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FUNDAÇÃO COMUNITÁRIA TRICORDIANA DE EDUCAÇÃO Decretos Estaduais n.º 9.843/66 e n.º 16.719/74 e Parecer CEE/MG n.º 99/93 UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE DE TRÊS CORAÇÕES Decreto Estadual n.º 40.229, de 29/12/1998 Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DIMENSIONAL E SUPERFICIAL DE MODELOS ODONTOLÓGICOS Três Corações 2005

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FUNDAÇÃO COMUNITÁRIA TRICORDIANA DE EDUCAÇÃO Decretos Estaduais n.º 9.843/66 e n.º 16.719/74 e Parecer CEE/MG n.º 99/93

UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE DE TRÊS CORAÇÕES Decreto Estadual n.º 40.229, de 29/12/1998

Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DIMENSIONAL E SUPERFICIAL DE MODELOS ODONTOLÓGICOS

Três Corações

2005

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ANDRÉ LUIZ DIAS

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DIMENSIONAL E SUPERFICIAL DE MODELOS ODONTOLÓGICOS

Dissertação apresentada à Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações/MG – UNINCOR, como parte das exigências do Programa de Mestrado em Clínica Odontológica, Área de Concentração Odontologia Restauradora, para obtenção do título de mestre.

Orientador: Prof. Dr. Sérgio Candido Dias Co-orientadora: Prof. Dra. Andréa Cândido dos Reis

Três Corações 2005

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DEDICATÓRIA

Aos meus adorados pais Claudio de Oliveira Dias e Nara Nuncia Dias. Posso, a todo

momento, sentir o calor e afeto de seus braços, o carinho de seus olhos e a serenidade de seus

gestos. Percebo toda “grandeza” de sua simplicidade. Admiro cada detalhe de seus atos. Sou

eternamente grato por sua influência em minha vida. Agradeço sempre a Deus por lhes colocar

em meu caminho.

À minha querida e amada esposa Ana Maria Camargo Marques. Você é surpreendente e

encantadora. Seu bom humor, alegria e garra seduzem, marcam e contagiam. Obrigado por toda

compreensão durante esses longos anos.

À minha adorável filha Beatriz Marques Dias, carinhosa e amável, inteligente, delicada e

sutil, possui uma inerente habilidade de nos confortar e envolver emocionalmente. Você preenche

a minha vida com alegria.

Ao meu querido tio Sérvio Rômulo Medeiros Passos. Forte, muito admirado por mim,

pela forma de viver e educar meus primos. Responsável pela análise estatística deste estudo.

Ao meu querido amigo, incentivador e irmão Alexandre Marcelo de Carvalho, parceiro

corajoso e cúmplice, pessoa de grandes virtudes e enorme sensibilidade. Com seu exemplo de

determinação e audácia, determina inúmeras “correções de rota” em nossas vidas.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof. Dr. Sérgio Candido Dias. Um educador criativo e consciente,

jovem, experiente e sensato. Admirado por todos que o cercam. Sua capacidade e determinação

são contagiantes. Educou-me em todos os momentos da nossa jornada. Com sabedoria, ensinou-

me a valorizar a profissão e a responsabilidade de educar.

Sou eternamente grato pelas transformações que promoveu em minha vida.

À minha co-orientadora Profª. Drª. Andréa Cândido dos Reis, amiga, sensível e, muito

“inspirada” didaticamente. Percebo, com clareza, sua influência em minhas aulas. Estará sempre

presente em minha caminhada.

Ao Prof. Dr. José Carlos Rabelo Ribeiro, acolhedor, prestativo e bem humorado.

Ao Prof. Dr. Marcos Ribeiro Moysés, sensato, rígido, correto e justo.

Ao colega Marco Aurélio Veiga de Melo, competente e fiel. Admiro seus gestos e

princípios. Sua presença foi vital em nosso curso.

Ao colega Alexandro Nicoluzzi, vibrante e atencioso. Sua ótima companhia engrandeceu

todo o nosso grupo.

À colega Fernanda Maria Machado Pereira Cabral de Oliveira, prestativa, alegre e de

refinado humor.

À doutoranda Gisseli Bertozzi Ávila, pelo companheirismo, amizade e hospedagem.

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SUMÁRIO Página

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................... 05

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ......................................................................... 07

RESUMO ............................................................................................................................ 08

ABSTRACT ........................................................................................................................ 09

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 12

3 PROPOSIÇÃO ............................................................................................................. 32

4 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................... 33

4.1 Materiais ................................................................................................................. 33

4.2 Perfil técnico dos materiais empregados nos ensaios ............................................. 36

4.3 Equipamentos .......................................................................................................... 40

4.4 Apresentação e descrição das matrizes (Projeto da matriz) ................................... 40

4.5. Métodos ................................................................................................................ 44

4.5.1 Obtenção da amostra e realização dos ensaios .............................................. 44

4.5.1.1 Estudo do comportamento dimensional ........................................ 44

4.5.1.2 Estudo do comportamento superficial (rugosidade) ...................... 48

5 RESULTADOS ............................................................................................................. 50

6 DISCUSSÃO ................................................................................................................ 57

7 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 64

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 65

ANEXO .... .......................................................................................................................... 69

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

PÁG.

FIGURA 1 Resina de Poliuretano (Exakto-Form).................. ........................ ....................... 34

FIGURA 2 Gesso tipo IV Fuji Rock .......................................................................................34

FIGURA 3 Gesso tipo IV resinado Rock Plus ........................................................................34

FIGURA 4 Gesso tipo IV Durone ...........................................................................................35

FIGURA 5 Gesso tipo V Durone.............................................................................................35

FIGURA 6 Resina epóxica Sikadur 32...................................................................................35

FIGURA 7 Resina epóxica Epoxiglass 1504..........................................................................36

FIGURA 8 Preparo da resina epóxica Epoxiglass 1504.........................................................39

FIGURA 9 Preparo da resina epóxica Epoxiglass 1504.........................................................39

FIGURA 10 Diatomita.............................................................................................................39

FIGURA 11 Projeto da matriz multifuncional (1)...................................................................41

FIGURA 11 Projeto da matriz multifuncional (1)...................................................................42

FIGURA 12 Projeto da matriz (2) ...........................................................................................43

FIGURA 13 Matriz multifuncional .........................................................................................45

FIGURA 14 Moldagem dos detalhes da matriz.......................................................................45

FIGURA 15 Impressões...........................................................................................................46

FIGURA 16 Resina de poliuretano Exakto-Form (componentes A e B) ................................46

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FIGURA 17 Mistura dos componentes ...................................................................................46

FIGURA 18 Produto da mistura dos componentes .................................................................47

FIGURA 19 Fluidez da resina epóxica Epoxiglass 1504 ........................................................47

FIGURA 20 Viscosidade da resina epóxica Sikadur 32..........................................................47

FIGURA 21 Microscópio Nikon Measurescope .....................................................................48

FIGURA 22 Rugosímetro Mitutoyo SJ. 201P .........................................................................49

FIGURA 23 Leitura da rugosidade superficial (vertentes hexagonais). .................................49

FIGURA 24 Comportamento dimensional dos materiais na direção horizontal .....................52

FIGURA 25 Comportamento dimensional (direções: vertical-azul; horizontal-vermelho) ....53

FIGURA 26 Comportamento superficial dos materiais (rugosidade) .....................................55

FIGURA 27 Representação gráfica do teste de Tukey............................................................56

QUADRO 1 Avaliação dimensional dos modelos obtidos (valores em micrômetros) ............50

QUADRO 2 Média das medidas do comportamento dimensional na direção horizontal ........51

QUADRO 3 Análise de variância para comportamento dimensional horizontal....................51

QUADRO 4 Média dos resultados na direção vertical............................................................52

QUADRO 5 Análise de variância para comportamento dimensional na direção vertical.......53

QUADRO 6 Avaliação da rugosidade superficial (medida em micrômetros) ........................54

QUADRO 7 Análise de variância para rugosidade superficial ...............................................55

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADA...............................................................................................American Dental Association g...........................................................................................................................................grama

CFC ...............................................................................................................Clorofluorcarbonos

ISO.......................................................................International Organization for Standartization

Kg...............................................................................................................................Quilograma

Kgf....................................................................................................................Quilograma/força

Kgf/cm2..................................................................Quilograma/força por centímetros quadrado

Lb/pol2......................................................................................Libra por polegada ao quadrado

Ltda.................................................................................................................................Limitada

mg/mm2...............................................................................Miligramas por milímetro quadrado

m/L..................................................................................................................................Mililitro

mm................................................................................................................................Milímetro

mm2...........................................................................................................Milímetros quadrados

mm3...............................................................................................................Milímetros cúbicos

mm/min.....................................................................................................Milímetros por minuto

mm/s.......................................................................................................Milímetros por segundo

MEV....................................................................................Microscopia eletrônica de varredura

MOD..........................................................................................................Mesial/ oclusal/ distal

MPa............................................................................................................................Megapascal

N.......................................................................................................................................Newton

N/mm2..........................................................................................Newton por milímetros cúbico

p..................................................................................................................Nível de significância

psi............................................................................Pound per square inch(6894.75729 pascals)

PU.............................................................................................................................. Poliuretano

RIM ........................................................................................... Moldagem por injeção e reação

µm..............................................................................................................................Micrômetro

ºC............................................................................................................................Graus Celsius

S.A................................................................................................................Sociedade Anônima

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RESUMO

DIAS, André Luiz . Avaliação do comportamento dimensional e superficial de modelos odontológicos. 2005. 69p (Dissertação – Mestrado em Clínica Odontológica). Universidade Vale do Rio Verde – UNINCOR – Três Corações – MG. Este estudo avaliou o comportamento dimensional e superficial de diferentes materiais de modelagem. Empregando-se a técnica de impressão única, obteve-se 21 moldes com silicona de adição de uma matriz metálica, cuja base apresenta quatro cones eqüidistantes, com duas linhas esculpidas em sua extensão, distantes entre si 4,000µm (vertical) e uma linha no ápice, com margens distantes 0,467µm (horizontal). Os moldes foram preenchidos com os gessos tipo IV Durone, Rock Plus resinado, Fuji Rock, tipo V Durone, as resinas epóxicas Sikadur 32 e Epoxiglass 1504 modificada com diatomita, e resina de poliuretano Exakto-Form. Nove corpos-de-prova de cada material foram analisados no microscópio óptico Nikon (aumento de 40 vezes). As mensurações foram comparadas à obtida na matriz e as diferenças determinaram o comportamento dimensional vertical e horizontal dos materiais. Para análise da rugosidade superficial em rugosímetro (Mitutoyo SJ. 201P) os materiais foram manipulados e vertidos em matrizes metálicas hexagonais, onde 3 corpos-de-prova foram submetidos a três leituras, totalizando nove leituras para cada material. Utilizou-se Anova, variância com significância alfa =5%. Nas diferenças significantes, empregou-se o teste de Tukey na análise. Dentro das limitações do estudo, pode-se concluir que: os materiais analisados não apresentam diferenças significativas no seu comportamento dimensional. Os polímeros analisados não apresentam diferenças no comportamento superficial. Os polímeros analisados apresentam lisura de superfície superior aos gessos. Dentre os gessos analisados, o Fuji Rock tipo IV apresenta o melhor comportamento superficial. O gesso tipo V Durone apresentou o pior comportamento superficial.

______________________________________ *Comitê orientador: Prof. Dr. Sérgio Candido Dias – UNINCOR (Orientador), Profª. Drª. Andréa

Cândido dos Reis – UNINCOR (Co-orientadora).

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ABSTRACT

DIAS, André Luiz . Assessment of dimensional and superficial behavior of dentistry models. 2005. 69p (Dissertation – Master’s degree Oral Clinic). Vale do Rio Verde University – UNINCOR – Três Corações – MG.

This study has assessed the dimensional and superficial behavior of different modeling materials. Using the single impression technique, 21 molds were obtained with addition silicone of a metallic matrix whose base presents four equidistant cones, with two sculpted lines in its extension, with a distance of 4,000mm (vertical) among them and a line in the apex, with two margins 0,467mm distant (horizontal). The molds were filled with plaster such as IV Durone, resined Rock Plus, Fuji Rock, type V Durone, epoxy resin Sikadur 32 and Epoxiglass 1504 modified with diatomite, and polyurethane resin Exakto-Form. Nine proof bodies from each material were analyzed under Nikon optical microscope (increasing 40 times). The measurements were compared to the ones obtained in the matrix and the differences determined the material’s vertical and horizontal dimensional behavior. For superficial roughness analysis in the Surface Roughness Tester (Mitutoyo SJ. 201P), the materials were handled and transformed into hexagonal metallic matrixes, where three proof bodies were submitted to three readings, with a total of nine readings for each material. Anova was used, variance with the alpha significance =5%. In the significant differences, Tukey test was used in the analysis. Within the limitations of the study, it was possible to conclude that: the analyzed materials did not present significant differences in the dimensional behavior, the analyzed polymers did not present significant differences on its superficial behavior; the analyzed polymers present a superior surface smoothness compared to plaster, within the analyzed plasters, Fuji Pock type IV presents the best superficial behavior; plaster type V Durone presented the worst superficial behavior. ______________________________________ *Guidance Committee: Prof. Dr. Sérgio Candido Dias – UNINCOR (Major Professor),

Profª. Drª. Andréa Cândido dos Reis - UNINCOR.

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1 INTRODUÇÃO

A fidelidade na obtenção de modelos das estruturas orais, a precisão na reprodução de

detalhes anatômicos e o registro e arquivamento das informações do paciente constituem um

passo de extrema importância na prática da clínica protética (STOLF et al., 2004), onde através

deste recurso se confeccionam as próteses sem a presença do paciente.

Na Odontologia, o gesso tem sido utilizado há anos na obtenção dos modelos de trabalho

e como auxiliar nos procedimentos laboratoriais que envolvem a confecção de próteses dentárias.

Os produtos de gesso têm ampla aceitação na prótese dentária, apesar de algumas limitações

(STOLF et al., 2004). Limitações descritas por Lindquist, Stanford, Knox (2003) como: baixa

resistência à fratura, instabilidade dimensional, sensibilidade técnica e baixa resistência ao

desgaste por abrasão.

