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AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE CALOR DE FORNOS DE QUEIMA DE PORCELANAS EM UMA EMPRESA NA CIDADE DE CAMPO LARGO - PR Odair Jose Bonato Schervinski (UTFPR ) [email protected] Rodrigo Eduardo Catai (UTFPR ) [email protected] Ezequiel Pinto Da Silva Netto (UTFPR ) [email protected] Cezar Augusto Romano (UTFPR ) [email protected] O ambiente de trabalho pode expor os trabalhadores a condições desfavoráveis devido à presença de riscos ambientais, entre eles o calor. Este causa desconforto e pode aumentar o risco de acidentes e provocar danos consideráveis a saúde dos colaboradores. Os riscos, quando presentes no ambiente de trabalho acima dos limites de tolerância estabelecidos pela legislação brasileira, caracterizam o ambiente como insalubre e devem ser tratados com atenção. Neste contexto, fundamentado nos parâmetros da NR-15, o presente trabalho apresenta uma avaliação dos níveis de calor dos fornos utilizados para a queima de peças de porcelanas em uma empresa localizada na cidade de Campo Largo. Foram realizadas avaliações quantitativas de calor com termômetro de globo da marca INSTRUTHERM, modelo TGD-300 e os diferentes resultados encontrados foram comparados com os limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora. Desta forma, se faz necessário medidas corretivas e preventivas visando contribuir para a segurança e o bem estar dos funcionários. São apresentadas algumas sugestões para proporcionar um local de trabalho onde os agentes de riscos são controlados, colaborando com a saúde dos funcionários, podendo também servir de base para futuros estudos para empresas que atuam neste segmento. Palavras-chaves: Calor, Fornos, Insalubridade, NR-15. XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE CALOR

DE FORNOS DE QUEIMA DE

PORCELANAS EM UMA EMPRESA NA

CIDADE DE CAMPO LARGO - PR

Odair Jose Bonato Schervinski (UTFPR )

[email protected]

Rodrigo Eduardo Catai (UTFPR )

[email protected]

Ezequiel Pinto Da Silva Netto (UTFPR )

[email protected]

Cezar Augusto Romano (UTFPR )

[email protected]

O ambiente de trabalho pode expor os trabalhadores a condições

desfavoráveis devido à presença de riscos ambientais, entre eles o

calor. Este causa desconforto e pode aumentar o risco de acidentes e

provocar danos consideráveis a saúde dos colaboradores. Os riscos,

quando presentes no ambiente de trabalho acima dos limites de

tolerância estabelecidos pela legislação brasileira, caracterizam o

ambiente como insalubre e devem ser tratados com atenção. Neste

contexto, fundamentado nos parâmetros da NR-15, o presente trabalho

apresenta uma avaliação dos níveis de calor dos fornos utilizados para

a queima de peças de porcelanas em uma empresa localizada na

cidade de Campo Largo. Foram realizadas avaliações quantitativas de

calor com termômetro de globo da marca INSTRUTHERM, modelo

TGD-300 e os diferentes resultados encontrados foram comparados

com os limites de tolerância estabelecidos pela Norma

Regulamentadora. Desta forma, se faz necessário medidas corretivas e

preventivas visando contribuir para a segurança e o bem estar dos

funcionários. São apresentadas algumas sugestões para proporcionar

um local de trabalho onde os agentes de riscos são controlados,

colaborando com a saúde dos funcionários, podendo também servir de

base para futuros estudos para empresas que atuam neste segmento.

Palavras-chaves: Calor, Fornos, Insalubridade, NR-15.

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1. Introdução

Campo Largo está localizado na região metropolitana de Curitiba e é considerada a capital

nacional da louça de cerâmica e porcelana. Esta fama se deve à existência de matérias-

primas necessárias para a produção de cerâmica e por constituir um centro de compras, com

lojas e varejos das fábricas e uma diversidade de artesanatos.

