variação da tarifa residencial média de energia elétrica e de

índices econômicos utilizados no país, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

– IPCA, Índice Geral de Preços de Mercado - IGPM (FGV) e Índice Nac. Custo da Construção

(FGV). A utilidade do indicador inserido está na evidenciação da variação das tarifas de energia

elétrica em comparação com a de outros insumos. A nomenclatura dada ao indicador

(Modicidade Tarifária), no entanto, pode levar a conclusões enviesadas, tendo em vista a

amplitude do conceito de modicidade tarifária, que não se restringe a variações positivas ou

negativas da tarifa de energia elétrica frente a outros indicadores econômicos.

O Quadro 19 apresenta a comparação entre os indicadores avaliados, exceto aqueles

relacionados à gestão de pessoas, nos exercícios de 2011 e 2012.

Quadro 19 – Indicadores ANEEL – 2011 e 2012

Indicador 2011 2012

DEC Apurado (Média Nacional) - em horas e centésimos de horas 18,40 18,65

FEC Apurado (Média Nacional) – número de interrupções e centésimo de

número de interrupções

11,15 11,1

Outorga de Geração (potência Outorgada em MW, no ano) 6.209,888 6.879,983

Outorga de Linhas de Transmissão da Rede Básica (Linhas de transmissão da

Rede Básica outorgadas no ano, em km)

3.208,95

3.082,00

IASC 64,4* 61,5

EFA (%) 135,88 148,07

IDO (%) 97,69 97,89

EFG (%) 139,09 151,26

* IASC referente a 2010.

Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, a partir de dados constantes nos Relatórios de Gestão ANEEL – 2011 e

2012.

Cabe registrar que, de forma especial, os indicadores de Continuidade dos Serviços de

Energia Elétrica (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora – DEC e

Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora – FEC), o indicador de

modicidade tarifária e o índice de satisfação do consumidor (IASC) são, nos termos do Relatório

de Gestão da ANEEL (fl. 38), “[...] indicadores representativos de impactos da atuação da

Agência”. Apesar de serem utilizados pelo órgão regulador, para fins de supervisão, avaliação e

controle, por exemplo, da continuidade dos serviços de energia elétrica, não dizem respeito

diretamente à gestão da Agência. No entanto, nos termos do Relatório de Auditoria CGU n.º

201203651, “[...] uma atuação mais efetiva da Agência, por exemplo, pode influenciar na

Page 29: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

29/123

melhoria da gestão das concessionárias, influenciando esses indicadores. Por outro lado, uma

melhora nesses índices não pode ser logo interpretada como resultado do trabalho executado

pela Aneel”. Corrobora tal entendimento, o seguinte trecho do Relatório de Gestão (fl. 43),

acerca do IASC, “os resultados desse indicador são utilizados pelas áreas de regulação e

fiscalização da ANEEL, para subsidiar o aprimoramento dos instrumentos regulatórios e a

priorização das ações de fiscalização”.

No exercício de 2012, o órgão regulador, em atendimento à Decisão Normativa do

Tribunal de Contas de União n.º 121/2012, incluiu no Relatório de Gestão (fls. 421-457) a

evolução dos indicadores de continuidade de distribuição de energia elétrica, DEC e FEC,

Nacional, por região e por distribuidora. Esses indicadores dizem respeito ao desempenho das

concessionárias e permissionárias, demonstrando para a Agência como está a qualidade da

prestação dos serviços por cada uma delas, podendo subsidiar a atuação da ANEEL.

Quanto aos indicadores de continuidade, dois pontos merecem destaque:

a) nos últimos quatro anos, a duração equivalente de interrupção por unidade consumidora

(DEC) cresceu tanto em termos absolutos quanto em termos relativos. Observa-se, em

nível nacional, a majoração da duração média anual (em quantidade de horas e

centésimos de horas) das interrupções do fornecimento de energia elétrica e a elevação da

razão entre o DEC apurado e o DEC limite. O Gráfico 1 revela o crescimento dos

indicadores de continuidade no Brasil, evidenciando que, nos últimos anos, o DEC e o

FEC apurados têm superado os limites estabelecidos.

b) as distribuidoras federalizadas ou em processo de federalização, em regra, apresentam

indicadores DEC e FEC superiores à média nacional, conforme Gráfico 2.

Gráfico 1 – Evolução dos Indicadores DEC e FEC - Brasil

Fonte: Relatório de Gestão ANEEL – 2012.

Page 30: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

30/123

Gráfico 2 – Comparativo DEC e FEC Apurados - Nacional e DEC e FEC Apurados - Federalizadas

*Os índices da Amazonas Energia iniciam em 2010, devido à junção das empresas Manaus Energia e CEAM.

Fonte: Relatório de Gestão ANEEL – 2012 e Ofício n.º 51/2013-AIN/ANEEL.

De acordo com o Relatório de Gestão da Agência, o órgão regulador tem desenvolvido

novas ferramentas regulatórias com o fito de incentivar a melhoria dos indicadores de

continuidade, destacando-se a exigência de compensações mais severas pela violação aos limites

de DEC e FEC estipulados pela Agência, a criação do ranking da continuidade do serviço das

distribuidoras e do componente Q do Fator X, aplicado nos reajustes a partir de abril de 2013,

tendo por finalidade incentivar a melhoria da qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras

ao longo do ciclo tarifário, alterando as tarifas de acordo com o comportamento de indicadores

de qualidade. ##/Fato##

2.4 Avaliação dos Indicadores dos Programas Temáticos

Considerando que na Lei N º12.593/2012 os indicadores são exigidos apenas para os

programas temáticos, considerando que durante a gestão 2012 não foi publicado o decreto de

Gestão do PPA 2012-2015, considerando ainda que não há definição quanto ao Gerente do

Programa e Coordenador da Ação (agentes no modelo de gestão do PPA 2008-2011 e que

determinavam se a Unidade era ou não responsável pelo programa ou ação), a avaliação do item

4 do anexo IV da DN 124/2012 restou prejudicada. Dessa forma, o controle interno se abstém de

emitir opinião sobre o item 4 na gestão 2012. ##/Fato##

2.5 Avaliação da Gestão de Pessoas

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas nesse item consideraram-se as

seguintes questões de auditoria: (i) A gestão de pessoas possui processos de trabalho que buscam

a adequabilidade da força de trabalho da unidade frente às suas atribuições? (ii) O(s) setor(es)

responsável(eis) observou(aram) a legislação aplicável à remuneração, cessão e requisição de

pessoal? (iii) Os registros pertinentes no sistema contábil e nos sistemas corporativos

obrigatórios (foco no SIAPE) estão sendo lançados de forma tempestiva e possuem qualidade

DEC FEC

Page 31: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

31/123

suficiente ao nível de sensibilidade inerente ao assunto? (iv) O(s) setor(es) responsável(eis)

observou (aram) a legislação aplicável à tramitação das informações alusivas aos atos de

admissão de pessoal? (v) Os registros pertinentes no sistema contábil e nos sistemas corporativos

obrigatórios (foco no SISAC) estão sendo lançados de forma tempestiva e possuem qualidade

suficiente ao nível de sensibilidade inerente ao assunto?

A metodologia da equipe de auditoria foi diferenciada conforme o item. Quanto à força

de trabalho foi realizada a confirmação das informações prestadas no Relatório de Gestão da

Unidade com a subsequente análise. Quanto à remuneração de pessoal estatutário (ativos,

inativos e pensionistas) foi realizado trabalho de auditoria na Folha de Pagamento executada no

Sistema Integrado de Administração de recursos Humanos – SIAPE, mediante aplicação de

trilhas de auditoria, abrangendo os meses de maio de 2011 e fevereiro de 2012, bem como da

utilização das bases de dados dos últimos 5 (cinco) e encaminhadas aos Gestores para a adoção

das devidas ações corretivas e seu monitoramento junto ao gestor durante a gestão de 2012 por

esta CGU-PR. Quanto aos registros no sistema corporativo (SISAC), verificou-se o resultado

obtido decorrente do acompanhamento permanente realizado pela CGU-PR nos registros

efetuados pela ANEEL referentes aos processos de admissão ocorridos em 2012.

Força de Trabalho

A ANEEL possui 765 cargos aprovados pela lei nº10871. Deste total, 135 estão vagos, o

que representa 17,6%. A esse cargos vagos, soma-se um pedido de autorização, feito ao

Ministério do Planejamento em 2012, para nomear 50% das vagas ofertadas no concurso

público de 2010.

Com a necessidade demonstrada pela Agência, de que sejam preenchidas as vagas em

aberto, entendemos que o atual quantitativo de pessoal poderá, a médio e longo prazo, interferir

no desempenho institucional e desafios da unidade.

Ressaltamos a inconsistência no quantitativo de pessoal, cargos comissionados e funções

gratificadas, quando comparado ao exercício de 2011 e total de ingressos e egressos em 2012,

conforme registrado no item 3.1.1.2 deste Relatório.

Remuneração de pessoal à luz da legislação e Sistema Contábil (SIAPE)

Para verificação da conformidade dos pagamentos e da concessão de aposentadoria,

reforma e pensão, foi realizada o monitoramento durante 2012, das ações corretivas adotadas

pela SRH/ANEEL visando sanar as ocorrências detectadas pela CGU e encaminhadas à ANEEL

na forma da Nota Técnica nº 1.245/DPPCE/DP/SFC/CGU-PR, de 18/06/2012, por meio do

Ofício-Circular nº 120/2012/DPPCE/DP/SFC/CGU-PR, de 29/06/2012, cujo resultado,

resumidamente, é mostrado a seguir:

Quadro 20 – Resumo das ocorrências encontradas

Descrição da ocorrência

Quantidade de

servidores

relacionados

Quantidade de

ocorrências

regularizadas

totalmente pelo

Gestor

Quantidade de

ocorrências

ainda em

regularização

pelo Gestor

01 - Servidores com desconto de faltas sem registro no cadastro. 05 05 -

08A - Servidores com devolução ao erário interrompida ou com

prazo e/ou valores alterados. 01 01 -

Page 32: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

32/123

34 - Servidores cedidos para órgãos recusáveis, que recebem, na

origem, gratificação por desempenho/produtividade específica de

sua carreira/plano de cargos.

02 02 -

40 - Servidores com devolução do Adiantamento de Férias nos

últimos 5 anos, em valor inferior ao recebido. 12 08 04

55 - Pagamento de Gratificação Natalina/13º Salário, com base

de cálculo acrescida de valor superior a 30% em relação ao

considerado para o cálculo da Antecipação da Gratificação

Natalina e do 13º Salário.

02 02 -

TOTAL 22 18 04

Fonte: Memorandos nº 805 e 844/2013-SRH/ANEEL

Verificou-se, do acompanhamento das providências corretivas adotadas pela

SRH/ANEEL que, em relação às Ocorrências 08A, 34 e 55, as mesmas foram suficientes para

saná-las ou devidamente esclarecidas/justificadas.

Quanto à Ocorrência 01, verificou-se que a SRH/ANEEL aprimorou seus controles

internos, visando uma melhor tempestividade nas informações.

Relativamente à Ocorrência 40, verificou-se que das 12 (doze) incidências apontadas, 7

(sete) foram sanadas, ou seja, os servidores restituíram à ANEEL os valores recebidos

indevidamente.

Quanto às 5 (cinco) incidências restantes, verificou-se que os respectivos servidores

deixaram/saíram da Autarquia nos anos de 2007, 2008 e 2009, época em que ocorrera o

encerramento de todos os contratos dos servidores temporários, ocasionando grande ampliação

das demandas de acertos financeiros a serem executados por aquela SRH, prejudicando a

transferência de informações e procedimentos pelos antigos temporários aos novos concursados

que ingressavam, havendo, então, certa descontinuidade no conhecimento e controle dos

métodos e técnicas de operação do SIAPE, ocasionando tais ocorrências.

Desses 5 (cinco) servidores, verificou-se que, para o caso de 4 (quatro) desses servidores,

a SRH/ANEEL vem adotando as providências necessárias para efetivar o devido ressarcimento

ao Erário, mediante o envio de e-mails e também ofícios, via Correios (AR), o que até a data de

30/04/2013 aquela SRH ainda não havia logrado êxito.

Um servidor obteve o reconhecimento da incidência da decadência do direito de a

Administração exigir a devolução do valor recebido indevidamente. Nesse caso, após apuração

interna das condições que ensejaram a referida falta de cobrança da parcela de adiantamento de

férias, aquela SRH/ANEEL encaminhou o processo à Comissão Permanente de Procedimentos

Administrativos (CPPA) para análise e apuração de responsabilidades.

Controles internos administrativos da Gestão de RH

Muito embora não tenha havido tais ocorrências no exercício de 2012, bem como

impactos nos demais exercícios anteriores, a SRH/ANEEL, visando evitar futuramente tais

ocorrências, aprimorou seus controles internos, em especial, as situações que deram causa às

ocorrências anteriormente relatadas, após uma reestruturação por processos e a formação de

Page 33: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

33/123

duplas de trabalho, sendo cada dupla responsável por um setor crítico, como os setores de

concessão e controle do Adiantamento de Férias, Folha de Pagamento e Cadastro.

A despeito dos aprimoramentos efetuados pela SRH/ANEEL em seus controles internos

no sentido de evitar futuras ocorrências, bem como das ações adotadas visando efetivar a

restituição dos recursos mencionados anteriormente, esta CGU continuará realizando o devido

monitoramento junto àquela Agência até que as ocorrências ainda não regularizadas sejam

levadas a termo.

Com relação aos indicadores da gestão de RH, a ANEEL dispõe apenas dos indicadores

gerenciais, com alguns controles internos e individuais para realização de projetos e atividades

da área, necessitando de normatização.

Sistema Corporativo SISAC

Quanto à atuação na gestão de pessoal, verificou-se que as áreas responsáveis observaram

a legislação aplicável aos atos de admissão de pessoal da Autarquia em 2012, cumprindo com

qualidade e tempestividade os prazos previstos na Instrução Normativa - TCU nº 55/2007, cujo

art. 7º estabelece que as informações pertinentes aos atos de admissão de pessoal deverão ser

cadastradas no SISAC e disponibilizadas pela Unidade Jurisdicionada para o respectivo órgão de

controle interno no prazo máximo de 60 dias. ##/Fato##

2.6 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

Avaliação da regularidade dos processos licitatórios e aquisições por dispensa e

inexigibilidade

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas nesse item foram consideradas as

seguintes questões de auditoria: (i) os processos licitatórios realizados na gestão 2012 foram

regulares? (ii) os processos licitatórios e as contratações e aquisições feitas por inexigibilidade e

dispensa de licitação foram regulares? (iii) os critérios de sustentabilidade ambiental foram

utilizados na aquisição de bens e na contratação de serviços e obras? (iv) os controles internos

administrativos relacionados à atividade de compras e contratações estão instituídos de forma a

mitigar os riscos?

A metodologia empregada pela equipe de auditoria foi diferenciada conforme o item.

Quanto à regularidade dos processos licitatórios, das dispensas e inexigibilidades foram

considerados os processos com maiores volumes envolvidos.

A amostra foi selecionada baseada em planilhas disponibilizadas pela unidade, onde

constam todos os processos licitatórios do exercício.

Quadro 21 - Processos licitatórios de 2012

Quantidade

Total

Processos

Licitatórios

Volume total de

recursos dos

processos (R$)

Quantidade

avaliada

Volume de

recursos

avaliados

(R$)

% em

relação ao

total

contratado

Quantidade em

que foi detectada

alguma

irregularidade

Licitação Geral 89 19.760.960,65 03 7.061.688,92 35,7% 0

Page 34: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

34/123

Dispensa 267 1.853.547,72 01 745.626,51 40,2% 0

Inexigibilidade 14 841.161,38 01 500.000,00 59,4% 0

Fonte: Planilha disponibilizada pela ANEEL por email.

Quadro 22 - Processos analisados

Forma de

Contratação Objeto Contrato Fornecedor

Valor do

Contrato

Pregão

Eletrônico

081/2012

Prestação de serviços especializados para implantação

de processo de tratamento georreferenciado de

solicitações de consumidores, junto à Ouvidoria da

ANEEL, bem como migração da plataforma de

geoprocessamento ArcGIS, para a versão mais atual,

com vistas a subsidiar os processos de fiscalização e de

mediação setorial realizados pela ANEEL.

Contrato

342/2012

IMAGEM

SISTEMAS DE

INFORMAÇÕE

S LTDA.

3.431.380,94

Pregão

Eletrônico

084/2012

Prestação de serviço de agenciamento de viagens,

compreendendo os serviços de emissão, remarcação e

cancelamento de passagens aéreas, nacionais e

internacionais, para os servidores e colaboradores

eventuais da ANEEL, quando em viagens a serviço e

viagens de capacitação.

Contrato

022/2013

World Agência

de Viagens ,

Operadora e

Consolidadora de

Turismo Ltda.

2.010.308,00

Pregão

Eletrônico

059/2012

Prestação de serviços de Vigilância Armada e

Desarmada, com Monitoração Eletrônica, nas

instalações do complexo da Agência Nacional de

Energia Elétrica - ANEEL, Agência Nacional de

Petróleo - ANP e Companhia de Recursos Minerais -

CPRM, bem como áreas internas do estacionamento,

localizadas no Setor de Grandes Áreas Norte, SGAN

Quadra 603.

Contrato

307/2012

Soberana

Segurança e

Vigilância Ltda.

1.619.999,98

Inexigibilidade

012/2012

Prestação de serviços postais pela Empresa Brasileira

de Correios e Telégrafos.

Contrato

286/2012

ECT - Empresa

Brasileira de

Correios e

Telégrafos

500.000,00

Dispensa

109/2012

Prestação de serviços de vigilância armada e

desarmada, com monitoração eletrônica.

Contrato

214/2012

5 Estrelas

Sistema de

Segurança Ltda.

745.626,51

Fonte: Elaborado pela DIENE, a partir das planilhas disponibilizadas pela ANEEL.

Os processos licitatórios e as contratações por dispensa e inexigibilidade analisados estão

em conformidade com a legislação aplicável, com exceção do pregão nº59/2012, que apresentou

descumprimento de prazo estipulado no edital.

No que tange à verificação da utilização de critérios de sustentabilidade ambiental na

aquisição de bens e na contratação de serviços e obras, a metodologia consistiu em examinar os

procedimentos licitatórios indicados pela ANEEL como sendo sustentáveis.

Page 35: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

35/123

Ao constatar que apenas seis contratações foram consideradas eminentemente

sustentáveis, que a consulta ao sistema SIASG não retornou nenhum item com o marcador

sustentável e que a própria avaliação da unidade sobre sua gestão ambiental e licitações

sustentáveis foi deficiente, pode-se concluir que a ANEEL não tem observado os critérios de

sustentabilidade ambiental nas aquisições de bens e serviços, mas está adotando providências

com objetivo de conseguir maior aderência às normas regulamentadoras da matéria.

Como ponto positivo destaca-se a criação da Comissão Gestora do Plano de Gestão de

Logística Sustentável - PLS, nomeada pela portaria ANEEL nº 2462/2012 e da aprovação deste

plano, em 13/05/2013, pela Diretoria Colegiada.

Controles internos administrativos da Gestão de Compra.

A ANEEL possui mapeamentos de processos de fluxos para as atividades de contratação

de bens e serviços e para as contratações diretas, também possui check-list com as etapas a serem

realizadas pela SLC. Esses documentos foram elaborados em 2008 e, segundo a Agência, estão

em revisão.

Apesar de possuir estas ferramentas como suporte para as tarefas, e como só foram

analisados cinco processos (três pregões eletrônicos, uma dispensa e uma inexigibilidade), não é

possível afirmar que os controles internos existentes são suficientes para mitigar os riscos na

gestão de compras.

Como ponto positivo destaca-se que os processos analisados foram bem instruídos e

seguem um padrão no que diz respeito aos documentos obrigatórios, aprovações, registros de

reuniões e e-mails, entre outros. ##/Fato##

2.7 Avaliação da Gestão de Tecnologia da Informação

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas nesse item consideraram-se as

seguintes questões de auditoria por tema: Tema 1 - Plano Diretor de Tecnologia da Informação –

PDTI da ANEEL [(i) O PDTI abrange o conjunto mínimo de itens definido no modelo de

referência do Guia de Elaboração de PDTI do SISP? (ii) O PDTI está sendo efetivo para

direcionar as ações de TI? (iii) O PDTI está alinhado com os objetivos do negócio do órgão

definidos no Plano Estratégico Institucional (PEI)?]; Tema 2 - Recursos Humanos [ O órgão

mantém independência em relação aos empregados das empresas contratadas?]; Tema 3 –

Política de Segurança da Informação [O órgão/entidade definiu e documentou a Política de

Segurança da Informação e Comunicação - POSIC, com apoio da alta gestão da UJ, em

conformidade com as recomendações do GSI e normas aplicáveis?]; Tema 4 - Desenvolvimento

de Software [O órgão/entidade definiu, documentou e implantou um processo de

desenvolvimento software, utilizando padrões de gestão para o monitoramento dos projetos de

desenvolvimento e adotando métricas para mensuração de esforço e custo relacionadas a entrega

de produtos?]; Tema 5 - Contratações de TI [(i) As contratações de Soluções de TI, realizadas no

período de exame, foram baseadas nas necessidades reais do órgão/entidade, estão alinhadas com

o PDTI ou documento similar e estão em conformidade com a IN04 2010 da SLTI? (ii) Os

processos licitatórios para contratação de Soluções de TI foram baseados em critérios objetivos,

sem comprometimento do caráter competitivo do certame, e realizados preferencialmente na

modalidade pregão, conforme dita a IN04 2010 da SLTI? (iii) Os controles internos adotados

para gestão do contrato foram suficientes e adequados para garantir, com segurança razoável, a

Page 36: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

36/123

mensuração e o monitoramento dos serviços efetivamente prestados, segundo a IN04 2010 da

SLTI?]

Para cada tema estabeleceu-se a seguinte metodologia de análise constante no quadro

abaixo:

Quadro 23 – Metodologia de análise da área de gestão de TI

Tema

Metodologia

Plano Diretor de Tecnologia

da Informação – PDTI

Avaliação do PDTI e das lista das ações de TI de 2012 (no sítio do

órgão e no DOU).

Recursos Humanos Avaliação de amostra dos editais, contratos e ordens de serviços de

TI vigentes em 2012.

Política de Segurança da

Informação

Avaliação da Política de Segurança da Informação e Comunicação

e/ou outros documentos correlatos; e de documentos que

comprovassem a participação da alta direção nas decisões

relacionadas a POSIC.

Desenvolvimento de Software

Avaliação do processo de desenvolvimento de software utilizado pela

entidade.

Contratações de TI

Avaliação de amostra dos processos de formalização e de pagamento

das contratações realizadas pela UJ no exercício em análise.

Fonte: Elaborado pela equipe de auditoria da CGU com base no planejamento do trabalho.

A partir dos registros constantes o tópico "Achados de Auditoria" pode-se chegar as

seguintes conclusões por tema.

Tema 1 – PDTI

O PDTI apresentado pela ANEEL abrange de forma razoável o conjunto mínimo de itens

definido no modelo de referência do Guia de Elaboração de PDTI do SISP e está sendo utilizado

como base para direcionar as ações de TI. O referido PDTI está alinhado com os objetivos do

negócio do órgão definidos no Plano Estratégico da ANEEL.

Tema 2 – Recursos Humanos de TI

Da análise do quadro de pessoal de Tecnologia da Informação na ANEEL, não foram

identificados fatores que indiquem que a Agência mantém dependência em relação aos

empregados das empresas de Tecnologia da Informação contratadas.

Ressalva-se que cerca de 70% do quadro de pessoal alocado para execução de atividades

de TI é composto por terceirizados. A Agência deve monitorar esse fato, visto que a gestão da

área de TI da ANEEL pode ser prejudicada por problemas na prestação de serviço pelas

empresas terceirizadas.

Tema 3 - Política de Segurança da Informação

A entidade definiu e documentou a Política de Segurança da Informação e Comunicação -

POSIC, com apoio da alta gestão da UJ, em conformidade com as recomendações do GSI e

normas aplicáveis.

Contatou-se, porém, a ausência de Comitê Gestor da Segurança da Informação,

responsável pela implementação da Política de Segurança da informação na Unidade.

Verificaram-se também falhas na atualização e divulgação da POSIC.

Tema 4 - Desenvolvimento de Software

Page 37: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

37/123

A Agência definiu, documentou e implantou um processo de desenvolvimento software,

utilizando padrões de gestão para o monitoramento dos projetos de desenvolvimento. A

metodologia de desenvolvimento de sistemas (MDS) menciona as métricas para mensuração de

esforço e custo relacionadas à entrega de produtos.

Destaca-se, porém, a ausência de previsão para o registro das configurações anteriores

dos sistemas na Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas MDS vigente no exercício de

2012. Apesar disso, essa falha foi sanada na versão 2.0 do MDS, publicada no início de exercício

de 2013, que prevê o controle de versões de programas.

Avaliando o nível de participação de terceirização nas soluções de Tecnologia da

Informação da unidade, em relação ao desenvolvimento interno da própria UJ, com base na lista,

fornecida pela Agência, das soluções de TI desenvolvidas e mantidas no exercício de 2012,

verificou-se que todas as soluções foram desenvolvidas ou mantidas por terceiros.

Tema 5 – Contratações de TI

De acordo com a amostra selecionada, as contratações de Soluções de TI, realizadas no

período de exame, foram baseadas nas necessidades reais da entidade, estão alinhadas com o

PDTI e estão em conformidade com a IN 04 2010 da SLTI. Os processos licitatórios para

contratação de Soluções de TI foram baseados em critérios objetivos e realizados

preferencialmente na modalidade pregão. Os controles internos adotados para gestão do contrato

foram suficientes e adequados para garantir, com segurança razoável, a mensuração e o

monitoramento dos serviços efetivamente prestados.

##/Fato##

2.8 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

O órgão de controle interno optou por incluir a avaliação do cumprimento dos acórdãos

para a UJ considerando a seguinte questão de auditoria: caso haja uma determinação específica

do TCU à CGU para ser verificada na AAC junto à UJ, a mesma foi atendida?

A metodologia consistiu no levantamento de todos os Acórdãos de 2012, no site do TCU,

com determinação para a ANEEL com citação para que a CGU verifique posteriormente seu

atendimento.

Verificou-se que em 2012 não houve nenhuma determinação expressa para que a

SFC/CGU acompanhe, no âmbito da auditoria anual de contas, o cumprimento das

determinações exaradas pela Corte de Contas.

Quanto aos indicadores, conforme ofício nº38/2013-AIN/ANEEL, a ANEEL adota como

indicador de gestão, a meta intermediária 5.3, que integra a meta institucional nº5. Esta meta visa

“Atender 100% das demandas dos órgãos de controle interno, externo e da administração, no

prazo requerido”.

Em 2012, a ANEEL atingiu a meta estabelecida para o exercício, ou seja, 100% das

demandas foram atendidas no prazo.

Ainda de acordo com este ofício, a Agência possui uma rotina de acompanhamento e

atendimento das determinações, que é de responsabilidade da Auditoria Interna, conforme

Page 38: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

38/123

disposto no Regimento Interno da unidade. Os controles implementados são suficientes para

mitigar os riscos inerentes ao processo, muito embora, ainda necessitem de normatização.

Sendo assim, a Agência tem atendido de forma satisfatória as recomendações do órgão de

controle externo. ##/Fato##

2.9 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

O órgão de controle interno optou por incluir a avaliação do cumprimento das

recomendações emitidas por ele considerando a seguinte questão de auditoria: A UJ mantém

uma rotina de acompanhamento e atendimento das recomendações emanadas pela CGU?

A metodologia consistiu no levantamento de todas as recomendações pendentes no início

do exercício e as emitidas durante a gestão 2012 com posterior verificação do atendimento das

mesmas.

O Relatório de Gestão 2012 apresenta todas as recomendações emanadas pela CGU

atendidas em 2012, bem como a totalidade das recomendações que permaneceram pendentes até

o final do exercício em análise, independentemente do período em que foram exaradas.

Das treze recomendações pendentes em 2012 e listadas no relatório, seis foram atendidas

no exercício (46,2%). As que continuaram pendentes possuem ações tempestivas para seu

cumprimento e estão sendo acompanhadas pela Auditoria Interna e pelas áreas responsáveis.

Quadro 24 – Relação de recomendações tratadas no exercício

Nº Relatório - Auditoria

Anual de Contas Situação atual das recomendações

Item do relatório

(achado de auditoria)

227344 Pendente de atendimento, com impacto na gestão. 3.1.1.1

CSMME nº 01/2011 Atendida 2.1.1

201108783 Atendida 3.1 parecer

201108783 Atendida 3.3 parecer

201108783 Atendida 3.4 parecer

201203651 Pendente de atendimento, sem impacto na gestão. 1.1.1.1

201203651 Pendente de atendimento, sem impacto na gestão. 1.1.1.2

201203651 Pendente de atendimento, sem impacto na gestão. 1.1.1.3

201203651 Pendente de atendimento, com impacto na gestão. 1.1.1.7

201203651 Atendida 1.1.1.4

201203651 Pendente de atendimento, sem impacto na gestão. 1.1.3.1

Page 39: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

39/123

Fonte: Relatório de Gestão 2012

Conforme ofício nº38/2013-AIN/ANEEL, a ANEEL adota como indicador de gestão, a

meta intermediária 5.3, que integra a meta institucional nº5. Esta meta visa “Atender 100% das

demandas dos órgãos de controle interno, externo e da administração, no prazo requerido”.

Em 2012, a ANEEL atingiu a meta estabelecida para o exercício, ou seja, 100% das

demandas foram atendidas no prazo.

A Agência possui uma rotina de acompanhamento e atendimento das determinações, que

é de responsabilidade da Auditoria Interna, conforme disposto no Regimento Interno da unidade.

Os controles implementados são suficientes para mitigar os riscos inerentes ao processo, muito

embora, ainda necessitem de normatização.

Sendo assim, a Agência tem atendido de forma satisfatória as recomendações do órgão de

controle interno. ##/Fato##

2.10 Avaliação da Carta de Serviços ao Cidadão

O órgão de controle interno optou por incluir a avaliação da Carta de Serviços ao Cidadão

considerando a seguinte questão de auditoria: A unidade possui carta de serviço ao cidadão nos

moldes do Decreto nº 6932/2009?

A metodologia consistiu na avaliação da Carta de Serviço ao Cidadão, conforme

prescreve o Decreto nº 6932/2009.

A ANEEL é prestadora de serviços ao cidadão e implementou a Carta de Serviços ao

Cidadão. Ela foi revisada em 2012 e está na segunda edição.

A Carta de Serviços ao Cidadão é objeto de divulgação mediante publicação em sítio

eletrônico da unidade na internet, conforme abaixo:

http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/carta_servicos_2012.pdf

A carta da ANEEL apresenta o serviço prestado, o prazo de atendimento, local e forma de

acessá-lo. Apresenta também quais os serviços estão disponíveis para o cidadão, para os agentes

e para o público institucional (grandes consumidores, outros órgãos reguladores, universidades,

ministério público, pode judiciário, entre outros).

Além de informar os serviços prestados, a Agência proporciona atendimento presencial,

de forma que, se algum cidadão quiser ser atendido pessoalmente, poderá fazê-lo. Este

atendimento é feito na sede da Agência em local próprio para este fim. Após o atendimento é

solicitado ao cidadão que preencha uma pesquisa de satisfação, visando à avaliação do

atendimento.

No entanto, ressaltamos que não foi realizada pesquisa de satisfação junto aos usuários,

nem avaliação de desempenho na prestação dos serviços oferecidos, conforme prevê o referido

decreto.

201203651 Atendida 3.1.1.1

201203651 Pendente de atendimento, com impacto na gestão. 5.2.1.2

Page 40: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

40/123

Para o serviço de Ouvidoria há avaliação de desempenho, divulgada através da

publicação anual “Ouvidoria Setorial em Números”, na página da unidade na internet.

Para o atendimento presencial no Centro de Documentação, CEDOC, há avaliação de

desempenho, ainda que informal, e pesquisa de satisfação, que são divulgados internamente na

ANEEL.

A unidade jurisdicionada implementou a carta de serviços ao cidadão, atendendo aos

requisitos do Decreto nº 6932/2009, mas não realizou avaliação do seu desempenho com relação

à prestação dos serviços nem pesquisa de satisfação junto aos usuários. ##/Fato##

2.11 Avaliação do CGU/PAD

O órgão de controle interno optou por incluir a avaliação do Relatório de Correição

considerando as seguintes questões de auditoria: Existe estrutura de pessoal e tecnológica capaz

de gerenciar os procedimentos disciplinares instaurados e a devida utilização do sistema CGU-

PAD na UJ? A UJ está registrando as informações referentes aos procedimentos disciplinares

instaurados no sistema CGU-PAD?

A metodologia consistiu na avaliação do Relatório de Procedimentos Instaurados,

extraído do sistema CGU-PAD e fornecido pela ANEEL, das informações contidas no Relatório

de Gestão, e das informações obtidas por solicitação de auditoria e entrevista.

Observou-se que todos os procedimentos instaurados foram registrados no sistema CGU-

PAD e que a estrutura de pessoal e tecnológica é suficiente para gerenciar estes procedimentos e

o devido uso desse sistema. ##/Fato##

2.12 Avaliação do Parecer da Auditoria Interna

O órgão de controle interno optou por incluir a avaliação do parecer de auditoria

considerando a seguinte questão de auditoria: O parecer de auditoria contém todos os elementos

previstos conforme consta na DN TCU 124/2012?

A metodologia consistiu na avaliação do Parecer da Auditoria Interna, encaminhado no

Processo de Contas n.º 48500.000085/2013-44.

A partir dos exames aplicados concluiu-se que o parecer da auditoria interna contém

todos os elementos previstos na DN TCU nº 124/2012.