Segundo Almeida et al., (2002), a pesquisa por outros materiais de modelagem

odontológica resultou em uma geração de produtos à base de polímeros alternativos para os

gessos, utilizados na confecção de modelos de precisão. A resina epóxica foi explorada pela

primeira vez na modelagem odontológica por Östlund e Akesson (1960). Segundo os autores este

material foi sintetizado pelo químico Pierre Castan, que buscava um material plástico

polimerizável para ser empregado na odontologia. Vários estudos foram realizados analisando o

comportamento da resina epóxica quando empregada na modelagem odontológica, destacando os

estudos realizados por Nomura, Reisbick, Preston, (1980); Stevens, Spratley (1987); Philips

(1991); Dias (2000)b.

De acordo com Vilar (1999), os poliuretanos são polímeros de alta performance industrial,

normalmente produzidos pela reação de um isocianato (di ou polifuncional) com um poliol ou

outros reagentes (agentes de cura ou extensores de cadeia) contendo dois ou mais grupos reativos.

Os compostos contendo hidroxilas podem variar quanto ao peso molecular, natureza química e

funcionalidade. A natureza química bem como a funcionalidade dos reagentes pode ser escolhida

de acordo com as propriedades desejadas. Esta flexibilidade de escolha de reagentes, possibilita a

obtenção de ampla variedade de compostos com diferentes propriedades físicas e químicas, que

permite aos poliuretanos ocupar uma posição importante no mercado mundial de polímeros

sintéticos de alto desempenho. É considerado uma inovação em termos de materiais para a

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obtenção de modelos e troquéis, o que justifica a escassez de trabalhos que avaliam suas

propriedades (ALMEIDA et al., 2002).

O conhecimento do comportamento dimensional e superficial dos materiais utilizados e o

domínio da sua técnica de manipulação são essenciais no alcance da precisão e indispensáveis

para a obtenção de resultados clínicos precisos.

Sabendo-se da importância da precisão na obtenção de modelos de trabalho, é oportuno

avaliar as alterações dimensionais e o comportamento superficial expresso por materiais

políméricos e cristalinos empregados na modelagem odontológica.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Esta revisão de literatura apresenta trabalhos relacionados ao conjunto molde modelo,

enfocando características químicas e mecânicas dos materiais disponíveis, bem como a literatura

relacionada ao comportamento clínico e laboratorial do conjunto molde modelo.

Bowen (1956), descreveu uma resina relativamente nova, a resina epóxica. Seus estudos

experimentais buscavam um material restaurador que apresentasse coeficiente de expansão

térmica semelhante ao da estrutura dental; adesão; estabilidade de cor; insolubilidade quando na

presença dos fluidos bucais. Atualmente esse material apresenta largo emprego industrial, sendo

inclusive utilizado na obtenção de modelos odontológicos.

Östlund, Akesson (1960) exploraram o uso da resina epóxica para confecção de modelos.

Esse material foi sintetizado em 1936 pelo químico suíço, Pierre Castan, que buscava um

material plástico polimerizável para ser empregado na odontologia. Os autores consideraram a

importância do comportamento dimensional a ser apresentado pelos materiais para modelos. Os

autores também citaram a pobre resistência superficial do gesso odontológico e a desvantagem

das resinas epóxicas, que não podem ser utilizadas com materiais de moldagem hidrofílicos

(alginatos e hidrocolóide reversível), pois a umidade interfere com a polimerização do material.

Toreskog et al (1966) compararam oito materiais para obtenção de troquel e afirmaram

que nenhum dos materiais analisados foi claramente superior. Consideraram a baixa resistência

marginal e a resistência à abrasão apresentada pelos gessos odontológicos e enfatizaram a sua

compatibilidade com todos os materiais de moldagem. Quando utilizaram uma resina epóxica

modificada com sílica, observaram alteração dimensional no sentido oclusal, de -0,15% e no

sentido gengival, de -0,26%. Utilizando uma resina epóxica modificada industrialmente,

verificaram -0,14%, no sentido oclusal, e -0,19%, no sentido gengival.

Rudd et al., (1969), fizeram considerações com relação à necessidade em se medir

cuidadosamente a água destilada a ser utilizada na manipulação do gesso, e que o pó deveria ser

pesado em balanças precisas, sendo os melhores resultados obtidos quando se utilizava a

espatulação mecânica por 15 segundos. Os autores salientaram que os modelos devem ser

separados da moldagem não mais que uma hora após o vazamento, e que quando ficam expostos

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à secagem por 10 a 12 horas, desenvolvem dureza superficial e resistência à compressão

adicional.

Palmqvist (1970) avaliou o comportamento dimensional de troquéis obtidos com metal

pulverizado (ligas de estanho e bismuto), gesso e resina epóxica. Segundo o autor, Friend e

Barret, em 1965, descreveram um método para obtenção de troquel por pulverização de

impressões com metal fundido. Para realização da pesquisa foi utilizado como padrão um troquel

metálico preparado para coroa total com ombro cervical. Os moldes foram obtidos com

mercaptana (Permlastic), e os modelos com gesso melhorado, resina epóxica e metal pulverizado.

A mensuração foi realizada no sentido oclusal e cervical. O autor observou respectivamente uma

expansão de 0,17 e 0,05% para o metal pulverizado, expansão de 0,18 e 0,13% para o gesso e

contração de –0,26% para os troquéis em resina epóxica.

Williams (1972) pesquisou uma forma de vazamento dos troquéis em resina epóxica

objetivando a redução de bolhas, que podem ser incorporadas na massa da resina e que podem

comprometer bordas finas do troquel. O autor propôs que o vazamento fosse feito com auxílio de

uma centrífuga e salientou que para a maioria das resinas um tempo não- superior a 2 minutos

com motor em baixa rotação foi suficiente para o vazamento.

Spratley, Combe (1973) avaliaram três resinas epóxicas para confecção de troquel, e

compararam os resultados obtidos com gesso empregado para essa finalidade. Foram avaliadas as

seguintes propriedades: capacidade em reproduzir detalhes; resistência à abrasão; comportamento

dimensional. As resinas apresentaram superior capacidade em reproduzir detalhes e superior

resistência à abrasão. A resina Diemet contraiu –0,85%, Goldex –1,02% e Impredur –0,55%, o

gesso expandiu 0,45%.

Price et al., (1976), publicaram os resultados de um estudo comparativo de vários

materiais para troquel. As resinas epóxicas apresentaram contração de –0,24%, enquanto que o

gesso expandiu 0,06%. Sugeriram que além do material, o tipo de preparo tem um papel

diretamente relacionado com alterações dimensionais dos materiais de moldagem e de

vazamento.

Nomura et al., (1980) estudaram três sistemas de resinas epóxicas centrifugadas para

troquéis (Pandent®, Epoxydent® e Precision®). Os resultados foram comparados com o gesso

melhorado (Vel-Mix®). Para realização das moldagens, foi utilizado um poliéter (Impregum®).

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A capacidade em reproduzir detalhes foi avaliada pelo vazamento de impressões de um cilindro

metálico com 20mm de diâmetro, que apresentava quatro círculos concêntricos gravados na

superfície. Cada sulco tinha o formato de um “V” na sua profundidade, num ângulo de 60°. As

larguras dos sulcos variavam, sendo o mais externo 0,114mm e os internos seguidos 0,084; 0,058

e 0,018mm. Os autores salientam que as deficiências dimensionais dos troquéis podem ser

superadas através de técnicas compensatórias no processo de moldagem ou pelo uso de materiais

espaçadores. Os autores chegaram às seguintes conclusões: os modelos obtidos em resina

epóxica de preparos para coroa total apresentaram-se menores; os modelos obtidos em resina

epóxica para restauração MOD apresentaram-se exatos; a capacidade em reproduzir detalhes da

resina epóxica foi comparável com os gessos; os valores de dureza da resina epóxica geralmente

são inferiores aos esperados para o gesso; a dureza da resina epóxica Epoxydent® aproximou-se

bastante à do gesso. A resina de poliuretano apresenta inferior dureza superficial quando

comparada com gesso tipo I.

Schwartz et al., (1981), avaliaram a estabilidade dimensional linear de troquéis obtidos

em gesso tipo IV (Silky Rock®) e resina epóxica (Epoxodent®). Foi utilizado um modelo

padrão, que foi moldado com poliéter (Impregum®). O molde foi centrifugado por 2 minutos e

30 segundos para a resina epóxica. Três dimensões lineares foram utilizadas na medição:

distância mesio-distal, vestíbulo-lingual e inciso-gengival. A análise dos resultados mostrou que

as maiorias dos troquéis de resina e de gesso ficaram menores que o padrão, exceto nas distâncias

vestíbulo-lingual. Os autores concluíram que clinicamente obtêm-se bons resultados com troquel

de gesso e resina epóxica e que, devido à superior resistência à abrasão e dureza apresentada

pelas resinas epóxicas, torna-se desejável a sua utilização em restaurações extensas.

Kozono et al., (1983), avaliaram a reprodução de detalhes de superfície da resina epóxica

Rock Model® (Sohfu) e do gesso Fujirock® (G-C Dental). Blocos de metal, simulando dentes,

com sulcos de 16 e 30,2µm de profundidade, foram usados como padrão. Uma placa de vidro foi

empregada como modelo de superfície lisa. A resina epóxica foi vazada por centrifugação. Os

testes de rugosidade foram feitos com um medidor perfilométrico de rugosidade. O gesso

apresentou rugosidade de 1,2µm e, na resina epóxica, foi quase inexistente quando polimerizada

em contato com o vidro. A resina epóxica mostrou uma rugosidade muito menor que o gesso

quando os corpos foram obtidos a partir de moldagem com elastômeros. A superfície tornou-se

bastante lisa, especialmente quando o material de moldagem era a silicona de adição, as

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diferenças em profundidade dos sulcos na resina epóxica e o padrão foram de menos de 2µm. A

profundidade dos sulcos duplicados nos troquéis de resina estava mais próxima ou era

ocasionalmente menor do que a dos originais, sendo significativamente diferente da profundidade

maior dos sulcos nos troquéis de gesso. A diferença poderia ter resultado da superior

reprodutibilidade de detalhes bem como da contração da resina em contraste com a expansão do

gesso.

Ribas, Macchi (1983) realizaram uma pesquisa onde analisaram uma resina epóxica

(Epoxydie), comparando os resultados obtidos com um gesso tipo IV para troquel (Vel-mix). A

resina epóxica apresentou superior lisura de superfície, já a superfície do gesso melhorado foi

alterada pela presença de cristais de sulfato de cálcio diidratados entrecruzados. A estabilidade

dimensional da resina epóxica não foi significativamente diferente do padrão, mas o gesso

apresentou uma pequena expansão. Os autores consideraram que apesar da limitação de

compatibilidade com os materiais de moldagem e endurecimento lento, as resinas apresentaram

vantagens sobre o gesso, principalmente pela resistência de superfície que apresenta no momento

do enceramento, prova e acabamento da restauração.

Ullo, Whist (1983), publicaram um trabalho onde descreveram uma técnica para obtenção

de modelos; utilizaram a resina epóxica Epoxydent, e o vazamento dos modelos foi realizado

com auxílio um vibrador, com aplicação de pequenos incrementos do material. Os autores

ressaltaram que devido à viscosidade do material epóxico, deve-se tomar o cuidado para que não

ocorra aprisionamento de ar em áreas críticas do preparo. Sugeriram a utilização de uma

centrífuga durante 1 a 2 minutos, o que impulsiona a resina para reproduzir todos os detalhes da

impressão.

Aiach , Malone, Sandrik (1984), avaliaram a estabilidade dimensional e a compatibilidade

com os elastômeros de resinas epóxicas (Rock Model, Coe Die, Epoxy Die, Pri-Die). Foi

utilizado um modelo padrão metálico que apresentava duas linhas verticais para análise da

precisão dimensional e três linhas horizontais para análise da reprodução de detalhes. As

moldagens foram feitas com poliéter (Impregum), polissulfeto (Ominiflex Fast Set), e silicona de

adição (Reflect). Para o vazamento dos moldes foi utilizado vibração mecânica por um minuto, e

centrifugação por mais um minuto. Os corpos de prova obtidos foram analisados nos intervalos

de tempo de 18, 48, 72 horas e uma semana. As resinas apresentaram contração, o grau variou

com o tipo de material de impressão: para o poliéter –0,10 a –0,15%, para a silicona de adição –

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0,10 a –0,18% e para o polissulfeto entre –0,20 a 0,27%. Todas as resinas epóxicas mostraram

excelente reprodução de detalhes e melhor estabilidade dimensional após uma semana quando

vazadas em poliéter e em silicona de adição. Quando a impressão foi realizada com polissulfeto

foram observadas diferenças entre os materiais para modelo.

Campbell et al., (1985), avaliaram o efeito do tratamento térmico sobre o comportamento

dimensional da resina epóxica (Cerestone®). Com utilização de um poliéter (Impregum®),

realizaram moldagens de um modelo metálico padrão simulando uma prótese fixa de três

elementos que apresentava áreas usinadas específicas para mensuração. A resina, após a

manipulação, foi submetida a vácuo de 28psi. O endurecimento da resina ocorreu em temperatura

ambiente por 6 a 24 horas. Os modelos, após terem sido separados dos moldes, foram tratados

termicamente a 140º, 145º, 150º, 155º e 160ºC. As medições feitas antes do tratamento térmico

indicaram uma contração de -0,4%. Nas temperaturas de 155º e 160ºC, a resina apresentou uma

expansão de 0,14 e 0,43% respectivamente. Os autores concluíram que, para a resina avaliada,

não foi necessária centrifugação para obtenção de troquéis livres de poros. Tratamentos térmicos

com temperaturas inferiores a 150ºC resultaram em dimensões menores que as correspondentes

expressas pelo modelo mestre. Tratamentos térmicos com temperaturas acima de 150ºC

resultaram em dimensões superiores às expressas pelo modelo mestre. Uma expansão linear para

a resina epóxica semelhante a que ocorre com o gesso melhorado pode ser obtido com uma

temperatura de 151ºC.

