avaliação do conhecimento dos funcionários do hospital...

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12 Universidade São Francisco Curso de Fisioterapia Avaliação do conhecimento dos funcionários do Hospital Universitário São Francisco sobre a importância da fisioterapia em cirurgias torácicas e abdominais Bragança Paulista 2009

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Universidade São Francisco

Curso de Fisioterapia

Avaliação do conhecimento dos funcionários do Hospital

Universitário São Francisco sobre a importância da fisioterapia

em cirurgias torácicas e abdominais

Bragança Paulista

2009

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Marília Gabriela Habib

Fabrício Ferreira da Silva

Avaliação do conhecimento dos funcionários do Hospital

Universitário São Francisco sobre a importância da fisioterapia

em cirurgias torácicas e abdominais

Bragança Paulista

2009

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco sob orientação da Profa

Patrícia Teixeira Costa como exigência para conclusão do curso de graduação.

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SILVA, Fabrício Ferreira; HABIB, Marília Gabriela. Avaliação do conhecimento dos

funcionários do Hospital Universitário São Francisco sobre a importância da

fisioterapia em cirurgias torácicas e abdominais. Trabalho de Conclusão de Curso. 2009.

Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco. Bragança Paulista.

____________________________________________________________ Prof.ª Patrícia Teixeira Costa USF – Orientadora Temática _______________________________________________________________ Prof.ª Rosimeire Simprini Padula USF – Orientadora Metodológica _______________________________________________________________ Prof.ª Gianna Cannonieri USF – Banca Examinadora

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DEDICATÓRIADEDICATÓRIADEDICATÓRIADEDICATÓRIA

Dedicamos não só esse trabalho, mas também nosso diploma aos nossos amados pais,

que são responsáveis pelo que somos, que não mediram esforços para dar a melhor educação e

apostaram em nosso sonho, sendo os responsáveis por estarmos aqui.

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AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, por tornar possível a realização desse trabalho.

Agradecemos nossas professoras orientadoras Patrícia Teixeira Costa e Rosimeire

Simprini Padula pelo carinho, competência, dedicação e incentivo, durante todo segmento do

trabalho, e pelo apoio diante do nosso desespero e ansiedade.

A nossa família, por estarem sempre ao nosso lado, nos incentivando e acreditando em

nosso potencial.

E a todos os funcionários do HUSF que colaboraram diretamente ou indiretamente

para que esse trabalho se concretizasse.

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EPÍGRAFEEPÍGRAFEEPÍGRAFEEPÍGRAFE

"Que força é esta, eu não sei; tudo o que sei é que existe, e está disponível apenas

quando alguém está num estado em que sabe exatamente o que quer, e está

totalmente determinado a não desistir até conseguir."

(Alexander Graham Bell)

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RESUMO

Introdução: O fisioterapeuta desempenha importante papel no ambiente hospitalar, atuando junto à

equipe multidisciplinar nos períodos pré e pós-operatório, sendo as cirurgias torácicas e abdominais

altas as que requerem maior atenção desse profissional por causa da alta incidência de complicações

pulmonares no período pós-operatório. Objetivos: Avaliar o conhecimento dos funcionários do

Hospital Universitário São Francisco sobre a importância da fisioterapia em cirurgias torácicas e

abdominais, verificar se os funcionários do HUSF conhecem os recursos fisioterapêuticos utilizados

nos pacientes cirúrgicos, verificar se os funcionários do HUSF têm conhecimento sobre as

complicações decorrentes das cirurgias torácicas e abdominais e realizar orientação aos funcionários

do HUSF sobre a importância da fisioterapia nos pacientes cirúrgicos. Método: Este estudo foi

realizado no período de julho a setembro de 2009 na Unidade de Terapia Intensiva Adulto e na

Enfermaria Cirúrgica Adulto do HUSF através da aplicação de questionário com fisioterapeutas,

enfermeiros e auxiliares de Enfermagem sobre o conhecimento sobre a atuação da fisioterapia nas

cirurgias torácicas e abdominais. Após a aplicação do questionário, os dados foram verificados através

de análise estatística descritiva e repassados os resultados para gráficos e tabelas. O nível de

significância foi de 5%. Resultados: A grande maioria dos funcionários que colaboraram com a

pesquisa são do sexo feminino, tem idade abaixo de 30 anos e tempo de profissão de até 5 anos.Em

relação à categoria profissional, 69,44 % são auxiliares de enfermagem, 11,11%, técnicos de

enfermagem, 8,33% são enfermeiros e apenas 11,11% são fisioterapeutas para todo o hospital. 63,89%

dos funcionários têm conhecimento sobre as complicações pós-operatórias mas não souberam

denominá-las. 63,89 % dos funcionários relataram que conhecem o trabalho da fisioterapia respiratória

no pré-operatório. Em relação à redução do tempo de internação com a fisioterapia, 66,67 %

reconhecem que há uma redução. 77,78% dos entrevistados conhecem a importância da deambulação

precoce no pós-operatório. Quanto à importância do trabalho multidisciplinar, 83,33% dos

profissionais responderam que reconhecem esse fato. Conclusão: A maioria dos funcionários têm

conhecimento sobre as complicações pós-operatórias das cirurgias torácicas e abdominais e conhecem

a importância da fisioterapia no pré-operatório torácico e abdominal mas no pós-operatório, somente a

metade dos entrevistados tinham conhecimento. A maioria dos entrevistados não sabiam os objetivos

da fisioterapia no pré e pós-operatório. Faz-se necessário uma melhor conscientização dos

profissionais da saúde sobre o trabalho da fisioterapia no pré e pós-operatório pois isso seria de

fundamental importância para proporcionar aos pacientes uma assistência mais completa e eficaz.

Palavras-chave: cirurgia torácica e abdominal; pré-operatório; pós-operatório; fisioterapia;

complicações pós-operatórias.

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ABSTRACT

Introduction: Physiotherapists play an important role in the hospital, to work along with the

multidisciplinary-medical team in periods of pre and post surgery, when their presence in thoracic and

abdominal surgeries is highly recommended and required due to the high incidence of lung

complications in post surgery periods. Goals: Evaluating the knowledge of the São Francisco

University Hospital (SFUH) employees focusing on the importance of the performance of

physiotherapists in thoracic and abdominal surgeries, verifying whether the staff of the SFUH is

accquainted with physiotherapeutical means employed in surgical pacients, verifying whether the

staff of the SFUH is aware of the complications that may occur in thoracic and abdominal surgeries

and performing guidance with the staff of the SFUH in order to show them the importance of the

physiotherapy in surgical pacients. Method: This study was conducted through questioning

physiotherapists, registered nurses and practical nurses about their knowledge concerning the role of

the physiotherapy in thoracic and abdominal surgeries, which took place at the Intensive Care Unity

(I.C.U.) and the Adult Surgical Infirmary of the SFUH, from July to September 2009. After the

questionnaire being held, the data had been submitted through statistical analysis descriptive and

transferred to tables and graphs. The significance level turned out to be 5%. Results: The great

majority of the employees who cooperated with this research were female, age under 30 and working

on this field for no longer than 5 years. Relating to their professional category; 69,44% were practical

nurses, 11,11% trainning nurses, 8,33% were registered nurses and only 11,11% were

physiotherapists to the entire hospital. 63,89% of the staff were aware of the post-surgery

complications but weren’t capable of naming them. 63,89% of the staff reported to be aware of the

respiratoy physiotherapy in pre-surgeries. Relating to the reduction of the pacient’s hospitalization

due to physiotherapy; 66,67% recognized there is a reduction, 77,78% recognize the importance of the

early ambulation after surgery. Relating to the multidisciplinary working team, 83,33% recognize that

fact. Conclusion: The majority of the staff is aware of the post-surgery complications in thoracic and

abdominal surgeries and know the importance of physiotherapy in ‘pre’ thoracic and abdominal

surgeries but not in ‘post’ surgery, only half of the interviewers knew about that. The majority of the

interviewers did not know about the goals of physiotherapy in pre and post surgeryperiods. It’s far

than necessary to widen the consciousness of the health professionals toward the physiotherapy

performance in pre and post surgery, cause it is of paramount importance to provide the pacients a

complete and effective assistance.