Este parecer contempla de forma resumida, como a área de auditoria interna está

estruturada, a forma de escolha do seu titular, sua vinculação à diretoria colegiada da ANEEL,

suas rotinas de acompanhamento e de implementação das recomendações por ela exaradas, a

forma como a alta gerência toma conhecimento dessas recomendações, a avaliação da

capacidade dos controles internos de identificarem, evitarem e corrigirem falhas e

irregularidades, bem como informações gerenciais sobre a execução do plano de trabalho de

2012. ##/Fato##

2.13 Avaliação do Conteúdo Específico do Relatório de Gestão

Page 41: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

41/123

O órgão de controle interno optou por incluir a avaliação do conteúdo específico

considerando a seguinte questão de auditoria: A UJ inclui os conteúdos específicos conforme

determina a DN TCU 119/2012, alterada pela DN TCU 121/2012? A metodologia consistiu na

avaliação do Conteúdo Específico do Relatório de Gestão apresentado pela Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL). A DN TCU 119/2012, alterada pela DN TCU 121/2012, estabeleceu

conteúdo específico para a Unidade Jurisdicionada, que por sua vez inclui no Relatório de

Gestão os itens solicitados. ##/Fato##

2.14 Avaliação dos Controles Internos Administrativos

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas nesse item considerou-se a

seguinte questão de auditoria: (i) Os controles internos administrativos instituídos contribuem

para o atingimento dos objetivos estratégicos?

A metodologia da equipe de auditoria consistiu na avaliação de todas as áreas de gestão

auditadas (já avaliadas nos itens anteriores) e dos principais macroprocessos finalísticos. A partir

da avaliação comparada entre os controles internos por área de gestão e os macroprocessos

finalísticos emitiu-se uma opinião sobre os componentes: ambiente de controle, avaliação de

risco, procedimentos de controle, informação e comunicação, monitoramento.

Com base nos resultados obtidos, verificou-se que a autoavaliação do gestor no Quadro

A.3.1. (Portaria 150) do Relatório de Gestão foi coerente para todos os componentes.

Relação entre os Macroprocessos Finalísticos (objetivos estratégicos) e Controles Internos

Administrativos

De todas as áreas avaliadas, observou-se que os componentes: ambiente de controle,

avaliação de risco, procedimentos de controle, informação e comunicação e monitoramento

contribuem para o atingimento dos objetivos estratégicos.

O ambiente de controle está baseado na existência de normativos internos nas diferentes

áreas auditadas que definem os papéis a serem desempenhados pelos responsáveis e

colaboradores do processo. A razoável adequação do ambiente de controle contribui para que a

Agência desempenhe adequadamente suas funções e atinja os objetivos definidos no seu

Planejamento Estratégico.

A avaliação de risco não é sistematizada na ANEEL, conforme informado na análise

crítica do quadro A.3.1, página 48, do Relatório de Gestão da entidade. Apesar disso, as áreas

responsáveis pela gestão de resultados, de contratos, de pessoas e de tecnologia da informação

adotam práticas pontuais que visam mitigar os riscos relacionados às atividades por elas

desempenhadas e melhorar os resultados de seus trabalhos, contribuindo para uma adequada

adoção de procedimentos de controle, com a adoção de medidas preventivas que contribuem

para o atingimento de suas metas.

Para o caso do componente de informação e comunicação, existem indicadores de gestão

para monitorando dos resultados de gestão. A informação disponível para as unidades internas e

pessoas da UJ é apropriada e acessível.

Finalmente, quanto ao monitoramento verificou-se que as recomendações da Auditoria

Interna, CGU e TCU são atendidas pela Agência. Além disso, a ANEEL adota como indicador

Page 42: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

42/123

de gestão uma meta que visa atender todas as demandas dos órgãos de controle interno, externo e

da administração, no prazo requerido.

Ressalta-se que a área de gestão de resultados quantitativos e qualitativos está

diretamente relacionada aos principais macroprocessos finalísticos da UJ. Diante do exposto,

pode-se afirmar com razoável certeza que há suficiência de controles internos para atingimento

dos objetivos estratégicos. Ressalva-se, no entanto, que os controles internos atinentes aos

procedimentos administrativos sancionatórios instaurados pelas Agências Reguladoras

Estaduais, bem como aqueles relativos à inclusão de informações orçamentárias e financeiras no

Relatório de Gestão, merecem ser reavaliados e, caso necessário, aperfeiçoados. Fato##

2. 15 Ocorrências com dano ou prejuízo

Entre as análises realizadas pela equipe, não foi constatada ocorrência de dano ao erário.

3. Conclusão

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quando

identificadas, foram devidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências corretivas a

serem adotadas, quando for o caso, serão incluídas no Plano de Providências Permanente

ajustado com a UJ e monitorado pelo Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos

requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente relatório à consideração superior, de

modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Brasília/DF, 26 de Junho de 2013.

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________

Coordenador-Geral de Auditoria da Área de Minas e Energia

Page 43: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

43/123

Achados da Auditoria - nº 201306236

1 GESTÃO OPERACIONAL

1.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

1.1.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

1.1.1.1 INFORMAÇÃO

Riscos e fragilidades na renovação das outorgas do setor de energia elétrica, após a edição

da Medida Provisória n.º 579, de 11 de setembro de 2012, e dos normativos correlatos

Fato

Em 11 de setembro de 2012, foi editada a Medida Provisória 579, doravante intitulada de

MP 579, que, com alterações advindas da Medida Provisória 591, de 29 de novembro de 2012,

dispôs sobre a prorrogação dos contratos de concessão de geração, transmissão e distribuição de

energia elétrica. De acordo com a Exposição de Motivos Interministerial n.º 37/MME/MF/AGU,

o tratamento proposto para as concessões vincendas buscou “[...]a captura da amortização e

depreciação dos investimentos realizados nos empreendimentos de geração e nas instalações de

transmissão e de distribuição de energia elétrica, alcançados pelos artigos 19 e 22 e pelo § 5º

do art. 17 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, em benefício da modicidade tarifária, e [...]”

visou “garantir a segurança energética, pilares do modelo atual”. O Decreto n.º 7.805, de 14 de

setembro de 2012, regulamentou a MP 579, trazendo, dentre outros, as seguintes disposições:

Art. 1º As concessões de energia elétrica alcançadas pelos arts. 17, § 5º, 19 e 22

da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, poderão ser prorrogadas, mediante requerimento,

a critério do Poder Concedente, pelo prazo de até trinta anos, nos termos da Medida

Provisória nº 579, de 11 de setembro de 2012, e deste Decreto.

CAPÍTULO I

DO REQUERIMENTO DE PRORROGAÇÃO DAS CONCESSÕES DE ENERGIA

ELÉTRICA

Art. 2o O requerimento de prorrogação do prazo de concessão deverá ser dirigido

à Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, acompanhado de documentos

comprobatórios de regularidade fiscal, trabalhista e setorial, e de qualificação jurídica,

econômico-financeira e técnica.

§ 1o Nos casos em que o prazo remanescente da concessão for igual ou inferior a

sessenta meses, o requerimento de prorrogação deverá ser apresentado até 15 de outubro

de 2012.

§ 2o As concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica

que apresentaram o requerimento de prorrogação nos termos da legislação anterior à

entrada em vigor da Medida Provisória nº 579, de 11 de setembro de 2012 e que tiverem

interesse na prorrogação, deverão ratificá-lo no prazo previsto no § 1o, manifestando

concordância integral com as condições de prorrogação estabelecidas na referida Medida

Provisória e neste Decreto.

Page 44: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

44/123

§ 3o Os requerimentos de prorrogação e as ratificações de que trata este artigo

serão encaminhados pela ANEEL ao Ministério de Minas e Energia, instruídos com

manifestação quanto à prorrogação pretendida.

§ 4o No requerimento de prorrogação ou ratificação de que trata este artigo, a

concessionária de geração deverá declarar que toda a garantia física de energia e de

potência das usinas hidrelétricas será disponibilizada ao mercado regulado, para a

contratação em regime de cotas

§ 5o A partir da decisão do poder concedente pela prorrogação, a concessionária

deverá assinar o contrato de concessão ou termo aditivo, que contemplará as condições

previstas na Medida Provisória nº 579, de 2012, e neste Decreto, no prazo de trinta dias,

contado de sua convocação.

§ 6o O descumprimento do prazo de que trata o § 5

o implicará a impossibilidade

da prorrogação da concessão, a qualquer tempo.

Art. 3o Até 1

o de novembro de 2012 o poder concedente, convocará as

concessionárias para a assinatura dos termos aditivos aos contratos de concessão de

geração e transmissão de energia elétrica, divulgará a respectiva minuta e definirá:

I - para cada usina hidrelétrica:

a) a tarifa; e

b) o valor da indenização;

II - para as instalações de transmissão:

a) a Receita Anual Permitida - RAP; e

b) o valor da indenização.

§ 1o Aplica-se o disposto neste artigo para antecipação dos efeitos da prorrogação.

§ 2o A ANEEL realizará a revisão extraordinária das tarifas de uso dos sistemas de

transmissão, para contemplar a receita a que se refere a alínea “a” do inciso II do caput,

até 11 de dezembro de 2012.

§ 3o As tarifas e a RAP de que trata este artigo serão aplicadas a partir de 1

o de

janeiro de 2013.

[...]

CAPÍTULO IV

DA INDENIZAÇÃO E DO VALOR NOVO DE REPOSIÇÃO

Art. 9o A indenização do valor dos investimentos dos bens reversíveis ainda não

amortizados ou não depreciados será calculada com base no Valor Novo de Reposição -

VNR, e considerará a depreciação e a amortização acumuladas a partir da data de entrada

em operação da instalação, até 31 de dezembro de 2012, em conformidade com os

critérios do Manual de Contabilidade do Setor Elétrico - MCSE.

Parágrafo único. O valor da indenização será atualizado até a data de seu efetivo

pagamento à concessionária.

Art. 10. Os estudos para a definição do VNR dos empreendimentos de geração de

energia elétrica serão realizados pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE, a partir das

informações do Projeto Básico do Empreendimento a ser fornecido à ANEEL pela

concessionária de geração.

§ 1o Os custos unitários utilizados nos estudos de que trata o caput serão obtidos a

partir de banco de preços da EPE.

§ 2o Os projetos básicos dos empreendimentos de geração deverão ser

protocolizados junto à ANEEL até 15 de outubro de 2012, observado o disposto no § 5º

do art. 15 da Medida Provisória nº 579, de 2012.

§ 3o No projeto básico do empreendimento devem constar os quantitativos de

materiais, equipamentos hidromecânicos e eletromecânicos, e serviços.

Art. 11. Os estudos para a definição do VNR das instalações de transmissão

autorizadas pela ANEEL a partir de 31 de maio de 2000 serão realizados pela ANEEL, a

partir da base atualizada de dados utilizada para a composição das respectivas Receitas

Anuais Permitidas.

Parágrafo único. Os valores a serem utilizados nos estudos de que trata o caput

serão obtidos a partir do banco de preços homologado pela ANEEL.

Page 45: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

45/123

Art. 12. O valor da indenização será estabelecido em ato do poder concedente, até

a data da convocação para assinatura dos termos aditivos aos contratos de concessão.

Salienta-se que, em 11 de janeiro de 2013, a MP 579 foi convertida na Lei n.º 12.783.

De forma resumida, a MP 579 e os normativos correlatos (i) conferiram ao Poder

Concedente a prerrogativa de prorrogar as outorgas de serviço público de energia elétrica,

inclusive sobre a forma de antecipação de prorrogação; (ii) trouxeram para o ambiente regulado

a geração hidrelétrica comercializada no regime de cotas2; (iii) estabeleceram critérios e padrões

tarifários, operacionais e de níveis de qualidade para a renovação das concessões; e (iv)

redimensionaram a incidência dos encargos setoriais.

Há de se destacar, conforme consignado no Relatório de Auditoria CGU n.º 201203651,

relativo à Auditoria Anual de Contas da ANEEL – exercício 2011, a quantidade considerável de

outorgas do setor elétrico que teria seu termo contratual nos próximos cinco anos. Corrobora o

disposto na assertiva anterior, o seguinte excerto, retirado da Cartilha Concessões de Geração,

Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica: Perguntas e Respostas3:

Para a geração de energia elétrica, 20 contratos de concessão têm seu

vencimento entre 2015 e 2017, totalizando 22.341 MW de potência instalada,

equivalentes a aproximadamente 20% do atual parque gerador do Brasil.

[...]

Para a transmissão de energia elétrica, 9 contratos de concessão têm seu

vencimento em 2015, totalizando 85.326 km de linhas de transmissão, dos quais 68.789

km são componentes da Rede Básica do Sistema Interligado Nacional – SIN,

correspondendo a aproximadamente 67% desse sistema.

[...]

No caso da distribuição de energia elétrica, 44 contratos de concessão terão o

seu término entre 2015 e 2016, representando aproximadamente 35% do mercado

atendido.

Neste cenário, sem adentrar no mérito do normativo, ressalta-se que a Lei n.º

12.783/2013 buscou (i) mitigar riscos e maximizar a captura de eficiências inerentes às

concessões vincendas4, para as quais, até então, não se tinha a clareza necessária quanto à

possibilidade legal de serem renovadas; e (ii) apresentar diretrizes mínimas a serem seguidas

pelos agentes do setor elétrico, dentre os quais, o órgão regulador, no que toca à renovação das

concessões vencidas e vincendas.

Há de se reconhecer, noutra ponta, que a alteração do marco legal do setor elétrico tornou

mais incisiva a regulação da Agência sobre a área de negócio geração de energia elétrica. Para as

2 Vide inclusão do inciso XXI no artigo 3º da Lei n.º 9.427/96.

3 Vide www.mme.gov.br.

4 A descontinuidade do serviço público é um risco inerente ao término de uma concessão. De igual forma, o

desincentivo ao investimento também é um risco que aumenta com a aproximação do advento do termo

contratual. No que tange à captura de eficiências, destaca-se trecho retirado da Exposição de Motivos

Interministerial n.º 37/MME/MF/AGU: “A experiência internacional, segundo estudos efetuados por Grupo de

Trabalho específico instituído pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE, indica que a manutenção

da exploração do serviço pelos concessionários, desde que esteja sendo prestado adequadamente, constitui

forma apropriada para maximizar a captura de eficiência e dos ganhos proporcionados pela amortização e

depreciação dos ativos já remunerados”.

Page 46: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

46/123

concessionárias que optaram pela renovação da outorga, a remuneração passou a ser calculada

pelo órgão regulador para cada usina5

(Art. 1º, § 1º, inciso I, Lei n.º 12.783/2013).

Deve-se destacar que a Lei n.º 12.783/2013 e normatizações correlatas - no que tange à

condução do processo de renovação das concessões, realização dos estudos e cálculos

necessários e decisão acerca da prorrogação ou não dos contratos – segregou as competências

entre três órgãos governamentais, a saber, o Ministério de Minas e Energia (MME), a Empresa

de Pesquisa Energética (EPE) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A Figura 1

traz, de forma simplificada, o fluxo desenhado no Decreto 7.805/2012, bem como a divisão de

competências imposta.

Figura 1 – Fluxo e Competências definidos pelo Decreto 7.805/2012.

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir dos dispositivos do Decreto n.º 7.805/2012.

O Quadro 1, por sua vez, apresenta, de forma resumida, as principais competências

definidas pelo Decreto 7.805/2012 para cada entidade, discriminando o produto gerado a partir

do comando normativo:

5

O MME definiu tarifa inicial para cada usina hidrelétrica (art. 3º, inciso I, alínea a, Decreto 7.805/2012).

Page 47: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

47/123

QUADRO 1 – Principais Competências estabelecidas no Decreto 7.805/2012

Órgão Competência Documento Referência

MME6

Decisão final sobre a prorrogação ou não das

concessões (art. 1º c/c art. 2º, § 5º)

Status: Realizado

Deferimento de

Requerimento de

Prorrogação do

Prazo das

Concessões da

Transmissão e

Geração – sítio

eletrônico MME.

http://www.mme.gov.br/mme/

galerias/arquivos/Despacho_

MME_-

_Concessoes_Hidreletricas.pd

f

http://www.mme.gov.br/mme/

galerias/arquivos/Despacho_

MME_-

_Concessoes_Transmissao.pd

f

Celebração do Contrato de Concessão (art. 2º,

§ 5º)

Status: Realizado

Lista das

Concessões do

Serviço Público de

Geração de Energia

Elétrica

Prorrogadas – sítio

eletrônico ANEEL.

http://www.aneel.gov.br/aplic

acoes/noticias/Output_Noticia

s.cfm?Identidade=6411&id_a

rea=90

Definição da tarifa inicial para cada usina

hidrelétrica (art. 3º, inciso I, alínea a)

Status: Realizado

Portaria MME n.º

578, de 31 de

outubro de 2012.

http://www.mme.gov.br/mme/

galerias/arquivos/Port_578_G

eracao.pdf

Definição do valor da indenização, quando

aplicável (art. 3º, inciso I, alínea b, e inciso II,

alínea b, c/c art. 12)

Status: Realizado

Portaria

Interministerial

MME/MF n.º 580,

de 1º de novembro

de 2012.

Portaria

Interministerial

MME/MF n.º 602,

de 29 de novembro

de 2012.

http://www.mme.gov.br/mme/

galerias/arquivos/Port_580_in

ter_MF_indenizaxes_minister

io_da_fazenda.pdf

http://www.mme.gov.br/mme/

galerias/arquivos/noticias/201

2/Port_602_alt_ANEXO_I_p

ort_580.pdf

Definição da Receita Anual Permitida – RAP

(art. 3º, inciso I, alínea b)

Status: Realizado

Portaria MME n.º

579, de 31 de

outubro de 2012

http://www.mme.gov.br/mme/

galerias/arquivos/Port_579_T

RANSMISSAO.pdf

ANEEL

Recebimento dos documentos comprobatórios

de regularidade fiscal, trabalhista e setorial, e

de qualificação jurídica, econômico-financeira

e técnica, bem como o requerimento de

prorrogação do prazo de concessão ou termo

de ratificação (art. 2º, caput)

Status: Realizado

Despacho ANEEL

n.º 3.065, de 2 de

outubro de 2012.

http://www.aneel.gov.br/cedo

c/adsp20123065_2.pdf

Encaminhamento ao MME dos requerimentos Sítio Eletrônico http://www.aneel.gov.br/aplic

6

Representação do Poder Concedente (art. 17 – Decreto 7.805/2012)

Page 48: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

48/123

de prorrogação e as ratificações, instruídos

com manifestação quanto à prorrogação

pretendida (art. 2º,§ 3º)

Status: Realizado

acoes/noticias/Output_Noticia

s.cfm?Identidade=6148&id_a

rea=90

Realização da revisão extraordinária das

tarifas de uso dos sistemas de transmissão (art.

3º, § 2º)

Status: Realizado

Resolução

Normativa ANEEL

n.º 523, de 17 de

dezembro de 2012.

Resolução

Homologatória

ANEEL 1.398, de

17 de dezembro de

2012.

Resolução

Homologatória

ANEEL 1.399, de

17 de dezembro de

2012

http://www.aneel.gov.br/cedo

c/ren2012523.pdf

http://www.aneel.gov.br/cedo

c/reh20121398.pdf

http://www.aneel.gov.br/cedo

c/reh20121399.pdf

Divulgação, até 20 de janeiro de 2013, da

alocação das cotas (art. 4º, § 11)

Regulação do mecanismo de cessão

compulsória de CCEARs (art. 4º, § 8º)

Elaboração do Contrato de Cotas de Garantia

Física de Energia e de Potência (art. 7º, caput)

Status: Realizado

Resolução

Normativa ANEEL

n.º 521, de 11 de

dezembro de 2012.

Resolução

Homologatória no

1.410, de 24 de

janeiro de 2013.

http://www.aneel.gov.br/cedo

c/ren2012521.pdf

http://www.aneel.gov.br/atosd

odia_reducaotarifaria/

http://www.aneel.gov.br/atosd

odia_ReducaoTarifaria/atos/R

EH_1410_24012013_ANEX

O_DIR.pdf

Recebimento das informações do Projeto

Básico do Empreendimento a ser

encaminhadas pela concessionária (art. 10,

caput)

Status: Realizado

Trata-se de recebimento dos projetos básicos das

concessionárias e repasse à EPE.

Realização, a partir da base atualizada de

dados utilizada para a composição das

respectivas Receitas Anuais Permitidas, dos

estudos para a definição do VNR das

instalações de transmissão autorizadas pela

ANEEL a partir de 31 de maio de 2000 (art.

11)

Status: Realizado

Nota Técnica n.º

396/2012-

SRE/ANEEL, de 31

de outubro de 2012.

http://www.mme.gov.br/mme/

galerias/arquivos/Portarias_co

ncessoes/nota_tecnica_396.pd

f

EPE

Elaboração dos estudos para a definição do

VNR dos empreendimentos de geração de

energia elétrica (art. 10, caput), utilizando-se o

banco de preços (art. 10, § 1º)

Status: Realizado

Nº EPE-DEE-RE-

092/2012-r1, de 22

de outubro de 2012.

http://www.mme.gov.br/mme/

galerias/arquivos/Portarias_co

ncessoes/Relat_Metodologia_

r1.pdf

Fonte: Elaborado pela equipe DIENE, a partir dos dispositivos do Decreto 7.805/2012.

Page 49: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

49/123

Observa-se que, neste primeiro momento – iniciado, pelas concessionárias, com o

encaminhamento à ANEEL do requerimento de prorrogação, e finalizado com a celebração dos

termos aditivos -, foi conferido ao órgão regulador papel preponderantemente executório e

opinativo7, uma vez que coube ao MME a decisão final sobre (i) a prorrogação ou não das

concessões; (ii) a tarifa inicial das usinas hidrelétricas; (iii) valor da indenização das instalações

de transmissão; (iv) o valor da Receita Anual Permitida (RAP); e (v) o valor da indenização dos

ativos de geração. Nesta última atividade, o MME recebeu subsídios da EPE; nas demais, coube

à ANEEL fornecer os insumos necessários à tomada de decisão do Poder Concedente.

Neste cenário, o órgão regulador subsidiou a tomada de decisão do MME,

desenvolvendo, dentre outras, as seguintes atividades: (i) instrução dos processos de prorrogação

das concessões, para, posterior, decisão do representante do Poder Concedente8; (ii) revisita aos

padrões de qualidade dos serviços de energia elétrica; e (iii) a elaboração de estudos para a

definição (a) da receita inicial das transmissoras; (b) da tarifa inicial da geração; (c) do valor

novo de reposição das instalações de transmissão; e (d) da depreciação acumulada por usina.

Segregadas as responsabilidades, conforme descrito no Relatório de Gestão da ANEEL,

fls. 472-473, a Agência passou ao levantamento das outorgas de geração, transmissão e

distribuição cujo vencimento se daria nos próximos cinco anos (até 31 de dezembro de 2017).

No que toca às outorgas de geração, o órgão regulador separou as usinas outorgadas no

regime de serviço público de energia, daquelas outorgadas sob o regime de autoprodução. Há de

se destacar que, no caso das últimas, a Agência “[...] aguarda regulamento do Poder

Concedente no que diz respeito ao cálculo do uso do bem público para que possa instruir os

processos de prorrogação, nos termos da Lei nº 12.783/2013”9. O Quadro 2 apresenta um

resumo das outorgas de serviço público de energia com vencimento até dezembro de 2017.

7 De acordo com o Relatório de Gestão da ANEEL, exercício 2012, “para fins do disposto na MP nº 579/2012, o

Poder Concedente é representado pelo Ministério de Minas e Energia e a ANEEL realizou atividades

subsidiárias para a conclusão dos processos de prorrogação”.

8 No Setor Elétrico, o poder concedente é representado pelo Ministério de Minas e Energia para os fins do disposto

na Medida Provisória nº 579, de 2012, e neste Decreto. (art. 17, Decreto 7.805/2012)

9 Ofício nº 43/2013-AIN/ANEEL, de 19 de abril de 2013. Para o caso das usinas outorgadas sob o regime de

autoprodução, vide art. 2º da Lei n.º 12.783/2013.

Page 50: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

50/123

Quadro 2 – Balanço das Concessões, após a edição da MP 579

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir dos dados remetidos pelo Ofício n.º 43/2013-AIN/ANEEL.

O Quadro 3, por sua vez, lista as usinas geradoras, outorgadas em regime de

autoprodução, cuja concessão tem o termo final até 31 de dezembro de 2017, inclusive.

ConcessionáriaQuantidade

de Usinas

Potência

Outorgada

(kW)

Potência

Outorgada

(%)

Valor da

Indenização

(R$) *

Não Optaram pela Renovação 44 7.330.318 32,66% 1.918.878.380,00

Celesc Geração S.A 7 95.802 0,43% 98.493.980,00

CELG - GT 2 16.000 0,07% -

CEMIG 18 1.065.308 4,75% -

CESP 3 5.806.650 25,87% 1.759.860.446,00

CHESF 1 4.000 0,02% -

COPEL 4 271.900 1,21% -

Quatiara Energia S.A. 2 3.944 0,02% -

Santa Cruz Geração de Energia S.A. 2 32.780 0,15% -

Socibe Energia S.A. 1 14.040 0,06% -

Zona da Mata Geração S.A 4 19.894 0,09% 60.523.954,00

Optaram pela Renovação 37 15.111.685 67,34% 6.029.138.786,00

CEEE-GT 12 419.964 1,87% -

CHESF 10 9.208.508 41,03% 5.178.303.136,00

CHESP 1 3.010 0,01% 6.663.430,00

Companhia Jaguari de Energia - CJE 1 2.363 0,01% -

Companhia Leste Paulista de Energia 1 18.060 0,08% -

DEMEI 1 6.200 0,03% -

DMED 1 8.780 0,04% 28.034.480,00

Eletronorte 1 78.000 0,35% 35.492.480,00

Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. - EMAE 3 935.800 4,17% 36.397.310,00

FURNAS S.A. 6 4.431.000 19,74% 744.247.950,00

Total Geral 81 22.442.003 100,00% 7.948.017.166,00

(*) Portaria MME/MF 602/2012

Page 51: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

51/123

Quadro 3 – Usinas outorgadas em regime de autoprodução com vencimento até 31/12/2017

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir dos dados remetidos pelo Ofício n.º 43/2013-AIN/ANEEL.

Faz-se pertinente destacar que, para os casos em que não houve a prorrogação das

concessões, o art. 8º da Lei n.º 12.783/2013 afirma que tais usinas serão licitadas, na modalidade

leilão ou concorrência, por até trinta anos. Por meio da Solicitação de Auditoria 201306236/03, a

equipe da CGU questionou o órgão regulador se, para as outorgas que não foram prorrogadas, já

existe previsão ou cronograma para a realização dos leilões. De acordo com o Ofício n.º

43/2013-AIN/ANEEL:

[...] Esclarecemos, ainda, que a ANEEL realizará, nos termos da Lei n.º

9.472/96, a licitação das concessões não renovadas após a emissão de ato do Poder

Concedente definindo diretrizes do edital de leilão. Somente após a publicação deste ato

será possível definir o cronograma de realização destes leilões

Constam no sítio eletrônico10

do Ministério de Minas e Energia, os seguintes

esclarecimentos atinentes às concessões não prorrogadas:

A Medida nº 579, de 11 de setembro de 2012, é muito clara e dedica um capítulo

específico (capítulo III – da Licitação) que se aplica para os casos em que as concessões

10 http://www.mme.gov.br/mme/menu/concessoes.html.

Usina Hidrelétrica Concessionária VencimentoPotência

Outorgada (kW)

Santa Maria Maringa S.A. - Cimento e Ferro-Liga 2004 3.000,00

Cachoeira da Fumaça Usina Jaciara S.A. 2005 2.560,00

Flor do Mato Celulose Irani S.A. 2005 4.800,00

Jaguaricatu I Senges Papel e Celulose 2005 2.200,00

Salto do Leão Brasil Foods S.A. 2006 1.344,00

Bicas OPM Empreendimentos S.A. 2007 1.560,00

Brecha Novelis do Brasil Ltda. 2008 12.400,00

Brito Novelis do Brasil Ltda. 2008 2.900,00

Salto Grande Companhia Volta Grande de Papel 2008 1.600,00

Cachoeira dos Macacos Lafarge Brasil S.A. 2009 3.375,00

Coronel João de Cerqueira Lima Companhia Industrial Itaunense 2009 1.152,00

Doutor Augusto Gonçalves Companhia Industrial Itaunense 2009 1.648,00

Cachoeira Companhia Brasileira de Papel - IBEMA 2011 1.840,00

Carioca (antiga Cachoeira do Rosário) Companhia de Tecidos Santanense - Santanense 2012 1.600,00

Salto Santo Antônio Adami S.A. - Madeiras 2012 6.236,00

Jaguaricatu II Senges Papel e Celulose 2013 2.400,00

Pitangui (ex-Cachoeira Bento Lopes) Companhia Tecidos Santanense 2013 1.400,00

Salto da Barra Maringa S.A. - Cimento e Ferro-Liga 2013 2.000,00

Rio Timbó Companhia Bom Sucesso de Eletricidade 2014 5.500,00

Salto Claudelino Olvepar S.A. Industria e Comercio 2014 2.400,00

Alecrim CBA - Companhia Brasileira de Aluminio 2016 72.000,00

Barra CBA - Companhia Brasileira de Aluminio 2016 40.400,00

França CBA - Companhia Brasileira de Aluminio 2016 29.500,00

Fumaça CBA - Companhia Brasileira de Aluminio 2016 36.400,00

Palheiros Klabin S.A. 2016 1.840,00

Pitinga Mineracao Taboca S.A. 2016 24.960,00

Porto Raso CBA - Companhia Brasileira de Aluminio 2016 28.400,00

Santa Helena CBA - Companhia Brasileira de Aluminio 2016 2.240,00

Serraria CBA - Companhia Brasileira de Aluminio 2016 24.000,00

Votorantim CBA - Companhia Brasileira de Aluminio 2016 3.000,00

Corredeira do Capote Maringa S/A - Cimento e Ferro-Liga 2017 1.723,00

Lago Azul LASA - Lago Azul Ltda. 2017 5.000,00

Marzagão Fertil igas Industria e Comercio Ltda. 2017 2.032,00

Page 52: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

52/123

não sejam prorrogadas, por opção do concessionário ou por decisão do Poder

Concedente.

Nesses casos, as concessões (de geração, de transmissão e de distribuição) serão licitadas,

na modalidade leilão ou concorrência, para concessão pelo prazo de até trinta anos.

Para o concessionário titular da concessão, até o vencimento de seu prazo e consequente

licitação, é também assegurado o recebimento de indenização correspondente às parcelas

dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou não

depreciados, cujo valor também será calculado com base na metodologia de Valor Novo

de Reposição – VNR, que se estabeleceu para o cálculo das indenizações no caso de

prorrogação.

A metodologia do VNR refere-se ao cálculo do valor de um ativo (no caso o bem

reversível vinculado a uma concessão vincenda) como se fosse construído a preços

atuais, considerando as características técnicas e correspondentes quantitativos para a

realização do empreendimento. No entanto, o valor da indenização é o valor novo de

reposição líquido – ou residual – dos ativos em serviço, ou seja, descontada a parcela de

amortização já remunerada por meio da receita desde a entrada em operação do ativo.

Dessa forma, o valor a ser indenizado depende do valor do bem (calculado por meio da

metodologia do VNR) e o percentual não depreciado ou não amortizado. O percentual de

depreciação acumulada, calculado pela ANEEL, é resultado da quantidade de tempo que

o bem esteve em operação e da taxa de depreciação anual. Essa forma de cálculo do valor

de indenização, que depende da depreciação, também será aplicada no caso de licitação

ao indenizar ativos não depreciados ou não amortizados. Ou seja, quando do vencimento

da concessão, no valor da indenização será considerada a depreciação dos ativos até essa

data.

O novo concessionário de geração que se sagrar vencedor na licitação, como ocorre nos

casos em que haverá prorrogação, também ficará submetido à remuneração por tarifa

calculada pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL para cada usina

hidrelétrica; à alocação de cotas às distribuidoras do Sistema Interligado Nacional – SIN;

e à submissão aos padrões de qualidade do serviço fixados pela ANEEL.

Neste sentido, o regime de remuneração por tarifa e contratação por cotas para os ativos

de geração será aplicado tanto no caso de prorrogação, como para os casos de término do

prazo de concessão e consequente licitação.

No que tange às concessões prorrogadas, os termos aditivos foram firmados em 4 de

dezembro de 2012 e podem ser acessados em

http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/contrato/contrato.cfm?idramo=1.

Quanto às outorgas de transmissão, todas foram prorrogadas até 2045 (vide Quadro 4).

De acordo com a Cartilha Concessões de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia

Elétrica: Perguntas e Respostas11

: “Esses contratos são de titularidade das empresas federais

Eletrobras Chesf, Eletrobras Eletronorte, Eletrobras Eletrosul e Eletrobras Furnas, e das

empresas estaduais COPEL, CEMIG, CEEE e CELG, e um de empresa privada, a CTEEP”.

11 Vide nota 3.

Page 53: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

53/123

Quadro 4 – Concessões de transmissão prorrogadas

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir das informações remetidas pelo Ofício n.º 43/2013-AIN/ANEEL e

dados da Portaria MME/MF n.º 580/2012.

No que concerne às concessões de distribuição, consta no Memorando nº 361/2013-

SCT/ANEEL, de 17/04/2013, que “[...] ainda não foi emitido pelo Poder Concedente o decreto

tratando das condições para prorrogação das concessões de distribuição. Todas as

distribuidoras com vencimento até 31/12/2017 já apresentaram requerimentos de prorrogação”.

De acordo com o artigo 1º, § 1º, inciso III, e artigo 6º, parágrafo único, inciso II, da Lei

n.º 12.783/2012, a prorrogação das concessões de geração e transmissão depende também da

submissão das outorgadas aos padrões de qualidade dos serviços fixados pela ANEEL. Segundo

o Ofício n.º 43/2013-AIN/ANEEL:

[...] os padrões de qualidade para as usinas hidrelétricas estão definidas na Resolução

Normativa nº 541, de 12 de março de 2013. Resumidamente, as usinas despachadas

centralizadamente pelo ONS, devem manter ou melhorar o índice de indisponibilidade

total considerado no cálculo da respectiva garantia física de energia. Para as usinas não

despachadas centralizadas pelo ONS, o objetivo é manter sua geração compatível com a

garantia física. Em ambos os casos há um prêmio quando se supera a meta de qualidade e

uma penalidade em caso contrário. Esta resolução também será aplicada aos

aproveitamentos que optaram em não renovar as concessões quando forem licitados ao

final da concessão.

Para as transmissoras, o Memorando nº 112/2013-SRT/ANEEL, de 17 de abril de 2013,

asseverou que:

6. Com a publicação da Medida Provisória nº 579/2012 e do Decreto nº

7.805/2012, foi realizada a Audiência Pública 76/2012, onde foi apresentada proposta de

revisão da REN nº 270/2007 de forma a contemplar alteração de parâmetros de qualidade

para as concessões que optassem por prorrogar seus contratoa de concessão. Uma vez

prevista a prorrogação das concessões condicionada aos padrões de qualidade do serviço

fixados pela ANEEL, foi oportuna a uniformização do tratamento dados aos

concessionários que prestam o serviço de transmissão.