Schelb et al., (1987), avaliaram a compatibilidade existente entre os materiais de

impressão à base de vinilpolissiloxano e 10 tipos de gesso tipo IV (APL®, Die-keen®, Duroc®,

Glastone®, Primarock®, Silkyrock®, Supercal®, Vel-Mix®, Fujirock® e Blue Diestone®). Os

materiais de impressão e os gessos analisados reproduziram uma linha de 20µm de espessura. Os

autores concluíram que todos os materiais de impressão mostraram grande fidelidade de

reprodução de detalhes.

McCrosson et al., (1987), verificaram que as siliconas de adição têm largamente superado

as siliconas de condensação não apresentam ótima estabilidade dimensional, pelo desprendimento

de subprodutos álcoois, não sua reação de cura; as de adição, além de não apresentarem

subprodutos, têm melhor precisão. Porém, experiências clínicas têm indicado que modelos

vazados nos moldes dos polivinilsiloxanos podem exibir imperfeições que parecem advir de

subprodutos, que não podem ser comparadas ao número e forma das porosidades, advinhas de

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seu pobre umedecimento superficial, pelo gesso. As superfícies de modelos vazados de várias

moldagens, empregando polivinilsiloxanos, tem resultado em vários defeitos que impedem o uso

do modelo resultante. Quando os modelos vazados para cada tipo de gesso foram seccionados,

não apresentaram nenhuma evidencia da porosidade similar na massa dos troquéis. Todavia, das

observações nas superfícies dos modelos, fica claro que uma reação ocorre ou com o material da

moldagem entre si, ou este e a presa do gesso, resultando em áreas de porosidades na superfície

do modelo, que esta em contato com o material de moldagem. Nota-se, também, que os defeitos

variam em número; que a ocorrência dos defeitos se deu no intervalo de tempo da polimerização,

do material de moldagem e devido ao vazamento do modelo. Os defeitos foram associados aos

tipos de siliconas de densidade fluida; contudo, nenhum defeito foi observado no contato da

massa com o gesso. Os autores pesquisaram o desprendimento de hidrogênio nos

polivinilsiloxanos, visando estabelecer uma relação entre as indicações para o vazamento

fornecidas pelos fabricantes e as situações laboratoriais. Os moldes foram vazados com quatro

tipos de gesso para troquel, usando as mesmas series de materiais de moldagem e intervalos de

tempo similares. Os materiais empregados no teste foram manipulados, de conformidade com as

orientações do fabricante. Ao’s a mistura, 1ml foi injetado dentro de um frasco de amostra de 5ml

e deixado polimerizar na temperatura ambiente, por 10 minutos. Este intervalo de tempo foi

adicionado para o regime de teste, a fim de simular o tempo de presa do gesso em contato com o

material de moldagem. Depois de decorridos 0,10, 15,30 minutos e 1,2,4 e 6 horas da

polimerização dos materiais de moldagem, as amostras foram purificadas, analiticamente, com

gás hélio puro. A quantidade de hidrogênio presente foi analisada por um Espectômetro. Dos

resultados obtidos, concluíram que; a quantidade de hidrogênio desprendido foi maior,

imediatamente após a mistura ter sido completada e diminuído a seguir, o fato do material

empregado, ser um polivinilsiloxano, não pode ser assumido que este estará completamente livre

de subprodutos, advindos da polimerização e eu as sugestões dos fabricantes, sobre o tempo de

vazamento deveriam ser seguidas.

Stevens, Spratley (1987), estudaram o comportamento dimensional de modelos obtidos

em gesso tipo IV (Fujirock), resina epóxica (Blue Star) e metalizados por prata reforçados com

resina acrílica. Utilizaram um modelo padrão metálico, o qual foi moldado com silicona de

adição (Baysilex), o molde com o modelo padrão ainda em posição foi colocado em um

recipiente com pressão de ar (Pneupress-T) de 413,5 Kpa. Após preenchimento dos moldes com

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gesso ou resina, o conjunto retornou ao recipiente para que o endurecimento dos materiais

ocorresse sob pressão. Todos os modelos apresentaram dimensões alteradas quando comparados

ao padrão metálico. Os modelos eletrodepositados por prata e reforçados com resina acrílica não

foram tão exatos quanto os obtidos com resina epóxica e gesso, entre os quais não houve

diferenças significativas. Os autores salientam que, na necessidade em se obter modelos

metalizados reforçados com resina acrílica para confecção de próteses parciais removíveis,

medidas adicionais são necessárias para melhorar sua precisão, uma alternativa seria o

forramento do eletrodepósito com material que apresente alteração dimensional mínima no local.

Bailey, Donovan, Preston (1988), realizaram um estudo onde avaliaram o comportamento

dimensional de troquéis obtidos em gesso tipo IV, em resina epóxica, e metalizados por prata.

Utilizando-se de silicona de adição, moldou-se um modelo mestre metálico que apresentava

marcações específicas para avaliação dimensional. Os moldes foram preenchidos com gesso sob

vibração mecânica, com resina epóxica após ter sido manipulada e submetida a vácuo de 30

lb/pol2, e metalizados por prata. Os troquéis em resina epóxica polimerizaram por 12 horas em

temperatura ambiente e então foram tratados termicamente por 2 horas a uma temperatura de

160ºC. Os troquéis metalizados por prata sofreram uma variação média de 0,42%, seguido pela

resina epóxica 0,60% e gesso 0,78%. Os autores concluíram que: os modelos obtidos com gesso

melhorado apresentaram a maior variação dimensional dos três sistemas avaliados, seguidos

pelos modelos obtidos em resina epóxica, os modelos metalizados por prata mostraram-se mais

precisos; não houve diferença estatisticamente significante na precisão dimensional entre os

sistemas avaliados; modelos metalizados e obtidos com resina epóxica são formas alternativas

aceitáveis à obtenção de modelos quando utilizados conforme indica o estudo.

Bloem et al., (1989), realizaram uma pesquisa onde avaliaram o comportamento

dimensional de modelos obtidos em resina epóxica Epoxydent, Epoxyresin, resina de poliuretano,

e metalizados por prata. Quando os três sistemas resinosos foram comparados com o modelo

mestre apresentaram respectivamente as seguintes variações dimensionais para resina epóxica

Epoxydente, Epoxyresin e resina poliuretana: 28-48, 12-45, 53-91 microns/mm2. Os autores

concluíram que os modelos metalizados foram mais precisos que os obtidos em resina epóxica e

poliuretano.

Dumfahrt, Schaffer, Roider (1989) examinaram modelos totais com 6 diferentes materiais

em sua estabilidade dimensional transversal. Sob condições padronizadas de impressão obtiveram

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modelo mandibular com 4 coroas estilizadas. Estes modelos foram medidos e comparados ao

original. Os gessos Fuji-rock e Die Keen mostraram a maior alteração dimensional. Devido à

contração de polimerização as resinas epóxicas Blue E e Metapox, assim como o poliuretano

Blue Star P obtiveram menor alteração dimensional transversal. Entre estes resultados

encontraram os modelos feitos com eletrodeposição de prata.

Schelb et al., (1991), investigaram a reprodução dos detalhes das superfícies de 4 siliconas

de adição (Absolute, Reprosil, cinch-Vinil e Express), com 14 marcas de gesso dental Tipo IV

(APL, Fuji Rock, Die Keen, Indic Die Stone, Diestone, Vel Mix, Supra Stone, Duroc, Glasstone,

UTK Blue, Yellow Prima Rock, Jade Stone, Violet Silky Rock e Supercal). Cada combinação de

material de moldagem e gesso dental foram usados para duplicar, através de um dispositivo

especial uma linha de 20µm. Os autores concluíram que : 1) A capacidade de reproduzir uma

linha de 20µm, variou entre as combinações das siliconas e gessos; 2) A combinação de

Absolute/Jade Stone Reproduziu a linha 100% das vezes, enquanto 21% das combinações

silicona/gesso não reproduziram as linhas todas as vezes; 3) as linhas foram reproduzidas em

todas as moldagens, mas somente em 32% dos modelos de gesso; 4) 12 combinações não

reproduziram, de algum modo, as linhas.

Bonachela (1991), verificou as alterações dimensionais em sete diferentes marcas de

gesso: sendo seis do tipo IV (Suprastone, Durone, GLastone, Polirock, Herostone e Vel-Mix) e

uma do tipo III (Rapid Stone), quando provenientes de moldes de uma silicona de adição (Provil

H). O autor realizou inicialmente 70 troquéis de gesso, sendo 10 para cada marca comercial,

utilizando–se de um dispositivo especial para análise dos desajustes. Estes foram medidos através

de um anel de medição em microscópio de profundidade, onde foram encontradas diferenças

entre os materiais empregados. Numa segunda fase, 42 novos troquéis receberam ceroplastia e

pecas fundidas em ligas de níquel-cromo foram obtidas. Os desajustes, foram agora, medidos

sobre o troquel-padrão de aço, sem que estes sofressem qualquer tipo de usinagem. Pôde-se

identificar peças mais precisas, provenientes de gesso Vel-Mix (tipo IV), com um menor

desajuste; e pecas, provenientes do Herostone (tipo IV), com maior desajuste.

Phillips (1991) destaca que o material de moldagem ideal seria alguma substância

suficientemente elástica para ser removida de áreas retentivas e retornar à forma original sem

distorções. Os elastômeros seriam primordialmente indicados nas moldagens dos dentes, nas

quais a elasticidade é um pré-requisito necessário. Relatam o método de avaliação de precisão

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dos materiais de moldagem que utilizam troquéis de aço padrões, que simulam preparos

cavitários, aos quais se adaptam perfeitamente fundições padrões. A moldagem do troquel padrão

e o vazamento do gesso especial para troquel permitem a avaliação do desajuste da fundição

padrão ao troquel de gesso, sendo justificado ignorar-se qualquer alteração dimensional do gesso.

Dentre as falhas comuns e as suas causas nas moldagens com elastômeros, citam que a distorção

dos moldes poderia ser causada pela contração de polimerização continuada da resina da

moldeira e pela falta de adesão a ela, pela espessura excessiva e não uniforme dos elastômeros,

por movimentos da moldeira durante a polimerização e pela remoção prematura ou inadequada

do molde da boca.

Eduardo et al., (1991), realizaram uma investigação das novas siliconas de adição e

constataram que este tipo de material de moldagem foi o que mais evoluiu nos últimos 10 anos.

Salientaram que a evolução das siliconas de adição tem contribuído para que a técnica “Twin-

mix” seja cada vez mais utilizada. Um dos últimos benefícios para essa técnica foi a

apresentação, tanto de pastas leves, quanto de pesadas no sistema automix-cartridge. Apesar

disso, a técnica de dupla impressão continua sendo muito bem indicada nos preparos

subgengivais, em que a primeira impressão como material mais denso, funciona como um

verdadeiro “casquete” para a segunda impressão com o material menos denso.

Zani (1993) avaliou o comportamento dimensional de três resinas epóxicas (Trok-Dente,

Epoxi Die e Sikadur 32) e de um gesso tipo IV (Polirock). Utilizou como padrão um modelo

cônico de aço inoxidável e dois modelos com preparos para coroas totais em dentes humanos

extraídos. As mensurações foram feitas em três diferentes áreas dos troquéis, e o grau de

contração variou conforme a região mensurada. Os troquéis resultantes do padrão de aço

apresentaram alterações maiores do que as observadas nos dentes preparados. Foi verificado que

quanto maior o volume de material, maior a contração.

Zani (1994) associou resina Sikadur 32 e gesso tipo V Exadur para um mesmo troquel, o

que acarretou expansão do troquel, obtendo-se réplicas muito próximas ao padrão. Avaliou

também a rugosidade da resina epóxica comparada com a do gesso, tendo sido os detalhes melhor

reproduzidos pela resina. O autor considerou as características do material epóxico animadoras, e

sugeriu que investigações continuadas poderiam definir mais claramente a adequabilidade clínica

destes materiais.

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Hondrum (1994), relatou que um material de moldagem deveria ter resistência suficiente

para permitir a remoção do sulco sem se romper, assim como adequada recuperação elástica. Para

observar essas propriedades realizou estudo para determinar e comparar a resistência ao

rompimento e a deformação permanente de elastômeros, envolvendo um polissulfeto, uma

silicona de adição e um poliéter. O polissulfeto apresentou maior resistência ao rasgamento do

que o poliéter e a silicona, entretanto, esse aspecto não foi observado com a deformação

permanente, sendo que o polissulfeto apresentou em função do teste de tração, deformação muito

maior após o teste de rompimento. O autor acrescentou que na remoção da moldagem o material

sob tensão apresentaria deslocamento em extensão na porção cervical.

Scotti et al., (1994), avaliaram o comportamento superficial de 11 materiais para obtenção

de modelos odontológicos, utilizando seis materiais a base de gesso (Fuji Rock, Prima Rock,

Silky Rock, Bluejey, Titanit, Vel-Mix), duas resinas epóxicas (Ivoclar Epoxy Resin Die Material,

Diemet), e três resinas de poliuretano (Purofit, Pink Topp, Steady Plast). O estudo realizado em

três etapas: análise macroscópica, análise microscópica, e análise perfilométrica. A análise

macroscópica não evidenciou diferenças entre os materiais testados. A análise microscópica

utilizando aumento de 40 vezes revelou que as resinas apresentaram uma superfície mais lisa

quando comparado aos gessos. Os gessos tiveram sua superfície melhorada com a utilização de

solução endurecedora preconizada pelo fabricante. Os gesso apresentaram uma excelente

definição nos ângulos, o que não foi observado para as resinas. O estudo perfilométrico revelou

que as resinas sempre produzem bons resultados em cópia de superfície, mas os gessos

apresentaram-se superiores na reprodução de ângulos. Os autores também fazem consideração à

não possibilidade de utilização da resina epóxica com hidrocolóides irreversíveis, devido a sua

liberação de calor durante a polimerização.

Derrien, Le Menn (1995) avaliaram a reprodução de detalhes pelo gesso Fuji-rock, resina

epóxica Epoxident, e resina de poliuretano Steady-plast. Realizou-se uma impressão de

polivinilsiloxano de uma matriz calibrada com marcações de 1 a 46 microns e posteriormente

utilizou-se os materiais para troquel que foram examinados com scaneamento por eletro-

microscopia e profilômetro bi-dimensional. Os resultados mostraram que o gesso não reproduz

detalhes menores que 20 microns devido a sua estrutura cristalina, ao passo que resina epóxica e

poliuretano reproduziram detalhes de 1 a 2 microns.