Key-words: thoracic and abdominal surgery; pre surgery period; post surgery period; physiotherapy,

post surgery complications.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 12 1 . 1 . C i r u r g i a s t o r á c i c a s e a b d o m i n a i s 1 21 . 2 . A t u a ç ã o f i s i o t e r a p ê u t i c a n o s p a c i e n t e s c i r ú r g i c o s 1 72. OBJETIVOS .................................................................................................................. 25 2 . 1 . O b j e t i v o G e r a l 2 52.2. Objetivos Específicos.................................................................................................... 25

3. MÉTODO ....................................................................................................................... 26

3.1. Desenho do estudo ........................................................................................................ 26

3.2. Local do estudo............................................................................................................. 26

3.3. Critérios de inclusão...................................................................................................... 26

3.5. Materiais ....................................................................................................................... 26

3.6. Procedimento ................................................................................................................ 26

3.7. Análise dos dados.......................................................................................................... 27

4. RESULTADOS .............................................................................................................. 28

5. DISCUSSÃO .................................................................................................................. 46 6 . C O N C L U S Ã O 5 27 . C O N S I D E R A Ç Õ E S F I N A I S 5 38 . R E F E R Ê N C I A S B I B I O G R Á F I C A S 5 4A N E X O S

LISTA DE GRÁFICOS

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Gráfico 1: Sexo dos funcionários ......................................................................................................... 27

Gráfico 2: Idade dos funcionários .........................................................................................................28

Gráfico 3:Cidade de procedência dos funcionários ..............................................................................29

Gráfico 4:Categoria profissional dos funcionários ...............................................................................30

Gráfico 5: Tempo de profissão dos funcionários...................................................................................31

Gráfico 6: Setor de trabalho no HUSF dos funcionários .......................................................................32

Gráfico 7: Conhecimento dos funcionários sobre as complicações do pós-operatório ........................33

Gráfico 8: Complicações do pós-operatório torácico e abdominal .......................................................34

Gráfico 9: Conhecimento do papel do fisioterapeuta no pré-operatório torácico e abdominal ............35

Gráfico 10: Objetivos da fisioterapia no pré-operatório torácico e abdominal ....................................36

Gráfico 11: Conhecimento do papel do fisioterapeuta no pós-operatório torácico e abdominal...........37

Gráfico 12: Objetivos da fisioterapia no pós-operatório torácico e abdominal ....................................38

Gráfico 13: Condutas da fisioterapia no pós-operatório torácico e abdominal .....................................39

Gráfico 14: Complicações que podem ser evitadas com a fisioterapia .................................................40

Gráfico 15: Efeitos da anestesia geral sobre o sistema cardiorrespiratório ...........................................41

Gráfico 16: Conhecimento dos funcionários sobre a redução do tempo de internação .........................42

Gráfico 17: Conhecimento dos funcionários sobre a importância da deambulação precoce ................43

Gráfico 18: Conhecimento dos funcionários sobre a importância do trabalho multidisciplinar ...........44

LISTA DE SIGLAS

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HUSF : Hospital Universitário São Francisco

CRF: Capacidade residual funcional

CTP: Capacidade total pulmonar

CV: Capacidade vital

CVF: Capacidade vital forçada

VRI: Volume de reserva inspiratória

VRE: Volume de reserva expiratória

LPA: Lesão pulmonar aguda

VC: Volume corrente

PI máx: Pressão inspiratória máxima

PE máx: Pressão expiratória máxima

VEF¹: Volume expiratório forçado no primeiro minuto

D ( A-a ) O2: Pressão arterial de O2

ICC: Insuficiência cardíaca congestiva

SARA: Síndrome da angústia respiratória aguda

DPOC: Doença pulmonar obstrutiva crônica

PaO2: Pressão arterial de oxigênio

CO2: Gás carbônico

TENS: Eletroestimulação nervosa transcutânea

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Cirurgias torácicas e abdominais

Os pacientes com risco potencial para complicações pós-operatórias são aqueles que

apresentam, dentre outros fatores, idade avançada (maior que 65 anos), obesidade, doença

pulmonar prévia (obstrutiva e/ou crônica), tabagismo, estado nutricional comprometido,

desnutrição, doença arterial coronária, alterações neurológicas, deformidade da caixa torácica

e antecedente de complicações respiratórias em cirurgias (SARMENTO, 2007).

A associação de cirurgias torácicas e abdominais com alta incidência de complicações

respiratórias já está bem documentada na literatura e suas principais manifestações são

atelectasia, pneumonia, disfunção respiratória e derrame pleural. O pós-operatório imediato

pode transcorrer com hipoventilação devido ao efeito residual do anestésico e a respiração

profunda pode ser prejudicada em função da dor na incisão. A taxa de prevalência das

complicações respiratórias nas cirurgias de andar superior do abdômen varia de 17 a 88%

(DIAS, PLÁCIDO, FERREIRA, 2008).

Um dos mecanismos básicos envolvidos nas alterações respiratórias é a falta de

insuflação pulmonar adequada que decorre de um padrão respiratório monótono e superficial,

restrição prolongada no leito e disfunção diafragmática temporária. O clearance mucociliar

também está comprometido no pós-operatório, contribuindo para a diminuição da eficácia da

tosse e aumento dos riscos associados à retenção de secreções. Há redução da capacidade

residual funcional (CRF), dos volumes de reserva inspiratório (VRI) e expiratório (VRE) e da

capacidade vital (CV), ocorrendo ainda redução dos fluxos expiratórios, provavelmente em

função da redução da atividade diafragmática (DIAS, PLÁCIDO, FERREIRA, 2008).

As principais alterações na função respiratória acontecerão com maior freqüência e

intensidade no pós-operatório de cirurgias de grande porte, com tempo anestésico prolongado

e naqueles pacientes com menor reserva cardiopulmonar, necessitando, por isso, de internação

eletiva na unidade de terapia intensiva (EMMERICH, 2006).

As alterações na função pulmonar subseqüentes à cirurgia e à anestesia podem ser de

origem multifatorial, porém, deve-se levar em consideração os seguintes pontos:

procedimento cirúrgico, tipo de anestesia, tempo de duração da anestesia, dor, utilização de

medicação analgésica, imobilidade e curativos compressivos. Essas alterações são mais

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intensas nos pneumopatas porém podem ocorrer também naqueles pacientes com função

pulmonar previamente normal (EMMERICH, 2006).

A ocorrência de complicações cirúrgicas, com necessidade de reoperação, pode

agravar as alterações sobre mecânica respiratória, principalmente quanto à dor e à insegurança

em realizar inspirações mais profundas, fazendo com que o paciente gere um menor volume

corrente. Essas características predispõem ao aparecimento de complicações pulmonares

(SARMENTO, 2007).

As complicações respiratórias são as maiores causas de morbidade e mortalidade no

período pós-operatório já que aproximadamente quase todos os pacientes apresentarão graus

variáveis de declínio da função pulmonar durante esse período. Essas complicações

frequentemente ocorrem nos pacientes submetidos à qualquer tipo de cirurgia e à anestesia

geral, sendo mais prevalentes naqueles procedimentos que envolvem o tórax e o andar

superior do abdome (EMMERICH, 2006).

A freqüência dos procedimentos cirúrgicos aumentou progressivamente nas últimas

décadas. As complicações pulmonares pós-operatórias são uma fonte significativa de

mortalidade e morbidade. Dessa forma, podem-se reduzir as taxas de mortalidade,

identificando os pacientes em risco de complicações pulmonares pós-operatórias e otimizando

a terapêutica (LEGUISAMO, KALIL, 2005).

O sítio da incisão é determinado pelo tipo de procedimento cirúrgico, sendo um fator

primordial para a geração de complicações pós-operatórias. O tipo de anestesia e seu tempo

de duração também afetam diretamente a incidência e o grau de disfunção pulmonar no

período pós-operatório. A anestesia geral, tanto a inalatória como a endovenosa, alteram a

função contrátil diafragmática e deprimem o centro respiratório, conduzindo à hipoventilação

alveolar e à hipoxemia, com formação de atelectasias, perda da atividade tônica do diafragma

e vasoconstrição pulmonar hipóxica. Ressalta-se que as complicações respiratórias têm maior

incidência naqueles procedimentos cirúrgicos que tiveram duração de tempo anestésico

superior a duas horas (EMMERICH, 2006).

Pacientes submetidos à anestesia geral e que sofrem incisões cirúrgicas,

principalmente no tórax e abdome superior, passam a ter alterações temporárias importantes

na função respiratória, provavelmente, por um decréscimo na Capacidade residual funcional

(CRF) pulmonar aliado à uma diminuição do volume corrente, o que pode levar à

complicações respiratórias, em especial no período pós-operatório. Estas complicações,

possivelmente, resultam de fraqueza da musculatura respiratória. (ROLIM, LUNARD,

CARVALHO, 2002)

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Diversos estudos mostram que a Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e a Pressão

Expiratória Máxima (PEmáx) sofrem um decréscimo após uma cirurgia abdominal mas há

divergências se eles valores voltam ou não aos valores iniciais (ROLIM, LUNARD,

CARVALHO, 2002)

A quebra do equilíbrio hemodinâmico no peri-operatório pode influenciar

negativamente as trocas gasosas, acentuando os distúrbios entre ventilação e perfusão,

agravando a hipoxemia e a hipoventilação alveolar. (EMMERICH, 2006).

A hipovolemia, geralmente acompanhada por acidose, pode traduzir-se clinicamente

por taquicardia, taquipnéia e dispnéia, o que é uma situação preocupante em pneumopatas

crônicos, idosos, obesos mórbidos e naqueles pacientes com baixa reserva cardiopulmonar.

(EMMERICH, 2006)

Logo após a realização de cirurgia torácica e do andar superior do abdome, há uma

redução subjetiva da Capacidade pulmonar total (CPT) e de todas as suas subdivisões. As

alterações do volume pulmonar no pós-operatório são mais fielmente reproduzidas pela

diminuição da Capacidade vital (CV) devido à sua relevância clínica e facilidade de

determinação à beira do leito. A diminuição da CV é o resultado direto da atonia do diafragma

e do seu deslocamento total em direção cefálica, induzidos pela anestesia geral, bloqueio

neuromuscular e potencializados pela posição de decúbito dorsal que também afetam

diretamente a CRF. Essas cirurgias podem causar redução da CV em até 50% a 70% do seu

valor normal (55 a 85 ml/kg) e geralmente começam a retornar aos seus níveis prévios a partir

do sétimo dia de pós-operatório (EMMERICH, 2006).