Segundo dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social -IPARDES

(2006), 14 estabelecimentos do município de Campo Largo pertenciam ao segmento de

cerâmicas e porcelanas utilitárias e decorativas. Andrade (2010) explica que houve um

aumento na quantidade de estabelecimentos, e atualmente totalizam-se 28 empresas

fabricantes de cerâmicas e porcelanas na cidade. Todas as empresas deste segmento

utilizam fornos para a queima de porcelanas, e a temperatura é um parâmetro quantificável

em diversas atividades neste processo. As fontes de calor liberam uma grande quantidade

de energia no ambiente, expondo os trabalhadores a intensidades elevadas de sobrecarga

térmica.

Quando os trabalhadores estão expostos a altas temperaturas, podem sofrer conseqüências

indesejáveis a saúde, comprometer o seu rendimento no trabalho e colaborar para a

ocorrência de acidentes. O calor é um risco presente nas atividades analisadas e que merece

tratamento dos mais importantes pela consequência que pode apresentar naqueles que a

ele se expõem.

Neste contexto, busca-se avaliar a condições de trabalho conforme o calor térmico nessas

empresas e se estão de acordo com os limites de tolerâncias estabelecidos pela Norma

Regulamentadora nº 15 (NR-15), Anexo 3.

2. Revisão Bibliográfica

2.1 Processos de Fabricação.

A cerâmica compreende todos os materiais inorgânicos, não metálicos obtidos após

tratamento térmico em temperaturas elevadas. O setor cerâmico pode ser classificado como

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(SILVA, 2007): cerâmica vermelha; materiais de revestimento; cerâmica branca; materiais

refratários; isolantes térmicos; vidro, cimento e cal; cerâmica de alta tecnologia.

As porcelanas são fabricadas com massas constituídas a partir de argilominerais (argila

plástica e caulim), quartzo e feldspato bastante puros, que são queimados a temperaturas

superiores a 1250°C.

2.2 Fornos

Do calor do sol, para os fornos atuais utilizados para tornar as peças mais firmes, a história da

cerâmica percorreu e auxiliou no cotidiano de todos os povos. Os funcionários hábeis

continuam transformando blocos de argila e criando novas utilidades para a população.

Costa e Silva (2007) afirmam que a queima é um dos processos mais importantes na

fabricação de produtos de cerâmica e porcelana, pois é nela que o material adquire

propriedades adequadas a seu uso, como dureza, resistência e agentes químicos.

O Instituto de Ensino Camões (1999) ressalta que o calor necessário para as transformações é

fornecido pela reação oxidante do oxigênio do ar, com o carbono, com o hidrogênio e com a

pequena quantidade de enxofre do óleo combustível, exceto os fornos elétricos. Em todos os

fornos à combustão, distingue-se 4 (quatro) partes principais (SILVA, 2007): aparelho de

combustão; câmara de combustão; aparelhos de expulsão;exaustor e chaminés; e acessórios

para controle do forno.

A NR-14 (BRASIL, 2011a) define que para qualquer fim de utilização dos fornos, devem ser

construídos solidamente, revestidos de materiais refratários, para que o calor radiante não

ultrapasse os limites de tolerância determinado pela NR-15, para garantir a segurança e

conforto ao trabalhador.

2.3 Instrumentação

A instrumentação básica é constituída de um conjunto de termômetros, chamado de

“Árvore dos Termômetros”. A NR-15 estabelece alguns instrumentos para fazer a medição

da temperatura de calor (BRASIL, 2011b): O termômetro de globo, para a medição de calor

radiante (TG) na carga térmica do organismo acoplada a globo de cobre; Termômetro de

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bulbo úmido natural (Tbn), que consiste na escala de 0ºC e 100ºC, acoplado num recipiente

com água destilada. Mede a capacidade de troca entre a pele e meio através a evaporação

da água. Este é influenciado pela umidade relativa e pela velocidade do ar; Termômetro de

bulbo seco (Tbs), o qual mede a capacidade de troca térmica entre a pele e o meio, através

da condução, sedo influenciado pela velocidade do ar. Utilizado quando a situação térmica

envolve carga solar, sua escala é de 0ºC e 100ºC. Atualmente o uso da instrumentação

eletrônica vem substituindo os termômetros convencionais, por fornecer maior precisão e

valores tbn, tg e tbs, isoladamente, e o cálculo do IBUTG.