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Derrien, Sturtz (1995) afirmaram que exatidão dimensional, reprodução de detalhe,

resistência à abrasão, dureza de superfície, facilidade no manuseio, ausência de toxicidade e

compatibilidade com o material de moldagem são requisitos indispensáveis de materiais para

troquéis. Em seus estudos, então, analisaram essas propriedades em três materiais: o gesso

especial, Fuji Rock®; a resina epóxica, Epoxydent®; resina de poliuretano, Eudiroc®. Provaram

que o gesso tem uma resistência transversal limitada, pois sofreu fraturas facilmente ao ser

removido do molde, além de apresentar expansão de presa. A resina epóxica apresentou uma

resistência transversal quatro vezes maior que o gesso e raramente apresentou trincas ou fraturas

na remoção do molde. A resina de poliuretano apresentou propriedades mecânicas superiores,

com resistência transversal bem maior que os demais, além da ótima capacidade em reproduzir

detalhes finos.

Chaffee, Bailey, Sherrard (1997)a, avaliaram o comportamento dimensional de modelos

obtidos em gesso melhorado (Silky Rock) e resina epóxica (Ivoclar Epoxy Resin Die),

considerando a obtenção de modelo único, simulando modelo de um único dente. Modelos foram

fabricados a partir de moldes com silicona (Reprosil) e medidas foram feitas de três linhas de

referência. As medidas foram repetidas três vezes para o modelo mestre e para os modelos das

amostras avaliadas, uma medida média e alteração relativa percentual para cada dimensão foram

calculadas. Os resultados mostraram diferença significativa na alteração relativa de altura do

modelo nos grupos estudados. Concluíram que este sistema para obtenção de modelos em resina

epóxica proporciona grau de precisão dimensional comparável aos sistemas onde se emprega

produto de gipsita, quando utilizado a impressão com silicona de adição.

Chaffee, Bailey, Sherrard (1997)b, avaliaram o comportamento dimensional de modelos

obtidos em gesso melhorado (Silky Rock) e resina epóxica (Ivoclar Epoxy Resin Die),

considerando a obtenção de um arco completo. Modelos foram fabricados e medidas foram feitas

de marcas de referência para calcular dimensões do primeiro molar até a linha média, e entre os

primeiros molares, cada medida foi repetida três vezes e a média foi obtida, sendo calculada a

alteração média porcentual para cada dimensão. Os resultados revelaram que a diferença na

alteração relativa das duas dimensões era estatisticamente significante para os modelos em resina

epóxica. Concluíram que os materiais forneceram um grau semelhante de precisão dimensional

em reproduzir um arco completo quando a impressão era obtida com silicona de adição.

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Salientam que a resina epóxica utilizada no estudo foi uma alternativa aceitável para obtenção de

modelos de arco completo em substituição ao gesso melhorado tipo IV.

Soares et al., (1998), avaliaram a alteração dimensional de troquéis confeccionados em

resina epóxica (Trok-Dente; Sikadur 32; Die Epoxi) e um gesso tipo IV (Vel-Mix). As alterações

dimensionais foram mensuradas através do desajuste entre as superfícies oclusais dos troquéis

reproduzidos e de um anel de aço que se ajusta perfeitamente ao troquel de aço padrão. Os

autores concluíram que o gesso apresentou expansão enquanto as resinas epóxicas contração.

Laguilar et al., (1999), avaliaram a alteração dimensional de três tipos de gessos utilizados

para troquéis: gesso tipo IV, sintético e resinoso. Foi confeccionado um padrão metálico com

espaçador objetivando um alívio para o material de impressão. Foram confeccionados 30

casquetes em resina acrílica para as moldagens com silicona de adição (Extrude). As impressões

foram preenchidas com os materiais em análise, totalizando 10 modelos para cada material. Os

modelos foram analisados após sete dias em projetor de perfil com precisão de 0,001mm. Os

autores concluíram que os três materiais não diferem entre si para a variável estabilidade

dimensional e que todos apresentaram expansão em relação ao padrão.

Rodrigues et al., (1999), avaliaram o comportamento dimensional de modelos

odontológicos analisando modelos produzidos em resina epóxica Sikadur 32 e gesso melhorado

tipo IV Vel-mix. Foi obtido um molde de silicona de um manequim odontológico com quatro

pilares metálicos sextavados fixos, simulando um arco parcialmente desdentado. A partir do

molde foram produzidos modelos em resina e em gesso tipo IV, sendo o vazamento realizado

somente na porção correspondente aos dentes, e a base do modelo confeccionada em gesso tipo

III. Utilizando um paquímetro digital foram feitas mensurações nos modelos de gesso e resina,

não havendo diferenças estatísticas significantes quanto ao comportamento dimensional.

Vilar (1999) relatou que os poliuteranos (PU’s) foram descobertos por Otto Bayer em

1973. O autor assim descreveu o material: “Eles são normalmente produzidos pela reação de um

isocianato (di ou polifuncional) com um poliol ou outros reagentes (agentes de cura ou extensores

de cadeia) contendo dois ou mais grupos reativos. Os compostos contendo hidroxilas podem

variar quanto ao peso molecular, natureza química e funcionalidade. Os isocianatos podem ser

aromáticos, alifáticos, ciclo-alifáticos ou policíclicos. Os polióis podem ser poliéteres,

poliésteres, ou ainda possuir estrutura hidrocarbônica. A natureza química bem como a

funcionalidade dos reagentes pode ser escolhida de acordo com as propriedades desejadas. Esta

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flexibilidade de escolha de reagentes, possibilita a obtenção de ampla variedade de compostos

com diferentes propriedades físicas e químicas, que permite aos poliuretanos ocupar uma posição

importante no mercado mundial de polímeros sintéticos de alto desempenho. O autor relata que

em 1848, Wurtz foi o primeiro a sintetizar isocianatos pela reação de dietilsulfato e cianeto de

potássio. A primeira síntese de isocianato através da fosfogenação de amina foi mencionada por

Hentschel em 1984. Embora exista uma variedade de métodos para a síntese de isocianatos, a

fosfogenação de aminas tornou-se o único método de importância industrial. Em 1937, Otto

Bayer fez a primeira síntese de poliuretano a partir de diisocianato. O desenvolvimento comercial

dos poliuretanos começou na Alemanha no final da década de 1930, inicialmente com a

fabricação de espumas rígidas, adesivos e tintas. Os elastômeros de PU’s tiveram a sua origem no

início da década de 1940, na Alemanha e Inglaterra. A década de 1950 registrou o

desenvolvimento comercial dos PU’s em espumas flexíveis. Durante a década de 1960, o uso dos

clorofluorcarbonos (CFC’s) como agente de expansão das espumas rígidas resultou no grande

emprego deste material em isolamento térmico. Na década de 1970 as espumas semi-rígidas

revestidas com materiais termoplásticos foram largamente usadas na indústria automobilística.

Na década de 1980, o crescimento de importância comercial no campo de PU foi a moldagem por

injeção e reação (RIM) que deu ímpeto aos estudos das relações entre estrutura molecular e

propriedades dos poliuretanos. Finalmente, na década de 1990 presenciamos a preocupação com

o meio ambiente, com as pesquisas voltadas para a substituição dos CFC’s considerados danosos

à camada de ozônio terrestre. O mercado para produtos a base de poliuretanos, iniciado nos anos

1930, já atingia em 1995 um consumo mundial da ordem de 6,6 milhões de toneladas anuais de

isocianatos e polióis, comprovando ser um dos produtos mais versáteis empregados pela

indústria. Os maiores centros consumidores de PU’s são os Estados Unidos da América, Japão,

Europa e os demais países do Extremo Oriente com cerca de 86% do consumo total. O

crescimento médio anual durante os últimos dez anos foi superior a 5%. Nos últimos anos a

maior taxa de crescimento anual foi observada da Ásia, todavia, esta taxa tende a decrescer como

resultado da crise econômica na região. O autor relata ainda que é possível obter infinitas

variações de produtos pela combinação de diferentes tipos de polióis, isocianatos e aditivos, tais

como: extensores de cadeia, catalisadores, agentes de expansão, surfactantes, etc. Centenas de

aplicações foram desenvolvidas para atender diversos segmentos de mercado. Na área de

espumas os PU’s flexíveis se popularizaram nos segmentos de colchões, estofados e assentos

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automotivos; os semi-rígidos na indústria automotiva na forma de descança-braços, painéis, pára-

choques, e outros; e os rígidos no isolamento térmico de geladeiras, “freezers” e caminhões

frigoríficos e em painéis divisórios. Além disso, temos os PU’s sólidos usados como elastômeros,

revestimentos, tintas, adesivos, fibras, selantes, impermeabilizantes, etc. Com um consumo

estimado entre 400.000 a 500.000 toneladas anuais o mercado latino-americano representa cerca

de 7% a 8% do mercado mundial. O mercado brasileiro é aproximadamente 53% do total latino-

americano e 68% do Mercosul. No Brasil, com a instalação das fábricas de isocianatos e polióis,

na década de 1970, o setor ganhou impulso e evoluiu rapidamente. Em 1980, o setor consumia 80

mil toneladas de poliuretanos. Quinze anos mais tarde, a demanda dobrou, tornando-o o maior

consumidor de PU da América Latina, com um crescimento que se deu a taxas médias anuais de

15% no período de 1990 a 1994. O atual mercado brasileiro de PU’s comercializados sob a forma

de sistemas bicomponentes é estimado em 50.000 toneladas e apresenta altas taxas anuais de

crescimento. Como exemplo, a utilização de sistemas bicomponentes em solados e entressolas de

calçados, iniciada nos anos 1980 já atingia 25.000 toneladas em 1996. Atualmente, apresenta uma

taxa anual de crescimento anual de cerca de 20% e uma expectativa de consumo de 30.000

toneladas em 1998.”

Paquette, Taniguchi, White (2000), realizaram um estudo onde avaliaram o

comportamento dimensional de modelos obtidos com resina epóxica submetida a retardamento de

presa, sendo manipulada de acordo com as recomendações do fabricante e produtos de gipsita.

Foi utilizada resina epóxica da (Ivoclar, Schaan, Liechtenstein), gesso de alta resistência e alta

expansão (Die Keen), e gesso resinado (Resin Rock). Dez modelos foram obtidos para cada

material e o comportamento dimensional foi verificado com um microscópio, com três

mensurações para cada modelo. Os valores encontrados foram analisados estatisticamente

(ANOVA) e encontrou-se significância ao nível de (p<0.0001). Os autores concluíram que: o

retardo da reação de cura da resina epóxica melhorou o seu comportamento dimensional; a resina

epóxica de reação retardada foi a que apresentou maior semelhança com o modelo padrão

metálico; as resinas exibiram sutil contração e os gessos sutil expansão.

Dias et al., (2000)a, realizaram um estudo onde avaliaram o comportamento dimensional

de modelos obtidos em resina epóxica e gesso tipo V de expansão modificada. Foi utilizado um

padrão metálico com dois pontos hexagonais fixos, com dimensões semelhantes a um preparado

para coroa total de pré-molar e um molar, estando estes separados por uma distância simulando

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uma prótese fixa de três elementos com um pôntico central. Moldagens foram realizadas com

poliéter (Impregum) e moldeira individual. Os moldes foram preenchidos com os materiais para

modelo em análise e aguardou-se o endurecimento dos mesmos em temperatura ambiente. Os

modelos foram analisados com paquímetro digital e as mensurações realizadas seguindo

orientação hexagonal para os pilares e distância entre os pilares, sendo os resultados comparados

com o modelo padrão. Desse estudo pode-se concluir que os modelos de resina epóxica

apresentaram-se mais fiéis que os de gesso tipo IV e V, que não apresentaram diferenças entre si.

Dias (2000)b avaliou o uso da resina epóxica carregada com zirconita para obtenção de

modelos, a partir de moldes com elastômeros. Na oportunidade, o autor teve como proposta:

avaliar a compatibilidade entre o material obtido e quatro diferentes elastômeros encontrados no

comércio, bem como a dureza superficial, a rugosidade de superfície, o comportamento

dimensional, a capacidade de cópia de detalhes, a resistência à compressão e a resistência à

tração. Como parâmetro de comparação, foram utilizados nos ensaios dois materiais à base de

gipsita empregados na obtenção de modelos, gessos tipo IV e tipo V. Com a realização desse

estudo, o autor concluiu que a adição de silicato de zircônio na proporção de 1/1 em peso na

resina epóxica Epoxiglass 1504® e no endurecedor Epoxiglass 1603® proporcionou um material

resinoso para obtenção de modelos com bom potencial de escoamento, o que possibilitou

vazamento sem uso de vibração mecânica. A resina epóxica Epoxiglass 1504® apresentou

compatibilidade com elastômeros mercaptana, poliéter, silicona de polimerização por

condensação e adição sobre os critérios adotados no estudo, aderência e alteração na coloração

dos modelos obtidos. Modelos obtidos em resina epóxica Epoxiglass 1504® modificada por

adição de zirconita apresentaram menor dureza que modelos obtidos em gessos para troquel tipos

IV e V. Modelos obtidos com resina epóxica Epoxiglass 1504® apresentaram superior

comportamento tênsil quando comparados com modelos obtidos em gessos para troquel tipos IV

e V. A resina Epoxiglass 1504® apresentou fidelidade de cópia superior aos gessos tipo IV e V.

A adição de zirconita na resina epóxica Epoxiglass 1504® não prejudicou a capacidade de cópia

da resina, não alterou a sua lisura superficial, porém produziu ganhos nas suas propriedades

mecânicas, na dureza superficial, na resistência à compressão e na tração. O comportamento

dimensional da resina epóxica Epoxiglass 1504 modificada pela adição de zirconita possibilita

que este material resinoso possa ser utilizado na obtenção de modelos odontológicos precisos.

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Dias, Panzeri (2000), analisaram o comportamento tênsil de modelos odontológicos.

