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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS JABOTICABAL AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE GATAS OVARIECTOMIZADAS E NÃO OVARIECTOMIZADAS Eliane Aparecida Alves de Andrade Correa Médica Veterinária JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL Março de 2006

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Page 1: AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE ...Ao meu querido sogro Lindolpho Guimarães Correa Filho e à minha querida sogra Aurora dos Santos Correa, que compreenderam a minha ausência,

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CÂMPUS JABOTICABAL

AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE

GATAS OVARIECTOMIZADAS E NÃO

OVARIECTOMIZADAS

Eliane Aparecida Alves de Andrade Correa

Médica Veterinária

JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL

Março de 2006

Page 2: AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE ...Ao meu querido sogro Lindolpho Guimarães Correa Filho e à minha querida sogra Aurora dos Santos Correa, que compreenderam a minha ausência,

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CÂMPUS JABOTICABAL

AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE

GATAS OVARIECTOMIZADAS E NÃO

OVARIECTOMIZADAS

Eliane Aparecida Alves de Andrade Correa

Orientadora: Profa Dra Silvana Martinez Baraldi Artoni

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Cirurgia Veterinária.

JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL

Março de 2006

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DADOS CURRICULARES

ELIANE APARECIDA ALVES DE ANDRADE CORREA – nascida aos 16

dias de setembro de 1961, em São Paulo – São Paulo. Filha de Zuleica Corpane

de Andrade e Moacyr Alves de Andrade. Graduou-se em Medicina Veterinária pelo

Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP) São José do Rio Preto – São Paulo em

dezembro de 2001. No estágio curricular da graduação, ficou três meses no

PROVET (Centro de Diagnóstico) – São Paulo. Desde janeiro de 2002 exerce sua

profissão como Médica Veterinária em clínicas da cidade de São José do Rio

Preto, na área de Clínica e Cirurgia de pequenos animais. No ano de 2002

também fez estágios nas áreas de Clínica de Felinos – São Paulo; Clínica de

Pequenos Animais – Botucatu; Anestesiologia – Botucatu, Jaboticabal e Franca;

Cardiologia – Jaboticabal. No período de março de 2003 a abril de 2004 fez um

curso de Especialização em Clínica de Pequenos Animais – Ribeirão Preto. Em

julho de 2004 iniciou curso de Especialização em Odontologia Veterinária de

Pequenos Animais – São Paulo em andamento até maio de 2006. Durante esses

quatro anos após a conclusão da graduação fez pequenos cursos nas áreas de

Felinos, Animais Silvestres, Cardiologia e Anestesiologia de Pequenos Animais.

Em março de 2004 ingressou no programa de pós-graduação em Cirurgia

Veterinária, curso de Mestrado da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias

da Universidade Estadual Paulista (UNESP) Câmpus de Jaboticabal, São Paulo –

Brasil.

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“Se o Amor, a Compreensão, o Carinho, a Fidelidade e o Respeito

fossem entre nós trocados da mesma maneira que nos são oferecidos,

Incondicionalmente, pelos Animais, a Vida seria o que realmente Deus

imaginou e esperou de Nós, quando nos escolheu para segui-lo.”

“Eliane Aparecida Alves de Andrade Correa”

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Dedico

Ao meu Deus e à minha “Santinha” Nossa Senhora Aparecida, que sempre

atenderam aos meus sonhos, pedidos, muitas vezes sem nem ao menos merecê-

los. Sempre conto com suas bênçãos.

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Dedicatória

Aos meus pais Moacyr e Zuleica aos quais devo o que hoje sou, pela

formação do caráter e do coração. Aos queridos irmãos Ligia, Susi, Marcelo,

Viviane e Cristiane me dando força e compreendendo a minha ausência nessa

etapa da minha vida, mesmo sabendo que mereceriam que eu estivesse mais

perto. Eu os amo muito e espero contar ainda com essa presença essencial, forte

e carinhosa de vocês.

Ao meu amado, amigo e companheiro Lindolpho Guimarães Correa Neto,

que é tão importante e a peça única e principal do que estou hoje tentando ser

profissionalmente, acreditando e navegando junto comigo nessa travessia difícil e,

às vezes, muito pesada, mas ele a torna mais leve e sabendo que será

compensatória. Você é a minha vida e sem ela não posso continuar.

Aos meus “filhos” com o carinho, amor e fidelidade incondicionais que me

oferecem, demonstrando tudo isso com seus olhares silenciosos e suas “patinhas”

para me chamar, me acariciar e algumas vezes enxugar minhas lágrimas quando

estava só e atordoada com minhas obrigações que sempre tinha dúvidas se iria

conseguir cumpri-las. Faço tudo isso por vocês.

Às gatinhas do meu trabalho, que também mesmo participando

involuntariamente do experimento, sempre foram incondicionalmente carinhosas e

cooperadoras. Que Deus me ajude para que eu possa arrumar um lar que as

mereça.

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AGRADECIMENTOS

À minha orientadora Professora Doutora Silvana Martinez Baraldi Artoni por

confiar em meu sonho transformando-o em realidade, por acolher-me como se já

tivéssemos caminhado juntas por longo tempo, oferecendo alegria e força

ensinando e orientando com altivez. Nada poderá recompensar essas mãos

estendidas. De coração deixo meus agradecimentos por esse sonho vivido.

Ao meu querido amigo João de Siqueira de tantas angústias e algumas

alegrias pelos nossos “Bichinhos”, o espaço cedido para o abrigo das gatinhas e a

ajuda no pré e trans experimento. Você se foi muito antes da hora, pois ainda

preciso muito de você, mas sei que onde está, tem me dado uma “forcinha” junto a

Ele, para que as coisas caminhem, sei que sempre de alguma forma contarei com

sua ajuda.

À minha querida Roseni Martins dos Santos que se dedicou com tanto zelo

e carinho com as gatinhas, transformando o gatil em um lar acolhedor, sem você

eu não conseguiria prosseguir, minha eterna gratidão.

Ao meu querido Professor Doutor Gilson Hélio Toniollo, sempre me

encorajando e acreditando, mesmo com minhas constantes dúvidas e

insegurança, sua paz e carinho me deram muita força, obrigada por tudo.

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Á minha querida amiga Rosa Maria Cabral, que só Deus sabe das nossas

dificuldades e grandes esforços para chegar a essas conquistas, sempre me

espelho em você, que é uma grande heroína e lutadora, você é minha grande

inspiração.

Querida Elisângela Cristina Barroso Basílio (Lia), dedico este trabalho a

você que sempre me apoiou e me deu força e, é claro, suas horas “perdidas”

ajudando-me quando mais precisei. Obrigada por tudo você é a amiga que a vida

me deu de presente.

Maria Cristina Hernández, o seu abrigo, carinho e ajuda foram de grande

valia para mais essa etapa, tenho uma eterna gratidão a você.

Silvia Neves, minha grande companheira, ainda passaremos momentos

bem menos tumultuados, curtindo raios de sol e não de raio-X, em algum lugar de

paz e acolhedor.

Vanessa Ingrid Jaines querida, a paz e tranqüilidade que me passou nos

momentos de muita ajuda nas anestesias só vieram fortalecer a minha grande

admiração pela esplêndida profissional que você é, tenho um profundo carinho e

gratidão por você.

Daniela Oliveira a sua ajuda, me ensinando como chegar aos resultados, e

acreditando na minha possibilidade de finalizar o trabalho, foi de uma importância

ímpar e que sem ela eu não teria concluído minha meta, isso jamais poderei

recompensar, tenha certeza dos meus sinceros agradecimentos e profundo

respeito e sei que um dia poderei falar com orgulho que a Professora Doutora

Daniela Oliveira, foi minha co-orientadora, com transparência de alma.

Page 9: AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE ...Ao meu querido sogro Lindolpho Guimarães Correa Filho e à minha querida sogra Aurora dos Santos Correa, que compreenderam a minha ausência,

Ao Adriano Carregaro com sua amizade, atenção e experiência que foram

muito importantes, para concluir esta etapa, com gratidão.

Ao Alex Luis Sagula com toda sua paciência e boa vontade em me ajudar a

conviver com o “maravilhoso” computador e me auxiliando a evitar os equívocos

de última hora, nada que eu possa fazer poderá significar a gratidão merecida.

À Aline Dervelan que foi imprescindível em duas etapas iniciais do meu

trabalho bem como cobrindo a minha ausência com gratidão.