2.4 Legislação

A Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, em sua Norma Regulamentadora NR-15, Anexo

3, adota para a avaliação de exposição ao calor, o índice de Bulbo Úmido – termômetro de

globo (IBUTG) que considera os cinco principais fatores nas trocas térmicas entre o indivíduo

e o meio são: a temperatura do ar, a velocidade do ar, umidade do ar, o calor radiante e o

tipo de atividade.

2.4.1 Insalubridade

A palavra “insalubre” significa tudo que origina doença. Araújo e Regazzi (2002) explicam

que o trabalho insalubre e aquele que pode causar efeitos nocivos à saúde do trabalhador

devido à exposição habitual e permanente aos agentes considerados insalubres pela legislação.

A NR-15 estabelece que sejam consideradas atividades ou condições insalubres as que são

desenvolvidas acima dos limites de tolerâncias. Então, devem-se caracterizar previamente

pontos importantes como: regime e ciclo de trabalho, tipo de atividade física e atividade com

ou sem solar.

Saliba (2004) explica que o termo higiene ocupacional, que abrange a modalidade industrial é

uma ciência que atua no campo da saúde ocupacional, através da antecipação,

reconhecimento, avaliação e controle de fatores que podem causar doenças e desconforto aos

trabalhadores. Desta forma o calor aqui referido neste trabalho, se enquadra como um fator de

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risco físico para o trabalhador. A exposição de calor deve ser avaliada através do Índice de

Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), definido pelas seguintes Equações 1 e 2:

Ambientes internos ou externos sem carga solar:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg (Eq. 1)

Ambientes externos com carga solar:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 02 tg (Eq. 2)

Onde: tbn = temperatura de bulbo úmido; tg = temperatura de globo; tbs = temperatura de

bulbo seco.

2.4.2 Limites de Tolerância para Exposição ao Calor

Há duas formas de se chegar aos limites de tolerâncias para a exposição ao calor em regime

de trabalho intermitente. A primeira forma de trabalho é com períodos de descanso no próprio

local, realizando atividades leves. Conforme o resultado obtido, o regime de trabalho é

definido segundo o Quadro 1. A Determinação do tipo de atividade ( leve, moderada ou

pesada) é de acordo com o Quadro 3.

Quadro 1: Atividades e Operações Insalubres

Regime de Trabalho Intermitente com

descanso no próprio local de trabalho (por

hora)

Tipo de Atividade

Leve

Moderada Pesada

Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0

45 minutos trabalho

15 minutos descaso

30,1 à 30,6 26,8 à 28,0 25,1 à 25,9

30 minutos trabalho

30 minutos descanso

30,7 à 31,4 28,1 à 29,4 26,0 à 27,9

15 minutos trabalho

45 minutos descaso

31,5 à 32,2 29,5 à 31,1 28,0 à 30,0

Não é permitido o trabalho, sem a adoção de

medidas adequadas de controle

acima de

32,2

acima de

31,1

acima de

30,0 FONTE: BRASIL (2011b)

A segunda forma, o colaborador exerce outra atividade em outro local de trabalho com

temperaturas termicamente mais amenas, realizando atividades leves ou em repouso. Para

determinar a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, utiliza-se a equação 3,

representada pela seguinte fórmula:

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M = Mt x Tt + Md x Td (Eq. 3)

60

Onde: Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho; Tt - soma dos tempos, em minutos, em

que se permanece no local de trabalho; Md - taxa de metabolismo no local de

descanso; Td - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de

descanso.