Segundo os pesquisadores, modelos odontológicos durante as fases laboratoriais do tratamento

protético estão sujeitos a varias tensões. Essa pesquisa avaliou de modelos de gesso tipo IV, V,

resina epóxica pura e modificada com zirconita, quando submetidos aos ensaios de compressão e

tração na Maquina Universal de Ensaios MOD.MEM 2000. Os moldes foram obtidos em gesso

Tuff Rock Fórmula 44 tipo IV, Exadur extra duro tipo V e com resina epóxica Epoxiglass 1504

manipulada com endurecedor “1603”. Esse material resinoso é de uso industrial e foi adaptado

para uso odontológico com acréscimo de zirconita no endurecedor e na resina, em relação de 1/1

em peso. Esta foi manipulada em relação de 35% entre resina e endurecedor, e os gessos

conforme recomendações dos fabricantes. Foram confeccionados 80 modelos cilíndricos com 12

mm de altura e 6 mm de diâmetro; vinte para cada material em análise, sendo 10 para o ensaio de

compressão e 10 para o ensaio de tração. Os modelos foram ensaiados após 24 de sua obtenção,

utilizando-se célula de carga de 2.000 Kgf e velocidade de 5mm/s. Os resultados analisados por

teste de Tukey HSD com alfa 0,05 mostraram diferenças significantes entre gessos e resinas

epóxicas para compressão e tração. Desta pesquisa pode-se concluir que modelos em resina

epóxica Epoxiglass e modificada com zirconita apresentam melhor comportamento tênsil que

modelos em gesso, e estão indicados nas reabilitações protéticas extensas quando o uso de

troquéis é intenso.

Nabak (2001), realizaram um estudo onde analisaram o segundo vazamento para

materiais elastoméricos. Segundo os autores, devido aos procedimentos laboratoriais, muitas

vezes torna-se necessário a confecção de 2 troquéis. Foi investigada a possibilidade de um

segundo vazamento para duas siliconas de adição (Panasil, Kettenbach-GMB; Express, 3M) e um

poliéter (Impregum-Espe). Utilizou-se uma matriz metálica cônica com sulcos horizontais que

permitia a leitura da altura. Os materiais de moldagem foram manipulados de acordo com as

instruções dos fabricantes, então, inseridos em moldeira individual, sendo o conjunto assentado

na matriz com trajetória de inserção fixa e com pressão constante de 400 g, permitindo por um

dispositivo de moldagem. Os moldes obtidos, 10 para cada material, foram preenchidos com

gesso tipo IV (Vel-Mix, Kerr). Foi realizado o primeiro vazamento de decorrido o tempo

preconizado pelo fabricante e o segundo após a remoção dos modelos do molde. A leitura da

distância entre os dois sulcos presentes na matriz e reproduzidos no modelo foi realizada em

microscópio comparador (Nikon, Measuroscope). A diferença estatisticamente significante só foi

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constatada para a silicona de adição Panasil, de acordo com os testes ANOVA e Tukey. Os

troquéis obtidos do segundo vazamento da silicona de adição Express e do poliéter Impregum

não apresentaram alterações estatisticamente significantes, enquanto a silicona de adição

apresentou troquéis subdimensionados (0,3%).

Rodrigues, Dias (2001), realizaram um estudo onde avaliaram a resina acrílica

termocondicionada como material de moldagem. Segundo os autores, as restaurações fixas são

rotineiramente fabricadas sobre um modelo de gesso, obtidos a partir de um molde de elastômero

do dente preparado. A precisão na adaptação é diretamente influenciada pelas propriedades dos

materiais utilizados na moldagem e fabricação dos modelos. O objetivo deste trabalho foi avaliar

comparativamente o desajuste cervical de infra-estruturas metálicas a partir da técnica de

obtenção de moldes em casquete acrílico carregado com resina acrílica (Duralay, Dental Mfg.

Co.) vazados em resina epóxica (Sikadur 32, Sika) com moldes de poliéter (Impregum, Espe)

vazados em gesso tipo IV (Vel-Mix, Kerr). Foi utilizado um dispositivo para moldagem

semelhante a um delineador na moldagem de um troquel mestre, sendo obtidos 10 troqueis em

resina epóxica e 10 em gesso tipo IV e para cada troquel foi confeccionada uma estrutura

metálica. O desajuste cervical das infra-estruturas metálicas ou troquel mestre foi medido com o

auxilio de microscópio comparador, em quatro pontos diametralmente opostos nas bordas

cervicais. A associação Duralay/Sikadur 32 apresentou menor desajuste (4,96 µm) que o

Impregum/Vel-Mix (7,81 µm), com diferença estatisticamente significante (teste t de Student) ao

nível de 5,0%. Dentro dos limites do estudo, pode-se concluir que apesar da diferença estatística,

ambas as técnicas de moldagem proporcionaram excelente adaptação cervical.

Almeida et al., (2002) afirmaram que o conhecimento da alteração e estabilidade

dimensional de materiais para a obtenção de troquéis é imprescindível na precisão e justeza de

adaptação dos trabalhos protéticos laboratoriais. Os gessos odontológicos são amplamente

utilizados e uma geração a base de polímeros está sendo introduzida para esta finalidade. Os

autores compararam a estabilidade dimensional linear do poliuretano (Quartz-die-Zhermack) com

gessos tipo IV (Vel-mix-Kerr) e V (Exadur-Polidental). Foram confeccionados três pares de

corpos-de-prova para cada material estudado, com dimensões de 3 cm de diâmetro e 1,5 cm de

altura, sobre uma plataforma metálica para reprodução de detalhes, seguindo a especificação

número 25 da AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. Medidas padronizadas dos corpos-de-

prova foram realizadas em 24 horas, 3 dias e 7 dias, utilizando-se um projetor de perfis (Jones &

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Lamson) com ampliação de 10X. Os resultados obtidos foram comparados aos das linhas

correspondentes aos da plataforma metálica e submetidos a tratamento estatístico (ANOVA) de

medidas repetidas com nível de significância de 5%. Concluiu-se que não houve diferenças

estatisticamente significantes para os materiais estudados e o tempo, porém a análise quantitativa

da média percentual da alteração dimensional linear dos corpos-de-prova revelou que o

poliuretano Quartz-die apresentou os menores valores de alteração dimensional para todos os

intervalos de tempo empregados, seguido dos gessos Vel-mix e Exadur. Entretanto, os autores

sugeriram realizar maiores pesquisas avaliando e comparando outras propriedades de interesse na

prática laboratorial deste poliuretano.

Dias (2003) avaliou a resina epóxica Epoxiglass 1504® modificada com diatomita para

confecção de modelos, comparando os resultados obtidos com gessos tipo IV e V. A adição de

carga na resina foi realizada em proporção, o que proporcionou um material com bom potencial

de escoamento, dispensando necessidade de vibração mecânica para obtenção dos modelos. Os

gessos e a resina foram manipulados conforme recomendações dos fabricantes. Foram realizadas

silanização da carga diatomita e análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV) para

avaliar a efetividade da silanização. Para obtenção dos modelos, quatro matrizes de dimensões

particulares foram desenvolvidas. Modelos obtidos com gesso tipo IV, Durone®, Fuji Rock®,

Rock Plus® e tipo V Durone®, como também obtidos com resina epóxica Epoxiglass 1504 pura,

modificada com diatomita ,silanizada foram analisados em microscópio eletrônico de varredura

(MEV). Foi realizada análise da compatibilidade da resina com elastômeros de moldagem. Os

modelos obtidos em gesso e resinas foram submetidos a ensaios de análise do comportamento

dimensional, da capacidade de reproduzir e manter detalhes presentes no molde, da resistência ao

desgaste por abrasão, da resistência à fratura por impacto, da resistência à compressão, da

resistência à tração por compressão diametral e da rugosidade superficial. Os resultados foram

tabulados e analisados estatisticamente e possibilitaram concluir que a resina modificada com

diatomita permite a obtenção de modelos precisos e duráveis.

Lindquist et al., (2003), verificaram se haveria ou não diferença na resistência abrasiva

nos gessos tipo IV e V, com o uso de um endurecedor de superfície. Utilizaram, então, três

gessos tipo IV (Vel-Mix®, Resin Rock® e Silky Rock®) e um tipo V (Die Keen®). Avaliaram

também a possibilidade de reduzir a absorção de umidade do ambiente, onde utilizaram um gesso

tipo III (Microstone®) e dois gessos tipo IV (Silky Rock® e Resin Rock®). Eles utilizaram como

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endurecedor de superfície o Permabond 910 e o Clear Coat. Os resultados mostraram que o gesso

tipo IV (Vel-Mix®) sem o endurecedor de superfície mostrou significativamente menos

resistência abrasiva quando comparados com espécimes do mesmo gesso revestido com

endurecedor de superfície (Clear Coat®). Também a absorção de umidade (água) foi

significativamente menor para o gesso tipo III (Microstone®) e tipo IV (SilKy Rock®) quando

um endurecedor de superfície foi aplicado.

Stolf et al., (2004), avaliaram e compararam a textura superficial de amostras de gessos

especiais do tipo IV (Vel-Mix, Densite, Herostone, Durone), do tipo V (Exadur) e do reforçado

com resina (Rock Plus). Seis corpos de prova para cada marca comercial foram confeccionados,

utilizando-se um dispositivo constituído de uma liga metálica. Uma base de silicona de

condensação foi produzida para suportar o padrão metálico e a massa de gesso após sua

espatulação até a reação de presa. O exame da superfície foi realizado com rugosímetro. Os

resultados mostraram o melhor desempenho de um gesso tipo IV (Vel-Mix) e do reforçado com

resina (Rock Plus).

Donovan, Chee (2004) relacionaram as propriedades ideais dos materiais de impressão

como precisão, retorno elástico, estabilidade dimensional, escoamento e flexibilidade, hidrofilia,

conforto, custo e os princípios críticos nas técnicas de manipulação. Foram analisados vários

materiais disponíveis para uso odontológico, sendo dispensada mais atenção aos

polivinilsiloxanos pois, segundo os autores, estes são os materiais mais utilizados.

Kenyon et al., (2005) compararam a precisão dimensional linear de sete materias para

confecção de troquéis. Os autores utilizaram um troquel padrão metálico análogo a um preparo

para coroa total, e realizaram 3 mensurações (1: vertical; 2 e 3 horizontal) em 3 linhas de

referência. Foram obtidas 10 impressões de polivinilsiloxano para cada material e submeteram a

análise estatística. Os materiais que mais se aproximaram da matriz foram o gesso tipo IV

impregnado por resina e o troquel metalizado (lâmina de cobre), sem diferenças estatisticamente

significante entre eles, mostrando maior precisão dimensional que os outros materiais testados.

Troquéis de resina composta apresentaram excessiva contração. Os gessos convencionais IV e V

exibiram expansão comparável à contração exibida por troquéis de resina epóxica. Os troquéis de

resina de poliuretano apresentaram uma combinação de expansão linear e contração.

Pereira (2005) avaliou o comportamento mecânico e a compatibilidade com diferentes

materiais de moldagem de resina de poliuretano empregada na modelagem odontológica. A

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resina (Quartz-die) foi colocada em contato com hidrocolóide irreversível, godiva, pasta zinco-

enólica, polissulfeto, silicona de adição, silicona de condensação e poliéter, sendo avaliada em

função dos critérios aderência e alteração na coloração do modelo obtido. Trinta e dois corpos de

prova obtidos a partir de matriz metálica moldada com silicona de condensação foram

submetidos aos ensaios de dureza e resistência compressiva. Oito corpos de prova em resina de

poliuretano e oito em gesso tipo IV(Durone) foram ensaiados na máquina de ensaios universal

EMIC DL 2000, com célula de carga de 2000Kgf e velocidade de 0,05mm/min. Oito corpos de

prova em resina de poliuretano e oito em gesso tipo IV foram ensaiados no Durômetro Sussen

Wolpert tipo Testor HTl, empregando penetrador esférico de 12,7mm com pré-carga de 10kg e

carga final de 60Kg, estabelecendo valores para dureza Rockwell. Os valores obtidos foram

submetidos ao teste não-paramétrico de Kruskall-Wallis com p<0,05. Os resultados

possibilitaram concluir que: a resina de poliuretano é compatível com os materiais de moldagem

empregados no estudo, com exceção do poliéter. Vale ressaltar que a não-compatibilidade do

poliéter pode ser controlada com uso de desmoldante. A resina de poliuretano apresentou inferior

dureza superficial e inferior resistência compressiva quando comparado com o gesso tipo IV.

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3 PROPOSIÇÃO

Este estudo avaliou o comportamento dimensional e a rugosidade superficial de diferentes

materiais empregados na modelagem odontológica.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Materiais

Foram avaliados 7 materiais de modelagem (uma resina de poliuretano, duas resinas

epóxicas e quatro gessos odontológicos):

- Resina de poliuretano Exakto-Form – (Bredent) - (Figura 1).

- Gesso tipo IV Fuji Rock (GC) – (Figura 2).

- Gesso tipo IV RockPlus resinado (Polidental) – (Figura 3).

- Gesso tipo IV Durone (Dentsply) – (Figura 4).

- Gesso tipo V Durone (Dentsply) – (Figura 5).

- Resina Epóxica Sikadur 32 –(Sika) – (Figura 6).

- Resina Epóxica Epoxiglass 1504 – (Epoxiglass Ind. E Com. de Produtos Químicos Ltda). –

(Figura 7). Modificada com diatomita por Dias (2003).

Materiais acessórios:

- Silicona de polimerização por adição President – (Coltène).

- Cubeta de borracha (Jon).

- Espátula para manipulação de gesso (Inox – Jon).

- Pincel com pêlo de marta número 308 - 0 (Tigre).

- Pipeta graduada: 1ml 1/100 (Vidrolabor - Indústria Brasileira).

- Seringa descartável tipo Luer para mensuração volumétrica de água (Beckton-Dickson).

- Placa de vidro (Jon).

- Lâmina de vidro com 26X76mm (Perfecta Ind. Com. de Lâminas de Vidro. Ibitinga-SP, Brasil).

- Espátula metálica n.24 (Duflex).

- Seringa para moldagem (Jon).

- Bolinhas de isopor para artesanato (Casas Belloti – Juiz de Fora).

- Gotejador - Peter Thomas (Duflex).

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FIGURA 1 – Resina de Poliuretano (Exakto-Form).

FIGURA 2 – Gesso tipo IV Fuji Rock.

FIGURA 3 – Gesso tipo IV resinado Rock Plus.