Diminuições na Pa02 e um alargamento da Diferença alvéolo-arterial de oxigênio

(D(A-a)O2) são de ocorrência comum no período pós-operatório. A etiologia da hipóxia é

multifatorial e deve-se levar em consideração algumas características como tipo de cirurgia;

efeitos da posição corporal; imobilização; presença de comorbidades; diminuição do volume

pulmonar e distúrbios entre ventilação e perfusão (EMMERICH, 2006).

A hipoventilação alveolar geralmente acontece por uma depressão do centro

respiratório causada pelo uso abusivo da anestesia geral endovenosa com opióides ou com

maior freqüência naqueles pacientes com DPOC (EMMERICH, 2006).

O desenvolvimento de áreas de atelectasia é um achado comum no pós-operatório de

cirurgia abdominal. O colapso de bases pulmonares pode ser exacerbado pela característica

restritiva de cirurgia aberta. Os pacientes podem manifestar febre e taquicardia nas primeiras

24 horas pós-operatórias. A ocorrência de atelectasias pode predispôr o paciente à instalação

de quadros de pneumonia (SARMENTO, 2007).

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A partir da redução dos volumes pulmonares, especialmente da CRF, há uma

diminuição paralela da complacência pulmonar no período pós-operatório (EMMERICH,

2006).

Essa redução da distensibilidade pulmonar somada à incapacidade de suspirar levam o

paciente a assumir um padrão respiratório do tipo monótono, com incursões rápidas e

superficiais, com predisposição à formação de atelectasias, aumentando o trabalho da

musculatura acessória, comprometendo a oxigenação e a eliminação de gás carbônico (CO2)

além de aumentar o risco de insuficiência respiratória aguda. (EMMERICH, 2006).

Dentre os achados clínicos que deveriam alertar para o desenvolvimento de uma

insuficiência respiratória aguda pós-operatória destacam-se: dispnéia; taquipnéia; taquicardia;

cianose; estados confusionais; edema pulmonar; piora clínica em pacientes com DPOC e ICC;

sibilância; queda inexplicável e súbita na pressão arterial de oxigênio (PaO2) (EMMERICH,

2006).

A insuficiência respiratória aguda, em graus variáveis de complexidade e gravidade, é

a complicação mais freqüente após grandes procedimentos cirúrgicos. Sua incidência oscila

entre 5% a 50% e em gravidade, varia desde atelectasias laminares até a Síndrome da angústia

respiratória aguda (SARA). A razão desta vulnerabilidade pulmonar no período pós-

operatório pode ser explicada pelo fato de componentes essenciais da função respiratória

como a função mecânica (muscular, volumes, capacidades, ventilação) e a função de trocas

gasosas (circulação, endotélio, alvéolos e interstício) serem afetados negativamente por todos

os eventos relativos ao ato cirúrgico como anestesia, trauma cirúrgico, lesão e resposta

tecidual. Resumidamente, a ventilação anormal conduz ao colapso alveolar, diminui a

capacidade residual funcional (CRF), gerando atelectasias, altera a homeostase capilar,

levando ao edema pulmonar. A pneumonite bacteriana primária ou secundária à translocação

de microorganismos de outros sítios pode ser o evento inicial destas alterações que poderão

evoluir para a lesão pulmonar aguda (LPA) e a síndrome da angústia respiratória aguda

(SARA) (EMMERICH, 2006).

O Tromboembolismo pulmonar é uma das primeiras considerações diagnósticas nos

pacientes em pós-operatório apresentando queda súbita de PaO2 porém são uma das mais

tardias a acontecer neste contexto (EMMERICH, 2006).

Fatores como a inatividade e as doenças degenerativas articulares aumentam a

possibilidade de Embolia pulmonar e Trombose venosa profunda nos pacientes pós-

cirúrgicos. Muitos destes pacientes podem apresentar insuficiência respiratória e obesidade.

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Esses fatores contribuem para um cenário clássico de ocorrência da embolia pulmonar e

trombose venosa profunda (SARMENTO, 2007).

Geralmente, a embolia pulmonar é uma complicação repentina e fatal no pós-

operatório de pacientes bariátricos. Pacientes com Síndrome de hipoventilacão da obesidade

possuem uma reserva pulmonar muito pequena e correm alto risco de morte quando há uma

ocorrência de embolia pulmonar (SARMENTO, 2007).

No pós-operatório há um aumento da água endógena e uma diminuição da diurese

como parte da resposta metabólica ao estresse cirúrgico, que podem levar a um aumento

intolerável da pressão hidrostática, superando a capacidade de filtração pelo interstício e

induzindo ao edema alveolar. Em pacientes com trauma, sepse ou resposta inflamatória

alterada pode haver lesão direta do endotélio do capilar pulmonar pela liberação de

mediadores da reação inflamatória e formação de edema alveolar não-hidrostático

(EMMERICH, 2006).

Após a cirurgia abdominal alta, observam-se anormalidades na função pulmonar como

redução da CRF, CV E CPT além da redução do volume corrente (VC); aumento da

freqüência respiratória; aumento da resistência e elastância pulmonares e redução dos suspiros

fisiológicos. Esses fatores associados às características da mecânica respiratória contribuem

para o aparecimento de complicações pulmonares (SARMENTO, 2007).

Considera-se que, de 7 a 10 dias seja um período de repouso, de 12 a15 dias já é

considerado imobilização e a partir de 15 dias de repouso, é considerado decúbito de longa

duração. Para cada semana de imobilização completa no leito, um paciente pode perder de 10

a 20% de seu nível inicial de força muscular. Por volta de 4 semanas, 50% da força inicial

pode estar perdida. Os efeitos da imobilização são definidos como uma redução na capacidade

funcional dos sistemas ósteo-musculares, tecido conjuntivo, tecido articular, sistema

respiratório, sistema metabólico, sistema gastrointestinal, sistema genitourinário entre outros

(VOJVODIC et al., 2004).

As complicações respiratórias pós-operatórias aumentam o período de internação,

elevam os custos previstos e contribuem de maneira significativa para a mortalidade,

especialmente nas toracotomias e laparotomias superiores, consideradas de maior risco. A

incidência dessas complicações varia consideravelmente pela falta de padronização e pela

variabilidade dos fatores de risco analisados : de 10 a 40% para as toracotomias, de 13 a 33%

para as laparotomias superiores e de 0 a 16% para as laparotomias inferiores (BELLINETTII,

THONSON, 2006).

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Alguns fatores que predispõem às complicações respiratórias no pós-operatório podem

ser minimizados por adequada avaliação e manejo pré-operatórios, incluindo o uso de

fisioterapia respiratória, broncodilatadores, antibióticos, tratamento da insuficiência cardíaca e

interrupção do fumo (LEGUISAMO, KALIL, 2005).

1.2. Atuação fisioterapêutica nos pacientes cirúrgicos

O fisioterapeuta desempenha importante papel no ambiente hospitalar, atuando junto à

equipe multidisciplinar nos períodos pré e pós-operatório, sendo as cirurgias torácicas e

abdominais altas as que requerem maior atenção desse profissional por causa da alta

incidência de complicações pulmonares no período pós-operatório (SARMENTO, 2007).

Atualmente, a fisioterapia tem demonstrado terapêutica eficaz para esse tipo de

paciente tanto no sentido profilático como no terapêutico, o que torna as repercussões dessas

cirurgias mais amenas, proporcionando ao paciente uma condição mais próxima do favorável

no que diz respeito ao estado clínico do sistema respiratório (SARMENTO, 2007).

A avaliação respiratória do paciente em tratamento intensivo é fundamental porém o

fisioterapeuta não deve se limitar à esse tipo especifico de análise. A avaliação neurológica e

osteomioarticular devem fazer parte do arsenal utilizado, pois assim, o tratamento terá um

caráter global que é fundamental para recuperação completa do paciente (PRESTO, 2006).

Os procedimentos cirúrgicos abdominais alteram a função pulmonar, reduzindo os

volumes e capacidades pulmonares e, conseqüentemente, prejudicando as trocas gasosas. As

causas destas alterações são várias, podendo estar relacionadas à manipulação abdominal, aos

efeitos da anestesia geral, à dor no local da incisão e ao tempo de permanência no leito

(GASTALDI, MAGALHÃES, BARAÚNA, 2008).

São descritas alterações da função pulmonar em pós-operatórios de cirurgia abdominal

que ocorrem tanto na cirurgia convencional como na laparoscópica. As alterações funcionais

são caracterizadas por redução da capacidade vital (CV) e capacidade vital forçada (CVF),

relacionada à presença de hipoxemia e atelectasia e pela redução do volume expiratório

forçado no primeiro segundo (VEF1). Essa redução de volumes pulmonares tem sido

relacionada também à diminuição da força diafragmática (GASTALDI, MAGALHÃES,

BARAÚNA, 2008).

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Hiroaki et al. (1994) evidenciaram a importância da fisioterapia no pré– operatório de

cirurgias torácicas e abdominais altas. Observaram que o treinamento da musculatura

respiratória no pré-operatório pode prevenir complicações pulmonares no pós–operatório pelo

aumento da força dos músculos inspiratórios e expiratórios. Observaram também que

pacientes com fraqueza da musculatura respiratória têm risco aumentado de complicações

pulmonares (SARMENTO, 2007).

Além de estabelecer o vínculo com o paciente, o período pré-operatório tem como

objetivo a orientação das técnicas fisioterapêuticas empregadas no pós-operatório, da

importância da tosse, do tubo orotraqueal e da ventilação mecânica. O fisioterapeuta realiza

avaliação física, observa os exames laboratoriais e as radiografias, identifica e quantifica os

principais fatores de risco para complicações pulmonares (SARMENTO, 2007).