Ao querido Professor Doutor José Wanderley Catelan com sua integridade

e força, que tive a grande oportunidade de conhecer mais de perto, sendo também

um grande amigo em que me espelho, meus sinceros agradecimentos.

À Cristiane do Santos Honsho que, mesmo sem tempo, me ajudou quando

eu estava sobrecarregada, nas dúvidas e angústias, com gratidão.

Ao Daniel Honsho me dando apoio e não me deixando cansar quando ao

receber minhas ligações dizia “fala mulher” isso é assim mesmo, vai dar tudo

certo, com gratidão.

À Elisabeth Winning que me ajudou a conseguir as gatinhas e que sempre

esteve ao meu lado minha gratidão.

À Elizabete de Oliveira Felisbino que cuida da nossa casa e dos nossos

“filhos” nessas minhas longas e constantes viagens de estudo, além de também

cuidar com toda a paciência das gatinhas do experimento, quando, algumas com

ela ficavam, minha gratidão.

Page 10: AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE ...Ao meu querido sogro Lindolpho Guimarães Correa Filho e à minha querida sogra Aurora dos Santos Correa, que compreenderam a minha ausência,

Ao querido Dr. José Eduardo Nogueira Forni, que apesar de reclamar

minha ausência, me deu força para essa longa jornada, você é muito especial e

daqui para frente conto com sua ajuda mais próxima. Minha gratidão.

À Hylda Tavares de Carvalho sempre me motivando com sua sincera

amizade e orientando que essa força que devemos ter é pela luz que Deus nos

concede, tenho uma profunda admiração e carinho por você, e também seria

muito feliz se fosse sua filha. Minha gratidão.

À minha querida “Amiga” Liliane Boide daTrindade, o orgulho do Trio,

apesar da distância, obrigada pelo seu carinho, alegria e ajuda imprescindível

iniciada na graduação e que persistem até hoje.

À Lizandra Amoroso que aparecia de surpresa, e sempre me deixava feliz

por todo o apoio e ajuda nas horas em que eu mais precisava, e estava

angustiada com os desafios do “computador. Minha gratidão.

Ao Mac Antonio Camargo Silva que me ensinou a pegar as ondas de raio-X

e seguir em frente, você abriu novos caminhos e continuo contando sempre com

sua ajuda. Minha gratidão.

Ao meu querido sogro Lindolpho Guimarães Correa Filho e à minha querida

sogra Aurora dos Santos Correa, que compreenderam a minha ausência, mesmo

nos momentos em que mais precisaram da minha presença meu muito obrigada

pelo presente que me deram.

À querida Valéria Maria Lara Carregaro pelo seu apoio, ajuda, confiança e

amizade que fomos conquistando juntas, você é uma Amiga muito querida.

Page 11: AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE ...Ao meu querido sogro Lindolpho Guimarães Correa Filho e à minha querida sogra Aurora dos Santos Correa, que compreenderam a minha ausência,

A todos do Departamento de Fisiologia e Morfologia do Câmpus da UNESP

de Jaboticabal, que de várias maneiras me ajudaram, não só no meu trabalho,

mas também a ter a oportunidade de conviver e conhecer um pouquinho de cada

um, meu muito obrigada aos funcionários Milton de Araújo (Cobrinha), à Dona

Marilda Ribeiro de Paula, à Clara Martines, à Iara Messiano; à orientada Carime

Moraes; ao Professor Doutor Marcos Lania de Araújo, a todos minha gratidão.

Aos grandes e eternos amigos Edgar e Lola Álvares, Osmar e Eliana

Fernandez Garcia, Roberto e Valéria Toledo pelo carinho e pela dedicação

incondicionais que são oferecidos para mim e para o Neto, tornando nosso

caminho mais ameno e seguro a nossa eterna gratidão, amamos muito vocês.

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SUMÁRIO Página

INDICE DE TABELAS..................................................................................... ii INDICE DE FIGURAS..................................................................................... iii RESUMO........................................................................................................ iv SUMMARY...................................................................................................... v I. INTRODUÇÃO............................................................................................. 01 II. REVISÃO DA LITERATURA....................................................................... 04 III. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 14

1 Instalações............................................................................................ 14 2 Animais................................................................................................. 14 3 Procedimento anestésico...................................................................... 15 4 Procedimento cirúrgico......................................................................... 16 5.Colheita de sangue............................................................................... 16 6 Colheita radiográfica............................................................................. 17 7 Densitometria óssea............................................................................. 17 8 Análise hormonal.................................................................................. 18 9 Análise estatística................................................................................. 18

IV. RESULTADOS.......................................................................................... 25 V. DISCUSSÃO.............................................................................................. 34 VI. CONCLUSÃO............................................................................................ 37 VII. REFERÊNCIAS........................................................................................ 38

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ÍNDICE DE TABELAS Página

Tabela 1. Valores médios ± desvio padrão da densitometria óssea (mm Al) de gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante os 12 meses..........................................

25

Tabela 2. Valores médios ± desvio padrão do peso corpóreo de gatas pré-

púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas durante os 12 meses........................................................................

28

Tabela 3. Valores médios ± desvio-padrão dos níveis de estrógeno (pg/mL)

de gatas ovariectomizadas e não ovariectomizadas, pré-púberes e adultas no dia da castração (tempo zero) e aos nove e doze meses após a cirurgia.......................................................................

30

Tabela 4. Valores médios ± desvio-padrão dos níveis de progesterona

(ng/mL) de gatas ovariectomizadas e não ovariectomizadas, pré-púberes e adultas no dia da cirurgia (tempo zero) e aos nove e doze meses após a cirurgia..............................................................

32

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ÍNDICE DE FIGURAS Página

Figura.1..Posição crânio caudal de uma gata visando obter as radiografias do fêmur...............................................................................................

19

Figura.2..Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata

ovariectomizada, no tempo zero, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).......................................................

20

Figura.3.Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata

ovariectomizada, aos três meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).....................................................................................................

21

Figura.4.Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata

ovariectomizada, aos seis meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).....................................................................................................

22

Figura.5.Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata

ovariectomizada, aos nove meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).....................................................................................................

23

Figura.6.Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata

ovariectomizada, aos doze meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).....................................................................................................

24

Figura.7.Valores médios ± desvio padrão da análise densitométrica de

gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.........................................................

27

Figura.8.Valores médios ± desvio-padrão do peso corpóreo de gatas pré-

púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas durante o ano.......................................................................................

29

Figura.9.Valores médios ± desvio padrão dos níveis de estrógeno de gatas

pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.......................................................................................

31

Figura.10.Valores médios ± desvio padrão dos níveis de progesterona de

gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.........................................................

33

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AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE GATAS

OVARIECTOMIZADAS E NÃO OVARIECTOMIZADAS

RESUMO - No presente experimento foram utilizados dezoito gatas (Felis

domesticus), fêmeas, sem raça definida sendo nove adultas, entre dois anos e

meio a três anos e meio, e nove gatas com quatro meses de idade. Esses animais

oriundos de São José do Rio Preto - SP, onde dez gatas (5 adultas e 5 pré-

púberes) foram ovariectomizadas e as demais permaneceram intactas (normais).

O objetivo do trabalho foi investigar as variações densitométricas e hormonais das

gatas. Para tanto, no dia da cirurgia, no nono e no décimo segundo meses após,

foram realizados exames radiográficos para as medidas densitométricas e coletas

de sangue para dosagens hormonais, os quais foram realizados no dia da cirurgia

e aos três, seis, nove e doze meses após a cirurgia. Estes resultados foram

avaliados estatisticamente utilizando-se Análise de Variância e as médias

analisadas pelo teste de Tukey. Observou-se que houve uma grande variabilidade

nos níveis de estrógeno sem uma aparente correlação com os valores da

densidade mineral óssea, podendo ser atribuída ao comportamento sui generis da

gata, havendo, portanto, a necessidade de um tempo maior para avaliar esses

parâmetros e correlacionar a osteoporose com a depleção de estrógeno nessa

espécie.

Palavras-Chave: densitometria, estrógeno, gatas, ovariectomia e

progesterona

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DENSITOMETRIC AND HORMONAL EVALUATION OF OVARIECTOMIZED

AND NO OVARIECTOMIZED FEMALE CAT

SUMMARY - In this study eighteen female cats (Felis domesticus) defined

breed were used, being nine adults with age between two and a half and three

and a half years old, and nine were younger with four months old. All the animals

were originally from the city of São José do Rio Preto, São Paulo State, Brazil.