7. Assim, em decorrência das AP 43/2012 e 76/2012, foi publicada a Resolução

Normativa nº 512/2012, a qual alterou a REN nº 270/2007, contendo os seguintes

dispositivos:

a) as concessionárias cujos contratos não eram passíveis de prorrogação

em 2012, assim como as concessionárias que não optassem pela prorrogação,

CEEE 92.715.812/0001-31 RS 08/07/1995 07/07/2015 07/07/2045 661.085.854,71

CELG 07.779.299/0001-73 GO 08/07/1995 07/07/2015 07/07/2045 98.740.514,73

ELETROSUL 00.073.957/0001-68 SC, MS, PR, RS, SP 08/07/1995 07/07/2015 07/07/2045 1.985.568.720,82

ELETRONORTE 00.357.038/0001-16 PA, MA, PI, TO, MT 08/07/1995 07/07/2015 07/07/2045 1.682.267.636,86

COPEL 04.370.282/0001-70 PR 08/07/1995 07/07/2015 07/07/2045 893.922.937,78

CTEEP 02.998.611/0001-04 SP 08/07/1995 07/07/2015 07/07/2045 2.891.290.828,50

FURNAS 23.274.194/0001-19RJ, SP, PR, MG, GO, TO, DF,

ES, MT08/07/1995 07/07/2015 07/07/2045 2.878.027.799,89

CEMIG 06.981.176/0001-58 MG 08/07/1995 07/07/2015 07/07/2045 285.438.044,29

CHESF 33.541.368/0001-16PE, CE, SE, BA, AL, PI, MA,

PB, RN08/07/1995 07/07/2015 07/07/2045 1.587.160.434,07

12.963.502.771,65

Valor da Indenização

(R$)

(*) Prorrogada nos termos da Portaria MME nº 185/2001, de 7/6/2001.

(**) Portaria Interministerial MME/MF n.º 580/2012.

TOTAL:

Nome CNPJ Localização Início da Concessão* Vencimento Prorrogadas até

Page 54: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

54/123

seriam submetidas a novos valores para os Padrões de Duração de Desligamento,

tanto para os Padrões referentes a aplicação do desconto de receita quanto para o

Adicional à RAP; e

b) as concessionárias que optaram pela prorrogação não mais seriam

submetidas ao Adicional à RAP e aos Padrões de Duração de Desligamento

(franquias de tempo). Portanto as concessionárias com contratos prorrogados e

licitados teriam os mesmos dispositivos de qualidade. [sic]

Conforme descrito neste Relatório de Auditoria, além de instruir os processos de

prorrogação das outorgas de geração e transmissão e revisitar os padrões de qualidade, a Agência

elaborou estudos para subsidiar a tomada de decisão do Ministério de Minas e Energia quanto à

definição da receita inicial de transmissão, da tarifa inicial de geração, do valor novo de

reposição das instalações de transmissão e da depreciação acumulada por usina. O Quadro 5

apresenta um resumo das Notas Técnicas produzidas pela Agência12

e dos documentos

decisórios correlatos emitidos pelo MME. Há de se repisar que, na fixação do valor novo de

reposição dos ativos de geração, para fins de indenização, por força do art. 10 do Decreto n.º

7.805/201213

, o MME foi subsidiado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Quadro 5 – Subsídios encaminhados pela Agência ao MME

Nota Técnica Assunto Instrumento

Decisório

Fundamento

Legal

- Nota Técnica n.º 383/2012-SRE/ANEEL

- Nota Técnica DEA/DEE 01/12 – EPE

Contribuição ao

processo de fixação

da receita inicial de

transmissão

.

Portaria MME n.º

579, de 31 de outubro

de 2012.

- Art. 13, MP

579; e

- Artigos 3º e 17,

Decreto

7.805/2012.

- Nota Técnica n.º 385/2012-SRE/ANEEL

- Nota Técnica DEA/DEE 01/12 - EPE

Contribuição ao

processo de fixação

da tarifa inicial de

geração

Portaria MME n.º

578, de 31 de outubro

de 2012.

- Art. 13, MP

579; e

- Artigos 3º e 17,

Decreto

7.805/2012

- Nota Técnica n.º 387/2012-SRE/ANEEL

- Nota Técnica n.º 396/2012-SRE/ANEEL

Estudos para

definição do Valor

Novo de Reposição

das instalações de

transmissão

autorizadas pela

Portaria

Interministerial

MME/MF n.º 580, de

1º de novembro de

2012.

- Artigos 3º e 17

c/c artigos 9º e

10, Decreto

7.805/2012.

12

Todos os documentos podem ser encontrados no Processo Administrativo ANEEL N.º

48500.005619/2012-48.

13 Art. 10. Os estudos para a definição do VNR dos empreendimentos de geração de energia elétrica serão

realizados pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE, a partir das informações do Projeto Básico do

Empreendimento a ser fornecido à ANEEL pela concessionária de geração.

§ 1º Os custos unitários utilizados nos estudos de que trata o caput serão obtidos a partir de banco de preços da

EPE.

§ 2º Os projetos básicos dos empreendimentos de geração deverão ser protocolizados junto à ANEEL até 15 de

outubro de 2012, observado o disposto no § 5º do art. 15 da Medida Provisória nº 579, de 2012.

§ 3º No projeto básico do empreendimento devem constar os quantitativos de materiais, equipamentos

hidromecânicos e eletromecânicos, e serviços.

Page 55: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

55/123

ANEEL Portaria

Interministerial

MME/MF n.º 602, de

29 de novembro de

2012.

- Nota Técnica n.º 388/2012-SRE/ANEEL

- Nota Técnica n.º 411/2012-SRE/ANEEL

Contribuição aos

estudos para o

cálculo do valor da

indenização das

usinas hidrelétricas

- Artigos 3º e 17

c/c artigos 9º e

11, Decreto

7.805/2012.

Nº EPE-DEE-RE-092/2012-r1 Cálculo do Valor

Novo de Reposição –

VNR de

Empreendimentos de

Geração de Energia

Elétrica

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados constantes no Processo n.º 48500.005619/2012-48

(acessado via SICNet 2.0) e Portarias MME n.º 578 e 579 e MME/MF n.º 580 e 602.

As Notas Técnicas n.º 383/2012-SRE/ANEEL e 385/2012-SRE/ANEEL, na forma de

subsídio, respectivamente, apresentaram (i) uma receita inicial de transmissão14

média de R$

283.185.811,67 e (ii) custo operacional de geração médio estimado15

de R$ 124.519,01 por

megawatt. Por meio das Portarias n.º 579 e 578, o MME definiu, respectivamente, (i) a Receita

Anual Permitida – RAP das instalações integrantes das concessões de transmissão de energia

elétrica em R$ 311.504.381,83 (média); e (ii) a tarifa inicial média para as usinas hidrelétricas

em R$ 136,97 por quilowatt-ano. O Quadro 6 traz, em unidades de medidas simétricas, os

valores médios de RAP e a tarifa inicial de geração propostos pela ANEEL e adotados pelo

MME, bem como a diferença percentual existente.

Quadro 6 – Comparação entre os valores propostos pela ANEEL e definidos pelo MME

Item ANEEL MME Diferença

(%)

RAP (R$) 283.185.811,67 311.504.381,83 10%

Tarifa Inicial de Geração (R$/kW.ano) 124,51 136,97 10%

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados constantes no Processo n.º 48500.005619/2012-48

(acessado via SICNet 2.0) e nas Portarias MME n.º 578 e 579.

Há de se observar que o valor fixado pelo Ministério de Minas e Energia para a RAP de

cada transmissora e para tarifa inicial de cada usina hidrelétrica é 10% (dez por cento) superior

ao valor sugerido nas Notas Técnicas elaboradas pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Em

reunião com os técnicos do órgão regulador, realizada na sede da Agência, no dia 26 de abril de

2013, a Equipe de Auditoria da DIENE foi informada que a diferença percentual tem sua

motivação em documento elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética. O documento em

questão é a Nota Técnica DEA/DEE 01/12, intitulada de Proposta de Remuneração dos Serviços

14 Média simples calculada a partir da Tabela 11 (Cálculo da Receita Total de Transmissão considerando retornos

constantes de escala para as empresas que possuem atividades significativas de geração) da Nota Técnica

383/2012-SRE/ANEEL

15 Considera apenas as usinas contempladas tanto na NT 385/2012-SRE/ANEEL quanto na Portaria MME 578.

Média simples calculada a partir da Tabela 5 (Custos Operacionais Estimados para Cada Usina/- Resultado da

Regressão) da Nota Técnica 385/2012-SRE/ANEEL.

Page 56: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

56/123

de Operação e Manutenção (O&M)16

e datada de outubro de 2012. Seguem, abaixo, trechos do

documento em voga17

.

1. INTRODUÇÃO

A presente Nota Técnica (NT) visa subsidiar o MME no processo de estabelecer um

valor de remuneração (taxa de lucro) a ser incluído nas tarifas de prestação de

serviços de operação e manutenção (O&M) de geração e transmissão das

empresas de energia elétrica cujas concessões serão objeto de renovação no âmbito

do estabelecido na Medida Provisória nº 579, de 11/09/2012.

[...]

Assim, a presente NT foca a taxa de lucro associada a atividades econômicas dentro do

setor de energia elétrica, apresentando [...] na seção 3, uma proposta de taxa

representativa de lucro para o setor de energia elétrica, dentro das condições do quadro

atual.

3 TAXA DE LUCRO PROPOSTA

Como referência para o estabelecimento da remuneração ou lucro a ser incluído na

tarifa de O&M das empresas prestadoras dos serviços de geração e transmissão de

energia elétrica pode-se citar a faixa de aceitabilidade do lucro indicada no item 9.2 do

já mencionado Acórdão 325/2007 – TCU – Plenário, que varia de 3,8% a 10,0%, com

média de 6,9%. A metodologia utilizada compreendeu amplo levantamento de dados

junto a empresas do setor, inclusive Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletrosul e Eletrobras,

além de consultas à ANEEL.

No Acórdão 2369/2011, o TCU retoma a discussão, procurando aumentar o escopo da

aplicação da metodologia para atividades de engenharia em outros setores além de

linhas de transmissão e subestações, obtendo-se uma faixa de variação do lucro entre

5% e 12%, com média de 8,5%. Observa-se que, entre as recomendações deste

Acórdão, o TCU resolveu constituir um grupo de trabalho interdisciplinar no âmbito do

Tribunal para aprofundar os estudos até então efetuados e definir as faixas aceitáveis de

BDI específicas para cada tipo de empreendimento.

[...]

A título exemplificativo da ordem de grandeza de valores de remuneração no setor

elétrico, pode-se citar, em termos históricos, o Decreto-lei nº 1383/74, de 26/12/1974, o

qual estabeleceu o valor de 10% ao ano como remuneração legal do investimento dos

concessionários integrados nos planos de aplicação dos recursos da Reserva Global de

Garantia.

Para o valor proposto são feitas as seguintes ponderações:

sugere-se para a consideração do MME a adoção de um valor de 10% como taxa

de lucro a ser incluída nas tarifas de O&M das empresas prestadoras dos serviços

de geração e transmissão de energia elétrica, no momento atual da renovação das

suas concessões.

observa-se que tal valor, da ordem de grandeza do limite superior de aceitabilidade

indicado pelo TCU, será objeto de reavaliação pela ANEEL no processo de revisão

tarifária dos próximos anos.

Associados à proposição deste valor, são ressaltados os seguintes aspectos:

16 http://www.aneel.gov.br/arquivos/HTML/Renovação_das_Concessões.htm.

17 De acordo com o artigo 5º do Decreto-Lei n.º 1.383/74, “A remuneração legal do investimento dos

concessionários integrados nos planos de aplicação dos recursos da Reserva Global de Garantia será de até

10% (dez por cento) ao ano, a critério do Ministério das Minas e Energia”.

Page 57: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

57/123

A taxa média de lucro de 7%, obtida a partir dos valores levantados pelo TCU,

particularmente nas contratações dos insumos para a construção de linhas de

transmissão e subestações, poderia ser uma referência inicial; _

salienta-se, porém, que a base de dados do estudo do TCU pode não refletir

adequadamente as peculiaridades das atividades de O&M das empresas

prestadoras de serviços de geração e transmissão para as quais não se dispõe de

informações mais detalhadas neste momento;

antecipa-se que o impacto relativo nas tarifas finais dos consumidores não será

significativo ao se considerar uma taxa de lucro acima do valor médio acima

mencionado, desde que observado um limite superior aceitável;

finalmente, a renovação das concessões de geração e transmissão imporá desafios

de ajustes econômico-financeiros às empresas, sendo o valor considerado para a

taxa de lucro um fator favorável à aceitação das condições de renovação

propostas pelo órgão concedente. De outra forma, uma taxa de lucro relativamente

baixa poderá induzir à não renovação, o que poderá afetar as reduções tarifárias

antevistas pelo Governo. (grifo nosso)

Da leitura do estudo elaborado pela EPE, três pontos podem ser levantados: (i) a taxa de

10% adotada pelo MME representa a parcela de lucro do investidor, e teve como um dos

objetivos incentivar a renovação das concessões; (ii) o valor adotado (10%) é superior à taxa

média de lucro adotada pelo TCU – que é de 7%; e (iii) em 2018, na ocasião da revisão tarifária,

a taxa representativa de lucro poderá ser revisitada pela ANEEL, e, então, debatida com a

sociedade, por meio de consultas e audiências públicas18

.

Em outra frente, o órgão regulador também apresentou subsídios - ao Ministério de

Minas e Energia - relativos à definição do valor da indenização atinente aos bens reversíveis

ainda não amortizados ou não depreciados, devido às usinas geradoras e às transmissoras que

tiveram suas concessões prorrogadas ou não.

Há de se destacar que o artigo 8º, § 2º, da MP 579 (convertida na Lei n.º 12.783/2013)

combinado com o artigo 9º do Decreto n.º 7.805/2012 definem que a indenização do valor dos

investimentos dos bens reversíveis ainda não amortizados ou não depreciados será calculada com

base no Valor Novo de Reposição - VNR, e considerará a depreciação e a amortização

acumuladas a partir da data de entrada em operação da instalação, até 31 de dezembro de 2012,

em conformidade com os critérios do Manual de Contabilidade do Setor Elétrico – MCSE. De

acordo com a Nota Técnica EPE-DEE-RE-092/2012-r1, de 22 de outubro de 2012:

18 Salienta-se que a Cláusula Sétima (Revisão da Receita Anual de Geração) do Termo Aditivo firmado com as

concessionárias que optaram pela prorrogação de suas outorgas de geração assevera que a primeira revisão

tarifária será procedida em 1º de julho de 2018 e considerará as informações apresentadas pela concessionária

nos termos do art. 15, § 6º, da Medida Provisória nº 579, de 11 de setembro de 2012. De acordo com o art. 15 da

MP 579:

Art. 15. A tarifa ou receita de que trata esta Lei deverá considerar, quando houver, a parcela dos investimentos

vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados, não depreciados ou não indenizados pelo poder

concedente, e será revisada periodicamente na forma do contrato de concessão ou termo aditivo. [...]

§ 6o As informações necessárias para o cálculo da parcela dos investimentos vinculados a bens reversíveis,

ainda não amortizados ou não depreciados, das concessões prorrogadas nos termos desta Lei, que não forem

apresentadas pelos concessionários, não serão consideradas na tarifa ou receita inicial, ou para fins de

indenização.

§ 7º As informações de que trata o § 6º, quando apresentadas, serão avaliadas e consideradas na tarifa do

concessionário a partir da revisão periódica, não havendo recomposição tarifária quanto ao período em que

não foram consideradas.

Page 58: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

58/123

Essa metodologia refere-se ao cálculo do valor de um ativo (no caso, o bem reversível

vinculado à uma concessão vincenda) se fosse construído a preços atuais, tendo por

base os quantitativos de materiais, equipamentos eletromecânicos, e serviços, que

fazem parte dos Projetos Básicos protocolados na ANEEL em atendimento ao § 2º do o

art. 10 do Decreto nº 7.805/2012. [...]

Em outros termos, a metodologia consiste em calcular o valor do investimento para a

construção de uma usina, como se fosse hoje a sua implantação, considerando as

características técnicas e correspondentes quantitativos estabelecidos no Projeto

Básico.

Ressalta-se ainda que o Decreto n.º 7.805/2012 não conferiu à ANEEL a competência de

realizar estudos acerca do VNR das usinas geradoras. Conforme o caput do artigo 10 da norma

em tela, os estudos para a definição do VNR dos empreendimentos de geração de energia elétrica

foram realizados pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE, a partir das informações do Projeto

Básico do Empreendimento a ser fornecido à ANEEL pela concessionária de geração. Diante de

tal cenário, o órgão regulador foi incumbido de (i) promover estudos para a definição do VNR

das instalações de transmissão autorizadas pela ANEEL a partir de 31 de maio de 200019

, a partir

da base atualizada de dados utilizada para a composição das respectivas Receitas Anuais

Permitidas (art. 11, Decreto n.º 7.805/2012) e (ii) apresentar o valor da depreciação e da

amortização acumuladas, para cada usina, a partir da data de entrada em operação da instalação,

até 31 de dezembro de 2012.

No que toca ao cálculo do VNR das instalações de transmissão, a Nota Técnica n.º

387/2012-SRE/ANEEL foi encaminhada ao MME, na forma de subsídio. De forma resumida, o

órgão regulador apresentou ao Ministério de Minas e Energia dois métodos de se calcular o valor

novo de reposição líquido:

MÉTODO A (perfil constante de receita): De forma implícita, a partir do valor

presente do fluxo de pagamentos constantes, ou anuidades. Esse método é equivalente

ao Sistema PRICE.

MÉTODO B (perfil decrescente de receita): A partir da informação contábil de

depreciação da concessionária, ou seja, utilizando-se o método da linha reta de

depreciação ou depreciação constante. Esse método é equivalente ao Sistema de

Amortização Constante, o chamado SAC.

De acordo com o Ofício n.º 158/2012-DR/ANEEL, de 31 de outubro de 2012, “em

reunião realizada em 30 de outubro de 2012, no Ministério de Minas e Energia, com a

participação do MME, ANEEL e EPE, firmou-se o entendimento de que o Valor Novo de

Reposição deverá considerar a depreciação acumulada contábil, em conformidade com a

legislação superveniente. Nesse sentido, e nos termos do artigo 11 do referido Decreto, foram

realizados estudos para definição do VNR das instalações de transmissão autorizadas pela

ANEEL”. Por meio da Nota Técnica n° 396/2012-SRE/ANEEL, a Agência apresentou ao MME

o cálculo do VNR líquido para as instalações de transmissão, considerando a depreciação

acumulada contábil, ou seja, o Método B, citado acima. O valor calculado pela ANEEL para a

19 Há de se destacar que, por força da Medida Provisória n.º 591, de 29 de novembro de 2012:

Art. 1º A Medida Provisória nº 579, de 11 de setembro de 2012, passa a vigorar com as seguintes alterações:

Art. 15. [...]

§ 2º Fica o poder concedente autorizado a pagar, na forma de regulamento, para as concessionárias que

optarem pela prorrogação prevista nesta Medida Provisória, nas concessões de transmissão de energia elétrica

alcançadas pelo § 5º do art. 17 da Lei no 9.074, de 1995, o valor relativo aos ativos considerados não

depreciados existentes em 31 de maio de 2000, registrados pela concessionária e reconhecidos pela ANEEL.

Page 59: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

59/123

indenização das transmissoras - posteriormente, adotado pelo MME, por meio da Portaria

MME/MF n.º 580/2012 - superou a monta de 12 bilhões e pode ser verificado, por transmissora,

no Quadro 4 deste Relatório de Auditoria.

Quanto à indenização dos ativos das usinas geradoras, cumpre, desde o início, esclarecer

que, nos termos do Memorando n.º 185/2013-SRE/ANEEL, de 18 de abril de 2013:

[...] em relação ao impacto da base de ativos vinculados à prestação o serviço público de

energia elétrica no cálculo da indenização, [...] todos os cálculos feitos se referem ao

projeto básico da usina, que foi o objeto da indenização. Todos os investimentos

realizados posteriormente e que ainda não estiverem totalmente depreciados serão

avaliados no momento da primeira revisão tarifária e passarão a compor a tarifa

Da assertiva acima, dois pontos merecem destaque: (i) neste momento, somente serão

indenizados os ativos que compunham o projeto básico das unidades geradoras de determinada

usina hidrelétrica; e (ii) a revisão tarifária, prevista para 2018, poderá incorporar na tarifa os

valores dos investimentos realizados, e não contemplados no projeto básico. Tais conclusões

encontram amparo nos parágrafos 6º a 8º da Lei n.° 12.783/2013:

Art. 15. A tarifa ou receita de que trata esta Lei deverá considerar, quando houver, a

parcela dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados, não

depreciados ou não indenizados pelo poder concedente, e será revisada periodicamente

na forma do contrato de concessão ou termo aditivo. [...]

§ 6º As informações necessárias para o cálculo da parcela dos investimentos vinculados a

bens reversíveis, ainda não amortizados ou não depreciados, das concessões prorrogadas

nos termos desta Lei, que não forem apresentadas pelos concessionários, não serão

consideradas na tarifa ou receita inicial, ou para fins de indenização.

§ 7º As informações de que trata o § 6º, quando apresentadas, serão avaliadas e

consideradas na tarifa do concessionário a partir da revisão periódica, não havendo

recomposição tarifária quanto ao período em que não foram consideradas.

§ 8º O regulamento do poder concedente disporá sobre os prazos para envio das

informações de que tratam os §§ 6º e 7º.

Feita a ressalva necessária, cabe discorrer acerca da atuação da Agência na definição da

indenização dos ativos de geração. Em um primeiro momento, o órgão regulador, representado

pela Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração (SCG), foi incumbido de

receber das concessionárias os projetos básicos dos empreendimentos de geração e encaminhá-

los à Empresa de Pesquisa Energética, responsável pela elaboração dos estudos para a definição

do VNR. A posteriori, a Superintendência de Regulação Econômico (SRE), tendo como insumo

as datas de entrada em operação das unidades geradoras fornecidas pela SCG, passou ao cálculo

da depreciação acumulada20

. Os estudos realizados pela Agência restaram consignados nas Notas

Técnicas n.º 388/2012-SRE/ANEEL e 411/2012-SRE/ANEEL. Há de se destacar que foi

necessária a elaboração de uma segunda Nota Técnica em razão de recursos e petições

apresentados pelas geradoras, as quais solicitaram revisão dos dados adotados pela ANEEL no

primeiro documento, requerendo, principalmente, a revisita às datas de entrada em operação das

unidades geradoras. Tendo sido elaborada a planilha contendo os percentuais de depreciação,

identificados por classe, foi encaminhada à EPE para procedimento de cálculo da indenização.

20 A planilha de depreciação considerou as alterações das taxas de depreciação ocorridas ao longo do tempo

(Memorando n° 1.605/2012-SFF/ANEEL), as classes de custos (Nota Técnica n.º 388/2012-SRE/ANEEL) e as

datas de entrada em operação das unidades geradoras.

Page 60: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

60/123

De posse das informações disponibilizadas pela ANEEL, no caso, (i) os projetos básicos

encaminhados pelas usinas e (ii) as taxas de depreciação calculadas pela Agência, a EPE

promoveu o cálculo do VNR residual – valor referência para a fixação da indenização. A Nota

Técnica EPE-DEE-RE-092/2012-r1, de 22 de outubro de 2012, apresentou a metodologia, os

critérios e as premissas básicas adotadas pela EPE no cálculo do valor novo de reposição dos

empreendimentos de geração de energia elétrica. Do citado documento, pode-se salientar que:

[...] a metodologia consiste em calcular o valor do investimento para a construção de uma

usina, como se fosse hoje a sua implantação, considerando as características técnicas e

correspondentes quantitativos estabelecidos no Projeto Básico.

[...] serão empregados os custos unitários obtidos a partir do banco de dados da EPE,

considerando-se as particularidades do Projeto Básico de cada empreendimento

analisado.

O cálculo do VNR dependerá das informações constantes nos documentos dos Projetos

Básicos em análise, submetidos pelos concessionários de geração. Não havendo

informações suficientes para aferir os quantitativos de materiais, equipamentos

eletromecânicos e serviços, ou se as mesmas forem notadamente inconsistentes, a EPE,

quando possível, procurou fazer uma pesquisa documental complementar junto ao

concessionário, visando possibilitar o cálculo mais preciso do VNR. Estas considerações,

quando existiram, foram descritas nos Relatórios de Cálculo do VNR de cada

empreendimento.

A Portaria Interministerial MME/MF n.º 580, de 1º de novembro de 2012, alterada pela

Portaria Interministerial MME/MF n.º 602, de 29 de novembro de 2012, definiu os valores das

indenizações para concessões de geração de energia elétrica, com base no VNR calculado pela

EPE e na taxa de depreciação encontrada pela ANEEL. Basicamente, a diferença entre os valores

fixados nas duas Portarias foi influenciada por divergências na data de início da operação das

unidades geradoras, o que alterou a taxa de depreciação encontrada inicialmente pela Agência. O

Quadro 7 apresenta o valor da indenização para aquelas usinas que fizeram jus a tal benefício.

Page 61: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

61/123

Quadro 7 – Valor da indenização definidos pelas Portarias MME/MF 580 e 602/2012

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, com base nas informações das Portarias Interministeriais º 580, de 1º de

novembro de 2012, e MME/MF n.º 602, de 29 de novembro de 2012.

Há de se destacar que o valor proposto pelo Ministério de Minas e Energia - a título de

indenização de geradoras e transmissoras de energia elétrica - alcança a monta de 20,9 bilhões de

reais. De acordo com o § 4º do artigo 15 de Lei n.º 12.783/2013, a critério do poder concedente e

para fins de licitação ou prorrogação, a Reserva Global de Reversão - RGR poderá ser utilizada

para indenização, total ou parcial, das parcelas de investimentos vinculados a bens reversíveis

ainda não amortizados ou não depreciados.

Do exposto, deve-se reconhecer que o desenho institucional insculpido no Decreto n.º

7.805/2012 possibilitou que as tarefas requeridas fossem realizadas de forma célere, na tentativa

de cumprir os prazos fixados no Decreto – aproximadamente quatro meses para, dentre outras

atividades, firmar os termos aditivos, calcular os valores de indenização de ativos não

amortizados e definir os valores de tarifas. De igual forma, foi possível alcançar a anunciada

redução da conta de energia elétrica. De acordo com a ANEEL21

, “o efeito médio de redução

será de 20,2%. Para os consumidores residenciais, a redução mínima será de 18% [...]. Para os

consumidores de alta tensão, o desconto pode chegar a 32%”.

21 Vide http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/noticias/Output_Noticias.cfm?Identidade=6426&id_area=90.

Concessionária UHE

Portaria MME/MF

602/2012 (R$)

( A )

Portaria MME/MF

580/2012 (R$)

( B )

(A - B )

(R$)

CHESF Apolônio Sales (antiga Moxotó) 84.612.540,00 84.612.540,00 -

CHESF Boa Esperança (antiga Castelo Branco) 72.783.280,00 72.783.280,00 -

CHESP Cachoeira do Lavrinha (antiga São Patrício) 6.663.430,00 854.080,00 5.809.350,00

Eletronorte Coaracy Nunes 35.492.480,00 35.492.480,00 -

Zona da Mata

Geração S.A Coronel Domiciano 21.379.794,00 20.421.790,00 958.004,00

FURNAS

S.A. Corumbá I 679.879.910,00 666.571.570,00 13.308.340,00

Zona da Mata

Geração S.A Ervália 26.376.110,00 26.407.480,00 31.370,00-

CHESF Luiz Gonzaga (antiga Itaparica) 1.730.602.326,00 1.687.105.590,00 43.496.736,00

CESP Ilha Solteira 21.886.060,00 21.886.060,00 -

FURNAS

S.A. Marimbondo 64.368.040,00 64.368.040,00 -

Zona da Mata

Geração S.A Neblina 12.768.050,00 - 12.768.050,00

CHESF Paulo Afonso IV 360.472.600,00 360.472.600,00 -

DMED Pedro Affonso Junqueira (antiga Antas I) 28.034.480,00 27.187.360,00 847.120,00

Celesc

Geração S.A Pery 98.493.980,00 98.493.980,00 -

Empresa

Metropolitana

de Águas e

Energia S.A. -

EMAE Porto Góes 36.397.310,00 - 36.397.310,00

CESP Três Irmãos 1.737.974.386,00 985.691.850,00 752.282.536,00

CHESF Xingó 2.929.832.390,00 2.925.318.050,00 4.514.340,00

7.948.017.166,00 7.077.666.750,00 870.350.416,00 TOTAL

Page 62: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

62/123

Por outro lado, faz-se mister ressalvar que os prazos reduzidos e a divisão de

competências impostos pela normatização não permitiram que instrumentos importantes à

transparência e à participação social, como a audiência pública e a consulta pública, fossem

utilizados no processo de renovação das concessões. Caso a definição dos valores da indenização

para os ativos de transmissão e geração, da receita anual permitida e da tarifa inicial de geração

fosse atribuída ao órgão regulador, exigir-se-ia - inclusive por imposição normativa - um diálogo

mais intenso com a sociedade, o que poderia culminar com o aperfeiçoamento dos modelos e

premissas adotadas na renovação das concessões.

Ademais, os prazos exíguos podem ser considerados limitadores ao acompanhamento

pari passu dos órgãos de controle. Quanto a essa ponderação, o Tribunal de Contas da União

(TCU), no bojo do Processo TC-033.929/2012-2, chamou atenção para “[...] os riscos inerentes

à atividade de valoração das tarifas e das indenizações, em decorrência, sobretudo, da

complexidade dos cálculos, da magnitude dos valores e do número de contratos envolvidos”. O

órgão de controle externo, diante do lapso temporal reduzido existente entre a edição da MP 579

e a assinatura dos termos aditivos, pontuou que sua atuação “[...] não será capaz de eliminar o

risco de assinatura de contratos de concessão com erro no cálculo das tarifas e/ou das

indenizações, devido, principalmente, ao curto prazo para o acompanhamento do processo

[...]”. Deve-se destacar que a preocupação exteriorizada pelo TCU alcança também o controle

interno. De fato, a ausência de participação social e a falta de inserção do controle no processo

de renovação das concessões do setor elétrico, ante os prazos reduzidos dados pelo Decreto n.º

7.805/2012, aliados ao volume de trabalho proposto para os órgãos executores (MME, EPE e

ANEEL), majora o risco de inconsistências nos cálculos das indenizações e na fixação da

remuneração dos concessionários.

A título de exemplo, pode-se citar a necessidade da edição da Portaria MME/MF n.º

602/2012. De início, o valor da indenização das usinas hidrelétricas foi fixado pela Portaria

MME/MF n.º 580/2012, sendo definido em aproximadamente 7,1 bilhões. A posteriori, em

virtude de reclamação dos outorgados e da revisita, pela ANEEL, das datas de entrada em

operação de parcela das unidades geradoras, o valor da indenização foi majorado em mais de 870

milhões (~ 12% superior). Para UHE Cachoeira do Lavrinha, por exemplo, a diferença entre os

valores de indenização propostos nas Portarias MME/MF 580 e 602/2012 chegou a 780%. No

mesmo sentido, para a UHE Três Irmãos, houve uma diferença de 76% entre as duas Portarias (~

750 milhões).

Há de se destacar que o risco de se fixar equivocadamente a indenização e, por

consequência, causar prejuízo ao erário, é majorado para aquelas usinas que optaram pela não

prorrogação das concessões, uma vez que, para esses casos, a revisão tarifária de 2018 -

momento definido pela MP 579 e normas correlatas para promover eventuais ajustes - não

ocorrerá.

Deve-se relembrar que as Portarias MME/MF 580 e 602/2012 fixaram a indenização

apenas para os ativos componentes do projeto básico. Conforme exposto, para as usinas que

optaram pela renovação da concessão, os investimentos feitos posteriormente, após análise do

órgão competente, poderão ser considerados na tarifa do outorgado a partir da revisão periódica.

No entanto, para as usinas que não renovaram a concessão, a amortização dos investimentos

posteriores via tarifa se apresenta como uma possibilidade pouco provável. A Equipe da CGU

encaminhou Solicitação de Auditoria à Agência questionando, no que toca às usinas que optaram

pela não renovação de suas concessões: como será calculada a indenização dos ativos (projeto

básico e investimentos posteriores) ainda não totalmente depreciados? A avaliação da Agência

Page 63: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

63/123

alcançará o projeto básico e os investimentos feitos posteriormente? Nos termos do Memorando

n.º 292/2013-SRE/ANEEL:

No § 1º do artigo 15 da Lei n° 12.783/13 é estipulado que o cálculo para fins de

indenização ou incorporação em tarifa deve se utilizar da metodologia do Valor Novo

de Reposição - VNR, conforme regulamento do poder concedente. A indenização ou a

incorporação em tarifa é faculdade do Poder Concedente.

O Decreto n° 7.805/12 trata da indenização e do VNR, sendo que o critério para a

indenização é descrito no art. 9º: “considerará a depreciação e a amortização

acumuladas a partir da data de entrada em operação, até 31 de dezembro de 2012”.

A avaliação deverá alcançar o projeto básico, bem como os investimentos feitos

posteriormente. O Decreto n° 7.850/12 especifica que as informações para indenização

ou incorporação em tarifa do "estoque de investimentos’’, no segmento de geração,

devem ser encaminhadas à ANEEL, sendo a EPE responsável pelo VNR da geração e a

ANEEL pelo VNR da transmissão.

Nos dois segmentos, de qualquer forma, a competência para fixação da indenização é do

Poder Concedente, representado pelo Ministério de Minas e Energia - MME, conforme

consta no Decreto. (grifo nosso)

O órgão regulador foi ainda questionado pela Equipe da CGU sobre a existência de

mecanismos capazes de resguardar o erário nos casos da ocorrência de cálculo de indenização

realizado com base em premissas ou inputs capazes de majorar o valor a ser pago às

concessionárias. A Agência afirmou que “a fixação da indenização é competência do Poder

Concedente, cabendo a ele fixar os critérios para o pagamento que possam garantir a eventual

correção de valores”22

.