Após determinado o resultado para taxa de metabolismo média ponderada, os limites de

tolerância são obtidos, comparado o resultado encontrado com os valores do quadro 2.

Quadro 2: Limites de Tolerância

M (kcal/ h) Máximo IBUTG

175

200

250

300

350

400

450

500

30,5

30,0

28,5

27,5

26,5

26,0

25,5

25,0 FONTE: BRASIL (2011b)

Para se obter as taxas de metabolismo no local de trabalho e no local de descanso, consulta-se

o Quadro 3.

Quadro 3: Taxas de Metabolismo por Tipo de Atividade (NR-15) Tipo de Atividade kcal/h

Sentado em Repouso 100

TRABALHO LEVE Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia).

Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir).

De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços.

125

150

150

TRABALHO MODERADO Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas.

De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação.

De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação.

Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar.

180

175

220

300

TRABALHO PESADO Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com

pá).

Trabalho fatigante

440

550

FONTE: BRASIL (2011b)

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Para chegar ao valor IBUTG médio ponderado para uma hora, utiliza-se a fórmula

representada pela equação 4:

______

IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd xTd (Eq. 4)

60

Sendo: IBUTGt - valor do IBUTG no local de trabalho; IBUTGd - valor do IBUTG no local

de descanso; Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho;

Td - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.

3 Metodologia

Este trabalho consiste em uma pesquisa de campo que tem como objetivo principal medir o

calor de três tipos de fornos utilizados para queima de peças de porcelanas.

A empresa estudada será chamada nesta pesquisa de Empresa ALFA, devido a não

autorização da exposição de seu nome. A mesma encontra-se localizada na cidade de Campo

Largo/PR – região metropolitana de Curitiba.

3.1 Delimitação da Pesquisa

3.1.1 Delineamento da Pesquisa

Inicialmente, foi realizado um levantamento dos locais de trabalho e em seguida foram

determinados os indicadores de calor, por meio de um termômetro digital da marca

INSTRUTHERM, modelo TGD-300, que mede os valores de temperatura de bulbo seco, bulbo

úmido natural, globo e IBUTG. As medições foram realizadas nos locais onde os funcionários

realizam as atividades de trabalho, na altura da região do tronco, para então mensurá-los.

Assim esta pesquisa pode ser caracterizada por estudo de caso de caráter comparativo. O

trabalho consiste em realizar avaliações quantitativas de calor no mês de setembro e

comparar com a NR-15 Anexo 3, e verificar se existe insalubridade e sugerir alternativas para

melhorar o ambiente de trabalho para os funcionários nos três tipos de fornos de queima de

porcelanas.

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3.2 População e Amostra

A presente pesquisa adota o procedimento da amostragem não probabilística. Segundo

Lakatos (2001, p.108) esta seleção “permite a utilização de tratamento estatístico, que

possibilita compensar erros amostrais e outros aspectos relevantes para a

representatividade e significância da amostra”.

3.3 Coleta

A coleta de dados é de caráter quantitativo, pois utiliza de documentos já existentes na

empresa e medições por meio de instrumentos, que permitem comparar os índices de

temperatura de calor. Os locais avaliados estão representados, conforme esquema da figura

abaixo.

Figura 1: Croqui

FONTE: O autor (2011)

A coleta de dados foi realizada nos dias 16 e 19 de setembro de 2011, nos períodos da manhã

e tarde. De acordo com o levantamento realizado na empresa, existem três tipos de fornos

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utilizados para a queima de porcelanas, esse fornos serão chamados de forno 1, forno 2, forno

3.