Ten female cats (5 adults and 5 pre-pubescent) were ovariectomized and

the other ones were kept intact (controls). The research objective was to

investigate the feline female densitometric and hormonal variations. For this, on the

day of the surgery, on the ninth and twelfth months after the surgery, blood

samples were coleated in order to enable hormone analysis and radiographic tests

for densitometric measurements which were made on the day of the surgery as

well at with three, six , nine and twelve months after. The surgeries results were

evaluated statistically using Variance Analysis and the middle averags analysed by

the Test of Tukey. It was observed that there were a large variability on the

estrogen levels without an apparent correlation with the values of the bone mineral

density and this variability could be related to the sui generis behavior of the

female cat. Thus, more time would be necessary to evaluate these parameters and

correlate the osteoporosis with the estrogen`s depletion in this species.

Keywords: desintometry, estrogen, female cat, ovariectomy, progesterone

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I. INTRODUÇÃO

Do grego “osteon” corresponde ao osso constituído por tecido conjuntivo de

sustentação que compõe a arquitetura do esqueleto de todos os vertebrados. O

osso é composto por elementos minerais orgânicos e inorgânicos, sendo os

orgânicos conhecidos como osteóide, os quais são produzidos pelas células

denominadas osteoblastos. O osteóide é constituído de uma matriz de colágeno e

proteínas não-colágenas. O colágeno tipo I corresponde a mais de 95% do volume

total do osteóide. Os componentes inorgânicos são constituídos por hidroxiapatita,

sendo um mineral macro-cristalino insolúvel, inicialmente depositado na matriz

orgânica como sais de fosfato de cálcio, e é transformado, mais tarde, em cristais

de apatita. São encontrados também outros íons, como carbonato, magnésio,

sódio, cálcio e fluoreto, desempenhando importante papel estrutural e metabólico.

O conteúdo mineral do esqueleto é armazenado tanto no osso cortical (compacto)

como no trabecular (esponjoso). A estrutura mineral do osso contribui para resistir

ao esforço mecânico e permanecer metabolicamente estável sob condições

normais (KAPLAN, 1995).

A osteoporose é uma doença caracterizada por baixa massa óssea e

deterioração da microarquitetura do tecido ósseo (SANFILIPPO & BIANCHI,

2003), com conseqüente aumento da fragilidade óssea e susceptibilidade às

fraturas (BARLET et al., 1994; HOSZOWSKI, 1997; LORENE & OLSZANIECKA,

2000). A maior complicação da osteoporose consiste em fraturas que ocorrem

principalmente nas vértebras, punho e colo do fêmur em mulheres. Na ausência

de qualquer procedimento ou tratamento, uma em cada duas mulheres aos 70

anos apresentará fratura de fêmur, e aos 80 anos, duas em três, sofrerão o

mesmo problema (COSTA-PAIVA et al., 2003). Segundo HOSZOWSKI (1997),

antes que as fraturas ocorram, há um longo período sem sinais clínicos,

caracterizado somente por osteopenia.

A influência dos efeitos da ovariectomia sobre a osteogênese foi

demonstrada por meio de densitometria óssea, análises histomorfométricas e

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bioquímicas em ovelhas (JOHNSON et al., 1997), em cadelas (MALLUCHE et al.,

1986; MALLUCHE et al.,1988), e em ratas (FAUGERE et al., 1986; WILLIAMS et

al., 1990; BAGI et al., 1992; SKOLNIKOV et al., 1992; NORDSLETTEN et al.,

1994; FLIEGER et al., 1998; SHARP et al., 2000; CHACHRA et al., 2000; LOTZ et

al., 2000; MEYER et al., 2001) sendo que em ratas é ainda a mais utilizada

experimentalmente, uma vez que as alterações no metabolismo ósseo que

ocorrem secundariamente à deficiência estrogênica, são muito similares às

observadas nos seres humanos (BARLET et al., 1994). Estes métodos ajudaram

no diagnóstico da osteoporose pós-menopausa na mulher (GALLAGHER et al.,

1973; AARON et al., 1987; CUMMINGS & BLACK, 1995; FOGELMAN et al., 1999;

FORD et al., 2001).

A densitometria óssea é a técnica, atualmente, mais utilizada para se

avaliar a densidade óptica dos ossos em humanos (YANG et al., 1994) e através

da mesma é possível detectar o grau de osteoporose em humanos e em animais.

Esse é um método viável, de fácil utilização, de baixo custo, altamente confiável,

não invasivo e permite a realização de análises qualitativas e quantitativas do

conteúdo e densidade mineral (RAGI et al., 2004). Com esta técnica eliminam-se

possíveis interpretações subjetivas, obtidas durante a avaliação radiográfica, uma

vez que esta apresenta baixa sensibilidade para o diagnóstico precoce de perdas

ósseas, sendo detectadas somente quando excedem de 30% a 50%, e muitas

vezes só são perceptíveis no momento que ocorre uma fratura ou fraturas

recidivantes (GLUER & GENAN, 2004).

Uma prática cada vez mais freqüente na clínica médica veterinária é a

ovariectomia precoce das fêmeas felinas objetivando, principalmente, o controle

populacional. Entretanto, as conseqüências dessa conduta nas gatas têm sido

pouco estudadas. O presente trabalho objetivou investigar as variações

densitométricas e hormonais de gatas jovens e adultas após a ovariectomia

desses animais.

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II. REVISÃO DA LITERATURA

A facilidade com que os gatos urbanos se organizam em colônias,

favorecendo o crescimento geométrico das populações, constitui-se em um

desafio a todos os métodos de controle populacional. Atualmente, o método mais

utilizado é a esterilização das fêmeas, que utiliza técnicas tais como a

ovariectomia, sendo esta realizada em gatas cada vez mais jovens (ALMEIDA et

al., 2005). Porém, pouco se sabe ou se tem estudado a respeito das

conseqüências dessa conduta cirúrgica. Em mulheres, já existem vários trabalhos

demonstrando os efeitos da exerese dos ovários e suas conseqüências. Além do

mais, já há comprovações científicas que a depleção de estrógenos, devido a

ovariectomia ou mesmo pela menopausa, causa vários problemas quanto à saúde

feminina. Um problema importante relatado tem sido a osteoporose, a qual leva a

fraturas graves, muitas vezes incompatíveis com a locomoção e o trabalho físico

(COSTA-PAIVA et al., 2003).

As gatas, assim como coelhas, furões, camelos, lhamas, martas,

logomorfos e alpacas fêmeas são animais ovuladores induzidos, ou seja, o

estímulo do coito induz o disparo ovulatório de gonadotrofina (DAVIDSON et al.,

1999). As gatas respondem a esse estímulo ovulando cerca de 24 a 48 horas

após o coito (BANKS, 1992). Entretanto, esses animais necessitam de exposição

a elevadas concentrações de estrógeno antes que possam responder à cópula

pela liberação de gonadotrofinas. Eles apresentam padrões de crescimento

folicular (sem o coito) nos quais grupos de folículos se desenvolvem, são mantidos

em um estado maduro por poucos dias e então regridem. Nas gatas os padrões

de crescimento folicular se desenvolvem e regridem em um período de seis a sete

dias com um mínimo de oito a nove dias entre as ondas de crescimento folicular

(SWENSON & REECE,1996; DAVIDSON et al., 1999). O primeiro cio na gata

ocorre entre os seis e doze meses de idade, dependendo da época de seu

nascimento, em se tratando de uma das espécies que seu ciclo reprodutivo sofre

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influência do fotoperíodo (DYCE et al., 1996). As gatas são poliéstricas com um

ciclo de 15 a 21 dias e duração do estro de 10 a 14 dias (BANKS, 1992).

O crescimento e o desenvolvimento do esqueleto começam no interior do

útero materno e continuam por quase duas décadas, numa série de eventos

geneticamente bem orquestrados e regulados por processos endócrinos centrais,

biofísicos periféricos e bioquímicos. O osso vivo nunca está metabolicamente em

repouso, assim, sua matriz e reservas minerais estão sempre sendo remodeladas

ao longo das linhas de esforço mecânico. Na remodelação óssea normal, a

reabsorção se equilibra com a formação tecidual. A osteoporose se desenvolve

somente se os níveis de formação e de reabsorção ósseas se tornarem

desbalanceados, com a reabsorção excedendo a formação. Isso ocorre durante e

após a menopausa; mesmo que a formação óssea permaneça normal, a

reabsorção é acelerada (KAPLAN, 1995; SWENSON & REECE, 1996).