Ainda, quanto às usinas que optaram pela não renovação da concessão, com o advento do

termo contratual, operar-se-á, de pleno direito, a reversão ao Poder Concedente dos bens e

instalações vinculados à exploração dos aproveitamentos hidrelétricos. De acordo com o

Memorando n.º 292/2013-SRE/ANEEL, de 15 de maio de 2013, quanto aos ativos reversíveis,

“o levantamento de ativos poderá ser feito por meio de um inventário físico, utilizando-se o

controle patrimonial existente, que é obrigação da concessionária manter, conforme o Manual

de Controle Patrimonial do Setor Elétrico. Atualmente, a ANEEL não dispõe de lista completa

de ativos, o que será solicitado por ocasião do cálculo”.

Há de se recordar que, com a edição da Lei n.º 12.783/2013, o nível de regulação sobre a

área de negócio geração de energia elétrica foi intensificado, por exemplo, por meio da exigência

de remuneração por tarifa calculada pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL para

cada usina hidrelétrica (art. 1º, § 1º, inciso I). Neste novo cenário, considerando que a definição

da tarifa leva em conta os custos da usina, impende reconhecer a necessidade de se intensificar o

controle atualmente exercido pelo órgão regulador sobre os ativos vinculados da concessão,

especialmente para os novos investimentos.

No momento, no entanto, conforme afirmado no Memorando n.º 292/2013-SRE/ANEEL,

a Agência não dispõe de lista contendo os ativos que reverterão ao Poder Concedente com a

extinção da concessão. Deve-se observar que o levantamento e a avaliação desses ativos se

afiguram como atividades importantes para (i) a definição do valor da indenização, (ii) a

identificação, no inventário da outorgada, dos bens indispensáveis à prestação do serviço público

de energia elétrica; e (iii) subsidiar a elaboração do edital de licitação ou do leilão das usinas não

prorrogadas, especialmente no que tange à valoração da outorga. Torna-se difícil operacionalizar

22 Memorando n.º 292/2013-SRE/ANEEL, de 15 de maio de 2013.

Page 64: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

64/123

a reversão e calcular a indenização sem o arrolamento dos ativos indispensáveis à prestação do

serviço. De igual forma, a lista de bens reversíveis e o valor desses ativos se apresentam como

premissas importantes para as novas outorgas. Ademais, a segregação precisa dos bens

reversíveis dentro do inventário da outorgada mitiga os riscos de discussões administrativas e/ou

judiciais futuras.

O risco de se fixar equivocadamente a indenização é agravado pelo fato de os projetos

básicos das usinas hidrelétricas - contendo os ativos indenizáveis encaminhados pelas

concessionárias à ANEEL, e, logo após, pela Agência à EPE - não terem sido objeto de avaliação

e fiscalização do órgão regulador.

Conforme a Nota Técnica EPE-DEE-RE-092/2012-r1, tais projetos, os quais podem

inclusive tratar de unidades geradoras construídas a mais de meio século, quando não munidos

de informações suficientes, foram ajustados pela EPE, de forma a possibilitar a valoração dos

ativos. Em que pese ser necessário reconhecer a excelência dos órgãos envolvidos (MME, EPE e

ANEEL), não há como afastar a possibilidade de que haja cálculos ou premissas equivocadas.

Repisa-se que tal risco pode ser majorado pelo fato de que tais discussões não foram objeto de

controle prévio e/ou concomitante – social (audiências e consultas públicas) ou de órgãos

governamentais23

.

Além do possível prejuízo ao erário, advindo de uma eventual inconsistência na fixação

do valor a ser pago aos concessionários a título de indenização, há de se avaliar ainda o impacto

da taxa representativa de lucro adotada pelo Poder Concedente, subsidiado por Nota Técnica

elaborada pela EPE, sobre as tarifas de energia elétrica, bem como a motivação para estipular em

10% a remuneração do gerador e do transmissor de energia elétrica. Deve-se salientar que a

análise proposta, a princípio, não tangencia a necessária remuneração do capital privado24

, mas

explora tão somente a motivação e a adequabilidade do percentual adotado.

Conforme exposto neste Relatório de Auditoria, a Nota Técnica DEA/DEE 01/12 deixou

claro que (a) a taxa proposta é superior à média comumente aceita pelo TCU; e (ii) a justificativa

para a fixação da taxa representativa de lucro em 10% é um dispositivo do Decreto 1.383, datado

de 26/12/1974. Em que pese a Nota Técnica ponderar que a taxa de lucro será objeto de

reavaliação da Agência, por ocasião da revisão tarifária de 2018, não há como passar ao largo do

fato de que a adoção de uma taxa de lucro de 10% (adotada pelo MME) ao invés de uma de 7%

(taxa média adotada pelo TCU) poderá render, às transmissoras de energia elétrica, uma receita

anual permitida excedente de aproximadamente 75 milhões25

de reais por ano. De forma similar,

considerando apenas as usinas que - segundo informações da Agência - prorrogaram suas

outorgas, a adoção da taxa de 10% sobre a tarifa inicial de geração, ao invés da taxa média

adotada pelo TCU, poderá gerar um excedente de aproximadamente 18 milhões de reais por

23 Ressalva-se que, tanto o Tribunal de Contas da União, quanto a Controladoria-Geral da União, apontaram,

respectivamente, em seus Acórdãos e Relatórios de Auditoria, a necessidade de os órgãos responsáveis

apresentarem planos de ação concernentes às concessões vincendas em 2015, envolvendo as concessionárias de

geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. No entanto, somente o Acórdão 3.149/2012 – Plenário foi

editado após a assunção da MP 579 e normas correlatas.

24 Concorda-se inclusive com o trecho da Nota Técnica Nota Técnica DEA/DEE 01/12 que afirma que “[...] o

valor considerado para a taxa de lucro um fator favorável à aceitação das condições de renovação propostas

pelo órgão concedente”.

25 O valor em questão leva em consideração a diferença entre (i) a RAP sugerida pela ANEEL na NT 383/2012-

SRE/ANEEL multiplicada pela taxa média adotada pelo TCU (7% - segundo a Nota Técnica DEA/DEE 01/12) e

(ii) a RAP definida na Portaria MME 579/2012.

Page 65: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

65/123

ano26

. Há de se trazer à baila que, nas revisões tarifárias de transmissoras e distribuidoras, até

então realizadas, a Agência, em regra, não utiliza taxa representativa de lucro para operação e

manutenção (O&M).

Deve-se frisar que não se está afirmando neste Relatório que a taxa de lucro de 10%,

adotada pelo Poder Concedente, está incorreta; busca-se, no entanto, comparar o nível de

remuneração proposto com a taxa média adotada pelo TCU, que nos termos da Nota Técnica

DEA/DEE 01/12 foi embasada em metodologia que compreendia “[...] amplo levantamento de

dados junto a empresas do setor, inclusive Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletrosul e Eletrobras,

além de consultas à ANEEL”. Por razoável, há de se resguardar as peculiaridades inerentes às

atividades de operação e manutenção da geração e transmissão de energia elétrica. Repisa-se,

porém, que os riscos inerentes à fixação da remuneração dos players do setor poderiam ser

mitigados por meio da utilização de instrumentos fomentadores da transparência e do controle

social, como as consultas e audiências públicas. Ademais, pontua-se que os prazos insculpidos

no Decreto n.º 7.805/2012 não favoreceram a atuação concomitante dos órgãos de controle.

Neste sentido, mesmo após a celebração dos termos aditivos e a definição de indenizações e

remunerações pelo Poder Concedente, não há como afastar a atuação do controle sobre o

processo de renovação das concessões, ainda, que, diante da quantidade de horas disponíveis, tal

análise não possa se dar no momento da Auditoria Anual de Contas.

Destarte, faz-se mister adotar posição similar àquela exarada pelo TCU, no Acórdão

3.149/2012 – Plenário, que - diante do prazo exíguo dado pela norma e considerando a

necessidade da análise do controle sobre as ações e cálculos inerentes à prorrogação das

concessões – determinou que o MME:

[...] com base nos princípios da impessoalidade, da indisponibilidade do interesse público

e da supremacia do interesse público, faça incluir, nos contratos abrangidos pela MP

579/2012 e pelo Decreto 7.805/2012, cláusula de salvaguarda ao erário, à semelhança da

salvaguarda atribuída aos concessionários, prevista nos §§ 5º e 6º, do art. 15, da

mencionada medida provisória, para o caso de serem detectados futuramente erros ou

inconsistências nos cálculos, sobretudo no que diz respeito às indenizações, de modo a

possibilitar o ajuste e a compensação dos valores calculados quando da realização dos

processos de revisão tarifária de que trata o caput, do art. 15, da MP 579/2012

Conforme apontado neste documento, os termos aditivos foram firmados em dezembro

de 2012 e, no entendimento da Equipe de Auditoria da CGU, não restou consignado no ajuste

contratual cláusula capaz de atender a determinação do TCU. Desse modo, entende-se pertinente

o desenvolvimento de mecanismos capazes de garantir que, caso sejam identificadas

inconsistências nos cálculos atinentes às indenizações a serem pagas pelo Poder Público aos

concessionários (com outorgas prorrogadas ou não), causando, então, prejuízo ao erário, este seja

devidamente ressarcido27

. De igual forma, afigura-se pertinente a elaboração de estudos capazes

de identificar a taxa representativa de lucro adequada para os setores de transmissão e geração de

26 O valor em questão leva em consideração a diferença entre (i) os custos operacionais (em R$/MW) estimados

pela ANEEL na NT 385/2012-SRE/ANEEL multiplicado pela taxa média adotada pelo TCU (7% - segundo a

Nota Técnica DEA/DEE 01/12) e (ii) as tarifas iniciais (em R$/kW.ano) de geração definidas na Portaria MME

578/2012.

27 Destaca-se o posicionamento do TCU de que a MP 579 já resguarda os concessionários, no que toca à eventual

impropriedade na fixação do valor da indenização. Consta no TC-033.929/2012-2 que: “[...] a MP 579/2012,

em seu art. 15, §§ 5º e 6º, estabeleceu salvaguarda aos concessionários, similar à ora proposta, que lhes

possibilita apresentar, em momento posterior ao da assinatura dos contratos de prorrogação, informações a

serem avaliadas e levadas em consideração, com efeitos futuros, na recomposição tarifária resultante dos

processos de revisão tarifária periódica”.

Page 66: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

66/123

energia elétrica, de modo que a taxa atualmente fixada seja objetivamente revisitada na revisão

tarifária de 2018.

Noutra ponta, entende-se necessário que se inicie o levantamento e a validação dos bens

integrantes do inventário das usinas que reverterão ao Poder Concedente. Além disso, há de se

criar procedimentos e, caso necessário, regulamentos versando sobre a operacionalização da

reversão, contemplando no mínimo:

(i) A metodologia a ser utilizada para o levantamento e a avaliação dos bens

reversíveis. Deve-se avaliar, por exemplo, ante a granularidade da área de

negócio de geração de energia elétrica, se o levantamento será feito pela

ANEEL, pelas agências estaduais e/ou por meio de credenciamento. No que

toca a avaliação, deve-se levar em conta o disposto no art. 36 da Lei n.º

8.987/95 e as diretrizes da Lei n.º 12.783/2013.

(ii) Os critérios adotados para a indicação de um ativo integrante do patrimônio de

determinada usina como reversível ou não. Há de se considerar a possibilidade

de que a reversibilidade não alcance, necessariamente, todos os bens do

patrimônio da concessionária. Nesse caso, deve-se dispor de critérios objetivos

para apontar um bem como passível ou não de reversão. Nota-se que esse é um

ponto que merece atenção, tendo em vista o risco de contendas administrativas

e/ou judiciais.

(iii) O instrumento jurídico utilizado para promover a reversão dos bens ao Poder

Concedente. Deve restar claro para o atual e para o novo concessionário como

(modus operandi) será promovida a reversão do ativo; como se dará a

transferência dos ativos para o Poder Concedente e, logo após, para o vencedor

da licitação; bem como qual o instrumento jurídico adotado para promover a

citada transferência (resolução, termo de reversão, despacho, dentre outros

possíveis).

(iv) O plano de inserção do novo concessionário, com o fito de garantir a

continuidade do serviço público.

##/Fato##

1.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Ausência de previsão normativa atinente aos critérios a serem adotados pela ANEEL

quando da definição dos estudos de inventário e dos projetos básicos de usinas

hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) que serão prioritariamente

analisados; e dificuldade de hierarquização de projetos básicos de PCHs, cujos pedidos de

registro foram protocolados sob a égide da Resolução n.º 395/1998.

Fato

No que toca aos controles internos atinentes ao processo Gestão e Estudos

Hidroenergéticos, de responsabilidade da Superintendência de Gestão e Estudos

Page 67: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

67/123

Hidroenergéticos (SGH), foram avaliados28

os seguintes subprocessos (i) aprovação de estudos

de inventário hidrelétrico; (ii) aprovação de projetos básicos de usinas hidrelétricas (UHEs); e

(iii) aprovação de projetos básicos de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). De acordo com o

Relatório de Gestão da ANEEL (fl. 23), exercício de 2012, os responsáveis pelo processo em

questão têm como atribuições específicas:

Análise e aprovação de estudos de inventário, viabilidade econômica e projetos de

aproveitamentos hidrelétricos, zelando pela otimização do potencial hidráulico, em

articulação com os órgãos responsáveis pela definição do uso múltiplo das águas e pelo

licenciamento ambiental; e desenvolvimento e gerenciamento das demais atividades

técnicas relacionadas aos aproveitamentos de energia elétrica, tanto na etapa de estudos

quanto na fase de implantação e operação das centrais hidrelétricas.

De acordo com o Relatório de Gestão da Agência (fls. 84-85), estão vinculadas ao

processo em tela as atividades descritas abaixo:

Quadro 8 – Atividades vinculadas ao Macroprocesso Gestão e Estudos Hidroenergéticos

Pro

cess

o

Su

bp

roce

sso

Ati

vid

ad

es

Ob

jeti

vo

Ges

tão

e E

stu

do

s H

idro

ener

gét

ico

s

Aprovação de

estudos de

inventário

hidrelétrico

- registrar a execução de estudos de inventários;

- analisar e aprovar estudos de inventário hidrelétrico

de bacias hidrográficas com vistas a determinar o

aproveitamento ótimo do potencial de energia

hidráulica;

- realizar atividades de hidrologia relativas aos

aproveitamentos hidrelétricos;

- realizar serviços de geoprocessamento, em apoio aos

processos de autorização e concessão;

- autorizar a realização de levantamentos de campo em

áreas de interesse de estudos de inventários;

- propor aprimoramentos na regulamentação, no âmbito

das atividades de sua competência;

- tornar pública a relação dos estudos e projetos de

aproveitamentos hidrelétricos com registro ativo nas

suas diversas fases de elaboração e em tramitação na

ANEEL.

Disponibilizar 5.000 MW

em eixos inventariados.

28 O escopo da avaliação se limitou à análise dos fluxos e processos, não se estendendo à análise vis-à-vis dos

procedimentos administrativos e da tomada de decisão. Faz-se oportuno trazer à baila que a Auditoria Interna da

ANEEL, em 2012, realizou trabalho na Superintendência de Gestão e Estudos Hidroenergéticos, constatando: a

ineficiência no controle das garantias exigidas, pelo art. 6º, § 3º, da Resolução n.º 343/2008, para fins de registro

de projeto básico de pequena central hidrelétrica. Desta feita, exarou-se a seguinte recomendação: “Que a SGH

institua procedimentos adequados de controle de garantias de registros, no intuito de evitar a expiração de

prazos de validade, observada a antecedência definida no § 3º do art. 6º da Resolução nº 343/2008, [...]”. A

implementação dessa recomendação não foi objeto de análise na presente Auditoria de Contas, mas será avaliado

no acompanhamento permanente da gestão.

Page 68: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

68/123

Aprovação de

projetos

básicos de

UHE’s:

-

1MW<P<50M

W; e

- P>50MW

- registrar estudos de viabilidade e projetos básicos de

aproveitamentos hidrelétricos;

- analisar e aprovar estudos de viabilidade de usinas

hidrelétricas (UHEs);

- apoiar a fiscalização dos custos dos estudos e projetos

das usinas incluídas no programa de licitações

determinado pelo Ministério de Minas e Energia

(MME);

- analisar e aprovar projetos básicos de usinas

hidrelétricas (UHEs);

- promover a obtenção da Reserva de Disponibilidade

Hídrica (RDH) para os aproveitamentos hidrelétricos,

junto aos órgãos competentes;

- tornar pública a relação dos estudos e projetos de

aproveitamentos hidrelétricos com registro ativo nas

suas diversas fases de elaboração e em tramitação na

ANEEL;

- validar os parâmetros para o cálculo da garantia física

de energia assegurada de aproveitamentos

hidrelétricos;

- realizar atividades de hidrologia relativas aos

aproveitamentos hidrelétricos;

- realizar serviços de geoprocessamento, em apoio aos

processos de autorização e concessão;

- realizar estudos hidrológicos relativos à identificação

e à avaliação de interferências e impactos do uso

múltiplo dos recursos hídricos na geração de energia;

- realizar atividades relacionadas à gestão de conflitos

pelo uso múltiplo da água, envolvendo agentes do setor

elétrico, e em articulação com MME, ANA, IBAMA,

EPE, DNIT/MT, DNPM e outros órgãos, gestores de

recursos hídricos;

- propor aprimoramentos na regulamentação, no âmbito

das atividades de sua competência;

- autorizar a realização de levantamentos de campo em

áreas de interesse de estudos de inventários, estudos de

viabilidade e projetos básicos de aproveitamentos

hidrelétricos.

- 1MW<P<50MW:

Propiciar o aumento da

oferta de UHEs

autorizadas, tendo como

diretriz a meta

estabelecida.

- P>50MW:

Propiciar o cumprimento

do cronograma de

implantação da UHE

licitada, garantindo o

atendimento às condições

do contrato de concessão, e

tendo

como diretriz a meta

estabelecida.

Aprovação de

projetos

básicos de

- registrar estudos de viabilidade e projetos básicos de

aproveitamentos hidrelétricos;

- analisar e aprovar projetos básicos de pequenas

centrais hidrelétricas (PCHs);

- tornar pública a relação dos estudos e projetos de

aproveitamentos hidrelétricos com registro ativo nas

suas diversas fases de elaboração e em tramitação na

Page 69: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

69/123

PCH’s ANEEL.

- validar os parâmetros para o cálculo da garantia física

de energia assegurada de aproveitamentos

hidrelétricos;

- realizar atividades de hidrologia relativas aos

aproveitamentos hidrelétricos;

- realizar serviços de geoprocessamento, em apoio aos

processos de autorização e concessão;

- promover a obtenção da Reserva de Disponibilidade

Hídrica (RDH) para os aproveitamentos hidrelétricos,

junto aos órgãos competentes;

- realizar estudos hidrológicos relativos à identificação

e à avaliação de interferências e impactos do uso

múltiplo dos recursos hídricos na geração de energia;

- propor aprimoramentos na regulamentação, no âmbito

das atividades de sua competência;

- autorizar a realização de levantamentos de campo em

áreas de interesse de projetos básicos de

aproveitamentos hidrelétricos.

Propiciar o aumento da

oferta de PCHs, tendo

como diretriz a meta

estabelecida.

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, com base nas informações constantes no Relatório de Gestão ANEEL,

exercício: 2012, e no Memorando n.º 286/2013-SGH/ANEEL.

O macroprocesso Gestão e Estudos Hidroenergéticos, partindo do planejamento

estratégico e operacional do setor elétrico, tem seu início no momento em que investidores

manifestam, junto à ANEEL, interesse em registrar estudos de inventário de bacias hidrográficas

(solicitação de registro – Capítulo II, Resolução ANEEL 393/98). O órgão regulador avalia o

pleito e aprova ou não o registro dos estudos; sendo permitida a apresentação de mais de um

pedido de registro por bacia hidrelétrica29

.

Realizado e entregue o estudo, a Agência passa à etapa do aceite ou não para fins de

análise (art. 14, Resolução ANEEL 393/98). O aceite do Estudo de Inventário, conforme

Memorando n.º 223/2013-SGH/ANEEL, de 25 de março de 2013, é um procedimento

operacional estabelecido pela SGH cujo objetivo é verificar se a documentação apresentada

possui o conteúdo mínimo que credencie o projeto para a análise técnica. O aceite do Estudo de

Inventário não credencia o mesmo à sua aprovação. Após o aceite, caso haja mais de um estudo

apresentado e aceito30

, passa-se à fase de seleção (hierarquização31

), para, então, escolher o

produto vencedor, aprovando-o ou não (Resolução ANEEL 398/01).

29 A solicitação de registro para elaboração de inventários hidrelétricos, quando observada a documentação exigida

pelas Res. nº 393/1998 e Res. 398/2001, pode ser deferida desde que não haja estudo aceito para o mesmo

trecho.

30 De acordo com o caput do art. 14 da Resolução ANEEL 393/1998, “examinado e aceito o primeiro estudo de

inventário, a ANEEL informará aos demais interessados que possuam registro ativo para o mesmo estudo de

inventário, assinalando-lhes prazo de cento e vinte dias para apresentação dos respectivos estudos de

inventário”.

Page 70: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

70/123

Há de se destacar, conforme insculpido no Memorando n.º 286/2013-SGH/ANEEL, que a

Agência, quando da análise dos diversos inventários entregues, utiliza como critérios de

priorização32

: (1) a ordem de potência (maior para o menor) e (2) a ordem cronológica de

entrega. O órgão regulador afirma que motivam a adoção dos critérios de priorização citados: (a)

a necessidade de cumprir a meta de 5.000 MW que consta no Plano Plurianual; e (b) o

atendimento do princípio da anterioridade e do Plano de Metas Estratégicas. A regulamentação

(Res. 393/98) não exige garantia para o registro da solicitação de elaboração dos estudos nem

para o aceite do inventário elaborado. A Figura 2 apresenta o fluxo descrito neste parágrafo:

Figura 2: Estudos de Inventário Hidrelétrico - Fluxo do Processo de Aprovação

Fonte: Memorando n.º 223/2013-SGH/ANEEL.

Promovido o mapeamento da bacia hidrográfica, passa-se à elaboração de estudos de

viabilidade e à confecção de projetos básicos para os eixos disponíveis. Salienta-se que o fluxo a

ser seguido depende do enquadramento do empreendimento como: (i) usina hidrelétrica com

potência acima de 50 megawatts; (ii) usina hidrelétrica com potência entre 1 e 50 megawatts; ou

(iii) pequena central hidrelétrica33

.

No caso das usinas de potência superior a 50 MW, as fases são (i) registro, seleção e

aprovação de estudos de viabilidade técnico-econômica, (ii) leilão, (iii) outorga e (iv) análise do

projeto básico. Ressalta-se que (a) a seleção é feita por intermédio de leilão e (b) apenas o

projeto básico do vencedor do certame é analisado. Há de se destacar, conforme insculpido no

Memorando n.º 286/2013-SGH/ANEEL, que a Agência, quando da análise dos

empreendimentos com potência superior a 50 MW, utiliza, como critério de priorização, a ordem

cronológica de entrega do licenciamento ambiental. A Figura 3 apresenta o fluxo de análise de

empreendimentos com potência superior a 50 MW.

31 A hierarquização ocorre quando, para o mesmo empreendimento, existe mais de um interessado. A

hierarquização se trata da seleção de um player entre todos aqueles aptos a concorrer para a consecução de

determinado empreendimento. A hierarquização está vinculada à competição por empreendimentos. A título

ilustrativo, para determinado eixo disponível, dois interessados podem apresentar projeto básico de uma PCH.

32 A priorização se faz necessária quando, entre os diversos empreendimentos (projetos básicos de PCHs e UHEs e

inventários de bacias...) registrados, o órgão regulador elenca aqueles cuja análise será prioritária, tendo em vista

um critério de relevância definido. A priorização está vinculada a capacidade operacional da Agência

(quantidade de recursos humanos versus demandas apresentadas pelo setor). A título ilustrativo, podem existir

inventários realizados para a Bacia A e Bacia B. Com base em critério estabelecido, a Agência determina qual

será avaliado primeiro.

33 De acordo com o art. 3º da Resolução ANEEL n.º 652, de 9 de dezembro de 2003:

Art. 3º Será considerado com características de PCH o aproveitamento hidrelétrico com potência superior a

1.000 kW e igual ou inferior a 30.000 kW, destinado a produção independente, autoprodução ou produção

independente autônoma, com área do reservatório inferior a 3,0 km2.

Page 71: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

71/123

Figura 3: Fluxo de Análise: Potência > 50 MW

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, com base nos dados constantes no Memorando n.º 223/2013-SGH/ANEEL.

Para as usinas hidrelétricas com potência entre 1 e 50 megawatts não há a etapa de

estudo de viabilidade técnico-econômica; o projeto básico, no entanto, passa pelas fases de

registro34

, seleção e aceite35

e análise/aprovação36

.

O registro para elaboração do projeto básico pode ser solicitado por todos que entregarem

a documentação exigida no art. 3º da Resolução n.º 412/2010, desde que protocolado em até 60

dias do 1º registro.

Para o aceite, o projeto básico deve ser protocolado no órgão regulador em até 14 meses a

partir da publicação do 1º registro e atender os ditames do Anexo III da Resolução ANEEL

412/2010. Caso haja mais de um projeto básico para o mesmo aproveitamento hidráulico, os

seguintes critérios (art. 11), em ordem, serão utilizados para a seleção do interessado: (i) aquele

cujo projeto básico esteja em condições de obter o aceite dentro dos prazos estabelecidos; (ii)

aquele que tenha sido o responsável pela elaboração do respectivo estudo de inventário,

observados os termos da Resolução ANEEL nº 393, de 4 de dezembro de 1998; (iii) aquele que

tenha protocolado primeiro o projeto básico na ANEEL com as disciplinas cartografia,

topografia, hidrologia e estudos energéticos em condições de aprovação sem necessidade de

complementação, nos termos do Anexo IV da Resolução n.º 412/10; e (iv) aquele que tenha

protocolado primeiro o projeto básico na ANEEL.

Ressalta-se que, para efetivação e validade do registro para elaboração de projeto básico

relativo a empreendimento com potência entre 1 e 50 megawatts, exige-se o comprovante de

aporte de garantia. Pontua-se, ademais, que a Agência, quando da análise dos empreendimentos

em tela, utiliza, como critério de priorização, a ordem cronológica de entrega do licenciamento

ambiental. A Figura 4 apresenta o fluxo de análise de empreendimento com potência entre 1 e 50

megawatts.

Figura 4: Fluxo de Análise: 1 MW < Potência < 50 MW

34 Capítulo I – Resolução ANEEL 412/2010.

35 Capítulo IV – Resolução ANEEL 412/2010.

36 Capítulo V – Resolução ANEEL 412/2010.

Page 72: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

72/123

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, com base nos dados constantes no Memorando n.º 223/2013-SGH/ANEEL.

Quanto aos empreendimentos classificados como pequenas centrais hidrelétricas, o

projeto básico passa pelas fases de registro, aceite e análise. As condições de registro e aceite são

similares àquelas exigidas para os projetos básicos das usinas hidrelétricas com potência entre 1

e 50 megawatts37

.

No que tange à hierarquização (seleção) dos projetos básicos de PCHs, há de se mapeá-la

como um ponto crítico no fluxo de aprovação de uma pequena central hidrelétrica.

Cabe lembrar que, inicialmente, a Resolução ANEEL n.º 395/98 (especialmente o

Capítulo IV) era o normativo que ditava as regras do registro, aceite e análise de projetos básicos

de PCHs. De acordo com o art. 18 daquela norma:

Art. 18. Decorrido o prazo previsto no art. 17 desta Resolução, e existindo, além do

primeiro requerente, outros interessados no aproveitamento, com projetos em

condições de ser aprovados, a ANEEL, visando aumentar o número de agentes

produtores de energia elétrica e assegurar maior competitividade para a outorga de

autorização, utilizará os seguintes critérios de seleção, pela ordem:

I - aquele que possuir participação percentual na produção de energia elétrica do sistema

interligado inferior a 1% (um por cento);

II - aquele que não seja agente distribuidor de energia elétrica na área de concessão ou

sub-concessão na qual esteja localizado o aproveitamento hidrelétrico objeto da

autorização;

III - aquele que for proprietário ou detiver direito de livre dispor da maior área a ser

atingida pelo aproveitamento em questão, com base em documentação de cartório de

registro de imóveis;

IV - aquele que possuir participação na comercialização de energia elétrica no território

nacional inferior ao volume de 300 GWh/ano. (grifo nosso)

O artigo 12, por sua vez, pontua que “os estudos de viabilidade e projetos básicos serão

objeto de avaliação quanto aos seguintes aspectos: [...] iv - obtenção do licenciamento

ambiental pertinente”. Em virtude da conjugação dos artigos 12 e 18 da Resolução n.º 395/98, o

órgão regulador entende que a hierarquização deve ser procedida, nos termos do Memorando n.º

286/2013-SGH/ANEEL, “[...] em fase posterior à análise, somente realizada após o protocolo

do licenciamento ambiental”. Assim, no caso da existência de dois ou mais interessados, a

hierarquização, com base nos critérios do art. 18 supracitado, somente pode ser feita após todos

os players apresentarem a licença ambiental.

37 Difere quanto à documentação exigida no momento do registro e as peças exigidas para o aceite (check list).

Page 73: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

73/123

Com o advento da Resolução ANEEL n.º 343/2008, por força do art. 1138

, (i) a

hierarquização passou a ser promovida antes da análise do projeto básico, (ii) os critérios de

seleção foram revisitados e (iii) o licenciamento prévio de todos os interessados não continuou

sendo considerada condição sine qua non para a hierarquização dos projetos. No entanto, o art.

22 da nova resolução, ressalvou que, “para os pedidos de registro protocolados antes da

publicação desta Resolução, que estejam adequados e forem efetivados como ativo, aplicam-se

as regras previstas na Resolução nº 395, de 4 de dezembro de 1998”.

Dessa forma, para os registros protocolados após a edição da Res. 343/08, seleciona-se

primeiro o interessado, para, então, avaliar o projeto básico vencedor. Neste caso, apenas o

empreendedor selecionado busca o licenciamento ambiental. Por outro lado, aos registros

considerados adequados e ativos até a edição da Res. 343/08, quando há mais de um

empreendedor por eixo, continua válida a exigência do licenciamento ambiental de todos os

interessados antes da hierarquização. Em reunião realizada na sede da ANEEL, em 10 de abril de

2012, os servidores da Superintendência de Gestão e Estudos Hidroenergéticos relataram que, na

prática, a exigência de mais de um licenciamento ambiental por aproveitamento tem encontrado

resistência nos órgãos ambientais. Nos termos da Nota Técnica n.º 198/2012-SGH/ANEEL,

“[...] os órgãos ambientais, conforme se observou até o momento, não aceitam abrir processo

para análise de licenciamento de um mesmo empreendimento para mais de um interessado”.

De um lado, por força da conjugação dos artigos 12 e 18 da Resolução n.º 395/98, a

ANEEL aguarda a obtenção da licença ambiental dos interessados em determinado eixo, para,

assim, proceder à hierarquização. Por outro lado, para os órgãos ambientais, por economicidade,

afigura-se interessante que a hierarquização seja feita e, então, seja analisada a solicitação de

licenciamento ambiental apenas do empreendedor selecionado. Esse cenário controverso

prejudica o tratamento do passivo existente pelo órgão regulador. Há de se pontuar que a

elaboração de projetos básicos requer investimentos, os quais - em que pese o retorno não ser

garantido, uma vez que se trata de risco assumido pelo empreendedor privado - dependem da

decisão do órgão regulador para sua possível amortização.

Diante de tal cenário, a SGH elaborou a Nota Técnica n.º 198/2012-SGH/ANEEL,

propondo a: [...] alteração da Resolução Normativa n° 343, de 09 de dezembro de 2008, art. 22, com

vistas a explicitar que, no caso de existência de dois ou mais projetos básicos para um

mesmo aproveitamento cujo processo de aprovação está sob a égide da Resolução

ANEEL n° 395, de 04 de dezembro de 1998, a hierarquização dos concorrentes será

realizada com base no art. 18 desta resolução.

A alteração normativa proposta translada a hierarquização para antes da análise dos

projetos básicos, o que afasta a necessidade de licenciamento ambiental no momento da seleção.

Além disso, caso a proposta em tela seja aprovada pelo Conselho Diretor da ANEEL, o órgão

38 Art. 11. Existindo dois ou mais projetos básicos para o mesmo aproveitamento, a ANEEL utilizará os seguintes

critérios com vistas à seleção e hierarquização do interessado, pela ordem:

I – aquele cujo projeto básico esteja em condições de obter o aceite dentro dos prazos estabelecidos;

II – aquele que tenha sido o responsável pela elaboração do respectivo estudo de inventário, observados os

termos da Resolução nº 393, de 4 de dezembro de 1.998; e

III – aquele que for proprietário da maior área a ser atingida pelo reservatório do aproveitamento em questão,

com documentação devidamente registrada em cartório de imóveis até o prazo de quatorze meses após a

efetivação do primeiro registro na condição de ativo.

Page 74: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

74/123

regulador passa a avaliar apenas o projeto básico do empreendedor selecionado, de forma similar

ao que já ocorre, por exemplo, nos leilões para as usinas hidrelétricas com potência superior a 50

MW. De acordo com a SGH:

[...] a realização da hierarquização antes da análise dos projetos concorrentes, além de

não alterar o resultado da seleção, configura-se um aprimoramento da aplicação da Res

395/1998, suscitando os seguintes benefícios:

a) torna o processo de seleção mais coerente com o fato de que os órgãos ambientais,

conforme se observou até o momento, não aceitam abrir processo para análise de

licenciamento de um mesmo empreendimento para mais de um interessado;

b) o projeto básico é analisado no momento oportuno, já com o licenciamento

ambiental, evitando que se empreenda esforços e recursos públicos na análise de um

projeto inviável ambientalmente, cabendo ressaltar que a viabilidade ambiental é uma

“condição de contorno” no processo de verificação do aproveitamento ótimo do recurso

hidroenergético; e

c) maior celeridade ao processo, já que será analisado apenas um projeto básico.

14. Frisa-se que esses benefícios são alcançados sem prejuízo da isonomia, da

transparência e da integridade do processo concorrencial.

15. E, caso o projeto básico do candidato primeiro colocado seja reprovado após a

análise, será avaliado o projeto do candidato que está na 2a colocação, e assim

sucessivamente até que se tenha um projeto básico aprovado; ou, na hipótese de não

restar concorrente, o eixo será novamente disponibilizado.