Os músculos respiratórios são afetados após as cirurgias cardíacas. Com o

condicionamento pré-operatório dos músculos inspiratórios, há diminuição da disfunção

respiratória pós-operatória. Sabe-se que o treinamento dos músculos inspiratórios aumenta a

capacidade vital forçada, a ventilação voluntária máxima e a relação entre o volume expirado

forçado no primeiro segundo e a capacidade vital forçada (GOMES, RODRIGUES, ÉVORA,

2009).

A orientação de exercícios ventilatórios consiste na adequação do tempo inspiratório e

expiratório e da profundidade ventilatória ao padrão muscular ventilatório mais adequado,

tanto no que se refere à freqüência respiratória quanto ao volume corrente. Além disso, essa

orientação visa a iniciar o paciente a utilizar corretamente a musculatura ventilatória e a fazê-

lo entender os diferentes tipos de padrões ventilatórios, por meio de demonstração prática

neste processo de orientação (LEGUISAMO, KALIL, 2005).

O fisioterapeuta orienta o paciente acerca do procedimento cirúrgico e da ventilação

mecânica, da localização da incisão cirúrgica, da presença de drenos além de toda a alteração

sobre o sistema respiratório, enfatizando a importância da realização de exercícios

respiratórios, tosse e deambulação precoce para prevenção de complicações no período pós-

operatório. Além dessas orientações, o fisioterapeuta alerta sobre a importância da cessação

do tabagismo já que este representa um fator de alto risco para complicações pulmonares na

fase pós-operatória devido à diminuição da atividade mucociliar, do aumento da produção de

muco, do estreitamento das vias aéreas (decorrente de processo inflamatório localizado) e do

aumento de reatividade brônquica não específica (SARMENTO, 2007).

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A fisioterapia respiratória é freqüentemente utilizada na prevenção e tratamento de

complicações pós-operatórias como retenção de secreção, atelectasia e pneumonia. A duração

e freqüência da fisioterapia respiratória para pacientes cirúrgicos são variadas, dependendo

das necessidades individuais, preferência terapêutica e prática institucional (LEGUISAMO,

KALIL, 2005).

A fisioterapia respiratória deverá ser iniciada no pré-operatório de forma a avaliar e

orientar os pacientes. No período pós-operatório, o tratamento consiste basicamente em

exercícios ventilatórios e estímulo de tosse (LEGUISAMO, KALIL, 2005).

A dor é um fator de forte influência negativa na evolução pós-operatória do paciente

submetido a procedimento cirúrgico abdominal, sobretudo àqueles da parte superior do

abdômem, mesmo utilizando medicação analgésica (SILVA et al., 2006).

A dor originada de procedimentos de rotina do pós-operatório associada ao grande

estímulo nociceptivo da esternotomia tornam-se fontes importantes de morbidade e

mortalidade neste período por influenciar a capacidade de tossir, respirar e movimentar-se

adequadamente, podendo resultar em atelectasias (freqüentes em lobo inferior esquerdo,

ocorrendo em até 90% dos pacientes) e pneumonias (29%) (GIACOMAZZI, LAGNI,

MONTEIRO, 2006).

Prevenir ou reverter atelectasias comprovadamente diminui as complicações

pulmonares e, para tal, técnicas e equipamentos são utilizados para encorajar os pacientes a

inspirar profundamente. O objetivo final é a produção de um grande e sustentado aumento na

pressão transpulmonar, que irá distender os pulmões e reexpandir áreas colapsadas. O

tratamento eficaz das complicações respiratórias pós-operatórias ainda é difícil, sendo

importante enfatizar e estabelecer os procedimentos fisioterapêuticos de maior eficácia

(DIAS, PLÁCIDO, FERREIRA, 2008).

O paciente submetido à cirurgia abdominal alta apresenta considerável dor na região

operada, com conseqüente diminuição da expansibilidade torácica e tosse ineficaz. Portanto,

orientações fisioterapêuticas quanto à importância da manutenção do padrão respiratório o

mais próximo do normal e a efetividade da tosse podem ser consideradas (SARMENTO,

2007).

A fisioterapia respiratória é uma das alternativas terapêuticas empregadas com o

objetivo de diminuir as complicações decorrentes da perda funcional pulmonar. São utilizadas

diversas técnicas de expansão pulmonar, destacando-se a reeducação funcional respiratória e a

cinesioterapia respiratória. Ambas são realizadas por meio de exercícios físicos ativos e livres

em que tronco e membros podem ou não estar associados, enfatizando a respiração com

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padrão diafragmático, por ser o diafragma o principal músculo da respiração (GASTALDI,

MAGALHÃES, BARAÚNA, 2008).

A cinesioterapia respiratória é baseada em exercícios respiratórios e estratégias para

aumentar o volume pulmonar, diminuir o trabalho respiratório e a sensação de dispnéia,

redistribuir e aumentar a eficácia da ventilação pulmonar bem como melhorar as trocas

gasosas, aumentar o controle ventilatório e a eficiência de contração dos músculos

respiratórios (GASTALDI, MAGALHÃES, BARAÚNA, 2008).

Outro agravante e fator importante de risco para complicações pulmonares no pós-

operatório é o tempo de duração do procedimento cirúrgico, que aumenta muito as

complicações pós-operatórias em função do maior tempo de exposição aos fatores de risco

inerentes ao procedimento como a ventilação mecânica, as medicações analgésicas e o

acúmulo de secreções pulmonares. Diante disso, sabe-se que a movimentação e a

deambulação precoces são essenciais para a recuperação efetiva e rápida do paciente no pós-

operatório. A deambulação, além de evitar complicações pulmonares, também previne o íleo

paralítico, quase sempre presente no pós-operatório de cirurgias abdominais (SILVA et al.,

2006).

A dor é um fator de forte influência negativa na evolução pós-operatória do paciente

submetido a procedimento cirúrgico abdominal, sobretudo àqueles da parte superior do

abdômen mesmo utilizando medicação analgésica (SILVA et al., 2006).

No pós-operatório de cirurgia abdominal alta, em doentes não obesos, ocorrem

alterações da mecânica respiratória, padrão respiratório, trocas gasosas e mecanismos de

defesa pulmonar, propiciando o aparecimento de complicações pulmonares pós-operatórias.

Parece razoável esperar que essas alterações possam ser mais intensas no paciente obeso

mórbido, o que também pode favorecer uma maior incidência de complicações neste grupo de

indivíduos (PAISANI, CHIAVEGATO, FARESIN, 2005).

Estudos comprovaram que a realização de fisioterapia, independentemente da técnica

utilizada, é mais eficaz em prevenir as complicações pulmonares do que a sua não realização,

sendo ideal o atendimento fisioterapêutico a cada duas horas (PAISANI, CHIAVEGATO,

FARESIN, 2005).

Vários métodos têm sido estudados tais como: respiração com pressão positiva

intermitente, exercícios com respiração profunda, inspirometria de incentivo e fisioterapia

torácica convencional, porém uma metanálise confirmou que todos os protocolos e métodos

estudados foram igualmente eficazes na redução da freqüência das complicações pulmonares

após cirurgia abdominal de andar superior. No entanto, a eficácia da fisioterapia no pós-

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operatório de cirurgia abdominal permanece controversa. Enquanto Pasquina et al. sugerem

que a utilização de rotina da fisioterapia respiratória não se justifica uma vez que poucos

ensaios clínicos mostram sua eficácia em caráter profilático, Lawrence et al. descrevem que,

no pós-operatório de cirurgia abdominal, qualquer técnica de expansão pulmonar é superior à

não profilaxia (DIAS, PLÁCIDO, FERREIRA, 2008).

O inspirômetro de incentivo é um equipamento que encoraja o paciente, por meio de

um feedback visual, a manter uma inspiração máxima, numa única tentativa, sendo uma das

estratégias mais utilizadas no pós-operatório (DIAS, PLÁCIDO, FERREIRA, 2008).

Os fisioterapeutas que trabalham nas Unidades de Terapia Intensiva têm seu

desempenho caracterizado pela utilização de técnicas e manobras terapêuticas com o objetivo

de prevenir a obstrução e o acúmulo de secreções nas vias aéreas; melhorar a limpeza e

ventilação das vias aéreas através da mobilização e drenagem de secreções; aumentar a

resistência à fadiga e tolerância aos exercícios gerais; reduzir os gastos de energia durante a

respiração através da reeducação da respiração; prevenir ou corrigir deformidades posturais

associadas à distúrbios respiratórios; promover o relaxamento; manter ou melhorar a

mobilidade torácica e melhorar a efetividade da tosse (JUNIOR, FERREIRA, MONTEIRO,

2009)

Os objetivos da fisioterapia no período pós-operatório imediato incluem controlar e

ajustar ventilação mecânica até o desmame e manter a oxigenação e a ventilação pulmonar

adequadas, prevenindo possíveis complicações pulmonares. Na avaliação inicial, deve-se

revisar a prótese respiratória, o estado hemodinâmico, os acessos venosos e arteriais, os

drenos torácicos, a oximetria, a gasometria e a radiografia (SARMENTO, 2007).