O osso apresenta duas superfícies ósseas em contacto com os tecidos

moles, sendo uma externa (periosteal) e uma interna (endosteal) e ambas são

revestidas por camadas de células osteogênicas, o periósteo e o endósteo. O

osso cortical e o trabecular são compostos pelas mesmas células mas os

elementos da matriz mostram diferenças estruturais e funcionais. A diferença

estrutural é quantitativa, 80 a 90% do osso compacto é calcificado, enquanto que

no osso trabecular, apenas 15 a 25%, sendo o restante ocupado pela medula

óssea, vasos sanguíneos e tecido conectivo. A função do osso cortical é mecânica

e protetora e a do osso trabecular é metabólica (ANIJAR, 2003).

Define-se osteoporose como uma doença caracterizada por baixa massa

óssea e deterioração da microarquitetura do osso (SANFILIPPO & BIANCHI,

2003), levando ao aumento da fragilidade óssea e, conseqüentemente aumento

do risco de fraturas (SHAW & WITZKE, 1998). Os fatores de risco, em mulheres,

para a ocorrência dessa patologia são desde a idade, a depleção de estrógenos

decorrente da menopausa, o genoma, o comportamento e até mesmo a dieta

nutricional (LANZILLOTTI et al., 2003).

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De acordo com RIGGS & MELTON (1986) supõe-se que existam duas

síndromes distintas de osteoporose. Acredita-se que a osteoporose pós-

menopausa (Tipo I), ocorre em mulheres 15 a 20 anos após a falência ovariana,

ou seja, com deficiência de estrógeno. Por outro lado, acredita-se que a

osteoporose senil (Tipo II), ocorre em homens e mulheres acima de 75 anos de

idade, estando relacionada com o envelhecimento. E na sua fisiopatologia

considera-se que exista uma hipofunção de base do osteoblasto, havendo um

déficit real na absorção intestinal de cálcio pela hipoprodução da 1,25(OH)2D.

CENCI et al. (2000) e TAKAYANAGI et al. (2000) realizaram um estudo

para determinar a fisiopatologia da perda óssea pós-ovariectomia em ratas.

Observaram que os estrógenos regulam a função das células T ocasionando um

aumento da produção do Fator de Necrose Tumoral (TNF), desta maneira levando

ao aumento da osteoclastogênese.

FORD et al. (2001) relataram que a densidade óssea deve ter merecida

atenção de muitos pesquisadores considerando o número de casos clínicos onde

ocorre perda óssea pós-menopausa.

De acordo com KAPLAN (1995) no final da adolescência, quando o

crescimento do osso diminui longitudinalmente, a densidade óssea aumenta

rapidamente. A densidade óssea atinge o seu ápice após a maturação

esquelética, ao redor dos 35 anos. O volume final da reserva de minerais ósseos é

afetado por hereditariedade, raça, nutrição e exercícios. O volume dessa reserva

permanece constante por toda a vida adulta, uma vez que o corpo redistribui suas

reservas de acordo com as necessidades estruturais.

A supra-renal libera para a corrente sangüínea uma série de hormônios de

importância vital. A porção cortical sintetiza dentre outros os hormônios sexuais

femininos (estrona e progesterona) em pequenas quantidades, assim como outras

substâncias andrógenas (androsterona). A porção medular sintetiza a adrenalina,

que em pequenas concentrações eleva a pressão arterial e ativa, a ação cardíaca

(BARGMANN, 1968).

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A formação do osso é estimulada por influências hormonais como

estrógeno, andrógeno, hormônio de crescimento e hormônios tireoidianos, e por

atividade de sustentação de peso. Por outro lado, a reabsorção pode exceder a

formação óssea em resposta a corticóides em excesso (exógeno ou endógeno),

baixos níveis de cálcio sérico, altos níveis de hormônio tireoidiano e falta de

exercícios de sustentação de peso (KAPLAN, 1995).

Os ovários sob a influência dos hormônios gonadotrópicos hipofisários,

conduzem ao ciclo estral das fêmeas, o FSH é responsável pelo crescimento do

folículo, o LH atua na ruptura do mesmo enquanto que os estrógenos, produzidos

pelos ovários, são importantes em preparar o genital feminino para receber o

macho além de promover e manter as características sexuais secundárias das

fêmeas. Logo após a fecundação os ovários têm a capacidade de desenvolver o

corpo lúteo, que secreta a progesterona, responsável pela preparação do

endométrio para a implantação e nutrição do zigoto como também contribui para o

desenvolvimento da glândula mamária (VENZKE, 1986).

De acordo com BANKS (1992) sob a influência do LH (hormônio

luteinizante), as células da teca interna produzem dois andrógenos, a

androstenodiona e a testosterona. Sob a influência do FSH (hormônio folículo-

estimulante), as células da membrana granulosa produzem estrógenos,

principalmente o 17-β estradiol. Os andrógenos tecais atingem as células

granulosas, onde a aromatase converte os andrógenos em estrógenos. Os

estrógenos chegam ao antro em desenvolvimento e induzem a proliferação de

mais células da granulosa e ao crescimento do folículo.

Os estrógenos são esteróides anabólicos e exercem várias funções,

respondendo à influência das gonadotrofinas sobre o ovário, são sintetizados,

liberados e exercem influência retroalimentadora negativa sobre o hipotálamo e a

adeno-hipófise Eles são responsáveis pelo comportamento receptivo da fêmea

durante o estro e pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias

da fêmea, como a glândula mamária bem como das funções normais do trato

reprodutor feminino. Os estrógenos além de estarem associados à reprodução,

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também atuam no crescimento esquelético, manutenção óssea, atividade das

glândulas sebáceas, equilíbrio eletrolítico, retenção de cálcio e de fósforo e

deposição de gordura (FRANDSON, 1979; BANKS, 1992).

Segundo NOTELOVITZ (1993) os dois estrógenos fisiologicamente

relevantes são o estradiol, sendo predominante nas mulheres em pré-menopausa

e a estrona, predominante em mulheres pós-menopausa. Uma fonte importante de

estrona é a conversão periférica de precursores androgênicos, principalmente

androstenediona. A maior parte da atividade conversora se dá no tecido adiposo,

podendo ser uma das razões porque as mulheres obesas apresentam menor risco

de desenvolverem osteoporose.

O estrógeno tem efeito direto sobre as células ósseas. Nos osteoblastos,

que sintetizam matriz óssea rica em colágeno, é essencial para a mineralização,

além disso, o estrógeno aumenta o número de osteoblastos, a síntese de

colágeno por estas células, o número do RNAm osteoblástico para TGF� (fator de

transformação do crescimento �) e receptores osteoblásticos da progesterona. Já

nos osteoclastos, que promovem desmineralização óssea e digestão da matriz do

osso, o estrógeno promove a inibição da reabsorção direta e indireta, por um

efeito modulador dos osteoblastos sobre os osteoclastos (NOTELOVITZ, 1993).

Os estrógenos são os esteróides sexuais mais importantes na regulação da

reabsorção óssea em humanos, embora a testosterona também tenha influências

fisiológicas na formação do osso (FALAHATI-NINI et al., 2000).

A progesterona é produzida pelo corpo lúteo, mas é também encontrada no

córtex supra-renal e na placenta, colaborando com os estrógenos na expressão do

comportamento sexual das fêmeas associado ao estro. Além disso, inibe a

contração do músculo liso uterino e promove o desenvolvimento das glândulas

uterinas, necessária para a manutenção da gravidez, exercendo uma influência

retroalimentadora negativa sobre o ovário e a progesterona também estimula o

desenvolvimento da porção secretora e excretora da glândula mamária

(FRANDSON, 1979; BANKS, 1992).

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UFER (1974) relatou que em humanos pode haver uma relação entre os

esteróides sexuais e o metabolismo das gorduras, pois após a ovariectomia

verificou-se, com freqüência nas mulheres, um aumento do colesterol e dos

lipídeos no plasma. MARINHO et al. (2003) observaram entre as mulheres obesas

aumento dos níveis séricos de estradiol, estrona e de testosterona livres, sendo

que, os níveis de estrona são derivados da ação da aromatase sobre os

andrógenos do tecido adiposo periférico.

Os dois fatores contribuintes mais importantes para a osteoporose são a

deficiência de estrógeno pós-menopausa e uma ingestão cronicamente baixa de

cálcio (LINDSAY, 1987).