Em 30 de abril de 2012, a proposta de alteração em tela foi distribuída pela Secretaria

Geral da ANEEL ao Diretor Relator, para análise, não sendo identificado, até o momento, novo

encaminhamento.

Outro item introduzido pela Res. 343/08 foi a exigência da garantia de registro e fiel

cumprimento. De acordo com a Nota Técnica n.º 107/2008-SRG/SGH/SCG/ANEEL, que tratou

da alteração da Res. 395/98, o item em questão, “[...] já sugerido por agentes do setor [...]”,

objetiva “[...] minimizar a entrada de interessados que pretendem apenas especular, criando

dificuldades para aqueles que realmente buscam elaborar projetos consistentes com vistas à

efetiva implementação”. Em que pese a exigência de garantia para registro de projeto básico se

afigurar como uma barreira de entrada a possíveis novos investidores, há de se concordar que tal

mecanismo mitiga o risco de que interessados solicitem o registro tão somente para fins de

especulação. Deve-se observar que o risco de especulação é maior sob a égide da Res. 395/98,

em virtude da exigência de licenciamento ambiental para todos os interessados da

hierarquização. Fica fácil compreender que, sob o jugo da Res. 395/98, o fato de um segundo

empreendedor - com o intuito de especulação - solicitar seu registro, dificulta a hierarquização;

sendo esta realizada somente após (i) a apresentação do licenciamento ambiental pelos

interessados (o que, conforme colocado neste documento, não tem sido alcançado) ou (ii) a

desistência de um dos empreendedores. No último caso, não há como não aventar a possibilidade

de que tal desistência venha a ser motivada por negociações, entre os players, capazes de ferir o

interesse público.

Por fim, no que toca à priorização dos eixos a serem analisados pela Agência, segundo o

Memorando n.º 286/2013-SGH/ANEEL, os seguintes critérios são utilizados: (1) possuir outorga

com licenciamento; (2) classificação do licenciamento (LO; LI; LP)39

; e (3) ordem cronológica

de entrega do licenciamento. O órgão regulador afirma que motivam a adoção dos critérios de

39 LO – Licença de Operação; LI – Licença de Instalação; e LP – Licença Prévia.

Page 75: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

75/123

priorização citados: (a) a necessidade de conferir celeridade aos casos em estágio mais avançado,

priorizando aqueles que estão mais próximos da efetiva implantação do empreendimento; e (b) o

atendimento do princípio da anterioridade e do Plano de Metas Estratégicas.

A Figura 5 apresenta o fluxo de análise de empreendimentos enquadrados como

pequenas centrais hidrelétricas.

Figura 5: Fluxo de Outorga de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs)

Fonte: Memorando n.º 223/2013-SGH/ANEEL.

Há de se observar que o êxito do macroprocesso em tela não depende apenas da atuação

harmônica entre as áreas internas da Agência, mas é impactado pela atuação dos órgãos

ambientais, de gestão dos recursos hídricos e minerais, dentre outros players. Ademais, destaca-

se que as decisões tomadas pela área responsável pelo macroprocesso em voga impactam

diretamente o mercado, desde o momento da aprovação de estudos atinentes ao inventário

hidrelétrico de determinada bacia hidrográfica, passando pela priorização e hierarquização de

projetos e estudos, até a aprovação do projeto básico e a outorga de uma UHE ou PCH.

De acordo com a SGH, a atividade crítica dos processos integrantes do macroprocesso

Gestão e Estudos Hidroenergéticos é “[...] a análise dos estudos ou projetos básicos para fins de

aprovação, pois é a fase que mais consome recursos (principalmente homem-hora) e da qual

resulta diretamente o produto gerado pelo processo organizacional”.

Verificou-se, diante do exposto, que o processo Gestão e Estudos Hidroenergéticos

possui fluxo e atividades definidas. Além disso, a área responsável pelo citado processo confere

grau de transparência razoável às atividades desenvolvidas. Destaca-se, como boa prática, que

periodicamente a SGH divulga no sítio eletrônico40

da Agência relatório apresentando o

andamento dos processos relativos aos estudos de inventário hidrelétrico e de viabilidade, bem

como dos projetos básicos de empreendimentos hidrelétricos, Usinas Hidrelétricas – UHEs e

Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs. De igual forma, consta na página eletrônica do órgão

regulador os critérios de priorização adotados pela ANEEL.

De forma adicional, identificou-se que o macroprocesso em voga possui metas e

indicadores definidos, acompanhados por sistema gerencial, sendo que, “no caso de ser

40 http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=428&idPerfil=2.

Page 76: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

76/123

identificado qualquer risco de não alcance das metas estabelecidas é realizada a apuração

detalhada das possíveis causas que pode suscitar na orientação para o redimensionamento das

equipes e, eventualmente, propostas de reformulação da atuação”. Para o ciclo atual (julho/2012

a junho de 2013), considerando a apuração até o terceiro trimestre (referente a março/2013),

apenas, para o processo aprovação de estudos de inventário hidrelétrico, a meta está aquém do

previsto. A meta era analisar inventários com potencial equivalente a 3.750 MW (75% da meta)

até o terceiro trimestre, no entanto, o resultado parcial indicou que o potencial analisado

alcançou 2.900 MW (58% da meta).

Noutra ponta, no entendimento da Equipe de Auditoria, dois pontos podem ser

aperfeiçoados no processo em análise. O primeiro faz referência à necessidade de licenciamento

ambiental para todos os interessados em explorar determinado empreendimento enquadrado

como pequena central hidrelétrica, antes da seleção, nos moldes da Res. 395/98. Conforme

ressaltado neste documento, tal exigência tem dificultado a hierarquização e análise, pelo órgão

regulador, dos projetos básicos referentes àqueles eixos com mais de um interessado. Entende-se

salutar a proposição de alteração normativa com o fito de extirpar do setor o entendimento de

que todos os interessados devem obter o licenciamento ambiental, para que, então, seja realizada

a hierarquização. A inversão de fases, nos moldes propostos pela SGH, afigura-se como uma

solução plausível para a questão.

Os critérios de priorização das análises dos inventários e dos projetos básicos

apresentados ao órgão regulador é outro ponto que merece ser aperfeiçoado. Em que pese a

Agência conceder transparência aos critérios utilizados, bem como apresentar motivação

razoável para sua adoção, há de se reconhecer que a escolha dos critérios de priorização fica

adstrita à discricionariedade do órgão regulador. A inclusão de tais regras em normativo editado

pela ANEEL, assim como já acontece com a hierarquização, poderia culminar com a discussão

da plausibilidade de tais critérios com a sociedade, por meio de consultas públicas, por exemplo.

A participação social confere maior legitimidade aos critérios adotados, mitigando o risco de

questionamentos por parte dos interessados. Ademais, (i) fortalece o espírito de transparência,

que já permeia o macroprocesso em tela; e (ii) confere maior segurança jurídica aos

administrados, em razão de (a) exigir procedimento mais enrijecido para alteração de regras e (b)

submeter o particular à norma aprovada pelo Conselho Diretor e não à regra discricionariamente

insculpida no sítio eletrônico na Agência. Fazendo alusão ao Parecer n.º 464/2009-PF/ANEEL,

busca-se evitar “[...] o fato de o administrador estar jungido a documentos e critérios

disponíveis na internet e passíveis de alteração sem a publicidade que se julga imprescindível”;

entendendo-se necessário que os critérios de priorização constem em “[...] instrumento

normativo geral e abstrato que propicie maior publicidade, estabilidade e segurança aos

administrados que a veiculação na internet, prática hoje adotada pela área”.

##/Fato##

Causa

Ausência de previsão normativa atinente aos critérios a serem adotados pela Agência

Nacional de Energia Elétrica quando da definição dos estudos de inventário e dos projetos

básicos de usinas hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas que serão prioritariamente

analisados; e dificuldade de hierarquização de projetos básicos de PCHs, cujos pedidos de

registro foram protocolados sob a égide da Resolução n.º 395/1998. ##/Causa##

Page 77: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

77/123

Manifestação da Unidade Examinada

Por ocasião da Reunião de Busca Conjunta, no que toca à revisão das regras dispostas no

Capítulo IV da Resolução ANEEL n.º 395/1998 e no art. 22 da Resolução n.º 343/2008, de

forma a possibilitar a hierarquização dos projetos básicos de PCHs, cujos pedidos de registro

foram protocolados sob a égide da Resolução n.º 395/1998, e o exaurimento do passivo

existente, a Agência concordou com a recomendação exarada pela CGU.

Quanto à inclusão dos critérios de priorização da análise dos estudos de inventário e dos

projetos básicos de usinas hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas na regulamentação da

Agência, a Unidade Jurisdicionada ponderou que, em que pese reconhecer a pertinência da

recomendação, deve-se avaliar o custo e a oportunidade de se instaurar um processo de revisão

de norma dedicado apenas à inclusão dos critérios de priorização. A Unidade Jurisdicionada

lembrou ainda que os critérios de priorização afetam quatro regulamentos da Agência

(Resoluções n.º 393/98, 395/98, 343/08 e 412/10).

Após o encaminhamento do Relatório Preliminar, o órgão regulador não apresentou

manifestação acerca deste item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Quanto à primeira recomendação, considerando os apontamentos feitos no presente

Relatório e a aquiescência do órgão regulador, mantém-se a recomendação.

No que tange à inclusão dos critérios de priorização da análise dos estudos de inventário e

dos projetos básicos de usinas hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas na regulamentação

da Agência, quando da Reunião de Busca Conjunta, a Equipe de Auditoria ressaltou que a

implementação da recomendação garantiria maior segurança jurídica para as partes envolvidas e

conferiria à sociedade a prerrogativa de avaliar os critérios adotados pelo órgão regulador. Neste

sentido, a recomendação foi mantida. No entanto, desde o encaminhamento do Relatório

Preliminar, os argumentos apresentados pela Agência na Reunião de Busca Conjunta foram

levados em consideração para a confecção da recomendação.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Que a Agência faça constar em sua agenda regulatória a necessidade de se

incluir, na regulamentação, após o regular trâmite normativo, os critérios de priorização da

análise dos estudos de inventário e dos projetos básicos de usinas hidrelétricas e pequenas

centrais hidrelétricas.

Recomendação 2: Que a Agência reveja as regras dispostas no Capítulo IV da Resolução

ANEEL n.º 395/1998 e no art. 22 da Resolução n.º 343/2008, de forma a possibilitar a

hierarquização dos projetos básicos de PCHs, cujos pedidos de registro foram protocolados sob a

égide da Resolução n.º 395/1998, e o exaurimento do passivo existente.

Page 78: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

78/123

1.1.1.3 INFORMAÇÃO

Dissonância entre a execução física e financeira das ações 2C42 - Participação Pública na

Agenda Regulatória do Setor Elétrico, 4699 - Outorga de Geração, Transmissão e

Distribuição de Energia Elétrica e 4703 - Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica.

Fato

No que toca às ações em epígrafe, o Relatório de Gestão da ANEEL, exercício de 2012,

discorre - além do planejamento e da execução física e financeira – sobre a finalidade, o público-

alvo, as formas de implementação e a avaliação dos resultados alcançados. O Quadro 9 apresenta

a finalidade das ações sob análise.

Quadro 9 – Finalidade das Ações Participação Pública, Regulamentação e Outorga

Ação Finalidade

Regulamentação dos

Serviços de Energia

Elétrica – Ação 4703

(fl. 68)

A finalidade da ação é regulamentar as políticas e diretrizes do governo federal para a

exploração dos serviços de energia elétrica, definindo padrões de qualidade do

atendimento e de segurança compatíveis com as necessidades regionais, com foco na

viabilidade técnica, econômica e ambiental das ações, com a finalidade de promover o

uso eficaz e eficiente de energia elétrica e proporcionar condições para a livre

competição no mercado de energia elétrica.

Outorga de Geração,

Transmissão e

Distribuição de

Energia Elétrica –

Ação 4699 (fl. 84)

Realizar licitações para concessão e autorizações de empreendimentos de geração

elétrica e de concessão de instalações de transmissão de energia elétrica da Rede

Básica, em conformidade com o planejamento da expansão do setor elétrico; autorizar

atividades de geração, transmissão e comercialização de energia elétrica; regularizar a

atuação das cooperativas de eletrificação rural, mediante outorga de permissão ou

autorização para atividades de distribuição de energia elétrica em áreas rurais.

Participação Pública

na Agenda Regulatória

do Setor Elétrico -

Ação 2C42 (fl. 111)

Promover a transparência das ações regulatórias do Setor Elétrico junto à sociedade,

fortalecendo o diálogo no cumprimento da missão reguladora e fomentando a

participação do cidadão no processo decisório. Promover a transparência das ações

regulatórias do Setor Elétrico junto à sociedade, fortalecendo o diálogo no

cumprimento da missão reguladora e fomentando a participação do cidadão no

processo decisório.

Fonte: Elaborada pela Equipe DIENE, com base em informações constantes no Relatório de Gestão da ANEEL,

exercício de 2012.

O Quadro 10 evidencia o planejamento e a execução física e financeira das ações

Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica, Outorga de Geração, Transmissão e

Distribuição de Energia Elétrica e Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor Elétrico,

doravante denominadas respectivamente Regulamentação, Outorga e Participação Pública, nos

últimos quatro últimos exercícios.

Quadro 10 – Execução Física e Financeira – 2009 a 2012

Ação

Status

Físico Financeiro

2009 2010 2011 2012 2009 2010 2011 2012

Participação

Pública

Meta: Evento

Realizado

Planejado* 116 168 99 85 6.132.522,00 7.341.594,00 5.792.400,00 2.299.916,00

Executado** 155 180 122 151 3.619.334,81 3.002.603,98 2.814.718,56 465.529,89

% 133,62 107,14 123,23 177,65 59,02 40,90 48,59 20,24

Page 79: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

79/123

Regulamentação

Meta: Ato

regulado

publicado

Planejado 471 567 548 539 4.966.803,00 7.622.060,00 4.999.414,00 3.069.759,00

Executado 529 601 642 653 1.121.239,28 2.835.264,13 1.956.321,98 836.894,32

% 112,31 106,00 117,15 121,15 22,57 37,20 39,13 27,26

Outorga

Meta: Outorga

concedida

Planejado 74 110 110 110 4.481.905,00 3.886.308,00 3.730.509,00 1.958.963,00

Executado 190 242 288 288 451.403,40 457.006,30 1.468.692,50 504.015,15

% 256,76 220,00 261,82 261,82 10,07 11,76 39,37 25,73

(*) O Planejado se refere à Dotação Atualizada (R$ 1,00).

(**) O Executado se refere ao Liquidado (R$ 1,00).

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados do SIAFI Gerencial e dos Relatórios de Gestão

2011 e 2012 da ANEEL.

Da análise do Quadro anterior, observa-se, quanto às ações em tela, que, nos últimos

quatro exercícios, a meta física vem sendo atingida, e, até mesmo, superada, contudo, a relação

entre os valores liquidados e os recursos autorizados na lei orçamentária anual tem sido bem

aquém do planejado. Em termos numéricos, a média simples do percentual da execução física

para as ações ora avaliadas, considerando os exercícios de 2009 a 2012, foi de 166%, enquanto a

média da relação liquidado versus recursos previstos não superou os 32%. Em valores absolutos,

verifica-se que mais de 35 milhões de reais previstos nas leis orçamentárias anuais (incluindo os

créditos adicionais), anos-bases: 2009-2012, não foram liquidados. O Gráfico 1 corrobora a

dissociação entre a execução física e financeira das ações: Participação Pública, Regulamentação

e Outorga.

Gráfico 1: Comparativo da Execução Física e Financeira das Ações Participação Pública, Regulamentação e

Outorga

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados do SIAFI Gerencial.

O gráfico acima, no entanto, deve ser avaliado com as devidas ressalvas, tendo em vista

que a execução financeira então considerada adveio da razão entre o valor da dotação atualizada

(LOA + Créditos) e o valor liquidado41

. Essa relação seria totalmente válida se o órgão regulador

pudesse dispender a totalidade dos recursos autorizados na lei orçamentária anual. Porém, por

razões legais, a execução orçamentária e financeira da Agência, no caso concreto, deve se ajustar

aos limites de movimentação e empenho impostos pelo Ministério de Planejamento, Orçamento

e Gestão, em um primeiro momento, e pelo Ministério de Minas e Energia (MME), a posteriori.

Cumpre esclarecer, ainda, que, conforme levantado pela ANEEL, in verbis, no

Memorando 63/2013-SPG/ANEEL, o planejamento orçamentário de uma entidade do governo

41 Ademais, deve-se levar em conta que a execução financeira pode alcançar, no máximo, 100% da previsão inicial,

enquanto a execução da meta física não sofre essa limitação.

Page 80: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

80/123

federal pode ser impactado em três momentos distintos (i) na elaboração da proposta de lei

orçamentária anual; (ii) na aprovação da lei orçamentária anual; e (iii) na execução orçamentária.

Ao longo dos últimos anos, as restrições orçamentárias e financeiras têm impactado a

efetividade da atuação da ANEEL, sobretudo pela sua reincidência, que acaba por

comprometer o planejamento e as realizações da Agência.

Essas restrições têm-se feito presentes em três momentos. O primeiro deles ocorre na

fase de elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), quando Agência é

obrigada a reduzir seu programa de ações, para se adequar ao limite orçamentário fixado

pelos Órgãos Central e Setorial de Orçamento – a Secretaria de Orçamento Federal

(SOF/MP) e o Ministério de Minas e Energia (MME). O segundo momento acontece na

aprovação do PLOA pelo Congresso Nacional, em que são possíveis emendas de

redução ou ampliação das dotações propostas. Finalmente, o terceiro deles se estabelece

após a aprovação da LOA, mediante a limitação de movimentação e empenho dos

recursos aprovados.

Nessas situações, a Agência sempre procura o MME, demonstrando-lhe o impacto dos

baixos limites de empenho, conseguindo alguma ampliação, mas quase sempre de forma

tardia. Assim, boa parte dos recursos só é liberada nos últimos meses do ano, o que

inviabiliza a execução de várias programações no exercício, tendo em vista os prazos

envolvidos nos ritos licitatórios.

Cabe observar que, em virtude da estrutura do sistema orçamentário brasileiro, nos

moldes colocados pela Lei n.º 10.180/2001, o planejamento do órgão regulador acaba precisando

se ajustar às diretrizes do órgão setorial (no caso, o Ministério de Minas e Energia) e, ainda, do

órgão central (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão). De forma especial, no

momento da execução orçamentária, deve-se destacar que os limites de movimentação e

empenho e de pagamento da Agência são estabelecidos pelo Ministério de Minas e Energia, a

partir dos valores estipulados pelos órgãos centrais. Na prática, em que pese a ANEEL possuir

um orçamento aprovado na LOA, o órgão setorial (MME) limita os valores que serão

empenhados e pagos no exercício, o que, conforme já colocado pela Agência, exige interações

entre a autarquia e o Ministério, visando à ampliação dos limites.

Destaca-se que o limite de empenho é estipulado levando em consideração o tipo de

despesa a ser realizada, por exemplo, custeio, investimento ou benefícios. Para o exercício de

2012, a Portaria n.º 49, de 28 de fevereiro de 2012, do Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão, e o Ofício n.º 23/2012-SPOA/SE-MME, de 13 de março de 2012, apresentaram os

seguintes limites de movimentação e empenho:

Quadro 11 – Limites de Movimentação e Empenho fixados pelo MP e pelo MME

Limites estabelecidos ao MME - Portaria MP n.º 49/2012

Limite de

Movimentação e

Empenho

Observação LOA

(R$)

Limite

(R$)

Anexo I – Custeio e

Investimento

Fontes: 100, 111, 113, 115, 118, 120, 127,

129, 130, 131, 132, 133, 134, 135, 139,

140, 141, 142, 144,

148, 149, 151, 153, 155, 157, 158, 159,

162, 164, 166, 172, 174, 175, 176, 178,

180, 188, 249, 280, 293,e suas

correspondentes, resultantes da

incorporação de saldos de exercícios

467.487.428,00 249.074.049,00

Page 81: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

81/123

anteriores.

Anexo II - Custeio e

Investimento

Fontes: 150, 250, e suas correspondentes,

resultantes da incorporação de saldos de

exercícios anteriores.

101.212.572,00 101.029.149,00

Anexo IV - PAC PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO

CRESCIMENTO

- PAC. Inclui recursos de todas as fontes.

422.344.080,00 422.344.080,00

Anexo VIII -

Benefícios

Inclui recursos de todas as fontes e

abrange auxílio-alimentação ou refeição,

assistência médica e odontológica,

inclusive exames periódicos, assistência

pré-escolar e auxílio-transporte, ou

similares, a servidores, militares,

empregados, e seus dependentes.

46.552.722,00 46.552.722,00

Limites estabelecidos à ANEEL - Ofício n.º 23/2012-SPOA/SE-MME (R$)

Despesa LOA LOA +

Créditos

Limite

31.3.2012

Limite

18.11.2012

Limite 10.1.2013 (%)*

Benefícios 4.332.852,00 4.034.723,00 4.332.852,00 4.332.852,00 4.034.723,00 100%

Custeio 105.140.932,00 105.140.932,00 67.057.509,00 77.551.454,00 78.751.454,00 75%

Investimento 11.481.321,00 13.261.379,00 6.364.744,00 6.364.744,00 5.164.744,00 30%

Total 120.955.105,00 122.437.034,00 77.755.105,00 88.249.050,00 87.950.921,00 72%

* LOA + Créditos (em 2012) versus Limite 10.1.2013

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir dos dados constantes na Portaria MP n.º 49/2012, no Ofício n.º

23/2012-SPOA/SE-MME e no Memorando 613/2013-SAF/ANEEL.

Há de se trazer à baila que, a partir dos limites estabelecidos pelo MP e pelo MME, a

Agência, desde que respeitados os valores da LOA e os limites estabelecidos por tipo de despesa,

tem autonomia para priorizar ou não a execução de suas ações orçamentárias. A título

exemplificativo, o órgão regulador tem a discricionariedade de, em determinado exercício,

utilizar seu limite orçamentário para a execução de despesas necessárias ao atingimento da meta

da ação Fiscalização ao custo de um menor dispêndio na ação Regulamentação. Em 2012, por

exemplo, o contingenciamento advindo da limitação de movimentação e empenho impactou

menos a ação 4880 – Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica (redução de 23,35%) do que

as ações Participação Pública, Regulamentação e Outorga (redução média de 70%). Trata-se,

nesse caso, de uma decisão da Agência, levando em consideração os valores da LOA, os limites

estabelecidos por categoria de gasto, a capacidade operacional da área de licitações, dentre

outros fatores.

No caso de necessidade de ampliação ou redução dos limites para determinada categoria,

de custeio para investimento, por exemplo, ainda que não se ultrapasse o limite de empenho e o

valor da LOA, o órgão regulador não pode prescindir da aquiescência do órgão setorial para

Page 82: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

82/123

realizar seus dispêndios. Abaixo, com base nos dados de dotação, limite e empenho da Agência,

em 2012, segue hipótese de realocação de limites dependente da aprovação do MME.

Figura 6 – Hipótese de Realocação de Limites

Classificação

do Gasto

LOA + CA

(2012)

Limite de

Empenho

(10.1.2013)

Empenhado

(2012)

Hipótese de

realocação de

limite

Benefícios 4.034.723,00 4.034.723,00 3.812.523,14 -

Custeio 105.140.932,00 78.751.454,00 77.310.371,32 - 1.000.000,00

Investimento 13.261.379,00 5.164.744,00 5.116.957,42 + 1.000.000,00

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados constantes SIAFI

Gerencial e no Memorando n.º 63/2013-SPG/ANEEL

Feita a devida ressalva, há de se analisar a execução orçamentária da Agência, no que

concerne às ações sob análise, considerando, neste momento, no cálculo da relação despesa

executada versus despesa prevista, o limite de movimentação e empenho estabelecido pelo

MME, ao invés do valor autorizado na lei orçamentária anual. O Gráfico 2 apresenta a

comparação proposta.

Gráfico 2: Comparação entre LOA + Créditos, Limite de Empenho, Empenhado e Liquidado das Ações 2C42, 4699

e 4703

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados constantes no SIAFI Gerencial e nos Relatórios de Gestão

2011 e 2012.

Da análise do Gráfico 2, os seguintes apontamentos podem ser feitos: (i) nos últimos três

exercícios, a execução orçamentária da Agência, considerando a relação entre o valor

empenhado e o limite de movimentação e empenho imposto tem sido satisfatória, sendo, em

2012, empenhado todo o valor do limite autorizado para as ações Participação Pública,

Regulamentação e Outorga; e (b) de 2010 a 2012, a quantidade de recursos alocados pela Lei

Orçamentária Anual - para as ações sob análise - vem diminuindo consideravelmente, mas, ainda

sim, o percentual de despesa liquidada tem sido baixo. A título de exemplo, de 2009 para 2012, o

montante de recursos alocados nas ações Participação Pública, Regulamentação e Outorga

decresceu em 53%; no mesmo período, a relação entre empenhos emitidos e dotação autorizada

caiu de 49% para 32%.

Page 83: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

83/123

Ao ser instada pela Equipe de Auditoria da CGU, acerca da baixa relação entre o valor

liquidado e o orçamento aprovado para as ações em tela, a Superintendência de Planejamento da

Gestão (SPG), teceu os seguintes comentários42

:

(i) 4703 – Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica

Grande parte dos recursos orçamentários da ação de Regulamentação é destinada à

avaliação de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e eficiência energética.

Segundo a Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética

(SPE), responsável pela avaliação dos projetos de P&D, a previsão orçamentária para a

realização dessa atividade é feita com base no prazo estimado para o encerramento dos

projetos cadastrados pelas empresas de energia no duto-ANEEL. Em maio/junho de

2011, quando foi feita a previsão orçamentária para 2012, estimava-se que até agosto

2012 seriam concluídos 214 projetos (os projetos encerrados neste período deveriam ser

avaliados em 2012). Contudo, desses 214, 124 solicitaram prorrogação do prazo de

execução e apenas 67 tiveram seus relatórios finais carregados no sistema, no período.

Este é um fator superveniente sobre o qual a Superintendência não tem controle, haja

vista que alguns projetos podem atrasar sua execução, o que não pode ser previsto à

época da elaboração do orçamento.

Por sua vez, no que se refere ao orçamento destinado à avaliação dos relatórios finais

dos projetos de eficiência energética, estava prevista a implantação do credenciamento

em 2012. Contudo, devido ao rito licitatório, o edital somente foi publicado em janeiro

de 2013, justificando, também, a baixa execução orçamentária nesta ação.

[...]

(ii) 4699 – Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica

[...] As contratações têm objetos específicos, muitas vezes sofrem com dificuldades na

licitação, resultando em reprogramações e impactando na execução orçamentária da

ação.

(iii) 2C42 – Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor Elétrico

No que diz respeito à execução orçamentária da Participação Pública, segundo

informações da área responsável por esta ação, a Superintendência de Comunicação e

Relações Institucionais (SCR), “o contrato de eventos, um dos principais itens de

despesa desta ação tem uma natureza peculiar, qual seja: faz-se uma previsão de uma

grande quantidade de itens para realização de eventos, conforme a legislação que rege a

matéria, mas, já se sabe que não serão realizados todos os itens previstos no contrato.

Assim, uma baixa execução deste contrato já é esperada. Particularmente no exercício

de 2012, tivemos a situação excepcional de ter que executar as despesas com eventos

por meio de registro de preço do Conselho Nacional de Justiça, considerando

dificuldades no processo de contratação da ANEEL”.

[...]

Há de se destacar que, para a ação Regulamentação, em que pese o limite de empenho ter

reduzido o volume de recursos disponibilizados na lei orçamentária anual em mais de 60%, a

meta física foi 21% superior àquela planejada. De forma similar, em virtude da limitação de

movimentação e empenho, o orçamento aprovado para a ação Participação Pública foi reduzido

em mais de 70%; apesar disso, a meta física foi superada em mais de 75%. No caso da ação

Outorga, a limitação de movimentação e empenho reduziu o orçamento previsto em mais de

70%, no entanto, a meta física executada superou em mais de 160% a meta prevista.

O órgão regulador apresentou os seguintes apontamentos atinentes à dissonância

mapeada:

42 Memorando 63/2013-SPG/ANEEL, de 29 de abril de 2013.

Page 84: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

84/123

(i) 4703 – Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica

[...]

Cabe ressaltar, ainda, que não existe uma vinculação direta entre os recursos

despendidos e a meta física realizada desta ação, ou seja, a quantidade de atos

regulatórios publicados. As metas decorrem da evolução do mercado e de diretrizes da

política setorial, que levam à necessidade de elaboração de regulamentos e outros atos

normativos, realizados pela equipe de servidores da ANEEL. Os recursos orçamentários

previstos para a ação são programados para o custeio de estudos, análises e pesquisas

que são necessários para o aprimoramento da elaboração dos atos.

(ii) 4699 – Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica

Quanto à previsão orçamentária desta ação, observa-se que, por se tratarem as outorgas

de atos administrativos elaborados por pessoal próprio da Agência, os recursos

programados destinam-se, via de regra, a contratações de estudos e serviços que visam

subsidiar e aprimorar os processos implementados. As contratações têm objetos

específicos, muitas vezes sofrem com dificuldades na licitação, resultando em

reprogramações e impactando na execução orçamentária da ação.

(iii) 2C42 – Participação Pública na Agenda Regulatória do Setor Elétrico

[...]

Ressaltamos, ainda, que em função da abrangência e da diversidade dos processos

contemplados nesta ação, o custo unitário da meta é variável, visto que parte dos

processos, embora contribuam para o alcance do objetivo da ação, não se refletem na

meta física, ou seja, em eventos realizados. Dessa forma, não cabe avaliar a ação sob a

ótica da proporcionalidade entre a meta física e a execução orçamentária.

Observa-se que o alcance da meta física, especialmente nos casos das ações

Regulamentação e Outorga, vincula-se mais ao desempenho interno do órgão regulador,

utilizando-se de pessoal próprio, do que às contratações originalmente planejadas para o

exercício. O valor previsto na lei orçamentária anual para as ações em tela é destinado a

contratações capazes de subsidiar e aperfeiçoar a elaboração do produto entregue. De acordo

com o Relatório de Gestão da ANEEL (fl. 73), exercício de 2012, “as restrições à execução

orçamentária podem impactar mais na qualidade dos resultados do que propriamente na

quantidade da meta realizada”. Depreende-se, assim, que a execução orçamentária e financeira

das ações em tela impacta mais a qualidade do que a quantidade dos produtos gerados pelo órgão

regulador. O Gráfico 3 compara a meta física prevista e executada nos últimos quatro exercícios.

Gráfico 3 – Meta Física prevista versus realizada

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados constantes no SIAFI Gerencial e nos Relatórios de Gestão

2011 e 2012.

No que toca às metas físicas, deve-se destacar, também, que o Relatório de Auditoria

CGU n.º 201203651, referente à Auditoria Anual de Contas do exercício de 2011, apontou, para

a execução física da ação Regulamentação, superestimava do resultado alcançado, decorrente do

Page 85: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

85/123

cômputo, de forma imprópria, de atos de natureza não regulamentar no indicador, dando azo à

seguinte recomendação: “Que a ANEEL adote providências para a segregação dos atos de

caráter específico (Resoluções Autorizativas, Resoluções Homologatórias e Despachos) dos de

caráter geral (Resoluções Normativas), uma vez que apenas estes são regulamentos

propriamente ditos”. A metodologia utilizada pela Agência em 2011 foi repisada em 2012.

Consta no Relatório de Gestão da ANEEL, exercício de 2012, fls. 252-253, que:

Com o objetivo de tratar a questão quanto à natureza dos atos a serem contabilizados

pela Ação de Regulamentação, em 24 de julho de 2012, via e-mail, foi solicitado a

alteração do nome da Ação para 2013 ao MME e à SOF. A alteração do nome dará a

possibilidade de abarcar todos os atos emitidos pelas superintendências da ANEEL,

demonstrando todo o trabalho realizado pelas unidades e não apenas parte dele,

conforme abaixo especificado:

De: 4703 - Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica;

Para: 4703 - Regulação dos Serviços de Energia Elétrica.

[...]

Para 2013, a alteração não foi feita, pois no PLOA2013 a ação permanece com o mesmo

nome, Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica.

Caso haja possibilidade durante a elaboração do PLOA2014, faremos nova solicitação

de mudança aos referidos órgãos.

Observa-se, por fim, que a meta física prevista da Ação Outorga de Geração,

Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica, nos últimos três anos, não foi alterada, em que

pese à execução física venha superando a previsão em mais de 100%.

##/Fato##

1.1.2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES OPERACIONAIS

1.1.2.1 INFORMAÇÃO

Contratação e Gestão de Bens e Serviços de TI.

Fato

Com o objetivo de avaliar os processos de contratação e gestão de bens e serviços de

Tecnologia da Informação, foram selecionados, com base no critério de materialidade, o

Contrato n° 225/2012, celebrado com a empresa Allen Rio Serv. e Com. de Prod. de informática

Ltda. (Processo nº 48500.001677/2012-01), e o Contrato nº 342/2012, celebrado com a empresa

Imagem Sistemas de Informações Ltda. (Processo nº 48500.005567/2012-18).

Não foram detectadas falhas quanto ao embasamento das contratações de soluções de TI

nas necessidades reais da Agência, estando alinhadas com o PDTI e em conformidade com a

IN04/2010 da SLTI.

Além disso, os processos licitatórios avaliados foram baseados em critérios objetivos, de

forma que não foram verificados elementos que pudessem comprometer o caráter competitivo do

certame, conforme define a IN04/2010 da SLTI.

Com relação à gestão dos contratos de Soluções de TI, foi avaliado apenas o Contrato nº

225/2012, visto que o Contrato nº 342/2012 foi assinado em dezembro de 2012 e não houve

execução naquele exercício. Não foram detectadas falhas com relação aos controles definidos na

IN04/2010 da SLTI.

Page 86: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

86/123

Destaca-se como boa prática da Agência a elaboração do Relatório de Acompanhamento

do Plano Gerencial, que apresenta os resultados do processo de acompanhamento do

desempenho dos programas do Plano Plurianual e das respectivas Ações de responsabilidade da

ANEEL constantes da Lei Orçamentária Anual. O Relatório tem um tópico dedicado à gestão de

serviços de Tecnologia da Informação, que apresenta o andamento das ações desenvolvidas no

âmbito da Superintendência de Gestão Técnica da Informação – SGI. Além disso, a SGI

apresentou documento que apresenta os resultados trimestrais apurados a respeito da Execução

das Estratégias de TI – ETI, definidas no PDTI. Essas práticas contribuem para o

acompanhamento eficaz das ações de TI e atuação tempestiva nas decisões gerenciais.