Apesar das inúmeras estratégias de desmame ventilatório existentes, alguns pacientes

não suportam a remoção da assistência ventilatória; nesses casos de desmame difícil, está

indicada a ventilação mecânica não invasiva pós extubação (SARMENTO, 2007)

Após a extubação, deve-se observar o ritmo cardíaco e parâmetros hemodinâmicos,

verificando se o padrão respiratório está adequado e isento de estridor laríngeo. Nesse

período, é comum os pacientes apresentarem leve hipoxemia, o que exige suplementação do

oxigênio. Os fatores que contribuem para isso incluem microatelectasias, dor incisional,

comprometimento da tosse, eliminação de secreções, broncoespasmo, aumento do líquido

intersticial pulmonar e derrame pleural (SARMENTO, 2007).

Os pacientes devem ser posicionados em decúbito dorsal, cabeceira elevada a 45°,

permitindo que o diafragma não seja comprimido pelas vísceras e que a mobilização dos

membros inferiores possa ser realizada. As manobras de higiene brônquica estão indicadas

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especificamente para situações em que o sistema de clearance mucociliar esteja alterado. A

tapotagem e a vibrocompressão são técnicas mais frequentemente indicadas para o paciente

que estejam entubados e ventilados mecanicamente e para aqueles que apresentarem tosse

ineficaz e dificuldade de compreensão (SARMENTO, 2007).

Na fase pós-operatória imediata, a fisioterapia visa atenuar os efeitos secundários da

ventilação mecânica (retenção de secreções, atelectasias e diminuição do retorno venoso), por

meio de manobras de higiene brônquica, técnicas de aspiração asséptica, manobras de

reexpansão com ambu, posicionamento e fixação adequada do tubo endotraqueal além da

mobilização dos membros inferiores (SARMENTO, 2007).

O fisioterapeuta pode utilizar a ventilação mecânica não invasiva e exercício com

pressão positiva, desde o pós-operatório imediato até a alta hospitalar. O uso da pressão

positiva no período pós-operatório tem a finalidade de aproximar os valores de volumes e

capacidade pulmonares para o mais próximo dos valores pré-operatórios. Essa conduta pode

ser considerada em caso de atelectasias, hipercapnia, quadro álgico intenso, sonolência e

como indicação relativa para rebaixamento do nível de consciência (SARMENTO, 2007).

Na fase pós-operatória mais tardia, o fisioterapeuta pode realizar exercícios

respiratórios que, quando iniciados precocemente no pós-operatório, podem reduzir a

ocorrência de complicações pulmonares e os dias de permanência hospitalar. Nesta fase, são

realizados exercícios que estimulam a incursão diafragmática associados à técnicas de

reexpansão pulmonar com o objetivo de manutenção dos volumes e capacidades pulmonares.

Podem ser realizados exercícios com inspiração máxima sustentada e inspiração em tempos,

associados com inspirômetros de incentivo. Os exercícios respiratórios têm por objetivo a

expansão pulmonar e o auxílio no deslocamento das secreções, mobilizando-as de regiões

periféricas para áreas mais centrais de fácil expectoração. Exercícios respiratórios em tempos,

padrão diafragmático e padrão de expansão costal são os mais utilizados no pós-operatório

(SARMENTO, 2007).

De acordo com estudos realizados por Gasltadi 2008, foi concluído que a

cinesioterapia respiratória contribuiu para a recuperação precoce da função pulmonar e da

força muscular dos pacientes submetidos à colecistectomia laparoscópica, podendo ser

indicada no tratamento ou prevenção de complicações pulmonares pós-operatórias.

Deve-se também promover a mobilização precoce do paciente com o objetivo de

prevenir fenômenos tromboembólicos. Apesar de não existir um consenso claro para a melhor

forma de prevenção desta complicação, deve-se preconizar a ativação funcional precoce pós-

operatória já no pós-operatório imediato. A ativação funcional precoce com verticalização

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corporal, marcha programada e controlada visa o maior rendimento físico e independência

funcional (SARMENTO, 2007).

A fisioterapia tem um importante papel em evitar complicações circulatórias; reduzir

a dor; manter força muscular e a amplitude de movimentos com exercícios; evitar

encurtamentos musculares, atrofias e contraturas, melhorar mobilidade e flexibilidade,

coordenação e habilidade; promover relaxamento; prevenir e tratar o edema que pode ocorrer

como consequência da cirurgia ou da imobilização no leito; promover a reeducação postural e

promover a conscientização corporal (PRESTO, 2006).

É fundamental que, após as cirurgias, os pacientes sejam acompanhados por uma

equipe multidisciplinar com o objetivo de prevenir complicações tardias e garantir melhores

resultados (SARMENTO, 2007).

Em 1944, um importante simpósio médico discutiu os efeitos deletérios do repouso no

leito como tratamento de enfermidades clínicas, porém foi somente na década de 1960 que os

primeiros programas de fisioterapia começaram a ser implementados. Desde então, esses

programas cada vez mais se sofisticam em complexidade e abrangência. Atualmente, os

programas tendem a adotar um enfoque mais holístico, incluindo além do exercício físico,

abordagens em alimentação, redução dos níveis de estresse e controle dos outros fatores de

risco como tabagismo, hipertensão arterial e dislipidemia, como proposto pela Sociedade

Brasileira de Cardiologia (ROLIM, LUNARD, CARVALHO, 2002).

Dentro desta ótica mais ampla, vários outros profissionais de saúde desempenham

papéis importantes e têm sido incorporados às equipes de reabilitação cardiovascular.

Enquanto se ressalta o fato de que essas abordagens multiprofissional e multidisciplinar são

extremamente importantes para melhorar a qualidade de vida do paciente, o pilar básico de

um programa de reabilitação cardiovascular ainda permanece sendo a prescrição

individualizada do exercício físico (ROLIM, LUNARD, CARVALHO, 2002).

O atendimento fisioterapêutico no pós-operatório imediato de cirurgia abdominal

demonstra-se ser uma alternativa de tratamento precoce dos indivíduos pois proporciona a

manutenção da função pulmonar e da força muscular expiratória. (JUNIOR, FERREIRA,

MONTEIRO, 2009)

Os pacientes que aderem a programas de reabilitação cardíaca apresentam inúmeras

mudanças hemodinâmicas, metabólicas, miocárdicas, vasculares, alimentares e psicológicas

que estão associadas ao melhor controle dos fatores de risco e à melhora da qualidade de vida.

Nos pacientes portadores de cardiopatia isquêmica e de insuficiência cardíaca, a reabilitação

cardíaca reduz as mortalidades cardiovascular e total. Somado a esses benefícios, os

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programas de reabilitação cardíaca, quando adequadamente conduzidos, são seguros e muito

custo/efetivos, devendo ser oferecidos a todos os pacientes (DIRETRIZ DE

REABILITAÇÃO CARDÍACA, 2005).

Tendo em vista o aumento crescente de pacientes submetidos à cirurgias torácicas e

abdominais e a importância da fisioterapia na prevenção das complicações pós-cirúrgicas, este

trabalho teve a intenção de avaliar o conhecimento dos funcionários do Hospital Universitário

São Francisco sobre a importância da fisioterapia em cirurgias torácicas e abdominais bem

como orientá-los sobre o assunto.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Avaliar o conhecimento dos funcionários do Hospital Universitário São Francisco sobre

a importância da fisioterapia em cirurgias torácicas e abdominais.

2.2. Objetivos Específicos

Verificar se os funcionários do Hospital Universitário São Francisco conhecem os

recursos fisioterapêuticos utilizados nos pacientes cirúrgicos.

Verificar se os funcionários do Hospital Universitário São Francisco têm

conhecimento sobre as complicações decorrentes das cirurgias torácicas e abdominais.

Realizar orientação aos funcionários do Hospital Universitário São Francisco sobre a

importância da fisioterapia nos pacientes cirúrgicos.

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3. MÉTODO

3.1. Desenho do Estudo

Estudo observacional de aplicação de questionário.

3.2. Local do estudo

Unidade de Terapia Intensiva Adulto e Enfermaria Cirúrgica Adulto do Hospital

Universitário São Francisco.

3.3. Critérios de inclusão

Fisioterapeutas, enfermeiros e auxiliares de Enfermagem que trabalham nos turnos

matutino, vespertino e noturno na Unidade de Terapia Intensiva Adulto e na Enfermaria

Cirúrgica Adulto do Hospital Universitário São Francisco.

3.4. Critérios de exclusão

Fisioterapeutas, enfermeiros e auxiliares de Enfermagem que trabalham em outras

unidades do Hospital Universitário São Francisco.

3.5. Materiais

Questionário sobre a importância da fisioterapia cirúrgica.

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

3.6. Procedimento

Inicialmente, o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade São Francisco para aprovação sob o protocolo CAAE nº 0029.0.142.000-

09 (Anexo I). Depois, foi solicitada uma autorização ao diretor clínico do HUSF para a

realização da pesquisa com os funcionários (Anexo II). Após essa autorização, os

funcionários assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para

participação da pesquisa (Anexo III). Após isso, no período de julho a setembro de

2009, foi aplicado o Questionário sobre o conhecimento da fisioterapia cirúrgica aos

funcionários (Anexo IV) e realizada orientação aos funcionários sobre a fisioterapia

cirúrgica.

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3.7. Análise dos dados

Após a aplicação do Questionário, os dados foram verificados através de análise

estatística descritiva e repassados os resultados para gráficos e tabelas. O nível de

significância considerado foi de 5%.