Com a menopausa, ocorre uma diminuição acentuada dos níveis de

estrógeno que contribui para uma alteração aguda no equilíbrio do cálcio e

diminuição rápida na densidade óssea (ALLEN, 1986; HEANEY, 1986; MARCUS,

1987). Além do efeito direto nos processos metabólicos ósseos, o estrógeno afeta

a homeostase do cálcio aumentando sua absorção e melhorando a conservação

do cálcio renal (HEANEY, 1987). Após a menopausa, quando o estrógeno é

reduzido, a absorção de cálcio através da alimentação é menos eficiente, e

ingestões baixas não conseguem manter o nível necessário do cálcio (ALLEN,

1986).

Em animais experimentais, a deficiência de cálcio na dieta produz ossos

osteoporóticos, entretanto em seres humanos é improvável que apenas sua

deficiência seja uma explicação suficiente para a osteoporose (HEANEY, 1986).

O estrógeno parece inibir a reabsorção óssea e melhorar a eficiência da

absorção de cálcio (ALLEN, 1986).

De acordo com MARCUS (1987) os fatores genéticos e ambientais

influenciam a extensão da perda óssea. A evidência sugere que a perda de osso

cortical aumenta com a idade, podendo estar relacionada à dieta, especialmente à

deficiência de cálcio, enquanto a perda de osso trabecular está mais relacionada à

depleção de estrógeno na menopausa.

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O cálcio constitui um material de formação essencial durante os períodos

de crescimento ósseo e desenvolvimento esquelético. Durante a gravidez e a

lactação, a necessidade de cálcio é aumentada para satisfazer as demandas

criadas tanto pelo feto e criança em desenvolvimento rápido respectivamente,

como pela mãe. Durante o inicio, meio e período mais tardio da vida adulta, o

corpo ainda necessita de quantidade de cálcio adequada para manter a densidade

óssea, e para regular diversas funções orgânicas (AVIOLI, 1988).

A densitometria óssea é, reconhecidamente, o método não-invasivo mais

preciso para a avaliação do risco de fratura, tendo sido recomendado como o

melhor meio de triagem de indivíduos com risco de desenvolver osteoporose

(SEELEY et al., 1991; HAWKER, 1996; LEVIS et al., 1998;).

Com exceção do ultra-som, todas as medidas de massa óssea consistem

em uma fonte de radiação com raios-X ou com radioisótopos. Os métodos são

baseados no princípio de que a atenuação sofrida pelos raios-X ou fótons

relaciona-se a espessura e à composição dos tecidos presentes durante a

passagem do feixe radioativo. Na maior parte do esqueleto, a espessura do osso

mineral é a principal causa da atenuação. O tecido mineralizado atenua a emissão

de radiação ionizante em uma proporção maior quando comparado a outros

tecidos do organismo, permitindo a quantificação mineral presente na região

estudada. O coeficiente de atenuação do tecido ósseo é tido como constante e o

grau de atenuação depende do total de osso presente, incluindo sua espessura.

Usando procedimentos de calibração, os valores de atenuação são convertidos à

espessura mineral equivalente e comparados com curvas normativas da

população controle (SZEJNFELD & HEYMANN, 2003).

De acordo com SZEJNFELD & HEYMANN (2003) a densitometria é útil

para o diagnóstico e o acompanhamento das doenças que afetam a mineralização

óssea, ela pode identificar redução da densidade óssea em pacientes que já

sofreram alguma fratura ou mesmo naqueles expostos a alguma doença ou

condição que pode levar à perda rápida de mineral ósseo, sendo também útil no

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tratamento identificando com elevada precisão, variações de ganho ou de perda

de massa óssea.

Os resultados dos estudos de OMI & EZAWA (1995) sugeriram que é

importante tomar como avaliação da osteoporose, a idade e o local do osso,

trabalhando com ratas ovariectomizadas como modelo para osteoporose.

De acordo com estudos realizados por THORNDIKE & TURNER (1998) as

doenças das artérias coronárias, osteoporose, osteoartrite (OA) e perda óssea da

cavidade bucal, todas têm maior impacto na saúde da mulher após a menopausa

e os autores encontraram certas características destas condições que podem ser

reproduzidas no esqueleto maduro ou em ovelhas idosas com deficiência de

estrógeno.

Segundo LORENE & OLSZANIECKA (2000) a interpretação de

mensurações densitométricas em crianças é mais complicado do que em adultos,

devido à heterogenicidade do esqueleto e ao crescimento contínuo das crianças.

Resultados obtidos foram afetados pela idade, sexo, massa corpórea, altura, idade

óssea, fatores ambientais e doenças. Osteoporose em crianças é um sintoma

primário observado na osteogênese imperfeita e ocorre ainda a osteoporose

juvenil idiopática.

CAO et al. (2001) ao mensurarem as partes edentadas de 12 mandíbulas

de coelhas, na quarta e décima segunda semanas após a ovariectomia, através

de tomografia, concluíram que após as quatro semanas não houve uma diferença

significativa nas densidades minerais ósseas totais e trabeculares entre as

coelhas ovariectomizadas e as do grupo controle, sendo que nas coelhas, após as

12 semanas, houve um decréscimo sensível dessas densidades minerais ósseas

nas mandíbulas das coelhas ovariectomizadas, em relação às do grupo controle.

JOHNSON et al. (2002) trabalharam com ovelhas ovariectomizadas,

investigando radiografias intraorais e concentrações de osteocalcina, 17-β

estradiol, interleucina (IL)-6, desoxipiridium urinário e (IL)-6 salivar a cada quatro

meses até completarem 12 meses após ovariectomia. Os resultados mostraram

que as mudanças bioquímicas e densitométricas precederam uma redução

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significante no soro de 17-β estradiol, as quais ocorreram entre quatro e oito

meses após a cirurgia. A redução da densidade mineral óssea do osso alveolar

tornou-se evidente aos seis meses pós-cirurgia sendo mais severa durante os seis

meses subseqüentes e a presença de marcadores do metabolismo ósseo na

saliva e suas correlações com a redução da densidade mineral óssea sugerem

que a saliva poderia ser usada como um método adjuvante para a avaliação da

densidade do esqueleto.

Segundo os estudos de YANG et al. (2003), onde após 16 semanas de

ovariectomia em ratas, foram coletadas: a mandíbula esquerda e a tíbia esquerda,

e após algumas avaliações, concluíram que a deficiência de estrógeno resulta em

alterações microestruturais de ambos os ossos, correlacionando esta deficiência

com mudanças osteoporóticas em ossos longos.

De acordo com o trabalho desenvolvido por JIANG et al. (2003) com ratas

ovariectomizadas e com dieta baixa em cálcio, observaram que houve uma

diminuição significativa na densidade mineral óssea (DMO) e no volume mineral

ósseo (VMO) de ambas as ratas ovariectomizadas e controle, porém a diminuição

de cálcio na dieta foi o que causou o maior decréscimo do volume e densidade

mineral óssea. Contudo, essas mudanças relacionadas aos três e nove meses de

avaliação não foram observadas.

A densidade mineral óssea (DMO) e o volume mineral ósseo (VMO) foram

avaliados por JIANG et al. (2004) que trabalharam com ratas ovariectomizadas e

controle na pesquisa de prevenção de perda de osso trabecular da mandíbula.

Esses animais foram tratados com estriol, calciotonina (CT) e editronato ou 2-

carboxyethylgermanium sesquioxide (Ge-132) e mensuraram a densitometria e

verificaram com o uso de tomografia, de 0,5mm da margem mesial do primeiro

molar inferior até 0,5mm da margem distal do terceiro molar inferior.

Segundo estudos realizados por GODOY et al. (2005) para estabelecer

valores normais de densidade mineral óssea (DMO) em milímetros de alumínio

(mmAl) de eqüinos, machos e fêmeas, com a técnica da densitometria óptica em

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imagem radiográfica (DOR), concluíram que não houve diferença significativa da

DMO entre os sexos.

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III. MATERIAL E MÉTODOS

1. ANIMAIS

No presente trabalho, 18 gatas (Felis domesticus) fêmeas da espécie felina,

sem raça definida, sendo dez adultas (de um ano e meio a dois e meio) e oito pré-

púberes (quatro meses de idade), oriundas da cidade de São José do Rio Preto -

SP, foram divididas em quatro grupos experimentais:

G1 – adultas ovariectomizadas (n = 5)

G2 – pré-púberes ovariectomizadas (n = 5)

G3 – adultas não ovariectomizadas (n = 4)

G4 – pré-púberes não ovariectomizadas (n = 4)

As gatas pré-púberes foram trazidas para o “gatil” com a idade em torno de

cinco dias, que neste período estavam sendo amamentadas, pelas próprias mães

e o experimento iniciou-se quatro meses depois. As gatas adultas também foram

levadas para o “gatil” quatro meses antes, da fase experimental.