##/Fato##

1.1.2.2 INFORMAÇÃO

Recursos Humanos de TI.

Fato

Com o objetivo de avaliar se a entidade mantém independência em relação aos

empregados das empresas de Tecnologia da Informação contratadas, foi selecionado o Contrato

n° 072/2011, Processo nº 48500.003626/2009-18, firmado com a empresa Hepta Tecnologia e

Informática Ltda. O critério utilizado para a sua seleção foi o número de empregados

terceirizados por meio do referido contrato e a sua materialidade significativa no montante dos

contratos de terceirização de mão-de-obra para serviços de TI.

Não foi identificado vínculo de subordinação com funcionários da contratada mediante

análise do contrato.

Além disso, o edital da contratação foi lançado antes da vigência da Instrução Normativa

nº 4, de 12 de novembro de 2010 da SLTI/MP, visto que a contratação ocorreu como resultado

do Pregão Eletrônico 044/2009. Verificou-se a adequação do Contato nº 072/2011, prorrogado

no exercício de 2012, à referida norma. Não foi identificada a previsão da remuneração dos

funcionários da contratada, nem a indicação de pessoas para compor o quadro funcional da

contratada. Além disso, não foi identificada a contratação por postos de trabalho alocados,

conforme vedação da IN 04/2010 Art. 15º inc. VII §3º.

Dessa forma, não foram identificados elementos que indiquem que a entidade mantém

dependência em relação aos empregados das empresas de Tecnologia da Informação contratadas.

Apesar disso, cabe destacar que a lista de pessoal alocado para execução de atividades de

TI apresentada pela ANEEL indica que existem 43 servidores de carreira e 114 terceirizados, ou

seja, aproximadamente 73% do quadro é composto por pessoal proveniente de contratos de

terceirização. Esse fato deve ser monitorado constantemente pela entidade, visto que a

interrupção dos serviços prestados por uma ou mais empresas terceirizadas pode afetar a gestão

da área de TI e acarretar prejuízos ao funcionamento da ANEEL.

##/Fato##

1.1.2.3 CONSTATAÇÃO

Ausência de Comitê Gestor da segurança da informação, responsável pela implementação

da Política de Segurança da informação na Unidade.

Page 87: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

87/123

Fato

A Instrução Normativa nº 1/2008, do GSI/PR, norma que aprova orientações para a

Gestão da Segurança da Informação e Comunicações para órgãos e entidades da Administração

Pública Federal, direta e indireta, conceitua a Gestão de Segurança da Informação e

Comunicações como ações e métodos que visam à integração das atividades de gestão de riscos,

gestão de continuidade do negócio, tratamento de incidentes, tratamento da informação,

conformidade, credenciamento, segurança cibernética, segurança física, segurança lógica,

segurança orgânica e segurança organizacional aos processos institucionais estratégicos,

operacionais e táticos, não se limitando, portanto, à tecnologia da informação e comunicações.

A norma define ainda a necessidade de que os órgãos e entidades constituam Comitê de

Segurança da Informação, que deve ter entre suas atribuições assessorar na implementação das

ações de segurança da informação e comunicações e propor normas relativas à segurança da

informação e comunicações na Unidade.

A Portaria Aneel nº 581, de 17 de abril de 2007, aprova a Revisão 01 da Norma de

Organização ANEEL nº 012, de 15 de julho de 2004, que estabelece as Diretrizes Básicas da

Política de Segurança da Informação a serem observados no âmbito da Agência Nacional de

Energia Elétrica – ANEEL. O inciso II do artigo 4º da referida Portaria apresenta a seguinte

definição:

II – Comissão de Gestão da Informação - CGI: órgão colegiado, nomeado pela

Diretoria da ANEEL, responsável por analisar e propor medidas para efetiva

aplicação, disseminação e aprimoramento da Política de Segurança da Informação;

Nesse sentido, após análise da documentação apresentada pela Unidade, constatou-se

que, apesar da existência da CGI, inexiste área específica (comitê gestor da segurança da

informação) responsável pela implementação da Política de Segurança da Informação.

Tal impropriedade é reforçada pelo Relatório de Auditoria do Projeto Programado PP

17/2012, elaborado pela Auditoria Interna da ANEEL, que, entre outros pontos, aponta a

ausência de designação formal de equipe de segurança da informação na Superintendência de

Gestão Técnica da Informação – SGI (ponto de auditoria nº 2). Para tal apontamento foi

apresentada a seguinte recomendação:

Que a SGI constitua formalmente a equipe responsável pela Política de Segurança da

Informação no âmbito da Superintendência, designe o gestor da equipe e as suas

responsabilidades, informando a AIN as providências adotadas.

Em resposta ao item 2, letra d, da Solicitação de Auditoria nº 201206236/01, de 9/4/2013,

que solicitou informações a respeito do Gestor de Segurança da Informação e Comunicações, a

Agência encaminhou cópia do Memorando nº 0181/2013-SGI/ANEEL, de 17 de abril de 2013,

em que a SGI apresenta as providências tomadas até aquele momento a respeito das

recomendações do Relatório de Auditoria do Projeto Programado PP 17/2012. Entre as

informações prestadas, o mencionado Memorando trouxe os seguintes esclarecimentos:

A SGI informa que realizou a criação da equipe de Gestão de Segurança, composta

inicialmente pelos colaboradores (...) e (...), sendo este último designado para a função

de coordenador de segurança da informação, podendo contar com o apoio eventual dos

integrantes da equipe de infraestrutura de TI. A SGI informa também que procederá

com a formalização da referida equipe recém-criada, com a definição de suas

responsabilidades, ainda neste mês de abril, mediante publicação no Boletim

Administrativo.

Page 88: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

88/123

Até o final do processo de auditoria não foi apresentada documentação que comprove a

formalização da equipe de gestão de segurança, nem a definição das suas responsabilidades.

Um comitê gestor da segurança da informação adequadamente implementado poderia

exercer as atribuições de: a) acordar sobre papéis e responsabilidades específicas para segurança

de informações em toda a organização; b) acordar sobre metodologias e processos específicos

para segurança de informações. Por exemplo: avaliação de riscos e sistema de classificação de

segurança; c) apoiar iniciativas de segurança de informação que abrangem toda a organização.

Por exemplo: programas de conscientização sobre segurança; d) assegurar que a segurança seja

parte do processo de planejamento de informações; e) avaliar a adequação e coordenar a

implementação de controles específicos para segurança de informações em novos sistemas ou

serviços; f) revisar os incidentes relacionados com a segurança de informações; g) promover a

visibilidade do suporte corporativo para a segurança de informações em toda a organização. Com

efeito, a inexistência dessa área representa um risco de ausência de ações de segurança da

informação ou ocorrência de ações ineficazes, descoordenadas e sem alinhamento com os

objetivos da Agência.

Por ocasião da prolação do acórdão nº 592/2011 – Plenário, o Tribunal de Contas da

União recomendou às Unidades Jurisdicionadas que “em atenção à Instrução Normativa GSI/PR

1/2008, art. 5º, VI, c/c a Norma Complementar 03/IN01/DSIC/GSIPR, item 5.3.7.3, institua

Comitê de Segurança da Informação e Comunicações, observando as práticas contidas na NBR

ISO/IEC 27002, item 6.1.2 Coordenação de segurança da informação”.

##/Fato##

Causa

A Agência não instituiu o Comitê de Segurança da Informação e Comunicações,

conforme descrito no art 5, VI da IN 01 - GSI/DSIC, de 13 de junho de 2008 e na Norma

Complementar 03/IN01/DSIC/GSIPR, de 30/6/2009.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 5/6/2013, a unidade concordou

com os apontamentos e informou que tomará providências para sanar a falha por meio de

publicação de Despacho.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Considerando que a Agência concordou com o fato apontado na Reunião de Busca

Conjunta de Soluções e não apresentou esclarecimentos adicionais sobre o assunto na

manifestação sobre o Relatório Preliminar, mantem-se a constatação.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Que a Agência institua Comitê de Segurança da Informação e Comunicações,

em atenção à Instrução Normativa GSI/PR 1/2008, art. 5º, VI, e à Norma Complementar

03/IN01/DSIC/GSIPR, item 5.3.7.3, fato já apontado em recomendação da Auditoria Interna da

Unidade.

Page 89: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

89/123

1.1.2.4 CONSTATAÇÃO

Falha na atualização e divulgação da Política de Segurança da Informação e Comunicações

(POSIC)

Fato

Atualização da Política de Segurança da Informação e Comunicações - POSIC

A Norma Complementar 03/IN 01/DSIC/GSIPR, Item 8, define que:

Todos os instrumentos normativos gerados a partir da POSIC, incluindo a própria

POSIC, devem ser revisados sempre que se fizer necessário, não excedendo o período

máximo de 03(três) anos.

Após análise da documentação apresentada pela Unidade por meio do Oficio nº 49/2013-

AIN/ANEEL, de 24/4/2013, constatou-se que a última atualização ocorreu no exercício de 2007,

conforme consignado Portaria Aneel nº 581, de 17 de abril de 2007, que aprova a Revisão 01 da

Norma de Organização ANEEL nº 012, de 15 de julho de 2004, que estabelece as Diretrizes

Básicas da Política de Segurança da Informação a serem observados no âmbito da Agência

Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.

Dessa forma, verificou-se que a Agência não atualizou o POSIC dentro do período

máximo definido na legislação vigente, visto que já se passaram 6 anos desde a última

atualização.

Divulgação do POSIC

As Normas Complementares 03/IN 01/DSIC/GSIPR, Item 7, e 07/IN 01/DSIC/GSIPR,

Item 6.2, versam sobre a obrigatoriedade da divulgação da POSIC e suas atualizações a todos os

servidores, usuários, prestadores de serviço, contratados e terceirizados que habitualmente

trabalham nas entidades da Administração Pública Federal.

Após análise da documentação apresentada pela Unidade verificou-se a divulgação da

POSIC se deu por meio de impresso intitulado “Normas de Segurança da Informação”. A versão

eletrônica encaminhada por meio do Oficio nº 49/2013-AIN/ANEEL, de 24/4/2013, tem como

data de publicação o ano de 2004 e traz apenas as primeiras páginas do impresso, não sendo

possível identificar o conteúdo divulgado.

Em consulta à rede interna (Intranet) da ANEEL, verificou-se que dentro dos itens que

descrevem as atividades da Superintendência de Gestão Técnica da Informação – SGI é

disponibilizado um manual eletrônico que traz as normas de segurança da informação em uma

versão datada de 2007.

Não foram apresentados e-mails ou outros meios de comunicação que comprovassem a

divulgação recente do POSIC com o objetivo de se internalizar o cumprimento da Política de

Segurança da Informação e Comunicações, das normas de segurança e da legislação vigente

acerca do tema a todos aqueles que habitualmente trabalham na ANEEL.

##/Fato##

Page 90: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

90/123

Causa

A Agência não atualizou e divulgou o POSIC de forma adequada, descumprindo as

Normas Complementares 03/IN 01/DSIC/GSIPR e 07/IN 01/DSIC/GSIPR.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 5/6/2013, a unidade concordou

com os apontamentos e informou que tomará providências para sanar a falha ao longo do

exercício de 2013.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Considerando que a Agência concordou com o fato apontado na Reunião de Busca

Conjunta de Soluções e não apresentou esclarecimentos adicionais sobre o assunto na

manifestação sobre o Relatório Preliminar, mantem-se a constatação. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Que a Agência atualize e divulgue o POSIC de acordo com as Normas

Complementares 03/IN 01/DSIC/GSIPR e 07/IN 01/DSIC/GSIPR.

1.1.2.5 INFORMAÇÃO

Registro das configurações anteriores dos sistemas na Metodologia de Desenvolvimento de

Sistemas MDS vigente.

Fato

Em análise dos documentos apresentados pela Unidade por meio do Ofício nº 49/2013-

AIN/ANEEL, de 24 de abril de 2013, que encaminhou mídia contendo manifestações da

Superintendência de Gestão Técnica da Informação - SGI em resposta à Solicitação de Auditoria

nº 201306236/01, item 4, letra “a”, de 9/4/2013, que solicitou a descrição detalhada da

Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas (MDS) utilizada na Agência, constatou-se uma

impropriedade na metodologia de desenvolvimento de sistemas vigente na ANEEL no exercício

de 2012.

Não foi identificada, na Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas (MDS-ANEEL)

vigente em 2012, a previsão do registro das configurações anteriores dos sistemas, como em um

sistema de controle de versões, conforme previsto no Guia de Processo de Software para o SISP

(PSW-SISP), que define um modelo para guiar na elaboração dos processos de software dos

órgãos ligados ao SISP, bem como na Metodologia de Gerência de Projetos do SISP (MGP-

SISP), que é um conjunto de boas práticas em gerenciamento de projetos para os órgãos

integrantes do SISP, com o objetivo de ser uma referência para os órgãos/entidades que

pretendem implantar o gerenciamento de projetos.

Na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada no dia 5/6/2013, a SGI informou

que uma nova versão do MDS publicada no início de 2013 passou a contemplar o registro das

configurações anteriores dos sistemas. A Superintendência forneceu arquivos eletrônicos

Page 91: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

91/123

contendo uma nova versão do MDS (2.0), publicada em 31/1/2013, bem como os documentos

intitulados Plano de Gerenciamento de Configuração, Processo de Gerenciamento de

Configuração e Guia de Utilização do programa Team Foundation Server (TFS) – ferramenta de

Configuration Manager (CM). Os três últimos se encontram publicados na Intranet da ANEEL.

A versão 2.0 do MDS contempla a necessidade de se criar um Plano de Gerenciamento

de Configuração, redigido e acompanhado pelo Gerente de configuração, e um Repositório na

fase de Iniciação de um Projeto. O glossário do documento traz também as seguintes definições:

Gerência de configuração: conjunto de atividades desenvolvidas para administrar

modificações ao longo do ciclo de vida do serviço de desenvolvimento/manutenção de

sistemas;

Repositório: espaço digital em memória permanente utilizado para armazenar e manter

versões dos produtos elaborados no processo de desenvolvimento de sistemas;

A falha detectada no MDS vigente no exercício de 2012 foi sanada na versão 2.0,

publicada no início de exercício de 2013.

##/Fato##

1.1.2.6 INFORMAÇÃO

Planejamento Estratégico de TI

Fato

De acordo com Relatório de Gestão do exercício de 2012, a ANEEL utiliza como

prática a definição de uma Agenda de Desafios Estratégicos, que é o instrumento de

planejamento estratégico da ANEEL, com o objetivo de contribuir para a visão integrada dos

principais resultados que a Agência pretende atingir no cumprimento de sua missão institucional.

De acordo com a documentação analisada, o Desafio Estratégico apresenta nove desafios, entre

os quais destaca-se o “Desafio 7: Informação com Qualidade”, que tem relação direta com o

Planejamento Estratégico para a área de TI.

O "Plano Diretor de Tecnologia da Informação" – PDTI da ANEEL, aprovado em 2010,

encontra-se na 3ª edição, que incluiu atualizações referentes aos exercícios de 2011 e 2012.

O PDTI analisado abrange de forma razoável o conteúdo mínimo de itens definido no

modelo de referência do Guia de Elaboração do Sistema de Administração dos Recursos de

Tecnologia da Informação – SISP.

Não foram identificadas ações de TI executadas em 2012 que não estavam previstas no

PDTI vigente no exercício. A única ressalva a ser feita é a de que o PDTI está disponível na

página da Agência na Internet, mas a publicação do resumo do PDTI no Diário Oficial da União

– DOU não foi identificada, conforme orienta o SISP.

O PDTI apresenta um quadro específico intitulado “Quadro nº 3 – Alinhamento da TI

para alcance dos Desafios Estratégicos” que apresenta a correlação entre os Desafios

Estratégicos e as Estratégias de TI (ETI).

##/Fato##

2 CONTROLES DA GESTÃO

2.1 CONTROLES INTERNOS

Page 92: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

92/123

2.1.1 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS

2.1.1.1 INFORMAÇÃO

A unidade registrou seus processos disciplinares no sistema CGU-PAD, e possui um

coordenador e administrador responsável por esses registros.

Fato

Todos os processos disciplinares da ANEEL foram cadastrados no sistema CGU-PAD.

De acordo com o Ofício nº 15 CGA/ANEEL, foi constatado que a ANEEL indicou um

coordenador responsável pelo registro de informações sobre procedimentos disciplinares

instaurados na unidade e que possui uma política de uso do sistema CGU-PAD, aprovado pela

portaria nº 940/2008.

Para o atendimento do Art. 3°, §2º, da portaria CGU nº 1043/2007, não foi apresentado

documento comprobatório da indicação, ao órgão central, de um servidor para ser administrador

principal do sistema na unidade, porém, consta na página da internet da CGU esta indicação.

Observou-se ainda, que a estrutura de pessoal e tecnológica (computador e impressora para

todos os servidores que compõe a Comissão Permanente de Procedimentos Administrativos –

CPPA, com acesso ao sistema) é suficiente para gerenciar os processos instaurados e o devido

uso do sistema CGU-PAD, visto que o número de registros no sistema é pequeno. Em 2012

foram apenas seis eventos.

##/Fato##

2.1.1.2 CONSTATAÇÃO

A unidade jurisdicionada não realizou, de forma sistemática, avaliação do seu desempenho

com relação à prestação dos serviços nem pesquisa de satisfação junto aos usuários.

Fato

Apesar de ter implementado a Carta de Serviços ao Cidadão, e a mesma ter sido revisada

em 2012, a ANEEL, não tem realizado avaliação de desempenho, na prestação dos serviços

listados na carta, e pesquisa de satisfação junto aos usuários de forma a ter subsídios para

implementar melhorias no atendimento, conforme disposto no decreto nº 6932/2009, art. 12.

Art. 12. Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal deverão aplicar

periodicamente pesquisa de satisfação junto aos usuários de seus serviços e utilizar os

resultados como subsídio relevante para reorientar e ajustar os serviços prestados, em

especial no que se refere ao cumprimento dos compromissos e dos padrões de qualidade

de atendimento divulgados na Carta de Serviços ao Cidadão.

§ 1o A pesquisa de satisfação objetiva assegurar a efetiva participação do cidadão na

avaliação dos serviços prestados, possibilitar a identificação de lacunas e deficiências na

prestação dos serviços e identificar o nível de satisfação dos usuários com relação aos

serviços prestados.

§ 2o Os órgãos e as entidades do Poder Executivo Federal deverão divulgar,

anualmente, preferencialmente na rede mundial de computadores, os resultados da

Page 93: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

93/123

avaliação de seu desempenho na prestação de serviços ao cidadão, especialmente em

relação aos padrões de qualidade do atendimento fixados na Carta de Serviços ao

Cidadão.

No entanto, há exceções.

Para o serviço de Ouvidoria há avaliação de desempenho, divulgada através da

publicação anual “Ouvidoria Setorial em Números”, na página da unidade na internet.

Para o atendimento presencial no Centro de Documentação, CEDOC, há avaliação de

desempenho, ainda que informal, e pesquisa de satisfação, que são divulgados internamente na

ANEEL.

##/Fato##

Causa

A área responsável pelo cumprimento do decreto nº 6932/2009, art. 12, não acompanhou

a implementação de todos os dispositivos da norma, restringindo sua atuação apenas na

implantação da Carta de Serviços.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Durante a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, a ANEEL apresentou resultados de

pesquisas de satisfação realizadas em 2011 e 2012, porém concordou que precisa melhorar o

processo de avaliação de desempenho, pesquisa e divulgação dos resultados.

Em resposta ao Relatório Preliminar, a Agência manifestou-se no sentido de reforçar o

fato de que algumas unidades organizacionais, como por exemplo, as Superintendências de

Gestão Técnica da Informação-SGI, de Mediação Administrativa, Ouvidoria Setorial e

Participação Pública-SMA e Secretaria-Geral – SGE, desenvolveram ações pontuais junto aos

usuários de seus processos, porém não de forma sistematizada e sem a devida publicação dos

resultados, não obstante a amplitude dos serviços. A ANEEL considera, ainda, que sua Carta de

Serviços é ampla e extrapola as exigências do Decreto nº 6932/2009.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Considerando que a Agência concordou com o fato apontado, e que realizou algumas

pesquisas de satisfação e avaliações de desempenho de forma não sistematizada, conclui-se que é

preciso realizar melhorias nos processos internos, para que o decreto nº 6932/2009 seja atendido

em todos os seus dispositivos.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Realizar e divulgar avaliação de desempenho na prestação dos serviços ao

cidadão, especialmente em relação aos padrões de qualidade do atendimento, fixados na Carta de

Serviços ao Cidadão, e divulgar pesquisa de satisfação junto aos usuários dos serviços prestados.

2.1.2 AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS

2.1.2.1 CONSTATAÇÃO

Page 94: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

94/123

Inconsistências nos valores da execução orçamentária da Agência Nacional de Energia

Elétrica informados no Relatório de Gestão (RG) do exercício de 2012.

Fato

Os Quadros 12, 13 e 14 apresentam, respectivamente, (i) o planejamento e a execução do

orçamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), incluindo a execução de créditos

recebidos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Companhia

de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e Ministério de Minas e Energia (MME); (ii) a

execução orçamentária e financeira dos créditos recebidos das unidades retrocitadas; e (iii) a

execução orçamentária e financeira de diárias e passagens.

QUADRO 12 – Planejamento e Execução da Despesa – ANEEL (*)

Item R$ 1,00

Programa Ação Dotação

Inicial

Dotação

Atualizada

Despesas

Empenhadas

Despesas

Liquidadas

Valores Pagos RP não

Processados

RP

Processados

Previdência de

Inativos e

Pensionistas da

União

PAGAMENTO DE

APOSENTADORIAS

E PENSÕES

221.000,00

321.000,00

247.516,33

247.516,33

247.516,33

-

-

Transferências

Constitucionais

e as

Decorrentes de

Legislação

TRANSFERÊNCIA A

ESTADOS, DISTRITO

FEDERAL E

MUNICÍPIOS – ICMS

- -

19.993.287,39

19.993.287,39

19.993.287,39

-

-

Reserva de

Contingência

RESERVA DE

CONTINGÊNCIA 247.457.011,00 247.457.011,00 - - - -

Energia Elétrica

FISCALIZAÇÃO 31.497.463,00 36.964.841,00 28.332.590,45 18.897.838,78 18.529.937,49 9.434.751,67 367.901,29

OUTORGA 1.958.963,00 1.958.963,00 523.184,50 504.015,15 504.015,15 19.169,35 -

REGULAMENTAÇÃ

O 2.588.259,00 3.069.759,00 1.102.642,30 836.894,32 836.894,32 265.747,98

-

OUVIDORIA 27.336.892,00 21.869.514,00 14.964.460,97 10.498.004,55 10.490.348,19 4.466.456,42 7.656,36

PARTICIPAÇÃO 2.781.416,00 2.299.916,00 682.911,85 465.529,89 465.529,89 217.381,96

ADMINISTRAÇÃO

DA UNIDADE - - 157.748,42 157.748,42 157.748,42 - -

CONTRIBUIÇÃO

ABAR 20.000,00 20.000,00 - - - - -

CONTRIBUIÇÃO

CIGRÉ 5.000,00 5.000,00 - - - - -

CONTRIBUIÇÃO -

REGIME DE

PREVIDÊNCIA

20.228.968,00 20.228.968,00 19.261.934,47 19.261.934,47 19.261.934,47 - -

REFORMA DO

EDIFÍCIO SEDE DA

ANEEL

1.530.572,00 1.530.572,00 640.058,84 299.195,12 299.195,12 340.863,72 -

ADMINISTRAÇÃO

DA UNIDADE 43.484.310,00 43.484.310,00

35.453.148,85

26.475.547,04

26.445.656,18

8.977.601,81

ADMINISTRAÇÃO

DA UNIDADE

(CRÉDITO

- 1.430.058,00

Page 95: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

95/123

Programa de

Gestão e

Manutenção

EXTRAORDINÁRIO) 29.890,86

PAGAMENTO DE

PESSOAL 100.748.724,00 101.748.724,00 100.059.879,86 100.059.879,86 99.753.956,85 -

305.923,01

CAPACITAÇÃO 2.496.986,00 2.496.986,00 2.262.360,66 2.039.403,06 2.039.403,06 222.957,60 -

PUBLICIDADE 100.000,00 100.000,00 99.999,76 99.999,76 99.999,76 - -

ASSISTÊNCIA

MÉDICA E

ODONTOLÓGICA

1.398.780,00 1.198.780,00 1.158.972,28 999.830,02 999.830,02 159.142,26 -

ASSISTÊNCIA

MÉDICA - EXAMES

PERIÓDICOS

106.200,00 106.200,00 59.575,82 33.081,37 33.081,37 26.494,45 -

AUXÍLIO-

ALIMENTAÇÃO 2.667.072,00 2.567.072,00 2.467.577,48 2.467.577,48 2.467.577,48 - -

AUXÍLIO-

TRANSPORTE 54.000,00 54.000,00 41.961,32 41.961,32 41.961,32 - -

ASSISTÊNCIA PRÉ-

ESCOLAR 106.800,00 108.671,00 105.806,25 105.806,25 105.806,25 - -

CONTRIBUIÇÃO

FNQ 11.353,00 11.353,00 - - - - -

CONTRIBUIÇÃO

AUDIBRA 2.000,00 2.000,00 - - - - -

CONSTRUÇÃO DO

EDIFÍCIO SEDE 2.809.039,00 2.809.039,00 - - - - -

CONSTRUÇÃO DO

EDIFÍCIO SEDE DA

ANEEL (CRÉDITO

EXTRAORDINÁRIO)

- 350.000,00 -

-

TOTAL 489.610.808,00 492.192.737,00 227.615.617,8 203.485.050,58 202.773.679,06 24.130.567,22 711.371,52

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados do SIAFI Gerencial.

(*) Inclui as movimentações de crédito recebidas pela ANEEL.

Quadro 13 – Movimentações de crédito recebidas pela ANEEL

Concedente Ação Dotação Empenhado Liquidado Pago RP não

Processado

RP

Processado

ANP

ASSISTÊNCIA MÉDICA - EXAMES

PERIÓDICOS

21.370,01 21.370,01 10.446,66 10.446,66 10.923,35 -

ADMINISTRAÇÃO

DA UNIDADE 1.634.029,44 1.634.029,44 1.545.957,74 1.545.957,74 88.071,81 -

CPRM

ADMINISTRAÇÃO DA UNIDADE 244.811,58 157.748,42 157.748,42 157.748,42 - -

MME

TRANSFERÊNCIA A

ESTADOS, DISTRITO

FEDERAL E

MUNICÍPIOS – ICMS

19.993.287,39 19.993.287,39 19.993.287,39 19.993.287,39 - -

TOTAL 21.893.498,42 21.806.435,26 21.707.440,21 21.707.440,21 98.995,16 -

Page 96: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

96/123

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados do SIAFI Gerencial.

QUADRO 14 – Execução de diárias e passagens

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados do SIAFI Gerencial.

Conforme orientação da Portaria do Tribunal de Contas da União (TCU) n.º 150, de 3 de

julho de 2012, seção 4, o órgão regulador fez constar no seu Relatório de Gestão – exercício de

2012 - as informações sobre os programas de governo dos quais participa. Nos moldes

requeridos pelo TCU, foram adotadas as seguintes subdivisões e quadros: (i) Quadro A.4.1 –

Informações sobre os programas temáticos; (ii) Quadro A.4.2 – Informações sobre os objetivos

vinculados a programas temáticos; (iii) Quadro A.4.3 – Informações sobre iniciativas vinculadas

a programas temáticos; (iv) Quadro A.4.4 – Informações sobre ações vinculadas a programas

temáticos; (v) Quadro A.4.5 – Informações sobre programas de gestão, manutenção e serviço ao

estado; e (iv) Quadro A.4.6 – Informações sobre ações vinculadas a programas de gestão,

manutenção e serviço ao estado.

Desde o início, a Agência pondera em seu Relatório de Gestão que não é responsável (i)

pelo programa temático 2033 – Energia Elétrica; (ii) pelo objetivo 0047 – Aprimorar a qualidade

do fornecimento e zelar pela modicidade dos preços dos serviços de energia elétrica para a

sociedade; e (iii) pelo programa 2119 - Gestão e Manutenção do Ministério de Minas e

Energia43

. O órgão regulador é responsável pela Iniciativa 003Q – Regulação do Setor Elétrico e

pelas ações descritas no Quadro I. Por meio do preenchimento dos Quadros A.4.3, A.4.4.1–

A.4.4.5 e A.4.6.1-A.4.6.17 (fls. 51-164), a Agência apresentou a execução orçamentária,

financeira e física das ações sob sua responsabilidade. Não foram identificados na seção

“Programação e Execução da Despesa Orçamentária e Financeira” do Relatório de Gestão da

ANEEL, no que toca à forma de apresentação das informações, pontos contrários às normas de

prestação de contas exaradas pelos órgãos de controle.

Por outro lado, no que tange à qualidade da informação, especialmente quando se avalia

se os dados constantes no Relatório de Gestão representam com fidedignidade a realidade da

execução orçamentária e financeira do órgão, faz-se necessário tecer algumas considerações.

Ao se comparar os valores de execução orçamentária e financeira disponibilizadas pela

Agência, via Relatório de Gestão, e aqueles extraídos do SIAFI Gerencial, foram identificadas

inconsistências. De forma resumida, as divergências encontradas foram (i) erro nos valores

informados para a execução de diárias e passagens (fl. 124, RG) e para o orçamento final da ação

Administração da Unidade (fl. 124, RG); (ii) inconsistência entre os valores relativos a Restos a

Pagar, ação Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica, informados

43 O órgão responsável é o Ministério de Minas e Energia (MME).

Natureza da Despesa Detalhada

Empenho

Liquidado

(R$)

Valores Pagos

(R$)

33901414 - DIARIAS NO PAIS 1.038.561,37 1.038.561,37

33901416 - DIARIAS NO EXTERIOR 245.688,52 245.688,52

33903301 - PASSAGENS PARA O PAIS 1.502.591,61 1.219.160,10

33903302 - PASSAGENS PARA O EXTERIOR 226.570,51 175.210,95

33903602 - DIARIAS A COLABORADORES EVENTUAIS 3.129,25 3.129,25

TOTAL: 3.016.541,26 2.681.750,19

DIÁRIAS 1.287.379,14 1.287.379,14

PASSAGENS 1.729.162,12 1.394.371,05

Page 97: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

97/123

nos Quadros A.4.4.3 (fl. 91, RG) e Execução Orçamentária e Financeira Global da UJ (fl. 176,

RG); (iii) utilização de critérios diferentes44

para o preenchimento do campo Despesa Realizada,

nos Quadros A.4.4.1-A.4.4.5 e A.4.6.1-A.4.6.17; e (iv) erro nos valores informados no Quadro

Execução Orçamentária e Financeira Global da UJ (fl. 176, RG), especialmente no que toca ao

campo Restos a Pagar.

O Quadro 15 traz os valores informados pela Agência e aqueles constantes no SIAFI

Gerencial.

Quadro 15 – Divergências entre os valores informados no Rel. de Gestão e constantes no SIAFI Gerencial

Item SIAFI Gerencial Relatório de Gestão

Valor (R$) Valor (R$) Folha

Diárias e Passagens 2.681.750,19 2.617.855,00 124

Dotação Final Administração da

Unidade 44.914.368,00 44.914.310,00 124

Restos a Pagar

Não

Processados

Outorga de

Geração,

Transmissão e

Distribuição de

Energia Elétrica

19.169,35 136.507,00

19.169,00

91

176

Restos a Pagar

Administração da

Unidade 8.919.420,86 - 176

Capacitação 222.957,60 - 176

Reforma do

Edifício Sede da

ANEEL

340.863,72 - 176

Benefícios (*) 174.713,36 - 176

Pagamento de

Pessoal Ativo da

União

305.923,01 - 176

Restos a Pagar –

2012 (Exceto

Pessoal)

2.826.354,51 0 176

Restos a Pagar –

2012 (Pessoal) 4.845,00 0 176

Restos a Pagar -

Destaque Recebido

(ANP)

98.995,16 0 176

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados do Relatório de Gestão da ANEEL, ano-base: 2012, e do

SIAFI Gerencial.

(*) Inclui as Ações: Assistência Médica e Odontológica, Assistência Médica - Exames Periódicos, Auxílio-

Alimentação, Auxílio-Transporte e Assistência Pré-escolar.

Neste ponto, deve-se ressaltar que o Relatório de Gestão, além de instrumento de

prestação de contas (accountability) para o administrador público, evidenciando os resultados da

gestão, afigura-se também como uma importante ferramenta à disposição da transparência

pública, o que impõe ainda mais a necessidade de fidedignidade das informações nele embutidas.

Neste sentido, frisa-se a necessidade de que os dados constantes no Relatório de Gestão reflitam

44 No Quadro A.4.4.1, a Agência considerou como Despesa Realizada o valor Empenhado. Nos Quadros A.4.4.2

ao A.4.4.5 e A.4.6.2 ao A.4.6.17, o valor considerado como Despesa Realizada foi o valor Pago. No Quadro

A.4.4.3, por sua vez, o valor informado para Restos a Pagar não Processados não confere com o valor informado

no Quadro Execução Orçamentária e Financeira Global da UJ (vide página 176 do Relatório de Gestão da

ANEEL 2012).

Page 98: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

98/123

com exatidão e completude a realidade da execução orçamentária e financeira do órgão

responsável pela sua elaboração, de forma a dotar a sociedade de informações relevantes e úteis.

Por meio da Solicitação de Auditoria 201306236/15, de 25/04/2013, a Equipe de

Auditoria da CGU solicitou à ANEEL:

Reavaliar os valores constantes nos Quadros A.4.4.1 e A.4.4.3 do Relatório de Gestão

da ANEEL – exercício de 2012 (vide páginas 55 e 91). De forma similar, pede-se a

reavaliação dos valores informados na página 124 do citado documento, especialmente

no que toca ao orçamento final da Ação Administração da Unidade (fl. 124) e aos

valores referentes à execução de diárias e passagens. Ainda no que concerne às

informações da execução orçamentária, solicita-se a reavaliação dos valores constantes

no Quadro Execução Orçamentária e Financeira Global da UJ (vide página 176 do

Relatório de Gestão da ANEEL - 2012). Caso os valores insculpidos no Relatório de

Gestão não tenham sido adequadamente informados, solicita-se que os Quadros e

informações citados neste item sejam encaminhados à Equipe de Auditoria da CGU

com os dados corretos.