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FIGURA 4 – Gesso tipo IV Durone.

FIGURA 5 – Gesso tipo V Durone.

FIGURA 6 – Resina epóxica Sikadur 32.

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FIGURA 7 – Resina epóxica Epoxiglass 1504.

4.2 Perfil técnico dos materiais empregados nos ensaios

Silicona de polimerização por adição - President (Coltenè):

Polivinilsiloxano, elastômero de silicone por adição.

Material manipulado manualmente com alta viscosidade.

Putty soft: base – marron e catalizador – cinza claro;

ISO 4823, Tipo 1, alta consistência;

ADA Spec. N 19, Tipo 1, muito alta. Resina de poliuretano Exakto-Form (Bredent – Germany):

Componente A e B.

Proporção de mistura 1:1.

Tempo de mistura: 30 segundos.

Tempo de trabalho: 2-3 minutos.

Separação da impressão: após 30 minutos.

Polimerização final máxima: 1 hora e 30 minutos.

Gesso tipo IV Fuji Rock: (GC EUROPE n.v. – Interleuvenlaan, 13 – Leuven, Belgium)

Sulfato de cálcio alfa hemihidratado e corante.

Proporção água-pó: 19ml/100g.

Tempo de presa inicial: 12 minutos.

Expansão de presa: 0,08%.

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Resistência à compressão: 53 Mpa.

Métodos de testes: ISO 6873.

Lote: 0407122.

Gesso resinado tipo IV Rock Plus (Polidental):

Sulfato de cálcio: 99%.

Proporção água-pó: 19ml/100g.

Tempo de trabalho: 7 minutos.

Tempo de presa (23 graus centígrados): 10 minutos.

Expansão de presa: 0,07% (linear).

Resistência à compressão: (úmido) – 635 Kg/cm2.

(seco) – 1300 Kg/cm2.

Lote: 7892985001454. Gesso tipo IV Durone (Dentsply):

Sulfato de cálcio alfa hemihidratado e corante.

Proporção água-pó: 19ml/100g.

Tempo de presa inicial: 8 minutos.

Expansão de presa: 0,09%.

Resistência à compressão: 1 hora – 7000 psi.

7 dias – 15000 psi.

Lote: 244977. Gesso tipo V Durone (Dentsply):

Sulfato de cálcio alfa hemihidratado.

Proporção água-pó: 19ml/100g.

Tempo de presa inicial: 7 minutos.

Expansão de presa: 0,20%.

Resistência à compressão: 1 hora – 7000 psi.

7 dias – 15000 psi.

Lote: 8618.

Resina Epóxica Sikadur 32 (Sika – Santiago – Chile):

Sikadur 32 O/T 125897 (lote).

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Parte B B/3.

Parte A B/3

Sikadur 32 é um adesivo estrutural fluído, fornecido em dois componentes, resina epóxi e

endurecedor. É recomendado para colagem de superfícies de concreto, argamassa, cimento-

amianto, madeira, cerâmica, mármore, epóxi e outros materiais de construção.

Características: duração de vida (pot-life) da mistura: 40 min. (25°C).

Cura inicial: 4horas.

Cura final: 7 dias.

Resistência à compressão: 60 MPa (24 horas).

Substrato: A superfície tratada deve ser sólida, estar limpa, livre de impurezas, poeira, óleo. Pode

haver umidade mas sem saturação.

Relação de Mistura: A:B= 2:1 em peso.

Composição: Componente A – Resina epóxi e cargas.

Componente B – Endurecedor amínico e cargas.

Resina Epóxica Epoxiglass 1504 modificada com diatomita silanizada (DIAS, 2003):

Resina epóxica de baixa viscosidade, transparente, sem material de enchimento.

Durabilidade de 12 meses (25 graus centígrados).

Peso específico: 1.05-1.12g/cm3.

Tempo de trabalho: 20 minutos.

Tempo de endurecimento: mínimo de 6 horas.

(Carga: diatomita)

Preparo da resina Epoxiglass 1504 modificada com diatomita, de acordo com Dias (2003):

O acréscimo da diatomita (Figura 10) no endurecedor e na resina foi realizado em uma

relação de 30%, ou seja, para cada 100g de resina adicionou-se 30g de diatomita, material

pulvurulento, formado pelo acúmulo de frústulas silicosas de algas diatomáceas mortas. O

critério para a seleção da referida quantidade percentual de carga foi definido a partir da

manutenção da capacidade de escoamento da resina e do endurecedor de maneira que a resina

carregada permitisse vazamento do molde sem necessidade de vibração mecânica.

A resina foi manipulada de acordo com as especificações do fabricante, que estabelece

uma relação de 35% em peso entre a resina e o endurecedor, sendo a manipulação realizada

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manualmente em sentido circular com baixa intensidade durante 5 minutos, em pote plástico

descartável (Figura 8 e 9).

FIGURA 8 – Preparo da resina epóxica Epoxiglass 1504

FIGURA 9 – Preparo da resina epóxica Epoxiglass 1504

FIGURA 10 – Diatomita

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4.3 Equipamentos

- Vibrador mecânico de bancada para vazamento de gesso (EDG – São Paulo).

- Balança digital Filizola MF-3 com precisão de 0,5 gramas, com capacidade máxima de 3 quilos

(Indústria Filizola S/A Ltda, São Paulo, Brasil).

- Rugosímetro ( Mitutoyo SJ. 201P - Japão)

- Microscópio Óptico 40X (Measurescope Nikon – Nippon Kogaru K.K., Japão)

4.4 Apresentação e descrição das matrizes (projeto da matriz) Matriz multifuncional (1): A matriz multifuncional, que possibilita a condução de diferentes estudos/ensaios, foi

confeccionada na oficina de precisão MetalPoços (Poços de Caldas – MG), a partir do projeto

desenvolvido com o programa Auto-cad, com o objetivo de facilitar a sua reprodução em

qualquer oficina de precisão.

Esta matriz é composta por três partes rosqueáveis entre si (Figura 11), cuja base

apresenta quatro cones metálicos eqüidistantes, com detalhes esculpidos em sua extensão e ápice,

conforme descrito no projeto da matriz multifuncional (1). A porção inferior da base é articulada

à porção que sustenta os cones metálicos através de um parafuso Allen com cabeça M6, o que

permite seu desrosqueamento sem que tensões sejam transmitidas aos materiais de moldagem do

estudo e que estejam envolvendo os cones e seus detalhes (Figura 13).

As duas outras partes constituem o corpo e a tampa da moldeira da matriz. O corpo é

rosqueado à sua base para reter os materiais de moldagem e impedir seu deslocamento lateral.

Após vertido o material, a tampa da moldeira é rosqueada lenta e suavemente para que haja o

extravasamento do excesso do material através dos orifícios presentes no corpo da moldeira

(Figura 14).

Três moldeiras idênticas compõem este conjunto, permitindo a obtenção de três

impressões que repousarão simultaneamente durante o tempo requerido pelo material de

moldagem utilizado, e após vertidos os materiais de modelagem, resultarão em 12 corpos-de-

prova obtidos a partir da mesma mistura.

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Projeto da matriz (1):

FIGURA 11 – Projeto da Matriz (1)

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FIGURA 11 – Projeto da Matriz (1)

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Matriz (2):

Para a confecção da matriz (2) foram utilizados anéis metálicos sextavados (porca

metálica número 8), com diâmetro interno de 6mm, sendo 12mm o diâmetro externo, e 6mm a

altura, apoiado em lâmina de vidro com 26X76mm (Figura 12).

Projeto da matriz (2):

FIGURA 12 – Projeto da matriz (2)

Para realizar a avaliação da rugosidade superficial no rugosímetro Mitutoyo SJ. 201, foi

confeccionada um suporte em madeira, onde foi entalhado um orifício de formato hexagonal com

retenções em suas paredes laterais para reter um reembasamento do hexágono, realizado com

silicona de polimerização por adição, que tem o objetivo de ajustar o hexágono à matriz

metálica, também hexagonal, estabilizando-a no mesmo nivelamento horizontal da madeira e

impedindo movimentações laterais durante a leitura. Ainda na madeira, externamente à matriz e à

silicona foram realizadas marcações retas transversais orientadas pelas vertentes hexagonais, que

cruzam os ápices do hexágono da matriz, e por onde as leituras com o rugosímetro devem ser

reproduzidas através do mesmo ponto em todos os corpos-de-prova (Figura 21 e 22). Devido à

propriedade elástica da silicona, as matrizes que contêm o material podem ser trocadas para as

análises subsequentes, após serem removidadas por meio de uma haste metálica (broca para peça

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de mão esférica número-2) que passa pelo fundo da matriz e empurra os corpos-de-prova

removendo-os do casulo. 4.5 Métodos

4.5.1 Obteção da amostra e realização dos ensaios

4.5.1.1 Estudo do comportamento dimensional

Empregando-se a matriz multifuncional (Figura 13), foi realizada a moldagem dos cones

metálicos e seus detalhes particulares a serem analisados. Com a utilização de três moldeiras

individualizadas para a matriz, foram moldados com silicona de polimerização por adição

(President – Coltène) na técnica de impressão única (dupla mistura com moldagem em único

tempo). O material fluido, depois de manipulado, foi dispensado através de uma seringa de

moldagem na superfície da matriz a ser moldada, enquanto o material denso, após manipulado,

foi acomodado à moldeira. A moldeira da matriz foi vagarosamente rosqueada com o objetivo de

permitir o escoamento do material de moldagem pelos orifícios confeccionados para esta

finalidade (Figura 14), resultando em impressões precisas (Figura 15). Foram obtidas três

impressões para cada material de modelagem, que permaneceram em repouso por uma hora

(Figura 15). Estas impressões foram preenchidas com gesso tipo IV Durone, gesso tipo V

Durone, gesso resinado tipo IV Rock Plus, gesso tipo IV Fuji Rock (manipulados manualmente

seguindo-se as recomendações dos fabricantes, que estabelecem uma relação água-pó

determinada com o auxílio de balança digital e pipeta milimetrada), resina epóxica Sikadur 32,

resina epóxica Epoxiglass 1504 modificada com diatomita e resina de poliuretano Exakto-Form

(manipuladas seguindo-se as recomendações dos fabricantes, que podem ser verificadas no perfil

técnico de cada material). Para realização do vazamento dos moldes com os gessos empregou-se

pincel e vibração mecânica. Em função da alta fluidez da resina de poliuretano (Figuras 16, 17,

18) e da resina Epoxiglass 1504 (Figura 19) não foi necessário o uso de vibração para o

vazamento, que foi realizado com auxílio de pincel e gotejador de Peter Thomas. A resina

epóxica Sikadur 32 necessitou ser acomodada cuidadosamente aos detalhes mais profundos do

molde com bolinhas de isopor devido à sua maior viscosidade (Figura 20). Decorrido o tempo de

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endurecimento dos materiais de modelagem, os modelos foram separados das impressões,

totalizando a amostra em 12 corpos de prova para cada material em análise.

Com a finalidade de analisar o comportamento dimensional dos materiais de modelagem,

9 corpos de cada material foram analisados no Microscópio Óptico Nikon (Figura 21) com

aumento de 40 vezes, onde mediu-se 3 vezes a distância entre duas linhas detalhadas no corpo

dos cones metálicos (1, 2, 3) distantes entre si em 4,000 micrômetros (detalhe A – Figura 11).

Essa mensuração foi comparada à obtida na matriz metálica e as diferenças encontradas

determinaram o comportamento dimensional vertical dos materiais analisados. Para determinar o

comportamento dimensional horizontal foi realizado mensuração da distância das margens de

uma linha (0,467 micrômetros) detalhada no ápice do cone X.

FIGURA 13 – Matriz multifuncional

FIGURA 14 – Moldagem dos detalhes da matriz

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FIGURA 15 – Impressões

FIGURA 16 – Resina de poliuretano Exakto-Form (componentes A e B)

FIGURA 17 – Mistura dos componentes

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FIGURA 18 – Produto da mistura dos componentes

FIGURA 19 – Fluidez da resina epóxica Epoxiglass 1504

FIGURA 20 – Viscosidade da resina epóxica Sikadur 32

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FIGURA 21 – Microscópio Nikon Measurescope

4.5.1.2 Estudo do comportamento superficial (rugosidade)

Para avaliar o comportamento superficial (rugosidade) dos materiais, foram

confeccionados 21 corpos-de-prova, sendo 3 para cada material de modelagem. Os corpos-de-

prova foram obtidos utilizando-se como matriz (2), descrita no Projeto 2 (Figura 12). Os

materiais após manipulados foram vertidos nos círculos internos das matrizes e aguardou-se o

tempo de endurecimento específico para cada material. A superfície destinada à leitura da

rugosidade superficial foi armazenada de forma a não permitir toques de instrumentais, evitando

imperfeições que pudessem alterar as leituras.

Empregando-se o rugosímetro, três leituras foram realizadas em cada corpo-de-prova,

seguindo orientação das vertentes hexagonais da matriz, totalizando 9 leituras para cada material.

O rugosímetro apresenta uma haste com uma agulha que percorre a superfície a ser analisada

gerando um valor em micrômetros que corresponde a rugosidade média superficial (Ra), (Figuras

22 e 23).

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FIGURA 22 – Rugosímetro Mitutoyo SJ. 201P

FIGURA 23 – Leitura da rugosidade superficial nas vertentes hexagonais

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5 RESULTADOS

De acordo com a metodologia utilizada para cada uma das variáveis estudadas, os

resultados foram agrupados e organizados em ítens para melhor análise e discussão.

5.1 Comportamento Dimensional:

O Quadro1 apresenta as medidas da matriz e as respectivas medidas dos corpos-de-prova

nas direções horizontal e vertical (1, 2 e 3).

Para análise do comportamento dimensional, utilizou-se a análise da variância como base

da decisão para verificar se as pequenas diferenças entre as medidas são significativas do ponto

de vista estatístico. Para isto, utilizou-se a função de Fisher ( função F com os graus de liberdade

de funções dos números de coluna e de linhas das tabelas).

O valor teórico da função F (0,05; n1; n2) é calculado considerando estes graus de

liberdade e o nível de significância alfa = 5%, também conhecido como erro do tipo 1, que

significa que de acordo com o resultado do teste, está se tomando uma decisão com 95 % de

probabilidade de acerto.