Todos os animais apresentavam-se clinicamente sadios, no dia do

experimento, sendo avaliado o estado geral dos animais, as freqüências cardíaca

e respiratória; a coloração das mucosas ocular e oral; a ausculta cárdio-pulmonar

e a temperatura corpórea transretal.

2. INSTALAÇÕES

As gatas foram mantidas em um “gatil” com área de 36 metros quadrados,

construído em área rural, sendo que sua frente e parte da cobertura foram

cercados com tela galvanizada servindo como solário.

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O gatil apresentava uma divisória para separar, no início, as gatas pré-

púberes das adultas e duas gaiolas, para uma possível internação. Esse espaço

físico era de fácil higienização e oferecia tranqüilidade para os animais.

Cada grupo recebeu ração do mesmo fabricante, à vontade. As pré-púberes

receberam ração para filhotes, (níveis de garantia: umidade (máx.) 10%, proteína

bruta (mín.) 34%, extrato etéreo (mín.) 20%, matéria fibrosa (máx.) 3%, matéria

mineral (máx.) 7%, cálcio (máx.) 1,1%, fósforo (mín.) 1%, lisina (mín.) 1,9%,

Metionina (mín.) 0,75%). do primeiro mês até os nove meses de idade. As gatas

adultas receberam ração proporcional a sua idade com os seguintes níveis de

garantia: umidade (máx.) 10%, proteína bruta (mín.) 32%, extrato etéreo (mín.)

15%, matéria fibrosa (máx.) 4,7%, matéria mineral (máx.) 6,5%, cálcio (máx.)

1,1%, fósforo (mín.) 1,1%, lisina (mín.) 1,5%, metionina (mín.) 1,1%). A água era

trocada três vezes ao dia, oferecida em vasilhas limpas e foram utilizadas vasilhas

sanitárias com areia higiênica de boa qualidade.

3. PROCEDIMENTO ANESTÉSICO

Utilizou-se anestesia dissociativa, após jejum alimentar de 12 horas e

hídrico de duas horas.Como medicação pré-anestésica foi utilizada a associação

neuroleptoanalgésica para 0,1 mg/Kg de peso corpóreo de Acepromazina1

associada a 0,01 mg/Kg de peso corpóreo de Bupremorfina2, administrada por via

intra muscular. Após 20 minutos, utilizou-se 15 mg/Kg de peso corpóreo de

Cetamina3, associada á 0,5 mg/Kg de peso corpóreo de Midazolan4 administrada

por via intra muscular.

Os animais receberam fluidoterapia por punção da veia cefálica com

solução fisiológica, na taxa de 5ml/Kg/h. Para a obtenção posterior das

radiografias e das coletas de sangue posteriores os animais foram submetidos ao

protocolo supracitado, exceto o uso do opióide. _______________________

1 Acepran - 1%, Univet, São Paulo, SP. 2 Tengesic - Schering-Plough. 3 Ketamina – 10%, Agener União, Embu-Guaçu, SP. 4 Dormonid - 15mg, Roche, Rio de Janeiro, RJ.

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4. PROCEDIMENTO CIRÚRGICO

Após ampla tricotomia da região abdominal ventral e anti-sepsia com

solução de polivinil pirrolidona iodo a 1% e álcool 70%, foi adotada abordagem

ventral, posicionando-se os animais em decúbito dorsal.

A incisão cutânea foi realizada na linha média ventral, a aproximadamente

1cm caudalmente ao umbigo tendo extensão de 3cm. A cavidade abdominal foi

acessada através da linha alba; o omento e o intestino delgado foram deslocados

cranialmente, facilitando a identificação dos ovários. Assim que foram localizados,

o ligamento suspensor do ovário, localizado na borda livre do ovário e se estende

até a porção média da última costela, e o ligamento próprio do ovário, localizado

entre a extremidade do ovário e o ápice do corno uterino, foram isolados para a

realização da ligadura completa na porção medial dos ligamentos, bilateralmente,

com fio de sutura de nylon 0,25. removendo-se assim os ovários; após a inspeção

da cavidade abdominal. A incisão foi fechada usando-se nylon 0,25; as incisões de

subcutâneo e da pele foram suturadas com fio mononylon 4.0 e com pontos

simples separados. Ao término do procedimento foi aplicado curativo com fita

hipoalergênica e solução de polivinil pirrolidona iodo a 1%.

Os animais foram assistidos até a completa recuperação anestésica. Foi

instituído o uso de analgésico, no pós-operatório imediato, e antibioticoterapia. A

sutura de pele foi removida no 10o dia do período pós-operatório.

5. COLETA DE SANGUE

Para as colheitas de sangue as fêmeas foram anestesiadas segundo

protocolo descrito no item procedimento anestésico, exceto o uso do opióide. As

amostras de sangue total para avaliação hormonal foram coletadas pela punção

da veia jugular externa utilizando-se para cada animal, seringas e agulha estéreis

e sem adição de anticoagulantes.

As coletas de sangue foram realizadas no dia da ovariectomia (tempo zero)

e aos nove e doze meses após as cirurgias.

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6. AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA

Para a obtenção dos exames radiográficos as gatas foram anestesiadas de

acordo com o protocolo, abordado anteriormente. As radiografias foram

realizadas, no dia da ovariectomia (tempo zero), aos três, seis, nove e doze meses

após a cirurgia, para posterior análise densitométrica. Em todas as fêmeas

adotou-se a projeção crânio-caudal do fêmur (Figura 1). O aparelho de raios X

usado foi o do tipo unitanque, marca Gnatus, (Brasil) com capacidade de 50

quilovols (KV), oito miliampéres e três segundos. Adotou-se a técnica para

execução das radiografias com calibração fixa do aparelho tendo distância foco-

filme de 80 cm e tempo de 1 segundo. Optou-se obter as medidas densitométricas

do fêmur considerando-se a posição do osso, que permite uma boa aproximação

em relação ao filme fotográfico e conseqüentemente apresenta melhores detalhes,

contornos e densidade. Foi utilizado um chassi de alumínio de 24 x 30 cm, com

ecran de base verde Solidor (Brasil) com média velocidade de reforço,

empregando-se filme P-MATG/RA e reveladores Kodak® (Brasil).

7. DENSITOMETRIA ÓSSEA

As avaliações densitométricas foram realizadas no pós-operatório imediato

e após três, seis, nove e doze meses, objetivando determinar as diferenças

qualitativas e quantitativas na massa óssea, no decorrer do tempo. As medidas

densitométricas foram obtidas através da técnica desenvolvida por LOUZADA

(1994) e por um “software” específico. Como referencial densitométrico nas

tomadas radiográficas utilizou-se um penetrômetro, escada de alumínio (liga 6063

ABNT) e 12 degraus (0,5mm de espessura) para o primeiro degrau, variando de

0,5 em 0,5mm até o décimo; o décimo primeiro com 6,0mm de espessura; o

décimo segundo com 8,0mm de espessura; cada degrau com (5 x 25mm2 de

área), radiografado concomitantemente com a região femoral das gatas nos cinco

períodos (Figuras 2, 3, 4, 5 e 6).

Para a digitalização das imagens radiográficas submetidas às leituras

densitométricas, foi utilizado um scanner HP (Scanjet 4C – Brasil), com adaptador

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para transparências HP Scanjet 4C e as imagens, subseqüentemente, foram

armazenadas em microcomputador.

As densitometrias ópticas foram realizadas no Departamento de Morfologia

e Fisiologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária/UNESP,

Campus de Jaboticabal. Na análise densitométrica foi utilizado o programa

computacional de imagens, denominado Image Pro-Plus (Media Cybernetics -

USA), o qual recapturou as imagens radiográficas sendo feita, inicialmente, a

calibração da densidade e medição da densidade óssea em milímetros de

alumínio.

A calibração foi realizada com o auxílio do “mouse”, e as regiões de

densidade específica foram selecionadas na escada de alumínio, sendo que os

valores obtidos originaram uma curva padrão que foi correlacionada com os

valores encontrados sobre as imagens ósseas de interesse. A leitura da

densidade óssea foi realizada nas epífises proximal e distal e na diáfise do fêmur

do membro direito.

8. AVALIAÇÃO HORMONAL

Para avaliação hormonal de estrógeno e progesterona, foram utilizadas as

técnicas de radioimunoensaio e o método de imunofluorimetria respectivamente.