Em resposta à demanda da CGU, a Auditoria Interna da ANEEL, por meio do Ofício n.º

58/2013-AIN/ANEEL, encaminhou os Memorandos n.º 613/2013-SAF e 63/2013-SPG, de

autoria, respectivamente, da Superintendência de Administração e Finanças (SAF) e da

Superintendência de Planejamento e Gestão (SPG). De acordo com a SAF:

Por um erro de digitação o orçamento final da ação Administração da Unidade foi

informado como sendo R$ 44.914.310, entretanto o valor correto é R$ 44.914.368,

conforme consulta extraída do SIAFI gerencial, em anexo.

Com relação ao valor executado de Diárias e Passagens, foi informado o valor de R$

2.617.855 e valor correto é R$ 2.681.750 (valores pagos), conforme consulta extraída

do SIAFI Gerencial, em anexo.

De forma similar, a SPG pontuou:

(i) Quanto aos valores constantes no Quadro A.4.4.1 - Ações Vinculadas a Programa

Temático – Fiscalização:

Por equívoco, considerou-se o valor empenhado, no campo “Meta Financeira

Realizada”, quando deveria ter sido considerado o valor pago. Segue o quadro

corrigido:

Final Empenhada

36.964.841 28.332.590

Realizada

1 unidade 3.448.064

2 unidade

3 unidade

4 unidade 6.240.732

unidade 18.529.937Total 1.674 1.816 36.964.841

8.841.141Fiscalização dos serviços de distribuição 196 271

Fiscalização econômica e financeira 582 761 14.359.291

Fiscalização dos serviços de geração 828 691 6.111.816

Fiscalização dos serviços de transmissão 68 9316.493.734

Ordem DescriçãoUnidade

de Medida

Meta Física Meta Financeira

Prevista Realizada Prevista

31.497.463 18.897.839  367.902 9.434.752 18.529.937

Metas do Exercício Para a Ação

Execução Orçamentária e Financeira da Ação (em R$ 1,00)

Dotação Despesa Restos a Pagar

Valores PagosInicial Liquidada Processados

Não

Processados

Iniciativa 003Q - Regulação do Setor Elétrico

Unidade Responsável Agência Nacional de Energia Elétrica

Unidade Orçamentária 323028 - Agência Nacional de Energia Elétrica

Quadro A.4.4.1 – ações vinculadas a programa temático - Fiscalização

Identificação da Ação

Código 4880

Descrição Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica

Page 99: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

99/123

(ii) Quanto aos valores constantes no Quadro A.4.4.3 – Ações Vinculadas a Programa

Temático – Outorga:

O valor informado no campo “Restos a Pagar não Processados” foi equivocado. O valor

correto é o que se encontra no Quadro Execução Orçamentária e Financeira Global da

UJ. Segue o quadro corrigido:

(iii) Quanto aos valores constantes no Quadro Execução Orçamentária e Financeira

Global da UJ:

No momento da consolidação do relatório, por equívoco, foi inserida uma versão

desatualizada do quadro. Encaminhamos, a seguir, o quadro completo:

Final

1.958.963

Realizada

1 504.015Outorga concedida unidade 110 288 1.958.963

Metas do Exercício Para a Ação

Ordem DescriçãoUnidade de

Medida

Meta Física Meta Financeira

Prevista Realizada Prevista

1.958.963 523.184 504.015 0 19.169 504.015

Execução Orçamentária e Financeira da Ação (em R$ 1,00)

Dotação Despesa Restos a Pagar

Valores PagosInicial Empenhada Liquidada Processados Não Processados

Iniciativa 003Q - Regulação do Setor Elétrico

Unidade Responsável Agência Nacional de Energia Elétrica

Unidade Orçamentária 323028 - Agência Nacional de Energia Elétrica

Quadro A.4.4.3 – ações vinculadas a programa temático - Outorga

Identificação da Ação

Código 4699

Descrição Outorga de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica

Page 100: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Valores em Reais (31/12/2012)

Empenhado Pago

1 - Programa Energia Elétrica

Despesas Discricionárias

1.1 - Participação Pública na Agenda Regulatória 2.299.916 682.912 0 682.912 465.530 217.382 0

1.2 - Ouvidoria Setorial 21.869.514 14.964.461 0 14.964.461 10.490.348 4.474.113 0

1.3 - Outorga de G, T e D 1.958.963 523.184 0 523.184 504.015 19.169 0

1.4 - Regulamentação 3.069.759 1.102.642 0 1.102.642 836.894 265.748 0

1.5 - Fiscalização 36.964.841 28.332.590 0 28.332.590 18.529.937 9.802.653 0

Subtotal (1) - Despesas Discricionárias 66.162.993 45.605.789 0 45.605.789 30.826.724 14.779.065 0

Subtotal (1) - Programa Energia Elétrica 66.162.993 45.605.789 0 45.605.789 30.826.724 14.779.065 0

2 - Programa de Gestão e Manutenção do Ministério de Minas e Energia

Despesas Discricionárias

2.1 - Administração da Unidade 44.914.368 35.307.988 0 33.819.119 24.899.698 8.919.421 1.488.869

2.2 - Capacitação 2.496.986 2.262.362 0 2.262.362 2.039.404 222.958 0

2.3 - PUP - Publicidade 100.000 100.000 0 100.000 100.000 0 0

2.4 - Reforma do Edifício Sede da ANEEL 1.530.572 640.059 0 640.059 299.195 340.864 0

2.5 - Construção do Edifício Sede da ANEEL 3.159.039 0 0 0 0 0 0

2.6 - Contribuição à FNQ 11.353 0 0 0 0 0 0

2.7 - Contribuição à ABAR 20.000 0 0 0 0 0 0

2.8 - Contribuição ao Instituto Audibra 2.000 0 0 0 0 0 0

2.9 - Contribuição ao Cigré-Brasil 5.000 0 0 0 0 0 0

Subtotal (2a) - Despesas Discricionárias 52.239.318 38.310.409 0 36.821.540 27.338.297 9.483.243 1.488.869

Despesas Obrigatórias

2.6 - Benefícios 4.034.723 4.034.723 0 3.812.523 3.637.810 174.713 222.200

Subtotal (2b) Benefícios 4.034.723 4.034.723 0 3.812.523 3.637.810 174.713 222.200

Despesas de Pessoal (Obrigatórias)

2.7 - Pagamento de Pessoal Ativo da União 101.748.724 101.748.724 0 100.059.880 99.753.957 305.923 1.688.844

2.8 - Contribuição para o PSS 20.228.968 20.228.968 0 19.261.934 19.261.934 0 967.034

Subtotal (2c) - Pessoal 121.977.692 121.977.692 0 119.321.814 119.015.891 305.923 2.655.878

Subtotal (2a + 2b + 2c) Programa de Gestão e Manutenção do Ministério de

Minas e Energia178.251.733 164.322.824 0 159.955.877 149.991.998 9.963.879 4.366.947

3. Programa Previdência de Inativos e Pensionistas da União

3.1 - Pagamento de Aposentadorias e Pensões 321.000 321.000 0 247.516 247.516 0 73.484

Subtotal (3) Programa Previdência 321.000 321.000 0 247.516 247.516 0 73.484

Subtotal (1 + 2 + 3) Despesa Global 2012 244.735.726 210.249.613 205.809.182 181.066.238 24.742.944 4.440.431

4 - Reserva de Contingência 0 0 0 0 0 0

Subtotal (4) - Reserva de Contingência 247.457.011 0 0 0 0 0 0

Subtotal (1 + 2 + 3 + 4) Orçamento 2012 492.192.737 210.249.613 0 205.809.182 181.066.238 24.742.944 4.440.431

5 - Despesas Pagas do exercício de 2012

5.1 - Pagamentos Efetuados em 30 e 31 Dez 0 0 0 0 5.171 0 0

5.2 - Restos a Pagar - 2012 (Exceto Pessoal) 0 0 0 19.493.362 13.846.970 2.794.748 0

5.3 - Pagamento de Restos a Pagar - 2012 (Pessoal) 0 0 0 293.389 286.492 4.845 0

Subtotal (5) - Despesas pagas de 2012 0 0 0 19.786.751 14.138.633 2.799.593 0

Total (1 + 2 + 3 + 4 + 5) 492.192.737 210.249.613 0 225.595.933 195.204.871 27.542.537 4.440.431

6 - Créditos Recebidos por Movimentação

6.1 - Destaque Recebido (ANP) 0 0 1.655.399 1.655.399 1.556.404 98.995 0

6.2 - Destaque Recebido (CPRM) 0 0 244.812 157.748 157.748 0 87.064

6.3 - Destaque Recebido (MME) 0 0 19.993.287 19.993.287 19.993.287 0 0

Subtotal (6) Destaques Recebidos 0 0 21.893.498 21.806.435 21.707.440 98.995 87.063

Fonte: ANEEL

Obs: Depesas Pagas do exercício de 2012 - Restos a Pagar - 2012 (Exceto Pessoal) - Em 2012, foi cancelado o valor de R$ 2.851.644 de Restos a Pagar inscritos em exercícios anteriores

Depesas Pagas do exercício de 2012 - Pagamento de Restos a Pagar - 2012 (Pessoal) - Em 2012, foi cancelado o valor de R$ 2.052 de Restos a Pagar inscritos em exercícios anteriores

Execução Orçamentária e Financeira Global da UJ

Saldo

Limite não

empenhado

PROGRAMA - AÇÃOLOA +

Créditos

Limite

Autorizado

(Decreto)

Destaques

Recebidos

Execução na UJ

Restos a Pagar

Page 101: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

101/123

A SPG encaminhou, ainda, à Equipe de Auditoria da CGU, os Quadros para os quais

foram identificadas inconsistências; neste momento, com os valores corretos.

Mapeadas e corrigidas as divergências45

, faz-se necessário tecer algumas considerações

sobre o processo de elaboração da prestação de contas adotado pela Agência, de forma a

identificar etapas críticas capazes de justificar a ocorrência das inconsistências identificadas,

propondo, então, as melhorias necessárias.

A Superintendência de Planejamento e Gestão é o órgão responsável pela consolidação

das informações insculpidas no Relatório de Gestão da ANEEL. No que toca a execução

orçamentária e financeira do órgão regulador, a área responsável pela emissão de relatórios

atinentes ao tema é a Superintendência de Administração e Finanças. De posse dos relatórios

produzidos pela SAF, a SPG preenche os quadros exigidos pelo órgão de controle externo, no

caso do exercício de 2012, arrolados na Portaria TCU n.º 150/2012. Observa-se que a translação

dos dados da planilha da SAF para o Relatório de Gestão é um ponto crítico do processo da

elaboração da prestação de contas do órgão regulador. Destarte, torna-se oportuno que a Agência

reavalie os controles internos atinentes ao processo de elaboração de sua prestação de contas, de

modo que as inconsistências ora identificadas não venham a se repetir nos exercícios seguintes;

garantindo, assim, a exatidão e completude da informação colocada à disposição da sociedade.

##/Fato##

Causa

Os controles internos existentes não garantem que as informações da execução

orçamentária e financeira sejam fidedignamente evidenciadas no Relatório de Gestão da

ANEEL.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por ocasião da Reunião de Busca Conjunta, a Unidade Jurisdicionada reconheceu que

houve erros no preenchimento dos quadros de valores de execução orçamentária. Ponderou, no

entanto, que se tratou de inconsistência isolada.

Após o encaminhamento do Relatório Preliminar, o órgão regulador não apresentou

manifestação acerca deste item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Em que pese o fato de inconsistências similares não terem sido mapeadas nos últimos

Relatórios de Gestão produzidos pela Agência, com o objetivo de que as falhas identificadas não

venham a se repetir nos exercícios seguintes; garantindo, assim, a exatidão e completude da

informação colocada à disposição da sociedade, mantém-se a recomendação insculpida no

Relatório Preliminar.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Que a Agência reavalie os controles internos relativos ao processo de

elaboração da prestação de contas anual, de modo a garantir a fidedignidade das informações

45 No Quadro Execução Orçamentária e Financeira Global da UJ, o valor informado na linha Restos a Pagar –

2012 (Exceto Pessoal), referente a coluna intitulada Restos a Pagar continua incoerente com o valor do SIAFI

Gerencial (R$ 2.826.354,51).

Page 102: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

102/123

inseridas no Relatório de Gestão, especialmente aquelas atinentes à execução orçamentária e

financeira.

2.1.2.2 CONSTATAÇÃO

Deficiência nos controles internos do órgão regulador atinentes ao trâmite dos

procedimentos administrativos sancionatórios instaurados pelas Agências Reguladoras

Estaduais.

Fato

Quanto à competência sancionatória do órgão regulador, o art. 3º, incisos IV e X, da Lei

n.º 9.427, de 26 de dezembro de 1996, combinado com o art. 29, inciso II, da Lei n.º 8.987, de 13

de fevereiro de 1995, asseveram que:

Lei n.º 9.427/96

Art. 3o [...], compete à ANEEL:

[...]

IV - gerir os contratos de concessão ou de permissão de serviços públicos de energia

elétrica, de concessão de uso de bem público, bem como fiscalizar, diretamente ou

mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as permissões e a prestação

dos serviços de energia elétrica;

[...]

X - fixar as multas administrativas a serem impostas aos concessionários,

permissionários e autorizados de instalações e serviços de energia elétrica,

observado o limite, por infração, de 2% (dois por cento) do faturamento, ou do valor

estimado da energia produzida nos casos de autoprodução e produção independente,

correspondente aos últimos doze meses anteriores à lavratura do auto de infração ou

estimados para um período de doze meses caso o infrator não esteja em operação ou

esteja operando por um período inferior a doze meses.

Lei n.º 8.987/95

Art. 29. Incumbe ao poder concedente:[...]

II - aplicar as penalidades regulamentares e contratuais; [...] (grifo nosso)

Nos termos do Manual de Instrução de Processos Administrativos da ANEEL, a

legislação confere ao órgão regulador a competência de, no setor elétrico, definir o que é ou não

infração, quantificar a penalidade cabível e aplicar a sanção. O citado documento ressalta, ainda,

que, “para o pleno cumprimento dessa missão, a considerar a dimensão e a extensão do

território nacional e do sistema elétrico brasileiro, a ANEEL, pela prerrogativa que lhe foi

conferida por lei, tomou a decisão estratégica de descentralizar suas atividades às unidades da

federação por meio de parcerias com as agências estaduais de regulação de serviços públicos”

(fl. 11). E, acrescenta que, com a descentralização, “espera-se a obtenção de resultados

mensuráveis, como a melhoria dos índices de qualidade no fornecimento de energia elétrica e do

atendimento aos usuários” (fl. 13).

Desde já, há de se destacar que, como decorrência da citada delegação de atividades, as

agências estaduais podem aplicar determinadas penalidades aos outorgados do setor elétrico,

sendo a ANEEL, nesses casos, considerado órgão recursal.

Page 103: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

103/123

Deve restar assente, dessa forma, que o poder sancionatório é, regra geral, exercido pela

Agência Nacional de Energia Elétrica, podendo, no entanto, ser parcialmente descentralizado

para as agências estaduais, por meio de instrumento específico.

A Resolução Normativa ANEEL n.º 63, de 12 de maio de 2004, é a norma setorial que

regulamenta os procedimentos atinentes à imposição de penalidades aos concessionários,

permissionários, autorizados e demais agentes de instalações e serviços de energia elétrica, bem

como às entidades responsáveis pela operação do sistema, pela comercialização de energia

elétrica e pela gestão de recursos provenientes de encargos setoriais. A norma em tela

regulamenta também o papel das agências estaduais, no que toca ao poder de sancionar. O

Quadro 16, de forma resumida, apresenta (i) as sanções que podem ser aplicadas às entidades do

setor elétrico, (ii) os órgãos competentes para a aplicação de cada penalidade, bem como para

decidir sobre os recursos apresentados; e, quando regulamentado, (iii) os parâmetros para a

dosimetria da sanção.

Quadro 16 – Sanções previstas na REN ANEEL 63/2004

Sanção Competência Hipóteses de Sancionamento e

Dosimetria

Fase Recursal

Advertência Superintendências e

Agências Conveniadas

Art. 3º, REN 63/2004 Recurso à Diretoria da

ANEEL (Artigos 33 e 34,

REN 63/2004)

Multa46

Superintendências e

Agências Conveniadas

Art. 4º

c/c 14,

REN

63/2004

Grupo

I

Até 0,01% sobre o

valor do faturamento

ou valor estimado de

energia produzida

Recurso à Diretoria da

ANEEL (Artigos 33 e 34,

REN 63/2004)

Art. 5º

c/c 14,

REN

63/2004

Grupo

II

Até 0,1% sobre o

valor do faturamento

ou valor estimado de

energia produzida

Recurso à Diretoria da

ANEEL (Artigos 33 e 34,

REN 63/2004)

Art. 6º

c/c 14,

REN

63/2004

Grupo

III

Até 1% sobre o valor

do faturamento ou

valor estimado de

energia produzida

Recurso à Diretoria da

ANEEL (Artigos 33 e 34,

REN 63/2004)

Art. 7º

c/c 14,

REN

63/2004

Grupo

IV

Até 2% sobre o valor

do faturamento ou

valor estimado de

energia produzida

Recurso à Diretoria da

ANEEL (Artigos 33 e 34,

REN 63/2004)

Embargo de

obras

Superintendências e

Agências

Conveniadas47

Art. 9º, REN 63/2004 Recurso à Diretoria da

ANEEL (Artigos 9º, 33 e

34, REN 63/2004)

46 Pode ser convertida em advertência, desde que (i) a infratora não tenha sido autuada por idêntica infração nos

últimos quatro anos anteriores ao da sua ocorrência; e (ii) as consequências da infração sejam de pequeno

potencial ofensivo. (art. 8º, REN 63/2004)

47 De acordo com o Manual de Instrução de Processos Administrativos da ANEEL:

Se o titular da primeira instância não reconsiderar a decisão anterior, duas alternativas são possíveis para

a continuidade do processo:

I - Se a agência estadual possuir duas instâncias recursais, o recurso será encaminhado para a segunda

instância recursal ou autoridade máxima da agência estadual (que poderá ser monocrática ou colegiada).

Na hipótese de a decisão ser mantida, mesmo parcialmente, a parte interessada poderá apresentar novo

recurso. Este será submetido a Juízo de Reconsideração por parte da autoridade máxima da agência que,

Page 104: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

104/123

Interdição de

instalações

Superintendências se

Agências Conveniadass

Art. 9º, REN 63/2004 Recurso à Diretoria da

ANEEL (Artigos 9º, 33 e

34, REN 63/2004)

Suspensão

temporária

Diretoria da ANEEL* Art. 10, REN 63/2004 Pedido de reconsideração

(Art. 31, REN 63/2004)

Revogação de

autorização

Diretoria da ANEEL* Art. 11, REN 63/2004 Pedido de reconsideração

(Art. 31, REN 63/2004)

Intervenção

administrativa

Diretoria da ANEEL* Art. 12, REN 63/2004 Recurso à ANEEL contra

os atos do interventor (art.

12, § 6º, REN 63/2004)

Caducidade Poder Concedente

(MME)*

Art. 13, REN 63/2004 -

(*) As Agências Conveniadas podem propor à Diretoria da ANEEL a imposição dessas sanções.

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir dos dispositivos da REN 63/2004.

Faz-se pertinente observar que a agência estadual delegada tem competência para aplicar

as sanções de advertência, multa, embargo de obra e interdição de instalações. Caso o órgão

estadual delegado possua instância recursal, esta poderá rever/confirmar a decisão primária

insculpida no processo sancionatório; resguardada, porém, a prerrogativa de instância máxima

recursal conferida à ANEEL. A Figura 7 compara o rito processual seguido pela ANEEL e pelas

agências estaduais.

Figura 7 – Instâncias Recursais

Fonte: Manual de Instrução de Processos Administrativos da ANEEL

Destaca-se, quanto à sanção de multa, que a Resolução ANEEL n.º 63/2004 segrega as

infrações em quatro grandes grupos, os quais nortearão a fixação da penalidade. Considerando o

enquadramento da infração nos Grupos I, II, III ou IV, a multa poderá ser estipulada,

respectivamente, em até 0,01% (um centésimo por cento), até 0,10% (dez centésimos por cento),

até 1% (um por cento) ou em até 2% (dois por cento). Há de se salientar que a dosimetria da

sanção deve observar o intervalo percentual fixado por Grupo e o disposto no art. 1548

da

caso não julgue totalmente procedente o recurso, encaminhará os autos para a Diretoria da ANEEL.

II – Se a agência estadual possuir apenas uma instância, os autos serão encaminhados à Diretoria da

ANEEL.

48 Na fixação do valor das multas serão consideradas a abrangência e a gravidade da infração, os danos dela

resultantes para o serviço e para os usuários, a vantagem auferida pela infratora e a existência de sanção

administrativa irrecorrível, nos últimos quatro anos. (art. 15, REN 63/2004)

Page 105: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

105/123

Resolução ANEEL n.º 63/2004, o que confere certo grau de discricionariedade às agências

conveniadas, quando da aplicação da penalidade de multa.

O Quadro 17 traz o montante de multas aplicadas em procedimentos administrativos

sancionatórios que estão em trâmite nas Agências Reguladoras Estaduais.

Quadro 17 – Multas aplicadas em processos tramitando nas Agências Estaduais

Agência Estado Quantidade de Processos Multa Aplicada (R$)

AGEPAN MS 6 16.286.639,05

AGER MT 15 18.241.706,98

AGERGS RS 11 40.788.126,37

AGESC SC 1 2.280,54

AGR GO 36 84.615.739,1

ARCE CE 37 38.657.085,23

ARCON PA 16 84.583.437,94

ARPB PB 24 9.391.342,37

ARPE PE 23 40.221.581,53

ARSAL AL 9 9.407.272,91

ARSEP RN 10 6.784.894,51

ARSESP SP 96 94.750.834,02

TOTAL: 284 443.730.940,55

Fonte: Elaborado pela Equipe DIENE, a partir de dados constantes nos Memorandos n.º 225/2013-SFG/ANEEL e

424/2013-SFE/ANEEL.

Faz-se mister ressaltar que as multas aplicadas pelas agências estaduais são registradas

nos sistemas de controle da ANEEL, como SIGEC e SIGEFIS, conforme Memorandos n.º

225/2013-SFG/ANEEL, 556/2013-SFF/ANEEL e 424/2013-SFE/ANEEL. O órgão regulador

afirma ainda que o fluxo de informações entre as Agências Reguladoras Estaduais e a ANEEL

estão descritos no Manual de Instrução de Processos Administrativos e na Resolução n.º

63/2004.

O art. 26 da resolução supracitada deixa assente que:

O não recolhimento da multa no prazo estipulado no AI, sem interposição de recurso,

ou no prazo estabelecido em decisão irrecorrível na esfera administrativa, acarretará

imediato encaminhamento do processo administrativo à Superintendência de

Administração e Finanças – SAF da ANEEL, para inscrição do devedor no Cadastro

Informativo dos Créditos Não Quitados de Órgãos e Entidades Federais – CADIN, nos

termos da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e posterior encaminhamento à

Procuradoria Federal para inscrição do valor correspondente na Dívida Ativa e

respectiva execução, nos termos da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980.

A despeito da regra em questão, o Relatório de Gestão da Agência, exercício de 2012,

item 12.4, b49

, indicou a existência de 42 (quarenta e dois) processos com multas exigíveis e não

encaminhados para o órgão da Procuradoria Federal (PGF) competente para inscrição em dívida

ativa. A Agência afirma que se tratam de multas “aplicadas pelas Agências Reguladoras

49 Quadro elaborado em atendimento ao Acórdão TCU/Plenário n.º 482/2012, seguindo o modelo proposto no

Ofício 0147/2013-TCU/SEMAG, de 18/2/2013.

Page 106: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

106/123

Estaduais. A ANEEL está buscando as informações atualizadas dessas multas, em que boa parte

ainda deve estar em fase recursal”.

Observa-se que, ainda que a Agência defina o fluxo a ser seguido pelas agências

conveniadas, no que toca aos procedimentos sancionatórios, os controles internos existentes não

têm sido capazes de garantir o cumprimento integral dos dispositivos da Resolução Normativa

ANEEL n.º 63, de 12 de maio de 2004, bem como do Manual de Instrução de Processos

Administrativos da ANEEL50

. Por meio do Memorando n.º 424/2013-SFE/ANEEL, de 23 de

abril de 2013, o órgão regulador encaminhou arquivo eletrônico intitulado “Tabela B”, contendo

a “[...] atualização do status dos autos listados pela SAF no item 12.4, b, Relatório de Gestão da

ANEEL de 2012 – fl. 387”. Consta no citado arquivo que parte significativa dos processos

contabilizados no item 12.4, b, do Relatório de Gestão ainda não havia sido encontrada,

alcançando, no mínimo, a monta de mais de oito milhões de reais de multas exigíveis, mas não

encaminhadas para o órgão da Procuradoria Federal competente para a inscrição em dívida ativa.

Apesar de a Agência não ter arrolado tais processos entre aqueles com risco de prescrição da

pretensão executória em 2013, há de se reconhecer que a morosidade no encaminhamento dos

autos à PGF pode culminar com o não recolhimento do valor da sanção aos cofres públicos.

##/Fato##

Causa

Deficiência nos controles internos do órgão regulador atinentes ao trâmite dos

procedimentos administrativos sancionatórios instaurados pelas Agências Reguladoras

Estaduais.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

A Unidade Jurisdicionada se manifestou nos seguintes termos, por meio do Ofício n.º

97/2013-AIN/ANEEL: [...]

6. A respeito do item 2.1.2.2 (Deficiência nos controles internos do Órgão

Regulador atinentes ao trâmite dos procedimentos administrativos sancionatórios

instaurados pelas Agências Reguladoras Estaduais), apresentamos na sequência breves

comentários sobre os aperfeiçoamentos instituídos por esta Agência no controle das

multas exigíveis constante no quadro do item 12.4, b, do Relatório de Gestão, com

vistas a permitir análise complementar dessa CGU, no intuito, conforme acordado na

reunião de busca conjunta de solução, de ajustar parcialmente a recomendação deste

achado de auditoria, utilizando-se, por exemplo, a redação anteriormente sugerida, “[...]

continue aperfeiçoando seus controles internos [...]”.

7. Vale ressaltar, conforme já esclarecido aos representantes dessa CGU, que a

totalidade dos 42 (quarenta e dois) processos elencados no item 12.4, b, do Relatório de

Gestão, foram instruídos pelas agências estaduais conveniadas por força da

descentralização de atividades regidas pelas então Resoluções 296/1998 e 276/2007.

Conquanto, ainda, tais processos sigam em trâmite naquelas esferas administrativas, em

boa parte ainda na fase recursal, todos foram iniciados em período anterior à aplicação

da nova Resolução Normativa ANEEL nº 417, de 23 de novembro de 2010, que

instituiu o Contrato de Metas, instrumento que autoriza e disciplina a execução de

atividades descentralizadas com vistas à operacionalização da gestão associada de

serviços públicos.

8. Este novo regulamento resultou na observância das seguintes diretrizes: (i)

controle de resultados voltado para a eficiência da gestão; (ii) contraprestação baseada

50 Há de se salientar que trabalho da Auditoria Interna da Agência (PP 2/2013) identificou também inconsistências

atinentes a sanções aplicadas pelas agências conveniadas.

Page 107: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

107/123

em custos de referência; e (iii) vinculação ao Convênio de Cooperação, as quais

decorreram das disposições da Medida Provisória nº 466, de 2009, convertida na Lei nº

12.111, de 09/12/2009, que alterou, entre outros, os artigos 20 a 22, da Lei n.

9.427/1996, regulamentando a gestão associada de serviços públicos, mediante

Convênio de Cooperação.

9. A partir da aplicação dessas diretrizes, após a celebração dos novos Contratos de

Metas com as Agências estaduais conveniadas, a ANEEL passou a acompanhar o

atingimento dos resultados e não apenas os meios para alcançá-los, como antes

preceituado pelas Resoluções 296/1998 e 276/2007. A ANEEL passou assim a

remunerar as Agências conveniadas por produtos efetivamente entregues, avaliando

seus desempenhos pelos critérios de quantidade, qualidade e prazo.

10. A REN nº 417, de 2010, definiu também com maior detalhe e clareza as

responsabilidades das partes envolvidas com as atividades delegadas, estabelecendo um

fluxo mais eficiente na gestão administrativa de todo processo de descentralização,

como indicado nos seus artigos 63 e 64.

11. O condicionante de efetuar os repasses baseados na entrega efetiva dos produtos,

em particular, das fiscalizações – atestada pelas respectivas Unidades Organizacionais

que respondem pela fiscalização na ANEEL – permite um controle mais preciso dos

processos punitivos e do seu curso na esfera administrativa da Agência estadual

conveniada, eliminando o risco ou as possibilidades de decurso de prazos em processos

administrativos sancionatórios instruídos por aquelas agências.

12. Por oportuno, ratificamos nosso posicionamento de que as melhorias já

implementadas no processo de governança da Gestão Associada de Serviços Públicos,

mormente em relação aos Convênios de Cooperação (Descentralização) e respectivos

Contratos de Metas já corrigiram, em grande medida, os problemas observados pela

auditoria da CGU. Os achados da auditoria se referem a situações anteriores ao novo

modelo de descentralização e estão sendo geridos no sentido de que possam ser

totalmente equacionados, em um curto espaço de tempo. [...]

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A Agência, tanto na Reunião de Busca Conjunta, quanto no bojo do Ofício n.º 97/2013-

AIN/ANEEL, concordou com as considerações tecidas pela Equipe de Auditoria, ponderando,

no entanto, que (i) vem buscando aperfeiçoar, ao longo do tempo, os controles internos atinentes

às sanções aplicadas pelo órgão regulador e pelas entidades conveniadas; e (ii) os casos

mapeados pelo órgão de controle interno se referem a situações anteriores ao novo modelo de

descentralização. Neste sentido, mantém-se a recomendação insculpida no Relatório Preliminar,

com o fito de se extirpar, dos processos instaurados pela ANEEL e pelas Agências Reguladoras

Estaduais, o risco de prescrição da pretensão executória e, por consequência, de não

recolhimento do valor da sanção aos cofres públicos. Leva-se em consideração, contudo, neste

momento, os avanços descritos pela Agência atinentes ao novo modelo de descentralização das

atividades de regulação e fiscalização dos serviços de energia elétrica.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Que a Agência continue aperfeiçoando os controles internos atinentes aos

processos administrativos sancionatórios instaurados pelas Agências Reguladoras Estaduais, de

modo a garantir que os processos com multas exigíveis sejam tempestivamente encaminhados

para o órgão da Procuradoria Federal (PGF) competente para inscrição em dívida ativa.

3 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

Page 108: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

108/123

3.1 MOVIMENTAÇÃO

3.1.1 QUANTITATIVO DE PESSOAL

3.1.1.1 INFORMAÇÃO

Quantitativo da força de trabalho da ANEEL

Fato

A ANEEL encerrou o exercício de 2012 com 721 servidores, sendo 630 pertencentes à

carreira vinculada ao órgão.

Considerando que a ANEEL possui 765 cargos aprovados pela lei nº10871, restam 135

vagas a serem preenchidas , ou seja, 17,6% dos cargos estão vagos.

A Agência solicitou, ao Ministério do Planejamento, autorização para nomear 50% a

mais das vagas previstas no concurso público de 2010, expondo entre outros, através do Ofício

nº 83/2012 DR-ANEEL, os motivos abaixo:

(...)

20. Vale lembrar que a ampliação pleiteada para quadro de servidores é

essencial para se fazer frente aos relevantes desafios previstos para a Agência, nos

próximos anos, conforme metas de Desempenho Institucional, de Desafios Estratégicos

, Contrato de Gestão da ANEEL e aquelas associadas ao Plano Plurianual do Governo

Federal, dentre outros.

(...)

27. Entretanto cabe destacar que os concursos realizados não foram

suficientes para prover todo o quadro de pessoal efetivo da Agência e não deram pleno

atendimento às necessidades institucionais. Some-se isso a evasão de servidores para

outros órgãos ou entidades públicas e a insuficiência das vagas autorizadas pelo MP,

que autorizou provimento de apenas 186 vagas, equivalente a 67% das 276 inicialmente

solicitadas pela ANEEL.

Diante do exposto, concluiu-se que o atual quantitativo de pessoal poderá, a médio e

longo prazo, interferir no desempenho institucional e desafios futuros da unidade.

##/Fato##

3.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Inconsistências no quantitativo de pessoal , cargos comissionados e funções gratificadas no

Relatório de Gestão 2012

Fato

Ao avaliar força de trabalho da unidade verificou-se inconsistências na quantidade de

pessoal, bem como na quantidade de cargos comissionados e funções gratificadas da ANEEL.

Considerando o quantitativo em 31/12/2011e o total de ingressos e egressos em 2012,

percebe-se que os valores informados no Relatório de Gestão não estão coerentes.

Quadro 18 - Quantitativo de pessoal, cargos comissionados e funções gratificadas.

Page 109: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

109/123

Relatório

de Gestão

2011

(A)

Ingressos

2012

(B)

Egressos

2012

( C )

Posição em

31/12/2012

(A)+(B)-( C )

Relatório de

Gestão

2012 Diferença

Quantitativo de

pessoal 721 22 50 693 721 28

Quantitativo de

cargos

comissionados e

funções

gratificadas

214 84 65 233 226 -7

Fonte: Relatório de Gestão 2011 e 2012.

##/Fato##

Causa

Diferentes metodologias adotadas na elaboração do Relatório de Gestão, entre um

exercício e outro..

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Ao ser questionada sobre as diferenças encontradas, a ANEEL deu a seguinte explicação,

através do Ofício nº 52/2013-AIN/ANEEL:

1. Em atendimento à Solicitação de Auditoria especificada em assunto,

transcrevemos a seguir os esclarecimentos apresentados pela Superintendência

de Recursos Humanos - SRH desta Agência:

no quadro A.5.1 do Relatório de Gestão 2011 foram considerados apenas os

servidores que estavam ativos e em exercício em 31/12/2011. Logo, além dos

721 servidores, deve-se considerar outros 25 afastados, conforme disposto no

quadro A.5.2. Dessa forma, ao final de 2011, a ANEEL possuía 746 cargos

ocupados.

quanto ao Relatório de Gestão 2012, o quadro A.6.1 apresentou os quantitativos

de maneira um pouco diferente, ao considerar o total de servidores na Agência,

totalizando 721 pessoas, já incluindo nessa conta os licenciados e afastados (30

servidores, conforme quadro A.6.2). Em resumo, a aparente diferença no saldo

de 2011 para 2012 se deu por causa da diferente metodologia utilizada nos

exercícios: os números totais do quadro de 2011 não incluíam afastados, em

contra partida, essa categoria de servidores foi considerada em 2012.

ainda, no Relatório de Gestão 2012, onde se lê que houve a saída de 12

“servidores sem vínculos com a Administração Pública”, leia-se 10 egressos.