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4. RESULTADOS

No período entre julho e setembro de 2009 foram aplicados 52 questionários aos

auxiliares de Enfermagem, técnicos de Enfermagem, enfermeiros e fisioterapeutas dos setores

da Clínica Cirúrgica e da Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Hospital Universitário São

Francisco. Destes, 36 (69%) funcionários responderam o questionário e 16 (31%)

funcionários não responderam as questões por opção pessoal.

O Gráfico 1 representa o gênero dos funcionários que responderam o questionário.

Gráfico 1. Gênero dos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 30

(83,33%) eram do sexo feminino e 6 (16,67%) eram do sexo masculino (Gráfico 1).

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O Gráfico 2 representa a idade dos funcionários que responderam o questionário.

Gráfico 2. Idade dos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 27 (75%)

tinham idade até 30 anos, 7 (19,44%), entre 31 e 40 anos, 2 (5,56%), entre 41 e 50 anos e

nenhum profissional apresentou idade superior a 50 anos (Gráfico 2).

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O Gráfico 3 representa a cidade de procedência dos funcionários que responderam o

questionário.

Gráfico 3. Cidade de procedência dos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 17 (47,22%)

eram de Bragança Paulista, 6 (16,67%) eram de Atibaia e 13 (36,11%) eram provenientes de

outras cidades da região (Gráfico 3).

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O Gráfico 4 representa a categoria profissional dos funcionários que responderam o

questionário.

Gráfico 4. Categoria profissional dos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 25 (69,44%)

eram auxiliares de Enfermagem, 4 (11,11%) eram técnicos de Enfermagem, 4 (11,11%) eram

fisioterapeutas e 3 (8,33%) eram enfermeiros (Gráfico 4).

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O Gráfico 5 representa o tempo de profissão dos funcionários que responderam o

questionário.

Gráfico 5. Tempo de profissão dos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 23 (63,89%)

apresentavam um tempo de profissão menor que 5 anos e 13 (36,11%) apresentavam um

tempo de profissão de 6 a 10 anos. Nenhum profissional questionado apresentou tempo de

profissão superior a 10 anos (Gráfico 5).

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O Gráfico 6 representa o setor de trabalho no HUSF dos funcionários que

responderam o questionário.

Gráfico 6. Setor de trabalho dos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 17 (47,22%)

trabalham na Clínica Cirúrgica, 15 (41,67%) trabalham na Unidade de Terapia Intensiva

Adulto e 4 (11,11%) trabalham em ambos os setores (Gráfico 6).

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O Gráfico 7 representa o conhecimento dos funcionários que responderam o

questionário sobre as complicações do pós-operatório torácico e abdominal.

Gráfico 7. Conhecimento dos funcionários sobre complicações

pós-operatórias

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 23

(63,89%) responderam que conhecem as complicações e 13 (36,11%) não conhecem as

complicações pós-operatórias (Gráfico 7).

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O Gráfico 8 representa as complicações do pós-operatório torácico e abdominal

relatadas pelos funcionários que responderam o questionário.

Gráfico 8. Complicações do pós-operatório torácico e abdominal

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 21 não

relataram quais eram as complicações do pós-operatório torácico e abdominal. Outros 15

funcionários citaram complicações como atelectasia, trombose venosa profunda., derrame

pleural, hipoventilação, infecção, íleo-paralítico, insuficiência renal aguda e dificuldade para

deambulação (Gráfico 8).

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O Gráfico 9 representa o conhecimento do papel do fisioterapeuta no pré-operatório

torácico e abdominal relatado pelos funcionários que responderam o questionário.

Gráfico 9. Conhecimento dos funcionários sobre a fisioterapia no

pré-operatório de cirurgias torácicas e abdominais

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 23 (63,89%)

relataram que conhecem o papel da fisioterapia no pré-operatório de cirurgias torácicas e

abdominais e 13 (36,11%) relataram que não conhecem (Gráfico 9).

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O Gráfico 10 representa os objetivos da fisioterapia no pré-operatório torácico e

abdominal relatado pelos funcionários que responderam o questionário.

Gráfico 10. Objetivos da fisioterapia pré-operatória relatados

pelos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 21 não

relataram quais eram os objetivos da fisioterapia no pré-operatório torácico e abdominal.

Outros 15 funcionários citaram como objetivos da fisioterapia: evitar complicações, preparo

físico e preparo cardiorrespiratório (Gráfico 10).

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O Gráfico 11 representa o conhecimento do papel do fisioterapeuta no pós-operatório

torácico e abdominal relatado pelos funcionários que responderam o questionário.

Gráfico 11. Conhecimento dos funcionários sobre a fisioterapia no

pós-operatório de cirurgias torácicas e abdominais

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 17

(47,22%) relataram que conhecem o papel da fisioterapia no pós – operatório de cirurgias

torácicas e abdominais e 19 (52,78%) relataram que não conhecem (Gráfico 11).

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O Gráfico 12 representa os objetivos da fisioterapia no pós-operatório torácico e

abdominal relatado pelos funcionários que responderam o questionário.

Gráfico 12. Objetivos da fisioterapia pós-operatória relatados

pelos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 21 não

relataram quais eram os objetivos da fisioterapia no pós-operatório torácico e abdominal.

Outros 15 funcionários citaram como objetivos da fisioterapia: preparo para deambulação,

evitar complicações, recuperação motora, reabilitação cardiorrespiratória, manter função

pulmonar e diminuir tempo de permanência no leito (Gráfico 12).

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O Gráfico 13 representa as condutas da fisioterapia no pós-operatório torácico e

abdominal relatado pelos funcionários que responderam o questionário.

Gráfico 13. Condutas da fisioterapia pós-operatória relatados

pelos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 21 não

relataram quais eram as condutas da fisioterapia no pós-operatório torácico e abdominal.

Outros 15 funcionários citaram como condutas da fisioterapia: manobras de higiene

brônquica, manobras de reexpansão pulmonar, inspirômetros de incentivo, respiração por

pressão positiva intermitente, ventilação mecânica invasiva, cinesioterapia, Respiron, Flutter,

sedestação e bipedestação (Gráfico 13).

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52

O Gráfico 14 representa as complicações que podem ser evitadas com a fisioterapia

relatadas pelos funcionários que responderam o questionário.

Gráfico 14. Complicações pós-operatórias evitadas com a fisioterapia

relatadas pelos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 21 não

relataram quais eram as complicações pós-operatórias torácicas e abdominais que podem ser

evitadas com a fisioterapia. Outros 15 funcionários citaram as complicações que podem ser

evitadas como sendo: atelectasia, trombose venosa profunda, pneumonia, complicações

respiratórias e complicações vasculares (Gráfico 14).

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53

O Gráfico 15 representa os efeitos da anestesia geral sobre o sistema cardiorrespiratório

relatados pelos funcionários que responderam o questionário.

Gráfico 15. Efeitos da anestesia geral relatados pelos funcionários

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 21 não

relataram quais eram os efeitos da anestesia geral no sistema respiratório. Outros 15

funcionários citaram os efeitos da anestesia geral como sendo: diminuição do volume

corrente, diminuição da capacidade residual funicona., atelectasia, risco de trombose venosa

profunda, hipersecreção, parada respiratória, depressão do centro respiratório, depressão do

centro cardíaco e relaxamento muscular (Gráfico 15).

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54

O Gráfico 16 representa o conhecimento dos funcionários que responderam o

questionário sobre a redução do tempo de internação com a realização da fisioterapia.

Gráfico 16. Conhecimento dos funcionários sobre a redução do tempo de

internação com a fisioterapia

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 24 (66,67%)

responderam que o tempo de internação pode ser reduzido com a fisioterapia e 12 (33,33%)

responderam que não sabem sobre o assunto (Gráfico 16).

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55

O Gráfico 17 representa o conhecimento dos funcionários que responderam o

questionário sobre a importância da deambulação precoce no pós-operatório.

Gráfico 17. Conhecimento sobre a importância da deambulação precoce

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 28 (77,78%)

responderam que sabem a importância da deambulação precoce no pós-operatório e 8

(22,22%) responderam que não sabem (Gráfico 17).

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56

O Gráfico 18 representa o conhecimento dos funcionários que responderam o

questionário sobre a importância do trabalho multidisciplinar.

Gráfico 18. Conhecimento sobre a importância do trabalho multidisciplinar

O gráfico indica que, dos 36 funcionários que responderam o questionário, 30 (83,33%)

responderam que reconhecem a importância do trabalho multidisciplinar e 6 (16,67%)

responderam que não não sabem sobre o assunto (Gráfico 18).

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57

5. DISCUSSÃO

Analisando os resultados obtidos do presente estudo, observou-se que a grande maioria

dos funcionários que colaboraram com a pesquisa são do sexo feminino, tem idade abaixo de

30 anos e tempo de profissão de até 5 anos.

Em relação a categoria profissional, 69,44 % são auxiliares de enfermagem, 11,11%,

técnicos de enfermagem, 8,33% são enfermeiros trabalhando tanto na UTI Adulto quanto na

Enfermaria Cirúrgica e apenas 11,11% são fisioterapeutas para todo o hospital. Segundo

Yamaguti et al. (2005), mesmo com um pequeno número de profissionais no ambiente

hospitalar, o especialista em fisioterapia tem sido cada vez mais solicitado nas Unidades de

Terapia Intensiva porém nem sempre sua formação e qualificação são suficientes para a plena

atuação nesse ambiente. Faz-se necessário que o fisioterapeuta seja habilitado por uma sólida

formação e bagagem prática para indicar, escolher e aplicar condutas específicas da

fisioterapia respiratória na resolução de casos complexos; caso contrário, tanto a efetividade

do trabalho pode ficar comprometida quanto os riscos ao paciente podem aumentar de forma

proibitiva.