As avaliações hormonais foram realizadas no dia da ovariectonia (tempo zero),

aos nove e aos doze meses após a cirurgia. Todas as amostras foram

processadas pelo laboratório do Instituto Hermes Pardini, Belo Horizonte, MG.

9. ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estastística dos parâmetros obtidos das gatas ovariectomizadas e

não ovariectomizadas foi realizada utilizando uma análise de variância de "SAS"

(1996) e as médias foram comparadas pelo teste Tukey.

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Figura 1. Posição crânio caudal de uma gata visando obter as radiografias do fêmur.

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Figura 2. Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata ovariectomizada, no tempo zero, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).

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Figura 3. Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata ovariectomizada, aos três meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).

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Figura 4. Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata ovariectomizada, aos seis meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).

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Figura 5. Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata ovariectomizada, aos nove meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).

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Figura 6. Imagem radiográfica do fêmur direito de gata ovariectomizada, aos doze meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).

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IV. RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta os valores da densitometria óssea de gatas pré-

púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.

Tabela 1. Valores médios ± desvio padrão da densitometria óssea (mm Al) de

gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante os 12 meses.

Densidade óssea

Gatas pré-púberes

Gatas adultas Gatas pré-púberes

Gatas adultas

Não ovariectomizadas Ovariectomizadas Tempo

zero 36,73 ± 19,28aA 37,12 ± 21,25aA 26,61 ±15,57abBC 17,21 ± 3,74bC

Três meses

30,21 ± 10,98aAB 22,40 ± 9,37abB 24,96 ± 4,46abBC 19,86 ± 4,72bC

Seis meses

23,53 ± 3,04bB 29,40 ± 8,00aAB 22,33 ± 0,47bC 30,32 ± 7,01aB

Nove meses

38,24 ± 2,95A 36,52 ± 7,37A 38,95 ± 4,59A 36,00 ± 1,92A

Doze meses

30,59 ± 5,10AB 30,72 ±1,98AB 31,40 ± 3,16AB 30,99 ±4,15B

Médias, na linha, seguidas de diferentes letras minúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Médias, na coluna, seguidas de diferentes letras maiúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Na Tabela 1 e Figura 7, no tempo 0, houve diferença significativa na

densitometria óssea das gatas adultas ovariectomizadas (17,21 ± 3,74 mm Al) em

relação às gatas não ovariectomizadas (pré-púberes e adultas).

Aos três meses houve uma diferença sensível entre as gatas adultas

ovariectomizadas (19,86 ± 4,72 mm Al) e as pré-púberes não ovariectomizadas

(30,21 ± 10,98 mm Al). Aos seis meses após a cirurgia a densitometria aumentou

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significativamente entre as gatas adultas ovariectomizadas e não

ovariectomizadas em relação às pré-púberes (Tabela 1 e Figura 7).

Aos nove e aos doze meses após a castração, tanto nas gatas não

ovariectomizadas como nas gatas pré-púberes e adultas ovariectomizadas a

densitometria não diferenciou entre si.

Os dados contidos na Tabela 1 e Figura 7 demonstram que nas gatas pré-

púberes não ovariectomizadas houve uma diminuição na densidade óssea até os

seis meses, elevando-se aos nove e doze meses, voltando aos níveis iniciais

densitométricos (p>0,05).

No tempo 0 foi encontrado o maior valor densitométrico nas gatas adultas

não ovariectomizadas (37,12 ± 21,25 mm Al), o qual foi significativamente

reduzido aos três meses (22,40 ± 9,37 mm Al). Este valor voltou a aumentar aos

nove meses, quando atingiu o valor de 36,52 ± 7,37mm Al. Aos doze meses o

valor médio foi reduzido novamente (30,72 ± 1,98mm Al), porém não foi

significativo em relação aos outros períodos (Tabela 1 e Figura 7).

Em relação às gatas pré-púberes ovariectomizadas houve uma ligeira

queda nos valores densitométricos até os seis meses (p>0,05), (Tabela 1 e Figura

7). A partir daí, aos nove meses, houve um aumento acentuado (38,95 ± 4,59mm

Al) que decresce até os doze meses (31,40 ± 3,16mm Al).

Observa-se também na Tabela 1 e Figura 7, que a análise densitométrica

das gatas adultas ovariectomizadas teve um aumento significativo a partir do 6°

mês, apresentando um pico aos nove meses (p<0,05), retornando aos valores

iniciais do 6° mês após a castração (Figura 7).

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Dia dacastração

três mesesapós

Seismesesapós

Nove mesesapós

Doze mesesapós

Grupos

Den

sida

de m

iner

al ó

ssea

(mm

Al)

Gatas pré-púberes não ovariectomizadas

Gatas adultas não ovariectomizadas

Gatas pré-púberes ovariectomizadas

Gatas adultas ovariectomizadas

Figura 7. Valores médios ± desvio padrão da análise densitométrica de gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.

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A Tabela 2 apresenta os valores do peso corpóreo de gatas pré-púberes e

adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.

Tabela 2. Valores médios ± desvio padrão do peso corpóreo de gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas durante os 12 meses.

Peso corpóreo Gatas pré-púberes

Gatas adultas Gatas pré-púberes Gatas adultas

Não ovariectomizadas Ovariectomizadas Tempo zero 1,20 ± 0,22b 3,01 ± 0,70a 1,46 ± 0,10b 3,17 ± 0,51a

Seis meses 2,85 ± 0,39b 3,65 ± 0,83ab 3,04 ± 0,23b 4,42 ± 0,41a

Nove meses 3,02 ± 0,24b 3,37 ± 0,76b 3,56 ± 0,26b 4,70 ± 0,41 a

Doze meses 3,07 ± 0,48b 3,17 ± 0,59b 3,86 ± 0,43b 4,96 ± 0,63a

Médias, na linha, seguidas de diferentes letras minúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Na Tabela 2 e Figura 8, no tempo 0, pôde-se verificar que não houve

diferença entre as gatas pré-púberes e adultas ovariectomizadas e não

ovariectomizadas (p>0,05), no entanto, entre as gatas pré-púberes e adultas

ovariectomizadas observa-se que as gatas adultas ovariectomizadas

apresentaram maior peso corporal em relação às pré-púberes ovariectomizadas.

Aos seis meses houve um aumento no peso (p<0,05) das gatas adultas

ovariectomizadas comparando-se com as gatas pré-púberes ovariectomizadas e

não ovariectomizadas, porém não houve uma diferença entre as gatas adultas

ovariectomizadas e não ovariectomizadas (p>0,05).

As gatas aos nove e aos doze meses tiveram o mesmo padrão de resposta

sendo que o peso corporal das gatas adultas ovariectomizadas foi maior (p<0,05)

em relação às gatas pré-púberes ovariectomizadas e não ovariectomizadas e as

adultas não ovariectomizadas.

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Gatas pré-púberesnão ovariectomizadas

Gatas adultas nãoovariectomizadas

Gatas pré-púberesovariectomizadas

Gatas adultasovariectomizadas

Grupos

Pes

o co

rpór

eo (K

g)

Tempo zero

Seis meses

Nove meses

Doze meses

Figura 8. Valores médios ± desvio padrão do peso corpóreo de gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.

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A Tabela 3 apresenta as concentrações de estrógeno de gatas pré-púberes

e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, no decorrer do ano.

Tabela 3. Valores médios ± desvio-padrão dos níveis de estrógeno (pg/mL) de gatas ovariectomizadas e não ovariectomizadas, pré-púberes e adultas no dia da castração (tempo zero) e aos nove e doze meses após a cirurgia.

Estrógeno Gatas pré-púberes

não ovariectomizadas

Gatas adultas não

ovariectomizadas

Gatas pré-púberes ovariectomizadas

Gatas adultas ovariectomizadas

Tempo zero

5,25 ± 10,50B 23,80 ± 9,63 8,76 ± 19,58 17,30 ± 10,57

Nove meses

31,75 ± 8,42A 30,25 ± 13,20 24,00 ± 6,87 22,00 ± 4,52

Doze meses

24,50 ± 5,06aA 20,00 ± 4,24ab 17,40 ± 7,77ab 13,80 ± 2,16b

Médias, na linha, seguidas de diferentes letras minúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Médias, na coluna, seguidas de diferentes letras maiúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Na Tabela 3 pôde-se verificar que não ocorreu diferença significativa nas

concentrações de estrógeno circulante nas gatas ovariectomizadas e não

ovariectomizadas tanto nas pré-púberes como nas adultas, no tempo 0 e aos nove

meses após a castração. No entanto, aos doze meses após a castração, as

concentrações de estrógeno das gatas adultas ovariectomizadas (13,80 ± 2,16

pg/mL) foram significativamente menores em relação às gatas pré-púberes não

ovariectomizadas (24,50 ± 5,06 pg�mL), embora nenhuma variação ocorreu entre

as gatas adultas normais e as jovens e adultas ovariectomizadas .