Forno 1: Possui 40 metros de comprimento, seu combustível é o gás natural. Sua queima

varia de 800ºC a 1000ºC, com ciclo de queima de 15 horas. Nesse forno trabalham 12

funcionários, divididos em 4 turnos de 6 horas, com 3 funcionários em cada turno. Nesse

setor é realizada a atividade de carregar os vagonetes com peças cruas e descarregar com

peças já queimadas (biscoito). Após realizar a descarga de peças queimadas dos vagonetes,

são armazenadas em carrinhos estaleiros que ficam a disposição para o processo de

envernizamento. Na seqüência é realizado a carga com novas peças cruas, após a carga, os

vagonetes se deslocam automaticamente através de trilhos até a entrada do forno biscoito.

Figura 2: Saída, carga e descarga do forno 1

Fonte: Dados da Pesquisa, 2011

Forno 2: Possui 64 metros de comprimento, é movida a gás natural. A temperatura de

queima varia de 1300ºC a 1400ºC, com ciclo de queima de 8 horas. Nesse forno trabalham

16 funcionários divididos em 4 turnos de seis horas, com 4 funcionários cada turno. As

principais fontes de calor estão na descarga onde as peças saem já queimadas e quentes, e

próximos aos maçaricos. Neste forno é realizada a carga de peças envernizadas, essa carga é

realizada nos dois lados dos vagonetes. Depois de realizada a carga, os vagonetes carregados

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se deslocam automaticamente através de trilhos até a entrada do forno, para queima com

temperaturas que variam de 1300ºC a 1400ºC. Após queima, as peças saem pela abertura de

saída do forno e são descarregadas. Logo descarregadas, as peças queimadas são colocadas

em carrinhos, para serem transportadas para o lixamento, onde será realizada a limpeza do

fundo das peças, à aproximadamente 7 metros da descarga do forno.

Figura 6: Entrada Forno 2

Fonte: Dados da Pesquisa, 2011

Forno 3. Logo após a saída dos secadores, recebem esmalte e são queimados no forno 3,

que tem capacidade para carga de 15 m³, temperaturas na queima de até 1380 ºC, com

ciclo de queima de 10 horas. Esse forno tem formato de um quadrado, onde os vagonetes

são carregados e fechados para a queima. Nesse forno trabalham 4 funcionários em um

único turno de 8 horas, onde os mesmos realizam a carga e descarga. A principal fonte de

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calor no ambiente é na descarga, que recebe influencia do forno 1, pois a descarga é

realizada a alguns metros da saída do forno 1. Na carga a fonte de calor é apenas o calor

ambiente, pois a carga é realizada próximo ao forno câmara, que é ligado às 14:00 horas e

desligado as 00:00 hora. O processo de resfriamento ocorre pela madrugada, onde não tem

nenhum colaborador nesse ambiente durante o resfriamento. Realizado a carga, os

vagonetes carregados são deslocados sobre os trilhos até o forno 3. Logo o forno é fechado,

e permanecem por 10 horas na queima. Depois da queima, as peças passam seis horas em

processo de resfriamento, após o resfriamento as peças vão para a descarga e são

descarregadas próximo a saída do forno 1. A descarga é realizada direto em caixas, que são

destinadas ao setor de classificação.

Figura 4: Carga forno 3

Fonte: Dados da Pesquisa, 2011

4 Resultados e Discussões

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Durante as avaliações realizadas nos fornos da empresa, foi possível observar diferentes

situações e processos de trabalho. As avaliações foram realizadas levando em consideração o

processo e forma de como as atividades são realizadas na empresa.

Os dados levantados e resultados das avaliações quantitativas de calor para o forno 1, 2 e 3,

encontram-se ilustradas nos quadros 4, 5, 6 e 7. No forno 2 é possível observar a necessidade

de avaliar a carga e descarga do forno 2 separadamente, devido a divisão de atividades no

setor.

Quadro 4: Avaliação Quantitativa de Calor do Forno 1 SETOR: Forno 1

DATA: 19/09/2011 HORÁRIO: 11:20 hs.