QUADRO 1 – Avaliação dimensional dos modelos obtidos (valores em micrômetros)

Horizontal Vertical (1) Vertical (2) vertical (3)

Matriz 0,467 4,006 4,003 4,000

Poliuretano 0,459; 0,475; 0,463 4,004; 4,139; 4,030 4,004; 3,990; 3,989 4,027; 4,000; 4,023

Epoxiglass 0,457; 0,430; 0,460 4,214; 4,435; 3,998 4,107; 4,015; 4,001 4,043; 4,020; 3,985

Sikadur 32 0,522; 0,522; 0,470 4,000; 4,004; 3,997 3,942; 4,009; 3,998 3,989; 3,995; 3,993

Fuji Rock 0,531; 0,450; 0,479 3,985; 3,943; 3,982 3,973; 3,996; 3,986 4,078; 4,024; 4,025

Durone V 0,471; 0,492; 0,502 3,995; 4,035; 3,991 4,001; 3,989; 4,031 4,008; 4,013; 3,989

Durone IV 0,501; 0,560; 0,493 4,005; 4,011; 3,950 3,921; 4,006; 4,017 3,948; 3,889; 4,346

Rock Plus 0,505; 0,473; 0,463 3,970; 3,960; 3,830 3,974; 3,954; 3,971 3,995; 3,998; 4,016

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5.2 Descrição do método estatístico:

Análise estatística utilizada: Anova - uma via (One way classification) – modelo de efeito fixo

(origens dos materiais analisados são fixas e que as medidas amostrais são provenientes desta

fonte).

5.3 Análise estatística do comportamento dimensional na direção horizontal:

QUADRO 2 – Média das medidas do comportamento dimensional na direção horizontal.

Matriz Poliuretano Epoxiglass Sikadur 32 Fuji Rock Durone V Durone IV Rock Plus

Horizontal 0,467 0,459

0,475

0,463

0,457

0,430

0,460

0,522

0,522

0,470

0,531

0,450

0,479

0,471

0,492

0,502

0,501

0,540

0,493

0,505

0,473

0,463

Média 0,467 0,466 0,449 0,505 0,487 0,488 0,518 0,480

QUADRO 3 – Análise de variância para comportamento dimensional na direção horizontal.

Análise da variância para a dimensão horizontal Fonte Soma dos

Quadrados Graus de liberdade Média quadrada

Entre materiais ss3 = 0,0100 c-1 6 ss3/6 0,0017 Dentro dos materiais ss2 = 0,0100 rc-c 14 ss2/14 0,0007 Total ss = 0,0200 20 ss/20 0,0010 Cálculo de F F = SS*3/SS*2 = 0,017/0,0007 = 2,333 Cálculo do F(0,05; 6; 14) = 2,848

Dado que F = 2,33 é menor que F (0,05; 6;16) = 2,85; aceita-se a hipótese de que as distribuições

do comportamento dimensional na direção horizontal são iguais.

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COMPORTAMENTO DIMENSIONAL DOS MATERIAIS NA HORIZONTAL

0,47 0,47

0,45

0,50

0,49 0,49

0,52

0,48

0,400

0,420

0,440

0,460

0,480

0,500

0,520

0,540

MATERIAIS

DIM

ENSI

ON

AL

FIGURA 24 – Comportamento Dimensional dos materiais na direção horizontal.

5.4 Análise estatística do comportamento dimensional na direção vertical:

O Quadro 4 apresenta as medidas da matriz (1,2 e 3) e dos respectivos corpos-de-prova na direção vertical e suas médias.

QUADRO 4 –Média dos resultados nas direções verticais. Matriz Poliuretano Epoxiglass Sikadur 32 Fuji Rock Durone V Durone IV Rock Plus

Vertical 1 4,006 4,004

4,139

4,030

4,214

4,435

3,998

4,000

4,004

3,997

3,985

3,943

3,982

3,995

4,035

3,991

3,005

4,011

3,950

3,970

3,960

3,830

Vertical 2 4,003 4,004

3,990

3,890

4,107

4,015

4,001

3,942

4,009

3,998

3,973

3,996

3,986

4,001

3,989

4,031

3,921

4,006

4,017

3,974

3,954

3,971

Vertical 3 4,000 4.027

4,000

4,025

4,043

4,020

3,985

3,989

3,995

3,993

4,078

4,024

4,025

4,008

4,013

3,989

3,948

3,889

4,346

3,995

3,998

4,016

Média

4,00 4,01 4,09 3,99 4,00 4,01 4,01 3,96

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QUADRO 5 – Análise de variância para comportamento dimensional na direção vertical.

Análise da variância para a dimensão vertical

Fonte Soma dos quadrados Graus de liberdade Média quadrada

Entre materiais ss3 = 0,0829 c-1 6 ss3/6 0,0138

Dentro dos materiais ss2 = 0,3909 rc-c 56 ss2/14 0,0070

Total ss = 0,4738 62 ss/20 0,0076

cálculo de f

f = SS*3/SS*2 = 0,0138/0,007 = 1,98

f (0,05;6;56) = 2,27

Dado que F = 1,98 é menor que F (0,05;6;56) = 2,27, aceita-se a hipótese de que as distribuições

do comportamento dimensional na direção vertical são iguais.

COMPORTAMENTO DIMENSIONAL DOS MATERIAIS NA DIREÇÃO VERTICAL E HORIZONTAL

4,00 4,01 4,09 3,99 4,00 4,01 4,01 3,96

0,487 0,488 0,518 0,4800,5050,4490,4660,467

0,000,501,001,502,002,503,003,504,004,50

MATRIZ

POLIURETANO

EPOXIGLA

S

SIKADUR 32

FUGI ROCK

DURONE V

DURONE IV

ROCK PLU

S

MATERIAIS

MÉD

IA D

O D

IMEN

SIO

NA

L

FIGURA 25 - Comportamento Dimensional

(direções: vertical -azul ; horizontal-vermelho)

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5.5 Comportamento Superficial

O Quadro 6 apresenta os resultados das leituras, em rugosímetro, da rugosidade

superficial da matriz e dos corpos-de-prova dos diferentes materiais de modelagem, juntamente

com suas médias.

Para análise da rugosidade superficial, utilizou-se a análise da variância como base para

verificar se as pequenas diferenças entre as medidas são significatsivas do ponto de vista

estatístico . Para isto, utilizou-se a função de Fisher ( função F com os graus de liberdade de

funções dos números de coluna e de linhas das tabelas. O valor teórico da função F (0,05; n1; n2)

é calculado considerando estes graus de liberdade e o nível de significância alfa = 5%, também

conhecido como erro do tipo 1, que significa que de acordo com o resultado do teste, está se

tomando uma decisão com 95 % de probabilidade de acerto.

QUADRO 6 – Avaliação da rugosidade superficial (medida em micrômetros).

Poliuretano Epoxiglass Sikadur 32 Fuji Rock Durone V Durone IV Rock Plus0,20 0,50 1,17 1,02 2,99 2,98 4,42

0,13 0,36 1,03 0,91 3,05 2,42 2,88

0,30 0,25 1,32 0,91 3,95 2,48 3,24

0,13 0,45 1,74 0,91 4,34 3,10 3,24

0,21 0,17 1,12 1,05 4,62 2,82 3,61

0,24 0,48 1,67 0,99 4,44 2,71 3,22

0,19 0,32 1,09 1,11 8,24 2,92 3,49

0,31 0,34 1,46 1,29 7,19 1,97 2,99

0,17 0,19 1,30 1,11 7,88 1,99 2,96

Média 0,21 0,34 1,32 1,03 5,19 2,26 3,34

Descrição do Método Estatístico:

Análise estatística utilizada: Anova uma via (One way classification) – modelo de efeito fixo.

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QUADRO 7 –Análise de variância para rugosidade superficial. Fonte Soma dos quadrados Graus de liberdade Média quadrada

Entre materiais ss3= 150,3535 c-1 6 ss3/ 25,0589 Dentro dos materiais ss2= 74,2070 rc-c 56 ss2/1 1,3251 Total ss= 224,5604 62 ss/2 3,6219

Cálculo de F

F = SS*3/SS*2 = 25,0589/1,3251 = 18,91

F (0,05;6;56) = 2,27

Dado que F =18,91 é maior do que F (0,05; 6; 16) = 2,27, a hipótese de igualdade não é aceitável

e admite-se que as distribuições de rugosidade superficial dos materiais são diferentes.

COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS EM RELAÇÃO À RUGOSIDADE

1,32

0,34 0,21

5,19

3,34

2,6

1,03

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

SIKADUR 32

EPOXIGLASS

POLIURETANO

DURONE V

ROCK PLUS

DURONE IV

FUJI ROCK

MATERIAIS

MÉD

IA D

A R

UG

OSI

DA

DE

(MIC

MET

RO

S)

RESINAS

GESSOS

FIGURA 26 - Comportamento superficial dos materiais (rugosidade)

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RUGOSIDADE DOS MATERIAIS

5,19

3,34

2,60

0,34 0,21

1,321,03

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

Durone V Rock Plus Durone IV Sikadur 32 Fuji Rock Epoxiglass Poliuretano

Rug

osid

ade

C- D- ESEM DIFERENÇAS

B-CSEM DIFERENÇAS

B

C

F G

D -E - F-GSEM DIFERENÇAS

A

D E

FIGURA 27 – Representação gráfica do teste de Tukey

Em função de haver diferença estatisticamente significante a nível de 5% para a

rugosidade superficial dos materiais estudados, foi aplicado o teste de Tukey para analisar a

combinação dos resultados entre os materiais. A figura 27 é a representação gráfica do teste de

Tukey, aplicado a partir dos valores médios em micrômetros para rugosidade superficial das três

leituras realizadas.

A partir da combinação dos resultados, verificou-se que o gesso tipo V Durone foi o mais

rugoso entre os materiais estudados. O gesso tipo IV Rock Plus resinado e o gesso tipo IV

Durone não apresentaram diferenças estatisticamente significantes. Não houve diferenças

estatisticamente significantes entre os materiais: gesso tipo IV Durone , resina epóxica Sikadur

32 e gesso tipo IV Fuji Rock. Os materiais com maior lisura superficial, sem diferenças

estatisticamente significantes entre eles foram: gesso tipo IV Fuji Rock e resina epóxica Sikadur

32, resina de poliuretano Exakto-Form, resina epóxica Epoxiglass 1504.

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6 DISCUSSÃO

Durante os ensaios piloto, a praticidade da manipulação da resina de poliuretano em

função da sua apresentação pré-dosada, aliada a facilidade de visualização de detalhes

reproduzidos nos modelos e troquéis, revelou-se a necessidade de analisar e comparar seu

comportamento dimensional e superficial aos materiais já utilizados para modelagem

odontológica, com o objetivo de certificar o potencial de utilização da resina de poliuretano.

As moldagens para obtenção dos corpos-de-prova foram realizadas com silicona de

polimerização por adição, opção feita devido as informações encontradas na literatura mostrarem

este material como material de moldagem que exibe excelente estabilidade dimensional,

compatibilidade com os materiais analisados e, dentre os elastômeros é aquele que apresenta

maior capacidade em reproduzir detalhes, de acordo com Eduardo et al., (1991) e Donavan, Chee

(2004).

O projeto da matriz multifuncional objetivou, segundo Hondrum (1994), proporcionar

espessura uniforme do material de moldagem ao redor da área a ser moldada, permitindo

suportar o tracionamento de separação do conjunto molde/modelo sem que ocorresse ruptura do

material. Ainda, o processo de “desrosqueamento” da moldeira, específico da matriz, permitiu

que os moldes fossem removidos sem que tensões excessivas fossem geradas.

Os materiais de moldagem e modelagem trazem consigo informações quanto à sua correta

manipulação. Seguindo as recomendações propostas por Rudd, Strunk, Morrow (1969) quanto a

importância da correta dosagem entre gesso e água, relação água/pó, foram empregados neste

estudo balança digital de precisão para pesagem dos materiais, e a água destilada medida em

pipeta milimetrada. As especificações de dosagem e manipulação também foram atendidas para

os polímeros empregados no estudo.

De acordo com Derrien, Sturtz (1995)b, as exigências de materiais para modelos dentários

incluem exatidão dimensional, reprodução de detalhe aceitável, resistência abrasiva, dureza de

superfície, eficiência e facilidade de manipulação, compatibilidade com o material de impressão,

falta de toxicidade e resistência transversal. Os autores destacam que precisão dimensional é uma

propriedade crítica, isso porque influencia diretamente a precisão, retenção friccional e adaptação

marginal dos trabalhos protéticos. Almeida et al., (2002) afirmaram que o conhecimento da

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alteração e estabilidade dimensional de materiais para a obtenção de troquéis é importante na

precisão e justeza da adaptação de trabalhos protéticos laboratoriais.

Segundo Bailey, Donovan, Preston em (1988) a literatura sobre precisão dimensional dos

materiais para modelagem odontológica é equívoca, já que resultados diferentes são encontrados,

isso provavelmente devido à diversidade de metodologias empregadas nos estudos.

Quando se analisa o comportamento dimensional de materiais de modelagem, deve-se

também considerar o comportamento dimensional dos materiais de moldagem. Os resultados

obtidos nesse estudo são específicos para modelos confeccionados a partir de moldes com um

único material de impressão, silicona de polimerização por adição, material que teve sua

estabilidade dimensional analisada por McCrosson et al.,(1987) e Donavan, Chee (2004) onde

verificaram melhor comportamento dimensional dentre os elastômeros. Condição também

demonstrada por Naback (2001), que constatou a possibilidade de um segundo vazamento para

moldagens em silicona de polimerização por adição, sem alterações dimensionais.

Os valores obtidos para as mensurações horizontais realizadas para cada material de

modelagem, comparando-os às medidas da matriz metálica revelaram que: todos os gessos

expandiram, Durone tipo IV 0,051µm, Durone tipo V 0,021µm, Rock Plus 0,023µm, Fuji Rock

0,020µm; a resina Epoxiglass 1504 contraiu 0,018µm; enquanto a resina Sikadur 32 expandiu

0,038µm. Vale ressaltar que Zani (1993) e Zani (1994), quando avaliou a resina epóxica Sikadur

32 verificou contração para o material, e expansão quando associada ao gesso tipo V, no mesmo

troquel. A resina de poliuretano apresentou contração de 0,001 micrômetro e baseando-se nas

dimensões da matriz pode-se considerar um comportamento dimensional excelente.