Entre as gatas pré-púberes não ovariectomizadas a concentração de

estrógeno circulante foi siginificativamente menor no tempo 0 em relação aos nove

e aos doze meses após a castração. No entanto, nenhuma variação de estrógeno

ocorreu nas gatas adultas ovariectomizadas e não ovariectomizadas e nas pré-

púberes ovariectomizadas entre o tempo 0 e aos nove e doze meses após a

castração (Figura 9).

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Gatas pré-púberesnão ovariectomizadas

Gatas adultas nãoovariectomizadas

Gatas pré-púberesovariectomizadas

Gatas adultasovariectomizadas

Grupos

Con

cent

raçã

o de

est

róge

no (p

g/m

L) Dia da castração

Nove meses após

Doze meses após

Figura 9. Valores médios ± desvio padrão dos níveis de estrógeno de gatas pré-

púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.

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A Tabela 4 apresenta as concentrações de progesterona de gatas

ovariectomizadas e não ovariectomizadas, pré-púberes e adultas, no decorrer do

ano.

Tabela 4. Valores médios ± desvio-padrão dos níveis de progesterona (ng/mL) de gatas ovariectomizadas e não ovariectomizadas, pré-púberes e adultas no dia da cirurgia (tempo zero) e aos nove e doze meses após a cirurgia.

Progesterona Gatas pré-púberes

não ovariectomizadas

Gatas adultas não

ovariectomizadas

Gatas pré-púberes Ovariectomizadas

Gatas adultas ovariectomizadas

Tempo zero

1,16 ± 1,83 2,35 ± 2,44 5,39 ± 7,96 17,30 ± 22,07

Nove meses

5,69 ± 7,29 0,87 ± 0,30 0,84 ± 0,20 0,85 ± 0,28

Doze meses

14,69±16,58 1,66 ± 1,53 0,98 ± 0,46 0,58 ± 0,21

Médias, na linha, seguidas de diferentes letras minúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Médias, na coluna, seguidas de diferentes letras maiúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Ao analisar os resultados da Tabela 4 pôde-se verificar que nas

concentrações de progesterona não foram observadas diferenças significativas

nas gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas.

Em relação à Figura 10 a concentração de progesterona estava alta no

tempo 0 somente nas gatas adultas ovariectomizadas e, nas gatas pré-púberes

não ovariectomizadas, o nível da progesterona apresentou um aumento aos 12

meses.

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Gatas pré-púberesnão

ovariectomizadas

Gatas adultas nãoovariectomizadas

Gatas pré-púberesovariectomizadas

Gatas adultasovariectomizadas

Grupo

Con

cent

raçã

o de

pro

gest

eron

a (n

g/m

L)

Dia ZeroNove meses Doze meses

Figura 10. Valores médios ± desvio padrão dos níveis de progesterona de gatas

pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.

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V. DISCUSSÃO

O controle populacional de gatas no Brasil ocorre por meio da ovariectomia

precoce. Considerando que esta prática está cada vez mais freqüente na clínica

médica veterinária, torna-se de extrema importância investigar a correlação de

ovariectomia e alterações hormonais, em gatas jovens e adultas, visando a

prevenção de alterações fisiopatológicas em gatas nas diferentes idades.

Economicamente, a ovariectomia em filhotes é menos onerosa e mais

rápida do que em adultos e previne a incidência de doenças relacionadas com o

sistema reprodutor, tanto no macho como na fêmea. No entanto, entre as

possíveis alterações ocorridas após esta cirurgia, identifica-se o sistema ósseo,

uma vez que existe uma correlação muito grande entre densidade mineral óssea e

hormônios circulantes.

O osso apresenta duas superfícies ósseas em contacto com os tecidos

moles: uma externa (periosteal) e uma interna (endosteal). Ambas são revestidas

por camadas de células osteogênicas, o periósteo e o endósteo. O osso cortical e

o trabecular são compostos pelas mesmas células e elementos da matriz, porém

mostram diferenças estruturais e funcionais. A diferença estrutural é quantitativa,

80 a 90% do osso compacto é calcificado, enquanto que no osso trabecular,

apenas 15 a 25% (o restante é ocupado pela medula óssea, vasos sanguíneos e

tecido conjuntivo). A função do osso cortical é mecânica e protetora e a do osso

trabecular é metabólica (ANIJAR, 2003).

A resistência óssea das gatas foi avaliada por meio da densidade mineral

óssea, método não invasivo, porém preciso para avaliação do risco de fratura,

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sendo reconhecido como o melhor meio de triagem de animais com o risco de

osteoporose.

Considerando que a densitometria óssea fornece a medida quantitativa da

massa óssea compacta, responsável por mais de dois terços da variação da

resistência óssea, verificou-se em nosso experimento que a densitometria das

gatas pré-púberes e adultas ovariectomizadas e não ovariectomizadas, após a

cirurgia apresentou um padrão de resposta semelhante. Verificou-se uma redução

da densidade mineral óssea até os seis meses após a ovariectomia nas gatas pré-

púberes não ovariectomizadas (p<0,05) e nas gatas pré-púberes

ovariectomizadas (p>0,05), evidenciando-se uma elevada demanda de cálcio,

provavelmente, em decorrência do desenvolvimento desses animais que se

encontravam na fase de crescimento.

Observou-se também que a densidade mineral óssea dessas gatas foi

maior aos nove meses em relação aos demais meses, quando o nível de

estrógeno circulante encontrava-se alto, tanto nas pré-púberes não

ovariectomizadas (p<0,05) como nas adultas não ovariectomizadas (P>0,05) e nas

ovariectomizadas pré-púberes e adultas (P>0,05). Levando-se em conta que o

estrógeno segundo NOTELOVITZ (1993), aumenta o número dos osteoblastos e a

síntese de colágeno pelos osteoblastos, observa-se em nossos resultados uma

correlação positiva da concentração de estrógeno e da densidade mineral óssea

nas gatas pré-púberes e adultas ovariectomizadas e não ovariectomizadas até os

nove meses após a ovariectomia. Esses resultados diferem da abordagem feita

por Marcus (1987) que relata que a perda de osso cortical aumenta com a idade.

UFER (1974) e MARINHO (2003) relataram em mulheres obesas um

aumento dos níveis de estrona, derivado da aromatização dos andrógenos no

tecido adiposo periférico. NOTELOVITZ (1993) aborda que a estrona é

predominante em mulheres pós-menopausa e esclarece a aromatização dos

andrógenos quando relata que a conversão periférica de precursores

androgênicos a androstenediona, que dará origem a estrona, se dá no tecido

adiposo.

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Sendo assim, essa dinâmica fisiológica vem corroborar com os nossos

achados, em gatas adultas ovariectomizadas que mostraram ganho de peso aos

seis meses (p>0,05) e aos nove meses (p<0,05) após a cirurgia, e também

apresentaram maiores níveis de estrógenos circulantes, o que pode ter contribuído

com a elevação da massa óssea e densidade mineral óssea das gatas.

Banks (1992) relata que a remoção dos ovários, ou sua disfunção com a

idade, resulta na deficiência de estradiol e aborda que as glândulas adrenais

produzem um andrógeno moderadamente ativo chamado deidroepiandrosterona o

qual pode ser metabolizado para o estradiol. Considerando que as gatas desse

experimento eram ovariectomizadas, pode-se deduzir que o córtex da adrenal

apresentou-se ativo, desencadeando também a liberação do estrógeno circulante

favorecendo um aumento da densidade mineral óssea das gatas.

Com relação à concentração de progesterona nas gatas pré-púberes e

adultas ovariectomizadas, observaram concentrações séricas oscilantes (p>0,05)

e decrescentes, sugerindo um aumento do número de receptores de progesterona

osteoblásticos, de acordo com NOTELOVITZ (1993), favorecendo

conseqüentemente uma maior densidade mineral óssea nas gatas.

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VI. CONCLUSÃO

Acredita-se poder concluir que a esterilização de gatas é recomendável

para solucionar problemas populacionais. Certificou-se que esta prática não

interfere no estado fisiológico das fêmeas em relação à densidade mineral óssea e

parâmetros hormonais, até um ano após a ovariectomia.

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VII. REFERÊNCIAS

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