PONTOS ONDE FORAM REALIZADOS AS MEDIÇÕES

Ponto 1: Carga e descarga dos vagonetes, próximo saída do forno;

Ponto 2: Descanso em outro local mais ameno.

CICLO DE TRABALHO: (para base de cálculo de 60 minutos)

Minutos gastos no local de trabalho: 35 minutos

Minutos gastos no local de descanso: 25 minutos

TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA

Ponto 1: Moderada – 220 kcal/h

Ponto 2: Moderada – 300 kcal/h

VALORES ENCONTRADOS NAS MEDIÇÕES

Ponto 1: Termômetro de Globo= 31,5°C

Termômetro de Bulbo Úmido= 28,3°C

Ponto 2: Termômetro de Globo= 28,6 °C

Termômetro de Bulbo Úmido= 26,2°C

RESULTADOS

Ponto 1: IBUTGt= 29,26°C

Ponto 2: IBUTGd: 26,92°C

IBUTG Médio: 28,28°C

TAXA METABOLISMO Médio: 253,33 kcal/h

LIMITE DE TOLERÂNCIA: 27,5°C

FONTE: Dados da Pesquisa, 2011

Ao fazer uma análise do quadro 4 e comparar o valor encontrado de 28,28°C para IBUTG

Médio, com os valores do quadro nº 2 dos limites de tolerância, chegou-se a 27,5°C, sendo

esse valor o Máximo de IBUTG admitido nesta situação. Desta forma com IBUTG Médio

maior que o Máximo IBUTG admitido para essa situação, a atividade é considerada

Insalubre.

Quadro 5: Avaliação Quantitativa de Calor Carga do Forno2

SETOR: Carga Forno 2

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DATA: 16/09/2011 HORÁRIO: 09:45 hs

PONTOS ONDE FORAM REALIZADOS AS MEDIÇÕES

Ponto 1: Carga dos vagonetes, lateral direita a dois metros saída do forno;

Ponto 2: Descanso, lateral esquerda do forno dos vagonetes.

CICLO DE TRABALHO: (para base de cálculo de 60 minutos)

Minutos gasto no local de trabalho: 50 minutos

Minutos gastos no local de descanso: 10 minutos.

TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA

Ponto 1: Moderada – 220 kcal/h

Ponto 2: leve – 125 kcal/h

VALORES ENCONTRADOS NAS MEDIÇÕES

Ponto 1: Termômetro de Globo= 30,9 °C

Termômetro de Bulbo Úmido= 28,5 °C

Ponto 2: Termômetro de Globo= 20,1 °C

Termômetro de Bulbo Úmido= 18,4 °C

RESULTADOS

Ponto 1: IBUTGt= 29,22

Ponto 2: IBUTGd: 18,91

IBUTG Médio: 27,50

TAXA METABOLISMO Médio: 204,17 kcal/h

LIMITE DE TOLERÂNCIA: 28,5°C

FONTE: Dados da Pesquisa, 2011

Ao analisar o quadro 5 e comparar o valor encontrado de IBUTG Médio 27,50°C com os

valores do quadro nº 2 dos limites de tolerância, chegou-se ao Máximo de IBUTG admitido

para essa situação que é de a de a 28,5°C. Observou-se que o IBUTG Médio encontrado foi

menor que o admitido para essa situação, sendo a atividade nessa situação considerada não

insalubre.

Quadro 6: Avaliação Quantitativa de Calor Descarga do Forno 2

SETOR: Descarga Forno 2

DATA: 19/09/2011 HORÁRIO: 09:50

PONTOS ONDE FORAM REALIZADOS AS MEDIÇÕES

Ponto 1: Descarga dos vagonetes, saída do forno 2;

Ponto 2: Descanso, lixamento de peças.

CICLO DE TRABALHO: (para base de cálculo de 60 minutos)

Minutos gasto no local de trabalho: 25 minutos

Minutos gastos no local de descanso: 35 minutos.

TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA

Ponto 1: Moderada – 220 kcal/h

Ponto 2: Moderada – 300 kcal/h

VALORES ENCONTRADOS NAS MEDIÇÕES

Ponto 1: Termômetro de Globo= 30,6 °C

Termômetro de Bulbo Úmido= 26,6 °C

Ponto 2: Termômetro de Globo= 27,7 °C

Termômetro de Bulbo Úmido= 24,8 °C

RESULTADOS

Ponto 1: IBUTGt= 27,8

Ponto 2: IBUTGd: 25,67

IBUTG Médio: 26,56

TAXA METABOLISMO Médio: 266,67 kcal/h

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LIMITE DE TOLERÂNCIA: 27,5°C.

FONTE: Dados da Pesquisa, 2011

Ao analisar o quadro 6 e comparar o valor encontrado de IBUTG Médio 26,56°C com os

valores do quadro nº 2 dos limites de tolerância, chegou-se ao Máximo de IBUTG admitido

para essa situação que é de a de a 27,5°C. Observou-se que o IBUTG Médio encontrado foi

menor que o admitido para essa situação, sendo a atividade nessa situação considerada não

insalubre.

Quadro 7: Avaliação Quantitativa de Calor do Forno 3

SETOR: Forno 3

DATA: 19/09/2011 HORÁRIO: 09:30 hs

PONTOS ONDE FORAM REALIZADAS AS MEDIÇÕES

Ponto 1: Descarga dos vagonetes, a cinco metros da saída do forno biscoito;

Ponto 2: Carga dos vagonetes.

CICLO DE TRABALHO: (para base de cálculo de 60 minutos)

Minutos gasto no local de trabalho (descarga): 30 minutos

Minutos gastos no local de descanso (carga): 30 minutos

TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA

Ponto 1: Moderada – 220 kcal/h

Ponto 2: Moderada – 220 kcal/h

VALORES ENCONTRADOS NAS MEDIÇÕES

Ponto 1: Termômetro de Globo= 24,8°C

Termômetro de Bulbo Úmido= 22,0°C

Ponto 2: Termômetro de Globo= 23,3 °C

Termômetro de Bulbo Úmido= 21,6°C

RESULTADOS

Ponto 1: IBUTGt= 22,84°C

Ponto 2: IBUTGd: 22,11°C

IBUTG Médio: 22,48°C

TAXA METABOLISMO Médio: 220 kcal/h

LIMITE DE TOLERÂNCIA: 28,5°C

FONTE: Dados da Pesquisa, 2011

Ao analisar o quadro 7 e comparar o valor encontrado de IBUTG Médio 22,48°C com os

valores do quadro nº 2 dos limites de tolerância, chegou-se ao Máximo de IBUTG admitido

para essa situação que é de a de a 28,5°C. Observou-se que o IBUTG Médio encontrado foi

menor que o admitido para essa situação, sendo a atividade nessa situação considerada não

insalubre.

4.1 Sugestões e Melhorias

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Visando contribuir para a segurança e o bem estar dos colaboradores que trabalham em fornos

da empresa, são sugeridas algumas melhorias para os fornos avaliados. O forno 1 necessita de

melhorias urgentes, devido os valores encontrados estarem acima dos limites de tolerância

estabelecidos pela NR-15 Anexo 3. Desta forma sugere-se as seguintes ações combinadas,

como: Mudar o processo de carga e descarga para próximo a entrada do forno, pois nesse

local não ocorre o calor excessivo; Instalar barreiras isolantes do calor, entre a lateral do forno

e os pontos onde são realizadas a carga e a descarga; Adotar o regime próximo de 20 minutos

de trabalho e 40 minutos em atividade leve e em temperatura mais amena, considerada de

descanso, e verificando se as combinações com outras medidas podem aumentar o regime de

exposição no local de “trabalho”; Melhorar a ventilação do ambiente, introduzindo exaustores

e ventiladores; Realizar rodízios no setor, diminuindo o tempo de exposição ao calor do forno,

alternado os funcionários em funções diferentes; Ingerir líquidos freqüentemente; Definir

atividades leves, para realizar no tempo de descanso; Reavaliar as medições da temperatura de

calor nos meses mais quentes do ano; Treinamento, orientação e adequação dos funcionários

para adaptação ao calor; Acompanhamento médico por meio de exames periódicos.