Os valores obtidos para as mensurações verticais realizadas para cada material de

modelagem, comparando-os às medidas da matriz metálica revelaram que: os gessos

apresentaram comportamento divergente, o gesso Durone tipo IV expandiu 0,01 e tipo V

expandiu 0,01, o gesso Rock Plus resinado contraiu 0,04, enquanto o gesso Fuji Rock apresentou

resultado idêntico à matriz metálica. A resina Sikadur 32 contraiu 0,01, a resina Epoxiglass 1504

expandiu 0,09, e a resina de poliuretano que expandiu 0,01. Sendo assim, a gesso Fuji Rock

apresentou melhor comportamento dimensional na direção vertical, o que pode ser verificado no

quadro 4.

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Ao serem submetidos à análise estatística, estes materiais não apresentaram diferenças

estatisticamente significantes entre eles quanto ao comportamento dimensional vertical e

horizontal (nível de significância - 5%).

Kenyon et al., (2005), ao avaliarem a precisão dimensional de sete materiais para

confecção de troquéis, constataram uma combinação de expansão e contração da resina de

poliuretano, condição também encontrada no presente trabalho.

Os seguintes pesquisadores verificaram expansão dos gessos e contração das resinas

epóxicas quando empregada na confecção de modelos Palmqvist (1970); Spratley, Combe

(1973); Price et al., (1976); Aiach, Malone, Sandrik (1984); Campbel, Riley, Sozio (1985);

Bailey, Donovan, Preston (1988); Dumfahrt, Schaffer, Roider (1989); Soares et al., (1998).

Encontra-se na literatura avaliada divergências com relação ao comportamento

dimensional dos gessos tipo IV e V, que apresentaram expansão nos trabalhos de Toreskog et al.,

(1966); Bailey, Donovan, Preston (1988); Laguilar et al., (1999); e Dias (2003). Entretanto,

Stevens, Spratley (1987) e Dias (2000)a verificaram contração para troquéis de gesso tipo IV e V.

Bonachela (1991) verificou diferenças estatísticas, em alterações dimensionais, ao analisar seis

diferentes marcas de gesso tipo IV.

Quando submetidos à análise estatística, quadro 3 e 5, as resinas e os gessos, não

apresentaram diferenças estatisticamente significantes quanto ao comportamento dimensional, o

que também foi verificado por Dias (2003), quando comparou resinas epóxicas modificadas com

diatomita a gessos odontológicos e Rodrigues et al., (1999), quando comparou gessos

odontológicos a resina epóxica Sikadur 32. Chaffee, Bailey, Sherrard (1997) a e b, constataram

que modelos em resina epóxica e em produtos de gipsita, tanto para arcos completos como para

troquéis unitários, proporcionam grau de precisão dimensional semelhante.

A resina epóxica foi testada como material restaurador por Bowen (1956), e seu uso em

troquéis foi iniciado através do trabalho de Östlund e Akesson (1960). Nomura, Reisbick, Preston

(1980) sugeriram o uso de espaçadores para compensar os inconvenientes da contração

dimensional das resinas epóxicas. Os autores consideraram que o material pode ser clinicamente

utilizado com sucesso. Como os polímeros analisados apresentaram medidas precisas,

comparando-as ao padrão metálico, sugere-se estudos para avaliação da necessidade ou não do

uso de espaçadores para garantir a adaptação marginal das peças protéticas.

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Bloem et al., (1989) ao determinar a precisão dimensional de 3 sistemas para obtenção de

troquéis, concluíram que os modelos metalizados foram mais precisos que os obtidos com resina

epóxica e poliuretano. Entretanto, devido à freqüência de utilização e praticidade da confecção

de modelos em gesso, resina epóxica e poliuretano, não foram utilizados, neste estudo, modelos

metalizados.

A manipulação criteriosa do material de modelagem confere ao modelo de trabalho

diferenças quanto ao seu comportamento dimensional e superficial. A resina de poliuretano

apresentou-se como material de fácil mistura e homogeneização entre seus componentes A e B e,

além disto, a forma de embalagem pré-dosada da resina Exakto-Form (Bredent) facilita a

proporção correta destes componentes. O produto resultante da mistura dos componentes A e B é

um líquido muito fluido, que ao ser vertido na moldagem tem a capacidade de escoamento por

toda a superfície da silicona de adição, preenchendo os seus detalhes e copiando a superfície,

dessa forma, não houve a necessidade de vibração mecânica para o vazamento da resina de

poliuretano devido à fluidez apresentada pelo material. A fluidez da resina de poliuretano foi

compatível com a resina epóxica Epoxiglasss 1504 modificada com diatomita que apresentou

grande potencial de escoamento, sendo assim, também não foi necessário a utilização de vibração

mecânica no momento do vazamento do modelo. Vale ressaltar que a resina epóxica Sikadur 32 é

viscosa, o que torna seu vazamento mais complexo. Assim, foi necessário o auxílio de gotejador

de Peter Thomas e de bolinhas de isopor para acomodar a resina à moldagem, simultaneamente

ao ser submetida à vibração mecânica. Realizando o vazamento como descrito, os modelos

obtidos com os três diferentes polímeros não apresentaram diferenças superficiais, conforme

figura 27.

Williams (1972) pesquisou uma forma de vazamento de troquéis em resina epóxica

objetivando a redução de bolhas, que podem ser incorporadas na massa de resina, e que podem

comprometer bordas finas do troquel. O autor propôs que o vazamento fosse feito com auxílio de

uma centrífuga, e salientou que para a maioria das resinas um tempo não superior a 2 minutos

com motor em baixa rotação foi suficiente para o vazamento.

Rodrigues e Dias (2001) sugeriram a associação da resina epóxica Sikadur 32 a um

casquete de resina acrílica (Duralay), que resultou em estabilidade dimensional semelhante a

associação poliéter e gesso tipo IV. O casquete de resina acrílica permite que o material seja

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acomodado sobre toda sua extensão, mesmo com a viscosidade apresentada pela resina Sikadur

32.

Ullo, Whist (1983) publicaram um trabalho onde descreveram uma técnica para obtenção

de modelos; utilizaram a resina epóxica Epoxident, e o vazamento dos modelos foi realizado com

auxílio de vibrador, com aplicação de pequenos incrementos do material. Os autores ressaltaram

que devido à viscosidade do material epóxico, deve-se tomar o cuidado para que não ocorra

aprisionamento de ar em áreas críticas do preparo. Sugeriram a utilização de uma centrífuga

durante 1 a 2 minutos, o que impulsiona a resina para reproduzir todos os detalhes da impressão.

O tempo de polimerização das resinas e de reação de presa dos gessos também deve ser

respeitado para que o modelo possa ser removido do molde sem provocar fraturas ou distorções.

Observou-se um longo tempo para polimerização completa das resinas epóxicas, sendo 12 horas

para a Sikadur 32 e 24 horas para Epoxiglass 1504. Dessa forma, a escolha de um material de

moldagem estável, em função do tempo, é imprescindível para que não haja a possibilidade de

imperfeições e alterações dimensionais de modelos e troquéis. O tempo de polimerização da

resina de poliuretano é semelhante ao dos gessos, o que permite que modelos obtidos com esse

material estejam prontos para serem separados da impressão e manipulados em uma hora após a

mistura inicial. Essa propriedade diminui o tempo de trabalho e reduz riscos de distorções em

desmoldagens precipitadas, uma vez que os modelos odontológicos estão sujeitos a várias

tensões, segundo Dias e Panzeri (2000)c.

Paquette, Taniguchi, White (2000) sugeriram o uso de um retardador da reação de cura da

resina epóxica, condição que melhorou seu comportamento dimensional. Entretanto, o

prolongamento da polimerização das resinas epóxicas pode expor os modelos à tensões

prematuras.

Para que o modelo obtido seja uma cópia fiel do padrão moldado não devem existir

interações entre os materiais envolvidos. Uma das razões para a ampla utilização do gesso

odontológico é sua grande compatibilidade com os materiais de modelagem, condição verificada

por Schelb et al., (1987). Pereira (2005) avaliou a compatibilidade da resina poliuretano e

verificou que esse material apresenta compatibilidade com vários materiais de moldagem

(hidrocolóide irreversível; godiva; silicona de condensação; silicona de adição; pasta

zincoenólica; mercaptana), entretanto, houve a necessidade do uso de um separador ou isolante

quando colocada em contato com um poliéter (Impregnum). A resina epóxica Epoxiglass 1504

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apresentou perfeita compatibilidade com a silicona de adição, de acordo com Dias (2003);

condição também demonstrada por Pereira (2005) com relação à compatibilidade do poliuretano

com a silicona de adição.

Segundo Aiach, Malone, Sandrik (1984), muitas resinas epóxicas avaliadas para

confecção de modelos apresentam-se pobres com relação à compatibilidade com materiais de

moldagem, não produzindo boa qualidade de superfície, em geral alcançando propriedades

positivas somente quando utilizadas com siliconas e poliéter, condição também verificada por

Schwartz et al., (1981). A compatibilidade do material de modelagem pode ser avaliada sobre

vários aspectos, dentre eles a análise do comportamento superficial do modelo obtido, conforme

sugerido por Dias (2003).

Um modelo que apresente uma superfície livre de imperfeições (superfície lisa)

proporciona ao técnico de laboratório tranqüilidade na execução de trabalhos protéticos. A lisura

de superfície do modelo depende não só das características particulares dos materiais de

modelagem, como também de propriedades que devem ser exibidas pelos materiais de

moldagem. No presente estudo a avaliação da rugosidade de superfície ocorreu em caráter

particular para os materiais de modelagem, uma vez que os mesmos não foram colocados em

contato com nenhuma superfície.

Dias (2003) ao analisar a rugosidade superficial de materiais de modelagem constatou que

dentre os gessos analisados o gesso tipo IV Fuji Rock apresentou a melhor qualidade de

superfície, isto provavelmente devido à regularidade de seus cristais, condição confirmada no

presente estudo.

Ribas, Macchi (1983) realizaram uma pesquisa onde uma resina epóxica (Epoxydie), foi

comparada com os resultados obtidos com um gesso tipo IV para troquel (Vel-mix) e concluíram

que a resina epóxica apresenta superior lisura de superfície, condição também verificada por

Kozono et al., (1983), e Dias (2003) e confirmada no presente estudo, quadro 6.

Os polímeros analisados e o gesso tipo IV Fuji Rock apresentaram maior lisura de

superfície (não houve diferenças estatisticamente significantes, a nível de 5%) que os demais

gessos analisados. Vale ressaltar a superioridade, em valores absolutos, da resina de poliuretano,

condição que pode ser verificada na figura 26.

O gesso tipo V Durone foi o mais rugoso entre todos os materiais estudados. O gesso tipo

IV Rock Plus resinado e o gesso tipo IV Durone não apresentaram diferenças estatisticamente

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significantes, mostrando-se mais lisos apenas que o gesso tipo V Durone, conforme representado

na figura 27.

Scotti et al., (1994) encontraram resultados semelhantes aos apresentados neste estudo,

mesmo tendo utilizado metodologia diferente para análise da rugosidade superficial. Os autores

utilizaram um microscópio com aumento de 40 vezes, enquanto um rugosímetro foi utilizado

para leitura do presente estudo e por Stolf et al., (2004). O rugosímetro permite que as leituras

realizadas sejam representadas por um número, definido pela média encontrada no trajeto entre

os picos e vales das superfícies analisadas, favorecendo a comparação entre elas.

Dias (2003) afirmou que a alta fluidez da resina Epoxiglass 1504 proporciona um material

livre de imperfeições, permitindo que o material escoe penetrando em todos os detalhes da

impressão. A superior capacidade das resinas epóxicas foi descrita por Derrien e Le Menn

(1995)a que demonstraram que a resina epóxica e poliuretano reproduziram detalhes de 1 a 2

micrômetros, enquanto que o gesso não reproduziu detalhes menores que 20 micrômetros, devido

à sua estrutura cristalina. Schelb et al., (1991) também verificaram que os gessos se limitam a

reproduzir detalhes maiores que 20 micrômetros.

Em função da alta fluidez apresentada pela resina de poliuretano, dos bons resultados

verificados neste trabalho (comportamento superficial e dimensional), e da crescente utilização

industrial mundial deste polímero (VILAR, 1999), sugere-se a avaliação da capacidade de cópia e

de manutenção de detalhes proporcionados pela resina de poliuretano.

Os três polímeros analisados apresentaram, na sua composição, partículas de carga, mas o

carregamento do material não produziu imperfeições na superfície. A carga ficou contida na

massa do material e este exibiu uma superfície com aspecto vítreo, o que justifica a lisura

superficial apresentada por esses materiais. Já com relação os gessos analisados, a maior lisura de

superfície expressa pelo gesso tipo IV Fuji Rock se deve a maior regularidade de seus cristais,

condição verificada por Dias (2003).

A literatura ainda é carente com relação ao emprego da resina de poliuretano na

modelagem odontológica, o que justifica futuros estudos para avaliar o seu comportamento

mecânico e clínico, quando empregada na confecção de restaurações indiretas.

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7 CONCLUSÃO

Dentro das limitações do estudo pode-se concluir que:

• Os materiais de modelagem analisados não apresentaram diferenças

significativas no seu comportamento dimensional.

• Os polímeros analisados não apresentaram diferenças no seu comportamento

superficial.

• Os polímeros analisados apresentaram superior lisura de superfície em

relação aos gessos, exceto o gesso tipo IV Fuji Rock.

• Dentre os gessos analisados, o tipo IV Fuji Rock apresentou o melhor

comportamento superficial; menor rugosidade.

• O gesso tipo V Durone apresentou o pior comportamento superficial; maior

rugosidade.

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ANEXO PROPOSTAS PARA NOVOS ESTUDOS

1. Comportamento dimensional para modelos de arco completo.

2. Comportamento dimensional em modelos de prótese sobre implantes.

3. Resistência abrasiva.

4. Resistência à fratura por impacto.

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