Logo, ao longo de 2012, entraram 22 servidores e saíram 48. Dessa forma,

considerando o quantitativo de pessoal em 2011 (746), somados aos ingressos e

egressos de 2012 (22 e 48, respectivamente), chega-se ao total de 720

servidores.

a diferença acaba resumindo-se a apenas um único servidor, cuja exoneração foi

contada duas vezes. Isso aconteceu porque o servidor ocupava um cargo

comissionado na ANEEL, cedido pelo Ministério do Planejamento, e

aposentou-se. Posteriormente, ainda em 2012, o servidor foi exonerado em

definitivo do cargo, o que contabilizou duas exonerações para a mesma pessoa.

Page 110: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

110/123

2. No que se refere à diferença apontada nos cargos comissionados, a

explicação é similar ao anteriormente explicitado. Segundo a portaria TCU nº

50, de 3 de julho de 2012, que dispõe sobre orientações às unidades

jurisdicionadas ao Tribunal quanto à elaboração dos conteúdos dos relatórios de

gestão referentes ao exercício de 2012, deve ser seguida a seguinte

metodologia:

Ingressos no exercício: Número de servidores que ingressaram em cada uma das

tipologias no exercício de referência.

Egressos no exercício: Número de servidores que saíram, considerando cada

uma das tipologias, no exercício de referência.

3. Dessa forma, a diferença ocorreu porque, no mesmo exercício, há

servidores efetivos que não ocupavam cargo comissionado, foram nomeados,

exonerados posteriormente e nomeados na mesma data para outro cargo. Dessa

forma, isso gera uma diferença aparente nos números, pois na contabilização

são somadas duas nomeações (a original e a subsequente) e apenas uma

exoneração, a do primeiro cargo.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Ao utilizar metodologia diferente e contabilizar ingressos e egressos de forma

equivocada, a Agência registrou em seu relatório de gestão informações que não refletem a

realidade, no que diz respeito à sua força de trabalho. . ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Que a ANEEL, para os próximos exercícios, no caso de haver alteração na

metodologia utilizada para aferição do quantitativo de pessoal, cargos comissionados e funções

gratificadas, explicite no Relatório de Gestão as alterações ocorrida e implante rotina de

checagem das informações contidas neste relatório, de forma que o conteúdo disponibilizado na

internet retrate a real situação da unidade.

3.1.2 PROVIMENTOS

3.1.2.1 INFORMAÇÃO

A unidade efetuou o cadastramento dos atos de pessoal do exercício de 2012 no SISAC,

conforme dispõe a IN TCU nº 55/2007.

Fato

Apesar do Relatório de Gestão apontar 13 admissões em 2012 e apenas 11 registros no

SISAC, os exames realizados (processo de acompanhamento permanente realizado pela

DPPCE/DP/SFC/CGU-PR nos processos referentes aos atos de pessoal (Admissão) da ANEEL

em 2012 e cruzamento de dados do SIAPE X SISAC da unidade) confirmam que todos os atos

Page 111: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

111/123

sujeitos ao registro no SISAC no exercício de 2012 foram efetuados no prazo, ainda que não

constem no Relatório de Gestão 2012.

Foram cadastrados no SISAC os seguintes atos de admissão de pessoal em 2012:

Quadro19 - Atos cadastrados no SISAC em 2012

Nº do ato Tipo de ato* Data do ato Data de registro no

SISAC

Prazo para

registro **

107141146-01-2012-000006-2 Admissão 03/09/2012 06/09/2012 02/10/2012

107141146-01-2012-000010-0 Admissão 15/10/2012 18/10/2012 14/12/2012

107141146-01-2012-000011-9 Admissão 07/11/2012 19/11/2012 06/01/2013

107141146-01-2012-000003-8 Admissão 12/06/2012 21/06/2012 11/08/2012

107141146-01-2012-000008-9 Admissão 10/09/2012 12/09/2012 09/11/2012

107141146-01-2012-000001-1 Admissão 03/02/2012 08/02/2012 04/04/2012

107141146-01-2012-000005-4 Admissão 06/08/2012 09/08/2012 05/10/2012

107141146-01-2012-000009-7 Admissão 11/09/2012 12/09/2012 10/11/2012

107141146-01-2012-000004-6 Admissão 05/07/2012 31/07/2012 04/09/2012

107141146-01-2012-000007-0 Admissão 03/09/2012 06/09/2012 02/11/2012

107141146-01-2012-000002-0 Admissão 16/11/2011 28/02/2012 15/01/2012

*Não houve atos de aposentadoria e concessão de pensão em 2012.

**60 dias a contar da data do efetivo exercício do interessado, nos casos de admissão de pessoal

Fonte: Memorando nº 742/2013-SRH/ANEEL e Relatório de Gestão 2012

##/Fato##

3.2 REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E VANTAGENS

3.2.1 CONSISTÊNCIA DOS REGISTROS

3.2.1.1 INFORMAÇÃO

Análise da gestão de pessoas quanto à remuneração ( folha de pagamento)

Fato

A Controladoria-Geral da União – CGU, como Órgão Central do Controle Interno do

Poder Executivo Federal, vem participando, juntamente com o Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão, do Projeto de Melhoria da Qualidade dos Gastos na Folha de Pagamento, e

tem como premissa o apoio à melhoria da gestão pública, com foco na interação com Gestores

Públicos e na busca do fortalecimento dos controles internos administrativos, bem como da

resolução de problemas e dificuldades da Administração Pública.

Nesse contexto, foi realizado pala Secretaria Federal de Controle Interno trabalho de

auditoria na Folha de Pagamento executada pelo Sistema Integrado de Administração de

recursos Humanos – SIAPE, mediante aplicação de trilhas de auditoria na área de pessoal,

abrangendo os meses de maio de 2011 e fevereiro de 2012, bem como da utilização das bases de

dados dos últimos 5 (cinco) anos no SIAPE, cujos resultados foram encaminhados à ANEEL na

forma da Nota Técnica nº 1.245/DPPCE/DP/SFC/CGU-PR, de 18/06/2012, por meio do Ofício-

Circular nº 120/2012/DPPCE/DP/SFC/CGU-PR, de 29/06/2012.

A citada Nota Técnica teve o objetivo de apresentar a análise comparativa dos achados de

auditoria de pessoal, em continuidade ao processo de levantamento e disponibilização dos

Page 112: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

112/123

resultados às Unidades de Recursos Humanos das Unidades Jurisdicionadas para análise e

adoção das providências pertinentes, visando sanar as impropriedades/ocorrências detectadas,

bem como sugerir recomendações ao SEGEP – Secretaria de Gestão Pública do Ministério do

Planejamento, com vistas ao aprimoramento do SIAPE – Sistema Integrado de Administração de

Recursos Humanos e acompanhamento pelas Unidades de Auditoria desta CGU.

A referida Nota Técnica foi encaminhada à ANEEL, por meio do citado Ofício-Circular,

tendo como ocorrências o seguinte quadro a seguir:

Quadro 20 – Resumo das ocorrências encontradas

Ocorrência Fato Quantidade

de Servidores

01-Faltas ao serviço sem

ocorrência de afastamento no

cadastro.

Servidores com desconto na Folha de faltas ao serviço sem o

respectivo registro no Cadastro. 5

08A-Reposição ao erário. Servidores com devolução ao erário interrompida ou com prazo

e/ou valores alterados. 1

34-Gratificação de Desempenho

– servidor cedido.

Servidores cedidos para órgãos recusáveis, que recebem, na

origem, gratificação por desempenho/produtividade específica de

sua carreira/plano de cargos.

2

40-Devolução do Adiantamento

de férias.

Servidores com devolução de nos últimos cinco anos, em valor

inferior ao recebido. 12

55-Pagamento de Gratificação

Natalina/13º Salário, com base

de cálculo acrescida de valor

superior a 30% em relação ao

considerado para o cálculo da

Antecipação da Gratificação

Natalina e do 13º Salário.

Pagamento de Gratificação Natalina/13º Salário, com base de

cálculo acrescida de valor superior a 30% em relação ao

considerado para o cálculo da Antecipação da Gratificação

Natalina e do 13º Salário. 2

TOTAL 22

Fonte: Nota Técnica nº 1.245/DPPCE/DP/SFC/CGU-PR, de 18/06/2012 e Memorandos nº 805 e 844/2013-

SRH/ANEEL.

Do total de servidores da ANEEL constante de sua Folha de Pagamento (771 servidores),

quando do processamento das trilhas de auditoria pela SFC/CGU-PR (fev./2012), a quantidade

de servidores envolvidos nas ocorrências representou 2,85% do total dos Servidores da

Autarquia.

Verificou-se, do acompanhamento das providências adotadas pela SRH/ANEEL, que em

relação às ocorrências “08A-Reposição ao Erário”, “34-Gratificação por desempenho – servidor

cedido” e “55-Pagamento de Gratificação Natalina/13º Salário, com base de cálculo acrescida de

valor superior a 30% em relação ao considerado para o cálculo da Antecipação da Gratificação

Natalina e do 13º Salário”, as mesmas foram suficientes para sanar as ocorrências apontadas ou

esclarecidas/justificadas.

Page 113: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

113/123

Quanto à ocorrência “01-Faltas ao serviço sem ocorrência de afastamento no Cadastro.”

verificou-se que a SRH/ANEEL aprimorou seu controle interno sobre tal atividade no setor de

cadastro antes do encaminhamento dos dados para desconto na Folha e intensificou o diálogo

com as unidades da Autarquia, visando uma melhor tempestividade nas informações.

Relativamente à ocorrência “40-Devolução de Adiantamento de Férias” que envolvia um

montante de R$ 22.341,74, verificou-se que dos 12 (doze) servidores apontados, 7 (sete) foram

sanados, ou seja, restituíram à ANEEL 51,11% dos valores recebidos indevidamente.

Dos 5 (cinco) servidores restantes, verificou-se que os mesmos deixaram/saíram da

Autarquia nos anos de 2007, 2008 e 2009, época em que, segundo a Unidade, se encerraram

todos os contratos dos servidores temporários, com grande ampliação das demandas de acertos

financeiros a serem executados por aquela SRH. Tal situação, segundo a ANEEL, em que novos

servidores ingressavam nos quadros da Agência, ao mesmo tempo em que os temporários

deixavam a Autarquia, prejudicando a transferência de informações e procedimentos pelos

antigos temporários aos novos concursados, havendo, então, certa descontinuidade no

conhecimento e controle dos métodos e técnicas de operação do SIAPE, ocasionando tais

ocorrências.

Verificou-se que a SRH/ANEEL adotou as providências necessárias para o devido

ressarcimento ao Erário mediante o envio de e-mails e também ofícios, via Correios (AR), para

que os referidos servidores restituam tais recursos.

Segundo informações da Unidade, a situação em que se encontra cada um dos 5 (cinco)

servidores, base 25/04/2013, é aquela apresentada no quadro abaixo:

Quadro 21 – Situação atual dos Adiantamentos de Férias (Ocorrência 40)

Servidor

de Mat.

SIAPE

Situação Ações adotadas

6455844

O servidor impetrou pedido de reconsideração, o qual foi

encaminhado à Procuradoria Geral daquela Agência por meio

do Memorando nº 328/2013-SRH/ANEEL.

Em 28/03/2013, a Procuradoria emitiu o Parecer nº

0160/2013/PGE-ANEEL/PGF/AGU, cuja conclusão foi pelo

reconhecimento da incidência da decadência do direito de a

Administração exigir a devolução do valor recebido

indevidamente.

Acrescente-se que o citado Parecer também orientou a

apuração das circunstâncias em que se operou tal decadência

e, conforme o caso instaurasse procedimento de apuração de

responsabilidade.

A SRH deu ciência ao servidor do provimento de sua

reconsideração por meio do Despacho nº 17/2013.

Após apuração interna das

condições que ensejaram a

referida falta de cobrança

da parcela de adiantamento

de férias questionada pela

CGU, a SRH encaminhou

o processo à Comissão

Permanente de

Procedimentos

Administrativos (CPPA)

para análise e apuração de

responsabilidades.

1541927

O servidor impetrou pedido de reconsideração, o qual foi

encaminhado à Procuradoria Geral daquela Agência por meio

do Memorando nº 1630/2012-SRH/ANEEL.

A SRH informará ao

servidor o indeferimento

de seu pedido de

Page 114: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

114/123

Em 28/03/2013, a Procuradoria emitiu o Parecer nº

0159/2013/PGE-ANEEL/PGF/AGU, cuja conclusão foi pela

não ocorrência da decadência do direito de a Administração

exigir a devolução do valor recebido indevidamente, devendo

ser adotadas todas as providências necessárias para o devido

ressarcimento ao erário.

reconsideração e a

consequente devolução do

valor.

1560180

A ANEEL enviou comunicação prévia ao servidor para

comparecesse à SRH e esclarecesse a situação.

Em 5/9/2012, conforme solicitado por ele, foi encaminhado,

por e-mail, a GRU para pagamento.

Como o valor não foi pago, a Unidade o notificou, por meio

do Ofício nº 269/2012-SRH/ANEEL em 26/11/2012, para que

efetuasse o pagamento do valor de R$ 994,00.

Como a dívida não foi

paga até o momento,

aquela Agência tomará

novas providências a fim

de regularizar a situação.

1353097

Foi enviada comunicação prévia ao servidor para

comparecesse à SRH e esclarecesse a situação.

Posteriormente, aquela Unidade, por meio do Ofício nº

272/2012-SRH/ANEEL em 26/11/2012, o notificou para que

efetuasse o pagamento do débito no valor de R$ 2.850,70.

Como o valor não foi pago

até o momento, aquela

Unidade tomará novas

providências a fim de

regularizar a situação.

1328212

Foi enviada comunicação prévia à servidora para que

comparecesse àquela SRH e esclarecesse a situação.

Posteriormente, aquela Unidade encaminhou notificação, por

meio do Ofício nº 270/2012-SRH/ANEEL de 26/11/2012,

para que a mesma efetuasse o pagamento do débito no valor

de R$ 930,14, mas a correspondência retornou dos Correios.

A ANEEL tomará novas

providências para efetivar

a cobrança.

Fonte: Memorando nº 805/2013-SRH/ANEEL, de 25/04/2013.

Muito embora não tenha havido tais ocorrências no exercício em análise quando do

Processamento das Trilhas de Auditoria, a SRH/ANEEL, visando evitar futuramente tais

ocorrências, informou aprimoramentos nos controles de pagamentos de férias e, em especial, das

situações que deram causa às ocorrências anteriormente relatadas, provocadas por saídas de

servidores sem a consequente devolução dos valores.

Segundo a Unidade, atualmente, na SRH, após uma reestruturação por processos e

formação de duplas de trabalho, montou-se uma equipe com dois servidores responsáveis pela

concessão e controle do adiantamento de férias, quando marcadas diretamente no SIAPE, e

outros dois responsáveis por folha de pagamento, que fazem a checagem de todos os débitos dos

servidores egressos, executando a cobrança e só é dado baixa no cadastro após a quitação dos

valores devidos.

Quanto às ocorrências de descontos na Folha decorrente de faltas ao serviço sem o

respectivo registro no SIAPE, a SRH também informou aprimoramentos em seus controles e

intensificou o diálogo com as Unidades da Agência.

Atualmente, segundo a Unidade, sempre que chega um registro de falta ou atraso ao

serviço de servidores, a informação primeiramente é tratada pelo setor de cadastro da

Page 115: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

115/123

SRH/ANEEL, a qual só então passa os dados para desconto ao setor de folha de pagamento,

evitando as ocorrências apontadas.

Diante do exposto, esta CGU realizará o devido monitoramento junto à SRH/ANEEL até

que as ocorrências anteriormente relatadas sejam levadas a termo.

##/Fato##

4 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

4.1 PROCESSOS LICITATÓRIOS

4.1.1 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

4.1.1.1 INFORMAÇÃO

Impossibilidade de visualização da declaração eletrônica da empresa vencedora do pregão

eletrônico nº 59/2012, no COMPRASNET, que ela atende ao disposto no Art. 14, inciso VI,

do Decreto nº 5450/05

Fato

Constatou-se que não consta no processo licitatório deste certame a declaração da empresa

vencedora que atende ao disposto no art. 14, inciso VI, do decreto nº 5450/05 e art. 27, inciso V

da lei nº8666/93:

Decreto nº5450/05

Art. 14. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a

documentação relativa:

(...)

VI - ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da

Constituição e no inciso XVIII do art. 78 da Lei no 8.666, de 1993.

Lei nº 8666/93

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,

exclusivamente, documentação relativa a:

(...)

V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da

Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)

Constituição Federal – CF/88

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros

que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores

de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na

condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Page 116: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

116/123

Esta declaração certifica que a empresa não emprega menor de 18 (dezoito) anos em

trabalho noturno, perigoso ou insalubre e não emprega menor de 16 (dezesseis) anos, salvo

menor, a partir de 14 (quatorze) anos, na condição de aprendiz.

Ao ser questionada sobre a ausência desta declaração, a unidade primeiramente informou

que o documento estava disponibilizado no Sistema COMPRASNET. Porém, após consulta

efetuada a este sistema, onde não foi possível a visualização do documento, apesar do marcador

desta declaração ser “SIM”, a ANEEL acionou formalmente o SERPRO – operador do sistema,

através do protocolo nº 2013/000665624, pois ela entende que o problema é no sistema.

##/Fato##

4.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Intempestividade na resposta à impugnação do edital do pregão eletrônico nº 59/2012

Fato

O pregão eletrônico nº 59/2012 teve seu aviso publicado no Diário Oficial da União em

13/07/2012, e sua abertura aconteceu no dia 31/07/2012.

O Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica,

Cursos de Formação e Transportes de Valores no Distrito Federal - SINDESP/DF enviou

impugnação ao edital em 25/07/12, dentro do prazo estabelecido pela legislação.

A decisão do pregoeiro n° 0009/2012-SLC/ANEEL, a respeito desta impugnação, foi

publicada em 02/08/2012.

Segundo o Decreto nº 5450/2005, temos:

Art. 18. Até dois dias úteis antes da data fixada para abertura da sessão

pública, qualquer pessoa poderá impugnar o ato convocatório do pregão, na forma

eletrônica.

§ 1o Caberá ao pregoeiro, auxiliado pelo setor responsável pela

elaboração do edital, decidir sobre a impugnação no prazo de até vinte e quatro horas.

De acordo com o edital do pregão eletrônico nº 59/2012, temos:

10.2 Ate 2 (dois) dias uteis antes da data fixada para abertura da sessão

publica, qualquer pessoa poderá impugnar o ato convocatório de PREGAO

ELETRONICO (art. 18 do Decreto n. 5.450/2005).

10.2.1 Caberá ao Pregoeiro, auxiliado pelo setor responsável, decidir

sobre a petição no prazo de 24 (vinte e quatro) horas;

10.2.2 Se o acolhimento da impugnação representar prejuízo ao

prosseguimento do certame, será designada nova data para a realização da licitação.

Sendo assim, ao decidir sobre a impugnação em 02/08/2012, a unidade não respeitou os

prazos estipulados no instrumento convocatório, nem a legislação aplicável.

##/Fato##

Causa

Falta de procedimento formal que discipline e oriente os servidores, quanto às entregas de

cada etapa dos procedimentos licitatórios. ##/Causa##

Page 117: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

117/123

Manifestação da Unidade Examinada

Ao ser questionada sobre o assunto, mediante memorando nº 41/2012 SLC/ANEEL, a

unidade informou:

O SINDESP/DF não interpôs recurso, mas sim impugnação ao instrumento

convocatório. A pré-análise da peça não apontou argumentos que justificassem qualquer

revisão no edital. Assim, como a impugnação ao edital não possui efeito suspensivo e,

por isso, sua apresentação não implica obrigatoriamente na paralisação do

procedimento, consideramos consolidar e publicar sua resposta em momento oportuno.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A legislação não faculta à administração pública o momento de decidir sobre as

impugnações, portanto, conclui-se que a ANEEL não respeitou os prazos estipulados no

instrumento convocatório, nem a legislação aplicável. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Criar mecanismo de controle (checklist, procedimento operacional, etc) que

garanta o cumprimento de todas as etapas dos procedimentos licitatórios da unidade.

4.1.2 LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS

4.1.2.1 INFORMAÇÃO

Gestão ambiental e licitações sustentáveis deficientes

Fato

Considerando o quadro A.9.1 do Relatório de Gestão 2012, que demonstra a auto

avaliação da Agência quanto à gestão ambiental e licitações sustentáveis, temos que a própria

ANEEL considera que algumas questões estão deficientes, pois dos 13 itens avaliados, 07 foram

considerados totalmente ou parcialmente inválidos, 05 itens foram considerados parcialmente ou

totalmente válidos e 1 item foi considerado neutro.

De acordo com o memorando nº 572/2013-SAF/ANEEL, temos que:

No último exercício não houve aquisição de bens que colaboram para o menor consumo

de energia e/ou água nem bens/produtos reciclados;

Não foram promovidas campanhas visando diminuir o consumo de água e energia

elétrica, mas é mantido um controle efetivo desse consumo;

Existe uma Comissão de Coleta Seletiva Solidária, instituída pela portaria nº 1873/2011,

que acompanha e fiscaliza os procedimentos de coleta seletiva.

Vale ressaltar que as recomendações do órgão de controle interno (Relatório 201203651,

item 1.1.3.1), que versam sobre sustentabilidade ambiental e coleta seletiva, estão pendentes e

também contribuem para uma baixa avaliação da unidade neste aspecto.

Page 118: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

118/123

Apesar de algumas situações e iniciativas positivas, a gestão ambiental e licitações

sustentáveis precisam avançar e gerar resultados mais efetivos..

##/Fato##

4.1.2.2 CONSTATAÇÃO

Ausência de procedimento formal que discipline a inserção de critérios de sustentabilidade

nas contrações de bens e serviços

Fato

Durante os trabalhos de auditoria, foi solicitado à unidade, lista de todos os

procedimentos licitatórios sustentáveis de 2012. De acordo com o memorando nº 361/2013-

SLC/ANEEL, temos:

Os certames de 2012 que podemos indicar como eminentemente “sustentáveis” e suas

características são os elencados na tabela a seguir:

Licitação Informações

Pregão

eletrônico nº

11/2012

Projeto de reforma e adequação de área interna da

ANEEL (projeto adota conceitos de uso racional de

energia e materiais e conforto ambiental).

Pregão

eletrônico nº

13/2012

Aquisição de equipamentos de ar condicionado (produtos

com selo PROCEL e utilizam gás R-410 A).

Pregão

eletrônico nº

14/2012

Aquisição de material de consumo (alimentação, limpeza,

copa e cozinha) com vários itens em condições de

sustentabilidade.

Pregão

eletrônico nº

22/2012

Vacinação contra gripe (prática de sustentabilidade; IN

10/2012-SLTI/MP, art.).

Pregão

eletrônico nº

60/2012

Aquisição de material de proteção individual

(sustentabilidade aspecto social).

Pregão

eletrônico nº

63/2012

Manutenção de ar condicionado (item 1.4 do Anexo I –

busca da eficiência energética).

Fonte: Memorando nº 361/2013-SLC/ANEEL

Percebe-se que, de um total de 37151

procedimentos licitatórios realizados em 2012,

apenas 6 (1,6%) foram indicados pela unidade como eminentemente “sustentáveis’ o que mostra

um baixo índice de contratações de obras, serviços e aquisição de bens que utilizam critérios

sustentabilidade ambiental.

51 Nº de pregões, dispensas e inexigibilidades informados pela unidade através de e-mail

Page 119: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

119/123

Além disso, nenhuma contratação cadastrada no SIASG teve a marcação do indicador de

sustentabilidade.. ##/Fato##

Causa

Falta de rotina de avaliação sobre a possibilidade de inclusão de critérios sustentáveis nas

contratações e aquisições de bens, serviços e obras.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Durante a Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 05/06/2013, a Agência

apresentou argumentos sobre as providências que estão sendo adotadas a respeito do assunto,

além de informar que tem dificuldades no entendimento da IN/SLTI nº 01/2010.

Os argumentos foram:

Aprovação do Plano de Gestão de Logística Sustentável-PLS, em maio/13,

instrumento de planejamento voltado para a promoção da sustentabilidade nas áreas

econômica, social e ambiental. Nele, estão definidos diretrizes, objetivos e metas, com o

propósito de viabilizar a integração de toda a ANEEL em um projeto de atuação responsável

e consciente quanto ao consumo de recursos e ao relacionamento com a sociedade.

Capacitação de servidores da Agência no tema sustentabilidade;

Com essas providências iniciais, a unidade espera avançar no quesito Contratações

Sustentáveis nos próximos exercícios.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Considerando que a ANEEL concordou com o fato apontado na reunião e apresentou

algumas providências tomadas, conclui-se que a gestão ambiental da Agência está sendo

aprimorada, porém as contratações e licitações sustentáveis precisam melhorar e apresentar

resultados.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Instituir rotina de inserção de critérios de sustentabilidade nas contratações de

obras, bens e serviços, conforme IN/SLTI nº 1/2010 e Portaria SLTI nº2/2010

Recomendação 2: Utilizar a marcação do indicador de sustentabilidade , ao cadastrar as

contratações sustentáveis no SIASG.

4.2 CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS

4.2.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

4.2.1.1 INFORMAÇÃO

O processo de contratação analisado, realizado por inexigibilidade, está em conformidade

com a legislação aplicável.

Page 120: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

120/123

Fato

De acordo com a planilha eletrônica disponibilizada pela ANEEL, em 2012, temos:

Realização 14 processos licitatórios por meio de inexigibilidade.

03 processos não tiveram contratos celebrados (inexigibilidade nº 09/2012,

11/2012 e 13/2012)

02 processos não possuíam o valor do contrato preenchido (inexigibilidade nº

07/2012 e 14/2012), mas foram informados posteriormente através do ofício nº

97/2013 AIN/ANEEL

Para efeito de cálculo do montante contratado, foram considerados valores de todos os

processos, com exceção daqueles que não tiveram contratos firmados.

Assim, chegamos a um valor total contratado de R$ 855.094,08.

Considerando o critério da materialidade, selecionamos a inexigibilidade nº 012/2012,

que representa 58,5% dos recursos gastos com este tipo de contratação.

Quadro 22 – Total inexigibilidade realizada X total inexigibilidade avaliada

Quantidade total de

inexigibilidade em 2012

Quantidade

auditada

R$ total Montante auditado % recursos auditados

14 1 855.094,08 500.000,00 58,5%

Fonte: Planilha disponibilizada pela ANEEL, por e-mail.

Quadro 23 – Inexigibilidade avaliada.

Nº da

inexigibilidade

Objeto Valor (R$)

012/2012 Prestação de serviços postais pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 500.000,00

Fonte: Planilha disponibilizada pela ANEEL, por e-mail.

A SLC justificou a contratação na Nota Técnica 0056/2012 SLC/ANEEL como sendo um

caso de inexigibilidade, e o parecer jurídico nº 0468/2012 PGE-ANEEL/PGF/AGU enquadrou a

contratação também como caso de inexigibilidade, conforme art.25, caput, da lei de licitações,

por julgarem que não há viabilidade de competição para serviço postal.

Porém o contrato firmado com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, em

sua cláusula 11º, ressalta que a contratação foi por dispensa de licitação. Fato este que merece ser

corrigido.

Destaca-se que a contratação por inexigibilidade foi aprovada com ressalvas pela área

jurídica. Ficou condicionada a apresentação pela empresa contratada de extrato atualizado do

SICAF e Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, os quais foram apresentados de forma

tempestiva.

Exames realizados apontaram a regularidade no procedimento licitatório no que diz

respeito caracterização da inviabilidade de competição, escolha do fornecedor, aprovação do

Page 121: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

121/123

termo de referência, parecer da área jurídica, aprovação pela diretoria colegiada e

disponibilidade financeira e orçamentária.

##/Fato##

4.2.1.2 INFORMAÇÃO

O processo de contratação analisado, realizado por dispensa, está em conformidade com a

legislação aplicável.

Fato

De acordo com a planilha eletrônica disponibilizada pela ANEEL, em 2012 foram

realizados 267 processos licitatórios por meio de dispensa. Esse universo representa R$

1.853.547,72.

Considerando o critério da materialidade, selecionamos a dispensa nº 109/2012, que

representa 40,2% dos recursos gastos com este tipo de contratação.

Quadro 24 – Total dispensa realizada X total dispensa avaliada

Quantidade total de

dispensa em 2012

Quantidade

auditada

R$ total Montante auditado % recursos auditados

267 01 1.853.547,72 745.626,51 40,2%

Fonte: Planilha disponibilizada pela ANEEL, por e-mail.

Quadro 25 – Dispensa avaliada.

Nº da dispensa Objeto Valor (R$)

109/2012 Contratação emergencial de empresa para prestação de serviços de vigilância

armada e desarmada, com monitoração eletrônica.

745.626,51

Fonte: Planilha disponibilizada pela ANEEL, por e-mail.

A dispensa nº 109/2012 foi realizada em consequência da não renovação do contrato de

prestação de serviços de vigilância armada e desarmada vigente à época, por não cumprimento

das obrigações trabalhistas pela contratada, e de dois pregões eletrônicos fracassados.

Diante desta situação a unidade contratou em caráter emergencial, com base no art. 24,

IV, da lei nº 8666/93, o serviço em questão.

O contrato foi firmado em 21/05/2012 com vigência de 180 dias e com a condição de que

as áreas técnicas competentes providenciassem, o mais rápido possível, a realização de um novo

certame.

Um novo pregão eletrônico foi realizado em 31/07/2012(pregão nº 59/2012), atendendo a

condição imposta.

Exames realizados apontaram a regularidade no procedimento licitatório no que diz

respeito caracterização da situação emergencial, escolha do fornecedor, justificativa do preço,

aprovação do termo de referência, parecer da área jurídica, autorização e ratificação pela

autoridade competente e disponibilidade financeira e orçamentária.

Page 122: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

122/123

##/Fato##

4.2.1.3 CONSTATAÇÃO

Contratações efetuadas sem os devidos registros no Sistema Integrado de Administração de

Serviços Gerais-SIASG, contrariando o disposto na lei nº 12465/2011 (LDO 2012)

Fato

Ao consultar o Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais – SIASG,

constatou-se que não estavam cadastrados alguns contratos firmados pela ANEEL, em 2012.

Entre eles estavam os de maior materialidade, contratados através de dispensa, inexigibilidade e

pregão eletrônico. São eles:

Quadro 26 – Relação de contratos não cadastrados no SIASG

Nº do contrato Valor Licitação

264/2012 589.203,48 Pregão eletrônico

269/2012 39.999,95 Pregão eletrônico

273/2012 188.000,00 Pregão eletrônico

278/2012 382.958,76 Pregão eletrônico

286/2012 500.000,00 Dispensa

336/2012 54.500,00 Pregão eletrônico

342/2012 3.431.380,94 Pregão eletrônico

Fonte: Elaborado pela DIENE, a partir da planilha disponibilizada pela ANEEL e consulta ao SIASG.

Constatou-se também o registro de um contrato com o nº errado. Ao invés de

214/2012, o contrato foi cadastrado no SIASG com o número 215/2012.

Quadro 27 – Contrato cadastrado erroneamente no SIASG.

Nº do contrato Valor Licitação

214/2012 745.626,51 Inexigibilidade

Fonte: Elaborado pela DIENE, a partir da planilha disponibilizada pela ANEEL e consulta ao SIASG.

##/Fato##

Causa

Falta de planejamento nas contratações, fazendo com que os prazos para encerramento

dos procedimentos licitatórios fiquem apertados e, em caso de problemas no cadastramento no

SIASG, as informações dos contratos são enviadas para a publicação no DOU de forma manual,

sem a resolução tempestiva do problema.

Page 123: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.com.br

123/123

Além do mais, o sistema apresenta limitações que impedem algumas correções após o

cadastramento ter sido feito de forma errônea..

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Ao ser questionada sobre o não cadastramento, a ANEEL,através do memorando

nº397/2013- SLC/ANEEL, informou que apesar de não terem sido cadastrados no SIASG, todos

os extratos desses contratos foram publicados no Diário Oficial da União tempestivamente. Além

disso, as informações dessas contratações iriam ser enviadas para o Portal da Transparência

Pública.

Ao realizar nova consulta, constatou-se a regularização dos contratos 264/2012 e

278/2012.

Os demais, segundo o memorando, apresentaram limitações no sistema e ainda não foram

regularizados.

Quanto ao contrato nº214/2012, a ANEEL recebeu resposta do ofício nº110/2013,

enviado ao Ministério do Planejamento, cuja transcrição segue abaixo:.

1. Em atenção ao Oficio n° 0110/2013-SLC/ANEEL, de 02 de maio de 2013,

solicitando alteração do numero do Contrato emergencial n° 215/2012, advindo da

Dispensa de Licitação n° 109/2012 - UASG 323028, para o numero 214/2012,

informamos não ser possível tal alteração devido aos empenhos emitidos em 2012.

2. Na oportunidade ratificamos que o procedimento e a anexação da publicação da

retificação no processo. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Considerando que continuam pendentes, no SIASG, os registros de alguns contratos

firmados pela ANEEL, e que na Reunião de Busca Conjunta de Soluções, realizada em 5/6/2013,

a unidade concordou com os fatos apontados, mantém-se a constatação..

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Criar mecanismo que garanta o registro de todos os contratos no SIASG,

simultaneamente à publicação no Diário Oficial.

Recomendação 2: Formalizar, em documentos, as dificuldades operacionais enfrentadas ao

utilizar sistemas como o SIASG, arquivando-os nos processos de contratação e notificando o

órgão administrador do sistema.

Page 124: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA
Page 125: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA
Page 126: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA
Page 127: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA
Page 128: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA
Page 129: Avision - Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · exame e a partir da apresentação do processo de contas ... Dotação e Execução Orçamentária da ANEEL, 2011-2012 LOA