De acordo com Leguisamo et al. (2005), a freqüência dos procedimentos cirúrgicos

torácicos e abdominais aumentou progressivamente nas últimas décadas. As complicações

pulmonares pós-operatórias são uma fonte significativa de mortalidade e morbidade. Neste

estudo, verificou-se que 63,89% dos funcionários têm conhecimento sobre as complicações

pós-operatórias mas não souberam denominá-las.

A ocorrência de anormalidades, doenças ou disfunções clinicamente significativas

relacionadas ao sistema respiratório e que alterem negativamente o curso clínico do paciente

após um procedimento cirúrgico define o conceito de complicação pulmonar pós-operatória.

Integram este grupo as atelectasias clinicamente relevantes, broncoespasmo,

traqueobronquites, pneumonias, síndrome da angústia respiratória aguda, insuficiência

respiratória, necessidade de ventilação mecânica invasiva ou não invasiva prolongada (> 48

horas) e exacerbações de doenças pulmonares pré-existentes (SILVA et al.,2009).

Segundo Arcêncio et al. (2008), apesar da modernização dos procedimentos utilizados

em cirurgia cardíaca, a função pulmonar ainda é prejudicada. Após o procedimento cirúrgico,

os pacientes estão mais propensos a desenvolverem complicações respiratórias. Cerca de 65%

dos pacientes desenvolvem atelectasias e 3% adquirem pneumonia. Por essa razão, a

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58

fisioterapia possui papel essencial no tratamento destes pacientes com o objetivo de prevenir

ou amenizar tais complicações. Sua atuação inicia-se com a aplicação de técnicas de

desmame ventilatório descritas em alguns estudos e estende-se até a manutenção do paciente

em ventilação espontânea após a extubação.

Em relação à fisioterapia pré-operatória em cirurgias torácicas e abdominais, 63,89 %

dos funcionários relataram que conhecem o trabalho da fisioterapia respiratória. De acordo

com Garbossa et al. (2009), a fisioterapia pré-operatória em cirurgias cardiovasculares inclui

avaliação, educação de procedimentos que serão realizados e verificação dos riscos de

possíveis complicações respiratórias, estabelecendo as principais condutas no pós-operatório.

Outro fator importante no pré-operatório são as orientações dadas quanto à incisão cirúrgica,

importância da tosse, deambulação precoce e exercícios fisioterapêuticos. Assim, os pacientes

estarão conscientes da importância da fisioterapia antes mesmo da internação hospitalar e

serão esclarecidos dos riscos que poderiam apresentar no período pós-operatório para a

ocorrência de complicações pulmonares e tromboembólicas.

De acordo com o estudo de Garbossa et al. (2009), quanto mais ansiosos os pacientes

estavam antes da cirurgia, maior foram os níveis de dor no pós-operatório e a permanência no

hospital. No entanto, a dor não teve influência no tempo de internação hospitalar. Quanto

menor o grau de instrução dos indivíduos, maior o escore de ansiedade apresentado no pré-

operatório.

A avaliação pré-operatória inclui história clínica, exame físico, radiograma de tórax,

medidas de volume minuto, volume corrente, capacidade vital e medidas de força muscular

respiratória (PAISANI, CHIAVEGATO, FARESIN, 2005).

A abordagem do paciente cirúrgico envolve uma equipe multiprofissional e as

complicações pulmonares pós-operatórias que podem ocorrer são consideradas fatores de

preocupação entre os mesmos, principalmente nas cirurgias de tórax e abdômen. Identificar os

pacientes de risco no pré-operatório que possam evoluir para o desenvolvimento dessas

complicações é o primeiro passo para evitá- las. Vários fatores devem ser considerados

tentando-se identificar os pacientes potencialmente de risco para o desenvolvimento destas

complicações. Com relação aos fatores clínicos, as complicações, em grande parte, decorrem

de alterações pulmonares que podem ser agrupadas em quatro categorias: alterações da

mecânica pulmonar; alterações do padrão respiratório; alterações na troca gasosa; alterações

dos mecanismos de defesa pulmonar (SAAD, ZAMBON, 2001).

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De acordo com este estudo, os funcionários que conhecem os objetivos e condutas

realizados pelo fisioterapeuta no pós-operatório de cirurgias torácicas e abdominais relataram

conhecer as manobras de higiene brônquica, manobras de reexpansão pulmonar,

inspirômetros de incentivo, respiração por pressão positiva intermitente, ventilação mecânica

invasiva, cinesioterapia e Flutter pois é comum observarem essas ações fisioterapêuticas entre

os pacientes internados no HUSF.

Segundo Arcêncio et al. (2008), o atendimento fisioterapêutico engloba diversas

técnicas e as mais comumente empregadas no período pós operatório imediato incluem

exercícios de padrões ventilatórios (incursões profundas), deambulação precoce,

cinesioterapia, posicionamento e estímulo à tosse. Os exercícios respiratórios aumentam a

coordenação e eficiência dos músculos respiratórios e mobilizam a caixa torácica. São

realizados na forma ativa, com a orientação e o auxílio do fisioterapeuta na execução. Os

exercícios de inspirações profundas, com no mínimo cinco incursões seguidas, mantidas por

cinco a seis segundos, são eficazes no tratamento e prevenção de atelectasias refratárias, com

melhora na capacidade vital e complacência pulmonar. Além disso, estes exercícios melhoram

o volume corrente e facilitam a remoção de secreções.

Alguns autores relataram alterações na força da musculatura ventilatória em pacientes

submetidos à cirurgia abdominal. Esta diminuição, segundo o estudo de Junior et al. (2009),

deve-se à dor pós-operatória, visto que o grupo que realizou terapia analgésica no período do

estudo teve menor alteração na força muscular ventilatória. A prevenção de complicações

pulmonares após cirurgias abdominais pode ser realizada através de um treinamento da

musculatura inspiratória no período pré-operatório, evidenciando-se uma redução na

incidência de atelectasia após o procedimento abdominal.

A dor originada de procedimentos de rotina do pós-operatório associada ao grande

estímulo nociceptivo da esternotomia torna-se fonte importante de morbidade e mortalidade

neste período por influenciar a capacidade de tossir, respirar e movimentar-se adequadamente,

podendo resultar em atelectasias (freqüentes em lobo inferior esquerdo, ocorrendo em até

90% dos pacientes) e pneumonias (29%) (GIACOMAZZI, LAGNI, MONTEIRO, 2006).

De acordo com Tonella et al. (2006), a TENS (Eletroestimulação nervosa transcutânea)

é um recurso fisioterápico que pode ser usado como coadjuvante da analgesia convencional,

sendo não invasiva e virtualmente sem efeitos colaterais importantes. A utilização dessa

forma de analgesia foi eleita por promover o alívio da dor pós-operatória, sobretudo a dor

causada pelo procedimento fisioterápico em pacientes no pós-operatório de procedimentos

cirúrgicos em abdômen superior pois, quanto maior for a colaboração e a participação do

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paciente na execução do tratamento com exercícios, melhor será a efetividade da técnica e

mais rápida será a recuperação e reabilitação do paciente.

Tanto a anestesia geral como a cirurgia produzem mudanças significantes no sistema

respiratório e a interação destas mudanças, juntamente com as características clínicas dos

pacientes é, presumivelmente, responsável pela ocorrência de complicações pós-operatórias

(SUDRE, 2006).

A anestesia geral causa numerosos efeitos biológicos sobre o sistema respiratório que

podem contribuir para o desenvolvimento de complicações, incluindo a diminuição no

número e na atividade dos macrófagos alveolares, a inibição do clearance mucociliar, o

aumento na permeabilidade alvéolo-capilar, a inibição na liberação do surfactante, o aumento

na atividade da enzima pulmonar óxido nítrico sintetase e aumento da sensibilidade da

vasculatura pulmonar aos mediadores neuro-humorais. Também resulta em alterações

mecânicas e funcionais no sistema respiratório que provavelmente contribuem para o

desenvolvimento de complicações. Após a indução da anestesia geral, a Capacidade Residual

Funcional diminui e formam-se placas de atelectasia nas porções dependentes dos pulmões.

Ocorre efeito significante sobre a movimentação do diafragma, que passa a se mover quase

uniformemente ao longo do eixo ventral-dorsal. Isso pode resultar em melhor ventilação da

parte superior dos pulmões (onde, devido ao efeito a gravidade, a perfusão é menor) e menos

ventilação pulmonar nas porções dependentes (mais perfundidas por causa do efeito da

gravidade) (SUDRE, 2006).

O resultado é uma inadequação da relação Ventilação / Perfusão (V/Q), o que provoca a

ocorrência de shunts e de espaço morto. Estas alterações fisiopatológicas na CRF, na excursão

diafragmática e no equilíbrio entre ventilação e perfusão resultam em aumento no gradiente

alvéolo-arterial de O2 e explica porque é necessário oxigenioterapia suplementar durante (e

algumas vezes, após) a cirurgia e a anestesia geral. Embora estas alterações possam ser

mensuradas com precisão, elas apresentam uma relação ainda obscura com os fenômenos

clínicos que causam morbidade e mortalidade (ARCÊNCIO et al., 2008).