As sugestões de melhorias para os fornos 2 e 3 são semelhantes as adotadas no forno 1, porém

sem a finalidade de abaixar a níveis aceitáveis abaixo dos limites de tolerância, e sim

pensando na melhoria contínua do conforto dos ambientes de trabalho.

5 Conclusão

O instrumento de dados utilizado permitiu atingir os objetivos propostos, e conhecer a real

situação dos profissionais que trabalham nas atividades relacionadas aos fornos com relação

às altas temperaturas de calor, a que estão expostos. Os dados obtidos referentes à pesquisa

por meio das ferramentas utilizadas apresentaram resultados que respondem ao segundo

objetivo, sendo este, indicar as temperaturas de calor as quais os funcionários estão expostos.

É possível constatar de acordo com os resultados, referente ao forno 1, que os níveis de calor

que os colaboradores estão expostos, estão acima do limite de tolerância, comparando com o

Anexo nº 3 da NR-15, sendo considera insalubre. E nos fornos 2 e 3, conforme os resultados

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mostraram, os colaboradores executam atividades dentro dos limites de tolerâncias

estabelecidos pela NR 15, anexo nº 3, sendo considerados não insalubres. As avaliações

desses fornos serviram para obter conhecimento mais amplo do assunto abordado, da real

situação a que diversas empresas nesse segmento, tanto em Campo Largo, quanto no restante

do País, podem estar enquadradas, e as várias atividades desenvolvidas pelos colaboradores,

os quais se expõem ao calor, podendo muitas vezes agredir a própria saúde.

Faz-se necessário investimento e melhorias no processo de produção e no fator humano,

visando a qualidade de vida, segurança e proporcionar uma ambiente mais saudável e

confortável, para que os colaboradores exerçam suas atividades sem conseqüências a saúde.

Além disso, sugere-se para futuros trabalhos, realizar avaliações de temperatura em outras

empresas que utilizam fornos para queima de porcelanas, e comparar os índices de calor entre

os fornos das empresas.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, P. S. Presidente dos Trabalhados das Indústrias de Louças e Cerâmicas de Campo Largo. Campo

Largo, 2010.

ARAÚJO, G. M. Regazzi, R. D. Perícia e Avaliação de Ruído e Calor Passo a Passo. Teoria e Prática. Impresso no

Brasil. Rio de Janeiro. 2ª edição, 2002.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora nº 14. Manuais de Legislação Atlas. Editora Atlas S.A.

São Paulo. 68ª edição, 2011a.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora nº15. Manuais de Legislação Atlas. Editora Atlas S.A.

São Paulo. 68ª edição, 2011b.

COSTA, C.G; SILVA, A.M. Alvenaria Estrutural com Bloco Cerâmico. Tubarão, Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL / Setor Ciências Exatas, 2007.

Instituto de Ensino Camões. Apostila Técnica de Segurança do Trabalho. Curitiba-P.R, 1999.

IPARDES. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Disponível em: www.ipardes.gov.br.

Acesso: 23/06/2011.

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LAKATOS, E. M. ANDRADE. M. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa

bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 6.ed. – São Paulo: Atlas, 2001.

SALIBA, T.M. Curso Básico de Segurança e Higiene Ocupacional. Editora: LTr, São Paulo, 2004.

SILVA, C; SILVA, J. Dossiê Técnico. Louça e Porcelanas de Uso Doméstico. Instituto de Tecnologia do

Paraná. 2007.