Apenas 15 dos 21 funcionários que conhecem os efeitos da anestesia sobre o sistema

respiratório denominaram-nas como diminuição do volume corrente, diminuição da

capacidade residual funcional., atelectasia, trombose venosa profunda, hipersecreção, parada

respiratória, depressão do centro respiratório, depressão do centro cardíaco e relaxamento

muscular.

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61

Em relação à redução do tempo de internação com a fisioterapia no tratamento, 66,67 %

reconhecem que diminui esse tempo pois, com a inserção da fisioterapia no atendimento

desses pacientes, as complicações pós-operatórias tanto respiratórias quanto motoras e

tromboembolíticas são diminuídas e/ou evitadas, assim promovendo um menor tempo de

internação deste paciente.De acordo com Junior et al.(2009), o atendimento fisioterapêutico

no pós-operatório imediato de cirurgia abdominal demonstrou ser uma alternativa de

tratamento precoce destes indivíduos pois proporcionou a manutenção da função pulmonar e

da força muscular expiratória, assim refletindo em um menor período de internação do

paciente.

77,78% dos entrevistados conhecem a importância da deambulação precoce no pós-

operatório. De acordo com Lopes et al. (2008), nas décadas de 40 e 50 do século XX, o

paciente deveria ser cuidado na cama, com repouso contínuo. Este período prolongado de

repouso era devido à crença de que a atividade física aumentaria o risco de complicações.

Contudo, os pacientes que estavam sendo tratados com longos períodos de repouso

começaram a apresentar outras complicações associadas como atrofia muscular, constipação

intestinal, retenção urinária, úlcera de decúbito, tromboflebites, embolia pulmonar,

pneumonia, atelectasia, hipotensão postural e depressão. Desde então, começou a se observar

que a reabilitação na fase aguda, além de poder reduzir os efeitos deletérios do repouso

prolongado, pode também reduzir a permanência hospitalar.

Quanto à importância do trabalho multidisciplinar, 83,33% dos profissionais

responderam que reconhecem esse fato e 16,67% responderam que não sabem sobre o

assunto. Segundo Tonetto et al. (2007), equipe multidisciplinar é quando existem vários

profissionais atendendo o mesmo paciente de maneira independente. Independente do termo

empregado, há expectativas de que os profissionais da saúde sejam capazes de ultrapassar o

desempenho técnico baseado em uma única arte ou especialização. Reconhece-se contudo,

que o interesse pelo trabalho em equipe multidisciplinar vem se fortalecendo, tendo como

base a crescente aceitação do modelo biopsicossocial de saúde. Nesse modelo, saúde é

definida como o bem-estar físico, mental e social, em contraste com o modelo biomédico

tradicional para o qual saúde é a ausência de doença. A organização ou mobilização de

equipes está associada à complexidade da demanda. Nessas situações, os profissionais se

deparam com seus próprios limites e encontram nos colegas de outras formações subsídios

para a compreensão e atendimento do caso em questão. No entanto, tal atitude não é uma

conduta padrão, podendo variar conforme a tradição profissional, a característica do grupo de

trabalho e o tipo de intervenção. Na verdade, o trabalho em equipe traz novos desafios,

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62

exigindo competências e habilidades para o trabalho em grupo e para a justificação clara e

objetiva de procedimentos técnicos pertencentes à dada especialidade.

No âmbito hospitalar, a falta de clareza quanto às atribuições dos diferentes

profissionais, principalmente em profissões emergentes, é um dos fatores que dificulta o

trabalho em equipe. O hospital é uma instituição complexa, que envolve um grande número

de especialidades. Esses profissionais são preparados para tomar decisões importantes em

curto espaço de tempo. Tradicionalmente, tais decisões competem aos médicos. No entanto,

com o aparecimento de novas especialidades, os médicos contam hoje com o auxílio de

diversos profissionais de campos emergentes (TONETTO, GOMES, 2007).

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63

6. CONCLUSÃO

Os funcionários entrevistados neste estudo trabalham na Unidade de Terapia Intensiva

e na Enfermaria Cirúrgica do HUSF. 63,89% deles têm conhecimento sobre as complicações

pós-operatórias das cirurgias torácicas e abdominais, porém a maioria deles não souberam

citá-las. 63,89% conhecem a importância da fisioterapia no pré-operatório torácico e

abdominal enquanto que, no pós-operatório, somente a metade dos entrevistados tinham

conhecimento. 58,33% dos entrevistados não têm conhecimento sobre os recursos e condutas

fisioterapêuticas realizadas no pré e pós-operatório de cirurgias torácicas e abdominais.

66,67% dos entrevistados têm conhecimento de que o tempo de internação do paciente é

reduzido com a fisioterapia. 77,78% dos entrevistados conhecem a importância da

deambulação precoce. A maioria dos funcionários reconhece a importância do trabalho

multidisciplinar. 21 entrevistados responderam parcialmente o questionário demonstrando

pouca informação sobre o tema abordado.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Faz-se necessário uma melhor conscientização dos profissionais da saúde sobre o

trabalho da fisioterapia no pré e pós-operatório. Isso seria de fundamental importância para

proporcionar aos pacientes uma assistência mais completa e eficaz.

Deve ser incentivado o desenvolvimento de novos estudos subseqüentes no âmbito da

fisioterapia pré e pós-operatória de cirurgias torácicas e abdominais pois a cada ano aumenta-

se o número de pacientes cirúrgicos no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o fisioterapeuta aparece como grande colaborador da equipe

multidisciplinar visando a redução do tempo de internação e minimização de complicações

pós-cirúrgicas.

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65

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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68

ANEXO I

APROVAÇÃO DO PROJETO PELO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

DA USF

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ANEXO II

SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA COLETA DE DADOS DOS PRONTUÁRIOS HOSPITALARES DA ENFERMARIA CIRÚRGICA ADULTO E UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO DO HUSF

Bragança Paulista, 15 de dezembro de 2008.

ILMO Sr Pedro Izzo,

Marilia Gabriela Habib e Fabrício Silva, acadêmicos do Curso de Fisioterapia, vêm solicitar

de Vossa Senhoria, autorização para realização de questionário com os funcionários da

Enfermaria Cirúrgica Adulto e Unidade de Terapia Intensiva Adulto do HUSF, no período de

fevereiro a junho de 2009, por motivo de Trabalho de Conclusão de Curso.

Esperando sua preciosa atenção, desde já agradecem e a esta subscrevem.

___________________________

Acadêmico: Fabrício Silva

___________________________ Acadêmica :

Marilia Gabriela Habib ___________________________

Orientadora Temática: Professora Patrícia Teixeira Costa

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70

ANEXO III

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu ________________________________________, idade ________, RG ____________,

endereço _______________________________________________ declaro que é de livre e

espontânea vontade que estou participando como voluntário dessa pesquisa, de

responsabilidade do pesquisador.

Assim estou ciente que:

I. O objetivo desta pesquisa é analisar o conhecimento dos fisioterapeutas, médicos,

enfermeiros e auxiliares de Enfermagem da Enfermaria Cirúrgica e Terapia

Intensiva do HUSF sobre a importância da fisioterapia em pacientes cirúrgicos.

II. Não será administrado nenhum tipo de medicamento.

III. Os resultados obtidos serão mantidos em sigilo, não ocasionando exposição e/ou

publicação do nome dos funcionários.

IV. O funcionário poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

São Francisco para apresentar recursos e reclamações em relação ao estudo. (fone:

4034-8028) ou os responsáveis pelo estudo (fone: 4034-8133)

V. É condição indispensável para a participação ser fisioterapeuta, médico,

enfermeiro e auxiliar de Enfermagem da Enfermaria Cirúrgica e Terapia Intensiva

do HUSF.

VI. Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre

a participação neste estudo e estar livre para interromper minha participação na

pesquisa a qualquer momento.

VII. O TCLE será impresso em duas vias, sendo uma destinada para os pesquisadores e

outra para a voluntária.

Bragança Paulista, ____ de _______________ de 2008

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___________________________________________________________________________

Nome e assinatura do responsável

ANEXO IV

FICHA DE COLETA DE DADOS

IDENTIFICAÇÃO:

Nº: _____________________________________________________Sexo: M ( ) F ( )

Idade: ______________Profissão:________________ Tempo de profissão: ____________

Cidade de Procedência: _____________________Setor:____________________________

QUESTIONÁRIO:

1. Conhece as complicações do pós-operatório torácico e abdominal?

Sim ( ) Não ( ) Quais?______________________________________

2. Conhece o papel da fisioterapia no pré-operatório torácico e abdominal?

Sim ( ) Não ( ) Quais?______________________________________

3. Conhece o papel da fisioterapia no pós-operatório torácico e abdominal?

Sim ( ) Não ( ) Quais?______________________________________

4. Conhece os recursos fisioterapêuticos utilizados nesses pacientes?

Sim ( ) Não ( ) Quais?______________________________________

5. Conhece quais complicações podem ser evitadas com a fisioterapia pós-cirúrgica?

Sim ( ) Não ( ) Quais?______________________________________

6. Conhece os efeitos da anestesia geral no sistema respiratório?

Sim ( ) Não ( ) Quais?______________________________________

7. Sabe que o tempo de internação pode ser reduzido com a fisioterapia?

Sim ( ) Não ( )

8. Sabe a importância da deambulação precoce no pós-operatório?

Sim ( ) Não ( )

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9. Entende a importância do trabalho multidisciplinar?

Sim ( ) Não ( )